11/18/2020 Coronavac produz anticorpos contra a Covid em 97% dos participantes, revelam dados publicados - 17/11/2020 - Equilíbrio e Saúd…

CORONAVÍRUS (HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/COTIDIANO/CORONAVIRUS)

Coronavac produz anticorpos contra a Covid em 97%

dos participantes, revelam dados publicados
Primeiros resultados de testes de fase 1 e 2 no país chinês foram publicados nesta
terça em revista científica

17.nov.2020 às 20h30

Ana Bottallo (https://www1.folha.uol.com.br/autores/ana-bottallo.shtml)

SÃO PAULO A vacina contra a Covid-19 da fabricante chinesa Sinovac

(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/06/doria-anuncia-producao-de-vacina-contra-coronavirus-ate-junho-

é segura e tem capacidade de produzir resposta imune no

de-2021.shtml)

organismo 28 dias após sua aplicação em 97% dos casos, segundo um artigo
revisado por pares e publicado nesta terça-feira (17) na revista científica
Lancet Infectious Diseases (https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30843-
4/fulltext).

Os resultados são fruto da análise dos ensaios clínicos de fase 1 e 2

conduzidos na China nos meses de abril e maio com 744 voluntários
Sua assinatura vale muito.
saudáveis
ENTENDA de 18 a 59 anos e sem histórico de infecção pelo coronavírus Sars-
CoV-2.

Embora a vacina Coronavac já esteja em fase 3 de teste (a última antes da

aprovação)
Jornalismoem
quehumanos
fiscaliza oem diversos
poder países,
público incluindo
e veicula notíciasoúteis
Brasil, onde o
e inspiradoras.
imunizante é testado em parceria com o Instituto Butantan
ASSINE A FOLHA
(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/anvisa-autoriza-a-retomada-de-testes-da-vacina-
(HTTPS://LOGIN.FOLHA.COM.BR/ASSINATURA/391202)
coronavac.shtml), trata-se da primeira publicação oficial dos testes das fases
Oferta especial R$ 1,90 no primeiro mês

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/coronavac-produz-anticorpos-contra-a-covid-em-97-dos-participantes-revelam-dados-pub… 1/5
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anteriores. Todas as outras vacinas em fase 3 já tinham tido seus resultados

de fase 1 e 2 publicados.

Na última semana, as farmacêuticas Pfizer e Moderna divulgaram resultados

preliminares (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/uma-luz-no-tunel-contra-a-covid-19.shtml)
e animadores mais avançados, de fase 3, com base em análise interina de
dados. Ambas apresentaram eficácia acima de 90%, mas os detalhes não
foram publicados em revista científica por enquanto.

O estudo randomizado, duplo-cego e controlado (considerado o padrão ouro

porque divide os participantes de forma aleatória em grupos, sem que
saibam se estão tomando a vacina ou um placebo, para evitar viés)
apresentou bons resultados, com a produção de anticorpos já verificada após
14 dias, com o pico de produção aos 28 dias.

Foram avaliadas 144 pessoas na fase 1 e outras 600 pessoas na fase 2,

totalizando 744 voluntários, dos quais 743 receberam a vacina ou placebo
(um voluntário desistiu durante o estudo).

Uma boa notícia é que a vacina induziu à produção de anticorpos

neutralizantes (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/08/em-equilibrio-sistema-imune-e-arma-
contra-covid-19-e-outras-doencas.shtml),
cuja função é justamente impedir a entrada do
vírus nas células, sugerindo que a vacina pode ser eficaz em impedir a
infecção e não apenas o desenvolvimento da doença. Não foram analisados,
porém, os linfócitos T (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/07/celulas-t-podem-indicar-
imunidade-mais-ampla-a-covid-afirma-estudo.shtml), responsáveis por garantir proteção celular.

Na fase 1, os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos. O

Sua assinatura vale muito.
primeiro recebeu a dose mais baixa da vacina e, após sete dias, os
ENTENDA
voluntários do segundo grupo receberam a dose mais alta. Em cada grupo foi
aplicada uma dose reforço após 14 dias.

JáJornalismo
na fase 2, os
que600 participantes
fiscaliza foram aleatoriamente
o poder público e veicula notíciasdistribuídos em três
úteis e inspiradoras.
grupos. O primeiro e o segundo receberam as doses mais baixa e mais alta do
imunizante, respectivamente, e ASSINE A FOLHA
o terceiro, placebo.
(HTTPS://LOGIN.FOLHA.COM.BR/ASSINATURA/391202)

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https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/coronavac-produz-anticorpos-contra-a-covid-em-97-dos-participantes-revelam-dados-pub… 2/5
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A seroconversão, ou seja, a presença de anticorpos no sangue específicos

contra o coronavírus, foi identificada já 14 dias após a primeira dose na fase
1, mas apenas em metade (12 de 24) dos indivíduos que receberam a vacina
de dose alta e em 45,8% (11 de 24) dos indivíduos que foram imunizados com
a dose mais baixa. Após 28 dias, essa taxa subiu para 83% (20 de 24). Não foi
detectada a presença de anticorpos neutralizantes nos indivíduos que
receberam o placebo.

Já nos 600 participantes da fase 2, a seroconversão foi identificada em 92,4%

(109 de 118) indivíduos após 14 dias da imunização com a dose mais baixa e
em 98,3% (117 de 119) dos que receberam a dose mais alta 14 dias depois.
Passados 14 dias, quando foi aplicada a segunda dose, a seroconversão
identificada foi de 94,1% (111 de 118) nos indivíduos com a dose mais baixa e
99,2% (117 de 118) naqueles que receberam a injeção mais potente.

