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Professor Autor
Maria Luíza Correa Muniz
Design Educacional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero
Diagramação
Izabela Cavalcanti
Coordenação
Hugo Carlos Cavalcanti
Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Terezinha Mônica Sinício Beltrão
Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra
Novembro, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB
M963e
Muniz, Maria Luíza Corrêa.
Ergonomia e Saúde Ocupacional: Curso Técnico em Segurança do Trabalho: Educação a
distância / Maria Luíza Corrêa Muniz. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional
de Pernambuco, 2018.
56 p.: il.
1. Ergonomia. 2. Gestão de segurança e saúde no trabalho. I. Muniz, Maria Luíza Corrêa. II.
Título.
CDU – 331:316.776
1.4 Norma Regulamentadora 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) ............. 19
Conclusão ............................................................................................................................................. 54
Referências ........................................................................................................................................... 55
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Encerraremos esta disciplina na 3ª semana, na qual será abordada uma ciência
denominada Ergonomia. Vamos aprender onde ela surgiu, qual a sua importância, classificação e
campo de aplicação. Por fim, iremos compreender como realizar uma análise ergonômica do trabalho
e qual a sua importância e utilidade.
Bons estudos!
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Competência 01
Aos poucos o homem foi percebendo que algumas substâncias de origem animal, vegetal
ou mineral, quando manipuladas ou ingeridas são capazes de produzir doenças e até mesmo de
causar a morte.
Há cerca de 400 anos, Paracelso discorreu:
“Todas as substâncias são tóxicas. Não há uma que não seja veneno. A dose correta é que
diferencia um veneno de um remédio.”
Imagine você doente em um hospital e um funcionário ao lhe atender se confundisse e
injetasse uma medicação em sua veia com o dobro da dose recomendada ou se você em sua casa
deixasse os materiais de limpeza espalhados e seu filho bebesse grande quantidade de um
desinfetante de ambientes. Esses acidentes poderiam gerar graves problemas de saúde!
Devemos ter a consciência de que no nosso cotidiano estamos cercados de produtos
químicos que podem ser prejudiciais a nossa saúde dependendo da forma que nos expomos a
eles. Estas substâncias também estão presentes nos ambientes de trabalho e em contato com o
corpo humano podem vir a gerar algum efeito indesejado.
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Competência 01
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Competência 01
Nessa época, as condições de trabalho eram precárias, não havia limites nas jornadas de
serviço, o ambiente era fechado e as máquinas sem nenhuma proteção. Consequentemente, as
doenças, os acidentes com mutilações e óbitos eram numerosos e as doenças infectocontagiosas se
espalhavam rapidamente. Observe a figura abaixo:
Nesse momento, em que a força de trabalho era explorada de forma desumana pensando
apenas na produtividade e no lucro das grandes indústrias, tornou-se necessária uma
intervenção na tentativa de preservar a vida dos trabalhadores. Foi nesse contexto que surgiu, na
Inglaterra, a medicina do trabalho.
O interesse inicial pela medicina do trabalho brotou de um proprietário de uma fábrica
têxtil chamado Robert Dernham, que estava preocupado com a saúde dos seus trabalhadores que
não dispunham de nenhum cuidado médico, além dos prestados por instituições filantrópicas.
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Competência 01
Dernham procurou o seu médico particular, Robert Baker, e lhe questionou qual seria a
melhor maneira para ele resolver esta situação. A resposta de Baker foi:
"Coloque no interior da sua fábrica o seu próprio médico, que servirá de
intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar a fábrica,
sala por sala, sempre que existam pessoas trabalhando, de maneira que ele possa
verificar o efeito do trabalho sobre as pessoas. E se ele verificar que qualquer dos
trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam ser prevenidas, a ele
competirá fazer tal prevenção. Dessa forma você poderá dizer: meu médico é a
minha defesa, pois a ele dei toda a minha autoridade no que diz respeito à proteção
da saúde e das condições físicas dos meus operários; se algum deles vier a sofrer
qualquer alteração da saúde, o médico unicamente é que deve ser responsabilizado".
