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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4

2 FORMAÇÃO DOS CRÍTICOS DA BÍBLIA ......................................................................... 5

2.1 Os filósofos que deram base a crítica bíblica ....................................................................... 5

2.2 A crítica bíblica .................................................................................................................. 11

3 O MATERIALISMO ............................................................................................................. 15

4 O EVOLUCIONISMO .......................................................................................................... 16

5 O COMUNISMO .................................................................................................................. 19

5.1 Karl Marx ........................................................................................................................... 19

5.2 Obras principais .................................................................................................................. 21

5.3 A influência do socialismo na igreja no século XX ........................................................... 21

6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 22

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1 INTRODUÇÃO
Em 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou suas 95 teses na porta da Igreja em
Wittenberg. Desde então, obra da reforma seguiu avante enfrentando todos os inimigos e, na
sua maioria, os vencendo. O luteranismo cresceu e se ramificou nas mais diversas variedades,
em diversos países na Europa. “A autoridade da Bíblia, que os líderes luteranos traduziram
para as línguas de seus países, e a doutrina da justificação pela fé tornaram-se os lemas desses
países no século XVI” (CAIRNS, 2008, p. 260, 269).
Após três séculos de crescimento dos protestantes, surgira um cenário diferenciado
para a fé cristã. Cenário este, que foi sendo desenvolvido a partir da época de Lutero.
Surgiram vários movimentos que ameaçaram a fé, dentre eles, destaca-se a “evolução
fomentada pelo racionalismo e individualismo do século XVIII e pelo historicismo do
movimento romântico e da filosofia idealista alemã”. A Revolução Industrial preparou o
terreno para o materialismo tirando da mente das pessoas a vida eterna oferecida pela Bíblia,
contribuindo juntamente para a negação da Bíblia como a inspirada Palavra de Deus.
(CAIRNS, 2008, p. 445).
O objetivo desse artigo é analisar quatro distintos inimigos da fé bíblica. Todos eles
estão inter-relacionados dentro da história que precede o século XIX. O primeiro a ser
observado é a crítica bíblica, cujas raízes estão profundamente arraigadas na filosofia de
Immanuel Kant que tem suas fontes nos gregos da antiguidade. Será analisado também a vida
de Schleiermacher, o pai da teologia moderna, depois a influência de Hegel com sua lógica da
história, por fim o legado que Ritschl deixou, a desvalorização da Bíblia. Ao concluir a vida e
obras desses filósofos que abriu o caminho para a consolidação da crítica bíblia, a próxima
parte fará uma breve análise de como repercutiu, alguns personagens importantes de levaram
avante sua inimizade contra a Palavra de Deus. A segunda parte irá tratar de outro adversário
da Fé, trata-se do materialismo desenvolvido pelo comercio e pela indústria. O terceiro
inimigo da Fé é Charles Darwin como sua teoria da evolução e o último adversário é Karl
Marx que ainda é possível sentir sua influência.
Os autores pesquisaram em diversas bibliografias para a construção do artigo, tendo
como metodologia a extração de informação fidedigna para que as conclusões sejam mais
próximas da realidade observada. Dessa forma, a relevância desse tema é imprescindível para
a atualidade. A batalha aberta contra a fé enfrentada e vencida por Lutero, continua com uma
nova roupagem. Os inimigos ruíram os fundamentos da fé, desviaram o foco fundamental
para outras coisas sem valor significante, inventaram outros valores morais e tentaram

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construir uma sociedade com aparência de paz mais que se contamina com sangue inocente o
tempo todo.

2 FORMAÇÃO DOS CRÍTICOS DA BÍBLIA


A reforma protestante desenvolver-se a partir de um estudo da Bíblia e das suas
línguas originais. “Em oposição à infalibilidade da Igreja, colocaram a infalibilidade da
Palavra”. Depois desse período surge a Era das Confissões, onde os protestantes se dividiram
e cada um defendia sua forma de interpretar a Bíblia. “As Escrituras eram estudadas para que
se pudesse encontrar nelas as verdades incluídas nas Confissões” (BERKHOF, 2004, p 22, 24,
25).
Os pietistas surgiram desse ambiente histórico para combater essa forma de estudo da
Bíblia. “Cansados da rivalidade entre os protestantes, estes empenharam-se em promover uma
vida verdadeiramente piedosa. [...] Insistiam no estudo da Bíblia em suas línguas originais e
sob a influência esclarecedora do Espírito Santo” (BERKHOF, 2004, p 26). Essa forma de
interpretar a Bíblia seguiu uma “perspectiva prática, em que o critério da verdade é sua
aplicação à vida diária” (CAIRNS, 2008, p. 445).
O período que se seguiu foi cheio de mudanças no âmbito da interpretação bíblica.
Influenciado pela Renascença, um racionalismo individualista com a ênfase no ser humano,
os estudiosos da Bíblia se tornaram cada vez mais críticos (CAIRNS, 2008, p. 445). Agora a
ênfase estava no elemento humano e sua capacidade intelectual. As Escrituras Sagradas se
tornaram objeto de crítica. Assim, o “elemento especial divino da Bíblia foi desacreditado de
forma geral e o intérprete, usualmente, se limitava à discussão das questões históricas e
críticas” (BERKHOF, 2004, p 26). Dessa forma, preparou-se a estrutura para o
desenvolvimento da crítica Bíblica.

