Você está na página 1de 479

GUIA DE CÁLCULOS

TRABALHISTAS
Entenda e esteja em
Compliance com o eSocial
e a Fiscalização
GUIA DE CÁLCULOS
TRABALHISTAS
Entenda e esteja em
Compliance com o eSocial
e a Fiscalização
Presidente: Jorge Santos Carneiro
Gerente de Produtos: Vlamir Neves
Editorial: Equipe Técnica IOB
Diagramação: Ana Gomes

Edição concluída em 03.09.2020

CIP – Dados Internacionais de Catalogação na Publicação


_____________________________________________________________
G943 Guia de cálculos trabalhistas [recurso eletrônico] : entenda e
esteja em Compliance com o eSocial e a Fiscalização /
editorial Equipe Técnica IOB. – São Paulo : IOB, 2020.
1867 Kb ; PDF.

Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-379-3595-8

1. Contabilidade tributária - Legislação - Brasil. 2. eSocial


(Projeto). 3. Impostos - Custo de conformidade. 4. Fiscalização
tributária. I. Equipe Técnica IOB, coord. II. Título: IOB Guia de
cálculos trabalhistas: entenda e esteja em Compliance com o
eSocial e a Fiscalização.
CDU : 657:336.2
______________________________________________________________
Catalogação: Bibliotecária Jucelei Rodrigues Domingues - CRB 10/1569

Telefones Úteis IOB


São Paulo Outras
Localidades
Atendimento ao Cliente: (11) 2188-7900 0800-724 7900
Vendas: (11) 2188-7777 0800-724 7777

Consulte nosso site www.iob.com.br


Proibida a reprodução parcial ou total de qualquer matéria sem prévia autorização.
Registro na Vara dos Registros Públicos e no 1o Cartório de Títulos e Documentos de São Paulo - Nome e Marca Registrados no INPI.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................................................................ 17
CAPÍTULO I - PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO SOBRE O LEGISLADO .................................................. 19
CAPÍTULO II - SALÁRIO E REMUNERAÇÃO......................................................................................................23
Espécies de remuneração mínima......................................................................................................................................................24
Salário-utilidade...........................................................................................................................................................................................25
Habitação.................................................................................................................................................................................................26
Veículo.......................................................................................................................................................................................................27
Educação..................................................................................................................................................................................................28
Vestuário...................................................................................................................................................................................................29
Assistência médica..............................................................................................................................................................................29
Parcelas mais comuns concedidas aos empregados e suas implicações na remuneração........................... 30
Comissões................................................................................................................................................................................................32
Gorjetas.....................................................................................................................................................................................................34
Diárias para viagem.............................................................................................................................................................................34
Ajuda de custo.......................................................................................................................................................................................35
Prêmios......................................................................................................................................................................................................36
Gratificações...........................................................................................................................................................................................37
Quebra de caixa.....................................................................................................................................................................................38
Sobreaviso............................................................................................................................................................................................... 39
Abono.........................................................................................................................................................................................................40
Abono de férias...................................................................................................................................................................................... 41
Adicional de insalubridade...............................................................................................................................................................42
Adicional de periculosidade............................................................................................................................................................44
Adicional extraordinário.....................................................................................................................................................................45
Supressão de horas extra - Indenização....................................................................................................................................47
Adicional noturno.................................................................................................................................................................................48
Adicional de transferência............................................................................................................................................................... 50
Adicional de função............................................................................................................................................................................. 51
Adicional por tempo de serviço..................................................................................................................................................... 51
Verba de representação.....................................................................................................................................................................55
Indenizações...........................................................................................................................................................................................55
Multa rescisória do FGTS ou indenização compensatória................................................................................................55
Indenização por tempo de serviço.............................................................................................................................................. 56
Indenização por despedida sem justo motivo nos contratos a prazo determinado............................................57
Indenização adicional (dispensa antes da data-base)........................................................................................................57
Indenização por demissão voluntária.........................................................................................................................................58
Equiparação salarial...................................................................................................................................................................................58
Salário substituição................................................................................................................................................................................... 59
Substituição eventual........................................................................................................................................................................ 59
Substituição provisória ou temporária...................................................................................................................................... 60
Substituição permanente................................................................................................................................................................ 60
Acúmulo de funções.................................................................................................................................................................................. 61
Descontos nos salários - Possibilidades - Danos causados pelo empregado...............................................................62
Pagamento dos salários - Prazo, local e hora................................................................................................................................ 63
Proteção ao salário - Redução - Renúncia - Penhora - Falência.......................................................................................... 65
Salário-maternidade.................................................................................................................................................................................. 65
6 Guia de Cálculos Trabalhistas

Salário-família............................................................................................................................................................................................... 68
INSS, FGTS e IR/FONTE - Tabela prática de incidências...........................................................................................................77
CAPÍTULO III - JORNADA DE TRABALHO.........................................................................................................87
Prorrogação da jornada............................................................................................................................................................................88
Jornada 12 × 36.............................................................................................................................................................................................89
Jornada reduzida.........................................................................................................................................................................................89
Intervalos na jornada................................................................................................................................................................................ 90
Intervalo intrajornada (dentro da jornada)............................................................................................................................... 90
Períodos de descanso especiais................................................................................................................................................... 91
Motorista profissional................................................................................................................................................................................92
Intervalos não previstos em lei..............................................................................................................................................................92
Intervalos interjornadas (entre jornadas)..................................................................................................................................93
Quadros demonstrativos..................................................................................................................................................................93
Turnos Ininterruptos de revezamento................................................................................................................................................94
Empregados não subordinados à jornada...................................................................................................................................... 96
Controle da jornada de trabalho......................................................................................................................................................... 96
CAPÍTULO IV - REPOUSO SEMANAL REMUNERADO.................................................................................. 99
Proibição de trabalho nos dias de repouso............................................................................................................................. 99
Permissão permanente..................................................................................................................................................................... 99
Permissão transitória........................................................................................................................................................................100
Comércio em geral............................................................................................................................................................................. 101
Valor do RSR................................................................................................................................................................................................. 101
Empregado semanalista, diarista e horista............................................................................................................................ 101
Empregados tarefeiro e pecista................................................................................................................................................... 101
Empregado comissionista..............................................................................................................................................................102
Empregado mensalista e quinzenalista...................................................................................................................................103
Salário por produção.........................................................................................................................................................................103
Empregado com jornada reduzida....................................................................................................................................................103
Trabalhadores avulsos.............................................................................................................................................................................104
Jornada 12 × 36...........................................................................................................................................................................................104
Integração dos adicionais no cálculo do RSR..............................................................................................................................104
Adicional noturno...............................................................................................................................................................................104
Horas extras...........................................................................................................................................................................................105
Insalubridade e periculosidade.......................................................................................................................................................... 106
Gorjetas......................................................................................................................................................................................................... 106
Gratificações............................................................................................................................................................................................... 106
Escala de revezamento de folga (RSR)........................................................................................................................................... 106
Mulher..................................................................................................................................................................................................... 106
RSR - Pagamento em dobro.................................................................................................................................................................108
Feriados......................................................................................................................................................................................................... 109
Feriados estaduais............................................................................................................................................................................ 109
Feriados municipais ou religiosos.............................................................................................................................................. 112
Feriado que recai em dia de repouso........................................................................................................................................ 112
Feriado que recai em sábado compensado........................................................................................................................... 112
Desconto do RSR...................................................................................................................................................................................... 114
Admissão no curso da semana............................................................................................................................................................117
CAPÍTULO V - FÉRIAS INDIVIDUAIS.................................................................................................................. 119
Faltas não consideradas para fins de apuração do número de dias de férias.............................................................. 119
Período aquisitivo de férias...................................................................................................................................................................122
Período concessivo............................................................................................................................................................................122
Fracionamento............................................................................................................................................................................................123
Perda do direito..........................................................................................................................................................................................123
Guia de Cálculos Trabalhistas 7

Licença remunerada................................................................................................................................................................................123
Licença não remunerada.......................................................................................................................................................................124
Paralisação parcial ou total da empresa.........................................................................................................................................124
Serviço militar obrigatório.....................................................................................................................................................................125
Abono pecuniário......................................................................................................................................................................................126
Férias fracionadas e o abono...............................................................................................................................................................126
Remuneração do abono pecuniário.................................................................................................................................................128
Remuneração das férias......................................................................................................................................................................... 131
Cálculo das férias......................................................................................................................................................................................133
Adicionais...................................................................................................................................................................................................... 137
Trabalho em apenas alguns dias da semana...............................................................................................................................138
Salário-utilidade.........................................................................................................................................................................................138
Pagamento em dobro..............................................................................................................................................................................139
Férias parciais em dobro........................................................................................................................................................................139
Abono pecuniário......................................................................................................................................................................................140
Requisitos para concessão...................................................................................................................................................................140
Solicitação do adiantamento do 13º salário por ocasião das férias..................................................................................140
Prazo de pagamento das férias..........................................................................................................................................................140
Prescrição...................................................................................................................................................................................................... 141
Férias - fases legais - demonstrativo.........................................................................................................................................142
Férias na cessação do contrato de trabalho................................................................................................................................142
Férias vencidas....................................................................................................................................................................................142
Férias proporcionais .........................................................................................................................................................................143
Férias proporcionais na cessação do contrato de trabalho - Exemplo.....................................................................143
Trabalho a tempo parcial........................................................................................................................................................................146
Professores................................................................................................................................................................................................... 147
Direito às férias na rescisão contratual........................................................................................................................................... 147
Incidências sobre férias..........................................................................................................................................................................148
Férias gozadas na vigência do contrato de trabalho (simples e proporcionais)...................................................148
Férias em dobro pagas na vigência do contrato de trabalho........................................................................................149
Férias vencidas (simples ou em dobro) e proporcionais pagas na rescisão contratual...................................150
Abono pecuniário...............................................................................................................................................................................150
Terço constitucional - Férias.........................................................................................................................................................150
Terço constitucional sobre o abono pecuniário - Comentários...................................................................................150
Afastamentos do empregado das suas atividades na contagem do período concessivo de férias.................. 151
Prestação de serviços durante as férias - Proibição.................................................................................................................152
Empregado acometido de doença durante as férias...............................................................................................................152
Gestante - Superveniência de parto no gozo das férias.........................................................................................................152
Trabalho intermitente..............................................................................................................................................................................152
Férias coletivas...........................................................................................................................................................................................153
Concessão - Requisitos...................................................................................................................................................................153
Empregados afastados da atividade no curso das férias coletivas...................................................................................154
Empregados com menos de 12 meses de serviço.....................................................................................................................155
Exemplos de férias coletivas................................................................................................................................................................ 157
Concessão em dois períodos..............................................................................................................................................................159
Empregados com 12 ou mais meses de serviço......................................................................................................................... 161
Abono pecuniário......................................................................................................................................................................................163
Exemplos de férias coletivas................................................................................................................................................................163
CAPÍTULO VI - DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO................................................................................................167
1ª Parcela....................................................................................................................................................................................................... 169
Pagamento - Prazo............................................................................................................................................................................ 169
Valor..........................................................................................................................................................................................................170
Admissão até 17 de janeiro, inclusive........................................................................................................................................170
8 Guia de Cálculos Trabalhistas

Admissão após 17 de janeiro......................................................................................................................................................... 173


Encargos sociais.................................................................................................................................................................................. 175
2ª Parcela................................................................................................................................................................................................ 175
Salário variável...................................................................................................................................................................................... 176
Empregados com menos de 1 ano de serviço - Exemplos..................................................................................................... 177
Salário variável - Diferença - Ajuste...................................................................................................................................................180
Parcelas in natura - Integração........................................................................................................................................................... 181
Adicionais - Integração...........................................................................................................................................................................182
Afastamentos no curso do ano e reflexo no cálculo do 13º salário....................................................................................182
Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) não decorrente de acidente do trabalho..........182
Abono anual a cargo da Previdência Social...........................................................................................................................183
Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) decorrente de acidente do trabalho....................183
Serviço militar..............................................................................................................................................................................................184
Salário-maternidade.................................................................................................................................................................................184
13º salário proporcional - Pagamento pela empresa................................................................................................................185
Abono anual pago pelo INSS...............................................................................................................................................................185
Morte do empregado...............................................................................................................................................................................186
Dispensa por justa causa.......................................................................................................................................................................186
Prescrição......................................................................................................................................................................................................186
Contrato de trabalho intermitente....................................................................................................................................................186
Encargos sociais sobre o 13º salário.................................................................................................................................................186
Contribuição previdenciária..........................................................................................................................................................186
Recolhimento - Prazo........................................................................................................................................................................186
Base de cálculo....................................................................................................................................................................................187
Parte do empregado..........................................................................................................................................................................187
Parte da empresa................................................................................................................................................................................188
Salário variável - Acerto da diferença - Contribuição previdenciária ............................................................................... 191
13º Salário - Recolhimento em GPS específica...........................................................................................................................192
Recolhimento em atraso.................................................................................................................................................................193
Rescisão contratual - Recolhimento da contribuição previdenciária - Normas..........................................................194
Empresas que tiveram a base de cálculo da contribuição previdenciária patronal básica (20%)
substituída pela receita bruta.......................................................................................................................................................194
Contribuição previdenciária básica sobre a folha de 13º salário..................................................................................194
Empregado doméstico............................................................................................................................................................................195
FGTS - Depósito......................................................................................................................................................................................... 197
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF).................................................................................................................................... 197
CAPÍTULO VII - CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE...................................................................199
Contrato de trabalho intermitente................................................................................................................................................... 199
Convocação................................................................................................................................................................................................ 199
Período de inatividade ..........................................................................................................................................................................200
Remuneração.............................................................................................................................................................................................200
Encargos legais...........................................................................................................................................................................................201
Férias...............................................................................................................................................................................................................201
Salário-maternidade................................................................................................................................................................................ 202
Rescisão contratual e verbas devidas............................................................................................................................................ 202
CAPÍTULO VIII - AVISO-PRÉVIO......................................................................................................................... 203
Início da contagem do prazo..............................................................................................................................................................203
Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço..................................................................................................................203
Contagem do prazo proporcional - Entendimentos doutrinários - Controvérsias....................................................203
Posição do antigo Ministério do Trabalho (MTb) divulgada por meio de nota técnica.................................... 204
Posição de renomados juristas acerca do tema.................................................................................................................206
Jurisprudência....................................................................................................................................................................................209
Guia de Cálculos Trabalhistas 9

Aviso-prévio - Formas de concessão................................................................................................................................................212


Trabalhado..............................................................................................................................................................................................212
Aviso-prévio indenizado...................................................................................................................................................................214
Rescisão por iniciativa do empregador (dispensa sem justa causa).........................................................................214
Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão).......................................................................................215
O aviso-prévio indenizado e a data da baixa na Carteira de Trabalho.......................................................................218
Aviso-prévio “cumprido em casa”................................................................................................................................................221
Pagamento das verbas rescisórias - Prazo....................................................................................................................................221
Aviso-prévio trabalhado...................................................................................................................................................................221
Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Data de quitação das verbas rescisórias...........................221
Aviso-prévio indenizado ou dispensa do seu cumprimento......................................................................................... 222
Aviso-prévio “cumprido em casa”............................................................................................................................................... 222
Pedido de demissão com cumprimento parcial do aviso-prévio - Prazo para quitação das verbas
rescisórias.............................................................................................................................................................................................. 222
Redução da jornada - Dispensa sem justa causa..................................................................................................................... 223
Diária (2 horas).................................................................................................................................................................................... 223
Redução facultativa (em dias)...................................................................................................................................................... 223
Momento da redução...................................................................................................................................................................... 224
Descumprimento pelo empregador......................................................................................................................................... 225
Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão)...................................................................................... 226
Integração ao tempo de serviço........................................................................................................................................................ 226
Reconsideração..........................................................................................................................................................................................227
Compensações de horário de trabalho..........................................................................................................................................227
Remuneração............................................................................................................................................................................................. 228
Salário pago por comissão............................................................................................................................................................ 229
Aviso-prévio indenizado - Apuração.......................................................................................................................................... 229
Comissões pagas pelo empregador - Aviso-prévio trabalhado - Apuração...........................................................230
Apuração do aviso-prévio trabalhado de empregado que recebe salário fixo e comissão com direito
a 30 dias de aviso - Exemplo.........................................................................................................................................................230
Salário por tarefa - Aviso-prévio indenizado - Apuração...................................................................................................231
Aviso-prévio trabalhado - Tarefeiro.............................................................................................................................................231
Inclusão de horas extras................................................................................................................................................................. 232
Aviso-prévio indenizado.................................................................................................................................................................. 232
Alimentação - Não integração do valor relativo à alimentação (vale-alimentação, ticket restaurante,
cesta básica, etc.) na remuneração do empregado para fins de cálculo do aviso-prévio indenizado...... 233
Aumentos salariais no curso do aviso..................................................................................................................................... 234
CAPÍTULO IX - VALE-TRANSPORTE.................................................................................................................. 235
Formas de transporte............................................................................................................................................................................. 235
Fornecimento de transporte pelo empregador - Obrigatoriedade de concessão do vale-transporte -
Exoneração.................................................................................................................................................................................................. 235
Proibição....................................................................................................................................................................................................... 236
Incidências................................................................................................................................................................................................... 236
Exercício do direito ao vale-transporte........................................................................................................................................... 236
Utilização exclusiva para o trabalho................................................................................................................................................. 236
Acumulação de benefícios - Vedação............................................................................................................................................. 238
Fornecimento do vale-transporte no intervalo para alimentação dos empregados................................................ 238
Custeio.......................................................................................................................................................................................................... 239
Desconto...................................................................................................................................................................................................... 239
Base de cálculo do desconto do vale-transporte de empregado que aufere salário misto.................................. 241
Afastamento do empregado no curso do mês - Procedimento......................................................................................... 242
CAPÍTULO X - ESTABILIDADES.......................................................................................................................... 245
Membro da Cipa....................................................................................................................................................................................... 245
Gestante....................................................................................................................................................................................................... 246
10 Guia de Cálculos Trabalhistas

Estabilidade da empregada gestante no contrato a prazo determinado...................................................................... 246


Dirigente sindical.......................................................................................................................................................................................247
Membros do Conselho Curador do FGTS......................................................................................................................................247
Não optantes pelo FGTS (estabilidade decenal)....................................................................................................................... 248
Membros do Conselho Nacional de Previdência Social........................................................................................................ 248
Acidente do trabalho.............................................................................................................................................................................. 248
Diretores de sociedades cooperativas........................................................................................................................................... 249
Representantes dos empregados na Comissão de Conciliação Prévia......................................................................... 249
Mulher em situação de violência doméstica e familiar.......................................................................................................... 249
Documento coletivo de trabalho...................................................................................................................................................... 249
Decisões TST.............................................................................................................................................................................................. 250
Discriminação............................................................................................................................................................................................ 250
Decisões TST e TRT 9ª Região.............................................................................................................................................................251
Encerramento da empresa ou do estabelecimento................................................................................................................ 252
CAPÍTULO XI - ENCARGOS SOCIAIS INCIDENTES SOBRE A REMUNERAÇÃO - CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS, FGTS E IRRF........................................................................................................................ 259
Contribuições previdenciárias........................................................................................................................................................... 259
Contribuições patronais - Base de cálculo............................................................................................................................ 259
Alíquota patronal básica..................................................................................................................................................................261
Desoneração da folha de pagamento - Alteração da base de cálculo da contribuição previdenciária
patronal básica para algumas empresas........................................................................................................................................261
Substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária............................................................................... 262
Contribuição sobre a receita bruta - Alíquotas................................................................................................................... 262
Alíquota de 4,5%................................................................................................................................................................................. 262
Construção civil - Regras especiais.......................................................................................................................................... 264
Alíquota de 3%.................................................................................................................................................................................... 264
Alíquota de 2,5%................................................................................................................................................................................. 264
Alíquota de 2%..................................................................................................................................................................................... 265
Alíquota de 1,5%.................................................................................................................................................................................. 265
Alíquota de 1%.....................................................................................................................................................................................266
Atividades com alíquotas diferenciadas sobre a receita bruta....................................................................................266
Empresas optantes pelo Simples Nacional - Desoneração...........................................................................................266
Cooperativas de produção - Desoneração............................................................................................................................ 267
Receita bruta - Apuração............................................................................................................................................................... 267
Informações e recolhimento........................................................................................................................................................ 268
Atividades desoneradas e não desoneradas simultâneas - Contribuição previdenciária - Cálculo..........269
Situações em que a substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária não será apli-
cada........................................................................................................................................................................................................... 271
Recolhimento - Prazo........................................................................................................................................................................ 271
Contribuição previdenciária básica sobre a folha de 13º salário.................................................................................. 271
Prestação de serviço mediante cessão de mão de obra - Retenção previdenciária.................................................272
EFD-Contribuições - Obrigatoriedade............................................................................................................................................273
Relação de atividades sujeitas à incidência da CPRB, a contar de 1º.09.2018......................................................273
Relação de itens cuja fabricação faculta a CPRB a partir de 1º.09.2018....................................................................274
Contribuição para financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão
do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho
(GIIL-RAT) e o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).............................................................................................................. 279
Enquadramento da empresa no grau de risco.................................................................................................................... 280
Obra de construção civil................................................................................................................................................................ 280
Erro no autoenquadramento........................................................................................................................................................ 280
Atividades que ensejam a concessão de aposentadoria especial - Contribuição adicional........................ 280
Cooperativas de produção - Trabalho em condições especiais - Contribuição adicional...............................281
Empresa de cessão de mão de obra..........................................................................................................................................281
Base de cálculo da contribuição adicional.............................................................................................................................281
Guia de Cálculos Trabalhistas 11

Fator Acidentário de Prevenção (FAP) - Redução ou aumento da alíquota............................................................281


Cálculo.................................................................................................................................................................................................... 282
Geração de índices de frequência, gravidade e custo..................................................................................................... 282
Índice de frequência......................................................................................................................................................................... 282
Índice de gravidade........................................................................................................................................................................... 282
Índice de custo................................................................................................................................................................................... 283
Cálculo anual do FAP....................................................................................................................................................................... 283
FAP - Cálculo - Início........................................................................................................................................................................ 284
Róis dos percentis de frequência, gravidade e custo - Divulgação........................................................................... 284
Aplicação do FAP...................................................................................................................................................................................... 284
Ano de 2020.......................................................................................................................................................................................... 284
Contestação - Possibilidade......................................................................................................................................................... 284
Declaração do FAP em GFIP......................................................................................................................................................... 284
Exemplo (dados hipotéticos) - Vigência em 2020.............................................................................................................. 285
Enquadramento da empresa - Alteração................................................................................................................................ 289
Contribuições destinadas a outras entidades e fundos (terceiros)..................................................................................318
Base de cálculo....................................................................................................................................................................................319
Entidades não sujeitas à contribuição para terceiros.......................................................................................................319
Empresa brasileira de navegação................................................................................................................................................319
Brasileiros contratado no Brasil para prestar serviços no exterior............................................................................. 320
Classificação da atividade e atribuição do código FPAS................................................................................................ 320
Tabelas de contribuição de terceiros........................................................................................................................................321
Atividades industriais....................................................................................................................................................................... 323
Atividades comerciais...................................................................................................................................................................... 325
Cooperativas........................................................................................................................................................................................ 325
Empresas com mais de um estabelecimento - Código FPAS...................................................................................... 326
Atividades rurais................................................................................................................................................................................. 326
Contribuição adicional destinada ao Incra........................................................................................................................... 326
Salário-educação............................................................................................................................................................................... 326
Arrecadação - Código FPAS - Regras especiais.................................................................................................................. 326
Empresa prestadora de serviços mediante cessão de mão de obra..........................................................................327
Trabalhador avulso não portuário...............................................................................................................................................327
Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos...................327
Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Transportes Terrestres.........................................................327
Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Comunicações e Publicações..........................................327
Agroindústrias............................................................................................................................................................................................ 328
Agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura ou avicultura.............................................................. 328
Agroindústria de florestamento e reflorestamento........................................................................................................... 328
Agroindústrias sujeitas à contribuição substitutiva.......................................................................................................... 328
Produtor rural pessoa jurídica...................................................................................................................................................... 329
Cooperativas de produção............................................................................................................................................................330
Transportador autônomo...............................................................................................................................................................330
Cooperativa de transportadores autônomos.......................................................................................................................330
Associação desportiva e sociedade empresária que mantêm equipe de futebol profissional.....................331
Empresa de trabalho temporário.................................................................................................................................................331
Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) e o operador portuário.................................................................................331
Tabela de Percentuais das Contribuições Arrecadadas pela RFB de Acordo com o Código FPAS........... 332
Empresas optantes pelo Simples Nacional........................................................................................................................... 338
Contribuinte individual.......................................................................................................................................................................... 338
Prestação de serviços a mais de uma empresa, no decorrer do mês......................................................................339
Comprovante de pagamento - Fornecimento......................................................................................................................341
Prestação de serviços à entidade beneficente de assistência social isenta.........................................................341
Prestação de serviços à empresa e exercício de atividade por conta própria - Simultaneidade.................341
Exercício simultâneo das atividades de empregado e contribuinte individual................................................... 342
12 Guia de Cálculos Trabalhistas

Contribuição previdenciária do empregado, doméstico e trabalhador avulso.................................................... 343


Exemplos de contribuição previdenciária sobre remunerações recebidas em janeiro e fevereiro/2020.... 343
Exemplos de remunerações recebidas a partir de março/2020.................................................................................. 345
Remuneração auferida inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição...................................................... 347
Prestação de serviços a pessoa física - Recolhimento - Responsabilidade.......................................................... 347
Prestação de serviço a outro contribuinte individual equiparado a empresa, missão diplomática e
repartição consular de carreira estrangeira.......................................................................................................................... 348
Contribuição previdenciária do empregado e do trabalhador avulso...................................................................... 348
Empregos simultâneos - Contribuição previdenciária nos meses de janeiro e fevereiro/2020.....................351
Prazo para recolhimento das contribuições previdenciárias.............................................................................................. 352
Dia 20 do mês seguinte ao da competência........................................................................................................................ 352
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS................................................................................................................353
Prazo para depósito.......................................................................................................................................................................... 354
Depósitos decorrentes de rescisão contratual................................................................................................................... 354
Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)............................................................................................................................355
Empregado doméstico - Simples doméstico.............................................................................................................................. 357
Tabelas de salário-de-contribuição - Empregado doméstico.............................................................................................. 357
INSS, FGTS e IR/Fonte - Tabela prática de incidências........................................................................................................... 358
CAPÍTULO XII - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO............................................................................................ 369
Previdenciário.............................................................................................................................................................................................369
Benefícios - Ato de concessão....................................................................................................................................................369
Anulação de atos administrativos..............................................................................................................................................369
Prestações vencidas - Prescrição..............................................................................................................................................369
Menores absolutamente incapazes e relativamente incapazes.................................................................................369
Acidente do trabalho........................................................................................................................................................................ 370
Créditos da Previdência Social - Decadência e prescrição........................................................................................... 370
Trabalhista.................................................................................................................................................................................................... 370
Fundo de garantia do tempo de serviço ....................................................................................................................................... 371
CAPÍTULO XIII - COOPERATIVAS........................................................................................................................373
Cooperados................................................................................................................................................................................................. 373
Cooperativas - Características........................................................................................................................................................... 373
Cooperativas de trabalho......................................................................................................................................................................374
Tipos de cooperativas de trabalho.............................................................................................................................................374
Intermediação de mão de obra - Proibição............................................................................................................................374
Vínculo empregatício - Inexistência.................................................................................................................................................374
Regras trabalhistas aplicáveis............................................................................................................................................................ 375
Direitos dos sócios.................................................................................................................................................................................. 375
CAPÍTULO XIV - TRABALHO TEMPORÁRIO....................................................................................................377
Conceito........................................................................................................................................................................................................377
Caracterização do trabalho temporário..........................................................................................................................................377
Empresa de trabalho temporário - Registro..................................................................................................................................377
Contrato de trabalho temporário - Prazo.......................................................................................................................................378
Contratos - Informações ao ME..........................................................................................................................................................378
Contrato de experiência - Celebração após término do contrato temporário.............................................................378
Contrato de Trabalho Temporário - Abrangência - Forma......................................................................................................378
Entre empresa de trabalho temporário e empresa tomadora.......................................................................................378
Entre trabalhador temporário e empresa de trabalho temporário............................................................................. 379
Direitos do trabalhador.......................................................................................................................................................................... 379
Aviso prévio (indevido)......................................................................................................................................................................381
Trabalhador temporário - Contrato - Indenização - Indevido........................................................................................ 382
Trabalhador temporário - Assistência e Remuneração - Competência................................................................... 382
Rescisão por justa causa...................................................................................................................................................................... 382
Por parte do trabalhador temporário.............................................................................................................................................. 383
Guia de Cálculos Trabalhistas 13

Proibições à empresa de trabalho temporário........................................................................................................................... 383


Encargos legais.......................................................................................................................................................................................... 383
FGTS......................................................................................................................................................................................................... 383
Contribuições previdenciárias.................................................................................................................................................... 384
Retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal.................................................................................................................... 384
Salário-educação............................................................................................................................................................................... 384
Acidente de qualquer natureza................................................................................................................................................... 384
Comprovante de regularidade perante o INSS................................................................................................................... 385
Fiscalização do Ministério da Economia....................................................................................................................................... 385
Responsabilidade da empresa de trabalho temporário.................................................................................................. 385
Responsabilidade da tomadora dos serviços ou cliente................................................................................................ 385
Vínculo empregatício com a empresa tomadora de serviços - Inexistência............................................................... 385
Rescisão contratual................................................................................................................................................................................. 385
Benefícios previdenciários - Garantia......................................................................................................................................386
Proibição de contratação para substituir trabalhadores em greve............................................................................386
Atividades excluídas.........................................................................................................................................................................386
CAPÍTULO XV - ESTAGIÁRIO............................................................................................................................... 387
Finalidade do estágio............................................................................................................................................................................. 387
Estágio obrigatório e não obrigatório............................................................................................................................................. 387
Parte concedente do estágio.............................................................................................................................................................. 387
Número máximo de estagiários.................................................................................................................................................. 388
Pessoas portadores de deficiência........................................................................................................................................... 388
Agentes de integração........................................................................................................................................................................... 388
Responsabilidade civil dos agentes de integração..................................................................................................................389
Inexistência de vínculo empregatício.............................................................................................................................................389
Obrigações das instituições de ensino..........................................................................................................................................389
Plano de atividades do estagiário..............................................................................................................................................390
Convênio de concessão de estágio..........................................................................................................................................390
Jornada de atividade..............................................................................................................................................................................390
Duração do estágio..................................................................................................................................................................................391
Bolsa em dinheiro......................................................................................................................................................................................391
Incidências....................................................................................................................................................................................................391
Contribuição previdenciária..........................................................................................................................................................391
FGTS..........................................................................................................................................................................................................391
Imposto de Renda..............................................................................................................................................................................391
Concessão de benefícios......................................................................................................................................................................391
Período de recesso...................................................................................................................................................................................391
Saúde e segurança do trabalho......................................................................................................................................................... 392
Isenção das obrigações trabalhistas............................................................................................................................................... 392
Estudantes estrangeiros....................................................................................................................................................................... 393
Trainee............................................................................................................................................................................................................ 393
CAPÍTULO XVI - EMPREGADO DOMÉSTICO................................................................................................. 395
Conceito.......................................................................................................................................................................................................395
Admissão......................................................................................................................................................................................................395
Contrato por prazo determinado - Possibilidade...................................................................................................................... 397
Contrato de experiência................................................................................................................................................................. 398
Contrato a prazo - Rescisão.......................................................................................................................................................... 398
Direitos.......................................................................................................................................................................................................... 398
Jornada de trabalho - Prorrogação e compensação de horas.....................................................................................399
Horário de trabalho de 12 × 36 horas - Possibilidade........................................................................................................400
Acompanhamento em viagem....................................................................................................................................................400
Registro de horário de trabalho - Obrigatoriedade...........................................................................................................400
Trabalho em regime de tempo parcial..................................................................................................................................... 402
14 Guia de Cálculos Trabalhistas

Intervalo para repouso ou alimentação...................................................................................................................................403


Trabalho noturno................................................................................................................................................................................403
Intervalo entre jornadas de trabalho........................................................................................................................................403
Remuneração - Pagamento - Prazo - Descontos................................................................................................................403
FGTS................................................................................................................................................................................................................404
Contas vinculadas no FGTS..........................................................................................................................................................404
FGTS - Rescisão contratual...........................................................................................................................................................404
Indenização compensatória - Rescisão sem justa causa ou por culpa do empregador.................................404
13º salário...............................................................................................................................................................................................405
Pagamento de 13º salário de empregado doméstico em 2019...........................................................................................405
Desconto previdenciário - Procedimentos............................................................................................................................406
Licença-maternidade.......................................................................................................................................................................406
Abono anual......................................................................................................................................................................................... 407
Licença-paternidade........................................................................................................................................................................408
Acidente do trabalho........................................................................................................................................................................408
Salário-família......................................................................................................................................................................................408
Repouso/Descanso semanal remunerado............................................................................................................................408
Férias.......................................................................................................................................................................................................408
Recibo de férias...................................................................................................................................................................................410
Anotação na CTPS..............................................................................................................................................................................410
Vale-transporte....................................................................................................................................................................................410
Aplicação das normas de segurança e saúde........................................................................................................................411
Aviso-prévio...........................................................................................................................................................................................412
Seguro-desemprego..........................................................................................................................................................................412
Parcelas - Pagamento.......................................................................................................................................................................413
Regime unificado de pagamento de tributos, de contribuições e dos demais encargos do empregador
doméstico (Simples Doméstico)........................................................................................................................................................414
Tabelas de salário-de-contribuição - Empregado doméstico...............................................................................................414
Rescisão contratual por justa causa................................................................................................................................................415
Prescrição - Arquivamento de documentos - Prazo.................................................................................................................416
Fiscalização trabalhista...........................................................................................................................................................................416
Rescisão contratual..................................................................................................................................................................................416
CTPS - Baixa.................................................................................................................................................................................................416
Impossibilidade de rescisão do contrato de trabalho de empregado doméstico aposentado por invalidez....416
Prática de atos ilícitos - Agências - Responsabilidade civil................................................................................................... 417
CAPÍTULO XVII - CORONAVÍRUS (COVID-19) - CONSEQUÊNCIAS TRABALHISTAS E PREVIDEN-
CIÁRIAS.......................................................................................................................................................................419
Medida de isolamento......................................................................................................................................................................419
Atestado médico - Necessidade................................................................................................................................................ 420
Distanciamento social - Pessoas com mais de 60 anos..................................................................................................421
Medida de quarentena.....................................................................................................................................................................421
Descumprimento das medidas - Consequências............................................................................................................. 422
Outras medidas que podem ser adotadas............................................................................................................................ 422
Atendimento das medidas - Obrigatoriedade............................................................................................................................ 422
Direitos assegurados às pessoas afetadas pelas medidas........................................................................................... 422
Faltas ao serviço - Abono............................................................................................................................................................... 423
Compartilhamento de informações - Obrigatoriedade................................................................................................... 423
Ações que devem ser tomadas pelo empregador para a preservação da segurança e da saúde do
trabalhador............................................................................................................................................................................................ 423
Orientações aos trabalhadores................................................................................................................................................... 424
Casos suspeitos, confirmados e contatantes da COVID-19 - Identificação.......................................................... 424
Afastamento do trabalhador das atividades laborais - Situações.............................................................................. 425
Procedimentos para identificação de casos suspeitos................................................................................................... 425
Guia de Cálculos Trabalhistas 15

Registros sobre a COVID-19 atualizado - Manutenção à disposição da fiscalização........................................ 426


Encaminhamento do trabalhador a ambulatório médico.............................................................................................. 426
Higiene das mãos, etiqueta respiratória e outras precauções..................................................................................... 426
Distanciamento social..................................................................................................................................................................... 427
Medidas de higiene, ventilação, limpeza e desinfecção dos ambientes de trabalho........................................ 427
Trabalhadores do grupo de risco................................................................................................................................................ 428
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e outros equipamentos de proteção............................................ 428
Refeitórios............................................................................................................................................................................................. 428
Vestiários...............................................................................................................................................................................................429
Transporte de trabalhadores fornecido pelo empregador.............................................................................................429
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).....................................................................................................430
Medidas para retomada das atividades..................................................................................................................................430
Medidas trabalhistas que poderão ser adotadas para preservação do emprego e da renda e para
enfrentamento do estado de calamidade pública.............................................................................................................430
Implantação temporária do home office ou teletrabalho................................................................................................431
Antecipação de férias individuais - Possibilidade.............................................................................................................. 432
Serviços de saúde - Suspensão das férias - Possibilidade............................................................................................. 433
Concessão de férias coletivas..................................................................................................................................................... 433
Aproveitamento e antecipação de feriados.......................................................................................................................... 433
Banco de horas................................................................................................................................................................................... 434
Exames médicos/Treinamentos.................................................................................................................................................. 434
FGTS................................................................................................................................................................................................................ 435
Prorrogação de prazo para os depósitos do FGTS - Pagamento parcelado.......................................................... 435
Parcelas - Pagamento......................................................................................................................................................................436
Rescisão contratual - Ocorrência.............................................................................................................................................. 437
Empresas de saúde - Prorrogação da jornada..................................................................................................................... 437
Processos administrativos - Prazos processuais - Suspensão..................................................................................... 438
Acordos e convenções coletivas - Efeitos - Prorrogação................................................................................................ 438
Medidas já tomadas pelas empresas - Convalidação...................................................................................................... 438
Vasos sob pressão (NR 13) - Postergação do prazo para inspeção periódica....................................................... 438
Autorização de saque de até um salário-mínimo do saldo das contas vinculadas, por trabalhador........ 438
Recontratação de empregados dispensados sem justa causa antes de 90 dias da dispensa....................439
Licença remunerada.........................................................................................................................................................................439
Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e da Renda.............................................................................439
Benefício emergencial de preservação do emprego e da renda (BEm)...................................................................440
Situações em que o BEm não será devido............................................................................................................................440
Concessão - Requisitos...................................................................................................................................................................441
Informações ao ME - Formas de transmissão.......................................................................................................................441
Análise e concessão do BEm....................................................................................................................................................... 443
Valor do benefício.............................................................................................................................................................................. 444
Empregado com mais de um vínculo - Benefício - Acumulação................................................................................ 445
Recurso administrativo................................................................................................................................................................... 445
Cessação e devolução do BEm recebido indevidamente..............................................................................................446
Redução proporcional de jornada de trabalho e de salário........................................................................................... 447
Valor do benefício emergencial (BEm) a ser pago............................................................................................................. 448
Restabelecimento da jornada e salário................................................................................................................................... 448
Complementação da contribuição previdenciária do empregado - Possibilidade............................................ 448
Suspensão temporária do contrato de trabalho.................................................................................................................450
Restabelecimento do contrato de trabalho...........................................................................................................................451
Descaracterização da suspensão contrato de trabalho...................................................................................................451
Ajuda compensatória a ser paga pela empresa...................................................................................................................451
Acordos sucessivos de redução de jornada/salário e suspensão temporária dos contratos....................... 453
Benefício emergencial e ajuda compensatória - Acumulação.................................................................................... 453
16 Guia de Cálculos Trabalhistas

Redução de jornada e salário e suspensão do contrato determinadas via negociação coletiva............... 454
Redução de jornada e salário ou a suspensão do contrato - Necessidade ou não de acordo com o
sindicato - Hipóteses....................................................................................................................................................................... 454
Empregados aposentados - Redução proporcional de jornada/salário ou suspensão do contrato -
Regras..................................................................................................................................................................................................... 455
Acordo coletivo celebrado após a pactuação de acordo individual - Consequências.................................... 455
Aviso prévio - Aplicação das medidas de redução de jornada e suspensão de contrato............................... 455
Factum principis - Não aplicação............................................................................................................................................... 455
Direito a futuro benefício de Seguro-desemprego - Manutenção.............................................................................456
Estabilidade provisória de emprego.........................................................................................................................................456
Dispensa do empregado durante o período de garantia - Consequências..........................................................456
Serviços essenciais - Manutenção............................................................................................................................................456
Fiscalização........................................................................................................................................................................................... 457
Curso ou programa de qualificação profissional................................................................................................................ 457
Contrato de trabalho na modalidade intermitente........................................................................................................... 457
Aspectos previdenciários..................................................................................................................................................................... 458
Prorrogação do prazo de recolhimento das contribuições previdenciárias relativas às competências
março, abril e maio de 2020.......................................................................................................................................................... 458
Contribuições ao Serviços Sociais Autônomos - Sistema S - Redução temporária de alíquotas...............460
Parcelamentos efetuados no âmbito da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional - Recolhimento - Prorrogação de prazo...............................................................................................................461
Abono anual..........................................................................................................................................................................................461
Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença)............................................................................................... 462
Pagamento dos 15 primeiros dias.............................................................................................................................................. 462
Benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) - Antecipação de 1 salário-mínimo.......463
Complementação da contribuição previdenciária do empregado - Possibilidade............................................464
Gestante - Salário maternidade..................................................................................................................................................465
Programas de aprendizagem profissional - Atividades práticas e teóricas...........................................................465
Contribuinte individual, microempreendedor individual, trabalhador informal - Auxílio emergencial
de R$ 600,00.........................................................................................................................................................................................466
Requisitos exigidos...........................................................................................................................................................................466
Operacionalização............................................................................................................................................................................. 467
Acesso do trabalhador ao auxílio emergencial.................................................................................................................... 467
Preferência de pagamento............................................................................................................................................................468
Auxílio Emergencial Residual.......................................................................................................................................................468
Situações em que o benefício não será pago......................................................................................................................469
Exigência de CPF regular............................................................................................................................................................... 470
Número de cotas - Limites............................................................................................................................................................ 470
Renda e grupos familiares - Caracterização......................................................................................................................... 470
Trabalhador formal - Caracterização......................................................................................................................................... 470
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - Observância................................................................................................... 471
Trabalhadores do setor cultural - Renda emergencial de R$ 600,00.......................................................................... 471
Requisitos exigidos............................................................................................................................................................................ 471
Atividades abrangidas......................................................................................................................................................................472
Modelo de Termo Aditivo ao Contrato de Trabalho............................................................................................................472
Trabalho portuário - Medidas especiais temporárias....................................................................................................... 475
Operações de empréstimos e financiamentos, com desconto em folha de pagamento................................476
CAPÍTULO XVIII - LEGISLAÇÃO..........................................................................................................................477
APRESENTAÇÃO

IOB GUIA DE CÁLCULOS TRABALHISTAS


Entenda e esteja em compliance com o eSocial e a fiscalização

O Guia de Cálculos Trabalhistas foi elaborado com base na Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017
e alterações posteriores) e na Emenda Constitucional nº 103 (Reforma Previdenciária), portanto constitui
o necessário apoio para o cumprimento das obrigações do eSocial com assertividade.

As alterações verificadas, além de numerosas, acarretaram profundas modificações na legislação,


entre elas, a forma de cálculo do desconto da contribuição previdenciária dos empregados, dos empre-
gados domésticos e dos trabalhadores avulsos, o que repercutiu no cálculo de encargos legais sobre
verbas trabalhistas devidas aos empregados, tais como férias e 13º salário.

Com o objetivo de manter as empresas atualizadas, tratamos neste Guia as modificações efetuadas
em diversos cálculos e trazendo para você exemplos práticos e desenvolvidos passo a passo.

Este conteúdo aborda, também, os encargos sociais incidentes sobre a remuneração, as parcelas
que integram e as que deixaram de integrar a remuneração do trabalhador, os direitos trabalhistas que
podem e os que não podem ser negociados, o trabalho intermitente, as modificações ocorridas na
concessão de férias e na jornada de trabalho. Tratamos também, das medidas emergenciais que podem
ser adotadas pelas empresas, no âmbito do trabalho, para o enfrentamento dos impactos econômicos
trazidos pela pandemia do coronavírus (COVID 19), ajudando-as a passar por este período de turbulência
com mais facilidade.

Por essas razões, este trabalho é indispensável para todos os empregadores e em especial para
os escritórios de contabilidade.

Boa leitura!
CAPÍTULO I
PREVALÊNCIA DO NEGOCIADO
SOBRE O LEGISLADO

A chamada Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017, alterou mais de 100 artigos da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e seus efeitos passaram a ser observados desde 11.11.2017 (120
dias após a publicação da mencionada Lei ocorrida em 14.07.2017).

A principal alteração diz respeito à prevalência do negociado sobre o legislado. Isto significa que
aquilo que for acordado via negociação coletiva (acordo, convenção) será aplicado aos trabalhadores
representados ainda que contrário e menos vantajoso do que o determinado na legislação. Em outras
palavras, a negociação tem mais força do que a lei. Aplicam-se as normas estabelecidas em documen-
tos coletivos de trabalho, mesmo que elas sejam menos benéficas aos trabalhadores se comparadas
com a lei. Não há mais a garantia do mínimo legal.

Foi também determinado que o acordo coletivo (entre a(s) empresa(s) e o sindicato) tem mais
força do que a convenção coletiva (estabelecida entre o sindicato patronal e o sindicato da categoria
profissional). Assim, se no acordo coletivo for estabelecida uma condição prejudicial ao empregado, se
comparado à convenção, prevalecerá o acordo.

Direitos que podem ser negociados mediante documento coletivo de trabalho (CLT, art. 611-A)

A reforma determina que a convenção e o acordo coletivo têm prevalência sobre a lei quando,
entre outros (*), dispuseram sobre:
a) pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
b) banco de horas anual;
c) intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30 minutos para jornadas superiores a 6
horas;
d) adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189/2015;
e) plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem
como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
f) regulamento empresarial;
g) representante dos trabalhadores no local de trabalho;
h) teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente;
i) remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado e remunera-
ção por desempenho individual;
j) modalidade de registro de jornada de trabalho;
k) troca do dia de feriado;
l) enquadramento do grau de insalubridade
m) prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades compe-
tentes da Secretaria Especial de Trabalho do Ministério da Economia;
20 Guia de Cálculos Trabalhistas

n) prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de


incentivo;
o) participação nos lucros ou resultados da empresa.
(*) Observa-se que a expressão “entre outros” determina que a relação dos direitos que podem ser negociados, via documento
coletivo, é apenas exemplificativa e não exaustiva. Portanto, quase tudo pode ser decidido mediante negociação coletiva, ou
seja, tudo o que não for vedado à negociação poderá ser objeto de acordo.

Direitos que não podem ser suprimidos ou reduzidos via negociação coletiva (CLT, art. 611-B)

As convenções e os acordos coletivos não podem suprimir ou reduzir, exclusivamente (*), os seguintes
direitos:
1) normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho;
2) seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
3) valor dos depósitos mensais e da multa rescisória do FGTS;
4) salário-mínimo;
5) valor nominal do décimo terceiro salário;
6) remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
7) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
8) salário-família;
9) Repouso Semanal Remunerado (RSR);
10) adicional de horas extras mínimo de 50%;
11) número de dias de férias devidas ao empregado;
12) gozo de férias anuais remuneradas com o acréscimo do terço constitucional;
13) licença-maternidade com duração mínima de 120 dias;
14) licença-paternidade;
15) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos;
16) aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias;
17) normas de saúde, higiene e segurança do trabalho;
18) adicional de insalubridade, periculosidade e atividades penosas;
19) aposentadoria;
20) seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;
21) ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho;
22) proibição de discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com
deficiência;
23) proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos e de qualquer tra-
balho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos;
24) medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;
25) igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso;
Guia de Cálculos Trabalhistas 21

26) liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não so-
frer, sem sua expressa e prévia autorização, qualquer cobrança ou desconto salarial estabele-
cidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;
27) direito de greve, competindo aos trabalhadores decidirem sobre a oportunidade de exercê-lo e
sobre os interesses que devam por meio dele defender;
28) definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendi-
mento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve;
29) tributos e outros créditos de terceiros;
30) condutas proibidas ao empregador relativas ao trabalho da mulher previstas no art. 373-A da
CLT;

O art. 373-A da CLT estabelece:


Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da
mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:
I - publicar ou fazer publicar anúncio de emprego no qual haja referência ao sexo, à idade, à cor ou situação
familiar, salvo quando a natureza da atividade a ser exercida, pública e notoriamente, assim o exigir;
II - recusar emprego, promoção ou motivar a dispensa do trabalho em razão de sexo, idade, cor, situação fa-
miliar ou estado de gravidez, salvo quando a natureza da atividade seja notória e publicamente incompatível;
III - considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração,
formação profissional e oportunidades de ascensão profissional;
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na ad-
missão ou permanência no emprego;
V - impedir o acesso ou adotar critérios subjetivos para deferimento de inscrição ou aprovação em concursos,
em empresas privadas, em razão de sexo, idade, cor, situação familiar ou estado de gravidez;
VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não obsta a adoção de medidas temporárias que visem ao estabe-
lecimento das políticas de igualdade entre homens e mulheres, em particular as que se destinam a corrigir
as distorções que afetam a formação profissional, o acesso ao emprego e as condições gerais de trabalho
da mulher.
30) proibição de empregar mulher em serviço que exija força muscular excessiva, prevista no art.
390 da CLT;
31) licença-maternidade prevista nos arts. 392 e 392-A da CLT;
32) faculdade de, mediante atestado médico, a mulher grávida romper o contrato de trabalho,
desde que este seja prejudicial à gestação (CLT, art. 394);
33) possibilidade de a empregada gestante ou lactante ser afastada, enquanto durar a gestação
e a lactação, de quaisquer atividades, operações ou locais insalubres, devendo exercer suas
atividades em local salubre (CLT, art. 394-A);
35) licença-maternidade em caso de aborto não criminoso;
36) períodos de intervalos de 30 minutos cada para amamentação até os 6 meses de idade da
criança;
37) creche.
(*) Note-se que, no que se refere aos direitos que não podem ser suprimidos ou reduzidos via negociação coletiva, a relação é
exaustiva, diferentemente daqueles que podem ser negociados cuja relação é exemplificativa.
CAPÍTULO II
SALÁRIO E REMUNERAÇÃO

Salário é a contraprestação devida ao empregado, pela prestação dos serviços ou pelo tempo à
disposição do empregador em decorrência do contrato de trabalho e é devido e pago diretamente pelo
empregador.

A remuneração é a soma do salário com outras parcelas salariais percebidas pelo empregado. Tais
parcelas decorrem da prestação de serviços, e, regra geral, são pagas diretamente pelo empregador.
Contudo, situações há em que o pagamento não vem diretamente do empregador, como, por exemplo,
a gorjeta, que é paga por terceiros.

Assim, a remuneração é o gênero do qual o salário é espécie.

Os salários poderão ser fixados por unidade de tempo ou por unidade de obra. O primeiro leva em
conta o tempo que o empregado fica à disposição da empresa e toma por base, para pagamento, o nú-
mero de horas, dias, etc. O segundo considera a produção dada pelo empregado (tarefa, peça, comissão,
etc.).

Note-se que o critério a ser adotado para a fixação do salário nada tem a ver com os intervalos
com que se paga o empregado. Assim, por exemplo, um empregado horista pode receber por mês. A
base de cálculo de seu salário é a hora, mas a forma de pagamento é mensal.

Exemplos
a) Contratação por unidade de tempo - Empregado mensalista contratado em fevereiro/2020 com jornada de 8
horas diárias e 44 horas semanais. Receberá como remuneração mínima R$ 1.045,00;
b) Contratação por unidade de obra (peças ou tarefa) - Empregado tarefeiro, contratado em janeiro/2020 com
jornada mensal de 220 horas e com valor de tarefa fixado em R$ 10,00. Apuração da remuneração:
Considerando que o valor das peças se refere apenas ao trabalho efetivamente realizado e que o empregado tem
direito ao repouso semanal remunerado é necessário obter o valor deste o qual corresponde à divisão do salário
relativo às tarefas ou peças executadas durante a semana ou mês, no horário normal de trabalho, pelo número
de dias de serviço (semanal ou mensal) efetivamente trabalhados.
Considerando que no mês 01/2020 produziu durante a sua jornada mensal 200 peças temos:

EXEMPLO

Tarefeiro

- nº de tarefas executadas no mês: 200

- valor da tarefa: R$ 10,00

- salário relativo às tarefas (R$ 10,00 × 200): R$ 2.000,00

- valor do RSR e feriado: R$ 2.000,00 ÷ 26 (dias efetivamente trabalhados de segunda-feira a sábado): R$ 76,92

- valor dos RSR e feriados do mês (5) (R$ 76,92 × 5) R$ 384,60

- remuneração total do mês (R$ 2.000,00 + R$ 384,60) R$ 2.384,60


24 Guia de Cálculos Trabalhistas

ESPÉCIES DE REMUNERAÇÃO MÍNIMA

Salário-mínimo - é a contraprestação mínima devida a todo trabalhador (urbano e rural), sem


distinção e capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, ali-
mentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social. Assim sendo, não
se poderá contratar remuneração inferior ao salário-mínimo. Determina a CLT que, nos casos de salário
fixado por unidade de obra, este mínimo deverá ser garantido ao empregado, ainda que sua produção
não o tenha atingido.

Não obstante o anteriormente exposto, ressaltamos que, conforme estabelece o art. 611-A da CLT,
acrescido pela Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), a qual vigora desde 11.11.2017, por meio de nego-
ciação coletiva (convenção ou acordo) poderá ser pactuada a forma de remuneração por produtividade
e por desempenho individual, situação em que, o que for negociado, terá prevalência sobre a disposição
legal. Baseados nesta determinação, poder-se-ia concluir, a princípio, que os mencionados documentos
coletivos poderiam autorizar salário por produção inferior ao mínimo legal, ou seja, o empregado seria
remunerado com base no que produziu independentemente de garantia de valor mínimo. Entretanto, é
bom lembrar que o art. 7º, VII, da Constituição Federal garante aos empregados que recebem remune-
ração variável salário nunca inferior ao mínimo. Desta forma, se o documento coletivo estabelecer forma
de remuneração inferior ao mínimo, esta regra poderá ter a sua constitucionalidade contestada.

Piso salarial estadual - A Lei Complementar nº 103/2000 autorizou os Estados e o Distrito Federal
a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, o piso salarial proporcional à extensão e à com-
plexidade do trabalho para os empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, conven-
ção ou acordo coletivo de trabalho. Desta forma, cada Estado da Federação pode instituir no âmbito do
seu respectivo território os pisos salariais para os empregados, desde que superior ao salário-mínimo
legalmente instituído e observadas as determinações da lei complementar em comento. Entretanto, os
pisos salariais fixados na Lei nº 6.702/2014, não se aplicam: aos empregados que têm piso salarial defini-
do em lei federal, convenção ou acordo coletivo e aos servidores públicos municipais.

Salário normativo - é o menor salário devido aos empregados que integram determinada catego-
ria profissional, o qual é fixado pelo documento coletivo de trabalho (acordo ou convenção) da categoria
respectiva.

Salário profissional - é o menor salário estabelecido por lei para trabalhadores que integram deter-
minada profissão (médicos, engenheiros, jornalistas, etc.).

Normalmente a remuneração mínima é fixada para uma jornada normal de trabalho (8 horas diá-
rias e 44 semanais. Entretanto, se a jornada for reduzida por força do contrato de trabalho, o salário-
-mínimo será observado em seu valor diário ou horário.

Exemplos
a) Considerando que um empregado mensalista tenha sido contratado em março/2020 para trabalhar apenas
4 horas por dia de segunda a sábado. Para apuração da remuneração mínima que lhe poderá ser paga temos:
Salário-mínimo mensal = R$ 1.045,00
Salário-mínimo/dia = R$ 34,83
Salário-mínimo/hora = R$ 4,75
Jornada mensal de trabalho contratada = 120 horas (4 × 30)
Remuneração mínima mensal = R$ 570,00 (120 × R$ 4,75)
Guia de Cálculos Trabalhistas 25

O salário dos empregados mensalistas e quinzenalistas já engloba o descanso semanal.


b) Considerando que em março/2020, o empregado tenha sido contratado para trabalhar 3 dias por semana
(segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras). Para apurar a remuneração mínima devida temos:
Salário-mínimo mensal = R$ 1.045,00
Salário-mínimo/dia = R$ 34,83
Salário-mínimo/hora = R$ 4,75
Considerando a apuração do menor valor devido ao empregado relativo ao mês 03/2020.
Dados:
13 dias de trabalho no mês
5 repousos semanais remunerados no mês
Remuneração da semana = R$ 104,49 (R$ 34,83 - valor dia do salário-mínimo × 3 - nº de dias trabalhados na se-
mana)
Como o empregado trabalhará apenas alguns dias na semana, há necessidade de calcular o Repouso Semanal
Remunerado que lhe será devido e correspondente a 1/6 da remuneração da semana.
Assim temos:
Dias trabalhados no mês = R$ 452,79 (R$ 34,83 - valor dia do salário-mínimo × 13 - nº de dias trabalhados no mês)
Repousos semanais devidos = R$ 87,10 (R$ 17,42 - 1/6 do valor da semana × 5 - nº de repousos no mês)
Remuneração total relativa ao mês = R$ 539,89 (R$ 452,79 + R$ 87,10)
Nestes dois exemplos, embora a remuneração total devida seja inferior ao salário-mínimo mensal integral, foi
observado no cálculo o salário-mínimo em seu valor hora (exemplo “a”) e em seu valor dia (exemplo “b”).

SALÁRIO-UTILIDADE
O salário poderá ser composto de utilidades, ou seja, prestações in natura concedidas com ha-
bitualidade, tais como habitação, transporte, etc. Todavia, não se permite que ao empregado seja pago
remuneração exclusivamente em utilidades, sendo-Ihe garantido, em dinheiro, um mínimo de 30% do
salário.
Entretanto, as importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimen-
tação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remu-
neração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência
de qualquer encargo trabalhista e previdenciário, conforme determinado pela nova redação do § 2º do
art. 457 da CLT, dada pela Lei nº 13.467/2017.

Em virtude de as utilidades integrarem o salário, desde que concedidas habitualmente, por força
de contrato ou do costume, deverão ser-lhes atribuídos valores, para efeito de integração nos cálculos
de férias, 13º salário, depósitos do FGTS, contribuição previdenciária, etc. Tais valores, todavia, devem
ser justos e razoáveis.

Só serão entendidas como salário as utilidades que realmente signifiquem vantagem ao trabalha-
dor. Assim, por exemplo, não se pode entender como tal o uniforme de trabalho que só pode ser utiliza-
do no local de serviço, fornecido pelo empregador, assim como o transporte destinado ao deslocamento
para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público.

Da mesma forma, os instrumentos de trabalho fornecidos ao empregado para que ele possa exer-
cer suas funções não são considerados como utiIidades.
26 Guia de Cálculos Trabalhistas

No contrato de trabalho deverá ser especificada a parte da remuneração correspondente às utili-


dades, discriminando-as.

Entre as parcelas in natura fornecidas aos empregados, as mais comuns são: a habitação, o ves-
tuário, o transporte e a educação.

Habitação
Não raro, os empregadores concedem a alguns de seus empregados, cujos contratos de trabalho
sejam regidos pela CLT, a utilidade habitação.

Conforme vimos, a remuneração do empregado não é composta apenas pelo valor em pecúnia
(dinheiro), mas também pelas prestações in natura que o empregador lhe fornecer habitualmente, como
é o caso da habitação.

Entretanto, essa regra não é absoluta, uma vez que, em algumas situações, pode haver a conces-
são da utilidade habitação sem que o valor correspondente seja considerado salário, como é o caso, por
exemplo, do zelador, que, por exigência contratual, é obrigado a morar no edifício onde presta serviço.
Nessa situação, a moradia é concedida para que o trabalho seja realizado a contento, configurando,
assim, uma condição para o satisfatório desempenho da atividade do trabalhador. Ainda que haja inte-
resse do empregado em receber o benefício, o interesse maior é do empregador e, por essa razão, o valor
correspondente à habitação não integra a remuneração do empregado.

Nesse sentido, a Súmula nº 367 do TST determina que a habitação fornecida pelo empregador ao
empregado, quando indispensável para a realização do trabalho, não tem natureza salarial.

Dessa forma, entende-se que a integração ou não do valor da moradia na remuneração do traba-
lhador dependerá do motivo e da forma pela qual a utilidade é concedida, ou seja, se visar tão somente
o interesse do empregado e/ou de sua família e for concedida de forma habitual, será caracterizada
como parcela integrante da remuneração. Caso contrário, ou seja, se a utilidade concedida objetivar
a excelência no desenvolvimento do trabalho, ela é de interesse do empregador e, portanto, o valor
respectivo não integrará a remuneração.

A CLT, art. 458, § 3º, estabeleceu, entre outros, que a habitação fornecida como salário-utilidade
deve atender aos fins a que se destina e não poderá exceder a 25% do salário contratual, sem esclarecer
se esse percentual se aplica aos que ganham salário inferior ou superior ao mínimo legalmente fixado.
Entretanto, o TST entendeu, por meio da Súmula nº 258, que os percentuais fixados em lei apenas se
aplicam às hipóteses em que o empregado percebe salário-mínimo, apurando-se, nas demais, o real
valor da utilidade.

Exemplo
Empresa contrata três gerentes, todos com salário de R$ 5.800,00 e, concede a estes a utilidade habitação, para
utilização durante a vigência do contrato, das seguintes formas:
a) ao primeiro gerente fornece uma residência de propriedade da empresa;
b) para o segundo, aluga uma residência;
c) o terceiro gerente aluga um imóvel para sua moradia e o empregador efetua o reembolso das despesas havi-
das com o aluguel.
Para calcular a remuneração destes empregados, deve-se apurar o valor correspondente à moradia.
No caso da letra “a”, apura-se o valor de mercado da habitação fornecida. No caso da letra “b”, o valor do aluguel
e no caso da letra “c” o valor do reembolso.
Guia de Cálculos Trabalhistas 27

Considerando que no caso da letra “a” o valor de mercado do aluguel de propriedade equivalente à fornecida pelo
empregador seja de R$ 2.500,00, este empregado terá uma remuneração de R$ 8.300,00, ou seja: salário de
R$ 5.800,00 + valor da moradia de R$ 2.500,00.
No caso da letra “b”, considerando que o valor do aluguel pago pela empresa seja de R$ 1.800,00, o empregado
terá uma remuneração de R$ 7.600,00, ou seja, salário de R$ 5.800,00 + aluguel de R$ 1.800,00.
No caso da letra “c”, considerando que o valor do reembolso do aluguel pago pelo empregador seja de R$ 2.000,00,
o empregado terá uma remuneração de R$ 7.800,00, ou seja, salário de R$ 5.800,00 + reembolso de aluguel de
R$ 2.000,00;

Veículo
Alguns empregados exercem total ou parcialmente as suas atividades fora do estabelecimento da
empresa e, para desempenharem de forma satisfatória as suas obrigações contratuais, recebem de seus
empregadores veículos para facilitar o próprio deslocamento.
Outros empregados utilizam veículo próprio no desempenho de suas atividades e têm reembolsa-
das as despesas correspondentes (combustível, lubrificação, lavagem, reparos, aquisição de peças, etc.),
por meio da verba intitulada “quilometragem rodada” ou “reembolso de despesas”.
Quando o veículo é fornecido pelo empregador ao empregado como instrumento para o melhor
desempenho das atividades, não têm natureza salarial, ainda que seja ele utilizado pelo empregado
também em atividades particulares, conforme determina a Súmula nº 367 do TST.
367. UTILIDADES IN NATURA. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO
AO SALÁRIO
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis
para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo
empregado também em atividades particulares.
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde.

A parcela salarial in natura se caracteriza quando a prestação é concedida não para o trabalho, e
sim pelo trabalho, ou seja, se o empregador concede o veículo que visa tão somente atender ao interes-
se do empregado, sem relação com o trabalho efetuado, a parcela correspondente (veículo) acresce o
patrimônio do trabalhador e, portanto, integra a sua remuneração.
Na hipótese de uso de veículo de propriedade do trabalhador em que há ressarcimento de des-
pesas, devem-se observar as mesmas considerações, ou seja, se o veículo é utilizado para o exercício
da atividade, o entendimento é de que o valor respectivo não integra a remuneração, caso contrário, ou
seja, se o ressarcimento das despesas visa somente o interesse do empregado, estará caracterizada a
parcela salarial.
Recomenda-se que o valor a ser pago seja justo e razoável, obedecendo, de preferência, ao cálculo
de custos elaborados por entidades especializadas, tais como o do Sindicato dos Condutores Autônomos.
Não obstante o anteriormente comentado em relação ao ressarcimento de despesas pelo uso
de veículo do empregado, considerando que a Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017,
alterou o conceito de salário, determinando ser este constituído da importância fixa estipulada, das
gratificações legais, das comissões pagas pelo empregador e das gorjetas, não fica afastada a possibili-
dade de entendimento no sentido de que o ressarcimento das despesas decorrentes do uso do veículo
deixam de integrar a remuneração do trabalhador para efeitos trabalhistas.
Ressalte-se, porém, que, no âmbito previdenciário, o valor correspondente ao ressarcimento de
despesas somente não estará sujeito à contribuição correspondente se houver comprovação das des-
28 Guia de Cálculos Trabalhistas

pesas efetuadas, o que vale dizer que, se houver pagamento de valor superior às despesas efetivamente
comprovadas, o valor excedente sofrerá incidência de contribuição previdenciária.
O acerto de contas mediante apresentação de notas exclui a possibilidade da integração da verba
no salário do empregado, tanto no aspecto trabalhista como previdenciário e do FGTS.

Educação

O inciso II do § 2º do art. 458 da CLT determina que não será considerada como salário a utilidade
educação concedida pelo empregador, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, com-
preendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático.

Assim, temos que, para fins trabalhistas, os valores gastos com mensalidade escolar (ensino fun-
damental, ensino médio, curso técnico e ensino superior) não integram o salário do empregado para
efeitos de remuneração, ou seja, não serão computados para cálculo e pagamento, entre outras, das
parcelas trabalhistas de férias, do 13º salário, do repouso semanal remunerado e do aviso-prévio.

Entretanto, para fins previdenciários, a Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, “t”, com a redação dada pela
Lei nº 12.513/2011, dispõe que não integram o salário-de-contribuição, em relação à educação, exclusiva-
mente, o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de emprega-
dos e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação
profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
a) não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
b) o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não
ultrapasse 5% da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma
vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior.
Nota
O art. 39 da Lei nº 9.394/1996 determina:
“Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos dife-
rentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.
§ 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a
construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino.
§ 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos:
I - de formação inicial e continuada ou qualificação profissional;
II - de educação profissional técnica de nível médio;
III - de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.
§ 3º Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a
objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Na-
cional de Educação.”

Conforme o inciso I do art. 21 da Lei nº 9.394/1996, educação básica é aquela formada pela educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio.
Assim, constata-se que a legislação trabalhista e a legislação previdenciária tratam a educação
de forma diferenciada, ou seja, a CLT adota um conceito amplo, e a legislação previdenciária restringe a
verba apenas à educação básica e aos cursos de capacitação e qualificação profissional, nos quais não
se enquadram os cursos universitários em geral.
No que se refere ao FGTS, a Lei nº 8.036/1990, art. 15, § 6º, com redação da Lei nº 9.711/1998, esta-
belece que não se incluem na remuneração, para os fins daquela lei, as parcelas elencadas no § 9º do
art. 28 da Lei nº 8.212/1991.
Guia de Cálculos Trabalhistas 29

Dessa forma, caso o valor pago pela empresa a título de educação atenda aos requisitos estabele-
cidos no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, ou seja, que vise à educação básica, na forma anteriormente
descrita, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas
pela empresa, e desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial, não se sujeita ao de-
pósito do FGTS.
A Instrução Normativa SIT nº 144/2018, a qual baixa instruções para a fiscalização do FGTS e das
contribuições sociais, determinou que não integra a remuneração para fins de depósitos de FGTS o valor
relativo à concessão de educação em estabelecimento de ensino do empregador ou de terceiros, com-
preendendo valores referentes a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático. Observe-
-se que a mencionada Instrução Normativa está contrariando as determinações da Lei nº 8.036/1990,
art. 15, § 6º, anteriormente mencionada, a qual estabelece que não integram a remuneração para efeito
de depósito do FGTS as parcelas relacionadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991.
Ante a divergência constatada nos 2 atos, deve-se verificar que a Lei nº 8.036/1990 é norma hierar-
quicamente superior à Instrução Normativa SIT nº 144/2018 e, portanto, deve prevalecer.

Vestuário
O art. 458 da CLT determina que a utilidade vestuário não será considerada salário quando forne-
cida para utilização no local de trabalho, para a prestação dos serviços. Nessas condições, o vestuário
(uniforme) fornecido não integra a remuneração do trabalhador por não constituir parcela in natura,
uma vez que é fornecido para o trabalho e não pelo trabalho.

Importante
O art. 456-A da CLT, na redação dada pela Lei nº 13.467/2017, determina que cabe ao empregador definir o padrão de
vestimenta no meio ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de
empresas parceiras e de outros itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários proce-
dimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de uso comum.

Caso contrário, ou seja, se o empregador fornecer vestuário sem exigência de utilização no am-
biente do trabalho, podendo, portanto, ser usado dentro e fora do ambiente do trabalho, como ternos,
saias, vestidos, todos sem logotipos da empresa, estará caracterizada a prestação in natura, pois repre-
senta um ganho para o empregado, posto que atende unicamente ao seu interesse e não ao do empregador.

Assistência médica

A assistência médica, odontológica e hospitalar concedida aos empregados, prestada diretamen-


te ou mediante seguro-saúde, não integra a remuneração do trabalhador para efeitos trabalhistas, por
não constituir salário in natura.

A legislação previdenciária determinava que não integrava o salário-de-contribuição, para efeitos


previdenciários, o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da
empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, apa-
relhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a
cobertura abrangesse a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa.

Ocorre, porém, que a Lei nº 13.467/2017, a qual instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vi-
goram desde 11.11.2017, determinou que tais valores, independentemente de abranger a totalidade de
empregados e dirigentes, não integram o salário do empregado para qualquer efeito, nem o salário de
contribuição previdenciária.
30 Guia de Cálculos Trabalhistas

Parcelas mais comuns concedidas aos empregados e suas implicações na remuneração

Para efeito de integração ou não da verba paga mensalmente à remuneração do trabalhador, é


necessário saber a razão pela qual a mesma está sendo paga e se esta se enquadra na definição legal
de salário e remuneração, e não a nomenclatura que lhe é dada.

Se a verba estiver sendo paga para retribuir o trabalho executado ou o tempo à disposição do em-
pregador, ou seja, paga pelo trabalho, e desde que se enquadre na definição legal, tem natureza salarial
e, portanto, integra a remuneração. Se a verba for paga para possibilitar que o empregado execute o
seu trabalho a contento, ou seja, paga para o trabalho e não pelo trabalho, a sua natureza jurídica é de
ressarcimento, indenização, e não salarial, portanto, não integra a remuneração.

A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alte-
rou o art. 457 da CLT para determinar que se incluem na remuneração a importância fixa estipulada, as
gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador, bem como as gorjetas que receber.

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) determina que não integram a remuneração do traba-
lhador as seguintes utilidades:
a) vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local
de trabalho, para a prestação do serviço;
b) educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores
relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
c) transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não
por transporte público;
d) assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
e) seguros de vida e de acidentes pessoais;
f) previdência privada;
g) o valor correspondente ao vale-cultura.

A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017,
alterou o art. 457 da CLT para determinar que as verbas elencadas a seguir, mesmo quando pagas com
habitualidade, também não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de
trabalho e não constituem base de incidência de encargo trabalhista e previdenciário:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios (assim considerados as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens,
serviços ou valor em dinheiro, a empregado, ou a grupo de empregados em razão de desem-
penho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades);
e) abonos.

Integram a remuneração do empregados as seguintes verbas:


a) salário;
b) comissões pagas pelo empregador - é uma forma de salário em que o empregado recebe um
percentual do produto de seu trabalho. Assim, por exemplo, o empregado recebe 5% sobre o
valor das vendas por ele realizadas.
Guia de Cálculos Trabalhistas 31

c) gorjetas: consideram-se gorjetas não só a importância dada de forma espontânea pelo cliente
ao empregado como também a que for cobrada pela empresa, como adicional nas notas e
destinada à distribuição aos empregados;
Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-A à
CLT para determinar, entre outras disposições, que os documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) têm
prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas
percebidas pelo empregado e remuneração por desempenho individual.

d) gratificações legais;
e) adicionais de periculosidade ou insalubridade: tais adicionais são devidos só e enquanto per-
durarem as condições desfavoráveis à segurança ou saúde do empregado.
Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito dos documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou a redução do adicional de remuneração para as atividades insalubres e perigosas.

Alerta
A legislação do FGTS determina que integram a remuneração para efeito dos depósitos fundiários, entre outras, as seguin-
tes parcelas;
I - o salário-base, inclusive as prestações in natura;
II - as horas extras;
III - os adicionais de insalubridade, periculosidade e do trabalho noturno;
IV - o adicional por transferência de localidade de trabalho;
V - o salário-família, no que exceder o valor legal obrigatório;
VI - o abono ou gratificação de férias, desde que excedente a vinte dias do salário, concedido em virtude de cláusula con-
tratual, de regulamento da empresa ou de convenção ou acordo coletivo;
VII - o valor de um terço do abono constitucional das férias;
VIII - as comissões pagas pelo empregador;
IX - as etapas, no caso dos marítimos;
X - as gorjetas;

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-A à
CLT para determinar, entre outras disposições, que os documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) têm
prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas
percebidas pelo empregado.

XI - a gratificação de natal, seu valor proporcional e sua parcela incidente sobre o aviso-prévio indenizado, inclusive na
extinção de contrato a prazo certo e de safra;
XII - as retiradas de diretores não empregados, quando haja deliberação da empresa, garantindo-lhes os direitos decorren-
tes do contrato de trabalho;
XIII - o valor pelo Repouso Semanal Remunerado;
XIV - o valor pelos domingos e feriados civis e religiosos trabalhados, bem como o valor relativo à dobra em razão de feriados
trabalhados, não compensados;
XV - o valor a título de aviso-prévio, trabalhado ou indenizado;
XVI - o valor do tempo de reserva, nos termos do § 6º do art. 235-E da CLT.
XVII - o valor contratual mensal da remuneração do empregado afastado da atividade com percepção de remuneração
ou contagem de tempo de serviço, inclusive sobre a parte variável, calculada segundo os critérios previstos na CLT e na
legislação esparsa, atualizada sempre que ocorrer aumento geral na empresa ou para a categoria;
XVIII - o valor da remuneração paga pela entidade de classe ao empregado licenciado para desempenho de mandato sindical,
idêntico ao que perceberia caso não licenciado, inclusive com as variações salariais ocorridas durante o licenciamento,
obrigatoriamente informadas pelo empregador à respectiva entidade;
32 Guia de Cálculos Trabalhistas

XIX - o salário contratual e o adicional de transferência devido ao empregado contratado no Brasil transferido para prestar
serviço no exterior;
XX - a remuneração percebida pelo empregado ao passar a exercer cargo de diretoria, gerência ou outro cargo de confiança
imediata do empregador, salvo se a do cargo efetivo for maior;
XXI - remuneração paga a empregado estrangeiro, em atividade no Brasil, independentemente do local em que for realizado
o pagamento.

Comissões
As comissões pagas pelo empregador constituem partes integrantes do salário propriamente
dito, isto é, comissão é salário principal, essencial, básico, e não parcela suplementar, ou seja, aquilo que
se dá a mais ao empregado. Portanto, as comissões não podem ser entendidas como parte adicional
ao salário.
Nesse contexto, podem as partes livremente estabelecer a forma de apuração da remuneração do
trabalhador, inclusive determinar a sua fixação exclusivamente com base em comissões sobre vendas.
Todos os empregados, inclusive os comissionistas puros (sem parte fixa), têm direito ao repouso
semanal remunerado. Não havendo cláusula mais benéfica no documento coletivo de trabalho da cate-
goria profissional respectiva (acordo, convenção ou sentença normativa), a remuneração dos repousos
semanais para esses trabalhadores será obtida dividindo-se o valor total das comissões recebidas no
mês pelo número de dias úteis, multiplicando-se o resultado pelo número de repousos semanais e feria-
dos existentes no respectivo mês.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposi-
ções, que constitui objeto ilícito dos documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão ou a redução
do direito ao Repouso Semanal Remunerado.

Dessa forma, a remuneração mensal do trabalhador corresponderá às comissões auferidas no


mês, acrescidas dos repousos semanais respectivos.
Considerando que nenhum empregado pode ter remuneração inferior a um salário-mínimo, caso
as comissões auferidas, acrescidas dos repousos semanais resultem valor inferior ao salário-mínimo,
este último deverá ser garantido ao trabalhador.

Importante
Não obstante o anteriormente exposto, ressaltamos que, conforme estabelece o art. 611-A da CLT, acrescido pela Lei nº
13.467/2017 (Reforma Trabalhista), a qual vigora desde 11.11.2017, por meio de negociação coletiva (convenção ou acordo),
poderá ser pactuada a forma de remuneração por produtividade e por desempenho individual, situação em que, o que
for negociado, terá prevalência sobre a disposição legal.
Baseados nesta determinação, poder-se-ia concluir, em princípio, que os mencionados documentos coletivos poderiam
autorizar salário por produção inferior ao mínimo legal, ou seja, o empregado seria remunerado com base no que pro-
duziu independentemente de garantia de valor mínimo.
Entretanto, é bom lembrar que o art. 7º, VII, da Constituição Federal garante aos empregados que recebem remunera-
ção variável salário nunca inferior ao mínimo. Desta forma, se o documento coletivo estabelecer forma de remuneração
inferior ao mínimo, esta regra poderá ter a sua constitucionalidade contestada.

Exemplos
a) considerando que um empregado contratado com salário fixado exclusivamente em comissões, no percentual
de 10% sobre as vendas que realizar. No mês de março/2020 vendeu o equivalente a R$ 50.000,00.
Mês 03/2020
26 dias úteis
5 RSR
Guia de Cálculos Trabalhistas 33

Cálculo da remuneração mensal:


- R$ 5.000,00 (10% sobre R$ 50.000,00) relativo aos dias trabalhados
Além do valor mencionado, o empregado tem direito aos repousos semanais e feriados do mês. Calcula-se o
repouso dividindo o salário obtido pelo número de dias úteis do mês e multiplica-se o resultado pelo número de
repousos do mesmo mês.
Assim temos:
- R$ 5.000, 00 ÷ 26 (nº de dias úteis) = R$ 192,31
- R$ 192,31 × 5 = R$ 961,55
- Remuneração de 03/2020 = R$ 5.961,55 (R$ 5.000,00 + R$ 961,55)
b) Empregado comissionista puro, com direito a 7% sobre vendas, efetuou, no mês 03/2020, vendas no valor de
R$ 5.000,00.
Cálculo:
- 7% de R$ 5.000,00 = R$ 350,00
- Salário-mínimo = R$ 1.045,00
RSR e feriados - considerando que o mês tem 26 dias úteis e 5 repousos, temos:
- R$ 350,00 ÷ 26 = R$ 13,46
- R$ 13,46 × 5 = R$ 67,30
Remuneração mensal = R$ 417,30 (R$ 350,00 + R$ 67,30)
- Menor remuneração a ser paga = R$ 1.045,00
Neste caso, considerando que o valor das comissões acrescido do valor dos RSR e feriados (R$ 417,30) resultou
valor inferior ao salário-mínimo (R$ 1.045,00), o empregador fica obrigado a complementar o valor apurado até
atingir o salário-mínimo nacionalmente assegurado, ou seja, R$ 627,70 (R$ 1.045,00 - R$ 417,30). Observar o “Im-
portante” anterior.
c) Pode ocorrer de o contrato de trabalho do comissionista assegurar a este um ganho mínimo. Neste caso, se
o valor das comissões acrescido dos RSR resultar valor superior ao ganho mínimo assegurado, paga-se ao em-
pregado o valor efetivamente apurado (comissões + RSR). Caso as comissões acrescidas dos RSR resultem valor
inferior à garantia mínima, o empregador deve efetuar a complementação do valor apurado até atingir o valor da
garantia.
Cálculo
Empregado recebe 5% sobre as vendas, com garantia de ganho mínimo de R$ 1.300,00 mensais. No mês 01/2020
vendeu o equivalente a R$ 25.000,00.
- 5% de R$ 25.000,00 = R$ 1.250,00
RSR = R$ 1.250,00 ÷ 26 = R$ 48,08
- R$ 48,08 × 5 = R$ 240,40
- Remuneração total = R$ 1.490,40 (R$ 1.250,00 + R$ 240,40)
- Considerando que o valor mínimo assegurado é de R$ 1.300,00, e que o valor da remuneração total foi de R$
1.490,40, o empregador deve efetuar o pagamento da efetiva remuneração apurada (comissões + RSR).
Caso as vendas efetuadas tivessem sido de R$ 20.000,00, teríamos:
Cálculo:
- 5% de R$ 20.000,00 = R$ 1.000,00
RSR
- R$ 1.000,00 ÷ 26 = R$ 38,46
- R$ 38,46 × 5 = R$ 192,30
- Total da remuneração = R$ 1.192,30 (R$ 1.000,00 + R$ 192,30)
- Renda mínima garantida = R$ 1.300,00
- Como a remuneração mensal apurada foi inferior ao mínimo contratualmente garantido, o empregador deve
complementar a remuneração com R$ 107,70 (R$ 1.300,00 - R$ 1.192,30).
34 Guia de Cálculos Trabalhistas

Gorjetas
As gorjetas são constituídas pelas importâncias espontaneamente dadas pelos clientes aos em-
pregados que os serviram, bem como por aquelas cobradas pelo estabelecimento comercial, como
adicional nas contas, a qualquer título, e destinadas à distribuição aos empregados.

São valores recebidos de terceiros (clientes) e não do empregador. Quando recebidos como adi-
cional na nota de serviço, tais valores formam um fundo especial, sob a custódia do empregador, que
fará a sua distribuição aos empregados. Portanto, a gorjeta não constitui receita própria dos emprega-
dores, destina-se aos trabalhadores.

O empregador não poderá contratar um empregado fixando a sua remuneração com base uni-
camente em gorjetas, posto ser esta um adicional ao salário e não salário propriamente dito. Por tais
razões sempre deverá ser fixado um salário não inferior ao mínimo nacionalmente unificado, em cuja
composição a gorjeta não poderá ser considerada.

Assim, a gorjeta integra a remuneração, gênero do qual o salário é espécie.


O Tribunal Superior do Trabalho (TST) por meio da Súmula nº 354 dispõe:

Súmula 354. Gorjetas. Natureza jurídica, Repercussões

As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes,
integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio,
adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Costumeiramente, a gorjeta é calculada mediante a aplicação de um percentual sobre o valor da


nota, geralmente de 10%.

Para fins de integração na remuneração do empregado e recolhimento de encargos sociais, o valor


da gorjeta é o quantum determinado nas notas, rateado entre os empregados.

A gorjeta, quando entregue pelo consumidor diretamente ao empregado, em virtude da dificul-


dade em estipular o total percebido pelo empregado tem seu valor apurado com base na "tabela de
estimativa" divulgada pelos sindicatos.

Exemplo
Considerando que, no mês junho/2020, a empresa (restaurante) arrecadará o valor de R$ 6.500,00 relativo às
gorjetas cobradas nas notas fiscais, valor este que será rateado entre os 5 garçons que trabalham no estabele-
cimento, temos:
R$ 6.500,00 ÷ 5 = R$ 1.300,00 (valor das gorjetas devido a cada garçom)
Considerando que um dos garçons tenha salário mensal fixo de R$ 1.200,00, receberá a remuneração de R$
2.500,00 (R$ 1.200,00 (salário fixo) + R$ 1.300,00 de valor rateado da gorjeta que será distribuído pelo empregador).

Diárias para viagem


Diárias para viagem são quantias pagas para cobrir despesas habituais necessárias à execução
de serviço externo realizado pelo empregado, como, por exemplo, despesas de transporte, alimentação,
alojamento, etc., constituindo, portanto, condições dadas pelo empregador para que o trabalho seja
realizado e não retribuição pelos serviços prestados.
Para que haja o pagamento de tal verba é necessário que:
a) o empregado realize serviço externo, não havendo justificativa para o pagamento a empregado
que só trabalha internamente;
Guia de Cálculos Trabalhistas 35

b) haja habitualidade, necessidade contínua do pagamento, ou seja, que o serviço externo seja
sucessivamente realizado;
c) não haja a necessidade de comprovação das despesas efetuadas, o que vale dizer que, se o
valor pago for superior às despesas efetuadas, o empregado ficará com o excedente.
Lembramos, porém, que, embora a legislação não exija a comprovação das despesas efetuadas,
deve haver certa relação entre os valores gastos e o valor pago a título de diárias, não significando,
porém, que os valores devam ser idênticos, mas, numa comparação entre as quantias, não deve haver
desproporção que possa caracterizar remuneração disfarçada de diárias.
As diárias para viagem, independentemente do seu valor, não integram a remuneração do em-
pregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário .

Exemplos
a) empregado com salário fixo de R$ 5.000,00, trabalha externamente e em janeiro/2020 realizou 10 viagens,
recebendo R$ 200,00 a título de diárias para cada viagem feita.
Assim temos:
Salário fixo = R$ 5.000,00
Diárias para viagem = R$ 2.000,00 (R$ 200,00 = valor da diária × 10 = nº de viagens efetuadas)
Remuneração devida = R$ 5.000,00. Portanto, o valor pago a título de diárias para viagem não integrou a remu-
neração.
b) empregado com salário fixo de R$ 3.000,00, trabalha externamente e, em janeiro/2020 realizou 12 viagens,
recebendo R$ 150,00 a título de diárias para cada viagem feita.
Assim temos:
Salário fixo = R$ 3.000,00
Diárias para viagem = R$ 1.800,00 (R$ 150,00 = valor da diária × 12 = nº de viagens efetuadas)
Remuneração mensal = R$ 3.000,00
Portanto, o valor pago a título de diárias para viagem não integrou a remuneração.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT e a letra “h” do § 9º do art. 28 da Lei nº
8.212/1991, para determinar que as importâncias pagas a título de diárias para viagem, ainda que habituais, não integram
a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de
qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º,
inciso X, consideram-se de natureza salarial para fins do FGTS as diárias para viagem, pelo seu valor global, desde que
não haja prestação de contas do montante gasto.
Constata-se que a citada Instrução Normativa condiciona a integração da parcela das diárias para viagem à não presta-
ção de contas dos valores gastos pelo trabalhador. Entretanto, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei no 13.467/2017,
não trata de qualquer prestação de contas dos valores de diárias para viagem.

Ajuda de custo
Ajuda de custo é o valor (normalmente fixado unilateralmente pelo empregador) pago ao empre-
gado para cobrir despesas de deslocamento por ele realizadas, como, por exemplo, despesas de trans-
ferência, acompanhamento de clientes internos ou externos a eventos profissionais etc.

Da mesma forma que as diárias para viagem, a ajuda de custo se reveste da característica de
verba de natureza indenizatória, posto que visa ressarcir o empregado de despesas decorrentes da ne-
cessidade de serviço. Tal verba não está, também, sujeita à comprovação das despesas.
36 Guia de Cálculos Trabalhistas

A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alte-
rou o art. 457 da CLT para determinar que a ajuda de custo mesmo quando paga com habitualidade, não
integra a remuneração do empregado, não se incorpora ao contrato de trabalho e não constitui base de
incidência de encargo trabalhista e previdenciário.

Exemplos
a) empregado com salário de R$ 4.000,00 foi participar de 2 eventos semestrais, recebendo a título de ajuda de
custo, para fazer frente às despesas efetuadas, o valor de R$ 500,00 para cada evento que participou.
Assim temos:
Salário = R$ 4.000,00
Ajuda de custo paga (2 vezes) = R$ 1.000,00 (R$ 500,00 × 2)
Remuneração do trabalhador = R$ 4.000,00, uma vez que a ajuda de custo não integra a remuneração, mesmo
quando paga de forma habitual.
b) um vendedor externo foi contratado com salário fixo de R$ 5.000,00, percebendo a título de “ajuda de custo”
a quantia de R$ 2.000,00.
- remuneração total mensal = R$ 5.000,00
Neste exemplo, o valor foi pago erroneamente com o título de “ajuda de custo”, pois na realidade se trata de “diá-
rias para viagem”, porém, independentemente do erro de nomenclatura utilizada, não integrou a remuneração
do trabalhador.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT para determinar que as importâncias pa-
gas a título de ajuda de custo, ainda que habituais, não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao
contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, incisos, XIII, XIV e XV, não integram a remune-
ração para efeito de FGTS:
a) ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de localidade de trabalho
do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
b) ajuda de custo, quando paga mensalmente, recebida como verba indenizatória para ressarcir despesa relaciona-
da à prestação de serviço ou à transferência do empregado nos termos do art. 470 da CLT; e
c) ajuda de custo, em caso de transferência permanente, e o adicional mensal, em caso de transferência provisória,
recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei no 5.929/1973.

Prêmios
São considerados prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, servi-
ços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior
ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.

Portanto, o prêmio se vincula a fatores pessoais do trabalhador, por exemplo: seu esforço, sua
produtividade.

Tais verbas podem ser individuais ou coletivas, conforme fixados por trabalhador ou globalmente
em função de um departamento. Quanto ao valor, pode ser fixo ou variável.

Determina o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei nº 13.467/2017, que, ainda que pago com
habitualidade, o valor do prêmio não integra a remuneração do trabalhador e não constitui base de inci-
dência de encargo trabalhista ou previdenciário.
Guia de Cálculos Trabalhistas 37

Exemplo
Prêmio assiduidade - A empresa determina que o empregado que não faltar ou chegar atrasado durante 3 me-
ses receberá, um prêmio equivalente a R$ 500,00. Assim, a cada 3 meses, os trabalhadores que atenderem ao
estipulado receberão o prêmio. Considerando um empregado com salário fixo de R$ 3.200,00 que atendeu aos
requisitos determinados, temos:
- salário fixo = R$ 3.200,00
- prêmio devido = R$ 500,00
- remuneração no mês do pagamento do prêmio = R$ 3.200,00, posto que o prêmio não integra a remuneração.

Gratificações

Não há na legislação uma definição para gratificação. Esta verba, via de regra, constitui uma re-
compensa, uma retribuição além do salário, que se dá ao empregado em virtude, entre outros motivos,
do reconhecimento do seu bom desempenho, do tempo de serviço na empresa, etc.

Constata-se, portanto, que o prêmio e a gratificação, embora com nomenclaturas diversas, têm
finalidades semelhantes.

Alguns autores afirmam que a gratificação está mais ligada a aspectos alheios à vontade do em-
pregado, como, por exemplo, gratificação de função, paga em decorrência do cargo ocupado, enquanto
o prêmio se vincula a fatores pessoais do trabalhador, tais como seu esforço, sua produtividade, haven-
do no prêmio um elemento de competição.

Em geral, a gratificação não é prevista na legislação , salvo exceções. Normalmente, a sua conces-
são depende da liberalidade do empregador, de cláusula constante do documento coletivo de trabalho
da categoria profissional respectiva, do contrato de trabalho ou, ainda, do Regulamento Interno da Em-
presa.

As condições para a sua concessão, da mesma forma que o prêmio, devem ser previamente fixa-
das no documento que lhe deu origem. O seu pagamento pode observar uma periodicidade mensal,
bimestral, semestral, anual, etc.; quanto ao valor, pode ser fixo ou variável.

Determina o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei nº 13.467/2017, que, ainda que pago com
habitualidade, o valor do prêmio, não integra a remuneração do trabalhador e não constitui base de in-
cidência de encargo trabalhista ou previdenciário.

Ainda que o mencionado § 2º do art. 457 da CLT não tenha textualmente mencionado a gratifica-
ção não determinada por lei, poder-se-ia entender que, por se tratar de verba de natureza semelhante
ao prêmio, a gratificação também não deveria integrar a remuneração para qualquer efeito. Entretanto,
o mencionado parágrafo a ela não se referiu.

Para efeitos trabalhistas, verifica-se que o caput e o §§ 1º e 2º do art. 457 e o caput do art. 458,
ambos da CLT, determinam que a remuneração é constituída pelo salário fixo, pelas gratificações legais,
pelas comissões pagas pelo empregador e pelas gorjetas. Portanto, para fins trabalhistas, as gratifica-
ções não determinadas por lei não integram a remuneração.

Não integram a remuneração, não se incorporam ao contrato de trabalho, ainda que pagos com
habitualidade e, portanto, não sofrem incidências trabalhistas e previdenciárias:
a) ajuda de custo
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
38 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) diárias para viagem (independentemente do valor);


d) prêmios;
e) abonos
f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada);
g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédi-
cos, próteses, órteses e outras similares.

Entretanto, no tocante à legislação previdenciária, há previsão da não integração de prêmios e


abonos ao salário-de-contribuição, não havendo qualquer menção à gratificação.

Por todas estas razões, o órgão competente, no caso, a Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), poderá ser consultada acerca da incidência da contribuição previdenciária sobre valores pagos a
título de gratificações não determinadas por lei.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou os §§ 1º e 4º do art.
457 da CLT, para determinar que integram o salário a importância fixa estipulada, as gorjetas, as comissões pagas pelo
empregador e as gratificações legais. Também alterou a Lei nº 8.212/1991 determinando que os prêmios e os abonos não
integram a remuneração para efeito previdenciário.
Determinou ainda que, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, servi-
ços ou valor em dinheiro, a empregado ou grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente
esperado no exercício de suas atividades.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XIV, consideram-se de natureza salarial
para fins do FGTS, as gratificações legais, as de função e as que tiverem natureza de contraprestação pelo trabalho.
Ocorre que o § 1º do art. 457 da CLT na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que integram a remuneração as gratifi-
cações legais, ou seja, aquelas previstas na legislação. A citada instrução normativa, por seu turno, determina integrar
a remuneração as gratificações legais, as de função e quaisquer outras gratificações que tenha relação com o trabalho.
Entende-se que a citada Instrução Normativa extrapolou a determinação legal, elastecendo o conceito de remuneração,
o qual passa a abarcar outras parcelas de gratificação que não as determinadas pelo mencionado dispositivo da CLT.
Lembra-se que a instrução normativa é um ato administrativo governamental que não tem competência para modificar
a lei.
Prêmio e gratificação são verbas que, embora com nomenclaturas diversas, têm finalidades semelhantes e constituem
uma forma de incentivo; a gratificação tem aspecto mais abrangente e o prêmio, mais restrito; em outras palavras, a
gratificação é o gênero e o prêmio, a espécie. Assim, conclui-se que as duas verbas deveriam ter o mesmo tratamento
tributário.
O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “Para os fins previstos nesta Lei, todos os em-
pregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090,
de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração nos
mencionados artigos da CLT, conclui-se que essas modificações alcançam as determinações do mencionado art. 15.

Quebra de caixa

A parcela quebra-de-caixa constitui verba que geralmente é paga a empregados que lidam perma-
nentemente com dinheiro, numerários da empresa, tais como caixas de bancos, de lojas, etc.

Sua finalidade é ressarcir os eventuais prejuízos sofridos pelo empregado no exercício da sua ativi-
dade, posto que as diferenças a menor apuradas no seu movimento diário podem ser deduzidas do seu
salário; por esta razão, é conferida a ele esta verba como forma, também, de remunerar a preocupação
que a atividade lhe impõe.
Guia de Cálculos Trabalhistas 39

Inexiste na legislação qualquer dispositivo determinando o pagamento dessa verba. Esta obriga-
ção, quando existe, deflui do documento coletivo de trabalho da categoria profissional respectiva, do
Regulamento Interno da Empresa ou, ainda, da liberalidade do empregador.
Normalmente o valor da quebra de caixa é fixado por meio dos documentos coletivos de trabalho
pelos sindicatos das categorias profissionais respectivas.
Lembramos que, dentre os Precedentes Normativos do TST, observa-se o de nº 103, o qual dis-
põe: “GRATIFICAÇÃO DE CAIXA (Positivo). Concede-se ao empregado que exercer permanentemente a
função de caixa a gratificação de 10% (dez por cento) sobre seu salário, excluídos do cálculo adicionais,
acréscimos e vantagens pessoais”.
Considerando que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram
desde 11.11.2017, alterou a redação do § 1º do art. 457 da CLT para determinar que integram o salário a
importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador, retirou de tal
integração as percentagens e gratificações ajustadas. Assim, em princípio, entende-se que, conforme
a nova redação do mencionado artigo, a quebra de caixa deixou de integrar a remuneração para efeitos
trabalhistas. Ressaltamos, porém, a possibilidade de entendimento diverso.
Contudo, no aspecto previdenciário, é bom lembrar que o caput do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, o
qual não foi alterado pela Lei nº 13.467/2017, determina que se entende por salário-de-contribuição do
empregado a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendi-
mentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma.

Importante
A Lei nº 13.467/2017 alterou o art. 457, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para dispor que integram o sa-
lário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. Assim, a princípio,
para efeitos trabalhistas, a quebra de caixa não integra a remuneração, uma vez que não mais se enquadra nesse con-
ceito. O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “para os fins previstos nesta Lei, todos os
empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluídas na
remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090,
de 13 de julho de 1962, com as modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração nos
mencionados artigos da CLT, conclui-se que essas modificações alcançam as determinações do mencionado art. 15.
Entretanto, vale lembrar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XXIII, considera-se a
quebra de caixa de natureza salarial para fins do FGTS. Como a CLT, em seus §§ 1º e 3º do art. 457, na redação da Lei nº
13.467/2017, determina que integram a remuneração a importância fixa estipulada, as gratificações legais, as gorjetas e
as comissões pagas pelo empregador, entende-se que a quebra de caixa não se enquadra no conceito de remuneração.

Sobreaviso
Regime de sobreaviso é aquele em que o empregado, mesmo estando em gozo dos seus perío-
dos de repouso, fica à disposição do empregador aguardando a qualquer momento o chamado para o
serviço.
A tecnologia eletrônica disponibiliza diversos sistemas e aparelhos que podem ser utilizados pelo
empregado quando ele permanece em regime de sobreaviso, ou seja, aguardando ordens do emprega-
dor. Enquadram-se nesses casos o uso de “bip”, radiocomunicador portátil (walkie talkie), rádio PX, pager,
telefone celular, laptop, etc., os quais visam não só à pronta localização do empregado como também à
transmissão de instruções para a execução dos trabalhos e possibilita o contato com clientes.
Embora o citado regime tenha origem e previsão legal nos serviços ferroviários, ele pode ser es-
tendido, por analogia, a empregados de outras atividades empresariais que permaneçam fora do local
da prestação dos serviços, na expectativa de serem chamados ao serviço em horas destinadas a des-
canso e lazer. A duração da escala de sobreaviso é de 24 horas, no máximo.
40 Guia de Cálculos Trabalhistas

O Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Súmula nº 428 determinou que considera-se em so-
breaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos
ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente, aguardando a qualquer momento
o chamado para o serviço durante o período de descanso, observando-se que o uso de instrumentos
telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regi-
me de sobreaviso.
As horas de sobreaviso devem ser remuneradas à razão de 1/3 do salário normal e, em princípio,
entende-se que integram a remuneração do trabalhador por ser verba que remunera o tempo à disposi-
ção do empregador, tendo, portanto, natureza salarial.
Importante
Não obstante o anteriormente mencionado, a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigo-
ram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-A à CLT para determinar, entre outras disposições, que os documentos coletivos
de trabalho (acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre o regime de
sobreaviso.
Assim, o mencionado documento deverá ser consultado a fim de verificar a existência de determinação acerca do so-
breaviso. Em caso positivo, valerá as disposições do documento coletivo.

Exemplos
a) Empregado mensalista com salário de R$ 1.500,40 ficou 10 horas sob regime de sobreaviso no mês janei-
ro/2020. Assim temos:
Jornada mensal = 220 horas
- valor da hora normal de trabalho: R$ 6,82 (R$ 1.500,40 ÷ 220)
- valor da hora de sobreaviso:
R$ 6,82 ÷ 3 = R$ 2,27
- valor a pagar a título de sobreaviso:
R$ 2,27 × 10 = R$ 22,70
Remuneração mensal = R$ 1.523,10 (R$ 1.500,40 + R$ 22,70)
b) Empregado mensalista com salário de R$ 3.801,60, permaneceu 12 horas de sobreaviso, tendo sido chamado
para trabalhar por 4 horas.
Cálculo:
- valor da hora normal = R$ 17,28 (R$ 3.801,60 ÷ 220)
- Valor da hora de sobreaviso = R$ 5,76 (R$ 17,28 ÷ 3)
- Período a ser pago a título de sobreaviso = 8 horas (12-4)
- Valor das horas de sobreaviso = R$ 46,08 (R$ 5,76 × 8)
- valor das horas extras realizadas após o chamado ao trabalho = R$ 103,68 (R$17,28 × 1,50 × 4)
- Remuneração mensal = R$ 3.951,36 (R$ 3.801,60 = salário + R$ 46,08 = horas de sobreaviso + R$ 103,68 = horas
extras)

Abono

É comum os sindicatos representativos de categorias profissionais estabelecerem por meio de


negociação coletiva, a concessão de abonos. Entretanto, esta concessão pode ocorrer também por
determinação legal ou ainda, por mera liberalidade do empregador.
Guia de Cálculos Trabalhistas 41

Via de regra, a concessão ocorre como antecipação da correção salarial a se verificar na data-base
da categoria profissional respectiva. A concessão pode ocorrer por meio de percentual sobre o salário
ou mediante valor fixo.
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, al-
terou o art. 457 da CLT e acresceu a letra “z” ao § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991 para determinar, entre
outros, que os abonos mesmo quando pagos com habitualidade, não integram a remuneração do em-
pregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer
encargo trabalhista e previdenciário.

Exemplos
a) empresa concede abono equivalente a 5% do salário dos empregados, no mês de janeiro/2020. Considerando
um empregado com salário fixado em R$ 2.300,00, temos:
- salário = R$ 2.300,00
- abono = R$ 115,00 (5% de R$ 2.300,00)
- salário de contribuição = R$ 2.300,00
b) a negociação coletiva estabeleceu a concessão de abono no valor de R$ 400,00 para os empregados. Consi-
derando um empregado com salário de R$ 2.000,00, temos:
- salário = R$ 2.000,00
- abono = R$ 400,00
- salário de contribuição = R$ 2.000,00

Abono de férias
A legislação trabalhista faculta ao empregado (e não ao empregador) a conversão de até 1/3 do
período de férias a que tiver direito, em abono pecuniário.
Dessa forma, um trabalhador com direito a 30 dias de férias pode converter em abono pecuniá-
rio alguns dias de suas férias desde que a conversão não ultrapasse 10 dias (1/3). Um trabalhador com
direito a 24 dias de férias (em virtude das faltas injustificadas verificadas no período aquisitivo), pode
converte até 8 dias em abono pecuniário (1/3).
O valor correspondente ao abono pecuniário, incluindo o terço constitucional sobre, ele não inte-
gra a remuneração do empregado.
Entretanto, algumas empresas, em virtude de determinações constante do documento coletivo
de trabalho da categoria profissional respectiva ou do seu regulamento interno, ou, ainda, da mera li-
beralidade do empregador, concedem aos seus empregados o chamado abono de férias, o qual não se
confunde com o abono pecuniário anteriormente comentado.
Desde que o abono de férias não ultrapasse quantia equivalente a 20 dias de salário do trabalha-
dor não integra a remuneração deste.

Exemplos
a) empregado com salário de R$ 3.000,00 gozará férias de 01 a 30 de abril/2020 e receberá, a título de abono de
férias, o valor correspondente a R$ 1.500,00. Assim temos:
- valor das férias = R$ 3.000,00
- valor equivalente a 20 dias de salário = R$ 2.000,00
42 Guia de Cálculos Trabalhistas

- valor do abono de férias = R$ 1.500,00


- remuneração de 04/2020 = R$ 3.000,00
O valor a ser pago a título de abono de férias (R$ 1.500,00) é inferior ao valor equivalente a 20 dias de salário
(R$ 2.000,00), portanto, não integra o valor da remuneração.
b) empregado com salário de R$ 3.000,00 gozará férias de 01 a 30 de abril de 2020 e receberá, a título de abono
de férias, o valor correspondente a R$ 2.100,00. Assim temos:

- valor das férias = R$ 3.000,00


- valor equivalente a 20 dias de salário = R$ 2.000,00
- valor do abono de férias = R$ 2.100,00
- remuneração de 04/2020 = R$ 5.100,00
Neste caso, o valor do abono de férias a ser pago é superior ao valor equivalente a 20 dias de salário, portanto
integra a remuneração do trabalhador.
Lembre-se que o recebimento de abono de férias não é cumulativo com o recebimento do terço constitucional,
devendo prevalecer o que for mais vantajoso para o empregado.

Adicional de insalubridade
O exercício do trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos
pela Secretaria de Previdência e Trabalho, assegura ao trabalhador a percepção de adicional de 40%,
20% e 10%, conforme a insalubridade se classifique nos graus máximo, médio e mínimo, respectivamente.

A CLT estabelecia que a base de cálculo do adicional em comento era o salário-mínimo da região.
Entretanto, estes foram extintos e estabelecido o salário-mínimo nacionalmente unificado.

Ocorre que a Constituição Federal vedou a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim. As-
sim, a base de cálculo do adicional de insalubridade passou a constituir matéria controvertida.

Parte da doutrina e da jurisprudência trabalhista defendia o entendimento de que a Constituição,


ao vedar a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim, não admitia, a sua utilização como base de
cálculo do adicional de insalubridade, portanto, desde então, o adicional de insalubridade deveria ser
calculado sobre a remuneração efetiva auferida pelo trabalhador. Outros argumentavam no sentido de
que a previsão constitucional apenas se referia à proibição da adoção do salário-mínimo como unidade
monetária, ou seja, como fator de indexação, não impedindo, portanto, sua utilização para base de cál-
culo da insalubridade.

O Supremo Tribunal Federal acabou com a divergência de entendimentos, ao determinar por meio
da Súmula Vinculante nº 4, que a aplicação do salário-mínimo como base de cálculo do adicional de
insalubridade é inconstitucional.

Dessa forma, até seja divulgada norma legal estabelecendo a base de cálculo do adicional de
insalubridade, recomenda-se que as empresas se acautelem diante do critério a ser adotado nos casos
concretos de cálculo e pagamento do referido adicional aos empregados, lembrando principalmente
que:
a) por meio de negociação coletiva de trabalho é possível se estabelecer em documento coletivo
a base de cálculo do adicional de insalubridade a ser aplicada pelas partes, observando-se,
contudo, a Súmula Vinculante nº 4, que veda a utilização do salário-mínimo na citada base de
cálculo;
Guia de Cálculos Trabalhistas 43

b) como medida preventiva para definição da base de cálculo, a empresa poderá consultar, an-
tecipadamente, a respectiva entidade sindical representativa dos empregados, a fim de se
certificar se há cláusula expressa em documento coletivo de trabalho tratando da matéria.

Não obstante o anteriormente exposto, a maioria da doutrina e da jurisprudência tem entendido


que o salário-mínimo deve ser mantido provisoriamente como base de cálculo do adicional de insalubri-
dade até que novo parâmetro seja fixado legal ou convencionalmente.

Desta forma, na ausência de previsão no documento coletivo da categoria profissional o salário-


-mínimo continua sendo utilizado pela maioria das empresas.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposi-
ções, que constitui objeto ilícito dos documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão ou a redução
do direito relativo ao adicional de remuneração para as atividades insalubres.
O art. 611-A, inserido na CLT pela mesma Lei, determinou, entre outras disposições, que os documentos coletivos de
trabalho (acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre o enquadramento
do grau de insalubridade.
Assim, embora a negociação coletiva não possa reduzir ou suprimir o valor do adicional de insalubridade, poderá dispor
sobre o enquadramento da atividade no grau respectivo.

Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos


legais.

Exemplos
Observadas as alegações anteriores, procedemos aos cálculos do adicional de insalubridade utilizando como
base o salário-mínimo. Assim temos:
a) Considerando um trabalhador com salário de R$ 1.500,00, em março/2020, submetido a condições de insalu-
bridade no grau mínimo:
- salário = R$ 1.500,00
- salário-mínimo = R$ 1.045,00
- adicional aplicado = 10%
- adicional de insalubridade = R$ 104,50 (10% de R$ 1.045,00)
- remuneração total = R$ 1.604,50 (R$ 1.500,00 + R$ 104,50)
b) Considerando um trabalhador com salário de R$ 2.000,00 submetido a condições de insalubridade no grau
médio:
- salário = R$ 2.000,00
- salário-mínimo = R$ 1.045,00
- adicional aplicado = 20%
- adicional de insalubridade = R$ 209,00 (20% de R$ 1.045,00)
- remuneração total = R$ 2.209,00 (R$ 2.000,00 + R$ 209,00)
c) Considerando um trabalhador com salário de R$ 3.000,00 submetido a condições de insalubridade no grau
máximo:
- salário = R$ 3.000,00
- salário-mínimo = R$ 1.045,00
44 Guia de Cálculos Trabalhistas

- adicional aplicado = 40%


- adicional de insalubridade = R$ 418,00 (40% de R$ 1.045,00)
- remuneração total = R$ 3.418,00 (R$ 3.000,00 + R$ 418,00)

No caso de existência de mais de um agente insalubre, é devido apenas o percentual correspon-


dente ao grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

Ocorrendo a presença simultânea dos agentes insalubres e perigosos na execução dos serviços,
o empregado poderá optar por apenas um dos adicionais devidos.
Uma vez caracterizada a eliminação ou neutralização da insalubridade, cessa a obrigatoriedade do
pagamento do adicional respectivo.

Adicional de periculosidade
As atividades ou operações perigosas são aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
a) inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
b) roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pes-
soal ou patrimonial.

São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.


A caracterização e a classificação da periculosidade, segundo as normas da Secretaria Especial de
Trabalho, fazem-se por intermédio de perícia a cargo de engenheiro do trabalho.
O empregado que trabalha em condições de periculosidade faz jus ao adicional de 30% sobre o
seu salário básico, ou seja, sem o acréscimo de outros adicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculo
do adicional de periculosidade deverá ser efetuado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.
O mencionado adicional quando pago com habitualidade integra a remuneração do empregado.
O direito do empregado ao adicional de periculosidade cessa com a eliminação do risco.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito dos documentos coletivos de trabalho (acordo
e convenção) a supressão ou a redução do direito relativo ao adicional de remuneração para as atividades perigosas.

Exemplos
a) Empregado mensalista com salário básico de R$ 2.000,00, cujo serviço é exercido em condições de periculo-
sidade:
- adicional de periculosidade = R$ 600,00 (30% de R$ 2.000,00);
- remuneração total = R$ 2.600,00 (R$ 2.000,00 + R$ 600,00)
b) Empregado diarista com salário básico de R$ 100,00 por dia, cujo serviço é exercido em condições de pericu-
losidade:
- adicional de periculosidade = R$ 30,00 (30% de R$ 100,00);
- remuneração/dia total = R$ 130,00 (R$ 100,00 + R$ 30,00)
Guia de Cálculos Trabalhistas 45

c) Empregado horista com salário básico de R$ 20,00 por hora, cujo serviço é exercido em condições de pericu-
losidade:
- adicional de periculosidade = R$ 6,00 (30% de R$ 20,00);
- remuneração/hora total = R$ 26,00 (R$ 20,00 + R$ 6,00)
Lembra-se que, tanto no exemplo “b” como no “c”, o empregado contratado nas modalidades de diarista e ho-
rista, o salário/dia e o salário/hora, ambos com o valor do adicional discriminado separadamente na folha de
pagamento da empresa e no recibo de pagamento do empregado, conforme o período trabalhado, não eximem
o empregador de efetuar em separado o cálculo do repouso semanal remunerado com a integração dos respec-
tivos adicionais de periculosidade, também lançados a parte.

Adicional extraordinário
Em geral, a duração normal do trabalho dos empregados no âmbito urbano ou rural não excederá
a 8 horas diárias e 44 semanais. Entretanto, algumas categorias profissionais por força de lei, de cláu-
sula de documento coletivo de trabalho ou ainda, do próprio contrato de trabalho tem jornada inferior
a esta.

A jornada de trabalho fixada poderá ser prorrogada em até 2 horas diárias mediante acordo indi-
vidual firmado por escrito em 2 vias, ficando uma delas com o empregador e outra com o empregado,
e deverá ser anotado em livros ou fichas de registro de empregados. O acordo poderá também ser co-
letivo.

Do acordo ou da convenção coletiva de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância


da remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% superior à da hora normal, ressal-
vados os casos de compensação e as jornadas especiais. Todavia o percentual de acréscimo sobre o
valor da hora normal, poderá ser superior a 50% se assim estabelecerem as partes ou houver dispo-
sição em convenção ou acordo coletivo vigente. As horas extraordinárias integram a remuneração do
trabalhador.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à
CLT para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo
e convenção) a supressão ou redução do direito relativo à remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo,
em 50% à do normal.

O acordo pode ser firmado por prazo indeterminado ou determinado. Todavia, como a Justiça
do Trabalho, se solicitada, pode entender que durante o prazo de vigência do contrato o empregado
permanece à disposição do empregador fazendo jus às horas extras nele estipuladas, ainda que não
trabalhadas, aconselha-se:
a) firmá-lo por tempo determinado (10 dias, 4, 5, 6, meses, etc.), ou seja, pelo prazo necessário à
execução do serviço, renovando-o, se necessário;
b) incluir cláusula que faculte as partes cancelar a prorrogação ajustada, se, antes de findo o
prazo do contrato, a sua continuidade não for conveniente ao empregado, ou se terminar ou
diminuir o serviço que a ocasionou.
O acordo de prorrogação de horas não pode ser celebrado com:
a) os empregados contratados sob o regime de tempo parcial cuja duração não exceda a 30
horas semanais;
b) cabineiros de elevador (ascensoristas);
46 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) telefonistas, as quais somente poderão prestar serviço, além do período normal (máximo 6
horas diárias), em caso de indeclinável necessidade;
d) empregados que exerçam atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho,
devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e no registro de empregados;
e) gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, os
diretores e chefes de departamento ou filial;
f) empregados em regime de teletrabalho.

Importante
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a:
- 30 horas semanais, sem possibilidade de prorrogação de horas;
- 26 horas semanais, podendo haver até 6 horas suplementares semanais, compensadas diretamente até a semana ime-
diatamente posterior à da sua execução ou paga como hora extra (50%) na folha de pagamento do mês subsequente.
Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a 26 horas se-
manais, as horas suplementares serão consideradas horas extras, estando também limitadas a 6 horas suplementares
semanais.

É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor de 18 anos de idade, exceto nas
seguintes condições:
a) até 2 horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo cole-
tivo, desde que o excesso de horas em um dia seja compensado pela diminuição em outro,
de modo a ser observado o limite máximo de 44 horas semanais e 10 horas diárias, ou outro
inferior, legalmente fixado;
b) até o máximo de 12, excepcionalmente, por motivo de força maior, com acréscimo salarial de,
pelo menos, 50% sobre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao
funcionamento do estabelecimento.
As horas extraordinárias devem ser calculadas com base na remuneração, ou seja, salário acrescido
das parcelas de natureza salarial.

Exemplos
a) Empregado com salário normal (sem parcelas adicionais de natureza salarial) de R$ 1.540,00 e com direito ao
adicional legal de 50% de hora extra, realizou no mês 20 horas extraordinárias. Assim temos:
- valor da hora normal = R$ 7,00 (R$ 1.540,00 ÷ 220)
- valor do adicional de horas extra = 50%
- valor da hora extra = R$ 10,50 (R$ 7,00 × 1,50)
- valor total das horas extras devidas = R$ 210,00 (R$ 10,50 × 20)
b) Empregado com remuneração de R$ 1.320,00 e com percepção de adicional de horas extras de 70% concedido
por meio de documento coletivo de trabalho, realizou no mês 46 horas extraordinárias. Assim temos:
- valor da hora normal = R$ 6,00 (R$ 1.320,00 ÷ 220)
- valor do adicional de horas extra = 70%
- valor da hora extra = R$ 10,20 (R$ 6,00 × 1,70)
- valor total das horas extras devidas = R$ 469,20 (R$ 10,20 × 46)
c) Empregado com remuneração de R$ 1.760,00 e, por força do documento coletivo de trabalho da categoria
profissional, tem direito a adicional de 60% na primeira hora extra e 70% na segunda hora extra, realizou no mês
2 horas extras diárias, totalizando 40 horas extras. Assim temos:
Guia de Cálculos Trabalhistas 47

- valor da hora normal = R$ 8,00 (R$ 1.760,00 ÷ 220)


- valor do adicional da 1º hora extra = 60%
- valor do adicional da 2º hora extra = 70%
- valor da 1ª hora extra = R$ 12,80 (R$ 8,00 × 1,60)
- valor da 2ª hora extra = R$ 13,60 (R$ 8,00 × 1,70)
- valor das 20 horas extras com adicional de 60% = R$ 256,00 (R$ 12,80 × 20)
- valor das 20 horas extras com adicional de 70% = R$ 272,00 (R$ 13,60 × 20)
- valor total das horas extras devidas = R$ 528,00 (R$ 272,00 + R$ 256,00)
d) Empregado com salário básico de R$ 1.980,00, com adicional de hora extra de 50% e percepção de adicional de pe-
riculosidade de 30% sobre o salário, realizou no mês 2 horas extras diárias, totalizando 44 horas extras. Assim temos:
- valor da hora normal = R$ 9,00 (R$ 1.980,00 ÷ 220)
- valor do adicional de horas extra = 50%
- valor do adicional de periculosidade sobre a hora = R$ 2,70 (30% de R$ 9,00)
- base de cálculo da hora extra = R$ 11,70 (R$ 9,00 + R$ 2,70)
- valor da hora extra = R$ 17,55 (R$ 11,70 × 1,50)
- valor total das horas extras devidas = R$ 772,20 (R$ 17,55 × 44)
Empregado com salário mensal de R$ 2.200,00, com adicional de hora extra de 50% trabalha no horário noturno
e realizou no mês 38 horas extras. Assim temos:
- valor da hora normal = R$ 10,00 (R$ 2.200,00 ÷ 220)
- valor do adicional de horas extra = 50%
- valor do adicional noturno sobre a hora = R$ 2,00 (20% de R$ 10,00)
- base de cálculo da hora extra = R$ 12,00 (R$ 10,00 + R$ 2,00)
- valor da hora extra = R$ 18,00 (R$ 12,00 × 1,50)
- valor total das horas extras devidas = R$ 684,00 (R$ 18,00 × 38)

Supressão de horas extra - Indenização


As horas extras prestadas habitualmente durante pelo menos 1 ano, se suprimidas, total ou par-
cialmente, pelo empregador, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor
de um mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a 6
meses de prestação de serviço acima da jornada normal.
O cálculo deve ser efetuado com base na média das horas suplementares nos últimos 12 meses
anteriores à supressão multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão.

Exemplos
Supressão total
a) Empregado presta serviços extraordinários durante 3 anos e 9 meses. As horas extras serão totalmente supri-
midas em fevereiro/2020. Seu salário/hora na data da supressão total das horas extras será de R$ 7,00.
Horas extras - Média - Apuração
Janeiro/2020 = 40h
Dezembro/2019 = 36h
Novembro/2019 = 39h
Outubro/2019 = 52h
48 Guia de Cálculos Trabalhistas

Setembro/2019 = 30h
Agosto/2019 = 28h
Julho/2019 = 25h
Junho/2019 = 14h
Maio/2019 = 33h
Abril/2019 = 44h
Março/2019 = 24h
Fevereiro/2019 = 23h
TOTAL = 388 horas
Média 388 ÷ 12 = 32,33
- Salário/hora normal = R$ 7,00
- Salário/hora extra = R$ 10,50 (R$ 7,00 × 1,50)
- Indenização/valor = R$ 1.357,88 (R$ 10,50 × 32,33 = R$ 339,47 × 4)
Supressão parcial
b) Empregado prestou 2 horas diárias de serviços extraordinários durante 3 anos e 2 meses. Em julho de 2019,
houve a supressão parcial de 1 hora extra por dia. Seu salário/hora na data da supressão total das horas extras
foi de R$ 8,00. Assim temos:
Horas extras - Média - Apuração
Junho/2019 = 40h
Maio/2019 = 36h
Abril/2019 = 39h
Março/2019 = 52h
Fevereiro/2019 = 30h
Janeiro/2019 = 28h
Dezembro/2018 = 25h
Novembro/2018 = 14h
Outubro/2018 = 33h
Setembro/2018 = 44h
Agosto/2018 = 24h
Julho/2018 = 23h
TOTAL = 388 horas
Média das horas extras total 388 ÷ 12 = 32,33
Média de horas extras suprimidas = 194 (388 ÷ 2)
Média mensal das horas extras suprimidas (194 ÷ 12 = 16,17)
- Salário/hora normal = R$ 8,00
- Salário/hora extra = R$ 12,00 (R$ 8,00 × 1,50)
- Indenização/valor = R$ 582,12 (R$ 12,00 × 16,17 = R$ 194,04 × 3)

Adicional noturno
O trabalho em horário noturno exige maior esforço do organismo humano, por desenvolver-se em
período normalmente destinado ao repouso do trabalhador e, ainda, pode gerar sérias dificuldades no
relacionamento familiar do trabalhador, comprometendo inclusive o seu bem-estar social.
Guia de Cálculos Trabalhistas 49

Por tais razões, à atividade noturna aplicam-se regras especiais de tutela ao trabalho, tanto no
que concerne à remuneração dos serviços quanto à duração da jornada, sem prejuízo de outras normas
gerais de proteção trabalhista.
É considerado noturno na atividade urbana o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as
5 horas do dia seguinte.
Nas atividades rurais, considera-se noturno o trabalho executado entre:
a) as 21 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, na lavoura; e
b) as 20 horas de um dia e as 4 horas do dia seguinte, na pecuária.
A hora do trabalho noturno é computada como de 52 minutos e 30 segundos (7 minutos e 30 se-
gundos de redução em relação à hora diurna) para atividades urbanas.
Na prática, significa que 1 hora normal, trabalhada em período diurno, equivale a 60 minutos efeti-
vamente trabalhados, enquanto que no período noturno corresponde apenas a 52 minutos e 30 segun-
dos de efetivo trabalho. Nas atividades rurais, a hora noturna tem duração de 60 minutos, não sofrendo,
por conseguinte, qualquer redução temporal.
Aos empregados urbanos o trabalho noturno é remunerado com acréscimo de 20%, no mínimo,
sobre a hora diurna. Na área rural, esse acréscimo é de 25%.

