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Regina Schlink
Apêndice
1 Literatura
2 Índice Remissivo
Em adição à determinação de pH, pesagem e titulação ácido-base, a determinação da quantidade
de água é um dos mais freqüentes métodos utilizados em laboratórios no mundo. Em adição aos
métodos que requerem aparatos complexos, como espectrometria de infravermelho, cromatografia
a gás ou espectroscopia de microondas, dois métodos em particular foram capazes de se
estabilizar:
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Estes métodos são comumente encontrados em vários padrões, mas sofrem pelas seguintes
desvantagens:
– Em princípio a perda na secagem é determinada e não necessariamente a quantidade de
água. Além da água outros componentes voláteis da amostra e/ou produtos de
decomposição também são determinados. Para a obtenção de resultados comparáveis o
trabalho deve ser executado e mantido sobre condições restritas e pré-definidas
(temperatura e duração do processo de secagem).
– Leva um longo período de tempo para a obtenção de resultados analíticos (várias horas
em um forno de secagem). Isto pode levar a um gargalo, p.ex. no monitoramento de
processos de fabricação.
'
Em contraste à secagem, este é um método específico. Se nenhuma reação paralela ocorrer,
somente a água será determinada. O método é rápido (normalmente alguns minutos), pode ser
validada e também completamente documentada. Desde sua introdução mais do que sessenta
anos atrás este processo foi conquistando terreno e em muitos laboratórios é impossível imaginar
vida sem ele. O nome Karl Fisher (1901 – 1958), KF para encurtar, é bem conhecido em muitos
laboratórios como também Robert Wilhelm Bunsen (1811 – 1899) e Justus Von Liebig (1803 –
1873).
Com a titulação KF, a água livre e ligada pode ser determinada, p ex. a água na superfície de
cristais ou água contida dentro deles. O método abrange larga faixa de concentração, de ppm até
100% e provém resultados corretos e reprodutíveis.
* Karl Fischer
Neues Verfahren zur massanalytischen Bestimmung des Wassergehaltes Von Flüssigkeiten und festen Körpern
[A new method for the volumetric determination of the water content of liquids and solids]
Angew. Chem. 48, (1935) 394 – 396
( )
Ao desenvolver este novo método analítico, Karl Fischer levou em conta a bem conhecida reação
de Bunsen, que é usada para a determinação de dióxido de enxofre em soluções aquosas:
SO 2 + I2 + 2H2 O → H2 SO 4 + 2HI
Esta reação também pode ser usada para a determinação de água se o dióxido de enxofre estiver
presente em excesso e os ácidos produzidos forem neutralizados por uma base. A escolha da
piridina, a base usada por Karl Fischer, foi completamente aleatória: <<a piridina só estava na
estante>>. Isso levou à estabilização da reação de KF clássica, uma solução de iodeto e dióxido
de enxofre numa mistura de piridina e metanol.
245 g de iodeto são dissolvidos em 5 litros de metanol anidro. Esta solução é tratada com 790 g
de piridina, misturada vigorosamente e então 192 g de SO2 líquido é adicionado.
1 mL KFR corresponde a aproximadamente 3 mg de H2O.
- ) . / 0
Karl Fischer apresentou a seguinte equação para a determinação de água com seu reagente:
CH 3 OH + SO 2 + RN [RNH]SO 3 CH 3
Isto significa que a reação de KF em solução metanólica pode ser formulada como segue:
! 1 2 3
A quantidade de água tem uma influência mediana na estequiometria da reação de KF. Se
exceder 1 mol / L (18 g / L) então as mudanças na reação conduzem para uma preferência da
reação de Bunsen para soluções aquosas. Isso significa que 2 H2O são consumidas para um I2 ou
um SO2. Isso é custoso para titular tal alto conteúdo de água em um grande volume de amostra.
Neste caso é importante para diluir a amostra e/ou para usar uma baixa quantidade da amostra.
Se reagentes de KF separados são usados, a capacidade de solubilizar água do solvente deve ser
levada em consideração, particularmente para titulações subseqüentes. (a capacidade de
solubilizar água desses solventes é normalmente por volta de 5 ... 7 mg / mL, para um volume de
solvente de 25 mL isso significa no máximo 125 ... 175 mg H2O).
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Teoricamente reagentes de KF não-alcoólicos também podem ser usados, mas neste caso a
estequiometria também muda. Em solvente próticos, e.g. metanol, etanol, a taxa H2O : I2 = 1: 1,
em solvente apróticos, e.g. DMF, a taxa H2O : I2 = 2 : 1. Valores intermediários (taxas não inteiras)
foram observadas, e.g. propanol, butanol e outros álcoois de cadeia longa. Isso tem a ver com a
reatividade do álcool usado (em metanol por volta de 100%, em propanol aproximadamente 80% e
em butanol aproximadamente somente 50% está presente como ester sulfito). Com reagentes de
KF normalmente usados uma alteração na estequiometria não é esperada, devido:
+ 5 4
Os seguintes tópicos são importantes para ambos os métodos:
– O reagente de KF deve ser adicionado precisa, reprodutível, exatamente e com a maior
resolução possível.
– O vaso de titulação deve ser o mais impermeável possível. Ele deve ser penetrado pela
menor quantidade de água atmosférica possível.
– A água aderida nas paredes do vaso de titulação (filme de água interno) deve ser
removida pela agitação do conteúdo condicionado do vaso de titulação.
5
Somente depois da introdução das buretas de pistão pela Metrohm, nos anos cinqüenta do século
passado, que foi possível conduzir uma titulação de Karl Fischer sem uma configuração
inconveniente. A introdução das Unidades Intercambiáveis (também pela Metrohm) nos anos
sessenta trouxe uma adicional liberdade e melhoramentos.
Os Titrinos da Metrohm titulam com uma resolução de 10.000 pulsos por volume de bureta, os
Titrandos de Metrohm possuem uma resolução de 20.000 pulsos por volume de bureta.
Normalmente buretas de pistão com volumes de 5 mL, 10 mL ou 20 mL são usadas para a
titulação; isso significa que os Titrinos possuem uma resolução de 0,5 µL ... 2 µL e para os
Titrandos a resolução é de 0,25 µL ... 1 µL.
Além esta resolução permitir uma precisão alta, isso não significa que as titulações podem ser
conduzidas abaixo da resolução limite. Mesmo em celas de titulação à prova de umidade, a
introdução da taxa de umidade atmosférica pode chegar a 20 µL H2O por min. Os tituladores
Metrohm determinam este valor como o desvio branco e automaticamente o incluem no cálculo
final.
Altos conteúdos de água (absolutos) são preferencialmente determinados por titulação
volumétrica. A volumetria também possui a vantagens que amostras sólidas ou pastosas podem
ser introduzidas diretamente no vaso de titulação e trabalhar com uma variedade de solventes
orgânicos apropriados especialmente adaptados para o uso com a amostra em particular.
Claro que também é possível a determinação de baixas quantidades de água volumetricamente, p.
ex. em solventes. Uma das menores desvantagens da volumetria é que o título deve ser
determinado várias continuamente.
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Ao invés de uma bureta, uma corrente elétrica é usada para gerar um reagente – na “bureta
eletrônica”, por dizer. A corrente libera a quantidade de iodo estequiometricamente
correspondente, através do iodeto contido no reagente de KF por eletrólise.
Pela Lei de Faraday:
m = massa da substância convertida em g
M = massa molar em g/mol
M ×Q Q = quantidade de carga medida em ampére-segundos
m= número de eletrons trocados (número de equivalência,
z×F z =
número de carga)
equivalente eletroquímico, 1 F = 96.485 coulomb/mol
F =
(1 coulomb = 1 C = 1 ampére-segundo = 1As
- -
Exemplo para o Iodo: 2 I – 2 e → I2
Z = 2, M = 253.8 (I2)
126.9 g de iodo é liberado por 96.485 A em 1 s – ou 1.315mg de iodo é gerado por 100 mA em 10
s.
Requisitos para titulação coulométrica são:
– O processo deve ocorrer com 100% de eficiência da corrente.
– Nenhuma reação lateral deve ocorrer.
– Oxidação ou redução deve tender a um estágio de oxidação definido.
Os coulômetros de KF da Metrohm satisfazem esses requisitos com reagentes coulométricos
modernos. Eles trabalham de acordo com o princípio coulométrico galvanostático, isto é, com uma
corrente constante.
O mesmo processo químico é conduzido como na titulação de KF volumétrica, isto é, 1 H2O
consome 1 I2. Como o iodo é gerado eletroliticamente através do iodeto na solução de KF, isso
significa que a determinação coulométrica de água é um método absoluto – um título não
necessita ser determinado!
Para gerar o iodo no anôdo, os coulômetros KF da Metrohm trabalham com força de corrente
variáveis e comprimentos de pulsos (100, 200 e 400mA – com celas sem diafragma com uma
força de corrente de 400mA). Altas forças de corrente não devem ser capazes de estabilizar elas
próprias – reações laterais ocorrem e calor é produzido. Trabalhando com comprimentos de
pulsos variáveis permite uma precisa “adição de iodo” mesmo na região do ponto final da titulação.