2.1 Os filósofos que deram base a crítica bíblica


2.1.1 Immanuel Kant
A Alta Crítica teve sua base na filosofia idealista de Immanuel Kant. Seu pai era
artesão e vivia em Königsberg, atual Kaliningrado localizado onde foi a “Prússia Oriental, um
território no litoral sul do Báltico, parte da Rússia desde 1946”. Kant nasceu no dia 22 de abril
de 1724 em um ambiente religioso. “Seus pais eram do ramo pietista da Igreja Luterana, uma
subdenominação que requeria dos fiéis vida simples e integral obediência à lei moral”. Sua
mãe destaca-se por uma singular inteligência natural. Sua carreira acadêmica começou na
escola pietista onde estudou por oito anos e meio clássicos latinos. Em seguida ele foi inserido

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na Universidade de Königsberg onde ficou por cinco anos. Embora estivesse sobre a
influência pietista, Kant se interessou mais pela matemática e pela física. Onde estudou os
livros de Sir Isaac Newton, ajudado por um jovem professor chamado Martin Knutzen, que
havia estudado Christian Wolff, um sistematizador da filosofia racionalista (NEUTZLING,
2005, p. 9).
Após um breve período fora da Universidade de Königsberg, onde trabalhou com a
elite da sociedade, Kant voltou para seus estudos e recebeu seu doutorado assumindo a
posição de livre docente. Ele conquistou prestígio e fama, lecionando sobre diversos assuntos
inclusive filosofia e metafísica. “O ensino não-ortodoxo de religião de Kant, que era baseado
no racionalismo mais que na revelação, colocaram-no em conflito com o governo da Prússia”
Immanuel Kant teve uma vida singular, ligada a disciplina e a leitura. Não casou e nem teve
filhos. “Após um declínio gradual, que foi muito doloroso para seus amigos, tanto quanto para
ele próprio, Kant morreu em Königsberg, em 12 de fevereiro de 1804” (NEUTZLING, 2005,
p. 9-10).
Em 1781 Kant publicou a Crítica da Razão Pura, onde ele defende que o homem não
poderia conhecer a Deus pelo sentido ou pela razão. Logo na introdução Kant define as
ferramentas pelas quais serão utilizadas para desenvolver sua crítica. Sua abordagem está na
maneira como se obtém o conhecimento. Ele discorre sobre a conhecimento puro, empírico,
aquele que começa com a experiência. A partir de então ele levanta a questão mais relevante:
“se haverá um conhecimento assim, independente da experiência e de todas as impressões dos
sentidos. Denomina-se a priori esse conhecimento e distingue-se do empírico, cuja origem é a
posteriori, ou seja, na experiência”. Portanto, a proposta de Kant para o conhecimento a
priori é que ele deveria ser uma necessidade e ter uma universalidade. Assim, ele usa três
elementos importantes que transcendem ao mundo sensível: Deus, liberdade e imortalidade
(KANT, 2001, p. 62, 66).
A partir de então Kant destaca a importância da crítica da razão como sendo necessária
para “conduzir à ciência, ao passo que o uso dogmático da razão, sem crítica, leva, pelo
contrário, a afirmações sem fundamento, a que se podem opor outras por igual verossímeis e,
consequentemente, ao cepticismo” (KANT, 2001, p. 77).
A outra afirmação, no mesmo livro, relevante de Kant, influenciada pela sua formação
pietista, é que a base da religião está no “dever ou consciência moral do homem, chamados
por ele de ‘imperativo categórico’ (CAIRNS, 2008, p. 446).

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O imperativo categórico nada mais é que a representação de um princípio
objetivo de forma obrigatória para a vontade, sendo um mandamento da
razão. Os imperativos são representados por um dever-ser, que serve para
mostrar a relação de uma lei objetiva da razão com uma vontade, que
subjetivamente não é determinada por uma necessitação. [...] O imperativo
categórico é o único capaz de ser fórmula para a moralidade, pois não se
relaciona com a matéria da ação e com o que dela deve resultar, mas com a
forma e com o princípio do qual ela mesma deriva; quer dizer, o
essencialmente bom na ação reside na disposição, seja qual for o resultado
(Oliveira, 2001, p. 2).

O segundo livro de Kant denominado como Crítica da Razão Prática (1788) conclui que o
homem possui um juízo moral e que esse juízo é produzido por Deus (CAIRNS, 2008, p.
446). Ao considerar e afirmar que Deus existe, Kant desenvolve um raciocínio prático nesses
termos:

[...] com efeito, essa certeza da possibilidade [existência de Deus] postulada


não é de modo algum teórica, por conseguinte apodítica, isto é, não constitui
uma necessidade conhecida em consideração do objeto, mas uma admissão
necessária em consideração do sujeito [Deus], para o cumprimento de suas
leis objetivas, mas práticas; é portanto apenas uma hipótese necessária. Para
esta necessidade subjetiva, mas todavia verdadeira e incondicionada, da
razão, não me foi possível encontrar melhor expressão (KANT, 1959, p.
125).

No entanto, esse filosofo alemão não admite que o homem possa conhecer o
sobrenatural, “não há, portanto, lugar em seu sistema para revelação histórica e objetiva de
Deus na Bíblia, considerada por ele um livro de história, escrito pelo homem, devendo como
tal ser analisado pela crítica histórica como qualquer outro livro”. Dessa forma não há espaço
para Jesus Cristo como um Salvador. O homem desenvolve a sua moral, sua religião para
alcançar sua imortalidade. Isso se tornou a semente do liberalismo moderno, onde cada um
tem em si a “centelha do divino” que precisa ser cultivada. Com tais ideias Kant preparou a
“estrutura filosófica para a crítica bíblica e a moderna teologia liberal” (CAIRNS, 2008, p.
446).

2.1.2 Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher


Considerado como o pai da teologia moderna, Friedrich Daniel Ernst Schleiermacher
(1768-1834) nasceu na cidade de Breslau, Prússia, atual Wroclaw, Polônia. Seu pai era
capelão do exército na Silésia Superior. Sua família tinha uma forte influencia pietista, seu
avô materno e paterno eram pastores. Na esperança de que a mesma tendência fosse

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acalentada por Schleiermacher, seu pai o envio ao seminário moraviano em Bardy. Quando
foi aconselhado a ler os escritos de Kant, para prevenir contra a influência do liberalismo
moderno, o jovem aceitou o conselho, mas sua reação foi totalmente diferente. Assim, ele se
afastou do pietismo de sua infância e, mais tarde se descreveu como pertencendo de uma
ordem superior de morávio. Após diversas mudanças em seu pensamento, Schleiermacher se
esforça para fundir a experiência religiosa oferecida pelos petistas evangélicos e a emergente
atitude racional liberalista para o cristianismo defendida pelos intelectuais de sua época
(BROWN, 2007, p. 96).

