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Elementos de síntese da Educação

Romana – Textos de apoio

“A Grécia vencida conquistou a fera


vencedora”. Horá cio
Tem a ver com a tal influência da

Grécia sobre Roma.

“Segundo o conceito dos romanos, o


orador era o homem por excelência.
Numa fó rmula conhecida, Catã o
definiu-‐o «como um homem de bem
(vir bonnus), há bil na arte de falar».

De Institutione Oratoria (±95 d.C) -‐


Quintiliano
Resumo do pensamento de Quintiliano.

Quintiliano foi o autor que terá vivido por

volta do ano 95 d.c..

O italiano escreveu como é que se deve educar as crianças, como se

reconhece os seus talentos e praticamente é o manual sobre o ensino. Isto


“De que modo se reconhecem os
talentos nas crianças e quais os que
devem ser tratados

1. Trazido o menino para o perito

na arte de ensinar, este logo

Este primeiro paragrafo indica-nos logo qual é o conceito de

inteligência de italiano e qual é a que se deve dirigir o ensino. A

inteligência aparece associada essencialmente a memó ria. Claro que

isto é mais ao menos inabitá vel no tempo em que existem poucas

fontes de informaçã o e que elas nã o estã o muito inessivas, estamos a

afalar que ainda faltam 15 seculos para nos termos a imprensa.

Portanto os livros sã o muito raros como é que se precede o ensino vai

ser da memó ria do professor para a memó ria da criança. Nã o há outra

fonte em que a criança possa ir buscar a informaçã o dai a importâ ncia

da memoria.

perceberá sua inteligência e seu cará cter.

Nas crianças, a memó ria é o

principal índice de inteligência, que se


revela por duas qualidades: aprende

facilmente e guardar com fidelidade.

Como é que se procede que a criança tem uma boa memó ria e

seguindo este pensamento uma boa inteligência aprende facilmente

e guarda com algum cuidado. Portanto a criança será capaz de

reproduzir o que aprendeu o que memorizou.

A outra qualidade é a imitaçã o

que prognostica também a aptidã o para

aprender, desde que a criança reproduz

a o que se lhe ensina, e nã o


apenas adquira certo aspecto, certa

maneira de ser ou certos ditos ridículos.

Entã o é um ensino que privilegia a memoria e a

capacidade de reproduçã o de imitaçã o.

2. Nã o me dará esperança de boa

índole uma criança que, em seu gosto

pela imitaçã o, nã o procurar

senã o fazer rir. Porque, primeiramente,

será bom aquele que, na verdade,

for talentoso; senã o eu o julgarei

antes retardado do que mau. O


bom mesmo se afastará muito daquele

lerdo e inerte.

3. Este meu (menino bom)/ou seja o bom aluno

compreenderá sem dificuldades aquelas

coisas que lhe forem ensinadas e

também perguntará algumas vezes;

entretanto, mais acompanhará

do que correrá à frente. Estes

espíritos que, de bom grado, eu

Também é fá cil perceber o que é que o italiano pretende dizer aqui

que no posto de vista dele um bom aluno é um aluno que aprende

de forma expressivo embora também nã o seja substituído por

curiosidade. Ele perguntara muitas vezes, mas nã o é um aluno

precoce, nã o e alguém que pretende estar a frente da aprendizagem

e de que faça muitas perguntas. Ele considera que estes indivíduos

se perdem a caminho da maturidade.

chamaria de precoces, nã o chegarã o

jamais à maturidade.
Estes/os precoses sã o os que facilmente

fazem pequenas coisas e, levados

pela audá cia, imediatamente ostentam tudo

o que podem; mas, o que

podem, em definitivo, é o que se

encontra a seu alcance imediato; desfilam

palavras, umas apó s outras, com ar

destemido; proferem-‐nas, sem nenhuma

vergonha;

nã o vã o muito longe, mas vã o depressa.

4. Nã o existe neles nenhuma força

verdadeira, nem se apoiam totalmente

em raízes profundas; como sementes

esparsas à flor do solo,

rapidamente se dissipam e, como


É um aspeto muito interessante porque nos continuamos a ver isto

em algumas crianças esta periocidade que muitas vezes é incentivada

pelo entusiasmo dos pais e por uma criança fazer coisas fazer coisas

que estã o em contraste com a idade no pensamento do italiano.