Exemplos
a) considerando um empregado mensalista, com jornada de 220 horas mensais e com salário de R$ 1.100,00 e
que trabalha no horário das 22 horas às 5 horas, temos:
- salário-base mensal = R$ 1.100,00
- jornada mensal = 220 horas noturnas
Valor do adicional noturno mensal = R$ 220,00 (20% de R$ 1.100,00)
remuneração mensal = R$ 1.320,00 (R$ 1.100,00 + R$ 220,00)
b) considerando um empregado mensalista com salário de R$ 1.210,00, que labora parte da jornada em horário
noturno e parte em horário diurno e, em determinado mês realizou 80 horas noturnas, sem elastecer a jornada
mensal. Considerando que no mês houve 4 RSR, temos:
Dados fictícios
Salário-base mensal = R$ 1.210,00
Jornada mensal = 220 horas
Nº de horas noturnas trabalhadas = 80 horas
Nº de horas diurnas trabalhadas = 140 horas
Valor da hora diurna = R$ 5,50
Valor do adicional noturno = R$ 1,10
Valor da hora noturna = R$ 6,60
Remuneração mensal apurada
Salário-base = R$ 1.210,00
Adicional noturno devido = R$ 88,00 (R$ 1,10 × 80)
Integração do adicional noturno no RSR:
a) R$ 3,38 = R$ 88,00 ÷ 26 (nº de dias úteis no mês);
b) R$ 3,38 × 4 (nº de domingos e feriados no mês);
c) R$ 13,52 (valor a ser pago a título de integração do adicional noturno ao RSR).
Reflexo do adicional noturno no DSR = R$ 13,52
Total da remuneração = R$ 1.311,52 (R$ 1.210,00 +R$ 88,00 + R$ 13,52)
50 Guia de Cálculos Trabalhistas

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou redução da remuneração do trabalho noturno superior ao do diurno.

Adicional de transferência
Em observância ao princípio da inalterabilidade do contrato proíbe-se ao empregador transferir o
empregado, sem sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando
transferência a que não acarretar, necessariamente, a mudança de domicílio. Portanto, caracteriza-se a
transferência quando o deslocamento do empregado de um estabelecimento para outro implica mu-
dança de domicílio.

Essa regra, no entanto, não é absoluta, admitindo exceções. Assim, em caso de real necessidade
de serviço, é lícito ao empregador efetuar a transferência quando se tratar de:
a) empregados que exerçam cargos de confiança;
b) condição implícita ou explícita de transferência constante do contrato;
c) transferência provisória; ou
d) extinção do estabelecimento.

Quando o empregado for transferido provisoriamente para localidade diversa da resultante do


contrato de trabalho (deslocamento que acarreta mudança de domicílio), o empregador ficará obrigado
a pagar-lhe um adicional de, no mínimo, 25% de seu salário, enquanto durar a transferência.

Esse acréscimo tem natureza salarial, portanto, é computado para efeito de férias, 13º salário, re-
pouso semanal remunerado, desconto do Imposto de Renda na Fonte, contribuições previdenciárias,
depósito do FGTS, etc.

Exemplos
Empregado foi contratado para trabalhar em estabelecimento da empresa situado em São Paulo. Decorridos
alguns meses, em virtude de necessidade de serviço, a empresa deslocou este empregado, com a sua concor-
dância, para a filial situada em Osasco onde o mesmo passou a trabalhar.
Nesta situação foi caracterizada tão somente a mudança de local de trabalho e não a transferência, pois o des-
locamento de São Paulo para Osasco não determinou a mudança de domicílio do empregado, uma vez que este
pode diariamente se deslocar de São Paulo para Osasco e vice-versa. Assim não há que se falar em pagamento
de adicional de transferência, entretanto, se a mudança do local de trabalho acarretar aumento das despesas
com transporte, a empresa deverá pagá-las ao empregado.
Empregado contratado para trabalhar na filial de São Paulo foi transferido definitivamente, e com a sua concor-
dância, para a filial situada em Presidente Prudente.
Nesta situação ocorreu a transferência, pois é inviável o deslocamento diário deste trabalhador de São Paulo
para Presidente Prudente. Por tal razão a mudança de domicílio é inevitável. Entretanto, não é devido o pagamen-
to de adicional de transferência posto que a transferência foi definitiva e não provisória. Assim, a empresa deverá
arcar tão somente com as despesas com a transferência (viagem do empregado e familiares, mudança, etc.).
Empregado contratado para trabalhar em São Paulo, por necessidade de serviço e com a sua concordância,
foi transferido para trabalhar pelo período de 9 meses, na filial situada em Presidente Prudente. Nesta situação
ocorreu a transferência, pois é inviável o deslocamento diário deste trabalhador de São Paulo para Presidente
Prudente. Por tal razão a mudança de domicílio é inevitável e é devido o pagamento de adicional de transferência
posto que a transferência foi provisória, ocorrendo apenas durante 9 meses, findo os quais o trabalhador retor-
nará para o estabelecimento de São Paulo.
Guia de Cálculos Trabalhistas 51

Cálculo do adicional
Considerando que o empregado tenha salário de R$ 5.000,00, receberá durante o período em que perdurar a
transferência:
- salário básico R$ 5.000,00
- adicional de transferência = R$ 1.250,00 (25% de R$ 5.000,00)
- remuneração total durante a transferência = R$ 6.250,00 (R$ 5.000,00 + R$ 1.250,00)
Findo o período de transferência a remuneração do trabalhador voltará a ser de R$ 5.000,00, posto que o adicio-
nal deixará de ser pago.

Adicional de função

Quando o empregado é promovido, passando a ocupar cargo de relevância na empresa, em geral,


posições de confiança do empregador (gerentes, diretores, auditores, etc.), é comum o pagamento de
um adicional ao salário em virtude do exercício do cargo.

Esse acréscimo salarial é devido em observância às determinações do art. 468 da CLT, o qual
estabelece que nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições
por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.

Assim, se com a promoção havida o empregado passa a assumir maiores encargos e responsa-
bilidades, deverá receber o acréscimo salarial decorrente, sob pena de ficar configurada a alteração
contratual com prejuízo. Por tais razões, o adicional de função pago se reveste das características de
gratificação legal e, por conseguinte, integra a remuneração do trabalhador.

Exemplos
a) Empregado é promovido a diretor. Seu salário básico é R$ 15.000,00 e passa a receber o adicional de função
de 10%.
Neste caso, a remuneração do trabalhador corresponde a:
- salário básico = R$ 15.000,00 - adicional de função = R$ 1.500,00 (10% de R$ 15.000,00)
- remuneração = R$ 16.500,00
b) Empregado passa a exercer a função de gerente com salário básico de R$ 8.000,00 e adicional de função de
R$ 3.500,00.
- remuneração = R$ 11.500,00 (R$ 8.000,00 + R$ 3.500,00)

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou a redação do art.
468 da CLT para determinar, entre outras disposições, que, havendo a reversão do empregado ao cargo efetivo, ante-
riormente ocupado, com ou sem justo motivo, deixando o exercício de função de confiança, deixa de existir o direito à
manutenção do pagamento da gratificação correspondente, que não será incorporada, independentemente do tempo
de exercício da respectiva função.

Adicional por tempo de serviço

É verba paga ao empregado em virtude do tempo de vigência do contrato de trabalho na empresa.


Em geral é fixada com base em percentual sobre o salário básico ou quantia previamente estipulada.
52 Guia de Cálculos Trabalhistas

Assim temos, entre outros:


Anuênio - concedida a cada ano completo de trabalho.
Biênio - valor devido a cada 2 anos completos de trabalho.
Quinquênio - valor concedido a cada 5 anos completos de trabalho.

Considerando que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram
desde 11.11.2017, alterou a redação do § 1º do art. 457 da CLT para determinar que integram o salário a
importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador, retirou de tal
integração as percentagens e gratificações ajustadas. Assim, em princípio, entende-se que, conforme
a nova redação do mencionado artigo, os adicionais por tempo de serviço, por não constituírem grati-
ficações legais, deixaram de integrar a remuneração para efeitos trabalhistas. Ressaltamos, porém, a
possibilidade de entendimento diverso.

Contudo, no aspecto previdenciário, é bom lembrar que o caput do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, o
qual não foi alterado pela Lei nº 13.467/2017, determina que se entende por salário-de-contribuição do
empregado a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendi-
mentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma.

Exemplos
a) o documento coletivo de trabalho da categoria profissional determina que a cada 5 anos completos trabalha-
dos na mesma empresa o empregado terá direito a 5% de adicional de tempo de serviço (quinquênio) calculado
sobre o seu salário básico.

Considerando um trabalhador com 16 anos de serviço na empresa e com salário básico de R$ 7.000,00 temos:

- salário básico = R$ 7.000,00

- valor do quinquênio = R$ 350,00 (5% de R$ 7.000,00)

- tempo de serviço na empresa 16 anos = 3 quinquênios

- valor dos quinquênios = R$ 1.050,00 (R$ 350,00 × 3)

- remuneração total para efeitos trabalhistas = R$ 7.000,00 )

b) o contrato individual de trabalho contém cláusula determinado a concessão de adicional de tempo de serviço
de R$ 500,00 a cada 2 anos de trabalho prestados (biênio).

Considerando um empregado contratado com salário de R$ 5.000,00 e com 10 anos de trabalho, temos:

- salário básico = R$ 5.000,00

- biênios devidos = 5

- valor do adicional = R$ 500,00

- valor total dos biênios devidos = R$ 2.500,00 (R$ 500,00 × 5)

- remuneração total para efeitos trabalhistas = R$ 5.000,00)

Quanto à integração dos adicionais por tempo de serviço no salário-de-contribuição previdenciária, em virtude
da não alteração do caput do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil poderá
ser consultada.
Guia de Cálculos Trabalhistas 53

Importante
A legislação previdenciária (Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º) determina que não integram a remuneração para efeito de
cálculo da contribuição previdenciária exclusivamente as seguintes parcelas:
a) os benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929/1973;
c) a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo antigo Ministério do
Trabalho, nos termos da Lei nº 6.321/1976;
Não obstante o mencionado na letra “c”, deve-se observar que a Lei nº 13.467/2017, a qual é posterior à Lei nº 8.212/1991,
determinou que o auxílio-alimentação não integra a remuneração, ainda que pago com habitualidade, e, portanto, não
sofre incidências trabalhistas e previdenciárias.
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT;
e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889/1973;
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;
Lembrar que a Lei nº 13.467/2017, a qual é posterior à Lei nº 8.212/1991, determinou que o abono não integra a remunera-
ção, ainda que paga com habitualidade.
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238/1984;
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do
empregado, na forma do art. 470 da CLT;
Não obstante o mencionado na letra “g”, deve-se observar que a Lei nº 13.467/2017, a qual é posterior à Lei nº 8.212/1991,
determinou que a ajuda de custo, não integra a remuneração, ainda que paga com habitualidade, e, portanto, não sofre
incidências trabalhistas e previdenciárias.
h) as diárias para viagens;
i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos
da Lei nº 6.494/1977;
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
l) o abono do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (Pasep);
m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado con-
tratado para trabalhar em localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pela Secretaria Especial
de Previdência e Trabalho
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito
seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº
4.870/1965;
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência comple-
mentar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que
couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela con-
veniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses,
despesas médico-hospitalares e outras similares
54 Guia de Cálculos Trabalhistas

r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no


local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso-creche pago em conformidade
com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas
as despesas realizadas;
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus depen-
dentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de
empregados, nos termos da Lei nº 9.394/1996, e:
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% da
remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo
mensal do salário-de-contribuição, o que for maior;
u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade,
de acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069/1990;
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT;
y) o valor correspondente ao vale-cultura;
z) os prêmios e os abonos.
aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei no 10.891/2004.
A legislação do FGTS determina que não integram a remuneração para efeito dos depósitos fundiários, entre outras:
I - participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com a Lei
nº 10.101/2000;
II - abono correspondente à conversão de um terço das férias em pecúnia e seu respectivo adicional constitucional;
III - abono ou gratificação de férias, concedido em virtude de contrato de trabalho, de regulamento da empresa, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho, cujo valor não exceda a vinte dias do salário;
IV - o valor correspondente ao pagamento da dobra da remuneração de férias concedidas após o prazo legal;
V - importâncias recebidas a título de férias indenizadas e o respectivo adicional constitucional;
VI - indenização por tempo de serviço anterior a 05.10.1988, de empregado não optante pelo FGTS;
VII - indenização relativa à dispensa de empregado no período de trinta dias que antecede sua data-base, de acordo
com o disposto no art. 9º da Lei nº 7.238/1984;
VIII - indenização por despedida sem justa causa do empregado nos contratos com termo estipulado de que trata o
art. 479 da CLT, bem como na indenização prevista na alínea “f” do art. 12 da Lei nº 6.019/1974;
IX - indenização do tempo de serviço do safrista, quando do término normal do contrato de que trata o art. 14 da Lei
nº 5.889/1973;
X - indenização recebida a título de incentivo à demissão;
XI - indenização de quarenta por cento sobre o montante de todos os depósitos de FGTS realizados na conta vincu-
lada do trabalhador.
XVIII - vale-transporte, nos termos e limites legais, bem como transporte fornecido pelo empregador para desloca-
mento ao trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público;
XIX - valor da multa paga ao trabalhador em decorrência do atraso na quitação das parcelas rescisórias;
XX - abono do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (Pasep);
XXI - valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pelo empregador ao empregado
contratado para trabalhar em localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da
atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pela Secretaria Especial
de Previdência e Trabalho;
XXII - importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direi-
to seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
XXIII - parcelas destinadas à assistência ao empregado da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº
4.870/1965;
Guia de Cálculos Trabalhistas 55

XXIV - valor das contribuições efetivamente pagas pelo empregador a título de previdência privada;
XXV - valor relativo a assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente pelo empregador ou me-
diante seguro-saúde;
XXVI - valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados
no local de trabalho para prestação dos serviços;
XXVII - ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando devidamente comprovadas;
XXVIII - valor relativo à concessão de educação, em estabelecimento de ensino do empregador ou de terceiros,
compreendendo valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
XXIX - valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
XXX - auxílio-creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, para ressarcimento de despesas devida-
mente comprovadas com crianças de até 6 (seis) anos de idade;
XXXI - auxílio-babá, limitado ao salário-mínimo, pago em conformidade com a legislação trabalhista e condicionado
a comprovação do registro na Carteira de Trabalho, para ressarcimento de despesas de remuneração e contribuição
previdenciária de empregado que cuide de crianças de até 6 anos de idade;
XXXII - valor de prêmios; e
XXXIII - o valor do tempo de espera, nos termos do § 9º do art. 235-C da CLT.

Verba de representação

Quando o empregado, em virtude do cargo ocupado, tem, entre suas atribuições, a de representar
a empresa em eventos realizados fora do estabelecimento desta, tais como reuniões, jantares, viagens
de negócios, etc., é comum receberem um valor determinado para cobrir as despesas efetuadas com
esta representação, que é a chamado “verba de representação”. Tais despesas não precisam ser com-
provadas mediante nota.

Essa verba tem, portanto, caráter de ressarcimento (indenização) e, desta forma, não integra a
remuneração do trabalhador.

Indenizações

A indenização tem por finalidade compensar o empregado por um dano ou prejuízo sofrido, por-
tanto, não tem relação com o trabalho ou com o tempo à disposição do empregador e, assim sendo, não
integra a remuneração.

As indenizações mais comuns são:

Multa rescisória do FGTS ou indenização compensatória

Quando o empregador dispensa o empregado sem justo motivo fica obrigado a depositar na sua
conta vinculada do FGTS a importância correspondente a 40% de todos os depósitos efetuados na
vigência do contrato de trabalho devidamente corrigidos e acrescido dos valores devidos no mês da
rescisão e do mês anterior que ainda não tiver sido depositado.

Se a ruptura contratual ocorrer por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do
Trabalho, a multa será de 20%.

Quando o contrato de trabalho for extinto por acordo entre as partes (empregado e empregador),
a multa rescisória é devida pela metade.
56 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo
Empregado dispensado sem justa causa tem assegurados R$ 120.000,00 de depósitos na sua conta do FGTS no
momento da dispensa, já tendo sido depositado o valor relativo ao mês anterior à ruptura contratual.

O valor de FGTS devido sobre as verbas rescisórias é igual a R$ 1.050,00 (8% sobre parcelas de natureza salarial).

Assim temos:

Dados fictícios:
- valor dos depósitos efetuados na conta vinculada devidamente corrigidos e acrescido dos juros correspon-
dentes = R$ 120.000,00

- valor dos depósitos devidos sobre verbas rescisórias a ser depositado na conta = R$ 1.050,00.

- valor da multa rescisória ou indenização compensatória a ser paga pela empresa ao empregado = 40% de R$
121.050,00 (R$ 120.000,00 + R$ 1.050,00)

- valor da multa rescisória = R$ 48.420,00

Indenização por tempo de serviço

Até a promulgação da Constituição Federal ocorrida em 05.10.1988, o empregado, no momen-


to da contratação, optava por integrar ou não o regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS). Aqueles que optavam por não integrar o FGTS eram chamados de não optantes e, na ocor-
rência da ruptura contratual por parte do empregador e sem justo motivo, tinham direito a uma inde-
nização que correspondia a 1 mês da maior remuneração por ano de serviço ou ano e fração superior
a 6 meses.

A partir da promulgação da Constituição deixou de haver a possibilidade de opção passando to-


dos os empregados, inclusive os até então não optantes, a serem abrangidos pelo regime do FGTS.

Exemplo
Empregado contratado em 1º.01.1980 na condição de não optante pelo FGTS, foi dispensado sem justo motivo
em 1º.10.2019. Sua maior remuneração na empresa foi R$ 2.500,00.

Cálculo da indenização decenal

- maior remuneração = R$ 2.500,00

- tempo de serviço na condição de não optante = 8 anos e 9 meses (1º.01.1980 até 04.10.1988)

- Indenização decenal devida = R$ 22.500,00 (R$ 2.500,00 × 9)

Portanto, no cálculo da indenização foi considerado apenas o tempo de serviço na condição de não optante, ou
seja, o tempo anterior à data da promulgação da Constituição Federal.

O valor da indenização não integra a remuneração.

Ao completar 10 anos de trabalho na condição de não optante, o empregado passava a gozar de


estabilidade decenal, não podendo mais ser dispensado sem justa causa. O que vale dizer que a ruptura
do contrato de trabalho deste empregado só poderia ocorrer caso este cometesse falta grave ou então
por circunstância de força maior devidamente comprovada mediante inquérito judicial. Caso a empresa
fosse extinta sem a ocorrência de força maior, o empregado teria direito à indenização em dobro.
Guia de Cálculos Trabalhistas 57

Exemplo
Empregado admitido em 1º.02.1977 na condição de não optante teve o seu contrato de trabalho rompido em
20.10.2019 em decorrência do fechamento total da empresa sem motivo de força maior. Sua maior remuneração
foi de R$ 3.000,00. Assim, temos:
- maior remuneração = R$ 3.000,00
- tempo de serviço como não optante = 11 anos, 8 meses e 4 dias (período de 1º.02.1977 a 04.10.1988)
- indenização devida = R$ 72.000,00 (R$ 3.000,00 × 12 × 2)
No cálculo da indenização foram considerados 12 anos, pois a fração apurada após os 11 anos trabalhados na
condição de não optante foi superior a 6 meses. Considerando-se que nesta hipótese de rescisão a remuneração
é dobrada, o resultado da indenização apurada foi multiplicado por 2.

Indenização por despedida sem justo motivo nos contratos a prazo determinado
Nos contratos a prazo determinado, sem cláusula assecuratória de rescisão antecipada, caso o
mesmo venha a ser rompido, sem justo motivo e por iniciativa do empregador, antes do termo final
avençado, o empregado terá direito à indenização correspondente à metade da remuneração que lhe
seria devida até o final previsto do contrato.
A rescisão antecipada, sem justa causa, motivada pelo empregado obriga-o a indenizar o empre-
gador dos prejuízos resultantes. A indenização, contudo, não pode exceder àquela a que o empregado
teria direito em idênticas condições. Ressalta-se, entretanto, que a Justiça do Trabalho tem exigido a
comprovação dos prejuízos por meio de documentos, não bastando a simples alegação do empregador
de que tal ato (rescisão) resultou em prejuízo para a empresa.

Exemplo
Empregado mensalista contratado a prazo determinado para prestar serviços no período de 1º.02 a 30.06.2019,
teve o contrato de trabalho rompido sem justo motivo por iniciativa do empregador, em 30.04.2019. Seu salário
na ocasião era de R$ 3.500,00.
Cálculo da indenização:
Remuneração = R$ 3.500,00
- tempo que faltava para o término do contrato = 2 meses (1º.05 a 30.06.2019)
- R$ 3.500,00 × 2 = R$ 7.000,00 ÷ 2 = R$ 3.500,00
- valor da indenização devida = R$ 3.500,00

Indenização adicional (dispensa antes da data-base)


Ao empregado dispensado sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a data de sua cor-
reção salarial (data-base), é assegurado o direito à indenização adicional equivalente a 1 salário mensal.

Exemplos
a) Empregado foi dispensado sem justo motivo em 30.10.2019, com aviso-prévio indenizado correspondente a
30 dias, sendo que a data-base da categoria profissional respectiva é 1º.12. Na ocasião, o seu salário era de R$
1.800,00. Assim, temos:
- dia da dispensa: 30.10.2019
- último dia do aviso-prévio (projetado): 29.11.2019
- período de 30 dias que antecede a data-base: 1º a 30.11.2019
- indenização devida: R$ 1.800,00
58 Guia de Cálculos Trabalhistas

Observe-se que o último dia do aviso-prévio projetado recaiu dentro dos 30 dias que antecedem a data-base,
razão pela qual a indenização é devida.
b) Empregado foi dispensado sem justo motivo em 03.11.2019, com aviso-prévio indenizado correspondente a 30
dias, sendo que a data-base da categoria profissional respectiva é 1º.12. Na ocasião, o seu salário era de R$ 3.000,00.
Assim, temos:
- dia da dispensa: 03.11.2019
- último dia do aviso-prévio (projetado): 03.12.2019
- período de 30 dias que antecede a data-base: 1º a 30.11.2019
Neste exemplo, observa-se que o último dia do aviso-prévio projetado recaiu no mês da data-base e não no pe-
ríodo de 30 dias que a antecedem, razão pela qual a indenização não é devida.

Indenização por demissão voluntária


Algumas empresas em virtude de dificuldades econômicas negociam diretamente com os empre-
gados ou com o sindicato da categoria profissional respectiva, a instituição, no seu âmbito, do chamado
Programa de Demissão voluntária (PDV). Os trabalhadores que aderirem ao mencionado programa re-
cebem, a título de indenização, quantia equivalente a determinado percentual sobre o salário, por ano
de serviço prestado à empresa. O valor pago a este título não integra a remuneração.
Exemplo
A empresa instituiu o PDV o qual prevê o pagamento de 90% do salário por ano de serviço ao empregado que
aderir ao programa. Considerando que um empregado com salário de R$ 4.000,00 e 15 anos de trabalho na em-
presa opte por aderir ao PDV, temos:
- percentual sobre o salário = 90%
- salário do trabalhador = R$ 4.000,00
- tempo de serviço na empresa = 15 anos.
Valor da indenização por ano de serviço = R$ 3.600,00 (90% de R$ 4.000,00)
- valor total da indenização = R$ 54.000,00 (R$ 3.600,00 × 15)

Lembre-se que a Lei nº 13.467/2017 incluiu os arts 477 A e B à CLT para determinar que as dispen-
sas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo neces-
sidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho para sua efetivação e que o Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para
dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho,
enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição
em contrário estipulada entre as partes.

EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Para que os empregados que exercem as mesmas funções em uma determinada empresa tenham
direito ao mesmo salário é necessário que haja o atendimento dos seguintes requisitos:
a) identidade de funções - o serviço executado pelo empregado que pretende ter equiparação sala-
rial deve ser igual ao do paradigma. Não basta que o cargo tenha a mesma denominação ou que
o serviço seja semelhante, é necessário que ambos façam exatamente o mesmo serviço.
Exemplo
Duas empregadas contratadas para exercer o mesmo cargo (redatoras), sendo que uma redige textos comple-
xos, elabora pesquisas técnicas, dá pareceres, enquanto a outra seleciona notícias e redige textos simples.
Neste caso, embora a denominação do cargo seja a mesma, não há identidade de funções.
Guia de Cálculos Trabalhistas 59

b) trabalho de igual valor - é aquele feito com a mesma produtividade e com a mesma perfeição
técnica entre pessoas, cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja
superior a 4 anos e a diferença de tempo na função não seja superior a 2 anos;

Exemplo
Dois empregados produzem no mesmo lapso de tempo, o mesmo número de peças com igual qualidade.

c) serviço prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial - o paradig-


ma e o trabalhador devem ser empregados do mesmo empregador e trabalharem no mesmo
estabelecimento.

Exemplo
Uma empresa com 2 estabelecimentos (matriz e filial) situados no mesmo município contrata 2 empregados, um
para trabalhar na matriz e outro na filial, exercendo a mesma função. Nesse caso, ainda que atendam aos demais
requisitos da equiparação salarial, os empregados não têm o direito de receber a mesma remuneração, uma vez
que o trabalho se dá em estabelecimentos distintos.

O trabalhador readaptado em nova função, por motivo de deficiência física ou mental atestada
por órgão competente da Previdência Social, não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial.

Não se aplicam as normas relativas à equiparação salarial quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação
coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão
público. Neste caso, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por ape-
nas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional.

A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função,


ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha ob-
tido a vantagem em ação judicial própria.

Para efeito de equiparação salarial, é vedada qualquer distinção em virtude de sexo, etnia, nacio-
nalidade ou idade. Caso a equiparação não seja aplicada em virtude de comprovada discriminação por
motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, mul-
ta, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% do limite máximo dos benefícios do Regime
Geral de Previdência Social.

SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO

Durante o afastamento do trabalhador das suas atividades em decorrência de férias, licenças


médicas, salário-maternidade, licença-paternidade, etc., muitas vezes a empresa tem necessidade de
proceder à substituição desse empregado por outro. Dependendo do tipo de substituição ocorrida o
empregado substituto tem direito a receber o salário do substituído.

Há 3 tipos de substituição de um empregado por outro:

Substituição eventual

É aquela que observa um curto período de tempo, não tornando, por consequência, segura a si-
tuação de substituição. Atendem, a princípio, a situações não previstas, excepcionais. São substituições
que decorrem de acontecimentos incertos, fortuitos, não passíveis de previsão, porém, mesmo quando
previsíveis, são de curta duração.
60 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
Empregado que substitua colegas afastados das suas atividades normais por motivo de:
a) saúde, cujo afastamento seja de alguns dias apenas;
b) licença-paternidade;
c) viagens de curta duração;
d) casamento;
e) falecimento.

Substituição provisória ou temporária


Na substituição provisória, o empregado passa a substituir o colega afastado por um lapso de
tempo maior, a situação ensejadora da substituição, na maioria das vezes, é previsível. Embora não seja
definitiva, a substituição, nesse caso, observa certa habitualidade, não é tão passageira como ocorre na
substituição eventual.

Exemplos
Estão situadas no âmbito das substituições provisórias ou temporárias as decorrentes de:
a) férias;
b) salário-maternidade;
c) afastamento do trabalho por motivo de saúde por período superior a um mês, etc.

Substituição permanente
Quando o titular é afastado do cargo ou da empresa em definitivo e outro trabalhador pertencente
ao quadro funcional da empresa ou contratado para esse fim passa a ocupar o cargo vago, não ocorre a
substituição, mas sim o preenchimento do cargo.

Exemplos
Entre os motivos que ensejam o afastamento do empregado do cargo ou da empresa em caráter definitivo, temos:
a) promoção;
b) remoção para outra função;
c) transferência definitiva;
d) ruptura contratual.

A legislação trabalhista não contém nenhum dispositivo que estabeleça a necessidade de pagar
ao empregado substituto a mesma remuneração do empregado substituído. Entretanto, o Tribunal Su-
perior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 159 determinou:
Substituição de caráter não eventual e vacância do cargo.
I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas
férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído.
II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual
ao do antecessor.
Dessa forma, observa-se ser devido o pagamento do salário-substituição quando a substituição
não for definitiva e tampouco se caracterizar como eventual, isto é, não decorrer de acontecimento in-
certo, imprevisível, depender do acaso e, ainda, observar certa duração.
Guia de Cálculos Trabalhistas 61

Assim, o pagamento será devido quando se tratar de substituição decorrente de fatos, a princípio,
passíveis de previsão (férias, salário-maternidade, licença remunerada e não remunerada que observe
certa duração, etc.). Nessa situação, embora a substituição seja provisória, portanto, não definitiva, não
é tão efêmera, gerando certa frequência.

ACÚMULO DE FUNÇÕES
No caso de trabalhador contratado com previsão expressa de exercício de duas ou mais funções,
entende-se que caberá à empresa fixar a sua remuneração observando a proporcionalidade, ou seja,
fixar o salário de cada função proporcionalmente à carga horária respectiva.

O empregador deverá incluir no contrato de trabalho cláusula que preveja o desempenho das
duas ou mais funções, especificando as condições, a jornada de trabalho a ser cumprida em cada uma
delas, observado no somatório o limite máximo de até 8 horas diárias e 44 semanais ou outro, se legal-
mente previsto ou estipulado em documento coletivo de trabalho.

Exemplos
1) Considere-se um empregado sujeito à jornada mensal de 220 horas, que exerce a atividade de auxiliar de co-
brança por 110 horas mensais e a atividade de motorista nas outras 110 horas. Esse trabalhador poderá ter a sua
remuneração fixada da seguinte forma:
110 horas calculadas com base no salário de motorista e 110 horas com base no salário de auxiliar de cobrança,
as quais, somadas, irão perfazer a remuneração total do empregado.
- salário mensal de auxiliar de cobrança: R$ 1.100,00 (jornada integral de 220 horas/mês);
- salário mensal de motorista: R$ 1.600,00 (jornada integral de 220 horas/mês);
- remuneração proporcional mensal do empregado:
a) função de auxiliar de cobrança = RS 1.100,00 × 110 ÷ 220 = R$ 550,00
b) função de motorista = RS 1.600,00 × 110 ÷ 220 = R$ 800,00
Remuneração total = R$ 1.350,00 (R$ 550,00 + R$ 800,00)
2) Considere-se um empregado, sujeito à jornada mensal de 220 horas, que exerce a atividade de auxiliar de
cobrança por 60 horas mensais e a atividade de motorista por 160 horas. Tal empregado poderá ter a sua remu-
neração fixada da seguinte forma: 60 horas calculadas com base no salário de motorista e 160 horas com base
no salário de auxiliar de cobrança, as quais, somadas, irão perfazer a remuneração total do empregado. Assim,
temos:
- salário mensal de auxiliar de cobrança: R$ 1.080,00 (jornada integral de 220 horas/mês);
- salário mensal de motorista: R$ 1.100,00 (jornada integral de 220 horas/mês);
- remuneração proporcional mensal do empregado:
a) função de auxiliar de cobrança = RS 1.080,00 × 60 ÷ 220 = R$ 294,55
b) função de motorista = RS 1.100,00 × 160 ÷ 220 = R$ 800,00
remuneração total = R$ 1.094,55 (R$ 294,55 + R$ 800,00)

Não obstante o exposto, há doutrinadores que entendem ser legalmente aceita a fixação de um
determinado salário que retribua o duplo exercício de função.

Lembramos que alguns sindicatos representativos de categorias profissionais estabelecem, por


meio de documento coletivo de trabalho, um percentual a ser acrescido à remuneração do trabalhador
quando este acumula funções. Portanto, o aludido documento deve ser consultado antes da fixação do
salário do trabalhador na hipótese em análise.
62 Guia de Cálculos Trabalhistas

DESCONTOS NOS SALÁRIOS - POSSIBILIDADES - DANOS CAUSADOS PELO EMPREGADO

A legislação trabalhista, em princípio, veda qualquer desconto nos salários do empregado, salvo
quando este resultar de adiantamentos, dispositivos de lei ou de documento coletivo. Entre os descon-
tos decorrentes de lei a serem efetuados nos salários dos empregados, os mais comuns são os relativos
à contribuição previdenciária e a retenção de imposto de renda na fonte.

A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alte-
rou a redação dos arts. 578, 579 e 582 da CLT para determinar, entre outras disposições, que o desconto
da contribuição sindical está condicionado à prévia e expressa autorização do empregado. Desta forma,
a empresa só fica obrigada a efetuar o desconto da contribuição sindical na remuneração do mês de
março ou mês seguinte à admissão, conforme o caso, daqueles empregados que previamente o auto-
rizaram por escrito. Assim, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória, passando a constituir uma
faculdade do empregado. Podem ser descontados, ainda, os adiantamentos de salário concedidos ao
empregado, observando-se, contudo, que, na hipótese de rescisão contratual, qualquer compensação
no pagamento não poderá exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.

Não obstante o acima exposto, o Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula nº 342,
exarou o seguinte entendimento:
Nº 342 - Descontos salariais. Art. 462 da CLT

Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para
ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada,
ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de
seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de
coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.

Na hipótese de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilida-
de tenha sido previamente acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. Portanto, se o dano cau-
sado por empregado resultar da prática de ato doloso, ou seja, de ato praticado com o intuito deliberado
de prejudicar o empregador, é lícito o desconto, ainda que não previsto contratualmente.
No caso de dano decorrente de culpa do empregado, isto é, quando no exercício de suas funções,
embora não tenha tido ele a intenção de praticá-lo, tenha agido com imprudência, negligência ou impe-
rícia, o desconto ficará condicionado à existência de acordo firmado para este fim.
Assim, por ocasião da admissão do empregado, torna-se conveniente a inserção de cláusula no
seu contrato de trabalho que permita esse tipo de desconto salarial.
Referida cláusula pode, por exemplo, ter a seguinte redação:
“Além dos descontos previstos em Lei, reserva-se à empregadora o direito de descontar do empre-
gado as importâncias correspondentes aos danos causados por ele.”

Dicas eSocial
Com a implantação do eSocial, as verbas remuneratórias ou não, pagas ou devidas aos trabalhadores serão lançadas no
evento Tabelas de Rubricas e eventos de remuneração dos trabalhadores, do Manual de Orientação do eSocial.
O lançamento das rubricas propiciará o cruzamento dos dados lançados na Folha de Pagamento com o evento Tabela
de Natureza das rubricas da folha de pagamento (tabela 3 do eSocial). Portanto, todo lançamento na folha de pagamento
deverá ter uma rubrica correspondente na tabela 3.
Na simplificação do eSocial, a ser implantada em futuro próximo, está previsto que será criada uma tabela de rubrica
padrão com as incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar
o evento S-1010 - Tabela de Rubricas.
Guia de Cálculos Trabalhistas 63

As informações relativas aos eventos “Tabelas” serão utilizadas para validação dos demais eventos (periódicos e não
periódicos).
Caberá ao empregador enquadrar cada rubrica, tanto para efeito de incidência de encargos (previdenciário, fundiário
e de imposto de renda retido na fonte) como para efeito de integração no cálculo das verbas trabalhistas (férias, 13º
salário, repouso semanal, etc.).
Dessa forma, se um enquadramento de verba for feito de forma incorreta, poderá acarretar recolhimento de tributo a
menor ou a maior. Por tais razões, o colaborador da empresa, responsável pela classificação e lançamento deve conhe-
cer profundamente os conceitos de remuneração, as parcelas que a integram ou não, as incidências que recaem sobre
as verbas salariais, etc., pois caberá a ele verificar, no momento do preenchimento dos eventos, se a verba será ou não
tributada.
As rubricas utilizadas pela empresa deverão ser adequadas às relacionadas na Tabela 3 do eSocial, ou seja, a empresa
não deve, a princípio, utilizar uma nomenclatura para determinada verba que não se encaixe em um dos tipos relacio-
nados na mencionada tabela. Assim, a empresa deverá proceder à adequação entre as rubricas usuais que utiliza e as
rubricas listadas na Tabela 3.
As informações relativas à remuneração também serão lançadas no evento S-1200 - Remuneração do Trabalhador vincu-
lado ao Regime Geral de Previdência Social e S- 1202 - Remuneração de servidor vinculado a Regime Próprio de Previ-
dência Social, no mês de referência. O evento deverá ser utilizado para todos os trabalhadores a serviço do empregador,
de qualquer categoria, ou seja, empregados, avulsos, contribuinte individual, dirigente sindical, estagiário e servidor
público.
Deve haver um evento Remuneração do Trabalhador para cada trabalhador utilizado pela empresa, seja ele empregado,
autônomo, estagiário, empresário, etc.

PAGAMENTO DOS SALÁRIOS - PRAZO, LOCAL E HORA


O pagamento dos salários não pode ser estipulado por prazo superior a um mês, salvo no tocante
a comissões, percentagens e gratificações.

Quando o pagamento for estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia
útil do mês subsequente ao vencido, devendo-se sempre observar se há cláusula de acordo ou conven-
ção coletiva da respectiva categoria estabelecendo prazo menor para o pagamento.

Quando estipulado por semana ou quinzena, deverá o pagamento ser efetuado até 5º dia após o
vencimento. Utilizando-se o empregador de sistema bancário para o pagamento dos salários, os valores
deverão estar à disposição do empregado, o mais tardar, até o quinto dia útil. Na contagem dos dias será
incluído o sábado, excluindo-se o domingo e o feriado, inclusive o municipal.

O pagamento deve ser feito em dia útil, e no local de trabalho, durante a jornada ou imediata-
mente após o seu término, salvo quando efetuado por depósito em conta bancária. Nessas condições,
o tempo que o empregado aguarda o pagamento ou dirige-se para local distante da empresa onde o
pagamento será realizado é considerado tempo de serviço, devendo, portanto, ser remunerado.

O pagamento será feito em moeda corrente, não se permitindo o uso de moeda estrangeira ou
Nota Promissória. Permite-se, contudo, o pagamento por meio de conta bancária, aberta para esse fim
em nome de cada empregado e com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo
ao local de trabalho, ou em cheque emitido diretamente pelo empregador em favor do empregado.

O pagamento do salário deve ser efetuado contra-recibo no qual serão discriminadas todas as
parcelas pagas. O recibo conterá a assinatura do empregado ou sua impressão digital, se analfabeto;
será assinado a rogo, caso não seja possível tal procedimento.

Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta corrente, conforme anteriormente men-
cionado.
64 Guia de Cálculos Trabalhistas

Recibo de Pagamento de Salários

R E C I B O D E P A G A ME N T O D E S A LÁ R I O S

Nome da Empresa
Nome do Empregado
Cargo Seção/Deptº Chapa nº
Período FGTS - Valor do Depósito

R E MU N E R A Ç Ã O

Dia a R$ R$
Horas a R$ R$
Horas a R$ R$
R$
R$
R$
R$
Total Bruto (A) R$

D E S CON T O S

INSS - % s/ R$
I. Renda s/ R$
R$
R$
R$
Total dos Descontos (B) R$
Salário-Família (C) Quotas R$
Líquido a Receber (A - B + C) R$
( )
por extenso

Recebi a importância mencionada, conforme demonstrativo, correspondente à minha remuneração relativa ao período acima.

Data Assinatura do empregado

Tratando-se de comissões, o pagamento será exigível quando ultimada a transação. A transação


será considerada aceita quando o empregador não recusar a proposta do empregado, por escrito, den-
tro do prazo de dez dias, ou de noventa dias, se a transação for concluída com quem estiver estabeleci-
do noutro estado ou no estrangeiro.

O vendedor tem direito a receber as comissões sobre as vendas que realizar diretamente e, ainda,
sobre aquelas realizadas por outrem, dentro da zona que Ihe foi atribuída com exclusividade.

O pagamento será mensal, podendo ser estipulado por prazo superior desde que não exceda a
três meses.

Na época do pagamento, a empresa deverá remeter, ao empregado, a respectiva conta juntamente


com a cópia das faturas relativas aos negócios concluídos no período correspondente.

Nas transações realizadas por prestações sucessivas (vendas a crédito), o pagamento das comis-
sões só é exigível de conformidade com o respectivo recebimento.
Guia de Cálculos Trabalhistas 65

Subsiste, ainda, a obrigatoriedade do pagamento das comissões, nos seguintes casos:


a) quando a recusa da proposta pelo empregador não se fundar em motivo justo, como, por
exemplo, quando não se tratar de comprador inidôneo;
b) quando o comprador não pagar a mercadoria, exceto se se tratar de comprador insolvente,
hipótese em que caberá o estorno da respectiva comissão paga;
c) se o negócio não se concluir por motivo de força maior, não tendo sido recusado, em tempo
hábil, pelo empregador;
d) inexecução do negócio por parte do empregador, não tendo sido recusado no tempo certo;
e) na cessação do contrato de trabalho, qualquer que tenha sido a sua causa.

PROTEÇÃO AO SALÁRIO - REDUÇÃO - RENÚNCIA - PENHORA - FALÊNCIA


A lei protege o salário de todo e qualquer fato que venha prejudicar direta ou indiretamente o
empregado, seja decorrente do procedimento do empregador, de terceiros ou do próprio empregado.
Assim temos:
a) irredutibilidade: o salário não pode sofrer redução, salvo o disposto em convenção ou acordo
coletivo;
b) irrenunciabilidade: o empregado não pode renunciar ao recebimento de seus salários. Nos ca-
sos de empregados que se encontram afastados do lugar de pagamento, este poderá ser feito
aos dependentes ou a procurador devidamente habilitado;
c) impenhorabilidade: o salário é impenhorável, salvo no tocante à pensão alimentícia;
d) os salários são ainda devidos no caso de falência ou concordata do empregador;
e) rescisão contratual: o pagamento da parte incontroversa dos salários deve ser efetuado, pelo
empregador, na 1ª audiência, sob pena de ser condenado ao pagamento das verbas rescisó-
rias, com acréscimo de 50%.
Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou redução do direito à proteção ao salário na forma da lei, constituindo crime a sua retenção
dolosa.

SALÁRIO-MATERNIDADE
O salário-maternidade é benefício previdenciário concedido às seguradas inscritas no Regime
Geral de Previdência Social (RGPS), desde que atendidos os requisitos exigidos, independentemente de
serem enquadradas na condição de empregada, empregada doméstica, contribuinte individual, traba-
lhadora avulsa, segurada especial ou facultativa e é devido em virtude de:
a) parto, inclusive o antecipado;
b) aborto não criminoso (espontâneo ou autorizado por lei);
c) adoção de criança;
d) obtenção de guarda judicial de criança para fins de adoção.
O prazo de duração do salário-maternidade é de:
a) em caso de nascimento de filho da segurada, ainda que o parto seja antecipado ou que a
criança nasça sem vida - 120 dias, com início até 28 dias antes, mais o dia do parto, e término
91 dias depois dele;
66 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) em caso de adoção de criança ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção - 120 dias;
c) em caso de aborto não criminoso - 2 semanas.
No caso de adoção de criança o salário-maternidade é devido também ao segurado do sexo mas-
culino. Entretanto, somente um dos pais adotivos receberá o benefício.

Em caso de morte da genitora, é assegurado ao cônjuge ou companheiro empregado o gozo de


licença por todo o período da licença-maternidade ou pelo tempo restante a que teria direito a mãe,
exceto no caso de falecimento do filho ou de seu abandono.

A empresa é responsável pelo pagamento do benefício à segurada empregada em caso de ocor-


rência de parto ou aborto não criminoso.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou redução do direito à licença-maternidade com duração mínima de 120 dias.

O INSS é responsável pelo pagamento do benefício salário-maternidade, diretamente à segurada


ou segurado, quando se tratar de:
a) adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção;
b) seguradas empregada doméstica, contribuinte individual, trabalhadora avulsa, especial, facul-
tativa e empregada do microempreendedor individual;
c) seguradas desempregadas, quando for o caso.
A renda mensal do salário-maternidade é calculada da seguinte forma:
a) para a segurada empregada - consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral,
ou se for o caso de salário total ou parcialmente variável, na igualdade da média aritmética
simples dos seus seis últimos salários;
b) para a segurada especial que não esteja contribuindo facultativamente - valor equivalente a 1
salário-mínimo;
c) para a contribuinte individual, facultativa e para as que mantenham a qualidade de segurada
- valor equivalente à média aritmética dos 12 últimos salários-de-contribuição, apurados em
período não superior a 15 meses;
d) para a trabalhadora avulsa - consiste numa renda mensal igual à sua última remuneração in-
tegral equivalente a um mês de trabalho, não sujeita ao limite máximo do salário-de-contribui-
ção.

Exemplos
a) Empregada com remuneração de R$ 1.800,00 se afastou por licença-maternidade.
Valor da renda mensal do benefício = R$ 1.800,00, ou seja, sua remuneração integral.
b) Contribuinte individual se afastou por licença-maternidade em maio/2019, seus últimos 15 salários-de-contri-
buição corresponderam a:
Abril/2019:............................................R$ 2.000,00
Março/2019:........................................R$ 2.300,00
Fevereiro/2019:..................................R$ 2.500,00
Janeiro/2019:.......................................R$ 2.100,00
Dezembro/2018:................................ R$ 1.900,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 67

Novembro/2018:............................... R$ 1.950,00
Outubro/2018:....................................R$ 2.050,00
Setembro/2018:..................................R$ 2.100,00
Agosto/2018:.......................................R$ 1.500,00
Julho/2018:..........................................R$ 2.000,00
Junho/2018:........................................ R$ 2.200,00
Maio/2018:............................................R$ 1.700,00
Abril/2018:.............................................R$ 1.800,00
Março/2018:........................................ R$ 1.600,00
Fevereiro/2018:...................................R$ 1.300,00
Total da soma dos 12 últimos salários-de-contribuição (abril/2019 a maio/2018) = R$ 24.300,00
Média apurada = R$ 2.025,00 (R$ 24.300,00 ÷12)
Portanto, nesse exemplo, o valor do salário-maternidade da segurada contribuinte individual corresponde a
R$ 2.025,00.

O valor correspondente ao salário-maternidade pago pela empresa ou equiparado, à segurada


empregada em virtude da licença por parto ou aborto não criminoso, inclusive a parcela do 13º salário
correspondente ao período da licença, poderá ser deduzido por ocasião do pagamento das contribui-
ções sociais previdenciárias devidas, exceto das contribuições destinadas a outras entidades e fundos
(terceiros).

Para apuração do valor a deduzir a título de 13º salário correspondente ao período da licença, de-
verá a empresa observar o seguinte cálculo:
a) a remuneração correspondente ao 13º salário deverá ser dividida por 30;
b) o resultado da operação descrita na letra “a” deverá ser dividido pelo número de meses consi-
derados no cálculo da remuneração do 13º salário;
c) o valor apurado na forma da alínea “b” deverá ser multiplicado pelo número de dias de gozo de
licença-maternidade no ano. O resultado final corresponde ao valor da parcela referente ao 13º
salário proporcional ao período da licença-maternidade.

Exemplo
Empregada, com direito a 13º salário integral no valor de R$ 1.500,00, ficou afastada no curso do ano por 120 dias
em decorrência de salário-maternidade.
- 13º salário devido = R$ 1.500,00 (relativos aos 12 meses do ano)
- duração da licença-maternidade no ano = 120 dias
Cálculo
R$ 1.500,00 ÷ 30 = R$ 50,00
R$ 50,00 ÷ 12 = R$ 4,1667
R$ 4,1667 × 120 = R$ 500,00

Dicas eSocial
Com a implantação do eSocial, todos os afastamentos temporários por qualquer dos motivos elencados na Tabela 18
do Manual de Orientação do eSocial, entre os quais se encontra o decorrente de licença-maternidade, deverão ser
informados, no evento S-2230 - Afastamento Temporário.
68 Guia de Cálculos Trabalhistas

SALÁRIO-FAMÍLIA
Não é contraprestação pelo trabalho, mas sim benefício previdenciário pago ao segurado na pro-
porção do respectivo número de filhos ou equiparados de qualquer condição com até 14 anos de idade,
ou inválidos de qualquer idade, independente de carência e desde que o salário-de-contribuição do
segurado seja inferior ou igual ao limite máximo permitido. É devido:
a) ao empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso;
b) ao empregado e ao trabalhador avulso em gozo de benefício por incapacidade temporária e
aposentado por incapacidade permanente ou por idade, urbano ou rural;
c) ao trabalhador rural aposentado por idade; e
d) aos demais aposentados com 65 anos ou mais de idade, se homem, ou 60 anos ou mais, se
mulher.

Tendo havido divórcio, separação judicial ou de fato dos pais, ou em caso de abandono legalmente
caracterizado ou perda do poder familiar, o benefício passará a ser pago diretamente àquele a cujo cargo
ficar o sustento do menor, ou a outra pessoa, se houver determinação judicial nesse sentido.

Quando o pai e a mãe são segurados empregados ou trabalhadores avulsos, ambos têm direito
ao benefício.

O salário-família será pago mensalmente:


a) ao empregado, pela empresa, com o respectivo salário, e ao trabalhador avulso, pelo sindicato
ou órgão gestor de mão de obra, mediante convênio;
b) ao empregado e ao trabalhador avulso aposentados por incapacidade permanente ou em
gozo benefício por incapacidade temporária, pelo INSS, juntamente com o benefício;
c) às empregadas e trabalhadoras avulsas em gozo de salário-maternidade, pelas empresas;
d) ao trabalhador rural aposentado por idade, juntamente com a aposentadoria; e
e) aos demais empregados e trabalhadores avulsos aposentados aos 65 anos, se do sexo mascu-
lino, ou 60 anos, se do sexo feminino, pelo INSS, juntamente com a aposentadoria.

O valor da cota deste benefício, por filho ou equiparado de qualquer condição até 14 anos de
idade, ou inválido de qualquer idade, é de R$ 48,62 e será concedido apenas àqueles que tenham renda
bruta mensal igual ou inferior a R$ 1.425,56.

Na apuração do direito à cota deverão ser observados os seguintes critérios:


a) será tomado como parâmetro o salário-de-contribuição da competência a ser pago o benefício;
b) será considerado remuneração mensal do segurado o valor total do respectivo salário-de-
-contribuição, ainda que resultante da soma dos salários-de-contribuição correspondentes a
atividades simultâneas;
c) o direito à cota é definido em razão da remuneração que seria devida ao empregado no mês,
independentemente do número de dias efetivamente trabalhados;
d) todas as importâncias que integram o salário-de-contribuição devem ser consideradas como
parte integrante da remuneração do mês, exceto 13º salário e o adicional de férias (terço cons-
titucional) para efeito de definição do direito à cota de salário-família.

Exemplos
a) empregada com remuneração mensal de R$ 1.045,00, em março/2020 e com 5 filhos com idade inferior a 14
anos e que atende aos requisitos estabelecidos para a concessão do benefício. Assim, temos:
Guia de Cálculos Trabalhistas 69

Cálculo:
- salário mensal = R$ 1.045,00
- valor da cota do salário-família = R$ 48,62
- Valor total pago a título de salário-família = R$ 243,10 (R$ 48,62 × 5)
- Valor da remuneração mensal = R$ 1.045,00
b) empregado com remuneração mensal de R$ 1.200,00, com 2 filhos com idade inferior a 14 anos e que atende
aos requisitos estabelecidos para a concessão do benefício. Assim, temos:
Cálculo:
- salário mensal = R$ 1.200,00
- valor da cota do salário-família = R$ 48,62
- total pago a título de salário-família = R$ 97,24 (R$ 48,62 × 2)
- valor da remuneração mensal = R$ 1.200,00

O benefício será concedido apenas àqueles que tenham renda bruta mensal igual ou inferior a
R$ 1.425,56.

No mês da admissão e da dispensa do empregado, a cota do salário-família deve ser paga pro-
porcionalmente ao número de dias trabalhados, considerando-se, nesses casos, o valor da cota pela
remuneração que seria devida no mês.

Exemplos
a) considerando que o empregado tenha sido admitido no dia 13.03.2020 com remuneração mensal de R$ 1.045,00
SF = R$ 48,62 : 31 × 19 (nº de dias de vigência do contrato no mês) => R$ 29,80
b) considerando que o empregado seja admitido no dia 06.03.2020 com remuneração mensal de R$ 1.200,00.
Cálculo:
Período de vigência do contrato no mês - 26 dias (06 a 31.03.2020)
- R$ 48,62 ÷ 31 × 26 = R$ 40,78.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou redução do direito ao salário-família.

Dica Esocial
Os dados relativos ao salário-família serão lançados no evento S-1010 - Tabela de Rubricas do Manual de Orientação do
eSocial para propiciar o cruzamento dos dados lançados na Folha de Pagamento com os eventos Tabela de Natureza
das Rubricas da Folha de Pagamento (Tabela 3). Portanto, todo lançamento na folha de pagamento deve ter uma rubrica
correspondente na tabela 3.

Lembre-se que com a futura simplificação do eSocial, está prevista a criação de uma tabela de rubrica padrão com as
incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar o evento S-1010 -
Tabela de Rubricas.
70 Guia de Cálculos Trabalhistas

TABELA 3 (NATUREZA DE RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO)


DO MANUAL DE ORIENTAÇÃO DO eSOCIAL, VERSÃO 2.5

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Corresponde ao salário básico contratual do empregado
Salário, vencimento, soldo ou
1000 contratado de acordo com a CLT e o vencimento mensal do 01/01/2014 -
subsídio
servidor público e do militar
Valor correspondente a um dia de trabalho incidente sobre
Descanso semanal remunera-
1002 as verbas de natureza variável, tais como: horas extras, adi- 01/01/2014 -
do - DSR
cional noturno, produção, comissão, etc.
Valor correspondente à hora extraordinária de trabalho,
1003 Horas extraordinárias 01/01/2014 -
acrescido de percentual de no mínimo 50%
Valor correspondente a pagamento das horas extraordiná-
Horas extraordinárias - Indeni-
1004 rias, inicialmente destinadas para o banco de horas e que 01/01/2014 -
zação de banco de horas
não foram compensadas
Valores relativos a direito de arena decorrente do espetácu-
1005 Direito de arena 01/01/2014 -
lo, devidos ao atleta
Intervalos intra e inter jorna- Valores relativos a intervalos não concedidos de intrajorna-
1006 01/01/2014 -
das não concedidos da ou interjornada
1007 Luvas e premiações Valores correspondentes a prêmios e luvas, devidos ao atleta 01/01/2014 -
Valor excedente ao do fixado pela previdência social para o
1009 Salário-família - complemento 01/01/2014 -
salário-família
Salário in natura - pagos em Salário in natura, também conhecido por salário utilidade,
1010 01/01/2014 -
bens ou serviços correspondente a remunerações pagas em bens ou serviços
Valor correspondente a um percentual da hora normal de
1011 Sobreaviso e prontidão 01/01/2014 -
trabalho
Valor correspondente à remuneração a que faz jus na época
da concessão das férias e o adicional constitucional a que
o trabalhador adquiriu direito, inclusive o adiantamento de
1020 Férias férias, quando pagas antecipadamente - nessa opção deve 01/01/2014 -
ser classificado também o valor pago mensalmente ao tra-
balhador avulso e ao empregado com contrato de trabalho
intermitente, a título de férias
Remuneração a título de abono de férias, desde que exce-
Férias - abono ou gratificação dente a 20 (vinte) dias do salário e concedido em virtude de
1021 01/01/2014 -
de férias superior a 20 dias cláusula contratual, do regulamento da empresa, de conven-
ção ou acordo coletivo, como por exemplo, o art. 144 da CLT
Remuneração a título de abono de férias, desde que não ex-
Férias - abono ou gratificação cedente a 20 (vinte) dias do salário e concedido em virtude
1022 de férias não excedente a 20 de cláusula contratual, do regulamento da empresa, de con- 01/01/2014 -
dias venção ou acordo coletivo, como por exemplo o art. 144 da
CLT
Valor correspondente à conversão em dinheiro de parte dos
1023 Férias - abono pecuniário dias de férias a que o trabalhador adquiriu direito, inclusive o 01/01/2014 -
adicional constitucional
Valor correspondente à remuneração a que faz jus na época
Férias - o dobro na vigência
1024 da concessão das férias, concedidas após o prazo de con- 01/01/2014 -
do contrato
cessão, inclusive o adicional constitucional
Valor relativo à licença-prêmio, em decorrência de afasta-
1040 Licença-prêmio 01/01/2014 -
mento do trabalho
Valor correspondente à conversão em dinheiro da licença-
1041 Licença-prêmio indenizada 01/01/2014 -
-prêmio
Remuneração de dias de afas- Remuneração de dias nos quais o trabalhador esteja afasta-
1050 01/01/2014 -
tamento do do trabalho sem prejuízo de sua remuneração
Remuneração pelo exercício de opção de compra de ações
1080 Stock Option 01/01/2014 -
da empresa
Guia de Cálculos Trabalhistas 71

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
1099 Outras verbas salariais Outras verbas salariais não previstas nos itens anteriores 01/01/2014 -
Adicional de função/cargo Adicional ou gratificação concedida em virtude de cargo ou
1201 01/01/2014 -
confiança função de confiança
1202 Adicional de insalubridade Adicional por serviços em condições de insalubridade 01/01/2014 -
1203 Adicional de periculosidade Adicional por serviços em condições perigosas 01/01/2014 -
Adicional em razão de transferência de trabalhador, enquan-
1204 Adicional de transferência 01/01/2014 -
to durar a transferência
1205 Adicional noturno Adicional por trabalho em horário noturno 01/01/2014 -
Adicional por tempo de ser- Adicional em virtude do tempo de serviço (anuênio, quin-
1206 01/01/2014 -
viço quênio, etc.)
Valor correspondente à contraprestação de serviço, normal-
Comissões, porcentagens,
1207 mente baseada em um percentual sobre as vendas totais 01/01/2014 -
produção
desse trabalhador
Gueltas ou gorjetas - repas- Valores pagos diretamente por fornecedores a trabalhador
1208 sadas por fornecedores ou a título de incentivos de vendas (gueltas) ou por clientes a 01/01/2014 -
clientes título de recompensa por bons serviços prestados (gorjetas)
Gueltas ou gorjetas - repassa- Valores pagos relativos a gueltas ou gorjetas, por meio de
1209 01/01/2014 -
das pelo empregador repasse ao empregador
Gratificação por acordo ou Verba estabelecida em acordo ou convenção coletiva de
1210 01/01/2014 -
convenção coletiva trabalho
Verba não estabelecida em acordo ou convenção coletiva,
mas paga para o empregado em decorrência de ajuste en-
1211 Gratificações 01/01/2014 -
tre as partes ou por liberalidade do empregador, como por
exemplo produtividade, assiduidade, etc.
Órgão Público - Parcelas remuneratórias reconhecidamente
Gratificações ou outras ver-
1212 inerentes às funções do cargo efetivo, cujo valor integra a 01/01/2014 -
bas de natureza permanente
remuneração do cargo efetivo
Órgão Público - Parcelas remuneratórias vinculadas à ativi-
Gratificações ou outras ver-
1213 dade cujo recebimento dependa de avaliação de desempe- 01/01/2014 -
bas de natureza transitória
nho ou determinadas condições
Adicional pela realização de atividade árdua que exija do
1214 Adicional de penosidade 01/01/2014 -
trabalhador esforço, atenção ou vigilância acima do comum
1215 Adicional de unidocência Adicional de Unidocência para Professores de 1ª a 4ª série 01/01/2014 -
Valor destinado a cobrir os riscos assumidos por quem tra-
1225 Quebra de caixa balha com manuseio de valores, para compensar eventuais 01/01/2014 -
descontos ou diferenças de numerários
Remuneração do dirigente Remuneração paga ao trabalhador afastado, durante o exer-
1230 01/01/2014 -
sindical cício da atividade sindical
Valores relativos a outros adicionais não previstos nos itens
1299 Outros adicionais 01/01/2014 -
anteriores
PLR - Participação em Lucros Valor correspondente à participação em lucros ou resulta-
1300 01/01/2014 -
ou Resultados dos da empresa, de acordo com lei específica
Valor devido ao estagiário em atividades práticas de com-
1350 Bolsa de estudo - estagiário plementação do currículo escolar, inclusive os valores pagos 01/01/2014 -
a título de recesso remunerado - Lei nº 11.788 de 25/09/2008
Bolsa de estudo - médico re-
1351 Bolsa de estudo ao médico residente 01/01/2014 -
sidente
Remuneração a professores, pesquisadores e demais pro-
1352 Bolsa de estudo ou pesquisa fissionais com a finalidade de estudos ou pesquisa, exceto 01/01/2014 -
pagamentos a estagiário e médico-residente
Qualquer abono concedido de forma espontânea ou em vir-
1401 Abono 01/01/2014 -
tude de acordo ou convenção coletiva, norma, etc.
Abono e/ou rendimento do PIS/PASEP repassado pelo em-
1402 Abono PIS/PASEP 01/01/2014 -
pregador ou órgão público
72 Guia de Cálculos Trabalhistas

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
As importâncias recebidas a título de ganhos eventuais e os
1403 Abono legal abonos expressamente desvinculados do salário, por força 01/01/2014 -
da lei
Valor relativo a reembolso de despesas com babá, limitado
ao menor salário de contribuição mensal e condicionado à
comprovação do registro na carteira de trabalho e previdên-
cia social da empregada, do pagamento da remuneração e
1404 Auxílio babá do recolhimento da contribuição previdenciária, pago em 01/01/2014 -
conformidade com a legislação trabalhista, observado o li-
mite máximo de 6 (seis) anos de idade da criança.
Caso haja previsão em acordo coletivo da categoria, este li-
mite de idade poderá ser maior
Valor pago diretamente ao trabalhador a título de assistên-
cia médica ou odontológica, inclusive o reembolso de des-
1405 Assistência médica 01/01/2014 -
pesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos,
despesas médico-hospitalares e outras similares
O reembolso creche pago em conformidade com a legisla-
ção trabalhista, observado o limite máximo de 6 (seis) anos
1406 Auxílio-creche de idade da criança, quando devidamente comprovadas as 01/01/2014 -
despesas realizadas. Caso haja previsão em acordo coletivo
da categoria, este limite de idade poderá ser maior
Valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que
vise à educação básica de trabalhadores e seus dependentes
e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela em-
presa, à educação profissional e tecnológica de trabalhado-
res, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:
1407 Auxílio-educação não seja utilizado em substituição de parcela salarial; 01/01/2014 -
o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo,
considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por
cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o
valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite mí-
nimo mensal do salário de contribuição, o que for maior
Valor do salário-família, conforme limite legal, em virtude do
1409 Salário-família número de filhos menores de 14 anos, ou inválidos de qual- 01/01/2014 -
quer idade
Valor correspondente a transporte, habitação e alimentação
fornecido ao trabalhador contratado para prestar serviço em
1410 Auxílio - Locais de difícil acesso localidade distante da sua residência, em canteiro de obras 01/01/2014 -
ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e
estada
Adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da
1601 Ajuda de custo - aeronauta 01/01/2014 -
lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973
Ajuda de custo em parcela única, em razão de transferência
1602 Ajuda de custo de transferência 01/01/2014 -
de local de trabalho
1603 Ajuda de custo Ajuda de custo paga ao trabalhador 01/05/2018 -
Ajuda de custo - acima de Ajuda de custo paga ao trabalhador, superior a 50% da sua
1604 01/05/2018 31/03/2019
50% da remuneração mensal remuneração mensal
Ajuda compensatória paga pelo empregador ao empregado
1619 Ajuda Compensatória - MP 936 durante período de suspensão do contrato de trabalho ou 01/04/2020 -
redução proporcional de salário e jornada
Ressarcimento de despesas Ressarcimento de despesas ao trabalhador, pela utilização
1620 01/01/2014 -
pelo uso de veículo próprio de veículo de sua propriedade
Ressarcimento de despesas
Ressarcimento de despesas pagas com recursos do traba-
1621 de viagem, exceto despesas 01/01/2014 -
lhador em viagens a trabalho
com veículos
Guia de Cálculos Trabalhistas 73

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Ressarcimento de desconto efetuado em recibos de férias
1623 Ressarcimento de provisão 01/01/2014 -
relativo a provisão de contribuição previdenciária
Ressarcimento de outras des- Ressarcimento de outras despesas pagas pelo trabalhador,
1629 01/01/2014 -
pesas não previstas nos itens anteriores
1650 Diárias de viagem Diárias de viagem ao trabalhador 01/05/2018 -
Diárias de viagem - até 50% Diárias de viagem ao trabalhador, desde que não exceda a
1651 01/01/2014 30/04/2018
do salário 50% do seu salário-base mensal
Diárias de viagem - acima de
1652 Diárias de viagem superior a 50% do salário-base mensal 01/01/2014 01/04/2018
50% do salário
1801 Alimentação Auxílio-alimentação 01/01/2014 -
1802 Etapas (marítimos) Auxílio-alimentação ao trabalhador marítimo 01/01/2014 -
1805 Moradia Auxílio-moradia 01/01/2014 -
1810 Transporte Auxílio-transporte 01/01/2014 -
Liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo
2501 Prêmios 01/01/2014 -
de empregados, em razão de desempenho superior ao ordi-
nariamente esperado no exercício de suas atividades
Liberalidades concedidas pelo empregador em forma de
bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo
Liberalidades concedidas em
2502 de empregados, em razão de desempenho superior ao or- 01/05/2018 31/03/2019
mais de duas parcelas anuais
dinariamente esperado no exercício de suas atividades, em
mais de duas parcelas anuais
Direitos autorais e intelec- Valor correspondente à participação em produção científica,
2510 01/01/2014 -
tuais intelectual ou artística
Valor equivalente à remuneração se em exercício estivesse,
2801 Quarentena remunerada 01/01/2014 -
devida ao trabalhador desligado, em período de quarentena
2901 Empréstimos Empréstimos ao trabalhador para posterior desconto 01/01/2014 -
Valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros
2902 Vestuário e equipamentos acessórios fornecidos ao trabalhador e utilizados no local de 01/01/2014 -
trabalho para prestação dos respectivos serviços
Valor relativo a reembolsos diversos referentes a descontos
2920 Reembolsos diversos 01/01/2014 -
indevidos efetuados em competências anteriores
Valor lançado em folha de pagamento para cobertura de
excesso de descontos em relação a vencimentos, tanto o
2930 Insuficiência de saldo 01/01/2014 -
valor do vencimento no mês em que houver a insuficiência de
saldo, como o respectivo desconto no(s) mês(es) posteriores
Valor lançado em folha de pagamento, não superior a 99
2999 Arredondamentos 01/01/2014 -
centavos, relativo a arrendamentos
Remuneração (inclusive adiantamentos) a contribuintes
Remuneração por prestação
3501 individuais, inclusive honorários, em trabalhos de natureza 01/01/2014 -
de serviços
eventual e sem vínculo trabalhista
Retiradas (pró-labore) de dire- Pró-labore ou retirada (remuneração) a diretores emprega-
3505 01/01/2014 -
tores empregados dos (CLT)
Retiradas (pró-labore) de dire- Pró-labore ou retirada (remuneração) a diretores não empre-
3506 01/01/2014 -
tores não empregados gados
Retiradas (pró-labore) de pro- Pró-labore ou retirada (remuneração) a proprietários ou só-
3508 01/01/2014 -
prietários ou sócios cios da empresa
Valor correspondente a honorários pagos a membros de
3509 Honorários a conselheiros 01/01/2014 -
conselho
Remuneração à cooperado vinculado à cooperativa de tra-
3520 Remuneração de cooperado 01/01/2014 -
balho
Valores pagos a ministros de confissão religiosa e que inde-
3525 Côngruas, prebendas e afins 01/05/2018 -
pendem de natureza e da quantidade do trabalho executado
74 Guia de Cálculos Trabalhistas

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Complementação salarial de Complementação salarial de auxílio-doença ao trabalhador
4010 01/01/2014 -
auxílio-doença afastado por acidente de trabalho ou por doença
Remuneração mensal da trabalhadora empregada durante
4050 Salário maternidade a licença maternidade, quando paga pelo contratante ou 01/01/2014 -
órgão público
Salário maternidade - 13° sa- Valor correspondente ao 13° salário pago pelo contratante
4051 01/01/2014 -
lário ou órgão público, no período de licença maternidade
Valor relativo ao 13° salário de trabalhador, inclusive as mé-
dias de 13° salário (horas extras, adicional noturno, etc.), ex-
ceto se relativo à primeira parcela ou se pago em rescisão
5001 13º salário contratual - nessa opção deve ser classificado também o 01/01/2014 -
valor pago mensalmente ao trabalhador avulso e ao empre-
gado com contrato de trabalho intermitente, a título de 13°
salário
Valor do 13° salário complementar relativo a diferenças apu-
5005 13° salário complementar radas não consideradas na folha de fechamento do 13° sa- 01/01/2014 -
lário
Valor relativo a adiantamento, antecipação ou pagamento
5501 Adiantamento de salário 01/01/2014 -
parcial de folha de salários
5504 13º salário - Adiantamento Valor relativo a adiantamento do 13° salário 01/01/2014 -
Adiantamento de benefícios Valor relativo a adiantamento de benefícios a serem pagos
5510 01/01/2014 -
previdenciários pela Previdência Social Oficial
Saldo de salários na rescisão Valor correspondente aos dias trabalhados no mês da resci-
6000 01/01/2014 -
contratual são contratual
13º salário relativo ao aviso- Valor correspondente ao 13° salário incidente sobre o aviso-
6001 01/01/2014 -
-prévio indenizado -prévio indenizado
Valor correspondente ao 13° salário proporcional pago na
13° salário proporcional na res-
6002 rescisão do contrato de trabalho, exceto o pago sobre o 01/01/2014 -
cisão
aviso-prévio indenizado
Valor da maior remuneração do trabalhador, corresponden-
Indenização compensatória
6003 te ao número de dias relativo ao aviso prévio, calculado de 01/01/2014 -
do aviso-prévio
acordo com o tempo de serviço do empregado
Valor correspondente à remuneração a que faz jus a época
6004 Férias - o dobro na rescisão da rescisão contratual, correspondente a férias não conce- 01/01/2014 -
didas no prazo legal, inclusive o adicional constitucional
Valor correspondente a 1/12 avos da remuneração a que faz
jus à época da rescisão contratual, fração superior a 14 dias
6006 Férias proporcionais 01/01/2014 -
por mês de trabalho e à projeção do aviso-prévio indenizado,
inclusive o adicional constitucional
Valor correspondente à remuneração a que faz jus à época
da rescisão contratual, correspondente a férias vencidas,
6007 Férias vencidas na rescisão 01/01/2014 -
mas dentro do prazo concessivo, inclusive o adicional cons-
titucional
Valor correspondente à indenização por demissão sem justa
Indenização compensatória - causa, por culpa recíproca ou força maior (ambas reconheci-
6101 multa rescisória 20 das pela Justiça do Trabalho), por acordo entre empregado 01/01/2014 -
ou 40% (CF/88) e empregador ou por extinção do contrato de trabalho inter-
mitente, quando da rescisão do contrato de trabalho
Valor correspondente à indenização quando a dispensa
Indenização do art. 9º lei nº
6102 ocorrer sem justa causa dentro dos trinta dias que antece- 01/01/2014 -
7.238/84
dem a data base
Valor correspondente à indenização do tempo de serviço ao
Indenização do art. 14 da lei nº safrista, importância correspondente a 1/12 (um doze avos)
6103 01/01/2014 -
5.889, de 8 de junho de 1973 do salário mensal, por mês de serviço ou fração superior a
14 (quatorze) dias
Guia de Cálculos Trabalhistas 75

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Valor correspondente à metade da remuneração devida até
6104 Indenização do art. 479 da CLT o término do contrato a prazo determinado em caso de res- 01/01/2014 -
cisão antecipada
Indenização recebida a título Valor correspondente a incentivo à demissão em Programas
6105 01/01/2014 -
de incentivo a demissão de Demissão Voluntária - PDV
Valor devido ao trabalhador por atraso no pagamento de
6106 Multa do art. 477 da CLT 01/01/2014 -
rescisão do contrato de trabalho (art. 477 da CLT, § 8º)
Valor correspondente à indenização por desligamento du-
Indenização por quebra de
6107 rante período de estabilidade legal, ou estabilidade derivada 01/01/2014 -
estabilidade
de acordo ou convenção coletiva de trabalho
Indenização pela dispensa sem justa causa que ocorrer du-
6119 Indenização rescisória - MP 936 rante o período de garantia provisória no emprego de que 01/04/2020 -
trata o art. 10 da MP 936/2020
Valor correspondente a outras indenizações previstas em
6129 Outras Indenizações leis ou em Instrumentos Coletivos de Trabalho, exceto as 01/01/2014 -
previstas nos itens anteriores
Valor descontado do trabalhador que tenha pedido demis-
6901 Desconto do aviso- prévio 01/01/2014 -
são e não cumpriu aviso-prévio, total ou parcialmente
Valor descontado do empregado pela rescisão antecipa-
Multa prevista no art. 480 da
6904 da, por iniciativa do empregado, do contrato de trabalho 01/01/2014 -
CLT
a termo
Valor dos proventos de Aposentadoria a servidor público
7001 Proventos 01/01/2014 -
vinculado a Regime Próprio de Previdência Social
Proventos - Pensão por morte Valor dos proventos por morte a beneficiário de servidor pú-
7002 01/01/2014 -
Civil blico vinculado a Regime Próprio de Previdência Social
7003 Proventos - Reserva Valor dos proventos a militar da reserva remunerada 01/01/2014 -
7004 Proventos - Reforma Valor dos proventos a militar reformado 01/01/2014 -
7005 Pensão Militar Valor da pensão a beneficiário de militar 01/01/2014 -
Valor relativo a descontos a título de adiantamentos em geral,
9200 Desconto de Adiantamentos 01/01/2014 -
como de salários e outros, exceto a 1ª parcela do 13° salário
9201 Contribuição Previdenciária Desconto a título de contribuição previdenciária 01/01/2014 -
Imposto de renda retido na
9203 Desconto a título de imposto de renda retido na fonte - IRRF 01/01/2014 -
fonte
Provisão de contribuição pre- Desconto efetuado em recibos de férias relativo a provisão
9205 01/01/2014 -
videnciária de contribuição previdenciária
Desconto correspondente a faltas, atrasos no início da jor-
9209 Faltas ou atrasos 01/01/2014 -
nada de trabalho ou à saída antecipada do trabalhador
Desconto correspondente ao Descanso Semanal Remu-
9210 DSR s/faltas e atrasos nerado - DSR, calculado sobre faltas e atrasos do traba- 01/01/2014 -
lhador
Desconto correspondente à pensão alimentícia sobre o sa-
9213 Pensão alimentícia 01/01/2014 -
lário mensal, 13° salário, PLR e férias
13° salário - desconto de
9214 Desconto de antecipação do 13° salário 01/01/2014 -
adiantamento
Desconto do vale-transporte referente à participação do tra-
9216 Desconto de vale- transporte balhador no custo ou em virtude de concessão do benefício 01/01/2014 -
em valor maior
Desconto relativo a contribuições destinadas a outras enti-
Contribuição a Outras Entida- dades e fundos (Terceiros), como por exemplo, Sest, Senat,
9217 01/01/2014 -
des e Fundos etc., devidas por algumas categorias de contribuintes indi-
viduais
Desconto relativo a retenções de verbas devidas a trabalha-
9218 Retenções judiciais 01/01/2014 -
dores por ordem judicial, exceto pensão alimentícia
76 Guia de Cálculos Trabalhistas

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Desconto referente à participação do trabalhador no custo
Desconto de assistência mé-
9219 de assistência médica ou odontológica, ou em virtude de 01/01/2014 -
dica ou odontológica
concessão do benefício em valor maior
Desconto referente à participação do trabalhador no custo
9220 Alimentação - desconto 01/01/2014 -
ou em virtude de concessão do benefício em valor maior
Valor correspondente à remuneração (dias) de férias do mês
9221 Desconto de férias 01/01/2014 -
corrente pago no mês anterior ou adiantamento de férias
Desconto de outros impostos, taxas e contribuições, exceto
Desconto de outros impostos Imposto de Renda Retido na Fonte, contribuição previden-
9222 01/01/2014 -
e contribuições ciária e contribuições destinadas a outras entidades e fun-
dos (Terceiros)
Previdência complementar - Desconto referente à participação do trabalhador no custo
9223 01/01/2014 -
parte do empregado ou em virtude de concessão do benefício em valor maior
Desconto referente à participação do trabalhador no custo
9224 FAPI - parte do empregado de Fundo de Aposentadoria Programada Individual - FAPI, 01/01/2014 -
ou em virtude de concessão do benefício em valor maior
Previdência complementar - Desconto referente à participação do trabalhador no custeio
9225 01/01/2014 -
parte do servidor de Plano de Previdência Complementar do Servidor Público
Desconto correspondente ao abono de férias pago no mês
9226 Desconto de férias - abono 01/01/2014 -
anterior ou adiantamento de férias
Valor correspondente ao desconto da contribuição laboral
Contribuição Sindical - Com-
9230 correspondente a um dia de trabalho a título de contribui- 01/01/2014 -
pulsória
ção sindical obrigatória
Contribuição Sindical - Asso- Valor correspondente ao desconto referente a mensalidade
9231 01/01/2014 -
ciativa sindical do trabalhador
Contribuição Sindical - Assis- Valor correspondente ao desconto da contribuição destina-
9232 01/01/2014 -
tencial da ao custeio das atividades assistenciais do sindicato
Contribuição sindical - Confe- Valor correspondente ao desconto da contribuição destina-
9233 01/01/2014 -
derativa da ao custeio do sistema confederativo
Desconto referente à participação do trabalhador no custo
9250 Seguro de vida - desconto 01/01/2014 -
ou em virtude de concessão do benefício em valor maior
Desconto de trabalhadores a título de empréstimos con-
Empréstimos consignados -
9254 signados, para repasse a instituição financeira consignatá- 01/01/2014 -
desconto
ria
Empréstimos do empregador Desconto de trabalhadores a título de empréstimos efetua-
9255 01/01/2014 -
- desconto dos pelo empregador ao trabalhador
Desconto relativos a convênios diversos com empresas para
fornecimento de produtos ou serviços ao empregado, sem
9258 Convênios 01/01/2014 -
pagamento imediato, mas com posterior desconto em folha
de pagamento como farmácias, supermercados, etc.
Desconto referente à amortização de financiamento do Fun-
9260 Fies - desconto do de Financiamento Estudantil (Fies), para repasse à insti- 01/05/2018 -
tuição consignatária
Danos e prejuízos causados Desconto do trabalhador para reparar danos e prejuízos por
9270 01/01/2014 -
pelo trabalhador ele causados
Valor correspondente a desconto de verbas pagas indevi-
damente ao trabalhador em meses anteriores e que estão
Desconto de pagamento in-
9290 sendo descontadas no mês de referência, exceto valores re- 01/01/2014 -
devido em meses anteriores
lativos a assistência médica, alimentação, previdência com-
plementar e seguro de vida
9299 Outros descontos Outros descontos não previstos nos itens anteriores 01/01/2014 -
Base de cálculo da contribui-
9901 Valor total da base de cálculo da contribuição previdenciária 01/01/2014 -
ção previdenciária
Guia de Cálculos Trabalhistas 77

TABELA 03 - NATUREZA DAS RUBRICAS DA FOLHA DE PAGAMENTO


NOME DA NATUREZA DA
CÓD. DESCRIÇÃO DA NATUREZA DA RUBRICA INÍCIO TÉRMINO
RUBRICA
Total da base de cálculo do
9902 Valor total da base de cálculo do FGTS 01/01/2014 -
FGTS
Total da base de cálculo do Valor total da base de cálculo do Imposto de Renda Retido
9903 01/01/2014 -
IRRF na Fonte
Total da base de cálculo do
9904 Valor total da base de cálculo do FGTS rescisório 01/01/2014 -
FGTS rescisório
Valor não relativo a vencimento ou desconto, relativo à remu-
9905 Serviço militar neração a que teria direito, se em atividade, o trabalhador afas- 01/01/2014 -
tado do trabalho para prestação do serviço militar obrigatório
Remuneração recebida no exterior por trabalhador expatria-
9906 Remuneração no exterior do sobre a qual incida contribuição previdenciária e/ou IRRF 01/01/2014 -
e/ou FGTS
9908 FGTS - depósito Valor do depósito do FGTS 01/01/2014 -
Valor relativo a prêmio de seguro de vida em grupo pago a
9910 Seguros 01/01/2014 -
empresa de seguros como benefício do trabalhador
Valor não relativo a vencimento ou desconto, relativo à as-
sistência prestada por serviço médico ou odontológico, pró-
9911 Assistência Médica 01/01/2014 -
prio da empresa ou por ela conveniado, como benefício ao
trabalhador
Valor correspondente à remuneração mensal do(a)
Salário maternidade pago
9930 trabalhador(a) durante a licença maternidade, quando paga 01/01/2014 -
pela Previdência Social
pela Previdência Social
Valor correspondente ao 13° salário do(a) trabalhador(a) du-
13° salário maternidade pago
9931 rante a licença maternidade, quando pago pela Previdência 01/01/2014 -
pela Previdência Social
Social
Valor relativo à base de cálculo do FGTS incidente sobre be-
9932 Auxílio-doença acidentário nefício previdenciário pago por Previdência Social Oficial a 01/01/2014 -
trabalhador afastado por acidente de trabalho
Valor de benefício previdenciário pago por Regime Próprio
9933 Auxílio-doença de Previdência Social ou valor de auxílio-doença dedutível 01/01/2014 -
conf. Lei nº 13.982 (Covid-19)
Valor da parcela isenta dos rendimentos de aposentadoria e
pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma,
9938 Isenção IRRF - 65 anos pagos por órgão público de previdência oficial ou por enti- 01/01/2014 -
dade de previdência complementar, no caso de contribuinte
com idade igual ou superior a 65 anos
Valor não relativo a vencimento ou desconto mas conside-
rado como base de cálculo do FGTS, e/ou da contribuição
9939 Outros valores tributáveis 01/01/2014 -
previdenciária e/ou do Imposto de Renda Retido na Fonte
inclusive suas deduções e isenções
Horas extraordinárias - Banco Quantidade (em número decimal com dois dígitos) de horas
9950 01/01/2014 31/10/2019
de horas extraordinárias incorporadas ao banco de horas
Horas compensadas - Banco Quantidade (em número decimal com dois dígitos) de horas
9951 01/01/2014 31/10/2019
de horas compensadas no banco de horas
Outros valores informativos, que não sejam vencimentos
9989 Outros valores informativos 01/01/2014 -
nem descontos

INSS, FGTS E IR/FONTE - TABELA PRÁTICA DE INCIDÊNCIAS

Com base na legislação e jurisprudência vigentes, foi elaborada a tabela adiante, ressaltando a
necessidade de sua atualização sempre que ocorrerem alterações nos dispositivos utilizados como fun-
damento.
78 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


1 - Abono pecuniário de férias
Nota
O abono pecuniário de férias previsto no art. 143 da CLT, bem como o concedido
em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de
não não não
convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 dias do salário, não
integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho, e
nem o salário-de-contribuição (CLT, arts. 143 e 144 e Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, letra
“e”, item 6).
2 - Adicionais (insalubridade, periculosidade, noturno, transferência e de função) sim sim sim
3 - Ajuda de custo
Notas
1ª) A Lei nº 13.467/2017 em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT para
determinar que as importâncias pagas a título de ajuda de custo, ainda que habituais,
não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de
trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário.
Nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, alterada pela Instrução
Normativa SIT nº 145/2018, art. 10, incisos XIII, XIV e XV, não integram a remuneração
do empregado para fins do FGTS:
não não Não
a) ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de
(ver nota 1) (ver nota 1) (ver nota 2)
mudança de localidade de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
b) ajuda de custo, quando paga mensalmente, recebida como verba indenizatória
para ressarcir despesa relacionada à prestação de serviços ou à transferência do
empregado, nos termos do art. 470 da CLT; e
c) ajuda de custo, em caso de transferência permanente, e o adicional mensal, em caso
de transferência provisória, recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929/1973.
2ª) A isenção do IR beneficia apenas a ajuda de custo destinada a atender às
despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em
caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação posterior pelo
contribuinte (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 275).
4 - Benefício por incapacidade temporária (Auxílio-doença)
- 15 primeiros dias sim sim sim
- Complementação salarial (desde que o direito seja extensivo à totalidade dos
não não sim
empregados da empresa)
Nota
São isentos de IR apenas os rendimentos pagos pela previdência oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ainda que pagos pelo empregador por força de convênios com órgãos previdenciários, e pelas entidades de
previdência complementar, decorrentes de seguro-desemprego, auxílio-natalidade, auxílio-doença, auxílio-funeral e auxílio-
acidente (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 233).
5 -Aviso prévio trabalhado sim sim sim
6 -Aviso prévio indenizado
não sim (*) não
(*) Veja observação “Importante” no final desta tabela.
7 -13º salário
a) 1ª parcela até 30 de novembro não sim não
b) 2ª parcela até 20 de dezembro sim sim sim
c) proporcional (na rescisão contratual) sim sim sim
Notas
1ª) Ver observação “Importante” no final desta tabela sobre a incidência ou não do encargo previdenciário sobre a parcela do
13º salário proporcional relativo ao período projetado do aviso prévio indenizado.
2ª) O valor integral do 13º salário submete-se ao IR no ato da sua quitação (no mês de dezembro ou por ocasião da
rescisão do contrato de trabalho), separadamente dos demais rendimentos pagos ao beneficiário no mês, podendo ser
feitas no rendimento bruto todas as deduções permitidas para fins de determinação da base de cálculo do imposto
(RIR/2018, art. 700).
Guia de Cálculos Trabalhistas 79

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


8 - Comissões sim sim sim
9 -Diárias para viagem
Notas
1ª) A Lei nº 13.467/2017 em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT e a letra
“h” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, para determinar que as importâncias pagas
a título de diárias para viagem, ainda que habituais, não integram a remuneração
do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base
de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Observar que, nos
termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, alterada pela Instrução Normativa SIT
nº 145/2018, art. 9º, inciso X, considera-se de natureza salarial para fins do FGTS, as
diárias para viagem, pelo seu valor global, desde que não haja prestação de contas do
montante gasto. Assim sendo, o citado inciso condiciona a integração da parcela das
não não não
diárias para viagem à não prestação de contas dos valores gastos pelo trabalhador.
Entretanto, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei nº 13.467/2017, não trata de
qualquer prestação de contas dos valores de diárias para viagem.
Ademais, o art. 10, inciso XVI da mesma Instrução Normativa SIT nº 144/2018, reza
que não integra a remuneração as diárias para viagem desde que comprovada
sua natureza indenizatória, portanto, sem exigir a prestação de contas, bastando
comprovar a natureza indenizatória.
2ª) A isenção do IR beneficia, exclusivamente, as diárias, destinadas ao pagamento
de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município
diferente do da sede de trabalho (RIR/2018, art. 35, I, letra “f”; e Parecer Normativo CST
nº 10/1992; Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 275).
10 - Estagiários (admitidos na forma da Lei nº 11.788/2008) não não sim
11 - Férias normais gozadas na vigência do contrato de trabalho (inclusive o terço
constitucional)
Nota
sim sim sim
O cálculo do IR efetua-se em separado do salário, computando-se o valor das férias,
acrescido dos abonos previstos na Constituição Federal/1988, art. 7º, XVII, e na CLT,
art. 143 (RIR/2018, art. 682).
12 - Férias em dobro na vigência do contrato de trabalho (CLT, art. 137)
Notas
1ª) Ressalte-se que, com base no art. 28, § 9º, “d”, da Lei nº 8.212/1991, ficou definido que
não integram o salário-de-contribuição “as importâncias recebidas a título de férias
indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do sim sim sim
Trabalho (CLT)”. (veja (veja (veja
2ª) O valor correspondente ao pagamento em dobro da remuneração de férias 1ª “Nota”) 2ª “Nota”) 3ª “Nota”)
concedidas após o prazo legal, não integra a remuneração para efeito de incidência
do FGTS (Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, inciso IV). A base de cálculo é a
remuneração simples.
3ª) Na base de cálculo do IRRF computa-se o total pago, efetuando-se as deduções
cabíveis (dependentes, contribuição ao INSS e pensão alimentícia).
13 -Férias indenizadas pagas na rescisão contratual (simples, em dobro e proporcionais)
Notas
1ª) O terço constitucional não integra o salário-de-contribuição quando pago em
rescisão contratual, conforme Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, “d”. Relativamente ao
FGTS, a Lei nº 8.036/1990, art. 15, § 6º, prevê que não se incluem na remuneração,
para os fins da Lei nº 8.036/1990, as parcelas elencadas na Lei nº 8.212/1991, art. 28, §
9º. Nesse aspecto, tendo em vista que o adicional de 1/3 de férias pago em rescisão
contratual não sofre a incidência previdenciária, também não sofrerá a incidência do (veja
não não
encargo de FGTS (Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, V). 2ª “Nota”)
2ª) Em decorrência do disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/2002, com alterações da Lei
nº 11.033/2004, não são tributados os pagamentos efetuados sob as rubricas de férias
não gozadas - integrais, proporcionais ou em dobro - convertidas em pecúnia, e de
adicional de 1/3 constitucional quando agregado a pagamento de férias, por ocasião
da rescisão do contrato de trabalho, aposentadoria, ou exoneração, observados os
termos dos atos declaratórios editados pelo procurador- Geral da Fazenda Nacional
em relação a essas matérias (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 162).
80 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


3ª) Pela mesma razão, não são tributados pelo IR os pagamentos efetuados sob
as rubricas de abono pecuniário relativo à conversão de 1/3 do período de férias,
de que trata o art. 143 do Decreto-Lei nº 5.452/1943 - Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.535/1977. A pessoa física
que recebeu tais rendimentos com desconto do Imposto sobre a Renda na fonte e
que incluiu tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual como tributáveis, para
pleitear a restituição da retenção indevida, deve apresentar declaração retificadora
do respectivo exercício da retenção, excluindo o valor recebido a título de abono
pecuniário de férias do campo “rendimentos tributáveis” e informando-o no campo
“outros” da ficha “rendimentos isentos e não tributáveis”, com especificação da
natureza do rendimento (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 162).
14 - Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa jurídica
Nota
Rezava o inciso IV do art. 22, da Lei nº 8.212/1991, que as empresas, ao contratarem os
serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de serviço, ficavam obrigadas
ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal correspondente à aplicação
da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal/fatura ou recibo de prestação
de serviços. Entretanto, em decisão prolatada com a repercussão geral reconhecida,
nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 595.838, o Supremo Tribunal Federal (STF)
declarou a inconstitucionalidade do mencionado inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991. não
não não
Por meio das Soluções de Consulta Cosit nºs 152/2015 e 99.012/2015, publicadas nos (veja “nota”)
DOU de 23.06.2015 e 11.11.2015, respectivamente, a RFB esclareceu que diante da
declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, deixa
de ser devida pela empresa tomadora de serviços a contribuição de 15% sobre o valor
da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços por intermédio de cooperativa de
trabalho. Por meio da Resolução SF nº 10/2016, o Senado Federal suspendeu, nos
termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22
da Lei nº 8.212/1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo
STF nos autos do RE nº 595.838.
15 - Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa física autônoma.
Notas
1ª) O rendimento tributável pelo IR corresponderá a 10% (desde 1º.01.2013) do
rendimento bruto pago, quando decorrente do transporte de cargas, e a 60% do
rendimento bruto pago, quando decorrente do transporte de passageiros (RIR/2018,
art. 39). sim não sim
2ª) A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário,
ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido
em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094/1974, pelo frete, carreto ou
transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a 20% do
rendimento bruto.
16 -Gorjeta
a) espontânea sim sim sim
b) compulsória sim sim sim
Nota
Conforme o art. 457, caput e § 3º, da CLT (este parágrafo com a redação dada pela Lei nº 13.419/2017), compreendem-se na
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo
cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado
à distribuição aos empregados.
17 -Gratificações ajustadas ou contratuais
Nota
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a reforma trabalhista, cujos efeitos vigoram desde
11.11.2017, alterou os §§ 1º e 4º do art. 457 da CLT, para determinar que integram o salário Veja nota Veja nota sim
a importância fixa estipulada, as gorjetas, as comissões pagas pelo empregador e as
gratificações legais. Também alterou a Lei nº 8.212/1991 determinando que os prêmios
e os abonos não integram a remuneração para efeito previdenciário.
Guia de Cálculos Trabalhistas 81

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


Determinou ainda que, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado ou grupo
de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no
exercício de suas atividades.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XIV,
consideram-se de natureza salarial para fins do FGTS, as gratificações legais, as de
função e as que tiverem natureza de contraprestação pelo trabalho. Ocorre que o
§ 1º do art. 457 da CLT na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que integram a
remuneração as gratificações legais, ou seja, aquelas previstas na legislação. A citada
instrução normativa, por seu turno, determina integrar a remuneração as gratificações
legais, as de função e quaisquer outras gratificações que tenha relação com o
trabalho. Entende-se que a citada instrução normativa extrapolou a determinação
legal, elastecendo o conceito de remuneração, o qual passa a abarcar outras parcelas
de gratificação que não as determinadas pelo mencionado dispositivo da CLT.
Lembra-se que a instrução normativa é um ato administrativo governamental que
não tem competência para modificar a lei.
Prêmio e gratificação são verbas que, embora com nomenclaturas diversas, têm
finalidades semelhantes e constituem uma forma de incentivo; a gratificação tem
aspecto mais abrangente e o prêmio, mais restrito; em outras palavras, a gratificação
é o gênero e o prêmio, a espécie. Assim, conclui-se que as duas verbas deveriam ter
o mesmo tratamento tributário.
O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “Para os fins
previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7
(sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as
modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração
nos mencionados artigos da CLT, conclui-se que estas modificações alcançam as
determinações do mencionado art. 15.
18 - Gratificações legais
Nota
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a reforma trabalhista, cujos efeitos vigoram desde
11.11.2017, alterou os §§ 1º e 3º do art. 457 da CLT, para determinar que integram o salário:
a importância fixa estipulada, as gorjetas, as comissões pagas pelo empregador e as
gratificações legais.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XIV,
consideram-se de natureza salarial para fins do FGTS, as gratificações legais, as de
função e as que tiverem natureza de contraprestação pelo trabalho. Ocorre que o
sim sim sim
§ 1º do art. 457 da CLT na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que integram a
remuneração as gratificações legais, ou seja, aquelas previstas na legislação. A citada
instrução normativa, por seu turno, determina integrar a remuneração as gratificações
legais, as de função e quaisquer outras gratificações que tenha relação com o
trabalho. Entende-se que a citada instrução normativa extrapolou a determinação
legal, elastecendo o conceito de remuneração, o qual passa a abarcar outras parcelas
de gratificação que não as determinadas pelo mencionado dispositivo da CLT.
Lembra-se que a instrução normativa é um ato administrativo governamental que
não tem competência para modificar a lei.
19 -Horas extras sim sim sim
20 - Indenização adicional (empregado dispensado sem justa causa no período de 30
não não não
dias que antecede a data de sua correção salarial - Lei nº 7.238/1984, art. 9º)
21 - Indenização por tempo de serviço não não não
22 - Indenização prevista na CLT, art. 479 (metade da remuneração devida até o
não não não
término do contrato a prazo determinado, rescindido antecipadamente)
23 -Licença-paternidade (CF/1988, art. 7º, XIX) sim sim sim
82 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


24 - Participação nos lucros ou resultados da empresa nos termos da Lei nº 10.101/2000
Nota
A participação nos lucros aos empregados será tributada pelo Imposto de Renda
exclusivamente na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos, no ano
do recebimento ou crédito e não integrará a base de cálculo do imposto devido pelo
não não sim
beneficiário na Declaração de Ajuste Anual.
O valor da participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa será
integralmente submetido à tabela progressiva anual, de que trata o Anexo III da
Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014, alterado pela Instrução Normativa RFB nº
1.558/2015).
25 - Prêmios
Notas
1ª) Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma
de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado ou grupo de empregados, em
razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas
atividades (CLT, art. 457, §§ 2º e 4º; Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, alínea “z).
2ª) Quanto ao IRRF, observar que:
I - os prêmios em bens dados a funcionários ou a representantes comerciais autônomos,
como estímulo à produtividade, sem sorteio, concurso ou vale-brinde, são considerados
rendimentos do trabalho e submetem-se ao desconto do imposto mediante aplicação não não sim
da tabela progressiva, juntamente com os demais rendimentos pagos ao beneficiário
no mês (RIR/2018, arts. 36, IV e 681 e Parecer Normativo CST nº 93/1974);
II - os prêmios distribuídos em bens ou serviços por meio de concursos ou sorteios
de qualquer espécie sujeitam-se à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 20%, aplicada sobre o valor de mercado dos bens na data da distribuição
(RIR/2018, art. 733);
III - os prêmios em dinheiro obtidos em loterias, concursos desportivos ou sorteios de
qualquer espécie submetem-se à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 30% (RIR/2018, art. 732).
26 - Quebra-de-caixa
Notas
1ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei
nº 13.467/2017 alterou o art. 457, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para
dispor que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e
as comissões pagas pelo empregador. Assim, a princípio, para efeitos trabalhistas, a
quebra de caixa não integra a remuneração, uma vez que não mais se enquadra neste
conceito. O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “para os
fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia
7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as sim (ver Nota 1) sim
modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração
nos mencionados artigos da CLT, conclui-se que estas modificações alcançam as
determinações do mencionado art. 15.
Entretanto, a Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XXIII, considera a
quebra de caixa como sendo de natureza salarial para fins do FGTS.
Como a CLT, em seus §§ 1º e 3º do art. 457, na redação da Lei nº 13.467/2017, determina
que integram a remuneração a importância fixa estipulada, as gratificações legais, as
gorjetas e as comissões pagas pelo empregador, entende-se que a quebra de caixa
não se enquadra no conceito de remuneração. Contudo, a mencionada Instrução
Normativa SIT nº 144/2018 tem posição diversa.
2ª) As gratificações por quebra de caixa são tributáveis pelo IR na fonte e na declaração
de ajuste anual (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão no 233).
27 - Retiradas (pro labore) de diretores-empregados sim sim sim
28 - Retiradas (pro labore) de diretores-proprietários (empresários)
Nota
sim não sim
A estes, facultativamente, o regime do FGTS pode ser estendido (Lei nº 6.919/1981 e
Lei nº 8.036/1990).
Guia de Cálculos Trabalhistas 83

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


29 - Retiradas de titulares de firma individual (empresários)
(*) A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) deverá ser previamente consultada sim não sim
sobre o assunto.
30 -Salário-família sem exceder o valor legal não não não
31 - Salário in natura (utilidades) - CLT, art. 458
Notas
1ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei
nº 13.467/2017 introduziu o § 5º ao art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) para dispor que o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos,
óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e
outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos
e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o
salário-de-contribuição, para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9º do art. 28 da
Lei nº 8.212/1991. Também foi determinado que o auxílio-alimentação (vedado o seu
pagamento em dinheiro) não integra a remuneração do empregado, não se incorpora
ao contrato de trabalho e não constitui base de incidência de qualquer encargo sim sim sim
trabalhista e previdenciário.
Observar que nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, inciso XX,
não integram a remuneração do empregado para fins do FGTS, a parcela in natura
recebida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído
pela Lei nº 6.321/1976. Não obstante tal previsão, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação
da Lei nº 13.467/2017, estabelece que o auxílio-alimentação (vedado seu pagamento
em dinheiro), não integra a remuneração para fins de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário. Assim, a parcela in natura, concedida com a observância
ou não das regras do PAT, não descaracteriza a parcela como auxílio-alimentação.
2ª) O IRRF não incide sobre a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas
especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados
ou mediante cobrança de preço inferior ao valor de mercado (RIR/2018, art. 35, I, letra ”a”).
32 -Salário-maternidade sim sim sim
33 - Saldo de salário
Nota
O desconto do IR sobre rendimentos pagos acumuladamente efetua-se no mês do
sim sim sim
pagamento, sobre o total dos rendimentos, diminuído do valor das despesas com
ação judicial necessária ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido
pagas pelo contribuinte sem indenização (RIR/2018, art. 702).
34 - Serviços autônomos de prestador inscrito na Previdência Social sim não sim
35 - Serviços eventuais sem relação de emprego sim não sim
36 -Vale-transporte (Lei nº 7.418/1985 e Decreto nº 95.247/1987) não não não
37 - Remuneração indireta (fringe benefits) concedida a diretores, administradores,
sócios e gerentes e aos assessores dessas pessoas
Notas
1ª) Se a empresa identificar o beneficiário, a remuneração indireta deve ser
adicionada à sua remuneração normal, incidindo o IR, mediante aplicação da tabela
progressiva, sobre o total dos rendimentos. Caso não seja identificado o beneficiário,
a remuneração indireta sujeita-se à incidência do IR, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 35% (RIR/2018, arts. 679 e 731). (veja (veja
2ª) INSS - Na área previdenciária, a Lei nº 8.212/1991, art. 28, III, prevê que entende-se 2ª e 3ª 2ª e 3ª sim
por salário-de-contribuição, para o contribuinte individual, a remuneração auferida “Notas”) “Notas”)
em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria
durante o mês.
FGTS - As empresas sujeitas ao regime da CLT que equipararem seus diretores
(administradores) não empregados aos demais trabalhadores, para fins do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço, sujeitam-se ao respectivo depósito mensal sobre a
remuneração devida, incluindo as parcelas de que tratam a CLT, arts. 457 e 458 da CLT
(remuneração indireta) - Lei nº 8.036/1990, arts. 15 e 16.
84 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


3ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei nº
13.467/2017 alterou o art. 457, §§ 1º, 2º e 4º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
para dispor que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador. As importâncias, ainda que habituais,
pagas a título de ajuda de custo, o auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em
dinheiro, as diárias para viagem, os prêmios e os abonos não integram a remuneração
do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Consideram-se prêmios
as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em
dinheiro, a empregado ou grupo de empregados, em razão de desempenho superior
ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
38 -Salário-educação - Convênio - FNDE não não sim
39 - Remuneração pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza
profissional paga ou creditada por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas.
Notas
1ª) O desconto do IR é feito mediante aplicação:
a) da alíquota fixa de 1,5% (RIR/2018, art. 714); ou
b) da tabela progressiva prevista para o desconto do imposto sobre rendimentos
do trabalho, quando a pessoa jurídica prestadora dos serviços for sociedade civil
controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores,
(veja
gerentes ou controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, não sim
3ª “Nota”)
bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas
(RIR/2018, art. 715).
2ª) Não incide o IR na fonte quando o serviço for prestado por pessoas jurídicas
imunes ou isentas (Instrução Normativa SRF nº 23/1986).
3ª) Se a prestação de serviços estiver enquadrada, nos termos do Regulamento da
Previdência Social - RPS/1999, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 219, reter e
recolher em geral, 11% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação
de serviços, a título de “Retenção para a Previdência Social.”
40 - Comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração por representação
comercial ou mediação na realização de negócios civis ou comerciais, pagas ou
creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas
Nota
A beneficiária dos rendimentos efetua o recolhimento do imposto, desobrigando-
se a fonte pagadora da retenção, nos casos de comissões e corretagens relativas a:
colocação ou negociação de títulos de renda fixa; operações realizadas em Bolsas de não não sim
Valores e em Bolsas de Mercadorias; distribuição de emissão de valores mobiliários,
quando a pessoa jurídica atuar como agente da companhia emissora; operações de
câmbio; vendas de passagens, excursões ou viagens; administração de cartão de
crédito; prestação de serviços de distribuição de refeições pelo sistema de refeições-
convênio e de administração de convênios (Instrução Normativa SRF nº 153/1987;
Instrução Normativa SRF nº 177/1987 e Instrução Normativa DRF nº 107/1991).
41 - Serviços de propaganda e publicidade, pagos ou creditados por pessoas jurídicas
a agências de propaganda
Nota não não sim
A agência de propaganda recolhe o imposto devido na fonte, por conta e ordem do
anunciante, observadas as normas contidas na Instrução Normativa SRF nº 123/1992.
42 - Serviços de limpeza e conservação de bens imóveis, segurança, vigilância e por
locação de mão de obra, pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas
jurídicas
Notas sim
(veja
1ª) O Imposto de Renda incide à alíquota de 1% (RIR/2018, art. 716). não (veja
2ª “Nota”)
2ª) Se a prestação de serviços estiver enquadrada, nos termos do Regulamento 1ª “Nota”)
da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 219, reter e
recolher 3,5%, 11% ou mais, conforme o caso, do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou
do recibo de prestação de serviços, a título de “Retenção para a Previdência Social”.
Guia de Cálculos Trabalhistas 85

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


43 - Importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de
trabalho, associações e assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem
prestados ou colocados à disposição por associados destas.
Notas
1ª) Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.1995, o desconto do
imposto deverá ser efetuado à alíquota de 1,5% (RIR/2018, art. 719).
2ª) O imposto retido será compensado pelas cooperativas de trabalho com aquele
que tiver de reter por ocasião do pagamento dos rendimentos ao associado.
3ª) Rezava o inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991 que as empresas, ao contratarem
os serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de serviço, ficavam
obrigadas ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal correspondente
à aplicação da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo não
de prestação de serviços. Entretanto, em decisão prolatada, com a repercussão (veja não sim
geral reconhecida, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 595.838, o Supremo 3ª “Nota”)
Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do mencionado inciso IV do
art. 22 da Lei nº 8.212/1991.
Por meio das Soluções de Consulta Cosit nºs 152/2015 e 99.012/2015, publicadas nos
DOU de 23.06.2015 e 11.11.2015, respectivamente, a RFB esclareceu que diante da
declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, deixa
de ser devida pela empresa tomadora de serviços a contribuição de 15% sobre o valor
da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços por intermédio de cooperativa de
trabalho. Por meio da Resolução SF nº 10/2016, o Senado Federal suspendeu, nos
termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22
da Lei nº 8.212/1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo
STF nos autos do RE nº 595.838.
44 - Juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentença judicial,
pagos a pessoas jurídicas
não não sim
Nota
O desconto é feito mediante aplicação da alíquota de 5% (RIR/2018, art. 739).
45 - Multa prevista na CLT, art. 477, § 8º (multa por atraso no pagamento das verbas
não não não
rescisórias)
46 - Compensação pecuniária paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador,
sim sim sim
no Programa Seguro-Emprego (PSE), nos termos do art. 9º da Lei nº 13.189/2015.

Importante
A Lei nº 8.212/1991, que trata da organização da Seguridade Social e institui o Plano de Custeio da Previdência Social,
determina que, para o empregado e trabalhador avulso, salário-de-contribuição é a remuneração auferida em uma ou
mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante
o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob
a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
A mesma disposição anterior se encontra prevista no inciso I do art. 214 do RPS e no inciso I do art. 55 da Instrução Nor-
mativa RFB nº 971/2009, que dispõe sobre as normas gerais de tributação e de arrecadação das contribuições sociais
destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela RFB.
Constata-se, portanto, que em geral a contribuição previdenciária incide sobre a contraprestação auferida decorrente
do exercício do trabalho no curso de uma relação empregatícia ou de trabalho avulso.
Desta forma, levando em consideração a conceituação legal de salário-de-contribuição anteriormente tratada, conclui-se
que o encargo previdenciário incide sobre a contraprestação auferida pelo trabalhador decorrente do exercício regular de
seu trabalho ou do tempo que esteja à disposição do empregador, no curso de uma relação empregatícia ou de trabalho.
O aviso-prévio, na sua forma meramente indenizatória, não representa contraprestação por trabalho executado, tam-
pouco tempo à disposição do empregador, visto que, durante o período de sua projeção, considerada para fins de pa-
gamento das demais verbas rescisórias, inexiste qualquer obrigação por parte do trabalhador em manter a prestação
de serviço que existia antes do rompimento do contrato laboral. Portanto, o empregador, ao indenizar o empregado,
libera-o totalmente de qualquer vínculo com a empresa.
Originariamente, a Lei nº 8.212/1991 (art. 28, § 9º, alínea “e”) e o Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo
Decreto nº 3.048/1999 (art. 214, § 9º, V, “f”), continham previsão expressa sobre a não incidência do encargo previdenciá-
rio sobre o aviso-prévio indenizado. Tais previsões foram suprimidas por legislações posteriores.
86 Guia de Cálculos Trabalhistas

Vale lembrar, porém, que a alínea “m” do inciso V do § 9º do art. 214 do RPS, a qual permanece em vigor, dispõe que não
integra o salário-de-contribuição as importâncias recebidas a título de “outras indenizações, desde que expressamente
previstas em lei”. Nesse aspecto, considerando que o aviso-prévio indenizado é verba de natureza indenizatória e tal
parcela é prevista em lei, estaria enquadrado na mencionada alínea “m”.
No que concerne ao encargo do FGTS sobre o aviso-prévio indenizado, há que se lembrar da sua incidência, conforme
expressa previsão contida na Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, XXI, bem como na Súmula TST nº 305 do TST.
Ressalte-se, ainda, que, apesar da expressa revogação dos dispositivos legais que previam expressamente a não inte-
gração do aviso-prévio indenizado no salário-de-contribuição, em nenhum momento a Lei nº 8.212/1991 ou o RPS previu
a sua integração.
Pela análise dos dispositivos legais anteriormente mencionados e considerando ser o aviso-prévio indenizado, tipica-
mente, verba de natureza indenizatória, o entendimento doutrinário e jurisprudencial predominante é no sentido da não
incidência do encargo previdenciário sobre os valores pagos a tal título.
No que concerne ao encargo previdenciário sobre a parcela (avo) correspondente do 13º salário proporcional decorren-
te da projeção do período do aviso-prévio indenizado, informamos que, atualmente, não há na Lei nº 8.212/1991, no seu
regulamento (Decreto nº 3.048/1999) e nem na Instrução Normativa RFB nº 971/2009 qualquer previsão expressa sobre
a não incidência previdenciária, conduzindo ao raciocínio de que, sobre a referida parcela acessória, haverá de se seguir
a mesma sorte da parcela principal, que é o aviso-prévio indenizado, observados todos os comentários anteriores.
Tanto em relação ao aviso-prévio indenizado quanto ao avo correspondente à projeção do aviso no 13º salário propor-
cional, vale lembrar que, por meio da Solução de Consulta Cosit nº 362/2017 - DOU 1 de 18.08.2017, ficou esclarecido que,
nos termos da Nota PGFN/CRJ nº 485/2016, e com esteio no art. 19, inciso V, §§ 4º, 5º e 7º, da Lei nº 10.522/2002 e no
art. 3º, § 3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1/2014, o aviso-prévio indenizado, exceto seu reflexo no 13º salário, não
integra a base de cálculo para fins de incidência das contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre a folha de
salários.
Por meio da Instrução Normativa RFB nº 925/2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.730/2017, a qual dispõe,
entre outras providências, sobre as informações a serem declaradas na GFIP, a RFB determinou que as pessoas jurídi-
cas ou os contribuintes equiparados que efetuarem rescisão de contrato de trabalho de seus empregados e pagarem
aviso-prévio indenizado deverão preencher o Sefip da seguinte forma:
a) o valor do aviso prévio indenizado não deverá ser informado; e
b) o valor do 13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado deverá ser informado no campo “Base de Cálculo
13º salário da Previdência Social”, exceto no caso de empregado que tenha trabalhado por um período inferior a 15
dias durante o ano, cuja informação não poderá ser prestada até que o Sefip seja adaptado;
c) nas hipóteses mencionadas nas letras “a” e “b”:
c.1) até a competência maio/2016, a Guia da Previdência Social (GPS) gerada pelo Sefip deverá ser desprezada, e
os valores efetivamente devidos, incluindo as contribuições incidentes sobre o aviso prévio indenizado e sobre o
13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado, devem ser recolhidos mediante GPS, preenchida manual-
mente, observado o disposto nas letras “d” e “e”;
c.2) a partir da competência junho/2016, o valor do aviso prévio indenizado não deve ser computado para fins de
preenchimento da GPS, podendo ser utilizada a GPS gerada pelo Sefip;
d) para fins de cálculo das contribuições e de enquadramento na tabela de salário-de-contribuição, o valor do aviso
prévio indenizado:
d.1) até a competência maio/2016, deverá ser somado, no mês em que o empregado for desligado da empresa, às
outras verbas rescisórias, sobre as quais incidem contribuições previdenciárias;
d.2) a partir da competência junho/2016, não deverá ser computado na base de cálculo das contribuições previ-
denciárias, exceto na base de cálculo das contribuições incidentes sobre o 13º salário, pelo valor correspondente
a 1/12 do valor do aviso prévio indenizado.
e) o 13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado deve ser somado ao valor do 13º salário proporcional,
correspondente ao valor bruto da gratificação sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação,
em separado, da tabela de salário-de-contribuição;
f) as informações prestadas em GFIP em desacordo com as letras anteriormente descritas poderão ser retificadas
por meio da apresentação de GFIP retificadora, circunstância que não sujeitará o sujeito passivo à multa prevista no
inciso II do art. 32-A da Lei nº 8.212/1991.
Observar ainda que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XXII, considera-se de natureza
salarial para fins do FGTS, o valor não pago a título de aviso prévio indenizado, nos casos da extinção de contrato de
trabalho por acordo, previsto no art. 484-A da CLT. Assim, no caso de rescisão contratual por acordo entre as partes, o
aviso prévio indenizado é devido por metade, conforme determina a Lei nº 13.467/2017. Diante dessa previsão há polêmi-
ca instaurada pela citada instrução normativa, no sentido de que a outra metade do aviso prévio indenizado, que não é
devida por força de lei, seria parcela integrante da remuneração.
CAPÍTULO III
JORNADA DE TRABALHO

Jornada de trabalho é a duração diária das atividades do empregado, ou seja, o lapso de tempo em
que o empregado, por força do contrato de trabalho, fica à disposição do empregador, seja trabalhando
efetivamente ou aguardando ordens. Durante esse período o trabalhador não pode dispor de seu tempo
em proveito próprio.

A jornada máxima diária de trabalho, fixada pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988), é de 8
horas, não podendo exceder a 44 horas semanais.

Assim, considerando o módulo semanal de 44 horas, a jornada normal diária corresponde a


7h20min, obtida mediante o seguinte cálculo:
a) dias de trabalho na semana = 6 (2ª feira a sábado, por exemplo);
b) limite máximo semanal = 44 horas;
c) divisão da duração semanal pelo número de dias de trabalho na semana:

44 = 7,3333
6

Observa-se que o cálculo da divisão resulta em dízima periódica simples, não representando 7 horas
e 33 minutos, mas 7 horas e 20 minutos, tendo em vista que a operação matemática é realizada em
escala decimal, contrapondo-se, portanto, às frações de horário, cuja escala é sexagesimal (60 segundos
e 60 minutos), ou seja:

(7,3333 - 7) × 60 = 20 minutos ou, ainda,

1 hora = 60 minutos

44 horas × 60 minutos = 2.640 minutos


2.640 = 440 minutos ou 7 horas + 20 minutos
6
Para se obter a jornada mensal:

30 dias × 7h20min = 220 horas mensais ou

30 × 440 minutos = 13.200 minutos mensais


13.200 = 220 horas
60

Podem as partes (empregado e empregador), no entanto, fixar limite diverso ao estabelecido legal-
mente. Ressalte-se que algumas categorias, por força de lei, têm jornada inferior à prevista constitucio-
nalmente.
88 Guia de Cálculos Trabalhistas

PRORROGAÇÃO DA JORNADA
A duração normal de trabalho pode ser prorrogada (horas extras em período diurno ou noturno,
ou, ainda, sistema misto) em até 2 horas diárias, mediante acordo individual ou documento coletivo de
trabalho, para empregados maiores de idade de ambos os sexos, com adicional de 50%, no mínimo, so-
bre o valor da hora normal, desde que não ultrapasse o limite de 10 horas.
Entretanto, será dispensado esse acréscimo salarial se, por força de acordo ou convenção coletiva
de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela respectiva diminuição em outro dia
(acordo de compensação de horas), de maneira que não exceda, no período máximo de 1 ano, à soma das
jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 horas diárias. É o
chamado “banco de horas”, que nada mais é do que uma forma de compensação de jornada mais flexível.
Não obstante o anteriormente informado, alertamos que os documentos coletivos de trabalho
(acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre o banco de
horas anual.
O banco de horas pode também ser firmado por acordo individual escrito, desde que a compen-
sação ocorra no período máximo de 6 meses.
Normalmente, a implantação do “banco de horas” visa tanto ao interesse da empresa (por exem-
plo: aumento ou redução da produção) quanto ao interesse do empregado (por exemplo: necessidade
de se ausentar do trabalho).
Será também considerado lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo
individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.

Exemplo
Tratando-se de acordo de compensação integral de horas do sábado, a jornada diária pode ser de 8 horas e 48
minutos de 2ª a 6ª feira, ou de 9 horas de 2ª a 5ª feira e de mais 8 horas na 6ª feira, ou, ainda, outra qualquer, sem-
pre ajustando a duração para totalizar as 44 horas semanais.
44 = 8,8
5
(8,8 - 8) × 60 = 48 minutos
8h48min (2ª a 6ª feira)
Nota
As mencionadas compensações de horas que recaírem no período noturno não eximem o empregador do pagamento
do respectivo adicional noturno.

Importante
O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acor-
do tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a
duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.

Tratando-se de acordo de prorrogação firmado simultaneamente ao de compensação de horas, a


jornada diária não pode ultrapassar o limite global de 10 horas.

Nas atividades insalubres, o acordo de prorrogação deve ser antecedido de licença prévia das au-
toridades competentes em matéria de medicina do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos
Guia de Cálculos Trabalhistas 89

necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer
por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em en-
tendimento para tal fim. Não se submete à exigência da mencionada licença prévia as jornadas 12 × 36.

Não obstante o anteriormente mencionado, ressaltamos que os documentos coletivos de traba-


lho (acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre prorroga-
ção de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes da Secreta-
ria Especial de Trabalho.

JORNADA 12 × 36
É facultado às partes por meio acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, estabelecer a jornada 12 × 36, ou seja, 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas ininterruptas
de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
A remuneração mensal pactuada pelo horário 12 × 36 abrange os pagamentos devidos pelo des-
canso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feria-
dos e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver.