Schleiermacher, vivendo sua vida acadêmica em meio às publicações


iluminadas de Kant (Crítica da Razão Pura [1781], e as outras até 1804) e
movimentos políticos revolucionários, sobretudo a Revolução Francesa, em
1789 (quando Schleiermacher tinha seus 21 anos de idade), foi
indubitavelmente formado pela consciência crítica do conhecimento que
influenciaria, em última análise, tanto seu fazer teológico quanto sua própria
crítica à racionalização iluminista (ZILSE, 2014, p. 2).

Atuou como teólogo, filósofo, filólogo e pastor (ZILSE, 2014, p. 1). Sua vida era em
Halle, o centro do pensamento radical da Alemanha, e em Berlim. Em Halle atuou como
docente e em seguida foi para Berlim ser capelão do Hospital de Caridade, onde se envolveu
com um grupo de escritores e poetas românticos, que defendia o papel do mistério, da
imaginação e do sentimento em contraposição aos racionalistas do Iluminismo. Após uma
breve saída de volta a Halle, Schleiermacher se estabeleceu em Berlim, atuando na fundação
da Universidade em 1810, onde dominou a área teológica. Cuidou também de traduzir as
obras de Platão e produziu muitos artigos eruditos. Suas obras somam trinta volumes,
divididas entre sermões, obras teológicas e filosóficas. Em 1821 Schleiermacher publicou sua
obra mais completa, onde ele demostra sistematicamente a sua nova abordagem do
cristianismo: The Christian Faith 1821-22, 1830-31 (BROWN, 2007, p. 97).
A abordagem de Schleiermacher valorizava os sentimentos ou as emoções como “o
elemento a partir do qual a experiência se desenvolve”. Para ele a religião era “o resultado dos
sentimentos humanos de absoluta dependência diante do universo majestoso em que ele é uma
minúscula entidade” (CAIRNS, 2008, p. 446).

Por outro lado, Schleiermacher sentia que já não podia tratar a Bíblia como
uma narrativa de intervenções divinas e como uma coletânea de
pronunciamentos divinos. Era, no entanto, um registro da experiência
religiosa e foi essa ideia da experiência religiosa a chave a que
Schleiermacher se apegou. Parecia-lhe capaz de destratar todas as questões

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teológicas (com exceção daqueles que cujos ferrolhos estavam travados por
dentro, ou seja, que de qualquer modo fossem insolúveis para a mente
humana). Significava que já não era preciso levar a Bíblia a sério em seus
mínimos detalhes (BROWN, 2007, p. 98).

A partir dessa perspectiva, estava aberto o caminho para a crítica bíblica, onde o
homem não precisa depender de uma revelação histórica da vontade de Deus. Agora o ser
humano precisa cultivar o sentimento de dependência “de Deus em Cristo para ter uma
experiência religiosa adequada. Por causa dessa opinião de que a essência da religião é algo
subjetivo, Schleiermacher é frequentemente citado como o ‘Pai da Teologia Moderna’”
(CAIRNS, 2008, p. 446).

2.1.3 Georg Wilhelm Friedrich Hegel


O grande filosofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1771-1831) nasceu em
Stuttgar. Seu pai era funcionário público, o que lhe proporcionou condições tranquilas para
seus estudos durante a vida. Desde a infância ele esteve envolvido pelos clássicos gregos,
estudou filosofia e teologia na Universidade de Tubingem. Aos 18 anos de idade
compartilhou as ideias da revolução francesa, “plantando uma árvore em nome da liberdade”
(KAMMER, 2007, p. 1).
Considerado o maior e mais difícil expositor do idealismo alemão do século XIX, foi
“tutor particular, redator de jornal e diretor de colégio, Hegel aceitou a cadeira de filosofia em
Heidelberg, em 1816, e foi sucessor de Fich em Berlim (1818) onde permaneceu até sua
morte” (BROWN, 2007, p. 104).

Hegel produziu uma obra intelectual muito vasta e fecunda desde a


juventude. Suas principais obras são: a Fenomenologia do Espírito (1807); A
Ciência da Lógica (1812-1816), A Enciclopédia das Ciências Filosóficas em
compêndio (1817 reeditada em 1827 1830) e Os Princípios da Filosofia do
Direito (1821). Outras obras editadas postumamente, pelos seus discípulos,
foram as Lições Sobre A Filosofia Da História, Estética, Lições de Filosofia
da Religião e Lições sobre a História da Filosofia (KAMMER, 2007, p. 1).

O pensamento efervescente de Hegel produziu sua grande sistematização do processo


da história. Para ele “toda a realidade é concretização do espírito”. Sua ênfase estava no
espírito absoluto que é a soma do conhecimento humano. Ou seja, “a história, a natureza e o
pensamento humano realmente são aspectos do espírito absoluto chegando à autoconsciência”
(BROWN, 2007, p. 105).

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Hegel também fez interpretação crítica da Bíblia. Para ele, Deus se manifestava na
história como um Ser Absoluto, isso através de um “processo lógico de reconciliação dos
opostos, por ele chamados de tese e antítese. A síntese ou reconciliação criava um novo jogo
de contradições que novamente se encontrariam numa nova reconciliação ou sintese”
(CAIRNS, 2008, p. 446).
Dessa forma a dialética de Hegel é

um sistema de compreensão da realidade, diante de um processo em


contínuo movimento no qual o antecedente se supera e conserva no
precedente, se transformando, imediatamente, em um novo antecedente, a
ser novamente superado e conservado, e assim por diante, em um ciclo
interminável de crescente determinação (FERREIRA, 2013, p. 2).

De acordo com Hegel, o quadro da realidade, em última analise, é espiritual. Tudo que
acontece com o ser humano é parte integrante da evolução divina. Ele afirma que Deus é
imanente, presente no mundo e não acima do mesmo. Com tal ideia, Hegel acreditava ter
encontrado a “chave para a encarnação que é uma manifestação específica do espírito num ser
humano específico” (BROWN, 2007, p. 106). Tal idealismo influenciou profundamente o
liberalismo moderno.