6
Para a determinação do final da reação de KF – isto é, o ponto final da reação quando toda H2O
foi convertida – um método de detecção ou indicação é necessário. Análise volumétrica titrimética
permanece e cai com o reconhecimento do ponto final. Isso significa que o método indicador
assume grande importância. Somando á adição do titulante isso produz uma contribuição
importante à reprodutibilidade e, sobre tudo, os resultados corretos.
6 $ !
O próprio Karl Fischer somente tinha a possibilidade de determinar o ponto final da titulação
visualmente. Este método requer um alto grau de rotina e somente pode ser usada normalmente
para amostras em soluções incolores. Quando o excesso de iodo está presente a solução muda
de amarelo para marrom crescentemente (com um grande excesso de iodo). Este previamente
indicava a dificuldade de qual ponto de coloração que a titulação está para ser continuada. Em
adição, esta coloração difere em solventes polares (p.ex. metanol) e não polares (p.ex.
clorofórmio, DMF).
Outras desvantagens desses métodos são que eles dificilmente podem ser automatizados ou
validados. Eles caíram em desuso rapidamente quando os métodos de indicação eletrométricos se
tornaram disponíveis (no final dos anos de 1940).
6 (
5.2.1 Indicação biamperométrica (Upol ou parada morta )
Neste caso é aplicada uma voltagem contante de no máximo 500 mV aos eletrodos e a acorrente
resultante é medida. Este método foi o primeiro utilizado principalmente em titulações idométricas.
As seguintes reações ocorrem nos eletrodos:
- -
Cátodo: I2 + 2e → 2I (redução)
- -
Ânodo: 2I – 2e → I2 (oxidação)
A relação entre a voltagem, corrente e concentração do depolarizador (iodo ou triiodeto) é similar
ao encontrado na polarografia, i.e. inicialmente somente baixas voltagens são necessárias para a
produção de um fluxo de corrente. Após a voltagem aumenta passo-a-passo – como uma função
da concentração de iodo – e, quando o limite de difusão da corrente é alcançado, a corrente
cresce só ligeiramente. Se a voltagem é tal, pode ocorrer um aumentar na decomposição do
solvente ou do sal condutor.
Isso significa que a corrente flui enquanto o iodeto está presente. Quando o iodo foi consumido (p.
ex. titulação com tiosulfato) a corrente cai abruptamente a 0 (que é de onde o nome “parada
morta” vem), a resistência entre os eletrodos cresce fortemente e os eletrodos estão novamente
polarizados. Na titulação de KF o inverso ocorre. Se o excesso de H2O está presente somente um
mínimo de corrente flui; isto aumenta para poucos µA quando excesso de iodo está presente. A
“perda de água” resultante a conversão eletroquímica pode ser ignorada. Em 50 µA para 3 s é em
teoria aproximadamente 1 µg H2O. A ilustração mostra um exemplo de uma curva de titulação
indicada biamperometricamente:
Curva de titulação indicada biamperométricamente
7
6.1. Titulação Volumétrica Karl Fischer
A Metrohm oferece uma vasta linha de instrumentos para titulação volumétrica KF, desde simples
instrumentos para rotineiras determinações de água até instrumentos top de linha com numerosas
vantagens. O que todos os instrumentos têm em comum é que eles são fáceis de operar e
produzem resultados rápidos, precisos e reprodutíveis.
Os Titrinos e Titrandos Karl Fischer com o modo KF são sistemas de titulação automáticos que
realizam a titulação automaticamente, por exemplo, a taxa de titulação e os incrementos de
volume são controlados de acordo com o sinal medido pelo sistema indicador. Ainda, o tamanho
de amostra pode ser transmitido diretamente ao titulador por uma balança conectada ao mesmo.
Resultados, curvas, parâmetros e os dados de configuração podem também ser impressos ou
transferidos para um banco de dados do PC.
Os tituladores possuem tanto detecção bivoltamétrica (Ipol) quanto biamperométrica (Upol). Para
ambos os tipos de detecção os parâmetros de controle podem ser livremente selecionados. Isto
tem a vantagem de que os parâmetros de controle podem ser otimizados para amostras difíceis e
reagentes especiais, por exemplo, para adição de agentes solubilizantes. Bons resultados são
normalmente obtidos com os parâmetros padrões.
Reagentes que reagem lentamente (por exemplo, aqueles contendo piridina) requerem um tempo
de espera adicional quando o ponto final é alcançado, por exemplo, a voltagem ou a corrente do
ponto final devem ser mantidas por alguns segundos quando o ponto final é alcançado. No
decorrer do desenvolvimento de novos reagentes e aperfeiçoamento dos instrumentos este tempo
de espera tem sido substituído pelo critério de parada por desvio (drift). Além da voltagem (ou
corrente) pré-definida, um determinado valor de desvio também deve ser atingido. O desvio é a
quantidade de reagente KF por unidade de tempo que é consumida para manter o vaso de
titulação seco. Geralmente, o valor do desvio para os vasos de titulação titulados a seco é da
ordem de poucos L/min. O objetivo da correção absoluta do desvio é atingir o valor de desvio
medido antes da titulação. Na prática isto tem mostrado que a obtenção de um desvio idêntico
pode aumentar consideravelmente o tempo da titulação, daí o porquê de se recomendar o critério
de parada por desvio. Se a parada relativa de desvio é usada, então a titulação será finalizada em
um desvio ligeiramente maior que o desvio inicial.
Caso uma pequena quantidade de água é determinada, ou se um longo tempo de titulação é
necessário, então o trabalho deve ser feito usando uma correção automática do desvio. Neste
caso o valor do desvio é multiplicado pelo tempo da titulação e o valor obtido é subtraído do
volume adicionado.
Além do sistema de indicação, a resolução da bureta contribui para a precisão e reprodutibilidade
dos resultados. As buretas padrões da Metrohm adicionam o reagente com uma resolução de
10.000 passos por volume do cilindro. Para uma bureta de 5 mL isto significa que na região do
ponto final, a adição pode ser de passos de 0,5 L. Se o Titrando é usado com a Unidade
Intercambiável Inteligente você pode guardar não somente o fator atual da solução no chip de
dados da Unidade, mas também fazer adições com a resolução única de 20.000 passos por
volume do cilindro.
A princípio todos os reagentes KF comumente disponíveis podem ser usados com o Titulador KF
Metrohm. Entretanto, por favor, lembre-se que estes reagentes não possuem um valor estável de
fator e, portanto o mesmo deve ser calculado regularmente. O intervalo entre a determinação do
fator depende da escolha do reagente bem como o quanto impermeável é o vaso de titulação.
Fabricantes de reagentes oferecem padrões de água certificados para determinação do fator. É
também possível se determinar o fator com água. Neste caso o trabalho deve ser feito com adição
de 2 ou 3 gotas, sendo necessário habilidade no manuseio e pesagem. Por isto recomendamos o
uso de padrões certificados; é possível pesar por diferença de massa a quantidade de massa
adicionada e o volume dosado não são necessários. Substâncias sólidas como Tartarato de sódio
di-hidratado também podem ser usadas, mas cuidados devem sempre ser tomados para que a
substância seja completamente dissolvida. Soluções padrões estão disponíveis com conteúdo de
água de 10,0 ± 0,1 mg/g (para determinações volumétricas), 1,0 ± 0,03 mg/g ou 0,1 ± 0,005 mg/g
(para determinações coulométricas) e são oferecidas em ampolas. Quando manusear os padrões
proceda da seguinte maneira:
Imediatamente depois de a ampola ser aberta, a seringa é preenchida com pequena porção de
solução padrão. A seringa é rinsada invertendo-a e ejetando o conteúdo completo (ar e solução
padrão). Isto é para garantir que as paredes internas da seringa estão completamente umedecidas
com a solução. A seringa é então preenchida com todo o conteúdo restante da ampola sem
permitir a entrada de ar. Depois de a agulha ter sido tampada, a seringa é tarada na balança
analítica e o titulador KF é iniciado. Parte da solução padrão é então injetada. Há duas maneiras
de se fazer isto:
- A solução padrão é injetada diretamente abaixo da superfície da solução KF;
- É injetada sem a imersão da agulha. A última gota é puxada de volta para a seringa.
A seringa é então retirada e pesada por diferença de massa. O peso de amostra pode ser
transmitido diretamente da balança para o Titulador Metrohm ou inserida manualmente.
Atenção particular deve também ser dada ao vaso de titulação. Água está presente em todo lugar:
a uma umidade relativa de 60%, 0,5mL de ar à 25ºC contém aproximadamente 7 g de H2O. Por
isto é essencial que o vaso de titulação seja impermeável; isto pode ser checado em intervalos
regulares. Atenção especial deve dada aos anéis de vedação do vaso de titulação e à peneira
molecular – verifique o desvio (drift)! O titulador automaticamente condiciona o vaso de titulação
antes e entre as determinações. É recomendado balançar levemente o vaso de tempo em tempo
para remover qualquer água aderente nas paredes do vaso. É importante que um valor constante
de desvio seja o mais baixo atingido.