Como ambas as vacinas induziram uma resposta imune, os pesquisadores

afirmam que não há diferença significativa na dosagem para produção de
anticorpos neutralizantes, mas, sim, no tempo da administração. O esquema
de duas doses com intervalo de 28 dias entre elas foi o melhor para alcançar
mais rapidamente uma taxa elevada de anticorpos no sangue
(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/10/estudo-sugere-queda-de-anticorpos-associada-a-segunda-onda-

de-covid-na-inglaterra.shtml).

No entanto, os autores afirmam que, dada a situação de emergência da

pandemia, em um intervalo de 14 dias entre as doses já é possível detectar
anticorpos no sangue, e essa pode ser uma opção para imunizar mais
rapidamente a população.
Sua assinatura vale muito.
Os efeitos adversos (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/09/entenda-quais-os-possiveis-
ENTENDA
efeitos-adversos-que-podem-surgir-no-desenvolvimento-de-uma-vacina.shtml) reportados
foram brandos,
e o mais comum deles foi dor no local da injeção (reportado por cerca de
35% dos participantes de cada grupo). Não houve nenhum efeito colateral
Jornalismo que fiscaliza o poder público e veicula notícias úteis e inspiradoras.
grave que pudesse indicar uma possível falha na segurança da vacina.
ASSINE A FOLHA
Em relação às diferentes dosagens, ambas foram bem toleradas, com poucas
(HTTPS://LOGIN.FOLHA.COM.BR/ASSINATURA/391202)
diferenças significativas. Os autores afirmam que, diferentemente de outras
Oferta especial R$ 1,90 no primeiro mês
vacinas cujas plataformas vacinais são vetores virais não replicantes (como

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/coronavac-produz-anticorpos-contra-a-covid-em-97-dos-participantes-revelam-dados-pub… 3/5
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os adenovírus, tecnologia utilizada nas vacinas da Oxford/AstraZeneca

(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/07/vacina-de-oxford-e-segura-e-produz-resposta-imune-diz-estudo-

na-revista-lancet.shtml),
da Johnson & Johnson (https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/10/anvisa-e-
comunicada-de-interrupcao-dos-testes-para-vacina-contra-covid-da-johnson-johnson.shtml) e pela Sputnik V

(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/09/vacina-russa-produz-imunidade-contra-novo-coronavirus-

mostram-primeiros-dados-publicados.shtml)) e genéticas (como as da Pfizer

(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/vacina-da-pfizer-tem-mais-de-90-de-eficacia-em-resultados-

e Moderna (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/eficacia-da-vacina-da-
preliminares.shtml)

moderna-e-quase-95-mostram-resultados-preliminares.shtml#comentarios)), a febre não foi um efeito

adverso comum da Coronavac.

A vacina da farmacêutica Sinovac é feita a partir de vírus inativados. A ideia é

modificar o coronavírus Sars-CoV-2 tornando-o não infectante.

Até a fase 1, os cientistas utilizavam o cultivo de células Vero —linhagem de

células comumente utilizadas em culturas microbiológicas, sintetizadas a
partir de células isoladas dos rins de uma espécie de macaco na década de
1960 e usadas até hoje— para multiplicar o Sars-CoV-2 em laboratório.

A partir da fase 2, no entanto, a empresa passou a usar biorreatores, espécie

de “fábrica celular” industrial que utiliza calor, matéria-prima (células ou
partes dela) e movimento para produzir em larga escala células infectadas. O
vírus é então inativado e incorporado na vacina.

A produção de vacina com o vírus total inativado é semelhante à utilizada

para a produção da vacina da raiva. Esse tipo de vacina, porém, necessita de
grandes testes de segurança. A fase 3 que está em andamento no Brasil deve
seguir por, no mínimo, seisSua
meses.
assinatura vale muito.
ENTENDA
Nesta terceira etapa, algumas dúvidas importantes, como o tempo de
duração da proteção contra o vírus, se o imunizante é capaz de impedir a
infecção ou apenas proteger contra o quadro mais severo da doença e se a
Jornalismo
vacina induzque fiscaliza
resposta o poder
imune daspúblico
célulaseTveicula
devemnotícias úteis e inspiradoras.
ser respondidas.

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A empresa já iniciou também um A FOLHA
estudo clínico
(HTTPS://LOGIN.FOLHA.COM.BR/ASSINATURA/391202)
(https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/09/vacina-da-sinovac-e-segura-em-idosos-mas-produz-resposta-

imune-mais-baixa.shtml)pessoas com
Ofertamais deR$60
especial anos
1,90 de idade,
no primeiro mês e os resultados

https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/11/coronavac-produz-anticorpos-contra-a-covid-em-97-dos-participantes-revelam-dados-pub… 4/5
11/18/2020 Coronavac produz anticorpos contra a Covid em 97% dos participantes, revelam dados publicados - 17/11/2020 - Equilíbrio e Saúd…

preliminares deste estudo, divulgados no início de setembro, apontam para

uma resposta imune nesse grupo, embora mais baixa do que a observada em
indivíduos com idade entre 18 e 59 anos. A vacina se mostrou segura também
nesta faixa etária.

Não há, ainda, uma vacina (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/09/governo-libera-r-25-

bi-para-brasil-entrar-na-alianca-internacional-por-vacinas-contra-covid.shtml) aprovada para uso na

população que combata a Covid-19. Dezenas de imunizantes estão em testes

em humanos (https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2020/10/corrida-por-vacina-contra-covid-19-tem-
cerca-de-200-candidatas-no-mundo-conheca.shtml) , proveniente de diferentes países e com o

emprego de tecnologias distintas.

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