2.1.4 Albrecht Ritschl


Albrecht Ritschl (1822-1889) nasceu em Berlim. Descendente de cléricos luteranos,
Ritschl foi bem preparado em teologia e filosofia nas universidades de Bonn (1839-1841) e de
Halle (1841-1843). Aos 21 anos de idade Ritschl recebe seu doutorado e junta-se às fileiras da
escola de Tubingen, “um movimento teológico envolvido na reconstrução das origens do
cristianismo e da história inicial da igreja e sua teologia. Ritschl ensinou na Universidade de
Bonn (1846-64) e em Göttingen de 1864 até sua morte” (FREI, 2017, p. 1).
Como teólogo luterano, Ritschl foi influenciado por Scheleiermacher, pois aceitou o
sentimento religioso como a base da religião. No entanto, ele compreender que a religião era a
“consciência social da dependência”. Para este teólogo o “Cristo histórico dos evangelhos,
então, levou a revelação prática do pecado e da salvação ao indivíduo no reino pela fé”. Tal
pensamento reduziu a Bíblia a um relato da consciência da sociedade e deveria ser investigada
de forma crítica como qualquer outro livro. “Assim, Ritschl, como outros filósofos, tornou a
religião subjetiva, abrindo caminho para o estudo crítica extremado da Bíblia. Ele também

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lançou as bases da abordagem social do amor aos problemas religiosos” (CAIRNS, 2008, p.
447).

2.2 A crítica bíblica


Segundo Cairns, a igreja sofreu vários movimentos que ameaçaram sua estrutura. O
movimento racionalista tomou corpo a partir do final do séc. XVIII e início do XIX, dando
assim entrada para a no momento estudada crítica bíblica. Começava então um período em
que, à luz das ideias iluministas e filosóficas, a Bíblia passaria por avaliações e críticas
sucessivas, causando assim um forte desligamento da comunidade religiosa no Século XVIII.
(CAIRNS, 2008. p. 445)

2.2.1 Em busca da razão


Nos séculos XVII e XVIII, o fortalecimento do mercado nacional, o avanço da
produção em massa (início da Revolução Industrial na Inglaterra) e a consolidação do lucro
como uma atividade desejável e eticamente aceitável foram somente alguns dos fatores que
influenciaram o aumento da intelectualidade burguesa, que dia após dia avançava para a
elaboração de um pensamento próprio e mais desvinculado da igreja. (COSTA, 2010, p. 25).
Melhores condições de vida, desenvolvimento tecnológico, transporte, novos valores
guiando a vida social para sua modernização produziram um sentimento de confiança em
relação ao futuro do homem, que consequentemente acabou levando a um surto de ideias,
conhecido pelo nome de “Ilustração”. “A Ilustração, além de manter uma postura racionalista
diante do conhecimento, também desenvolveu o liberalismo – movimento filosófico em
defesa da liberdade nos mais diversos campos da ação humana: político, religioso, econômico
e social”. (COSTA, 2010, p. 26)

2.2.2 Racionalismo
Para o Racionalismo, tudo tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser
demonstrada empiricamente. A mudança de pensamento populacional, principalmente na
França onde essa visão foi grandemente aceita, gerou uma mudança e tanto no cenário
politico, filosófico e religioso. As pessoas passaram a ser mais individualistas; o desejo
ardente por bens materiais era elevado e o padrão de vida melhorou bastante com o avanço da
Revolução Industrial. Tempos modernos agora tomavam espaço numa sociedade que séculos
anteriores viviam oprimidos por uma igreja corrompida, gananciosa e exigente. Karl Max
chega a expressar seu sentimento pessoal conquanto a realidade da igreja dizendo que: “A

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religião é o ópio do povo”. O período do racionalismo deixava a igreja, e junto com ela a
autoridade da bíblia de lado, crendo que a mesma não passa de um mero livro escrito por
homens, um produto de evolução religiosa, que carece de fundamentação para afirmar a
função do Espírito Santo na inspiração dos autores da Bíblia. Surge então um período onde a
razão do homem é exaltada e a abordagem histórica crítica da Bíblia passou a ser autoridade
no que concerne o certo e o errado, entre a verdade e a mentira, entre o real e o sobrenatural
(CAIRNS, 2008, p. 451; COSTA, 2010, 29).
Costa esclarece esse assunto dizendo:

A igreja foi questionada como fonte de poder secular, político e


econômico, visto que se imiscuía em questões civis e de Estado. Tal
questionamento levou à descrença na doutrina e na infalibilidade
eclesiástica, bem como ao repúdio da atuação do clero na vida secular
(COSTA, 2010, p. 29).

“A partir do Renascimento, a religião, suporte do saber na Idade média, sofreu


diversos abalos com o questionamento da autoridade papal, o surgimento do protestantismo e
a consequente destruição da unidade religiosa na Europa”. (ARANHA, 2009, p. 365). A visão
religiosa que havia no mundo agora estava ameaçada com o avanço da nova ciência, que por
sua vez não deixava espaço para casualidade religiosa. Fé e razão tornaram-se verdades
opostas, e “Galileu buscava a verdade científica independentemente das verdades reveladas, o
que não significa pregar o ateísmo, mas reconhecer que a fé não era um elemento a se
considerar na ciência”. (ARANHA, 2009, p. 369)

2.2.3 Baixa crítica


Quando o julgamento dos estudiosos se aplica à confiabilidade do texto bíblico, ela é
classificada como baixa crítica ou crítica textual. Abaixa crítica aplica-se à forma ou ao texto
da Bíblia, numa tentativa de restaurar o texto original. A baixa crítica busca analisar
minunciosamente o texto bíblico, mantendo assim a sua integridade, finalidade e
originalidade. (REIS, 2009, p. 147).

2.2.4 Alta crítica


“Ela trata de reconstituir os fatos narrados conforme sua objetividade histórica, na
medida do possível”. (REIS, 2007, p. 150). A função da Alta crítica é verificar

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minunciosamente se aquilo que a Escritura está contando de fato aconteceu. Se cada palavra
escrita realmente foi falada.