Depois quando chegam a níveis de maior exigência vã o fracassar a

admiraçã o diminui nos podemos dizer que com esta diminuiçã o da

admiraçã o vem alguma frustraçã o por parte da criança.

pequenas ervas, amarelecem os frutos

em suas hastes fracas, antes da

colheita. Estas coisas agradam na

infâ ncia, por causa do contraste

com a idade; a seguir, o progresso

pá ra e a admiraçã o diminui.

5. Logo que tiver feito essas

consideraçõ es / ou seja apos a avaliação inicial , o


mestre deverá perceber de que

modo deverá ser tratado o espírito

do aluno. Este aspeto é muito interessante.

Porque o que ele nos diz aqui é que cada aluno pode ou

deve ser tratado de maneira diferente e que essa

apreciação deve ser feita pelo professor. Exemplos:

Existem alguns que relaxam, se nã o

se insistir com eles incessantemente.

Outros se indignam com ordens; o

medo detém alguns e enerva outros;

alguns nã o conseguem êxito senã o

através de um trabalho contínuo;

em outros, a violência traz mais

resultados.

Dêem-‐me um menino a quem

o elogio excite, que ame a gló ria


e chore, se vencido.
7. Este deverá ser alimentado pela

ambiçã o; a este a repreensã o

ofenderá , a honra excitará ; neste jamais

recearei

a preguiça.

Esta a caracterizar uma criança que tem uma grande

exigência sobre si pró prio e, portanto, ele nunca ira ser

preguiçoso. Ira procurar sempre bons resultados.E uma

palavra desagradá vel do professor ira ofende lo porque ele

já esta motivado para a excelência.

8. A todos, entretanto, deve-‐se dar

primeiro um descanso, porque

nã o há ninguém que possa suportar

um trabalho contínuo; mesmo

aquelas coisas privadas de sentimento e de


alma, para conservar suas forças,

sã o afrouxadas por uma espécie

de repouso alternado; além do mais,

o trabalho tem por princípio a

vontade de aprender, a qual nã o

pode ser imposta.

9. É por isso que aqueles cujas

forças sã o renovadas e estã o bem

dispostos têm mais vigor e um

espírito mais ardente para aprender,

enquanto, quase sempre, se rebelam contra a

coacçã o. / o descanso é importante, a vontade da


criança de aprender por sem que seja de uma forma
imposta é fundamental para que a aprendizagem
aconteça.

10. O gosto pelo jogo entre as

crianças, nã o me chocaria; é este

um sinal de vivacidade e nem poderia


esperar que uma criança triste e

sempre abatida mostre espírito activo

para o estudo, pois que, mesmo ao

tempo deste ímpeto tã o natural a esta

idade, ela permanece lâ nguida. Então o jogo

é fundamental logo que receba um sinal de vivacidade.

Quando mais exigente for mais notável é o espirito ativo.

Haja, todavia, uma medida para

os descansos; senã o, negados, criarã o o

ó dio aos estudos a criança tem de

descansar porque se ela não tiver este tempo de pausa,

este tempo de jogo, este tempo para ela poderá criar

odio aos estudos e, em demasia, o se o descanso

for demasiado cria o há bito da ociosidade. Há ,

pois, para aguçar a inteligência

das crianças, alguns jogos que nã o

sã o inú teis desde que se rivalizem a


propor, alternadamente, pequenos

problemas de

toda espécie. No fundo o que o italiano esta a dizer


esta a realçar a dois mil anos a importância dos jogos
didáticos e a importância que o educador tem de
escolher estes jogos. Ele percebe que nem todos os jogos
tem este potencial de idade para atingir a inteligência
das crianças mas que alguns jogos tem este potencial
desde que coloquem alternadamente pequenos
problemas de toda a espécie.

11. Ele considera também que o ensino dos costumes ,

dos atos das praticas morais. Os costumes

também se revelam mais simplesmente

entre os jogos, de modo que nã o

parece existir uma idade tã o tenra

que nã o aprenda desde logo

o que seja mau ou bom;

mesmo porque a idade mais fá cil

para formar a criança é esta que

nã o sabe simular e cede facilmente

aos preceitos: quebra-‐se com efeito,


nã o se endireita aquelas coisas que

tomaram definitivamente um aspecto mau.

