As letras do punk rock são tipicamente francas e conflituosas em comparação com outros
gêneros musicais populares e freqüentemente abordam questões sociais e políticas.
[21] Canções como "Career Opportunities", do Clash, e "Right to Work", do Chelsea, lidam com o desemprego e a dura realidade da vida urbana. Principalmente em seu início (final do ano de 1976, com o lançamento do sigle "New Rose" do The Damned em outubro), o punk britânico tinha como objetivo central ultrajar e se chocar com sistema vigente. Clássicos de 1977 dos Sex Pistols, como "Anarchy in the UK" e "God Save the Queen", abertamente afrontavam o sistema político e os costumes sociais britânicos. "O punk foi uma completa revolta cultural. Foi uma grave confrontação com o lado obscuro da história e da cultura, com as fantasias da direita, com os tabus sexuais, uma investigação de maneira minuciosa que nunca havia sido feito antes por qualquer geração". [22] Contudo, outras temáticas comuns se manifestaram em representações anti-sentimentais dos relacionamentos e do sexo, exemplificada em "Love Comes in Spurts", da banda norte-americana The Voidoids, ou ainda a anomia que se manifestou diversas vezes inspirados pelo "Blank Generation" (título de uma música e do álbum do The Voidoids) ou na rudeza dos Ramones, como na letra "Now I Wanna Sniff Some Glue". Outras vezes, muitas letras de punk rock tratam de assuntos já tradicionais dentro do rock, como o namoro, decepções amorosas e sair com alguém; a abordagem variava entre a falta de emoção e a simplicidade agressiva padrão dos Ramones, como em "I Wanna Be Your Boyfriend" , e um estilo mais sincero e sem ambiguidades de muitos grupos pop punks que surgiriam depois. Em 1976, os Ramones e os Sex Pistols realizaram uma turnê pelo Reino Unido, que inspirou o surgimento da primeira leva de bandas de punk britânicas, como The Clash, The Damned, Buzzcocks e muitas outras através do princípio do "Faça você mesmo". Quando os Sex Pistols excursionaram para os Estados Unidos América, eles difundiram sua música para a Costa Oeste - quando antes, o punk era um fenômeno basicamente da Costa Leste, em especial em New York e Washington DC - e deram impulso a grupos como Dead Kennedys, X, Fear, The Germs, Circle Jerks e Black Flag. A partir da década de 1980, o punk rock evoluiu para muitos subgêneros. O primeiro deles é o movimento underground hardcore punk, nascido na América do Norte. O novo som era caracterizado inicialmente por tempos extremamente acelerados, canções curtas, letras baseadas no protesto político e social, revolta e frustrações individuais, cantadas de forma agressiva. Os principais expoentes desta vertente punk foram os grupos Black Flag, Minor Threat e Bad Brains. Este estilo se fundiu com vários gêneros e sub-gêneros, alguns dos quais experimentaram sucesso comercial, como skate punk, hardcore melódico e metalcore. Desde sua popularidade inicial na década de 1970 e interesse renovado surgido por uma reflorescimento na década de 1990, o punk rock continua sua luta para permanecer como uma forma underground de expressão anticorporativa. Este resultaram no surgimento de outros subgêneros de menor apelo comercial, como D-beat (de bandas como Discharge), anarcopunk (de bandas como Crass, grindcore (de bandas como Napalm Death) e crustcore (de bandas como Doom, Amebix, Nausea e Behind Enemy Lines). Estes estilos permanecem amplamente desconhecidos para o grande público em geral e tendem a se concentrar em questões como anarquismo, freeganismo, direitos animais, sexismo e racismo. New Wave Ver artigo principal: New Wave (música) Deborah Harry da banda Blondie (banda)Blondie em apresentação em Maple Leaf Gardens, em Toronto, em 1977
O punk rock atraiu devotos dentro de escolas de artes norte-americanas. Logo surgiram
bandas com abordagens mais letradas e artísticas, como os Talking Heads e o Devo, que começaram a se infiltrar na cena punk. Para essas bandas, foi criado o termo pós-punk, e para as outras que flertavam apenas com o pop, foi denominado o New Wave. Em alguns círculos, o termo New Wave começou a ser usado para descrever e diferenciar bandas abertamente "menos" punk. Se o punk rock foi um fenômeno social e musical, ele não caminhou em direção a recorde de vendas (pequenas gravadoras específicas como a Stiff Records tinham lançado muitos artistas punks até à época). O mesmo se deu com o número de execuções nas estações de rádio norte-americanas, que continuou a ser dominada pelo formatos mainstream, tais como a disco music e vertentes do rock comercial. Executivos das gravadoras, a maioria deles foi iludido pelo movimento punk como algo vendável, reconheceram o potencial da New Wave como estilo mais acessivo e começaram a assinar e comercializar qualquer banda que pudesse reivindicar uma conexão remota entre punk e new wave. Muitas dessas bandas, como The Cars e The Go-Go's eram essencialmente bandas de pop disfarçadas de new wave privilégios reais; outras, entre as quais The Police e The Pretenders, exploraram e deram impulso ao sucesso inicial dentro desse movimento e colheram frutos de uma carreira longa e artisticamente consagrada. Entre 1982 e 1985, influenciado por Kraftwerk, David Bowie e Gary Numan, a New Wave seguiu em direção do New Romantic de artistas como Duran Duran, A Flock of Seagulls, Culture Club, Talk Talk e Eurythmics, que, às vezes, utilizavam o sintetizador para substituir todos os outros instrumentos. Este período coincidiu com a ascensão da MTV nos Estados Unidos e levou a uma grande dose de exposição destes artistas do synth-pop. Algumas bandas de rock reinventaram-se e lucraram muito com exibições na MTV, por exemplo o Golden Earring, banda que fez muito sucesso com uma única canção na década de 1970 - "Radar Love" - e conseguiu emplacar um novo hit na década seguinte - "Twilight Zone". Apesar da popularização das muitas coletâneas de canções "Greatest of New Wave" que caracterizaram aquela época, a New Wave refere-se mais a uma época anterior de "vacas magras", de bandas de rock e power pop como The Knack ou, mais notoriamente, Blondie. Pós-punk Ver artigo principal: Pós-punk Paralelamente à new wave, o pós-punk desenvolvia-se como uma consequência natural do punk rock. De certa forma, o movimento estava preso ao pun