6.2. Coulometria
Muitas substâncias apenas liberam água lentamente ou a temperaturas elevadas. Isto significa
que elas não são adequadas para titulações KF diretas. Um outro problema é a baixa solubilidade
de certas amostras em álcoois. Nestes casos métodos tradicionais recomendam complicadas
preparações de amostras ou usar promovedores de solubilidade, que representam perigo à saúde.
O uso de trocadores de amostras vale a pena para um grande número de amostras. As vantagens
não são apenas encontradas na quantidade de tempo economizado pelo analista do laboratório:
sistemas automáticos controlam os procedimentos de operação e melhoram tanto a
reprodutibilidade quanto a precisão. Em titulações KF automatizadas há uma dificuldade adicional;
trocadores de amostras KF comuns não trabalham em sistemas fechados e o contato com o ar
atmosférico não pode ser prevenida. Para um conteúdo de água maior que 1% esta interferência
pode ser corrigida pela subtração do valor de branco previamente determinado. O uso dos
trocadores de amostras pode ser recomendado para titulações volumétricas e coulométricas.
Os métodos pré-definidos do 824 Easy Sample Changer possibilita ser livre de problemas e
processamento simples de uma série de amostras. O equipamento KFV completo permite a
determinação de água em sólidos e líquidos. As amostras são pesadas em frascos de vidro e
recobertas com folha de alumínio. Para determinação o 824 Easy Sample Changer transfere a
amostra de interesse para a estação de titulação e move a cabeça de titulação para a posição de
trabalho. Um sinal remoto começa a adição do solvente e então a titulação se inicia.
Entretanto, Metrohm também oferece a você a possibilidade de automatizar a determinação de
amostras contendo menos que 1% de água:
O 815 USB Sample Processor XL é o primeiro trocador de amostras no mundo que fornece
resultados seguros e reprodutíveis em combinação com o Coulômetro KF. Assim como na técnica
do forno, as amostras líquidas são adicionadas nos vials, hermeticamente selados com septo e
colocados no rack de amostragem. Com a adição de sistema de pipetagem adaptado para as
condições especiais da titulação KF (minimização da penetração de umidade atmosférica) um
volume definido de amostra é transportado para o vaso do Coulômetro onde o conteúdo de água é
determinado (pode-se usar a densidade para se obter a massa: D=m/V).
Através do uso do 774 Oven Sample Processor a automatização do método de aquecimento
também é possível (para sólidos e líquidos). O princípio corresponde ao do 832 KF Thermoprep,
com a exceção que os vials com amostras são colocados no rack de amostragem do 774 Oven
Sample Processor. Durante a análise o prato posiciona o vial de amostra acima do forno. O vial é
então abaixado automaticamente para dentro do bloco de aquecimento.
Ainda, o 774 Oven Sample Processor oferece a possibilidade de se usar gradientes de temperaturas
(rampas de temperaturas). A curva de perda de água construída pode ser usada para determinar a
temperatura ideal de aquecimento para uma amostra em particular. A curva também permite
estudos a serem feitos sobre a cinética de perda de água em função da temperatura. Dependendo
do conteúdo de água da amostra, a titulação pode ser feita volumetricamente ou, em pequenos
traços, coulometricamente.
Visão lateral do 774 com o vaso coulométrico Agitador 803 para titulações KF
6.6. Software
Todos os Titrinos KF e Coulômetros KF são fornecidos com o Software VESUV incluso; isto permite
a coleta simultânea e armazenamento dos resultados de vários instrumentos ao mesmo tempo.
VESUV possibilita a verificação dos dados da titulação e curvas salvas no banco de dados
(Database) bem como os exporta para um sistema de banco de dados do laboratório (LIMS).
Em sistemas automatizados, nós recomendamos o uso do Software Tiamo®. Além do banco de
dados, Tiamo oferece a você a possibilidade de controlar sistemas complexos através do PC. Tiamo
está também de acordo com norma FDA. O Oven Sample Processor é automaticamente fornecido
com Tiamo, mas também pode ser usado sem o controle do software (sistema stand-alone, operado
via teclado).
8 ) .
Determinações de água KF são apenas específicas se nenhuma reação paralela acontece com os
reagentes KF. Isto significa que nenhuma água pode ser liberada em reações paralelas e a amostra
não deve consumir ou liberar iodo. A maioria das reações paralelas (indesejadas e interferentes)
pode ser suprimida por medidas eficazes. As substâncias interferentes mais importantes são:
Não todos os óxidos têm influência em uma reação ácida. Além dos óxidos alcalinos e alcalinos
terrosos, os seguintes irão reagir: Ag2O, HgO, MnO2, PbO, PbO2 e ZnO.
Nós recomendamos que a água destes compostos seja determina pelo método do forno de
aquecimento.
Com aldeídos a reatividade diminui com o aumento do comprimento da cadeia. Aldeídos aromáticos
reagem mais lentamente que aldeídos alifáticos. Acetaldeídos reagem mais rapidamente e causam
a maioria dos problemas. Mas há sempre exceções na regra, formaldeído e cloral não formam
acetais e podem ser titulados sem nenhum problema.
Cetonas são menos reativas que os aldeídos. A reatividade também diminui com o aumento do
comprimento da cadeia. Formação de cetal é mais rápida com acetona e ciclohexano. Os seguintes
são considerados estáveis (não formam cetais): diisopropil cetona, benzofenona, desoxibezoína,
benzila, benzoína, cânfora, alizarina, dibenzalacetona e diclorotetrafluoracetona.
A formação de acetais e cetais é também influenciada pela presença de álcool. Se o comprimento
da cadeia aumenta a reatividade também diminui. Isto significa que o metanol é o mais rápido a
reagir.
Há várias maneiras de se prevenir a formação de acetais e cetais:
a) Pelo uso de reagentes KF especialmente desenvolvidos para este propósito;
b) Pelo uso de reagentes KF livres de metanol (metanol-free). Metanol é trocado por um
álcool de cadeia mais longa, por exemplo, 2-metoxietanol.
c) Fazendo uso de diferentes taxas de reação e diminuindo a formação de cetais ou acetais
de maneira que eles não influenciem na titulação. Isto pode ser feito realizando a titulação
a -10 ºC. Isto também paralisa a adição de bissulfeto (veja seção seguinte).
Entre os ácidos orgânicos a esterificação mais forte acontece pelo ácido fórmico; ácido acético
apenas sofre esterificação parcial. Metanol é o mais rápido a esterificar. Com propanol e/ou 2-
metoxietanol reações a taxas lentas são obtidas.
Entretanto, ácidos fortes também abaixam tanto o pH do meio reacional que a reação KF não
acontece ou procede insatisfatoriamente. A mistura reacional pode ser tamponada com adição de
uma base (ex, imidazol) e o pH volta para a faixa ideal novamente. Se esta medida é tomada
então nenhuma esterificação ocorre mesmo com ácidos minerais fortes (ex, H2SO4, HNO3).
7.4. Silanos/Siloxanos
Os grupos terminais silano esterificam com o metanol contido nos reagentes KF e liberam água.
Isto significa que reagentes livres de metanol devem ser usados para determinar o conteúdo de
água destas substâncias.
Trióxido de boro (B2O3), ácido metabórico (HBO2) e bórax / tetraborato de sódio (Na2B4O7) reagem
da mesma maneira.
A taxa de esterificação decresce com o aumento da cadeia do álcool (metanol esterifica mais
rapidamente).
O conteúdo de água de sais pode geralmente ser determinado pelo método do forno. Nós
recomendamos o seguinte procedimento para determinar o conteúdo de água do ácido ascórbico e
hidrazinas:
A amostra é dissolvida em metanol e titulada contra solução de iodo metanólica. Esta oxida o sal e a
determinação de água por KF não irá mais interferir. Na mesma solução a titulação pode ser feita
com uma solução combinada KF. O conteúdo de H2O do metanol usado deve ser determinado
separadamente e subtraída do resultado.
9
Cada preparação de amostra é precedida por amostragem. Particularmente com amostras
heterogêneas – e há muitas delas, embora isto não seja sempre óbvio – este passo inicial é uma
regra crucial para a veracidade e precisão dos resultados. A correta amostragem é, portanto, um
requisito essencial para determinações subseqüentes!
Muitos métodos normalizados fornecem instruções detalhadas a respeito deste objetivo. Isto
também pode ser aplicado a instruções locais ou POPs. Se nenhuma instrução está disponível
então os seguintes pontos devem ser observados:
- O conteúdo de água da alíquota da amostra deve ser o mesmo que a média do conteúdo de água
da amostra original – ex, a amostra deve ser representativa.
- Mistura atmosférica está sempre presente como contaminação, e não somente nos países
tropicais.
- Amostras higroscópicas têm uma grande quantidade de água aderente em suas superfícies.