JORNADA REDUZIDA
Embora, em geral, a jornada normal de trabalho seja de até 8 horas diárias e 44 horas semanais,
algumas atividades profissionais, consideradas as condições específicas em que se realizam, têm, por
força de lei, jornada de trabalho reduzida.
Reproduzimos a seguir uma relação de profissões com jornada legalmente reduzidas. Entretanto,
a mencionada relação é meramente exemplificativa, devendo ser consultadas as demais legislações
pertinentes a outras profissões, bem como recomendamos consultar o documento coletivo de trabalho
das categorias profissionais respectivas para saber se há condições mais favoráveis.
QUADRO DEMONSTRATIVO DAS PROFISSÕES
JORNADA
CATEGORIA PROFISSIONAL FUNDAMENTO LEGAL
DIÁRIA
4 horas Técnico em radiologia (operador de raio X) Lei nº 7.394/1985, art. 14
Jornalistas profissionais:
- arquivista-pesquisador
- diagramador
- editor
- ilustrador CLT, arts. 302 e 303
- noticiarista Decreto nº 83.284/1979, arts. 11 e 12
- radio-repórter
- redator
- repórter (cinematográfico, fotográfico e de setor)
- revisor
Fisioterapeuta Lei nº 8.856/1994
5 horas Músicos:
- arranjadores e orquestradores
- cantores de todos os gêneros e especialidades
- compositores de música erudita ou popular
- copistas de música
- diretores de cena lírica
Lei nº 3.857/1960, arts. 29 e 41
- diretores de orquestras ou conjuntos populares
- instrumentistas de todos os gêneros e especialidades
- professores particulares de música
- regentes de orquestras sinfônicas, óperas, bailados, operetas, orques-
tras mistas, de salão, ciganas, jazz-sinfônico, conjuntos corais e bandas
de músicas
90 Guia de Cálculos Trabalhistas

JORNADA
CATEGORIA PROFISSIONAL FUNDAMENTO LEGAL
DIÁRIA
Radialistas (setores de autoria e locução) Decreto nº 84.134/1979, art. 20
5 horas
Terapeuta ocupacional Lei nº 8.856/1994
Artistas (radiodifusão, fotografia, gravação, cinema, circo e variedades,
Decreto nº 82.385/1978, art. 44
dublagem)
Ascensoristas Lei nº 3.270/1957
Bancários (inclusive porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes) CLT, arts. 224 e 226
Empregados de empresas de crédito, financiamento ou investimento Súmula TST nº 55
Músicos de estabelecimentos de diversões públicas (cabarés, boates,
dancings, taxis-dancings, salões de danças e congêneres), onde atuem Lei nº 3.857/1960, art. 42
dois ou mais conjuntos
Operadores cinematográficos e ajudantes CLT, art. 234
6 horas Operadores em serviço de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, ra-
CLT, art. 227 e Súmula TST nº 178
diotelegrafia e radiotelefonia
Operadores telegrafistas do serviço ferroviário CLT, art. 246
Radialistas (setores de produção, interpretação, dublagem, tratamento e
registros sonoros e visuais, montagem e arquivamento, transmissão de
Decreto nº 84.134/1979, art. 20
sons e imagens, revelação e copiagem de filmes, artes plásticas e anima-
ção de desenhos e objetos e manutenção técnica)
Técnicos em espetáculos de diversões Decreto nº 82.385/1978, art. 44
Telefonistas de mesa Súmula TST nº 178
Trabalhadores em minas no subsolo CLT, art. 293
Empregados sujeitos a horários variáveis das seções de técnica, telefo-
nes, revisão, expedição, entrega e balcão das empresas que exploram
CLT, art. 229
serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e
7 horas radiotelefonia
Músicos (no caso de força maior ou festejos populares e serviço reclama-
Lei nº 3.857/1960, art. 42
do pelo interesse nacional)
Radialistas (setores de cenografia e caracterização) Decreto nº 84.134/1979, art. 20

INTERVALOS NA JORNADA

Intervalo intrajornada (dentro da jornada)

Nas jornadas de trabalho com duração superior a 6 horas é obrigatória a concessão de um inter-
valo para repouso ou alimentação, não computado na duração do trabalho, o qual será, no mínimo, de 1
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 horas.

Entretanto, os documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) têm prevalência sobre


a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de 30
minutos para jornadas superiores a 6 horas. Assim, se houver previsão neste sentido nos mencionados
documentos, ela deverá ser observada.

Quando a duração da jornada for superior a 4 horas e não exceder a 6 horas deverá ser concedido
um intervalo de 15 minutos, não computado na jornada de trabalho.
Nas jornadas de até 4 horas diárias não há obrigação legal de concessão de intervalo.

DURAÇÃO DA JORNADA INTERVALO OBRIGATÓRIO


Até 4 horas 0
Acima de 4 até 6 horas 15min
Acima de 6 Mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas, salvo
previsão em contrário em acordo escrito
ou contrato coletivo de trabalho.
Guia de Cálculos Trabalhistas 91

Exemplos
Considerando um empregado contratado com jornada normal de 8 diárias das 7 às 16 horas e com intervalo para
alimentação ou repouso de 1 hora. Assim temos:
- início da jornada = 7 horas
- intervalo para alimentação ou repouso = das 13 às 14 horas
- término da jornada = 16 horas.
Observa-se que neste exemplo o trabalhador cumpriu as 8 horas de trabalho, sendo que a hora destinada ao
intervalo para repouso e alimentação não foi computada na jornada.
Empregado contratado com jornada de 6 horas diárias das 8 às 14h15min.
- início da jornada = 8 horas
- intervalo para alimentação ou repouso = das 12 às 12h15min
- término da jornada = 14h15min
Observa-se que neste exemplo o trabalhador cumpriu as 6 horas de trabalho, sendo que o período destinado ao
intervalo para repouso e alimentação (15 minutos) não foi computado na jornada.

Dispõe o § 4º do art. 71 da CLT (com redação da Lei nº 13.467/2017 - reforma trabalhista) que a não
concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo para repouso e alimentação, a em-
pregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimi-
do, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
Exemplo
Empregado com jornada de trabalho com início às 8 horas, intervalo para alimentação das 12 às 13 horas e saída
às 17 horas, e com salário de R$ 3.300,00, por motivo de acúmulo de serviço, teve o seu horário de intervalo redu-
zido para 30 minutos. Neste caso, o empregado trabalhou no dia efetivamente, das 8 às 12 horas e das 12h30min
às 17 horas, totalizando 8 horas e 30 minutos trabalhados. Considerando que o período destinado ao repouso
e à alimentação foi reduzido para 30 minutos, mediante documento coletivo de trabalho, o empregador ficará
obrigado a efetuar o cálculo, conforme a seguir:
Cálculo
- salário mensal = R$ 3.300,00
- salário/hora = R$ 15,00 (R$ 3.300,00 ÷ 220)
- 30 minutos reduzidos do repouso = R$ 7,50 (R$ 15,00 ÷ 60 × 30)
- adicional de 50% sobre o período reduzido = R$ 3,75 (50% de R$ 7,50);
- Valor devido a título de indenização relativa à redução do intervalo = R$ 11,25 (R$ 7,50 + R$ 3,75)

Períodos de descanso especiais


Alguns serviços específicos, em virtude das peculiaridades existentes, têm por determinação legal
a concessão de intervalos remunerados dentro da jornada, sem prejuízo do intervalo para alimentação
ou repouso, quais sejam:
a) nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a cada pe-
ríodo de 90 minutos de trabalho, deve ser concedido um intervalo de 10 minutos para repouso;
b) nos serviços subterrâneos, a cada período de 3 horas de trabalho, haverá um repouso de 15
minutos;
c) no trabalho realizado no interior de câmaras frigoríficas ou na hipótese de o empregado movi-
mentar mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, a cada período de
1 hora e 40 minutos, é assegurado um intervalo de 20 minutos;
92 Guia de Cálculos Trabalhistas

d) serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia (sujeitos


a horários variáveis): 20 minutos após esforço contínuo de mais de 3 horas;
e) radialista nos setores de cenografia e caracterização: 20 minutos após esforço contínuo de
mais de 3 horas;
f) médico: 10 minutos a cada 90 minutos de trabalho;
g) atividades de processamento eletrônico de dados: assegura-se àqueles que desempenham
atividades de entrada de dados, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados.

A lei assegura, também, a todos os trabalhadores independentemente da atividade os seguintes


períodos:
a) amamentação: a mulher tem direito a 2 descansos especiais de 30 minutos cada um para ama-
mentar o próprio filho, até 6 meses de idade;
b) pagamento de salários por meio de cheque: assegura-se ao empregado horário que permita o
desconto imediato de cheque.

Motorista profissional
É vedado ao motorista profissional dirigir por mais de 5 horas e meia ininterruptas veículos de
transporte rodoviário coletivo de passageiros ou de transporte rodoviário de cargas.

Serão observados 30 minutos para descanso dentro de cada 6 horas na condução de veículo de
transporte de carga, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção, desde que não ul-
trapassadas 5 horas e meia contínuas no exercício da condução.

Serão observados 30 minutos para descanso a cada 4 horas na condução de veículo rodoviário de
passageiros, sendo facultado o seu fracionamento e o do tempo de direção.

Em situações excepcionais de inobservância justificada do tempo de direção, devidamente regis-


tradas, o tempo de direção poderá ser elevado pelo período necessário para que o condutor, o veículo
e a carga cheguem a um lugar que ofereça a segurança e o atendimento demandados, desde que não
haja comprometimento da segurança rodoviária.

Além disto, são consideradas tempo de espera as horas em que o motorista profissional emprega-
do ficar aguardando carga ou descarga do veículo nas dependências do embarcador ou do destinatário
e o período gasto com a fiscalização da mercadoria transportada em barreiras fiscais ou alfandegárias,
não sendo computados como jornada de trabalho e nem como horas extraordinárias. As horas relativas
ao tempo de espera serão indenizadas na proporção de 30% do salário/hora normal.

Intervalos não previstos em lei


Caso o empregador conceda ao empregado intervalos não previstos em lei, o período correspon-
dente é considerado como tempo à disposição do empregador, devendo, por conseguinte, ser remune-
rado e computado na jornada de trabalho do empregado beneficiado.

Exemplo
Um empregado contratado para trabalhar na empresa Z, de 2ª a 6ª feira, das 8 às 17 horas, usufrui dos seguintes
intervalos:
a) para descanso e refeição, das 12 às 13 horas (obrigatório por lei);
b) dois descansos de 10 minutos cada um para tomar café, sendo um na parte da manhã e outro na parte da
tarde (concedidos por liberalidade do empregador).
Guia de Cálculos Trabalhistas 93

Neste exemplo, os dois intervalos de 10 minutos para café, por não serem previstos em lei, serão computados na
jornada de trabalho e, portanto, remunerados.
Caso o empregador considere que os 20 minutos (soma dos intervalos mencionados na letra “b”) não sejam
computados na duração do trabalho, e determine que eles sejam trabalhados ao final da jornada (no presente
exemplo, ocasionando a saída às 17h20), referidos minutos serão considerados como jornada extraordinária, ge-
rando direito ao pagamento adicional correspondente.

Intervalos interjornadas (entre jornadas)


Entre duas jornadas de trabalho, haverá um período de, no mínimo, 11 horas consecutivas para
descanso. Assim, por exemplo, se um empregado termina a sua jornada de trabalho às 21 horas de um
dia, só poderá iniciar a jornada do dia seguinte às 8 horas. Se, porventura, o empregado trabalha em duas
ou mais empresas, este intervalo deve ser observado em relação a cada uma delas, individualmente.

Exemplo
Se um empregado trabalha na empresa × das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, e na empresa Y das 20 às 2h15min
(intervalo de 15 minutos), teremos que a jornada do dia seguinte poderá ser iniciada:
a) na empresa X, a partir das 4h00; e
b) na empresa Y, a partir das 13h15min.

Não obstante o anteriormente exposto, algumas categorias, como as a seguir relacionadas, obe-
decem intervalos diferenciados entre 2 jornadas de trabalho:
a) ferroviários cabineiros: 14 horas consecutivas;
b) serviços de equipagens de trem em geral: 10 horas contínuas;
c) serviços de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, radiotelegrafia e radiotelefonia: 17
horas, quando sujeitos a horários variáveis;
d) jornalistas profissionais: 10 horas;
e) operadores cinematográficos: 12 horas.

Quadros demonstrativos
INTERVALOS LEGAIS
DURAÇÃO DO TRABALHO
NA JORNADA ENTRE JORNADAS
Até 4 horas -0- 11 horas
Mais de 4 a 6 horas 15 minutos 11 horas
Mais de 6 horas 1 a 2 horas 11 horas
Trabalho noturno urbano (das 22 às 5 horas) 60 minutos no mínimo 11 horas

CLT - INTERVALOS ESPECIAIS PREVISTOS


CASOS ESPECÍFICOS ENTRE
NA JORNADA PRORROGAÇÃO DA JORNADA
JORNADAS
Ferroviários cabineiros -0- 14 horas -0-
Equipagem de trem -0- 10 horas -0-
Serviços de telefonia, telegrafia sub-
marina e subfluvial, radiotelegrafia 20 minutos após 3 horas de
17 horas -0-
e radiotelefonia (sujeitos a horários esforço contínuo
variáveis)
Jornalistas profissionais -0- 10 horas -0-
94 Guia de Cálculos Trabalhistas

CLT - INTERVALOS ESPECIAIS PREVISTOS


CASOS ESPECÍFICOS ENTRE
NA JORNADA PRORROGAÇÃO DA JORNADA
JORNADAS
2 horas entre o período destinado
a limpeza e manutenção do equi-
pamento e o destinado ao traba-
Operadores cinematográficos -0- 12 horas
lho em cabine; e 1 hora entre a
sessão diurna (extraordinária) e a
noturna (normal)
10 minutos a cada 90 de tra-
Mecanografia 11 horas -0-
balho
15 minutos a cada 3 horas de
Minas de subsolo 11 horas -0-
trabalho
20 minutos após 1 hora e 40
Câmaras frigoríficas 11 horas -0-
minutos de trabalho
2 descansos de meia hora
cada um, para amamentar o
Mulheres 11 horas 0
filho (inclusive em caso de
adoção)
20 minutos após 3 horas de
Radialista 11 horas -0-
esforço contínuo
15 minutos antes do início da jor-
Menores -0- 11 horas nada prorrogada por motivo de
força maior
30 minutos nos casos de prorroga-
Músicos -0- 11 horas
ção do período normal de trabalho.
10 minutos a cada 50 de tra-
Digitador 11 horas -0-
balho

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO


A Constituição Federal/1988, art. 7º, XIV, estabelece a jornada de 6 horas para os trabalhadores
rurais e urbanos que executem seu labor em turnos ininterruptos de revezamento, ou seja, naquele tipo
de trabalho em que entre uma jornada de trabalho e outra, não há intervalo de tempo, de modo que as
atividades não sofrem interrupção entre a saída de um turno e a entrada de outro.
Para que haja turno de revezamento é necessária a ocorrência concomitante dos seguintes fatores:
a) existência de turnos. Isso significa que a empresa mantém uma ordem ou alternação dos ho-
rários de trabalho prestado em revezamento;
b) que os turnos sejam em revezamento. Isso quer dizer que o empregado, ou turmas de empre-
gados, trabalha alternadamente para que se possibilite, em face da ininterrupção do trabalho,
o descanso de outro empregado ou turma;
c) que o revezamento seja ininterrupto, isto é, não sofra solução de continuidade no período de
24 horas, independentemente de haver, ou não, trabalho aos domingos.

Importante
A escala de revezamento a seguir transcrita constitui tão somente uma demonstração hipotética de 8 semanas de
trabalho dos empregados de uma empresa comercial, em turnos fixos de trabalho, para fins de revezamento nos des-
cansos legais remunerados. As adequações em função das particularidades de trabalho devem feitas de acordo com
as necessidades de cada empresa, observando-se, contudo, as exigências legais para elaboração e funcionamento da
escala de revezamento, principalmente as disposições dos arts. 68 e 70 da CLT.
ESCALA DE REVEZAMENTO - EMPRESA COMERCIAL XXX & YYY Ltda. - CNPJ 99.999.999/0001-99

Empregador:

1ª SEMANA 2ª SEMANA 3ª SEMANA 4ª SEMANA

HORÁRIO DE TRABALHO SEMANA DE: 06.01.2020 A 12.01.2020 SEMANA DE: 13.01.2020 A 19.01.2020 SEMANA DE: 20.01.2020 A 26.01.2020 SEMANA DE: 27.01.2020 A 02.02.2020
EMPREGADOS
05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 01

ENTRADA INTERVALO SAÍDA SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

Homem A 08h00 13h00 - 14h00 18h00 A A A A A DSR A A A A A DSR A A A DSR A A A A DSR A A A A A DSR A
Guia de Cálculos Trabalhistas

Homem B 08h00 12h00 - 13h00 18h00 DSR B B B B B DSR B B B B B DSR B B B DSR B B B B DSR B B B B B DSR

Homem C 08h00 13h00 - 14h00 18h00 C DSR C C C C C DSR C C C C B DSR C C C DSR C C C C DSR C C C C C

Homem D 08h00 12h00 - 13h00 18h00 D D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D DSR D D D D

Mulher E 08h00 13h00 - 14h00 18h00 E E E DSR E E E E E DSR E E E DSR E E E E E DSR E E E E DSR E E DSR

Mulher F 08h00 12h00 - 13h00 18h00 F F F F F F DSR F F F DSR F F F F DSR F F F F DSR F F F F DSR F F

Mulher G 08h00 13h00 - 14h00 18h00 G G G G DSR G G G G DSR G G G DSR G G G G G DSR G G G DSR G G G DSR

5ª SEMANA 6ª SEMANA 7ª SEMANA 8ª SEMANA

HORÁRIO DE TRABALHO SEMANA DE: 03.02.2020 A 09.02.2020 SEMANA DE: 10.02.2020 A 16.02.2020 SEMANA DE: 17.02.2020 A 23.02.2020 SEMANA DE: 24.02.2020 A 01.03.2020
EMPREGADOS
02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 01

ENTRADA INTERVALO SAÍDA SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM

Homem A 08h00 13h00 - 14h00 18h00 A A A A DSR A A A DSR A A A A DSR A A A A A DSR A A A A A DSR A

Homem B 08h00 12h00 - 13h00 18h00 B B B B B DSR B B B DSR B B B B DSR B B B B B DSR B B B B B DSR B

Homem C 08h00 13h00 - 14h00 18h00 DSR C C C C C DSR C C C DSR C C C C DSR C C C C C DSR C C C C C DSR

Homem D 08h00 12h00 - 13h00 18h00 D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D DSR D D D D D DSR D D D D D

Mulher E 08h00 13h00 - 14h00 18h00 E E DSR E E E E E DSR E E E E DSR E E E DSR E E E E E DSR E E E DSR

Mulher F 08h00 12h00 - 13h00 18h00 F F F DSR F F DSR F F F DSR F F F F F DSR F F F DSR F F F DSR F F F

Mulher G 08h00 13h00 - 14h00 18h00 G G DSR G G G G DSR G G G G G DSR G G G G G DSR G G G G G DSR G DSR
95
96 Guia de Cálculos Trabalhistas

EMPREGADOS NÃO SUBORDINADOS À JORNADA

Não estão subordinados à jornada de trabalho:


a) os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de traba-
lho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e no registro de empregados;
b) os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam,
para este efeito, os diretores e chefes de departamento ou filial, exceto quando o salário do
cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do
respectivo salário efetivo acrescido de 40%;
c) os empregados em regime de teletrabalho.

Exemplos
a) a hipótese de um gerente ou um ocupante de cargo de chefia com poder de mando na empresa (contrata,
assalaria, demite, etc.), na seguinte situação:
- salário efetivo = R$ 4.000,00
- acréscimo pelo exercício do cargo de confiança = R$ 2.500,00
- total = R$ 6.500,00
Nesse caso, o total da remuneração (R$ 6.500,00) é superior ao salário efetivo do cargo, acrescido de 40% (R$
4.000,00 + 40% = R$ 5.600,00). Portanto, esse empregado não está submetido à jornada de trabalho.
b) a hipótese de um gerente ou um ocupante de cargo de chefia com poder de mando na empresa (contrata,
assalaria, demite, etc.), na seguinte situação:
- salário efetivo = R$ 4.000,00
- acréscimo pelo exercício do cargo de confiança = R$ 1.000,00
- total = R$ 5.000,00
Nesse caso, o valor do salário total auferido (R$ 5.000,00) é inferior ao salário efetivo do cargo, acrescido de 40%
(R$ 4.000,00 + 40% = R$ 5.600,00). Assim, esse empregado encontra-se submetido à jornada de trabalho.
Observe-se que a legislação não obriga a empresa a pagar o adicional de função, uma vez que utiliza a expressão
“se houver”. Contudo, ainda que não haja a separação da gratificação de função, mas se o salário do gerente, no
seu total, for superior em 40% do salário efetivo, aplicam-se às regras anteriormente referidas.
Lembre-se, porém, que os documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei,
quando dispuserem, entre outros, sobre a identificação dos cargos que se enquadram como funções de con-
fiança.

CONTROLE DA JORNADA DE TRABALHO


O documento de controle de jornada de trabalho determina direitos e deveres para a empresa e
os empregados, refletindo o cumprimento da jornada normal e das horas extraordinárias, se for o caso,
por este último. Por essa razão, não deverá conter emendas, rasuras, borrões ou qualquer outro elemen-
to que coloque em dúvida a sua autenticidade.

Para os estabelecimentos com mais de 20 trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de


entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela
Secretaria Especial de Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de
repouso.
Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do regis-
tro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder.
Guia de Cálculos Trabalhistas 97

É também permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
A marcação de ponto será observada por estabelecimento, e não por empresa, portanto, se uma
empresa com vários estabelecimentos contar, no total, com mais de 20 empregados, desde que ne-
nhum deles isoladamente conte com aquele número de trabalhadores, não estará obrigada a exigir dos
seus empregados a marcação de ponto.
Não há, portanto, obrigatoriedade de um estabelecimento com até 20 empregados observar a
marcação da hora de entrada e saída deles. Contudo, caso queira, poderá o empregador, muito embora
não esteja obrigado, instituir a marcação do ponto, a fim de fazer prova da jornada efetuada por seus
empregados em eventual questionamento judicial.
A maneira pela qual a jornada de trabalho será anotada dependerá exclusivamente do emprega-
dor, que poderá optar pela marcação manual (folha ou livro de ponto), mecânica (cartão de ponto, o qual
é marcado mecanicamente no relógio de ponto) ou eletrônica (marcação computadorizada) e poderá,
ainda, fixar um tipo de marcação para um setor da empresa e outro para outro setor. Por exemplo: esta-
belecer para os setores de produção a marcação por meio mecânico (relógio de ponto) e para os setores
administrativos a marcação manual (folhas de ponto).
A qualquer momento, o empregador poderá mudar a forma de marcação do ponto, independen-
temente da anuência do trabalhador, sem que tal fato caracterize alteração das condições de trabalho.
Inexiste um modelo oficial de documento de controle de jornada de trabalho, bem como qualquer
dispositivo legal que discipline quais os elementos que esse controle deve conter. Entretanto, conside-
rando que tal documento deve espelhar a jornada individualizada de cada trabalhador, é conveniente
que contenha, no mínimo, os seguintes elementos:
a) identificação do empregador: razão social ou nome do empregador, Cadastro Nacional de Pes-
soas Jurídicas (CNPJ), Código de Atividade Econômica (CNAE) e endereço;
b) identificação do empregado: nome, função, número e série da Carteira de Trabalho e número
de ordem no livro ou ficha de registro de empregado;
c) horário de trabalho do empregado, com indicação dos intervalos para repouso ou alimentação,
bem como para os repousos semanais remunerados;
d) espaços para as anotações da hora de entrada e saída na jornada diária, para assinatura do
empregado e para registros das ocorrências que interessarem.
As empresas que optarem pelo registro de ponto na forma eletrônica devem adotar o Sistema de
Registro Eletrônico de Ponto (SREP) que é o conjunto de equipamentos e programas informatizados
destinado à anotação por meio eletrônico da entrada e saída dos trabalhadores das empresas.
O Registrador Eletrônico de Ponto (REP) é o equipamento de automação utilizado exclusivamente
para o registro de jornada de trabalho e com capacidade para emitir documentos fiscais e realizar con-
troles de natureza fiscal, referentes à entrada e à saída de empregados nos locais de trabalho.
Para a utilização de SREP é obrigatório o uso do REP no local da prestação do serviço, vedados
outros meios de registro.
A Lei nº 13.874/2019, alterou a redação do art. 74 da CLT, para entre outras disposições, determinar
que fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
Não obstante o anteriormente informado, alertamos que os documentos coletivos de trabalho
(acordo e convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre modalidade
de registro de jornada de trabalho.
CAPÍTULO IV
REPOUSO SEMANAL
REMUNERADO
Todo empregado rural, urbano, inclusive doméstico, tem direito ao repouso semanal remunerado
(RSR) − também conhecido como descanso semanal remunerado (DSR) − de 24 horas consecutivas,
preferencialmente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis
e religiosos, de acordo com a tradição local.

Dessa forma, sendo semanal o direito ao repouso, o empregado terá direito a, pelo menos, 1 dia de
folga, no máximo após 6 dias trabalhados.

A duração do repouso semanal é de 24 horas, as quais, acrescidas ao repouso entre jornadas


(11 horas), totalizam um descanso de 35 horas. Portanto, entre duas semanas de trabalho os emprega-
dos farão jus a um descanso mínimo de 35 horas consecutivas (24 + 11).

No caso de motorista profissional no transporte rodoviário de cargas em longa distância, des-


de que a viagem tenha duração superior a 1 semana, o descanso semanal do motorista será de 35
horas por semana trabalhada, e seu gozo ocorrerá no retorno do motorista à base (matriz ou filial) ou
em seu domicílio, salvo se a empresa oferecer condições adequadas para o efetivo gozo do referido
descanso.

É permitido o fracionamento do mencionado descanso semanal do motorista em 30 horas mais


5 horas a serem cumpridas na mesma semana e em continuidade de um período de repouso diário.

Importante
Constitui objeto ilícito de convenção ou acordo coletivo de trabalho a supressão ou a redução de direitos relativos ao
Repouso Semanal Remunerado.

Proibição de trabalho nos dias de repouso

Excetuados os casos em que a execução dos serviços seja imposta pelas exigências técnicas das
empresas, é vedado o trabalho nos dias de repouso, garantida, entretanto, a remuneração respectiva.

Constituem exigências técnicas aquelas que, em razão do interesse público, ou pelas condições
peculiares às atividades da empresa ou ao local onde estas se exercitarem, tornem indispensável a con-
tinuidade do trabalho em todos ou alguns dos respectivos serviços.

Permissão permanente

Às empresas em que, em razão do interesse público ou pelas condições peculiares às próprias


atividades ou ao local onde as atividades são exercidas, seja indispensável a continuidade do trabalho,
é concedida em caráter permanente permissão para o trabalho em dias de repouso, as quais estão rela-
cionadas no anexo da Portaria SEPRT nº 604/2019. Nesse caso, a empresa concederá outro dia de folga
ao empregado.
100 Guia de Cálculos Trabalhistas

Permissão transitória
As empresas não enquadradas no parágrafo anterior podem, excepcionalmente, realizar trabalho
em dia de repouso:
a) por motivo de força maior, devendo comunicar o fato à Superintendência Regional do Trabalho
e Emprego (SRTE) no prazo de 10 dias; ou
b) para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarre-
tar prejuízo manifesto, com autorização prévia da SRTE e com discriminação do período auto-
rizado, o qual não excederá de 60 dias, de cada vez. Nesse caso, se a empresa não determinar
outro dia de folga, a remuneração será paga em dobro.
De acordo com a Portaria MTE nº 945/2015, a autorização transitória para trabalho aos domingos e
feriados civis e religiosos a que se refere o art. 68, parágrafo único, da CLT poderá ser concedida:
a) mediante acordo coletivo específico firmado entre empregadores e entidade representativa da
categoria profissional de empregados;
b) mediante ato de autoridade competente da Secretaria Especial do Trabalho, baseado em rela-
tório da inspeção do trabalho, por meio de requerimento do empregador.
Fica concedida autorização transitória para trabalho aos domingos e feriados civis e religiosos aos
empregadores que firmarem acordo coletivo específico de trabalho com entidade representativa da
categoria profissional, após o devido registro na SEPRT.

Referido acordo coletivo disciplinará a prestação do trabalho aos domingos e feriados civis e reli-
giosos, devendo versar, no mínimo, sobre:
a) escala de revezamento;
b) prazo de vigência da prestação do trabalho aos domingos e feriados civis e religiosos;
c) condições específicas de segurança e saúde para o trabalho em atividades perigosas e insalubres;
d) os efeitos do acordo coletivo específico na hipótese de cancelamento da autorização.
Para a análise da pertinência da pactuação sobre o trabalho aos domingos e feriados civis e reli-
giosos, as partes considerarão:
a) o histórico de cumprimento da legislação trabalhista pela empresa, por meio de consulta às
certidões de débito e informações processuais administrativas no âmbito da SEPRT, através do
endereço eletrônico http://consultacpmr.mte.gov.br/ConsultaCPMR;
b) as taxas de incidência ou gravidade de doenças e acidentes do trabalho do empregador em re-
lação ao perfil do setor econômico, com base nas estatísticas oficiais anualmente publicadas
pela Previdência Social.
O registro do acordo coletivo específico deve ser requerido por meio do Sistema Mediador em
http://www.trabalho.gov.br, conforme instruções previstas no sistema.

A autorização se encerrará:
a) com o decurso do prazo previsto no acordo coletivo específico;
b) pelo distrato entre as partes.

Em geral, fica subdelegada competência aos SRTE, com circunscrição no local da prestação do
serviço, para conceder autorização de trabalho aos domingos e feriados. Estas autorizações somente
serão concedidas após inspeção na empresa requerente e serão consideradas na avaliação do pedido
de autorização a ocorrência das seguintes situações:
Guia de Cálculos Trabalhistas 101

a) infração reincidente nos atributos de jornada e descanso;


b) taxa de incidência ou gravidade de doenças e acidentes do trabalho superior à média do perfil
do setor econômico, com base nas estatísticas oficiais anualmente publicadas pela Previdên-
cia Social.
As autorizações poderão ser concedidas pelo prazo de até 2 anos, renováveis, com validade a par-
tir da publicação no Diário Oficial da União (DOU).

Comércio em geral
Compete à União, privativamente, de acordo com a CF/1988, art. 22, I, legislar, entre outros, sobre
direito do trabalho. Em outras palavras, cabe à legislação federal dispor sobre matéria trabalhista.
Obedecendo ao referido mandamento constitucional, dispõe a Lei nº 10.101/2000, nos seus arts.
6º, 6º-A e 6º-B, na redação dada pela Lei nº 11.603/2007, que fica autorizado o trabalho aos domingos nas
atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, caput, inciso
I, da CF/1988.
O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de 3
semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem es-
tipuladas em negociação coletiva.
Quanto aos feriados, é permitido o trabalho nas atividades do comércio em geral, desde que au-
torizado em convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal.
Importante ressaltar que a citada lei autoriza o trabalho aos domingos e feriados no comércio em
geral, cabendo aos municípios a decisão sobre a possibilidade de que haja o funcionamento dessa ati-
vidade específica, nesses dias, nos limites dos seus respectivos territórios.
Assim, antes de qualquer atitude no sentido de programar o funcionamento de um estabelecimen-
to dessa natureza aos domingos e feriados, é importante consultar a respectiva prefeitura municipal.

VALOR DO RSR
Empregado semanalista, diarista e horista
Para os contratados por semana, dia ou hora, a remuneração do repouso corresponde a um dia
normal de trabalho. Sendo a jornada normal diária de trabalho variável, a remuneração corresponderá a
1/6 do total de horas trabalhadas durante a semana.

Exemplos
a) empregado diarista com remuneração de R$ 40,00 por dia
- valor do RSR = R$ 40,00
b) empregado contratado por semana com jornada de 44 horas semanais e com remuneração semanal de
R$ 360,36
- jornada diária = 7h20m (44 ÷ 6 = 7,3333 que equivale a 7h20min)
- valor do salário/hora = R$ 8,19 (R$ 360,36 ÷ 44)
- valor do RSR = R$ 60,06 (R$ 8,19 × 7,3333)

Empregados tarefeiro e pecista


Aos empregados contratados por tarefa ou peça, a remuneração do repouso corresponde à divi-
são do salário relativo às tarefas ou peças executadas durante a semana, no horário normal de trabalho,
pelo número de dias de serviço efetivamente trabalhados.
102 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
a) tarefeiro
- nº de tarefas executadas na semana: 48
- valor da tarefa = R$ 6,00
- salário relativo às tarefas = R$ 288,00
- RSR = R$ 48,00 (R$ 288,00 ÷ 6 (dias efetivamente trabalhados na semana))
b) pecista
- nº de peças realizadas na semana: 700
- valor da peça = R$ 1,00
- salário relativo às peças = R$ 700,00 (R$ 1,00 × 700)
- RSR = R$ 116,67 (R$ 700,00 ÷ 6 - dias trabalhados na semana)
Cálculo mensal
a) tarefeiro - Considerando que tenha realizado 192 tarefas no mês 01/2020, no valor de R$ 6,00 a tarefa, que o
mencionado mês tenha 26 dias efetivamente trabalhados e 5 RSR, temos
- nº de tarefas executadas no mês: 192
- valor da tarefa = R$ 6,00
- salário relativo às tarefas = R$ 1.152,00 (R$ 6,00 × 192)
- RSR = R$ 221,50 (R$ 1.152,00 ÷ 26 (dias efetivamente trabalhados no mês) × 5 = número de RSR no mês)
b) pecista - Considerando que tenha realizado 2.800 peças no mês 01/2020, no valor de R$ 1,00 a peça, que o
mencionado mês tenha 26 dias úteis e 5 RSR, temos
- nº de peças realizadas no mês: 2.800
- valor da peça = R$ 1,00
- salário relativo às peças = R$ 2.800,00 (R$ 1,00 × 2.800)
- RSR = R$ 538,45 (R$ 2.800,00 ÷ 26 (dias efetivamente trabalhados no mês) × 5 = número de RSR no mês)

Empregado comissionista
Calcula-se o RSR somando-se as comissões percebidas durante a semana e dividindo-se o resul-
tado pelo número de dias úteis da respectiva semana.

Exemplos
a) Cálculo semanal
- valor total das comissões recebidas na semana = R$ 960,00
- nº de dias trabalhados na semana = 5
- nº de dias úteis da semana = 6
- RSR = R$ 160,00 (R$ 960,00 ÷ 6)
b) Cálculo mensal
Para o cálculo mensal, dividir o total das comissões pelo número de dias úteis e multiplicar pelo número de do-
mingos e feriados do mês. Considerando que o mês tenha 27 dias úteis e 4 RSR, temos:
- valor total mensal das comissões = R$ 3.840,00
Nº de dias de repouso = 4
- valor do RSR = R$ 568,88 (R$ 3.840,00 ÷ 27 × 4
Guia de Cálculos Trabalhistas 103

Não obstante o anteriormente exposto há doutrinadores que entendem que o cálculo do RSR so-
bre as comissões é feito dividindo-se a soma das comissões percebidas durante a semana pelo número
de dias de serviço efetivamente prestados ao empregador.

Exemplos
a) Cálculo semanal
- valor total das comissões recebidas na semana = R$ 960,00
- nº de dias trabalhados na semana = 5
- nº de dias úteis da semana = 6
- RSR = R$ 192,00 (R$ 960,00 ÷ 5)
b) Cálculo mensal
Para o cálculo mensal, dividir o total das comissões pelo número de dias efetivamente trabalhados no mês e
multiplicar pelo número de domingos e feriados do mês. Considerando que o mês tenha 22 dias efetivamente
trabalhados e 4 RSR, temos:
- valor total mensal das comissões = R$ 3.840,00
- nº de dias úteis do mês = 26
- nº de dias efetivamente trabalhados = 22
- nº de dias de repouso = 4
- valor do RSR = R$ 698,20 (R$ 3.840,00 ÷ 22 × 4)

Empregado mensalista e quinzenalista


O salário dos empregados mensalistas e quinzenalistas já engloba o descanso semanal.

Salário por produção


Aos empregados que recebem por produção, a remuneração do repouso é o equivalente ao quo-
ciente da divisão da importância total da produção na semana por 6.

Exemplos
a) Cálculo semanal
- valor da produção da semana = R$ 954,00
- valor do RSR = R$ 159,00 (R$ 954,00 ÷ 6)
b) Cálculo mensal - Considerando que o mês tenha 24 dias úteis e 6 RSR(domingos e feriados), temos:
- valor da produção do mês = R$ 3.816,00
- valor do RSR = R$ 954,00 (R$ 3.816,00 ÷ 24 × 6)

EMPREGADO COM JORNADA REDUZIDA


O empregado contratado para trabalhar em jornada reduzida faz jus ao RSR, calculado pela divi-
são do ganho semanal por 6.

Exemplo
Empregado contratado para trabalhar 3 dias por semana com salário semanal de R$ 252,00. Assim temos:
- dias trabalhados na semana = 3
- salário semanal = R$ 252,00
RSR = R$ 42,00 (R$ 252,00 ÷ 6)
104 Guia de Cálculos Trabalhistas

TRABALHADORES AVULSOS

Para os trabalhadores avulsos (os que trabalham com interveniência do sindicato), o valor do repou-
so consiste no acréscimo de 1/6 calculado sobre os salários efetivamente percebidos pelo trabalhador.

Exemplo
Considerando um trabalhador avulso que na semana obteve o salário de R$ 250,00, temos:
- salário semanal = R$ 250,00
- RSR = R$ 41,67 (R$ 250,00 ÷ 6)

JORNADA 12 × 36
Em caso de empregado com jornada 12 × 36, a remuneração mensal pactuada abrange os paga-
mentos devidos pelo Repouso Semanal Remunerado e pelo descanso em feriados, e serão também
considerados compensados os feriados.

INTEGRAÇÃO DOS ADICIONAIS NO CÁLCULO DO RSR

Adicional noturno
O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos
legais; portanto, repercute também na remuneração do repouso semanal.

Exemplos
a) cálculo semanal - considerando um empregado com salário/hora de R$ 8,00 e que durante a semana realizou
30 horas noturnas, temos:
- salário/hora...............................................................................................= R$ 8,00
- horas trabalhadas na semana.........................................................= 44
- horas noturnas trabalhadas na semana.....................................= 30
- valor do adicional noturno................................................................= R$ 1,60 (20% de R$ 8,00)
- valor do RSR.............................................................................................= R$ 58,67 (44 ÷ 6 × R$ 8,00)
- valor do reflexo do adicional noturno no RSR..........................= R$ 8,00 (30 ÷ 6 × R$ 1,60)
- valor total do RSR..................................................................................= R$ 66,67 (R$ 58,67 + R$ 8,00)
b) cálculo mensal - considerando um empregado com salário mensal de R$ 1.760,00 e que durante o mês realizou
100 horas noturnas, tendo o mês 26 dias úteis e 4 RSR, temos:
- salário mensal.........................................................................................= R$ 1.760,00
- nº de horas noturnas realizadas no mês....................................= 100
- nº de dias úteis do mês......................................................................= 26
- média diária das horas noturnas....................................................= 3,85 (100 ÷ 26)
- valor do salário/hora.............................................................................= R$ 8,00 (R$ 1.760,00 ÷ 220)
- valor do adicional noturno................................................................= R$ 1,60 (20% de R$ 8,00)
- valor do adicional noturno no mês...............................................= R$ 160,00 (R$ 1,60 × 100)
- valor do reflexo do adicional noturno no RSR..........................= R$ 24,64 (3,85 × R$ 1,60 × 4)
c) considerando um empregado que trabalha integralmente no horário noturno e com salário de R$ 1.800,00, temos:
- salário..........................................................................................................= R$ 1.800,00
- valor do adicional noturno................................................................= R$ 360,00 (20% de R$ 1.800,00)
- remuneração total.................................................................................= 2.160,00 (R$ 1.800,00 + R$ 360,00)
Guia de Cálculos Trabalhistas 105

Horas extras
No cálculo do RSR são computadas as horas extras habitualmente prestadas.
Para proceder ao cálculo devem ser somadas as horas extras realizadas no mês ou na semana. O
número obtido deve ser multiplicado pelo valor da hora extra (valor da hora normal acrescido do adicio-
nal respectivo). O resultado deve ser dividido pelo número de dias úteis e multiplicado pelo número de
domingos e feriados no mês ou semana, conforme o caso.

Exemplos
a) considerando um empregado mensalista com salário de R$ 1.980,00 e que em determinado mês realizou 48
horas extraordinárias. Considerando que o mês tenha 26 dias úteis e 5 RSR, temos:
- salário mensal = R$ 1.980,00
- salário/hora = R$ 9,00 (R$ 1.980,00 ÷ 220)
- adicional de hora extra = 50% (adicional legal, os sindicatos podem estabelecer adicional superior)
- valor da hora extra = R$ 13,50 (R$ 9,00 × 1.50)
- valor total das horas extras realizadas no mês = R$ 648,00 (R$ 13,50 × 48)
- valor da média diária de horas extras = R$ 24,92 (R$ 648,00 ÷ 26)
- valor do reflexo das horas extras no RSR mensal = R$ 124,60 (R$ 24,92 × 5)
b) considerando um empregado horista com salário/hora de R$ 7,00 e que no mês realizou 38 horas extras, sa-
bendo que o mês tem 24 dias úteis e 6 RSR, temos:
- salário/hora = R$ 7,00
- adicional de hora extra = 50% (adicional legal, os sindicatos podem estabelecer adicional superior)
- valor da hora extra = R$ 10,50 (R$ 7,00 × 1.50)
- valor total das horas extras realizadas no mês = R$ 399,00 (R$ 10,50 × 38)
- valor da média diária de horas extras = R$ 16,63 (R$ 399,00 ÷ 24)
- valor do reflexo das horas extras no RSR mensal = R$ 99,78 (R$ 16,63 × 6)

O empregado remunerado com base em comissões, quando realizar horas extras também tem
direito ao reflexo destas no seu RSR.
O cálculo é efetuado dividindo-se o valor das comissões recebidas no mês pelo número de horas
efetivamente trabalhadas, obtendo-se assim, o valor hora das comissões.

Exemplo
Considerando um empregado comissionista puro, com jornada de 220 horas e que realizou no mês 40 horas extras,
e recebeu a título de comissões no mês o valor de R$ 7.000,00. Sabendo-se que o mês tem 27 dias e 4 RSR, temos:
- jornada diária = 7h20min (44 ÷ 6)
- RSR do mês = 4
- nº de horas relativas aos RSR do mês = 29h20min (7h20 × 4)
- horas efetivamente trabalhadas = 198 horas
- valor hora das comissões auferidas no mês = R$ 35,35 (R$ 7.000,00 ÷ 198)
- valor da hora extra = R$ 53,03 (R$ 35,35 × 1,50)
- valor das horas extras realizadas no mês = R$ 2.121,20 (R$ 53,03 × 40)
- média diária das horas extras = R$ 78,56 (R$ 2.121,20 ÷ 27)
- valor do reflexo das horas extras nos RSR = R$ 314,24 (R$ 78,56 × 4)
106 Guia de Cálculos Trabalhistas

INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Não se faz qualquer cálculo que vise incluir os adicionais decorrentes de condições penosas de
trabalho (insalubridade, periculosidade e também noturno) no RSR, quando estes, pelos seus totais,
englobarem a remuneração mensal.

Exemplo
Considerando um empregado mensalista com salário de R$ 1.600,00 e que preste serviços em condições de
periculosidade, portanto, com direito ao adicional de 30% sobre o valor do salário.
- salário mensal = R$ 1.600,00
- valor do adicional de periculosidade = R$ 480,00 (30% de R$ 1.600,00)
- remuneração total = R$ 2.080,00 (R$ 1.600,00 + R$ 480,00)
Neste caso, constata-se que, em virtude de o adicional de periculosidade já englobar todos os dias do mês (in-
clusive os dias destinados ao RSR e feriados), não há de se efetuar qualquer cálculo que vise a integração do
adicional nos dias de descanso.

GORJETAS
As gorjetas, quer sejam espontâneas, quer constantes da nota fiscal, embora integrem a remune-
ração do trabalhador não são consideradas no cálculo do RSR.

GRATIFICAÇÕES
As gratificações por produtividade e por tempo de serviço mesmo quando pagas mensalmente
também não compõem a base de cálculo do RSR.

ESCALA DE REVEZAMENTO DE FOLGA (RSR)


Exceto os elencos teatrais e congêneres, nos serviços que exijam trabalho aos domingos, será es-
tabelecida escala de revezamento, previamente organizada e constante de quadro sujeito à fiscalização.

O modelo da escala de revezamento é de livre escolha da empresa, organizada de maneira que,


a cada 6 dias de trabalho corresponda 1 folga e, no caso de autorização permanente, em um período
máximo de 7 semanas de trabalho, cada empregado usufrua ao menos um domingo de folga.

Lembramos que, em se tratando de autorização transitória e, também, no caso de comércio vare-


jista, conforme mencionando anteriormente, o repouso semanal deverá coincidir com o domingo pelo
menos 1 vez, no período máximo de 3 semanas.

Mulher
O trabalho da mulher aos domingos exige a organização de escala de revezamento quinzenal, que
favoreça o repouso dominical.

Importante
A escala de revezamento a seguir transcrita constitui tão somente uma demonstração hipotética de 8 semanas de
trabalho dos empregados (todos homens) de uma empresa comercial, em turnos fixos de trabalho, para fins de reve-
zamento nos descansos legais remunerados. As adequações em função das particularidades de trabalho devem ser
feitas de acordo com as necessidades de cada empresa, observando-se, contudo, as exigências legais para elaboração
e funcionamento da escala de revezamento, principalmente as disposições do art. 67 da CLT.
ESCALA DE REVEZAMENTO - EMPRESA COMERCIAL

Empregador: XXX & YYY Ltda. - CNPJ 99.999.999/0001-99

HORÁRIO DE TRABALHO 1ª SEMANA 2ª SEMANA 3ª SEMANA 4ª SEMANA

SEMANA DE: 06.01.2020 A 12.01.2020 SEMANA DE: 13.01.2020 A 19.01.2020 SEMANA DE: 20.01.2020 A 26.01.2020 SEMANA DE: 27.01.2020 A 02.02.2020
EMPREGADOS
05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 01

ENTRADA INTERVALO SAÍDA SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM
Guia de Cálculos Trabalhistas

A 08h00 13h00 - 14h00 18h00 A A A A A DSR A A A A A DSR A A A DSR A A A A DSR A A A A A DSR A

B 08h00 12h00 - 13h00 18h00 DSR B B B B B DSR B B B B B DSR B B B DSR B B B B DSR B B B B B DSR

C 08h00 13h00 - 14h00 18h00 C DSR C C C C C DSR C C C C B DSR C C C DSR C C C C DSR C C C C C

D 08h00 12h00 - 13h00 18h00 D D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D DSR D D D D

HORÁRIO DE TRABALHO 5ª SEMANA 6ª SEMANA 7ª SEMANA 8ª SEMANA

SEMANA DE: 03.02.2020 A 09.02.2020 SEMANA DE: 10.02.2020 A 16.02.2020 SEMANA DE: 17.02.2020 A 23.02.2020 SEMANA DE: 24.02.2020 A 01.03.2020
EMPREGADOS
02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 01

ENTRADA INTERVALO SAÍDA SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB Dom

A 08h00 13h00 - 14h00 18h00 A A A A DSR A A A DSR A A A A DSR A A A A A DSR A A A A A DSR A

B 08h00 12h00 - 13h00 18h00 B B B B B DSR B B B DSR B B B B DSR B B B B B DSR B B B B B DSR B

C 08h00 13h00 - 14h00 18h00 DSR C C C C C DSR C C C DSR C C C C DSR C C C C C DSR C C C C C DSR

D 08h00 12h00 - 13h00 18h00 D DSR D D D D D DSR D D D D D DSR D D DSR D D D D D DSR D D D D D


107
108 Guia de Cálculos Trabalhistas

RSR - PAGAMENTO EM DOBRO

O trabalho em domingos ou feriados será remunerado em dobro, exceto se o empregador deter-


minar outro dia de folga compensatória.

A expressão "em dobro" (constante na Lei nº 605/1949) foi objeto de ampla discussão jurídica,
tanto na doutrina como na jurisprudência.

Perante o Supremo Tribunal Federal (STF), existe a Súmula nº 461 em que está previsto que “é du-
plo, e não triplo, o pagamento do salário nos dias destinados a descanso”.

A citada súmula do STF foi publicada no Diário da Justiça (DJ) de 08, 09 e 12.10.1964, e teve como
precedente o Agravo de Instrumento (AI) nº 32.529, publicado no DJ de 20.08.1964.

Nos argumentos constantes do mencionado agravo de instrumento, que teve votação unânime, o
STF manifestou sua interpretação no sentido de que o pagamento em dobro do trabalho realizado pelo
empregado em dia destinado a descanso é o resultado do pagamento do respectivo dia já compreendi-
do no salário normal mais a remuneração simples equivalente ao dia de repouso trabalhado.

Não obstante a previsão contida na súmula do STF anteriormente descrita, o Tribunal Superior do
Trabalho (TST), por meio da Resolução nº 121/2003, publicada no DJ de 19, 20 e 21.11.2003 e republicada
em 25.11.2003, editou a Súmula nº 146, que reproduzimos a seguir para melhor entendimento:

146 - Trabalho em domingos e feriados, não compensado

O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da
remuneração relativa ao repouso semanal.

Embora a redação da mencionada súmula faça referência apenas ao trabalho prestado em domin-
gos e feriados, há entendimento tanto na doutrina como na jurisprudência de que a súmula também se
aplica aos casos de trabalho em outros dias destinados ao repouso semanal remunerado (RSR) e não
só para domingos e feriados.

Portanto, de acordo com a Súmula TST nº 146, que atualmente predomina e norteia as decisões do
Poder Judiciário Trabalhista, a expressão “em dobro” significa o valor dobrado das horas trabalhadas em
domingo, feriado ou outro dia destinado ao repouso, mais o valor desses dias incluso na remuneração
do empregado, ou por cumprimento integral da jornada semanal, conforme o caso, o que equivale ao
pagamento em triplo, ou seja, o pagamento do salário mensal mais 2 vezes o valor do dia do repouso.

Exemplo
- salário mensal do empregado = R$ 1.100,00
- salário/hora = R$ 5,00 (R$ 1.100,00 ÷ 220)
- número de horas trabalhadas no dia de repouso = 8
- valor em dobro relativo às horas trabalhadas no RSR = R$ 80,00 (R$ 5,00 × 8 × 2)
- Total da remuneração mensal = R$ 1.180,00 (R$ 1.100,00 + R$ 80,00)

Vale ressaltar que a remuneração em dobro do RSR não se caracteriza como horário extraordinário
e sim como uma forma de compensar financeiramente o empregado por um trabalho realizado num dia
consagrado ao seu descanso semanal.
Guia de Cálculos Trabalhistas 109

Não obstante as considerações anteriores, a empresa deverá consultar o documento coletivo de


trabalho da respectiva categoria profissional a fim de verificar se há condição mais vantajosa garantida
ao empregado que trabalhe em dia destinado a descanso.

FERIADOS
Os feriados civis ou nacionais são declarados em lei federal. Os de âmbito estadual, correspon-
dentes às datas magnas dos Estados, devem ser pesquisados na legislação estadual. Os de âmbito mu-
nicipal (religiosos e os dias de início e término do ano do centenário de fundação do município) constam
de lei municipal.

Importante
Lembre-se que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o
art. 611-A à CLT para determinar, entre outras disposições, que os documentos coletivos de trabalho (acordo e conven-
ção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre a troca do dia de feriado.
Assim, o mencionado documento deverá ser consultado a fim de verificar a existência de determinação sobre a mudança
do dia comemorativo do feriado. Em caso positivo, valerá as disposições do documento coletivo.

Consideram-se civis ou nacionais os feriados descritos no quadro a seguir:

DATAS SIGNIFICADO
1º de janeiro Dia da Confraternização Universal - Dia da Paz Mundial
21 de abril Dia de Tiradentes
1º de maio Dia do Trabalho - Dia do Trabalhador
7 de setembro Dia da Independência do Brasil
12 de outubro Dia Consagrado a Nossa Senhora da Conceição Aparecida - Padroeira do Brasil
2 de novembro Dia de Finados (Dia dos Mortos)
15 de novembro Dia da Proclamação da República do Brasil
25 de dezembro Natal - Dia do Natal de Nosso Senhor

O dia em que se realizarem eleições cuja data seja fixada pela Constituição Federal também é
considerado feriado nacional.

Feriados estaduais
Relacionamos, no quadro a seguir, os feriados instituídos por alguns Estados da Federação.
DIAS DA
ESTADOS DATAS SEMANA EM SIGNIFICADO BASE LEGAL
2020
23 de janeiro Quinta-feira Dia do Evangélico Lei estadual nº 1.538/2004
8 de março Domingo Dia Internacional da Mulher Lei estadual nº 1.411/2001
Elevação à categoria de Esta-
Acre 15 de junho Segunda-feira Lei estadual nº 14/1964
do - Aniversário do Estado
5 de setembro Sábado Dia da Amazônia Lei estadual nº 243/1968
17 de novembro (1) Terça-feira Tratado de Petrópolis Lei estadual nº 57/1965
24 de junho Quarta-feira São João Lei estadual nº 5.508/1993
29 de junho Segunda-feira São Pedro Lei estadual nº 5.509/1993
Alagoas Emancipação política do Es-
16 de setembro (2) Quarta-feira -0-
tado
20 de novembro Sexta-feira Zumbi dos Palmares Lei estadual nº 5.724/1995
110 Guia de Cálculos Trabalhistas

DIAS DA
ESTADOS DATAS SEMANA EM SIGNIFICADO BASE LEGAL
2020
Criação do ex-Território Fe-
13 de setembro Domingo Constituição do Estado/1991, art. 355
Amapá deral
20 de novembro Sexta-feira Dia da Consciência Negra Lei estadual nº 1.169/2007
Elevação à categoria de pro-
5 de setembro Sábado Lei promulgada nº 25/1977
víncia
Amazonas
Zumbi dos Palmares / Dia da
20 de novembro Sexta-feira Lei promulgada nº 84/2010
Consciência Negra
Consolidação da Indepen- Constituição do Estado/1989, art.
Bahia 2 de julho Quinta-feira
dência do Brasil 6º, § 3º
Constituição do Estado/1989, art.
Ceará 25 de março Quarta-feira Abolição da escravatura 18, parágrafo único, acrescido pela
Emenda Constitucional nº 73/2011
10 de abril Sexta-feira Sexta-Feira da Paixão Lei distrital nº 72/1989
21 de abril (3) Terça-feira Fundação de Brasília Lei distrital nº 72/1989
Distrito Federal 11 de junho Quinta-feira Corpus Christi Lei distrital nº 72/1989
12 de outubro (3) Segunda-feira Nossa Senhora Aparecida Lei distrital nº 72/1989
30 de novembro Segunda-feira Dia do Evangélico Lei distrital nº 963/1995
Espírito Santo 20 de abril (4) Segunda-feira Nossa Senhora da Penha Lei estadual nº11.010/2019
Adesão à Independência do
Maranhão 28 de julho Terça-feira Lei estadual nº 2.457/1964
Brasil
Zumbi dos Palmares / Dia da
Mato Grosso 20 de novembro Sexta-feira Lei estadual nº 7.879/2002
Consciência Negra
Mato Grosso do Sul 11 de outubro Domingo Criação do Estado Lei estadual nº10/1979
Constituição do Estado/1989 art.
256, caput e inciso I, com reda-
Minas Gerais 21 de abril (5) Terça-feira Tiradentes
ção da Emenda à Constituição nº
89/2011
Adesão à Independência do
Pará 15 de agosto Sábado Lei n° 5.999/1996
Brasil
Paraíba 5 de agosto Quarta-feira Fundação do Estado Lei estadual nº 10.601/2015
Eclosão da Revolução Per-
Pernambuco 6 de março Sexta-feira Lei estadual nº 16.241/2017, art. 49
nambucana de 1817
Dia do Piauí - Aclamação da
Piauí 19 de outubro Segunda-feira Lei estadual nº 176/1937
Independência
25 de fevereiro (6.a) Terça-feira Terça-feira de Carnaval Lei estadual nº 5.243/2008
23 de abril Quinta-feira São Jorge Lei estadual nº 5.198/2008
Rio de Janeiro 10 de maio (6.b) Domingo Dia das Mães Lei estadual nº 8.174/2018
Zumbi dos Palmares / Dia da
20 de novembro Sexta-feira Lei estadual nº 4.007/2002
Consciência Negra
Dia Estadual à Memória dos
Rio Grande do Norte 3 de outubro Sábado Protomártires de Uruaçu e Lei estadual nº 8.913/2006
Cunhaú
Constituição do Estado/1989, art.
Rio Grande do Sul 20 de setembro Domingo Revolução Farroupilha 6º, parágrafo único, com redação da
Emenda Constitucional nº 11/1995
4 de janeiro Sábado Criação e instalação do Estado Lei estadual nº 2.291/2010
Rondônia
18 de junho Quinta-feira Dia dos Evangélicos Veja nota (7)
Elevação do ex-território à
Roraima 5 de outubro Segunda-feira Constituição do Estado/1991 art. 9º
categoria de Estado
Guia de Cálculos Trabalhistas 111

DIAS DA
ESTADOS DATAS SEMANA EM SIGNIFICADO BASE LEGAL
2020
Lei estadual nº 10.306/1996 com
as alterações da Lei estadual nº
Dia do Estado de Santa Ca-
11 de agosto (8) Terça-feira 12.906/2004, da Lei estadual nº
tarina
13.408/2005 e consolidada pela Lei
estadual nº 17.335/2017
Santa Catarina
Lei estadual nº 10.306/1996, com
as alterações da Lei estadual nº
Dia de Santa Catarina de Ale-
25 de novembro (8) Quarta-feira 12.906/2004, da Lei estadual nº
xandria
13.408/2005 e consolidada pela Lei
estadual nº 17.335/2017
Revolução Constitucionalis-
São Paulo 9 de julho Quinta-feira Lei estadual nº 9.497/1997
ta de 1932
Constituição do Estado/1989, art.
269, com redação Emenda Consti-
Sergipe 8 de julho Quarta-feira Independência do Estado
tucional nº 20/2000
Decreto estadual nº 30.129/2015
Nossa Senhora da Nativida-
8 de setembro Terça-feira Lei estadual nº 627/1993
de - Padroeira do Estado
Tocantins Criação do Estado / Promul-
5 de outubro Segunda-feira gação da primeira Constitui- Lei estadual nº 098/1989
ção Estadual
(1) No Estado do Acre, a Lei estadual nº 2.126/2009, com as alterações da Lei estadual nº 2.247/2009, estabeleceu que serão
comemorados por adiamento, nas sextas-feiras, os feriados estaduais que caírem entre as terças e quintas-feiras, à exceção
do alusivo ao aniversário do Estado do Acre (15 de junho).
(2) Tendo em vista que a Lei nº 9.093/1995 (federal) prevê como feriado civil a data magna do Estado, fixada em lei estadual,
o feriado de 16 de setembro no Estado de Alagoas deverá ser previamente confirmado perante os Poderes Executivo e
Legislativo desse Estado, uma vez que esse feriado tem sido definido por meio de Decreto (ex.: em 2019, Decreto estadual
nº 62.819/2018) e não por uma lei estadual.
(3) No Distrito Federal, não obstante a Lei distrital nº 72/1989 tenha instituído os dias 21 de abril e 12 de outubro como
feriados estaduais, referidas datas foram, posteriormente, declaradas como feriados federais.
(4) No Estado do Espírito Santo, a Lei estadual nº 11.010/2019 definiu que a comemoração da Data Magna - dia dedicado
à Padroeira do Estado, Nossa Senhora da Penha, será sempre na segunda-feira, 8º dia posterior ao domingo de Páscoa.
(5) No Estado de Minas Gerais, não obstante a Constituição do Estado/1989 tenha instituído o dia 21 de abril como feriado
estadual, referida data foi, posteriormente, declarada como feriado federal.
(6) No Estado do Rio de Janeiro:
a) a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 4131-2, que questionou a Lei estadual nº 5.243/2008, não foi conhe-
cida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), conforme decisão monocrática divulgada no DJE em 24.09.2018 e transitada
em julgado em 25.10.2018;
b) a Lei estadual nº 8.174/2018, que instituiu o segundo domingo do mês de maio como feriado estadual, em comemo-
ração ao Dia das Mães, é objeto da Adin nº 6133-2, em tramitação perante o STF.
(7) A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 3.940, questionando a lei estadual de Rondônia que criou o feriado
estadual de 18 de junho. Foi julgada procedente pelo STF, declarando a inconstitucionalidade da Lei nº 1.026/2001, do Estado
de Rondônia, nos termos do voto do Relator e publicada no DOU de 14.08.2020.
(8) Lei estadual nº 12.906/2004, art. 1º, com as alterações da Lei estadual nº 13.408/2005, determinou que sempre que os
dias 11 de agosto (Dia do Estado de Santa Catarina) e 25 de novembro (Dia de Santa Catarina de Alexandria) coincidirem
com dias úteis da semana, os feriados e os eventos alusivos às datas serão transferidos para o domingo subsequente.

Não obstante o quadro anterior, os feriados estaduais, tanto nos Estados ora relacionados como
nas demais Unidades da Federação, deverão ser verificados e confirmados perante a legislação do res-
pectivo Estado, tendo em vista a possibilidade de alterações posteriores.
112 Guia de Cálculos Trabalhistas

Feriados municipais ou religiosos

São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, segundo a tradição local e
em número não superior a 4, neste incluída a Sexta-feira da Paixão.

Relacionamos, a seguir, algumas datas de comemoração municipal (incluindo os dias de Carna-


val), cuja definição depende da existência de lei municipal específica.

MESES DIA DIAS DA SEMANA EM 2020 SIGNIFICADO COMEMORAÇÃO EM 2020


Fevereiro/Março Data móvel Terça-feira Carnaval 25 de fevereiro
Fevereiro/Março Data móvel Quarta-feira Cinzas 26 de fevereiro
Março/Abril Data móvel Sexta-Feira Sexta-Feira Santa 10 de abril
Março/Abril Data móvel Domingo Páscoa 12 de abril
Maio/Junho Data móvel Quinta-feira Corpus Christi 11 de junho
Junho 13 Sábado Santo Antônio -0-
Junho 24 Quarta-feira São João -0-
Junho 29 Segunda-feira São Pedro e São Paulo -0-

Feriado que recai em dia de repouso

Quando o feriado recai em dia que já é destinado ao repouso semanal do empregado o pagamento
do dia correspondente não é dobrado, ou seja, o empregado recebe a remuneração simples.

Exemplo
Considerando que o repouso semanal do empregado seja no domingo. O dia 15 de novembro (Proclamação da
República - feriado nacional) no ano de 2020 irá recair no domingo. Portanto, apesar de este domingo ser feria-
do, como haverá coincidência com o RSR do empregado, não há que se falar em remuneração dobrada, ou seja,
o empregado receberá remuneração do domingo, dia 15.11, de forma simples.
Empregado diarista com salário de R$ 50,00, temos:
- semana anterior integralmente trabalhada
- RSR = dia 15.11.2020 (coincide com o feriado)
- remuneração dos dias trabalhados na semana = R$ 300,00 (R$ 50,00 × 6)
- RSR relativo à semana = R$ 50,00
- remuneração total da semana = R$ 350,00 (R$ 300,00 + R$ 50,00)

Feriado que recai em sábado compensado

A compensação mais comum é a que visa ter o sábado livre em cada semana de trabalho. Entre-
tanto, pode ocorrer um feriado nesse dia e o empregado trabalhar horas a mais durante a semana para
compensar um sábado sem expediente.

Há os que entendem que as referidas horas trabalhadas a mais devem ser remuneradas como
extras, acrescidas de, no mínimo, 50% sobre a hora normal. Outros propõem a remuneração em dobro
de feriado que recai aos sábados.

Situação diversa ocorre, ainda, em feriado durante a semana (2ª a 6ª feira), e o empregado não
trabalha para compensar as horas correspondentes a esse dia.
Guia de Cálculos Trabalhistas 113

Em decorrência, inexistindo cláusula expressa em documento coletivo de trabalho que discipline


o assunto, entende-se que o caso poderá ser resolvido da seguinte forma:

Quando o feriado recair num sábado, o empregado cumprirá as horas excedentes trabalhadas
durante a semana, sem qualquer acréscimo salarial, como faz habitualmente, e, em troca, o empregado
percebe as horas normais mais as compensadas, quando o feriado recair em qualquer outro dia da se-
mana (de 2ª a 6ª feira).
a) feriado em sábado

HORAS EFETIVAMENTE TRABALHADAS DESCANSO REMUNERADO

2ª feira 8h48min Sábado (feriado) 7h20min compensadas durante a semana

3ª feira 8h48min Domingo 7h20min

4ª feira 8h48min

5ª feira 8h48min

6ª feira 8h48min

Total 44h

Total 51h20min (44h + 7h20min)

b) feriado em qualquer dia da semana (2ª a 6ª feira)

HORAS EFETIVAMENTE TRABALHADAS DESCANSO REMUNERADO

2ª feira 8h48min 3ª feira 8h48min

3ª feira feriado Sábado 7h20min

4ª feira 8h48min compensadas durante a semana

5ª feira 8h48min Domingo 7h20min

6ª feira 8h48min

Total 35h12min Total 16h08min

Total 51h20min (35h12min + 16h08min)

Se a empresa preferir, pode adotar o critério a seguir:


a) quando o feriado recair no sábado, os empregados deixam de compensar durante a semana.

HORAS EFETIVAMENTE TRABALHADAS

2ª feira 07h20min

3ª feira 07h20min

4ª feira 07h20min

5ª feira 07h20min

6ª feira 07h20min

sábado (feriado) 07h20min

Domingo 07h20min

Total 51h20min
114 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) quando o feriado recair de 2ª a 6ª feira, os empregados completam as horas faltantes para com-
pensar o sábado nos demais dias, observando-se o limite máximo de 2 horas diárias, ou seja, 1
hora e 28 minutos do feriado distribuída nos outros 4 dias (88 minutos ÷ 4 = 22 minutos).
HORAS EFETIVAMENTE TRABALHADAS

2ª feira 09h10min

3ª feira 09h10min

4ª feira (feriado) 07h20min

5ª feira 09h10min

6ª feira 09h10min

sábado (já compensado)

Domingo 07h20min

Total 51h20min

Levando-se em consideração os comentários anteriores, pode-se, resumidamente, estabelecer as


seguintes situações:
a) feriado em sábado
Neste caso, parece razoável que, durante a semana, não haja compensação do sábado feriado
(48 minutos diários, na hipótese de jornada semanal de 44 horas), sem prejuízo aos emprega-
dos, que perceberão 5 dias de 8 horas, mais 1 dia de 4 horas e 7h20min/RSR, no total de 51h20
semanais, o que ocorreria na compensação normal (5 dias × 8h48min + 7h20min/RSR);
b) feriado que recai de 2ª a 6ª feira
Mediante acordo com os empregados, pode-se distribuir o período que seria trabalhado no
feriado (48 minutos) nos outros 4 dias da semana (12 minutos diários);
c) solução que pode ser adotada
Considerar como de 8h48min o feriado que recai de 2ª a 6ª feira. Em contrapartida, quando
o feriado recair em sábado, os empregados cumprem a jornada semanal normal (8h48min
diários, de 2ª a 6ª feira).

DESCONTO DO RSR
Para que o empregado tenha direito à remuneração do RSR, é necessário que o seu horário de
trabalho na semana anterior seja integralmente cumprido, sem faltas, atrasos ou saídas durante o expe-
diente, desde que tenham ocorrido sem motivo justificado ou em virtude de punição disciplinar.
“Semana anterior” corresponde ao período de segunda-feira a domingo anterior à semana em que
recair o dia de repouso.
Esse entendimento, contudo, não é pacífico, pois existe corrente que entende por “semana ante-
rior” aquela que inclui o repouso da semana em que ocorreu a falta.
SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA SÁBADO DOMINGO
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30
Guia de Cálculos Trabalhistas 115

Observando o calendário acima temos:

1º entendimento:

Empregado que faltou no dia 10, perde o repouso do dia 19.

2º entendimento

Empregado que faltou no dia 10 perde o repouso do dia 12.

Todavia, entre outras, as ausências a seguir são legais e não prejudicam a remuneração do RSR:

I - até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão;

II - até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;

III - por 5 dias, enquanto não for fixado outro prazo em lei, como licença-paternidade

IV - por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente
comprovada;

V - até 2 dias consecutivos ou não, para fins de alistamento eleitoral, nos termos da lei respectiva;

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na Lei
nº 4.375/1964, art. 65, “c” (Lei do Serviço Militar);

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingres-
so em estabelecimento de ensino superior;

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo;

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sin-
dical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro;

X - até 2 dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período
de gravidez de sua esposa ou companheira;

XI - por 1 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica;

XII - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto


não criminoso e de adoção ou guarda judicial de criança, para fins de adoção observados os requisitos
da legislação previdenciária para percepção do benefício de salário-maternidade;

XIII - justificadas pela empresa, assim entendidas as que não tiverem determinado o desconto do
correspondente salário;

XIV - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão pre-
ventiva, quando for impronunciado ou absolvido;

XV - comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou;

XVI - comparecimento como parte à Justiça do Trabalho;

XVII - para servir como jurado no Tribunal do Júri;


116 Guia de Cálculos Trabalhistas

XVIII - afastamento por doença ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pela empresa
mediante comprovação, observada a legislação previdenciária;

XIX - convocação para serviço eleitoral;

XX - greve, desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do
Trabalho que disponha sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisação
das atividades;

XXI - período de frequência em curso de aprendizagem;

XXII - para o(a) professor(a), por 9 dias, em consequência de casamento ou falecimento de cônju-
ge, pai, mãe ou filho;

XXIII - dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atuações do Conselho
Nacional de Previdência Social (CNPS), as quais são computadas como jornada efetivamente trabalha-
da para todos os fins e efeitos legais;

XXIV - período de férias, que, inclusive, é computado para todos os efeitos como tempo de serviço;

XXV - dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, decorrentes das ativi-
dades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos
os fins e efeitos legais;

XXVI - o período de afastamento do representante dos empregados quando convocado para atuar
como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia, sendo computado como tempo de trabalho
efetivo o despendido nessa atividade;

XXVII - atrasos decorrentes de acidentes de transporte, comprovados mediante atestado da em-


presa;

XXVIII - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo, 6
consultas médicas e demais exames complementares durante a gravidez;

XXIX - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestado pelo INSS;

XXX - nos dias em que não tenha havido serviço;

XXXI - até 3 dias (em cada 12 meses de trabalho) para realização de exames preventivos de câncer
devidamente comprovada;

XXXII - outros motivos previstos em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho da entida-
de sindical representativa da categoria profissional.

Há polêmica quanto ao desconto ou não do RSR dos empregados mensalista e quinzenalista


quando faltam ao serviço sem justificativa legal.

Há corrente jurisprudencial que entende que o mensalista e o quinzenalista não estão sujeitos à
assiduidade para fazer jus ao repouso remunerado, ou seja, ainda que faltem ao trabalho sem justifica-
tiva legal, desconta-se somente o valor correspondente ao dia da falta, visto os dias de repouso serem
considerados já remunerados.

Corrente contrária entende que os requisitos para a concessão do RSR, assiduidade e pontualida-
de, se aplicam a todos os empregados, mensalistas ou não, sob pena de ferir o princípio da igualdade.
Guia de Cálculos Trabalhistas 117

Segundo entendemos, aos empregados contratados como quinzenalistas ou mensalistas não


será devido o RSR quando, sem motivo justificado, não tiverem trabalhado durante toda a semana,
cumprindo integralmente seu horário de trabalho.
Entretanto, se o empregador estiver seguindo o critério de não descontar o RSR de mensalista e
quinzenalista e vier a fazê-lo, poderá ser surpreendido com a arguição de nulidade dessa alteração por
contrariar a CLT, art. 468, que considera lícitas apenas as alterações dos contratos de trabalho que não
resultem, direta ou indiretamente, prejuízos aos empregados.
Ao horista, diarista e semanalista, não há qualquer controvérsia, o direito ao repouso semanal depende
de o empregado trabalhar durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o horário de trabalho.

Exemplo
Considerando um empregado mensalista que em um mês de 30 dias tenha faltado injustificadamente ao serviço
por 1 dia e, com salário mensal de R$ 2.220,00, temos:
1ª corrente de entendimento que defende que o mensalista não está sujeito à assiduidade para fazer jus ao RSR.
- salário mensal = R$ 2.220,00
- salário/dia = R$ 74,00 (R$ 2.220,00 ÷ 30)
- desconto do dia da falta = R$ 74,00
- remuneração mensal devida = R$ 2.146,00 (R$ 2.220,00 - R$ 74,00)
Observe-se que, neste exemplo, em virtude do entendimento desta corrente, o dia do repouso relativo à semana
da falta não foi descontado.
2ª corrente de entendimento que defende que o mensalista está sujeito à assiduidade para fazer jus ao RSR.
- salário mensal = R$ 2.220,00
- salário/dia = R$ 74,00 (R$ 2.220,00 ÷ 30)
- desconto do dia da falta = R$ 74,00
- desconto do repouso relativo à semana da falta = R$ 74,00
- desconto total = R$ 148,00 (R$ 74,00 + R$ 74,00)
- remuneração mensal devida = R$ 2.072,00 (R$ 2.220,00 - R$ 148,00)
Observe-se que, neste exemplo, em virtude do entendimento desta 2ª corrente, foi descontado tanto o dia da
falta como o RSR correspondente.

ADMISSÃO NO CURSO DA SEMANA


O empregado faz jus ao RSR caso a admissão ocorra no meio da semana.

EXEMPLO

3ª feira (admissão) 7h20min

4ª feira 7h20min

5ª feira 7h20min

6ª feira 7h20min

Sábado 7h20min

Domingo 7h20min

Total 44h
118 Guia de Cálculos Trabalhistas

O procedimento em comento leva em consideração a doutrina trabalhista, que prevê o pagamen-


to do repouso semanal ao empregado admitido no curso da semana em razão de não existir a obrigato-
riedade do trabalho nos dias anteriores à admissão. Assim, a empresa, por ter admitido um empregado
no decorrer da semana, assume, normalmente, o pagamento do respectivo repouso semanal, salvo se o
empregado nos dias posteriores à admissão tiver incorrido em faltas ou atrasos injustificados.

Dicas do eSocial
As informações relativas ao Repouso Semanal Remunerado serão lançadas no eSocial observando os códigos do even-
to S-1010 - Tabela de Rubricas, a qual será utilizada para validação do evento de Remuneração dos Trabalhadores.
Na simplificação do eSocial, a ser implantada em futuro próximo, está previsto que será criada uma tabela de rubrica
padrão com as incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar
o evento S-1010 - Tabela de Rubricas.
CAPÍTULO V
FÉRIAS INDIVIDUAIS

Todo empregado tem direito, anualmente, ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remu-
neração. A finalidade básica das férias é a recuperação das forças gastas pelo trabalhador no decurso
de cada ano de serviços prestados ao mesmo empregador.

Assim, após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado tem
direito a férias na seguinte proporção.

Nº DE FALTAS INJUSTIFICADAS AO SERVIÇO


Nº DE DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS
NO CURSO DO PERÍODO AQUISITIVO

30 Até 5

24 de 6 a 14

18 de 15 a 23

12 de 24 a 32

Os empregados contratados pelo regime de tempo parcial, ou seja, aquele cuja duração não exce-
da a 30 horas semanais, sem possibilidade de horas suplementares ou aquele cuja duração não exceda
26 horas semanais com possibilidade de até 6 horas suplementares semanais, também têm direito a 30,
24, 18 ou 12 dias de férias, conforme o número de faltas injustificadas no período aquisitivo respectivo.

Conclui-se que mais de 32 faltas injustificadas no curso do período aquisitivo implicam, para o
empregado, a perda do direito às férias correspondentes.

Cumpre observar, portanto, que, para fins do cálculo do período de férias a que o empregado terá
direito, não poderá o empregador descontar diretamente as faltas do empregado ao serviço. Deve, para
tanto, cumprir a escala proporcional de férias anteriormente mencionada.

Lembre-se de que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram
desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposições, que constitui
objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão ou redução do
número de dias de férias devidas ao empregado, bem como do gozo de férias anuais remuneradas com
pelo menos um terço a mais do que o salário normal.

FALTAS NÃO CONSIDERADAS PARA FINS DE APURAÇÃO DO NÚMERO DE DIAS DE FÉRIAS

Uma vez justificada pela lei ou abonada por mera liberalidade do empregador (ambas não sujeitas
a desconto na remuneração), a falta não deve ser computada para efeito de reduzir o gozo das férias,
sendo, pois, ilegal qualquer acordo entre empregado e empregador para desconto de falta nas férias,
bem como o acordo firmado para que sejam “descontados” das férias os dias relativos a “pontes en-
tre feriados” em que não tenha havido expediente na empresa, como por exemplo, compensação das
120 Guia de Cálculos Trabalhistas

sextas e das segundas-feiras que, respectivamente, sucedem e antecedem os feriados das quintas e
terças-feiras.

Importante
Lembre-se de que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acres-
ceu o art. 611-A à CLT para determinar, entre outras disposições, que os documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) têm prevalência sobre a lei, quando dispuserem, entre outros, sobre a troca do dia de feriado.
Assim, o mencionado documento deverá ser consultado a fim de verificar a existência de determinação sobre a mudan-
ça do dia comemorativo do feriado. Em caso positivo, valerão as disposições do documento coletivo.

Não se consideram faltas ao serviço para fins de apuração do direito às férias, entre outras:

I - até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão;


II - até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por 5 dias, enquanto não for fixado outro prazo em lei, como licença-paternidade;
IV - por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamen-
te comprovada;
V - até 2 dias consecutivos ou não, para fins de alistamento eleitoral, nos termos da lei respectiva;
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na Lei
nº 4.375/1964, art. 65, “c” (Lei do Serviço Militar);
VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingres-
so em estabelecimento de ensino superior;
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo);
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sin-
dical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro;
X - até 2 dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período
de gravidez de sua esposa ou companheira;
XI - por 1 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica;
XII - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto
não criminoso e de adoção ou guarda judicial de criança, para fins de adoção, observados os requisitos
da legislação previdenciária para percepção do benefício de salário-maternidade;
XIII - justificadas pela empresa, assim entendidas as que não tiverem determinado o desconto do
correspondente salário;
XIV - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão pre-
ventiva, quando for impronunciado ou absolvido;
XV - comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou;
XVI - comparecimento como parte à Justiça do Trabalho;
XVII - para servir como jurado no Tribunal do Júri;

XVIII - afastamento por doença ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pela empresa
mediante comprovação, observada a legislação previdenciária;
Guia de Cálculos Trabalhistas 121

XIX - convocação para serviço eleitoral;

XX - greve, desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do
Trabalho que disponha sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisação
das atividades;

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à
CLT para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo
e convenção) a supressão ou redução:
a) do direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses
que devam por meio dele defender;
b) definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessi-
dades inadiáveis da comunidade em caso de greve.

XXI - período de frequência em curso de aprendizagem;

XXII - para o(a) professor(a), por 9 dias, em consequência de casamento ou falecimento de cônju-
ge, pai, mãe ou filho;

XXIII - dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atuações do Conselho
Nacional de Previdência Social (CNPS), as quais são computadas como jornada efetivamente trabalha-
da para todos os fins e efeitos legais;

XXIV - período de férias, que, inclusive, é computado para todos os efeitos como tempo de serviço;

XXV - dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, decorrentes das ativi-
dades desse órgão, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos
os fins e efeitos legais;

XXVI - o período de afastamento do representante dos empregados quando convocado para atuar
como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia, sendo computado como tempo de trabalho
efetivo o despendido nessa atividade;

XXVII - atrasos decorrentes de acidentes de transporte, comprovados mediante atestado da empresa;

XXVIII - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo,
6 consultas médicas e demais exames complementares durante a gravidez;

XXIX - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestados pelo INSS, salvo se o bene-
fício perdurar por mais de 6 meses, ainda que descontínuos, dentro de um mesmo período aquisitivo,
hipótese em que o empregado não tem direito às férias;

XXX - nos dias em que não tenha havido serviço, exceto se o empregado deixar de trabalhar por
mais de 30 dias com percepção de salário no curso do período aquisitivo em virtude de paralisação par-
cial ou total dos serviços de empresas, caso em que não faz jus às férias;

XXXI - até 3 dias (em cada 12 meses de trabalho) para a realização de exames preventivos de cân-
cer devidamente comprovada;

XXXII - outros motivos previstos em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho da entida-
de sindical representativa da categoria profissional.
122 Guia de Cálculos Trabalhistas

PERÍODO AQUISITIVO DE FÉRIAS


Período aquisitivo corresponde ao período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, ven-
cido os quais, o empregado passa a ter direito às férias correspondentes.

Exemplo
Empregado admitido em 02.01.2014.
Períodos aquisitivos de férias:
1º) 02.01.2014 a 1º.01.2015
2º) 02.01.2015 a 1º.01.2016
3º) 02.01.2016 a .1º.01.2017
4º) 02.01.2017 a .1º.01.2018
5º) 02.01.2018 a 1º.01.2019
6º) 02.01.2019 a 1º.01.2020
7º) 02.01.2020 a .... (período ainda em curso que se completará em 1º.01.2021, caso não ocorra afastamentos do
trabalho que interfira na contagem de férias.

Período concessivo
Vencido o período aquisitivo, o empregador tem o prazo de 12 meses a contar de então, para con-
ceder as férias ao empregado. Entretanto, a época de concessão das férias deve atender tanto ao inte-
resse do empregador como ao do empregado, ou seja, a ocasião em que as férias serão gozadas será
determinada pelo empregador, após consulta ao empregado, levando-se em conta as necessidades do
trabalho e as possibilidades de repouso e diversão do empregado.

Dessa forma, constata-se que não pode o empregador, unilateralmente, decidir sobre a época em
que o seu empregado gozará as férias, sendo necessário, para tanto, analisar não só as necessidades
da empresa, mas também o interesse do empregado no que se relaciona ao seu repouso e diversão;
portanto, o período de gozo de férias deve ser decidido em comum acordo.

É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de Repouso Se-
manal Remunerado. Por exemplo, se ocorrer um feriado na quarta-feira, o empregado não poderá entrar
em férias na segunda feira antecedente.

Exemplo
Empregado admitido em 02.01.2014.
Períodos aquisitivos de férias Período concessivo de férias
1º) 02.01.2014 a 1º.01.2015 02.01.2015 a 1º.01.2016
2º) 02.01.2015 a 1º.01.2016 02.01.2016 a 1º.01.2017
3º) 02.01.2016 a 1º.01.2017 02.01.2017 a 1º.01.2018
4º) 02.01.2017 a 1º.01.2018 02.01.2018 a 1º.01.2019
5º) 02.01.2018 a 1º.01.2019 02.01.2019 a 1º.01.2020
6º) 02.01.2019 a 1º.01.2020 02.01.2020 a 1º.01.2021
Guia de Cálculos Trabalhistas 123

Deve-se observar, ainda, em relação ao gozo de férias:

a) o empregado estudante, menor de 18 anos de idade, tem o direito de fazer coincidir suas férias
com o período de suas férias escolares;

b) as férias dos trabalhadores aprendizes devem coincidir, preferencialmente, com as férias es-
colares, sendo vedado ao empregador fixar período diverso daquele definido no programa de
aprendizagem;

c) os membros de uma família, que trabalham no mesmo estabelecimento ou empresa, têm direi-
to a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se deste fato não resultar prejuízo
para o serviço.

FRACIONAMENTO

Reza a CLT que, desde que haja concordância do empregado, independentemente de sua idade,
as férias poderão ser usufruídas em até 3 períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a 14 dias
corridos e os demais não poderão ser inferiores a 5 dias corridos, cada um.

PERDA DO DIREITO

Não tem direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

a) permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 dias;

b) deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30 dias em virtude de paralisação
parcial ou total dos serviços da empresa; e

c) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente do trabalho ou de benefício por


incapacidade temporária (auxílio-doença) por mais de 6 meses, embora descontínuos.

Nota
O item 2, do art. 6º, da Convenção OIT nº 132 dispõe que, em condições a serem determinadas pela autoridade compe-
tente ou pelo órgão apropriado de cada país, os períodos de incapacidade para o trabalho resultantes de doença ou de
acidentes não poderão ser computados como parte do período mínimo de férias anuais remuneradas previsto no § 3º do
art. 3º da mencionada Convenção. Portanto, entende-se que esta determinação fica na dependência de norma legal que
a regulamente.
Nestes casos, anota-se a interrupção da prestação de serviços na Carteira de Trabalho. Em consequência, inicia-se o
decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste
tópico, retornar ao serviço.

LICENÇA REMUNERADA

A licença remunerada, não é disciplinada pela legislação trabalhista, ficando a critério do empre-
gador sua concessão ou não ao empregado. Quando concedida acarreta a interrupção do contrato de
trabalho.

Assim, caso haja concessão da citada licença no curso do período aquisitivo por mais de 30 dias,
o empregado perde o direito às férias do respectivo período.

Lembra-se que, caso a licença, embora superior a 30 dias, recaia em períodos aquisitivos distintos,
de tal forma que em nenhum deles ultrapasse a 30 dias, não haverá a perda do direito às férias.
124 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
a) licença remunerada de 31 dias dentro do mesmo período aquisitivo (perda do direito a férias)
b) licença remunerada de 44 dias em aquisitivos distintos (manutenção do direito a férias)
- Licença total = 44 dias (16.02 a 31.03.2018), porém em períodos aquisitivos distintos, assegurando a manutenção
das férias de ambos os períodos, visto que, em nenhum deles o período de licença ultrapassou a 30 dias.
c) licença remunerada de 56 dias (manutenção e perda do direito a férias em períodos aquisitivos distintos)
- Manutenção do direito a férias: aquisitivo de 08.07.2017 a 07.07.2018 (16 dias de licença remunerada);
- Perda do direito a férias: aquisitivo de 08.07.2018 a 07.07.2019 (40 dias de licença).

LICENÇA NÃO REMUNERADA

Assim como a licença remunerada, a licença não remunerada não é prevista em lei, podendo ser
concedida ou não pelo empregador, a pedido do empregado. Sua concessão, entretanto, acarreta a
suspensão temporária de todos os efeitos do contrato de trabalho.

Independentemente do seu tempo de duração, não ocasiona a perda do direito a férias, mas so-
mente suspende a contagem do período aquisitivo, cujo tempo de serviço deve ser complementado
pelo empregado quando de seu retorno ao trabalho, com o cumprimento do período aquisitivo que
ficou suspenso.

Observar que, a partir do dia seguinte ao término do cumprimento do aquisitivo restante, inicia-se
a contagem de novo período aquisitivo.

ADMISSÃO TÉRMINO DO INÍCIO


ÚLTIMO DIA LICENÇA NÃO RETORNO AO
E INÍCIO DE AQUISITIVO DE NOVO
TRABALHADO REMUNERADA TRABALHO
AQUISITIVO RESTANTE AQUISITIVO

10.03.2018 09.06.2018 10.06 a 09.09.2018 10.09.2018 09.06.2019 10.06.2019

Suspensão contratual
3 meses 9 meses
92 dias

A soma dos 3 meses anteriores à licença com os 9 meses após a licença, totalizam o período
aquisitivo de 12 meses.

PARALISAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DA EMPRESA

O empregado, nestas hipóteses não faz jus a férias, desde que:


a) seja notificado do período de paralisação;
b) não seja convocado a trabalhar antes de 31 dias corridos;
c) tenha recebido os correspondentes salários;
d) a empresa tenha comunicado à Secretaria Especial de Trabalho, com antecedência mínima de
15 dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços;
e) em igual prazo supracitado, a empresa tenha comunicado, nos mesmos termos acima, o sindi-
cato representativo da categoria profissional; e
f) a empresa tenha afixado aviso, nos termos anteriormente mencionados nos respectivos locais
de trabalho.
Guia de Cálculos Trabalhistas 125

Prestações por doença ou acidente superiores a 6 meses, ainda que descontínuos, no mesmo
período aquisitivo

O afastamento por motivo de doença ou acidente, com recebimento de benefício pelo INSS, du-
rante mais de 6 meses, no mesmo aquisitivo ainda que descontínuos, implica a perda do direito às férias
correspondentes.

Exemplos
a) empregado admitido em 06.01.2019 afastou-se por motivo de doença ou acidente no período de 1º.05.2019
(16º dia de afastamento) a 30.11.2019, retornando ao serviço em 1º.12.2019. Observa-se que o período aquisitivo
iniciado em 06.01.2019 foi interrompido pelo acidente ou doença durante 7 meses contínuos. Portanto, ao em-
pregado não são devidas férias, iniciando-se novo período aquisitivo em 1º.12.2019.
b) o período aquisitivo do empregado, iniciado em 06.01.2018, foi interrompido pelos períodos de afastamento
(doença ou acidente) seguintes:
- de 1º.02.2019 (16º dia de afastamento) a 30.04.2019 e retorno em 1º.05. 2019;
- de 1º.08.2019 a 30.11.2019 e retorno em 1º.12.2019.
Assim:
Observa-se que a soma dos dois períodos de afastamento no curso do mesmo período aquisitivo resultou em
7 meses.
Neste exemplo, o empregado não tem direito a férias relativas ao período aquisitivo de 06.01.2019 a 05.01.2020
por ter-se afastado durante 7 meses, embora descontínuos, no mesmo período aquisitivo.
a) empregado admitido em 08.01.2018 afastou-se por motivo de doença ou acidente no período de 08.07.2018
(16º dia de afastamento) a 07.07.2019, retornando em 08.07.2019.
Portanto, o empregado afastou-se por 12 meses, dos quais 6 recaíram no aquisitivo de 08.01.2018 a 07.01.2019
(08.07.2018 a 07.01.2019) e os outros 6 no aquisitivo de 08.01.2019 a 07.01.2020 (08.01.2019 a 07.07.2019).
Neste caso, o empregado tem direito a férias (30, 24, 18 ou 12 dias corridos, conforme a escala proporcional),
relativas a cada um dos períodos aquisitivos, embora tenha recebido prestações de benefícios por 12 meses.
O período de benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) não é considerado falta.
b) empregado admitido em 04.01.2018 afastou-se por motivo de doença ou acidente no período de 04.03.2018
(16º dia de afastamento) a 03.09.2019, retornando em 04.09.2019.
Logo, o empregado afastou-se por 18 meses, dos quais 10 recaíram no aquisitivo de 04.01.2018 a 03.01.2019
(04.03.2018 a 03.01.2019) e 8 meses no aquisitivo de 04.01.2019 a 03.01.2020 (04.01.2019 a 03.09.2019).
No caso, o empregado não faz jus a férias relativas a ambos os períodos aquisitivos, posto ter recebido presta-
ções de benefícios por período superior a 6 meses, em cada um, acarretando, portanto, o início da contagem de
novo período aquisitivo por ocasião de seu retorno em 04.09.2019.

SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO

O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para prestar serviço militar obrigató-
rio computa-se no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabelecimento dentro do prazo de
90 dias da data em que se verificar a respectiva baixa.

Portanto, o período de afastamento não é computado para efeito de férias, sendo considerado
o período anteriormente trabalhado e complementado com o tempo que falta quando o empregado
retornar ao serviço.
126 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
a) empregado admitido em 1º.02.2018 se afastou para cumprimento do serviço militar obrigatório de 1º.01.2019 a
31.12.2019 e retornou ao trabalho em 19.01.2020 (dentro dos 90 dias após a baixa). Como trabalhou efetivamente
de 1º.02.2018 a 31.12.2018 (11 meses), deverá trabalhar mais 1 mês de 19.01.2020 a 18.02.2020, completando, por-
tanto, 1 período aquisitivo de férias.
b) empregado admitido em 1º.02.2018 se afastou para cumprimento do serviço militar obrigatório de 1º.01.2019 a
31.12.2019 e retorna ao trabalho em 25.04.2020 (vencido o prazo de 90 dias após a baixa). Embora o empregado
tenha efetivamente trabalhado de 1º.02.2018 a 31.12.2018 (11 meses), não se cogitará da complementação de 1
mês do período aquisitivo de férias, pois houve perda das férias em virtude de o retorno ao serviço ter ocorrido
em 25.04.2020 (após 90 dias da data da baixa no serviço militar).

ABONO PECUNIÁRIO

É facultado ao empregado, converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecu-
niário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

Assim, conforme o número de dias corridos de férias a que faz jus, o empregado pode pleitear a
conversão e o pagamento do abono pecuniário na seguinte proporção:

PERÍODO EM DINHEIRO PERÍODO DE FÉRIAS EM DESCANSO FÉRIAS/LIMITE DE FALTAS


(CONVERSÃO DE 1/3) Nº DE DIAS Nº DE DIAS INJUSTIFICADAS

10 20 30 dias - até 5 faltas

8 16 24 dias - de 6 a 14 faltas

6 12 18 dias - de 15 a 23 faltas

4 8 12 dias - de 24 a 32 faltas

Embora a CLT fixe em 1/3 o limite do abono pecuniário, há quem admita ser possível a conversão
inferior a esse limite, mediante acordo entre empregado e empregador, pois, no caso, se amplia o perío-
do de gozo atendendo à finalidade principal das férias, ou seja, o descanso. Todavia, é ilegal aumentar o
período de abono pecuniário para reduzir as férias além do terço permitido.

O abono deve ser requerido pelo empregado, até 15 dias antes do término do período aquisitivo.
Se for requerido após o citado prazo, a concessão ou não do abono fica a critério exclusivo do empre-
gador.

FÉRIAS FRACIONADAS E O ABONO

Quando as férias do empregado são fracionadas (com o consentimento deste) em 2 ou 3 perío-


dos, surge a dúvida com relação ao cálculo do abono pecuniário.

Conforme vimos, a CLT determina que, com a concordância do empregado, as suas férias podem
ser fracionadas em até 3 períodos, sendo que um deles não pode ser inferior a 14 dias e os dois restantes
não podem ser inferiores a 5 dias.

A Convenção nº 132 da OIT determina que, excetuada previsão em contrário contida em acordo,
um dos períodos das férias fracionadas não poderá ser inferior a 14 dias.
Guia de Cálculos Trabalhistas 127

Assim, conclui-se que, ao fixar a possibilidade de fracionamento das férias em 3 períodos, o legis-
lador entendeu que o gozo de 24 dias de férias ao ano, considerando os 3 períodos (14+5+5), é o tempo
necessário para que o trabalhador se restabeleça física e mentalmente do desgaste provocado pelo ano
de trabalho transcorrido.

Dessa forma, considerando que o legislador, ao fixar o período de férias, buscou privilegiar o des-
canso e a higidez do trabalhador, entendemos que, em havendo o fracionamento das férias, atendidos
os requisitos legais já mencionados, o empregado poderá usar da faculdade legal que lhe é atribuída e
converter até 1/3 de suas férias individuais em abono pecuniário, desde que observe os períodos mínimos
de gozo.

Exemplos
a) empregado com direito a 30 dias de férias solicita o fracionamento das férias em 2 períodos
de 15 dias cada um. Goza o primeiro período e, quando da concessão do 2º período, solicita
a conversão de 10 dias em abono pecuniário. Assim temos:

2º PERÍODO DE FÉRIAS ABONO PECUNIÁRIO PERÍODO DE GOZO

15 DIAS 10 DIAS 5 DIAS

Nesse exemplo é legalmente possível atender


à solicitação do trabalhador, pois, ao conver-
ter 10 dias de suas férias em abono pecuniário,
restou o período mínimo de gozo estabelecido
pela lei (5 dias).

b) empregado com direito a 30 dias de férias solicita o seu fracionamento em dois períodos:
um de 20 dias e o outro de 10 dias. Goza os 20 dias de férias relativos ao primeiro período e,
na concessão do 2º período, solicita a conversão de parte das férias em abono pecuniário;

2º PERÍODO DE FÉRIAS ABONO PECUNIÁRIO PERÍODO DE GOZO

10 DIAS 5 DIAS 5 DIAS

Observe-se que, neste exemplo, somente foi possível converter 5 dias em abono, a fim de observar o período
mínimo de gozo de 5 dias estabelecido pela lei.

c) empregado com direito a 30 dias de férias solicita o seu fracionamento em 3 períodos (14,
9 e 7 dias). Goza o primeiro período e, quando da concessão do 2º e 3º períodos, solicita a
conversão de parte das férias em abono pecuniário.

ABONO PECUNIÁRIO MÁXIMO


2º PERÍODO DE FÉRIAS PERÍODO DE GOZO
POSSÍVEL

9 dias 4 dias 5 dias

ABONO PECUNIÁRIO MÁXIMO


3º PERÍODO DE FÉRIAS PERÍODO DE GOZO
POSSÍVEL

7 dias 2 dias 5 dias


128 Guia de Cálculos Trabalhistas

REMUNERAÇÃO DO ABONO PECUNIÁRIO


O abono pecuniário deve ser calculado sobre a remuneração das férias, já acrescida do terço
constitucional.
Considerando o gozo de férias em um só período:
Exemplos
a) mensalista - empregado que faz jus a 30 dias de férias e aufere um salário mensal de R$ 1.210,00 gozará férias
em um só período e opta pela conversão de 1/3 do período de férias a que tem direito em abono pecuniário.
Tem-se:
- Remuneração de férias
Base de cálculo = remuneração devida nos dias correspondentes (R$ 1.210,00) com adicional de 1/3 da CF/1988
(R$ 403,33).
- 20 dias de férias = R$ 1.210,00 × 20 ÷ 30...........................................................................................= R$ 806,67
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 806,67 × 10 ÷ 30.............................................................................= R$ 268,89
- Remuneração do abono
- 10 dias de abono pecuniário = R$ 1.210,00 × 10 ÷ 30..................................................................= R$ 403,33
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 403,33 × 10 ÷ 30.............................................................................= R$ 134,44
Valor total = (férias + abono) => R$ 1.075,56 + R$ 537,77.............................................................= R$ 1.613,33
Observar que, além da remuneração mencionada, o empregado tem direito a receber o saldo de salário normal
(sem o acréscimo de 1/3), relativo aos 10 dias que trabalhar do período de férias convertido em abono pecuniário.
Assim, na folha de pagamento para um mês de 30 dias, por exemplo (férias de 1 a 20 e abono de 21 a 30), devem
constar, dentre outros elementos:
- 20 dias de férias...........................................................................................................................................= R$ 806,67
- adicional de 1/3 sobre férias..................................................................................................................= R$ 268,89
- 10 dias de abono pecuniário.................................................................................................................= R$ 403,33 +
- adicional de 1/3 sobre abono pecuniário........................................................................................= R$ 134,44
- 10 dias de saldo de salário......................................................................................................................= R$ 403,33
Total.....................................................................................................................................................................= R$ 2.016,66
b) diarista (base de 30 dias por mês):
Empregado percebe um salário/dia de R$ 36,00, teve 4 faltas injustificadas no curso do período aquisitivo (30 dias
de férias) e opta pelo gozo em um só período e pelo abono pecuniário num mês de 30 dias, tem-se:
- Remuneração de férias
- base de cálculo = (salário/dia + 1/3 CF/1988) × 30 ÷ 30 × 20 =>
- base de cálculo = (R$ 36,00 + R$ 12,00) × 30 ÷ 30 × 20 =>
- base de cálculo = R$ 48,00 × 30 ÷ 30 × 20 =>
- base de cálculo = R$ 1.440,00 ÷ 30 × 20...........................................................................................= R$ 960,00, donde:
- 20 dias de férias = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 20.....................................................................................= R$ 720,00
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 12,00 × 30 ÷ 30 × 20.....................................................................= R$ 240,00
- Remuneração do abono
- 10 dias de abono pecuniário = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 10.............................................................= R$ 360,00
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 12,00 × 30 ÷ 30 × 10......................................................................= R$ 120,00
Valor total = (férias + abono) => R$ 960,00 + R$ 480,00..............................................................= R$ 1.440,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 129

c) horista (base de 220 h por mês):


Empregado percebe um salário/hora de R$ 5,00, teve 8 faltas injustificadas no curso do período aquisitivo (24
dias de férias) e opta pelo gozo em um só período e pelo abono pecuniário num mês de 30 dias, tem-se:
- Remuneração de férias
- salário mensal = R$ 1.100,00 (R$ 5,00 × 220)
- conversão em abono = 8 dias (1/3 de 24)
- dias de gozo de férias = 16 (24 - 8)
- remuneração dos 16 dias de férias = R$ 586,72 (R$ 1.100,00 ÷ 30 × 16)
- 1/3 constitucional sobre férias = R$ 195,57 (R$ 586,72 ÷ 3)
- total das férias = R$ 782,29 (R$ 586,72 + R$ 195,57)
- Remuneração do abono
- salário mensal = R$ 1.100,00 (R$ 5,00 × 220)
- abono = 8 dias
- valor do abono = R$ 293,36 (R$ 1.100,00 ÷ 30 × 8)
- 1/3 constitucional sobre o abono = R$ 97,79 (R$ 293,36 ÷ 3)
- valor total do abono = R$ 391,15 (R$ 293,36 + R$ 97,79)
Valor total = (férias + abono) => R$ 782,29 + R$ 391,15 = R$ 1.173,44

Gozo de férias fracionadas - Cálculo do abono

Exemplos
a) mensalista - empregado que faz jus a 30 dias de férias e aufere um salário mensal de R$ 1.500,00, goza férias
em dois períodos de 15 dias cada um e opta pela conversão de 10 dias do segundo período de férias a que tem
direito em abono pecuniário, tem-se:
- 1º período de 15 dias já integralmente gozados.
- 2º período concedido em um mês de 30 dias
Base de cálculo = remuneração mensal (R$ 1.500,00).
- Direito ao período restante de férias = 15 dias
- Abono pecuniário - 10 dias
Gozo de férias - 5 dias
Remuneração das férias
- dias de férias = R$ 1.500,00 × 5 ÷ 30.......................................................................................R$ ....250,00
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 250,00 ÷ 3.. ........................................................................... R$.......83,33
- Remuneração do abono
- 10 dias de abono pecuniário = R$ 1.500,00 × 10 ÷ 30.................................................................= R$ 500,00
- adicional de 1/3 CF/1988 = R$ 500,00 × 10 ÷ 30............................................................................= R$ 166,67
Valor total = (férias + abono) => R$ 333,33 + R$ 666,67..............................................................= R$ 1.000,00
Observar que, além da remuneração mencionada, o empregado tem direito a receber o saldo de salário
normal (sem o acréscimo de 1/3) relativo aos 10 dias que trabalhar do período de férias convertido em abono
pecuniário.
130 Guia de Cálculos Trabalhistas

Assim, na folha de pagamento para um mês de 30 dias, por exemplo (férias de 1 a 5 e abono de 6 a 15), devem
constar, entre outros elementos:
- 5 dias de férias.............................................................................................................................................= R$ 250,00
- adicional de 1/3 sobre férias..................................................................................................................= R$ 83,33
- 10 dias de abono pecuniário.................................................................................................................= R$ 500,00 +
- adicional de 1/3 sobre abono pecuniário........................................................................................= R$ 166,67
- 15 dias de saldo de salário......................................................................................................................= R$ 750,00
Total.....................................................................................................................................................................= R$ 1.750,00
b) diarista (base de 30 dias por mês):
Empregado percebe um salário/dia de R$ 36,00, teve 4 faltas injustificadas no curso do período aquisitivo (30 dias
de férias) e opta pelo gozo das férias em 3 períodos (1º de 14 dias, e os outros dois de 8 dias cada um), solicita que,
nos dois períodos restantes, parte das férias seja convertida em abono pecuniário.
Neste caso, considerando que o período mínimo de gozo em cada um dos dois períodos restantes de férias é de
5 dias, somente 3 dias em cada período podem ser convertidos em abono. Considerando que os 3 períodos de
férias sejam concedidos em meses de 30 dias, tem-se:
- Remuneração de férias
1º período
- dias de férias 14 = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 14 =................................................................................................................. R$ 504,00
- terço constitucional sobre férias R$ 504,00 ÷ 3 =..................................................................................................... R$ 168,00
Total relativo ao 1º período de férias (R$ 504,00 + R$ 168,00)=.............................................................................. R$ 672,00
2º período de férias
dias de férias 5 = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 5 =....................................................................................................................... R$ 180,00
- terço constitucional sobre férias R$ 180,00 ÷ 3 =...................................................................................................... R$ 60,00
Total férias....................................................................................................................................................................................... R$ 240,00
Abono pecuniário - 3 dias = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 3..................................................................................................... R$ 108,00
- Terço constitucional sobre o abono - R$ 108,00 ÷ 3................................................................................................. R$ 36,00
Total abono..................................................................................................................................................................................... R$ 144,00
Total geral relativo ao 2º período de férias (R$ 240,00 + R$ 144,00) =.................................................................. R$ 384,00
3º período de férias
dias de férias - 5 = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 5 =..................................................................................................................... R$ 180,00
- terço constitucional sobre férias R$ 180,00 ÷ 3 =...................................................................................................... R$ 60,00
Total férias....................................................................................................................................................................................... R$ 240,00
Abono pecuniário 3 dias = R$ 36,00 × 30 ÷ 30 × 3....................................................................................................... R$ 108,00
- terço constitucional sobre o abono (R$ 108,00 ÷ 3)................................................................................................. R$ 36,00
Total abono..................................................................................................................................................................................... R$ 144,00
Total geral relativo ao 3º período de férias (R$ 240,00 + R$ 144,00) =................................................................. R$ 384,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 131

Ocorrendo reajuste salarial durante o período de conversão das férias em abono pecuniário, cujo
período foi previamente fixado pelo empregador, deve-se pagar as diferenças salariais existentes, visto
que a remuneração deve corresponder àquela que seria devida nos dias correspondentes.

REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS

O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua con-
cessão.

As férias são pagas em número de dias. Desta forma, deve-se, primeiramente, encontrar a remu-
neração diária, qualquer que seja a forma de pagamento, observando-se os cálculos a seguir descritos:

Exemplos

a) Mês de 28 dias

Remuneração diária = Remuneração mensal ÷ 28


(quadro demonstrativo de gozo de férias de 30 dias)

TOTAL DA REMUNERAÇÃO
REMUNE-
REMUNERA- REMUNE- DE MARÇO SALDO
INÍCIO TÉRMINO RAÇÃO
ÇÃO DIÁRIA RAÇÃO DE (SEM FALTAS
MENSAL
FÉRIAS INJUSTIFICADAS)
Fevereiro Março Fevereiro Março Março
R$ 53,57 R$ 48,39 R$ 1.500,00 R$ 96,78
R$ 1.403,31
1º.02 02.03 R$ 1.500,00 (R$ 1.500,00 ÷ (R$ 1.500,00 ÷ (28 × R$ 53,57) + 1/3 (2 × R$ 48,39)
(29 × R$ 48,39)
28) 31) CF/1988 + 1/3 CF/1988
Período
Férias
posterior

Na hipótese de ter havido opção pelo gozo de férias em um só período e por abono pecuniário de 10 dias, no

{
caso de 1º a 10.02 por exemplo, tem-se:
- abono pecuniário (10 dias) = 10 × R$ 48,39................................................................R$ 483,90
1/3 da CF........................................................................R$ 161,30 +

{
soma................................................................................R$ 645,20

- férias (descanso) 11.02 a 02.03 = 18 dias × R$ 53,57.......................................................R$ 964,26


1/3 da CF........................................................................R$ 321,42 +
2 dias × R$ 48,39........................................................R$ 96,78
1/3 da CF........................................................................R$ 32,26
soma................................................................................R$ 1.414,72
- total (férias + abono) = R$ 1.414,72 + R$ 645,20...............................................................................R$ 2.059,92
- saldo de salário da folha de pagamento de
fevereiro (1º.02 a 10.02) =........................................ 10 × R$ 53,57........................................................R$ 535,70
- saldo de salário da folha de pagamento de
março (03.03 a 31.03) =........................................... 29 × R$ 48,39.......................................................R$ 1.403,31
Observar que o salário dos dias trabalhados relativos ao período de abono pecuniário é pago na folha de paga-
mento normal do mês a que se referir.
132 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) Mês de 29 dias
Remuneração diária = Remuneração mensal ÷ 29
(quadro demonstrativo de gozo de férias de 30 dias)
REMUNE- REMUNE-
RAÇÃO DE RAÇÃO DE
TOTAL DA
FEVEREIRO/ REMUNE- REMUNE- MARÇO/
REMUNE-
SALDO (SEM INÍCIO TÉRMINO RAÇÃO RAÇÃO SALDO (SEM
RAÇÃO DE
FALTAS MENSAL DIÁRIA FALTAS
FÉRIAS
INJUSTIFICA- INJUSTIFICA-
DAS) DAS)
Fevereiro Março Fevereiro Março Março
R$ 744,80 R$ 37,24 R$ 34,84 R$ 446,88 R$ 975,52
21.02 21.03 R$ 1.080,00 R$ 348,40
(20 × R$ 37,24) (R$ 1.080,00 (R$ 1.080,00 (9 × R$ 37,24) + (21 × R$ 34,84)
(10 × R$ 34,84)
÷ 29) ÷ 31) 1/3 CF/1988 + 1/3 CF/1988
Período Período
Férias
anterior posterior

Na hipótese de ter havido opção pelo gozo de férias em um só período e por abono pecuniário de 10 dias, no
caso de 12 a 21.03, por exemplo, tem-se:


{
- abono pecuniário (10 dias) = 10 × R$ 34,84................................................................R$
1/3 CF..............................................................................R$
soma................................................................................R$
348,40
116,13 +
464,53

{
- férias (descanso) 11.02 a 02.03 = 9 × R$ 37,24...................................................................R$ 335,16
1/3 CF..............................................................................R$ 111,72 +
11 dias × R$ 34,84.......................................................R$ 383,24
1/3 CF..............................................................................R$ 127,75
soma................................................................................R$ 957,87

- total (férias + abono) = R$ 957,87 + R$ 464,53.................................................................................R$ 1.422,40


- Saldo de salário da folha de pagamento de março (12 a 31.03) = R$ 696,80 (R$ 34,84 × 20)

c) Mês de 30 dias
Exemplo de férias gozadas em período único e com abono pecuniário (de 6 a 14 faltas injustificadas) = (16 dias
de férias e 8 de abono)
- remuneração = R$ 1.200,00
- remuneração diária = R$ 1.200,00 ÷ 30 = R$ 40,00
- férias de 16 dias = R$ 40,00 × 16 = R$ 640,00
- 1/3 da CF/1988 = R$ 640,00 ÷ 3 = R$ 213,33
- total de férias + 1/3 da CF/1988 = R$ 640,00 + R$ 213,33 = R$ 853,33 (valor bruto)
- abono de 8 dias = R$ 40,00 × 8 = R$ 320,00
- 1/3 da CF/1988 = R$ 320,00 ÷ 3 = R$ 106,67
- total do abono pecuniário + 1/3 da CF/1988 = R$ 320,00 + R$ 106,67 = R$ 426,67 (valor bruto)
- total bruto de férias + abono pecuniário = R$ 853,33 + R$ 426,67 = R$ 1.280,00
Remuneração diária = Remuneração mensal ÷ 30 (Férias sem abono)
(quadro demonstrativo de gozo de férias de 30 dias)
REMUNERAÇÃO REMUNERAÇÃO DIÁRIA DE
INÍCIO TÉRMINO REMUNERAÇÃO DE FÉRIAS + 1/3 CF/1988
MENSAL FÉRIAS
1º.04 30.04 R$ 1.500,00 R$ 2.000,00 = R$ 1.500,00 + (1/3 de R$ 1.500,00) R$ 66,67 (R$ 2.000,00 ÷ 30)
Guia de Cálculos Trabalhistas 133

d) Mês de 31 dias
Remuneração diária = Remuneração mensal ÷ 31 Férias sem abono
(quadro demonstrativo de gozo de férias de 30 dias)
REMUNE- REMUNERAÇÃO
REMUNERAÇÃO DIA 31.03 - EMPREGADO
INÍCIO TÉRMINO RAÇÃO DE FÉRIAS + 1/3
DIÁRIA SE:
MENSAL CF/1988
R$ 2.000,00 Falta injustificadamente Trabalha
R$ 50,00
1º.03 30.03 R$ 1.550,00 (R$ 50,00 × 30) + recebe + R$ 50,00
(R$ 1.550,00 ÷ 31) nada recebe
1/3 CF/1988 como saldo de salário
Férias Período posterior

CÁLCULO DAS FÉRIAS

Exemplos
Nos exemplos “a” a “f” adiante, foram utilizadas as alíquotas de desconto previdenciário em função da remunera-
ção global nos meses a que se referem (salário + férias + acréscimo constitucional de 1/3 sobre férias).
As alíquotas estão de acordo com a tabela de desconto da contribuição previdenciária vigente para efeito de
pagamento de remuneração a partir de 1º.03.2020 nos termos da Emenda Constitucional nº 103 e na Portaria
SEPRT nº 3.659/2020.
A Emenda Constitucional nº 103/2019 estabeleceu em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribui-
ção previdenciária dos empregados, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas
de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores com-
preendida nos respectivos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição
previdenciária de empregados, domésticos e avulsos, válida a partir de 1º.03.2020. Portanto, os cálculos a seguir
observam a mencionada tabela.

ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
Até 1.045,00 7,5%
De 1.045,01 até 2.089,60 9%
De 2.089,61 até 3.134,40 12%
De 3.134,41 até 6.101,06 14%

Exemplos de cálculo da contribuição previdenciária segundo os novos critérios


a) empregado com salário mensal de R$ 3.200,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos:
ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 65,60, ou seja R$ 3.200,00 menos R$ 3.134,40 9,18
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 306,93

Contribuição total = R$ 306,93


Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.
134 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) empregado com salário mensal de R$ 6.500,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos:
ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.
Contribuição total = R$ 713,08
Exemplos de Cálculo de Férias
a) mensalistas
Remuneração mensal vigente no mês da concessão das férias, acrescidas de 1/3 da CF/1988.
Remuneração do empregado com mais de 1 ano de serviço e salário mensal de R$ 1.209,00, ao receber 30 dias
de férias em março/2020:
- salário mensal.................................. R$ 1.209,00
- salário/dia........................................... (R$ 1.209,00 ÷ 31) = R$ 39,00
- remuneração..................................... R$ 39,00 × 30 = R$ 1.170,00
- acréscimo de 1/3 da CF/1988 (R$ 1.170,00 ÷ 3) = R$ 390,00
- total de férias + 1/3 da CF/1988 = (R$ 1.170,00 + R$ 390,00).............= R$ 1.560,00
- Contribuição previdenciária..........................................................................- R$ 124,72
- líquido...................................................................................................................... R$ 1.435,28
IRRF: isento
b) horistas
Remuneração horária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de horas de férias a
que o empregado fizer jus, acrescida de 1/3.
Supondo um horista (base de 220 h/mês), com jornada diária de 7 horas e 20 minutos, e salário/hora de R$ 9,00,
que recebeu 30 dias de férias em março/2020:
- salário/hora........................................ R$ 9,00
- salário/dia........................................... R$ 9,00 × 7,333333............................. = R$ 66,00
- remuneração..................................... R$ 66,00 × 30....................................... = R$ 1.980,00
- acréscimo de 1/3 da CF/1988 (R$ 1.980,00 ÷ 3)...................................... R$ 660,00
- total de férias + 1/3 da CF/1988 (R$ 1.980,00 + R$ 660,00)............... = R$ 2.640,00
- Contribuição previdenciária.......................................................................... - R$ 238,42
líquido........................................................................................................................ R$ 2.401,58
- Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte
Considerando que o trabalhador não tenha dependente, temos:
Remuneração total de férias + 1/3................................................................. = R$ 2.640,00
Dedução de contribuição previdenciária.................................................. = R$ 238,42
Base cálculo do IRRF........................................................................................... = R$ 2.401,58
- alíquota de IRRF = 7,5%.................................................................................... = R$ 180,12
- parcela a deduzir................................................................................................ = R$ 142,80
Guia de Cálculos Trabalhistas 135

- valor de retenção do IRRR.............................................................................. = R$ 37,32


Líquido a receber.................................................................................................. = R$ 2.364,26
c) diaristas
Remuneração diária vigente no mês da concessão das férias, multiplicada pelo número de dias de férias a que o
empregado fizer jus, acrescida de 1/3.
Admitindo-se que uma empregada diarista perceba R$ 60,00 por dia, e recebeu férias individuais de 1º a
30.04.2020, tem-se:
- salário/dia........................................... R$ 60,00
- remuneração de férias.................. (R$ 60,00 × 30) = R$ 1.800,00
- acréscimo de 1/3 da CF/1988 (R$ 1.800,00 ÷ 3) = R$ 600,00
- total de férias + 1/3 da CF/1988 (R$ 1.800,00 + R$ 600,00).............. = R$ 2.400,00
- Contribuição previdenciária......................................................................... - R$ 209,62
- líquido..................................................................................................................... R$ 2.190,38
- Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte
Considerando que o trabalhador não tenha dependente, temos:
Remuneração total de férias + 1/3................................................................ = R$ 2.400,00
Dedução de contribuição previdenciária................................................. = R$ 209,62
Base cálculo do IRRF.......................................................................................... = R$ 2.190,38
- alíquota de IRRF = 7,5%................................................................................... = R$ 164,28
- parcela a deduzir............................................................................................... = R$ 142,80
- valor de retenção do IRRR............................................................................. = R$ 21,48
Líquido a receber................................................................................................. = R$ 2.168,90
d) horistas com jornada de trabalho variável
Neste caso, apura-se a média do período aquisitivo, aplicando ao resultado o valor do salário/hora na data da
concessão, acrescido de 1/3 da CF/1988.
- salário/hora normal.......................................................................................... R$ 5,00
- total de horas do período aquisitivo........................................................ 2.200
- média aritmética mensal 2.200 ÷ 12......................................................... = 183,33
- salário-base R$ 5,00 × 183,33....................................................................... = R$ 916,65
- férias em julho ................................................................................................... 30 dias
- remuneração R$ 916,65 ÷ 31 = R$ 29,57 × 30........................................ = R$ 887,10
- acréscimo de 1/3 da CF/1988 (R$ 887,10 ÷ 3)......................................... = R$ 295,70
- total de férias + 1/3 da CF/1988 (R$ 887,10 + R$ 295,70)................... = R$ 1.182,80
Contribuição previdenciária........................................................................... - R$ 90,77
- líquido.................................................................................................................... R$ 1.092,03
IRRF: isento
e) tarefeiro
Toma-se por base a média da produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando ao resultado o valor
da remuneração da tarefa na data da concessão, acrescida de 1/3 da CF/1988.
- média aritmética mensal das tarefas no aquisitivo.......................... 600
- remuneração atual da tarefa....................................................................... R$ 2,00
- férias em julho.................................................................................................... 30 dias
136 Guia de Cálculos Trabalhistas

- remuneração 600 × R$ 2,00 × 30 => R$ 1.161,30


31
- acréscimo de 1/3 da CF/1988 (R$ 1.161,30 ÷ 3)...................... R$ 387,10
- total de férias + 1/3 CF/1988 (R$ 1.161,30 + R$ 387,10)........................ = R$ 1.548,40
- Contribuição previdenciária......................................................................... - R$ 123,67
- líquido..................................................................................................................... R$ 1.424,73
IRRF: isento
f) comissão
Apura-se a média percebida pelo empregado nos 12 meses que precederem a concessão das férias, acrescendo-
-se 1/3 da CF/1988.
Deve-se observar a média do nº de meses, quando prevista em cláusula de acordo, convenção coletiva de traba-
lho da respectiva categoria profissional ou sentença normativa, também acrescida de 1/3.
Cumpre notar, ainda, que a legislação trabalhista não faz qualquer menção quanto à atualização monetária do
valor das comissões, razão pela qual também deve ser consultada a entidade sindical da categoria profissional
respectiva, quanto a eventual existência de cláusula em documento coletivo de trabalho que disponha nesse
sentido.
Supondo-se que um empregado comissionista gozará férias de 1º a 30 de junho de 2020, relativas ao período
aquisitivo de 02.04.2019 a 1º.04.2020, tendo percebido as comissões adiante (já incluídas a integração do Des-
canso Semanal Remunerado - DSR) nos 12 meses que precedem a concessão das mesmas:

Junho/2019 R$ 1.200,00
Julho/2019 R$ 1.100,00
Agosto/2019 R$ 1.500,00
Setembro/2019 R$ 1.300,00
Outubro/2019 R$ 1.500,00
Novembro/2019 R$ 1.600,00
Dezembro/2019 R$ 1.300,00
Janeiro/2020 R$ 1.400,00
Fevereiro/2020 R$ 1.500,00
Março/2020 R$ 1.300,00
Abril/2020 R$ 2.000,00
Maio/2020 R$ 2.750,00
Total R$ 18.450,00
- média mensal:
- R$ 18.450,00 ÷ 12 = R$ 1.537,50
- remuneração de férias acrescida de 1/3 da CF/1988:
(R$ 1.537,50 + R$ 512,50 (1/3 de R$ 1.537,50)..............................................= R$ 2.050,00
- Contribuição previdenciária.........................................................................- R$ 168,82
- líquido...................................................................................................................... R$ 1.881,18
IRRF: isento
Sendo misto o salário, como comissões e fixo, por exemplo, à média do variável soma-se o fixo da época do afas-
tamento, para gozo das férias.
Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.
Guia de Cálculos Trabalhistas 137

ADICIONAIS

Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso são computados no sa-
lário que serve de base de cálculo da remuneração das férias. Também sofrem acréscimos de 1/3 da
CF/1988 na remuneração total de férias.