Surgiu, assim, em 1830, quando Robert Dernham contratou Baker para trabalhar em sua
fábrica, o primeiro serviço de medicina do trabalho.
Gostaria que agora você relesse com atenção a resposta dada por Baker!
Se prestarmos atenção, poderemos observar em suas palavras elementos básicos das
expectativas do capital quanto às finalidades de um serviço de medicina do trabalho:
Serviços dirigidos por pessoas de inteira confiança do empresário e que estivessem
dispostas a defendê-lo;
Serviços que fossem centrados na figura do médico;
Seria uma tarefa eminentemente médica a prevenção dos danos à saúde resultantes
dos riscos do trabalho;
Ao médico cabia a responsabilidade pela ocorrência de problemas de saúde.
Devido à inexistência ou precariedade dos serviços de saúde e por contemplar as
expectativas dos empregadores, o modelo acima descrito se espalhou rapidamente entre vários
países. Os serviços de medicina do trabalho passaram a criar e manter a dependência do trabalhador
e de seus familiares ao mesmo tempo em que controlava diretamente a força de trabalho.
Algumas indústrias, em especial nos Estados Unidos, mantiveram-se muito resistentes em
prestar uma atenção especial aos problemas de saúde de seus trabalhadores. Nesses casos, as
primeiras iniciativas em relação a serviços médicos apenas surgiram a partir do aparecimento da
legislação sobre indenizações em casos de acidentes de trabalho. Aqui o interesse principal dos
empregadores era reduzir o custo das indenizações.
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Competência 01
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Competência 01
Como foi visto na videoaula você, futuro técnico de segurança do trabalho, fará parte da
equipe do SESMT. Mas quais serão suas funções e obrigações? Abaixo listaremos as possibilidades de
atuação desses profissionais:
Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao
ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e
equipamentos, de modo a reduzir ou até eliminar os riscos ali existentes à saúde do
trabalhador;
Determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco
e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de
Proteção Individual - EPI;
Colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da
empresa;
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Competência 01
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Competência 01
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Competência 01
Querido cursista, quando nos referimos à segurança do trabalho, a primeira palavra que
deve vir a nossa cabeça é prevenção, e o principal objetivo da CIPA é justamente o de apoiar as
empresas na adoção de medidas que eliminem, neutralizem, ou, pelo menos, reduzam os riscos
ocupacionais nos ambientes de trabalho.
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Competência 01
Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas. É importante checar se
as medidas adotadas estão surtindo o efeito desejado ou se precisam ser ajustadas;
Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho. Os
trabalhadores devem ser orientados sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho
de forma clara e precisa para se conscientizarem da importância das medidas de
prevenção;
Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador,
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho, relacionados
à segurança e saúde dos trabalhadores;
Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou
setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
Colaborar com o desenvolvimento e implementação do Programa de Controle Médico
de Saúde Ocupacional (PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e
de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;
Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como
cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no
trabalho;
Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise
das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos
problemas identificados;
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Competência 01
Da mesma forma dos dois outros serviços que estudamos acima, o PCMSO tem como
objetivo a promoção e a preservação da saúde dos trabalhadores só que através de ações de
prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho.
O que seriam ações de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce?
Quando uma empresa tem a preocupação de vacinar seus trabalhadores com a vacina de
DT ela está tomando uma medida de prevenção, ou seja, prevenindo que os funcionários venham a
adquirir tétano ou difteria.
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Competência 01
O rastreamento de uma doença como o diabetes, por exemplo, pode ser feito
submetendo todos os empregados (os que têm sintomas, queixas e os que não sentem nada) ao
exame de sangue de glicemia em jejum. Sendo assim, estamos procurando, rastreando casos de
diabéticos nos nossos trabalhadores.
Quando realizamos exames temos a possibilidade de fazer um diagnóstico precoce de
determinado agravo, ou seja, descobrir uma doença antes que o doente apresente sintomas e seja
prejudicado. Dessa forma, pode se iniciar um tratamento precocemente e melhorar as chances de
um tratamento bem-sucedido.