- Amostras que facilmente liberam água ou tornam-se úmidas têm apenas uma pequena quantidade
de água em suas superfícies.
- Líquidos podem liberar água se a água não está presente na forma dissolvida mas como uma
dispersão (precipitação ou flotação, aderência às paredes do vaso – ex, produtos petroquímicos,
margarina). O mesmo se aplica para amostras em que o limite de solubilidade para a água é
reduzido ao resfriar.
- Quanto mais heterogêneo a distribuição da água na amostra, maior a amostragem a ser feita.
- Amostragem deve ser feita o mais rápido possível e o conteúdo de água da amostra deve não
variar durante o transporte e armazenamento.
Geral
Muitas amostras podem ser pesadas e/ou injetadas diretamente dentro do vaso de titulação,
certifique-se de que elas são solúveis no solvente usado e não levam a reações paralelas com o
reagente KF.
Ao contrário, outras amostras requerem um ou mais passos de preparação. As mais importantes
técnicas de preparação de amostras estão descritas abaixo. Outras informações podem ser
encontradas em cada classe individual de substâncias.
É muito importante que a técnica de preparação de amostra usada não introduza nenhuma água
adicional à amostra e que nenhuma perda de água ocorra por aquecimento da amostra fortemente.
A) Diluição
Por razões de precisão (tamanho de amostra) nós recomendamos que as amostras com um alto
conteúdo de água (>40 %) sejam diluídas com solventes inerte bem seco antes da determinação.
Metanol pode normalmente ser usado para este propósito. Se a amostra contém gorduras
emulsificadas e/ou óleos então uma mistura seca de 60% de metanol e 40% de decanol (ou, se
permitido, clorofórmio) deve ser usada. O procedimento é como se segue:
Aproximadamente 1g de amostra é pesada exatamente dentro de um frasco Erlenmeyer seco com um
septo fechado. Este é tratado com aproximadamente 20...25g do solvente seco (mistura), o frasco é
então selado e o conteúdo misturado. Parte da mistura é aspirada em uma seringa seca e a mesma e
seu conteúdo são tarados na balança. Um pouco da mistura é injetada dentro do vaso de titulação e
titulada. A quantidade de amostra injetada é determinada pela diferença de massa do peso da seringa.
Se um solvente seco é usado então não é absolutamente necessário levar em conta o valor do
branco. Aqui temos um exemplo:
Tamanho de amostra: 1,575 g
Quantidade de metanol: 22,725 g
Mistura injetada: 1,500 g
Fator da solução KF: 4,855 mg/mL
Consumo de reagente KF: 6,255 mL
Cálculo:
Amostra diluída: 22,725 g + 1,575 g = 24,300 g (100%)
Fração da amostra: 1,575 g : 24,3 g = 0,0648
Amostra injetada: 0,0648 x 1500 mg = 97,22 mg
H2O encontrada: 6,255 mL x 4,855 mg/mL = 30,37 mg
H2O na amostra: 30,37 x 100 / 97,22 = 31,24 %
C) Homogeneização
Em líquidos a água pode evaporar, aderir às paredes internas frasco da amostra ou ser depositada
no fundo. Isto ocorre particularmente quando a amostra é levada à altas temperaturas e depois
resfriada à temperatura ambiente antes da análise. A água pode novamente ser distribuída
homogeneamente pela imersão do frasco em um banho ultrasônico.
A água separada pode também ser dissolvida novamente pela adição de uma quantidade
exatamente pesada de um agente solubilizante (ex, isopropanol), cujo conteúdo de água tenha sido
precisamente determinada (valor de branco). Este método é útil para pastas e líquidos viscosos.
Suspensões
Trituração com alta rotação, para sucos de frutas, polpa de frutas, concentrados, purê de tomate.
Trituração de alta freqüência (rotação) é o único método que garante, mesmo para vegetais, uma
amostra homogênea. Neste método, as células são “quebradas” e a água presente nelas é extraída.
A trituração é normalmente feita em um Erlenmeyer ou frasco de fundo arredondado com a adição
de solvente adequado (normalmente metanol).
A trituração diretamente no vaso pode ser utilizada; o triturador pode ser usado como agitador,
durante a análise (remova a barra magnética).
D) Método de aquecimento
A amostra é aquecida em um fluxo de gás seco (ar ou N2) ou um fluxo de gás seco é passado através
da amostra aquecida; em cada caso a água liberada é transferida para o vaso de titulação e
imediatamente titulada. A temperatura de aquecimento deve ser selecionada tão alta quanto possível
– apenas alta suficiente para a amostra não se decompor e não haver interferência de constituintes
secundários. A temperatura de aquecimento e duração devem ser otimizados em testes preliminares.
O valor apropriado do branco deve ser subtraído.
Este método é usado para amostras que não podem ser extraídas (ou não podem ser completamente
extraídas) com o solvente adequado ou que leva a reações paralelas com o reagente KF. Exemplos
são:
- plásticos, minerais, carbonatos e óxidos de metais, pó de carbono
- Produtos petroquímicos contendo aditivos (óleos de motor, óleos lubrificantes e graxas)
- Algumas Matérias-primas da indústria farmacêutica (porém, a maioria é solúvel em metanol)
: ; < 2 0 %3
9.1.1. Haletos
Haletos de alquila cristalizam-se sem nenhuma água de cristalização, mas geralmente contêm água
anexada que é apenas liberada vagarosamente. Em alguns casos é advertido selecionar um tempo de
extração no titulador. Exemplos são: NaCl, KCl, NH4Cl, KI, CsI e KF. Ácido acético glacial é usado
como meio de trabalho para KHF2.
Ao contrário, haletos de alcalinos terrosos geralmente cristalizam-se como sólidos hidratados, em que
a água pode ser determinada sem qualquer problema. Exemplos são: MgCl2 x 6 H2O, CaCl2 x 2 H2O,
BaCl2 x 2 H2O e SrCl2 x 6 H2O. CaF2 é insolúvel, apenas a água aderente é determinada.
Os seguintes podem também ser titulados sem nenhum problema: AlCl3 x 6 H2O, FeCl2 x 4 H2O, MnCl2
x 4 H2O, CoCl2 x 6 H2O, CdCl2 x 2,5 H2O, SnCl4 x 5 H2O, KF x 2 H2O e NaClO4.
Outros haletos que causam problemas em titulações diretas são:
- CuCl2 x 2 H2O. Como resultado da seguinte reação paralela apenas 1,5 H2O pode ser encontrada:
CuCl2 x 2 H2O + 1,5 I2 + 2 SO2 + 2 CH3OH CuI + 2 HCl + 2 HI + 2 HSO4CH3
Procedimento geral
25...30 mL do solvente KF é colocado no vaso de titulação, resfriado de -20 ºC a -60 ºC e titulado
para condicionamento com a solução de iodo. A amostra é adicionada e seu conteúdo de água é
titulado na mesma temperatura (baixa temperatura).
Um pouco mais das equações de reações:
Peróxidos de alquila
R-O – O-H + SO2 HSO4-R
R-O – O-H + 2 HI ROH + I2 + H2O
Peróxidos diacila
R-CO-O – O-OCR + 2 HI 2 R-COOH + I2
Peróxidos dialquila
Reagem lentamente e normalmente não influencia na titulação KF.
- Peróxido benzoíla / peróxido di-benzoíla, -40 ºC, 0,3 g de amostra
- Butilhidroperóxido / butilhidroperóxido terciário, -20 ºC, 0,1 g de amostra
- Diciclohexilperóxidodicarbonato, -40 ºC, 0,2 g de amostra
- Dietilhexilperoxidicarbonato, -60 ºC, 3 g de amostra
- Metil etil cetona peróxido / peróxido de butanona, -20 ºC, 0,3 g de amostra
, 3 ! 1
10.1. Cosméticos
10.1.1.Produtos contendo óleos e gorduras
À parte de gorduras, óleos e emulsificantes, estas emulsões de gordura(óleo)-em-água contêm uma
considerável quantidade de água (40...95%). Esta larga quantidade de água significa que uma
titulação direta destas substâncias não é aconselhável – o pequeno tamanho de amostra significa
que um fator de erro na pesagem pode ser mito grande. Por isto algumas amostras são primeiro
diluídas. Por causa da fração de gordura e óleo isto é feito usando uma mistura de solvente
metanol/clorofórmio 2:1.
Aproximadamente 2 g de amostra são pesadas em um Erlenmeyer seco fechado com um septo.
Aproximadamente 50 g de metanol/clorofórmio 2:1 são adicionados junto com a barra magnética. O
frasco é selado, o conteúdo é agitado vigorosamente e o frasco é então colocado no agitador
magnético por 5 a 10 minutos. Um branco contendo 50 g do solvente é preparado em um segundo
frasco.