Exemplo
- nº de horas extras no período aquisitivo: 396
- média mensal de horas extras: 396 ÷ 12 = 33
- salário/hora normal: R$ 5,00
- adicional da hora extra no período: 50%
- valor da hora extra: R$ 5,00 × 1,50 = R$ 7,50
- valor a ser integrado à base de cálculo das férias: 33 × R$ 7,50 = R$ 247,50

Quando, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do
período aquisitivo, ou o valor deste não tiver sido uniforme, computa-se a média duodecimal recebida
naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos
reajustamentos salariais supervenientes.

Na hipótese de percepção de adicionais extraordinários variáveis (50%, 60%, 70%, 80%, 90%, 100%
etc.), deve-se fazer um cálculo separado para cada média.

Importante
Lembre-se que, nos termos da Súmula TST nº 347 o cálculo do valor das horas extras habituais, para efeito de reflexos em
verbas trabalhistas deve observar o número das horas efetivamente prestadas e sobre ele aplica-se o valor do salário/
hora da época do pagamento daquelas verbas.

Exemplo
Um empregado perfaz um total de 460 horas extras (HE) durante 12 meses do período aquisitivo de férias, das
quais, 215 HE a 50% por 4 meses e 245 HE a 75%, por 8 meses. O salário/hora normal do mês de férias é de R$ 6,00
a) HE a 50 %
- média mensal do nº de HE a 50% (215 ÷ 4)......................................................................... 53,75
- valor da HE com adicional de 50% (R$ 6,00 × 1,50)....................................................R$ 9,00
- valor da média do nº de HE prestadas a 50% (R$ 9,00 × 53,75)...........................R$ 483,75
- proporcionalidade: [(R$ 483,75 ÷ 12) × 4].....................................................................= R$ 161,24
b) HE a 75%
- média mensal do nº de HE a 75% (245 ÷ 8)......................................................................... 30,625
- valor da HE com adicional de 75% (R$ 6,00 × 1,75)................................................= R$ 10,50
- valor da média do nº de HE prestadas a 75% (R$ 10,50 × 30,625).......................R$ 321,56
- proporcionalidade: [(R$ 321,56 ÷ 12) × 8]..........................................................................R$ 214,40
Valor total de horas extras a ser integrado à base de cálculo de remuneração de férias:
(R$ 161,24 + R$ 214,40) = R$ 375,64
138 Guia de Cálculos Trabalhistas

No caso de adicionais que não variam, como, por exemplo, insalubridade (10%, 20% ou 40%, con-
forme o tipo de atividade desenvolvida) e periculosidade de 30%, integra-se o valor vigente à época de
concessão das férias, sem apurar qualquer média de importâncias anteriormente recebidas.

TRABALHO EM APENAS ALGUNS DIAS DA SEMANA


Nesta hipótese, o empregado faz jus a 30, 24, 18 ou 12 dias de férias, conforme o número de faltas
injustificadas no período aquisitivo, percebendo, entretanto, a remuneração que receberia em trabalho.
Há também o acréscimo constitucional de 1/3.

Exemplo
Supondo-se que um empregado diarista foi contratado para trabalhar às 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras, com direito a 30 dias
de férias, que serão gozadas de 1º a 30.04.2020, percebe remuneração referente a férias de 12 dias, acrescido do
Descanso Semanal Remunerado (DSR), porque foi este o número de dias que trabalharia no citado mês, como
se verifica:
- salário/dia: R$ 36,00
- remuneração de férias:
- 12 dias (nºs de dias em que receberia salário se estivesse trabalhado) × R$ 36,00 = R$ 432,00
- 6 dias (DSR e feriado no período de 1º a 30.04.2020) Remuneração da semana R$ 36,00 × 3 = R$ 108,00 ÷ 6 (1/6
da remuneração semanal) × 6 = R$ 108,00
- total das férias (R$ 432,00 + R$ 108,00) = R$ 540,00
- adicional de 1/3 CF/1988 sobre férias (R$ 540,00 ÷ 3) = R$ 180,00
- remuneração total a pagar de férias: (R$ 540,00 + R$ 180,00).......= R$ 720,00
- contribuição previdenciária: .........................................................................= - R$ 54,00
- líquido...................................................................................................................... R$ 666,00
IRRF: isento

SALÁRIO-UTILIDADE
Computa-se na base de cálculo das férias a parte do salário paga em utilidades (por exemplo,
vestuário e outras prestações in natura), integrantes da remuneração. Contudo, as utilidades usufruídas
durante as férias (habitação, por exemplo) não são computadas, salvo para o cálculo do terço constitu-
cional de férias, o qual deverá ser apurado e pago separadamente.

Exemplo
Supondo um empregado com salário de R$ 2.000,00 e que receba moradia concedida pelo empregador cujo
valor de mercado de aluguel é de R$ 700,00 e goza férias no período de 1º a 30.04.2020.
Cálculo das férias:
- salário = R$ 2.000,00
- salário in natura (habitação) = R$ 700,00
- valor dos 30 dias de férias = R$ 2.000,00 (R$ 2.000,00 ÷ 30 × 30)
- valor de 1/3 sobre férias = R$ 900,00 (R$ 2.000,00 + R$ 700,00 = R$ 2.700,00 ÷ 3)
- Valor total das férias = R$ 2.900,00 (R$ 2.000,00 + R$ 900,00)
Observe-se que, neste exemplo, o valor da habitação (salário in natura) não compôs a base de cálculo dos dias de
férias, posto que, durante as férias, o empregado continua utilizando a moradia, contudo o valor foi considerado
para se encontrar a base de cálculo sobre a qual incide o terço constitucional.
Guia de Cálculos Trabalhistas 139

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou o art. 457 da
CLT para determinar que, mesmo quando pagas com habitualidade, não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário, entre outros, o auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro), a assistência médica ou odon-
tológica (própria ou conveniada) e o reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, apare-
lhos ortopédicos, próteses, órteses e outras similares.

PAGAMENTO EM DOBRO
O empregado adquire direito à remuneração em dobro das férias quando o empregador não as
concede nos 12 meses subsequentes à aquisição do respectivo período, ou seja, quando não observa o
período concessivo.
O pagamento de férias em dobro tem, por conseguinte, caráter de penalidade, imposta ao empre-
gador que descumpre o prazo legal de concessão. Daí o gozo simples e a remuneração dobrada.
Logo, o empregado com direito a 30 dias corridos de férias faz jus à remuneração correspondente
a 60 dias, sem prejuízo do adicional de 1/3 da CF/1988. O gozo, contudo, corresponde a 30 dias.

Exemplo
Empregado admitido em 02.01.2016 e que nunca gozou férias. Temos:

PERÍODO AQUISITIVO PERÍODO CONCESSIVO PAGAMENTO EM DOBRO

Férias devidas em dobro, pois o período


02.01.2016 a 1º.01.2017 02.01.2017 a 1º.01.2018
concessivo já se esgotou

Férias devidas em dobro, pois o período


02.01.2017 a 1º.01.2018 02.01.2018 a 1º.01.2019
concessivo já se esgotou

Férias devidas em dobro, pois o período


02.01.2018 a 1º.01.2019 02.01.2019 a 1º.01.2020
concessivo já se esgotou

Se as férias forem integralmente gozadas


02.01.2019 a 1º.01.2020 02.01.2020 a 1º.01.2021
até 1º.01.2021, paga-se de forma simples

FÉRIAS PARCIAIS EM DOBRO


Na omissão da legislação vigente, os Tribunais trabalhistas entendem que os dias de férias, goza-
dos após o período legal de concessão (período concessivo), são remunerados em dobro.

Exemplo
Supondo um empregado admitido em 15.01.2018 e que teve suas primeiras férias de 30 dias concedidas no
período de 08.01 a 06.02.2020.

PERÍODO AQUISITIVO PERÍODO CONCESSIVO REMUNERAÇÃO EM DOBRO

15.01.2018 a 14.01.2019 15.01.2019 a 14.01.2020 15.01.2020 em diante

Assim, tem-se:
- 7 dias remunerados de forma simples (08 a 14.01.2020); e
- 23 dias remunerados em dobro (15.01 a 06.02.2020).
140 Guia de Cálculos Trabalhistas

ABONO PECUNIÁRIO
Na hipótese de férias devidas em dobro e tendo o empregado solicitado o abono pecuniário, este
também é devido em dobro. Vale dizer: a remuneração relativa a 10, 8, 6 ou 4 dias, conforme o caso, é
paga em dobro (20, 16, 12 ou 8 dias, respectivamente), sem prejuízo do acréscimo constitucional de 1/3.
Contudo, o empregado trabalha apenas o correspondente à metade, ou seja, 10, 8, 6 ou 4 dias, conforme
a hipótese.

Remuneração das Férias em Dobro com Abono Pecuniário

REMUNERAÇÃO TOTAL DA
DIAS DE ABONO ABONO EM DIAS DE DESCANSO
EM DOBRO DOS DIAS REMUNERAÇÃO
FÉRIAS (SIMPLES) DOBRO (A) (SIMPLES)
DE DESCANSO (B) (A + B)

30 10 20 20 40 60 (30 em dobro)

24 8 16 16 32 48 (24 em dobro)

18 6 12 12 24 36 (18 em dobro)

12 4 8 8 16 24 (12 em dobro)

REQUISITOS PARA CONCESSÃO


Para fins de concessão das férias, deverá o empregador observar:
a) participação por escrito ao empregado (“Aviso de Férias”) com antecedência mínima de 30 dias
do início do efetivo gozo e assinatura do empregado no respectivo documento;
b) anotação da concessão de férias no livro ou na ficha de registro de empregados;
c) apresentação da Carteira de Trabalho para a devida anotação da concessão, sob pena de o
empregado não poder entrar no gozo das férias.

Caso o empregado possua a Carteira de Trabalho em meio digital:


a) a anotação será feita nos sistemas informatizados da Carteira digital, gerados pelo empregador;
b) ficam dispensadas as anotações no registro de empregados e na Carteira de Trabalho.

As microempresas e empresas de pequeno porte:


a) são obrigadas, dentre outras atribuições, a anotar a concessão das férias na Carteira de Trabalho;
b) são dispensadas, entretanto, da obrigatoriedade da referida anotação no livro ou nas fichas de
registro dos empregados.

SOLICITAÇÃO DO ADIANTAMENTO DO 13º SALÁRIO POR OCASIÃO DAS FÉRIAS


O empregado que pretende receber, por ocasião das férias, a 1ª parcela do 13º salário (adianta-
mento) deve requerê-la no mês de janeiro do correspondente ano.

Lembra-se que o adiantamento da 1ª parcela, por ocasião das férias, somente é possível quando
estas são gozadas entre os meses de fevereiro e novembro.

PRAZO DE PAGAMENTO DAS FÉRIAS


O pagamento das férias deve ser efetuado até 2 dias antes do início do respectivo período, com-
petindo ao empregado dar quitação do pagamento com indicação do início e do término das férias.
Guia de Cálculos Trabalhistas 141

A legislação trabalhista é silente quanto à forma de contagem dos dias que antecedem o gozo
das férias, não determinando expressamente se esses dias são úteis ou corridos, e as decisões judiciais
sobre o assunto são escassas.

Ante a omissão legal, entendemos, salvo melhor juízo, que, sendo o pagamento efetuado median-
te depósito em conta bancária e considerando ser a finalidade do pagamento antecipado das férias a
de prover o empregado com recursos econômicos necessários para que este as desfrute da melhor
forma possível, o referido pagamento deve ocorrer com a antecedência mínima de 2 dias úteis. Esse é o
posicionamento também adotado por boa parte dos doutrinadores.

Tendo havido opção pelo abono pecuniário, a legislação trabalhista é omissa quanto ao respecti-
vo período em que o empregado deva trabalhar, se antes ou depois do período fixado para o gozo das
férias. Nesse caso, entendemos ser possível a ocorrência de ambas as situações, ficando a critério do
empregador a sua fixação. O prazo de pagamento, no entanto, conforme entendemos, será de 2 dias
úteis antes do início do gozo, no mínimo, desde que o período de férias convertido em trabalho seja
posterior ao de descanso.

Tratando-se, contudo, de período de abono fixado pelo empregador antes do início do gozo das
férias, entendemos que o pagamento de ambos (férias e abono) deva ocorrer até 2 dias úteis antes do
início do respectivo período de abono.

PRESCRIÇÃO

É o modo pelo qual o direito de ação se extingue em consequência da falta do seu exercício, por
determinado lapso de tempo.

A prescrição não extingue o direito em si, mas o direito à ação que o protege. Logo, caso o devedor
pague o débito, ainda que decorrido o prazo prescricional, o pagamento é válido, não podendo pleitear
o respectivo reembolso, posteriormente.

O direito de ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, observa o prazo pres-
cricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do
contrato de trabalho.

A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remune-


ração é contada do término do prazo do período concessivo ou se for o caso, da cessação do contrato
de trabalho.

Contra os menores de 18 anos de idade não corre nenhum prazo de prescrição.

Exemplos
a) prescrição do direito de reclamar a não concessão de férias na vigência do contrato de trabalho.

Período aquisitivo de férias 1º.08.2007 a 31.07.2008

Período concessivo de férias 1º.08.2008 a 31.07.2009

Período em que persistiu o direito de reclamar a concessão de férias 1º.08.2009 a 31.07.2014 (5 anos)

Prescrição do direito de reclamar as férias desde 1º.08.2014


142 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) prescrição do direito de reclamar a não remuneração de férias por ocasião da rescisão do contrato de
trabalho

Período aquisitivo de férias 05.08.2007 a 04.08.2008

Período concessivo de férias 05.08.2008 a 04.08.2009

Rescisão contratual 07.08.2009

Período em que persistiu o direito de reclamar a remuneração das férias de 08.08.2009 a 07.08.2011 (2 anos após a res-
cisão contratual)

Prescrição do direito de reclamar a remuneração das férias desde 08.08.2011

Férias - fases legais - demonstrativo

DEMONSTRATIVO

PERÍODO DE PAGAMENTO PRESCRIÇÃO


(NO CASO DE
PERÍODOS PERÍODOS
CONTRATO DE
AQUISITIVOS CONCESSIVOS EM DOBRO
SIMPLES TRABALHO EM
(A PARTIR DE)
VIGOR)

15.01.2008 a 14.01.2009 15.01.2009 a 14.01.2010 15.01.2009 a 14.01.2010 15.01.2010 15.01.2015

15.01.2009 a 14.01.2010 15.01.2010 a 14.01.2011 15.01.2010 a 14.01.2011 15.01.2011 15.01.2016

15.01.2010 a 14.01.2011 15.01.2011 a 14.01.2012 15.01.2011 a 14.01.2012 15.01.2012 15.01.2017

15.01.2011 a 14.01.2012 15.01.2012 a 14.01.2013 15.01.2012 a 14.01.2013 15.01.2013 15.01.2018

15.01.2012 a 14.01.2013 15.01.2013 a 14.01.2014. 15.01.2013 a 14.01.2014. 15.01.2014 15.01.2019

15.01.2013 a 14.01.2014 15.01.2014 a 14.01.2015 15.01.2014 a 14.01.2015 15.01.2015 15.01.2020

15.01.2014 a 14.01.2015 15.01.2015 a 14.01.2016 15.01.2015 a 14.01.2016 15.01.2016 15.01.2021

15.01.2015 a 14.01.2016 15.01.2016 a 14.01.2017 15.01.2016 a 14.01.2017 15.01.2017 15.01.2022

15.01.2016 a 14.01.2017 15.01.2017 a 14.01.2018 15.01.2017 a 14.01.2018 15.01.2018 15.01.2023

15.01.2017 a 14.01.2018 15.01.2018 a 14.01.2019 15.01.2018 a 14.01.2019 15.01.2019 15.01.2024

15.01.2018 a 14.01.2019 15.01.2019 a 14.01.2020 15.01.2019 a 14.01.2020 15.01.2020 15.01.2025

FÉRIAS NA CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

Férias vencidas

Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa (dispensa com ou sem justa
causa, culpa recíproca, aposentadoria, morte, etc.), assegura-se ao empregado a remuneração simples ou
em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias vencidas cujo direito tenha adquirido.
Guia de Cálculos Trabalhistas 143

Férias proporcionais
Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, exceto na demissão por justa
causa, tenha o contrato vigorado por mais ou menos de um ano, o empregado terá direito à remunera-
ção relativa ao período incompleto de férias (férias proporcionais), na proporção de 1/12 (um doze avos)
por mês de serviço ou fração superior a 14 dias.
Nestes casos, o empregado faz jus à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na
proporção de 1/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, segundo as faltas injustificadas no período aquisitivo, por mês
de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias, contados do início do período aquisitivo, e não dentro
do mês civil.

Férias proporcionais na cessação do contrato de trabalho - Exemplo


Empregado admitido em 08.06.2010 e cumpriu o último dia do aviso prévio trabalhado em
20.12.2019. Gozou férias relativas aos períodos aquisitivos até o de 08.06.2018 a 07.06.2019. No período de
08.06.2019 a 20.12.2019 faltou, injustificadamente, 5 dias ao serviço. O salário mensal, à época, era R$
1.500,00. Faz jus a férias proporcionais?

Exemplos
Considerando-se que a dispensa foi motivada pela empresa, sem justa causa; que o período
correspondente às férias proporcionais se estende de 08.06.2019 a 20.12.2019 (6 meses e 13 dias) e que
o empregado teve 5 faltas injustificadas, tem-se:
1/12 de R$ 1.500,00 = R$ 125,00 × 6 = R$ 750,00 +1/3 da CF/1988 (R$ 250,00) = R$ 1.000,00
Contagem:

Neste exemplo, caso o último dia do aviso prévio trabalhado recaísse em 22.12.2019, o empregado
faria jus a 7/12 (6 meses e mais a fração de 15 dias).

No caso de rescisão por justa causa o empregado não faz jus a férias proporcionais.

Tabela de Férias Proporcionais

FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA

30 DIAS/220H 24 DIAS/176H (DE 18 DIAS/132H (DE 12 DIAS/88H (DE


FALTAS INJUSTIFICADAS
(ATÉ 5 FALTAS 6 A 14 FALTAS 15 A 23 FALTAS 24 A 32 FALTAS
PROPORCIONALIDADE
INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)

1/12 2,5 dias ou 18h20min 2 dias ou 14h40min 1,5 dia ou 11h 1 dia ou 7h20min

2/12 5 dias ou 36h40min 4 dias ou 29h20min 3 dias ou 22h 2 dias ou 14h40min

3/12 7,5 dias ou 55h 6 dias ou 44h 4,5 dias ou 33h 3 dias ou 22h
144 Guia de Cálculos Trabalhistas

FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA

30 DIAS/220H 24 DIAS/176H (DE 18 DIAS/132H (DE 12 DIAS/88H (DE


FALTAS INJUSTIFICADAS
(ATÉ 5 FALTAS 6 A 14 FALTAS 15 A 23 FALTAS 24 A 32 FALTAS
PROPORCIONALIDADE
INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)

4/12 10 dias ou 73h20min 8 dias ou 58h40min 6 dias ou 44h 4 dias ou 29h20min

5/12 12,5 dias ou 91h40min 10 dias ou 73h20min 7,5 dias ou 55h 5 dias ou 36h40min

6/12 15 dias ou 110h 12 dias ou 88h 9 dias ou 66h 6 dias ou 44h

7/12 17,5 dias ou 128h20min 14 dias ou 102h40min 10,5 dias ou 77h 7 dias ou 51h20min

8/12 20 dias ou 146h40min 16 dias ou 117h20min 12 dias ou 88h 8 dias ou 58h40min

9/12 22,5 dias ou 165h 18 dias ou 132h 13,5 dias ou 99h 9 dias ou 66h

10/12 25 dias ou 183h20min 20 dias ou 146h40min 15 dias ou 110h 10 dias ou 73h20min

11/12 27,5 dias ou 201h40min 22 dias ou 161h20min 16,5 dias ou 121h 11 dias ou 80h40min

12/12 30 dias ou 220h 24 dias ou 176h 18 dias ou 132h 12 dias ou 88h

1ª) Mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo implicam, para o empregado, a perda das
férias correspondentes.
2ª) Remuneração em horas calculada com base na jornada mensal de 220 horas (44 semanais ÷
6 × 30), conforme CF/1988, art. 7º, inciso XIII.

Exemplos
Aplicação da tabela de férias proporcionais
a) empregado admitido em 05.10.2019 é dispensado sem justa causa e cumpre o último dia de aviso-prévio em
30.04.2020. Faltou, injustificadamente, ao serviço, nesse período, 10 vezes. Salário mensal vigente no mês de
rescisão: R$ 1.200,00.
- tempo de serviço: 6 meses e 26 dias (05.10.2019 a 30.04.2020)
- férias proporcionais: 7/12 de 24 = 14 dias
- remuneração diária:
R$ 40,00 (R$ 1.200,00 ÷ 30)
valor das férias proporcionais - R$ 560,00 (R$ 40,00 × 14)
acréscimo do terço constitucional - R$ 186,67 (R$ 560,00 ÷ 3)
Total bruto das férias proporcionais = R$ 746,67 (R$ 560,00 + R$ 186,67)
ou
considerando que, conforme a tabela anteriormente descrita, o empregado faz jus a 14 dias ou 102h40min de
férias, temos que:
- R$ 1.200,00 ÷ 220h (base horária mensal) = R$ 5,4545 p/hora
- 102h 40min corresponde a 102,667, ou seja, 40min equivale a 0,667 em fração decimal
- R$ 5,4545 × 102,667 = R$ 560,00
- 1/3 da CF/1988 - R$ 560,00 ÷ 3 = R$ 186,67
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 CF/1988 − R$ 560,00 + R$ 186,67 = R$ 746,67
Guia de Cálculos Trabalhistas 145

b) Empregado admitido em 21.08.2019 é dispensado em 13.04.2020, mediante indenização do aviso-prévio (API)


de 30 dias. Não faltou durante o período. Percebe R$ 6,00 por hora (base de 220 horas mensais). O API integra o
tempo de serviço.
- tempo de serviço: 8 meses e 23 dias (21.08.2019 a 13.05.2020)
- férias proporcionais: 9/12 de 30 dias = 22,5 dias ou 165 horas
- remuneração mensal = R$ 6,00 × 220h = R$ 1.320,00
- acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 1.320,00 ÷ 3 = R$ 440,00
- proporcionalidade:
9/12 de R$ 1.320,00 = R$ 1.320,00 ÷ 12 × 9 = R$ 990,00 +
9/12 de R$ 440,00 = R$ 440,00 ÷ 12 × 9 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
ou
- R$ 6,00/h × 7,333333 (7h20min) = R$ 44,00/dia
- R$ 44,00/dia × 22,5 dias = R$ 990,00 (férias proporcionais)
- 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 ÷ 3 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
ou
considerando que, conforme a tabela anteriormente descrita, o empregado faz jus a 22,5 dias ou 165h de férias,
temos que:
- R$ 6,00 × 165h = R$ 990,00 (férias proporcionais)
- 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 ÷ 3 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
c) empregado admitido em 11.11.2019, dispensado sem justa causa, mediante aviso-prévio indenizado (API) de 30
dias, em 16.04.2020. Percebe fixo mensal de R$ 200,00, mais comissões. Faltou, injustificadamente, 15 vezes ao
serviço. A média aritmética das comissões percebidas no período é de R$ 3.100,00.
- tempo de serviço: 6 meses e 6 dias (11.11.2019 a 16.05.2020), com projeção do API)
- férias proporcionais: 6/12 de 18 dias = 9 dias ou 66 horas
- remuneração diária: R$ 110,00 (R$ 3.100,00 + R$ 200,00 = R$ 3.300,00 ÷ 30)
- remuneração das férias = R$ 990,00 (R$ 110,00 × 9)
- acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 ÷ 3 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
ou
- remuneração mensal: R$ 200,00 + R$ 3.100,00 = R$ 3.300,00
- remuneração diária: R$ 3.300,00 ÷ 30 = R$ 110,00
considerando que, conforme a tabela anteriormente descrita, o empregado faz jus a 9 dias ou 66h de férias,
temos que:
- R$ 110,00 × 18 dias (15 faltas injustificadas) = R$ 1.980,00 (férias proporcionais)
- acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 1.980,00 ÷ 3 = R$ 660,00 - proporcionalidade:
6/12 de R$ 1.980,00 = R$ 1.980,00 ÷ 12 × 6 = R$ 990,00 +
6/12 de R$ 660,00 = R$ 660,00 ÷ 12 × 6 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
ou
146 Guia de Cálculos Trabalhistas

- R$ 3.300,00 ÷ 220h (base horária mensal) = R$ 15,00 p/hora


- R$ 15,00 × 66 horas = R$ 990,00 (férias proporcionais)
- 1/3 da CF/1988: R$ 990,00 ÷ 3 = R$ 330,00
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 CF/1988: R$ 990,00 + R$ 330,00 = R$ 1.320,00
d) Empregado tarefeiro, com 10 meses de serviço (incluindo o aviso-prévio), salário/tarefa atual de R$ 2,50 é dis-
pensado sem justa causa. Faltou, injustificadamente, 24 vezes e teve média aritmética de 500 peças produzidas
no período em que trabalhou.
- tempo de serviço: 10 meses
- férias proporcionais: 10/12 de 12 dias (24 faltas injustificadas) = 10 dias ou 73h20min (7h20min × 10)
- média aritmética das peças produzidas nos 10 meses: 500 peças
- base de cálculo das férias: 500 × R$ 2,50 = R$ 1.250,00
- remuneração diária: R$ 41,67 (R$ 1.250,00 ÷ 30)
remuneração das férias = R$ 416,70 (R$ 41,67 × 10)
- 1/3 da CF/1988: R$ 416,70 ÷ 3 = R$ 138,90
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 416,70 + R$ 138,90 = R$ 555,60
ou
considerando que, conforme a tabela anteriormente descrita, o empregado faz jus a 10 dias ou 73h20min de
férias, temos que:
- R$ 1.250,00 ÷ 220h (base horária mensal) = R$ 5,68181818 p/hora
- R$ 5,68181818 × 73,333333 (73h20min) = R$ 416,70
- acréscimo de 1/3 da CF/1988: R$ 416,70 ÷ 3 = R$ 138,90
- total de férias proporcionais + acréscimo de 1/3 CF/1988: R$ 416,70 + R$ 138,90 = R$ 555,60

TRABALHO A TEMPO PARCIAL


Para melhor visualização da proporção de férias a que o empregado tem direito, elaboramos as tabelas
a seguir com um panorama global das escalas proporcionais de férias na hipótese de trabalho sob o regime de
tempo parcial, nas modalidades de 30 e 26 horas semanais.

Tabela de Férias Proporcionais/Tempo Parcial - 30h semanais


FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA
30 DIAS/150H 24 DIAS/120H (DE 18 DIAS/90H (DE 12 DIAS/60H (DE
FALTAS INJUSTIFICADAS
(ATÉ 5 FALTAS 6 A 14 FALTAS 15 A 23 FALTAS 24 A 32 FALTAS
PROPORCIONALIDADE
INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)
1/12 2,5 dias ou 12h30min 2 dias ou 10h 1,5 dia ou 7h30min 1 dia ou 5h
2/12 5 dias ou 25h 4 dias ou 20h 3 dias ou 15h 2 dias ou 10h
3/12 7,5 dias ou 37h30min 6 dias ou 30h 4,5 dias ou 22h30min 3 dias ou 15h
4/12 10 dias ou 50h 8 dias ou 40h 6 dias ou 30h 4 dias ou 20h
5/12 12,5 dias ou 62h30min 10 dias ou 50h 7,5 dias ou 37h30min 5 dias ou 25h
6/12 15 dias ou 75h 12 dias ou 60h 9 dias ou 45h 6 dias ou 30h
7/12 17,5 dias ou 87h30min 14 dias ou 70h 10,5 dias ou 52h30min 7 dias ou 35h
8/12 20 dias ou 100h 16 dias ou 80h 12 dias ou 60h 8 dias ou 40h
9/12 22,5 dias ou 112h30min 18 dias ou 90h 13,5 dias ou 67h30min 9 dias ou 45h
10/12 25 dias ou 125h 20 dias ou 100h 15 dias ou 75h 10 dias ou 50h
Guia de Cálculos Trabalhistas 147

FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA


30 DIAS/150H 24 DIAS/120H (DE 18 DIAS/90H (DE 12 DIAS/60H (DE
FALTAS INJUSTIFICADAS
(ATÉ 5 FALTAS 6 A 14 FALTAS 15 A 23 FALTAS 24 A 32 FALTAS
PROPORCIONALIDADE
INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)
11/12 27,5 dias ou 137h30min 22 dias ou 110h 16,5 dias ou 82h30min 11 dias ou 55h
12/12 30 dias ou 150h 24 dias ou 120h 18 dias ou 90h 12 dias ou 60h

Tabela de Férias Proporcionais/Tempo Parcial - 26h semanais


FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA
FALTAS INJUSTIFICADAS 30 DIAS/130H 24 DIAS/104H (DE 18 DIAS/78H (DE 12 DIAS/52H (DE
PROPORCIONALIDADE (ATÉ 5 FALTAS 6 A 14 FALTAS 15 A 23 FALTAS 24 A 32 FALTAS
INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)
1/12 2,5 dias ou 10h50min 2 dias ou 8h40min 1,5 dia ou 6h30min 1 dia ou 4h20min
2/12 5 dias ou 21h40min 4 dias ou 17h20min 3 dias ou 13h00min 2 dias ou 8h40min
3/12 7,5 dias ou 32h30min 6 dias ou 26h 4,5 dias ou 19h30min 3 dias ou 13h
4/12 10 dias ou 43h20min 8 dias ou 34h40min 6 dias ou 26h 4 dias ou 17h20min
5/12 12,5 dias ou 54h10min 10 dias ou 43h20min 7,5 dias ou 32h30min 5 dias ou 21h40min
6/12 15 dias ou 65h 12 dias ou 52h 9 dias ou 39h 6 dias ou 26h
7/12 17,5 dias ou 75h50min 14 dias ou 60h40min 10,5 dias ou 45h30min 7 dias ou 30h20min
8/12 20 dias ou 86h40min 16 dias ou 69h20min 12 dias ou 52h 8 dias ou 34h40min
9/12 22,5 dias ou 97h30min 18 dias ou 78h 13,5 dias ou 58h30min 9 dias ou 39h
10/12 25 dias ou 108h20min 20 dias ou 86h40min 15 dias ou 65h 10 dias ou 43h20min
11/12 27,5 dias ou 119h10min 22 dias ou 95h20min 16,5 dias ou 71h30min 11 dias ou 47h40min
12/12 30 dias ou 130h 24 dias ou 104h 18 dias ou 78h 12 dias ou 52h

PROFESSORES
Considerando as condições peculiares de trabalho dos professores, o gozo de suas férias indivi-
duais deve coincidir com um dos períodos de recesso escolar (férias escolares), tendo em vista que a
atividade do estabelecimento de ensino não sofre interrupção.
Normalmente, o período de gozo de férias dos professores ocorre no mês de julho, tendo em vista
que nesse mês não há exames e que coincide com o período de férias escolares dos alunos.

DIREITO ÀS FÉRIAS NA RESCISÃO CONTRATUAL


EMPREGADO COM MAIS DE UM ANO DE SERVIÇOS NA EMPRESA

Pedido de demissão Férias integrais (simples ou em dobro)


Férias proporcionais

Dispensa sem justa causa Férias integrais (simples ou em dobro)


Férias proporcionais

Dispensa por justa causa Férias integrais (simples ou em dobro)

EMPREGADO COM MENOS DE UM ANO DE SERVIÇOS NA EMPRESA

Pedido de demissão Férias proporcionais


Dispensa sem justa causa Férias proporcionais
Dispensa por justa causa Não faz jus às férias
148 Guia de Cálculos Trabalhistas

CONTRATO A PRAZO DETERMINADO RESCINDIDO ANTES DE COMPLETAR UM ANO

Pedido de demissão Férias proporcionais


Dispensa sem justa causa Férias proporcionais
Dispensa por justa causa Não faz jus às férias
Extinção normal do contrato Faz jus às férias proporcionais

CONTRATO A PRAZO DETERMINADO RESCINDIDO APÓS COMPLETAR UM ANO

Pedido de demissão Férias integrais (simples ou em dobro)


Férias proporcionais

Dispensa sem justa causa Férias integrais (simples ou em dobro)


Férias proporcionais

Dispensa por justa causa Férias integrais (simples ou em dobro)

Férias integrais (simples ou em dobro)


Extinção normal do contrato Férias proporcionais

INCIDÊNCIAS SOBRE FÉRIAS

Férias gozadas na vigência do contrato de trabalho (simples e proporcionais)

a) contribuição previdenciária

Incide a contribuição previdenciária, observadas as alíquotas das tabelas de desconto previden-


ciário, adiante reproduzida (válida desde 1º.03.2020), conforme o salário-de-contribuição e a competên-
cia a que se referir, respeitado o limite máximo mensal.

O mês de competência é determinado em função do período de gozo das férias.

A Emenda Constitucional nº 103/2019 estabeleceu em seu art. 28 que até que lei altere as alíquo-
tas de contribuição previdenciária dos empregados, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12%
e 14%) serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota
sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou
a seguinte tabela de contribuição previdenciária de empregados, domésticos e avulsos válida a partir
de 1º.03.2020.

ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS (%)

até 1.045,00 7,5%

de 1.045,01 até 2.089,60 9%

de 2.089,61 até 3.134,40 12%

de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Será considerado para efeito de contribuição previdenciária, o valor do período de férias gozadas
no mês, com o respectivo adicional de 1/3 da CF/1988, mais o salário devido no mês e outras parcelas,
porventura pagas, que integram o salário-de-contribuição, ou seja, a incidência da contribuição sobre a
Guia de Cálculos Trabalhistas 149

remuneração das férias deverá ocorrer no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas antecipa-
damente na forma da legislação trabalhista.

O recolhimento efetiva-se até o dia 20 do mês seguinte ao de competência, antecipando-se o


prazo para o primeiro dia útil anterior, se o vencimento cair em dia em que não haja expediente bancário.

b) FGTS

Deposita-se a importância de 8%, calculada sobre o valor das férias, acrescido do terço constitu-
cional, relativo ao mês de gozo, juntamente com o salário devido no respectivo mês.

O prazo de pagamento, sem acréscimos, vai até o dia 07 do mês subsequente ao da competência
da remuneração. Não sendo dia útil, antecipar o recolhimento.

c) IRRF

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incide sobre o resultado da soma das férias e do
adicional de 1/3 estabelecido pelo CF, separadamente da soma do salário percebido no mês, segundo
tabela progressiva vigente na data do pagamento.

Férias em dobro pagas na vigência do contrato de trabalho


a) contribuição previdenciária

É devida a contribuição previdenciária sobre a remuneração simples. Não incide, porém, sobre
o valor correspondente à dobra da remuneração de férias.

Exemplo
- remuneração simples de férias já incluído o terço constitucional = R$ 1.500,00 (base de cálculo da
contribuição previdenciária);

- valor correspondente à dobra = + R$ 1.500,00 (não integra a base de cálculo da contribuição);

- remuneração total (R$ 1.500,00 + R$ 1.500,00) = R$ 3.000,00

Desse total, portanto, apenas metade sofrerá incidência previdenciária na vigência do contrato laboral.

b) FGTS
É devido o depósito do FGTS sobre a remuneração simples das férias. Não incide, contudo,
sobre o valor correspondente à dobra da remuneração das férias.

Exemplo
a) remuneração simples de férias já incluído o terço constitucional = R$ 1.500,00 (base de cálculo dos
depósitos do FGTS);

b) valor correspondente à dobra = + R$ 1.500,00 (não é base de cálculo dos depósitos do FGTS);

c) remuneração total (R$ 1.500,00 + R$ 1.500,00) = R$ 3.000,00

Desse total, portanto, apenas metade serve de base de cálculo para o depósito do FGTS.

c) IRRF - as férias pagas em dobro na vigência do contrato de trabalho, são tributadas pelo Imposto
de Renda na Fonte.
150 Guia de Cálculos Trabalhistas

Férias vencidas (simples ou em dobro) e proporcionais pagas na rescisão contratual


a) contribuição previdenciária - a importância paga a título de férias indenizadas (simples, em
dobro e proporcionais) não integra o salário-de-contribuição e, portanto, não sofre a incidência
da contribuição previdenciária.
b) FGTS - não integram a remuneração, para efeito de depósito do FGTS, as férias indenizadas
(simples, em dobro e proporcionais);
c) IRRF - estão dispensados da retenção do IRRF os valores pagos ao empregado na rescisão
contratual a título de férias integrais ou proporcionais, e de seu terço constitucional, bem
como de férias em dobro.

Abono pecuniário
a) contribuição previdenciária - havendo pagamento do abono pecuniário (até 1/3 do período de
férias), o respectivo valor não estará sujeito à incidência da contribuição previdenciária.
b) FGTS - o valor do abono pecuniário não é base de cálculo para fins de depósito do FGTS;
c) IRRF - está dispensado da retenção do IRRF o valor pago a título de abono pecuniário de férias
de que trata o art. 143 da Consolidação das Leis do Trabalho.

Terço constitucional - Férias


a) contribuição previdenciária - nas férias pagas durante a vigência do contrato de trabalho, o va-
lor do terço constitucional integra a base de cálculo da contribuição previdenciária. Quando as
férias são pagas na rescisão contratual, o terço constitucional sobre elas não sofre incidência
da contribuição;
b) FGTS - o valor pago a título de terço constitucional sobre férias pagas na vigência do contrato
de trabalho integra a base de cálculo para o depósito do FGTS. Entretanto, nas férias indeniza-
das (pagas na rescisão), o valor em comento não serve de base de cálculo do FGTS;
c) IRRF - o terço constitucional sobre férias pagas na vigência do contrato de trabalho sofre in-
cidência de IRRF. Entretanto, quando agregado a pagamento de férias (integrais ou propor-
cionais), convertidas em pecúnia, em razão de rescisão do contrato de trabalho, não sofre a
retenção de IRRF.

Terço constitucional sobre o abono pecuniário - Comentários

Embora não haja expressa previsão legal quanto à incidência ou não do encargo previdenciário
sobre o adicional de 1/3 de férias apurado sobre o abono pecuniário de férias, há quem entenda que,
da mesma forma que não incide o encargo previdenciário sobre as férias indenizadas com o respectivo
acréscimo constitucional de 1/3 (pagos em rescisão contratual), também não haverá incidência previ-
denciária sobre o adicional de 1/3 pago juntamente com o abono pecuniário de férias. Os defensores
dessa linha de entendimento argumentam com a tese de que o acessório (adicional de 1/3) segue a
sorte do principal (abono de férias). Assim, como não incide contribuição previdenciária sobre o abono
de férias, também não há que se cogitar da incidência sobre o respectivo terço constitucional.

Outra linha de entendimento defende a incidência previdenciária sobre a parcela do acréscimo


constitucional de 1/3 calculada em função do abono pecuniário de férias, embora este último não sofra
incidência, com o argumento de que, se a Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, não prevê, expressamente, a exclusão
Guia de Cálculos Trabalhistas 151

do encargo previdenciário sobre o adicional de 1/3 pago em função do abono pecuniário de férias, a
contribuição deve incidir sobre a parcela relativa ao adicional de 1/3 da Constituição Federal/1988, inde-
pendentemente de essa parcela referir-se ao abono pecuniário de férias.

Até que não haja um ato oficial mais esclarecedor sobre as controvérsias ora comentadas, reco-
menda-se que o empregador consulte, antecipadamente a Secretaria Especial da Receita Federal do
Brasil (RFB), a fim de certificar-se do correto procedimento a ser adotado.

AFASTAMENTOS DO EMPREGADO DAS SUAS ATIVIDADES NA CONTAGEM DO PERÍODO


CONCESSIVO DE FÉRIAS
Não há na legislação trabalhista dispositivo disciplinando a contagem do período concessivo de
férias quando, por qualquer motivo alheio à vontade do empregador (doença, licença-maternidade, be-
nefício por incapacidade permanente, licença sem remuneração etc.), o empregado afasta-se do traba-
lho no curso do mencionado período, inviabilizando a concessão das mesmas nos 12 meses subsequentes
à aquisição do direito.

No âmbito doutrinário e jurisprudencial, há controvérsias relativas ao assunto. Parte dos doutrina-


dores sustenta a posição de que, na ocorrência de afastamentos do empregado das suas atividades no
curso do período concessivo, a contagem do mesmo deverá ser suspensa, sendo retomada quando do
retorno do trabalhador às suas funções.

Outros defendem a inalterabilidade da contagem do período concessivo por falta de dispositivo


legal expresso que a autorize.

O nosso entendimento é no sentido de que, na ocorrência de afastamentos do empregado no cur-


so do período concessivo de férias, por motivos alheios à vontade do empregador, o respectivo período
será estendido por prazo idêntico ao do afastamento. Tal posição tem por base o fato de a lei garantir
ao empregador o lapso de 12 meses para conceder as férias adquiridas pelo empregado. Se houve afas-
tamento no curso desse período por motivo não decorrente da vontade do empregador, este não pode
ser prejudicado com a diminuição do prazo que lhe foi legalmente concedido.

Exemplo
Considerando que o empregado tenha se afastado das suas atividades para percepção de benefício por inca-
pacidade temporária (auxílio-doença) quando faltavam 3 meses para vencer o seu período concessivo de férias.
Neste caso, após a alta da perícia médica da Previdência Social, o empregador teria os mesmos 3 meses para
conceder as férias respectivas ao trabalhador.
Dados fictícios
- período concessivo de férias - 01.09.2019 a 31.08.2020
- afastamento para percepção de benefício previdenciário - 1º.06.2020 (3 meses antes do vencimento do concessivo)
- retorno ao trabalho - 1º.09.2020
- prazo final para o gozo integral das férias respectivas a serem pagas de forma simples - 31.11.2020
Portanto, após o retorno ao trabalho o empregador terá os mesmos 3 meses para conceder integralmente as
férias ao empregado.

Não obstante o entendimento ora adotado, considerando a existência de controvérsias acer-


ca do tema, para diminuir a possibilidade de eventuais questionamentos, na situação retratada, caso
queira e na medida do possível, mesmo com a dilação do período concessivo, o empregador poderá
conceder as férias logo após o retorno do empregado, ou seja, no menor prazo que as condições de
trabalho permitirem.
152 Guia de Cálculos Trabalhistas

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DURANTE AS FÉRIAS - PROIBIÇÃO


O empregado em gozo de férias não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver
obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
A legislação vigente não proíbe a acumulação de empregos, ou seja, a possibilidade de manter o
empregado, simultaneamente, contratos de trabalho com empregadores diversos.
Tendo em vista que a finalidade das férias é exatamente permitir o descanso ao empregado, jus-
tifica-se a proibição de trabalhar ao empregador que as concede, e a outro, com quem não mantenha
vinculação de emprego regular.
Nestas condições, se o empregado, em gozo de férias na empresa “A”, prestar serviços à empresa
“B”, sem vinculação empregatícia regular, estará sujeito a ter o seu contrato individual de trabalho com
a empresa “A” rescindido por justa causa.

EMPREGADO ACOMETIDO DE DOENÇA DURANTE AS FÉRIAS


Quando o empregado adoece no curso de suas férias, o respectivo gozo não é suspenso ou in-
terrompido, fluindo o período normalmente a título de férias. Entretanto, se a doença ocorrer antes do
início do gozo das férias ainda que estas já tenham sido pagas, as férias serão suspensas.

GESTANTE - SUPERVENIÊNCIA DE PARTO NO GOZO DAS FÉRIAS


Ocorrendo o nascimento de filho(a) no decorrer das férias, ou adoção de criança ou ainda obten-
ção de guarda judicial para fins de adoção que possibilite a concessão de salário-maternidade o gozo
das mesmas pela empregada fica suspenso durante o período do salário-maternidade, sendo retomado
logo após o término do benefício previdenciário, com o consequente pagamento das diferenças sala-
riais decorrentes de aumentos eventualmente ocorridos no período da licença-maternidade.

TRABALHO INTERMITENTE
O trabalho intermitente é uma figura nova criada pela Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº
13.467/2017, em vigor desde 11.11.2017. É considerado intermitente o contrato de trabalho no qual a pres-
tação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de pres-
tação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo
de atividade do empregado e do empregador.
Determina a lei em comento que, havendo o chamamento para o trabalho, ao final de cada perío-
do de prestação dos serviços o empregado receberá, de imediato, o pagamento, entre outras parcelas,
das férias proporcionais com acréscimo do terço constitucional.
Haverá, portanto, pagamento de férias em parcelas, ou seja, se o empregado for chamado no ano
4 vezes, haverá 4 parcelas de férias.
Dispõe, ainda, que, a cada 12 meses (período aquisitivo), o empregado adquire direito a usufruir,
nos 12 meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar
serviços pelo mesmo empregador, podendo mediante acordo com o empregador parcelar suas férias
em até 3 períodos.
Lembre-se, porém, de que a remuneração relativa às férias já foram pagas no curso do ano, de
forma proporcional, ao final de cada período de prestação dos serviços.
Outra questão a ressaltar é que este empregado pode nunca ter direito ao repouso relativo às
férias, uma vez que, embora esteja em gozo de férias em relação a um empregador, poderá estar sendo
convocado para o trabalho em relação aos demais.
Guia de Cálculos Trabalhistas 153

A norma em comento também estabelece que o empregado terá um mês de férias. Entretanto,
conforme determina a CLT, as férias são concedidas em dias e não em mês. Pretendeu o legislador criar
um novo cálculo de férias ou se trata de um equívoco?
Aguarda-se, portanto, que esta questão venha a ser esclarecida mediante futuros atos legais dos
órgãos competentes.

FÉRIAS COLETIVAS
Muitas empresas, em virtude de aumento de seus estoques motivado pela diminuição do volume
de vendas, precisam paralisar ou diminuir a sua atividade produtiva visando dar vazão aos produtos
estocados ou enfrentar períodos de desaquecimento comercial. Nesse cenário, as férias coletivas se
apresentam como a solução mais indicada, tendo em vista que, além de atenderem às necessidades
empresariais, quitam direitos trabalhistas dos empregados.
São coletivas as férias concedidas simultaneamente a todos os empregados da respectiva empre-
sa ou de um ou mais estabelecimentos ou setores da empresa e, normalmente, visam atender a uma
necessidade do empregador. Podem ser concedidas em 2 períodos anuais, desde que nenhum deles
seja inferior a 10 dias corridos.

Concessão - Requisitos
As condições para concessão de férias coletivas podem ser objeto de acordo coletivo entre a
empresa e a entidade sindical representativa dos respectivos empregados ou de convenção coletiva de
trabalho entre sindicatos das categorias econômica e profissional. Na falta desses instrumentos ou na
ausência de previsão específica, cabe ao empregador determinar o regime e a época de férias coletivas
dos empregados.
Para esse fim, o empregador deve:
a) comunicar à Secretaria Especial de Trabalho, com antecedência mínima de 15 dias, as datas de
início e fim das férias;
b) precisar, na comunicação, quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida;
c) enviar, no prazo de 15 dias, cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da
respectiva categoria profissional;
d) providenciar a afixação de aviso nos locais do trabalho, sobre a adoção do regime.

Modelo de Comunicação

Ilmo. Sr. Dr. ______________________


(Autoridade local da Secretaria Especial de Trabalho)
No Estado de _____________
Atendendo ao disposto no § 2º do art. 139 da Consolidação das Leis do Trabalho, a empresa
___________________________, com sede na ______________________________________________,
(endereço)
inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) sob nº ___________________, comunica que, no
período de _______ a ______, concederá férias coletivas a todos os empregados existentes na(o) __________
________________________, localizado(o) na _____________________________
(filial, estabelecimento, setor) (endereço)

São Paulo, _____ de ______________ de _____


_________________________________________________
carimbo e assinatura do responsável legal pela empresa
154 Guia de Cálculos Trabalhistas

As microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) estão dispensadas de efetuar a co-
municação à Secretaria Especial de Trabalho, porém devem comunicar o fato ao sindicato.

Modelo de Comunicação ao Sindicato

Ilmo. Sr. _______________


Presidente do Sindicato ____________
Endereço _______________
Cidade _____________
Ref.: Comunicação de férias coletivas (CLT, art. 139, § 3º)
Sr. Presidente:
Em cumprimento à vigente legislação trabalhista, enviamos anexa cópia da comunicação efetuada à
___________________________ nos termos da CLT, art. 139, § 3º.
(órgão local da Secretaria Especial de Trabalho)
Atenciosamente
___________________________________________________
carimbo e assinatura do responsável legal pela empresa

Modelo de Aviso a Empregados

Comunicação nos termos da CLT, art. 139, § 3º, aos empregados do ____________________________________
(estabelecimento(s), setor(es) ou seção(ões))
_________________________que, no período de ___/___/___ a ___/___/___, gozarão férias coletivas.
Referidos empregados devem procurar o Departamento Pessoal até ___/___/___, a fim de que sejam toma-
das as providências administrativas e financeiras necessárias.
A Direção

EMPREGADOS AFASTADOS DA ATIVIDADE NO CURSO DAS FÉRIAS COLETIVAS


Os empregados que, no curso das férias coletivas, estiverem afastados provisoriamente da ativi-
dade, cujos contratos de trabalho foram suspensos ou interrompidos, não gozarão as férias coletivas
com os demais empregados.

Nesse aspecto, os empregados afastados por motivo de benefício por incapacidade temporá-
ria (auxílio-doença), licença-maternidade, prestação de serviço militar, licença remunerada ou não etc.
continuam normalmente a usufruir o benefício ou a situação trabalhista em que se encontram fora do
exercício da atividade na empresa. Assim, esses empregados não gozarão as férias coletivas com os
demais empregados, salvo se o afastamento terminar antes da paralisação das atividades da empresa.

Caso o afastamento se encerre no curso das férias coletivas e não havendo condições de retorno
do empregado ao trabalho (por exemplo, paralisação total das atividades empresariais), este será consi-
derado em licença remunerada.

Exemplos
a) supondo que a empresa concedeu férias coletivas de 15 dias aos empregados no período de 11 a 25.11.2019, e
no citado período, uma empregada encontrava-se afastada por licença-maternidade, temos a seguinte situação:
- dias considerados como férias coletivas: 15 dias (11 a 25.11.2019);
- período da licença-maternidade de 120 dias (29.08 a 26.12.2019): a empregada, no caso, não entra no gozo de
férias coletivas e continua afastada pela licença-maternidade.
Guia de Cálculos Trabalhistas 155

b) supondo que uma empregada afastada por licença-maternidade retornou em 20.11.2019, sabendo-se que a
empresa concedeu férias coletivas aos empregados no período de 10 a 24.11.2019, temos a seguinte situação:
- data do retorno da licença-maternidade: 20.11.2019;
- dias considerados como licença remunerada: 5 dias (20 a 24.11.2019).
A empregada recebeu 5 dias da licença remunerada, desde que não tenha havido a possibilidade de retorno ao
trabalho em função da paralisação das atividades da empresa.

EMPREGADOS COM MENOS DE 12 MESES DE SERVIÇO

Os empregados que contem com menos de 12 meses de serviço por ocasião da concessão das
férias coletivas, gozam, na oportunidade, férias proporcionais relativas ao período de vigência dos res-
pectivos contratos individuais de trabalho, calculadas na proporção de 1/12 por mês de serviço ou fração
superior a 14 dias, de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme a quantidade de faltas injustificadas no curso do
período aquisitivo, remuneradas com 1/3 a mais que o salário normal, iniciando-se, então, novo período
aquisitivo.

Caso as condições de trabalho não permitam o retorno antecipado do empregado ao serviço em


relação aos demais, o período de gozo das férias coletivas excedente ao direito adquirido será conside-
rado licença remunerada.

Elaboramos a tabela prática de férias proporcionais a seguir, nos termos da CLT, art. 130.

FALTAS 30 DIAS/220H 24 DIAS/176H 18 DIAS/132H 12 DIAS/88H


INJUSTIFICADAS (ATÉ 5 FALTAS (DE 6 A 14 FALTAS (DE 15 A 23 FALTAS (DE 24 A 32 FALTAS
PROPORCIONALIDADE INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)

1/12 2,5 dias ou 18h20min 2 dias ou 14h40min 1,5 dia ou 11h 1 dia ou 7h20min

2/12 5 dias ou 36h40min 4 dias ou 29h20min 3 dias ou 22h 2 dias ou 14h40min

3/12 7,5 dias ou 55h 6 dias ou 44h 4,5 dias ou 33h 3 dias ou 22h

4/12 10 dias ou 73h20min 8 dias ou 58h40min 6 dias ou 44h 4 dias ou 29h20min

5/12 12,5 dias ou 91h40min 10 dias ou 73h20min 7,5 dias ou 55h 5 dias ou 36h40min

6/12 15 dias ou 110h 12 dias ou 88h 9 dias ou 66h 6 dias ou 44h

7/12 17,5 dias ou 128h20min 14 dias ou 102h40min 10,5 dias ou 77h 7 dias ou 51h20min

8/12 20 dias ou 146h40min 16 dias ou 117h20min 12 dias ou 88h 8 dias ou 58h40min

9/12 22,5 dias ou 165h 18 dias ou 132h 13,5 dias ou 99h 9 dias ou 66h

10/12 25 dias ou 183h20min 20 dias ou 146h40min 15 dias ou 110h 10 dias ou 73h20min

11/12 27,5 dias ou 201h40min 22 dias ou 161h20min 16,5 dias ou 121h 11 dias ou 80h40min

12/12 30 dias ou 220h 24 dias ou 176h 18 dias ou 132h 12 dias ou 88h

Notas
(1) Mais de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo implicam, para o empregado, a perda das férias correspondentes.
(2) Remuneração em horas calculada com base na jornada mensal de 220 horas = (44 semanais ÷ 6) × 30.
156 Guia de Cálculos Trabalhistas

Tratando-se de empregados abrangidos pelo regime de trabalho a tempo parcial, a proporcionali-


dade das férias pode ser calculada utilizando as tabelas a seguir:

Tabela de Férias Proporcionais/Tempo Parcial - 26h semanais

FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA

FALTAS 30 DIAS/130H 24 DIAS/104H 12 DIAS/52H


18 DIAS/78H (DE 15 A 23
INJUSTIFICADAS (ATÉ 5 FALTAS (DE 6 A 14 FALTAS (DE 24 A 32 FALTAS
FALTAS INJUSTIFICADAS)
PROPORCIONALIDADE INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)

1/12 2,5 dias ou 10h50min 2 dias ou 8h40min 1,5 dia ou 6h30min 1 dia ou 4h20min

2/12 5 dias ou 21h40min 4 dias ou 17h20min 3 dias ou 13h00min 2 dias ou 8h40min

3/12 7,5 dias ou 32h30min 6 dias ou 26h 4,5 dias ou 19h30min 3 dias ou 13h

4/12 10 dias ou 43h20min 8 dias ou 34h40min 6 dias ou 26h 4 dias ou 17h20min

5/12 12,5 dias ou 54h10min 10 dias ou 43h20min 7,5 dias ou 32h30min 5 dias ou 21h40min

6/12 15 dias ou 65h 12 dias ou 52h 9 dias ou 39h 6 dias ou 26h

7/12 17,5 dias ou 75h50min 14 dias ou 60h40min 10,5 dias ou 45h30min 7 dias ou 30h20min

8/12 20 dias ou 86h40min 16 dias ou 69h20min 12 dias ou 52h 8 dias ou 34h40min

9/12 22,5 dias ou 97h30min 18 dias ou 78h 13,5 dias ou 58h30min 9 dias ou 39h

10/12 25 dias ou 108h20min 20 dias ou 86h40min 15 dias ou 65h 10 dias ou 43h20min

11/12 27,5 dias ou 119h10min 22 dias ou 95h20min 16,5 dias ou 71h30min 11 dias ou 47h40min

12/12 30 dias ou 130h 24 dias ou 104h 18 dias ou 78h 12 dias ou 52h

Tabela de Férias Proporcionais/Tempo Parcial - 30h semanais

FÉRIAS PROPORCIONAIS - REMUNERAÇÃO EM DIAS/HORAS - TABELA

FALTAS 30 DIAS/150H 24 DIAS/120H 12 DIAS/60H


18 DIAS/90H (DE 15 A 23
INJUSTIFICADAS (ATÉ 5 FALTAS (DE 6 A 14 FALTAS (DE 24 A 32 FALTAS
FALTAS INJUSTIFICADAS)
PROPORCIONALIDADE INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS) INJUSTIFICADAS)

1/12 2,5 dias ou 12h30min 2 dias ou 10h 1,5 dia ou 7h30min 1 dia ou 5h

2/12 5 dias ou 25h 4 dias ou 20h 3 dias ou 15h 2 dias ou 10h

3/12 7,5 dias ou 37h30min 6 dias ou 30h 4,5 dias ou 22h30min 3 dias ou 15h

4/12 10 dias ou 50h 8 dias ou 40h 6 dias ou 30h 4 dias ou 20h

5/12 12,5 dias ou 62h30min 10 dias ou 50h 7,5 dias ou 37h30min 5 dias ou 25h

6/12 15 dias ou 75h 12 dias ou 60h 9 dias ou 45h 6 dias ou 30h

7/12 17,5 dias ou 87h30min 14 dias ou 70h 10,5 dias ou 52h30min 7 dias ou 35h

8/12 20 dias ou 100h 16 dias ou 80h 12 dias ou 60h 8 dias ou 40h

9/12 22,5 dias ou 112h30min 18 dias ou 90h 13,5 dias ou 67h30min 9 dias ou 45h

10/12 25 dias ou 125h 20 dias ou 100h 15 dias ou 75h 10 dias ou 50h

11/12 27,5 dias ou 137h30min 22 dias ou 110h 16,5 dias ou 82h30min 11 dias ou 55h

12/12 30 dias ou 150h 24 dias ou 120h 18 dias ou 90h 12 dias ou 60h


Guia de Cálculos Trabalhistas 157

EXEMPLOS DE FÉRIAS COLETIVAS


Elaboramos a seguir dois exemplos de cálculos de férias coletivas de empregados.

Exemplos
a) férias coletivas inferiores ao direito adquirido:
Dados hipotéticos:
- Admissão: 05.01.2019
- Férias coletivas: 10 dias (04 a 13.11.2019)
- Faltas injustificadas ao serviço: 5
- Direito adquirido: 25 dias (10/12: 05.01.2019 a 03.11.2019)
- Início do novo período aquisitivo: 04.11.2019
- Remuneração:
- Salário = R$ 1.350,00 (mensalista)
- 10 dias de férias
- R$ 1.350,00 × 10 ÷ 30............................................................ = R$ 450,00 +
- 1/3 (CF) de R$ 450,00........................................................... = R$ 150,00
- Total bruto.................................................................................... R$ 600,00 −
- Contribuição previdenciária - 8% de R$ 600,00..... = R$ 48,00
Líquido.............................................................................................. R$ 552,00
ou
- salário = R$ 6,14 p/h (horista base 220h/mês)
- 10 dias de férias = 73h20min (7h20min × 10)
- R$ 6,14 × 73,33333..................................................................... R$ 450,00 +
- 1/3 (CF) de R$ 450,00............................................................... R$ 150,00
- Total bruto.................................................................................... R$ 600,00 −
- Contribuição previdenciária - 8% de R$ 600,00......... R$ 48,00
- Líquido........................................................................................... R$ 552,00
Nesse caso, o empregado tem um saldo favorável de 15 dias, cujo gozo deve observar o período concessivo.
Nota
Para fins de incidência do encargo previdenciário sobre as férias, o mês de competência é determinado em função do
período de seu gozo, cuja alíquota para desconto, no ano de 2019, incidiu sobre o total da remuneração mensal: valor do
período de férias gozadas no mês, com o respectivo adicional de 1/3 da CF, mais o salário devido no mês e outras parcelas
porventura pagas, que integram o salário-de-contribuição.
Lembrar que a partir de 1º.03.2020 o critério de cálculo da contribuição previdenciária a ser descontada da remuneração
do empregado sofreu alterações (Emenda Constitucional nº 103/2019), conforme já anteriormente mencionado.

b) Férias coletivas superiores ao direito adquirido:


Dados hipotéticos
- Admissão: 02.07.2019
- Férias coletivas: 15 dias (03 a 18.11.2019)
- Faltas injustificadas ao serviço: 3
158 Guia de Cálculos Trabalhistas

- Direito adquirido: 10 dias (4/12: 02.07 a 03.11.2019)


- Início do novo período aquisitivo: 04.11.2019
- Remuneração: 10 dias a título de férias proporcionais adquiridas:
- Salário = R$ 998,00 (mensalista)
- 10 dias de férias = R$ 998,00 × 10 ÷ 30........................ = R$ 332,67 +
- 1/3 (CF) de R$ 332,67........................................................... = R$ 110,89
- Total bruto.................................................................................... R$ 443,56 −
- Contribuição previdenciária − 8% de R$ 443,56..... = R$ 35,48
- Líquido........................................................................................... R$ 408,08
ou
- Salário = R$ 4,563 p/h (horista base 220h/mês)
- 10 dias de férias = 73h20min (7h20min × 10)
- R$ 4,563 × 73,33333.............................................................. = R$ 332,67 +
- 1/3 (CF) de R$ 332,67............................................................... R$ 110,89
- Total bruto.................................................................................... R$ 443,56 −
- Contribuição previdenciária − 8% de R$ 443,56..... = R$ 35,48
- Líquido........................................................................................... R$ 408,08
Nesse caso, o empregado não fez jus à remuneração de 15 dias de férias coletivas, pois as férias proporcionais
adquiridas correspondem a 10 dias. Contudo, o gozo desses 5 dias excedentes foi considerado licença remune-
rada, e paga em folha de pagamento normal, evitando-se, assim, a ocorrência de redução salarial. Observar que
sobre esses 5 dias de gozo não é devido o acréscimo constitucional de 1/3 de férias.
Portanto, 2 dias antes do início do gozo das férias proporcionais, usufruídas por ocasião da concessão de férias
coletivas, paga-se, tão somente, a remuneração correspondente a 10 dias, com 1/3 a mais.
Outrossim, desde que tenha havido expediente normal em outros setores da empresa e que sejam atendidas
as normas de concessão de férias coletivas previstas na CLT, o empregado pode regressar ao respectivo serviço
logo após o gozo dos 10 dias de férias, hipótese em que o retorno ao serviço ocorreu antes dos demais empre-
gados.

Importante
Desde 1º.03.2020, o critério de cálculo da contribuição previdenciária dos empregados foi alterado, pois a Emenda Cons-
titucional nº 103/2019 determinou em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição previdenciária dos
empregados, domésticos e avulsos, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas de forma
progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respecti-
vos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição previdenciária de empregados,
domésticos e avulsos, válida a partir de março/2020.

ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%
Desta forma, a apuração da contribuição previdenciária do empregado sobre valores pagos a título de férias coletivas,
desde a mencionada data (1º.03.2020), observa os novos critérios.
Guia de Cálculos Trabalhistas 159

Exemplos de cálculos com base nos novos critérios


a) empregado recebe no total a título de férias coletivas o valor de R$ 3.200,00 (abaixo do teto máximo de contribuição),
temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 65,60, ou seja R$ 3.200,00 menos R$ 3.134,40 9,18
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 306,93

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qualquer arre-
dondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de valores de contri-
buição apurados em cada faixa salarial.
Contribuição previdenciária total = R$ 306,93
b) empregado recebe no total a título de férias coletivas o valor R$ 6.500,00 (acima do teto máximo de contribuição),
temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qualquer arre-
dondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de valores de contri-
buição apurados em cada faixa salarial.
Contribuição previdenciária total = R$ 713,08

CONCESSÃO EM DOIS PERÍODOS

Há duas hipóteses a considerar:

1ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período de férias coletivas, conta com 12 ou mais meses
de vigência do contrato de trabalho.

Nesse caso, concede-se o 2º período de férias coletivas a título de antecipação do gozo de férias
individuais. Vale dizer que se segue rotina de concessão de férias coletivas idêntica à dos empregados
com 12 ou mais meses de vigência contratual na empresa.

2ª hipótese: o empregado, ao gozar o 2º período de férias coletivas, continua com menos de 12


meses de vigência do contrato de trabalho.

Na segunda hipótese, por ocasião do 2º período de concessão de férias coletivas, o empregado


fará jus a férias proporcionais relativas ao período iniciado no 1º dia de gozo do 1º período de férias cole-
tivas até o dia imediatamente anterior ao início do gozo relativo ao 2º período de férias coletivas.
160 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
I - Empregado admitido em 24.06.2019 gozou o 1º período de férias coletivas de 04 a 18.11.2019. Iniciou-se a conta-
gem de novo período aquisitivo em 04.11.2019. Em julho/2020, de 06 a 15, gozará o 2º período de férias coletivas.
Terá faltado, injustificadamente, 5 vezes ao serviço. No caso, observa-se:
1º período de gozo de férias coletivas (04 a 18.11.2019):
a) tempo de serviço: 4 meses e 11 dias (24.06 a 03.11.2019);
b) férias proporcionais: 4/12 de 30 dias = 10 dias;
c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 10 dias são pagos como férias e 5 dias, como licença remunerada.
2º período de gozo de férias coletivas (06 a 15.07.2020):
a) tempo de vigência do contrato de trabalho: 12 meses e 12 dias (24.06.2019 a 05.07.2020);
b) férias coletivas: 10 dias, como antecipação do período aquisitivo em curso de 04.11.2019 a 03.11.2020.

INÍCIO
FÉRIAS COLETIVAS - DE NOVO FÉRIAS COLETIVAS -
ADMISSÃO
1º PERÍODO PERÍODO 2º PERÍODO
AQUISITIVO

Vigência contratual = 1 ano e 12


Gozo Férias proporcionais Gozo
dias (24.06.2019 a 05.07.2020)

Tempo de serviço = 4 meses e Período aquisitivo em curso de


11 dias (24.06 a 03.11.2019) 04.11.2019 a 03.11.2020

O gozo de férias coletivas de 06


a 15.07.2020 constitui antecipa-
4/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, ção de gozo relativo ao período
conforme as faltas injustifi- aquisitivo em curso de 04.11.2019
04 a 06 a
24.06.2019 cadas no período de 24.06 a 04.11.2019 a 03.11.2020. Assim, quando da
18.11.2019 15.07.2020
03.11.2019. No exemplo, 4/12 de concessão das férias relativas ao
30 dias = 10 dias citado período aquisitivo, permi-
te-se o desconto dos 10 dias de
férias coletivas.

Nesse exemplo, observar que, por ocasião da concessão de férias coletivas no 2º período (06 a 15.07.2020), não
há que se cogitar de gozo de férias proporcionais adquiridas, pois nessa data o empregado contará com mais de
12 meses de vigência do contrato de trabalho.
Assim, referido período de férias coletivas (10 dias) caracteriza apenas antecipação do aquisitivo em curso
(04.11.2019 a 03.11.2020), cujo saldo de férias a ser apurado, conforme as faltas injustificadas até 03.11.2020, deverá
ser concedido e quitado pelo empregador até 03.11.2021, sob pena de pagamento em dobro.
II - Empregado admitido em 04.08.2018 gozou o 1º período de férias coletivas de 03 a 17.11.2018. A contagem de
novo período aquisitivo iniciou-se em 03.11.2018. Em julho/2019, de 06 a 15, gozou o 2º período de férias coletivas.
Faltou, injustificadamente, 3 vezes ao serviço. Neste caso, tem-se:
1º período de gozo de férias coletivas (03 a 17.11.2018):
a) tempo de serviço: 2 meses e 30 dias (04.08 a 02.11.2018);
b) férias proporcionais: 3/12 de 30 dias = 7,5 dias;
c) férias coletivas: 15 dias, dos quais 7,5 dias são pagos como férias e 7,5 dias, como licença remunerada.
2º período de gozo de férias coletivas (06 a 15.07.2019):
a) tempo de vigência do contrato de trabalho: 11 meses e 2 dias (04.08.2018 a 05.07.2019);
b) tempo de serviço para efeito de férias proporcionais: 8 meses e 2 dias (03.11.2018 a 05.07.2019);
Guia de Cálculos Trabalhistas 161

c) férias proporcionais: 8/12 de 30 dias = 20 dias;


d) férias coletivas: 10 dias.
Visualizando o exemplo:

INÍCIO INÍCIO
FÉRIAS COLETIVAS - DE NOVO FÉRIAS COLETIVAS - DE NOVO
ADMISSÃO
1º PERÍODO PERÍODO 2º PERÍODO PERÍODO
AQUISITIVO AQUISITIVO

Gozo Férias proporcionais Gozo Férias proporcionais

Vigência contra- Aquisitivo = 8


Tempo de serviço =
tual = 11 meses e meses e 02 dias
2 meses e 30 dias
2 dias (04.08.2018 (03.11.2018 a
(04.08 a 02.11.2018)
a 05.07.2019) 05.07.2019)

3/12 de 30, 24, 18 ou


12 dias, conforme
8/12 de 30, 24, 18 ou 12 dias, conforme
as faltas injustifica-
03 a 06 a as faltas injustificadas no período de
04.08.2018 das no período de 03.11.2018 06.07.2019
17.11.2018 15.07.2019 03.11.2018 a 05.07.2019. No exemplo,
04.08 a 02.11.2018.
8/12 de 30 dias = 20 dias
No exemplo, 3/12 de
30 dias = 7,5 dias

Nessa hipótese, por ocasião da concessão do 2º período de férias coletivas (06 a 15.07.2019), o empregado con-
tinuava com menos de 12 meses de vigência do contrato de trabalho, devendo ser apuradas as férias proporcio-
nais consoante a regra da CLT, art. 140, iniciando-se, então, novo período aquisitivo a partir do 1º dia de gozo das
férias coletivas (2º período), em 06.07.2019. No caso, as férias proporcionais adquiridas correspondem a 20 dias
(8/12 de 30 dias), restando ao empregado um saldo favorável de 10 dias, que deverá ser concedido e pago pelo
empregador até 05.07.2020, ou seja, 12 meses após o 1º dia de gozo do 2º período de férias coletivas, sob pena
de pagamento em dobro.

EMPREGADOS COM 12 OU MAIS MESES DE SERVIÇO


Aos empregados cujos contratos de trabalho estejam em vigor há 12 meses ou mais, as férias co-
letivas são concedidas a título de antecipação do gozo de férias individuais, observando-se que a data
do período aquisitivo permanece inalterada.

Exemplo
a) Dados hipotéticos:
- admissão: 06.10.2018
- férias coletivas: 15 dias (04 a 18.11.2019)
- faltas injustificadas ao serviço: 4
- direito adquirido: 30 dias (06.10.2018 a 05.10.2019) = 12/12 de 30 dias
- início do novo período aquisitivo: 06.10.2018 (sem alteração)
- remuneração: o empregador opta por uma das seguintes hipóteses:
- o empregado goza integralmente o período adquirido de férias, isto é, 30 dias, retornando ao trabalho em
04.12.2019; ou
- o empregado goza apenas 15 dias concedidos a título de férias coletivas, restando-lhe um saldo favorável de 15
dias, cujo término do período de gozo deve ocorrer até 05.10.2020 (data-limite do período concessivo).
162 Guia de Cálculos Trabalhistas

Visualizando:

FÉRIAS COLETIVAS

O GOZO DE FÉRIAS
COLETIVAS, DE 04 A
18.11.2019, CONSTITUI
ADMISSÃO TÉRMINO CONCESSÃO PARCIAL TÉRMINO
INÍCIO DO
E INÍCIO DO DO 1º DE GOZO RELATIVO ÀS DO 2º
PERÍODO 2º PERÍODO
1º PERÍODO PERÍODO FÉRIAS ADQUIRIDAS DE PERÍODO
AQUISITIVO AQUISITIVO GOZO
AQUISITIVO AQUISITIVO 06.10.2018 A 05.10.2019, AQUISITIVO
EM CURSO
CUJO SALDO RESTANTE
(15 DIAS) DEVERÁ SER
QUITADO E CONCEDIDO
PELO EMPREGADOR ATÉ
05.10.2020.

06.10.2018 05.10.2019 06.10.2019 04 a 18.11.2019 05.10.2020

b) Dados hipotéticos:

- Admissão: 16.05.2015;

- Férias coletivas: 15 dias (04 a 18.11.2019);

- Faltas injustificadas ao serviço: 2;


- Férias quitadas e gozadas relativas aos seguintes períodos aquisitivos:

- 16.05.2015 a 15.05.2016;

- 16.05.2016 a 15.05.2017;

- 16.05.2017 a 15.05.2018;

- 16.05.2018 a 15.05.2019.

Período aquisitivo em curso: 16.05.2019 a 15.05.2020.

Nesse caso, a concessão do período de férias coletivas de 04 a 18.11.2019 constituiu antecipação do gozo de
férias relativas ao período aquisitivo em curso (16.05.2019 a 15.05.2020), cujo saldo de férias a ser apurado, con-
forme as faltas injustificadas até 15.05.2020, deverá ser concedido e quitado pelo empregador até 15.05.2021, sob
pena de pagamento em dobro. Assim, observa-se o quadro seguinte:

FÉRIAS COLETIVAS
INÍCIO TÉRMINO PERÍODO
PERÍODO
FÉRIAS QUITADAS E DE NOVO DO CONCESSIVO
ADMISSÃO AQUISITIVO
GOZADAS PERÍODO PERÍODO DE FÉRIAS
GOZO EM CURSO DE
AQUISITIVO AQUISITIVO NORMAIS
16.05.2019 A
15.05.2020

O gozo de férias
- 16.05.2015 a 15.05.2016 coletivas, de 04 a
18.11.2019, consti-
- 16.05.2016 a 15.05.2017; tui antecipação de 16.05.2020 a
16.05.2015 16.05.2019 04 a 18.11.2019 15.05.2020
- 16.05.2017 a 15.05.2018 gozo relativo ao pe- 15.05.2021
ríodo aquisitivo em
- 16.05.2018 a 15.05.2019 curso de 16.05.2019
a 15.05.2020.
Guia de Cálculos Trabalhistas 163

ABONO PECUNIÁRIO

A conversão de 1/3 do período de férias a que o empregado tem direito em abono pecuniário, no
caso de férias coletivas, é objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da
respectiva categoria profissional, independentemente de sua concessão por requerimento individual.
Modelo de Abono Pecuniário - Acordo Coletivo

Ilmo. Sr. _______________


Presidente do Sindicato ____________
Endereço _______________
Cidade _____________
Ref.: Acordo coletivo para pagamento de abono pecuniário em férias coletivas.
Prezado Sr.:
Nos termos da CLT, artigos 143, § 2º, e 511 e seguintes _____________ sita na ________________ solicita
(empresa) (endereço)
a participação sindical para o fim epigrafado.
Atenciosamente
___________________________________________________
carimbo e assinatura do responsável legal pela empresa

EXEMPLOS DE FÉRIAS COLETIVAS

a) Mensalistas
Na remuneração de empregado com mais de 1 ano de serviço e salário mensal de R$ 2.280,00, que recebeu 15
dias de férias coletivas em junho/2019, observou-se:
- salário mensal.................................................................................................................R$ 2.280,00
- salário/dia (R$ 2.280,00 ÷ 30)....................................................................................R$ 76,00
- remuneração:
- período de gozo (15 dias × R$ 76,00).....................................................................R$ 1.140,00 +
- 1/3 (CF/1988) de R$ 1.140,00.......................................................................................R$ 380,00
- total bruto.........................................................................................................................R$ 1.520,00 -
- contribuição previdenciária 9% de R$ 1.520,00..............................................R$ 136,80
- líquido.................................................................................................................................R$ 1.383,20
b) Horistas
Supondo-se um horista, com jornada diária de 7h 20min e salário/hora de R$ 12,00, recebeu 10 dias de férias
coletivas em junho/2019, tem-se:
- salário/hora (base de 220h/mês)............................................................................R$ 12,00
- salário/dia (7h20min, ou seja, 7,333333 × R$ 12,00).................................. =R$ 88,00
- remuneração:
- período de gozo (10 dias × R$ 88,00)................................................................ = R$ 880,00 +
- 1/3 (CF/1988) de R$ 880,00..................................................................................... = R$ 293,33
- total bruto.........................................................................................................................R$ 1 .173,33 -
- Contribuição previdenciária 11% de R$ 1.173,33 = a.......................................R$ 129,07
- líquido.................................................................................................................................R$ 1.044,26
164 Guia de Cálculos Trabalhistas

b.1) Horistas com jornada de trabalho variável


Nesse caso, apura-se a média do período aquisitivo aplicando-se ao resultado o valor do salário/hora na data da
concessão das férias (20 dias neste exemplo):
- total de horas do período aquisitivo de 12 meses, por exemplo.................. 2.160
- média aritmética (2.160 ÷ 12)......................................................................................... = 180
- salário/hora.......................................................................................................................R$ 14,00
- salário-base (R$ 14,00 × 180)................................................................................. = R$ 2.520,00
- remuneração:
- período de gozo: 20 dias × valor dia (R$ 2.520,00 ÷ 30 = R$ 84,00)..... = R$ 1.680,00 +
- 1/3 (CF/1988) de R$ 1.680,00......................................................................................R$ 560,00
- total bruto.........................................................................................................................R$ 2.240,00 -
- contribuição previdenciária 11% de R$ 2.240,00.............................................R$ 246,40
- Total......................................................................................................................................R$ 1.993,60
- Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte
Considerando que o trabalhador não tenha dependente, temos:
Remuneração total de férias + 1/3........................................................................ = R$ 2.240,00
Dedução de contribuição previdenciária......................................................... = R$ 246,40
Base cálculo do IRRF.................................................................................................. = R$ 1.993,60
- alíquota de IRRF = 7,5%........................................................................................... = R$ 149,52
- parcela a deduzir....................................................................................................... = R$ 142,80
- valor de retenção do IRRR..................................................................................... = R$ 6,72
Líquido a receber......................................................................................................... = R$ 1.986,88
c) Tarefeiro - Coletivas em 2019
Toma-se por base a média da produção no período aquisitivo de direito a férias, aplicando-se ao resultado o
valor da remuneração da tarefa na data da concessão das férias:
- total das tarefas no período aquisitivo de 12 meses, por exemplo............. 9.600
- média aritmética (9.600 ÷ 12)........................................................................................ = 800
- remuneração atual da tarefa....................................................................................R$ 4,00
- férias coletivas..................................................................................................................... 20 dias
- remuneração:
- R$ 4,00 × 800 ÷ 30.................................................................................................... = R$ 106,67
=> R$ 106,67 × 20.......................................................................................................... = R$ 2.133,40+
- 1/3 (CF/1988) de R$ 2.133,40................................................................................... = R$ 711,13
- total bruto.........................................................................................................................R$ 2.844,53
- contribuição previdenciária 11% de R$ 2.844,53......................................... = R$ 312,90
- Total......................................................................................................................................R$ 2.531,63
- Retenção de Imposto de Renda Retido na Fonte
Guia de Cálculos Trabalhistas 165

Considerando que o trabalhador não tenha dependente, temos:


Remuneração total de férias + 1/3........................................................................ = R$ 2.844,53
Dedução de contribuição previdenciária......................................................... = R$ 312,90
Base cálculo do IRRF.................................................................................................. = R$ 2.531,63
- alíquota de IRRF = 7,5%........................................................................................... = R$ 189,87
- parcela a deduzir....................................................................................................... = R$ 142,80
- valor de retenção do IRRR..................................................................................... = R$ 47,07
Líquido a receber......................................................................................................... = R$ 2.484,56
d) Comissão
Apura-se a média percebida pelo empregado nos 12 meses que precederem à concessão das férias.
Assim, no caso de empregado comissionista, sem parte fixa, que gozou férias coletivas de 15 dias (04 a 18.11.2019)
relativas ao período aquisitivo de 05.05.2018 a 04.05.2019, tem-se:
- férias coletivas..................................................................................................................... 15 dias
- média das comissões de 11/2018 a 10/2019.......................................................R$ 2.500,00
- remuneração:
R$ 2.500,00 × 15 ÷ 30................................................................................................... = R$ 1.250,00 +
- 1/3 (CF/1988) de R$ 1.250,00.................................................................................. = R$ 416,67
- total bruto.........................................................................................................................R$ 1.666,67
- contribuição previdenciária 9% de R$ 1.666,67........................................... = R$ 150,00
- líquido.................................................................................................................................R$ 1.516,67
- IR: isento.
Sendo misto o salário, comissões e fixo, por exemplo, à média do variável soma-se o fixo da época de gozo das
férias, proporcional ao período concedido de férias coletivas.

Importante
A Emenda Constitucional nº 103/2019 estabeleceu em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição
previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão
aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores com-
preendida nos respectivos limites. Esta determinação é aplicada a partir de competência março/2020.
A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição previdenciária de empregados, domésticos
e avulsos a ser observada a partir de março/2020.

ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Assim sendo, o cálculo da contribuição previdenciária aplicada sobre férias coletivas concedidas
a partir de 1º.03.2020, observará esta tabela.
166 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo
Considerando que a remuneração total a título de férias coletivas (férias + terço constitucional) seja de R$
6.500,00, temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.

Dicas do eSocial
No eSocial, as informações relativas às férias (vencidas, simples, em dobro, proporcionais, indenizadas, abono pecuniá-
rio, terço constitucional, incidências, etc.) serão lançadas em eventos, tais como: S-1010 - Tabela de Rubricas, S-1200 -
Remuneração de Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social e S-2230 - Afastamento Temporário.
Na simplificação do eSocial, a ser implantada em futuro próximo, está previsto que será criada uma tabela de rubrica
padrão com as incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar o
evento S-1010 - Tabela de Rubricas.
CAPÍTULO VI
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

A gratificação natalina, devida a todos os empregados urbanos, rurais e domésticos, é paga em


duas parcelas; a primeira, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, e a segunda, até 20 de
dezembro. Seu valor corresponde a 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço do
ano correspondente, considerando-se mês integral a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho, no
mês civil.

Lembre-se de que a Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram
desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT para determinar, entre outras disposições, que constitui ob-
jeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e convenção) a supressão ou redução do valor
nominal do 13º salário.

A base de cálculo da gratificação natalina é a remuneração integral ou o valor da aposentadoria.

Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário


devido e pago diretamente pelo empregador como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
Ao salário integram-se: importância fixa estipulada, as comissões pagas pelo empregador, as gratifica-
ções legais. Os adicionais por trabalho insalubre e perigoso, bem como o salário-utilidade, também o
integram para esse efeito.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou os arts. 457 e 458
da CLT para determinar que as verbas elencadas a seguir, mesmo quando pagas com habitualidade, não integram a re-
muneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo
trabalhista e previdenciário:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios;
e) abonos
f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada);
g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses
e outras similares.

Para efeito de pagamento e cálculo do valor da gratificação de natal, é necessário apurar, mês a
mês, as faltas não justificadas pelo empregado, a fim de verificar se houve pelo menos 15 dias de trabalho.

Assim, para cada mês, restando um saldo de, no mínimo, 15 dias após o desconto das faltas injus-
tificadas nos respectivos meses, assegura-se ao empregado o recebimento de 1/12 de 13º salário.

Ressalte-se que as faltas legais e justificadas ao serviço não são computadas a esse efeito.

Os dias de repouso (Repouso/Descanso Semanal Remunerado) que eventualmente não tiverem


sido pagos ao empregado durante o ano, em decorrência de falta injustificada durante a semana ou
168 Guia de Cálculos Trabalhistas

punição disciplinar, não poderão ser computados para efeito da contagem dos 15 dias trabalhados no
mês para o empregado fazer jus a 1/12 de 13º salário proporcional por mês de serviço, ou seja, não di-
minuirá a contagem da proporcionalidade a que o empregado tiver direito. Esse critério é adotado para
não haver a ocorrência de dupla penalidade ao empregado, ou seja, uma vez, por ocasião do desconto
dos repousos durante o ano e outra vez, para fins de diminuir a contagem da proporcionalidade de 13º
salário.

Não se consideram faltas ao serviço para fins de apuração do 13º salário as seguintes ausências:

I - até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão;


II - até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - em geral, por 5 dias, enquanto não for fixado outro prazo em lei, como licença-paternidade;
Nota
Segundo entendimento predominante, a licença-paternidade tem duração de 5 dias corridos. Todavia, o Secretário de
Relações de Trabalho, ao dispor que a referida licença deve ser entendida como ampliação da falta legal por motivo de
nascimento de filho, de 1 para 5 dias (CLT, art. 473, III), está se referindo a dias úteis.
Lembra-se que o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional deverá ser consultado para fins de
certificação da existência ou não de cláusula específica sobre o assunto.

IV - por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente
comprovada;

V - até 2 dias consecutivos ou não, para fins de alistamento eleitoral, nos termos da lei respectiva;

VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do serviço militar referidas na Lei
nº 4.375/1964, art. 65, “c” (Lei do Serviço Militar);

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso
em estabelecimento de ensino superior;

VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver de comparecer a juízo;

IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sin-
dical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro;

X - até 2 dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período
de gravidez de sua esposa ou companheira;

XI - por 1 dia por ano para acompanhar filho de até 6 anos em consulta médica;

XII - durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto


não criminoso e de adoção ou guarda judicial de criança, para fins de adoção, observados os requisitos
da legislação previdenciária para a percepção do benefício de salário-maternidade;

XIII - justificadas pela empresa, assim entendidas as que não tiverem determinado o desconto do
correspondente salário;

XIV - durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão pre-
ventiva, quando for impronunciado ou absolvido;

XV - o comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou convocado;

XVI - o comparecimento como parte à Justiça do Trabalho;


Guia de Cálculos Trabalhistas 169

XVII - para servir como jurado no Tribunal do Júri;

XVIII - o afastamento por doença ou acidente do trabalho, nos 15 primeiros dias pagos pela empre-
sa mediante comprovação, observada a legislação previdenciária;

XIX - a convocação para serviço eleitoral;

XX - por greve, desde que tenha havido acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do
Trabalho que disponha sobre a manutenção dos direitos trabalhistas aos grevistas durante a paralisação
das atividades;

XXI - o período de frequência em curso de aprendizagem;

XXII - para o(a) professor(a), por 9 dias, em consequência de casamento ou falecimento de cônjuge,
pai, mãe ou filho;

XXIII - dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atuações do Conselho
Nacional de Previdência Social (CNPS), as quais são computadas como jornada efetivamente trabalha-
da para todos os fins e efeitos legais;

XXIV - o período de férias, que, inclusive, é computado para todos os efeitos como tempo de serviço;

XXV - dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS, decorrentes das ati-
vidades desse órgão, que serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para
todos os fins e efeitos legais;

XXVI - o período de afastamento do representante dos empregados quando convocado para atuar
como conciliador nas Comissões de Conciliação Prévia, sendo computado como tempo de trabalho
efetivo o despendido nessa atividade;

XXVII - atrasos decorrentes de acidentes de transporte, comprovados mediante atestado da em-


presa concessionária;

XXVIII - a dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de, no mínimo,
6 consultas médicas e demais exames complementares durante a gravidez;

XXIX - por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestado pelo INSS;

XXX - nos dias em que não tenha havido serviço;

XXXI - até 3 dias (em cada 12 meses de trabalho) para realização de exames preventivos de câncer
devidamente comprovada;

XXXII - outros motivos previstos em acordo, convenção ou dissídio coletivo de trabalho da entida-
de sindical representativa da categoria profissional.

1ª PARCELA

Pagamento - Prazo

O pagamento da 1ª parcela do 13º salário deve ser efetuado até o dia 30 de novembro, salvo se o
empregado já o recebeu por ocasião das férias.

Nota
O adiantamento é efetuado ao ensejo das férias, se requerido pelo empregado no mês de janeiro do correspondente ano.
170 Guia de Cálculos Trabalhistas

Valor

Admissão até 17 de janeiro, inclusive

Para os empregados admitidos até o dia 17 de janeiro, portanto, com direito ao 13º salário integral,
o valor da 1ª parcela corresponderá à metade da remuneração relativa ao mês anterior ao pagamento
da gratificação.

Exemplos
a) mensalistas, horistas e diaristas:
Metade do salário contratual percebido no mês anterior.
1 - mensalistas com salário de R$ 2.530,00 percebem R$ 1.265,00, ou seja:
R$ 2.530,00 = R$ 1.265,00
2
2 - Horista com salário de R$ 20,00 faz jus à metade de 220 horas (contratadas à base de 220 h mensais):
R$ 20,00 × 220 = R$ 2.200,00
2
3 - Diaristas com salário de R$ 200,00 recebem metade de 30 diárias:
R$ 200,00 × 30 = R$ 3.000,00
2
b) Salário variável
Metade da média mensal até o mês de outubro, aos que percebem salário variável (comissionistas, tarefeiros,
contratistas e modalidades semelhantes).
No caso de salário variável sem parte fixa, somam-se as parcelas percebidas mensalmente, divide-se o total
pelo número de meses trabalhados, encontrando-se a média mensal. A 1ª parcela do 13º salário corresponde à
metade dessa média mensal.
Comissionista
Empregado comissionista puro (sem parte fixa) recebeu, de janeiro a outubro/2019:

2019 COMISSÕES AUFERIDAS (R$)


Janeiro 3.700,00
Fevereiro 3.400,00
Março 2.700,00
Abril 2.200,00
Maio 2.500,00
Junho 2.800,00
Julho 2.300,00
Agosto 2.600,00
Setembro 2.500,00
Outubro 2.700,00
Total 27.400,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 171

Apuração do reflexo das comissões sobre o RSR


Para apurar o RSR sobre comissões divide-se o total das comissões auferidas no mês pelo nº de dias úteis do
mês e o resultado será multiplicado pelo nº de domingos e feriados respectivos.

Nota
Há quem entenda que o total das comissões deve ser divido pelo nº de dias efetivamente trabalhados e não pelo nº de
dias úteis do mês.

Janeiro: R$ 3.700,00 × 5 = R$ 711,55


26
Fevereiro: R$ 3.400,00 × 4 = R$ 566,68
24
Março: R$ 2.700,00 × 5 = R$ 519,23
26
Abril: R$ 2.200,00 × 5 = R$ 440,00
26
Maio: R$ 2.500,00 × 5 = R$ 480,75
26
Junho: R$ 2.800,00 × 5 = R$ 560,00
25
Julho: R$ 2.300,00 × 4 = R$ 340,74
27
Agosto: R$ 2.600,00 × 4 = R$ 385,20
27
Setembro: R$ 2.500,00 × 6 = R$ 625,00
24
Outubro: R$ 2.700,00 × 5 = R$ 519,23
26

Total R$ 5.148,38 (valor total do reflexo das comissões sobre RSR nos meses de Janeiro a outubro/2019)
Média mensal
R$ 27.400,00 + R$ 5.148,38 = R$ 32.548,38 ÷ 10 = R$ 3.254,84
Cálculo da 1ª parcela do 13º salário:
R$ 3.254,84 = R$ 1.627,42
2

Nota
Verificar se há cláusula de acordo, convenção coletiva de trabalho da respectiva categoria profissional ou sentença
normativa que estabeleça critério de cálculo diverso, tal como período reduzido (meses) de comissões auferidas para
apuração da média, e/ou indexador de atualização.

Tarefeiro (pecista)
Empregado tarefeiro produziu 1.000 peças de janeiro a outubro/2019, com a média mensal de produção de 100
peças.
172 Guia de Cálculos Trabalhistas

Supondo-se que o salário/peça seja de R$ 17,00 em outubro/2019, temos:

2019 PEÇAS PRODUZIDAS


Janeiro 80
Fevereiro 100
Março 70
Abril 130
Maio 120
Junho 110
Julho 90
Agosto 110
Setembro 90
Outubro 100
Total 1.000

Média mensal das peças = 100 (1.000 ÷ 10)


Valor da média mensal = R$ 1.700,00 (R$ 17,00 × 100)
Apuração do reflexo das peças sobre o RSR
Para apurar o RSR sobre peças executadas durante o mês, multiplica-se o nº de peças pelo valor desta, o resul-
tado divide-se pelo nº de dias de efetivo trabalho no mês. O valor obtido será multiplicado pelo nº de domingos
e feriados do mês.
Considerando que o empregado não trabalhe nos sábados (dias livres).
Janeiro: 80 × R$ 17,00 × 5 = R$ 309,10
22
Fevereiro: 100 × R$ 17,00 × 4 = R$ 340,00
20
Março: 70 × R$ 17,00 × 5 = R$ 283,35
21
Abril: 130 × R$ 17,00 × 5 = R$ 526,19
21
Maio: 120 × R$ 17,00 × 5 = R$ 463,64
22
Junho: 110 × R$ 17,00 × 5 = R$ 467,50
20
Julho 90 × R$ 17,00 × 4 = R$ 332,61
23
Agosto: 110 × R$ 17,00 × 4 = R$ 340,00
22
Setembro: 90 × R$ 17,00 × 6 = R$ 442,00
21
Outubro: 100 × R$ 17,00 × 5 = R$ 369,57
23
Total R$ 3.873,96 (valor total do reflexo das peças sobre RSR nos meses de Janeiro a outubro/2019)
Média mensal do reflexo no DSR = R$ 387,40 (R$ 3.873,96 ÷ 10)
Média total mensal = R$ 2.087,40 (R$ 1.700,00 + R$ 387,40)
Guia de Cálculos Trabalhistas 173

Assim, temos:
R$ 2.087,40 = R$ 1.043,70
2
Salário misto
No caso de salário misto (fixo + variável), apura-se a média mensal da parte variável e adiciona-se o salário fixo
contratual vigente no mês anterior ao pagamento. Logo, para um fixo de R$ 1.070,00 e comissões + RSR, de ja-
neiro a outubro/2019, no montante de R$ 44.000,00, temos:
=> R$ 44.000,00 ÷ 10 = R$ 4.400,00 =>
=> R$ 4.400,00 + R$ 1.070,00 = R$ 5.470,00 =>
=> R$ 5.470,00 = R$ 2.735,00 (1ª parcela)
2
Deve ser considerado o salário ou a parte fixa dos salários mistos do mês anterior ao do pagamento e não a
média de janeiro a outubro. A média só é utilizada para apuração da parte variável ou da produção.
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

Admissão após 17 de janeiro


Os empregados admitidos após 17 de janeiro não tem direito ao 13º salário integral, assim, será
computado o período posterior à admissão do empregado, atribuindo-se metade de 1/12 da remuneração
mensal percebida ou apurada por mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias dentro do mês civil.

Exemplos
Mensalista
Empregado admitido em 15.04.2019 com salário de R$ 4.800,00, mantido em outubro, recebeu a 1ª parcela de
R$ 1.400,00, isto porque:
=> R$ 4.800,00 = R$ 400,00 (valor de 1/12) =>
12
=> R$ 400,00 × 7 (nº de meses de serviço até outubro) = R$ 2.800,00 =>
=> R$ 2.800,00 = R$ 1.400,00
2

Comissionista (sem parte fixa)


Exemplo de empregado admitido em 1º de agosto de 2019:
Comissões pagas:
- agosto.........................................R$ 3.700,00
- setembro................................... R$ 3.400,00 +
- outubro........................................R$ 3.800,00
- total...............................................R$ 1 0.900,00
Média das comissões: R$ 10.900,00 ÷ 3 = R$ 3.633,33

Reflexo das comissões sobre o RSR


Agosto: R$ 3.700,00 × 4 = R$ 548,16
27
Setembro: R$ 3.400,00 × 6 = R$ 850,00
24
174 Guia de Cálculos Trabalhistas

Outubro: R$ 3.800,00 × 5 = R$ 730,77


26
Total R$ 2.128,93
Média mensal = R$ 709,64 (R$ 2.128,93 ÷ 3)
Média mensal total = R$ 4.342,97 (R$ 3.633,33 + R$ 709,64)
Cálculo de 1/12:
R$ 4.342,97 = R$ 361,91
12
Cálculo da 1ª parcela:
R$ 361,91 × 3 = R$ 542,87
2
Na hipótese de fixo e variável, apura-se a média mensal da parte variável, que se adiciona ao salário fixo do mês
anterior ao pagamento.
Pecista (tarefeiro)
Empregado admitido em 1º de agosto produziu nos meses de:
Agosto = 1.000 peças
Setembro = 1.200 peças
Outubro = 1.300 peças
Total = 3.500 peças
O salário/peça em outubro é R$ 9,00. Considerando que o empregado não trabalhe nos sábados (dias livres).
Assim, temos:
Média salarial:
R$ 3.500 × R$ 9,00 = R$ 10.500,00
3
Reflexo no RSR
Agosto: 1.000 × R$ 9,00 × 4 = R$ 1.636,36
22
Setembro: 1.200 × R$ 9,00 × 6 = R$ 3.085,71
21
Outubro: 1.300 × R$ 9,00 × 5 = R$ 2.543,48
23
Total R$ 7.265,56
Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.421,85 (R$ 7.265,56 ÷ 3)
Média mensal total = R$ 12.921,85 (R$ 10.500,00 + R$ 2.421,85)
Cálculo de 1/12: R$ 12.921,85 ÷ 12 = R$ 1.076,82
Cálculo da 1ª parcela:
R$ 1.076,82 × 3 (nº de meses de serviço até outubro) = R$ 1.615,23
2
Nota
Há os que consideram o mês de novembro na contagem proporcional do tempo de serviço, para pagamento da 1ª
parcela do 13º salário aos admitidos após 17 de janeiro e com menos de 1 ano na empresa. Assim, o adiantamento seria
calculado computando-se os avos proporcionais de tempo de serviço até novembro, desde que o empregado já tenha
trabalhado, no mínimo, 15 dias naquele mês. Entretanto, como a Lei nº 4.749/1965, no art. 2º, determina o adiantamento
do 13º salário na importância correspondente à metade do salário do mês anterior (base de cálculo), entende-se que a
contagem dos avos proporcionais também deve ir até aquele mês; portanto, até outubro.
Guia de Cálculos Trabalhistas 175

Encargos sociais
• Contribuição previdenciária - Sobre a 1ª parcela do 13º salário não haverá incidência da contri-
buição previdenciária.

• IRRF - Não incide Imposto de Renda Retido na Fonte.

• FGTS - O depósito é efetuado até o dia 07 do mês seguinte àquele em que for paga ou devida a
1ª parcela.

2ª PARCELA
O pagamento da 2ª parcela do 13º salário deve ser efetuado até o dia 20 de dezembro, tendo por
base de cálculo a remuneração correspondente a este mês, deduzindo-se, após o desconto dos encar-
gos legais incidentes, o valor pago referente à 1ª parcela.

A 2ª parcela, que totaliza o 13º salário, corresponde a um salário mensal de dezembro para os men-
salistas, horistas e diaristas, admitidos até 17 de janeiro.

Exemplos
a) mensalista
Empregado mensalista, com salário de R$ 1.800,00 em outubro, recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro.
Qual o valor bruto da 2ª parcela, sabendo-se que o salário vigente em dezembro ficou mantido em R$ 1.800,00?
- remuneração em dezembro = R$ 1.800,00
- 13º salário integral = R$ 1.800,00
- 1ª parcela percebida = R$ 900,00
- 2ª parcela a receber:
=> R$ 1.800,00 − R$ 900,00 = R$ 900,00
b) horista (base: 220h mensais)
Empregado horista recebe a 1ª parcela do 13º salário em maio, por ocasião de suas férias, com salário/hora de R$
10,00 em abril. Qual o valor bruto da 2ª parcela, quando o salário/hora em dezembro é R$ 12,00?
1ª Parcela
- salário/hora em abril = R$10,00
- remuneração/base (R$ 10,00 × 220) = R$ 2.200,00

- 1ª parcela em abril R$ 10,00 × 220 = R$ 1.100,00

2
2ª Parcela
- salário/hora em dezembro = R$ 12,00
- 13º salário integral (R$ 12,00 × 220) = R$ 2.640,00
- 2ª parcela (R$ 2.640,00 - R$ 1.100,00 => 1ª parcela) = R$ 1.540,00
c) diarista
Empregado diarista recebe a 1ª parcela do 13º salário por ocasião das férias em abril, à razão da remuneração de
R$ 170,00 diários vigentes em março. Em dezembro passa a R$ 190,00 diários. Qual o valor bruto da 2ª parcela?
176 Guia de Cálculos Trabalhistas

1ª Parcela
- salário/dia em março = R$ 170,00
- 1ª parcela em abril => R$ 170,00 × 30 = R$ 2.550,00
2
2ª Parcela
- salário/dia em dezembro = R$ 190,00
- 13º salário integral (R$ 190,00 × 30) = R$ 5.700,00
- 2ª parcela (R$ 5.700,00 - R$ 2.550,00 => 1ª parcela) = R$ 3.150,00
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

SALÁRIO VARIÁVEL

Para os que recebem remuneração essencialmente variável (comissões, tarefas, etc.) apura-se a
média mensal das importâncias percebidas de janeiro a novembro.

Aos que auferem salário misto (fixo mais variável) apura-se a média da parte variável percebida de
janeiro a novembro, a qual será adicionada ao fixo vigente no mês de dezembro.

Em resumo, para apurar a remuneração integral mensal, em todos os casos, usa-se critério idên-
tico ao utilizado na apuração da remuneração integral mensal para pagamento da 1ª parcela: somar o
salário fixo de dezembro à média da parte variável de janeiro a novembro ou da admissão a novembro.

Exemplos
a) Comissionista
I - empregado percebe comissões de janeiro a novembro à média mensal de R$ 3.100,00 (já incluído o valor da
integração dos RSR). A parte fixa é de R$ 1.800,00 e o 13º salário, R$ 4.900,00 (R$ 1.800,00 + R$ 3.100,00), menos
a quantia eventualmente recebida como 1ª parcela e sujeita a acerto até 10 de janeiro do ano seguinte (*), em
decorrência das comissões percebidas em dezembro.
II - empregado comissionista recebe comissões de janeiro a junho no valor de R$ 9.600,00 (já incluído o valor da
integração dos RSR). O salário fixo na época era R$ 1.500,00. Recebe a 1ª parcela do 13º salário, por ocasião das
férias, em julho.
Nesse caso, temos:
1ª Parcela
- total das comissões de janeiro a junho = R$ 9.600,00
- média mensal das comissões (R$ 9.600,00 ÷ 6) = R$ 1.600,00
- 1ª parcela => (R$ 1.500,00 + R$ 1.600,00) ÷ 2 = R$ 1.550,00
2ª Parcela
Sabendo-se que de julho a novembro recebe mais R$ 16.000,00 de comissões e um fixo de R$ 1.600,00, tem-se:
- total das comissões de janeiro a novembro =>
=> R$ 9.600,00 + R$ 16.000,00 = R$ 25.600,00
- média mensal (R$ 25.600,00 ÷ 11) = R$ 2.327,27 − 2ª parcela (R$ 2.327,27 + R$ 1.600,00 − R$ 1.550,00 => 1ª parcela)
=> R$ 2.377,27
Guia de Cálculos Trabalhistas 177

Em dezembro o empregado recebe R$ 6.000,00 de comissões, mantendo-se o fixo em R$ 1.600,00. Refaz-se o


cálculo, da seguinte forma:
- total das comissões de janeiro a dezembro =>
=> R$ 9.600,00 + R$ 16.000,00 + R$ 6.000,00 = R$ 31.600,00
- média mensal (R$ 31.600,00 ÷ 12) = R$ 2.633,33
- 13º salário integral (R$ 2.633,33 + R$ 1.600,00) = R$ 4.233,33
- 1ª + 2ª parcelas (R$ 1.550,00 + R$ 2.377,27) = R$ 3.927,27
- valor a favor do empregado (R$ 4.233,33 - R$ 3.927,27) = R$ 306,06 (*)
(*) Há quem entenda que o pagamento da diferença do 13º salário deve ser efetuado até o 5º dia útil de janeiro
do ano seguinte, com base no art. 459 da CLT, e não até 10 de janeiro.
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

EMPREGADOS COM MENOS DE 1 ANO DE SERVIÇO - EXEMPLOS

a) empregado admitido em 13 de julho recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro, baseada na remuneração
de R$ 4.200,00 mensais (salário de outubro). Em dezembro passa a R$ 4.700,00 mensais.

1ª Parcela
- salário mensal em outubro = R$ 4.200,00
R$ 1.400,00 ÷ 2 = R$ 700,00
- 1ª parcela (4/12 de R$ 4.200,00) =>
=> R$ 4.200,00 × 4 = R$ 1.400,00 =>
12
=> (R$ 1.400,00 ÷ 2) = R$ 700,00

2ª Parcela
- salário mensal em dezembro = R$ 4.700,00
- 2ª parcela (6/12 de R$ 4.700,00) =>
=> R$ 4.700,00 × 6 = R$ 2.350,00 =>
12
=> (R$ 2.350,00 − R$ 700,00) = R$ 1.650,00
b) empregado admitido em 21 de setembro recebe a 1ª parcela do 13º salário em novembro, com salário/hora de
R$ 28,00 em outubro, que em dezembro passa a R$ 30,00.

1ª Parcela
- salário/hora em outubro = R$ 28,00
- remuneração/base (R$ 28,00 × 220) = R$ 6.160,00
- 1ª parcela (1/12 de R$ 6.160,00) =>
=> R$ 6.160,00 × 1 = R$ 513,33 =>
12
=> (R$ 513,33 ÷ 2) = R$ 256,67
178 Guia de Cálculos Trabalhistas

2ª Parcela
- salário/hora = R$ 30,00
- remuneração/base em dezembro (R$ 30,00 × 220) = R$ 6.600,00
- 2ª parcela (3/12 de R$ 6.600,00) =>
=> R$ 6.600,00 × 3 = R$ 1.650,00
12
=> (R$ 1.650,00 − R$ 256,67) = R$ 1.393,33
c) empregado admitido em 10 de agosto produziu 990 tarefas até outubro. A tarefa vigente em outubro, por oca-
sião do pagamento da 1ª parcela, foi de R$ 27,00, passando a R$ 29,00 em novembro.
1ª Parcela
- produção de agosto a outubro = 990
- média mensal (990 ÷ 3) = 330
- remuneração/base (330 × R$ 27,00) = R$ 8.910,00
Reflexo no RSR
Agosto: 300 × R$ 27,00 × 4 = R$ 1.472,72
22
Setembro: 350 × R$ 27,00 × 6 = R$ 2.700,00
21
Outubro: 340 × R$ 27,00 × 5 = R$ 1.995,65
23
Total R$ 6.168,37
Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.056,12 (R$ 6.168,37 ÷ 3)
Média mensal total = R$ 10.966,12 (R$ 8.910,00 + R$ 2.056,12)
- 1ª parcela (3/12 de R$ 10.966,12) =>
=> R$ 10.966,12 × 3 = R$ 2.741,53
12
=> (R$ 2.741,53 ÷ 2) = R$ 1.370,77
2ª Parcela
Em novembro o empregado produziu 410 tarefas, o pagamento da 2ª parcela observou:
- produção de agosto a novembro (990 + 410) = 1.400
- média mensal (1.400 ÷ 4) = 350
- remuneração/base (350 × R$ 29,00) = R$ 10.150,00
Reflexo no RSR
Novembro: 410 × R$ 29,00 × 6 = R$ 3.567,00
20
Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.433,84 (R$ 9.735,37 ÷ 4)
Média mensal total = R$ 12.583,84 (R$ 10.150,00 + R$ 2.433,84)
- 2ª parcela (5/12 de R$ 12.583,84) =>
=> R$ 12.583,84 × 5 = R$ 5.243,27
12
=> (R$ 5.243,27 - R$ 1.370,77) = R$ 3.872,50
Guia de Cálculos Trabalhistas 179

Considerando-se que em dezembro o empregado produziu 150 tarefas, observamos:


- produção de agosto a dezembro (990 + 410 + 150) = 1.550
- média mensal (1.550 ÷ 5) = 310
- remuneração/base em dezembro (310 × R$ 29,00) = R$ 8.990,00
Reflexo no RSR
Dezembro: 310 × R$ 29,00 × 6 = R$ 2.568,57
21
Média do reflexo sobre RSR = R$ 2.460,79 (R$ 12.303,94 ÷ 5)
Média mensal total = R$ 11.450,79 (R$ 8.990,00 + R$ 2.460,79)
- 13º salário proporcional (5/12 de R$ 11.450,79) =>
=> R$ 11.450,79 × 5 = R$ 4.771,16 =>
12
- 1ª + 2ª parcelas
(R$ 1.370,77 + R$ 3.872,50 = R$ 5.243,27
- valor a favor da empresa
(R$ 5.243,27 - R$ 4.771,16) = R$ 472,11 (*)
(*) Por ocasião do acerto até o 5º dia útil de janeiro do ano seguinte coube à empresa o desconto de R$ 472,11.
d) empregado comissionista admitido em 14 de julho recebeu a 1ª parcela do 13º salário em novembro. Percebeu
as seguintes comissões (já incluído o valor da integração dos RSR):
2019 COMISSÕES AUFERIDAS (R$)
Julho 3.600,00
Agosto 3.700,00
Setembro 3.100,00
Outubro 3.900,00
Total 14.300,00

1ª Parcela
- média mensal (R$ 14.300,00 ÷ 4) = R$ 3.575,00
- 1ª parcela (4/12 de R$ 3.575,00) =>
=> R$ 3.575,00 × 4 = R$ 1.191,67 =>
12
=> (R$ 1.191,67 ÷ 2) = R$ 595,83
2ª Parcela
Admitindo-se que em novembro o empregado recebeu R$ 4.400,00 de comissões, observou-se:
- total das comissões de julho a novembro =>
=> (R$ 14.300,00 + R$ 4.400,00) = R$ 18.700,00
- média mensal (R$ 18.700,00 ÷ 5) = R$ 3.740,00
- 2ª parcela (6/12 de R$ 3.740,00) =>
=> R$ 3.740,00 × 6 = R$ 1.870,00 =>
12
=> (R$ 1.870,00 - R$ 595,83) = R$ 1.274,17
180 Guia de Cálculos Trabalhistas

Considerando-se que o empregado recebeu R$ 5.600,00 de comissões em dezembro, o acerto observou:


- total das comissões de julho a dezembro =>
=> (R$ 14.300,00 + R$ 4.400,00 + R$ 5.600,00) = R$ 24.300,00
- média mensal (R$ 24.300,00 ÷ 6) = R$ 4.050,00
- 13º salário proporcional
(6/12 de R$ 4.050,00)
=> R$ 4.050,00 × 6 = R$ 2.025,00 =>
12
- 1ª + 2ª parcelas
(R$ 595,83 + R$ 1.274,17) = R$ 1.870,00
- valor a favor do empregado
(R$ 2.025,00 - R$ 1.870,00) = R$ 155,00 (*)
(*) Acerto até o 5º dia útil de janeiro do ano seguinte.
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

SALÁRIO VARIÁVEL - DIFERENÇA - AJUSTE


Até 20 de dezembro, nem sempre é possível saber quanto ganharão, neste mês, os empregados
que trabalham por tarefa, produção, comissão e outras modalidades semelhantes de salários variáveis.
Nesse caso, computada a parcela variável do mês de dezembro, o cálculo da gratificação deve
ser revisto, acertando-se a diferença, se houver. O resultado pode ser a favor do empregado ou da em-
presa. Havendo diferença favorável ao empregado, o prazo para o seu pagamento é até o 5º dia útil do
mês subsequente. Na contagem dos dias úteis, inclui-se o sábado e excluem-se o domingo e o feriado,
inclusive o municipal.
Não obstante as considerações anteriormente descritas, depreende-se que, caso a empresa te-
nha, efetiva e comprovadamente, o conhecimento antecipado do total da parte variável (comissões, por
exemplo) a que o empregado fará jus até o dia 31.12 (último dia do ano), poderá, então, apurar e pagar a
ele o respectivo 13º salário integral que for devido no próprio ano. Nessa hipótese, portanto, uma vez qui-
tada integralmente a gratificação a que o empregado tiver direito no mesmo ano, não haverá qualquer
acerto de diferença a ser efetuado em janeiro do ano seguinte.
Exemplos
Levando-se em consideração os comentários anteriores, os exemplos a seguir demonstram o critério de cálculo
para apuração de eventuais diferenças.
1ª Hipótese: de janeiro a novembro, a parte variável somou R$ 19.580,00, acusando uma média mensal de R$
1.780,00 (R$ 19.580,00 ÷ 11), que somada ao fixo de R$ 1.400,00 perfaz R$ 3.180,00 (valor do 13º salário a ser pago
até 20 de dezembro).
No mês de dezembro, o fixo permanece em R$ 1.400,00, mas as comissões totalizam R$ 4.300,00.
Para acertar a diferença, o processo é o seguinte:
- total das comissões de janeiro a novembro + comissões de dezembro ÷ 12 + o salário fixo de dezembro
- a quantia paga até 20 de dezembro, ou seja:
=> R$ 19.580,00 + R$ 4.300,00 + R$ 1.400,00 = R$ 3.390,00 =>
12
=> R$ 3.390,00 - R$ 3.180,00 = R$ 210,00
Nessa hipótese, o empregado recebe uma diferença de R$ 210,00.
Guia de Cálculos Trabalhistas 181

2ª Hipótese: admitindo-se que o empregado, em dezembro, ganhe R$ 550,00 de comissões e não R$ 4.300,00,
tem-se:
=> R$ 19.580,00 + R$ 550,00 + R$ 1.400,00 = R$ 3.077,50
12
=> R$ 3.180,00 - R$ 3.077,50 = R$ 102,50
O empregado recebeu R$ 3.180,00, mas a média mensal final encontrada, incluídos o fixo e as comissões de
dezembro, é R$ 3.077,50. A diferença de R$ 102,50, recebida a mais, poderá ser descontada em janeiro.
Nos exemplos anteriormente mencionados em que o salário é variável, já está incluída a integração dos repou-
sos semanais remunerados (RSR).
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

PARCELAS IN NATURA - INTEGRAÇÃO


Quando a remuneração do empregado for composta de parte em dinheiro e de parte em utilida-
des como, por exemplo, habitação, o valor da quantia correspondente a estas deve ser computado para
determinação do respectivo valor do 13º salário.

Exemplo
Empregada com salário mensal de R$ 2.200,00 de janeiro a dezembro/2019, recebeu da empresa, durante todo o
ano, o reembolso do valor do aluguel de sua moradia, correspondente a R$ 880,00. Assim, temos:
13º salário/2019
1ª parcela paga em 30.11.2019
R$ 2.200,00 + R$ 880,00 = R$ 1.540,00
2
2ª parcela paga até 20.12.2019
R$ 2.200,00 + R$ 880,00 = R$ 3.080,00 - R$ 1.540,00 = R$ 1.540,00
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou os arts. 457 e 458
da CLT para determinar que:
Integram o salário:
a) a importância fixa estipulada;
b) as gorjetas;
c) as gratificações legais; e
d) as comissões pagas pelo empregador.
Não integram a remuneração, ainda que pagas com habitualidade e, portanto, não sofrerão incidências trabalhistas
e previdenciárias:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios;
e) abonos
f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada);
g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órte-
ses e outras similares.
182 Guia de Cálculos Trabalhistas

ADICIONAIS - INTEGRAÇÃO
Considerando que a base de cálculo do 13º salário é a remuneração integral do empregado vigen-
te em dezembro, deverá ser efetuado na mesma a inclusão dos adicionais que integram remuneração,
tais como extraordinários, noturno, insalubridade, etc.

Exemplos
Para encontrar o valor do adicional a ser incluído na remuneração, a empresa deve:
a) Hora extra - empregado realiza horas extras habitualmente durante todos os meses do ano. Neste caso, a em-
presa obtém a média mensal da quantidade de horas extras prestadas, multiplicando o número médio obtido
pelo salário/hora vigente, no momento do pagamento, acrescido do adicional extraordinário.
Empregado com salário/hora de R$ 12,00 tem direito em dezembro a R$ 18,00 por hora extra (R$ 12,00 × 1,50).
Trabalha em horário extraordinário 550 horas, de janeiro a novembro, portanto, em média 50 horas por mês (550
÷ 11). No 13º deve-se acrescentar R$ 900,00 (50 × R$ 18,00). Na impossibilidade de acrescentar, à média, as horas
extras de dezembro, deve-se fazer o acerto em janeiro do ano seguinte.
Ainda no exemplo, se o empregado tivesse trabalhado apenas 10 meses (vigência contratual), a média seria de
55 horas (550 ÷ 10). Obtém-se a média dividindo o total das horas extras pelo número de meses trabalhados.
Nota
Há quem entenda que a média, para cálculo de horas extras, é sempre duodecimal (divisor 12), não importando quantos
meses no ano o empregado tenha efetuado horas extras.

Todavia, a empresa deve, por medida preventiva, verificar se há cláusula no acordo, convenção coletiva de tra-
balho da respectiva categoria profissional que estabeleça critério de cálculo diverso.
b) Horas noturnas - empregado realiza horas noturnas habitualmente durante todos os meses do ano. Neste
caso, a empresa obtém a média mensal da quantidade de horas noturnas prestadas, multiplicando o número
médio obtido pelo valor do adicional noturno.
Empregado com salário/hora de R$ 12,00 realizou 216 horas noturnas (janeiro a dezembro); portanto, em média
18 horas noturnas por mês (216 ÷ 12).
Valor do adicional noturno = R$ 2,40 (20% de R$ 12,00)
No 13º deve-se acrescentar R$ 43,20 (R$ 2,40 × 18).
Veja adiante os encargos sociais sobre o 13º salário

AFASTAMENTOS NO CURSO DO ANO E REFLEXO NO CÁLCULO DO 13º SALÁRIO


Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) não decorrente de acidente do trabalho
Trata-se de afastamento por motivo de doença ou outra incapacidade não decorrente de acidente
do trabalho, cujo tratamento se estende por mais de 15 dias, com suspensão contratual automática a
partir do 16º dia.
Durante os primeiros 15 dias de afastamento do trabalho, cabe à empresa pagar ao segurado o
respectivo salário.
O empregado que está ou esteve em gozo desse benefício recebe da empresa o 13º salário propor-
cional relativo ao período de efetivo trabalho, assim considerados os 15 primeiros dias de ausência, e o
tempo anterior e posterior ao afastamento. A Previdência Social assume o período relativo ao afastamento,
isto é, do 16º dia até o retorno ao trabalho, computando-o para fins de pagamento do abono anual.
Lembra-se, ainda, de que o documento coletivo de trabalho da respectiva categoria profissional
deverá ser consultado a fim de a empresa certificar-se se há disposição expressa que trate dos critérios
a serem observados quando o empregado estiver afastado por auxílio-doença.
Guia de Cálculos Trabalhistas 183

Exemplo
Empregado admitido em 08.02.2000 ficou afastado do trabalho por motivo de benefício por incapacidade tem-
porária (auxílio-doença) não decorrente de acidente do trabalho, no ano de 2019, de 1º.09 (16º dia de afastamen-
to da atividade) até 25.10. Nesse caso, a empresa calculou e quitou o 13º salário desse empregado proporcio-
nalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve
afastado percebendo benefício previdenciário.
Assim, no caso, a empresa computou 10/12 relativos ao 13º proporcional em 2019, dos quais:
a) 8/12 correspondem ao período de 1º.01 a 31.08.2019 (anterior ao início do benefício previdenciário); e
b) 2/12 são relativos ao período de 26.10 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento).

Abono anual a cargo da Previdência Social


O abono anual é devido pela Previdência Social aos segurados e dependentes que, durante o ano,
tenham recebido aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte, auxílios acidente, benefício por
incapacidade temporária (auxílio-doença) ou reclusão. É apurado, no que couber, da mesma forma que
a gratificação de Natal dos trabalhadores, com base no valor da renda mensal do benefício do mês de
dezembro de cada ano.

Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença) decorrente de acidente do trabalho


O entendimento da Justiça do Trabalho é de que as faltas ou ausências decorrentes de acidentes
do trabalho não são consideradas para efeito de cálculo da gratificação natalina (Súmula TST nº 46).
Portanto, as ausências ao serviço por acidente do trabalho não reduzem o cálculo e consequente paga-
mento do 13º salário.

Nesse caso, tendo em vista que o empregado receberá o abono anual da Previdência Social, en-
tende-se que a empresa deve apenas complementar o valor do 13º salário, calculando-o como se o
contrato de trabalho não tivesse sido interrompido pelo acidente. Assim, o valor do abono anual pago
pela Previdência Social mais o complemento a cargo da empresa devem corresponder ao valor integral
do 13º salário do empregado mencionado.

Nesse sentido, cumpre notar que já existem cláusulas estabelecidas em acordos, convenções co-
letivas de trabalho ou sentenças normativas, as quais deverão ser sempre consultadas pela empresa a
fim de certificar-se se há algum procedimento a ser adotado por ocasião do afastamento do empregado
por motivo de acidente do trabalho.