No funcionamento do PCMSO, o empregador tem algumas obrigações, entre elas
podemos citar:
Garantir a elaboração e implementação do PCMSO, bem como a sua eficácia;
Custear, sem ônus para os empregados, todos os procedimentos relacionados ao
PCMSO;
Indicar ou contratar um médico para coordenar o PCMSO.
Já ao médico coordenador do programa compete:
Realizar os exames médicos previstos ou encaminhar o trabalhador para médico
familiarizado com os princípios e causas da doença;
Encarregar-se dos exames complementares profissionais e/ou entidades devidamente
capacitados, equipados e qualificados.
O PCMSO deverá obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de
saúde a serem executadas durante todo o ano. Estas ações vão compor um relatório anual que
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Competência 01
também deverá detalhar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos,
incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados considerados
anormais, assim como o planejamento para o próximo ano.
Prevê ainda a realização obrigatória de exames médicos de acordo com a idade do
funcionário, a atividade exercida, o tempo de serviço e a sua situação na empresa. Nesses exames
devem ser realizados uma avaliação clínica com exames físico e mental e o histórico do trabalhador
e exames complementares, caso necessário, como exames de sangue, urina e imagem, por exemplo.
Essa NR fala ainda que todo estabelecimento deve estar equipado com material
necessário à prestação dos primeiros socorros e que este material vai variar de acordo com as
características da atividade desenvolvida na empresa. Esta caixa de primeiros socorros ou armário
deve estar em local de fácil acesso e sob a guarda de pessoa treinada para usá-lo.
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Competência 01
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Competência 02
No intuito de diminuir esses danos, torna-se necessária a investigação dos riscos no local
de trabalho para conhecer a que fatores os funcionários estão expostos e que possíveis medidas de
proteção podem ser aplicadas.
Podemos avaliar os riscos ambientais existentes em um ambiente de trabalho de duas
formas:
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Competência 02
Os riscos físicos são as diversas formas de energia, às quais os trabalhadores podem estar
expostos. Os agentes geradores deste risco possuem a capacidade de alterar as características físicas
do meio ambiente, exigem um meio de transmissão para propagar sua nocividade e agem até mesmo
sobre indivíduos que não têm contato direto com a fonte de risco. São eles: ruído, vibração, radiações,
extremos de temperatura, pressões anormais e umidade.
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Competência 02
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Competência 02
Outros agentes existentes nos ambientes laborais e que são passíveis de causar danos aos
colaboradores são os riscos ergonômicos e de acidente ou mecânicos.
Os riscos ergonômicos estão ligados à execução de tarefas, à organização e às relações de
trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário
inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos
excessivos, trabalho em turno diurno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e
repetição. Engloba também os fatores psicossociais e entre eles podemos citar as situações
causadoras de estresse e o relacionamento interpessoal entre o trabalhador e seus colegas de
trabalho ou a chefia.
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Competência 02
O mapa de risco é a representação gráfica (em uma planta baixa) dos fatores de risco
existentes em um setor de trabalho ou em toda a empresa. Esta representação é feita através de
círculos de diferentes cores e tamanhos, permitindo fácil visualização de todos os riscos de uma
empresa.
Cada fator de risco é identificado por uma cor diferente que o representa, e o tamanho
dos círculos vai ser de acordo com a graduação do risco que pode ser classificado em pequeno (leve),
médio e grande (elevado). Essa graduação vai ser mensurada em conformidade com as sensibilidades
dos trabalhadores.
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Competência 02
Agora que já sabemos elaborar um mapa de riscos vamos conhecer alguns benefícios
ao adotá-lo:
1) Identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os
trabalhadores poderão estar expostos;
2) Conscientização quanto ao uso adequado das medidas e dos equipamentos de
proteção coletiva e individual;
3) Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de
trabalhadores e danos patrimoniais;
4) Facilitação da gestão de saúde e segurança no trabalho com aumento da segurança
interna e externa;
5) Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e
lucratividade.
Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de riscos, completo ou setorial, deverá
ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os
trabalhadores. O ideal é que logo na entrada da empresa tenha um mapa de riscos de todos os setores
da mesma informando, assim, a todos os trabalhadores e funcionários dos riscos que podem ser
encontrados em cada ambiente.
Divulgar as informações é muito importante! Os resultados do mapa de risco têm que
estar sempre expostos. Imagine que você trabalha em uma empresa que tem uma rampa de acesso
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Competência 02
a qual você nunca prestou atenção. Em determinado momento a equipe de segurança do trabalho
informa que naquele local já ocorreram vários acidentes e decidem colocar piso antiderrapante,
sinalizadores e corrimões. A partir deste momento você vai identificar aquele local como sendo
perigoso, vai comentar com seus colegas de trabalho e vai tomar mais cuidado ao passar por lá,
evitando assim outro acidente.
Como vimos no exemplo acima, não adianta apenas fazer inspeções no ambiente de
trabalho e identificar riscos. Precisamos pensar em soluções para que os riscos não causem mais
doenças, nem acidentes. É preciso pensar em medidas que protejam os funcionários.
1. Agentes Físicos
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Competência 02
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Competência 02
Vamos agora enumerar as medidas de controle do agente físico radiação não ionizante:
Utilizar protetor solar;
Utilizar blusas de manga, calças compridas, chapéu árabe, óculos de sol e protetor
solar.
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Competência 02
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Competência 02
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Competência 02
2. Agentes Biológicos
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Competência 02
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Competência 02
3. Agentes Químicos
São identificados pelo grande número de substâncias que podem contaminar o ambiente
de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos trabalhadores. Vamos, agora,
enumerar as medidas de controle dos agentes químicos:
Substituição do agente, substância, ferramenta ou tecnologia de trabalho por outro
mais seguro, menos tóxico ou lesivo;
Mudanças ou alteração do processo produtivo por automatização.
Enclausuramento da operação, impedindo a dispersão do contaminante para o
ambiente de trabalho.
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Competência 02
4. Riscos de Acidente
Medidas de controle gerais que podem ser utilizadas para todos os riscos:
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Competência 03
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Competência 03
Logo após a guerra, já havia muitos profissionais envolvidos em projetos que visavam
adaptar os instrumentos às características e capacidade dos soldados que operavam as máquinas.
Em 12 de julho de 1949, na Inglaterra, essas pessoas se reuniram e foi lá onde oficialmente nasceu a
ergonomia. Na mesma época, nos Estados Unidos, a marinha e a força aérea, juntas, montaram um
laboratório de pesquisa ergonômica com o objetivo de aperfeiçoar aeronaves e submarinos. Por fim,
a ergonomia ganhou impressionante avanço e enorme desenvolvimento tecnológico, disseminando-
se rapidamente pela América e Europa, após a Corrida Espacial e a Guerra Fria.
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Competência 03
Vários aspectos são estudados na ergonomia como, por exemplo, postura e movimentos
corporais (trabalho sentado, trabalho em pé, movimentação de cargas e levantamento de peso),
informações captadas pela visão e audição, controle (relação de mostradores e controles) e cargos e
tarefas.
O homem se torna o centro das atenções e cuidados, ele agora é a peça fundamental do
sistema de produção. Os conceitos foram invertidos: se antes o homem tinha que se adaptar ao meio
laboral, agora, o trabalho, os equipamentos e o meio é que têm de se moldar ao homem. A
constituição, o potencial e as limitações humanas são analisados e não será exigido além da
capacidade individual de cada pessoa.
Mas o que significa adequar os equipamentos à natureza do trabalho?
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Competência 03
Significa que os equipamentos devem facilitar a execução da atividade. Por exemplo, uma
cadeira pode ser confortável para assistir televisão, mas ser inconveniente a uma secretária que
precisa ter acessos alternativos ao arquivo, ao microcomputador e ao telefone para realizar as suas
tarefas. A cadeira que pode atender à natureza da atividade da secretária deve ter: rodízios, encosto,
estofamento, regulagem de altura e dos braços, etc.