O jogo então é um aspeto fundamental da aprendizagem

das crianças , descanso, o jogo. O jogo que deve ser um

jogo didatico e que pode ser utilizado não so para a

aprendizagem das diferentes matérias curriculares mas

também no caso dos romanos para a aprendizagem dos

costumes para a formação integral da criança.

12. Entã o, nada fazer com paixã o,

nada com arrebatamento, nada

impotentemente; eis, de imediato, o aviso

que é preciso dar à criança. Sempre

se deve ter em mente o conselho

virgiliano:

"Nos primeiros anos o há bito tem


muita força" .
13. Na verdade, gostaria pouco que as

crianças fossem castigadas, ainda que

houvesse permissã o, e Crisipo nã o

desaprovasse. Primeiramente, porque é

baixo e servil e certamente uma

injú ria a criança não deve ser castigada porque é

uma injuria a própria criança mesmo que exista

permissão o castigo físico é uma injuria. , o que

seria lícito se se mudasse a

idade. Além do mais, porque se alguém

tem um sentimento tã o pouco liberal

que nã o se corrija com uma

repreensã o, também resistirá à s pancadas

como o mais vil dos escravos.o que

ele diz no fundo é que Se nos tivermos uma criança que

não seja sensível a critica que nã o se sinta mal por tar a ser

reprendida quando lhe apontamos o erro. Entã o este tipo de

criança nã o será motivada pela pancada e de facto tem razã o.


Finalmente, nã o haverá mesmo

necessidade desse castigo, se houver ao

lado das crianças um assistente

assíduo de

estudos. No fundo o que ele esta a dizer é o papel do


professor , o papal do educador que acompanha a
criança se for bem feito a criança não precisara de
castigos físicos porque ele terá aprendido o necessário.

14. Mas, hoje é geralmente a negligência

dos pedagogos que parece continuar

entre as crianças; porque nã o as

forçam a bem fazer, punem-‐nas

porque nã o fizeram. Enfim, se coagirdes

uma criança com pancadas, que

fareis para o

jovem que, por outro lado, nã o

terá nada a temer e que deve

aprender coisas mais importantes? No fundo o


que ele esta a dizer é a imitação dos castigos físicos que é

podes utilizar com as crianças porque és mais forte que

elas mas depois quando ele crescer irao continuar as

pancadas? Não. Ate porque é mais importante as

aprendizagens que os jovens tem de ter do que as

crianças.

15. Acrescente-‐se que muitas coisas

vergonhosas e quase humilhantes de serem

ditas aconteceram às crianças a serem

castigadas, muitas vezes por dor

e por medo; a vergonha

confrange a alma, abate-‐a, leva-‐a a

fugir e a detestar a pró pria luz. Numa

sociedade e num sistema educativo é que a violência esta

sempre presente e os castigos físicos são anónimos que

italiano diz uma coisa impressionante podem ver é

vergonhoso… esta a dizer a vergonha e o medo faz com


que a criança possa detestar a própria aprendizagem, o

próprio conhecimento.

16. Se já foi menor o cuidado em

escolher os costumes dos vigilantes e

mestres, é vergonhoso dizer em que

acçõ es infames homens nefandos cairã o

com o abuso deste direito de castigar

isto é muito importante também porque durante muitos

seculos os castigos físicos eram normas das nossas

escolas do 1 ciclo. O professor tinha uma regua, uma

cana para mostrar os castigos físicos. ; e este

medo das pobres crianças dá também

ocasiã o para o medo de outras. Na

escola quando uma criança esta castigada ,com medo de

ser castigada esse medo estende se a todas as outras

crianças contribuindo para um ambiente de medo e para

um ambiente que pode fazer com que as crianças


detestem o conhecimento e a vontade de aprender. Nã o

me demorarei nesta

parte: o que se entende já é


suficiente.

Basta dizer isto: ninguém deve

ter muitos direitos sobre uma idade

demasiado fraca e exposta a ultrajes.

Ele entende que as crianças devem ser muito protegidas

porque estã o numa idade muito fraca, nã o se conseguem

defender e é uma idade que estã o expostas todo o tipo de

ultraje.

Se é necessá rio que se ensine de

acordo com a natureza de cada

um. Ou seja, cada criança deve ser ensinada de acordo

com a sua natureza.

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