25 mL de metanol é colocado no vaso de titulação e condicionado. Um valor do branco do solvente é
determinado previamente retirando uma alíquota de 5 mL do frasco contendo o solvente com uma
seringa seca (com agulha) e determinado o valor do branco de aproximadamente 2 mL desta
solução. A seringa é pesada antes e depois da adição da amostra para se determinar o valor exato
do tamanho de amostra. O valor do branco é calculado em mg H2O / 2g.
A solução da amostra é então tratada da mesma maneira.
Exemplo de cálculo:
% água = (EP1 x C31) – C30 x C02 x C03 / C00
Onde
EP1 = mL solução KF para a amostra
C00 = tamanho de amostra em g
C31 = fator da solução KF (mg H2O / mL)
C02 = 100 (%)
C03 = 0,05 (fator de diluição, para 50 g)*
C30 = valor do branco (mg H2O / 2 g)*
* Estritamente falando, isto não é o correto mas, por causa da grande quantidade de água na amostra, não é tão relevante.
O conteúdo de água das seguintes amostras das seguintes amostras tem sido determinado desta
maneira:
Cremes para mãos, bálsamo para pés, loções para o corpo, loções para face, cremes noturnos,
cremes diurnos, loções complexantes, creme hidratante, protetores solares, bronzeadores e
condicionadores para cabelos.
10.1.2. Sabonetes líquidos, “shower gels”, loções de banho, shampoos, gel para cabelo
Estes também contêm uma grande quantidade de água. Eles podem ser analisados sem nenhum
problema caso eles estejam com um pH entre neutro e ligeiramente ácido. Entretanto, em alguns
casos nós também recomendamos a uma diluição assim como é descrita em detalhes na Seção
10.1.1. Somente metanol seco é suficiente – a adição de clorofórmio para alguns produtos contendo
óleo não é necessário.
10.1.4. Sprays
A água contida em desodorantes de spray, spray para os pés e sprays para cabelo pode ser
determinada como se segue:
E em metanol a 50 ºC:
Glicose, Sal de sódio de ácido hialurônico, acetilsalicilato lisina, ácido acetilsalicílico, folinato de
cálcio, lactose monohidratada.
O conteúdo de água das seguintes substâncias tem sido determinado em uma mistura de solventes,
em alguns casos depois de aquecer a 50 ºC:
Manitol e sorbitol (metanol/formamida 2:1), eritromicina (piridina), isomalt,
glucosilmanitol/glucosilsorbitol (metanol/formamida 1:1), aspartato de Mg, lactato de Mg,
glicerofosfato de Ca, cafeína (metanol/formamida 2:1, 50ºC), glicerol monoestearato e supositórios
(metanol/clorofórmio 2:1, reagente titulante diluído de 2 mg H2O / mL), lanolina (metanol/clorofórmio
1:1), ácido fosfórico serina (metanol/formamida 2:1, 50ºC) e extratos de ervas (metanol/formamida
2:1).
Com alguns produtos ou substâncias, reações paralelas podem ocorrer se a titulação é feita
diretamente em metanol (alteração de pH do sistema, oxidação pelo iodo, solubilidade pobre em
metanol, etc). Como algumas amostras não podem ser determinadas pelo método de aquecimento,
então nós sugerimos os seguintes procedimentos:
Cremes e ungüentos e são primeiro diluídos com metanol/clorofórmio.
Cerca de 1,5 g de amostra é pesada em um Erlenmeyer seco fechado com um septo.
Aproximadamente 50 g de metanol/clorofórmio 1:1 são adicionados junto com uma barra magnética,
o frasco selado e agita-se vigorosamente. Depois é colocado no agitador magnético por 5 min.
Adicionam-se 25 mL de metanol/clorofórmio 2:1 ao vaso de titulação e titula-se para eliminar a
umidade. Uma amostra da solução é removida através do septo com uma seringa seca e cerca de 1
mL é injetada no vaso de titulação. A massa de amostra é pesada por diferença de massa da
3 1 0
Neste grupo incluem-se substâncias que têm uma faixa muito grande de estruturas. Elas variam desde
compostos bem definidos (ex, tabletes de açúcar, bebidas alcoólicas) até estruturas complexas (ex,
suco de fruta, produtos de carne), em que a água está ligada na superfície e algumas em capilares
entre as partículas. Água pode também estar completamente incrustada, o que é muito difícil para
liberá-la. Portanto um grande número de técnicas de preparação de amostras deve ser usado, razão
porque nós dividimos esta seção em 11 subseções.
Com gêneros alimentícios pode ser assumido que reações paralelas (formação de água) dificilmente
ocorrem. Substâncias como aldeídos e mercaptanos estão, na maioria, presentes em pequenas
quantidades e a parte deles em um conteúdo normalmente alto de água pode ser ignorado.
Na maioria dos gêneros alimentícios a água está distribuída de maneira heterogênea. Por isto a
amostra deve ser selecionada de modo que represente a média da composição. Uma grande
quantidade de amostra é, se necessário, triturada e misturada e a água é determinada em uma
pequena quantidade de amostra.
11.1. Bebidas
A titulação Karl Fischer por si só não representa nenhuma dificuldade para esta classe de substâncias.
Entretanto, lembre-se que o teor de umidade pode estar entre 40 a 98%. Este alto teor significa que a
adição direta da amostra no vaso de titulação pode não ser aconselhável – e uma massa muito
pequena pode ocasionar um erro alto na pesagem na balança. Daí porque é melhor diluirmos a
amostra em metanol seco.
Aproximadamente 2 g da amostra é pesada em um Erlenmeyer seco fechado com um septo. Cerca de
50 g de metanol é adicionado, o frasco selado e o conteúdo vigorosamente agitado. Um brando
contendo 50 g de metanol é preparado da mesma maneira em um segundo frasco.
25 mL do metanol é colocado no vaso e titulado para acondicionamento. O valor do branco do
solvente (metanol) é determinado primeiro a partir de cerca de 2 mL de solução do frasco contendo o
“branco” (solvente). A massa exata é determinada pesando a seringa antes e depois da injeção
(diferença de massa). O valor do branco é determinado em mg H2O / 2g.
A solução da amostra diluída é tratada da mesma maneira.
Exemplo de cálculo:
% água = (EP1 x C01) – C30 x C02 x C03 / C00
EP1 = mL de solução KF gasto na titulação
C00 = massa de amostra em g
C01 = fator do solução KF (mg H2O / mL)
C02 = 100 (para %)
C03 = 0,05 (fator de diluição, para 50 g)*
C30 = valor de branco (mg H2O / 2 g)*
* Estritamente falando, isto não é o mais correto, mas, por causa da grande quantidade de água na amostra, não é tão
relevante.
Método volumétrico
Uma mistura 2:1 de metanol/1-decanol é usada para dissolver completamente a amostra.
Em manteiga e margarina a água não é uniformemente distribuída, portanto elas devem ser
homogeneizadas antes da determinação. Entretanto, elas devem ser aquecidas acima de 25 ºC
caso contrário pode ocorrer separação de fase.
Cerca de 30 mL da mistura de solvente é colocada no vaso de titulação e titulado para
acondicionamento até que um desvio constante de 10...20 L / min seja atingido. A amostra
homogeneizada é succionada por uma seringa sem agulha. Cerca de 0,3 g de amostra é colocada
no vaso de titulação e a água titulada.
Nós temos usado este método para determinar o conteúdo de água de manteiga de mesa e de
cozimento, bem como em vários tipos de margarina.
Instruções especiais aplicam-se para lecitina. Formamida é adicionada para prevenir que o
eletrodo sofra um coating (recobrimento, o que diminui a eficiência da leitura).
30 mL de uma mistura 2:3:1 de metanol/clorofórmio/formamida é colocada no vaso de titulação e
acondiciona-se o meio. Uma seringa é preenchida com a amostra (sem agulha). Cerca de 0,3 g de
amostra é injetada no vaso e o teor de umidade determinado por titulação.
Queijo
É difícil extrair a água destas amostras. A amostra deve ser cortada em pedaços tão finos quanto
possíveis e cerca de 0,2 g é usado para a determinação.
Cerca de 30 mL de uma mistura metanol/formamida 2:1 é colocada no vaso, aquecida até 50ºC e
titulada para acondicionamento. A amostra é adicionada e seu conteúdo de água titulado à mesma
temperatura (não titule tão rapidamente, pois toda a água deve ser extraída).
Leite em pó
Libera sua água lentamente e também é titulada à 50ºC. De modo a distribuir melhor as gorduras
(em leite em pó integral) uma mistura de metanol/clorofórmio ou metanol/1-decanol é usada.
30 mL da mistura de solvente é colocada no vaso de titulação, aquecida a 50ºC e acondiciona-se o
meio. Cerca de 1 g de amostra é adicionada e sua água titulada na mesma temperatura.
Maionese
Não se dissolve muito bem em metanol, portanto uma mistura 1:1 de metanol/clorofórmio ou
metanol/1-decanol é usada.
30 mL da mistura de solvente é condicionada no vaso de titulação e cerca de 0,3 g de amostra é
adicionada com uma seringa sem agulha e sua água determinada.