Exemplo
Empregado admitido em 10.05.2000 ficou afastado do trabalho por motivo de auxílio-doença decorrente de
acidente do trabalho, no período de 22.06.2019 (16º dia seguinte ao do afastamento do trabalho) até 19.10.2019.
Nesta hipótese, a empresa calculou e pagou o 13º salário/2019 desse empregado proporcionalmente aos perío-
dos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado por aci-
dente do trabalho, bem como pagou a diferença entre o efetivo valor do 13º salário no período de afastamento
e o valor do abono anual pago pela Previdência Social.
De acordo com o exemplo em questão, a empresa pagou o 13º salário/2019 de acordo com os seguintes critérios:
a) 6/12 correspondentes ao período de 1º.01 a 21.06.2019 (anterior ao afastamento);
b) 2/12 relativos ao período de 20.10 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento); e
c) 4/12 pertinentes ao período de afastamento de 22.06 a 19.10.2019, deduzido o valor do abono anual pago pela
Previdência Social relativo a esse período de afastamento.
184 Guia de Cálculos Trabalhistas

SERVIÇO MILITAR
No caso de convocação para prestação do serviço militar obrigatório, o empregado não faz jus ao
13º salário correspondente ao período de afastamento. O período referente à ausência só é computado
para fins de indenização e estabilidade, não gerando qualquer outro direito.

Observe-se que o cargo anterior fica à disposição do empregado afastado para cumprir as exi-
gências do serviço militar. No entanto, para o exercício desse direito, ele deve apresentar-se à empresa
dentro do prazo de 30 dias contados da baixa.

Exemplo
Empregado admitido em 10.03.2018 ficou afastado do trabalho em 2019 para cumprimento das exigências do
serviço militar obrigatório no período de 11.03 até 06.12 e retornou em 07.12.2019 às atividades normais na mes-
ma empresa em que fora admitido.
Nessa hipótese, a empresa calculou e pagou o 13º salário/2019 desse empregado proporcionalmente aos pe-
ríodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastado para
cumprimento do serviço militar.
De acordo com o exemplo em questão, a empresa computou somente 3/12 relativos ao 13º proporcional em
2019, dos quais:
a) 2/12 correspondem ao período de 1º.01 a 11.03.2019 (anterior ao afastamento); e
b) 1/12 é relativo ao período de 07 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento).

SALÁRIO-MATERNIDADE
Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à sua empregada gestante, o qual será com-
pensado quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais ren-
dimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço.

O INSS, entretanto, é responsável pelo pagamento do benefício de salário-maternidade, direta-


mente à segurada, quando se tratar de:
a) adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção;

Nota
A Lei nº 12.873/2013, objeto de conversão, com emendas, da Medida Provisória nº 619/2013, estabeleceu que o empregado
do sexo masculino que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança terá direito à licença e ao salário-
-maternidade pelo período de 120 dias. O benefício do salário-maternidade será pago diretamente pela Previdência Social.
Observa-se que a adoção ou a guarda judicial conjunta ensejará a concessão de licença-maternidade a apenas um dos
adotantes ou guardiães empregado ou empregada.

b) empregada doméstica;
c) empregada do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar
nº 123/2006;
d) contribuinte individual (autônoma e empresária);
e) trabalhadora avulsa;
f) segurada especial;
g) segurada facultativa.
Guia de Cálculos Trabalhistas 185

13º SALÁRIO PROPORCIONAL - PAGAMENTO PELA EMPRESA


Observados os casos em que o pagamento do benefício é de competência da Previdência Social,
cabe à empresa pagar à sua empregada, em virtude de licença por parto ou aborto não criminoso, o
valor correspondente ao salário-maternidade, inclusive a parcela do 13º correspondente ao período da
licença, podendo tais valores serem deduzidos por ocasião do pagamento das contribuições sociais
previdenciárias devidas, exceto das destinadas a outras entidades e fundos (terceiros).

Para apuração do valor a deduzir a título de 13º salário correspondente ao período da licença, de-
verá a empresa observar o seguinte cálculo:
a) a remuneração correspondente ao 13º salário deverá ser dividida por 30;
b) o resultado da operação mencionada deverá ser dividido pelo número de meses considerados
no cálculo da remuneração do 13º salário;
c) o valor apurado na forma da letra “b” deverá ser multiplicado pelo número de dias de gozo de
licença-maternidade no ano. O resultado final corresponde ao valor da parcela referente ao 13º
salário proporcional ao período da licença-maternidade.

Exemplo
Empregada com remuneração mensal de R$ 2.280,00. Neste caso, temos:
R$ 2.280,00 ÷ 30 = R$ 76,00
R$ 76,00 ÷ 12 = R$ 6,333333
R$ 6,333333 × 120 = R$ 760,00

ABONO ANUAL PAGO PELO INSS


O INSS efetuará o pagamento do salário-maternidade e respectivo abono anual às empregadas
nas situações em que tal pagamento é de sua competência, correspondente ao período de duração do
salário-maternidade, em cada exercício, juntamente com a última parcela do benefício nele devida.
O pagamento do abono anual será efetuado em 2 parcelas:
a) a primeira, equivalente a até 50% do valor do benefício correspondente ao mês de agosto,
paga juntamente com o benefício correspondente a esse mês;
b) o valor da segunda parcela corresponderá à diferença entre o valor total do abono anual e o
valor da parcela antecipada, e será pago juntamente com os benefícios correspondentes ao
mês de novembro.

Exemplo
Empregada ficou afastada do trabalho por motivo de licença-maternidade (adoção de criança) durante 120 dias,
no período de 07.02 a 06.06.2019. Nesta hipótese, a Previdência Social arca com o pagamento do abono anual
de 4/12 correspondente ao período de afastamento por licença-maternidade e a empresa calculará e pagará o
13º salário/2019 dessa empregada proporcionalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados, antes
e depois do lapso de tempo em que esteve afastada, bem como quitará eventual diferença entre o efetivo valor
do 13º salário no período de afastamento e o valor do abono anual pago pelo INSS, ou seja:
a) 1/12 correspondente ao período de 1º.01 a 06.02.2019 (anterior ao afastamento);
b) 7/12 relativos ao período de 07.06 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento);
c) 4/12 pertinentes ao período de afastamento de 07.02 a 06.06.2019, deduzido o valor do abono anual pago pela
Previdência Social relativo a esse período de afastamento.
186 Guia de Cálculos Trabalhistas

MORTE DO EMPREGADO
A morte do empregado extingue automaticamente a relação empregatícia. Em consequência, o
13º salário é devido, proporcionalmente, à data do evento.

DISPENSA POR JUSTA CAUSA


O empregado só não faz jus à verba mencionada (13º salário) na hipótese de rescisão contratual
por justa causa.

PRESCRIÇÃO
O direito de ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, segundo a CF/1988,
art. 7º, XXIX, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 28/2000, tem prazo prescricional de 5 anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do contrato. Assim, se o
empregado ingressar com ação dentro dos 2 anos da data da cessação do contrato de trabalho, poderá
reclamar os últimos 5 anos.

O art. 440 da CLT determina que contra empregados menores de 18 anos, não corre prazo prescri-
cional. Vale dizer: somente quando o empregado completar 18 anos de idade é que o prazo prescricional
começará a fluir.

CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE


O trabalho intermitente é uma figura nova criada pela Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº
13.467/2017, em vigor desde 11.11.2017. É considerado intermitente o contrato de trabalho no qual a pres-
tação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de pres-
tação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo
de atividade do empregado e do empregador.

Determina a lei em comento que, havendo o chamamento para o trabalho, ao final de cada perío-
do de trabalho, o empregado receberá, de imediato, entre outras parcelas, do 13º salário proporcional.

Haverá, portanto, pagamento de 13º salário em mais de 2 parcelas, ou seja, se o empregado for
chamado no ano 4 vezes, haverá 4 parcelas de 13º salário.

O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de


Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal.

ENCARGOS SOCIAIS SOBRE O 13º SALÁRIO

Contribuição previdenciária
Recolhimento - Prazo
Em geral, a contribuição previdenciária incidente sobre o 13º salário é devida por ocasião do paga-
mento ou crédito da última parcela e deve ser recolhida até o dia 20 de dezembro do ano corresponden-
te. Na hipótese de não haver expediente bancário na mencionada data, a contribuição previdenciária
deverá ser recolhida no dia útil imediatamente anterior ao do vencimento.

Importante
Observar o item anterior relativo ao contrato de trabalho intermitente.
Guia de Cálculos Trabalhistas 187

Base de cálculo

Para fins de cálculo da contribuição, utiliza-se como base de incidência o valor bruto da remu-
neração do 13º salário, sem a compensação dos adiantamentos pagos, aplicando-se, em separado, as
alíquotas normais de contribuição, conforme procedimentos adiante descritos.

Parte do empregado
No ano de 2019, o empregado contribuiu, por ocasião do pagamento ou crédito da última parcela
ou na rescisão do contrato de trabalho, com alíquotas aplicadas de forma não cumulativa de 8%, 9% ou
11%, conforme o valor integral do 13º salário (gratificação natalina), sem compensação dos adiantamen-
tos pagos, mediante aplicação, em separado, da tabela de desconto previdenciário do empregado do
mês de dezembro ou do mês da rescisão, conforme o caso.

No ano de 2019, foi observada a seguinte tabela:

ALÍQUOTA PARA FINS DE


SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.751,81 8%

de 1.751,82 até 2.919,72 9%

de 2.919,73 até 5.839,45 11%

Meses de janeiro e fevereiro de 2020 foi observada a seguinte tabela

ALÍQUOTA NÃO CUMULATIVA PARA


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.830,29 8%

de 1.830,30 até 3.050,52 9%

de 3.050,53 até 6.101,06 11 %

Desde 1º.03.2020, o critério de cálculo da contribuição previdenciária foi alterado, pois a Emenda
Constitucional nº 103/2019 determinou em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição
previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%,
12% e 14%) serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota
sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites. A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou
a seguinte tabela de contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, válida desde
março/2020.

ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.045,00 7,5%

de 1.045,01 até 2.089,60 9%

de 2.089,61 até 3.134,40 12%

de 3.134,41 até 6.101,06 14%


188 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo de cálculo com base nos novos critérios

a) empregado com o total do 13º salário no valor de R$ 3.600,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)

até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37

de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01

de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37

de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 465,60, ou seja R$ 3.600,00 menos R$ 3.134,40 65,18

CONTRIBUIÇÃO TOTAL 362,93

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.

Contribuição total = R$ 362,93

b) empregado com o total do 13º salário no valor de R$ 6.500,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)

até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37

de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01

de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37

de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33

CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08

Contribuição total = R$ 713,08

Por esta razão, os cálculos de desconto de contribuição previdenciária dos empregados sobre 13º salário a ser
pago (2º parcela ou na rescisão) a partir de 1º.01.2020, deverão observar os valores constantes das novas tabelas.

Parte da empresa

A empresa assume, geralmente, o encargo patronal de 20% (ou 22,5% no caso de instituições fi-
nanceiras) sobre o total bruto (sem limite) das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no
decorrer do mês, aos segurados empregados (no caso, em uma GPS distinta, sobre o 13º salário). Sobre
o total bruto (sem limite), incide, ainda, geralmente, a contribuição da empresa devida a “Terceiros” e a
destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade
laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GIIL-RAT).

Lembramos que, nos afastamentos da empregada por motivo de licença-maternidade, o abono


anual pago pelo INSS (13º salário proporcional ao período de salário-maternidade) estará sujeito ao en-
cargo previdenciário patronal, por ocasião do pagamento da parcela final do 13º salário ou na rescisão
do contrato de trabalho.
Guia de Cálculos Trabalhistas 189

Exemplos de pagamento de 13º salário no ano de 2019


a) Remuneração de dezembro e 13º salário inferiores ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45;
- salário do empregado em 12/2019: R$ 1.310,00;
- 13º salário (valor integral): R$ 1.310,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado:
R$ 104,80 (8% de R$ 1.310,00);
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário/2019: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$
104,80 (8% de R$ 1.310,00);
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 209,60 (R$ 104,80 + R$ 104,80);
- encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 2.620,00 (R$ 1.310,00 + R$ 1.310,00);
b) Remuneração de dezembro superior e 13º salário inferior ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45
- salário do empregado em 12/2019: R$ 5.900,00;
- 13º salário (valor proporcional devido) = R$ 2.950,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 5.839,45 (teto). Valor a ser descon-
tado = R$ 642,34 (11% de R$ 5. 839,45);
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 2.950,00. Valor a ser descontado: R$ 324,50
(11% de R$ 2.950,00);
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 966,84 (R$ 642,34 + R$ 324,50);
- encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 8.850,00 (R$ 5.900,00 + R$ 2.950,00);
c) Remuneração de dezembro inferior e 13º salário superior ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45
- salário do empregado em 12/2019: R$ 4.100,00;
- 13º salário pago em dezembro/2019: R$ 5.900,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 4.100,00. Valor a ser descontado:
R$ 451,00 (11% de R$ 4.100,00);
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário/2019: R$ 5.839,45 (teto máximo em 12/2019). Valor
a ser descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45);
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.093,34 (R$ 451,00 + R$ 642,34);
- encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 10.000,00 (R$ 4.100,00 + R$ 5.900,00);
d) Remuneração de dezembro e 13º salário superiores ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2019: R$ 5.839,45
- salário do empregado em 12/2019: R$ 5.900,00;
- 13º salário (valor integral): R$ 5.900,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2019: R$ 5.839,45 (teto). Valor a ser
descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45);
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 5.839,45 (teto máximo em 12/2019). Valor a ser
descontado = R$ 642,34 (11% de R$ 5.839,45);
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.284,68 (R$ 642,34 + R$ 642,34);
- encargo patronal relativo à competência 12/2019 incidente sobre R$ 11.800,00 (R$ 5.900,00 + R$ 5.900,00).
190 Guia de Cálculos Trabalhistas

Importante
Desde 1º.03.2020, o critério de cálculo da contribuição previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, foi alterado,
pois a Emenda Constitucional nº 103/2019 determinou em seu art. 28 que até que lei altere as alíquotas de contribuição
previdenciária destes, as alíquotas previstas em seu caput (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas de forma progressiva
sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
A Portaria SEPRT nº 3.659/2020, divulgou a seguinte tabela de contribuição previdenciária dos empregados, domésticos
e avulsos, válida desde março/2020.

ALIQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Exemplo de cálculo de contribuição previdenciária do empregado com base nos novos critérios
a) empregado com salário mensal de R$ 4.200,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 1.065,60, ou seja R$ 4.200,00 menos R$ 3.134,40 149,18
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 446,93

Atenção:
Os cálculos das contribuições previdenciárias foram efetuados considerando duas casas decimais sem qual-
quer arredondamento, posto que até o momento, não há dispositivo legal determinando arredondamento de
valores de contribuição apurados em cada faixa salarial.
Contribuição total = R$ 446,93
b) empregado com salário mensal de R$ 7.000,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos:

ALIQUOTAS VALOR DA
FAIXAS SALARIAIS (R$) CÁLCULO
(%) CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 7,5% de R$ 1.045,00 78,37
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 9% de R$ 1.044,60, ou seja, R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00 94,01
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 12% de R$ 1.044,80, ou seja, R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60 125,37
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40 415,33
CONTRIBUIÇÃO TOTAL 713,08

Contribuição total = R$ 713,08


Por esta razão, os cálculos de desconto de contribuição previdenciária dos empregados sobre 13º
salário a ser pago (2º parcela ou na rescisão) a partir de 1º.03.2020, deverão observar os valores cons-
tantes da nova tabela.
Guia de Cálculos Trabalhistas 191

Exemplo
Exemplos de pagamento de 13º salário a partir de março de 2020
a) Remuneração de dezembro e 13º salário inferiores ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 2020: R$ 6.101,06;
- salário do empregado em 12/2020: R$ 1.310,00;
- 13º salário (valor integral): R$ 1.310,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 1.310,00.
Valor a ser descontado: R$ 102,22;
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário/2020: R$ 1.310,00. Valor a ser descontado: R$ 102,22;
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 204,44 (R$ 102,22 + R$ 102,22);
- encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 2.620,00 (R$ 1.310,00 + R$ 1.310,00);
b) Remuneração de dezembro superior e 13º salário inferior ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2020: R$ 6.101,06
- salário do empregado em 12/2020: R$ 6.900,00;
- 13º salário (valor proporcional devido) = R$ 4.025,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 6.101,06 (teto). Valor a ser des-
contado = R$ 713,08);
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 4.025,00. Valor a ser descontado: R$ 422,43;
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.135,51 (R$ 713,08 + R$ 422,43);
- encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 10.925,00 (R$ 6.900,00 + R$ 4;025,00);
c) Remuneração de dezembro e 13º salário superiores ao teto de contribuição previdenciária:
- teto de contribuição previdenciária em 12/2020: R$ 6.101,06
- salário do empregado em 12/2020: R$ 6.900,00;
- 13º salário (valor integral): R$ 6.900,00;
- salário-de-contribuição do empregado relativo à remuneração de 12/2020: R$ 6.101,06 (teto). Valor a ser des-
contado = R$ 713,08;
- salário-de-contribuição do empregado relativo ao 13º salário: R$ 6.101,06 (teto máximo em 12/2020). Valor a ser
descontado = R$ 713,08;
- valor total da contribuição previdenciária por parte do empregado: R$ 1.426,16 (R$ 713,08 + R$ 713,08);
- encargo patronal relativo à competência 12/2020 incidente sobre R$ 13.800,00 (R$ 6.900,00 + R$ 6.900,00).

SALÁRIO VARIÁVEL - ACERTO DA DIFERENÇA - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA


Havendo pagamento de remuneração variável em dezembro, o recolhimento das contribuições refe-
rentes ao ajuste do valor do 13º salário deve ocorrer no documento de arrecadação da competência dezem-
bro considerando-se para a apuração da alíquota da contribuição do segurado o valor total do 13º salário.

Exemplo
Considerando que o empregado comissionista puro recebeu em dezembro a título de 13º salário, considerando as
comissões até novembro, o valor de R$ 1.800,00. Em 20.12 foram recolhidas em GPS com competência 13, as contribui-
ções previdenciárias sobre este valor.
Posteriormente apurou-se o valor do 13º salário integral, computadas as comissões de dezembro, totalizando R$ 2.100,00.
As contribuições previdenciárias incidentes sobre a diferença apurada R$ 300,00 serão recolhidas na GPS relativa à
competência 12, com vencimento em 20.01.
192 Guia de Cálculos Trabalhistas

Nota
Vale destacar que é proibido a utilização de documento de arrecadação previdenciária de valor inferior a R$ 10,00. Se o
valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido (R$ 10,00), deverá ser adicionado ao devido na
competência seguinte, e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para recolhimento.

Portanto, quanto ao critério para recolhimento ou restituição, conforme o caso, da quantia corres-
pondente ao acerto da diferença para os empregados que percebem salário variável, deve-se observar que:
a) a contribuição previdenciária sobre o valor favorável ao empregado deverá ser efetuada na
competência dezembro do mesmo ano a que se refere o pagamento do 13º salário, no docu-
mento de arrecadação normal da própria empresa. Nesse caso, recalcula-se a contribuição
previdenciária sobre o 13º salário (computado o valor favorável ao empregado). A diferença
entre a contribuição apurada e a efetivamente recolhida será somada às contribuições previ-
denciárias sobre a remuneração de dezembro, observando-se, em seguida, os procedimentos
descritos adiante;
b) apurado o valor da contribuição previdenciária conforme anteriormente mencionado, o em-
pregador deverá, então, registrá-lo no campo 6 da GPS (Valor do INSS). Assim, o valor da con-
tribuição previdenciária patronal relativo à diferença do 13º salário favorável ao empregado é
recolhido em conjunto com as demais contribuições normais da empresa e do empregado,
recolhidas no campo 6 da GPS, relativas à folha de pagamento da competência dezembro
(contribuições dos empregados mais a cota previdenciária patronal de, geralmente, 20% - ou
22,5%, no caso de instituições financeiras -, mais a contribuição relativa ao risco ambiental do
trabalho, GIIL-RAT de 1%, 2% ou 3%, conforme a atividade preponderante, observadas as regras
do FAP, incidentes sobre o valor bruto, sem limite, da folha de salários dos empregados, me-
nos o valor correspondente às deduções legalmente permitidas). No campo 9 da GPS - “Valor
de Outras Entidades”, a empresa também deverá lançar o valor da contribuição destinada a
“Terceiros”, apurado sobre o total bruto da folha de salários dos empregados, ressalvadas as
hipóteses legais de convênio de arrecadação direta entre a empresa e a entidade beneficiária
da contribuição;
c) por outro lado, tratando-se de recolhimento indevido de contribuição previdenciária decor-
rente de diferença favorável à empresa, a compensação do valor recolhido a maior poderá ser
efetuada pela empresa, nos termos da legislação própria. A parte relativa ao desconto pre-
videnciário que eventualmente tenha sido cobrada a maior do empregado deverá a ele ser
reembolsada, mediante discriminação em recibo.

13º SALÁRIO - RECOLHIMENTO EM GPS ESPECÍFICA

O recolhimento da contribuição previdenciária sobre o 13º salário deve ser efetuado por intermé-
dio da GPS utilizada especificamente para essa finalidade, ou seja, uma GPS separada da que for utiliza-
da para recolhimento das contribuições sobre a folha de pagamento normal da competência dezembro.

A GPS deve ser preenchida normalmente, observando-se que:


a) campo 4 - competência (mês/ano): utilizar a competência 13 (treze) e o ano a que se referir, com
4 dígitos.
Exemplo: 13/2019;
b) para fins de compensação ou dedução da importância relativa ao 13º salário proporcional ao
período de salário-maternidade, observar os critérios anteriormente mencionados;
c) no caso de rescisão de contrato de trabalho, as contribuições devidas serão recolhidas na
forma e nos prazos das contribuições normais sobre a folha de salários do mês, inclusive as
ocorridas no mês de dezembro;
Guia de Cálculos Trabalhistas 193

d) há incidência de contribuição para as demais entidades e fundos (Terceiros), devendo ser lan-
çado o valor no campo “9 - Valor de Outras Entidades”.
Entretanto, para as empresas a seguir, que já passaram a substituir a Guia de Recolhimento do
FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), para efeitos previdenciários, pela Declaração de Dé-
bitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb), o
recolhimento das contribuições previdenciárias passou a ser efetuado por meio do DARF emitido pelo
próprio aplicativo:

SUBSTITUIÇÃO DA GFIP PELA DCTFWEB - CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

INÍCIO
CONTRIBUINTES
(FATO GERADOR)

Julho/2018 Entidades com faturamento acima de R$ 78.000.000,00 no ano-calendário de 2016

Abril/2019 Entidades com faturamento acima de R$ 4.800.000,00 no ano-calendário de 2017

Contribuintes não enquadrados nas situações anteriores (entidades com faturamento até R$ 4.800.000,00,
Data a ser definida optantes pelo Simples Nacional, empregadores pessoas físicas, entidades sem fins lucrativos, entes
públicos, etc.)

Ressalte-se que a DCTFWeb Anual, para a prestação de informações relativas aos valores pagos
aos trabalhadores a título de 13º salário, deve ser transmitida até o dia 20 de dezembro de cada ano, ou
dia útil imediatamente anterior.

Recolhimento em atraso

O recolhimento da contribuição previdenciária efetuado em atraso sofre a incidência de atuali-


zação monetária, conforme o caso, multa e juros moratórios conforme tabela divulgada, mensalmente,
pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB).

Desde a competência 01/1995 não há atualização monetária.

De acordo com o art. 26 da Lei nº 11.941/2009 que altera, entre outros, a redação do art. 35 da Lei nº
8.212/1991, ficou estabelecido que os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previs-
tas nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 8.212/1991, das contribuições instituídas
a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e
fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de
mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430/1996.

O art. 61 da Lei nº 9.430/1996 prevê que:

Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria
da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos
previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três cen-
tésimos por cento, por dia de atraso.

§ 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do
prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento.

§ 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.

§ 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o §
3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do
pagamento e de um por cento no mês de pagamento.
194 Guia de Cálculos Trabalhistas

RESCISÃO CONTRATUAL - RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA - NORMAS

As contribuições devidas na rescisão contratual, inclusive a ocorrida no mês de dezembro, são


recolhidas em GPS ou DARF normal da empresa junto com as demais contribuições patronais, no dia
20 do mês subsequente à rescisão, antecipando-se o vencimento para o 1º dia útil anterior no caso de
não haver expediente bancário no vencimento.
A contribuição previdenciária do empregado sobre o 13º salário decorrente de rescisão contratual
também é calculada mediante aplicação em separado das alíquotas normais de contribuição.

Empresas que tiveram a base de cálculo da contribuição previdenciária patronal básica (20%)
substituída pela receita bruta

A desoneração da folha de pagamento das empresas beneficiadas e optantes pela medida con-
siste, exclusivamente, na substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal básica
(20%), a qual é a folha de pagamento de empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais,
pela receita bruta (chamada "contribuição substitutiva").
A adoção do sistema de desoneração da folha de pagamento é temporária (podendo ocorrer até
31.12.2020) e opcional, ou seja, a empresa, antes de optar, irá verificar se a contribuição previdenciária
patronal básica (20%) sobre a folha de pagamento lhe acarretará aumento ou diminuição do encargo
previdenciário se comparado com a contribuição calculada sobre a sua receita bruta.

As demais contribuições previdenciárias patronais, tais como contribuição para o financiamento


do benefício de aposentadoria especial e aqueles concedidos em razão do grau de incidência de inca-
pacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GIIL-RAT) e para outras entidades e
fundos (terceiros), permanecem inalteradas.

Contribuição previdenciária básica sobre a folha de 13º salário


Tratando-se de empresas que se dedicam a outras atividades, além das desoneradas, o cálculo da
contribuição para o 13º salário será realizado com observância dos seguintes critérios:
a) para fins de cálculo da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas à desonera-
ção e a receita bruta total aplicada ao 13º salário, será considerada a receita bruta acumulada
nos 12 meses anteriores ao mês de dezembro de cada ano-calendário, portanto, no período de
novembro do ano em curso a dezembro do ano anterior;
b) no caso de empresa em início de atividades ou que ingressar no regime de tributação CPRB,
no decurso do ano, a apuração mencionada na letra “a” será realizada de forma proporcional à
data do início de atividades ou da entrada da empresa no regime de substituição.

O cálculo da contribuição previdenciária referente ao 13º salário pago na rescisão será realizado
utilizando-se a mesma sistemática aplicada às contribuições relativas às demais parcelas do salário-de-
-contribuição pagas no mês.

Exemplo

Considerando que, no ano de 2019, a empresa se encontrava sob o regime da desoneração e contou com:
Receita bruta total = R$ 600.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)
Receita bruta de atividade desonerada = R$ 450.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)
Guia de Cálculos Trabalhistas 195

Receita bruta de atividades não desoneradas = R$ 150.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)


Folha de 13º salário = R$ 9.000,00
Cálculo:
R$ 9.000,00 - base de cálculo sobre a qual incidiria a contribuição previdenciária básica de 20%
R$ 1.800,00 (20% de R$ 9.000,00)
Apurado o valor da contribuição, aplicou-se sobre ele o percentual resultante da razão da receita bruta anual
das atividades não relacionadas com a desoneração e a receita bruta total.
Assim, temos:
R$ 150.000,00 ÷ R$ 600.000,00 = 0,25
R$ 1.800,00 × 0,25 = R$ 450,50
R$ 450,00 - valor da contribuição previdenciária sobre a folha de 13º salário correspondente ao período alcan-
çado pela desoneração.
Obs.: Se não tivesse ocorrido a desoneração, esta empresa iria recolher sobre o valor da folha do 13º salário a
importância de R$ 1.800,00 correspondente à contribuição previdenciária básica de 20% (20% de R$ 9.000,00).

EMPREGADO DOMÉSTICO

O desconto previdenciário relativo ao 13º salário deve ser efetuado, por ocasião do pagamento da
parcela final, em separado do salário do mês, sem abatimento da antecipação.

Lembramos que, nos afastamentos da empregada doméstica por motivo de licença-maternidade,


o abono anual] pago pelo INSS (13º salário proporcional ao período de salário-maternidade) estará su-
jeito ao encargo previdenciário por ocasião do pagamento da parcela final do 13º salário ou da rescisão
do contrato de trabalho.

O recolhimento das contribuições previdenciárias (8% do empregador, 8% a 11% do empregado


doméstico vigente no ano de 2019 e nos meses de janeiro e fevereiro/2020, bem como a contribuição
de 0,8% do seguro contra acidentes do trabalho, incidentes sobre o 13º salário, deverá ocorrer até o dia
07 do mês de janeiro do ano seguinte ao período de apuração do 13º salário (pago em dezembro do ano
anterior), em conformidade com a Lei Complementar nº 150/2015, antecipando-se o recolhimento para
o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário no dia 7.

O recolhimento se dará em guia do Documento de Arrecadação do eSocial (DAE), utilizada espe-


cificamente para recolhimento dos encargos previdenciários (citados no parágrafo anterior) sobre o 13º
salário.

O DAE deve conter:


a) a identificação do contribuinte;
b) a competência;
c) os tributos, os depósitos e as contribuições que o compõem;
d) o valor total;
e) o número único de identificação do documento, atribuído pelo aplicativo de emissão do DAE;
f) a data-limite para acolhimento pela rede arrecadadora;
g) o código de barras e sua representação numérica.
196 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos de cálculo em 2019


ALÍQUOTA PARA FINS DE
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS (%)
até 1.751,81 8,00
de 1.751,82 até 2.919,72 9,00
de 2.919,73 até 5.839,45 11,00

(1) 13º salário devido = R$ 1.200,00


• recolhimento no DAE = R$ 192,00
(16% de R$ 1.200,00, ou seja, 8% do empregado e 8% do empregador);
(2) 13º salário devido = R$ 2.300,00
• recolhimento no DAE = R$ 391,00
(17% de R$ 2.300,00, ou seja, 9% do empregado e 8% do empregador);
(3) 13º salário devido = R$ 6.200,00
• recolhimento no DAE = R$ 1.109,50
(19% de R$ 5.839,45 - limite máximo de contribuição vigente em dezembro/2019 - ou seja, 11% do
empregado e 8% do empregador).

Nota
Nos Estados da Federação onde houver legislação fixando piso salarial para a classe de empregados domésticos, este
deverá ser observado.

No ano de 2020, deverão ser observadas as seguintes tabelas de desconto previdenciário dos
empregados domésticos:

I - competências janeiro e fevereiro/2020:


(alíquotas aplicadas de FORMA NÃO CUMULATIVA)
ALÍQUOTA PARA FINS DE
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%

II - competências março/2020 em diante:


(alíquotas aplicadas de FORMA PROGRESSIVA - Emenda Constitucional nº 103/2019, art. 28, § 1º)
ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

A alíquota devida pelo empregador doméstico (8%) não sofre alteração.


Guia de Cálculos Trabalhistas 197

FGTS - DEPÓSITO

O depósito relativo ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) (8%) é devido com base na
remuneração paga ou devida no mês anterior, nela incluída, além de outras parcelas, a Gratificação de
Natal. Assim o depósito deve ser efetuado por ocasião do pagamento, tanto da 1ª como da 2ª parcela do
13º salário ou nos casos de rescisão contratual.

Importante
Observar que, com relação ao contrato de trabalho intermitente, o empregador efetuará o depósito do Fundo de Garan-
tia do Tempo de Serviço (FGTS), com base nos valores pagos no período mensal, e fornecerá ao empregado compro-
vante do cumprimento dessa obrigação.
Portanto, ao final de cada mês, tendo havido convocação para o trabalho, o empregador efetuará o depósito do FGTS
sobre o total da remuneração paga no mês (um ou mais chamamentos ao trabalho) até o dia 7 do mês subsequente.

O prazo para o depósito (excetuados os decorrentes de rescisão contratual comentados adiante)


sem quaisquer acréscimos legais vai até o dia 7 do mês subsequente ao da competência da remuneração.
Não sendo dia útil, antecipar o recolhimento.

Os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da rescisão e ao mês imediatamente anterior
que ainda não houver sido recolhido, bem como a importância igual a 40% (despedida sem justa causa
ou indireta) ou 20%, no caso de culpa recíproca ou força maior, do montante de todos os depósitos rea-
lizados na conta vinculada do FGTS, durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetaria-
mente e acrescidos dos respectivos juros, devem ser depositados por meio da Guia de Recolhimento
Rescisório do FGTS (GRRF).

Importante
Lembrar que, nas rescisões contratuais ocorridas por acordo entre empregado e empregador (possibilidade instituída
pela Reforma Trabalhista), a multa rescisória do FGTS é reduzida pela metade.

IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF)


Incide o IRRF, no mês de dezembro ou da rescisão contratual, conforme o caso, sobre o valor total
do 13º salário (1ª e 2ª parcelas), separadamente dos demais rendimentos pagos, mediante a utilização
da respectiva tabela progressiva vigente no mês de dezembro ou da rescisão, podendo ser feitas no ren-
dimento bruto todas as deduções permitidas para fins de determinação da base de cálculo do imposto.

Exemplo
Empregado com remuneração mensal de R$ 8.500,00 em dezembro/2020, com 2 dependentes para fins de IR.
Assim, temos:
Remuneração integral de 13º salário/2020
(1ª + 2ª parcelas) = R$ 8.500,00
Desconto de INSS = R$ 713,08
Desconto relativo aos dependentes = R$ 379,18
Base de incidência do IR R$ 7.407,74
Imposto de Renda (27,5%) R$ 2.037,12
Parcela a deduzir = R$ 869,36
Total do Imposto de Renda a reter = R$ 1.167,76
198 Guia de Cálculos Trabalhistas

Importante
O trabalho intermitente é uma figura nova criada pela Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017, em vigor des-
de 11.11.2017. Determina a lei em comento que, havendo o chamamento para o trabalho, ao final de cada período de pres-
tação de serviço, o empregado receberá, de imediato, o pagamento, entre outras parcelas, do 13º salário proporcional.
Haverá, portanto, pagamento de 13º salário em mais de 2 parcelas, ou seja, se o empregado for chamado no ano 4 vezes,
haverá 4 parcelas de 13º salário. Como o chamamento ao trabalho só ocorre em caso de necessidade, não há como
prever qual será o último chamamento do ano, a fim de apurar a parcela final do 13º salário.
O empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empregado e o depósito do
FGTS com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas
obrigações.

Dicas do eSocial
No eSocial, as informações relativas ao 13º salário (integral e proporcional, etc.) serão lançadas nos eventos:
S-1010 - Tabela de Rubricas;
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social;
S-1210 - Pagamentos de Rendimentos do Trabalho;
S-2299 - Desligamento.
Lembramos, porém que no processo de simplificação do eSocial, será criada uma tabela de rubrica padrão com as
incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar o evento S-1010.
Está prevista também a unificação dos eventos S-1200 e S-1210.
CAPÍTULO VII
CONTRATO DE TRABALHO
INTERMITENTE
CONTRATO DE TRABALHO INTERMITENTE
É considerado intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordi-
nação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inativida-
de, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e
do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria.

O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na Carteira de Traba-
lho, ainda que previsto em acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá:
a) identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;
b) valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do
salário mínimo, nem inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que
exerçam a mesma função, assegurada a remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
c) o local e o prazo para o pagamento da remuneração.

É ainda, facultado às partes convencionar por meio do contrato de trabalho intermitente:


a) locais de prestação de serviços;
b) turnos para os quais o empregado será convocado para prestar serviços;
c) formas e instrumentos de convocação e de resposta para a prestação de serviços;

CONVOCAÇÃO
O empregador convocará o empregado para o trabalho, com antecedência mínima de 3 dias cor-
ridos, sendo aceita como válida a comunicação feita por qualquer meio de comunicação eficaz (e-mail,
whatsapp, telegrama, carta, etc.). Recomenda-se, portanto, que seja utilizada forma de comunicação
passível de ser comprovada. A informação deverá esclarecer qual será a jornada.

Após o recebimento da convocação, o empregado terá o prazo de 1 dia útil para responder ao
chamado. Caso não o faça no mencionado prazo, será caracterizada a recusa, a qual, para este tipo de
contrato, não descaracteriza a subordinação.

A recusa também não pode ser entendida como ato faltoso de insubordinação do empregado.

Constatada a prestação dos serviços pelo empregado, estarão satisfeitos os prazos mencionados
anteriormente.

Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo,
pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 50% da remuneração que seria devida, permitida
a compensação em igual prazo.

Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas devidas não poderá ser estipulado
por período superior a um mês, contado a partir do primeiro dia do período de prestação de serviço e deve ocorrer até
o 5º útil do mês seguinte ao trabalhado.
200 Guia de Cálculos Trabalhistas

PERÍODO DE INATIVIDADE
Considera-se período de inatividade o intervalo temporal distinto daquele para o qual o emprega-
do intermitente haja sido convocado e tenha prestado serviços.

Durante o período de inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a


outros tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica, utilizando contrato de
trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de trabalho.

O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador e não será
remunerado, hipótese em que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja
remuneração por tempo à disposição no período de inatividade.

REMUNERAÇÃO
Ao final de cada período de prestação de serviços, o empregado receberá, de imediato, as seguin-
tes parcelas:
a) remuneração relativa ao período trabalhado;
b) repouso semanal remunerado correspondente;
c) férias proporcionais com acréscimo do terço constitucional;
d) 13º salário proporcional;
e) adicionais legais.

O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das
parcelas devidas.

Exemplo
Empregado foi convocado para trabalhar com jornada de 7 horas diárias, de segunda a sábado, no período de 1º
a 25.02.2020. Aceita a convocação e presta os serviços.
Considerando que o seu salário/hora seja de R$ 25,00, temos:
a) nº de dias úteis (segunda-feira a sábado) no período de 1º a 25.02.2020 = 21
b) horas trabalhadas no período = 147
c) dias de RSR no período = 4
Cálculo
a) Remuneração das horas trabalhadas = R$ 3.675,00 (R$ 25,00 × 147)
b) RSR = R$ 700,00 (R$ 25,00 × 7 × 4)
c) Remuneração Total = R$ 4.375,00 (R$ 3.675,00 + R$ 700,00)
d) Férias proporcionais (1/12) = R$ 364,58 (R$ 4.375,00 ÷ 12)
e) Terço constitucional sobre férias = R$ 121,53 (R$ 364,58 ÷ 3)
f) 13º salário proporcional (1/12) = R$ 364,58 (R$ 4.375,00 ÷ 12)
Total bruto devido ao empregado: R$ 5.225,69 (R$ 4.375,00 + R$ 364,58 + R$ 121,53 + R$ 364,58)

Na hipótese de o período de convocação exceder um mês, o pagamento das parcelas devidas não poderá ser estipulado
por período superior a um mês, devendo ocorrer até o 5º dia útil do mês subsequente.
Guia de Cálculos Trabalhistas 201

ENCARGOS LEGAIS
O empregador efetuará o recolhimento das contribuições previdenciárias próprias e do empre-
gado e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), com base nos valores pagos no
período mensal, e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.

Para efeitos previdenciários, considera-se ocorrido o fato gerador da contribuição quando for
paga, devida ou creditada, o que ocorrer primeiro, a remuneração acrescida das parcelas mencionadas
anteriormente.

Lembra-se que a contribuição do empregado contratado para trabalho intermitente é calculada


até fevereiro/2020, mediante aplicação da alíquota de 8%, 9% ou 11% sobre o salário-de-contribuição
correspondente, de acordo com a tabela publicada periodicamente pelo Ministério da Economia.
Tabela de contribuição do empregado para pagamento entre 1º.01 a 29.02.2020
ALÍQUOTA NÃO CUMULATIVA PARA
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%

Desde 1º.03.2020, por força da Emenda Constitucional nº 103/2019, as alíquotas de contribuição


previdenciária dos empregados, domésticos e avulsos, são de 7,5%, 9%, 12% e 14% e são aplicadas de
forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores com-
preendida nos respectivos limites, conforme a tabela a seguir (Portaria SEPRT nº 3.659/2020).
ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

FÉRIAS
A cada 12 meses (período aquisitivo), o empregado adquire direito a usufruir, nos 12 meses subse-
quentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo
empregador.

O empregado, mediante prévio acordo com o empregador, poderá usufruir suas férias em até três
períodos.

Lembre-se, porém, de que a remuneração relativa às férias já foram pagas no curso do ano, de
forma proporcional, ao final de cada período de prestação de serviços.

O fato gerador da contribuição previdenciária incidente sobre a parcela relativa às férias propor-
cionais ocorrerá mensalmente quando essas parcelas forem pagas, devidas ou creditadas.

Outra questão a ressaltar é que este empregado pode nunca ter direito ao repouso relativo às
férias, uma vez que, embora esteja em gozo de férias em relação a um empregador, poderá estar sendo
convocado para o trabalho em relação aos demais.

Ainda, a norma estabelece que o empregado terá um mês de férias. Entretanto, conforme estabe-
lece a CLT, as férias são concedidas em dias e não em mês. Pretendeu o legislador criar um novo cálculo
de férias ou se trata de um equívoco?
202 Guia de Cálculos Trabalhistas

SALÁRIO-MATERNIDADE
O salário-maternidade devido à empregada contratada para trabalho intermitente constitui base
de cálculo da contribuição previdenciária devida pelo contratante.

A base de cálculo da contribuição será o valor correspondente à soma das remunerações pagas
no período de 12 meses anteriores à data de início do pagamento do salário-maternidade, dividido pelo
número de meses em que houve pagamento de remuneração.

A contribuição devida pela segurada empregada contratada para trabalho intermitente, incide
sobre a parcela do 13º salário proporcional aos meses em que houve pagamento de salário-maternidade.

RESCISÃO CONTRATUAL E VERBAS DEVIDAS


As verbas rescisórias e o aviso-prévio serão calculados com base na média dos valores recebidos
pelo empregado no curso do contrato de trabalho intermitente. No cálculo da referia média serão con-
siderados apenas os meses durante os quais o empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no
intervalo dos últimos 12 meses (ou o período de vigência do contrato de trabalho intermitente, se este
for inferior).

Exemplo
Considerando que o trabalhador no ano de 2019 prestou serviços intermitentes em apenas 2 oportunidades,
tendo auferido os seguintes valores:
Novembro - R$ 1.500,00 (já inseridos os RSR)
Dezembro - R$ 1.600,00 (já inseridos os RSR)
Cálculo da média mensal
R$ 1.5000 + R$ 1.600 = R$ 3.100,00 ÷ 2 = R$ 1.550,00
CAPÍTULO VIII
AVISO-PRÉVIO

A Constituição Federal/1988, art. 7º, XXI, prevê que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social, o aviso-prévio proporcional ao tempo de
serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da Lei.

O aviso-prévio é concedido nos contratos a prazo indeterminado e a prazo determinado, desde


que, neste último, haja expressa cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada e tal
direito seja exercido por qualquer das partes.

Concedido pelo empregador, possibilita ao empregado a procura de novo emprego. Por outro
lado, se o empregado pede demissão, a finalidade é dar ao empregador a oportunidade de contratar
outro empregado para o cargo.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, acresceu o art. 611-B à CLT
para determinar, entre outras disposições, que constitui objeto ilícito de documentos coletivos de trabalho (acordo e
convenção) a supressão ou redução do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos
termos da lei.

INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO


O prazo correspondente ao aviso-prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da comunicação, que
será formalizada por escrito.

Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço


A Lei nº 12.506/2011 determinou que o aviso-prévio será concedido na proporção de 30 dias aos em-
pregados que contem até 1 ano de serviço na mesma empresa. A este aviso serão acrescidos 3 dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.

CONTAGEM DO PRAZO PROPORCIONAL - ENTENDIMENTOS DOUTRINÁRIOS - CONTROVÉRSIAS


O texto da Lei nº 12.506/2011 foi sucinto, lacônico, não trazendo os esclarecimentos necessários
sobre as várias implicações legais decorrentes da aplicação do aviso-prévio proporcional ao tempo de
serviço. Daí o surgimento de várias correntes de entendimento acerca da contagem do prazo do aviso-
-prévio proporcional ao tempo de serviço:
a) a primeira corrente sustenta que em razão do parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.506/2011
dispor que “ao aviso-prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de ser-
viço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de
até 90 (noventa) dias”, conclui-se ser devido o acréscimo de 3 dias a cada ano trabalhado pelo
empregado, ou seja, para efeito da contagem dos 3 dias de acréscimo deve ser considerado o
ano completo de atividade, uma vez que a lei não fez menção a frações de ano. Entretanto, há
divergência com relação à contagem:
204 Guia de Cálculos Trabalhistas

a.1) alguns doutrinadores sustentam que o acréscimo de 3 dias a cada ano trabalhado pelo
empregado, será devido após completar 1 ano seguinte àquele que lhe garantiu os 30
dias iniciais, ou seja, com 2 anos completos de serviço ao mesmo empregador, estarão
garantidos 33 dias de aviso, equivalentes aos 30 dias do 1º ano e mais 3 dias do 2º ano, e
assim sucessivamente, de modo que o período máximo de 90 dias de aviso-prévio só será
garantido ao empregado com 21 anos ou mais de serviço prestado na mesma empresa;
a.2) outros alegam que na aplicação da proporcionalidade o primeiro ano de trabalho deve ser
considerado, pois não há previsão legal para sua exclusão. Desta forma, um empregado
com exatos 12 meses de serviço teria direito a 33 dias de aviso-prévio, pois segundo esta
corrente de entendimento, uma vez completado o primeiro ano, este lapso deve ser com-
putado;
b) a 2ª corrente de entendimento sustenta que a fração de ano deve ser considerada na aplica-
ção da norma. Dentre os que abraçam esta corrente há, também, divergência ainda quanto à
fração de ano a ser considerada;
b.1) alguns defendem a posição de que a partir do primeiro dia de trabalho após os 12 primei-
ros meses já seria assegurado ao empregado a contagem de mais 3 dias de aviso-prévio.
Assim, o empregado com 12 meses e 1 dia de trabalho ao ser dispensado sem justa causa
fará jus ao aviso-prévio de 33 dias;
b.2) outros alegam que o acréscimo de 3 dias seria devido quando o empregado tiver traba-
lhado pelo menos 6 meses após o ano completo, por analogia ao disposto no art. 478 da
CLT o qual determina que o cálculo da indenização decenal devida na rescisão do con-
trato a prazo indeterminado deve ser calculada considerando o ano de serviço ou o ano e
fração igual ou superior a 6 meses.

Posição do antigo Ministério do Trabalho (MTb) divulgada por meio de nota técnica

No ano da publicação da lei (2011), a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT), no intuito de orientar
os servidores das seções de relações do trabalho, divulgou o Memo. Circular nº 10/2011 esclarecendo,
entre outros, que:

5. O aviso-prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, dependendo do tempo de serviço na em-
presa. Dessa forma, todos terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somado a cada ano
mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso-prévio para todos os efeitos. Assim, o acréscimo
de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se configure
uma relação contratual de dois anos ao mesmo empregador.

Observa-se, portanto, que até então, o antigo MTb entendia que apenas após o 2º ano completo
de prestação de serviço ao mesmo empregador o empregado teria direito ao acréscimo proporcional ao
tempo de serviço.

Posteriormente (maio/2012) foi divulgada no site do antigo MTb a Nota Técnica CGRT/SRTMTE
nº 184/2012, a qual, entre outros, esclarece:

2. Do lapso temporal do aviso em decorrência da aplicação da regra da proporcionalidade

O aviso-prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, conforme o tempo de serviço na empresa.
Dessa forma, todos os empregados terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somado a
cada ano mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso-prévio para todos os efeitos. Assim, o
acréscimo de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se
configure uma relação contratual que supere um ano na mesma empresa. (grifo nosso)
Guia de Cálculos Trabalhistas 205

Após a explicação divulgou a tabela reproduzida a seguir:

TEMPO DE SERVIÇO AVISO-PRÉVIO PROPORCIONAL


(ANOS COMPLETOS) AO TEMPO DE SERVIÇO (Nº DE DIAS)

0 30

1 33

2 36

3 39

4 42

5 45

6 48

7 51

8 54

9 57

10 60

11 63

12 66

13 69

14 72

15 75

16 78

17 81

18 84

19 87

20 90

Nota-se que, se no entender do antigo MTb, conforme informado no item 2 da Nota Técnica
nº 184/2012, o acréscimo de 3 dias só é devido na relação contratual que supere 1 ano, a tabela anterior-
mente transcrita está em desacordo com este entendimento, pois, na coluna relativa a 1 ano completo
de atividade encontramos a informação de ser devido 33 dias de aviso.

Ademais, o mesmo entendimento do antigo MTb encontra-se repetido no item III (Conclusão) da
mencionada Nota Técnica que esclarece:

3) o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir
do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa.

Nota
Lembramos que as Notas Técnicas não são divulgadas no Diário Oficial da União (DOU) e não têm força coercitiva, apenas
divulgam o entendimento do órgão público sobre determinado tema.
206 Guia de Cálculos Trabalhistas

Posição de renomados juristas acerca do tema


Em pesquisa efetuada em 28.08.2014 encontramos artigos de renomados juristas acerca do tema
em comento, os quais reproduzimos, parcialmente, a seguir.

Dr. Sérgio Pinto Martins - Desembargador do TRT da 2ª Região - Professor titular de Direito do Trabalho da
Faculdade de Direito da USP

[...]

O art. 1º da Lei nº 12.506 é claro no sentido de que o aviso-prévio “será concedido na proporção de 30 (trinta)
dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa”. Logo, tendo o empregado
apenas um ano de empresa ou apenas 12 meses de empresa, faz jus a 30 dias de aviso-prévio.

Para cada ano de serviço haverá acréscimo de três dias no aviso-prévio de 30 dias. É preciso que o ano seja
completo, pois a lei faz referência a três dias por ano de serviço prestado na mesma empresa.

Se o empregado tiver um ano e seis meses de casa, terá direito apenas a 30 dias de aviso-prévio, pois ainda
não tem dois anos de empresa para se falar em 33 dias de aviso-prévio.

[...].

Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho - Mestre e Doutorando em Direito do Trabalho pela USP, Professor de
Direito do Trabalho e Processo do Trabalho em Diversos Cursos de Graduação e Pós-Graduação, Membro
pesquisador do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior, Advogado Militante. Autor de obras e
artigos jurídicos

[...]

No silêncio da norma, há que se concluir que os três dias a mais de aviso-prévio serão devidos a partir de
cada aniversário. Quando, entretanto, o empregador dispensar os trabalhadores com salário muito alto ime-
diatamente antes de completar mais um ano de contrato de trabalho, deverá ele incluir nos dias de trabalho
ou no pagamento mais três dias de aviso-prévio.

[...].

Dr. Paulo Jakutis - Juiz do Trabalho

[...]

O legislador optou por um mecanismo menos ousado que aqueles indicados pelos debates no STF. Manteve
os trinta dias tradicionais do aviso-prévio para o primeiro ano de emprego do trabalhador e, a partir do segundo
(não fazendo menção alguma a fração de ano, destaco3), acrescentou três dias de benefício para cada ano
trabalhado. Dessa forma, se o trabalhador laborou cinco anos e seis meses na empresa, nos termos da nova
legislação, deveria fazer jus a um aviso-prévio de 62 (sessenta e dois) dias, ou seja, trinta dias em razão do
primeiro ano e mais três dias para cada um dos demais (quatro) anos que completou na empresa. No caso
do empregado que venha a ser despedido depois de dez anos e dois meses de emprego, o raciocínio seria
o mesmo: trinta dias para o primeiro ano e mais vinte e sete dias em razão de outros três dias para cada um
dos nove anos restantes de trabalho.

3. Algumas interpretações têm surgido no sentido de que o empregado que completa 12 meses de contra-
to teria direito a um aviso-prévio de 33 dias, pois receberia 30 dias em razão do primeiro ano e 3 dias pela
projeção do aviso-prévio para o ano seguinte. Ocorre que o texto legal dispõe que o acréscimo ocorre por
ano prestado, ou seja, ano trabalhado e não parcela ou fração do ano. Outra interpretação com que travei
contato foi no sentido que o primeiro ano de trabalho já significaria o direito a 33 dias de aviso-prévio, mas
essa possibilidade parece contrariar ainda mais o texto do dispositivo legal.

[...].
Guia de Cálculos Trabalhistas 207

Guilherme Guimarães Ludwig - Juiz do Trabalho no TRT da 5ª Região/BA, Ex-Membro do Conselho Consul-
tivo da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (2005-2011), Mestre em Direito Público
pela Universidade Federal da Bahia, Extensão Universitária em Economia do Trabalho pelo Cesit/Unicamp

[...]

[...] Por outro lado, a Lei nº 12.506/2011 fixa uma constante de proporcionalidade, na razão de três dias para cada
ano de serviço prestado na empresa, silenciando quanto às frações de tempo de serviço inferiores a um ano.

Nesse particular, entendemos que a nova lei regula suficiente e razoavelmente a proporcionalidade consignada
no inciso XXI do art. 7º da Constituição, tendo o legislador claramente eleito a unidade temporal correspon-
dente ao ano para a contagem da variável tempo de serviço do empregado. Não se tratou de frações, mas
exclusivamente do ano completo.

[...].

Lírio Denoni - Professor das Faculdades Inesc, Advogado do Escritório Lírio Denoni Sociedade de Advogados

[...]

Segundo a nova lei, o aviso-prévio será de 30 dias para os empregados que tenham até 1 (um) ano de em-
prego. Daí por diante, a cada ano de emprego, o empregado terá direito a um acréscimo de 3 (três) dias no
prazo do aviso-prévio, até o limite de 60 (sessenta) dias de acréscimo, perfazendo um total de, no máximo,
90 (noventa) dias.

Portanto, podemos elaborar a seguinte tabela:


PRAZO DO AVISO-
TEMPO DE EMPREGO
PRÉVIO (DIAS)
Até 1 ano 30
2 anos 33
3 anos 36
4 anos 39
5 anos 42
6 anos 45
7 anos 48
8 anos 51
9 anos 54
10 anos 57
11 anos 60
12 anos 63
13 anos 66
14 anos 69
15 anos 72
16 anos 75
17 anos 78
18 anos 81
19 anos 84
20 anos 87
21 anos ou mais 90
208 Guia de Cálculos Trabalhistas

[...].
Sonia Mascaro Nascimento - Mestre e Doutora em Direito do Trabalho
[...]
Aplicação da regra de acréscimo de 3 dias por ano de serviço.
A Lei 12.503/2011 estipula que a proporcionalidade do aviso-prévio prevista no artigo 7º, XXI da Constituição,
passa a ser computada a partir do primeiro ano de contrato do empregado, de forma que, para contratos com
prazos inferiores a esse, aplica-se o mínimo constitucional de 30 dias. Assim, depois de completar um ano
no emprego, o trabalhador terá direito ao acréscimo de 3 dias ao aviso-prévio por ano de serviço prestado,
com a limitação de que não ultrapassem 60 dias de acréscimo.
Por exemplo: um empregado com 2 anos completos de trabalho na empresa terá direito a 33 dias de aviso-
-prévio; um empregado com 3 anos de trabalho terá direito a 36 dias; e assim sucessivamente até que para
21 anos ou mais de serviço prestado o empregado terá direito a 90 dias de aviso-prévio.
[...].
Não obstante a posição dos renomados juristas anteriormente transcritas, há, também jurista não
menos renomado, com posição de que na contagem do acréscimo será considerado o primeiro ano
completo de atividade.
Gustavo Filipe Barbosa Garcia - Doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo,
Livre-Docente pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Professor Universitário em Cursos
de Graduação e Pós-Graduação em Direito, Procurador do Trabalho do Ministério Público do Trabalho da
2ª Região, Ex-Juiz do Trabalho das 2ª, 8ª e 24ª Regiões, Ex-Auditor Fiscal do Trabalho
[...]
Manteve-se o prazo mínimo de 30 dias de aviso-prévio, devido aos empregados com até um ano de serviço
ao empregador (nas hipóteses de dispensa sem justa causa e despedida indireta). Após esse primeiro ano,
o empregado passa a ter o direito ao acréscimo de três dias de aviso-prévio, por ano de serviço prestado ao
mesmo empregador.
A interpretação lógica e teleológica do preceito deve ser no sentido de que esse acréscimo decorre da maior
duração do mesmo contrato individual de trabalho, firmado entre empregado e empregador, levando em
conta, quanto a este, as hipóteses de sucessão trabalhista (arts. 10 e 448 da CLT).
O limite máximo de acréscimo é de 60 dias, os quais, somados aos 30 dias iniciais, resultam no aviso-prévio
total de 90 dias.
Não há uma tabela expressa na lei, com o escalonamento dos prazos de aviso-prévio devidos. Embora a re-
dação dos dispositivos não seja totalmente clara, é certo que os empregados com “até 1 (um) ano de serviço
na mesma empresa” têm direito ao aviso-prévio de 30 dias (art. 1º, caput - destaquei).
Logo, os empregados com mais de 12 meses de serviço prestado na mesma empresa passam a ter direito
ao acréscimo no aviso-prévio, na proporção de “3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa”
(parágrafo único).
Exemplificando, o empregado com um ano e quatro meses de serviço, justamente por ter mais de um ano
de serviço na empresa (art. 1º, caput, a contrario sensu) e por ter completado um ano de serviço (parágrafo
único), ao ser dispensado sem justa causa, passa a ter direito a 33 dias de aviso-prévio.

Tanto é assim que o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 12.506/2011 não dispõe que o acréscimo de três dias
decorre de cada novo ano de serviço prestado depois de se completar o primeiro, mas sim que ao aviso-prévio
(de 30 dias) “serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa”.

Ou seja, o empregado com 11 meses de serviço tem direito ao aviso-prévio de 30 dias, por estar inserido na
hipótese de “até 1 ano de serviço” (art. 1º, caput).
Guia de Cálculos Trabalhistas 209

Nessa linha de entendimento, ao ultrapassar os 12 meses iniciais de serviço, o empregado passa a ter direito
ao aviso-prévio de 33 dias (parágrafo único). Ou seja, a partir de (após) 12 meses de serviço, até dois anos, o
aviso-prévio devido (em caso de dispensa sem justa causa ou despedida indireta) é de 33 dias.
Após dois anos de serviço, mas até três anos, o aviso-prévio total é de 36 dias, e assim sucessivamente.
[...].

Jurisprudência
No âmbito jurisprudencial verifica-se que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem decidido no
sentido de incluir na contagem do aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço o primeiro ano de tra-
balho na empresa, conforme se verifica nas decisões a seguir reproduzidas.
[...] Aviso-prévio proporcional - Cada ano de serviço na mesma empresa gera direito ao acréscimo de três
dias no prazo de seu aviso-prévio, não havendo que se falar em exclusão do primeiro ano de serviço, para o
cômputo do aviso-prévio proporcional, nos termos do art. 1º, da Lei nº 12.506/2011. Julgados. Recurso de re-
vista não conhecido. (TST - RR 57-65.2014.5.06-0121 - 8ª Turma - Rel. Min. Márcio Eurico Vitral - DJe 19.05.2017)
[...] Aviso-prévio proporcional - Contagem - Acréscimo dos primeiros três dias - Interpretação da Lei
nº 12.506/2011 - O entendimento predominante no âmbito desta Corte, acerca da interpretação da Lei
nº 12.506/2011, que em seu artigo 1º, parágrafo único, previu o acréscimo de três dias por ano de serviço pres-
tado na mesma empresa, até o máximo de sessenta dias, é de que os primeiros três dias são acrescidos a
partir do término do primeiro ano, ainda que não se tenha completado o segundo ano de serviço, não havendo
como excluir o primeiro ano de serviço do cômputo do aviso-prévio proporcional, por falta de previsão legal.
Estando a decisão de acordo com a jurisprudência desta Corte, não se conhece da Revista, nos termos do
artigo 896, § 7º, da CLT. Recurso de Revista não conhecido. (TST - ARR 689-39.2014.5.09-0661 - 4ª Turma - Relª
Min. Maria de Assis Casting - DJe 12.05.2017)
[...] 2 - Aviso-prévio proporcional - Rescisão do contrato na vigência da Lei 12.506/2011 - É pacífica a jurispru-
dência do TST no sentido de que o aviso-prévio de 30 dias incide apenas nos contratos de trabalho que não
superem 1 (um) ano de vigência. Consequentemente, quando o contrato ultrapassa 1 (um) ano, já é devido
o acréscimo de 3 (três) dias a ano, nos termos do artigo 1º, parágrafo único, da Lei12.506/2011. No caso dos
autos, em que o contrato de trabalho perdurou por mais de 2 anos, são devidos 36 dias de aviso-prévio. Re-
curso de revista conhecido e provido. (TST - ARR 1566-39.2013.5.12-0011 - 7ª Turma - Rel. Min. Douglas Alencar
Rodrigues - DJe 19.12.2016)

Reproduzimos a seguir algumas ementas de decisões de Tribunais Regionais do Trabalho acerca


do tema.
Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade sem considerar o 1º ano
Aviso-prévio - Acréscimo proporcional - Contagem - Início - “Aviso-prévio. Acréscimo proporcional. Conta-
gem. A contagem do aviso-prévio proporcional da Lei nº 12.506, publicada em 13 de outubro de 2011, é feita
excluindo-se o primeiro ano de serviço e a fração final que não completa 12 (doze) meses, pois se trata de um
acréscimo cujo parâmetro determinante do direito é o tempo de serviço na unidade ano”. (TRT 12ª Região - RO
0001591-35.2012.5.12.0028 - 5ª C. - Relª Juíza Maria de Lourdes Leiria - DJe 07.05.2013)
Aviso-prévio - Acréscimo proporcional - Contagem - A contagem do aviso-prévio proporcional da Lei nº 12.506,
publicada em 13 de outubro de 2011, é feita excluindo-se o primeiro ano de serviço e a fração final que não
completa 12 (doze) meses, pois se trata de um acréscimo cujo parâmetro determinante do direito é o tempo
de serviço na unidade ano. (TRT 12ª Região - RO 01591-2012-028-12-00-4 - 5ª C. - Relª Maria de Lourdes Leiria
- J. 30.04.2013)
Aviso-prévio proporcional - Contagem - De acordo com o artigo 1º, da Lei nº 12.506/11, se o empregado tiver
um ano de casa, tem direito a aviso-prévio de 30 dias. Dispõe o parágrafo único do artigo 1º que ao aviso-
-prévio previsto no artigo, ou seja, que é de 30 dias para quem tem um ano de serviço, serão acrescidos três
210 Guia de Cálculos Trabalhistas

dias por ano de serviço prestado na mesma empresa. Isso significa que o ano é contado depois dos primeiros
12 meses, porque com 12 meses, não faz jus a 33 dias de aviso-prévio. A lei em exame não contemplou ano
incompleto de trabalho. Logo, ainda que o autor tenha trabalhado por mais de dois anos faz jus a 33 dias de
aviso-prévio proporcional. Recurso ordinário da reclamada a que se dá provimento, neste aspecto. (TRT 2ª
Região - RO 00010732520125020254 - (20140188309) - 18ª T. - Relª Juíza Maria Cristina Fisch - DOE/SP 17.03.2014)
[...] 2. Aviso-prévio - Lei nº 12.506/2011 - Contagem - Consoante a Lei 12.506/2011, o aviso-prévio de trinta dias
será concedido aos empregados que possuem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa (caput), acrescidos
três dias por ano de serviço (parágrafo único). Para este mister, a contagem proporcional não considera o ano
inicial, somente se iniciando após o primeiro ano de trabalho, pois a este se aplica a regra geral dos trinta dias.
(TRT 10ª Região - RO 755-58.2012.5.10.0015 - Rel. Des. Dorival Borges de Souza Neto - DJe 09.08.2013 - p. 60)
Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade, mas silente no que tange à
inclusão ou não do 1º ano
Aviso-prévio proporcional - Contagem do prazo - A Lei nº 12.506/2011 não permite dúvida quanto à interpre-
tação ao seu conteúdo, claramente garantindo ao empregado o pagamento de aviso-prévio proporcional
composto do lapso mínimo de 30 (trinta) dias, e acrescido de 3 (três) dias para cada ano de serviço completo
prestado em favor da mesma empresa. (TRT 12ª Região - RO 0000602-73.2013.5.12.0002 - 6ª C. - Relª Teresa
Regina Cotosky - DJe 26.09.2013)
Aviso-prévio proporcional - Contagem do prazo - A Lei nº 12.506/2011 não permite dúvida quanto à interpre-
tação ao seu conteúdo, claramente garantindo ao empregado o pagamento de aviso-prévio proporcional
composto do lapso mínimo de 30 (trinta) dias, e acrescido de 3 (três) dias para cada ano de serviço completo
prestado em favor da mesma empresa. (TRT 12ª Região. - RO 0002809-18.2013.5.12.0011 - 6ª C. - Relª Teresa
Regina Cotosky - DJe 13.06.2014)
Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 dispõe
que o aviso-prévio proporcional deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço
até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. Observância dos critérios es-
tabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº 184/2012/
CGRT/SRT/MTE. (TRT 4ª Região - RO 0000015-36.2012.5.04.0252 - 7ª T. - Rel. Des. Marcelo Gonçalves de
Oliveira - DJe 13.12.2013)
Aviso-prévio proporcional - Contagem - Com a edição da Lei nº 12.506/2011, o empregado faz jus ao aviso-
-prévio com duração mínima de 30 (trinta) dias e a um acréscimo de 3 (três) dias para cada ano completo de
serviço, limitado a 90 (noventa) dias. Observância do disposto na Nota Técnica nº 184/2012 do MTE. (TRT 18ª
R. - RO 2416-74.2012.5.18.0007 - 1ª T. - Rel. Eugênio José Cesário Rosa - DJe 12.12.2013 - p. 91)
Recurso ordinário - Rito sumaríssimo - Aviso-prévio proporcional - Contagem - Com a edição da Lei nº
12.506/2011, o empregado faz jus ao aviso-prévio com duração mínima de 30 (trinta) dias e a um acréscimo
de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço, limitado a 90 (noventa) dias. Observância do disposto
na Nota Técnica nº 184/2012 do MTE. (TRT 18ª R. - RO 955-73.2012.5.18.0102 - Rel. Daniel Viana Júnior - DJe
22.10.2012 - p. 83)
Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Contagem - Lei nº 12.506/11 - Nos termos da referida Lei, o
aviso-prévio de que trata o Capítulo VI do Título IV da CLT, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias
aos empregados que laboram até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Nele, serão acrescidos 3 (três)
dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um
total de até 90 (noventa) dias. Ou seja, o tempo mínimo devido a todos os empregados é de 30 (trinta) dias
durante o primeiro ano de trabalho. Uma vez completado esse período, deve ser somado, a cada ano, mais
três dias, considerando a projeção do aviso-prévio para todos os efeitos. Nesse sentido, inclusive, foi a Nota
Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE, editada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para esclarecer os pontos
controversos da nova lei. (TRT 8ª Região - RO 0000240-46.2013.5.08.0111 - Rel. Jose Edilsimo Eliziario Bentes
- DJe 23.05.2014 - p. 10)
Guia de Cálculos Trabalhistas 211

Aplicação da proporcionalidade considerando o ano completo de atividade, mas determinando a inclusão


do 1º ano
[...] Aviso-prévio proporcional - Contagem - Estabelece o art. 1º da Lei 12.506/2011 que o aviso-prévio “será
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contém até 1 (um) ano de serviço na mesma
empresa”. Já o parágrafo único da referida norma dispõe que ao aviso-prévio “serão acrescidos 3 (três) dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90
(noventa) dias”, inexistindo previsão legal para a exclusão do primeiro ano de serviço na contagem do aviso-prévio
proporcional - . (TRT 17ª R. - RO 0080300-61.2013.5.17.0141 - Rel. Des. José Luiz Serafini - DJe 15.08.2014 - p. 127)
Aviso-prévio proporcional - Contagem - A Lei nº 12.506/2011, que regulamentou o aviso-prévio proporcional
ao tempo de serviço do empregado, estabelece a proporcionalidade como direito dos empregados, a partir
de um ano completo de serviço, à base de três dias por ano de serviço prestado na mesma entidade empre-
gadora até o máximo de 60 dias de proporcionalidade, perfazendo um total de 90 dias. Não há se falar em
exclusão do primeiro ano de serviço, para o cômputo do aviso-prévio proporcional, por ausência de previsão
legal. (TRT 17ª Região - RO 0038400-94.2013.5.17.0013 - Relª Desª Carmen Vilma Garisto - DJe 16.07.2014 - p. 103)
Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 não autoriza
a desconsideração do primeiro ano de serviço prestado à empresa pelo empregado para fins de apuração
do tempo de aviso-prévio proporcional, o qual deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo
de serviço até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. Observância dos
critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº
184/2012/CGRT/SRT/MTE. (TRT 4ª Região - RO 0000093-29.2012.5.04.0026 - 7ª T. - Rel. Des. Marcelo Gonçalves
de Oliveira - DJe 30.08.2012)
Aviso-prévio proporcional - Aplicação da Lei 12.506/11. Ao regulamentar o art. 7º, XXI da CR/88, a Lei 12.506/11
não estipulou qualquer proporção entre os dias de aviso-prévio e os anos incompletos no curso do contrato.
Logo, os empregados com período de trabalho superior a um ano fazem jus a um acréscimo equivalente a
três dias por ano de serviço prestado para a mesma empregadora até o máximo de 60 dias, perfazendo o total
de 90 dias (art. 1º, caput e parágrafo único). Conforme Nota Técnica 184/2012/CGRT/SRT do MTE, ao proceder
à apuração, não se pode excluir a contagem do primeiro ano de prestação de serviços. (TRT 3ª Região - RO
0010087-71.2013.5.03.0027 - Relª Desª Deoclecia Amorelli Dias - DJe 01.05.2014 - p. 43)
Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/11 - Contagem - O parágrafo único do art. 1º da Lei 12.506/11 dispõe
que o aviso-prévio proporcional deverá ser acrescido de 3 (três) dias para cada ano completo de serviço
até o máximo de 60 (sessenta dias), perfazendo, no total, 90 (noventa) dias. O primeiro ano de trabalho já
deve ser considerado na contagem. Observância dos critérios estabelecidos pelo Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE mediante a edição da Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE. Professor - Hora-atividade
- A remuneração da hora-aula já inclui a realização de atividades de preparação e avaliação. (TRT 4ª Região -
RO 0000294-05.2013.5.04.0020 - 4ª T. - Rel. Des. Marcelo Gonçalves de Oliveira - DJe 21.07.2014)
Aplicação da proporcionalidade considerando a fração anual superior a 6 meses
Aviso-prévio proporcional - Lei nº 12.506/11 - A partir da publicação da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011,
ocorrida em 13 de outubro de 2011 é devido o aviso-prévio proporcional aos empregados que possuírem mais
de um ano de serviço na mesma empresa. A concessão do aviso-prévio será na proporção de três dias por
ano de serviço prestado, até o máximo de sessenta dias, perfazendo um total de noventa dias. Na conta-
gem, por aplicação analógica dos dispositivos que regulam o pagamento de verbas proporcionais, deve ser
considerado o ano completo ou o lapso superior a seis meses. Aplicação analógica do art. 478 da CLT, do art.
146, parágrafo único, da mesma Consolidação e também do art. 1º da Lei nº 4.090/62. (TRT 12ª Região - RO
0000178-78.2013.5.12.0051 - 5ª C. - Rel. José Ernesto Manzi - DJe 26.03.2014)
[...] Aviso-prévio proporcional - Lei nº 12.506/11 - A partir da publicação da Lei nº 12.506, de 11 de outubro de 2011,
ocorrida em 13 de outubro de 2011 é devido o aviso-prévio proporcional aos empregados que possuírem mais de
um ano de serviço na mesma empresa. A concessão do aviso-prévio será na proporção de três dias por ano de
serviço prestado, até o máximo de sessenta dias, perfazendo um total de noventa dias. Na contagem, por aplica-
212 Guia de Cálculos Trabalhistas

ção analógica dos dispositivos que regulam o pagamento de verbas proporcionais, deve ser considerado o ano
completo ou o lapso superior a seis meses. Aplicação analógica do art. 478 da CLT, do art. 146, parágrafo único,
da mesma Consolidação e também do art. 1º da Lei nº 4.090/62 [...]. (TRT 12ª Região - RO 0000899-36.2013.5.12.0049
- 5ª C. - Rel. José Ernesto Manzi - DJe 23.06.2014)
Aplicação da proporcionalidade considerando a fração anual independentemente de limite mínimo de fração
Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/11 - A Lei 12.506/11 dispõe em seu artigo 1º, parágrafo único. “Ao aviso-
-prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa,
até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias”. Outrossim, a aplicação da
lei em referência gerou interpretações diversas, o que obrigou o Ministério de Trabalho e Emprego a emitir
recentemente a Nota Técnica nº 184/2012, orientando sobre a forma de contagem do aviso-prévio propor-
cional, vazado nos seguintes termos: “O acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo
empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma
empresa”. Frise-se que referida interpretação se coaduna com as diretrizes do Direito Trabalhista e merece
ser prestigiada. Assim, não se há falar que somente é devido o aviso-prévio proporcional com acréscimo de
três dias somente após o segundo ano trabalhado. (TRT 3ª Região - RO 01008/2013-022-03-00.7 - Rel. Des.
Julio Bernardo do Carmo - DJe 14.07.2014 - p. 188)
Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/2011 - Forma de contagem - Lei do aviso-prévio proporcional dispondo
que “o aviso-prévio [...] será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um)
ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso-prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3
(três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo
um total de até 90 (noventa) dias”. Diante dos termos da nova legislação, conclui-se que, até um ano de pres-
tação de serviço, o aviso é de trinta dias, sendo acrescido de 03 dias por ano de serviço. Logo, ultrapassados
os primeiros 12 meses de trabalho, o aviso-prévio passa a ser de trinta e três dias. Nota Técnica emitida pelo
MTE que corrobora a interpretação ora emprestada à lei. Caso em que o reclamante laborou por cerca de
1 ano e sete meses para a reclamada. Recurso provido para acrescer à condenação 3 dias de aviso-prévio
proporcional. (TRT 4ª Região - RO 0001193-98.2011.5.04.0302 - 1ª T. - Rel. Juiz Conv. José Cesário Figueiredo
Teixeira - DJe 25.09.2012)

Não obstante todas as considerações aqui tratadas, considerando que a Lei nº 12.506/2011 não
trouxe os esclarecimentos necessários sobre as várias implicações legais decorrentes da aplicação do
aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço e, até que a Secretaria Especial de Trabalho venha a pu-
blicar uma portaria ou instrução normativa ou outro ato disciplinando tais implicações, recomendamos,
por medida preventiva, que o empregador antes de abraçar o entendimento que entender mais coeren-
te, consulte antecipadamente a mencionada Secretaria, e a entidade sindical da respectiva categoria
profissional, a fim de obter as orientações cabíveis. Recorda-se, por fim, que a decisão final sobre as
controvérsias decorrentes da aplicação da Lei nº 12.506/2011 competirá ao Poder Judiciário desde que
intentada a competente ação.

AVISO-PRÉVIO - FORMAS DE CONCESSÃO

Trabalhado

Ocorre o aviso-prévio trabalhado quando o empregado trabalha normalmente durante o aviso-


-prévio (seja o aviso-prévio recebido do empregador ou concedido pelo empregado).

Exemplo
Empregado recebeu ou concedeu aviso-prévio de 30 dias, com data da comunicação em 02.01.2020 e trabalhou
até o dia 1º.02.2020.
Guia de Cálculos Trabalhistas 213

Quando o aviso-prévio é superior a 30 dias em virtude do acréscimo da proporcionalidade relativa ao


tempo de serviço, o entendimento do antigo Ministério do Trabalho, conforme a Nota Técnica MTE nº 184/2012,
é de que a proporcionalidade somente beneficia o empregado. Dessa forma, a parte do aviso-prévio a ser
trabalhada não poderia superar a 30 dias, sendo que os dias restantes de aviso-prévio a que o empregado
fizer jus deveria ser indenizado.

No âmbito doutrinário a matéria também não comporta entendimento pacífico, alguns doutos
alegam que a bilateralidade ou reciprocidade do contrato se aplica apenas aos primeiros 30 dias do
aviso-prévio, após este prazo, constitui apenas benefício ao empregado. Nesta situação em caso de
dispensa do empregado, o período excedente aos 30 dias de aviso-prévio deverá ser indenizado. Em
caso de pedido de demissão o empregado estaria obrigado a conceder apenas 30 dias de aviso-prévio
ao empregador.

Outros, entendem que a bilateralidade ou reciprocidade deve ser considerada em todo o período
do aviso, portanto, o empregador pode optar por exigir o trabalho do empregado dispensado durante
todo o período do aviso-prévio proporcional. Em caso de pedido de demissão o empregado estaria tam-
bém obrigado a conceder o aviso-prévio proporcional ao empregador.

As decisões judiciais acerca do tema também são controvertidas, conforme se verifica das a seguir
transcritas.

Decisões judiciais favoráveis à possibilidade de exigência de trabalho durante todo o período do aviso-prévio

Agravo de instrumento - revista de revista - Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Limitação do


período trabalhado a 30 dias - Ausência de violação direta ao dispositivo constitucional mencionado - Ares-
tos inespecíficos - Não há qualquer previsão legal que limite o aviso-prévio trabalhado em 30 (trinta) dias e
obrigue a indenizar o período restante. Assim, não há violação literal ao dispositivo constitucional apontado
(artigo 7º, XXI da Constituição Federal). Ademais, os arestos mencionados são inespecíficos pois deixaram
de enfrentar a principal questão jurídica tratada na decisão recorrida (Súmula 296, I do TST). Agravo de
instrumento não provido. (TST - AIRR 0106000-65.2013.5.17.0003 - Rel. Des. Min. Conv. Ronaldo Medeiros de
Souza - DJe 14.11.2014 - p. 1966)

Recurso de revista - Aviso-prévio trabalhado - Lei nº 12.506/2011 - Consigna o acórdão que o aviso-prévio foi
corretamente concedido, na forma da Lei nº 12.506/2011, que dispõe sobre a proporcionalidade do respectivo
pagamento, bem como que “não existe amparo jurídico para a tese de que o tempo excedente aos trinta
dias de aviso seriam obrigatoriamente indenizados, sem que houvesse qualquer labor nesse período, como
pretende o sindicato autor”. Não se vislumbra, pois, violação dos dispositivos invocados. Recurso de revista
não conhecido. (TST - RR 0067000-25.2013.5.17.0014 - Relª Min. Maria de Assis Calsing - DJe 07.11.2014 - p. 1389)

Aviso-prévio proporcional trabalhado por mais de trinta dias - Lei 12.506/11 - Validade - É válida a exigência
do empregador para que o empregado trabalhe no período total do aviso-prévio proporcional, ainda que por
mais de trinta dias, desde que observe a regra contida no artigo 488 da CLT. (TRT 17ª Região - RO 0151300-
29.2013.5.17.0010 - 3ª T. - Rel. Des. Carlos Henrique Bezerra Leite - J. 12.05.2014)

Decisões judiciais contrárias à possibilidade de exigência de trabalho durante o período do aviso-prévio


superior a 30 dias

[...] II - Recurso de revista - Sumaríssimo - Ruptura contratual por iniciativa patronal - Aviso-prévio proporcional
ao tempo de serviço - Direito exclusivo do empregado - Ausência de bilateralidade - Período proporcional
indenizado - Hipótese em que o empregado foi dispensado sem justa causa após trabalhar 5 (cinco) anos
para reclamada. Diante disso, a reclamada concedeu o aviso-prévio trabalhado no prazo de 45 dias com
base na Lei 12.506/2011. O reclamante sustenta que trabalhou 15 dias indevidamente em virtude de aplicação
equivocada do aviso-prévio proporcional, pois este período deve ser somente indenizado e não trabalhado,
214 Guia de Cálculos Trabalhistas

por constituir direito exclusivo do empregado. A Norma Técnica 184/2012 do Ministério do Trabalho consigna
que o aviso-prévio proporcional é direito exclusivo do trabalhador. A bilateralidade do aviso-prévio não se
estende no período proporcional, pois não se pode exigir que o empregado permaneça na empresa por mais
tempo, impedindo-o de receber logo suas verbas rescisórias, se sujeitando, muitas vezes, a um ambiente
de trabalho hostil, com vulnerabilidade a assédios. O Tribunal Regional, ao manter a sentença do Juízo de
primeiro grau no sentido de que o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço trabalhado, na verdade,
beneficiou o empregado viola o art. 7º, XXI, da Constituição Federal. Recurso de revista conhecido e provido.
(TST - RR 0001560-92.2012.5.07.0015 - Relª Min. Delaíde Miranda Arantes - DJe 17.10.2014 - p. 858)

Aviso-prévio proporcional trabalhado - Período superior a trinta dias - Invalidade - Lei 12.506/11 - O aviso-prévio
proporcional tem por destinatário apenas o empregado, pois é um direito fundamental social do trabalhador,
e não do empregador. Logo, não se trata de um direito da parte (empregado ou empregador) que pretende
resilir o contrato individual de trabalho, mas um direito apenas do empregado. Neste diapasão, considera-se
restrita a reciprocidade prevista no inciso II do art. 487 da CLT ao período inicial de 30 dias do aviso-prévio,
devendo ser indenizado o lapso subsequente, referente aos dias acrescidos para cada ano de serviço traba-
lhado na empresa, nos termos da Lei 12.506/2011. (TRT 17ª Região - RO 0185600-26.2013.5.17.0007 - 3ª T. - Rel.
Des. Carlos Henrique Bezerra Leite - J. 06.10.2014)

Considerando a divergência existente, recomendamos, por medida preventiva, que o empregador


antes de abraçar o entendimento que entender mais coerente, consulte antecipadamente a Secretaria
Especial de Trabalho, e a entidade sindical da respectiva categoria profissional, a fim de obter as orienta-
ções cabíveis. Recorda-se, por fim, que a decisão final sobre as controvérsias decorrentes da aplicação da
Lei nº 12.506/2011 competirá ao Poder Judiciário desde que intentada a competente ação.

Aviso-prévio indenizado

Importante
Lembre-se de que, desde 11.11.2017, com a entrada em vigor da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017), além das demais
formas de rescisão, o contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e empregador. Nesta situa-
ção, serão devidas por metade as verbas pagas a título de aviso-prévio indenizado e a multa rescisória do FGTS e pela
integralidade todas as demais verbas rescisórias.

Rescisão por iniciativa do empregador (dispensa sem justa causa)

Neste caso, o empregador dispensa o empregado, sem justa causa, e não concede o aviso-prévio,
lhe indenizando, portanto, o valor correspondente.

Exemplos
a) empregador dispensa sem justa causa o empregado no dia 02.03.2020, sem conceder o aviso-prévio, portan-
to, indenizando o período respectivo. Este empregado tem direito a 36 dias de aviso em virtude do tempo de
serviço na empresa. A sua remuneração em março/2020 é de R$ 1.395,00. Assim, temos:
Cálculo do aviso-prévio
Período do aviso = 03.03 a 07.04.2020 (36 dias)
Remuneração/dia em março = R$ 45,00 (R$ 1.395,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em abril = R$ 46,50 (R$ 1.395,00 ÷ 30 - nº de dias do mês)
Valor do aviso-prévio relativo aos 29 dias de março = R$ 1.305,00 (R$ 45,00 × 29)
Valor do aviso-prévio relativo aos 7 dias de abril = R$ 325,50 (R$ 46,50 × 7)
Valor total dos 36 dias de aviso-prévio devido = R$ 1.630,50 (R$ 1.305,00 + R$ 325,50)
Guia de Cálculos Trabalhistas 215

b) empregador dispensou sem justa causa o empregado no dia 02.01.2020, sem conceder o aviso-prévio, por-
tanto, indenizando o período respectivo. Este empregado tem direito a 90 dias de aviso em virtude do tempo de
serviço na empresa. A sua remuneração em janeiro/2020 foi de R$ 1.178,00. Assim, temos:
Cálculo do aviso-prévio
Período do aviso-prévio = 03.01 a 1º.04.2020 (90 dias)
Remuneração/dia em janeiro = R$ 38,00 (R$ 1.178,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em fevereiro = R$ 40,62 (R$ 1.178,00 ÷ 29 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em março = R$ 38,00 (R$ 1.178,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em abril = R$ 39,27 (R$ 1.178,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Valor do aviso-prévio relativo aos 29 dias de janeiro = R$ 1.102,00 (R$ 38,00 × 29)
Valor do aviso-prévio relativo aos 29 dias de fevereiro = R$ 1.177,98 (R$ 40,62 × 29)
Valor do aviso-prévio relativo aos 30 dias de março = R$ 1.178,00 (R$ 38,00 × 31)
Valor do aviso-prévio relativo a 1 dia de abril = R$ 39,27 (R$ 39,27 × 1)
Valor total dos 90 dias de aviso-prévio devido = R$ 3.497,25 (R$ 1.102,00 + R$ 1.177,98 + R$ 1.178,00 + R$ 39,27)

Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão)


Hipótese em que o empregado pede demissão e não quer cumprir o aviso-prévio, o que lhe acar-
reta o desconto do valor correspondente nas verbas rescisórias, ou seja, o empregado indeniza o em-
pregador da falta de cumprimento do aviso-prévio a que se obrigou.
No tocante ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço (superior a 30 dias) a matéria é con-
trovertida. Alguns doutos entendem que a bilateralidade do aviso-prévio se aplica somente aos primei-
ros 30 dias. Nesta situação, em caso de pedido de demissão o empregado estaria obrigado a conceder
apenas 30 dias de aviso-prévio ao empregador.
Outros, entendem que a bilateralidade deve ser considerada em todo o período do aviso, portan-
to, em caso de pedido de demissão o empregado estaria também obrigado a conceder o aviso-prévio
proporcional ao empregador.
No âmbito jurisprudencial, as decisões acerca do assunto ainda são escassas. Entretanto, encon-
tramos algumas decisões do TST (a seguir reproduzidas).
... - 1- Proporcionalidade do aviso-prévio ao tempo de serviço - Vantagem estendida apenas aos empregados
- 2- Multa do art. 477, § 8º, da CLT decorrente das diferenças de verbas rescisórias - Não cabimento - 3- Hono-
rários advocatícios - Súmula 219, I, TST - A Lei nº. 12.506/2011 é clara em considerar a proporcionalidade uma
vantagem estendida aos empregados (caput do art. 1º do diploma legal), sem a bilateralidade que caracteriza
o instituto original, fixado em 30 dias desde 5.10.1988. A bilateralidade restringe-se ao aviso-prévio de 30 dias,
que tem de ser concedido também pelo empregado a seu empregador, caso queira pedir demissão (caput
do art. 487 da CLT), sob pena de poder sofrer o desconto correspondente ao prazo descumprido ( art. 487,
§ 2º, CLT). Esse prazo de 30 dias também modula a forma de cumprimento físico do aviso-prévio (aviso tra-
balhado): redução de duas horas de trabalho ao dia, durante 30 dias (caput do art. 488, CLT) ou cumprimento
do horário normal de trabalho durante o pré-aviso, salvo os últimos sete dias (parágrafo único do art. 488
da CLT). A escolha jurídica feita pela Lei nº 12.506/2011, mantendo os trinta dias como módulo que abrange
todos os aspectos do instituto, inclusive os desfavoráveis ao empregado, ao passo que a proporcionalidade
favorece apenas o trabalhador, é sensata, proporcional e razoável, caso considerados a lógica e o direcio-
namento jurídicos da Constituição e de todo o Direito do Trabalho. Trata-se da única maneira de se evitar
que o avanço normativo da proporcionalidade se converta em uma contrafacção, como seria impor-se ao
trabalhador com vários anos de serviço gravíssima restrição a seu direito de se desvincular do contrato de
emprego. Essa restrição nunca existiu no Direito do Trabalho e nem na Constituição , que jamais exigiram
216 Guia de Cálculos Trabalhistas

até mesmo do trabalhador estável ou com garantia de emprego (que tem- ou tinha- vantagem enorme em
seu benefício) qualquer óbice ao exercício de seu pedido de demissão. Ora, o cumprimento de um aviso de
60, 80 ou 90 dias ou o desconto salarial nessa mesma proporção fariam a ordem jurídica retornar a períodos
selvagens da civilização ocidental, antes do advento do próprio Direito do Trabalho - Situação normativa
incompatível com o espírito da Constituição da República e do Direito do Trabalho brasileiros. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido. (TST - RR 1682-51.2015.5.17.0006 - 3ª Turma - Rel. Min. Mauricio
Godinho Delgado - DJe 26.05.2017)
Recurso de revista interposto na vigência da Lei nº 13.015/2014 - Aviso-prévio - proporcionalidade ao tempo de
serviço - Direito do empregado e do empregador - Bilateralidade - 1- O aviso-prévio é obrigação recíproca de
empregado e de empregador, em caso de rescisão unilateral do contrato de trabalho, sem justa causa, como
deriva do art. 487, caput, da . A circunstância de o art. 1º da Lei nº 12.506/2011 haver regulamentado o aviso-prévio
proporcional ao tempo de serviço dos empregados não significa que não se aplica a referida proporcionalida-
de também em favor do empregador. A própria Lei nº 12.506/2011 reporta-se expressamente ao aviso-prévio
de que trata "o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho", cujo art. 487 alude "à parte"
que, sem justo motivo, "quiser rescindir", aplicando a ambos os sujeitos do contrato de emprego a mesma
duração do aviso-prévio. A nova lei somente mudou a duração do aviso-prévio, tomando em conta o maior ou
menor tempo de serviço do empregado. 2- Afrontaria o princípio constitucional da isonomia reconhecer, sem
justificativa plausível para tal discrímen, a duração diferenciada para o aviso-prévio conforme fosse concedido
pelo empregador ou pelo empregado. Assim como é importante o aviso-prévio para o empregado, a fim de
buscar recolocação no mercado de trabalho, igualmente o é para o empregador, que se vê na contingência de
recrutar e capacitar um novo empregado. 3- Ademais, ainda que assim não se entendesse, o prolongamento
do aviso-prévio concedido pelo empregado ao empregador, observada sempre a mesma duração proporcional
ao tempo de serviço, não causa prejuízo ao empregado passível de gerar direito à indenização. Há pagamento
de salário correspondente aos dias supostamente trabalhados sem exigência legal e há a própria projeção
do contrato de emprego, asseguradas todas as demais obrigações contratuais e legais. 4- Recurso de revista
da Reclamante de que não se conhece. (TST - RR 1964-73.2013.5.09.0009 - 4ª Turma - Rel. Min. João Oreste
Dalazen - DJe 25.11.2016)
Recurso de revista - Aviso-prévio proporcional trabalhado - Limitação do período de trabalho aos trinta primei-
ros dias - Ausência de amparo legal - 1. A Lei nº 12.506/2011, que regulamentou o aviso-prévio proporcional,
não impôs a determinação de que o período correspondente, além dos 30 (trinta) primeiros dias, deva ser
pago em pecúnia, é dizer, na modalidade indenizada. 2. No aspecto, permanece em vigor a disposição contida
no art. 487, § 1º, da CLT, segundo a qual “a falta de aviso-prévio por parte do empregador dá ao empregado
o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período
no seu tempo de serviço”. 3. Concedido o aviso-prévio na modalidade trabalhada, portanto, não encontra
amparo legal a pretensão de que o período que ultrapassar os 30 (trinta) primeiros dias seja indenizado. 4.
Não constitui determinação prejudicial ao empregado a imposição de que permaneça prestando serviços
no período correspondente ao aviso-prévio proporcional, uma vez que ocorrerá a percepção de salário nos
dias respectivos, os quais serão projetados no contrato de emprego, aliado ao fato de que passará a dispor
de mais tempo para procurar novo posto de trabalho, dada a redução da jornada laboral ou, quando inexis-
tente, a equivalente dispensa de dias de trabalho. Violação do art. 7º, caput e XXI, da Constituição Federal
não reconhecida. Precedentes. 5. Recurso de revista do sindicato autor não conhecido. (TST - RR 0091500-
58.2013.5.17.0014 - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJe 21.08.2015 - p. 1755)
Recurso de revista - Lei 12.506/11 - Aviso-prévio proporcional - Elastecimento do Prazo - Indenização - Os
empregados beneficiados com o aviso-prévio proporcional previsto na Lei nº 12.506/2011 devem trabalhar a
totalidade dos dias apurados, não havendo que se falar em limitação do trabalho ao período de trinta dias
previstos no artigo 487 da CLT com pagamento da indenização correspondente aos dias que sobejam. Pre-
cedentes. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR 0105900-89.2013.5.17.0010 - Rel. Des. Conv. Marcelo
Lamego Pertence - DJe 07.08.2015 - p. 662)
Agravo de instrumento - Recurso de revista - Aviso-prévio proporcional - Indenização - Nega-se provimento
a agravo de instrumento pelo qual a parte recorrente não consegue infirmar os fundamentos do despacho
Guia de Cálculos Trabalhistas 217

denegatório do recurso de revista. In casu, a decisão colegiada regional, ao registrar que não há previsão
legal a amparar a pretensão da recorrente de que o tempo excedente aos trinta dias de aviso-prévio sejam
obrigatoriamente indenizados, sem que houvesse qualquer labor nesse período, não contraria os artigos
apontados como violados, a teor do art. 896, “c”, da CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento.
(TST - AIRR 1286-70.2013.5.09.0005 - Rel. Min. Américo Bedê Freire - DJe 26.06.2015)
Recurso de revista - Aviso-prévio proporcional - Lei 12.506/2011 - Limitação do período trabalhado a 30 dias
- Inviabilidade - A tese segundo a qual o empregador não pode exigir o cumprimento de todo o período do
aviso-prévio proporcional carece de amparo legal. A Lei 12.506/2011, a qual regulamentou o aviso-prévio pro-
porcional, não prevê a obrigação de o empregador conceder, de forma indenizada, a parcela proporcional
excedente ao mínimo de trinta dias. Com efeito, a citada lei dispõe tão somente que os três dias acrescidos
para cada ano de serviço sejam acrescentados ao aviso-prévio de trinta dias, mas não determina que tal
período deva ser indenizado. Conclui-se, dessa forma, que, não havendo impedimento legal e não sendo
demonstrado que tal interpretação é nociva às condições sociais do empregado, não há óbice à concessão,
pelo empregador, de aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, de forma trabalhada, no caso de dispensa
sem justa causa. Recurso de revista conhecido e não provido. (TST - RR 0000410-54.2013.5.04.0232 - Relª Min.
Dora Maria da Costa - DJe 19.06.2015 - p. 4453)

Considerando a divergência existente, recomendamos, por medida preventiva, que o empregador


antes de abraçar o entendimento que entender mais coerente, consulte antecipadamente a Secretaria
Especial de Trabalho, e a entidade sindical da respectiva categoria profissional, a fim de obter as orien-
tações cabíveis. Recorda-se, por fim, que a decisão final sobre as controvérsias decorrentes da aplicação
da Lei nº 12.506/2011 competirá ao Poder Judiciário, desde que intentada a competente ação.

Exemplos
a) empregado que em caso de dispensa sem justa causa teria direito a 45 dias de aviso-prévio em virtude
do tempo de serviço na empresa, e com salário de R$ 1.200,00, pede demissão em 11.03.2020 e declara por
escrito que não cumprirá o aviso-prévio, autorizando o empregador a deduzir o valor respectivo das verbas
rescisórias.
Cálculo considerando a corrente de entendimento de que a parte do aviso-prévio proporcional ao tempo de
serviço é direito exclusivo do empregado e não do empregador. Portanto não há reciprocidade.
Assim sendo, o empregador só poderá descontar das verbas rescisórias o valor equivalente a 30 dias de aviso.
Cálculo do aviso-prévio devido ao empregador
Período do aviso-prévio = 12.03 a 10.04.2020 (30 dias)
Remuneração/dia em março = R$ 38,71 (R$ 1.200,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em abril = R$ 40,00 (R$ 1.200,00 ÷ 30 - nº de dias do mês)
Valor do aviso-prévio relativo aos 20 dias de março = R$ 774,20 (R$ 38,71 × 20)
Valor do aviso-prévio relativo aos 10 dias de abril = R$ 400,00 (R$ 40,00 × 10)
Valor total dos 30 dias de aviso-prévio que pode ser deduzido das verbas rescisórias = R$ 1.174,20 (R$ 774,20 +
R$ 400,00)
Cálculo conforme a corrente de entendimento que defende a aplicação da bilateralidade ou reciprocidade du-
rante todo o período do aviso-prévio
b) Considerando a mesma situação da letra “a”, ou seja, empregado que em caso de dispensa sem justa causa
teria direito a 45 dias de aviso-prévio em virtude do tempo de serviço na empresa, e com salário de R$ 1.200,00,
pede demissão em 11.03.2020 e declara por escrito que não cumprirá o aviso-prévio autorizando o empregador
a deduzir o valor respectivo das verbas rescisórias.
Segundo esta corrente de entendimento o empregador poderia descontar o valor corresponde ao total do pe-
ríodo do aviso-prévio não cumprido.
218 Guia de Cálculos Trabalhistas

Cálculo do aviso-prévio devido ao empregador


Período do aviso-prévio = 12.03 a 25.04.2020 (45 dias)
Remuneração/dia em março = R$ 38,71 (R$ 1.200,00 ÷ 31 - nº de dias do mês)
Remuneração/dia em abril = R$ 40,00 (R$ 1.200,00 ÷ 30 - nº de dias do mês)
Valor do aviso-prévio relativo aos 20 dias de março = R$ 774,20 (R$ 38,71 × 20)
Valor do aviso-prévio relativo aos 25 dias de abril = R$ 1.000,00 (R$ 40,00 × 25)
Valor total dos 45 dias de aviso-prévio que poderia ser deduzido das verbas rescisórias = R$ 1.774,20 (R$ 774,20 +
R$ 1.000,00)

O aviso-prévio indenizado e a data da baixa na Carteira de Trabalho


Quando a ruptura do contrato de trabalho ocorre por iniciativa do empregador e sem justo motivo,
figura entre as verbas rescisórias devidas ao empregado dispensado o aviso-prévio, cabendo ao empre-
gador optar pela concessão do aviso na sua forma trabalhada ou indenizada, observados os comentá-
rios anteriores.
Havendo a opção pela concessão do aviso-prévio indenizado surge a dúvida relativa à data da
rescisão contratual que deve constar na Carteira de Trabalho do empregado, ou seja, deve-se fazer a
aposição do último dia trabalhado ou da data do último dia de projeção do aviso-prévio indenizado, uma
vez que este integra o tempo de serviço do empregado?
A doutrina e a jurisprudência trabalhista não são pacíficas acerca do tema. A questão não é de fácil
solução. Assim, vejamos.
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estabelece em seu art. 487, § 1º, que a falta do aviso-
-prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do
aviso, garantida, sempre, a integração desse período no seu tempo de serviço.
O art. 477 do mesmo diploma legal determina que, na extinção do contrato de trabalho, o empre-
gador deverá proceder à anotação na CTPS, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o
pagamento das verbas rescisórias a ser efetuado até 10 dias contados a partir do término do contrato.
Além disto, estabelece que a anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho é docu-
mento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da conta vinculada no
FGTS, nas hipóteses legais, desde que a comunicação da dispensa aos órgãos competentes tenha sido
realizada.
Da análise dos 2 artigos mencionados, é forçoso concluir que a integração do prazo do aviso-
-prévio indenizado ao tempo de serviço do empregado ocorre apenas para alguns efeitos, não estando
incluído entre eles o término efetivo da relação empregatícia, posto que, se assim o fosse, o término do
contrato ocorreria no último dia de projeção do aviso, o que acarretaria por consequência o pagamento
das verbas rescisórias no 10º dia após o término do contrato (último dia do aviso), e o empregado só
poderia requerer o seguro-desemprego e sacar o saldo da sua conta vinculado no FGTS também a partir
do 10º dia seguinte ao término do contrato (último dia do aviso), o que frustraria o objetivo dos institutos
(seguro-desemprego e FGTS).
Ademais, há que se lembrar de que a Carteira de Trabalho não é documento apenas trabalhista,
mas também previdenciário, e tem, além de outras finalidades, a de retratar a vida profissional do traba-
lhador para fins de direitos a benefícios, alguns dos quais tem por base o efetivo exercício de atividade.
No âmbito jurisprudencial observa-se a existência da Orientação Jurisprudencial nº 82 e da Súmu-
la nº 371, ambas do Tribunal Superior do Trabalho e anteriores à Reforma Trabalhista, instituída pela Lei
nº 13.467/2017, a saber:
Guia de Cálculos Trabalhistas 219

- Orientação Jurisprudencial nº 82: “A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término
do prazo do aviso-prévio, ainda que indenizado (Inserida em 28.04.1997)”.

- Súmula nº 371: “A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso-prévio inde-
nizado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja, salários,
reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso do aviso-prévio, todavia,
só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício previdenciário (Resolução TST
nº 129/2005)”.

Observa-se que, embora a OJ 82, inserida em 1997, tenha determinado que a data da baixa na CTPS
deve corresponder à do último dia do aviso-prévio, a Súmula nº 371, de 2005, portanto posterior àquela,
dispõe que o efeito da projeção do contrato limita-se às vantagens econômicas, portanto, não ocasio-
nando a projeção para fins de contagem de tempo de serviço.

Ressalta-se que a súmula divulga o entendimento consubstanciado do TST sobre determinado


assunto, o qual orienta as decisões das Turmas e dos demais órgãos do mencionado Tribunal, ao passo
que a OJ constitui divulgação de que há precedentes jurisprudenciais naquele sentido advindos, dentre
outros, das 5 Turmas e da Seção de Dissídios Individuais (SDI).

Por todas as razões anteriormente expostas, entendemos que no caso de concessão de aviso-
-prévio indenizado por parte do empregador a ruptura contratual ocorre no dia da comunicação da
dispensa, devendo por consequência a data da rescisão contratual a ser aposta na Carteira de Trabalho
corresponder à do último dia de trabalho do empregado dispensado e não à do último dia do aviso-
-prévio projetado.

Transcrevemos a seguir algumas decisões acerca do assunto, que ilustram a controvérsia rela-
tiva ao tema. Lembramos que as decisões são anteriores à Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº
13.467/2017, a qual unificou a data de pagamento de verbas rescisórias no 10º dia após o término do
contrato e determinou que a anotação da data da baixa na Carteira de Trabalho é documento hábil para
requerer o seguro-desemprego e efetuar o saque do saldo do FGTS.

Decisões favoráveis à data da baixa no último dia do aviso-prévio projetado

[...] Aviso-prévio indenizado - Data da baixa da CTPS - “A data de saída a ser anotada na CTPS deve corres-
ponder à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que indenizado” (Orientação Jurisprudencial nº 82 da
SDI-1 do TST). Recurso não conhecido. (TST - RR 691/2000-030-02-00.0 - 4ª T. - Rel. Min. Barros Levenhagen
- DJU 09.09.2005)

Agravo de instrumento em recurso de revista - Aplicação da OJ nº 82/SBDI-1/TST, “Aviso-prévio - Baixa na CTPS


- A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso-prévio, ainda que
indenizado”. Agravo de Instrumento desprovido. (TST - AIRR 2222/2003-071-09-40.0 - 4ª T. - Relª Juíza Conv.
Maria de Assis Calsing - DJU 19.08.2005)

Aviso-prévio - Baixa na CTPS - O aviso-prévio indenizado integra o tempo de serviço do empregado para
todos os efeitos legais, conforme prevê o art. 487, § 1º, da CLT, devendo coincidir, portanto, na CTPS do autor
a data de saída com o término do aviso-prévio. Nesse sentido pacificou-se a jurisprudência desta Corte, nos
termos da Orientação Jurisprudencial nº 82 da SDI-1. Recurso de revista conhecido e provido, no particular.
(TST - RR 689/2002-071-02-00.9 - 4ª T. - Rel. Min. Milton de Moura França - DJU 18.02.2005)

Recurso de revista - Retificação da CTPS - Projeção do aviso-prévio - OJ nº 82, da SBDI-1 - Provimento - De


acordo com o disposto na OJ nº 82 da SBDI-1, a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do
término do prazo do aviso-prévio, ainda que indenizado. Decisão em sentido contrário deve ser modificada, a
fim de que se adote o referido entendimento. Recurso de revista parcialmente conhecido e provido. (TST - RR
739.775/2001.8 - 4ª T. - Relª Juíza Conv. Maria de Assis Calsing - DJU 03.02.2006)
220 Guia de Cálculos Trabalhistas

Decisões favoráveis à anotação da data da baixa no momento da ruptura contratual (data da comunicação
da dispensa)
Aviso-prévio indenizado - Anotação de baixa na carteira do reclamante - A data a ser lançada na CTPS é a do
momento em que a dispensa se concretizou. Recurso de revista a que se dá provimento parcial. (TST - RR
148171/1994 - 1ª T. - Rel. Min. Lourenço Prado - DJU 23.06.1995 - p. 19689)
Recurso de revista - Estabilidade provisória - Gestante - Concepção ocorrida na projeção do aviso-prévio
indenizado - A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pelo aviso-prévio indenizado, tem efeitos limi-
tados às vantagens econômicas obtidas nesse período, não abarcando a estabilidade pretendida. Recurso
de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR 1.031/2003-004-02-00.3 - 5ª T. - Rel. Min.
João Batista Brito Pereira - DJU 03.02.2006)
Aviso-prévio indenizado - Contribuição previdenciária. Não-incidência. Inteligência do art. 214, § 9º, V, “f”,
do Decreto nº 3.048/99 e art. 78, V, “f”, da Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003. É certo que após a re-
forma da Lei Previdenciária pelo Diploma nº 9.528, de 10.12.1997, suprimiu-se do art. 28, § 9º, “e”, a expressão
aviso-prévio indenizado, antes existente. Contudo, nem por isso a indenização pelo aviso-prévio passou a
constituir verba sujeita à contribuição social, tratando-se, na espécie, de simples omissão legislativa sem
maiores repercussões. A falta de aviso-prévio por parte do empregador, como é cediço, dá ao empregado o
direito à correspondente indenização; mas a garantia de integração desse período no seu tempo de serviço
(art. 487, § 1º, CLT) está limitada às vantagens econômicas (v.g., salários, reflexos e verbas rescisórias) obtidas
no interregno de pré-aviso, consoante entendimento firmado pelo Colendo Tribunal Superior do Trabalho,
em sua Orientação Jurisprudencial SDI-1 nº 40. Nesse contexto, impossível elastecer o instituto para fins de
incidência da contribuição previdenciária, restando acertada (e válida) a disposição contida no art. 214, § 9º,
V, “f”, do Decreto nº 3.048/1999 e no art. 78, V, “f”, da Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003, ao declararem
que o aviso-prévio indenizado continua a não integrar a base de cálculo daquela contribuição. Acordo judi-
cial. Discriminação de verbas salariais e indenizatórias. Flexibilização em relação ao postulado. Observância,
todavia, aos limites lógicos e jurídicos do pedido. Fraude à lei. Invalidade. Fixada a lide trabalhista, reputa-se
plenamente válido o acordo firmado pelas partes, e homologado pelo juízo, quando estiver especificada a
natureza jurídica das parcelas constantes do pactuado, ainda que não correspondam exatamente aos limites
oriundos do exórdio. Em sendo a transação ato bilateral e de mútuas concessões (art. 1.025 do Código Civil
de 1916 e art. 840 do novo Código Civil), deve ser perquirida à luz do princípio da razoabilidade, dispensando
correlação precisa com o postulado. Entretanto, tal flexibilização não afasta a análise entre a transação e
os limites lógicos dos pedidos, impondo-se a rejeição, pelo Poder Judiciário, de ato das partes destinado a
fraudar a lei. Inteligência do art. 129 do CPC. (TRT 15ª Região - RO 000648-2003-004-15-00-0 - 2ª T. - Rel. Juiz
Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva - DJ SP 19.11.2004, p. 65, acórdão unânime)
Aviso-prévio indenizado - Elasticidade [...] dar-se elasticidade maior que o legislador pátrio atribuiu ao aviso-
-prévio indenizado será legislar em seara alheia porque sua projeção no tempo de serviço tem só efeitos
jurídicos econômicos e nada mais. (TRT 2ª Região - RO 15738200290202007 - 6ª T. - Relª Juíza Jucirema Maria
Godinho Gonçalves - DO SP 18.10.2002, p. 33)
Previdenciário - Contagem do tempo de serviço - Aviso-prévio não trabalhado - Impossibilidade - Inviável a
contagem do aviso-prévio não trabalhado como tempo de serviço para fins previdenciários, dado o seu caráter
indenizatório e à ausência de previsão legal que o ampare, sob pena de ofensa ao princípio da vinculação
entre o custeio e as prestações previsto no § 5º do artigo 195 da Constituição Federal. (TRF 4ª Região - AC
1998.04.01.020110-8/PR - 5ª T. - Relª p/o Ac. Juíza Maria Lúcia Luz Leiria - DJU-e 12.01.2000, p. 143)
Cômputo do período do aviso-prévio para efeito de anotação na CTPS da data de desligamento do empregado.
Nas hipóteses em que o empregador tem o direito potestativo de dispensa imediata do empregado, a data
a ser anotada na carteira de trabalho é a da saída, do desligamento, do rompimento de fato do contrato de
trabalho, ainda que se trate de dispensa que assegure ao empregado o direito à indenização do aviso-prévio.
A projeção do período do aviso-prévio será apenas para assegurar ao empregado o direito de ser beneficiado
por qualquer espécie de vantagem que venha a surgir no período. (TST - RR 145.546/94.1-3ª R. - 4ª T. - Rel. Min.
Galba Velloso - DJU 1 09.06.1995, p. 17518 - acórdão unânime)
Guia de Cálculos Trabalhistas 221

Carteira de trabalho - Anotação - Aviso-prévio indenizado. O aviso-prévio indenizado projeta-se como tem-
po de serviço para efeito de receber o empregado os direitos trabalhistas a que faria jus, se trabalhando
estivesse no seu curso. Na Carteira de Trabalho, todavia, a data a ser lançada é aquela que corresponda
ao efetivo momento em que se deu o rompimento do contrato de trabalho, e não aquela relativa ao último
dia do período do aviso indenizado, mesmo porque esta ficção jurídica não é reconhecida pela Previdên-
cia Social, seja para efeito de benefícios, seja com vistas às contribuições (art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212, de
24.07.1991). (TST - RR 112.334/94.7-4ª R. - 1ª T. - Rel. Min. Indalécio Gomes Neto - DJU 1 21.10.1994, p. 28574
- acórdão unânime)

Tendo em vista a divergência existente, o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência


concreta da situação ora retratada, devendo, antes de decidir-se pela adoção ou não do procedi-
mento anteriormente mencionado, consultar a Secretaria Especial de Trabalho sobre o assunto e
lembrar que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final da controvérsia, caso seja proposta ação
nesse sentido.

Aviso-prévio “cumprido em casa”


Quanto a esta modalidade de aviso-prévio, não há previsão legal, pois o aviso-prévio ou é cumpri-
do pelo empregado (trabalhando normalmente) ou é indenizado. Não obstante a falta de previsão legal,
essa forma de aviso-prévio (cumprido em casa) tornou-se prática comum.

A jurisprudência trabalhista, diante da realidade dessa forma de aviso, tem se manifestado, em sua
maioria, no sentido de considerar válida a adoção do aviso-prévio “cumprido em casa”.

PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS - PRAZO


Nos termos da CLT, art. 477, § 6º, na redação dada pela Lei nº 13.467/2017, as verbas rescisórias
devem ser pagas em até 10 dias contados a partir do término do contrato.

Aviso-prévio trabalhado
No caso de aviso-prévio trabalhado, havendo redução facultativa em dias corridos do prazo do
aviso, o prazo para pagamento das verbas rescisórias conta-se do último dia do aviso.

Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço - Data de quitação das verbas rescisórias


No tocante ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço (superior a 30 dias), a data de pa-
gamento das verbas rescisórias quando o aviso-prévio for trabalhado será o 10º dia contado a partir do
término do contrato. Assim:
a) para aqueles que defendem o entendimento de que o aviso-prévio proporcional beneficia ape-
nas o empregado e, por conseguinte este estará obrigado a cumprir o aviso-prévio trabalhado
de apenas 30 dias, devendo o restante ser indenizado, o pagamento das verbas rescisórias
deve ocorrer no 10º dia após o período trabalhado do aviso;
b) para os que defendem o entendimento de que a reciprocidade do aviso deve ser observada em
todo o período e, que, portanto, o empregador pode exigir o cumprimento do aviso na forma
trabalhada durante todo o período, no caso de aviso-prévio trabalhado superior a 30 dias, o pa-
gamento das verbas rescisórias deve ocorrer no 10º dia após o término do aviso considerando
todo o período.
222 Guia de Cálculos Trabalhistas

Neste sentido, encontramos a seguinte decisão:

Aviso-prévio indenizado ou dispensa do seu cumprimento

Nestes casos, o prazo para pagamento é de 10 dias corridos, contados da data da notificação da
demissão.

Aviso-prévio “cumprido em casa”

Há quem interprete que o aviso-prévio “cumprido em casa” é o próprio aviso-prévio trabalhado que
o empregador concede na dispensa sem justa causa, o qual, ao invés de acarretar a redução diária de
2 horas ou de dias corridos, permite que o dispensado tenha um tempo integral para procura de novo
emprego. Os defensores dessa linha de entendimento afirmam que o próprio trabalhador é beneficia-
do, pois não terá que continuar trabalhando para o seu empregador durante o período do aviso e, por
tal razão, somente após o transcurso do período correspondente ao aviso, é que a empresa efetuará o
pagamento das verbas rescisórias no 10º dia contado do término do contrato. Todavia, a maioria dos
doutrinadores defende o entendimento de que o aviso-prévio “cumprido em casa”, embora não esteja
expressamente previsto na CLT, acarreta o pagamento das parcelas rescisórias até o 10º dia contado da
data da notificação da dispensa. Os que defendem esse posicionamento afirmam que essa modalidade
corresponde ao aviso-prévio indenizado ou mesmo ao aviso com dispensa de seu cumprimento.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Orientação Jurisprudencial nº 14 da Seção de


Dissídios Individuais (SDI), Subseção I, determina:

14. Aviso-prévio cumprido em casa. Verbas rescisórias. Prazo para pagamento.

Em caso de aviso-prévio cumprido em casa, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é até o décimo
dia da notificação de despedida.

A Secretária de Relações do Trabalho do antigo Ministério do Trabalho, por meio da Instrução


Normativa SRT nº 15/2010, equiparou o aviso-prévio cumprido em casa ao aviso-prévio indenizado e o
Enunciado nº 20 da mesma Secretaria esclareceu que essa espécie de aviso implica a necessidade de
quitação das verbas rescisórias até o 10º dia contado da data da notificação da dispensa.

Diante do exposto e levando-se em consideração eventual discussão existente sobre o assunto,


entendemos que, em caso de dispensa sem justa causa por parte do empregador com a concessão de
aviso-prévio ao trabalhador na modalidade “cumprido em casa”, o prazo para quitação das verbas resci-
sórias deverá ocorrer até o 10º dia contado da data da notificação da demissão.

Levando-se em consideração a discussão em torno da modalidade do aviso-prévio para cumpri-


mento em casa, recomendamos, por medida preventiva, que o empregador consulte antecipadamente
a Secretaria Especial de Trabalho e a entidade sindical da respectiva categoria profissional sobre o as-
sunto, lembrando-se de que a decisão final da controvérsia caberá ao Poder Judiciário, caso seja pro-
posta ação nesse sentido.

Pedido de demissão com cumprimento parcial do aviso-prévio - Prazo para quitação


das verbas rescisórias
Caso o empregado, no curso do aviso-prévio trabalhado, comunique ao empregador que não
cumprirá o restante do aviso, a empresa poderá efetuar o desconto relativo a esse prazo restante (ob-
servados os comentários anteriores relativos ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço), salvo
quando o empregado, apesar da comunicação, efetivamente trabalhar durante todo o período. Nessa
Guia de Cálculos Trabalhistas 223

situação, será devido o pagamento dos dias trabalhados a título de aviso-prévio. Pode ocorrer, ainda, de
a empresa, a pedido do empregado, o dispensar do cumprimento do citado aviso-prévio.

A aceitação, por parte da empresa, do pedido de dispensa do cumprimento do aviso-prévio efetua-


do pelo empregado, não a obriga ao pagamento do respectivo período, na medida em que, nesse caso,
o aviso-prévio figura como dever do empregado e não como direito.

O pagamento das verbas rescisórias, neste caso, deverá ser feito até o 10º dia, contado a partir da
data da dispensa do cumprimento, desde que não ocorra primeiro o termo final do aviso-prévio.

REDUÇÃO DA JORNADA - DISPENSA SEM JUSTA CAUSA

Diária (2 horas)
A duração normal da jornada de trabalho do empregado, durante o aviso-prévio, quando a resci-
são tiver sido promovida pelo empregador, é reduzida em 2 horas, diariamente, sem prejuízo do salário
integral. O objetivo principal desta redução é propiciar ao empregado tempo para que possa encontrar
uma nova colocação no mercado de trabalho.

Exemplo
Empregado com jornada normal diária de 7h e 20min, durante o curso do aviso trabalhará apenas 5h e 20min,
ou seja, há uma redução diária de 2 horas.

Ao tratar da redução horária, o legislador não fez distinção aos empregados com jornada reduzi-
da, por força de lei, ou de cláusula de documento coletivo de trabalho, ou ainda, disposição contratual,
aplicando-se, em qualquer hipótese, a redução integral de 2 horas diárias.

Assim, ocorrendo a dispensa sem justa causa mediante concessão de aviso-prévio por parte do
empregador, o horário normal de trabalho do empregado durante o respectivo prazo será reduzido de
2 horas diárias.

Exemplos
a) empregado com jornada diária normal de 5 horas, durante o curso do aviso trabalhará apenas 3 horas por dia.
b) empregado realiza apenas 2 horas diárias de trabalho, neste caso ele permanecerá os 30 dias de cumprimento
do aviso-prévio sem atividade.

Redução facultativa (em dias)


O empregado poderá optar por trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, caso em que ficará
legalmente autorizado a faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por dias corridos.

A redução da jornada de trabalho tem por finalidade permitir que o empregado, durante o horário
comercial, tenha tempo hábil para procurar nova colocação no mercado de trabalho, sem sofrer qual-
quer redução em seus vencimentos.

O art. 488 da CLT prevê que na dispensa sem justa causa, o horário normal de trabalho do empre-
gado será reduzido em 2 horas diárias ou por 7 dias corridos de acordo com a opção do empregado.

Observa-se que a disposição em comento se verificou quando o aviso-prévio equivalia a 30 dias,


posto que a Lei nº 12.506/2011 que regulamentou o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço é
posterior às determinações do mencionado art. 488.
224 Guia de Cálculos Trabalhistas

Assim, quando o empregado dispensado sem justa causa tem direito a aviso-prévio superior a 30
dias em virtude da proporcionalidade ao tempo de serviço, a questão dos dias de redução comporta
divergências:
a) parte da doutrina e jurisprudência, favorável à reciprocidade do aviso, entende que guardadas
as devidas proporções, havendo a concessão do aviso-prévio por parte do empregador, o em-
pregado que tiver aviso-prévio com duração superior a 30 dias de trabalho, deve fazer jus, na
hipótese de opção pela redução do cumprimento do aviso em número de dias, a uma escala
proporcional de 7 a 21 dias, conforme o aviso-prévio lhe seja devido de 30 a 90 dias.