Concluímos então que não há uma cadeira ergonômica de uso geral a todo tipo de
atividade!
Além disso, o trabalho deve ser motivador e permitir a satisfação física e mental do
funcionário e não ser encarado apenas como um meio de sobrevivência. Existe uma preocupação
com as consequências sanitárias e psicológicas do ambiente, procurando torná-lo agradável e são.
Acredito que já tenha ficado claro que os principais objetivos da ergonomia são o
conforto, a segurança e o bem-estar dos trabalhadores!
Vamos imaginar um ambiente de trabalho onde o trabalhador passe o dia em pé, tenha
uma equipe que não colabore, o clima de trabalho seja estressante, o ambiente sujo e ele não seja
valorizado pelos seus superiores. A tendência é esse funcionário não gostar do seu emprego e não se
sentir bem nesse ambiente. As consequências serão doenças, faltas, atrasos, insatisfação e
diminuição da produtividade.
O aumento da produtividade não é um objetivo da ergonomia, mas em geral acaba sendo
uma consequência. Temos que entender que trabalhadores saudáveis e satisfeitos acabam
produzindo mais.
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Competência 03
Você sabia que a Ergonomia se divide em três fases distintas? São elas:
Primeira Fase ou Ergonomia Tradicional - Nesta fase, os cientistas tinham como
objetivo redimensionar os postos de trabalho e, dessa forma, possibilitar um melhor
alcance motor e visual dos funcionários. Os estudos ficaram centrados nas características
físicas e perceptivas do ser humano e na aplicação de dados no design de controles,
displays e arranjos de interesse militar.
Segunda Fase ou Ergonomia do Meio Ambiente - Passa a se entender a relação do
homem com o meio ambiente, os postos de trabalho são projetados de tal forma que
isolam o trabalhador do ambiente industrial agressivo. Surge a preocupação com os
efeitos que a temperatura, o ruído, a vibração, a iluminação e os aerodispersóides podem
causam no homem. Nesta fase, as dimensões do trabalho e o ambiente passam a ser
adequados ao homem.
Terceira Fase ou Ergonomia de Software ou Cognitiva - A Ergonomia começa a operar
em outro ramo científico, estudando e elaborando sistemas de transmissão de
informação mais adequados à capacidade mental do homem, muito comum à informática
e ao controle automático de processos industriais. Nesta fase, dá-se ênfase ao processo
cognitivo do ser humano.
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Competência 03
Aqui as ações serão realizadas em ambientes reais onde as atividades laborais já são
efetuadas. É quando se identificam problemas ergonômicos em algumas funções e são necessárias
medidas para saná-las. Em algumas situações, a saúde e a segurança dos trabalhadores estão sendo
colocadas em risco e, em outras, os problemas estão interferindo diretamente na produção. Nos dois
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Competência 03
casos, os problemas têm que ser resolvidos. Um aspecto problemático é que as soluções adotadas,
muitas vezes, não são completamente satisfatórias, exigindo custo elevado de implantação.
3. Ergonomia de Conscientização
4. Ergonomia de Participação
Entretanto, você, aluno, como futuro técnico de segurança do trabalho, tem que saber o
diferencial. Este risco envolve todos os fatores citados acima que estão associados a um ambiente de
trabalho cansativo e com sobrecargas físicas, entretanto tudo que envolva o lado psicossocial do ser
humano também é risco ergonômico.
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Competência 03
Podemos até falar que o risco ergonômico se divide nesses dois grandes leques de fatores.
Um deles associado ao esforço desempenhado em atividades penosas e o outro relacionado ao lado
psicológico e à convivência do trabalhador com os colegas no ambiente de trabalho.
Os fatores que envolvem o lado psicossocial do trabalhador não devem ser considerados
de menor importância, pois eles também podem afetar o trabalhador levando-o ao adoecimento.
Outros exemplos de riscos ergonômicos: relações desgastadas de trabalho, esforço físico
intenso, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas,
controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e
noturno, jornadas de serviço prolongadas, monotonia, repetição e outras situações causadoras de
estresse físico e /ou psíquico.