Mel
Cerca de 30 mL de metanol é colocado no vaso de titulação e condicionado. Uma seringa sem
agulha é usada para adicionar cerca de 0,2 g de amostra e sua água determinada.
Melados
Apenas dissolvem vagarosamente em metanol, por isto usa-se uma mistura 2:1
metanol/formamida à 50ºC.
30 mL da mistura é colocada no vaso de titulação, aquecida a 50ºC e titulada para
condicionamento. Cerca de 0,2 g de amostra é adicionada com uma seringa sem agulha e seu
conteúdo de água determinado na mesma temperatura.
Os seguintes produtos são cortados em pequenos pedaços com uma faca e colocados no vaso de
titulação. Um homogeneizador de lata freqüência é usado como agitador (ex, Polytron ou Ultra-
Turrax):
Geléia para bebês metanol/formamida 4:3, temperatura ambiente, 0,2 g
Marzipan metanol/formamida 2;1, 50ºC, 0,3 g
Grãos de cacau
São macerados antes da análise. 30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no
vaso de titulação, aquecido a 50ºC e condicionado. Cerca de 0,5 g de amostra é adicionado e
titula-se na mesma temperatura.
Cacau em pó
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no vaso de titulação, aquecido a
50ºC e condicionado. Cerca de 1 g de amostra é adicionada e titulada.
Café instantâneo
30 mL de mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no vaso de titulação e condicionado.
Cerca de 1 g de amostra é adicionado e titula-se.
Café torrado
É macerado o mais fino possível antes da análise. O vaso de titulação é equipado com um
condensador de refluxo e 30 mL de metanol é colocado, aquecido até ebulir (cerca de 65ºC) e
condicionado. O aquecimento é interrompido, cerca de 1 g de amostra é adicionada e sua água
determinada no ponto de ebulição. Tempo de espera (stop delay) de 20 s.
Café bruto
É macerado mais fino possível antes da análise. 30 mL de uma mistura 3:1 de metanol/clorofórmio
é colocado no vaso e condicionado. Um homogeneizador de alta freqüência (Polytron ou Turrax) é
usado como agitador. Cerca de 0,5 g de amostra é adicionada e sua água titulada.
Café cappuccino
Reagentes separados devem ser usados para algumas amostras. 25 mL de meio de trabalho
(metanol, SO2 e base) é colocado no vaso de titulação e condicionado. Cerca de 0,25 g de
amostra é adicionada e sua água titulada com solução de iodo.
11.7. Nozes, frutas cristalizadas, vegetais secos, produtos do tabaco
Em plantas a maior porção de água está incrustada na estrutura e, portanto, é muito difícil de extraí-
la. Trituração meticulosa da amostra e titulação a altas temperaturas são requisitos básicos para se
obter bons resultados. Por causa do risco de contaminação do vaso coulométrico e do uso de
solventes especiais, nós recomendamos o método volumétrico.
Frutas cristalizadas
São melhor trituradas e misturadas ao mesmo tempo em um moedor de carne.
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no vaso de titulação e condicionada.
Um homogeneizador de alta freqüência (Polytron ou Turrax) é usado como agitador. Cerca de 0,2 g
de amostra é adicionada e seu conteúdo de água é titulado.
Exemplos:
damasco, pêra, tâmaras, figos, ameixa e uva seca.
Vegetais secos
Devem também ser finamente triturados (almofariz ou moinho de laboratório). 30 mL de uma mistura
de metanol/clorofórmio 2:1 é colocado no vaso de titulação, aquecido a 50ºC e condicionado. Cerca
de 0,25 g de amostra é adicionada e sua água titulada na mesma temperatura.
Tabaco
Exatamente o mesmo procedimento acima para vegetais secos.
Cevada, sêmola, milho, arroz, centeio, grãos de soja, trigo e grãos de trigo
Estes produtos são triturados em um moinho para gerar um pó fino.
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio são colocados no vaso de titulação, aquecido a
50ºC e condicionado. 0,3 g de amostra são adicionadas e seu conteúdo de água determinado na
mesma temperatura.
Batata, amido de milho e arroz, soja e farinha de trigo
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no vaso de titulação, aquecido a 50ºC
e condicionado. 0,3...0,5 g de amostra é adicionada e seu conteúdo de água determinado na mesma
temperatura.
Xarope de amido
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/clorofórmio é colocado no vaso de titulação, aquecido a 50ºC
e condicionado. 0,2 g de amostra são adicionadas e seu conteúdo de água determinado na mesma
temperatura.
Pão, bolos
Estes produtos são cortados finamente com uma faca e misturados. Cerca de 3 g são pesados em
um frasco Erlenmeyer com uma rolha de vedação. 50 g de metanol e uma barra magnética são
adicionadas, o frasco é selado e o conteúdo agitado com um agitador magnético por 15...30 min. A
suspensão é então deixada sob repouso. Uma determinação do branco é feita com 50 g de metanol
da mesma maneira em um segundo frasco.
25 mL de metanol são colocados no vaso e condicionado. Cerca de 5 mL da amostra são aspiradas
do frasco com uma seringa seca, cerca de 2...3 mL são adicionados ao vaso de titulação e a água
determinada. O tamanho de amostra é pesado por diferença de massa.
Um exemplo de cálculo pode ser encontrado na Seção 11.1.
Biscoitos de cachorro
As amostras são trituradas em um moinho de laboratório.
30 mL de mistura de metanol/formamida 2:1 são colocados no vaso de titulação, aquecido a 50ºC e
condicionado. Cerca de 0,2 g de amostra são adicionados e seu conteúdo de água determinado na
mesma temperatura.
( 3 % =
A maioria da água está incrustada e pode apenas ser extraída vagarosamente. O conteúdo
completo de água jamais pode ser encontrado usando o método de secagem por aquecimento. Por
isto o método KF também demonstra ser um método preciso e rápido para algumas amostras. De
modo a alcançar o resultado correto rapidamente, a titulação freqüentemente é feita a altas
temperaturas. A adição de formamida normalmente acelera tanto a extração da água quanto a
reação KF. Entretanto, a porção de formamida não pode exceder a 50% senão a estequiometria da
reação KF muda.
Material de planta seca é triturado em um moinho de laboratório. 20 mL de metanol e 10 mL de
formamida são colocados no vaso de titulação, aquecidos a 50ºC e titulados volumetricamente até
condicionamento. Entre 0,1 e 0,2 g da amostra são adicionados e seu conteúdo de água
determinado na mesma temperatura.
Plantas frescas são cortadas com uma faca. 50 mL de metanol são colocados em um frasco externo
(Erlenmeyer). 1...2 g da amostra são adicionados e a estrutura é rompida com um homogeneizador
de alta freqüência (Polytron ou Ultra-Turrax) por 5 a 10 min. O contudo de água de parte desta
mistura é determinado volumetricamente.
Amostras de comida e soro contêm, além de muita água, proteínas que não se dissolvem em metanol.
Homogeneização com um agitador de alta freqüência tem novamente provado sua eficiência na prática
13.1. Hidrocarbonetos
A determinação da água em alguns produtos é relativamente simples. Elas normalmente contêm
apenas um pouco de água, portanto o método coulométrico é comumente usado. De maneira a
aumentar a solubilidade de hidrocarbonetos de cadeia longa um agente solubilizante (propanol,
decanol ou clorofórmio) deve ser adicionado. Interferências de duplas ligações praticamente nunca
ocorrem. Exemplos de substâncias que a água tem sido determinadas:
Pentano, hexano, dimetilbutano, metilbutadieno, benzeno, tolueno, xileno, etiltolueno,
dimetilestireno, octano, dodecano, tetradeceno, icosano, octacosano, éter de petróleo, gasolina,
ciclohexano, metilciclohexano, cicloheptano, vinilciclohexano, ciclododecano, decilciclohexano,
diciclopentadieno, dimeilnaftaleno, trimetilestireno, bifenil, acenafteno, fluoreno, metilenofenantreno,
alocimol e norbornadieno.
De modo a eliminar a interferência das mercaptanas, Francis e Persing (Talanta 25, 1978, 282-283)
recomendaram complexar elas com N-maleinimida na presença de piridina. Um outro método consiste
em determinar seu conteúdo separadamente por titulação potenciométrica (1 ppm de mercaptana de
enxofre elementar (S) corresponde a aproximadamente 0,5 ppm de água).
Exemplos de produtos:
Gasolina sem chumbo, gasolina de avião, querosene, óleo diesel
A água destes produtos é geralmente determinada por titulação coulométrica. Em titulação
volumétrica, promovedores de solubilidade (clorofórmio, tolueno) devem ser adicionados ao metanol.
+ 3 3
Muitos plásticos dissolvem apenas vagarosamente ou não completamente em solventes orgânicos, por
isto recomendamos o uso do método de aquecimento (método do forno). Como algumas substâncias
são sensíveis a oxidação a 100 ...300ºC nós recomendamos usar nitrogênio seco como gás de arraste.
O nitrogênio é seco por uma peneira molecular. Desta maneira uma mistura residual abaixo de 10 g
de H2O/L pode ser atingida.