Lembra-se que as frações de dias, convertidas em horas e minutos poderão ser arredondadas
para a concessão de mais um dia de redução a critério do empregador, ou redução da fração em horas
e minutos.
b) os que defendem a posição de que a proporcionalidade do aviso beneficia apenas o empre-
gado e, que, portanto, quando dispensado sem justa causa, este deve trabalhar apenas 30
dias do aviso, sendo o restante indenizado, entendem que a Lei nº 12.506/2011 não alterou as
determinações do art. 488 da CLT, portanto, o empregado pode optar por faltar 7 dias corridos
de aviso.
Vejas as seguintes decisões acerca do assunto.
Aviso-prévio trabalhado proporcional ao tempo de serviço - Lei nº 12.506/2011 - O elastecimento do período do
aviso-prévio, promovido pela Lei 12.506/2011, não alterou a finalidade do instituto, ou seja, a de assegurar um
período de tempo mínimo destinado à busca de novo emprego ao trabalhador dispensado sem justa causa.
Também não há, na citada lei, previsão de tratamento diverso ao período relativo à proporcionalidade do aviso-
-prévio que decorre do tempo de serviço. Entende-se, assim, que o empregador pode exigir que o empregado
pré-avisado cumpra o período respectivo trabalhando, independentemente de o aviso ser equivalente ao
período mínimo de 30 dias ou não. Todavia, para preservar a finalidade do instituto, o empregador deve tam-
bém atender estritamente ao que determina o art. 488 da CLT em relação a todo o período do aviso-prévio,
e não apenas em relação àquele período mínimo de 30 dias. Assim, o empregador deve facultar a opção ao
empregado em reduzir a jornada em 2 horas durante todo o período do aviso ou reduzir, proporcionalmente,
em dias, o período de trabalho. Havendo opção em “faltar ao serviço”, o lapso de 7 dias previsto no art. 488,
parágrafo único, da CLT, deve ser acrescido, obtendo-se aquele devido com uma mera regra de 3, pois se 7 dias
correspondem a um aviso-prévio de 30 dias, “x” dias corresponderão ao aviso-prévio proporcional ao tempo
de serviço. Entender-se que o empregador pode simplesmente exigir o trabalho em período normal em todo
o lapso acrescido pela Lei 12.506/2011 seria o mesmo que torna letra morta a vantagem por ela instituída em
favor do trabalhador. Recurso da reclamada desprovido. (TRT 4ª Região - RO 0000302-12.2013.5.04.0301 - 7ª
T. - Rel. Des. Wilson Carvalho Dias - DJe 21.11.2014)

Aviso-prévio proporcional - Concessão - Lei nº 12.506/2011 - Em que pese a Lei 12.509/2011 tenha estabeleci-
do a proporcionalidade no aviso-prévio de acordo com o tempo trabalhado na mesma empresa (acréscimo
de 3 dias a cada ano trabalhado), esta proporção não é aplicada em relação aos 7 dias de faltas ao final, ou
seja, independentemente do número de dias de aviso, os dias de faltas serão sempre conforme o estabele-
cido pelo parágrafo único do art. 488 da CLT. Isto porque a nova legislação em nada alterou o disposto pela
mencionada norma consolidada. (TRT 5ª Região - RO 0000606-70.2012.5.05.0025 - 2ª T. - Relª Desª Graça
Laranjeira - DJe 05.05.2014)

Momento da redução
Conforme vimos, observados os comentários anteriores, havendo a concessão do aviso-prévio
trabalhado, o empregado dispensado terá, no seu curso, a redução da sua jornada diária em 2 horas, po-
dendo ainda optar por substituir tal redução (2 horas diárias) pelo direito de faltar dias corridos durante
o período do aviso sem prejuízo do salário.
Guia de Cálculos Trabalhistas 225

A questão que se impõe é saber se, a critério das partes, as reduções temporais (diárias ou em dias
corridos) podem ser acordadas para ocorrerem no início, no meio ou no fim da respectiva jornada diária
de trabalho ou do período do aviso-prévio, conforme o caso.

Vale ressaltar que, embora possa haver polêmica quanto a legalidade ou não da redução em dias
no início, no meio ou no final, mediante opção do empregado, a maioria dos doutrinadores é omissa a
respeito, simplesmente determina que essa redução é uma substituição da redução de 2 horas, a qual,
de acordo com alguns doutrinadores que abordaram o assunto, somente poderia ocorrer no início ou no
final, uma vez que a redução (de 2 horas) durante a jornada (no meio) poderá acarretar dois problemas:
1º) intervalo para repouso superior a 2 horas;
2º) oneraria o empregado, que teria de voltar para a empresa.

Há na doutrina uma posição minoritária que menciona que a redução em dias corridos deve ocor-
rer no final do prazo do aviso.

Ante o exposto e considerando que o legislador não determinou em qual momento da jornada
diária ou do curso do aviso-prévio as reduções temporais deveriam ser concedidas, entendemos, s.m.j.,
que, uma vez atendidas as determinações do mencionado art. 488 da CLT, com a concessão da redução
da jornada diária em 2 horas ou em dias corridos de faltas (este último dependendo da opção do empre-
gado), estará cumprida a obrigação legal do empregador.

Observe-se que a concessão das reduções temporais no início, no meio ou ao final da jornada ou
do período, conforme o caso, não prejudica a finalidade do instituto do aviso-prévio, que é permitir que
o trabalhador dispensado procure nova colocação.

Dessa forma, salvo previsão expressa em documento coletivo de trabalho da respectiva categoria
profissional disciplinando o assunto, a opção pela redução temporal no início, no meio ou no curso da
jornada ou do período do aviso, conforme o caso, poderá ser formalizada (por escrito) entre as partes,
para evitar questionamentos futuros.

Observe-se que, apesar do posicionamento ora adotado, tendo em vista a inexistência de disposi-
tivo legal expresso que discipline a questão e, ainda, a escassez de decisões judiciais acerca do assunto,
o empregador deverá acautelar-se diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, podendo,
por medida preventiva, consultar a Secretaria Especial de Trabalho, bem como o sindicato da respectiva
categoria profissional, e lembrar que caberá à Justiça do Trabalho a decisão final da controvérsia, caso
seja proposta ação nesse sentido.

Descumprimento pelo empregador


Os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação de preceitos con-
tidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) são nulos de pleno direito.

Assim, é ilegal substituir o período de redução do aviso-prévio por horas extras, compensações, ou
mesmo pelo pagamento do respectivo período em dinheiro.

Nesse aspecto, vale ressaltar que a possibilidade de o empregado realizar horas extras durante o
cumprimento do aviso-prévio constitui assunto polêmico, existindo correntes divergentes de entendi-
mentos na doutrina e jurisprudência trabalhistas.

A primeira linha de pensamento sustenta o posicionamento de que se o empregado, por força


da existência de um acordo de prorrogação de horas, regularmente mantido com a empresa, já estava
obrigado a realizar horas extras, manterá a mesma obrigação durante o cumprimento do aviso-prévio.
226 Guia de Cálculos Trabalhistas

Assim, se a jornada de trabalho desse empregado for, por exemplo, de 10 horas diárias, ou seja, 8
horas normais e 2 horas extras, no decorrer do cumprimento do aviso-prévio, em decorrência da redução
da jornada de trabalho prevista no art. 488 da CLT, trabalhará o equivalente a 8 horas diárias, compreen-
dendo 6 horas normais de trabalho e 2 horas extraordinárias, anteriormente pactuadas com a empresa.

Por outro lado, grande parte dos doutrinadores e da jurisprudência dos Tribunais Trabalhistas
posiciona-se no sentido de que a realização de horas extras durante o período de cumprimento do
aviso-prévio, ainda que haja um acordo de prorrogação de horas precedente, descaracteriza a finalidade
desse instituto, desvirtuando a intenção do legislador ao instituir a obrigatoriedade de redução da jor-
nada de trabalho.

O nosso entendimento acerca do tema coaduna-se com a segunda corrente, visto que o aviso-
-prévio concedido pelo empregador tem 2 objetivos básicos:
a) comunicação de que o contrato de trabalho irá terminar;
b) concessão de tempo para que o empregado procure novo emprego.

Assim, fica evidente que a execução de horas extras (as quais, em geral, só podem ser realizadas
mediante acordo de prorrogação de horas previamente firmado com o empregador) durante o cumpri-
mento do aviso-prévio pode comprometer sobremaneira uma das principais funções do aviso-prévio
trabalhado, na medida em que retira do trabalhador a possibilidade de, durante o horário comercial, ter
tempo hábil para procurar uma nova colocação no mercado de trabalho. Assim, frustrado o objetivo de
possibilitar ao empregado pré-avisado a procura de novo emprego, fica, no nosso entender, descaracte-
rizado o aviso-prévio concedido.

Rescisão por iniciativa do empregado (pedido de demissão)


Conforme mencionado a redução da jornada tem por finalidade proporcionar ao empregado tem-
po para procurar outro emprego. Logo, se o empregado pede demissão do emprego, não há que se falar
em redução de jornada (situação típica no caso de dispensa do empregado sem justa causa) por se
entender já ter obtido nova colocação, ou seja, presume-se que já tenha conseguido novo emprego, ou
por qualquer outro motivo, pois é ato de vontade.

INTEGRAÇÃO AO TEMPO DE SERVIÇO


O prazo do aviso-prévio concedido pelo empregador, ainda que não trabalhado (indenizado) inte-
gra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos legais.

Se o aviso-prévio é concedido pelo empregado (pedido de demissão), também será computado


como tempo de serviço o respectivo período que for trabalhado.

Somente não se computará a integração ao tempo de serviço quando o empregado indenizar o


período do aviso-prévio ao empregador (pedido de demissão com desconto do aviso-prévio das verbas
rescisórias).

Exemplo
Empregado admitido em 02.01 é dispensado, sem justa causa, com aviso-prévio indenizado em 03.12 do mesmo
ano:
- basicamente temos as seguintes verbas rescisórias:
a) saldo de salário;
b) aviso-prévio indenizado de 30 dias;
Guia de Cálculos Trabalhistas 227

c) 12/12 de 13º salário proporcional (a empresa poderá deduzir o valor do adiantamento de 13º pago durante o ano);
d) 12/12 de férias proporcionais (30 dias, se não teve mais de 5 faltas injustificadas no período);
e) acréscimo de 1/3 sobre as férias;
f) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS: 8% referente ao mês da rescisão, mês anterior, se ainda não
foi depositado, e multa rescisória de 40% do montante do FGTS.
Constata-se, no exemplo, que o valor do aviso-prévio indenizado integra o tempo de serviço totalizando 12
meses, motivo pelo qual faz jus, o empregado, ao recebimento dos valores proporcionais de 13º salário e férias,
observadas as alíneas “c”, “d” e “e” anteriormente transcritas.
Conforme já mencionado anteriormente, observar que a citada integração somente ocorre quando o aviso-
-prévio for indenizado pelo empregador. O mesmo não acontece na hipótese de o empregado pedir demissão e
indenizar o empregador pela falta de cumprimento do aviso.

RECONSIDERAÇÃO
Qualquer das partes (empregado ou empregador) pode propor a reconsideração do aviso-prévio
concedido.

Levando-se em conta que os efeitos do contrato de trabalho terminam somente após o termo
final do aviso-prévio, é Iícita a reconsideração do ato pela parte notificante, sendo facultado à parte no-
tificada aceitá-la ou não.

A reconsideração pode ocorrer por:


a) manifestação expressa da parte notificante, antes do término do prazo do aviso; e
b) manifestação tácita, quando há continuidade do trabalho além do prazo do aviso.

Exemplos
a) Empregador dispensa o empregado, porém durante o prazo do aviso-prévio, encaminha ao empregado soli-
citação, por escrito, para desconsiderar o pré-aviso. O empregado, a seu critério, pode aceitar ou não o pedido
de reconsideração do empregador;
b) Empregado pede demissão do emprego e no curso do aviso-prévio que está cumprindo, pede por escrito
ao empregador, a desconsideração do aviso. Neste caso, competirá ao empregador aceitar ou não o pedido de
reconsideração formulado pelo empregado;
c) Empregador dispensa o empregado com o término do aviso-prévio previsto para 14.05. Entretanto, este con-
tinua a trabalhar após essa data. Neste caso, se o empregador quiser fazer valer a dispensa, terá que conceder
novo aviso ao empregado;
d) Empregado pede demissão do emprego, cujo término do aviso-prévio que está cumprindo, está previsto para
08.05. Contudo, o empregado permanece trabalhando após aquela data normalmente, como se não houvesse
pedido demissão.
Em todas as situações mencionadas, desde que haja a reconsideração expressa (com aceitação da parte no-
tificada) ou tácita (continuidade normal da prestação dos serviços após o prazo previsto para o término do
aviso-prévio), o contrato continua a vigorar como se o aviso-prévio não tivesse sido comunicado, tampouco
cumprido, restabelecendo-se, automaticamente, a plena vigência do contrato laboral entre as partes.

COMPENSAÇÕES DE HORÁRIO DE TRABALHO


Convém ao empregador impedir a compensação de horas de trabalho relativa a(os) dia(s) que
recaia(m) após o término do aviso-prévio trabalhado. Desta maneira, evita-se a alegação de que houve
continuidade de trabalho e a consequente desconsideração do aviso.
228 Guia de Cálculos Trabalhistas

Assim, por exemplo, se o empregado tem acordo de compensação de horas para não trabalhar aos
sábados, não deve compensar durante a semana as horas que recairão em data posterior ao término do
aviso-prévio trabalhado, pois sua inobservância acarretará a presunção do prolongamento indevido do
período de aviso a que o empregado estava legalmente obrigado a cumprir.

REMUNERAÇÃO
O valor a ser pago a título do aviso-prévio trabalhado ou aviso-prévio indenizado corresponde à
remuneração do respectivo período.

Exemplos
a) empregado com menos de um ano de serviço na empresa e que recebe somente salário fixo de R$ 1.200,00 e
que durante o período do aviso-prévio de 1º a 30.09) não teve alteração salarial:
- Aviso-prévio = R$ 1.200,00 (valor devido tanto no aviso-prévio trabalhado, sem prejuízo da concessão da redu-
ção temporal, como no aviso-prévio indenizado);
b) empregado com menos de um ano de serviço - aviso-prévio trabalhado com início 05.02 e término dia 06.03
e salário mensal de R$ 1.500,00 nos meses de fevereiro e março:
- saldo de salário de 1º a 04.02 (4 dias) = R$ 206,90 (R$ 1.500,00 ÷ 29 × 4);
- aviso-prévio trabalhado de 05 a 29.02 (25 dias em fevereiro) = R$ 1.293,10 (R$ 1.500 ÷ 29 × 25);
- aviso-prévio trabalhado de 1º a 05.03 (5 dias em março) = R$ 241,94 (R$ 1.500 ÷ 31 × 5);
- valor total do aviso-prévio a ser pago = R$ 1.535,04 (R$ 1.293,10 + R$ 241,94);
c) empregado com menos de um ano de serviço - aviso-prévio trabalhado com início 15.10 e término dia 13.11 e
salário mensal de R$ 1.800,00 nos meses de outubro e novembro:
- saldo de salário de 1º a 14.10 (14 dias) = R$ 812,90 (R$ 1.800,00 ÷ 31 × 14);
- aviso-prévio trabalhado de 15 a 31.10 (17 dias em outubro) = R$ 987,10 (R$ 1.800,00 ÷ 31 × 17);
- aviso-prévio trabalhado de 1º a 13.11 (13 dias em novembro) = R$ 780,00 (R$ 1.800,00 ÷ 30 × 13);
- valor total do aviso-prévio a ser pago = R$ 1.767,10 (R$ 987,10 + R$ 780,00);
Note-se que nos exemplos mencionados, o empregado receberá durante o período a mesma remuneração que
receberia se não estivesse cumprindo seu aviso-prévio trabalhado.
d) empregado com menos de um ano de serviço na empresa - aviso-prévio indenizado com início da contagem
em 08.03 e término (projeção) no dia 06.04 e salário mensal de R$ 1.600,00 nos meses de março e abril:
- saldo de salário de 1º a 07.03 (7 dias) = R$ 361,29 (R$ 1.600,00 ÷ 31 × 7);
- aviso-prévio indenizado (projeção de 08 a 31.03 - 24 dias em março) = R$ 1.238,71 (R$ 1.600,00 ÷ 31 × 24);
- aviso-prévio indenizado (projeção de 1º a 06.04 - 6 dias em abril) = R$ 320,00 (R$ 1.600,00 ÷ 30 × 6);
- valor total do aviso-prévio indenizado a ser pago = R$ 1.558,71 (R$ 1.238,71 + R$ 320,00);
e) empregado com menos de um ano de serviço na empresa - empregado diarista com salário/dia de R$ 35,00
nos meses de maio e junho e aviso-prévio trabalhado com início em 07.05 e término em 05.06:
- saldo de salário de 1º a 06.05 (6 dias) = R$ 210,00 (R$ 35,00 × 6);
- aviso-prévio trabalhado de 07 a 31.05 (25 dias em maio) = R$ 875,00 (R$ 35,00 × 25);
- aviso-prévio trabalhado de 1º a 05.06 (5 dias em junho) = R$ 175,00 (R$ 35,00 × 5);
- valor total do aviso-prévio a ser pago = R$ 1.050,00 (R$ 875,00 + R$ 175,00).
Guia de Cálculos Trabalhistas 229

Salário pago por comissão


Aviso-prévio indenizado - Apuração

Exemplos
a) empregado com 1 ano ou mais de serviço: Apura-se a média das comissões auferidas nos últimos 12 meses
de serviço.
Cálculo efetuado considerando a corrente que defende o entendimento de que na contagem da proporcionali-
dade do aviso-prévio deve ser considerado o ano completo de atividade considerando o primeiro ano.
Empregado admitido em 02.01.2019, com salário fixo mais comissões, é demitido em 31.05.2020, ocasião em que
seu salário fixo é de R$ 1.500,00.
A título de comissões (já computada mês a mês a integração dos repousos semanais remunerados - RSR, ou
seja, total das comissões auferidas durante o mês, dividido pelo nº de dias úteis do mês - 2ª feira a sábado,
inclusive, vezes o nº de domingos e feriados do respectivo mês), recebeu:

MÊS/ANO (R$)
06/2019 1.200,00
07/2019 1.000,00
08/2019 900,00
09/2019 950,00
10/2019 1.150,00
11/2019 1.250,00
12/2019 1.500,00
01/2020 1.700,00
02/2020 1.750,00
03/2020 1.800,00
04/2020 2.000,00
05/2020 2.200,00
Total recebido 17.400,00
Média mensal (R$ 17.400,00 ÷ 12) R$ 1.450,00
+
Salário fixo (05/2020) R$ 1.500,00
Base de cálculo do Aviso-prévio indenizado devido = R$ 2.950,00
(R$ 1.500,00 + R$ 1.450,00)
Valor total do Aviso-prévio = R$ 3.235,48
(R$ 2.950,00 relativos aos 30 dias de junho (R$ 2.950,00 ÷ 30 × 30)
e R$ 285,48 relativo a 3 dias de julho (R$ 2.950,00 ÷ 31 × 3)

Observar que alguns documentos coletivos de trabalho garantem a correção dos valores das comissões, ou
ainda determinam prazo inferior para a apuração da média destas.
b) empregado com menos de 1 ano de serviço
O cálculo do aviso-prévio indenizado observa a média dos meses trabalhados até a data da rescisão.
Empregado admitido em 03.01.2019, com salário fixo mais comissões, foi demitido em 30.11.2019 , ocasião em
que seu salário fixo era de R$ 1.200,00.
A título de comissões (já computada mês a mês a integração dos repousos semanais remunerados - RSR, recebeu:
230 Guia de Cálculos Trabalhistas

MÊS/ANO (R$)
01/2019 1.800,00
02/2019 1.800,00
03/2019 2.000,00
04/2019 2.200,00
05/2019 2.250,00
06/2019 2.500,00
07/2019 2.700,00
08/2019 2.750,00
09/2019 2.800,00
10/2019 3.000,00
11/2019 3.200,00
Total recebido 27.000,00
Média mensal (R$ 27.000,00 ÷ 11) R$ 2.454,54
+
Salário fixo (11/2019) R$ 1.200,00
Aviso-prévio indenizado devido relativo ao período projetado (1º a 30.12)
R$ 3.536,70 ( R$ 3.654,54 ÷ 31 × 30)

Comissões pagas pelo empregador - Aviso-prévio trabalhado - Apuração

O empregado recebe o fixo atual (no caso de remuneração mista), mais as comissões corres-
pondentes às vendas efetuadas no prazo do aviso, computada a integração das comissões na redução
temporal do aviso-prévio quando oriundo de dispensa sem justa causa. Ao resultado soma-se o repouso
semanal remunerado (RSR) a apurar, segundo as comissões percebidas no período.

Apuração do aviso-prévio trabalhado de empregado que recebe salário fixo e comissão com
direito a 30 dias de aviso - Exemplo
a) Redução de 2 horas diárias
Empregado comissionista é demitido sem justa causa, cujo aviso-prévio trabalhado é de 1º a
30.05.2020. A média das comissões (já incluídas as integrações mensais das comissões no RSR, dos 12
últimos meses é de R$ 1.232,00. O fixo em maio/2020 é de R$ 1.000,00:
a.1) Comissões auferidas
- comissões nos dias trabalhados do aviso-prévio, durante a jornada reduzida
em 05/2020................................................................................................................. R$ 2.210,00 (1)
+
- fixo em 05/2020...................................................................................................... R$ 1.000,00
- total.............................................................................................................................. R$ 3.210,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 231

a.2) Horas reduzidas


- média dos 12 últimos meses (neste exemplo), ou da admissão à rescisão (na hipótese de empre-
gado com menos de 1 ano de serviço), ou ainda, outro critério (estabelecido em documento coletivo de
trabalho), relativa às comissões auferidas por hora de trabalho:................ R$ 1.232,00 ÷ 220 = R$ 5,60
- valor das comissões relativas às 60 horas de redução
(R$ 5,60 × 60) ............................................................................................................. R$ 336,00 (2)
- soma das comissões realizadas e das horas reduzidas
(1 + 2) ............................................................................................................................ R$ 2.546,00
- RSR = [(R$ 2.210,00 ÷ 25) × 5]............................................................................ R$ 442,00
onde:
25 = número de dias úteis (de 2ª feira a sábado) no período do aviso-prévio trabalhado
5 = número de domingos e feriados no período do aviso-prévio trabalhado
- aviso-prévio devido (R$ 2.546,00 + R$ 1.000,00 + R$ 442,00) = ........ R$ 3.988,00

Salário por tarefa - Aviso-prévio indenizado - Apuração

Corresponde à média aritmética das tarefas produzidas nos últimos 12 meses, ou da data da
admissão à rescisão contratual (já incluídas as integrações mensais dos valores das tarefas no RSR.

Exemplo
Empregado com 11 meses e 29 dias de serviço na empresa produziu, nos últimos 12 meses, 4.800 tarefas. O valor
vigente à data da rescisão é R$ 6,00, por tarefa executada. Considerando a indenização do aviso em mês de 30
dias.
- média aritmética das tarefas produzidas nos últimos
12 meses: (4.800 ÷ 12) =...................................................................................... 400;
- valor por tarefa executada:............................................................................. R$ 6,00;

- Aviso-prévio indenizado devido: 400 × R$ 6,00 =................................. R$ 2.400,00


b) empregado com 5 meses de serviço na empresa (admissão em 02.01 e dispensa em 31.05). Neste período,
produziu 2.500 tarefas. O valor vigente na data da rescisão era R$ 6,00.
- média aritmética das tarefas produzidas da admissão à
dispensa (5 meses): (2.500 ÷ 5)....................................................................... = 500;
- valor por tarefa executada.............................................................................. = R$ 6,00;
- Aviso-prévio indenizado devido: 500 × R$ 6,00..................................... = R$ 3.000,00

Aviso-prévio trabalhado - Tarefeiro

Considerando o aviso-prévio de 33 dias

Tratando-se de dispensa sem justa causa, o tarefeiro recebe o valor correspondente às tarefas
produzidas na jornada diária reduzida em 2 horas, mais o valor relativo à média das 2 horas de redução,
232 Guia de Cálculos Trabalhistas

durante o prazo do aviso-prévio trabalhado. Ao resultado soma-se o repouso semanal remunerado (RSR)
a apurar, segundo o valor das tarefas produzidas no período.

Assim, o RSR corresponde ao total das tarefas ou peças produzidas durante o mês, vezes o valor
da tarefa vigente no mês, dividido pelo número de dias úteis (de 2ª feira a sábado, inclusive), vezes o
número de domingos e feriados que ocorreram no respectivo período.

Exemplo
Cálculo efetuado considerando a corrente que defende o entendimento de que na contagem da proporcionalidade
do aviso-prévio deve ser considerado o ano completo de atividade incluindo o primeiro ano e que a bilateralidade
se aplica apenas aos 30 primeiros dias.
a) redução de 2 horas diárias
Empregado admitido em 30.04.2019 é dispensado sem justa causa, com aviso-prévio trabalhado no período de
1º a 30.05.2020. Produção nos últimos 12 meses = 5.280 tarefas (já incluídas as integrações mensais das tarefas
no RSR.
a.1) Tarefas realizadas
- produção (tarefas) nos 30 dias trabalhados do aviso-prévio durante a jornada reduzida = 360
- valor da tarefa em 05/2020 ....................................................................... R$ 4,00
- valor total das tarefas produzidas (R$ 4,00 × 360) ......................... R$ 1.440,00 (1)
a.2) Horas reduzidas
- média dos 12 últimos meses (neste exemplo), ou da admissão à rescisão (na hipótese de empregado com
menos de 1 ano de serviço), ou ainda, outro critério (estabelecido em documento coletivo de trabalho), relativa
às tarefas produzidas por hora de trabalho: [(5.280 ÷ 12) ÷ 220] = 2

- valor das tarefas relativas às 60 horas de redução (2 × R$ 4,00 × 60) R$ 480,00 (2)
- soma das tarefas realizadas e das horas reduzidas (1 + 2) = R$ 1.920,00
- RSR [(R$ 1.440,00 ÷ 25) × 5] = R$ 288,00
- Valor base para o cálculo do aviso-prévio devido (R$ 1.920,00 + R$ 288,00) ........................... R$ 2.208,00
Valor do aviso-prévio equivalente a 33 dias = R$ 2.357,70 (R$ 2.136,90 (30 dias de maio) + R$ 220,80 relativo aos
3 dias de junho)

Inclusão de horas extras

Aviso-prévio indenizado

O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso-prévio indenizado.

Para efeito de cálculo, somam-se às horas extras realizadas nos últimos 12 meses ou da data da
admissão à rescisão (na hipótese de empregado com menos de 1 ano de serviço), ou ainda, outro cri-
tério (estabelecido em documento coletivo de trabalho), e divide-se por 12, ou pelo número de meses
trabalhados, se inferior, ou o previsto em documento coletivo de trabalho. O resultado (média do núme-
ro de horas extras) multiplica-se pelo valor da hora extra vigente à data do pagamento do aviso-prévio
indenizado.

Na hipótese de, no período de apuração, o empregado ter realizado hora extra com percentuais
diversos (50%, 75%, 100%, etc.), apura-se a média separadamente para cada percentual.
Guia de Cálculos Trabalhistas 233

Exemplo
Cálculo efetuado considerando um empregado com 11 meses e 28 dias de serviço e, portanto, com direito a 30
dias de aviso-prévio
a) Empregado com salário-hora normal, na data da rescisão, de R$ 6,00.
- número de horas extras realizadas nos 12 últimos meses de trabalho ... 480
- média mensal do número de horas extras (480 ÷ 12) .......................................... 40
- valor da hora extra com adicional de 50% (R$ 6,00 × 1,50) R$ 9,00
- valor da média do número de horas extras realizadas (R$ 9,00 × 40)
= R$ 360,00
- salário contratual................................................................................................. R$ 1.320,00
- Aviso-prévio devido (R$ 360,00 + R$ 1.320,00) ....................................... R$ 1.680,00
b) Empregado com 3 meses de tempo de serviço e salário-hora normal, na data da rescisão, de R$ 6,00.
- meses trabalhados na empresa ....................................................................................... 3
- nº de horas extras realizadas .......................................................................................... 96
- média mensal do nº de horas extras (96 ÷ 3) ........................................................... 32
- valor da hora extra com adicional de 50% (R$ 6,00 × 1,50) = R$ 9,00
- valor da média do nº de horas extras realizadas (R$ 9,00 × 32) R$ 288,00
- salário contratual................................................................................................ R$ 1.320,00
- Aviso-prévio devido (R$ 1.320,00 + R$ 288,00) ....................................... R$ 1.608,00

Alimentação - Não integração do valor relativo à alimentação (vale-alimentação, ticket


restaurante, cesta básica, etc.) na remuneração do empregado para fins de cálculo do aviso-
-prévio indenizado
O caput do art. 458 da CLT estabelece que:

Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a ali-
mentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato
ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento
com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. Entretanto, a Lei nº 13.467/2017, a qual instituiu a Reforma
Trabalhista, em vigor desde 11.11.2017, alterou a redação dos arts. 457 e 458 da CLT para determinar que
integram o salário:
a) a importância fixa estipulada;
b) as gorjetas;
c) as gratificações legais; e
d) as comissões pagas pelo empregador.

Não integram a remuneração, não se incorporam ao contrato de trabalho, ainda que pagos com
habitualidade e, portanto, não sofrem incidências trabalhistas e previdenciárias:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios;
e) abonos;
234 Guia de Cálculos Trabalhistas

f) assistência médica ou odontológica (própria ou conveniada);


g) reembolso de despesas médico-hospitalares, com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos,
próteses, órteses e outras similares.
Mesmo antes do advento da Reforma Trabalhista, no âmbito doutrinário e jurisprudencial se veri-
ficava que a maioria defendia o entendimento de que a concessão da alimentação por liberalidade da
empresa implicava a caracterização da mesma como parcela salarial in natura e que, quando decorrente
de determinação do documento coletivo de trabalho, caberia a este (documento) determinar se a parcela
em questão integraria ou não a remuneração para efeito de cálculo de verbas trabalhistas. Outra corrente
de entendimento, minoritária, alegava que, considerando que a concessão da alimentação tem caráter
social, o valor correspondente não deveria ser considerado como remuneração, independentemente de
ser concedido por liberalidade do empregador ou por determinação do documento coletivo de trabalho.
Agora, com a Reforma Trabalhista, conclui-se que a controvérsia deixa de existir, uma vez que, con-
forme já informado, a nova redação do art. 457, §§ 2º e 5º da CLT determina que o auxílio-alimentação,
mesmo quando habitual, não integra a remuneração.
Exemplo
Empregado com menos de 1 ano de serviço, dispensado sem justo motivo no dia 13.01.2020, cujo último salário
foi de R$ 2.000,00 e que recebia mensalmente auxílio-alimentação no valor de R$ 700,00, tem direito ao aviso-
-prévio de 30 dias, no valor de:
Período de aviso-prévio = 14.01 a 12.02.2020
Cálculo do aviso-prévio
- salário mensal = R$ 2.000,00
- valor do auxílio-alimentação = R$ 700,00
- valor do aviso-prévio = R$ 1.972,10 =
- 18 dias de janeiro = R$ 1.161,29 (R$ 2.000,00 ÷ 31 × 18) +
- 12 dias de fevereiro = R$ 827,56 (R$ 2.000,00 ÷ 29 × 12)
- Total devido = R$ 1988,85 (R$ 1.161,29 + R$ 827,56)
Observar que neste exemplo o valor do auxílio-alimentação fornecido não integrou a remuneração para efeito de
cálculo do aviso-prévio.

Aumentos salariais no curso do aviso


Nos termos da CLT, art. 487, § 6º, o reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso-pré-
vio, beneficia ao empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os salá-
rios correspondentes ao período do aviso, que integra o seu tempo de serviço para todos os efeitos legais.
Assim, por exemplo, se o empregado recebe aviso-prévio indenizado de 30 dias em 1º.11, cujo prazo
(projeção) se expira em 30.11, e nesse período os salários da respectiva categoria profissional são reajus-
tados, suas verbas rescisórias devem ser recalculadas com base no salário já reajustado.
Dicas do eSocial
Com a implantação do eSocial, as informações relativas ao aviso-prévio serão lançadas nos eventos;
S-1010 - Tabela de Rubricas
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social
S-1210 - Pagamentos de Rendimentos do Trabalho
S-2299 - Desligamento.
Na simplificação do eSocial, a ser implantada em futuro próximo, está previsto que será criada uma tabela de rubrica
padrão com as incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar o
evento S-1010 - Tabela de Rubricas.
CAPÍTULO IX
VALE-TRANSPORTE

O vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização


efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

Entende-se como deslocamento à soma dos segmentos componentes da viagem do beneficiário,


por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho.

São beneficiários do vale-transporte os trabalhadores em geral, tais como:


a) os empregados definidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como pessoas físicas
que prestam serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e me-
diante salário;
b) os empregados domésticos;
c) os trabalhadores de empresas de trabalho temporário;
d) os empregados em regime de teletrabalho (home office), para os deslocamentos até o estabe-
lecimento do empregador e vice-versa (percepção de salários, reuniões etc.);
e) os empregados do subempreiteiro, em relação a este e ao empreiteiro principal;
f) os atletas profissionais.

FORMAS DE TRANSPORTE
O vale-transporte é utilizável em todas as formas de transporte coletivo público urbano ou, ainda,
intermunicipal e interestadual com características semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo
poder público ou mediante delegação, em linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade com-
petente.

Excluem-se dos transportes mencionados os serviços seletivos e os especiais.


Nota
Entende-se por transporte coletivo público com características semelhantes ao urbano aquele cujos veículos utilizados
possuem duas portas, facilitando a entrada e saída dos passageiros.

FORNECIMENTO DE TRANSPORTE PELO EMPREGADOR - OBRIGATORIEDADE DE CONCESSÃO


DO VALE-TRANSPORTE - EXONERAÇÃO
Está exonerado da obrigatoriedade do vale-transporte o empregador que proporcionar, por meios
próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento residência-
-trabalho e vice-versa de seus trabalhadores.

Na hipótese de o empregador fornecer ao beneficiário transporte próprio ou fretado que não


cubra integralmente os deslocamentos deste, o vale-transporte deverá ser aplicado para os segmentos
da viagem não abrangidos pelo referido transporte.
236 Guia de Cálculos Trabalhistas

PROIBIÇÃO

É vedado ao empregador substituir o vale-transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer


outra forma de pagamento, ressalvado o caso de falta ou insuficiência de estoque de vale-transporte
necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, quando o beneficiário será
ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela correspondente, se tiver efe-
tuado por conta própria a despesa para seu deslocamento.

Nota
Com o desenvolvimento tecnológico, muitas cidades e Estados da Federação vêm substituindo os vales-transportes em
meio papel pelo cartão eletrônico, o qual traz muitas vantagens tanto para o empregador como para o empregado, tais
como: facilidade na aquisição, maior segurança, uma vez que em caso de perda ou roubo, o cartão pode ser bloqueado e
o saldo devolvido ao trabalhador, menor custo, maior controle, etc. Quando o vale-transporte for emitido para utilização
num sistema determinado de transporte ou para valer entre duas ou mais operadoras, sua aceitação será compulsória,
conforme acordo a ser firmado previamente.

INCIDÊNCIAS

O benefício do vale-transporte:
a) não tem natureza salarial nem se incorpora à remuneração do beneficiário para quaisquer efei-
tos;
b) não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS);
c) não é considerado para efeito de pagamento da Gratificação de Natal (13º salário);
d) não configura rendimento tributável do beneficiário.

EXERCÍCIO DO DIREITO AO VALE-TRANSPORTE

Para o exercício do direito de receber o vale-transporte, o empregado informará ao empregador,


por escrito:
a) seu endereço residencial;
b) os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residência-trabalho
e vice-versa.

As referidas informações serão atualizadas anualmente ou sempre que ocorrer alteração das cir-
cunstâncias mencionadas, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento das exigências.

UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA PARA O TRABALHO

O beneficiário do vale-transporte firmará compromisso de utilizar o benefício exclusivamente para


seu efetivo deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

A declaração falsa ou o uso indevido do vale-transporte constituem falta grave praticada pelo
empregado.

Dessa forma, o trabalhador que, por exemplo, utiliza veículo próprio para seu deslocamento resi-
dência-trabalho e vice-versa não terá direito ao vale-transporte. Caso venha a optar pelo recebimento
do benefício e continuar utilizando o veículo próprio para o deslocamento em questão estará cometen-
do falta grave, ficando configurado o uso indevido do vale-transporte.
Guia de Cálculos Trabalhistas 237

Não obstante o anteriormente mencionado, verifica-se em alguns tribunais trabalhistas a não ca-
racterização da justa causa em caso de uso indevido do benefício, especialmente nos casos de empre-
gados que até então apresenta vida profissional irrepreensível ou ainda nos casos em que não houve
prejuízo à empresa apesar do uso indevido do benefício. Veja as decisões a seguir.
Agravo de instrumento em recurso de revista - Utilização do vale-transporte pela esposa do empregado
- Dispensa por justa causa - Não configuração - Ausência de proporcionalidade entre a conduta do traba-
lhador e a penalidade aplicada - 1- O Colegiado de origem noticiou que o reclamante "cedeu à esposa o
cartão vale eletrônico metropolitano (VEM)", todavia, aquela Corte não entendeu tratar-se de falta revestida
de gravidade suficiente, "a ponto de romper a confiança, tornando insustentável a relação entre as partes",
máxime por não haver "registro de faltas anteriores (...), do que resulta inobservada a gradação na aplicação
das penalidades", consoante preconiza o artigo 493 da CLT , segundo o qual "constitui falta grave a prática
de qualquer dos fatos a que se refere o art. 482, quando por sua repetição ou natureza representem séria
violação dos deveres e obrigações do empregado". Dito isso, o e. TRT manteve a sentença que reverteu para
imotivada a modalidade da dispensa do autor. 2- Este Tribunal firmou jurisprudência no sentido de que para
o adequado exercício do poder disciplinar do empregador, há que se observar o preenchimento de certos
requisitos, entre eles a proporcionalidade entre o ato faltoso e a pena aplicada. Precedentes. 3- Na hipótese
dos autos, conclui-se que a conduta praticada pelo reclamante, de permitir a utilização do vale-transporte
eletrônico por sua esposa, não obstante repreensível, não se reveste da gravidade necessária à configuração
da justa causa ensejadora da dispensa motivada ( artigo 482, "a", da CLT ), máxime por se tratar de infração
isolada no histórico do reclamante, de modo que, ante o cenário delineado, reputa-se inviolado o mencionado
dispositivo. 4- Divergência jurisprudencial formalmente válida e específica não demonstrada (Súmulas 296
e 337 do TST). Agravo de instrumento conhecido e não provido. (TST - AIRR 646-12.2012.5.06.0191 - 1ª T. - Rel.
Min. Hugo Carlos Scheuermann - DJe 11.09.2015)

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Justa causa - Utilização indevida de vale-transporte - Despro-
porcionalidade - Justa causa não configurada - O entendimento deste Tribunal é que deve haver, dentre
outros, o requisito da proporcionalidade para que se configure a rescisão do contrato de trabalho por justa
causa. O egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região entendeu que a conduta do reclamante em
utilizar indevidamente o vale-transporte não possuiu potencial para ensejar a demissão por justa causa,
conforme trecho: (...) No caso dos autos, o reclamante se utilizou irregularmente do vale transporte, mas
sua conduta não causou prejuízo provado nos autos (...). Assim, fica claro que a medida extrema tomada
pela reclamada de encerrar o contrato do reclamante por justa causa se mostrou como demasiadamente
exagerada. O quadro fático delineado no r. acórdão só seria alterado por meio da análise do conteúdo fático-
-probatório constante dos autos, o que é inviável a teor da Súmula nº 126 desta Corte. HORAS EXTRAS.
A e. Corte Regional deu provimento ao recurso do reclamante e fixou a sua jornada laboral das 7h às 19h30
a partir da prova testemunhal. A reclamada sustenta que houve ofensa ao artigo 131 do CPC na medida em
que a prova testemunhal indicou que o autor - (...) saía às 19/19h30 (...) - E, baseado nisso, fixou a jornada do
reclamante - (...) como sendo de 7:00 às 19:30 horas (...)-. Contudo, o e. TRT, baseado no livre convencimento
motivado, ponderou os fatos e as provas constantes dos autos do processo para dirimir a controvérsia e es-
tabelecer qual o termo inicial e final da jornada de trabalho do reclamante. Não há, assim, como afirmar que
houve violação do referido dispositivo legal, o que torna inviável a análise do recurso de revista. Agravo de
instrumento conhecido e desprovido. (TST - AIRR 715-13.2010.5.01.0075 - 3ª T. - Rel. Min. Alexandre de Souza
Agra Belmonte - DJe 05.12.2014)

Ressaltamos, porém, a existência de decisões aplicando com rigor as determinações legais acerca
do tema, conforme podemos verificar:
Recurso ordinário obreiro - Justa causa - Uso indevido do vale-transporte - O uso indevido do vale-transporte
se caracteriza como justa causa, nos termos do art. 7º, 3º, do Decreto nº 95.247, de 17-11-87, que regulamenta
a Lei 7.418, de 16-12-85. (TRT-6ª R. - RO 0000282-42.2014.5.06.0006 - Rel. Ruy Salathiel de Albuquerque e Mello
Ventura - DJe 15.03.2016 - p. 494)
238 Guia de Cálculos Trabalhistas

Uso indevido do vale-transporte pelo trabalhador - Justa causa configurada - A utilização indevida do vale
transporte pelo trabalhador, configura a justa causa na rescisão contratual, por desvendar o ato de impro-
bidade tipificado no artigo 7º, parágrafo 3º do Decreto nº 95.247/87 que regulamenta a concessão do vale-
-transporte (Leis 7.418/85 e 7.619/87). (TRT-2ª R. - RO 00015436720125020315 - (20140540037) - 2ª T. - Relª Rosa
Maria Villa - DJe 03.07.2014)

Assim, tendo em vista a divergência jurisprudencial em torno do tema proposto, recomenda-se


cautela por parte do empregador na hipótese de se deparar com um caso concreto semelhante, sendo
sempre aconselhável possuir os meios de prova necessários para um eventual litígio.

ACUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS - VEDAÇÃO

É vedada a acumulação do benefício com outras vantagens relativas ao transporte do beneficiário,


ressalvado o caso de o empregador fornecer transporte que não cubra integralmente o deslocamento
do trabalhador, sendo o vale-transporte utilizado para outros segmentos da viagem não abrangidos pelo
referido transporte.

FORNECIMENTO DO VALE-TRANSPORTE NO INTERVALO PARA ALIMENTAÇÃO DOS


EMPREGADOS

A legislação que rege o vale-transporte não contém dispositivo expresso que determine a obriga-
toriedade de sua concessão para cobrir despesas com o deslocamento efetuado pelo empregado no
período destinado a repouso e alimentação. A locomoção no horário de alimentação é, portanto, mera
faculdade do empregado, não se enquadrando, portanto, no fato gerador da obrigação.

Observa-se que o antigo Ministério do Trabalho, por intermédio do Precedente Administrativo nº


80 dispõe que:

VALE TRANSPORTE. NÃO CONCESSÃO PARA DESLOCAMENTO DO EMPREGADO NO PERÍODO DO IN-


TERVALO INTRAJORNADA. INFRAÇÃO INEXISTENTE. Não se depreende da Lei nº 7.418/85, alterada pela Lei
nº 7.619/87, que o empregador esteja obrigado ao fornecimento do vale-transporte para a ida e retorno do
empregado à sua residência para refeição. Referência normativa: art. 4º da Lei nº 7.418/1985.

No âmbito jurisprudencial, existem acórdãos que, em maioria, não asseguram o direito do traba-
lhador ao recebimento do vale-transporte nos deslocamentos durante o intervalo para alimentação.

Desta forma, em princípio, a empresa não está obrigada a fornecer vale-transporte para suprir
as despesas efetuadas com deslocamento no horário de alimentação, podendo, contudo, por mera li-
beralidade, concedê-lo, ajustando com o empregado as condições em que essa prática será adotada.
Para tanto, é recomendável elaborar um documento, por meio do qual cientificará o empregado de que
o fornecimento dos vales para o deslocamento efetuado no horário de almoço é condição contratual
ajustada livremente entre as partes, e não obrigatória.

É importante mencionar, para o embasamento jurídico da questão em exame, que mesmo sendo a
concessão do vale-transporte no mencionado período mero ato volitivo da empresa, os vales recebidos
devem obrigatoriamente ser utilizados com a finalidade à qual se destinam, não sendo lícito, portanto, o
empregado receber o vale-transporte e fazer uso diverso daquele preestabelecido.

Não obstante as disposições anteriores, destacamos que, com base no Ofício SRT/GAB/Circ/s/nº,
datado de 24.08.1988 e não publicado no Diário Oficial da União, o Secretário de Relações do Trabalho
manifestou seu entendimento no sentido de que o vale-transporte também é devido ao beneficiário
Guia de Cálculos Trabalhistas 239

para a cobertura das despesas de transporte durante o intervalo para repouso e alimentação, quando
esteja obrigado a fazê-lo em sua residência.

O Secretário entendeu ainda que, quando o empregador fornecer alimentação aos seus emprega-
dos em refeitório próprio, mantiver locais para tomada de refeições nos termos da Norma Regulamenta-
dora (NR 24) ou fornecer alimentação mediante o uso de vales-refeição, torna-se dispensável a exigência
desse benefício.

Vale lembrar que o referido Ofício não especifica quaisquer situações ou condições em que o em-
pregado está obrigado a fazer as refeições em sua residência.

Considerando a jurisprudência e a polêmica acerca do tema, bem como da ausência de maiores


detalhes no conteúdo do mencionado ofício-circular da Secretaria de Relações do Trabalho, entende-
mos que o fornecimento do vale-transporte no horário destinado à refeição do empregado só é obriga-
tório caso haja prescrição médica nesse sentido.

Ressaltamos, por oportuno, a possibilidade de o documento coletivo da respectiva categoria pro-


fissional, conter cláusula expressa que preveja a obrigatoriedade de concessão de vale-transporte no ho-
rário de refeição, hipótese em que a empresa deverá observar as condições que nele estiverem previstas.

Não obstante nosso entendimento ora descrito e levando-se em consideração a discussão em


torno do assunto, recomendamos por medida preventiva, que o empregador consulte antecipadamen-
te a Secretaria Especial de Trabalho e a entidade sindical da respectiva categoria profissional sobre
o assunto, lembrando-se de que a decisão final da controvérsia caberá ao Poder Judiciário, caso seja
proposta ação nesse sentido.

CUSTEIO
O vale-transporte é custeado:
a) pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% do seu salário básico ou vencimento, excluídos
quaisquer adicionais;
b) pelo empregador, no que exceder à parcela referida.

A base de cálculo para determinação da parcela a cargo do beneficiário será:


a) o salário básico ou vencimento;
b) o montante percebido no período, para os trabalhadores remunerados por tarefa ou serviço
feito ou quando se tratar de remuneração constituída exclusivamente de comissões pagas
pelo empregador.

DESCONTO
A concessão do vale-transporte autorizará o empregador a descontar, mensalmente, do beneficiá-
rio que exercer o respectivo direito, o valor da parcela que lhe cabe.

O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontada proporcionalmente à quanti-
dade de vale-transporte concedida para o período a que se refere o salário ou vencimento e por ocasião
de seu pagamento, salvo estipulação em contrário, em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Assim, a base de cálculo para determinar a parcela a ser paga pelo beneficiário é o seu salário
básico ou vencimento (mês integral) e não o salário correspondente aos dias úteis.
240 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
a) empregado com salário mensal de R$ 1.200,00 e que trabalha de segunda a sexta-feira, utiliza diariamente 4
conduções para ir e voltar do trabalho, no valor unitário de R$ 4,30.
No mês de janeiro/2020, considerando os 22 dias úteis (2ª a 6ª feira), recebeu 88 vales-transporte.
Valor do desconto
Valor dos vales-transporte fornecidos = R$ 378,40 (R$ 4,30 × 4 × 22)
Salário do empregado = R$ 1.200,00
Teto do desconto a ser efetuado = R$ 72,00 (6% de R$ 1.200,00)
Desconto a ser feito pela empresa = R$ 72,00
Valor a ser suportado pela empresa = R$ 306,40 (R$ 378,40 - R$ 72,00)
Observe-se que nesta hipótese o valor total dos vales foi superior ao limite máximo do desconto permitido.
Dessa forma, a empresa descontará apenas o valor equivalente aos 6% do salário do empregado, arcando com
o valor restante.
b) empregado com salário mensal de R$ 3.500,00, e que trabalha de segunda a sexta-feira, utiliza diariamente
2 conduções para ir e voltar do trabalho, no valor unitário de R$ 4,30.
No mês de janeiro/2020 considerando os 22 dias úteis (2ª a 6ª feira), recebeu 44 vales-transporte.
Valor do desconto
Valor dos vales-transporte fornecidos = R$ 189,20 (R$ 4,30 × 2 × 22)
Salário do empregado = R$ 3.500,00
Teto do desconto permitido = R$ 210,00 (6% de R$ 3.500,00)
Desconto a ser feito pela empresa = R$ 189,20.
Observe-se que nesta hipótese o valor total dos vales foi inferior ao limite máximo do desconto permitido. Dessa
forma, a empresa descontará o valor total dos vales, ou seja, o empregado arcará com o total do valor.
Neste caso, considerando que a despesa com o deslocamento do beneficiário foi inferior a 6% do salário básico
ou vencimento, o empregado poderá optar pelo recebimento antecipado do vale-transporte, cujo valor será
integralmente descontado por ocasião do pagamento do respectivo salário ou vencimento.
c) empregado com salário fixo mensal de R$ 1.050,00 e adicional de periculosidade de R$ 315,00 (30% de R$
1.050,00) que trabalha de segunda a sexta-feira, utiliza diariamente 2 conduções para ir e voltar do trabalho, no
valor unitário de R$ 4,30.
No mês de janeiro/2020 considerando os 22 dias úteis (2ª a 6ª feira), recebeu 44 vales-transporte.
Valor do desconto
Valor dos vales-transporte fornecidos = R$ 189,20 (R$ 4,30 × 2 × 22)
Remuneração total do empregado = R$ 1.365,00 (R$ 1.050,00 + R$ 315,00)
Salário básico = R$ 1.050,00
Teto do desconto permitido = R$ 63,00 (6% de R$ 1.050,00)
Desconto a ser feito pela empresa = R$ 63,00
Valor dos vales a ser suportado pela empresa = R$ 126,20 (R$ 189,20 - R$ 63,80)
Observe-se que nesta hipótese o valor total dos vales foi superior ao limite máximo do desconto permitido.
Dessa forma, a empresa descontará do salário do empregado o valor equivalente a 6% do seu salário básico
(sem a integração do adicional de periculosidade) e arcará com o valor restante dos vales fornecidos.
Guia de Cálculos Trabalhistas 241

Relativamente ao empregado que tem a unidade salarial fixada em horas, a empresa calculará o
salário mensal do empregado para efetuar o desconto de 6% sobre este valor.

Exemplo
Empregado cumpre jornada de 44 horas semanais, com salário de R$ 6,00 por hora, no mês de 30 dias, o
total de sua jornada de trabalho mensal será equivalente a 220 horas. Utiliza 2 conduções por dia para o seu
deslocamento residência/trabalho e vice-versa no valor de R$ 4,30 cada. Considerando que o mês tenha 22 dias
úteis, temos:
Mês de 30 dias
Salário mensal = R$ 1.320,00 (R$ 6,00 × 220)
Nº de vales recebidos = 44
Valor dos vales fornecidos = R$ 189,20
Desconto máximo permitido = R$ 79,20 (6% de R$ 1.320,00)
Valor a ser suportado pela empresa = R$ 110,00
Neste caso, considerando que o valor dos vales fornecidos foi superior a 6% do salário básico do empregado, o
empregador descontará R$ 79,20 (6% de R$ 1.320,00) e arcará com o valor excedente.
No mês de 31 dias, cuja jornada equivalerá a 227 horas e 20 minutos, o empregador descontará R$ 81,84 (6% de
R$ 1.364,00).
Visualizando apuração do salário mensal
227 × R$ 6,00 = R$ 1.362,00
R$ 6,00 ÷ 60 × 20 = R$ 2,00
Valor total do salário mensal = R$ 1.364,00 (R$ 1.362,00 + R$ 2,00)

BASE DE CÁLCULO DO DESCONTO DO VALE-TRANSPORTE DE EMPREGADO QUE AUFERE


SALÁRIO MISTO
Quando o salário do empregado é constituído de parte fixa mais comissões a legislação não prevê
a base de cálculo a ser utilizada para o desconto do vale-transporte. Em virtude de tal omissão, há en-
tendimentos controversos tanto no âmbito doutrinário como no jurisprudencial.

O nosso entendimento acerca do tema é no sentido de que, em se tratando de empregado cujo


salário seja constituído de parte fixa mais comissões pagas pelo empregador, a base de cálculo a ser
observada para o desconto do vale-transporte deverá corresponder à soma das duas parcelas (fixo mais
comissões), salvo a existência de cláusula em contrário no documento coletivo de trabalho da respec-
tiva categoria profissional.

O entendimento ora adotado se baseia no fato de as comissões constituírem parte integrante do


salário propriamente dito, isto é, comissão é salário principal, essencial, e não parcela adicional a este.
Não há como refutar a característica de salário propriamente dito de que gozam as comissões, uma vez
que a legislação permite ao empregador contratar o empregado com salário fixado com base exclusi-
vamente nelas. Daí a conclusão de que comissões constituem salário essencial, principal, básico e não
parcela suplementar, portanto, as comissões não podem ser entendidas como parte adicional ao salário.

Não obstante o nosso entendimento, ressaltamos que grande parte da doutrina e da jurispru-
dência entende que, nessa forma de remuneração (fixo mais comissões), o desconto da parcela de
vale-transporte a ser suportada pelo empregado deve incidir apenas sobre a parte fixa do salário, e não
sobre esta acrescida das comissões.
242 Guia de Cálculos Trabalhistas

Apesar do posicionamento que adotamos, tendo em vista a inexistência de dispositivo legal ex-
presso que fixe a base de cálculo a ser utilizada para o cálculo do desconto relativo ao vale-transporte
quando o empregado aufere salário misto (fixo mais comissões), o empregador deverá acautelar-se
diante da ocorrência concreta da situação ora retratada, caso em que é aconselhável, por medida pre-
ventiva, consultar antecipadamente a Secretaria Especial de Trabalho, bem como o sindicato da res-
pectiva categoria profissional, e atentar para o fato de que caberá ao Poder Judiciário a decisão final da
controvérsia, caso seja proposta ação nesse sentido.

Exemplos
Considerando o entendimento de que as comissões pagas pelo empregador integram a base de cálculo para o
desconto do vale-transporte:
a) empregado com salário fixo mensal de R$ 900,00, recebeu no mês de abril/2020 comissões no valor de
R$ 2.000,00. Considerando que trabalha de 2ª a 6ª feira e no mês houve 20 dias úteis, e que utiliza 2 conduções
diárias no valor unitário de R$ 4,30, temos:
Salário total = R$ 2.900,00 (R$ 900,00 + R$ 2.000,00)
Nº de vales recebidos = 40
Valor dos vales fornecidos = R$ 172,00
Desconto máximo permitido = R$ 174,00 (6% de R$ 2.900,00)
Valor total a ser suportado pelo empregado = R$ 172,00
Neste caso, considerando que o valor dos vales fornecidos foi inferior a 6% do salário básico do empregado, o
empregador descontará a totalidade do valor dos vales.
b) Considerando o entendimento de que as comissões não integram a base de cálculo para o desconto do vale-
transporte.
Considerando um empregado com salário fixo mensal de R$ 1.050,00, recebeu no mês de abril/2020 comissões
no valor de R$ 2.000,00. Considerando que trabalha de 2ª a 6ª feira e no mês houve 20 dias úteis, e que utiliza 2
conduções diárias no valor unitário de R$ 4,30, temos:
Salário total = R$ 3.050,00 (R$ 1.050,00 + R$ 2.000,00)
Salário fixo = R$ 1.050,00
Nº de vales recebidos = 40
Valor dos vales fornecidos = R$ 172,00
Desconto máximo permitido = R$ 63,00 (6% de R$ 1.050,00)
Valor a ser suportado pelo empregado = R$ 63,00
Valor a ser suportado pela empresa = R$ 109,00
Neste caso, considerando que as comissões não integram a base de cálculo do desconto do vale-transporte, o
valor dos vales fornecidos foi superior a 6% do salário básico do empregado. Assim, o empregador descontará o
limite máximo permitido (R$ 63,00) e arcará com o valor excedente.

AFASTAMENTO DO EMPREGADO NO CURSO DO MÊS - PROCEDIMENTO

A legislação em vigor não disciplina expressamente o critério de fornecimento e custeio do vale-


-transporte quando da ocorrência de quaisquer afastamentos do empregado no curso do mês, como,
por exemplo, na hipótese de gozo de férias, licença-maternidade, prestação de serviço militar, doenças,
etc., situações em que o trabalhador não utilizará a quantidade habitual de vale-transporte, uma vez que
não trabalhará o mês todo.
Guia de Cálculos Trabalhistas 243

Neste caso, considerando que:


a) o vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipa ao trabalhador para utilização
efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa;
b) o benefício será custeado pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% de seu salário básico
ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais, e pelo empregador, no que exceder à parcela
devida pelo empregado;
Nota
Observe-se que o valor da parcela a ser suportado pelo beneficiário será descontado proporcionalmente à quantidade de
vales-transporte concedida para o período a que se refere o salário ou vencimento e por ocasião de seu pagamento, salvo
estipulação em contrário em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

c) aquisição dos vales-transporte pelo empregador em número necessário aos deslocamentos


do trabalhador para ir e voltar do trabalho;
d) o empregado deve firmar compromisso de utilizar o vale-transporte exclusivamente para o seu
efetivo deslocamento residência-trabalho e vice-versa, constituindo falta grave a declaração
falsa, motivadora da rescisão contratual por justa causa;
e) a quantidade de vales-transporte a ser adquirida pelo empregador deve observar aquela estri-
tamente necessária ao atendimento dos beneficiários.

Conclui-se que, durante o período de afastamento do empregado, seja em decorrência de férias


individuais, férias coletivas, doença, licença remunerada, etc., não poderá ocorrer a utilização dos vales-
-transporte nos termos da lei e, como o benefício não pode ser utilizado para outra finalidade senão a
do deslocamento do trabalhador residência-trabalho e vice-versa, entendemos que se pode adotar a
solução a seguir.

Se o trabalhador já recebeu antecipadamente os vales-transporte para utilização no mês integral,


quando do retorno do afastamento, a empresa concederá somente a diferença entre o número total de
vales a serem utilizados no mês integral e a quantidade de vales que sobrou no mês do afastamento.
Neste caso, no mês do afastamento, a parcela a ser suportada pelo trabalhador no custeio do benefício
observará o salário básico integral.

No mês do retorno, como a quantidade de vales fornecida foi inferior ao número habitualmente
utilizado para o mês integral, a parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontada proporcional-
mente à quantidade de vales-transporte concedida para o período a que se refere o saldo de salário ou
vencimento, salvo estipulação em contrário em convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Exemplo
Considerando que um empregado cujo salário é de R$ 1.395,00 e que utiliza 2 vales-transporte por dia,
trabalhando de 2ª-feira a sábado, afastou do trabalho por motivo de saúde no dia 17.01.2020, retornando ao
trabalho em 11.02.2020.
Considerando que o valor do vale-transporte é R$ 4,30 e que em 1º.01.2020 recebeu 52 vales para serem utilizados
nos 26 dias úteis do mês de janeiro/2020, temos:
Custeio do vale-transporte no mês de janeiro/2020:
- Valor dos 52 vales-transporte = R$ 223,60
- Parcela a ser suportada pelo empregado = R$ 83,70 (6% de R$ 1.395,00)
- Parcela a ser suportada pelo empregador: R$ 139,90 (R$ 4,30 × 2 × 26 = R$ 223,60 - R$ 83,70)
- Dias de trabalho em janeiro/2020 = 13 (1º a 16.01)
244 Guia de Cálculos Trabalhistas

- Vales-transporte utilizados = 26
- Vales-transporte não utilizados = 26
- Mês de fevereiro
- 25 dias úteis
- total de vales-transportes para o mês integral = 50
- data do retorno ao trabalho - 11.02.2020
- dias úteis a trabalhar em fevereiro = 17
- nº de vales-transporte necessários = 34
- vales-transportes que sobraram no mês de janeiro/2020 = 26
- nº de vales-transporte a ser concedido ao trabalhador = 8
- parcela a ser suportada pelo empregado = R$ 13,39
- R$ 83,70 ↔ 50
×↔8
Onde R$ 83,70 × 8 ÷ 50 = R$ 13,39
Observa-se que para obter o valor proporcional dos vales-transportes fornecidos utilizou-se o cálculo matemático
denominado “regra de três”.
- Parcela a ser suportada pelo empregador: R$ 21,01 (R$ 4,30 × 8 = R$ 34,40 - R$ 13,39)

Não obstante o entendimento ora esposado, considerando a omissão legal acerca do tema, o em-
pregador, antes de decidir-se pela aplicação ou não do procedimento anteriormente mencionado, deve
consultar o documento coletivo de trabalho da categoria profissional respectiva (acordo, convenção ou
sentença normativa) a fim de verificar a existência de cláusula que solucione a questão e, na ausência
desta, poderá contatar o sindicato representativo da categoria profissional respectiva, bem como a Se-
cretaria Especial de Trabalho, para obter os seus posicionamentos sobre o assunto.

Dicas do eSocial
Com a implantação do eSocial, as informações relativas ao vale-transporte serão lançadas nos eventos
S-1010 - Tabela de Rubricas;
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social.
Na simplificação do eSocial, a ser implantada em futuro próximo, está previsto que será criada uma tabela de rubrica
padrão com as incidências aplicáveis em cada uma. Se a empresa adotar a tabela padrão ficará dispensada de enviar o
evento S-1010 - Tabela de Rubricas.
CAPÍTULO X
ESTABILIDADES
A estabilidade, qualquer que seja, representa uma das maiores conquistas dos trabalhadores ao
longo do tempo e consiste no direito de permanecer no emprego, desde que haja a ocorrência das
hipóteses reguladas em lei. É adquirida pelo empregado a partir do momento em que seja legalmente
vedada sua dispensa sem justa causa.

A estabilidade no emprego pode ser determinada por lei, documento coletivo de trabalho ou re-
gulamento interno da empresa.

A seguir, relacionamos algumas hipóteses de estabilidade no emprego, acompanhadas, quando


for o caso, de decisões dos Tribunais Trabalhistas.

MEMBRO DA CIPA

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipa), desde o registro de sua candidatura até um ano
após o final de seu mandato.

A Justiça do Trabalho tem entendido que essa garantia se estende, também, ao suplente da Cipa.
Nesse sentido, os itens I e II da Súmula TST nº 339 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe:
I - O suplente da Cipa goza da garantia de emprego prevista no art. 10, inciso II, alínea “a”, do ADCT a partir
da promulgação da Constituição Federal de 1988.

II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos
membros da Cipa, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento,
não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período
estabilitário.

É, também, nesse sentido a posição do Supremo Tribunal Federal (STF):

Garantia de emprego - Integrante de comissão interna de prevenção de acidente - Suplente. O preceito da


alínea “a” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Carta de 1988, encer-
ra garantia de emprego considerado o cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidente,
sem distinguir as figuras do titular e do suplente, mesmo porque este é comumente chamado a atuar em
substituição ao titular, podendo, assim, arrostar interesses do empregador. (STF - AgRg-Ag 191.864-1/SP - 2ª
T. - Rel. Min. Marco Aurelio - DJU 14.11.1997, p. 58772 - ac. un.)

Essa estabilidade não se estende aos representantes dos empregadores, titulares e suplentes.
Estes, designados pelos empregadores, como se sabe, não participam do processo eletivo.

Exemplo
Em 10.03.2019, a empresa convocou, mediante edital, os empregados para se candidatarem a cargo de repre-
sentação dos empregados na Cipa, cuja eleição foi realizada em 20.04.2019, para o mandato relativo ao período
de 03.06.2019 a 02.06.2020.
246 Guia de Cálculos Trabalhistas

Considerando que o empregado tenha registrado a sua candidatura em 15.03.2019 e tenha sido eleito, estará
estável no período de:
Data da candidatura: 15.03.2019
Mandato da Cipa = 03.06.2019 a 02.06.2020
Período de 1 ano após o mandato: 03.06.2020 a 02.06.2021
Portanto, este representante dos empregados na Cipa gozará de estabilidade no emprego no período de
15.03.2019 a 02.06.2021.

GESTANTE

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação
da gravidez até 5 meses após o parto.

Essa garantia, nos mesmos termos, foi estendida:


a) à empregada doméstica;
b) a quem detiver a guarda da criança, no caso de morte da trabalhadora gestante.

Exemplo
Considerando que a empregada teve a gravidez confirmada em 1º.04.2019 e que a criança nasceu em 20.11.2019.
Período de estabilidade no emprego: 1º.04.2019 a 19.04.2020.

As empregadas dispensadas sem justo motivo que comprovarem a ocorrência da gravidez duran-
te o prazo do aviso-prévio indenizado deverão ser reintegradas no emprego.

ESTABILIDADE DA EMPREGADA GESTANTE NO CONTRATO A PRAZO DETERMINADO


A jurisprudência trabalhista firmava-se no sentido de que o contrato por tempo determinado era
incompatível com qualquer forma de estabilidade, inclusive a estabilidade provisória da gestante, visto
que o término do contrato está predeterminado desde a sua celebração.

Entretanto, o TST, alterou a redação do item III da sua Súmula nº 244, para determinar:

SÚMULA Nº 244. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal
Pleno realizada em 14.09.2012)

I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indeni-
zação decorrente da estabilidade (art. 10, II, “b”, do ADCT).

II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabi-
lidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de
estabilidade.

III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por
tempo determinado.

Observa-se, portanto, que, com a alteração da redação do item III da Súmula nº 244 anteriormente
transcrita, a posição do mencionado Tribunal foi alterada, passando este a ser favorável à concessão da
estabilidade provisória da gestante mesmo nos contratos de trabalho por tempo determinado.
Guia de Cálculos Trabalhistas 247

DIRIGENTE SINDICAL

É vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado a partir do registro da candidatura


a cargo de direção ou representação sindical ou de associação profissional e, se eleito, ainda que su-
plente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave devidamente comprovada nos
termos da lei.

É considerado cargo de direção ou de representação sindical aquele cujo exercício ou indicação


decorre de eleição prevista em lei.

Reza o art. 543, § 5º, da CLT que, para que o empregado tenha direito à estabilidade é necessário
que a entidade sindical comunique por escrito à empresa, dentro de 24 horas, o dia e a hora do registro
da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse.

O TST, por meio da Súmula nº 369, com a redação dada pela Resolução TST nº 185/2012, adiante
reproduzida, determinou:

“SÚMULA Nº 369. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item I alterada na sessão
do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)

I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda que a comunicação do re-
gistro da candidatura ou da eleição e da posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT,
desde que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.

II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade
a que alude o art. 543, § 3º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes.

III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na
empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para
subsistir a estabilidade.

V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso-prévio,


ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da
Consolidação das Leis do Trabalho.”

Exemplo
Empregado sindicalizado registrou sua candidatura a cargo de direção sindical em 10.03.2019 cuja eleição foi
realizada em 06.04.2019, para o mandato relativo ao período de 02.05.2019 a 1º.05.2022.
Considerando que o empregado tenha sido eleito estará estável no período de:
Data da candidatura: 10.03.2019
Mandato sindical = 02.05.2019 a 1º.05.2022 (3 anos)
Período de 1 ano após o mandato: 02.05.2022 a 1º.05.2023
Portanto, este representante sindical gozará de estabilidade no emprego no período de 10.03.2019 a 1º.05.2023.

MEMBROS DO CONSELHO CURADOR DO FGTS

Aos membros do Conselho Curador do FGTS, enquanto representantes dos trabalhadores, efeti-
vos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, desde a nomeação até um ano após o término
248 Guia de Cálculos Trabalhistas

do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente
comprovada por meio de processo sindical (Lei nº 8.036/1990, art. 3º, § 9º).

Exemplo
Representantes dos trabalhadores devidamente indicados e nomeados em 02.01.2019 para o mandato de 2
anos.
- período do mandato - 10.02.2019 a 09.02.2021.
- 1 ano após o mandato = 10.02.2021 a 09.02.2022.
- período de estabilidade - 02.01.2019 a 09.02.2022.

NÃO OPTANTES PELO FGTS (ESTABILIDADE DECENAL)

Aos empregados admitidos como não optantes pelo regime do FGTS anteriormente à Constitui-
ção Federal/1988 confere-se a estabilidade no emprego, desde que contassem com 10 ou mais anos de
serviço na mesma empresa em 05.10.1988.

Exemplo
Empregado contratado em 02.02.1977 e que não optou pelo regime do FGTS, quando da contratação.
Tempo de serviço até 05.10.1988 (data em que o regime do FGTS passou a abranger todos os trabalhadores
independentemente de opção) = 11 anos, 8 meses e 4 dias.
Portanto este empregado goza de estabilidade decenal, pois em 05.10.1988 já contava com mais de 10 anos na
empresa.

MEMBROS DO CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL


Aos membros do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), enquanto representantes dos
trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, desde a no-
meação até um ano após o término do mandato de representação. Somente poderão ser demitidos por
falta grave, regularmente comprovada em processo judicial.

Exemplo
Representantes dos trabalhadores, dos empregadores e dos aposentados e pensionistas no CNPS regularmen-
te indicados e nomeados em 10.01.2019 para o mandato de 2 anos.
- período do mandato - 10.02.2019 a 09.02.2021.
- 1 ano após o mandato = 10.02.2021 a 09.02.2022.
- período de estabilidade - 10.01.2019 a 09.02.2022.

ACIDENTE DO TRABALHO
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do benefício previdenciário,
independentemente de percepção de auxílio-acidente (Lei nº 8.213/1991, art. 118).

Dessa forma, para ter direito à estabilidade é necessário que o acidente do trabalho tenha ocasio-
nado o afastamento do trabalhador das suas atividades por mais de 15 dias, posto que somente nesta
hipótese haverá concessão do benefício previdenciário, findo o qual inicia-se a contagem do período de
estabilidade.
Guia de Cálculos Trabalhistas 249

Acerca do assunto dispõe a Súmula nº 378 do TST:


SÚMULA Nº 378. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO. ART. 118 DA LEI Nº 8.213/1991
(inserido o item III)

I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período
de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ nº 105 da SBDI-1 - inserida
em 01.10.1997)

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente


percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que
guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (primeira parte - ex-OJ nº 230 da
SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de
emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/1991.”

Exemplo
Empregado sofreu acidente do trabalho em 24.05.2019, o qual acarretou seu afastamento da atividade a partir
da data do acidente até 15.10.2019. Recebeu o benefício previdenciário até 15.10.2019, retornando ao trabalho em
16.10.2019.
Data da cessação do benefício previdenciário = 15.10.2019.
Período de estabilidade - 16.10.2019 a 15.10.2020.

DIRETORES DE SOCIEDADES COOPERATIVAS

Os empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedades cooperativas pelos mes-
mos criadas, gozam das mesmas garantias asseguradas aos dirigentes sindicais.

REPRESENTANTES DOS EMPREGADOS NA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

Veda-se a dispensa dos representantes dos empregados, membros da Comissão de Conciliação


Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato (que é de um ano, permitida uma re-
condução), salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei.

MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Por força da Lei nº 11.340/2006, foram criados mecanismos para coibir e prevenir a violência do-
méstica e familiar contra a mulher e, entre as medidas de assistência e proteção asseguradas, foi de-
terminado que, para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, o juiz lhe assegurará, entre outros, a manutenção do vínculo trabalhista por até 6
meses, quando for necessário o seu afastamento do local de trabalho.

DOCUMENTO COLETIVO DE TRABALHO

Confere-se estabilidade no emprego ou no serviço quando referida estabilidade estiver prevista em


documento coletivo de trabalho, regulamento interno da empresa ou no próprio contrato de trabalho.

Entre as estabilidades concedidas por meio de documento coletivo de trabalho, as mais comuns são:
250 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) gestante com prazo superior ao legalmente previsto;


b) retorno de férias;
c) proximidade de aposentadoria;
d) retorno de afastamento por doença.

DECISÕES TST

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Estabilidade pré-aposentadoria - Reintegração - Invalidada a


dispensa ocorrida em período estabilitário pré-aposentadoria, previsto em acordo coletivo, pois contatado
em atestado e laudo médico distúrbios mentais da reclamante, impõe-se manter a reintegração determinada.
Agravo de Instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR 87477/2003-900-01-00.0 - 3ª Turma - Rel. Juiz
Conv. Ricardo Machado - DJU 03.02.2006)

Agravo de instrumento - Recurso de revista - Despedida obstativa - Caracterização - Incidência do artigo


129, do Código Civil de 2002 - Tratam os autos de acordo coletivo, que confere garantia no emprego para os
empregados que contarem com mais de 15 anos na empresa e que estejam a 3 anos ou menos para adquirir
o direito à aposentadoria integral. In casu, o empregado fazia parte do plano AERUS de seguridade social, que
concede aposentadoria àqueles que possuam no mínimo 58 anos. Nestes termos, o reclamante faria jus à
estabilidade, prevista na mencionada norma coletiva, aos 55 anos, sendo despedido pela empresa, faltando
apenas dois meses para completar tal idade. Assim, o exíguo tempo faltante para se implementar a cláusula
coletiva, autoriza a conclusão de que o empregador agiu de forma maliciosa e tendente a impedir que o
obreiro alcançasse a garantia no emprego, motivo pelo qual deve ser considerada obstativa a sua dispensa,
por aplicação do artigo 129, do CC/2002. Ademais, a divergência trazida é obstada pela Súmula 296, item I,
do c. TST, posto que inespecífica. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (TST - AIRR 90041/2003-
900-01-00.9 - Rel. Juiz Conv. Josenildo dos Santos Carvalho - DJU 16.09.2005)

Estabilidade garantida por norma coletiva. Inexistente motivo relevante para a dispensa do empregado, cabível
a condenação da estabilidade prevista no dissídio coletivo da categoria. (TRT 6ª Região - RO 527/1996 - 1ª
T. - Rel. Juiz Geraldo Costa - DJPE 27.03.1997, p. 37 - maioria de votos)

DISCRIMINAÇÃO

Veda-se a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado por motivo de discriminação
de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvadas, neste caso, as hipóte-
ses de proteção ao menor, em que se proíbe o trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos que ainda
não tenham completado 18 anos e qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de
aprendiz.

Também não pode haver discriminação ou estigmatização dos trabalhadores, em particular as


pessoas que buscam e as que se candidatam a um emprego, em razão do HIV (seja real ou suposto) ou
pelo fato de pertencerem a regiões do mundo ou a segmentos da população considerados sob maior
risco ou maior vulnerabilidade à infecção pelo HIV.

O TST por meio da Súmula nº 443, adiante reproduzida entende ser presumida a discriminação na
dispensa de empregado portador de doença grave.

“SÚMULA Nº 443. DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE DOENÇA


GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO

Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que
suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no emprego.”
Guia de Cálculos Trabalhistas 251

DECISÕES TST E TRT 9ª REGIÃO


Discriminação no trabalho - Rescisão contratual - Empregado portador do vírus HIV - Constatação - Reinte-
gração no emprego - Reintegração. Empregado portador do vírus HIV. Dispensa discriminatória. 1. Caracteriza
atitude discriminatória ato de Empresa que, a pretexto de motivação de ordem técnica, dispensa empregado
portador do vírus HIV sem a ocorrência de justa causa e já ciente, à época, do estado de saúde em que se
encontrava o empregado. 2. O repúdio à atitude discriminatória, objetivo fundamental da República Federa-
tiva do Brasil (art. 3º, inciso IV), e o próprio respeito à dignidade da pessoa humana, fundamento basilar do
Estado Democrático de Direito (art. 1º, inciso III), sobrepõem-se à própria inexistência de dispositivo legal
que assegure ao trabalhador portador do vírus HIV estabilidade no emprego. 3. Afronta aos arts. 1º, inciso
III, 5º, caput e inciso II, e 7º, inciso I, da Constituição Federal não reconhecida na decisão de Turma do TST
que conclui pela reintegração do Reclamante no emprego. 4. Embargos de que não se conhece. (TST - ERR
439.041/98.5 - SBDI-1 - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 23.05.2003 - p. 544)

Reintegração - Despedida nula - Discriminação por idade. A “usual” prática da reclamada de promover a des-
pedida de funcionários por motivo de idade extrapola o poder potestativo do empregador e vai de encontro a
parâmetros constitucionais refletidos nos artigos 5º, caput, e 7º, XXX. Sentença que se reforma para declarar
a nulidade da despedida e determinar a reintegração ao emprego. (TRT 9ª Região - RO 16633/95 - 2ª T. - Rel.
Juiz Ricardo Sampaio - DJPR 18.07.1997, p. 58, acórdão unânime)

Não obstante o anteriormente exposto, a Reforma Trabalhista, instituída pela Lei nº 13.467/2017, re-
gulamentou o dano extrapatrimonial (moral) mediante inclusão de um capítulo específico na CLT (arts.
223-A a 223-G).

Causa dano de natureza extrapatrimonial (moral) a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou
existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.

São bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física:


a) a honra;
b) a imagem;
c) a intimidade;
d) a liberdade de ação;
e) a autoestima;
f) a sexualidade;
g) a saúde;
h) o lazer; e
i) a integridade física.

São os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa jurídica:


a) a imagem;
b) a marca;
c) o nome;
d) o segredo empresarial; e
e) o sigilo da correspondência.
252 Guia de Cálculos Trabalhistas

São responsáveis pelo dano extrapatrimonial (moral) todos os que tenham colaborado para a
ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão.

Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a reparação a ser paga, a cada um dos ofendidos, ob-
servada a tabela a seguir, sendo vedada a acumulação.

INDENIZAÇÃO CONFORME ÚLTIMO SALÁRIO CONTRATUAL


A NATUREZA DA OFENSA DO OFENDIDO

leve até 3

média até 5

grave até 20

gravíssima 50

Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com observância dos mesmos parâme-
tros, mas em relação ao salário contratual do ofensor.

ENCERRAMENTO DA EMPRESA OU DO ESTABELECIMENTO

Uma questão que tem causado polêmica no direito trabalhista refere-se à estabilidade provisória
dos empregados, em caso de encerramento das atividades da empresa ou do estabelecimento em que
trabalham. Nesse aspecto, indaga-se se a empresa pode rescindir os contratos de trabalho dos empre-
gados em gozo de estabilidade, sem o pagamento da indenização dos salários relativos ao período da
estabilidade.

O entendimento predominante no caso em que existam outros estabelecimentos da empresa é


no sentido de que, havendo empregados estáveis provisoriamente pela legislação (gestante, acidente
de trabalho, etc.), eles poderão normalmente, por ato do empregador, ser transferidos para outra unida-
de, filial ou setor da empresa.

Por outro lado, em se tratando de estabelecimento único, dada a extinção total da empresa, é pos-
sível a rescisão contratual dos empregados detentores de estabilidade provisória de emprego, sendo
devidas, nesta situação, as verbas correspondentes a uma dispensa sem justa causa.

No tocante ao pagamento da indenização relativa ao período de estabilidade, é oportuno mencio-


nar que predomina no âmbito judicial o entendimento no sentido de que, quando a estabilidade não é
uma garantia pessoal, a obrigação do pagamento dos salários perdura tão somente até a data em que
se verifica a extinção total do estabelecimento, não sendo, portanto, devida a indenização dos salários
até o final do período compreendido pela estabilidade provisória de emprego.

Quando a estabilidade é garantia pessoal, tais como acidentado no trabalho e gestante, há deci-
sões tanto no sentido de considerar devida a indenização somente até a data da extinção da empresa
como no sentido de que a indenização é devida por todo o período da estabilidade, e não apenas até o
fechamento da empresa.

Nesse sentido, o Tribunal Superior do Trabalho, por meio das Súmulas a seguir, se manifestou:

173. Salário. Empresa. Cessação de atividades

Extinto, automaticamente, o vínculo empregatício com a cessação das atividades da empresa, os salários só
são devidos até a data da extinção. Ex-prejulgado nº 53. (RA 102/1982 - DJ 11.10.1982 e DJ 15.10.1982)
Guia de Cálculos Trabalhistas 253

339. CIPA. Suplente. Garantia de emprego. CF/1988. (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 25 -
329 da SDI-1) - Res. 129/2005 - DJ de 20, 22 e 25.04.2005)

[...]

II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos
membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento,
não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período
estabilitário (ex-OJ nº 329 - DJ 09.12.2003)

369. Dirigente sindical. Estabilidade provisória. (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 34, 35, 86,
145 e 266 da SDI-1) (Res. 129/2005 - DJ de 20, 22 e 25.04.2005)

[...]

IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para
subsistir a estabilidade.

Para melhor visualização do assunto tratado neste texto, apresentamos adiante alguns acórdãos do TST
atinentes ao assunto.

Cipeiros

Agravo de instrumento em recurso de revista - Cipeiro - Extinção do estabelecimento - Reintegração inde-


vida - A decisão recorrida está em consonância com a iterativa, notória e atual jurisprudência desta Corte,
consubstanciada na Orientação Jurisprudencial nº 329: A estabilidade provisória do cipeiro não constitui
vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da Cipa, que somente tem razão de ser
quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo
impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. Agravo de instrumento desprovido.
(TST - AIRR 40417 - 4ª T. - Rel. Juiz Conv. Vieira de Mello Filho - DJU 25.06.2004)

Membro da Cipa - Estabilidade provisória - Extinção da unidade da empresa - A garantia de emprego do tra-
balhador eleito membro da Cipa apenas obsta sua dispensa arbitrária ou sem justa causa. Havendo motivo
de natureza técnica, econômica ou financeira, como a extinção do estabelecimento, é cabível a dispensa,
não sendo devido qualquer ressarcimento pela frustração do restante do período estabilitário. A extinção das
atividades no setor da empresa na qual prestava serviços o empregado detentor da estabilidade provisória faz
cessar a causa ou o fato gerador da garantia de emprego, ficando afastada, via de consequência, a hipótese
de indenização substitutiva. Recurso de revista provido. (TST - RR 81590 - 5ª T. - Rel. Min. Rider Nogueira de
Brito - DJU 21.05.2004)

Estabilidade provisória - Cipeiro - Extinção do estabelecimento - Encontra-se consagrado nesta Corte, através
da Orientação Jurisprudencial nº 329 da SDI-1 do TST, o entendimento de que a estabilidade provisória do
cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente
tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida
arbitrária, sendo impossível a reintegração e indevida a indenização do período estabilitário. Acrescente-se
a irrelevância de terem sido transferidos para outro estabelecimento 65% dos empregados, haja vista que o
que infirma a estabilidade é a extinção do estabelecimento. Assim, não se vislumbra a ofensa legal e consti-
tucional apontada, bem como encontra-se superada a assinalada divergência jurisprudencial, nos termos do
Enunciado nº 333 do TST, erigido a pressuposto negativo de admissibilidade do recurso de revista. Recurso
não conhecido. (TST - RR 43012 - 4ª T. - Rel. Min. Barros Levenhagen - DJU 05.03.2004)

Estabilidade provisória de membro da Cipa - Extinção da empresa - Consonância com entendimento pacífico
do TST - Não-conhecimento dos embargos - Se o estabelecimento em que prestava serviços o reclamante
vem a ser extinto, torna-se insubsistente a estabilidade de que era detentor em razão de integrar a Cipa, ten-
do em vista que deixa de existir o próprio fato gerador do direito em si. Exegese que se extrai da Orientação
254 Guia de Cálculos Trabalhistas

Jurisprudencial nº 329 da SBDI-1. Recurso de Embargos de que não se conhece. (TST - E-RR 625634 - SBDI
1 - Rel. Min. João Batista Brito Pereira - DJU 06.02.2004)

Embargos - Estabilidade provisória - Membro da Cipa - Extinção do estabelecimento - A garantia de empre-


go prevista no artigo 165 da CLT e no artigo 10, inciso II, alínea “a”, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, não constitui uma vantagem pessoal que a lei defere a um empregado, mas uma garantia que
visa a proteção da atividade dos membros da Cipa, dirigindo-se a todos os seus integrantes, com o intuito
de coibir a despedida arbitrária destes empregados. Quando a perda do emprego se dá por extinção da em-
presa, não fica caracterizada a despedida arbitrária, e fica impossibilitada a reintegração do empregado, já
que não existem mais os serviços. Não há, por isso, fundamento para se condenar a empresa extinta a pagar
os salários do período estabilitário. Recurso de Embargos desprovido. (TST - ERR 651150 - SESBDI 1 - Rel. Min.
Carlos Alberto Reis de Paula - DJU 12.03.2004)

Acidentado no trabalho

Recurso de revista - Dispensa de empregado detentor da estabilidade conferida a acidentados - Extinção da


empresa - Conversão do período de estabilidade em indenização - Na hipótese de encerramento das ativi-
dades do empregador, não há falar em direito do empregado detentor de estabilidade temporária, prevista
no art. 118 da Lei nº 8.213/1991, à manutenção do contrato de trabalho e tampouco em conversão do período
em indenização, porquanto não caracterizada a intenção obstativa à garantia de emprego. Recurso a que se
dá provimento. (TST - RR 2290 - 5ª T. - Rel. Min. Gelson de Azevedo - DJU 02.04.2004)

Estabilidade provisória - Doença profissional - Impossibilidade de reintegração - Indenização - Impossibilitada


a reintegração do empregado, face à extinção do estabelecimento, impõe-se a condenação ao pagamento
de indenização referente aos salários dos meses em que ocorreria a dita estabilidade, ou seja, desde a data
da dispensa até a data do encerramento das atividades da empresa, quando esvai-se a garantia de emprego.
Recurso de revista não conhecido integralmente. (TST - RR 371554 - 4ª T. - Rel. Min. Conv. Horácio R. de Senna
Pires - DJU 25.10.2002)

Estabilidade provisória - Doença - Fechamento do estabelecimento - Com a extinção da empresa, desapa-


rece a prestação dos serviços e, consequentemente, o direito do empregado às vantagens decorrentes da
estabilidade provisória, porquanto, a dispensa, no caso, não encontra obstáculo legal, porque não revelou
impedimento ou fraude por parte do empregador e se reveste de motivo econômico. Portanto, não há que
se falar na indenização por despedida injustificada, se o Reclamante recebeu os seus salários até a data da
extinção do estabelecimento. Recurso de Revista conhecido e provido. (TST - RR 371700 - 3ª T. - Relª Min.
Conv. Deoclécia Amorelli Dias - DJU 07.12.2000)

Violação do art. 896 da CLT - Acidente de trabalho - Estabilidade provisória - Estabelecimento empresarial
- Fechamento na localidade da prestação de serviços - O encerramento das atividades e o fechamento do
estabelecimento empresarial na localidade em que trabalhava o empregado não implica extinção do seu
contrato de trabalho se, no mesmo período, encontrava-se afastado do emprego em decorrência de aciden-
te de trabalho. O contrato nesse período fica suspenso e, portanto, garantida a estabilidade provisória no
emprego. Recurso de embargos conhecido e não provido. (TST - ERR 503124 - SBDI 1 - Rel. Min. José Luciano
de Castilho Pereira - DJU 27.08.2004)

Recurso de revista - Dispensa de empregado detentor da estabilidade conferida a acidentados - Extinção da


empresa - Conversão do período de estabilidade em indenização - Na hipótese de encerramento das ativi-
dades do empregador, não há falar em direito do empregado detentor de estabilidade temporária, prevista
no art. 118 da Lei nº 8.213/1991, à manutenção do contrato de trabalho e tampouco em conversão do período
em indenização, porquanto não caracterizada a intenção obstativa à garantia de emprego. Recurso a que se
dá provimento. (TST - RR 2290 - 5ª T. - Rel. Min. Gelson de Azevedo - DJU 02.04.2004)

Estabilidade decorrente de acidente do trabalho - Fechamento do estabelecimento - Indenização devida -


Risco do empreendimento e preservação da higidez do empregado - Imperiosa a conclusão de que, extinto
Guia de Cálculos Trabalhistas 255

o estabelecimento, em razão de sua inviabilidade econômica-financeira, os ônus são do empregador, que


assume os riscos da atividade econômica (art. 2º da CLT), inclusive no que se refere a obrigação de indenizar
o empregado portador de estabilidade decorrente de acidente do trabalho, que não pode e nem deve ter
restringidos ou extintos seus direitos, nos termos do que, igualmente, reza o art. 10 da CLT. A garantia de
emprego assegurada pelo art. 118 da Lei nº 8.213/91 ao empregado acidentado no trabalho é personalíssima
e visa obstar a sua discriminação em razão da ocorrência do infortúnio, assegurando-lhe a permanência no
emprego por período necessário à sua total recuperação imprescindível para que possa continuar exercen-
do as suas funções. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR 693174 - 4ª T. - Rel. Min. Milton de Moura
França - DJU 10.10.2003)

Violação do art. 896 da CLT - Acidente de trabalho - Estabilidade provisória - Estabelecimento empresarial
- Fechamento na localidade da prestação de serviços - O encerramento das atividades e o fechamento do
estabelecimento empresarial na localidade em que trabalhava o empregado não implica extinção do seu
contrato de trabalho se, no mesmo período, encontrava-se afastado do emprego em decorrência de aciden-
te de trabalho. O contrato nesse período fica suspenso e, portanto, garantida a estabilidade provisória no
emprego. Recurso de Embargos conhecido e não provido. (TST - ERR 503124 - SBDI 1 - Rel. Min. José Luciano
de Castilho Pereira - DJU 27.08.2004)

Estabilidade provisória - Acidente de trabalho - Fechamento de estabelecimento filial - Indenização substituti-


va - 1. Assegura-se ao empregado em gozo da estabilidade decorrente de acidente de trabalho a indenização
substitutiva, em caso de fechamento de estabelecimento filial ou agência. interpretação teleológica do art.
118 da Lei nº 8.213/91 e aplicação analógica do art. 498 da CLT. 2. Recurso de que se conhece e a que se nega
provimento, no particular. (TST - RR 503124 - 1ª T. - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 06.02.2004)

Embargos - Estabilidade - Acidente de trabalho - Extinção do estabelecimento empresarial - A Orientação


Jurisprudencial nº 230 da SBDI-1, ao elencar as duas condições para o empregado adquirir o direito à es-
tabilidade provisória - afastamento do trabalho por prazo superior a 15 dias e consequente percepção do
auxílio-doença acidentário -, não fez nenhuma ressalva ao direito do trabalhador. Cumpridos os requisitos, a
estabilidade ou a indenização correspondente deve ser assegurada, mesmo na hipótese de fechamento do
estabelecimento. Embargos não conhecidos. (TST - ERR 704998 - SBDI 1 - Relª Min. Maria Cristina Irigoyen
Peduzzi - DJU 05.12.2003)

Dirigente sindical

Recurso de revista - Empresa individual - Extinção - Morte do empregador - Dirigente sindical - Estabilidade
- Insubsistência - A iterativa e notória jurisprudência da SBDI-1 há muito firmou o entendimento de não sub-
sistir a estabilidade do dirigente sindical, em caso de extinção da atividade empresarial no âmbito da base
territorial do sindicato (Orientação Jurisprudencial nº 86). A conclusão de insubsistência da estabilidade do
dirigente sindical, em razão do falecimento do empregador constituído em empresa individual, é a mesma,
uma vez que o seu falecimento acarretou a extinção da empresa, conforme verificou o eg. Tribunal Regional.
(TST - RR 549068 - 1ª T. - Rel. Juiz Conv. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 30.04.2004)

Dirigente sindical - Estabilidade provisória - Cessação de atividade da empresa na localidade - O encerramento


da atividade empresarial em determinado local, ainda que se cuide de empresa com atividade em diversas
localidades, tem o mesmo efeito que a extinção de estabelecimento, em relação à garantia de estabilidade do
dirigente sindical, que está diretamente ligado à defesa dos interesses coletivos da categoria. Em se tratando
de sindicato com base territorial que alcance, por inteiro, o Estado da Federação, não implica exigir que o
empregador ofereça ao dirigente sindical a faculdade de transferir-se para outro estabelecimento. Recurso de
revista conhecido e provido. (TST - RR 577350 - 4ª T. - Rel. Juiz Conv. José Antônio Pancotti - DJU 26.03.2004)

Recurso ordinário em ação rescisória - Dirigente sindical - Extinção do estabelecimento - Fim da estabilidade
- In casu, não se há falar em violação dos arts. 8º, VIII, da CF e 543, § 3º, da CLT, eis que, extinto o estabe-
lecimento onde prestava serviços o obreiro, cessa o fundamento que respalda a estabilidade conferida ao
dirigente sindical, uma vez que esta não é uma garantia pessoal do empregado, mas, sim, uma prerrogativa
256 Guia de Cálculos Trabalhistas

da categoria para possibilitar o exercício da representação sindical. Desse modo, extinto o vínculo laboral
com o fechamento da empresa naquela localidade, não tem mais razão de existir a estabilidade (Inteligência
da Orientação Jurisprudencial nº 86 da SBDI-1)... Recurso ordinário parcialmente provido. (TST - ROAR 82554
- SBDI 2 - Rel. Min. José Simpliciano Fernandes - DJU 05.09.2003)

Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - 1. Sobrevindo o fechamento do estabelecimento em-


presarial, o empregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois a
garantia de emprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. 2. Recurso de revista de que
se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR 510776 - 1ª T. - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 14.03.2003)

Estabilidade sindical - Extinção da empregadora - Indenização - Extinto o estabelecimento onde prestava


serviços o empregado, cessa o fundamento que respalda a estabilidade conferida ao dirigente sindical uma
vez que esta não é uma garantia pessoal do empregado, mas sim uma prerrogativa da categoria para pos-
sibilitar o exercício da representação sindical. Desse modo, extinto o vínculo laboral com o fechamento da
empresa naquela localidade, não tem mais razão de existir a estabilidade. Assim sendo, o reclamante não
faz jus ao pagamento de indenização, mas apenas dos salários devidos até a data da extinção. Incidência do
Enunciado nº 173 do TST e Orientação Jurisprudencial nº 86 da SBDI1 deste TST... Revista conhecida e provida
parcialmente. (TST - RR 496055 - 2ª T. - Rel. Min. José Simpliciano Fernandes - DJU 27.09.2002)

Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - A intenção do legislador, tanto o constituinte, como o


ordinário, ao criar a garantia de emprego para o dirigente sindical, não foi garantir ao empregado um benefí-
cio pessoal, com a manutenção de seu emprego e salários, mas assegurar o livre exercício de seu mandato
sindical, sem pressões ou ameaças. Assim, inexistindo qualquer arbitrariedade por parte da empresa no ato
de dispensa do empregado detentor de mandato sindical, quando ocorre a extinção de um de seus estabe-
lecimentos, não há que se falar em pagamento das verbas salariais até o término da garantia de emprego.
(TST - RR 478809 - 2ª T. - Rel. Min. Conv. Aloysio Corrêa da Veiga - DJU 08.02.2002)

Ação rescisória - Violação literal de lei - Dirigente sindical - Extinção do estabelecimento - Indenização do
período de garantia - 1. Viola o art. 498 da CLT acórdão que defere à empregada detentora de estabilidade
sindical salários e vantagens decorrentes do vínculo de emprego, até o término do período de estabilidade,
apesar do fechamento de agência do Banco na localidade. 2. Sobrevindo o fechamento do estabelecimento
empresarial, o empregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois
a garantia de emprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. Orientação Jurisprudencial
nº 86, da eg. SBDI 1. 3. Recurso ordinário do requerente a que se dá parcial provimento. (TST - ROAR 579970
- SBDI 2 - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 29.06.2001)

Estabilidade no emprego - Dirigente sindical - Extinção da empresa - Apesar de ter opinião pessoal de ser
devida ao empregado a indenização substitutiva da garantia de emprego descumprida pelo empregador,
com a extinção da empresa ou o fechamento do estabelecimento, a verdade é que esta Corte tem posição
diametralmente oposta, conforme se infere do Verbete 86 da Orientação Jurisprudencial da SDI-I, no sentido
de não subsistir estabilidade do dirigente sindical no caso de extinção da atividade empresarial no âmbito
da base territorial do sindicato. Dele emerge incontrastável a tese majoritária de a extinção da empresa ou o
fechamento do estabelecimento não ser óbice ao poder potestativo de resilição contratual, cujo exercício não
acarreta para o empregador o pagamento de indenização compensatória da garantia de emprego, limitando-se
o direito do empregado aos proverbiais títulos trabalhistas referentes ao contrato de trabalho resilido. Recurso
conhecido e provido. (TST - RR 577003 - 4ª T. - Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagen - DJU 29.06.2001)

Estabilidade provisória - Dirigente sindical - Encerramento das atividades da empresa - No caso de encerra-
mento das atividades da empresa, não subsiste a estabilidade do empregado dirigente sindical, razão pela
qual é indevida qualquer indenização pelo período correspondente ao mandato extinto. Recurso de revista
não conhecido. (TST - RR 691355 - 2ª T. - Rel. Juiz Conv. Samuel Corrêa Leite - DJU 12.03.2004)

Estabilidade sindical - Extinção do estabelecimento - 1. Sobrevindo o fechamento do estabelecimento em-


presarial, o empregado dirigente sindical faz jus ao pagamento dos salários somente até a extinção, pois a
Guia de Cálculos Trabalhistas 257

garantia de emprego esvai-se com o encerramento das atividades da empresa. 2. Recurso de revista de que
se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR 510776 - 1ª T. - Rel. Min. João Oreste Dalazen - DJU 14.03.2003)

Ação rescisória - Estabilidade provisória - Extinção do estabelecimento da empresa - Decisão rescindenda


em que se deferiu ao reclamante o pagamento dos salários do período de estabilidade, em função do exer-
cício de cargo de direção sindical, entendendo-se que a extinção do estabelecimento do empregador, sem
comprovação de motivação de ordem técnica, econômica ou financeira, não o libera do pagamento de uma
indenização compensatória. Inexistência de afronta à literalidade dos arts. 8º, VIII, da Constituição Federal
e 543, § 3º, da CLT. Honorários advocatícios. Consonância da decisão regional com a orientação traçada no
Enunciado nº 219 do TST. Recurso ordinário a que se nega provimento. (TST - ROAR 648850 - SBDI 2 - Rel.
Min. Gelson de Azevedo - DJU 24.05.2002)

Gestante

Estabilidade da gestante - Extinção do estabelecimento - A empregada gestante tem jus à estabilidade de


emprego conferida pelo art. 10, II, “b”, do ADCT, ainda que a despedida tenha ocorrido em virtude do fecha-
mento da empresa, a qual assume os riscos da atividade econômica e com eles deve arcar em caso de perdas
advindas do empreendimento, consoante o disposto no artigo 2º da CLT. Recurso conhecido e provido [...].
(TST - RR 627917 - 1ª T. - Rel. Min. Lélio Bentes Corrêa - DJU 12.03.2004)

Estabilidade provisória da gestante - Fechamento de estabelecimento da empresa - Dois e únicos são os


pressupostos para que a empregada tenha assegurado seu direito ao emprego ou à reparação pecuniária:
que esteja grávida e que sua dispensa não seja motivada por prática de falta funcional prevista no 482 da
CLT. O escopo da garantia constitucional é, não só a proteção da gestante contra a dispensa arbitrária, por
estar grávida, mas principalmente a tutela do nascituro. A interpretação teleológica do art. 10, II, “b”, do ADCT,
conduz à conclusão de que, confirmada a gravidez durante o vínculo de emprego, nasce o direito da em-
pregada à estabilidade provisória, com consequente restrição do direito de o empregador dispensá-la, salvo
por justa causa. Nesse sentido, o fechamento do estabelecimento em que trabalha a empregada gestante
não elide o direito à reparação pecuniária da estabilidade provisória interrompida. O art. 2º da CLT atribui ao
empregador os riscos da atividade econômica, enquanto o 449 da CLT assegura a manutenção dos direitos
decorrentes do contrato de trabalho, mesmo em caso de falência, concordata ou dissolução da empresa.
Recurso de revista não provido. (TST - RR 66985 - 4ª T. - Rel. Min. Mílton de Moura França - DJU 23.04.2004)

Recurso de revista - Gestante - Estabilidade provisória - Extinção do estabelecimento - Malgrado a dispensa


da empregada gestante não se caracterize como arbitrária, em face de a rescisão ter se operado por força
da extinção do estabelecimento, tal fato, por si só, não tem o condão de afastar a incidência da hipótese do
artigo 10, II, “b”, do ADCT, o qual enseja a indenização à gestante pelo período estabilitário, haja vista que a
simples extinção do estabelecimento não pode impedir a aplicação de um direito previsto constitucionalmente
de natureza pessoal, o qual visa à proteção do nascituro. Recurso conhecido e provido. (TST - RR 628954 - 5ª
T. - Rel. Juiz Conv. André Luís Moraes de Oliveira - DJU 16.04.2004)

Garantia de emprego à gestante - Fechamento de empresa - Art. 10, inciso II, letra “b”, do ADCT - A empregada
gestante faz jus à estabilidade de emprego conferida pelo art. 10, inciso II, alínea “b”, do ADCT, ainda que a
despedida tenha ocorrido em virtude do fechamento da empresa, a qual assume os riscos da atividade eco-
nômica e com eles deve arcar em casos de perdas advindas do empreendimento, consoante o disposto no
artigo 2º da CLT. O fato referente à recusa da empregada a transferir-se para a cidade de Criciúma não pode
por si gerar prejuízos à gestante, em que pese não haver condições de mudar-se de localidade e afastar-se
do apoio financeiro e afetivo de familiares, essenciais para uma gestação e recebimento de uma nova vida.
Revista conhecida e provida. (TST - RR 3197 - 1ª T. - Rel. Min. Conv. Vieira de Mello Filho - DJU 08.08.2003)

Gestante - Estabilidade provisória - Fechamento de agência bancária - Imprevidência do empregador - Força


maior não configurada - O encerramento parcial da atividade empresarial, com o fechamento de uma agência
bancária, não acarreta a perda da garantia de emprego assegurada à gestante. O fechamento de uma, dentre
inúmeras, agência do Banco não configura motivo de força maior, uma vez que a assunção dos riscos do
258 Guia de Cálculos Trabalhistas

negócio é inerente à figura do empregador no desempenho da sua atividade econômica, nos termos do art.
2º da CLT, especialmente levando em consideração que o Banco continuou existindo como pessoa jurídica,
sujeitando-se aos riscos do empreendimento. Nesse passo, pode equiparar-se o encerramento parcial da
atividade econômica à imprevidência patronal, motivo que afasta a alegação de força maior, nos termos do
§ 1º do 501 da CLT. Cumpre observar que, em relação ao empregado dirigente sindical, esta Corte firmou sua
jurisprudência no sentido de afastar o direito quando o estabelecimento fechado situa-se no âmbito da base
territorial do sindicato, conforme diretriz abraçada pela Orientação Jurisprudencial nº 86 da SBDI-1 desta
Corte. A estabilidade do empregado dirigente sindical é diferente da relativa à empregada gestante, embora
ambos tenham adquirido estabilidade provisória por força de mandamento constitucional. A diferença reside
no fato de a estabilidade do dirigente sindical estar ligada a representação da categoria naquela base terri-
torial, enquanto que a da gestante independe da localidade em que a empregada irá prestar seus serviços.
A garantia, para o dirigente sindical, é institucional, enquanto a da gestante é pessoal. Recurso conhecido
e desprovido no particular, e provido quanto à correção monetária. (TST - RR 635682 - 4ª T. - Rel. Min. Ives
Gandra Martins Filho - DJU 25.10.2002)

Gestante - Garantia de emprego - Fechamento de empresa - Art. 10, II, letra “b”, do ADCT - A empregada
gestante faz jus à estabilidade de emprego conferida pelo art. 10, II, letra “b”, do ADCT, ainda que a despedida
tenha ocorrido em virtude do fechamento da empresa, por se tratar, no caso, de uma garantia visando a não
privar a gestante da conservação de um emprego que é vital para o nascituro, já que o salário percebido
será utilizado em favor da subsistência e nutrição deste. (TST - RR 402.630/1997.6 - 2ª T. - Rel. Min. Vantuil
Abdala - DJU 05.10.2001)

Estabilidade provisória à gestante - Fechamento da empresa - Indenização correspondente ao período


estabilitário - Embora não se considere arbitrária nem discriminatória a dispensa de empregada gestante
na hipótese de fechamento da empresa, tem-se que lhe é devida a indenização correspondente ao período
estabilitário, uma vez que o objetivo dessa estabilidade é assegurar a sua sobrevivência e a de seu filho, já que
nessa condição será bastante difícil obter um novo emprego. Recurso de revista a que se nega provimento.
(TST - RR 363032 - 5ª T. - Rel. Min. Rider Nogueira de Brito - DJU 24.05.2001)
CAPÍTULO XI
ENCARGOS SOCIAIS INCIDENTES
SOBRE A REMUNERAÇÃO -
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS,
FGTS E IRRF

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Todos aqueles que exercem atividade remunerada vinculada ao Regime Geral de Previdência So-
cial (RGPS) estão sujeitos às contribuições previdenciárias. Dessa forma, ficam obrigados ao recolhi-
mento correspondente: as empresas (públicas ou privadas), os equiparados às empresas (tais como
profissionais liberais que contratem empregados), os empregados, os trabalhadores avulsos, os traba-
lhadores domésticos e os contribuintes individuais.

As contribuições previdenciárias devidas pelas empresas e pelos equiparados são denominadas


contribuições patronais; as devidas pela pessoa física, tais como empregados e contribuintes indivi-
duais, são chamadas de contribuições individuais.

Contribuições patronais - Base de cálculo

Para as empresas e equiparados, em geral, a base de cálculo das contribuições previdenciárias é


o total das remunerações (sem limite) pagas, devidas ou creditadas, durante o mês, aos trabalhadores
que lhes prestam serviço.

Estabelece o caput do art. 28 da Lei nº 8.212/1991 que considera-se remuneração a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utili-
dades, os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou do tomador dos serviços, nos termos da lei ou do con-
trato ou, ainda, de documento coletivo de trabalho (acordo, convenção ou sentença normativa).

Importante
O § 9º do mencionado art. 28 da Lei nº 8.212/1991, alterado pela Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), determina que
não integram o salário-de-contribuição para efeitos previdenciários, exclusivamente:
a) os benefícios da previdência social, nos termos e limites legais, salvo o salário-maternidade;
b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929/1973;
260 Guia de Cálculos Trabalhistas

Nota
Lembrar que o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que a ajuda de custo, ainda que paga
com habitualidade não integra a remuneração, não se incorpora ao contrato de trabalho e não constitui base de inci-
dência de encargo trabalhista e previdenciário.

c) a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo antigo Ministério do Traba-
lho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321/1976.

Nota
Não obstante o mencionado na letra “c”, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação dada pela Lei nº 13.467/2017, determinou
que não integra a remuneração, ainda que pago com habitualidade e, portanto, não sofre incidências trabalhistas e
previdenciárias, entre outras parcelas, o auxílio-alimentação, sendo vedado o pagamento em dinheiro.
d) as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor corres-
pondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT;

e) as importâncias:
1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;
2. relativas à indenização por tempo de serviço, anterior a 05 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo FGTS;
3. recebidas a título da indenização de que trata o art. 479 da CLT;
4. recebidas a título da indenização de que trata o art. 14 da Lei nº 5.889/1973;
5. recebidas a título de incentivo à demissão;
6. recebidas a título de abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;
7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário;
8. recebidas a título de licença-prêmio indenizada;
9. recebidas a título da indenização de que trata o art. 9º da Lei nº 7.238/1984;
f) a parcela recebida a título de vale-transporte, na forma da legislação própria;
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do
empregado, na forma do art. 470 da CLT;

Nota
Não obstante o mencionado na letra “g”, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação dada pela Lei nº 13.467/2017, determinou
que não integra a remuneração, ainda que paga com habitualidade e, portanto, não sofre incidências trabalhistas e
previdenciárias, entre outras parcelas, a ajuda de custo.

h) as diárias para viagens;


i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da
lei específica;
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica;
l) o abono de Programa de Integração Social - PIS e do Programa de Assistência ao Servidor Público - Pasep;
m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contra-
tado para trabalhar em localidade distante de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade,
exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo antigo Ministério do Trabalho;
n) a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que este direito seja
extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
o) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei nº
4.870/1965;
p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar,
aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os
arts. 9º e 468 da CLT;
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado,
inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas
médico-hospitalares e outras similares;
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados no
local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
Guia de Cálculos Trabalhistas 261

s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade
com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as
despesas realizadas;
t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus
dependentes, e desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica
de empregados, nos termos da Lei nº 9.394/1996, e:
1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e
2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por
cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite
mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior;
u) a importância recebida a título de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente até quatorze anos de idade, de
acordo com o disposto no art. 64 da Lei nº 8.069/1990;
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT.
y) o valor correspondente ao vale-cultura;
z) os prêmios e os abonos;
aa) os valores recebidos a título de bolsa-atleta, em conformidade com a Lei nº 10.891/2004.

Alíquota patronal básica


a) 20% - empresas em geral - corresponde à aplicação do percentual de 20% sobre o total das
remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos empre-
gados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais (autônomos e equiparados e empre-
sários) que lhes prestem serviços;
b) 22,5% - tratando-se de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvi-
mento, caixas econômicas, sociedades de crédito, de financiamento ou de investimento, so-
ciedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de títulos ou de valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, empresas de seguros privados ou de capi-
talização, agentes autônomos de seguros privados ou de crédito e entidades de previdência
privada abertas ou fechadas, além da contribuição anteriormente referida (20%), têm ainda a
contribuição adicional de 2,5%, totalizando, portanto, 22,5% sobre a mesma base de cálculo.

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO - ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA


CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL BÁSICA PARA ALGUMAS EMPRESAS

O Governo federal, objetivando fortalecer a economia brasileira, melhorando a competitividade


das nossas empresas tanto no mercado interno como no mercado internacional, instituiu o Plano Brasil
Maior, o qual abriga políticas industriais, tecnológicas, de serviços e comércio exterior.

As medidas tomadas visam a proteger a economia nacional, buscando estimular a inovação e a


produção. Conforme amplamente divulgado, o lema do governo é inovar, competir e crescer. Neste con-
texto, tomou medidas para, entre outros, desonerar investimentos e exportações, aumentar recursos,
ampliar financiamentos, estimular pequenos negócios, desenvolver tecnologia nos setores produtivos,
ampliar a defesa comercial e aumentar a qualificação profissional dos trabalhadores.

No âmbito previdenciário, a principal medida tomada consistiu na desoneração da folha de paga-


mento, que, como é sabido, representa um significativo custo para as empresas, especialmente as que
precisam de um volume maior de mão de obra, ou seja, contratação de mais trabalhadores.

A desoneração da folha de pagamento reduz o custo da produção, da exportação, do valor dos


bens de consumo e dos índices de inflação, redundando no aumento da competitividade.
262 Guia de Cálculos Trabalhistas

Substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária

A desoneração da folha de pagamento consiste, exclusivamente, na substituição da base de cál-


culo da contribuição previdenciária patronal básica (20%), a qual é a folha de pagamento de emprega-
dos, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, pela receita bruta (chamada contribuição subs-
titutiva).

A adoção do sistema de desoneração da folha de pagamento é temporária (podendo ocorrer até


31.12.2020) e opcional, ou seja, a empresa, antes de optar, irá verificar se a contribuição previdenciária
patronal básica (20%) sobre a folha de pagamento lhe acarretará aumento ou diminuição do encargo
previdenciário se comparado com a contribuição calculada sobre a sua receita bruta.

As demais contribuições previdenciárias patronais, tais como contribuição para o financiamento


do benefício de aposentadoria especial e aqueles concedidos em razão do grau de incidência de inca-
pacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GIIL-RAT) e para outras entidades e
fundos (terceiros), permanecem inalteradas.

A opção pela tributação substitutiva será manifestada mediante o pagamento da contribuição


incidente sobre a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente
para a qual haja receita bruta apurada, e será irretratável para todo o ano calendário.

Assim, feita a opção no mês de janeiro, durante todo o ano, o cálculo da contribuição previdenciá-
ria patronal básica será efetuado sobre o valor da receita bruta, somente podendo haver alteração no
ano seguinte.

No caso de empresas que contribuam simultaneamente com base no exercício de atividades de-
soneradas e fabricação dos produtos desonerados, a opção valerá para as duas situações, sendo vedada
a opção por contribuir com base em apenas uma delas. A empresa abrangida que não fizer a opção pela
desoneração ficará sujeita à contribuição previdenciária patronal básica sobre a folha de pagamento
durante todo o ano calendário.

Contribuição sobre a receita bruta - Alíquotas


Para fins da desoneração da folha de pagamento considera-se empresa a sociedade empresária,
a sociedade simples, a cooperativa, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário
a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de
Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso.

Também é equiparado à empresa o consórcio constituído nos termos dos arts. 278 e 279 da Lei nº
6.404/1976, que realizar a contratação e o pagamento, mediante a utilização de CNPJ próprio do consór-
cio, de pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem vínculo empregatício, ficando as empresas consorcia-
das solidariamente responsáveis pelos tributos relacionados às operações praticadas pelo consórcio.

A contribuição previdenciária patronal básica sobre a receita bruta observa a aplicação de 6 dife-
rentes alíquotas, conforme a atividade da empresa.

Alíquota de 4,5%

Até 31.12.2020, podem contribuir com alíquota de 4,5% as empresas:


a) que prestam os serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comu-
nicação (TIC);
Guia de Cálculos Trabalhistas 263

Nota
São considerados serviços de TI e TIC:
a) análise e desenvolvimento de sistemas;
b) programação;
c) processamento de dados e congêneres;
d) elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos;
e) licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;
f) assessoria e consultoria em informática;
g) suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de computação e ban-
cos de dados, bem como serviços de suporte técnico em equipamentos de informática em geral;
h) planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas;
i) a atividade de execução continuada de procedimentos de preparação ou processamento de dados de gestão empre-
sarial, pública ou privada, e gerenciamento de processos de clientes, com o uso combinado de mão de obra e sistemas
computacionais.

b) que exercem atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados;


c) do setor da construção civil enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da Classificação Nacio-
nal de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0;

Nota
Enquadram-se nas classe:
412 - construção de edifícios;
432 - instalações elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções;
433 - obras de acabamento;
439 - outros serviços especializados para construção.

d) de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0.

Notas
(1) Enquadram-se na classe:
421 - construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras-de-arte especiais;
422 - obras de infra-estrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos;
429 - construção de outras obras de infra-estrutura;
431 - demolição e preparação do terreno.
(2) As empresas para as quais a substituição da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pela CPRB estiver
vinculada ao seu enquadramento no CNAE deverão considerar apenas o CNAE principal, observando:
a) o enquadramento no CNAE principal será efetuado pela atividade econômica principal da empresa, assim considerada,
dentre as atividades constantes no ato constitutivo ou alterador, aquela de maior receita auferida ou esperada;
b) a “receita auferida” será apurada com base no ano-calendário anterior, que poderá ser inferior a 12 meses, quando se
referir ao ano de início ou de reinício de atividades da empresa;
c) a”receita esperada” é uma previsão da receita do período considerado e será utilizada no ano-calendário de início ou de
reinício de atividades da empresa.
No caso de empresas que tiveram suas atividades reiniciadas, aplica-se o disposto na letra “b” se o período em que ficou
inativa for inferior a 12 meses ou o disposto na letra “c” se o período em que ficou inativa for superior a 12 meses.
(3) A contribuição patronal relativa aos segurados administrativos das empresas de construção civil seguirá a mesma sis-
temática estabelecida para o recolhimento da contribuição previdenciária efetuada no CNPJ.
No caso de empresa construtora que não seja responsável pela matrícula da obra, o recolhimento da contribuição previ-
denciária relativa aos segurados da administração e da obra será consolidado em um único documento de arrecadação
vinculado ao CNPJ da empresa.
264 Guia de Cálculos Trabalhistas

Construção civil - Regras especiais

Lembre-se que as empresas de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da
CNAE 2.0, responsáveis pela matrícula da obra, observam para as obras matriculadas no CEI:
a) até 31.03.2013, o recolhimento da contribuição previdenciária patronal básica sobre a folha de
pagamento, até o seu término;
b) no período compreendido entre 1º.04 e 31.05.2013, a contribuição previdenciária patronal bási-
ca incide sobre a receita bruta, até o seu término;
c) no período compreendido entre 1º.06 a 31.10.2013, a contribuição previdenciária patronal bási-
ca pode incidir, mediante opção, sobre a receita bruta ou sobre a folha de pagamento; e
d) no período compreendido entre 1º.11.2013 e 30.11.2015, a contribuição previdenciária patronal
básica incide sobre a receita bruta, até o seu término;
e) a partir de 1º.12.2015, a contribuição previdenciária patronal básica poderá incidir sobre a recei-
ta bruta ou sobre a folha de pagamento, de acordo com a opção.

Notas
(1) A opção a que se referem as letras “c” e “e” será exercida por obra de construção civil e manifestada mediante o paga-
mento da contribuição incidente sobre a receita bruta relativa à competência de cadastro no CEI ou CNO ou à 1ª compe-
tência subsequente para a qual haja receita bruta apurada para a obra, e será irretratável até o seu encerramento.
(2) No cálculo da CPRB pelas empresas de construção civil em comento, serão excluídas da base de cálculo, entre outros,
as receitas provenientes das obras a que se referem a letra “a” e as letras “c” e “e” que optarem por recolher a contribuição
previdenciária sobre a folha de pagamento.
(3) O anteriormente mencionado aplica-se somente aos segurados vinculados especificamente às obras matriculadas no
CEI de responsabilidade da empresa construtora e não se aplica às empresas de construção civil de obras de infraestrutu-
ra, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0.
Nas situações mencionadas nas letras “b”, “c” e “d” a contribuição previdenciária patronal básica sobre a receita bruta per-
manecerá com alíquota de 2% até o final da obra.

Alíquota de 3%

Até 31.12.2020, podem contribuir com a alíquota de 3% sobre a receita bruta as empresas que
prestam serviços de call center.

Alíquota de 2,5%

Até 31.12.2020, podem contribuir com a alíquota de 2,5% as empresas que fabricam os produtos
classificados na TIPI nos códigos relacionados com tal alíquota, no Anexo V da Instrução Normativa RFB
nº 1.812/2018, reproduzido adiante.

Importante
Caso a empresa tenha dúvidas se seu produto industrializado está ou não enquadrado na Nomenclatura Comum do
Mercosul (NCM) como desonerado, deverá consultar a Receita Federal do Brasil (RFB), a fim de obter os esclarecimen-
tos necessários sobre o assunto.

Nota
A substituição aplica-se apenas em relação aos produtos industrializados pela empresa. Para tanto, devem ser conside-
rados os conceitos de industrialização e de industrialização por encomenda previstos na legislação do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI).
A desoneração aplica-se às empresas que produzam no território nacional os itens mencionados no Anexo V, inclusive em
relação aos itens produzidos por um estabelecimento e comercializados por outro da mesma pessoa jurídica.
Guia de Cálculos Trabalhistas 265

Caso a produção seja efetuada por encomenda, a desoneração será aplicada:


a) somente à empresa executora, caso esta execute todo o processo de produção; ou
b) tanto à empresa executora, quanto à encomendante, na hipótese de produção parcial por encomenda, desde que resul-
te das respectivas operações, tomadas separadamente, item referido no Anexo V reproduzido adiante.

Alíquota de 2%

Até 31.12.2020, podem contribuir com alíquota de 2% as empresas:


a) de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal
em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional enquadradas nas clas-
ses 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0;
Nota
Enquadram-se na classe:
4921-3 - transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal e em região metropolitana.
4922-1 - transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, interestadual e internacional.

b) de transporte ferroviário de passageiros, enquadradas nas subclasses 4912-4/01 e 4912-4/02 da


CNAE 2.0;
Nota
Enquadram-se nas classes:
4912-4/01 - transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual;
4912-4/02 - transporte ferroviário de passageiros municipal e em região metropolitana.

c) de transporte metroferroviário de passageiros, enquadradas na subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.2;

Nota
Enquadra-se na classe:
4912-4/03 - transporte metroviário.

Lembre-se que as empresas de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da
CNAE 2.0, responsáveis pela matrícula da obra, conforme anteriormente informado, observam para as
obras matriculadas no CEI, entre outros, nos períodos a seguir mencionados, as seguintes regras:
a) no período compreendido entre 1º.04 e 31.05.2013, a contribuição previdenciária patronal bási-
ca incide sobre a receita bruta, até o seu término;
b) no período compreendido entre 1º.06 a 31.10.2013, a contribuição previdenciária patronal bási-
ca pode incidir, mediante opção, sobre a receita bruta ou sobre a folha de pagamento; e
c) no período compreendido entre 1º.11.2013 e 30.11.2015, a contribuição previdenciária patronal
básica incide sobre a receita bruta, até o seu término.

Nas situações mencionadas a contribuição previdenciária patronal básica sobre a receita bruta
permanecerá com alíquota de 2% até o final da obra.

Alíquota de 1,5%

Até 31.12.2020, podem contribuir com alíquota de 1,5% empresas que fabricam os produtos classi-
ficados na TIPI nos códigos relacionados com tal alíquota, no Anexo V da Instrução Normativa RFB nº
1.812/2018, reproduzido adiante, bem como as seguintes empresas:
266 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens de que trata a Lei nº 10.610/2002,


enquadradas nas classes 1811-3, 5811-5, 5812-3, 5813-1, 5822-1, 5823-9, 6010-1, 6021-7 e 6319-4 da
CNAE 2.0;
b) de transporte rodoviário de cargas, enquadradas na classe 4930-2 da CNAE 2.0.

Nota
As empresas que têm como atividade econômica principal a edição de livros classificada na classe 5811-5/00 da CNAE
2.0, por não serem empresas jornalísticas e de radiodifusão, não estão sujeitas à contribuição previdenciária substitutiva
devendo recolher as contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento.
As empresas que têm como atividade econômica principal, nos termos da legislação, a edição de revistas e periódicos
classificada na classe 5813-1/00 da CNAE 2.0, por serem empresas jornalísticas, estão sujeitas à contribuição previdenciária
substitutiva.