2.2.4.1 Critérios internos e externos


Avaliam a maior ou a menor probabilidade do fato ou discurso narrado, o que
obviamente é muito subjetivo, pois para um racionalista da Alta Crítica qualquer relato de
milagre é inverídico. Por fim, busca analisar se há contradições internas (REIS, 2007, p. 150).
Os críticos externos buscam testemunhos arqueológicos, documentos administrativos
tais como: documentos, arquivos, histórias, descrições. Há certas características que são
comuns às várias formas da alta crítica:

(1) A bíblia é considerada como sendo a palavra do homem acerca de


Deus, e não a Palavra de Deus acerca do homem e a ele dirigida. [...]
se trata meramente de pensamentos humanos acerca de Deus. (2) A
Bíblia é tida como o resultado de um processo evolutivo, de maneira
que modos antigos e primitivos de entender Deus e a realidade cedem
lugar a conceitos mais desenvolvidos, sendo que se segue daí que as
ideias mais primitivas podem ser abandonadas em troca de ideias mais
contemporâneas. Como consequência, ensinos bíblicos sobre a ira de
Deus, e a segunda vinda de Cristo e aspectos do governo eclesiástico e
da ética bíblica, podem ser considerados como fora de moda e
abandonados. (3) devemos ir além das Escrituras se quisermos achar a
vontade de Deus para os nossos dias. Este pensamento é o resultado
natural de se aceitar os dois primeiros (REIS, 2007, p. 150).

2.2.5 Jean astruc


Foi um dos mais fortes apoiadores da Alta Crítica. Médico e fundador da crítica
moderna do Pentateuco; nascido em Sauve, França, 19 de março de 1684; morreu em Paris 5
de maio de 1766. Seu pai era um huguenote, mas se tornou católico. Estudou medicina e
tornou-se professor de anatomia em Toulouse, em Montpellier e, finalmente, em Paris. Astruc
deve seu lugar proeminente na literatura bíblica ao seu trabalho intitulado "Conjectures sur les
Mémoires Originaux dont Il Paroit que Moyse s'est Servi for Composer le Livre de la
Genèse", publicado anonimamente em Bruxelas em 1753, que forneceu o ponto de partida
para a crítica moderna do Pentateuco (TOY, 2011).
Jean Astruc dividiu o livro de Gênesis em duas partes. Ele propôs o uso de dois
documentos como fontes, por ter encontrado o nome Elohim (Deus) empregado em vários
lugares e Javé (Senhor) em outros. “Johann G. Eichhorn (1752-1827), outro crítico,
responsável pela afirmação de que a Bíblia deveria ser lida como um livro humano e

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analisando com recursos humanos, deu a tais estudos o nome de alta crítica” (CAIRNS, 2008.
P. 447).

2.2.6 Crítica do Antigo Testamento


As críticas eram associadas as características literárias das Escrituras. Uma teoria
laboriosamente elaborada foi a de Graf-Wellhausen desenvolvida por Karl H. Graf (1815-
1869) e Julius Wellhausen (1844-1918). Eles defendiam que as “seções em que se emprega o
nome de Javé constituem o primeiro documento (J), outra parte, do outro autor, é conhecida
como E; outra, em Deuteronômio, como D; e outra, P. Nega-se, assim, a unidade do
Pentateuco e sua autoria mosaica”. Houve também a divisão de Isaías em duas partes. A data
da redação do livro de Daniel foi mudada para o tempo dos macabeus. E ainda, os críticos
apresentaram a ideia de Deus como um desenvolvimento histórico do politeísmo ao
monoteísmo ético dos profetas (CAIRNS, 2008. P. 447-448).

2.2.7 Crítica do Novo Testamento


Geralmente a crítica do Novo Testamento é associado a Hermann S. Reimarus (1694-
1768). Lecionava línguas orientais na cidade de Hamburgo. Ele afirma que a Bíblia serviu
para conduzir o homem para um estado primitivo de seu desenvolvimento humano, e que a
razão deveria ser mais que suficiente para o homem no que concerto certo ou errado. No
século XX a crítica neotestamentária se concentrou, sucessivamente, em três abordagens
diferentes, mas interdependentes: (1) crítica das fontes; (2) crítica da forma; (3) crítica da
redação (CAIRNS, 2008. p. 448).

A crítica das fontes se ocupou com a ordem da composição dos Evangelhos


sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e a medida em que um era dependente
do outro ou mesmo de fontes anteriores. Nas décadas de 1920 e 1930, a
crítica da forma surgiu para investigar evidencias, nos Evangelhos, das
formas em que o evangelho foi transmitido oralmente antes de sua escrita.
Essa abordagem pretendia que os Evangelhos contêm verdades acerca de
Cristo que podem ser localizadas somente após serem retiradas as camadas
da tradição e da forma sob as quais a verdade está escondida. Mais
recentemente, a crítica da redação tem tomado o posto central. Sua proposta
é analisar a maneira e o significado das diferenças entre evangelistas,
pretensamente inseridas em seus relatos sobre a vida e obra de Cristo
(CAIRNS, 2008. p. 448).

Todas essas abordagens das Escrituras Sagradas visavam dissecar a Palavra de Deus,
tornando nula Sua autoridade. Dessa forma, um dos mais terríveis inimigos da Fé ganhou
terreno em propagar a mentira, trazendo descrédito a causa de Deus. O único valou agregado

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a Bíblia seria de natureza ética. Tudo o que é sobrenatural nas Escrituras Sagradas foi
suplantado pela crítica, como sendo impossível de ocorrer.