Amostras de plásticos com um teor de água muito baixo são extremamente higroscópicas e
imediatamente absorvem água da atmosfera. Por isto elas devem ser analisadas imediatamente
depois do frasco contendo amostra ter sido abaixo.
Água é normalmente muito fortemente ligada em plásticos. Por causa de geralmente conterem um
baixo teor de água, nós recomendamos titulação coulométrica. Em cada determinação cerca de
500...3000 g de H2O deve ser reagida (quantidades muito baixas de água aumentam desvio padrão,
quantidades muito altas podem condensar no tubo).
A temperatura de aquecimento deve ser por volta de 100...300ºC e pode ser otimizada para classes
particulares de plásticos fazendo uma rampa de temperatura (somente possível no 774 Oven Sample
Processor). Esta deve ser tão alta quanto possível de modo a diminuir do tempo de análise.
O fluxo de gás é ajustada no 774 para 100...500 mL/min (5...30 L/h) e no 832 Thermoprep para 40...60
mL/min. Fluxos baixos de gás diminui o desvio e melhora a percepção da água no vaso de titulação.
Uma grande quantidade de gás pode prevenir o risco de condensamento da água no tubo. Entretanto,
é melhor aquecer o tubo.
Como a análise leva um tempo relativamente longo (5...20 min), todos os aparatos devem ser
mantidos em equilíbrio. É muito importante que o desvio seja mantido o mais constante possível por
todo o tempo, como ele é usado como um valor de correção para determinações subseqüentes. O
fluxo de gás também deve ser mantido constante.
Temperaturas aproximadas do forno para vários tipos de plásticos são mostradas na tabela seguinte:
Método de aquecimento para plásticos
Tipo Temperatura de aquecimento (ºC)
ABS 160
Borracha de silicone 250
Caprolatam 100...120
Ésteres de ácido Tereftálico 150
Estireno de acrilato 170
Nylon 6, Nylon 66 160...230
Poliacrilamida 200
Poliamida 160...230
Policarbodimida 150
Policarbonato 140...160
Poliéster 140...240
Poliéter 150
Polietileno 200
Polietileno tereftalato 180...200
Polimida 160
Poli-isobutileno 250
Poli-metilmetacrilato 180
Polioximetileno 160
Polipropileno 160...200
Poliestireno 120
Poliuretano 180
Polivinil acetato 170
Polivinil butiral (PVB) 150
PTFE 250
PVC flexível 140...160
Resina Ureia-formaldeído 100
Resina epóxi 120
Resina melamina 160
Resinas fenólicas-formaldeído 200
Rolha de borracha 250
Teflon 250
Em -caprolatam a água pode também ser determinado por titulação volumétrica direta. O solvente é
metanol (Max. 0,01% H2O); um reagente KF diluído com um fator de 2 mg H2O/mL é usado como
titulante. Cerca de 2,5 a 5 g de amostra são adicionados ao vaso de titulação com uma seringa seca
sem agulha. Determinação coulométrica não é recomendada (há contaminação do vaso).
15.1. Álcoois
Não há problemas em determinar a água destas substâncias. Para aumentar a solubilidade de álcoois
de cadeia longa (ex, estearil álcool) o propanol pode ser adicionado ao metanol. Tanto o método
coulométrico quanto volumétrico são adequados. Nós recomendamos titulação volumétrica para altos
conteúdos de água. Os seguintes compostos podem ser determinados:
Metanol, etanol, propanol, isopropanol, butanol, glicerol, pentanodiol, hexanol, metilpentanol,
ciclohexanol, metilpentanodiol, heptanol, hexanotriol, dimetilpentanol, octanol, etilhexanol, nonanol,
geraniol, dodecanol, bezil álcool, fenoxietanol, fenilpropanol, estearil álcool, cetil álcool, etileno glicol,
sorbitol e manitol.
15.3. Fenóis
Esta classe contém substâncias que podem ser tituladas de diferentes maneiras. Algumas podem ser
tituladas sem nenhum problema, enquanto outros levam a reações paralelas que, entretanto, podem
ser suprimidas pela otimização das condições de trabalho. Em titulação volumétrica, reagentes
combinados são normalmente usados. Nem todos os fenóis podem ser titulados coulometricamente.
Reações paralelas ocorrem mais freqüentemente com coulometria e em alguns casos um
recobrimento (passivação) do eletrodo anódico torna-se a determinação impossível. As reações
paralelas normalmente resultam em um aumento do consumo de iodo (oxidação da substância), que
simula um conteúdo muito alto de água. Este consumo de iodo é dependente do pH e em alguns casos
podem ser suprimidos pela adição de ácido salicílico. Entretanto, a adição de ácido salicílico não tem
efeito com alguns fenóis, taxas de recuperação de 120...140% são obtidas para água adicionada. Por
esta razão nós recomendamos que, para fenóis críticos, a determinação é verificada adicionando
quantidade bem conhecida de água.
Fenóis que podem ser determinados coulometricamente e volumetricamente sem problemas são:
Fenol, cresol, fluorfenol, clorofenol, diclorofenol e nitrofenol.
Apenas volumetricamente com reagentes KF combinados:
Bromofenol, catecol, naftol, hidroxiquinolina, guaiacol, resorcinol, dimetilfenol e trimetilfenol.
Para pirogalol e os aminofenóis o tamanho máximo de amostra são 1 g e 0,1 g respectivamente.
15.4. Ésteres
Estes normalmente causam nenhum problema. Eles podem ser titulados tanto coulometricamente
quanto volumetricamente. Em alguns casos a adição de um promovedor de solubilidade (clorofórmio
ou propanol) é recomendada para melhorar a solubilidade. Exemplos:
Dietil éter, dioxano, dietilenoglicol monometil éter, dietilenoglicol dietil éter, polietileno glicol, anisol,
fluoranisol, iodoanisol, guaetol, resorcinol dimetil éter, didecil éter, diheptil éter e trioxan.
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A titulação Karl Fischer é um método elegante para determinar água em amostras gasosas. Como
algumas amostras normalmente têm um baixo conteúdo de água, titulação coulométrica é preferida.
Se o método volumétrico é usado então uma mistura de solvente feito de quantidades equivalentes
de volume de metanol e etileno glicol deve ser usado como solução absorvente.
Atenção particular deve ser dada à amostragem. É freqüentemente adequado instalar o titulador no
ponto de amostragem ou introduzir a amostra diretamente dentro do vaso de titulação já
condicionado.
Procedimento geral
É melhor introduzir o gás diretamente no vaso de titulação através de um capilar que está imerso o
mais fundo possível na solução KF. Um medidor de fluxo é instalado na linha de gás e a taxa de
fluxo ajustada com uma válvula de controle. O fluxo de gás deve estar entre 50 mL/min e um
máximo de 250 mL/min (3...15 L/h).
De modo a alcançar um equilíbrio estável, a linha de gás deve ser perfeitamente purgada com a
amostra de gás (10...30 min). Isto é feito instalando uma válvula de 3 vias na linha e não passando o
gás através do vaso de titulação durante o processo de purga.
O tempo em que a amostra é passada no vaso de titulação deve ser medido de modo a sermos
capazes de efetuar os cálculos subseqüentes do conteúdo de água.
A quantidade de amostra depende primeiramente do conteúdo de água, o método usado (titulação
coulométrica ou volumétrica) e da precisão requerida. Se as amostras são amostras líquidas de um
container pressurizado então as amostras devem sempre ser amostradas na forma líquida – ex, da
fase líquida pela inversão do container – como a fase gasosa sempre possui baixos teores de água
por causa da evaporação, a maioria da água permanece na fase líquida.
O teor de água é normalmente calculado em g/L ou mg/L:
Volume de gás = tempo de fluxo x fluxo de gás
Exemplo: 15 min a 100 mL/min resulta em 1,5 L de amostra de gás
Teor de água, coulometria = A / V
Teor de água, volumetria = (A x t) / V
A = volume gasto ou g de água consumido (mL de Reagente KF ou g de H2O)
t = fator da solução KF (mg H2O / mL)
V = volume de gás
Se o teor de água é calculado em % então a massa do gás introduzida no vaso de titulação deve ser
conhecida. Isto pode ser feito por diferença de massa do cilindro de gás antes e depois da remoção
do gás, ou por cálculo.
A massa molar do gás ocupa um volume de 22,4 L à 273 K. Entretanto, como o trabalho é
normalmente feito a altas temperaturas, a expansão térmica da amostra deve ser levada em conta.
Exemplo:
Cloreto de hidrogênio
Cerca de 50 ml de piridina (Máx. 0,01 % H2O) é colocado em um Erlenmeyer seco e cerca de 5 g de
amostra é introduzida. A mistura é deixada sob resfriamento lento, completa-se para 100 mL com
metanol e agita-se. Desta maneira precipitado de sal de piridínio é redissolvido. A água da alíquota
desta solução é determinada. Leve o valor do branco em conta nos cálculos!