Alíquota de 1%

Até 31.12.2020, podem contribuir com alíquota de 1% as empresas que fabricam os produtos clas-
sificados na TIPI nos códigos relacionados com tal alíquota, no Anexo V da Instrução Normativa RFB nº
1.812/2018, reproduzido adiante.

Atividades com alíquotas diferenciadas sobre a receita bruta

As empresas que se dedicam a atividades ou fabriquem produtos sujeitos a diferentes alíquotas


sobre a receita bruta irão calcular a contribuição mediante a aplicação da respectiva alíquota sobre a
receita bruta correspondente a cada atividade ou produto.

Empresas optantes pelo Simples Nacional - Desoneração

Reza o art. 19 da Instrução Normativa RFB nº 1.436/2013, na redação da Instrução Normativa RFB
nº 1.642/2016 que a desoneração da folha de pagamento é aplicada à empresa optante pelo Simples
Nacional, desde que sua atividade principal, assim considerada aquela de maior receita auferida ou
esperada, esteja:
a) entre as atividades de prestação de serviços de: construção de imóveis e obras de engenharia
em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisa-
gismo, bem como decoração de interiores; serviço de vigilância, limpeza ou conservação; e
serviços advocatícios; e

Importante
Não obstante as determinações do mencionado art. 19 da Instrução Normativa RFB nº 1.436/2013, observa-se que a Lei
nº 12.546/2011 e alterações posteriores (ato legal hierarquicamente superior, posto que a Instrução Normativa é ato ad-
ministrativo) não incluiu entre os serviços abrangidos pela desoneração da folha de pagamento os relativos a decoração
de interiores, serviço de vigilância, limpeza e conservação e serviços advocatícios. Desta forma, tais serviços, embora
possam integrar o Simples Nacional, não estão previstos na Lei nº 12.546/2011 como abrangidos pela desoneração da
folha de pagamento.

b) enquadrada nos grupos 412 (construção de edifícios), 421 (construção de rodovias, ferrovias,
obras urbanas e obras-de-arte especiais), 422 (obras de infraestrutura para energia elétrica,
telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos), 429 (construção de outras obras de
infraestrutura), 431 (demolição e preparação do terreno), 432 (instalações elétricas, hidráulicas
e outras instalações em construções), 433 (obras de acabamento) ou 439 (outros serviços es-
pecializados para construção) da CNAE 2.0.
Guia de Cálculos Trabalhistas 267

As microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP) que estiverem de acordo com
as condições anteriormente descritas, observado o “Importante” anterior e exercerem, concomitante-
mente, atividade tributada na forma estabelecida no Anexo IV (veja nota adiante) da Lei Complementar
nº 123/2006 (alíquotas e partilha do Simples Nacional - receitas decorrentes da prestação de serviços
relacionados na letra “a” supracitada), e outra atividade enquadrada em um dos demais anexos dessa lei
complementar contribuirão na forma:
a) de CPRB, com relação à parcela da receita bruta auferida nas atividades tributadas de acordo
com o mencionado Anexo IV (veja nota adiante); e
b) da citada lei complementar, com relação às demais parcelas da receita bruta.

Deverá ainda ser observado que:


a) para efeito de receita bruta, será considerada a receita recebida no mês, no caso de empresas
optantes pelo Simples Nacional que tenham optado, na forma regulamentada pelo Comitê
Gestor do Simples Nacional (CGSN), pelo regime de caixa de apuração de receitas;
b) CPRB relativa ao período de apuração (PA) compreendido entre janeiro/2014 e novembro/2015,
deverá ser informada, por meio do Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Sim-
ples Nacional - Declaratório (PGDAS-D), disponível no Portal do Simples Nacional na internet,
no endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional;
c) o recolhimento da CPRB deverá ser realizado mediante Darf.

Nota
Desde 1º.01.2018, o Anexo IV da Lei Complementar nº 123/2006 vigora com redação da Lei Complementar nº 155/2016, con-
forme disposto em seus arts. 2º e 11, inciso III.

Cooperativas de produção - Desoneração

As cooperativas de produção que fabricam os produtos classificados na TIPI, nos códigos cons-
tantes do art. 8º da Lei nº 12.546/2011, na redação da Lei nº 13.670/2018, reproduzidos adiante, são abran-
gidas pela desoneração da folha de pagamento, situação em que a contribuição previdenciária patronal
de 20%, calculada sobre o total da folha de pagamento de empregados, trabalhadores avulsos e contri-
buintes individuais pode ser substituída pela aplicação da alíquota, em geral, de 2,5% sobre o valor da
receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos.

Receita bruta - Apuração

Para efeito da desoneração da folha de pagamento, a receita bruta deve ser considerada sem o
ajuste de que trata o inciso VIII do art. 183 da Lei nº 6.404/1976 (Lei de sociedade por ações).

Nota
A CPRB pode ser apurada utilizando-se os mesmos critérios adotados na legislação da contribuição para o PIS/Pasep e da
Cofins para o reconhecimento no tempo de receitas e para o diferimento do pagamento dessas contribuições.

Na determinação da base de cálculo da CPRB serão excluídos:


a) a receita bruta decorrente de exportações;

Nota
A receita bruta proveniente de vendas a empresas comerciais exportadoras compõe a base de cálculo da CPRB.
268 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) a receita bruta decorrente de transporte internacional de carga;


c) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;
d) o IPI, se incluído na receita bruta;
e) o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de
substituto tributário;
f) a receita bruta reconhecida pela construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhora-
mento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo intangível representativo de direito de
exploração, no caso de contratos de concessão de serviços públicos.

Nota
No caso de contrato de concessão de serviços públicos, a receita decorrente da construção, recuperação, reforma, am-
pliação ou melhoramento da infraestrutura, cuja contrapartida seja ativo financeiro representativo de direito contratual
incondicional de receber caixa ou outro ativo financeiro, integrará a base de cálculo da contribuição à medida do efetivo
recebimento.

g) o valor do aporte de recursos realizado nos termos do § 2º do art. 6º da Lei nº 11.079/2004 (que
institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito da
administração pública).

Nota
A parcela excluída nos termos da letra “g” deverá ser computada na determinação da base de cálculo da CPRB em cada
período de apuração durante o prazo restante previsto no contrato para construção, recuperação, reforma, ampliação ou
melhoramento da infraestrutura que será utilizada na prestação de serviços públicos.

Informações e recolhimento
A CPRB deverá ser:
a) apurada e paga de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica;
b) informada na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF); e
c) recolhida em Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) até o dia 20 do mês
subsequente ao da competência em que se tornar devida. Se não houver expediente na data
mencionada, o recolhimento deverá ser efetuado até o dia útil imediatamente anterior.

A DCTF e a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à


Previdência Social (GFIP) das empresas sujeitas à CPRB serão apresentadas na forma estabelecida pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) em ato específico.

Notas
(1) Após o envio dos eventos de fechamento dos eventos periódicos do eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obri-
gações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas), as contribuições previdenciárias passarão a ser efetuadas por meio do
Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) emitido pelo DCTFWeb, observadas as normas do eSocial.
(2) A GFIP será substituída pelos eventos do eSocial, nos seguintes prazos:
a) 1º grupo (entidades empresariais com faturamento acima de R$ 78.000.000,00 em 2016):
- agosto/2018 - para efeitos previdenciários;
- data a ser definida futuramente - para fins de FGTS (**);
b) 2º grupo (entidades empresariais com faturamento até R$ 78.000.000,00 em 2016, exceto optantes pelo Simples Nacional):
- abril/2019 - para efeitos previdenciários (empresas com faturamento acima de R$ 4.800.000,00 em 2017) (*);
- data a ser definida futuramente - para efeitos previdenciários (empresas não integrantes dos 3º e 4º grupos e as constituí-
das após 2017, independentemente do faturamento) (*);
Guia de Cálculos Trabalhistas 269

- data a ser definida futuramente - para fins de FGTS (**);


c) 3º grupo (empresas optantes pelo Simples Nacional, empregadores pessoa física (exceto doméstico), produtor rural PF
e entidades sem fins lucrativos) - data a ser definida futuramente (**);
d) 4º grupo (órgãos públicos do âmbito federal e organizações internacionais) - data a ser definida futuramente (**);
e) 5º grupo (entes públicos de âmbito estadual e Distrito Federal) - data a ser definida futuramente;
f) 6º grupo (entes públicos de âmbito municipal, comissões polinacionais e consórcios públicos) - data a ser definida
futuramente.
(*) cronograma publicado em http://portal.esocial.gov.br/institucional/ambiente-de-producao-empresas.
(**) A Circular Caixa nº 865/2019 determinou que, durante o período de adaptação à obrigatoriedade do eSocial, os em-
pregadores de todos os grupos (1, 2, 3 e 4) poderão utilizar a GRF e a GRRF por prazo indeterminado, ou seja, não há data
definida para o início da adoção da nova guia (GRFGTS).

Atividades desoneradas e não desoneradas simultâneas - Contribuição previdenciária - Cálculo

No caso de empresas que se dedicam a outras atividades, além das abrangidas pela desoneração,
o cálculo da CPRB obedecerá:
a) à aplicação da alíquota correspondente à desoneração, conforme o caso, quanto à parcela
da receita bruta correspondente às atividades abrangidas pela substituição da base de cál-
culo; e
b) quanto à parcela da receita bruta relativa a atividades não sujeitas à CPRB, a 20%, sobre a
remuneração de empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, reduzindo-se
o valor da contribuição a recolher ao percentual resultante da razão entre a receita bruta de
atividades não relacionadas aos serviços ou à fabricação dos produtos abrangidos pela subs-
tituição e a receita bruta total.

Nota
O valor da receita bruta decorrente de exportações será computado no cálculo da proporcionalidade a que se refere a letra
“b”, tanto na receita bruta de atividades não relacionadas à desoneração, quanto na receita bruta total.

A regra de proporcionalização aplica-se somente às empresas que se dediquem às atividades de-


soneradas, se a receita bruta decorrente dessas atividades for inferior a 95% da receita bruta total. Caso
seja ultrapassado esse limite, a CPRB será calculada sobre a receita bruta total auferida no mês

Nota
As disposições anteriormente mencionadas não se aplicam às empresas para as quais a substituição da contribuição pre-
videnciária sobre a folha de pagamento pela contribuição sobre a receita bruta estiver vinculada ao seu enquadramento
no CNAE.

Nos meses em que não auferirem receita relativa às atividades desoneradas, ou seja, auferirem
apenas receitas relativas as atividades não desoneradas, as empresas deverão recolher as contribui-
ções de 20% sobre a totalidade da folha de pagamentos.

Nos meses em que não auferirem receita relativa a atividades não abrangidas pela desoneração,
ou seja, auferirem apenas receitas relativas às atividades desoneradas, as empresas deverão recolher a
contribuição sobre a receita bruta total, não sendo aplicada a proporcionalidade.

Importante
As empresas que se dedicam exclusivamente às atividades desoneradas, nos meses em que não auferirem receita, não
recolherão as contribuições relativas a 20% sobre a folha de pagamento.
270 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo
Elaboramos dois exemplos relativos à apuração do valor da contribuição previdenciária básica de empresas que
exercem atividade de TI/TIC, conforme a seguir.
Cálculos
a) empresas que exploram somente a atividade de TI e TIC
Considerando que em agosto/2019 a empresa conte com:
Folha de pagamento = R$ 30.000,00
Receita bruta com as exclusões permitidas = R$ 80.000,00
Contribuição substitutiva sobre a receita - alíquota = 4,5%
Assim, temos:
4,5% de R$ 80.000,00 = R$ 3.600,00
Nesta hipótese, não há a contribuição de 20% sobre a folha de pagamento, posto que a empresa exerce tão
somente atividades de TI/TIC.
Antes da desoneração, esta empresa observava a contribuição previdenciária básica sobre folha de pagamento
equivalente a:
20% de R$ 30.000,00 = R$ 6.000,00
Portanto, neste caso, a desoneração foi positiva pois acarretou significativa diminuição da carga tributária
b) empresas que exploram a atividade de TI/TIC e outras atividades não relacionadas a TI/TIC
Considerando que, em agosto/2019, a empresa conte com:
Folha de pagamento = R$ 30.000,00
Receita bruta total = R$ 150.000,00
Receita bruta de atividades de TI/TIC = R$ 105.000,00
Receita bruta de atividades não relacionadas TI/TIC = R$ 45.000,00
Cálculo:
Contribuição sobre a receita bruta TI/TIC
4,5% de R$ 105.000,00 = R$ 4.725,00
Apuração da contribuição sobre a folha:
Receita bruta de atividades não relacionadas a TI/TIC ÷ Receita bruta total × 100
R$ 45.000,00 ÷ R$ 150.000,00 × 100
0,3 × 100 = 30%
Contribuição previdenciária normal sobre a folha de pagamento
20% de R$ 30.000,00 = R$ 6.000,00
Apuração da contribuição sobre a folha:
Receita bruta de atividades não relacionadas a TI/TIC ÷ Receita bruta total × 100
R$ 45.000,00 ÷ R$ 150.000,00 × 100
0,3 × 100 = 30%
Contribuição previdenciária normal sobre a folha de pagamento
20% de R$ 30.000,00 = R$ 6.000,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 271

Contribuição devida
30% de R$ 6.000,00 = R$ 1.800,00
Contribuição previdenciária total
a) sobre a receita bruta = R$ 4.725,00;
b) contribuição sobre a folha de pagamento = R$ 1.800,00.
Antes da desoneração, esta empresa teria sobre a folha de pagamento a contribuição previdenciária básica de
R$ 6.000,00 (20% de R$ 30.000,00).
Após a desoneração, a contribuição previdenciária básica da empresa, considerando a incidente sobre a folha
de pagamento e a incidente sobre a receita, é de R$ 6.525,00 (R$ 4.725,00 + R$ 1.800,00). Portanto, neste caso, a
desoneração acarretou acréscimo da carga tributária.
Lembre-se que as demais contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento (GIIL-RAT, terceiros, etc.)
continuam inalteradas. A substituição atinge tão somente a contribuição previdenciária básica de 20%.

Situações em que a substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária não será


aplicada

A substituição da base de cálculo da contribuição previdenciária não será aplicada:


a) as empresas de TI e TIC que exerçam as atividades de representação, distribuição ou revenda
de programas de computador, cuja receita bruta decorrente dessas atividades seja igual ou
superior a 95% da receita bruta total;
b) a empresas do setor industrial que produzam itens diversos dos listados no Anexo V, reprodu-
zido adiante cuja receita bruta decorrente da produção desses itens seja igual ou superior a
95% da receita bruta total.

Recolhimento - Prazo

A data de recolhimento das contribuições previdenciárias calculadas sobre a receita bruta é até o
dia 20 do mês subsequente ao da competência, antecipando-se o recolhimento para o dia útil imedia-
tamente anterior quando não houver expediente bancário no dia 20.

Contribuição previdenciária básica sobre a folha de 13º salário

Tratando-se de empresas que se dedicam a outras atividades, além das desoneradas, o cálculo da
contribuição para o 13º salário será realizado com observância dos seguintes critérios:
a) para fins de cálculo da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas à desonera-
ção e a receita bruta total aplicada ao 13º salário, será considerada a receita bruta acumulada
nos 12 meses anteriores ao mês de dezembro de cada ano-calendário, portanto, no período de
novembro do ano em curso a dezembro do ano anterior;
b) no caso de empresa em início de atividades ou que ingressar no regime de tributação CPRB,
no decurso do ano, a apuração mencionada na letra “a” será realizada de forma proporcional à
data do início de atividades ou da entrada da empresa no regime de substituição.

O cálculo da contribuição previdenciária referente ao 13º salário pago na rescisão será realizado
utilizando-se a mesma sistemática aplicada às contribuições relativas às demais parcelas do salário-de-
-contribuição pagas no mês.
272 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo
Considerando que, no ano de 2019, a empresa se encontrava sob o regime da desoneração e contou com:
Receita bruta total = R$ 600.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)
Receita bruta de atividade desonerada = R$ 450.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)
Receita bruta de atividades não desoneradas = R$ 150.000,00 - (período de dezembro/2018 a novembro/2019)
Folha de 13º salário = R$ 9.000,00
Cálculo:
R$ 9.000,00 - base de cálculo sobre a qual incidiria a contribuição previdenciária básica de 20%
R$ 1.800,00 (20% de R$ 9.000,00)
Apurado o valor da contribuição, aplicou-se sobre ele o percentual resultante da razão da receita bruta anual
das atividades não relacionadas com a desoneração e a receita bruta total.
Assim, temos:
R$ 150.000,00 ÷ R$ 600.000,00 = 0,25
R$ 1.800,00 × 0,25 = R$ 450,00
R$ 450,00 - valor da contribuição previdenciária sobre a folha de 13º salário correspondente ao período alcan-
çado pela desoneração.
Obs.: Se não tivesse ocorrido a desoneração, esta empresa iria recolher sobre o valor da folha do 13º salário a
importância de R$ 1.800,00 correspondente à contribuição previdenciária básica de 20% (20% de R$ 9.000,00).

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MEDIANTE CESSÃO DE MÃO DE OBRA - RETENÇÃO


PREVIDENCIÁRIA

No caso de contratação de empresas que estejam sujeitas à CPRB, para a execução dos serviços
desonerados reproduzidos no Anexo IV adiante, mediante cessão de mão de obra, na forma definida
pelo art. 31 da Lei nº 8.212/1991 e para fins de elisão da responsabilidade solidária, a empresa contratante
deverá reter 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços emitida por empresas:
a) prestadoras de Serviços de Tecnologia da Informação (TI) e de Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC);
b) de teleatendimento;
c) de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal,
intermunicipal em região metropolitana, interestadual e internacional enquadradas nas clas-
ses 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0;
d) de transporte ferroviário de passageiros, enquadradas nas subclasses 4912-4/01 e 4912-4/02 da
CNAE 2.0;
e) de transporte metroferroviário de passageiros, enquadradas na subclasse 4912-4/03 da
CNAE 2.0;
f) de construção civil enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0; e
g) de construção civil de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da
CNAE 2.0.

A empresa prestadora de serviços (contratada) deverá comprovar à empresa contratante a opção


pela tributação substitutiva e declarar que recolhe a contribuição previdenciária sobre a receita bruta,
conforme modelo previsto no Anexo III da Instrução Normativa RFB nº 1.812/2018.
Guia de Cálculos Trabalhistas 273

Serão aplicadas à retenção previdenciária em comento, no que couber, as disposições previstas


nos arts. 112 a 150 e 191 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009.

Aplica-se o disposto anteriormente apenas aos serviços listados nos arts. 117 e 118 da Instrução
Normativa RFB nº 971/2009, que estiverem sujeitos à CPRB.

Caso a empresa contratada não tenha optado pela tributação substitutiva, a empresa contratante
fica obrigada à retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, nos ter-
mos do art. 31 da Lei nº 8.212/1991.

A empresa contratada deverá destacar na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços o valor da
retenção no percentual de 3,5%, responsabilizando-se pela informação prestada à contratante.

EFD-CONTRIBUIÇÕES - OBRIGATORIEDADE

As empresas que optarem pela contribuição substitutiva estarão obrigadas, em relação a esta
contribuição, a adotar e escriturar a Escrituração Fiscal Digital das Contribuições incidentes sobre a
Receita (EFD-Contribuições).

Nota
A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012, art. 4º, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.876/2019, determina que as
empresas que substituíram a contribuição previdenciária de 20% sobre a folha de pagamento pela CPRB estão obrigadas,
em relação a esta contribuição, a adotar e escriturar a EFD-Contribuições.
Ressalte-se, entretanto, que a referida obrigatoriedade de escrituração da CPRB na EFD-Contribuições não se aplica aos
fatos geradores ocorridos a partir dos prazos de obrigatoriedade (definidos na Instrução Normativa RFB nº 1.701/2017, art. 2º),
para a escrituração desta contribuição na EFD-Reinf.

RELAÇÃO DE ATIVIDADES SUJEITAS À INCIDÊNCIA DA CPRB, A CONTAR DE 1º.09.2018


Relação de Atividades Sujeitas à CPRB a partir de 1º.09.2018
(Anexo IV da Instrução Normativa RFB nº 1.436, de 30 de dezembro de 2013,
na redação da Instrução Normativa RFB nº 1.812/2018)
SETOR ALÍQUOTA
1. Serviços de Tecnologia da Informação (TI) e de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
Análise e desenvolvimento de sistemas
Programação
Processamento de dados e congêneres
Elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos
Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação
Assessoria e consultoria em informática
Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de compu- 4,5%
tação e bancos de dados
Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas
Atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados
Suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de compu-
tação e bancos de dados, bem como serviços de suporte técnico em equipamentos de informática em geral.
Execução continuada de procedimentos de preparação ou processamento de dados de gestão empresarial,
pública ou privada, e gerenciamento de processos de clientes, com o uso combinado de mão de obra e sis-
temas computacionais (BPO)
2. Teleatendimento
Call center 3%
3. Setor de Transportes e Serviços Relacionados
274 Guia de Cálculos Trabalhistas

SETOR ALÍQUOTA
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal em região metro-
politana, intermunicipal, interestadual e internacional enquadradas nas classes 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0
2%
Transporte ferroviário de passageiros, enquadradas nas subclasses 4912-4/01 e 4912-4/02 da CNAE 2.0
Transporte metroferroviário de passageiros, enquadradas na subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.0
Transporte rodoviário de cargas, enquadradas na classe 4930-2 da CNAE 2.0
1,5%
4. Construção Civil
Empresas do setor de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.01
Empresas de construção civil de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da 4,5%
CNAE 2.0
5. Jornalismo
Empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens de que trata a Lei nº 10.610, de 20 de
1,5%
dezembro de 2002, enquadradas nas classes 1811-3, 5811-5, 5812-3, 5813-1, 5822-1, 5823-9, 6010-1, 6021-7 e 6319-
4 da CNAE 2.0.
6. Setor Industrial (Enquadradas na Tabela de Incidência do Imposto sobre Itens Industrializados - TIPI, apro-
vada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011) Ver Anexo V
Empresas que produzem os itens classificados na TIPI nos códigos referidos no Anexo V

RELAÇÃO DE ITENS CUJA FABRICAÇÃO FACULTA A CPRB A PARTIR DE 1º.09.2018


Relação de itens cuja fabricação faculta a CPRB a partir de 1º.09.2018
(Anexo V da Instrução Normativa RFB nº 1.436/2013,
na redação da Instrução Normativa RFB nº 1.812/2018)
NCM ALÍQUOTA
02.03 1%
0206.30.00 1%
0206.4 1%
02.07 1%
02.09 1%
0210.1 1%
0210.99.00 1%
03.02(exceto 03.02.90.00) 2,5%
03.03 1%
03.04 1%
1601.00.00 1%
1602.3 1%
1602.4 1%
3926.20.00 2,5%
40.15 2,5%
4016.93.00 2,5%
41.04 2,5%
41.05 2,5%
41.06 2,5%
41.07 2,5%
41.14 2,5%
42.03 2,5%
43.03 2,5%
4818.50.00 2,5%
5004.00.00 2,5%
5005.00.00 2,5%
5006.00.00 2,5%
50.07 2,5%
5104.00.00 2,5%
Guia de Cálculos Trabalhistas 275

NCM ALÍQUOTA
51.05 2,5%
51.06 2,5%
51.07 2,5%
51.08 2,5%
51.09 2,5%
5110.00.00 2,5%
51.11 2,5%
51.12 2,5%
5113.00 2,5%
5203.00.00 2,5%
52.04 2,5%
52.05 2,5%
52.06 2,5%
52.07 2,5%
52.08 2,5%
52.09 2,5%
52.10 2,5%
52.11 2,5%
52.12 2,5%
53.06 2,5%
53.07 2,5%
53.08 2,5%
53.09 2,5%
53.10 2,5%
5311.00.00 2,5%
Capítulo 54 (exceto 5402.46.00; 5402.47.00; e 5402.33.10) 2,5%
Capítulo 55 2,5%
Capítulo 56 2,5%
Capítulo 57 2,5%
Capítulo 58 2,5%
Capítulo 59 2,5%
Capítulo 60 2,5%
Capítulo 61 2,5%
Capítulo 62 2,5%
Capítulo 63 2,5% (exceto 6309.00,
que contribui com 1,5%)
64.01 1,5%
64.02 1,5%
64.03 1,5%
64.04 1,5%
64.05 1,5%
64.06 1,5%
6505.00 2,5%
6812.91.00 2,5%
7303.00.00 2,5%
7304.11.00 2,5%
7304.19.00 2,5%
7304.22.00 2,5%
7304.23.10 2,5%
7304.23.90 2,5%
7304.24.00 2,5%
7304.29.10 2,5%
276 Guia de Cálculos Trabalhistas

NCM ALÍQUOTA
7304.29.31 2,5%
7304.29.39 2,5%
7304.29.90 2,5%
7305.11.00 2,5%
7305.12.00 2,5%
7305.19.00 2,5%
7305.20.00 2,5%
7306.11.00 2,5%
7306.19.00 2,5%
7306.21.00 2,5%
7306.29.00 2,5%
7308.20.00 2,5%
7308.40.00 2,5%
7309.00.10 2,5%
7309.00.90 2,5%
7311.00.00 2,5%
7315.11.00 2,5%
7315.12.10 2,5%
7315.12.90 2,5%
7315.19.00 2,5%
7315.20.00 2,5%
7315.81.00 2,5%
7315.82.00 2,5%
7315.89.00 2,5%
7315.90.00 2,5%
8307.10.10 2,5%
8308.10.00 2,5%
8308.20.00 2,5%
8401 2,5%
8402 2,5%
8403 2,5%
8404 2,5%
8405 2,5%
8406 2,5%
8407 2,5%
8408 2,5%
8410 2,5%
8412 (exceto 8412.2, 8412.30.00, 8412.40 e 8412.50) 2,5%
8413 2,5%
8414 2,5%
8415 2,5%
8416 2,5%
8417 2,5%
8418(exceto 8418.69.30, 8418.69.40) 2,5%
8419 2,5%
8420 2,5%
8421 2,5%
8422 (exceto 8422.11.90 e 8422.19.00) 2,5%
8423 2,5%
8424 2,5%
8425 2,5%
8426 2,5%
Guia de Cálculos Trabalhistas 277

NCM ALÍQUOTA
8427 2,5%
8428 2,5%
8429 2,5%
8430 2,5%
8431 2,5%
8432 2,5%
8433 2,5%
8434 2,5%
8435 2,5%
8436 2,5%
8437 2,5%
8438 2,5%
8439 2,5%
8440 2,5%
8441 2,5%
8442 2,5%
8443 2,5%
8444 2,5%
8445 2,5%
8446 2,5%
8447 2,5%
8448 2,5%
8449 2,5%
8452 2,5%
8453 2,5%
8454 2,5%
8455 2,5%
8456 2,5%
8457 2,5%
8458 2,5%
8459 2,5%
8460 2,5%
8461 2,5%
8462 2,5%
8463 2,5%
8464 2,5%
8465 2,5%
8466 2,5%
8467 2,5%
8468 2,5%
8470.50.90 2,5%
8470.90.10 2,5%
8470.90.90 2,5%
8472 2,5%
8474 2,5%
8475 2,5%
8476 2,5%
8477 2,5%
8478 2,5%
8479 2,5%
8480 2,5%
8481 2,5%
8482 2,5%
8483 2,5%
8484 2,5%
278 Guia de Cálculos Trabalhistas

NCM ALÍQUOTA
8485 2,5%
8486 2,5%
8487 2,5%
8501 2,5%
8502 2,5%
8503 2,5%
8505 2,5%
8514 2,5%
8515 2,5%
8543 2,5%
8701.10.00 2,5%
8701.30.00 2,5%
8701.94.10 2,5%
8701.95.10 2,5%
87.02 (exceto 8702.90.10) 1,5%
8704.10.10 2,5%
8704.10.90 2,5%
8705.10.10 2,5%
8705.10.90 2,5%
8705.20.00 2,5%
8705.30.00 2,5%
8705.40.00 2,5%
8705.90.10 2,5%
8705.90.90 2,5%
8706.00.20 2,5%
87.07 2,5%
8707.90.10 2,5%
8708.29.11 2,5%
8708.29.12 2,5%
8708.29.13 2,5%
8708.29.14 2,5%
8708.29.19 2,5%
8708.30.11 2,5%
8708.40.11 2,5%
8708.40.19 2,5%
8708.50.11 2,5%
8708.50.12 2,5%
8708.50.19 2,5%
8708.50.91 2,5%
8708.70.10 2,5%
8708.94.11 2,5%
8708.94.12 2,5%
8708.94.13 2,5%
8709.11.00 2,5%
8709.19.00 2,5%
8709.90.00 2,5%
8716.20.00 2,5%
8716.31.00 2,5%
8716.39.00 2,5%
8804.00.00 2,5%
9015 2,5%
9016 2,5%
9017 2,5%
9022 2,5%
9024 2,5%
Guia de Cálculos Trabalhistas 279

NCM ALÍQUOTA
9025 2,5%
9026 2,5%
9027 2,5%
9028 2,5%
9029 2,5%
9031 2,5%
9032 2,5%
9506.91.00 2,5%
96.06 2,5%
96.07 2,5%
9620.00.00 2,5%

CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA APOSENTADORIA ESPECIAL E DOS


BENEFÍCIOS CONCEDIDOS EM RAZÃO DO GRAU DE INCIDÊNCIA DE INCAPACIDADE
LABORATIVA DECORRENTE DOS RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO (GIIL-RAT) E O FATOR
ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP)
A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos bene-
fícios concedidos em razão do “grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho” (GIIL RAT), observadas outras disposições legais sobre acréscimo de alíquotas,
no caso de exercício de atividade em condições especiais que possam ensejar a concessão de aposen-
tadoria especial após 15 anos, 20 anos ou 25 anos de trabalho sob exposição a agentes nocivos prejudi-
ciais à saúde e à integridade física do trabalhador, corresponde à aplicação dos seguintes percentuais,
incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do
mês, ao segurado empregado e ao trabalhador avulso:
a) 1% para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho é consi-
derado leve;
b) 2% para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho é consi-
derado médio; ou
c) 3% para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho é consi-
derado grave.

A Lei nº 8.212/1991 determina que considera-se preponderante a atividade econômica que ocupa,
na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos.

O Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, determina que
considera-se preponderante a atividade que ocupa, em cada estabelecimento da empresa, o maior nú-
mero de segurados empregados e de trabalhadores avulsos; sendo considerado estabelecimento da
empresa a dependência, matriz ou filial, que tenha número de Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
(CNPJ) próprio e a obra de construção civil executada sob sua responsabilidade.

Entretanto, a Receita Federal do Brasil (RFB), por meio da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de-
termina ser preponderante a atividade que ocupa, em cada estabelecimento da empresa, o maior número
de empregados e trabalhadores avulsos, observado que, na ocorrência de mesmo número de empregados
e avulsos em atividades distintas, será considerada preponderante aquela que corresponder ao maior
grau de risco.

Lembramos que a contribuição denominada “GIILRAT” também é conhecida como Riscos Ambien-
tais do Trabalho (RAT) ou, ainda, como a antiga taxa de Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT).
280 Guia de Cálculos Trabalhistas

Enquadramento da empresa no grau de risco


A contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do GIIL RAT será calcu-
lada com base no grau de risco da atividade.

O enquadramento da atividade nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da em-


presa, e deve ser feito mensalmente, com base em sua atividade econômica preponderante, observados
o código na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da atividade e a alíquota corres-
pondente ao grau de risco, constantes do Anexo V do (RPS), com redação do Decreto nº 10.410/2020, e
do Anexo I da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com as seguintes regras:
a) empresa com um estabelecimento e uma única atividade econômica será enquadrada na res-
pectiva atividade;
b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica simulará o en-
quadramento em cada atividade e prevalecerá, como preponderante, aquela que tem o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos;
c) a empresa com mais de um estabelecimento e com mais de uma atividade econômica deverá
apurar a atividade preponderante em cada estabelecimento, na forma da letra "b", exceto com
relação à obra de construção civil;

Nota
A Súmula STJ nº 351 dispõe:
“A alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT) é aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada
empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um
registro.”

d) os órgãos da Administração Pública Direta, tais como Prefeituras, Câmaras, Assembleias Le-
gislativas, Secretarias e Tribunais, identificados com inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) serão enquadrados na respectiva atividade, observado o disposto na Instrução
Normativa RFB nº 971/2009, art. 72, § 9º;
e) a empresa de trabalho temporário será enquadrada na atividade com a descrição “7820-5/00
Locação de Mão de Obra Temporária”.

Obra de construção civil


A obra de construção civil edificada por empresa cujo objeto social não seja construção ou pres-
tação de serviços na área de construção civil será enquadrada no código CNAE e grau de risco próprios
da construção civil, e não da atividade econômica desenvolvida pela empresa.

Os trabalhadores alocados na obra não serão considerados para fins de enquadramento.

Erro no autoenquadramento
Verificado erro no autoenquadramento, a RFB adotará as medidas necessárias à sua correção e,
se for o caso, constituirá o crédito tributário decorrente.

Atividades que ensejam a concessão de aposentadoria especial - Contribuição adicional


No caso de o segurado exercer atividade em condições especiais que possam ensejar a conces-
são de aposentadoria especial após 15 anos, 20 anos ou 25 anos de trabalho sob exposição a agentes
nocivos prejudiciais à sua saúde, é devida a contribuição adicional de 12%, 9% e 6%, respectivamente.
Guia de Cálculos Trabalhistas 281

Cooperativas de produção - Trabalho em condições especiais - Contribuição adicional

Havendo o exercício de atividade em condições especiais que possam ensejar a concessão de


aposentadoria especial após 15 anos, 20 anos ou 25 anos de trabalho sob exposição a agentes nocivos
prejudiciais à saúde, a cooperativa de produção recolherá sobre a remuneração paga ou creditada ao
contribuinte individual a ela filiado a contribuição adicional de 12%, 9% e 6%, respectivamente.

Nota

O inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991 determinava que as empresas tomadoras de serviço de cooperados intermedia-
dos por cooperativas de trabalho ficavam obrigadas a recolher a contribuição previdenciária correspondente à aplicação
da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. Desde 1º.04.2003, esta
alíquota foi acrescida de 9%, 7% ou 5% se o exercício de atividade na empresa tomadora sujeitasse os cooperados a con-
dições especiais que prejudicassem a sua saúde ou a sua integridade física e permitissem a concessão de aposentadoria
especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente.
Ocorre que, em decisão prolatada, com a repercussão geral reconhecida, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 595.838,
o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991.
Por meio do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5/2015, o Secretário da Receita Federal do Brasil esclareceu que a RFB
não constituirá crédito tributário decorrente da contribuição adicional de 9%, 7% ou 5%, a cargo da empresa tomadora de
serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação
de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou
25 anos de contribuição, respectivamente. O entendimento foi exarado, considerando a mencionada decisão prolatada
pelo STF.
Por meio das Soluções de Consulta Cosit nºs 152 e 99.012/2015, publicadas no DOU de 23.06.2015 e no de 11.11.2015, respec-
tivamente, a RFB esclareceu que, diante da declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991,
deixa de ser devida pela empresa tomadora de serviços a contribuição de 15% sobre o valor da nota fiscal ou fatura de
prestação de serviços por intermédio de cooperativa de trabalho.
Por fim, o Senado Federal, por meio da Resolução SF nº 10/2016, suspendeu a execução do inciso IV do art. 22 da Lei nº
8.212/1991, em observância ao art. 52, X, da Constituição Federal, o qual determina que compete privativamente ao Senado
Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF.

Empresa de cessão de mão de obra


A empresa contratante de serviços mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de
trabalho temporário, ao submeter os trabalhadores cedidos a condições especiais de trabalho que pos-
sam ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15 anos, 20 anos ou 25 anos de contribuição,
deverá efetuar a retenção de 11% sobre o valor dos serviços prestados, acrescida dos percentuais de 4%,
3% ou 2%, respectivamente.

Base de cálculo da contribuição adicional


A contribuição adicional incide, exclusivamente, sobre a remuneração do trabalhador (empregado,
avulso e cooperado) sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde.

Fator Acidentário de Prevenção (FAP) - Redução ou aumento da alíquota


As alíquotas de 1%, 2% ou 3% serão reduzidas em até 50% ou aumentadas em até 100%, em razão
do desempenho da empresa, individualizada pelo seu CNPJ em relação à sua respectiva atividade eco-
nômica, aferido pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP) apurado em conformidade com os resultados
obtidos a partir dos índices de frequência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada
pelo Conselho Nacional de Previdência (CNP).
282 Guia de Cálculos Trabalhistas

A Resolução CNPS nº 1.327/2015, por sua vez, determina que o FAP da empresa com mais de um
estabelecimento será calculado para cada estabelecimento, identificado pelo seu CNPJ completo.

Cálculo

O FAP consiste em um multiplicador variável em um intervalo contínuo de 0,5000 a 2,0000, consi-


derado o critério de truncamento na 4ª casa decimal, a ser aplicado à respectiva alíquota (1%, 2% ou 3%).

Para fins da redução ou majoração, o desempenho da empresa, individualizada pelo seu CNPJ
será discriminado em relação à sua atividade econômica, a partir da criação de índice composto pelos
índices de gravidade, de frequência e de custo que pondera os respectivos percentis.

Geração de índices de frequência, gravidade e custo

Importante
As orientações a seguir, observam as disposições da Resolução CNPS nº 1.316/2010, com nova redação dada ao seu
anexo pela Resolução CNP nº 1.329/2017, o qual passou a produzir efeitos a partir do cálculo do FAP 2017, com vigência
em 2018.

A matriz para os cálculos da frequência, gravidade e custo, e para o cálculo do FAP, será composta
pelos registros de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT) de óbito e de benefícios de natureza
acidentária, excetuados os decorrentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de
outro instrumento que vier a substituí-la.

Os benefícios de natureza acidentária serão contabilizados no CNPJ completo (14 dígitos) ao qual
ficou vinculado quando da sua concessão.

A geração do índice de frequência, do índice de gravidade e do índice de custo para cada um dos
estabelecimentos se faz do seguinte modo:

Índice de frequência

Indica o quantitativo de benefícios e mortes por acidente de trabalho no estabelecimento.

Para esse índice são computados os registros de benefícios das espécies B91 - Auxílio-doença por
acidente de trabalho, B92 - Aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho, B93 - Pensão por morte
por acidente de trabalho e B94 - Auxílio-acidente por acidente de trabalho, assim como as CATs de óbito
para as quais não houve a concessão de B93 - Pensão por morte por acidente de trabalho.

Para todos os eventos serão excetuados os decorrentes de trajeto, assim identificados por meio
da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a substituí-la.

Índice de gravidade
Indica a gravidade das ocorrências acidentárias em cada estabelecimento.

Para esse índice são computados todos os casos de B91 - Auxílio-doença por acidente de traba-
lho, B92 - Aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho, B93 - Pensão por morte por acidente de
trabalho e B94 - Auxílio-acidente por acidente de trabalho, assim como as CATs de óbito para as quais
não houve a concessão de B93 - Pensão por morte por acidente de trabalho, excetuados os decorrentes
de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a substituí-la.
Guia de Cálculos Trabalhistas 283

É atribuído peso diferente para cada tipo de afastamento em função da gravidade.

O cálculo do índice de gravidade é obtido da seguinte maneira:

Índice de gravidade = ((número de auxílios-doença por acidente de trabalho (B91) × 0,10 + número
de aposentadorias por invalidez (B92) × 0,30 + número de pensões por morte por acidente de trabalho
(B93) + CATs de óbito para as quais não houve a concessão de B93 - Pensão por morte por acidente de
trabalho × 0,50 + o número de auxílios-acidente por acidente de trabalho (B94) × 0,10, excetuados os
decorrentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento que vier
a substituí-la) ÷ número médio de vínculos) × 1.000).

Índice de custo
Representa as despesas da Previdência Social com pagamento de benefícios de natureza aciden-
tária e sua relação com as contribuições das empresas.

Para esse índice são computados os valores pagos pela Previdência em rendas mensais de bene-
fícios, excetuados os decorrentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro
instrumento que vier a substituí-la.

No caso do auxílio-doença por acidente de trabalho (B91), o custo é calculado pelo tempo de afas-
tamento, em meses e fração de mês, do segurado dentro do Período-Base de cálculo do FAP.

Nos casos da aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (B92) e do auxílio-acidente por
acidente de trabalho (B94), os custos são calculados fazendo uma projeção da expectativa de sobrevida
do beneficiário a partir da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional
única para ambos os sexos.

No caso da pensão por morte por acidente de trabalho (B93) os custos serão calculados conside-
rando as regras vigentes para duração do benefício.

O cálculo do índice de custo é obtido da seguinte maneira:

- Índice de custo = ((valor total pago pela Previdência pelos benefícios de auxílio-doença por aci-
dente de trabalho (B91), aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (B92), pensão por morte
por acidente de trabalho (B93) e auxílio-acidente por acidente de trabalho (B94), excetuados os decor-
rentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a
substituí-la) ÷ valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados) × 1.000).

Nota
Com a reforma da Previdência Social (Emenda Constitucional nº 103) o benefício de auxílio-doença passou a ser deno-
minado “benefício por incapacidade temporária” e o benefício de aposentadoria por invalidez passou a ser denominado
“benefício por incapacidade permanente”.

Cálculo anual do FAP


Para o cálculo anual do FAP serão utilizados os dados de janeiro a dezembro de cada ano, até
completar o período de 2 anos, a partir do qual os dados do ano inicial serão substituídos pelos novos
dados anuais incorporados.
284 Guia de Cálculos Trabalhistas

FAP - Cálculo - Início


O FAP será calculado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte àquele ano em que o estabeleci-
mento completar 2 anos de sua constituição.

Róis dos percentis de frequência, gravidade e custo - Divulgação


O Ministério da Economia publica anualmente, sempre no mês de setembro, no Diário Oficial da
União (DOU), os róis dos percentis de frequência, gravidade e custo por Subclasse da CNAE e divulga
na rede mundial de computadores o FAP de cada empresa, com as respectivas ordens de frequência,
gravidade, custo e demais elementos que possibilitem a esta verificar o respectivo desempenho dentro
da sua CNAE-Subclasse.

APLICAÇÃO DO FAP

Ano de 2020
O Fator Acidentário de Prevenção (FAP) calculado em 2019 e vigente para o ano de 2020, junta-
mente com as respectivas ordens de frequência, gravidade, custo e demais elementos que possibilitem
ao estabelecimento (CNPJ completo) verificar o respectivo desempenho dentro da sua Subclasse da
CNAE, foram disponibilizados pelo Ministério da Economia (ME), no dia 30.09.2019, podendo ser acessa-
dos nos sites da Previdência (http://www.previdencia.gov.br) e da Secretaria da Receita Federal do Brasil
- RFB (www.receita.economia.gov.br).

Contestação - Possibilidade
O FAP atribuído aos estabelecimentos (CNPJ completo) pelo Ministério da Economia (ME) pode-
rá ser contestado perante Conselho de Recursos da Previdência Social da Secretaria de Previdência,
exclusivamente por meio eletrônico, por meio de formulário disponibilizado nos sites da Previdência
(http://www.previdencia.gov.br) e da RFB (http://www.receita.fazenda.gov.br). A contestação deverá ver-
sar, exclusivamente, sobre razões relativas a divergências quanto aos elementos previdenciários que
compõem o cálculo do FAP. O prazo para a contestação do FAP 2020, se deu até 13.12.2019.

Da decisão proferida pelo Conselho de Recursos da Previdência Social caberá recurso, exclusiva-
mente por meio eletrônico, no prazo de 30 dias contado da data da publicação do resultado no DOU. O
recurso será examinado em caráter terminativo.

Não será conhecido o recurso sobre matérias que não tenham sido objeto de contestação em 1ª
instância administrativa.

O resultado do julgamento proferido pelo Conselho de Recursos da Previdência Social será publi-
cado no DOU (data em que cessará o efeito suspensivo), e o inteiro teor da decisão será divulgado nos
sites da Previdência e da RFB, com acesso restrito ao estabelecimento (CNPJ completo).

A propositura, pelo contribuinte, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o
qual versa o processo administrativo, importa em renúncia ao direito de recorrer à esfera administrativa
e desistência da impugnação interposta.

Declaração do FAP em GFIP


O Ato Declaratório Executivo Codac nº 3/2010, que dispõe sobre a declaração do FAP em Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP)
Guia de Cálculos Trabalhistas 285

pelas empresas, determinou que para a operacionalização do FAP no Sistema Empresa de Recolhimen-
to do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (Sefip) - o preenchi-
mento do campo "FAP" deverá ser feito com 2 casas decimais, sem arredondamento (truncamento).

Até a adequação do Sefip, a Guia da Previdência Social (GPS) - gerada pelo sistema deverá ser des-
prezada e preenchida manualmente, observando que o FAP a ser aplicado sobre as alíquotas de 1%, 2%
ou 3% deverá conter 4 casas decimais e, portanto, para o cálculo correto da contribuição, as alíquotas a
serem utilizadas após a aplicação do FAP também deverão conter 4 casas decimais.

Importante
Não obstante as citações de GFIP e GPS, observar que:
(1) GFIP
A partir das datas em que a entrega da declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Ou-
tras Entidades e Fundos (DCTFWeb) se tornar obrigatória, as referências à GFIP devem ser entendidas como:
a) DCTFWeb, quando se tratar de instrumento de confissão de dívida ou de informações sobre os valores devidos de
contribuições previdenciárias; e
b) eventos pertinentes do eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Traba-
lhistas) ou da EFD-Reinf (Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais), quando se tratar das
demais informações.
A partir das mencionadas datas, as referências ao manual da GFIP devem ser entendidas como referências ao manual
da DCTFWeb, do eSocial ou da EFD-Reinf, conforme o caso.
(2) GPS
A partir do mês de competência em que a entrega da DCTFWeb se tornar obrigatória as contribuições previdenciárias
e as destinadas a terceiros deverão ser recolhidas, para cada grupo de obrigados, por meio de Darf único (gerado pelo
sistema da DCTFWeb), em substituição à GPS.
(3) DCTFWeb
A entrega da DCTFWeb é obrigatória para tributos com fatos geradores:
a) desde agosto/2018 - para as entidades com faturamento acima de R$ 78.000.000,00 em 2016;
b) desde abril/2019 - para as entidades com faturamento acima de R$ 4.800.00,00 em 2017;
c) em data a ser definida pela RFB - para as empresas com faturamento de até R$ 4.800.000,00, empregadores pessoa
física (exceto doméstico), produtor rural PF e entidades sem fins lucrativos);
d) em data a ser definida pela RFB - para órgãos públicos e organizações internacionais.

Exemplo (dados hipotéticos) - Vigência em 2020

Importante
No Anexo da Portaria SEPREVT nº 1.079/2019 constam os índices de frequência, gravidade e custo, por atividade econô-
mica, considerados para o cálculo do FAP do ano de 2019, com vigência para o ano de 2020.
Sobre a metodologia de apuração do FAP, veja ainda:
a) a Portaria MPS/MF nº 329/2009, a qual dispõe sobre o modo de apreciação das divergências apresentadas pelas
empresas na determinação do FAP;
b) a Resolução CNPS nº 1.316/2010, cujo anexo observa a redação da Resolução CNP 1.329/2017.

1º passo: levantamento das informações e dos eventos ocorridos nos meses de janeiro/2017 a
dezembro/2018:
a) CNAE = 2422-9/02 (produção de laminados planos de aços especiais);
b) número de estabelecimentos na CNAE Subclasse, com todos os insumos necessários ao cál-
culo do FAP = 43 (total de estabelecimentos no Brasil enquadradas no CNAE 2422-9/02, o nú-
mero correto consta da página do FAP);
286 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) RAT = 2% (percentual definido com base no RPS, Anexo V);


d) número médio de vínculos: 1240 (soma-se o número de empregados informados em Sefip/
GFIP em cada um dos meses de janeiro/2017 a dezembro/2018 e divide-se pelo número de
meses desse período)
e) massa salarial: remuneração (base-de-cálculo das contribuições previdenciárias): R$
160.380.500,00 (soma dos salários, incluindo o 13º salário, informado em GFIP/Sefip no período
de janeiro/2017 a dezembro/2018)
f) número de benefícios por acidente de trabalho (B91, B92, B93 e B94) = 57: CATs de óbito para
as quais não houve a concessão de B93;
g) número de CATs de óbito para as quais não houve a concessão de B93 - Pensão por morte por
acidente de trabalho, por estabelecimento, excetuados os decorrentes de trajeto, assim iden-
tificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a substituí-la = 0;
h) auxílio-doença por acidente do trabalho (B91) = 27 casos, auxílio-acidente (B94) = 0, e pensão
por morte por acidente de trabalho = 0 (benefícios iniciados entre janeiro/2017 a dezembro/2018);
i) valor pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a título de auxílio-doença por acidente
de trabalho (B91), aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (B92), pensão por morte
por acidente de trabalho (B93) e auxílio-acidente por acidente de trabalho (B94), excetuados os
decorrentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento
que vier a substituí-la = R$ 529.500,00;
j) aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (B92) = 1 caso (o empregado em questão
se aposentou por invalidez em março/2017 e nessa data tinha 49 anos de idade). No caso de
aposentadoria por invalidez temos que considerar a expectativa de vida do segurado conforme
a tábua de mortalidade do IBGE:

- expectativa de vida do segurado = 31 anos;

- valor da aposentadoria por invalidez = R$ 1.590,00;

- valor projetado pelo INSS = [372 (12 meses × 31) + 31 (abonos anuais de benefício)] × R$ 1.590,00 =
R$ 640.770,00.

2º passo: calcular os índices de gravidade, frequência e custo, com base nas informações acima:
a) fórmula da gravidade:

- índice de gravidade = {[(número de auxílios-doença por acidente de trabalho (B91) × 0,10 + núme-
ro de aposentadorias por invalidez por acidente de trabalho (B92) × 0,30] + [(número de pensões por mor-
te por acidente de trabalho (B93) + CATs de óbito para as quais não houve a concessão de B93 - pensão
por morte por acidente de trabalho × 0,50] + [(o número de auxílios-acidente por acidente de trabalho
(B94) × 0,10, excetuados os decorrentes de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de
outro instrumento que vier a substituí-la)] ÷ número médio de vínculos} × 1000

- índice de gravidade = {[(27 × 0,1) + (1 × 0,3)] + [(0 + 0) × 0,5] + [(0 × 0,1)] ÷ 1240} × 1000

- índice de gravidade = {[2,7 + 0,3] + [0 × 0,5] + [0]÷ 1240} × 1000

- índice de gravidade = {3 ÷ 1240} × 1000

- índice de gravidade = 0,00241935 × 1000

- índice de gravidade 2,4194


Guia de Cálculos Trabalhistas 287

b) fórmula de frequência:

Índice de frequência = [(número de benefícios acidentários (B91, B92, B93 e B94) + acrescido do
número de CATs de óbito para as quais não houve a concessão de B93 - Pensão por morte por acidente
de trabalho, por estabelecimento, excetuados os decorrentes de trajeto, assim identificados por meio
da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a substituí-la) ÷ número médio de vínculos] × 1000

- índice de frequência = [(57 + 0) ÷ 1240] × 1000

- índice de frequência = [57 ÷ 1240] × 1000

- índice de frequência = 0,04596774 × 1000

- índice de frequência = 45,9677

c) fórmula de custo:

Índice de custo = [(valor total pago pela previdência pelos benefícios de auxílio-doença por aciden-
te de trabalho (B91), aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (B92), pensão por morte por
acidente de trabalho (B93) e auxílio-acidente por acidente de trabalho (B94), excetuados os decorrentes
de trajeto, assim identificados por meio da CAT ou por meio de outro instrumento que vier a substituí-la)
÷ valor total de remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados] × 1.000.

Índice de custo = [(R$ 529.500,00 + R$ 640.770,00) ÷ R$ 160.380.500,00] × 1000

Índice de custo = [R$ 1.170.270,00 ÷ R$ 160.380.500,00] × 1000

Índice de custo = 0,007296834 × 1000

Índice de custo = 7,2968

3º passo: saber a colocação da empresa em relação aos seus pares, ou seja, comparar o seu índice
de gravidade com o índice de gravidade das demais empresas pertencentes ao seu CNAE-Subclasse.
Adotar o mesmo procedimento com os índices de frequência e de custo:

Nota
Esse procedimento talvez seja aquele que causa a maior dúvida, na medida em que a Previdência, por uma questão de
sigilo das informações, não divulga o resultado das demais empresas da subclasse.

COLOCAÇÃO CNPJ RAIZ ÍNDICE DE GRAVIDADE


27º xx.xxx.xxx- 2,4194

COLOCAÇÃO CNPJ RAIZ ÍNDICE DE FREQUÊNCIA


32º xx.xxx.xxx- 45,9677

COLOCAÇÃO CNPJ RAIZ ÍNDICE DE CUSTO


25º xx.xxx.xxx- 7,2968

4º passo: calcular o percentil de cada item (gravidade, frequência e custo):

Fórmula do percentil:

100 × (Nordem - 1) ÷ (n - 1)
288 Guia de Cálculos Trabalhistas

Onde:

- “n” é o número de estabelecimentos na Subclasse, com todos os insumos necessários ao cálculo


do FAP

- nordem é a posição (colocação) do índice no ordenamento do estabelecimento na Subclasse

a) gravidade

- posição da empresa: 27º

- percentil de gravidade: [100 × (27 - 1)] ÷ (43 - 1)

- percentil de gravidade: [100 × 26] ÷ 42

- percentil de gravidade: 61,9048%


b) frequência

- posição da empresa: 32º

- percentil de frequência: [100 × (32 - 1)] ÷ (43 - 1)

- percentil de frequência: [100 × 31] ÷ 42

- percentil de frequência: 73,8095%

c) custo

- posição da empresa: 25º

- percentil de custo: [100 × (25 - 1)] ÷ (43 - 1)

- percentil de custo: [100 × 24] ÷ 42

- percentil de custo: 57,1429%

5º passo: calcular o índice composto (IC) - FAP:

Fórmula do IC:

IC = (0,50 × percentil de gravidade + 0,35 × percentil de frequência + 0,15 × percentil de custo) ×


0,02

IC = [(0,50 × 61,9048) + (0,35 × 73,8095) + (0,15 × 57,1429)] × 0,02

IC = [30,9524 + 25,8333 + 8,5714] × 0,02

IC = 65,3571 × 0,02

IC = 1,3071

6º passo: tendo em vista que o FAP ficou acima de 1,00, devemos calcular a redução de 15% sobre
o que excedeu a 1:
Guia de Cálculos Trabalhistas 289

- FAP = IC - (IC - 1) × 0,15.

- FAP = 1,3071 - (1,3071 - 1) × 0,15

- FAP = 1,3071 - 0,04607

- FAP = 1,2610

7º passo: saber qual o RAT ajustado para vigência no ano de 2020:

- alíquota RAT = 2%

- FAP = 1, 1,2610

- RAT ajustado = 2, 5220% (2 × 1,2610)

Enquadramento da empresa - Alteração

Com o objetivo de estimular investimentos destinados a diminuir os riscos ambientais no traba-


lho, a Previdência poderá alterar o enquadramento de empresa que demonstre melhoria das condições
de trabalho, com redução de agravos à saúde do trabalhador, obtida por meio de investimentos em
prevenção e sistemas gerenciais de riscos. Entretanto, a mencionada alteração está condicionada à ine-
xistência de débitos em relação às contribuições previdenciárias e aos demais requisitos estabelecidos
na legislação.

Observar que os órgãos de fiscalização das relações de trabalho encaminharão à Procuradoria-


-Geral Federal os relatórios de análise de acidentes do trabalho com indícios de negligência quanto
às normas-padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para proteção individual e coletiva.
O pagamento de prestações pela previdência social não exclui a responsabilidade civil da empresa.

Relação de atividades preponderantes e correspondentes graus de risco,


conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)
Notas
1. Os códigos e descrições de atividades econômicas desta tabela foram atualizados da CNAE-Subclasses 2.0 para os
constantes da CNAE-Subclasses 2.2, mantendo-se as alíquotas aplicáveis desde 1º de janeiro de 2010, conforme art. 4º do
Decreto nº 6.957, de 9 de setembro de 2009.
2. As alíquotas deste Anexo não se aplicam à pessoa jurídica sujeita à contribuição substitutiva instituída pela Lei nº 10.256,
de 9 de julho de 2001.

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


0111-3/01 Cultivo de arroz 3
0111-3/02 Cultivo de milho 3
0111-3/03 Cultivo de trigo 2
0111-3/99 Cultivo de outros cereais não especificados anteriormente 3
0112-1/01 Cultivo de algodão herbáceo 3
0112-1/02 Cultivo de juta 3
0112-1/99 Cultivo de outras fibras de lavoura temporária não especificadas anteriormente 3
0113-0/00 Cultivo de cana-de-açúcar 3
0114-8/00 Cultivo de fumo 3
0115-6/00 Cultivo de soja 3
0116-4/01 Cultivo de amendoim 2
0116-4/02 Cultivo de girassol 2
290 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


0116-4/03 Cultivo de mamona 3
0116-4/99 Cultivo de outras oleaginosas de lavoura temporária não especificadas anteriormente 3
0119-9/01 Cultivo de abacaxi 2
0119-9/02 Cultivo de alho 2
0119-9/03 Cultivo de batata-inglesa 3
0119-9/04 Cultivo de cebola 2
0119-9/05 Cultivo de feijão 3
0119-9/06 Cultivo de mandioca 3
0119-9/07 Cultivo de melão 3
0119-9/08 Cultivo de melancia 2
0119-9/09 Cultivo de tomate rasteiro 2
0119-9/99 Cultivo de outras plantas de lavoura temporária não especificadas anteriormente 2
0121-1/01 Horticultura, exceto morango 3
0121-1/02 Cultivo de morango 3
0122-9/00 Cultivo de flores e plantas ornamentais 3
0131-8/00 Cultivo de laranja 3
0132-6/00 Cultivo de uva 3
0133-4/01 Cultivo de açaí 1
0133-4/02 Cultivo de banana 3
0133-4/03 Cultivo de caju 2
0133-4/04 Cultivo de cítricos, exceto laranja 3
0133-4/05 Cultivo de coco-da-baía 3
0133-4/06 Cultivo de guaraná 3
0133-4/07 Cultivo de maçã 3
0133-4/08 Cultivo de mamão 2
0133-4/09 Cultivo de maracujá 3
0133-4/10 Cultivo de manga 3
0133-4/11 Cultivo de pêssego 3
0133-4/99 Cultivo de frutas de lavoura permanente não especificadas anteriormente 3
0134-2/00 Cultivo de café 3
0135-1/00 Cultivo de cacau 3
0139-3/01 Cultivo de chá-da-índia 3
0139-3/02 Cultivo de erva-mate 3
0139-3/03 Cultivo de pimenta-do-reino 3
0139-3/04 Cultivo de plantas para condimento, exceto pimenta-do-reino 3
0139-3/05 Cultivo de dendê 3
0139-3/06 Cultivo de seringueira 3
0139-3/99 Cultivo de outras plantas de lavoura permanente não especificadas anteriormente 3
0141-5/01 Produção de sementes certificadas, exceto de forrageiras para pasto 3
0141-5/02 Produção de sementes certificadas de forrageiras para formação de pasto 3
0142-3/00 Produção de mudas e outras formas de propagação vegetal, certificadas 2
0151-2/01 Criação de bovinos para corte 3
0151-2/02 Criação de bovinos para leite 3
0151-2/03 Criação de bovinos, exceto para corte e leite 3
0152-1/01 Criação de bufalinos 3
0152-1/02 Criação de equinos 2
0152-1/03 Criação de asininos e muares 3
0153-9/01 Criação de caprinos 3
0153-9/02 Criação de ovinos, inclusive para produção de lã 3
0154-7/00 Criação de suínos 3
0155-5/01 Criação de frangos para corte 3
0155-5/02 Produção de pintos de um dia 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 291

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


0155-5/03 Criação de outros galináceos, exceto para corte 2
0155-5/04 Criação de aves, exceto galináceos 2
0155-5/05 Produção de ovos 3
0159-8/01 Apicultura 2
0159-8/02 Criação de animais de estimação 3
0159-8/03 Criação de escargô 1
0159-8/04 Criação de bicho-da-seda 1
0159-8/99 Criação de outros animais não especificados anteriormente 2
0161-0/01 Serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas 3
0161-0/02 Serviço de poda de árvores para lavouras 3
0161-0/03 Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita 3
0161-0/99 Atividades de apoio à agricultura não especificadas anteriormente 3
0162-8/01 Serviço de inseminação artificial em animais 2
0162-8/02 Serviço de tosquiamento de ovinos 3
0162-8/03 Serviço de manejo de animais 3
0162-8/99 Atividades de apoio à pecuária não especificadas anteriormente 3
0163-6/00 Atividades de pós-colheita 3
0170-9/00 Caça e serviços relacionados 1
0210-1/01 Cultivo de eucalipto 3
0210-1/02 Cultivo de acácia-negra 3
0210-1/03 Cultivo de pinus 3
0210-1/04 Cultivo de teca 3
0210-1/05 Cultivo de espécies madeireiras, exceto eucalipto, acácia-negra, pinus e teca 2
0210-1/06 Cultivo de mudas em viveiros florestais 3
0210-1/07 Extração de madeira em florestas plantadas 3
0210-1/08 Produção de carvão vegetal - florestas plantadas 3
0210-1/09 Produção de casca de acácia-negra - florestas plantadas 2
Produção de produtos não-madeireiros não especificados anteriormente em florestas
0210-1/99 3
plantadas
0220-9/01 Extração de madeira em florestas nativas 3
0220-9/02 Produção de carvão vegetal - florestas nativas 2
0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em florestas nativas 3
0220-9/04 Coleta de látex em florestas nativas 1
0220-9/05 Coleta de palmito em florestas nativas 3
0220-9/06 Conservação de florestas nativas 3
0220-9/99 Coleta de produtos não-madeireiros não especificados anteriormente em florestas nativas 3
0230-6/00 Atividades de apoio à produção florestal 3
0311-6/01 Pesca de peixes em água salgada 3
0311-6/02 Pesca de crustáceos e moluscos em água salgada 3
0311-6/03 Coleta de outros produtos marinhos 3
0311-6/04 Atividades de apoio à pesca em água salgada 2
0312-4/01 Pesca de peixes em água doce 2
0312-4/02 Pesca de crustáceos e moluscos em água doce 1
0312-4/03 Coleta de outros produtos aquáticos de água doce 1
0312-4/04 Atividades de apoio à pesca em água doce 2
0321-3/01 Criação de peixes em água salgada e salobra 2
0321-3/02 Criação de camarões em água salgada e salobra 2
0321-3/03 Criação de ostras e mexilhões em água salgada e salobra 3
0321-3/04 Criação de peixes ornamentais em água salgada e salobra 2
0321-3/05 Atividades de apoio à aquicultura em água salgada e salobra 2
Cultivos e semicultivos da aquicultura em água salgada e salobra não especificados
0321-3/99 2
anteriormente
292 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


0322-1/01 Criação de peixes em água doce 3
0322-1/02 Criação de camarões em água doce 2
0322-1/03 Criação de ostras e mexilhões em água doce 2
0322-1/04 Criação de peixes ornamentais em água doce 2
0322-1/05 Ranicultura 3
0322-1/06 Criação de jacaré 3
0322-1/07 Atividades de apoio à aquicultura em água doce 2
0322-1/99 Cultivos e semicultivos da aqüicultura em água doce não especificados anteriormente 3
0500-3/01 Extração de carvão mineral 3
0500-3/02 Beneficiamento de carvão mineral 3
0600-0/01 Extração de petróleo e gás natural 3
0600-0/02 Extração e beneficiamento de xisto 3
0600-0/03 Extração e beneficiamento de areias betuminosas 3
0710-3/01 Extração de minério de ferro 3
0710-3/02 Pelotização, sinterização e outros beneficiamentos de minério de ferro 3
0721-9/01 Extração de minério de alumínio 3
0721-9/02 Beneficiamento de minério de alumínio 3
0722-7/01 Extração de minério de estanho 3
0722-7/02 Beneficiamento de minério de estanho 3
0723-5/01 Extração de minério de manganês 3
0723-5/02 Beneficiamento de minério de manganês 3
0724-3/01 Extração de minério de metais preciosos 3
0724-3/02 Beneficiamento de minério de metais preciosos 3
0725-1/00 Extração de minerais radioativos 3
0729-4/01 Extração de minérios de nióbio e titânio 3
0729-4/02 Extração de minério de tungstênio 3
0729-4/03 Extração de minério de níquel 3
Extração de minérios de cobre, chumbo, zinco e outros minerais metálicos não-ferrosos
0729-4/04 3
não especificados anteriormente
Beneficiamento de minérios de cobre, chumbo, zinco e outros minerais metálicos não-
0729-4/05 2
-ferrosos não especificados anteriormente
0810-0/01 Extração de ardósia e beneficiamento associado 3
0810-0/02 Extração de granito e beneficiamento associado 3
0810-0/03 Extração de mármore e beneficiamento associado 2
0810-0/04 Extração de calcário e dolomita e beneficiamento associado 3
0810-0/05 Extração de gesso e caulim 2
0810-0/06 Extração de areia, cascalho ou pedregulho e beneficiamento associado 3
0810-0/07 Extração de argila e beneficiamento associado 3
0810-0/08 Extração de saibro e beneficiamento associado 3
0810-0/09 Extração de basalto e beneficiamento associado 3
0810-0/10 Beneficiamento de gesso e caulim associado à extração 1
Extração e britamento de pedras e outros materiais para construção e beneficiamento
0810-0/99 3
associado
0891-6/00 Extração de minerais para fabricação de adubos, fertilizantes e outros produtos químicos 3
0892-4/01 Extração de sal marinho 3
0892-4/02 Extração de sal-gema 3
0892-4/03 Refino e outros tratamentos do sal 3
0893-2/00 Extração de gemas (pedras preciosas e semipreciosas) 3
0899-1/01 Extração de grafita 3
0899-1/02 Extração de quartzo 3
0899-1/03 Extração de amianto 3
0899-1/99 Extração de outros minerais não-metálicos não especificados anteriormente 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 293

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


0910-6/00 Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural 3
0990-4/01 Atividades de apoio à extração de minério de ferro 3
0990-4/02 Atividades de apoio à extração de minerais metálicos não-ferrosos 3
0990-4/03 Atividades de apoio à extração de minerais não-metálicos 3
1011-2/01 Frigorífico - abate de bovinos 3
1011-2/02 Frigorífico - abate de equinos 3
1011-2/03 Frigorífico - abate de ovinos e caprinos 3
1011-2/04 Frigorífico - abate de bufalinos 3
1011-2/05 Matadouro - abate de reses sob contrato - exceto abate de suínos 3
1012-1/01 Abate de aves 3
1012-1/02 Abate de pequenos animais 3
1012-1/03 Frigorífico - abate de suínos 3
1012-1/04 Matadouro - abate de suínos sob contrato 3
1013-9/01 Fabricação de produtos de carne 3
1013-9/02 Preparação de subprodutos do abate 3
1020-1/01 Preservação de peixes, crustáceos e moluscos 3
1020-1/02 Fabricação de conservas de peixes, crustáceos e moluscos 3
1031-7/00 Fabricação de conservas de frutas 3
1032-5/01 Fabricação de conservas de palmito 2
1032-5/99 Fabricação de conservas de legumes e outros vegetais, exceto palmito 3
1033-3/01 Fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes 3
1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados 3
1041-4/00 Fabricação de óleos vegetais em bruto, exceto óleo de milho 3
1042-2/00 Fabricação de óleos vegetais refinados, exceto óleo de milho 3
Fabricação de margarina e outras gorduras vegetais e de óleos não-comestíveis de ani-
1043-1/00 2
mais
1051-1/00 Preparação do leite 3
1052-0/00 Fabricação de laticínios 3
1053-8/00 Fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis 2
1061-9/01 Beneficiamento de arroz 3
1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz 3
1062-7/00 Moagem de trigo e fabricação de derivados 3
1063-5/00 Fabricação de farinha de mandioca e derivados 3
1064-3/00 Fabricação de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho 3
1065-1/01 Fabricação de amidos e féculas de vegetais 3
1065-1/02 Fabricação de óleo de milho em bruto 3
1065-1/03 Fabricação de óleo de milho refinado 3
1066-0/00 Fabricação de alimentos para animais 3
1069-4/00 Moagem e fabricação de produtos de origem vegetal não especificados anteriormente 3
1071-6/00 Fabricação de açúcar em bruto 3
1072-4/01 Fabricação de açúcar de cana refinado 3
1072-4/02 Fabricação de açúcar de cereais (dextrose) e de beterraba 3
1081-3/01 Beneficiamento de café 3
1081-3/02 Torrefação e moagem de café 3
1082-1/00 Fabricação de produtos à base de café 2
1091-1/01 Fabricação de produtos de panificação industrial 3
1091-1/02 Fabricação de produtos de padaria e confeitaria com predominância de produção própria 3
1092-9/00 Fabricação de biscoitos e bolachas 3
1093-7/01 Fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates 3
1093-7/02 Fabricação de frutas cristalizadas, balas e semelhantes 3
1094-5/00 Fabricação de massas alimentícias 3
1095-3/00 Fabricação de especiarias, molhos, temperos e condimentos 3
294 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


1096-1/00 Fabricação de alimentos e pratos prontos 3
1099*-6/01 Fabricação de vinagres 3
1099-6/02 Fabricação de pós alimentícios 2
1099-6/03 Fabricação de fermentos e leveduras 1
1099-6/04 Fabricação de gelo comum 3
1099-6/05 Fabricação de produtos para infusão (chá, mate, etc.) 3
1099-6/06 Fabricação de adoçantes naturais e artificiais 3
1099-6/07 Fabricação de alimentos dietéticos e complementos alimentares 3
1099-6/99 Fabricação de outros produtos alimentícios não especificados anteriormente 3
1111-9/01 Fabricação de aguardente de cana-de-açúcar 3
1111-9/02 Fabricação de outras aguardentes e bebidas destiladas 3
1112-7/00 Fabricação de vinho 3
1113-5/01 Fabricação de malte, inclusive malte uísque 3
1113-5/02 Fabricação de cervejas e chopes 3
1121-6/00 Fabricação de águas envasadas 3
1122-4/01 Fabricação de refrigerantes 3
1122-4/02 Fabricação de chá mate e outros chás prontos para consumo 3
1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para refrescos, exceto refrescos de frutas 3
1122-4/04 Fabricação de bebidas isotônicas 3
1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especificadas anteriormente 3
1210-7/00 Processamento industrial do fumo 3
1220-4/01 Fabricação de cigarros 2
1220-4/02 Fabricação de cigarrilhas e charutos 3
1220-4/03 Fabricação de filtros para cigarros 3
1220-4/99 Fabricação de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos 3
1311-1/00 Preparação e fiação de fibras de algodão 3
1312-0/00 Preparação e fiação de fibras têxteis naturais, exceto algodão 3
1313-8/00 Fiação de fibras artificiais e sintéticas 3
1314-6/00 Fabricação de linhas para costurar e bordar 3
1321-9/00 Tecelagem de fios de algodão 3
1322-7/00 Tecelagem de fios de fibras têxteis naturais, exceto algodão 3
1323-5/00 Tecelagem de fios de fibras artificiais e sintéticas 3
1330-8/00 Fabricação de tecidos de malha 3
1340-5/01 Estamparia e texturização em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário 3
1340-5/02 Alvejamento, tingimento e torção em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário 3
1340-5/99 Outros serviços de acabamento em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário 3
1351-1/00 Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico 3
1352-9/00 Fabricação de artefatos de tapeçaria 3
1353-7/00 Fabricação de artefatos de cordoaria 3
1354-5/00 Fabricação de tecidos especiais, inclusive artefatos 3
1359-6/00 Fabricação de outros produtos têxteis não especificados anteriormente 3
1411-8/01 Confecção de roupas íntimas 3
1411-8/02 Facção de roupas íntimas 1
1412-6/01 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida 3
1412-6/02 Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas 2
1412-6/03 Facção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas 3
1413-4/01 Confecção de roupas profissionais, exceto sob medida 2
1413-4/02 Confecção, sob medida, de roupas profissionais 2
1413-4/03 Facção de roupas profissionais 2
1414-2/00 Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção 3
1421-5/00 Fabricação de meias 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 295

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


1422-3/00 Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias 3
1510-6/00 Curtimento e outras preparações de couro 3
1521-1/00 Fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de qualquer material 2
1529-7/00 Fabricação de artefatos de couro não especificados anteriormente 3
1531-9/01 Fabricação de calçados de couro 2
1531-9/02 Acabamento de calçados de couro sob contrato 3
1532-7/00 Fabricação de tênis de qualquer material 2
1533-5/00 Fabricação de calçados de material sintético 2
1539-4/00 Fabricação de calçados de materiais não especificados anteriormente 3
1540-8/00 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material 3
1610-2/01 Serrarias com desdobramento de madeira 3
1610-2/02 Serrarias sem desdobramento de madeira 3
Fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglo-
1621-8/00 3
merada
1622-6/01 Fabricação de casas de madeira pré-fabricadas 3
Fabricação de esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações industriais
1622-6/02 3
e comerciais
1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção 3
1623-4/00 Fabricação de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira 3
1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis 3
Fabricação de artefatos diversos de cortiça, bambu, palha, vime e outros materiais trança-
1629-3/02 1
dos, exceto móveis
1710-9/00 Fabricação de celulose e outras pastas para a fabricação de papel 3
1721-4/00 Fabricação de papel 3
1722-2/00 Fabricação de cartolina e papel-cartão 3
1731-1/00 Fabricação de embalagens de papel 3
1732-0/00 Fabricação de embalagens de cartolina e papel-cartão 3
1733-8/00 Fabricação de chapas e de embalagens de papelão ondulado 3
1741-9/01 Fabricação de formulários contínuos 2
Fabricação de produtos de papel, cartolina, papel cartão e papelão ondulado para uso
1741-9/02 3
comercial e de escritório
1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis 3
1742-7/02 Fabricação de absorventes higiênicos 3
Fabricação de produtos de papel para uso doméstico e higiênico-sanitário não especifica-
1742-7/99 3
dos anteriormente
Fabricação de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão on-
1749-4/00 3
dulado não especificados anteriormente
1811-3/01 Impressão de jornais 3
1811-3/02 Impressão de livros, revistas e outras publicações periódicas 3
1812-1/00 Impressão de material de segurança 2
1813-0/01 Impressão de material para uso publicitário 3
1813-0/99 Impressão de material para outros usos 2
1821-1/00 Serviços de pré-impressão 3
1822-9/01 Serviços de encadernação e plastificação 2
1822-9/99 Serviços de acabamentos gráficos, exceto encadernação e plastificação 2
1830-0/01 Reprodução de som em qualquer suporte 2
1830-0/02 Reprodução de vídeo em qualquer suporte 2
1830-0/03 Reprodução de software em qualquer suporte 1
1910-1/00 Coquerias 3
1921-7/00 Fabricação de produtos do refino de petróleo 3
1922-5/01 Formulação de combustíveis 3
1922-5/02 Rerrefino de óleos lubrificantes 3
296 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


1922-5/99 Fabricação de outros produtos derivados do petróleo, exceto produtos do refino 3
1931-4/00 Fabricação de álcool 3
1932-2/00 Fabricação de biocombustíveis, exceto álcool 3
2011-8/00 Fabricação de cloro e álcalis 2
2012-6/00 Fabricação de intermediários para fertilizantes 3
2013-4/01 Fabricação de adubos e fertilizantes organo-minerais 2
2013-4/02 Fabricação de adubos e fertilizantes, exceto organo-minerais 2
2014-2/00 Fabricação de gases industriais 2
2019-3/01 Elaboração de combustíveis nucleares 3
2019-3/99 Fabricação de outros produtos químicos inorgânicos não especificados anteriormente 2
2021-5/00 Fabricação de produtos petroquímicos básicos 3
2022-3/00 Fabricação de intermediários para plastificantes, resinas e fibras 3
2029-1/00 Fabricação de produtos químicos orgânicos não especificados anteriormente 2
2031-2/00 Fabricação de resinas termoplásticas 3
2032-1/00 Fabricação de resinas termofixas 2
2033-9/00 Fabricação de elastômeros 3
2040-1/00 Fabricação de fibras artificiais e sintéticas 3
2051-7/00 Fabricação de defensivos agrícolas 3
2052-5/00 Fabricação de desinfestantes domissanitários 2
2061-4/00 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos 3
2062-2/00 Fabricação de produtos de limpeza e polimento 3
2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 3
2071-1/00 Fabricação de tintas, vernizes, esmaltes e lacas 3
2072-0/00 Fabricação de tintas de impressão 3
2073-8/00 Fabricação de impermeabilizantes, solventes e produtos afins 3
2091-6/00 Fabricação de adesivos e selantes 3
2092-4/01 Fabricação de pólvoras, explosivos e detonantes 3
2092-4/02 Fabricação de artigos pirotécnicos 2
2092-4/03 Fabricação de fósforos de segurança 3
2093-2/00 Fabricação de aditivos de uso industrial 3
2094-1/00 Fabricação de catalisadores 1
2099-1/01 Fabricação de chapas, filmes, papéis e outros materiais e produtos químicos para fotografia 2
2099-1/99 Fabricação de outros produtos químicos não especificados anteriormente 3
2110-6/00 Fabricação de produtos farmoquímicos 3
2121-1/01 Fabricação de medicamentos alopáticos para uso humano 3
2121-1/02 Fabricação de medicamentos homeopáticos para uso humano 2
2121-1/03 Fabricação de medicamentos fitoterápicos para uso humano 2
2122-0/00 Fabricação de medicamentos para uso veterinário 3
2123-8/00 Fabricação de preparações farmacêuticas 1
2211-1/00 Fabricação de pneumáticos e de câmaras-de-ar 3
2212-9/00 Reforma de pneumáticos usados 3
2219-6/00 Fabricação de artefatos de borracha não especificados anteriormente 3
2221-8/00 Fabricação de laminados planos e tubulares de material plástico 3
2222-6/00 Fabricação de embalagens de material plástico 3
2223-4/00 Fabricação de tubos e acessórios de material plástico para uso na construção 3
2229-3/01 Fabricação de artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico 3
2229-3/02 Fabricação de artefatos de material plástico para usos industriais 3
Fabricação de artefatos de material plástico para uso na construção, exceto tubos e aces-
2229-3/03 3
sórios
Fabricação de artefatos de material plástico para outros usos não especificados anterior-
2229-3/99 3
mente
Guia de Cálculos Trabalhistas 297

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


2311-7/00 Fabricação de vidro plano e de segurança 3
2312-5/00 Fabricação de embalagens de vidro 3
2319-2/00 Fabricação de artigos de vidro 3
2320-6/00 Fabricação de cimento 3
2330-3/01 Fabricação de estruturas pré-moldadas de concreto armado, em série e sob encomenda 3
2330-3/02 Fabricação de artefatos de cimento para uso na construção 3
2330-3/03 Fabricação de artefatos de fibrocimento para uso na construção 2
2330-3/04 Fabricação de casas pré-moldadas de concreto 3
2330-3/05 Preparação de massa de concreto e argamassa para construção 3
Fabricação de outros artefatos e produtos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e
2330-3/99 3
materiais semelhantes
2341-9/00 Fabricação de produtos cerâmicos refratários 3
2342-7/01 Fabricação de azulejos e pisos 3
Fabricação de artefatos de cerâmica e barro cozido para uso na construção, exceto azulejos
2342-7/02 3
e pisos
2349-4/01 Fabricação de material sanitário de cerâmica 3
2349-4/99 Fabricação de produtos cerâmicos não-refratários não especificados anteriormente 3
2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado à extração 3
2391-5/02 Aparelhamento de pedras para construção, exceto associado à extração 3
Aparelhamento de placas e execução de trabalhos em mármore, granito, ardósia e outras
2391-5/03 3
pedras
2392-3/00 Fabricação de cal e gesso 3
Decoração, lapidação, gravação, vitrificação e outros trabalhos em cerâmica, louça, vidro
2399-1/01 3
e cristal
2399-1/02 Fabricação de abrasivos 3
2399-1/99 Fabricação de outros produtos de minerais não-metálicos não especificados anteriormente 3
2411-3/00 Produção de ferro-gusa 3
2412-1/00 Produção de ferroligas 3
2421-1/00 Produção de semi-acabados de aço 1
2422-9/01 Produção de laminados planos de aço ao carbono, revestidos ou não 3
2422-9/02 Produção de laminados planos de aços especiais 2
2423-7/01 Produção de tubos de aço sem costura 3
2423-7/02 Produção de laminados longos de aço, exceto tubos 2
2424-5/01 Produção de arames de aço 2
2424-5/02 Produção de relaminados, trefilados e perfilados de aço, exceto arames 3
2431-8/00 Produção de tubos de aço com costura 3
2439-3/00 Produção de outros tubos de ferro e aço 3
2441-5/01 Produção de alumínio e suas ligas em formas primárias 2
2441-5/02 Produção de laminados de alumínio 3
2442-3/00 Metalurgia dos metais preciosos 2
2443-1/00 Metalurgia do cobre 2
2449-1/01 Produção de zinco em formas primárias 3
2449-1/02 Produção de laminados de zinco 3
2449-1/03 Produção de ânodos para galvanoplastia 3
2449-1/99 Metalurgia de outros metais não-ferrosos e suas ligas não especificados anteriormente 3
2451-2/00 Fundição de ferro e aço 3
2452-1/00 Fundição de metais não-ferrosos e suas ligas 3
2511-0/00 Fabricação de estruturas metálicas 3
2512-8/00 Fabricação de esquadrias de metal 3
2513-6/00 Fabricação de obras de caldeiraria pesada 3
2521-7/00 Fabricação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras para aquecimento central 3
Fabricação de caldeiras geradoras de vapor, exceto para aquecimento central e para
2522-5/00 3
veículos
298 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


2531-4/01 Produção de forjados de aço 3
2531-4/02 Produção de forjados de metais não-ferrosos e suas ligas 3
2532-2/01 Produção de artefatos estampados de metal 3
2532-2/02 Metalurgia do pó 3
2539-0/01 Serviços de usinagem, tornearia e solda 3
2539-0/02 Serviços de tratamento e revestimento em metais 3
2541-1/00 Fabricação de artigos de cutelaria 3
2542-0/00 Fabricação de artigos de serralheria, exceto esquadrias 3
2543-8/00 Fabricação de ferramentas 3
2550-1/01 Fabricação de equipamento bélico pesado, exceto veículos militares de combate 3
2550-1/02 Fabricação de armas de fogo, outras armas e munições 3
2591-8/00 Fabricação de embalagens metálicas 3
2592-6/01 Fabricação de produtos de trefilados de metal padronizados 3
2592-6/02 Fabricação de produtos de trefilados de metal, exceto padronizados 3
2593-4/00 Fabricação de artigos de metal para uso doméstico e pessoal 3
2599-3/01 Serviços de confecção de armações metálicas para a construção 2
2599-3/02 Serviço de corte e dobra de metais 3
2599-3/99 Fabricação de outros produtos de metal não especificados anteriormente 3
2610-8/00 Fabricação de componentes eletrônicos 3
2621-3/00 Fabricação de equipamentos de informática 2
2622-1/00 Fabricação de periféricos para equipamentos de informática 2
2631-1/00 Fabricação de equipamentos transmissores de comunicação, peças e acessórios 3
Fabricação de aparelhos telefônicos e de outros equipamentos de comunicação, peças e
2632-9/00 3
acessórios
Fabricação de aparelhos de recepção, reprodução, gravação e amplificação de áudio e
2640-0/00 3
vídeo
2651-5/00 Fabricação de aparelhos e equipamentos de medida, teste e controle 2
2652-3/00 Fabricação de cronômetros e relógios 2
2660-4/00 Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação 2
2670-1/01 Fabricação de equipamentos e instrumentos ópticos, peças e acessórios 2
2670-1/02 Fabricação de aparelhos fotográficos e cinematográficos, peças e acessórios 3
2680-9/00 Fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas 3
2710-4/01 Fabricação de geradores de corrente contínua e alternada, peças e acessórios 3
Fabricação de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e semelhantes,
2710-4/02 3
peças e acessórios
2710-4/03 Fabricação de motores elétricos, peças e acessórios 3
2721-0/00 Fabricação de pilhas, baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos automotores 3
2722-8/01 Fabricação de baterias e acumuladores para veículos automotores 3
2722-8/02 Recondicionamento de baterias e acumuladores para veículos automotores 3
2731-7/00 Fabricação de aparelhos e equipamentos para distribuição e controle de energia elétrica 3
2732-5/00 Fabricação de material elétrico para instalações em circuito de consumo 3
2733-3/00 Fabricação de fios, cabos e condutores elétricos isolados 3
2740-6/01 Fabricação de lâmpadas 3
2740-6/02 Fabricação de luminárias e outros equipamentos de iluminação 3
Fabricação de fogões, refrigeradores e máquinas de lavar e secar para uso doméstico, pe-
2751-1/00 3
ças e acessórios
2759-7/01 Fabricação de aparelhos elétricos de uso pessoal, peças e acessórios 3
Fabricação de outros aparelhos eletrodomésticos não especificados anteriormente, peças
2759-7/99 3
e acessórios
Fabricação de eletrodos, contatos e outros artigos de carvão e grafita para uso elétrico,
2790-2/01 3
eletroímãs e isoladores
2790-2/02 Fabricação de equipamentos para sinalização e alarme 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 299

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


Fabricação de outros equipamentos e aparelhos elétricos não especificados anterior-
2790-2/99 2
mente
Fabricação de motores e turbinas, peças e acessórios, exceto para aviões e veículos rodo-
2811-9/00 2
viários
Fabricação de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, peças e acessórios, exceto vál-
2812-7/00 3
vulas
2813-5/00 Fabricação de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, peças e acessórios 3
2814-3/01 Fabricação de compressores para uso industrial, peças e acessórios 3
2814-3/02 Fabricação de compressores para uso não-industrial, peças e acessórios 3
2815-1/01 Fabricação de rolamentos para fins industriais 2
2815-1/02 Fabricação de equipamentos de transmissão para fins industriais, exceto rolamentos 3
Fabricação de fornos industriais, aparelhos e equipamentos não-elétricos para instalações
2821-6/01 3
térmicas, peças e acessórios
2821-6/02 Fabricação de estufas e fornos elétricos para fins industriais, peças e acessórios 3
Fabricação de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevação de pes-
2822-4/01 3
soas, peças e acessórios
Fabricação de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e elevação de cargas,
2822-4/02 3
peças e acessórios
Fabricação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e
2823-2/00 3
comercial, peças e acessórios
2824-1/01 Fabricação de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso industrial 2
2824-1/02 Fabricação de aparelhos e equipamentos de ar condicionado para uso não-industrial 2
Fabricação de máquinas e equipamentos para saneamento básico e ambiental, peças e
2825-9/00 2
acessórios
Fabricação de máquinas de escrever, calcular e outros equipamentos não-eletrônicos para
2829-1/01 2
escritório, peças e acessórios
Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso geral não especificados anterior-
2829-1/99 3
mente, peças e acessórios
2831-3/00 Fabricação de tratores agrícolas, peças e acessórios 3
2832-1/00 Fabricação de equipamentos para irrigação agrícola, peças e acessórios 3
Fabricação de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária, peças e acessó-
2833-0/00 3
rios, exceto para irrigação
2840-2/00 Fabricação de máquinas-ferramenta, peças e acessórios 3
Fabricação de máquinas e equipamentos para a prospecção e extração de petróleo, peças
2851-8/00 3
e acessórios
Fabricação de outras máquinas e equipamentos para uso na extração mineral, peças e
2852-6/00 3
acessórios, exceto na extração de petróleo
2853-4/00 Fabricação de tratores, peças e acessórios, exceto agrícolas 3
Fabricação de máquinas e equipamentos para terraplenagem, pavimentação e constru-
2854-2/00 3
ção, peças e acessórios, exceto tratores
Fabricação de máquinas para a indústria metalúrgica, peças e acessórios, exceto máqui-
2861-5/00 3
nas-ferramenta
Fabricação de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo,
2862-3/00 3
peças e acessórios
2863-1/00 Fabricação de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, peças e acessórios 3
Fabricação de máquinas e equipamentos para as indústrias do vestuário, do couro e de
2864-0/00 3
calçados, peças e acessórios
Fabricação de máquinas e equipamentos para as indústrias de celulose, papel e papelão
2865-8/00 3
e artefatos, peças e acessórios
2866-6/00 Fabricação de máquinas e equipamentos para a indústria do plástico, peças e acessórios 3
Fabricação de máquinas e equipamentos para uso industrial específico não especificados
2869-1/00 3
anteriormente, peças e acessórios
2910-7/01 Fabricação de automóveis, camionetas e utilitários 3
2910-7/02 Fabricação de chassis com motor para automóveis, camionetas e utilitários 3
300 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


2910-7/03 Fabricação de motores para automóveis, camionetas e utilitários 3
2920-4/01 Fabricação de caminhões e ônibus 3
2920-4/02 Fabricação de motores para caminhões e ônibus 2
2930-1/01 Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para caminhões 3
2930-1/02 Fabricação de carrocerias para ônibus 3
Fabricação de cabines, carrocerias e reboques para outros veículos automotores, exceto
2930-1/03 3
caminhões e ônibus
2941-7/00 Fabricação de peças e acessórios para o sistema motor de veículos automotores 3
Fabricação de peças e acessórios para os sistemas de marcha e transmissão de veículos
2942-5/00 3
automotores
2943-3/00 Fabricação de peças e acessórios para o sistema de freios de veículos automotores 3
Fabricação de peças e acessórios para o sistema de direção e suspensão de veículos au-
2944-1/00 3
tomotores
2945-0/00 Fabricação de material elétrico e eletrônico para veículos automotores, exceto baterias 3
2949-2/01 Fabricação de bancos e estofados para veículos automotores 3
Fabricação de outras peças e acessórios para veículos automotores não especificadas
2949-2/99 3
anteriormente
2950-6/00 Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores 3
3011-3/01 Construção de embarcações de grande porte 3
Construção de embarcações para uso comercial e para usos especiais, exceto de grande
3011-3/02 3
porte
3012-1/00 Construção de embarcações para esporte e lazer 3
3031-8/00 Fabricação de locomotivas, vagões e outros materiais rodantes 3
3032-6/00 Fabricação de peças e acessórios para veículos ferroviários 3
3041-5/00 Fabricação de aeronaves 2
3042-3/00 Fabricação de turbinas, motores e outros componentes e peças para aeronaves 2
3050-4/00 Fabricação de veículos militares de combate 2
3091-1/01 Fabricação de motocicletas 3
3091-1/02 Fabricação de peças e acessórios para motocicletas 3
3092-0/00 Fabricação de bicicletas e triciclos não-motorizados, peças e acessórios 3
3099-7/00 Fabricação de equipamentos de transporte não especificados anteriormente 3
3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira 3
3102-1/00 Fabricação de móveis com predominância de metal 3
3103-9/00 Fabricação de móveis de outros materiais, exceto madeira e metal 3
3104-7/00 Fabricação de colchões 3
3211-6/01 Lapidação de gemas 2
3211-6/02 Fabricação de artefatos de joalheria e ourivesaria 2
3211-6/03 Cunhagem de moedas e medalhas 2
3212-4/00 Fabricação de bijuterias e artefatos semelhantes 3
3220-5/00 Fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios 3
3230-2/00 Fabricação de artefatos para pesca e esporte 3
3240-0/01 Fabricação de jogos eletrônicos 2
3240-0/02 Fabricação de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios não associada à locação 2
3240-0/03 Fabricação de mesas de bilhar, de sinuca e acessórios associada à locação 2
3240-0/99 Fabricação de outros brinquedos e jogos recreativos não especificados anteriormente 3
Fabricação de instrumentos não-eletrônicos e utensílios para uso médico, cirúrgico, odon-
3250-7/01 2
tológico e de laboratório
3250-7/02 Fabricação de mobiliário para uso médico, cirúrgico, odontológico e de laboratório 3
Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopé-
3250-7/03 2
dicos em geral sob encomenda
Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopé-
3250-7/04 2
dicos em geral, exceto sob encomenda
Guia de Cálculos Trabalhistas 301

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


3250-7/05 Fabricação de materiais para medicina e odontologia 3
3250-7/06 Serviços de prótese dentária 2
3250-7/07 Fabricação de artigos ópticos 3
3250-7/09 Serviço de laboratório óptico 3
3291-4/00 Fabricação de escovas, pincéis e vassouras 3
3292-2/01 Fabricação de roupas de proteção e segurança e resistentes a fogo 3
3292-2/02 Fabricação de equipamentos e acessórios para segurança pessoal e profissional 3
3299-0/01 Fabricação de guarda-chuvas e similares 2
3299-0/02 Fabricação de canetas, lápis e outros artigos para escritório 2
3299-0/03 Fabricação de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos 2
3299-0/04 Fabricação de painéis e letreiros luminosos 3
3299-0/05 Fabricação de aviamentos para costura 3
3299-0/06 Fabricação de velas, inclusive decorativas 3
3299-0/99 Fabricação de produtos diversos não especificados anteriormente 3
Manutenção e reparação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, exceto para veí-
3311-2/00 3
culos
3312-1/01 Manutenção e reparação de equipamentos transmissores de comunicação 2
3312-1/02 Manutenção e reparação de aparelhos e instrumentos de medida, teste e controle 2
Manutenção e reparação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamen-
3312-1/03 1
tos de irradiação
3312-1/04 Manutenção e reparação de equipamentos e instrumentos ópticos 3
3313-9/01 Manutenção e reparação de geradores, transformadores e motores elétricos 3
3313-9/02 Manutenção e reparação de baterias e acumuladores elétricos, exceto para veículos 2
Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos não especificados
3313-9/99 3
anteriormente
3314-7/01 Manutenção e reparação de máquinas motrizes não-elétricas 1
3314-7/02 Manutenção e reparação de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, exceto válvulas 3
3314-7/03 Manutenção e reparação de válvulas industriais 2
3314-7/04 Manutenção e reparação de compressores 3
3314-7/05 Manutenção e reparação de equipamentos de transmissão para fins industriais 2
3314-7/06 Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e equipamentos para instalações térmicas 3
Manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso
3314-7/07 3
industrial e comercial
Manutenção e reparação de máquinas, equipamentos e aparelhos para transporte e ele-
3314-7/08 3
vação de cargas
Manutenção e reparação de máquinas de escrever, calcular e de outros equipamentos
3314-7/09 3
não-eletrônicos para escritório
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para uso geral não especificados
3314-7/10 3
anteriormente
3314-7/11 Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para agricultura e pecuária 3
3314-7/12 Manutenção e reparação de tratores agrícolas 3
3314-7/13 Manutenção e reparação de máquinas-ferramenta 3
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para a prospecção e extração de
3314-7/14 3
petróleo
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para uso na extração mineral, ex-
3314-7/15 2
ceto na extração de petróleo
3314-7/16 Manutenção e reparação de tratores, exceto agrícolas 3
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos de terraplenagem, pavimentação
3314-7/17 3
e construção, exceto tratores
Manutenção e reparação de máquinas para a indústria metalúrgica, exceto máquinas-
3314-7/18 3
-ferramenta
Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos,
3314-7/19 3
bebidas e fumo
302 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, do vestuário,
3314-7/20 2
do couro e calçados
Manutenção e reparação de máquinas e aparelhos para a indústria de celulose, papel e
3314-7/21 3
papelão e artefatos
3314-7/22 Manutenção e reparação de máquinas e aparelhos para a indústria do plástico 3
Manutenção e reparação de outras máquinas e equipamentos para usos industriais não
3314-7/99 3
especificados anteriormente
3315-5/00 Manutenção e reparação de veículos ferroviários 3
3316-3/01 Manutenção e reparação de aeronaves, exceto a manutenção na pista 2
3316-3/02 Manutenção de aeronaves na pista 1
3317-1/01 Manutenção e reparação de embarcações e estruturas flutuantes 3
3317-1/02 Manutenção e reparação de embarcações para esporte e lazer 2
3319-8/00 Manutenção e reparação de equipamentos e produtos não especificados anteriormente 3
3321-0/00 Instalação de máquinas e equipamentos industriais 3
3329-5/01 Serviços de montagem de móveis de qualquer material 3
3329-5/99 Instalação de outros equipamentos não especificados anteriormente 3
3511-5/01 Geração de energia elétrica 3
Atividades de coordenação e controle da operação da geração e transmissão de energia
3511-5/02 3
elétrica
3512-3/00 Transmissão de energia elétrica 3
3513-1/00 Comércio atacadista de energia elétrica 1
3514-0/00 Distribuição de energia elétrica 3
3520-4/01 Produção de gás; processamento de gás natural 2
3520-4/02 Distribuição de combustíveis gasosos por redes urbanas 2
3530-1/00 Produção e distribuição de vapor, água quente e ar condicionado 2
3600-6/01 Captação, tratamento e distribuição de água 3
3600-6/02 Distribuição de água por caminhões 2
3701-1/00 Gestão de redes de esgoto 3
3702-9/00 Atividades relacionadas a esgoto, exceto a gestão de redes 3
3811-4/00 Coleta de resíduos não-perigosos 3
3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos 2
3821-1/00 Tratamento e disposição de resíduos não-perigosos 3
3822-0/00 Tratamento e disposição de resíduos perigosos 3
3831-9/01 Recuperação de sucatas de alumínio 3
3831-9/99 Recuperação de materiais metálicos, exceto alumínio 3
3832-7/00 Recuperação de materiais plásticos 3
3839-4/01 Usinas de compostagem 3
3839-4/99 Recuperação de materiais não especificados anteriormente 3
3900-5/00 Descontaminação e outros serviços de gestão de resíduos 2
4110-7/00 Incorporação de empreendimentos imobiliários 3
4120-4/00 Construção de edifícios 3
4211-1/01 Construção de rodovias e ferrovias 3
4211-1/02 Pintura para sinalização em pistas rodoviárias e aeroportos 3
4212-0/00 Construção de obras de arte especiais 3
4213-8/00 Obras de urbanização - ruas, praças e calçadas 3
4221-9/01 Construção de barragens e represas para geração de energia elétrica 3
4221-9/02 Construção de estações e redes de distribuição de energia elétrica 3
4221-9/03 Manutenção de redes de distribuição de energia elétrica 3
4221-9/04 Construção de estações e redes de telecomunicações 3
4221-9/05 Manutenção de estações e redes de telecomunicações 3
Construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas,
4222-7/01 3
exceto obras de irrigação
Guia de Cálculos Trabalhistas 303

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4222-7/02 Obras de irrigação 3
4223-5/00 Construção de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto 3
4291-0/00 Obras portuárias, marítimas e fluviais 3
4292-8/01 Montagem de estruturas metálicas 3
4292-8/02 Obras de montagem industrial 3
4299-5/01 Construção de instalações esportivas e recreativas 3
4299-5/99 Outras obras de engenharia civil não especificadas anteriormente 3
4311-8/01 Demolição de edifícios e outras estruturas 3
4311-8/02 Preparação de canteiro e limpeza de terreno 3
4312-6/00 Perfurações e sondagens 3
4313-4/00 Obras de terraplenagem 3
4319-3/00 Serviços de preparação do terreno não especificados anteriormente 2
4321-5/00 Instalação e manutenção elétrica 3
4322-3/01 Instalações hidráulicas, sanitárias e de gás 3
Instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refri-
4322-3/02 3
geração
4322-3/03 Instalações de sistema de prevenção contra incêndio 3
4329-1/01 Instalação de painéis publicitários 2
4329-1/02 Instalação de equipamentos para orientação à navegação marítima fluvial e lacustre 2
4329-1/03 Instalação, manutenção e reparação de elevadores, escadas e esteiras rolantes 2
Montagem e instalação de sistemas e equipamentos de iluminação e sinalização em vias
4329-1/04 3
públicas, portos e aeroportos
4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibração 3
4329-1/99 Outras obras de instalações em construções não especificadas anteriormente 3
4330-4/01 Impermeabilização em obras de engenharia civil 3
4330-4/02 Instalação de portas, janelas, tetos, divisórias e armários embutidos de qualquer material 3
4330-4/03 Obras de acabamento em gesso e estuque 3
4330-4/04 Serviços de pintura de edifícios em geral 3
4330-4/05 Aplicação de revestimentos e de resinas em interiores e exteriores 3
4330-4/99 Outras obras de acabamento da construção 3
4391-6/00 Obras de fundações 3
4399-1/01 Administração de obras 3
4399-1/02 Montagem e desmontagem de andaimes e outras estruturas temporárias 3
4399-1/03 Obras de alvenaria 3
Serviços de operação e fornecimento de equipamentos para transporte e elevação de car-
4399-1/04 3
gas e pessoas para uso em obras
4399-1/05 Perfuração e construção de poços de água 3
4399-1/99 Serviços especializados para construção não especificados anteriormente 3
4511-1/01 Comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários novos 2
4511-1/02 Comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários usados 3
4511-1/03 Comércio por atacado de automóveis, camionetas e utilitários novos e usados 2
4511-1/04 Comércio por atacado de caminhões novos e usados 2
4511-1/05 Comércio por atacado de reboques e semi-reboques novos e usados 3
4511-1/06 Comércio por atacado de ônibus e micro-ônibus novos e usados 1
4512-9/01 Representantes comerciais e agentes do comércio de veículos automotores 2
4512-9/02 Comércio sob consignação de veículos automotores 3
4520-0/01 Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores 3
4520-0/02 Serviços de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores 3
4520-0/03 Serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores 3
4520-0/04 Serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores 2
4520-0/05 Serviços de lavagem, lubrificação e polimento de veículos automotores 3
4520-0/06 Serviços de borracharia para veículos automotores 3
304 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4520-0/07 Serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores 3
4520-0/08 Serviços de capotaria 3
4530-7/01 Comércio por atacado de peças e acessórios novos para veículos automotores 2
4530-7/02 Comércio por atacado de pneumáticos e câmaras-de-ar 2
4530-7/03 Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores 2
4530-7/04 Comércio a varejo de peças e acessórios usados para veículos automotores 2
4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e câmaras-de-ar 2
Representantes comerciais e agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados
4530-7/06 2
para veículos automotores
4541-2/01 Comércio por atacado de motocicletas e motonetas 2
4541-2/02 Comércio por atacado de peças e acessórios para motocicletas e motonetas 3
4541-2/03 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas novas 3
4541-2/04 Comércio a varejo de motocicletas e motonetas usadas 3
4541-2/05 Comércio a varejo de peças e acessórios para motocicletas e motonetas 3
Representantes comerciais e agentes do comércio de motocicletas e motonetas, peças
4542-1/01 1
e acessórios
4542-1/02 Comércio sob consignação de motocicletas e motonetas 2
4543-9/00 Manutenção e reparação de motocicletas e motonetas 2
Representantes comerciais e agentes do comércio de matérias-primas agrícolas e ani-
4611-7/00 3
mais vivos
Representantes comerciais e agentes do comércio de combustíveis, minerais, produtos
4612-5/00 2
siderúrgicos e químicos
Representantes comerciais e agentes do comércio de madeira, material de construção e
4613-3/00 3
ferragens
Representantes comerciais e agentes do comércio de máquinas, equipamentos, embar-
4614-1/00 2
cações e aeronaves
Representantes comerciais e agentes do comércio de eletrodomésticos, móveis e artigos
4615-0/00 2
de uso doméstico
Representantes comerciais e agentes do comércio de têxteis, vestuário, calçados e arti-
4616-8/00 1
gos de viagem
4617-6/00 Representantes comerciais e agentes do comércio de produtos alimentícios, bebidas e fumo 3
Representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e pro-
4618-4/01 2
dutos de perfumaria
Representantes comerciais e agentes do comércio de instrumentos e materiais odonto-
4618-4/02 2
-médico-hospitalares
4618-4/03 Representantes comerciais e agentes do comércio de jornais, revistas e outras publicações 3
Outros representantes comerciais e agentes do comércio especializado em produtos não
4618-4/99 2
especificados anteriormente
Representantes comerciais e agentes do comércio de mercadorias em geral não especia-
4619-2/00 2
lizado
4621-4/00 Comércio atacadista de café em grão 3
4622-2/00 Comércio atacadista de soja 3
4623-1/01 Comércio atacadista de animais vivos 3
Comércio atacadista de couros, lãs, peles e outros subprodutos não-comestíveis de ori-
4623-1/02 3
gem animal
4623-1/03 Comércio atacadista de algodão 2
4623-1/04 Comércio atacadista de fumo em folha não beneficiado 3
4623-1/05 Comércio atacadista de cacau 2
4623-1/06 Comércio atacadista de sementes, flores, plantas e gramas 3
4623-1/07 Comércio atacadista de sisal 2
Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas com atividade de fracionamento e
4623-1/08 3
acondicionamento associada
4623-1/09 Comércio atacadista de alimentos para animais 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 305

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4623-1/99 Comércio atacadista de matérias-primas agrícolas não especificadas anteriormente 3
4631-1/00 Comércio atacadista de leite e laticínios 3
4632-0/01 Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados 3
4632-0/02 Comércio atacadista de farinhas, amidos e féculas 3
Comércio atacadista de cereais e leguminosas beneficiados, farinhas, amidos e féculas,
4632-0/03 3
com atividade de fracionamento e acondicionamento associada
4633-8/01 Comércio atacadista de frutas, verduras, raízes, tubérculos, hortaliças e legumes frescos 3
4633-8/02 Comércio atacadista de aves vivas e ovos 2
4633-8/03 Comércio atacadista de coelhos e outros pequenos animais vivos para alimentação 2
4634-6/01 Comércio atacadista de carnes bovinas e suínas e derivados 3
4634-6/02 Comércio atacadista de aves abatidas e derivados 3
4634-6/03 Comércio atacadista de pescados e frutos do mar 3
4634-6/99 Comércio atacadista de carnes e derivados de outros animais 2
4635-4/01 Comércio atacadista de água mineral 3
4635-4/02 Comércio atacadista de cerveja, chope e refrigerante 3
Comércio atacadista de bebidas com atividade de fracionamento e acondicionamento
4635-4/03 3
associada
4635-4/99 Comércio atacadista de bebidas não especificadas anteriormente 3
4636-2/01 Comércio atacadista de fumo beneficiado 3
4636-2/02 Comércio atacadista de cigarros, cigarrilhas e charutos 2
4637-1/01 Comércio atacadista de café torrado, moído e solúvel 3
4637-1/02 Comércio atacadista de açúcar 2
4637-1/03 Comércio atacadista de óleos e gorduras 2
4637-1/04 Comércio atacadista de pães, bolos, biscoitos e similares 2
4637-1/05 Comércio atacadista de massas alimentícias 3
4637-1/06 Comércio atacadista de sorvetes 2
4637-1/07 Comércio atacadista de chocolates, confeitos, balas, bombons e semelhantes 3
Comércio atacadista especializado em outros produtos alimentícios não especificados
4637-1/99 3
anteriormente
4639-7/01 Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral 3
Comércio atacadista de produtos alimentícios em geral, com atividade de fracionamento
4639-7/02 3
e acondicionamento associada
4641-9/01 Comércio atacadista de tecidos 2
4641-9/02 Comércio atacadista de artigos de cama, mesa e banho 3
4641-9/03 Comércio atacadista de artigos de armarinho 3
Comércio atacadista de artigos do vestuário e acessórios, exceto profissionais e de segu-
4642-7/01 1
rança
Comércio atacadista de roupas e acessórios para uso profissional e de segurança do tra-
4642-7/02 2
balho
4643-5/01 Comércio atacadista de calçados 2
4643-5/02 Comércio atacadista de bolsas, malas e artigos de viagem 1
4644-3/01 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso humano 2
4644-3/02 Comércio atacadista de medicamentos e drogas de uso veterinário 2
Comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e
4645-1/01 1
de laboratórios
4645-1/02 Comércio atacadista de próteses e artigos de ortopedia 2
4645-1/03 Comércio atacadista de produtos odontológicos 2
4646-0/01 Comércio atacadista de cosméticos e produtos de perfumaria 2
4646-0/02 Comércio atacadista de produtos de higiene pessoal 2
4647-8/01 Comércio atacadista de artigos de escritório e de papelaria 2
4647-8/02 Comércio atacadista de livros, jornais e outras publicações 3
4649-4/01 Comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico 2
306 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4649-4/02 Comércio atacadista de aparelhos eletrônicos de uso pessoal e doméstico 3
4649-4/03 Comércio atacadista de bicicletas, triciclos e outros veículos recreativos 3
4649-4/04 Comércio atacadista de móveis e artigos de colchoaria 3
4649-4/05 Comércio atacadista de artigos de tapeçaria; persianas e cortinas 2
4649-4/06 Comércio atacadista de lustres, luminárias e abajures 2
4649-4/07 Comércio atacadista de filmes, CDs, DVDs, fitas e discos 1
4649-4/08 Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar 3
Comércio atacadista de produtos de higiene, limpeza e conservação domiciliar, com ativi-
4649-4/09 2
dade de fracionamento e acondicionamento associada
Comércio atacadista de joias, relógios e bijuterias, inclusive pedras preciosas e semipre-
4649-4/10 1
ciosas lapidadas
Comércio atacadista de outros equipamentos e artigos de uso pessoal e doméstico não
4649-4/99 2
especificados anteriormente
4651-6/01 Comércio atacadista de equipamentos de informática 1
4651-6/02 Comércio atacadista de suprimentos para informática 1
Comércio atacadista de componentes eletrônicos e equipamentos de telefonia e comu-
4652-4/00 1
nicação
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso agropecuário; par-
4661-3/00 2
tes e peças
Comércio atacadista de máquinas, equipamentos para terraplenagem, mineração e cons-
4662-1/00 3
trução; partes e peças
4663-0/00 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso industrial; partes e peças 2
Comércio atacadista de máquinas, aparelhos e equipamentos para uso odonto-médico-
4664-8/00 2
-hospitalar; partes e peças
4665-6/00 Comércio atacadista de máquinas e equipamentos para uso comercial; partes e peças 2
4669-9/01 Comércio atacadista de bombas e compressores; partes e peças 2
Comércio atacadista de outras máquinas e equipamentos não especificados anteriormen-
4669-9/99 2
te; partes e peças
4671-1/00 Comércio atacadista de madeira e produtos derivados 3
4672-9/00 Comércio atacadista de ferragens e ferramentas 3
4673-7/00 Comércio atacadista de material elétrico 2
4674-5/00 Comércio atacadista de cimento 2
4679-6/01 Comércio atacadista de tintas, vernizes e similares 2
4679-6/02 Comércio atacadista de mármores e granitos 3
4679-6/03 Comércio atacadista de vidros, espelhos e vitrais 3
Comércio atacadista especializado de materiais de construção não especificados ante-
4679-6/04 2
riormente
4679-6/99 Comércio atacadista de materiais de construção em geral 3
Comércio atacadista de álcool carburante, biodiesel, gasolina e demais derivados de pe-
4681-8/01 3
tróleo, exceto lubrificantes, não realizado por transportador retalhista (T.R.R.)
4681-8/02 Comércio atacadista de combustíveis realizado por transportador retalhista (T.R.R.) 3
4681-8/03 Comércio atacadista de combustíveis de origem vegetal, exceto álcool carburante 3
4681-8/04 Comércio atacadista de combustíveis de origem mineral em bruto 2
4681-8/05 Comércio atacadista de lubrificantes 2
4682-6/00 Comércio atacadista de gás liquefeito de petróleo (GLP) 3
4683-4/00 Comércio atacadista de defensivos agrícolas, adubos, fertilizantes e corretivos do solo 2
4684-2/01 Comércio atacadista de resinas e elastômeros 2
4684-2/02 Comércio atacadista de solventes 3
Comércio atacadista de outros produtos químicos e petroquímicos não especificados
4684-2/99 3
anteriormente
4685-1/00 Comércio atacadista de produtos siderúrgicos e metalúrgicos, exceto para construção 3
4686-9/01 Comércio atacadista de papel e papelão em bruto 2
4686-9/02 Comércio atacadista de embalagens 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 307

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4687-7/01 Comércio atacadista de resíduos de papel e papelão 3
4687-7/02 Comércio atacadista de resíduos e sucatas não-metálicos, exceto de papel e papelão 3
4687-7/03 Comércio atacadista de resíduos e sucatas metálicos 3
4689-3/01 Comércio atacadista de produtos da extração mineral, exceto combustíveis 2
4689-3/02 Comércio atacadista de fios e fibras beneficiados 2
Comércio atacadista especializado em outros produtos intermediários não especificados
4689-3/99 2
anteriormente
Comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimen-
4691-5/00 2
tícios
Comércio atacadista de mercadorias em geral, com predominância de insumos agrope-
4692-3/00 2
cuários
Comércio atacadista de mercadorias em geral, sem predominância de alimentos ou de
4693-1/00 2
insumos agropecuários
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentí-
4711-3/01 3
cios - hipermercados
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentí-
4711-3/02 3
cios - supermercados
Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentí-
4712-1/00 2
cios - minimercados, mercearias e armazéns
4713-0/01 Lojas de departamentos ou magazines 3
4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos ou magazines 2
4713-0/03 Lojas duty free de aeroportos internacionais 2
4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda 2
4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios 2
4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e semelhantes 3
4722-9/01 Comércio varejista de carnes - açougues 3
4722-9/02 Peixaria 2
4723-7/00 Comércio varejista de bebidas 3
4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros 3
4729-6/01 Tabacaria 1
4729-6/02 Comércio varejista de mercadorias em lojas de conveniência 2
Comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos ali-
4729-6/99 2
mentícios não especificados anteriormente
4731-8/00 Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores 3
4732-6/00 Comércio varejista de lubrificantes 2
4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura 2
4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico 3
4743-1/00 Comércio varejista de vidros 3
4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas 3
4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos 3
4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos 2
4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada, tijolos e telhas 3
4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construção não especificados anteriormente 3
4744-0/06 Comércio varejista de pedras para revestimento 3
4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construção em geral 3
4751-2/01 Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática 2
4751-2/02 Recarga de cartuchos para equipamentos de informática 2
4752-1/00 Comércio varejista especializado de equipamentos de telefonia e comunicação 2
4753-9/00 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo 2
4754-7/01 Comércio varejista de móveis 2
4754-7/02 Comércio varejista de artigos de colchoaria 2
4754-7/03 Comércio varejista de artigos de iluminação 2
4755-5/01 Comércio varejista de tecidos 2
308 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4755-5/02 Comercio varejista de artigos de armarinho 2
4755-5/03 Comercio varejista de artigos de cama, mesa e banho 3
4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos musicais e acessórios 2
Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos
4757-1/00 2
para uso doméstico, exceto informática e comunicação
4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapeçaria, cortinas e persianas 2
Comércio varejista de outros artigos de uso pessoal e doméstico não especificados ante-
4759-8/99 2
riormente
4761-0/01 Comércio varejista de livros 1
4761-0/02 Comércio varejista de jornais e revistas 1
4761-0/03 Comércio varejista de artigos de papelaria 2
4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fitas 1
4763-6/01 Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos 2
4763-6/02 Comércio varejista de artigos esportivos 1
4763-6/03 Comércio varejista de bicicletas e triciclos; peças e acessórios 1
4763-6/04 Comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping 1
4763-6/05 Comércio varejista de embarcações e outros veículos recreativos; peças e acessórios 2
4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas 2
4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas 2
4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos 1
4771-7/04 Comércio varejista de medicamentos veterinários 3
4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 2
4773-3/00 Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos 1
4774-1/00 Comércio varejista de artigos de óptica 2
4781-4/00 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios 2
4782-2/01 Comércio varejista de calçados 2
4782-2/02 Comércio varejista de artigos de viagem 1
4783-1/01 Comércio varejista de artigos de joalheria 1
4783-1/02 Comércio varejista de artigos de relojoaria 2
4784-9/00 Comércio varejista de gás liquefeito de petróleo (GLP) 3
4785-7/01 Comércio varejista de antiguidades 2
4785-7/99 Comércio varejista de outros artigos usados 3
4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e artesanatos 2
4789-0/02 Comércio varejista de plantas e flores naturais 3
4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte 1
4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e alimentos para animais de estimação 3
4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários 3
4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos 2
4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório 2
4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem 1
4789-0/09 Comércio varejista de armas e munições 2
4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos não especificados anteriormente 2
4911-6/00 Transporte ferroviário de carga 3
4912-4/01 Transporte ferroviário de passageiros intermunicipal e interestadual 3
4912-4/02 Transporte ferroviário de passageiros municipal e em região metropolitana 3
4912-4/03 Transporte metroviário 3
4921-3/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal 3
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal em região
4921-3/02 3
metropolitana
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, intermunicipal, exceto
4922-1/01 3
em região metropolitana
4922-1/02 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, interestadual 3
4922-1/03 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, internacional 3
Guia de Cálculos Trabalhistas 309

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


4923-0/01 Serviço de táxi 3
4923-0/02 Serviço de transporte de passageiros - locação de automóveis com motorista 3
4924-8/00 Transporte escolar 3
4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal 3
Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, intermunicipal,
4929-9/02 3
interestadual e internacional
4929-9/03 Organização de excursões em veículos rodoviários próprios, municipal 3
Organização de excursões em veículos rodoviários próprios, intermunicipal, interestadual
4929-9/04 3
e internacional
4929-9/99 Outros transportes rodoviários de passageiros não especificados anteriormente 2
4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal 3
Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal,
4930-2/02 3
interestadual e internacional
4930-2/03 Transporte rodoviário de produtos perigosos 3
4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanças 3
4940-0/00 Transporte dutoviário 1
4950-7/00 Trens turísticos, teleféricos e similares 3
5011-4/01 Transporte marítimo de cabotagem - Carga 3
5011-4/02 Transporte marítimo de cabotagem - passageiros 2
5012-2/01 Transporte marítimo de longo curso - Carga 3
5012-2/02 Transporte marítimo de longo curso - Passageiros 2
5021-1/01 Transporte por navegação interior de carga, municipal, exceto travessia 3
Transporte por navegação interior de carga, intermunicipal, interestadual e internacional,
5021-1/02 3
exceto travessia
Transporte por navegação interior de passageiros em linhas regulares, municipal, exceto
5022-0/01 2
travessia
Transporte por navegação interior de passageiros em linhas regulares, intermunicipal, inte-
5022-0/02 2
restadual e internacional, exceto travessia
5030-1/01 Navegação de apoio marítimo 3
5030-1/02 Navegação de apoio portuário 1
5030-1/03 Serviço de rebocadores e empurradores 3
5091-2/01 Transporte por navegação de travessia, municipal 3
5091-2/02 Transporte por navegação de travessia, intermunicipal, interestadual e internacional 3
5099-8/01 Transporte aquaviário para passeios turísticos 1
5099-8/99 Outros transportes aquaviários não especificados anteriormente 1
5111-1/00 Transporte aéreo de passageiros regular 3
5112-9/01 Serviço de táxi aéreo e locação de aeronaves com tripulação 3
5112-9/99 Outros serviços de transporte aéreo de passageiros não-regular 3
5120-0/00 Transporte aéreo de carga 2
5130-7/00 Transporte espacial 1
5211-7/01 Armazéns gerais - emissão de warrant 3
5211-7/02 Guarda-móveis 2
5211-7/99 Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis 3
5212-5/00 Carga e descarga 3
5221-4/00 Concessionárias de rodovias, pontes, túneis e serviços relacionados 3
5222-2/00 Terminais rodoviários e ferroviários 3
5223-1/00 Estacionamento de veículos 3
5229-0/01 Serviços de apoio ao transporte por táxi, inclusive centrais de chamada 1
5229-0/02 Serviços de reboque de veículos 3
5229-0/99 Outras atividades auxiliares dos transportes terrestres não especificadas anteriormente 3
5231-1/01 Administração da infraestrutura portuária 2
5231-1/02 Atividades do Operador Portuário 3
5231-1/03 Gestão de terminais aquaviários 3
310 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