3 O MATERIALISMO
A Revolução Industrial que ocorreu na Inglaterra, em meados do século XVIII, foi um
marco na história, dando início à era do capitalismo. Houve a transição do artesanato
manufaturado para as máquinas e indústrias, de produção acelerada, e as relações sociais
também foram influenciadas, dividindo-se em duas classes: os proprietários e os operários.
Foi no século XVIII que Adam Smith, um importante filósofo e economista escocês, Adam
Smith tornou-se um dos principais teóricos do liberalismo econômico. Suas ideias tiveram
grande influência na burguesia europeia da época. Ele defendia que deveria haver total
liberdade econômica para que a iniciativa privada pudesse se desenvolver, sem a intervenção
do Estado. Sua teoria foi de fundamental importância para o desenvolvimento do capitalismo
nos séculos XIX e XX (CAVALCANTE, 2011, p 2).
Foi no contexto da Revolução Industrial e Capitalismo que surgiu o Materialismo-
Histórico, criado pelos filósofos Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), e
que trouxe uma compreensão da sociedade radicalmente oposta às ideologias da época. Esses
pensadores romperam com várias teorias sociais existentes, como o idealismo, proposto por
Hegel (1770-1831), filósofo alemão que acreditava que a ideia se constitui a própria realidade,
ou seja, os pensamentos, as ideias, determinam a vida material (SOUZA, 2009, p. 1).
Um dos principais expoentes da filosofia neohegeliana foi Feuerbach, bastante
combatido por Marx e Engels, em sua obra conjunta A Ideologia Alemã, onde discordam de
que os pensamentos, a consciência, são os determinantes da vida humana, mas que o modo de
vida determina a consciência. Para Marx, os princípios, as ideias, são produzidos pelos
homens a partir das relações estabelecidas no processo de produção (MARX, 1986, p.37).
Assim, Marx e Engels entendem a História como o processo do desenvolvimento das
forças produtivas humanas, e não uma sucessão de eventos ou desenvolvimentos políticos,
culturais, etc., que é a conceituação genérica de História. Assim, o ser humano está inserido
no processo histórico e todas as formas de organização social, política e econômica derivam
das relações de trabalho entre os indivíduos. A história tem, portanto, o trabalho como
pressuposto fundamental. O trabalho é apontado por Marx como a primeira necessidade
humana e a partir da satisfação desta necessidade, outras são criadas no interior do processo
de produção (SOUZA, 2009, p. 1).

15
Marx considera a ação humana como responsável pelas transformações, ao contrário
de épocas anteriores em que a concepção divina tomava esse lugar. Assim, até mesmo a
religião pode ser entendida como algo que tem na economia seu precedente. Já Weber
contradiz Marx ao afirmar que o desenvolvimento do capitalismo poderia se dar a partir de
características religiosas e não apenas através do aspecto econômico. Para Weber a vida
material não determina a sociedade, a política ou a cultura, e o capitalismo pode ser
influenciado pela religião e por outros valores éticos da vida humana (THIRY-CHERQUES,
2009, 10).
O materialismo, mais sendo mais sutil do que a alta crítica, ocupou os pensamentos os
seres humanos. Ele é definido como a prática da sociedade moderna de se concentrar nos
valores dos bens materiais para ter um alto padrão de vida. Isso faz com que os homens
negligenciem os valores espirituais na mesma proporção que avançam em busca dos prazeres
desta vida. Atualmente, os Estados Unidos da América são um evidente exemplo desses
pensamentos. As igrejas não ficaram longe de salientar os valores dos bens materiais. Nessa
mesma nação, o fundador do Evangelho Social, Walter Rouschenbusch buscou se
fundamentar em Karl Marx para estimular a importância dos bens materiais desta vida.
“Aqueles que concentram sua preocupação em tal distribuição de riqueza se esquecem que
‘nem só de pão vive o homem’ (Dt 8:3) (CAIRNS, 2008, 449).

4 O EVOLUCIONISMO
As ideias de Charles Darwin e seus sucessores remontam a doutrina filosófica do
tempo de Aristóteles1, porém, Darwin foi o primeiro a dar um privilégio aparentemente
cientifico. Eles suscitaram a crença de que não havia nada em relação ao pecado ou que o
pecado era apenas vestígios do extinto animal do homem. Foi considerado o Pai da Evolução.
Ao relatar a sua bibliografia, Stein (2005, p. 126) fala que Darwin nasceu em 12 de fevereiro
de 1809 em Shrewsburry. Estudou medicina em 1825 em Edimburgo, porém, abandonou dois
anos mais tarde. Estudou teologia na Universidade de Cambridge e em 1831 concluiu o grau
de bacharel. Foi neste interim que começou a aparecer suas inclinações naturalistas2 e seu

1
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.) afirmava que as espécies surgem por geração
espontânea, ou seja, os organismos, como por exemplo, ratos e baratas podem surgir de uma massa
inerte, de uma camisa muito suja e farelo de aveia deixados em um local protegido. A geração
espontânea permaneceu a única explicação científica do surgimento das espécies durante séculos
(JÚNIO, 2012, p. 2).
2
Os naturalistas vinham de uma escola literária que era baseada na observação fiel da realidade e na
experiência. Isso mostra que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. O
criador dessa escola foi Émile Zola.

16
entusiasmo pelas ciências naturais. Casou-se com Emma Wedgwood em 1839 e tiveram dez
filhos. Ela era cristã e via seu marido virando cada vez mais descrente com o avanço das
descobertas de sua teoria, se opondo a doutrina bíblica. Darwin morreu em 19 de abril de
1882, aos 73 anos, totalmente descrente. Seu avô, Erasmus Darwin (1731-1802), foi um
médico, naturalista e poeta. Seu primo, Francis Galton (1822-1911), trabalhou na teoria da
hereditariedade. Seu filho, George Howard Darwin (1845-1912) foi um astrônomo famoso. O
neto de Darwin, Charles Galton Darvin (1887-1962), foi um físico mundialmente famoso. Ele
chefiou as pesquisas britânicas sobre a bomba atômica na segunda guerra mundial.
Com apenas 22 anos de idade, Darwin foi convidado pelo capitão Robert Fitzroy para
realizar anotações, coletar e catalogar dados. Foi entre os anos de 1831 a 1836, a bordo do
navio Beagle, que Darwin conheceu várias terras e ilhas, com as quais, convenceu-se de que a
vida animal e fóssil só podiam ser compreendidas pela evolução biológica.
Depois de ver Alfred Wallace chegar a conclusões semelhantes independentemente,
Darwin tem seu livro, Origem das Espécies publicado em 1859. Nessa obra ele defendia que a
espécie mais adaptada ao seu meio ambiente, que lutava pela sobrevivência, mantinha estática
a população de várias espécies, sendo assim, a mais propensa a reproduzir-se e assim passar
as características aos seus descendentes, que os favorecem. Gradualmente, as espécies mudam
ao longo do tempo. E segundo Darwin (2014, p. 138) assim era feita a seleção natural.
A seleção natural ocorria através de mutações, mas Darwin chamava de “variações”
que acontecem entre os seres vivos e a seleção, ou seja, depende da sobrevivência dos
indivíduos que tem uma característica mais vantajosa na luta pela vida e a destruição dos
indivíduos que não tem características vantajosas. E todo esse processo acontece de uma
maneira muito lenta. De acordo com Adauto Lourenço (2007, p. 13), Darwin propôs que a
seleção natural era a causa principal para a explicação da evolução. Essa seleção natural “é
definida como processo pelo qual organismos com características favoráveis tem uma
probabilidade maior de sobreviver e reproduzir” (LOURENÇO, 2007, pág. 13).