1. Transporte de Carga
Sempre que possível, aproximar a carga do corpo quando ela estiver sendo levantada
ou depositada;
Nos estoques, os itens manuseados com maior frequência e os mais pesados devem
ficar depositados próximos da altura ideal de75 cm;
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Competência 03
Os objetos para serem carregados devem ter duas alças ou furos laterais para o encaixe
dos dedos com as duas mãos e devem ser levantados com a palma das mãos. O uso
somente dos dedos deve ser evitado, pois dessa forma se obtém menos força;
O volume não deve ter protuberâncias ou cantos cortantes nem deve ser muito quente
ou frio, a ponto de dificultar o contato;
Fazer uso da mecânica corporal (deixar os pés totalmente apoiados no chão e mantê-
los afastados, manter as costas eretas o máximo possível, flexionar os joelhos e não curvar
a coluna) e utilizar vestimentas que permitam liberdade de movimentos. Usar sapatos
fechados e antiderrapantes;
Sempre que possível, fazer uso de equipamentos para levantamento e transporte de
carga, com o objetivo de aliviar o trabalho humano.
2. Trabalho em Pé
Intercalar tarefas que exijam longo período de tempo em pé com atividades que
possam ser realizadas sentada ou andando;
Permitir que os trabalhadores possam se sentar, nas pausas;
Conter bancadas reguláveis;
Reservar espaço suficiente para as pernas e os pés;
Evitar alcances excessivos com os braços, evitando assim inclinação e rotação do
corpo;
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Competência 03
Alternar a postura.
Figura 30 – Trabalho em Pé
Fonte: http://taolegal.net/dia-do-balconista/ (2016)
Descrição: a figura 30 mostra um balconista de farmácia atendendo.
3. Trabalho Sentado
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Competência 03
Medidas Gerais
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Competência 03
Esta NR tem como objetivo definir parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Dessa forma, busca-se
proporcionar um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente. Estas condições de trabalho
incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário,
aos equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho.
Com o intuito de manter a saúde e prevenir os acidentes entre os trabalhadores
designados para o transporte manual de cargas, a NR 17 discorre sobre como o trabalhador deve
realizar essas atividades e ressalta as diferenças que devem ser respeitadas no caso de trabalhadores
muito jovens e de mulheres.
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Competência 03
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Competência 03
1. Análise de Demanda
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Competência 03
2. Análise da Tarefa
3. Análise da Atividade
Aqui será feita uma avaliação de como o homem se comporta no ambiente de trabalho.
É o passo a passo que o indivíduo executa para alcançar os objetivos de produção. As atividades que
os trabalhadores exercem são influenciadas por fatores interno e externos. Entre os fatores internos,
podemos citar as características do trabalhador quanto à formação, experiência, idade, sexo, medidas
antropométricas, disposições momentâneas como motivação, sono / vigília e fadiga. Já os fatores
externos fazem referência às condições em que as atividades são executadas como as condições
ambientais de trabalho (ruído, calor, vibração, iluminação, gases e poeiras), as condições técnicas do
trabalho (materiais, máquinas, ferramentas, documentos, softwares) e as condições organizacionais
de trabalho (trabalho noturno, pausas, horários e ritmo de trabalho).
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Competência 03
4. Diagnóstico
Nesta fase, realiza-se a síntese da AET. Através de vários fatores relacionados ao trabalho
e à empresa, que podem influenciar o trabalho, precisamos evidenciar as causas que provocam o
problema que foi descrito na análise de demanda. Por exemplo: acidentes podem ser causados por
iluminação inadequada, equipamentos sem manutenção e sinalização incompleta; já a taxa de
absenteísmo em operadores de telemarketing pode ser devido à pressão da chefia e ambiente de
trabalho competitivo.
5. Recomendações
53
Conclusão
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Referências
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CAO/ACIDENTESTRABALHO.HTM
55
Minicurrículo do Professor
FORMAÇÃO
EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS
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