Introdução direta da amostra no vaso de titulação não pode ser recomendada por causa da produção
de calor e formação de sal. Ainda, HCl gasoso pode reagir com metanol e liberar água; isto simularia
uma quantidade de água muito alta.
Óxido de etileno, óxido de propileno
A amostra é adicionada da parte líquida da pipeta de gás resistente a pressão. A adição pode ser
feita rapidamente como a amostra dissolve rapidamente no reagente KF. O vaso é condicionado até
um desvio estável estabelecido. A amostra é então adicionada e a água determinada. Máximo de 20
g de amostra podem ser titulados em 30 min, depois o reagente deve ser trocado. Como a adição da
amostra leva algum tempo, uma titulação mínima de 5 min. deve ser programada no instrumento.
Sulfeto de hidrogênio
H2S é oxidado para enxofre pelo iodo do reagente KF. Como esta reação não é estequiométrica, a
determinação de água pelo método KF não é possível!
Cloreto de metila
O ponto de ebulição do cloreto de metila é -23ºC. Uma titulação volumétrica a baixa temperatura
pode ser feita com reagentes bi-componentes. Metanol é pré-resfriado no vaso de titulação à -30ºC
e condiciona-se o vaso. A amostra é então adicionada e seu conteúdo de água titulado nesta baixa
temperatura.
Dióxido de enxofre, líquido
A amostra é adicionada da parte líquida da pipeta de gás resistente a pressão. A adição pode ser
feita rapidamente devido à amostra se dissolver rapidamente no reagente KF. O vaso é
condicionado até atingir um desvio estipulado. A amostra é então adicionada e a água determinada.
Como a adição da amostra leva algum tempo, uma titulação mínima de 5 min. deve ser programada
no instrumento.
Cloreto de vinila
A amostra é adicionada da parte líquida da pipeta de gás resistente à pressão. A adição pode ser
feita rapidamente devido à amostra se dissolver rapidamente no reagente KF. O vaso é
condicionado até atingir um desvio estipulado. A amostra é então adicionada e a água determinada.
Como a adição da amostra leva algum tempo, uma titulação mínima de 5 min. deve ser programada
no instrumento.
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Metrohm tem fabricado tituladores KF por meio século e durante este tempo tem acumulado uma
vasta quantidade de conhecimentos de aplicação que você pode beneficiar-se como um cliente. Nas
Seções anteriores nós descrevemos a determinação de água em mais de 800 substâncias. Esta
Seção contém outras substâncias que nós pensamos podem ser interessantes para você. Se você
não encontrar seu produto ou substância no índice, por favor nos contate.
17.1. Surfactantes
25 ml de metanol são colocados no vaso de titulação condiciona-se o meio. 0,3 a 0,5 g de amostra
são adicionadas e a água titulada. Os seguintes surfactantes têm sido analisados:
Betaínas, cloreto de benzalcônio, cloreto de cetilpiridina, cloreto de didecilmetilimidazol, Hyamine
1622 e nonilfenol.
Para ácido dodecilbenzenosulfônico (e suas misturas com ácido sulfúrico residual) o seguinte se
aplica:
30 mL de metanol com 5 g de imidazol são colocados no vaso de titulação e condiciona-se o meio.
Cerca de 1 g de amostra são adicionados e sua água determinada.
Dodecil sulfato de sódio (lauril sulfato de sódio) e sabões podem ser titulados a temperaturas
elevadas:
30 mL de uma mistura 2:1 de metanol/formamida são colocadas no vaso de titulação, aquecida a
50ºC e condicionada. Cerca de 0,5 g (possivelmente triturada) de amostra é adicionada e sua água
titulada na mesma temperatura.
Para “coco fatty acid aminoxide” e “tallow fatty acid amine” o meio de trabalho deve ser tamponado:
25 mL de uma mistura 4:1 de metanol/clorofórmio são colocados no vaso de titulação, tratado com
cerca de 5 g de ácido benzóico e condiciona-se o meio. Cerca de 1 a 2 g são adicionados e a água
determinada.
Com o método de aquecimento, nós temos determinado a água de polifosfatos de sódio (300ºC),
flocos de são e sabão em pó (120ºC).
17.4. Agricultura
- Em fertilizantes (fertilizantes granulados, fertilizantes artificiais), a água de superfície que é o
interesse primário, mas a água total pode ser também determinada.
Água aderente: 30 mL de mistura 1:2 de metanol/clorofórmio são colocadas no vaso de titulação e
condicionada. Cerca de 0,5 a 1 g de amostra é adicionada e o conteúdo titulado (titulação rápida).
Troque o solvente depois de cada determinação.
Água total: 30 mL de metanol com 7 g de ácido salicílico são colocados no vaso, aquecidos a 50ºC e
condiciona-se o meio. Cerca de 0,5 g de amostra é adicionada e sua água determinada na mesma
temperatura. Tempo de espera de 15 s.
- O conteúdo de água da uréia pode ser determinado sem nenhum problema.
25 ml de metanol são colocados no vaso e condiciona-se o meio. Cerca de 2 g de amostra são
adicionados e a água titulada. O solvente deve ser trocado depois de cada determinação.
- Em pesticidas dimetoato e/ou dometoato (dissolvido em ciclohexanona) a água tem sido
determinada como se segue: 30 mL de meio de trabalho (para aldeídos e cetonas) são colocados no
vaso de titulação e condicionado. Cerca de 2 g de solução de amostra são adicionados com uma
seringa seca e seu teor de água titulado.
17.6. Farmacêuticos
Como já mencionado na Seção 10.2 “Produtos farmacêuticos”, H2O pode ser determinado pelo
método Karl Fischer em um grande número de materiais. Alguns exemplos são:
Cefalexina, penicilina e penicilina-G-potássio têm sido analisados como se segue abaixo:
30 mL de metanol com 5 g de ácido salicílico são colocados no vaso e condicionado. Entre 1 e 3 g
de amostra são adicionados e titula-se.
Em serotonina a água tem sido determinada coulometricamente pelo método de aquecimento.
Tamanho de amostra entre 15 2 75 mg, temperatura do forno 200ºC, nitrogênio como gás de arraste.
Nitroferricianeto de sódio e pirazolone são titulados em metanol.
25 mL de metanol são colocados no vaso e condiciona-se o meio. A amostra é adicionada
(nitroferricianeto 0,1...0,2 g; pirazolone 0,2...0,4 g) e sua água determinada. Com pirazolone o
solvente deve ser trocado depois de três determinações.
2-metil-5-mercaptotiadiazol tem uma reação paralela interferente sob condições KF normais. A água
contida nessas substâncias pode ser determinada como abaixo:
30 mL de meio de trabalho (reagente para aldeídos e cetonas) e cerca de 5 g de ácido salicílico são
colocados no vaso de titulação e condicionados. Cerca de 2 g de amostra são adicionados e titula-se
seu conteúdo de água.
Cloreto de ácido metanosulfônico normalmente contém (interferente) cloro livre que deve primeiro
ser reduzido. A titulação é feita em metanol.
Cerca de 50 g de amostra são pesadas em um Erlenmeyer seco fechado com uma rolha e em
seguida são tratados com 5 g de solução contendo 5 g de SO2 e 10 g de imidazol em 100 mL de
metanol. O frasco é selado, seu conteúdo agitado e deixado em repouso por 5 min para a reação
ocorrer completamente. A água de uma alíquota (retirada com uma seringa seca) é titulada. Uma
determinação do branco deve ser feita e levada em conta nos cálculos.
Nas seguintes três substâncias o grupo SH interfere. Estas são adicionadas a N-etilmaleinimida. A
água pode ser titulada sem nenhuma interferência.
Etil tioglicolato e ácido tioglicólico
Solvente: 30 mL de metanol + 3 g de imidazol + 1 g de N-etilmaleinimida. Condiciona-se o meio e
adiciona-se cerca de 0,3 g de amostra, deixar reagir sob agitação por 5 min. e então titula-se a água
presente.
Tiokol
Solvente: 30 mL de 2-cloroetanol + 3 g de imidazol + 1 g de N-etilmaleinimida. Condiciona-se o meio
e adiciona-se cerca de 0,3 g de amostra com uma seringa sem agulha, deixe reagir sob agitação por
5 min. e então titula-se a água.
17.8. Variados
Finalmente algumas poucas amostras ou substâncias que não foram mencionadas (ou não foram
mencionadas muito comentadas) nas Seções anteriores.
O método do forno tem sido usado para determinar umidade das seguintes (temperatura do forno,
tamanho de amostra, observações):
Aspartame (tabletes) – 130ºC, cerca de 0,4 g (contém carbonato, decompõem a altas
temperaturas)
Pó de branqueamento – 150ºC; 0,25 g (contém hipoclorito e carbonato)
Ciclamato (tabletes) – 140ºC, cerca de 1 g (contém carbonato, decompõem-se a altas temperaturas)
Pó desintoxicante – 190ºC; cerca de 0,2 g (contém hipoclorito e carbonato)