A seleção natural atua apenas pela preservação e acumulação de pequenas


modificações hereditárias, cada uma delas proveitosa para o ser preservado;
e como a geologia moderna quase aboliu conceitos como a escavação de um
grande vale por uma única onda do diluvio, assim também a seleção natural
irá abolir a crença na criação continua de novos seres orgânicos, ou de
qualquer grande modificação repentina em sua estrutura (DARWIN, 2014, p.
126).

17
Com o passar dos anos, veio a tecnologia. Foi então que descobriram o DNA, que
segundo os evolucionistas, isso faz entender que o que define a evolução são as “mutações”,
que Darwin chamava de “variações” que ocorrem no DNA, no interior da célula. É aqui que
se inicia a evolução, através de consecutivas mutações, criando assim novas espécies.

A teoria da evolução, apesar de não explicar o surgimento da vida, teve a sua


aceitação nos meios acadêmicos, não só pelas ideias errôneas defendidas
pela igreja, mas também por servir aos interesses da burguesia que ansiava
por espaço nas instituições de ensino (PAROUSIA, 2010, p. 55).

Na concepção de Darwin, a estrutura corporal dos homens era semelhante à dos


animais, o que reforçava a sua teoria. “O homem está associado à vida animal através de tipos
ancestrais comuns” (CAIRNS, 2008, p. 450). No entanto, ele se esqueceu que essa e outras
semelhanças podem comprovar sobre as evidências a cerca de um Criador que dá a suas
criações estruturas corporais iguais para que pudessem estar em um mesmo ambiente. Para
ele, o homem e os animais existiam em ordem de continuidade, mais conhecido como:
descendência com mudança, que seriam mudanças genéticas hereditárias transmitidas de
gerações a longo prazo.

Darwin aprendera que todas as espécies animais que observamos hoje não
havia se modificado e apresentavam a mesma aparência que tinham quando
Deus as criou. Chama-se a esse dogma de Doutrina da Fixidez (=
imutabilidade) das Espécies. Fundamentava-se na bíblia e a princípio
Darwin acreditava nele. Entretanto essa concepção demonstrou ser errada
(STEIN, 2005, p. 127).

Segundo Cairns (2008, p. 450) para provar as semelhanças dos dois (homens e
animais), Darwin teve que ignorar a singularidade da mente humana, a faculdade da fala, a
memória, a consciência, a noção de Deus e a alma. Isso vai contrariamente ao conceito bíblico
da criação especial de Deus, ou descontinuidade, com a estabilidade dos grupos criados.
A teoria da evolução, além de negar o fator da criação do homem por Deus, também
aplicaram suas teorias ao desenvolvimento da religião. Deus e a bíblia começaram a ser vistos
como produtos da evolução da consciência religiosa do homem. Em consentimento geral, já
que o homem não é culpado pelo pecado original, não haveria necessidade de Cristo como
Salvador.

18
A doutrina da evolução atingiu a superioridade racial, justamente por esse pensamento
darwiniano de sobrevivência dos mais aptos, além de atingir as normas para uma ética
absoluta. Como diz Cairns:

Um bom comportamento é simplesmente aquele que cada geração julga


melhor para a própria conduta da sociedade. A doutrina da evolução tem
sido usada também para celebrar a guerra como a sobrevivência dos mais
fortes (CAIRNS, 2008, p. 450).

Para Mart de Groot (1999, p. 22) a curiosidade humana não se limita apenas em
aspectos físicos da natureza. Ela tem levado a questões mais profundas sobre a origem,
propósito e destino dos seres humanos. A intenção de Deus em criar o universo e de popular
com criaturas inteligentes foi não somente para nos prover com muitos campos interessantes
de estudo, mas também para nos levar a Ele como o Criador, e assim para uma visão mais
profunda de que toda nossa existência é inteiramente dependente dEle.

5 O COMUNISMO
Nos capítulos anteriores foi analisado que a igreja enfrentou desafios entre 1789–1914,
que são marcados como inimigos da fé. A igreja no século XX, também, sofreu com as
influências do comunismo. Socialismo tem seus fundamentos na filosofia de Karl Marx (1818
-1883), um materialista.

5.1 Karl Marx


Karl Marx (1818-1883) nasceu em Trier, na Alemanha. Seu pai, Heinrich Marx, era
um advogado judeu convertido ao protestantismo, sendo adepto às ideias liberais e
democráticas. O ambiente familiar de Marx se tornou um lugar de discussão em torno de
teóricos liberais e iluministas, como Rousseau e Voltaire. Permaneceu na sua cidade natal até
finalizar o ginásio, em seguida ingressou na Universidade de Bonn, aos 17 anos de idade.
Após iniciar o curso de Direito transferiu-se para Berlim para concluir seus estudos em
Filosofia. Em 1841 recebeu seu doutorado em filosofia pela Universidade de Iena, onde
defendeu sua tese sobre os filósofos materialistas da antiguidade, Epicuro e Demócrito
(SIQUEIRA, 2011, p. 4).

19
Pensador revolucionário alemão, treinado como filósofo social, que passou a
maior parte de sua vida na Inglaterra escrevendo o seu principal trabalho,
Capital. Marx era originalmente um seguidor de esquerda de G. W. F. Hegel,
mas se tornou um materialista seguindo Ludwig Feuerbach e "virou o lado
direito de Hegel" aplicando a dialética de Hegel a uma análise da história
como produto da luta de classes econômicas (EVANS, 2002, p. 73).

Durante sua vida, Marx passou por diversos lugares. Especialmente como redator de
um jornal chamado Rheinische Zeitung, empenhou-se por divulgar suas ideias, mas foi
impedido pelas autoridades por causa do seu radicalismo pertinente (BROWN, 2007, p. 115).

Marx foi preso, processado por crime de sedição, absolvido, mas expulso da
Alemanha. Passou o restante da sua vida em Londres, vivendo em relativa
pobreza, onde gastava boa parte do seu tempo no Museu Britânico, reunido
material para sua grande analise do capitalismo, Das Kapital (1867)
(BROWN, 2007, p. 115).

Karl Marx também foi influenciado por Adam Smith, com a ideia de que somente o
trabalho cria o valor. Além Adam Smith, o método de Georg Hegel foi utilizado por Karl
Marx, por substituir o Ser Absoluto de Hegel pelo materialismo “Na década 1840, Max ficou
conhecendo Friedrich Engels (1820-1895) (BROWN, 2007, p. 115) e “junto com ele, eles
desenvolveram as ideais principais das suas doutrinas no panfleto O manifesto Comunista”.
Para Marx a realidade era apenas a matéria em movimento. A partir de então ele desenvolveu
ideias de que todas as instituições da sociedade, seja religiosa, socialista ou políticas são
“determinadas pela forma em que o homem ganha a vida”. Ele observou que tal processo
desenvolve uma luta de classes como consequência do capitalismo que toma o que excede e o
de maior valor, chamado por ele de valia. Para sistematizar essas ideias, Marx utilizou a
lógica hegeliana, onde o capitalismo é a aintítese que seria destruído pelo proletariado, para
surgir uma sociedade sem classes sociais (CAIRNS, 2008, p. 451).
Segundo Brown, (2007, p.115) para Karl Marx “a religião é na verdade a
autoconsciência e o autoconhecimento do homem, enquanto este ainda não tiver encontrado
meios de se sustentar em pé no universo”. O homem faz a religião, a religião não faz o
homem. A religião é o ópio do povo. Segundo McAllister (1998), “para Marx, a religião
preveniu as pessoas de se elevaram contra aqueles que se oprimiam”.

20
5.2 Obras principais
A ideologia alemã (1846) representa a primeira exposição estruturada da concepção
materialista da história e é o texto central dos autores (Karl Marx e Friedrich Engels) acerca
da religião.
O Manifesto Comunista (1848): Em parceria com Friedrich Engels, critica a propriedade
privada e o modo de produção capitalista (que privilegia os detentores dos meios de
produção) e a forma com que a sociedade acabou se estruturando em função disso. O
manifesto também busca demonstrar que o proletariado pode organizar-se para reverter essa
situação, na chamada luta de classes (SIQUEIRA, 2011, p.16).
O Capital (1867): Um conjunto de livros (sendo apenas o primeiro publicado enquanto Marx
ainda era vivo, pois todos os outros são de publicação póstuma), considerados um marco no
pensamento Marxista, pois expõem conceitos econômicos complexos como o da mais-valia,
dos diferentes tidos de capital e da produção capitalista como um todo (SIQUEIRA, 2011,
p.21).

5.3 A influência do socialismo na igreja no século XX


Tem várias pensamentos e movimentos que influenciarem a fé crista. Segundo Cairns
(2007, p. 451):
1. O socialismo cristão desenvolveu-se na Escandinavia e na Inglaterra. Seus
pensadores preferiram “uma forma mais suave de socialismo que desenvolveu cooperativas,
centros de treinamento para operários e sindicatos de trabalhadores em vez do controle do
capital pelo Estado”
2. Marx foi influenciado pela filosofia de Hegel, mas ele substituiu o Ser Absoluto de
Hegel pelo materialismo. A realidade era somente matéria em movimento.
3. Por causa do materialismo, se desenvolveu a luta de classes visando o capitalismo.
4. Marx e seus seguidores achavam que “homem vive do pão somente” ignoram o
pecado humano.
5. Não há lugar para Deus nem para a Bíblia em seu sistema de crenças ou
pensamento.
As concepções de Marx provocaram grande inimizade contra a fé bíblica. Ele não
aceitava a religião como algo benéfico para o povo. As formas de socialismo defendidas por
ele causaram graves consequências para os religiosos.

21
6 CONCLUSÃO
As influências das revoluções podem ser sentidas até a atualidade. Martinho Lutero
conquistou liberdade da opressão religiosa com o objetivo de levar o povo a ter a Bíblia como
única regra absoluta a ser seguida. Mas com o passar do tempo surgiram pessoas que se
esforçaram para trazer descrédito a Palavra de Deus. Kant estimulou a alta crítica, que foi
levada avante por Schleiermacher. Quando os homens deixaram de crer na autoridade da
Bíblia eles foram levados a outros caminhos que trouxe desastrosas consequências. O
materialismo trouxe consigo o sangue de milhares de pessoas para que alguns pudessem
enriquecer. O evolucionismo também deixou seu legado destruidor, pois fez das pessoas
meros “animais egoístas” que deveria lutar pela própria sobrevivência. Por fim, o comunismo
que estimulou as pessoas a considerar que apenas existe o que se pode visualizar e tocar, tal
radicalismo fez com que milhares de religiosos fossem mortos física e mentalmente. No
entanto, após vários séculos, desde que o iluminismo iniciou, a Bíblia continua sendo
valorizada. Ainda há pessoas fiéis a Deus que usam a luz divina para libertar pessoas das
trevas morais presente no mundo.

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