5232-0/00 Atividades de agenciamento marítimo 2
5239-7/01 Serviços de praticagem 3
5239-7/99 Atividades auxiliares dos transportes aquaviários não especificadas anteriormente 3
5240-1/01 Operação dos aeroportos e campos de aterrissagem 2
Atividades auxiliares dos transportes aéreos, exceto operação dos aeroportos e campos
5240-1/99 3
de aterrissagem
5250-8/01 Comissaria de despachos 1
5250-8/02 Atividades de despachantes aduaneiros 3
5250-8/03 Agenciamento de cargas, exceto para o transporte marítimo 3
5250-8/04 Organização logística do transporte de carga 3
5250-8/05 Operador de transporte multimodal - OTM 3
5310-5/01 Atividades do Correio Nacional 3
5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do Correio Nacional 2
5320-2/01 Serviços de malote não realizados pelo Correio Nacional 3
5320-2/02 Serviços de entrega rápida 3
5510-8/01 Hotéis 2
5510-8/02 Apart-hotéis 2
5510-8/03 Motéis 2
5590-6/01 Albergues, exceto assistenciais 3
5590-6/02 Campings 1
5590-6/03 Pensões (alojamento) 2
5590-6/99 Outros alojamentos não especificados anteriormente 2
5611-2/01 Restaurantes e similares 2
5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados em servir bebidas 3
5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares 3
5612-1/00 Serviços ambulantes de alimentação 3
5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas 3
5620-1/02 Serviços de alimentação para eventos e recepções - bufê 2
5620-1/03 Cantinas - serviços de alimentação privativos 3
5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar 3
5811-5/00 Edição de livros 2
5812-3/01 Edição de jornais diários 2
5812-3/02 Edição de jornais não diários 2
5813-1/00 Edição de revistas 3
5819-1/00 Edição de cadastros, listas e de outros produtos gráficos 2
5821-2/00 Edição integrada à impressão de livros 2
5822-1/01 Edição integrada à impressão de jornais 2
5822-1/02 Edição integrada à impressão de jornais não diários 2
5823-9/00 Edição integrada à impressão de revistas 2
5829-8/00 Edição integrada à impressão de cadastros, listas e de outros produtos gráficos 2
5911-1/01 Estúdios cinematográficos 1
5911-1/02 Produção de filmes para publicidade 3
Atividades de produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não es-
5911-1/99 1
pecificadas anteriormente
5912-0/01 Serviços de dublagem 2
5912-0/02 Serviços de mixagem sonora em produção audiovisual 2
Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não
5912-0/99 1
especificadas anteriormente
5913-8/00 Distribuição cinematográfica, de vídeo e de programas de televisão 1
5914-6/00 Atividades de exibição cinematográfica 3
5920-1/00 Atividades de gravação de som e de edição de música 2
6010-1/00 Atividades de rádio 1
Guia de Cálculos Trabalhistas 311

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


6021-7/00 Atividades de televisão aberta 3
6022-5/01 Programadoras 3
6022-5/02 Atividades relacionadas à televisão por assinatura, exceto programadoras 3
6110-8/01 Serviços de telefonia fixa comutada - STFC 2
6110-8/02 Serviços de redes de transportes de telecomunicações - SRTT 2
6110-8/03 Serviços de comunicação multimídia - SCM 2
6110-8/99 Serviços de telecomunicações por fio não especificados anteriormente 3
6120-5/01 Telefonia móvel celular 2
6120-5/02 Serviço móvel especializado - SME 3
6120-5/99 Serviços de telecomunicações sem fio não especificados anteriormente 1
6130-2/00 Telecomunicações por satélite 1
6141-8/00 Operadoras de televisão por assinatura por cabo 3
6142-6/00 Operadoras de televisão por assinatura por micro-ondas 2
6143-4/00 Operadoras de televisão por assinatura por satélite 3
6190-6/01 Provedores de acesso às redes de comunicações 3
6190-6/02 Provedores de voz sobre protocolo internet - VOIP 2
6190-6/99 Outras atividades de telecomunicações não especificadas anteriormente 2
6201-5/01 Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda 1
6201-5/02 Web design 1
6202-3/00 Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis 2
6203-1/00 Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis 1
6204-0/00 Consultoria em tecnologia da informação 2
6209-1/00 Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação 2
Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na
6311-9/00 2
internet
6319-4/00 Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet 1
6391-7/00 Agências de notícias 2
Outras atividades de prestação de serviços de informação não especificadas anteriormen-
6399-2/00 3
te
6410-7/00 Banco Central 1
6421-2/00 Bancos comerciais 2
6422-1/00 Bancos múltiplos, com carteira comercial 3
6423-9/00 Caixas econômicas 2
6424-7/01 Bancos cooperativos 1
6424-7/02 Cooperativas centrais de crédito 1
6424-7/03 Cooperativas de crédito mútuo 2
6424-7/04 Cooperativas de crédito rural 1
6431-0/00 Bancos múltiplos, sem carteira comercial 1
6432-8/00 Bancos de investimento 1
6433-6/00 Bancos de desenvolvimento 2
6434-4/00 Agências de fomento 1
6435-2/01 Sociedades de crédito imobiliário 1
6435-2/02 Associações de poupança e empréstimo 1
6435-2/03 Companhias hipotecárias 1
6436-1/00 Sociedades de crédito, financiamento e investimento - financeiras 1
6437-9/00 Sociedades de crédito ao microempreendedor 1
6440-9/00 Arrendamento mercantil 1
6450-6/00 Sociedades de capitalização 3
6461-1/00 Holdings de instituições financeiras 2
6462-0/00 Holdings de instituições não-financeiras 3
6463-8/00 Outras sociedades de participação, exceto holdings 2
6470-1/01 Fundos de investimento, exceto previdenciários e imobiliários 1
6470-1/02 Fundos de investimento previdenciários 1
312 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


6470-1/03 Fundos de investimento imobiliários 1
6491-3/00 Sociedades de fomento mercantil - factoring 1
6492-1/00 Securitização de créditos 3
6493-0/00 Administração de consórcios para aquisição de bens e direitos 2
6499-9/01 Clubes de investimento 1
6499-9/02 Sociedades de investimento 1
6499-9/03 Fundo garantidor de crédito 1
6499-9/04 Caixas de financiamento de corporações 1
6499-9/05 Concessão de crédito pelas OSCIP 1
6499-9/99 Outras atividades de serviços financeiros não especificadas anteriormente 1
6511-1/01 Sociedade seguradora de seguros vida 1
6511-1/02 Planos de auxílio-funeral 2
6512-0/00 Sociedade seguradora de seguros não-vida 2
6520-1/00 Sociedade seguradora de seguros saúde 1
6530-8/00 Resseguros 2
6541-3/00 Previdência complementar fechada 1
6542-1/00 Previdência complementar aberta 1
6550-2/00 Planos de saúde 2
6611-8/01 Bolsa de valores 1
6611-8/02 Bolsa de mercadorias 1
6611-8/03 Bolsa de mercadorias e futuros 1
6611-8/04 Administração de mercados de balcão organizados 2
6612-6/01 Corretoras de títulos e valores mobiliários 1
6612-6/02 Distribuidoras de títulos e valores mobiliários 1
6612-6/03 Corretoras de câmbio 1
6612-6/04 Corretoras de contratos de mercadorias 1
6612-6/05 Agentes de investimentos em aplicações financeiras 2
6613-4/00 Administração de cartões de crédito 2
6619-3/01 Serviços de liquidação e custódia 1
6619-3/02 Correspondentes de instituições financeiras 2
6619-3/03 Representações de bancos estrangeiros 1
6619-3/04 Caixas eletrônicos 1
6619-3/05 Operadoras de cartões de débito 1
6619-3/99 Outras atividades auxiliares dos serviços financeiros não especificadas anteriormente 2
6621-5/01 Peritos e avaliadores de seguros 1
6621-5/02 Auditoria e consultoria atuarial 1
6622-3/00 Corretores e agentes de seguros, de planos de previdência complementar e de saúde 1
Atividades auxiliares dos seguros, da previdência complementar e dos planos de saúde
6629-1/00 2
não especificadas anteriormente
6630-4/00 Atividades de administração de fundos por contrato ou comissão 2
6810-2/01 Compra e venda de imóveis próprios 3
6810-2/02 Aluguel de imóveis próprios 2
6810-2/03 Loteamento de imóveis próprios 3
6821-8/01 Corretagem na compra e venda e avaliação de imóveis 2
6821-8/02 Corretagem no aluguel de imóveis 2
6822-6/00 Gestão e administração da propriedade imobiliária 2
6911-7/01 Serviços advocatícios 1
6911-7/02 Atividades auxiliares da justiça 1
6911-7/03 Agente de propriedade industrial 1
6912-5/00 Cartórios 1
6920-6/01 Atividades de contabilidade 1
6920-6/02 Atividades de consultoria e auditoria contábil e tributária 2
Guia de Cálculos Trabalhistas 313

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


7020-4/00 Atividades de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica 2
7111-1/00 Serviços de arquitetura 3
7112-0/00 Serviços de engenharia 3
7119-7/01 Serviços de cartografia, topografia e geodésia 2
7119-7/02 Atividades de estudos geológicos 3
7119-7/03 Serviços de desenho técnico relacionados à arquitetura e engenharia 2
7119-7/04 Serviços de perícia técnica relacionados à segurança do trabalho 1
Atividades técnicas relacionadas à engenharia e arquitetura não especificadas anterior-
7119-7/99 2
mente
7120-1/00 Testes e análises técnicas 1
7210-0/00 Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências físicas e naturais 2
7220-7/00 Pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências sociais e humanas 1
7311-4/00 Agências de publicidade 1
7312-2/00 Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação 3
7319-0/01 Criação de estandes para feiras e exposições 2
7319-0/02 Promoção de vendas 3
7319-0/03 Marketing direto 3
7319-0/04 Consultoria em publicidade 2
7319-0/99 Outras atividades de publicidade não especificadas anteriormente 2
7320-3/00 Pesquisas de mercado e de opinião pública 3
7410-2/02 Design de interiores 3
7410-2/03 Design de produto 3
7410-2/99 Atividades de design não especificadas anteriormente 3
7420-0/01 Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina 2
7420-0/02 Atividades de produção de fotografias aéreas e submarinas 2
7420-0/03 Laboratórios fotográficos 2
7420-0/04 Filmagem de festas e eventos 2
7420-0/05 Serviços de microfilmagem 3
7490-1/01 Serviços de tradução, interpretação e similares 3
7490-1/02 Escafandria e mergulho 3
7490-1/03 Serviços de agronomia e de consultoria às atividades agrícolas e pecuárias 3
Atividades de intermediação e agenciamento de serviços e negócios em geral, exceto
7490-1/04 2
imobiliários
7490-1/05 Agenciamento de profissionais para atividades esportivas, culturais e artísticas 3
7490-1/99 Outras atividades profissionais, científicas e técnicas não especificadas anteriormente 2
7500-1/00 Atividades veterinárias 2
7711-0/00 Locação de automóveis sem condutor 2
7719-5/01 Locação de embarcações sem tripulação, exceto para fins recreativos 2
7719-5/02 Locação de aeronaves sem tripulação 3
7719-5/99 Locação de outros meios de transporte não especificados anteriormente, sem condutor 3
7721-7/00 Aluguel de equipamentos recreativos e esportivos 2
7722-5/00 Aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares 3
7723-3/00 Aluguel de objetos do vestuário, joias e acessórios 2
7729-2/01 Aluguel de aparelhos de jogos eletrônicos 3
Aluguel de móveis, utensílios e aparelhos de uso doméstico e pessoal; instrumentos mu-
7729-2/02 3
sicais
7729-2/03 Aluguel de material médico 1
7729-2/99 Aluguel de outros objetos pessoais e domésticos não especificados anteriormente 3
7731-4/00 Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador 3
7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construção sem operador, exceto andaimes 3
7732-2/02 Aluguel de andaimes 3
7733-1/00 Aluguel de máquinas e equipamentos para escritórios 1
7739-0/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para extração de minérios e petróleo, sem operador 1
314 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


7739-0/02 Aluguel de equipamentos científicos, médicos e hospitalares, sem operador 3
7739-0/03 Aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes 3
Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especificados
7739-0/99 3
anteriormente, sem operador
7740-3/00 Gestão de ativos intangíveis não-financeiros 1
7810-8/00 Seleção e agenciamento de mão-de-obra 3
7820-5/00 Locação de mão-de-obra temporária 3
7830-2/00 Fornecimento e gestão de recursos humanos para terceiros 2
7911-2/00 Agências de viagens 1
7912-1/00 Operadores turísticos 1
7990-2/00 Serviços de reservas e outros serviços de turismo não especificados anteriormente 1
8011-1/01 Atividades de vigilância e segurança privada 3
8011-1/02 Serviços de adestramento de cães de guarda 2
8012-9/00 Atividades de transporte de valores 3
8020-0/01 Atividades de monitoramento de sistemas de segurança eletrônico 3
8020-0/02 Outras atividades de serviços de segurança 3
8030-7/00 Atividades de investigação particular 2
8111-7/00 Serviços combinados para apoio a edifícios, exceto condomínios prediais 3
8112-5/00 Condomínios prediais 2
8121-4/00 Limpeza em prédios e em domicílios 3
8122-2/00 Imunização e controle de pragas urbanas 3
8129-0/00 Atividades de limpeza não especificadas anteriormente 3
8130-3/00 Atividades paisagísticas 3
8211-3/00 Serviços combinados de escritório e apoio administrativo 2
8219-9/01 Fotocópias 1
Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não espe-
8219-9/99 3
cificados anteriormente
8220-2/00 Atividades de teleatendimento 3
8230-0/01 Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas 3
8230-0/02 Casas de festas e eventos 1
8291-1/00 Atividades de cobranças e informações cadastrais 2
8292-0/00 Envasamento e empacotamento sob contrato 3
8299-7/01 Medição de consumo de energia elétrica, gás e água 3
8299-7/02 Emissão de vales-alimentação, vales-transporte e similares 1
8299-7/03 Serviços de gravação de carimbos, exceto confecção 2
8299-7/04 Leiloeiros independentes 2
8299-7/05 Serviços de levantamento de fundos sob contrato 2
8299-7/06 Casas lotéricas 2
8299-7/07 Salas de acesso à internet 2
Outras atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especificadas
8299-7/99 2
anteriormente
8411-6/00 Administração pública em geral 2
8412-4/00 Regulação das atividades de saúde, educação, serviços culturais e outros serviços sociais 1
8413-2/00 Regulação das atividades econômicas 2
8421-3/00 Relações exteriores 1
8422-1/00 Defesa 1
8423-0/00 Justiça 1
8424-8/00 Segurança e ordem pública 2
8425-6/00 Defesa Civil 1
8430-2/00 Seguridade social obrigatória 1
8511-2/00 Educação infantil – creche 2
8512-1/00 Educação infantil - pré-escola 1
8513-9/00 Ensino fundamental 1
8520-1/00 Ensino médio 1
Guia de Cálculos Trabalhistas 315

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


8531-7/00 Educação superior - graduação 1
8532-5/00 Educação superior - graduação e pós-graduação 1
8533-3/00 Educação superior - pós-graduação e extensão 1
8541-4/00 Educação profissional de nível técnico 1
8542-2/00 Educação profissional de nível tecnológico 2
8550-3/01 Administração de caixas escolares 1
8550-3/02 Atividades de apoio à educação, exceto caixas escolares 2
8591-1/00 Ensino de esportes 2
8592-9/01 Ensino de dança 1
8592-9/02 Ensino de artes cênicas, exceto dança 1
8592-9/03 Ensino de música 1
8592-9/99 Ensino de arte e cultura não especificado anteriormente 1
8593-7/00 Ensino de idiomas 1
8599-6/01 Formação de condutores 1
8599-6/02 Cursos de pilotagem 3
8599-6/03 Treinamento em informática 1
8599-6/04 Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial 1
8599-6/05 Cursos preparatórios para concursos 1
8599-6/99 Outras atividades de ensino não especificadas anteriormente 2
Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto-socorro e unidades para atendimento
8610-1/01 2
a urgências
Atividades de atendimento em pronto-socorro e unidades hospitalares para atendimento
8610-1/02 2
a urgências
8621-6/01 UTI móvel 2
8621-6/02 Serviços móveis de atendimento a urgências, exceto por UTI móvel 2
8622-4/00 Serviços de remoção de pacientes, exceto os serviços móveis de atendimento a urgências 2
8630-5/01 Atividade médica ambulatorial com recursos para realização de procedimentos cirúrgicos 1
8630-5/02 Atividade médica ambulatorial com recursos para realização de exames complementares 2
8630-5/03 Atividade médica ambulatorial restrita a consultas 1
8630-5/04 Atividade odontológica com recursos para realização de procedimentos cirúrgicos 1
8630-5/05 Atividade odontológica sem recursos para realização de procedimentos cirúrgicos 1
8630-5/06 Serviços de vacinação e imunização humana 1
8630-5/07 Atividades de reprodução humana assistida 2
8630-5/99 Atividades de atenção ambulatorial não especificadas anteriormente 2
8640-2/01 Laboratórios de anatomia patológica e citológica 2
8640-2/02 Laboratórios clínicos 2
8640-2/03 Serviços de diálise e nefrologia 2
8640-2/04 Serviços de tomografia 1
8640-2/05 Serviços de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante, exceto tomografia 2
8640-2/06 Serviços de ressonância magnética 2
Serviços de diagnóstico por imagem sem uso de radiação ionizante, exceto ressonância
8640-2/07 1
magnética
8640-2/08 Serviços de diagnóstico por registro gráfico - ECG, EEG e outros exames análogos 3
8640-2/09 Serviços de diagnóstico por métodos ópticos - endoscopia e outros exames análogos 2
8640-2/10 Serviços de quimioterapia 2
8640-2/11 Serviços de radioterapia 2
8640-2/12 Serviços de hemoterapia 1
8640-2/13 Serviços de litotripsia 1
8640-2/14 Serviços de bancos de células e tecidos humanos 1
Atividades de serviços de complementação diagnóstica e terapêutica não especificadas
8640-2/99 2
anteriormente
8650-0/01 Atividades de enfermagem 1
316 Guia de Cálculos Trabalhistas

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


8650-0/02 Atividades de profissionais da nutrição 3
8650-0/03 Atividades de psicologia e psicanálise 1
8650-0/04 Atividades de fisioterapia 1
8650-0/05 Atividades de terapia ocupacional 2
8650-0/06 Atividades de fonoaudiologia 1
8650-0/07 Atividades de terapia de nutrição enteral e parenteral 1
8650-0/99 Atividades de profissionais da área de saúde não especificadas anteriormente 2
8660-7/00 Atividades de apoio à gestão de saúde 2
8690-9/01 Atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana 2
8690-9/02 Atividades de banco de leite humano 1
8690-9/03 Atividades de acupuntura 2
8690-9/04 Atividades de podologia 2
8690-9/99 Outras atividades de atenção à saúde humana não especificadas anteriormente 2
8711-5/01 Clínicas e residências geriátricas 2
8711-5/02 Instituições de longa permanência para idosos 2
8711-5/03 Atividades de assistência a deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes 1
8711-5/04 Centros de apoio a pacientes com câncer e com AIDS 3
8711-5/05 Condomínios residenciais para idosos e deficientes físicos 2
Atividades de fornecimento de infraestrutura de apoio e assistência a paciente no domi-
8712-3/00 2
cílio
8720-4/01 Atividades de centros de assistência psicossocial 1
Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos,
8720-4/99 2
deficiência mental e dependência química não especificadas anteriormente
8730-1/01 Orfanatos 2
8730-1/02 Albergues assistenciais 2
Atividades de assistência social prestadas em residências coletivas e particulares não es-
8730-1/99 2
pecificadas anteriormente
8800-6/00 Serviços de assistência social sem alojamento 2
9001-9/01 Produção teatral 1
9001-9/02 Produção musical 2
9001-9/03 Produção de espetáculos de dança 2
9001-9/04 Produção de espetáculos circenses, de marionetes e similares 1
9001-9/05 Produção de espetáculos de rodeios, vaquejadas e similares 3
9001-9/06 Atividades de sonorização e de iluminação 1
9001-9/99 Artes cênicas, espetáculos e atividades complementares não especificadas anteriormente 3
9002-7/01 Atividades de artistas plásticos, jornalistas independentes e escritores 1
9002-7/02 Restauração de obras-de-arte 1
9003-5/00 Gestão de espaços para artes cênicas, espetáculos e outras atividades artísticas 3
9101-5/00 Atividades de bibliotecas e arquivos 2
9102-3/01 Atividades de museus e de exploração de lugares e prédios históricos e atrações similares 1
9102-3/02 Restauração e conservação de lugares e prédios históricos 1
Atividades de jardins botânicos, zoológicos, parques nacionais, reservas ecológicas e
9103-1/00 2
áreas de proteção ambiental
9200-3/01 Casas de bingo 1
9200-3/02 Exploração de apostas em corridas de cavalos 2
9200-3/99 Exploração de jogos de azar e apostas não especificados anteriormente 1
9311-5/00 Gestão de instalações de esportes 2
9312-3/00 Clubes sociais, esportivos e similares 2
9313-1/00 Atividades de condicionamento físico 1
Guia de Cálculos Trabalhistas 317

CNAE 2.2 DESCRIÇÃO ALÍQUOTA (%)


9319-1/01 Produção e promoção de eventos esportivos 2
9319-1/99 Outras atividades esportivas não especificadas anteriormente 2
9321-2/00 Parques de diversão e parques temáticos 2
9329-8/01 Discotecas, danceterias, salões de dança e similares 1
9329-8/02 Exploração de boliches 3
9329-8/03 Exploração de jogos de sinuca, bilhar e similares 1
9329-8/04 Exploração de jogos eletrônicos recreativos 3
9329-8/99 Outras atividades de recreação e lazer não especificadas anteriormente 2
9411-1/00 Atividades de organizações associativas patronais e empresariais 3
9412-0/01 Atividades de fiscalização profissional 3
9412-0/99 Outras atividades associativas profissionais 3
9420-1/00 Atividades de organizações sindicais 2
9430-8/00 Atividades de associações de defesa de direitos sociais 2
9491-0/00 Atividades de organizações religiosas ou filosóficas 2
9492-8/00 Atividades de organizações políticas 1
9493-6/00 Atividades de organizações associativas ligadas à cultura e à arte 2
9499-5/00 Atividades associativas não especificadas anteriormente 2
9511-8/00 Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos 3
9512-6/00 Reparação e manutenção de equipamentos de comunicação 2
9521-5/00 Reparação e manutenção de equipamentos eletroeletrônicos de uso pessoal e doméstico 3
9529-1/01 Reparação de calçados, bolsas e artigos de viagem 1
9529-1/02 Chaveiros 3
9529-1/03 Reparação de relógios 1
9529-1/04 Reparação de bicicletas, triciclos e outros veículos não-motorizados 3
9529-1/05 Reparação de artigos do mobiliário 2
9529-1/06 Reparação de joias 2
Reparação e manutenção de outros objetos e equipamentos pessoais e domésticos não
9529-1/99 3
especificados anteriormente
9601-7/01 Lavanderias 3
9601-7/02 Tinturarias 3
9601-7/03 Toalheiros 3
9602-5/01 Cabeleireiros, manicure e pedicure 2
9602-5/02 Atividades de Estética e outros serviços de cuidados com a beleza 2
9603-3/01 Gestão e manutenção de cemitérios 3
9603-3/02 Serviços de cremação 2
9603-3/03 Serviços de sepultamento 2
9603-3/04 Serviços de funerárias 2
9603-3/05 Serviços de somatoconservação 3
9603-3/99 Atividades funerárias e serviços relacionados não especificados anteriormente 3
9609-2/02 Agências matrimoniais 3
9609-2/04 Exploração de máquinas de serviços pessoais acionadas por moeda 1
9609-2/05 Atividades de sauna e banhos 1
9609-2/06 Serviços de tatuagem e colocação de piercing 2
9609-2/07 Alojamento de animais domésticos 2
9609-2/08 Higiene e embelezamento de animais domésticos 2
9609-2/99 Outras atividades de serviços pessoais não especificadas anteriormente 2
9700-5/00 Serviços domésticos 2
9900-8/00 Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 1
318 Guia de Cálculos Trabalhistas

CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS A OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS (TERCEIROS)


São considerados “terceiros” as entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical, criadas por lei e mantidas por meio de contribuições compulsoriamente
cobradas dos empregadores sobre a folha de pagamento.
São eles:
a) da área comercial:
a.1) Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac);
a.2) Serviço Social do Comércio (Sesc);
b) da área industrial:
b.1) Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai);
b.2) Serviço Social da Indústria (Sesi);
c) do transporte:
c.1) Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat);
c.2) Serviço Social de Transporte (Sest);
d) de outras áreas:
d.1) Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar);
d.2) Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop);
d.3) Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae);
Guia de Cálculos Trabalhistas 319

d.4) Diretoria de Portos e Costas (DPC) do Ministério da Marinha;


d.5) Fundo Aeroviário;
d.6) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra);
d.7) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) as atividades relativas à tributação, fis-
calização, arrecadação e cobrança da contribuição devida por lei a terceiros, ressalvada a hipótese de
recolhimento direto da contribuição à entidade correspondente mediante convênio celebrado entre
esta e a empresa.

A contribuição a terceiros se sujeita aos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios das
contribuições sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, inclusive no que diz respeito
à cobrança judicial.

Entretanto, tais regras são aplicadas, exclusivamente, à contribuição cuja base de cálculo seja a
mesma das que incidem sobre a remuneração paga, devida ou creditada a segurados do Regime Geral
da Previdência Social (RGPS) ou instituídas sobre outras bases a título de substituição.

Base de cálculo

A contribuição devida a terceiros é calculada sobre o total da remuneração paga, devida ou credi-
tada a empregados e trabalhadores avulsos.

Entidades não sujeitas à contribuição para terceiros

Não estão sujeitos à contribuição para terceiros:


a) os órgãos e as entidades do Poder Público, inclusive as agências reguladoras de atividade eco-
nômica (Agência Nacional de Petróleo - ANP, Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa,
Agência Nacional de Saúde - ANS etc.);
b) os organismos internacionais, as missões diplomáticas, as repartições consulares e as entida-
des congêneres;
c) o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e as Seccionais da OAB;
d) os conselhos de profissões regulamentadas;
e) as instituições públicas de ensino de qualquer grau;
f) as serventias notariais e de registro, exceto quanto à contribuição social do salário-educação;
g) as entidades privadas de serviço social e de formação profissional (Sistema S), constituídas
sob a forma de serviço social autônomo, exceto quanto à contribuição social do salário-educa-
ção e à contribuição devida ao Incra;
h) entidades beneficentes de assistência social certificadas na forma da Lei nº 12.101/2009 e que
cumpram os requisitos legais.

Empresa brasileira de navegação

Sobre a remuneração paga por empresa brasileira de navegação a tripulantes de embarcação


inscrita no Registro Especial Brasileiro (REB) não incide a contribuição destinada ao Fundo de Desenvol-
vimento do Ensino Profissional Marítimo, conforme determina a Lei nº 9.432/1997, art. 11, § 8º.
320 Guia de Cálculos Trabalhistas

Nessa hipótese, a empresa de navegação apresentará a Guia de Recolhimento do FGTS e de


Informações à Previdência Social (GFIP) específica para os trabalhadores (tripulantes) da embarcação
inscrita no REB, na qual informará o código FPAS 523 e o código de terceiros 0003, e, para as demais
embarcações, apresentará GFIP com o código FPAS 540 e o código de terceiros 0131.
Nota
A partir das datas em que a entrega da declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras
Entidades e Fundos (DCTFWeb) se tornar obrigatória para os contribuintes, as referências à GFIP devem ser entendidas
como:
a) DCTFWeb, quando se tratar de instrumento de confissão de dívida ou de informações sobre os valores devidos de con-
tribuições previdenciárias; e
b) eventos pertinentes do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial)
ou da Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), quando se tratar das demais
informações.
A partir das mencionadas datas as referências ao manual da GFIP devem ser entendidas como referências ao manual da
DCTFWeb, do eSocial ou da EFD-Reinf, conforme o caso.

Brasileiros contratado no Brasil para prestar serviços no exterior

A contribuição para terceiros não incide sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao bra-
sileiro contratado no Brasil para prestar serviços no exterior, ou para lá transferido, nos termos do art. 11
da Lei nº 7.064/1982.

A não incidência terá vigência apenas no período em que o trabalhador permanecer no exterior a
serviço da empresa que o contratou no Brasil, durante o qual a empresa contratante apresentará GFIP
específica para o trabalhador, na qual informará o código FPAS 590 e o código de terceiros 0000.

Classificação da atividade e atribuição do código FPAS

Para fins de recolhimento da contribuição devida a terceiros a pessoa jurídica deverá classificar a
atividade por ela desenvolvida e atribuir-lhe o código FPAS correspondente.

Na hipótese de reclassificação de ofício, a autoridade administrativa constituirá o crédito tributá-


rio, se existente a respectiva obrigação, e comunicará ao sujeito passivo e às entidades e fundos interes-
sados as alterações realizadas.

Em caso de discordância, o sujeito passivo poderá, em 30 dias, impugnar o ato de reclassificação


da atividade ou o lançamento dele decorrente, observado, quanto a este, o rito estabelecido pelo De-
creto nº 70.235/1972.

Determina o art. 109-C da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, na redação da Instrução Norma-
tiva RFB nº 1.071/2010 que a classificação terá por base a principal atividade desenvolvida pela empresa,
assim considerada a que constitui seu objeto social, conforme declarado nos atos constitutivos e no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), observadas as regras a seguir, na ordem em que apresen-
tadas:
a) a classificação será feita de acordo com o Quadro de Atividades e Profissões a que se refere o
art. 577 da CLT, ressalvado o disposto nos quadros a seguir e a relação de atividades industriais
e comerciais adiante e as atividades em relação às quais a lei estabeleça forma diversa de con-
tribuição;
b) a atividade declarada como principal no CNPJ deverá corresponder à classificação feita na
forma da letra “a”, prevalecendo esta em caso de divergência;
Guia de Cálculos Trabalhistas 321

c) na hipótese de a pessoa jurídica desenvolver mais de uma atividade, prevalecerá, para fins de
classificação, a atividade preponderante, assim considerada a que representa o objeto social
da empresa, ou a unidade de produto, para a qual convergem as demais em regime de conexão
funcional (CLT,art. 581, § 2º);
d) se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como prepon-
derante, aplica-se a cada atividade o respectivo código FPAS.
Considera-se regime de conexão funcional, para fins de definição da atividade preponderante, a
finalidade comum em função da qual duas ou mais atividades se interagem, sem descaracterizar sua
natureza individual, a fim de realizar o objeto social da pessoa jurídica.

Tabelas de contribuição de terceiros


Classificada a atividade, ser-lhe-á atribuído o código FPAS e as alíquotas de contribuição corres-
pondentes, de acordo com as tabelas adiante reproduzidas (Quadros 1 a 6), considerado o grupo econô-
mico como indicativo das diversas atividades em que se decompõe:
Quadro 1
Confederação Nacional da Indústria

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Alimentação; 507 5,8%
2º Vestuário; 507 5,8%
3º Construção e mobiliário; 507 5,8%
4º Urbanas (saneamento, coleta e tratamento de resíduos, energia, gás, água e esgoto); 507 5,8%
5º Extrativas;
6º Fiação e tecelagem; 507 5,8%
7º Artefatos de couro; 507 5,8%
8º Artefatos de borracha; 507 5,8%
9º Joalheiras, lapidação de pedras preciosas; 507 5,8%
10º Químicas e farmacêuticas; 507 5,8%
11º Papel, papelão, cortiça; 507 5,8%
12º Gráficas; 507 5,8%
13º Vidros, cristais, espelhos, cerâmicas, louças, porcelanas; 507 5,8%
15º Instrumentos musicais, brinquedos; 507 5,8%
16º Cinematográficas; 507 5,8%
17º Beneficiamentos; 507 5,8%
18º Artesanatos (pessoa jurídica); 507 5,8%
19º Metalúrgicas, mecânicas, materiais elétricos; 507 5,8%
19º Metalúrgicas, mecânicas, materiais elétricos. 507 5,8%

Quadro 2
Confederação Nacional do Comércio

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Comércio atacadista; 515 5,8%
2º Comércio varejista; 515 5,8%
322 Guia de Cálculos Trabalhistas

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
3º Agentes autônomos do comércio; 515 5,8%
4º Comércio armazenador; 515 5,8%
5º Turismo e hospitalidade; 515 5,8%
6º Serviços de saúde. 515 5,8%

Quadro 3
Confederação Nacional dos Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Empresas de navegação marítima e fluvial; 540 5,2%
2º Empresas aeroviárias; 558 5,2%
3º Empresários e administradores de portos; 540 5,2%
4º Empresas prestadoras de serviços portuários; 540 5,2%
5º Empresas de pesca; 540 5,2%
6º Empresas de dragagem. 540 5,2%

Quadro 4
Confederação Nacional dos Transportes Terrestres

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Empresas ferroviárias; 507 5,8%
2º Empresas de transportes rodoviários; 612 5,8%
3º Empresas de carris urbanos (inclusive cabos aéreos); 507 5,8%
4º Empresas metroviárias; 507 5,8%
5º Empresas de transporte de valores; 612 5,8%
6º Empresas de locação de veículos; 612 5,8%
7º Empresas de distribuição de petróleo. 612 5,8%

As contribuições devidas ao Sest e ao Senat por empresas de distribuição de petróleo serão cal-
culadas sobre o montante da remuneração paga ou creditada aos empregados diretamente envolvidos
com o transporte, nos termos do § 2º do art. 2º do Decreto nº 1.007/1993.

Quadro 5
Confederação Nacional de Comunicações e publicidades

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Empresas de comunicações (telegráficas, empresa de correios, inclusive franqueadas 507 5,8%
e telefônicas);
2º Empresas de publicidade; 566 4,5%
3º Empresas jornalísticas. 566 4,5%
Guia de Cálculos Trabalhistas 323

Quadro 6
Confederação Nacional de Educação e Cultura

CÓDIGO ALÍQUOTA TOTAL -


GRUPO DE ATIVIDADE
FPAS TERCEIROS
1º Estabelecimentos de ensino; 574 4,5%
2º Empresas de difusão cultural e artística; 566 4,5%
3º Estabelecimentos de cultura física; 566 4,5%
4º Estabelecimentos hípicos. 566 4,5%

As empresas, inclusive as constituídas na forma de cooperativa, que desenvolvam as atividades


referidas no § 5º do art. 72 enquadram-se no código FPAS 736 e contribuirão com as alíquotas previstas
para este código no Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, observado que as cooperativas de
crédito, enquadram-se no código FPAS 787, observado o disposto no § 12 do art. 72.

Nota
Os §§ 5º, 12 e 18 do art. 72 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 dispõem:
“Art. 72 - .............................................................................................................................................................................................................................................
.§ 5º As empresas, inclusive as constituídas sob a forma de cooperativa, exceto as cooperativas de crédito, que desen-
volvam as atividades de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, de financiamento ou de investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras,
distribuidoras de títulos ou de valores mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias e de valores, empresas de arrendamento
mercantil, empresas de seguros privados ou de capitalização, agentes autônomos de seguros privados ou de crédito e enti-
dades de previdência privada abertas ou fechadas, além das contribuições previstas nos incisos I a IV do caput, sujeitam-se
à contribuição adicional de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) incidente sobre a base de cálculo definida nos
incisos I e II do caput do art. 57.
.................................................................................................................................................................................................................................................................
§ 12. A partir de 1º de janeiro de 2008, as sociedades cooperativas de crédito devem contribuir para o Serviço Nacional de
Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) com alíquota de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) incidente
apenas sobre o montante da remuneração paga, devida ou creditada a seus empregados, na forma do inciso I do art. 10 da
Medida Provisória nº 2.168- 40, de 24 de agosto de 2001, a que se refere o art. 10 da Lei nº 11.524, de 24 de setembro de 2007.
.................................................................................................................................................................................................................................................................
§ 18. O disposto no § 5º não se aplica às sociedades corretoras de seguro.”

As Entidades Beneficentes de Assistência Social (Ebas) certificadas e em gozo da isenção enqua-


dram-se no código FPAS 639 e os organismos internacionais com acordo recíproco de isenção enqua-
dram-se no código FPAS 876., observando-se que ambos contribuirão com as alíquotas previstas para os
respectivos códigos no Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 971/2009.

Atividades industriais

Classificam-se como industriais, não exclusivamente, as atividades a seguir enumeradas, desen-


volvidas em conjunto ou isoladamente, sobre as quais se aplicam as alíquotas previstas no Anexo II da
Instrução Normativa nº 971/2009, de acordo com o código FPAS 507:
I) fabricação, manutenção e reparação de veículos automotores e embarcações de qualquer
espécie, inclusive de peças e componentes necessários ao seu funcionamento;
II) fabricação, instalação, manutenção e reparação de máquinas e equipamentos industriais
de grande porte;
III) fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições;
324 Guia de Cálculos Trabalhistas

IV) fabricação de elevadores, escadas e esteiras rolantes;


V) fabricação de bicicletas e outros veículos não motorizados, eletrodomésticos, acessórios e
equipamentos;
VI) instalação, manutenção, assistência técnica e reparação de máquinas e equipamentos de
qualquer porte, bicicletas e eletrodomésticos, quando prestados pelo próprio fabricante,
em dependência deste ou em estabelecimento da mesma pessoa jurídica;
VII) construção, ampliação e manutenção de vias públicas;
VIII) construção, ampliação e manutenção de estações e redes de distribuição de energia elétri-
ca e telecomunicações;
IX) construção, ampliação e manutenção de estações e redes de abastecimento de água, co-
leta de esgoto, transportes por dutos e construções correlatas;
X) construção, ampliação e manutenção de rodovias e ferrovias;
XI) reciclagem de resíduos, inclusive de obras de construção civil;
XII) geração, transmissão, transformação e distribuição de energia elétrica, independentemen-
te da forma de organização societária, inclusive holding mista, em que há participação des-
ta na exploração conjunta da atividade econômica;
XIII) lojas de fábrica, assim consideradas as atividades de comercialização de produtos oriun-
dos da unidade de fabricação, realizadas por estabelecimentos ou dependências desta,
vinculados à mesma pessoa jurídica, independentemente de sua localização;
XIV) cozinha industrial, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade consista na fabri-
cação e acondicionamento de alimentos congelados, fornecimento de pratos prontos ou
preparação, em qualquer local, de refeições para empresas ou instituições de internação ou
atendimento coletivo;
XV) extração de minério de ferro, refino de petróleo e fabricação de produtos e subprodutos,
inclusive atividades de apoio e as relacionadas a pesquisas e testes experimentais;
XVI) engenharia consultiva, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade se destine a via-
bilizar a realização de obras de construção civil, de construção de usinas e de implantação
e instalação de linhas de transmissão e plataformas de qualquer espécie;
XVII) fabricação, instalação, manutenção e locação de containers, betoneiras, andaimes, cavale-
tes e outros equipamentos para obras de construção civil;
XVIII) instalação e manutenção industrial de elevadores, ar condicionado, redes hidráulica, elétrica
e de telecomunicação e de outros equipamentos integrantes de obra de construção civil;
XIX) centros de distribuição, depósitos e escritórios administrativos de empresa industrial, inde-
pendentemente do local onde estiverem instalados;
XX) obras de construção civil e de restauração de prédios e monumentos;
XXI) correios, inclusive agências franqueadas ou permissionárias;
XXII) telecomunicações, incluídas telefonia fixa, móvel e por satélite;
XXIII) provedores de acesso às redes de comunicação e de voz sobre protocolo Internet (VOIP);
XXIV) desenvolvimento e licenciamento, em série ou larga escala, de programas de computador;
XXV) panificação, quando constituir atividade econômica autônoma, assim considerada a que
não constitua parte de atividade econômica mais abrangente, ainda que sejam comercia-
lizados outros produtos no mesmo estabelecimento;
XXVI) administração, conservação e manutenção de rodovias, pontes e túneis sob regime de con-
cessão ou parceria com o poder público, inclusive serviços relacionados; e
Guia de Cálculos Trabalhistas 325

XXVII) tinturarias, quando constituir atividade acessória de atividade industrial ou fase de indus-
trialização do produto;
XXVIII) reciclagem, tratamento ou industrialização de resíduos, com ou sem coleta.

Na hipótese de a pessoa jurídica desenvolver mais de uma atividade, prevalecerá, para fins de
classificação, a atividade preponderante, assim considerada a que representa o objeto social da empre-
sa, ou a unidade de produto, para a qual convergem as demais em regime de conexão funcional (CLT,
art. 581, § 2º).

Se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como preponde-
rante, aplica-se a cada atividade o respectivo código FPAS.

Atividades comerciais
Classificam-se como comerciais ou de serviços, não exclusivamente, as atividades a seguir enu-
meradas, desenvolvidas em conjunto ou individualmente, sobre as quais se aplicam as alíquotas previs-
tas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com os códigos FPAS 515, 566, 574
ou 647:
a) empresas de call center (FPAS 515);
b) panificação, quando realizada em hipermercado, supermercado, minimercado, mercearia ou
armazém, com a finalidade de ampliar a oferta de produtos (FPAS 515);
c) televisão aberta e por assinatura (FPAS 566);
d) limpeza e conservação de prédios (FPAS 515);
e) comércio (revendedor) de programas de computador (FPAS 515);
f) serviços de tecnologia da informação, inclusive desenvolvimento de programas de computa-
dor sob encomenda (ou customizáveis) e seu licenciamento, instalação, manutenção e atuali-
zação, à distância ou nas dependências do cliente (FPAS 515);
g) serviços de instalação, manutenção, assistência técnica e reparação de máquinas e equipa-
mentos, inclusive de informática, móveis, eletrodomésticos e bicicletas, exceto se prestados
pelo próprio fabricante (FPAS 515);
h) serviços de restaurante e bufete, inclusive os prestados a instituições hospitalares e de atendi-
mento coletivo (FPAS 515);
i) instituições de ensino, exceto as de direito público (FPAS 574);
j) associações desportivas que mantenham equipes de futebol profissional (FPAS 647);
k) tinturarias, quando constituírem atividade acessória de serviços pessoais ou fase de atividade
comercial (FPAS 515);
l) serviços de engenharia consultiva não enquadrados como atividade industrial (FPAS 515, se
pessoa jurídica, e 566, se pessoa física);
m) coleta de resíduos, sem atividade de tratamento, reciclagem ou industrialização (FPAS 515) e;
o) sociedades corretoras de seguro (FPAS 515).

Cooperativas
As atividades, se desenvolvidas por pessoa jurídica constituída sob a forma de cooperativa, sujei-
tam-se à contribuição devida ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), cal-
culada mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 971/2009,
de acordo com o código FPAS da atividade e o código de terceiros 4163.
326 Guia de Cálculos Trabalhistas

A contribuição devida ao Sescoop não se acumula com as devidas ao Serviço Social da Indústria
(Sesi) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ou ao Serviço Social do Comércio (Sesc)
e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), conforme a atividade.

A cooperativa de crédito sujeita-se à contribuição devida ao Sescoop, calculada mediante aplica-


ção das alíquotas previstas no Anexo II, anteriormente citado, de acordo com o código FPAS 787 e o có-
digo de terceiros 4099, observado o disposto no § 12 do art. 72 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009.

Empresas com mais de um estabelecimento - Código FPAS


O código FPAS e as alíquotas correspondentes, atribuídos à atividade serão aplicados a todos os
estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, assim considerados os cadastrados sob a mesma raiz de
CNPJ, independentemente de sua localização.

Atividades rurais
A contribuição de 2,5%, de que trata o art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146/1970, devida ao Incra, identi-
ficada pelo código FPAS 531 e código de terceiros 0003, incide sobre a folha de salários das empresas
que atuam nas seguintes atividades:
a) indústria de cana-de-açúcar;
b) indústria de laticínios;
c) indústria de beneficiamento de cereais, café, chá e mate;
d) indústria da uva;
e) indústria de extração e beneficiamento de fibras vegetais e de descaroçamento de algodão;
f) indústria de extração de madeira para serraria, de resina, lenha e carvão vegetal; e
g) matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies, inclusive atividades de prepa-
ro de charques.

Contribuição adicional destinada ao Incra


A contribuição adicional devida ao Serviço Social Rural, instituída pelo § 4º, do art. 6º, da Lei nº
2.613/1955, devida ao Incra, é calculada mediante aplicação da alíquota de 0,2% sobre a folha de salários
das empresas em geral e equiparados, vinculados ao RGPS, assim considerados o empresário individual,
a sociedade empresária, a sociedade de economia mista e a empresa pública, ressalvadas as entidades
não sujeitas à contribuição para terceiros.

Salário-educação
São contribuintes do salário-educação as empresas em geral e equiparados, vinculados ao RGPS,
assim considerados o empresário individual, a sociedade empresária, a sociedade de economia mista e
a empresa pública, ressalvadas as entidades não sujeitas à contribuição para terceiros.

Arrecadação - Código FPAS - Regras especiais


A arrecadação da contribuição destinada a terceiros compete à RFB, que o faz juntamente com
as devidas à Previdência Social.

Entretanto, o recolhimento pode ser feito diretamente à entidade ou fundo, se houver previsão
legal, mediante convênio celebrado entre um ou outro e a empresa contribuinte.
Guia de Cálculos Trabalhistas 327

Empresa prestadora de serviços mediante cessão de mão de obra


Cabe à empresa prestadora de serviços mediante cessão de mão de obra calcular e recolher a
contribuição devida a terceiros, de acordo com o código FPAS correspondente à atividade, mediante
aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009.

Trabalhador avulso não portuário


Cabe ao tomador de serviço ou ao sindicato que intermediar a contratação de trabalhador avulso
não portuário elaborar folha de pagamento por contratante e ao tomador de serviços, prestar as infor-
mações a que se refere o inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212/1991, relativas ao contrato.

O cálculo da contribuição devida a terceiros será feito mediante aplicação das alíquotas previstas
no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com o código FPAS do contratante.

Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos

As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação Nacional dos Transportes
Marítimos, Fluviais e Aéreos, conforme Quadro 3 anteriormente transcrito, observarão as seguintes
regras:
a) relativamente às atividades compreendidas no 1º, 3º, 4º ou 5º Grupo, contribuirão para o Fundo
de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, de acordo com o código FPAS 540, me-
diante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 971/2009;
b) para efeito da contribuição ao Fundo Aeroviário, de acordo com o código FPAS 558, estão com-
preendidas no grupo empresas aeroviárias as empresas privadas, públicas, de economia mista
e autárquicas, quer federais, estaduais ou municipais, de transporte aéreo regular, não regular,
de táxi aéreo e de serviços aéreos especializados, de telecomunicações aeronáuticas, de im-
plantação, administração, operação e exploração da infraestrutura aeroportuária, e de serviços
auxiliares, de fabricação, reparos e manutenção, ou de representação, de aeronaves, suas pe-
ças e acessórios, e de equipamentos aeronáuticos, conforme o art. 1º da Lei nº 1.305, de 8 de
janeiro de 1974.

Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Transportes Terrestres

As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação Nacional dos Transportes
Terrestres, conforme Quadro 4 anteriormente transcrito, observarão as seguintes regras:
a) relativamente às atividades compreendidas no 1º, 3º ou 4º Grupo (empresas ferroviárias, de
carris urbanos e metroviárias), contribuirão para o Sesi e para o Senai de acordo com o código
FPAS 507, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB
nº 971/2009;
b) relativamente às atividades compreendidas no 2º Grupo (empresas de transporte rodoviário
de cargas ou passageiros), contribuirão para o Serviço Social do Transporte (Sest) e para o
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), de acordo com o código FPAS 612,
mediante aplicação das alíquotas previstas no mencionado Anexo II.

Atividades vinculadas à Confederação Nacional de Comunicações e Publicações

As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação Nacional de Comunica-


ções e Publicidades, conforme Quadro 5 anteriormente transcrito, observarão as seguintes regras:
328 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) relativamente às atividades compreendidas no 1º Grupo (empresas telegráficas, correios, men-


sageiras e telefônicas), contribuirão para o Sesi e para o Senai, de acordo com o código FPAS 507,
mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009;
b) relativamente às atividades compreendidas no 2º ou 3º Grupo (empresas de publicidade e
jornalísticas, agências de propaganda, de radiodifusão, televisão aberta e por assinatura, agên-
cias noticiosas, jornais e revistas), contribuirão para o Serviço Social do Comércio (Sesc), de
acordo com o código FPAS 566, mediante aplicação das alíquotas previstas no mencionado
Anexo II.

AGROINDÚSTRIAS

Para fins de recolhimento da contribuição devida a terceiros, a pessoa jurídica que exerça a ativi-
dade agroindustrial observará o disposto a seguir.

Agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura ou avicultura

A agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura ou avicultura preencherá uma GFIP


para o setor de criação e outra para o setor de abate e industrialização, nas quais informará o valor total
da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos do setor, sobre o qual
calculará a contribuição devida, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução
Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com os seguintes códigos FPAS e de terceiros:

Contribuição devida a Terceiros pela Agroindústria de Piscicultura, Suinocultura ou Avicultura

CÓDIGO DE TOTAL
BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO CÓDIGO FPAS
TERCEIROS TERCEIROS (%)

Valor da mão de obra empregada no setor de criação 787 0515 5,20

Valor da mão de obra empregada no abate e industrialização 507 0079 5,80

Agroindústria de florestamento e reflorestamento


A agroindústria de florestamento e reflorestamento não sujeita à contribuição substitutiva, nos
termos do inciso II, do § 5º, do art. 175 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, preencherá uma GFIP
para o setor rural e outra para o setor industrial, nas quais informará o valor total da remuneração paga,
devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos do setor, sobre o qual calculará a contri-
buição devida, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº
971/2009, de acordo com os seguintes códigos FPAS e de terceiros:

Contribuição devida a Terceiros pela Agroindústria de Florestamento e Reflorestamento

CÓDIGO DE TOTAL
BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO POR SETOR CÓDIGO FPAS
TERCEIROS TERCEIROS (%)

Rural 787 0515 5,2

Industrial 507 0079 5,8

Agroindústrias sujeitas à contribuição substitutiva


Em geral, as contribuições devidas a terceiros pela agroindústria sujeita à contribuição substitu-
tiva instituída pela Lei nº 10.256/2001, incidem sobre a receita bruta da comercialização da produção e
Guia de Cálculos Trabalhistas 329

sobre as folhas de salários dos setores rural e industrial, as quais devem ser declaradas separadamente,
de acordo com o seguinte quadro:

CÓDIGO DE TOTAL
BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO CÓDIGO FPAS
TERCEIROS TERCEIROS

Receita bruta da comercialização da produção 744 - 0,25%

Folha de salários do setor rural 604 0003 2,7%

Folha de salários do setor industrial 833 0079 5,8%

Aplica-se a substituição ainda que a agroindústria explore, também, outra atividade econômica
autônoma, no mesmo ou em estabelecimento distinto, hipótese em que a contribuição incidirá sobre
o valor da receita bruta decorrente da comercialização em todas as atividades, ressalvado o disposto
no inciso I do art. 180 e observado o disposto nos arts. 170 e 171, todos da Instrução Normativa RFB nº
971/2009.

Na hipótese de recolhimento efetuado diretamente à entidade ou fundo, mediante convênio, apli-


ca-se o código de terceiros compatível com o convênio celebrado.

Tratando-se de agroindústria sujeita à contribuição substitutiva estabelecida pelo art. 22-A da Lei
nº 8.212/1991, com redação dada pela Lei nº 10.256/2001, que desenvolva atividades rurais enumeradas
anteriormente, exercida nas condições estabelecidas, as contribuições serão calculadas de acordo com
o seguinte quadro:

CÓDIGO DE TOTAL
BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO CÓDIGO FPAS
TERCEIROS TERCEIROS

Receita bruta da comercialização da produção 744 - 0,25%

Folha de salários (rural e industrial) 825 0003 5,2%

Produtor rural pessoa jurídica


A contribuição devida a terceiros pela pessoa jurídica que tenha como fim apenas a atividade
de produção rural incide sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, em substituição
às instituídas pelos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, e é calculada de acordo com a seguinte
tabela:

Contribuição para Terceiros Produtor Rural Pessoa Jurídica

CÓDIGO DE
BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO CÓDIGO FPAS TOTAL (%)
TERCEIROS

Receita bruta da comercialização da produção 744 - 0,25

Valor total da folha de salários 604 0003 2,70

Não se aplica a substituição mencionada se a pessoa jurídica, exceto a agroindústria, explorar,


além da atividade de produção rural, outra atividade econômica autônoma comercial, industrial ou de
serviços, no mesmo ou em estabelecimento distinto, independentemente de qual seja a atividade pre-
ponderante, ou se fizer a opção de que trata o art. 175, § 2º, V da Instrução Normativa RFB nº 971/2009,
na redação da Instrução Normativa RFB nº 1.867/2019, hipótese em que a empresa fica obrigada às con-
tribuições a seguir, em relação a todas as atividades:
330 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) 20% sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores


avulsos a seu serviço;
b) 20% sobre a remuneração de contribuintes individuais a seu serviço;
c) contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedi-
dos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambien-
tais do trabalho, incidente sobre a remuneração de empregados e trabalhadores avulsos.

A substituição também não será aplicada às operações relativas à prestação de serviços a ter-
ceiros.

Cooperativas de produção

Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e a terceiros, a coopera-
tiva de produção, que atua nas atividades de agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura
ou avicultura, de florestamento e reflorestamento, produtor rural pessoa jurídica e produtor rural pessoa
jurídica que explora simultaneamente outra atividade, informará o código de terceiros 4099 e a que atua
nas demais atividades informará o código de terceiros 4163.

Sobre a remuneração de trabalhadores contratados exclusivamente para a colheita da produção


dos cooperados, a cooperativa fica obrigada ao pagamento da contribuição devida ao FNDE e ao Incra,
calculada mediante aplicação das alíquotas previstas no mencionado Anexo II, de acordo com o código
FPAS 604 e o código terceiros 0003, bem assim à retenção e ao recolhimento das contribuições devidas
pelo segurado.

Transportador autônomo

A empresa tomadora de serviços de transportador autônomo, de condutor autônomo de veículo


(taxista) ou de auxiliar de condutor autônomo, deverá reter e recolher a contribuição devida ao Sest e ao
Senat, observadas as seguintes regras:
a) a base de cálculo da contribuição corresponde a 20% do valor bruto do frete, carreto ou trans-
porte, vedada qualquer dedução, ainda que figure discriminadamente na nota fiscal, fatura ou
recibo;
b) o cálculo da contribuição é feito mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Ins-
trução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com o código FPAS 620 e o código de terceiros
3072;
c) não se aplica à base de cálculo o limite máximo do salário-de-contribuição;
d) na hipótese de serviço prestado por cooperado filiado a cooperativa de transportadores autô-
nomos, a contribuição deste será descontada e recolhida pela cooperativa;
e) na hipótese de serviço prestado à pessoa física, ainda que equiparada à empresa, a contri-
buição será recolhida pelo próprio transportador autônomo, diretamente ao Sest e ao Senat,
observado o disposto na letra “b”.

Cooperativa de transportadores autônomos

Sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos,


a cooperativa de transportadores autônomos contribui para a Previdência Social e terceiros, mediante
Guia de Cálculos Trabalhistas 331

aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009 de acordo com o
código FPAS 612 e o código de terceiros 4163.

Associação desportiva e sociedade empresária que mantêm equipe de futebol profissional

A associação desportiva e a sociedade empresária que mantêm equipe de futebol profissional


observarão as seguintes regras:
a) a contribuição incide sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados
(atletas e não atletas) e trabalhadores avulsos;
b) o cálculo da contribuição é feito mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Ins-
trução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com o código FPAS 647 e o código de terceiros
0099;
c) a sociedade empresária apresentará GFIP específica para a atividade esportiva, na qual infor-
mará código FPAS 647 e o código de terceiros 0099, e para as demais atividades observará o
disposto anteriormente.

Empresa de trabalho temporário

Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e a terceiros, a empresa
de trabalho temporário observará as seguintes regras:
a) sobre a remuneração dos trabalhadores temporários, contribuirá mediante aplicação das alí-
quotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com o código
FPAS 655 e o código de terceiros 0001;
b) sobre a remuneração dos trabalhadores permanentes, contribuirá mediante aplicação das alí-
quotas previstas no mencionado Anexo II, de acordo com o código FPAS 515 e o código de
terceiros 0115.

Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO) e o operador portuário


Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e a terceiros, o Órgão
Gestor de Mão de Obra (OGMO) e o operador portuário observarão as seguintes regras:
a) o OGMO desenvolve atividade de organização associativa profissional (código CNAE 9412-
0/00) e se equipara a empresa, na forma do art. 15 da Lei nº 8.212/1991;
b) o OGMO contribuirá sobre a remuneração de seus empregados permanentes e trabalhadores
autônomos (contribuintes individuais), mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo
II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de acordo com o código FPAS 523 e o código de
terceiros 0003;
c) cabe ao OGMO recolher as contribuições destinadas à Previdência Social e a terceiros, inci-
dentes sobre a remuneração (inclusive férias e décimo terceiro salário) do trabalhador avulso
portuário, devidas por este e pelo operador portuário;
d) o operador portuário repassará ao OGMO o valor da remuneração dos trabalhadores avulsos
portuários a seu serviço e das contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento
correspondentes, devidas à Previdência Social e a terceiros;
e) o OGMO apresentará uma GFIP para cada operador portuário, com as informações relativas
aos trabalhadores avulsos portuários contratados por este;
332 Guia de Cálculos Trabalhistas

f) as contribuições devidas pelo operador portuário (inclusive as destinadas a terceiros), inci-


dentes sobre a remuneração dos trabalhadores avulsos portuários, serão calculadas mediante
aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, de
acordo com o código FPAS 680 e o código de terceiros 0131;
g) a contribuição do trabalhador avulso portuário será descontada de sua remuneração, pelo
OGMO, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição;
h) a alíquota de contribuição para GIILRAT é a do operador portuário ou do titular de instalação
de uso privativo;
i) o OGMO informará, na guia de recolhimento das contribuições devidas pelo operador portuá-
rio e pelo trabalhador avulso portuário, o próprio CNPJ; e
j) o operador portuário sujeito à Contribuição Previdenciária Incidente Sobre a Receita Bruta
(CPRB), deverá efetuar o recolhimento em nome próprio e não repassará ao OGMO a contri-
buição prevista no inciso I do caput do art. 22 da Lei nº 8.212/1991.

Aplica-se à empresa tomadora de serviços de trabalhador avulso portuário, e ao OGMO que o con-
tratar diretamente, o disposto nas letras de “c” a “i”, exceto quanto ao código FPAS, que para o OGMO é
o 540.

Tabela de Percentuais das Contribuições Arrecadadas pela RFB de Acordo com o Código FPAS

Importante
A tabela adiante foi reproduzida conforme o Anexo II da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, na redação da Instrução
Normativa RFB nº 1.867/2019, a qual dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de arrecadação das
contribuições sociais destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Antes da utilização da citada tabela, alertamos para o fato de que a
exatidão do enquadramento, conforme cada caso específico de recolhimento previdenciário, dependerá da respectiva
confirmação, pelo interessado, no órgão competente.

Tabela de Alíquotas por Códigos FPAS

ALÍQUOTAS (%)

PREV. SALÁRIO- FUNDO TOTAL


CÓDIGO DO FPAS GILRAT INCRA SENAI SESI SENAC SESC SEBRAE DPC SENAR SEST SENAT SESCOOP
SOCIAL EDUCAÇÃO AEROVIÁRIO OUTRAS
ENT. OU
--- --- 0001 0002 0004 0008 0016 0032 0064 0128 0256 0512 1024 2048 4096 FUNDOS

507 20 Variável 2,5 0,2 1,0 1,5 --- --- 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8

507 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8

515 20 Variável 2,5 0,2 --- --- 1,0 1,5 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8

515 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8

523 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7

531 20 Variável 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 5,2

540 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- --- 5,2

558 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- 5,2

566 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5

566 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,3 --- --- --- --- --- 2,5 5,5
Guia de Cálculos Trabalhistas 333

ALÍQUOTAS (%)

PREV. SALÁRIO- FUNDO TOTAL


CÓDIGO DO FPAS GILRAT INCRA SENAI SESI SENAC SESC SEBRAE DPC SENAR SEST SENAT SESCOOP
SOCIAL EDUCAÇÃO AEROVIÁRIO OUTRAS
ENT. OU
--- --- 0001 0002 0004 0008 0016 0032 0064 0128 0256 0512 1024 2048 4096 FUNDOS

574 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5

574 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,3 --- --- --- --- --- 2,5 5,5

582 20 Variável --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

590 20 Variável 2,5 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5

604 --- --- 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7

612 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- 1,5 1,0 --- 5,8

612 Cooperativa 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- 0,6 --- --- --- --- --- 2,5 5,8

620 20 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 1,5 1,0 --- 2,5

639 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

647 --- --- 2,5 0,2 --- --- --- 1,5 0,3 --- --- --- --- --- --- 4,5

655 20 Variável 2,5 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5

680 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- --- 5,2

680 Operador por-


--- Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- --- --- 5,2
tuário sujeito à CPRB

736 22,5 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7

736 Cooperativa (1) 22,5 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,7

744 Seg. Especial (2) 1,2 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,2 --- --- --- 0,2

744 Pessoa Física (2) 1,2 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,2 --- --- --- 0,2

744 Pes. Jurídica (3) 1,7 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,25 --- --- --- 0,25

744 Agroindústria 2,5 0,1 --- --- --- --- --- --- --- --- --- 0,25 --- --- --- 0,25

779 5,0 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

787 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- 2,5 --- --- --- 5,2

787Cooperativa (1) 20 Variável 2,5 0,2 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 5,2

795 Cooperativa 20 Variável 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 2,5 7,7

825 --- --- 2,5 2,7 --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- 5,2

833 --- --- 2,5 0,2 1,0 1,5 --- --- 0,6 --- --- --- --- --- --- 5,8

876 20 Variável --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

Notas
(1) Até 24.09.2007 as cooperativas de crédito enquadravam-se no código FPAS 736. (§ 11 do art. 72 da Instrução Normativa
RFB nº 971 de 13 de novembro de 2009) e, a partir de 01.01.2008, por força do disposto no art. 10 da Lei nº 11.524, de 24 de
setembro de 2007, e do princípio da anualidade, passaram a contribuir para o SESCOOP, em substituição à contribuição pa-
tronal adicional de 2,5%, com enquadramento no código FPAS 787 (§ 12 do art. 72 e § 2º do art. 109-F da Instrução Normativa
RFB nº 971, de 2009). As demais cooperativas que desenvolvam atividades do código FPAS 736, sujeitam-se à contribuição
patronal adicional devida à Seguridade Social de 2,5%, sem contribuição para o SESCOOP, por não estarem abrangidas
pelo inciso I do caput e pelo § 2º do art. 10 da Medida Provisória nº 2.168-40, de 24 de agosto de 2001.
(2) Até 31 de dezembro de 2017, a alíquota da contribuição previdenciária do produtor rural pessoa física e do segurado
especial incidente sobre a receita bruta do produtor rural pessoa física e do segurado especial é de 2%.
(3) Até 17 de abril de 2018, a alíquota da contribuição previdenciária do produtor rural pessoa jurídica incidente sobre a
receita bruta é de 2,5%.
334 Guia de Cálculos Trabalhistas

Contribuição sobre a Produção Rural a partir de 1º.11.1991


O Anexo adiante foi reproduzido conforme o Anexo III da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, na
redação da Instrução Normativa RFB nº 1.687/2019, a qual dispõe sobre normas gerais de tributação pre-
videnciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e as destinadas
a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Antes da
utilização do citado anexo, alertamos para o fato de que a exatidão do enquadramento, conforme cada
caso específico de recolhimento previdenciário, dependerá da respectiva confirmação, pelo interessa-
do, no órgão competente.

ALÍQUOTAS FPAS
CONTRIBUINTE FUNDAMENTAÇÃO PERÍODO
PREVIDÊNCIA GILRAT SENAR TOTAL

01.08.1994 a
Art. 25 da Lei nº 8.870, de 1994 (1) (2) 2,5% 0,1% 0,1% 2,7% 744
31.12.2001

Produtor Rural Pessoa Art. 25 Lei nº 8.870, de 1994 com a reda- 01.01.2002 a
2,5% 0,1% 0,25% 2,85% 744
Jurídica (5) ção dada pela Lei nº 10.256, de 2001 17.04.2018

Art. 25 Lei nº 8.870, de 1994 com a reda-


18.04.2018 a 1,7% 0,1% 0,25% 2,05% 744
ção dada pela Lei nº 13.606, de 2018 (8)

01.04.1993 a
Art. 1º da Lei nº 8.540, de 1992 (3) 2,0% 0,1% 0,1% 2,2% 744
11.01.1997

Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 e MP nº 12.01.1997 a


2,5% 0,1% 0,1% 2,7% 744
1.523, de 1996 (4) 10.12.1997

Produtor Rural Pessoa Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 e Lei nº 11.12.1997 a


2,0% 0,1% 0,1% 2,2% 744
Física - Equiparado a 9.528, de 1997 31.12.2001
Trabalhador Autônomo
(contribuinte individual Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, Art. 6º
01.01.2002 a
a partir de 29.11.1999) da Lei nº 9.528, de 1997 com a redação 2,0% 0,1% 0,2% 2,3% 744
31.12.2017
dada pela Lei nº 10.256/01

Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, com a re-


dação dada pela Lei nº 13.606, de 2018;
01.01.2018 a 1,2% 0,1% 0,2% 1,5% 744
Art. 6º da Lei nº 9.528, de 1997 com a
redação dada pela Lei nº 10.256/2001 (9)

01.11.1991 a
Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 3,0% 3,0% 744
31.03.1993

01.04.1993 a
Art. 1º da Lei nº 8.540, de 1992 2,0% 0,1% 2,1% 744
30.06.1994

01.07.1994 a
Art. 2º da Lei nº 8.861, de 1994 2,2% 0,1% 2,3% 744
11.01.1997

Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 e MP nº 12.01.1997 a


2,5% 0,1% 0,1% 2,7% 744
Produtor Rural Pessoa 1.523, de 1996 (4) 10.12.1997
Física - Segurado Espe-
cial Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 e Lei nº 11.12.1997 a
2,0% 0,1% 0,1% 2,2% 744
9.528, de 1997 31.12.2001

Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, Art. 6º


01.01.2002 a
da Lei nº 9.528, de 1997 com a redação 2,0% 0,1% 0,2% 2,3% 744
31.12.2017
dada pela Lei nº 10.256, de 2001

Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, com a re-


dação dada pela Lei nº 13.606, de 2018;
01.01.2018 a 1,2% 0,1% 0,2% 1,5% 744
Art. 6º da Lei nº 9.528, de 1997 com a
redação dada pela Lei nº 10.256/2001 (9)
Guia de Cálculos Trabalhistas 335

ALÍQUOTAS FPAS
CONTRIBUINTE FUNDAMENTAÇÃO PERÍODO
PREVIDÊNCIA GILRAT SENAR TOTAL

01.11.2001 a
2,5% 0,1% - 2,6% 744
Art. 22 A da Lei nº 8.212, de 1991 acres- 31.12.2001
centado pela Lei nº 10.256, de 2001 (6) 01.01.2002 a
2,5% 0,1% 0,25% 2,85% 744
Agroindústria (5) 31.08.2003

Art. 22 A da Lei nº 8.212, de 1991 acres-


centado pela Lei nº 10.256, de 2001, alte- 01.09.2003 a 2,5% 0,1% 0,25% 2,85% 744
rado pela Lei nº 10.684, de 2003 (7)

Notas
(1) Excluídas as agroindústrias (Decisão do STF na ADIN 1.103-1/6000).
(2) De 01.11.1991 a 31.07.1994, a contribuição do produtor rural pessoa jurídica era apenas sobre a folha de pagamento.
(3) De 01.11.1991 a 31.03.1993, a contribuição do produtor rural pessoa física - equiparado a autônomo era apenas sobre a
folha de pagamento.
(4) Art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991 com a redação dada pelo art. 1º da Medida Provisória nº 1.523, de 1996, publicada no DOU
de 14.10.1996, c/c art. 4º da Medida Provisória nº 1.596-14, de 10 de novembro de 1997, convertida na Lei nº 9.528, de 1997, com
alteração para 2,0% (dois por cento) da alíquota do produtor rural pessoa física e do segurado especial.
(5) A prestação de serviços a terceiros pelas agroindústrias e pelos produtores rurais pessoas jurídicas está sujeita às con-
tribuições sociais calculadas sobre a remuneração dos segurados, sendo que a receita bruta correspondente aos serviços
prestados a terceiros é excluída da base de cálculo da contribuição sobre a comercialização da produção. Fica excluído
da substituição, devendo contribuir sobre a remuneração dos segurados, o produtor rural pessoa jurídica que tem outra
atividade econômica.
(6) O fato gerador das contribuições ocorre na comercialização da produção própria e da adquirida de terceiros, indus-
trializada ou não, pela agroindústria, a partir de 1º de novembro de 2001; a contribuição para o Senar, todavia, em face do
princípio da anualidade, é devida a partir de 1º de janeiro de 2002. Excluídas as agroindústrias, inclusive sob a forma de
cooperativa, de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura, que permanecem com a obrigação do recolhimen-
to sobre a folha de pagamento, setor agrário e industrial (§ 4º, do art. 22-A, da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentado pela Lei
nº 10.256, de 2001).
(7) A Lei nº 10.684, de 2003, alterou o art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, na redação da Lei nº 10.256, de 2001, para excluir, a
partir de 1º de setembro de 2003, as pessoas jurídicas que se dediquem apenas ao florestamento e reflorestamento como
fonte de matéria-prima para industrialização própria mediante a utilização de processo industrial que modifique a natureza
química da madeira ou a transforme em pasta celulósica, ainda que comercialize resíduos vegetais ou sobras ou partes da
produção rural (exceto se a receita bruta decorrente desta comercialização represente 1% (um por cento) ou mais de sua
receita bruta proveniente da comercialização da produção).
(8) A Lei nº 13.606, de 2018, reduziu a alíquota da contribuição do produtor rural pessoa jurídica, prevista no art. 25 da Lei nº
8.870, de 1994, de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para 1,7% (um inteiro e sete décimos por cento), no entanto,
essa alteração decorreu da rejeição do veto pelo Congresso Nacional ao inciso I do art. 25 da Lei nº 8.870, de 1994, de forma
que o dispositivo originalmente vetado foi promulgado, juntamente com as demais partes vetadas, em 17 de abril de 2018
e publicado no DOU, em 18 de abril de 2018, data a partir da qual os dispositivos passaram a viger.
(9) A Lei nº 13.606, de 2018, reduziu a alíquota da contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial, previs-
ta no art. 25 da Lei nº 8.212, de 1991, de 2,0% (dois por cento) para 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), com vigência
a partir de 1º de janeiro de 2018.

Contribuições devidas pela Agroindústria, Produtores Rurais (Pessoa Jurídica e Física), Consórcio de
Produtores, Garimpeiros, Empresas de Captura de Pescado
O Anexo adiante foi reproduzido conforme o Anexo IV da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, na
redação da Instrução Normativa RFB nº 1.867/2019, a qual dispõe sobre normas gerais de tributação pre-
videnciária e de arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e as destinadas
a outras entidades ou fundos, administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Antes da
utilização do citado anexo, alertamos para o fato de que a exatidão do enquadramento, conforme cada
caso específico de recolhimento previdenciário, dependerá da respectiva confirmação, pelo interessa-
do, no órgão competente.
PREVIDÊNCIA SOCIAL TERCEIROS
336
DISPOSITIVO
CONTRIBUINTE BASE FPAS FNDE INCRA SENAI SESI SEBRAE DPC SENAR SESCOOP
IN 971 TOTAL
SEGURADO EMPRESA GILRAT
TERCEIROS
0001 0002 0004 0008 0064 0128 0512 4096

Mão de obra setor criação 787 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% - - - - 2,5% - 5,2%
Agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suino-
174
cultura ou avicultura. Mão de obra setor abate e
507 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% 1,0% 1,5% 0,6% - - - 5,8%
industrialização

Mão de obra setor rural 787 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% - - - - 2,5% - 5,2%
Agroindústria de florestamento e reflorestamento
175 § 5º II
não sujeita à contribuição substitutiva
Mão de obra setor industrial 507 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% 1,0% 1,5% 0,6% - - - 5,8%

Receita bruta da produção 744 - 2,5% 0,1% - - - - - - 0,25% - 0,25%

Agroindústria sujeita à contribuição substitutiva Folha de salários do setor


604 8% a 11% - - 2,5% 0,2% - - - - - - 2,7%
111-F, III instituída pela Lei nº 10.256, de 2001, exceto a refe- rural
rida no inciso IV do art. 111-F.
Folha de salários do setor
833 8% a 11% - - 2,5% 0,2% 1,0% 1,5% 0,6% - - - 5,8%
industrial

Receita bruta da produção 744 - 2,5% 0,1% - - - - - - 0,25% - 0,25%


Agroindústria sujeita à contribuição substitutiva
instituída pela Lei nº 10.256, de 2001, que desenvol- Folha de salários (rural e in-
111-F, IV 825 8% a 11% - - 2,5% 2,7% - - - - - - 5,2%
va atividade enumerada no art. 2º do Decreto-Lei dustrial)
nº 1.146, de 1970.

Pessoa jurídica que desenvolva, além da atividade Total de remuneração de


111-G § 1º rural, outra atividade econômica autônoma, ou que segurados (em todas as ati- 787 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% - - - - 2,5% - 5,2%
optar por contribuir sobre a folha de pagamento. vidades)

Pessoa jurídica, inclusive agroindústria, que além Remuneração de segurados


111-G §§ 2º da atividade rural, presta serviços a terceiros (ati- (somente em relação a ser- 787 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% - - - - 2,5% - 5,2%
vidade não autônoma). viços prestados a terceiros)

Receita bruta da produção 744 - 1,7% 0,1% - - - - - - 0,25% - 0,25%


Pessoa jurídica que se dedique apenas a atividade
110-A e 111-G
de produção rural.
Remuneração de segurados 604 8% a 11% - - 2,5% 0,2% - - - - - - 2,7%

Pessoa jurídica que desenvolva atividade prevista


no art. 2º do Decreto-lei nº 1.146/1970, não exclusi-
110-A e 111-G Remuneração de segurados 531 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 2,7% - - - - - - 5,2%
va, com preponderância rural, não sujeita a substi-
tuição.

Produtor rural pessoa física equiparado a autôno-


165, I, a Remuneração de segurados 604 8% a 11% - - 2,5% 0,2% - - - - - - 2,7%
mo (cont. individual), empregador.

Produtor rural pessoa física equiparado a autôno-


Total de remuneração de
165, I, a mo (cont. individual), empregador que optar por 787 8% a 11% 20% 1% a 3% 2,5% 0,2% - - - - - - 2,7%
segurados
contribuir sobre a folha de pagamento.

Receita bruta da comerciali-


6º XXX e 10 Produtor rural pessoa física e segurado especial. 744 - 1,2% 0,1% - - - - - - 0,2% - 0,2%
zação da produção rural

165, XIX Consórcio simplificado de produtores rurais. Remuneração de segurados 604 8% a 11% - - 2,5% 0,2% - - - - - - 2,7%

186 Garimpeiro - empregador. Remuneração de segurados 507 8% a 11% 20% 3% 2,5% 0,2% 1,0% 1,5% 0,6% - - - 5,8%

9º Empresa de captura de pescado. Remuneração de segurados 540 8% a 11% 20% 3% 2,5% 0,2% - - - 2,5% - - 5,2%
Guia de Cálculos Trabalhistas
Guia de Cálculos Trabalhistas 337

Notas
(1) AGROINDÚSTRIAS. As agroindústrias, exceto as de que tratam os incisos I e II do art. 111-F desta Instrução Normativa,
sujeitam-se à contribuição substitutiva instituída pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001.
(1.1) Ressalvada a hipótese contida no item 1.2, a contribuição da agroindústria sujeita à contribuição substitutiva instituída
pela Lei nº 10.256, de 2001, para a Previdência Social, Gilrat e Senar incide sobre a receita bruta proveniente da comercia-
lização da produção (FPAS 744) e, para as demais entidades e fundos incide sobre as folhas de salários dos setores rural
(FPAS 604) e industrial (FPAS 833), que devem ser declaradas separadamente.
(1.2) Tratando-se de agroindústria sujeita à contribuição substitutiva instituída pela Lei nº 10.256, de 2001, que desenvolva
atividade enumerada no art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146, de 31 de dezembro de 1970, conforme IV do art. 111-F, da Instrução
Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2003, as contribuições serão calculadas de acordo com os códigos FPAS 744
e 825.
(2) COOPERATIVAS
(2.1) Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e a terceiros, a cooperativa de produção que
atua nas atividades de que tratam os incisos I e II do art. 111-F e o art. 111-G informará o código de terceiros 4099, e a que
atua nas demais atividades informará o código de terceiros 4163.
(2.2) Sobre a remuneração de trabalhadores contratados exclusivamente para a colheita da produção dos cooperados, a
cooperativa fica obrigada ao pagamento das contribuições devidas ao FNDE e ao Incra, calculadas mediante aplicação das
alíquotas previstas no Anexo II a esta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 604 e código terceiros 0003, bem
como à retenção e ao recolhimento das contribuições devidas pelo segurado.
(3) PRODUTOR RURAL PESSOA JURÍDICA
(3.1) As contribuições devidas pela pessoa jurídica que tenha como fim apenas a atividade de produção rural incidem sobre
a receita bruta da comercialização da produção rural, em substituição às instituídas pelos incisos I e II do art. 22 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991, e são calculadas de acordo com o código FPAS 744 (1,7% para Previdência Social; 0,1% para
GILRAT e 0,25% para o Senar).
(3.2) A substituição não se aplica às contribuições devidas ao FNDE e ao Incra, que continuam a incidir sobre a folha, de
acordo com o código FPAS 604 e código de terceiros 0003 (2,5% salário-educação e 0,2% Incra).
(3.3) Se a pessoa jurídica, exceto a agroindústria, explorar, além da atividade de produção rural, outra atividade econômica
autônoma comercial, industrial ou de serviços, no mesmo estabelecimento ou em estabelecimento distinto, ou optar por
contribuir sobre a folha de pagamento, fica obrigada às seguintes contribuições, em relação a todas as atividades:
I - 20% (vinte por cento) sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos a
seu serviço;
II - 20% (vinte por cento) sobre a remuneração de contribuintes individuais (trabalhadores autônomos) a seu serviço;
III - contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau
de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre a remuneração de
empregados e trabalhadores avulsos (Decreto nº 3.048, de 1999, art. 202);
(3.4) Aplica-se a substituição prevista no item 3.1 ainda que a pessoa jurídica tenha como atividade complementar a pres-
tação de serviços a terceiros, sem constituir atividade econômica autônoma. Sobre essa atividade (serviços a terceiros)
contribuirá para a Previdência Social e terceiros de acordo com o código FPAS 787 e o código de terceiros 0515.
(3.5) A agroindústria de que tratam os incisos III e IV do art. 111-F estará sujeita à contribuição substitutiva instituída pela Lei
nº 10.256, de 2001 ainda que explorar, além da atividade agroindustrial, outra atividade econômica, independentemente de
ser autônoma ou não. Nessa hipótese a contribuição incidirá sobre a receita total (parágrafo único do art. 173).
(3.6) Na hipótese de a agroindústria de que tratam os incisos I a IV do art. 111-F prestar serviços a terceiros, sobre essa ativi-
dade deverá contribuir na forma do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, de acordo com o código FPAS 787 e código de terceiros
0515.
(3.7) O código FPAS 787 não deve ser utilizado se houver preponderância da outra atividade econômica autônoma, na forma
do inciso III do art. 109-C.
(4) PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA. Aplica-se ao produtor rural pessoa física as seguintes regras:
a) se qualificado como segurado especial (inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212, de 1991), contribuirá sobre a comercialização
da produção rural (1,2% para Previdência; 0,1% para GILRAT e 0,2% para Senar); não contribui sobre a remuneração dos
trabalhadores que contratar (empregado ou contribuinte individual), mas é responsável pela retenção e recolhimento da
contribuição destes (8%, 9% ou 11% do empregado, observar a alteração das alíquotas a partir de 1º.03.2020).
b) se contribuinte individual, empregador rural (inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212, de 1991), contribuirá sobre a comercializa-
ção da produção (1,2% para Previdência; 0,1% para GILRAT e 0,2% para Senar) em relação a empregados e trabalhadores avul-
sos; sobre a remuneração de outros contribuintes individuais ou cooperados (por intermédio de cooperativa de trabalho)
que contratar, conforme os incisos III e IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, e ainda sobre seu salário-de-contribuição (20%).
338 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) se contribuinte individual, empregador rural pessoa física (inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212, de 1991), que optar por con-
tribuir sobre a folha de pagamento, fica obrigado às seguintes contribuições:
I - 20% (vinte por cento) sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos a
seu serviço;
II - 20% (vinte por cento) sobre a remuneração de contribuintes individuais (trabalhadores autônomos) a seu serviço;
III - contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios concedidos em razão do grau
de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidente sobre a remuneração de
empregados e trabalhadores avulsos (Decreto nº 3.048, de 1999, art. 202);
IV - 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o FNDE sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a
empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço;
V - 0,2% (dois décimos por cento) para o Incra sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados e
trabalhadores avulsos a seu serviço;
VI - 0,2% (dois décimos por cento) para o Senar sobre a comercialização da produção rural.

Empresas optantes pelo Simples Nacional


O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microem-
presas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) permite às empresas optantes pelo menciona-
do regime efetuar englobadamente, com base na receita bruta mensal, o recolhimento de vários impos-
tos e contribuições, inclusive as contribuições previdenciárias patronais.

CONTRIBUINTE INDIVIDUAL
A contribuição social previdenciária do segurado contribuinte individual (autônomo ou empresá-
rio), corresponde à importância resultante da aplicação da alíquota de 20% sobre a remuneração auferi-
da, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário de contribuição.

As empresas, inclusive as optantes pelo Simples Nacional, que utilizarem os serviços de contri-
buinte individual, seja ele autônomo ou empresário, ficam obrigadas a arrecadar a contribuição pre-
videnciária desse segurado, mediante desconto a ser efetuado na remuneração correspondente aos
serviços prestados, recolher o valor arrecadado juntamente com as contribuições a seu cargo e informar
na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) a respectiva remuneração.

Além da mencionada obrigação, as empresas também devem proceder à inscrição do contribuinte


individual no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), caso este ainda não seja inscrito. Essa inscrição
poderá ser efetuada pela Internet, no site www.previdenciasocial.gov.br, ou pela Central de Atendimento
da Previdência Social, telefone número 135.

Importante
A partir das datas em que a entrega da declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de
Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb) se tornar obrigatória para os contribuintes, as referências à GFIP devem ser
entendidas como:
a) DCTFWeb, quando se tratar de instrumento de confissão de dívida ou de informações sobre os valores devidos de
contribuições previdenciárias; e
b) eventos pertinentes do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSo-
cial) ou da Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf), quando se tratar das
demais informações.
A partir das mencionadas datas as referências ao manual da GFIP devem ser entendidas como referências ao manual
da DCTFWeb, do eSocial ou da EFD-Reinf, conforme o caso.
A Instrução Normativa RFB nº 1.867/2019 acresceu o § 1º-A ao art. 47 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, para
entre outras disposições, determinar que a obrigação de inscrição do contribuinte individual será cumprida na forma
anteriormente mencionada e mediante o envio com sucesso dos eventos S-2200 e S-2300 do eSocial, quando o envio
destes se tornar obrigatório.
Guia de Cálculos Trabalhistas 339

Considerando que o contribuinte individual que presta serviço a uma ou mais empresas pode de-
duzir, da sua contribuição mensal, 45% da contribuição da empresa efetivamente recolhida ou declara-
da, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha pago ou creditado limitada essa dedução a 9% do
seu salário de contribuição, foi fixada em 11% a alíquota a ser aplicada pela empresa contratante sobre
o valor dos serviços prestados para efeito de desconto da contribuição previdenciária do contribuinte
individual, ou seja, aplicou-se sobre a alíquota de 20% a dedução máxima permitida (9%), restando uma
alíquota de 11%.

Nota
A Instrução Normativa RFB nº 1.867/2019, alterou a redação do art. 65 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, para deter-
minar, entre outros, que a alíquota da contribuição previdenciária devida pelo contribuinte individual cooperado que presta
serviço a empresa ou a pessoa física por intermédio de cooperativa de trabalho é de 20%.

Assim, por ocasião do pagamento a ser efetuado ao contribuinte individual, a empresa tomadora
do serviço deverá descontar do valor a ser pago, a título de contribuição social previdenciária, a quantia
equivalente à aplicação da alíquota de 11%, observado o limite máximo do salário de contribuição.

Exemplos
a) contribuinte individual (trabalhador autônomo) no mês de janeiro/2020 prestou serviços no valor de R$ 2.000,00
à empresa contratante.

Remuneração paga R$ 2.000,00


Desconto a título de contribuição previdenciária (R$ 2.000,00 × 0,11) R$ 220,00
b) os 2 sócios da empresa (contribuintes individuais - empresários), no mês de janeiro/2020, retiraram R$ 7.000,00
cada um, a título de pro labore.
Sócio A R$ 7.000,00
Remuneração paga
Sócio B R$ 7.000,00
Teto máximo do salário-de-contribuição - Portaria SEPRT nº 914/2020
Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06
e Portaria SEPRT nº 3.659/2020
Desconto a título de contribuição previden- Sócio A (R$ 6.101,06 × 0,11) R$ 671,12
ciária Sócio B (R$ 6.101,06 × 0,11) R$ 671,12

Prestação de serviços a mais de uma empresa, no decorrer do mês


O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa ou concomitantemente
exercer atividade como segurado empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, deverá,
para efeito de controle do limite máximo do salário de contribuição, informar o fato à empresa em que
isto ocorrer, mediante a apresentação dos seguintes documentos:
a) comprovante de pagamento fornecido pela empresa, com a informação relativa à contribuição
previdenciária descontada; ou
b) comprovantes de pagamento das remunerações como segurado empregado, inclusive o do-
méstico, também com a informação relativa ao desconto previdenciário efetuado.
Os mencionados comprovantes devem consignar o nome empresarial da empresa ou empresas,
com o número do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), ou o empregador doméstico que efe-
tuou o desconto da contribuição previdenciária.

O contribuinte individual que no mês teve contribuição descontada sobre o limite máximo do
salário de contribuição, em uma ou mais empresas, deverá comprovar o fato às demais para as quais
prestar serviços, mediante apresentação de um dos documentos previstos nas letras “a” e “b”.
340 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
a) contribuinte individual (trabalhador autônomo) prestou serviços a 3 empresas no curso do mês de janeiro/2020,
auferindo as seguintes remunerações:
Remuneração Empresa A R$ 5.000,00
Empresa B R$ 2.500,00
Empresa C R$ 1.900,00
Total auferido no mês R$ 9,400,00

Considerando que o teto máximo da contribuição previdenciária em janeiro/2020 corresponde a R$ 6.101,06,


devem as empresas contratantes efetuar os seguintes descontos a título de contribuição previdenciária:

Desconto - Contribuição previ- Empresa A (R$ 5.000,00 × 0,11) R$ 550,00


denciária Empresa B (R$ 1.101,06 × 0,11) R$ 121,12
Empresa C -0- 0,00
Total dos descontos R$ 671,12

Nesse exemplo:
- a empresa A efetuou o desconto sobre o total da remuneração paga, uma vez que este foi inferior ao teto máximo
de contribuição;
- a empresa B descontou a contribuição previdenciária tendo como base de cálculo a diferença entre a remune-
ração paga pela empresa A e o teto máximo de contribuição em janeiro/2020, observando, assim, o limite fixado
(R$ 6.101,06 - Portaria SEPRT nº 914/2020);
- a empresa C não efetuou qualquer desconto, uma vez que o limite máximo já havia sido atingido nas empresas
anteriores.
b) contribuinte individual (trabalhador autônomo) prestou serviços a 3 empresas no mês de janeiro/2020, aufe-
rindo as seguintes remunerações:
Remuneração Empresa A R$ 7.000,00
Empresa B R$ 4.000,00
Empresa C R$ 2.000,00
Total auferido no mês R$ 13.000,00

Desconto - Contribuição Previ- Empresa A (R$ 6.101,06 × 0,11) R$ 671,12


denciária Empresa B -0- 0,00
Empresa C -0- 0,00
Total dos descontos R$ 671,12
Nesse exemplo:
- a empresa A efetuou o desconto da contribuição previdenciária sobre o teto máximo do salário-de-contribui-
ção em janeiro/2020, uma vez que o valor dos serviços prestados foi superior a esse teto;
- as empresas B e C não efetuaram qualquer desconto a esse título.
c) contribuinte individual prestou, no mês de janeiro/2020, serviços a 3 empresas, auferindo as seguintes remu-
nerações:
Remuneração Empresa A R$ 900,00
Empresa B R$ 1.000,00
Empresa C R$ 1.100,00
Total auferido no mês R$ 3.000,00
Guia de Cálculos Trabalhistas 341

Desconto - Contribuição previ- Empresa A (R$ 900,00 × 0,11) R$ 99,00


denciária Empresa B (R$ 1.000,00 × 0,11) R$ 110,00
Empresa C (R$ 1.100,00 × 0,11) R$ 121,00
Total dos descontos R$ 330,00
Observar que nesse exemplo todas as empresas efetuaram o desconto da contribuição previdenciária corres-
pondente à aplicação da alíquota de 11% sobre o valor das respectivas remunerações pagas, uma vez que a soma
dos valores auferidos não ultrapassou o limite máximo do salário-de-contribuição em janeiro/2020 (R$ 6.101,06).

Comprovante de pagamento - Fornecimento


Por ocasião do pagamento da remuneração devida ao prestador de serviço, a empresa contratan-
te deverá fornecer-lhe o comprovante de pagamento pelo serviço prestado, consignando:
a) valor da remuneração;
b) valor do desconto feito a título de contribuição social previdenciária;
c) identificação completa da empresa contratante, inclusive com o número no CNPJ;
d) número de Inscrição do Contribuinte Individual no RGPS;
e) o compromisso de que a remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição corres-
pondente será recolhida.

Prestação de serviços à entidade beneficente de assistência social isenta


A entidade beneficente de assistência social em gozo da isenção previdenciária é equiparada às
empresas em geral ficando sujeita ao cumprimento das obrigações acessórias, e está obrigada a des-
contar a contribuição previdenciária individual da remuneração paga ou creditada ao contribuinte indi-
vidual que lhe prestar serviço, devendo recolher o valor descontado juntamente com as contribuições
devidas pelos seus empregados e fornecer ao prestador dos serviços o comprovante de pagamento
relativo aos serviços prestados.

A alíquota a ser aplicada sobre o valor dos serviços prestados, observado o teto máximo do salário
de contribuição, é de 20%, posto que nesta hipótese não há a possibilidade de redução da alíquota.

Exemplo
Contribuinte individual prestou serviços, no mês de janeiro/2020, à entidade beneficente de assistência social
em gozo de isenção da contribuição previdenciária patronal, auferindo a remuneração de R$ 2.500,00.

Remuneração R$ 2.500,00
Teto máximo do salário-de-contribuição - Portarias
Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06
SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Desconto - Contribuição previdenciária (R$ 2.500,00 × 0,20) R$ 500,00

Prestação de serviços à empresa e exercício de atividade por conta própria - Simultaneidade


O contribuinte individual que, no mesmo mês, prestar serviços à empresa ou a equiparado e, con-
comitantemente, exercer atividade por conta própria deverá recolher a contribuição social previdenciá-
ria incidente sobre a remuneração auferida pelo exercício de atividade por conta própria, respeitando no
total (remuneração auferida nas empresas + a auferida pelo exercício da atividade por conta própria), o
limite máximo do salário de contribuição.
342 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplo
Contribuinte individual no exercício da sua atividade por conta própria auferiu no mês de janeiro/2020 a remu-
neração de R$ 3.800,00 e, no mesmo mês, prestou serviços a uma empresa, na condição de trabalhador autôno-
mo cuja remuneração correspondeu a R$ 4.000,00. Assim temos:

Teto máximo do salário-de-contribuição - Portarias Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06


SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Remuneração auferida na empresa contratante R$ 4.000,00
Desconto sofrido na empresa - contribuição previ- (R$ 4.000,00 × 0,11) R$ 440,00
denciária
Remuneração pelo serviço executado por conta própria R$ 3.800,00
Contribuição previdenciária devida (R$ 2.101,06 × 0,20) R$ 420,21
Nesse exemplo, considerando que o trabalhador sofreu o desconto da contribuição previdenciária na empresa
contratante sobre o valor da remuneração auferida (R$ 4.000,00), ficou obrigado a recolher, por iniciativa própria,
a contribuição incidente sobre a diferença entre o limite máximo de contribuição em janeiro/2020 (R$ 6.101,06)
e o valor auferido na empresa (R$ 4.000,00), observando assim o teto do salário-de-contribuição, uma vez que
no total (remuneração auferida na empresa e pelo exercício da atividade por conta própria) ultrapassou o limite
do salário-de-contribuição.

Exercício simultâneo das atividades de empregado e contribuinte individual

Tratando-se de atividades concomitantes nas condições de segurado contribuinte individual e se-


gurado empregado, empregado doméstico, ou trabalhador avulso deve-se observar que desde 1º.03.2020:
a) em relação às remunerações como segurado empregado, empregado doméstico e trabalha-
dor avulso:
- o salário de contribuição equivale ao total das remunerações recebidas no mês, observado
o teto máximo fixado;
- a contribuição incidirá sobre a remuneração recebida em cada fonte pagadora, porém, ob-
servando a aplicação das alíquotas determinadas de acordo com as faixas salariais conside-
rando o somatório de todas as remunerações recebidas no mês e observado o teto máximo
do contribuição;
- quando a remuneração em cada fonte pagadora for superior ao limite máximo do salário
de contribuição, o segurado poderá eleger qual a fonte pagadora que efetuará o desconto,
observadas as alíquotas determinadas de acordo com as faixas salariais correspondentes;
b) às demais remunerações decorrentes da atividade de contribuinte individual:
- caso a soma das remunerações recebidas não ultrapasse o limite máximo do salário de
contribuição, cada empresa aplicará, isoladamente, a alíquota de 20% ou 11%, conforme o
caso, até o valor correspondente à diferença entre o limite máximo do salário de contribui-
ção e o valor obtido na letra “a”;
- se ultrapassado o limite máximo do salário de contribuição, a empresa onde isto ocorrer
efetuará o desconto da contribuição devida, sobre o valor correspondente à diferença entre
o limite e o total das remunerações sobre as quais já foram efetuados os descontos, ou seja,
até o valor correspondente à diferença entre o limite máximo do salário de contribuição e o
valor obtido na letra “a”.

Na hipótese de ter sido efetuado primeiro o desconto da contribuição como segurado contribuin-
te individual, para fins de observância do limite máximo do salário de contribuição, o fato deverá ser
Guia de Cálculos Trabalhistas 343

comunicado à empresa em que estiver prestando serviços como segurado empregado ou trabalhador
avulso, ou ao empregador doméstico.
A empresa deverá manter arquivadas, cópias dos comprovantes de pagamento para fins de apre-
sentação ao INSS ou à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), quando solicitado.
Cada fonte pagadora de segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual e em-
pregado doméstico, quando for o caso, deverá informar na GFIP a existência de múltiplos vínculos ou
múltiplas fontes pagadoras, adotando os procedimentos previstos no Manual da GFIP.
A remuneração recebida pelo segurado na atividade de contribuinte individual não será somada à
remuneração recebida como segurado empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, para
fins de enquadramento na tabela de faixas salariais visando a aplicação das alíquotas de empregado,
doméstico ou avulso, sendo, porém, somada para fins de observância do limite máximo do salário de
contribuição.

Contribuição previdenciária do empregado, doméstico e trabalhador avulso

Importante
Nos exemplos a seguir que envolvam remunerações pagas a empregados, serão utilizadas, conforme o mês de compe-
tência, as tabelas reproduzidas a seguir.

I - competências janeiro e fevereiro/2020:

(alíquotas aplicadas de FORMA NÃO CUMULATIVA)


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA
até 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%

II - competências março/2020 em diante:

(alíquotas aplicadas de FORMA PROGRESSIVA - Emenda Constitucional nº 103/2019, art. 28, § 1º)

Lembre-se que a Emenda Constitucional nº 103/2019 estabeleceu em seu art. 28 que as alíquotas
de contribuição previdenciária (7,5%, 9%, 12% e 14%) serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário
de contribuição, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Exemplos de contribuição previdenciária sobre remunerações recebidas em janeiro e


fevereiro/2020

Exemplos
a) empregado da empresa A percebeu no mês de janeiro/2020 o salário de R$ 3.600,00; contudo, no mesmo
mês (janeiro/2020), prestou serviço na condição de autônomo para a empresa B, auferindo a remuneração de
R$ 3.000,00. Assim temos:
344 Guia de Cálculos Trabalhistas

Teto máximo do salário-de-contribuição - Portaria SEPRT Janeiro/2020 R$ 6.101,06


nº 914/2020
Remuneração Empresa A R$ 3.600,00
Empresa B R$ 3.000,00
Total auferido no mês R$ 6.600,00
Desconto - Contribuição previdenciária Empresa A (R$ 3.600,00 × 0,11) R$ 396,00
Empresa B (R$ 2.501,06 × 0,11) R$ 275,12
Total dos descontos R$ 671,12
Observe-se que, nesse exemplo:
- a empregadora descontou a contribuição previdenciária sobre o total do salário pago, posto que esse foi infe-
rior ao teto máximo do salário-de-contribuição; e
- a empresa B efetuou o desconto da contribuição tendo por base de cálculo a diferença entre o teto máximo
do salário-de-contribuição e o valor do salário pago pela empresa A, observando, assim, no somatório, o teto
máximo previdenciário.
b) empregado das empresas A e B recebeu, no mês de janeiro/2020, a título de remuneração, as quantias equi-
valentes a R$ 1.100,00 e R$ 1.200,00, respectivamente. No mesmo mês, prestou serviços na condição de contri-
buinte individual à empresa C, auferindo a título de pagamento o valor de R$ 1.700,00. Assim temos:

Teto máximo do salário-de-contribuição - Portaria SEPRT Janeiro/2020 R$ 6.101,06


nº 914/2020
Remuneração Empresa A R$ 1.100,00
Empresa B R$ 1.200,00
Empresa C R$ 1.700,00
Desconto - Contribuição previdenciária Empresa A (R$ 1.100,00 × 0,09) R$ 99,00
Empresa B (R$ 1.200,00 × 0,09) R$ 108,00
Empresa C (R$ 1.700,00 × 0,11) R$ 187,00
Total dos descontos R$ 394,00

Observe-se que nas empresas A e B a alíquota de desconto da contribuição aplicada (9%) observou a soma dos
dois salários pagos (R$ 1.100,00 + R$ 1.200,00) e a empresa C descontou a contribuição à razão de 11% sobre a
remuneração paga ao contribuinte individual. As alíquotas de desconto incidiram sobre o total das respectivas
remunerações, uma vez que a soma geral não ultrapassou o limite máximo do salário-de-contribuição em ja-
neiro/2020.
c) empregado da empresa A recebeu, no mês de janeiro/2020, remuneração equivalente a R$ 6.500,00. No mes-
mo mês prestou serviços na condição de contribuinte individual à empresa B auferindo a remuneração de R$
6.000,00. Assim temos:
Teto máximo do salário-de-contribuição - Portaria SEPRT Janeiro/2020 R$ 6.101,06
nº 914/2020
Remuneração Empresa A R$ 6.500,00
Empresa B R$ 6.000,00
Desconto - Contribuição previdenciária Empresa A (R$ 6.101,06 × 0,11) R$ 671,12
Empresa B -0- 0,00
Total dos descontos R$ 671,12

A empresa B não efetua qualquer desconto do contribuinte individual, uma vez que o desconto efetuado pela
empregadora já atingiu o teto máximo do salário-de-contribuição.
d) empregado da empresa A auferiu, em janeiro/2020, a remuneração de R$ 2.000,00 e, no mesmo mês, prestou
serviços à empresa B, na condição de contribuinte individual, auferindo a remuneração de R$ 5.000,00. Assim
temos:
Guia de Cálculos Trabalhistas 345

Teto máximo do salário-de-contribuição - Portaria SEPRT Janeiro/2020 R$ 6.101,06


nº 914/2020
Remuneração Empresa A R$ 2.000,00
Empresa B R$ 5.000,00
Desconto - Contribuição previdenciária Empresa A (R$ 2.000,00 × 0,09) R$ 180,00
Empresa B (R$ 4.101,06 × 0,11) R$ 451,12
Total dos descontos R$ 631,12

Nesse exemplo, a empregadora efetuou o desconto da contribuição previdenciária sobre o total do salário do
empregado (R$ 2.000,00), observando a aplicação da alíquota correspondente (9%). Isto porque, para efeito de
apuração da alíquota a ser aplicada à remuneração do empregado, não é somada a remuneração de contribuin-
te individual.

A empresa B, por sua vez, descontou a contribuição previdenciária de 11% tendo por base de cálculo a quantia
de R$ 4.101,06, o que equivale à diferença entre o teto máximo do salário-de-contribuição em janeiro/2020 e o
valor auferido na condição de empregado (R$ 6.101,06 - R$ 2.000,00), observando, assim, no somatório das duas
remunerações (empregado e contribuinte individual), o teto máximo de contribuição. Portanto, para fins de ob-
servância do teto máximo de contribuição, somam-se as remunerações de empregado e contribuinte individual.

Exemplos de remunerações recebidas a partir de março/2020

Exemplos
a) empregado da empresa A percebeu no mês de março/2020 o salário de R$ 3.600,00; contudo, no mesmo mês
(março/2020), prestou serviço na condição de autônomo para a empresa B, auferindo a remuneração de R$ 3.000,00.
Assim temos:

Teto máximo do salário-de-contribuição - Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06


Portarias SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Remuneração Empresa A R$ 3.600,00
Empresa B R$ 3.000,00
Total auferido no mês R$ 6.600,00
Desconto - Contribuição Empresa A (R$1.045,00 × 7,5% R$ 78,37
previdenciária
(R$ 2.089,60 - R$ 1.045,00 = R$1.044,60 × 9%) R$ 94,01

(R$ 3.134,40 - R$ 2.089,60 = R$ 1.044,80 × 12% R$ 125,37

(R$ 3.600,00 - R$ 3.134,40 = R$ 465,60 × 14%) R$ 65,18

Total R$ 362,93
Empresa B (R$ 2.501,06 × 0,11) R$ 275,12
Total dos descontos R$ 638,05

Observe-se que, nesse exemplo:

- a empregadora descontou a contribuição previdenciária aplicando as alíquotas sobre as faixas salariais cor-
respondentes, tributando todo o salário pago, posto que esse foi inferior ao teto máximo do salário-de-contri-
buição; e

- a empresa B efetuou o desconto da contribuição tendo por base de cálculo a diferença entre o teto máximo
do salário-de-contribuição e o valor do salário pago pela empresa A, observando, assim, no somatório, o teto
máximo previdenciário.
346 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) empregado das empresas A e B recebeu, no mês de março/2020, a título de remuneração, as quantias equi-
valentes a R$ 1.100,00 e R$ 1.200,00, respectivamente. No mesmo mês, prestou serviços na condição de contri-
buinte individual à empresa C, auferindo a título de pagamento o valor de R$ 1.700,00. Assim temos:
Teto máximo do salário-de-contribuição -
Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06
Portarias SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Empresa A R$ 1.100,00
Remuneração Empresa B R$ 1.200,00
Empresa C R$ 1.700,00
Empresa A (R$ 1.045,00 × 7,5%) R$ 78,37

(R$ 1.100,00 - R$ 1.045,00 = R$ 55,00 × 9%) R$ 4,95

Total R$ 83,32
Empresa B Remuneração acumulada = R$ 2.300,00 (R$
1.100,00 + R$ 1.200,00)

(R$ 2.089,60 - R$ 1.100,00 = R$ 989,60 × 9%) R$ 89,06


Desconto - Contribuição
previdenciária (R$ 2.300,00 - R$ 2.089,60 = R$ 210,40 × 12%) R$ 25,25

Total R$ 114,31

Observe-se que a faixas salarias até R$


1.100,00 já sofreram o desconto da contribui-
ção previdenciária na empresa A

Total (A + B) R$ 197,63
Empresa C (R$ 1.700,00 × 0,11) R$ 187,00
Total dos descontos R$ 384,63
Observe-se que, nesse exemplo, as empresas A e B efetuaram o desconto da contribuição previdenciária, apli-
cando as alíquotas sobre as faixas salariais correspondentes, tributando todo o salário pago (remuneração acu-
mulada), posto que esse foi inferior ao teto máximo do salário-de-contribuição e, a empresa C descontou a
contribuição à razão de 11% sobre a remuneração paga ao contribuinte individual, uma vez que a soma geral não
ultrapassou o limite máximo do salário-de-contribuição em março/2020.
c) empregado da empresa A recebeu, no mês de março/2020, remuneração equivalente a R$ 6.500,00. No mes-
mo mês prestou serviços na condição de contribuinte individual à empresa B auferindo a remuneração de R$
6.000,00. Assim temos:
Teto máximo do salário-de-contribuição -
Desde Janeiro/2020 R$ 6.101,06
Portarias SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Empresa A R$ 6.500,00
Remuneração
Empresa B R$ 6.000,00
Empresa A (R$ 1.045,00 × 7,5%) R$ 78,37

(R$ 2.089,60 - R$ 1.045,00 = R$ 1.044,60 × 9%) R$ 94,01

Desconto - Contribuição (R$ 3.134,40 - R$ 2.089,60 = R$ 1.044,80 × 12%) R$ 125,37


previdenciária
(R$ 6.101,06 - R$ 3.134,40 = R$ 2.966,66 × 14%) R$ 415,33

Total R$ 713,08
Empresa B -0- 0,00
Total dos descontos R$ 713,08
Guia de Cálculos Trabalhistas 347

A empresa B não efetua qualquer desconto do contribuinte individual, uma vez que o desconto efetuado pela
empregadora já atingiu o teto máximo do salário-de-contribuição.
d) empregado da empresa A auferiu, em março/2020, a remuneração de R$ 2.000,00 e, no mesmo mês, prestou
serviços à empresa B, na condição de contribuinte individual, auferindo a remuneração de R$ 5.000,00. Assim
temos:

Teto máximo do salário-de-contribuição - Desde Janeiro/2020


R$ 6.101,06
Portarias SEPRT nºs 914/2020 e 3.659/2020
Empresa A R$ 2.000,00
Remuneração
Empresa B R$ 5.000,00
Empresa A (R$ 1.045,00 × 7,5%) R$ 78,37

Desconto - Contribuição (R$ 2.000,00 - R$ 1.045,00 = R$ 955,00 × 9%) R$ 85,95


previdenciária
Total R$ 164,32
Empresa B (R$ 4.101,06 × 0,11) R$ 451,12
Total dos descontos R$615,44
Nesse exemplo, a empregadora efetuou o desconto da contribuição previdenciária sobre o total do salário do
empregado (R$ 2.000,00), observando a aplicação das alíquotas correspondentes conforme as faixas salariais.
Isto porque, para efeito de apuração da alíquota a ser aplicada à remuneração do empregado, não é somada a
remuneração de contribuinte individual.
A empresa B, por sua vez, descontou a contribuição previdenciária de 11% tendo por base de cálculo a quantia
de R$ 4.101,06, o que equivale à diferença entre o teto máximo do salário-de-contribuição em março/2020 e o
valor auferido na condição de empregado (R$ 6.101,06 - R$ 2.000,00), observando, assim, no somatório das duas
remunerações (empregado e contribuinte individual), o teto máximo de contribuição. Portanto, para fins de ob-
servância do teto máximo de contribuição, somam-se as remunerações de empregado e contribuinte individual.

Remuneração auferida inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição


Quando o total da remuneração recebida pelo contribuinte individual por serviços prestados a
uma ou mais empresas for inferior ao limite mínimo do salário de contribuição, o segurado deverá reco-
lher diretamente a complementação da contribuição incidente sobre a diferença entre o limite mínimo
do salário de contribuição e a remuneração total por ele recebida ou a ele creditada, aplicando sobre a
parcela complementar a alíquota de 20%.

Exemplo
Total da remuneração auferida no mês de março/2020 por contribuinte individual que prestou serviço a uma só
empresa:
Remuneração R$ 300,00
Desconto - Contribuição previdenciária (R$ 300,00 × 0,11) R$ 33,00
Diferença para o limite mínimo (R$ 1.045,00 - R$300,00) R$ 745,00
Contribuição previdenciária complementar (R$ 745,00 × 0,20) R$ 149,00
Contribuição previdenciária total R$ 182,00

Prestação de serviços a pessoa física - Recolhimento - Responsabilidade

O segurado contribuinte individual, quando exercer atividade econômica por conta própria ou
prestar serviço à pessoa física, ficará obrigado a recolher a sua contribuição previdenciária individual,
348 Guia de Cálculos Trabalhistas

por iniciativa própria, correspondente à aplicação da alíquota de 20% sobre o total da remuneração au-
ferida, observado o limite máximo do salário de contribuição. O recolhimento deve ser efetuado no dia
15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando o vencimento para o dia útil
subsequente quando não houver expediente bancário no dia 15.

Prestação de serviço a outro contribuinte individual equiparado a empresa, missão diplomáti-


ca e repartição consular de carreira estrangeira

Quando houver contratação de contribuinte individual por outro contribuinte individual equipa-
rado à empresa, ou por produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de
carreira estrangeira, bem como, quando houver contratação de brasileiro civil que trabalhe para a União
no exterior, em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, o desconto da
contribuição previdenciária devida não será efetuado sobre o valor da remuneração paga ou creditada,
ficando o próprio prestador dos serviços responsável pelo recolhimento de sua contribuição, por inicia-
tiva própria, até o dia 15 do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-se o
vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia 15.

Nessas hipóteses, pode o contribuinte individual prestador dos serviços deduzir da sua contri-
buição mensal 45% da contribuição patronal do contratante, efetivamente recolhida ou declarada, inci-
dente sobre a remuneração que lhe tenha sido paga ou creditada, no respectivo mês, limitada a 9% do
respectivo salário de contribuição.

Para efeito dessa dedução, considera-se contribuição declarada a informação prestada na GFIP,
ou a declaração fornecida pela empresa ao segurado, na qual conste além de sua identificação comple-
ta, inclusive com o número no CNPJ, o nome e o número de inscrição do contribuinte individual, o valor
da remuneração paga e o compromisso de que a remuneração paga será incluída na GFIP e a contribui-
ção correspondente será recolhida.

Caso o contribuinte individual não comprove a regularidade da referida dedução, ficará sujeito
à glosa do valor indevidamente deduzido, devendo complementar as contribuições com os devidos
acréscimos legais.

Contribuição previdenciária do empregado e do trabalhador avulso


O salário-de-contribuição do segurado empregado e trabalhador avulso é constituído pela remu-
neração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, de-
vidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja
a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à dispo-
sição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção
ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.

Importante
A Lei nº 13.467/2017 que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou o art. 457 da CLT
para determinar que as verbas elencadas a seguir, mesmo quando pagas com habitualidade, não integram a remu-
neração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo
trabalhista e previdenciário:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios;
e) abonos.
Guia de Cálculos Trabalhistas 349

Nos meses de janeiro e fevereiro de 2020 a tabela de contribuição previdenciária do segurado


empregado e trabalhador avulso, aplicada de forma não cumulativa, foi a seguinte:
SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA
até 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%

Desde 1º.03.2020, por força da Emenda Constitucional nº 103/2019, as alíquotas são de 7,5%, 9%,
12% e 14% e são aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição, incidindo cada alíquota
sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites, conforme a tabela a seguir (Portaria SE-
PRT nº 3.659/2020).
FAIXAS SALARIAIS (R$) ALÍQUOTAS (%)
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Exemplos de cálculo de contribuição desde 1º.03.2020:


a) empregado com salário mensal de R$ 3.200,00 (abaixo do teto máximo de contribuição), temos:
FAIXAS SALARIAIS (R$) ALÍQUOTAS (%) VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 78,37 (7,5% de R$ 1.045,00)
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 94,01 (9% de R$ 1.044,60, ou seja R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00)
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 125,37 (12% de R$ 1.044,80, ou seja R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60)
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 9,18 (14% de R$ 65,60, ou seja R$ 3.200,00 menos R$ 3.134,40)

Contribuição total = R$ 306,93

Antes da reforma previdenciária (Emenda Constitucional nº 103), este empregado contribuía com
R$ 352,00, ou seja, 11% sobre o salário de contribuição, de R$ 3.200,00, de forma NÃO CUMULATIVA. Por-
tanto, com a reforma, neste exemplo, a contribuição teve uma redução de R$ 45,07.

b) empregado com salário mensal de R$ 6.500,00 (acima do teto máximo de contribuição), temos:
FAIXAS SALARIAIS (R$) ALÍQUOTAS (%) VALOR DA CONTRIBUIÇÃO (R$)
até 1.045,00 7,5% 78,37 (7,5% de R$ 1.045,00)
de 1.045,01 até 2.089,60 9% 94,01 (9% de R$ 1.044,60, ou seja R$ 2.089,60 menos R$ 1.045,00)
de 2.089,61 até 3.134,40 12% 125,37 (12% de R$ 1.044,80, ou seja R$ 3.134,40 menos R$ 2.089,60)
de 3.134,41 até 6.101,06 14% 415,33 (14% de R$ 2.966,66, ou seja R$ 6.101,06 menos R$ 3.134,40)

Contribuição total = R$ 713,08

Antes da reforma, este empregado contribuiria com R$ 671,11, ou seja, 11% sobre o limite máximo
do salário de contribuição, de R$ 6.101,06, de forma NÃO CUMULATIVA. Portanto, com a reforma, neste
exemplo, a contribuição teve um aumento de R$ 41,97.

Quando o segurado mantiver mais de um vínculo empregatício, as alíquotas serão definidas em


relação ao valor total auferido no mês e aplicada sobre as faixas salariais considerando a remuneração
acumulada nos vários vínculos, observado o limite máximo do salário-de-contribuição.
350 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exemplos
Remunerações que na somatória ultrapassam o teto de contribuição de R$ 6.101,06

1) Considerando um empregado com 3 vínculos empregatícios, em março/2020, com remuneração de R$


1.800,00 na empresa A, R$ 1.900,00 na empresa B e R$ 4.000,00 na empresa C. Na somatória a remuneração
atinge R$ 7.700,00 (acima do teto máximo de contribuição).

Assim temos:

SALÁRIO POR REMUNERAÇÃO CONTRIBUIÇÃO


EMPRESA ALÍQUOTAS POR FAIXAS SALARIAIS
EMPRESA (R$) ACUMULADA (R$) DESCONTADA

A 1.800,00 1.800,00 1.045,00 × 7,5% 78,37


1.800,00 - 1.045,00 = 755,00 × 9% 67,95
146,32
B 1.900,00 3.700,00 (R$ 1.800,00 2.089,60 - 1.800,00 = 289,60 × 9% 26,06
+ R$ 1.900,00) 3.134,40 - 2.089,60 = 1.044,80 × 12% 125,37
3.700,00 - 3.134,40 = 565,60 × 14% 79,18
230,61
C 4.000,00 7.700,00 (acima do 6.101,06 - 3.700,00 = 2.401,06 × 14% 336,15
teto máximo - Ob-
servar o teto)
Total 7.700,00 713,08
Teto máximo de con- 6.101,06
tribuição previden-
ciária

Remunerações que na somatória não atingem o teto de contribuição de R$ 6.101,06

2) Considerando um empregado com 3 vínculos empregatícios, com remuneração de R$ 1.200,00 na empresa A,


R$ 1.300,00 na empresa B e R$ 2.000,00 na empresa C. Na somatória a remuneração atinge R$ 4. 500,00 (abaixo
do teto máximo de contribuição).

Assim temos:

SALÁRIO POR REMUNERAÇÃO CONTRIBUIÇÃO


EMPRESA ALÍQUOTAS POR FAIXAS SALARIAIS
EMPRESA (R$) ACUMULADA (R$) DESCONTADA

A 1.200,00 1.200,00 1.045,00 × 7,5% 78,37


1.200,00 - 1.045,00 = 155,00 × 9% 13,95
92,32
B 1.300,00 2.500,00 (R$ 1.200,00 2.089,60 - 1.200,00 = 889,60 × 9% 80,06
+ R$ 1.300,00) 2.500,00 - 2.089,60 = 410,40 × 12% 49,25
129,31
C 2.000,00 4.500,00 (R$ 2.500,00 3.134,40 - 2.500,00 = 634,40 × 12% 76,13
+ R$ 2.000,00) abai- 4.500,00 - 3.134,40 = 1.365,60 × 14% 191,18
xo do teto máximo 267,31
Total 4.500,00 488,94
Teto máximo de con- 6.101,06
tribuição previden-
ciária
Guia de Cálculos Trabalhistas 351

Empregos simultâneos - Contribuição previdenciária nos meses de janeiro e fevereiro/2020


Quando a remuneração global for igual ou inferior ao limite máximo do salário-de-contribuição,
a contribuição incide sobre o total da remuneração recebida em cada fonte pagadora, observando-se
que a alíquota é determinada de acordo com a faixa salarial correspondente ao somatório de todas as
remunerações recebidas no mês.
a) Empregado com 2 empregos:
EMPRESAS REMUNERAÇÃO
A R$ 1.500,00
B R$ 1.300,00
Total nas 2 empresas R$ 2.800,00

Empresa A = R$ 1.500,00 × 9% = R$ 135,00


Empresa B = R$ 1.300,00 × 9% = R$ 117,00
A alíquota de 9% foi determinada de acordo com a remuneração correspondente à soma dos
salários dos 2 vínculos.
Valor total a ser descontado pelas 2 empresas a título de contribuição previdenciária corres-
ponde a R$ 252,00 (R$ 135,00 + R$ 117,00), ou seja, 9% de R$ 2.800,00.
b) Empregado com 3 empregos:
EMPRESAS REMUNERAÇÃO
A R$ 1.100,00
B R$ 1.200,00
C R$ 1.500,00
Total nas 3 empresas R$ 3.800,00

Empresa A = R$ 1.100,00 × 11% = R$ 121,00


Empresa B = R$ 1.200,00 × 11% = R$ 132,00
Empresa C = R$ 1.500,00 × 11% = R$ 165,00
A alíquota de 11% foi determinada de acordo com a soma das remunerações dos 3 vínculos.
Valor total a ser descontado pelas 3 empresas a título de contribuição previdenciária corres-
ponde a R$ 418,00 (R$ 121,00 + R$ 132,00 + R$ 165,00), ou seja, 11% de R$ 3.800,00.
Quando a remuneração global for superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, o segu-
rado deverá eleger a empresa que primeiro efetuará o desconto, cabendo às que se sucederem efetuar
o desconto sobre a parcela do salário-de-contribuição complementar até o limite máximo do salário-
-de-contribuição, observada a alíquota determinada de acordo com a soma de todas as remunerações
recebidas no mês.

Considerando que o empregado tenha optado pelo desconto da contribuição previdenciária na


empresa “A”, teremos:
a) Empregado com 2 empregos

EMPRESAS REMUNERAÇÃO

A R$ 6.500,00

B R$ 1.400,00

Total nas 2 empresas R$ 7.900,00


352 Guia de Cálculos Trabalhistas

Empresa A = R$ 6.101,06 × 11% = R$ 671,12


Empresa B = R$ 1.400,00 × 0% = R$ 0,00
Como o salário auferido na empresa “A” (R$ 6.500,00) é superior ao limite máximo do salário-de-
-contribuição (R$ 6.101,06), o desconto da contribuição previdenciária foi efetuado totalmente
nessa empresa (R$ 671,12, ou seja, R$ 6.101,06 × 0,11), ficando, então, a empresa “B” isenta de
efetuar qualquer desconto a esse título.

b) Empregado com 3 empregos:

EMPRESAS REMUNERAÇÃO

A R$ 2.500,00

B R$ 3.200,00

C R$ 1.500,00

Total nas 3 empresas R$ 7.200,00

Empresa A = R$ 2.500,00 × 11% = R$ 275,00


Empresa B = R$ 3.200,00 × 11% = R$ 352,00
Empresa C = R$ 401,06 × 11% = R$ 44,12
Nesse caso, a empresa “A” efetuou o desconto da contribuição previdenciária, correspondente
ao valor de R$ 275,00 sobre a remuneração total recebida, deixando para as demais empresas
os descontos suplementares.
A empresa “B” também efetuou o desconto sobre o total da remuneração paga, posto que as
remunerações auferidas nas empresas A e B não ultrapassaram o limite máximo de contribui-
ção, ou seja, descontou o valor de R$ 352,00 (R$ 3.200,00× 11%).
Já a empresa “C” efetuou o desconto de R$ 44,12 correspondente a 11% sobre R$ 401,06 (dife-
rença entre o limite máximo do salário de contribuição e as remunerações pagas pelas empre-
sas A e B (R$ 6.101,06 - R$ 5.700,00 = R$ 401,06).

Nota
Como as empresas não estão sujeitas ao teto previdenciário, deverão efetuar o recolhimento patronal sobre o total das
remunerações pagas em conformidade com a legislação vigente.

PRAZO PARA RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Dia 20 do mês seguinte ao da competência


As empresas e equiparadas efetuam o recolhimento das contribuições previdenciárias e as relati-
vas a terceiros a seu cargo, bem como das contribuições descontadas dos empregados e contribuintes
individuais que lhes prestem serviços, relativas ao mês anterior. Caso não haja expediente bancário no
dia 20, o recolhimento deverá ser antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

As cooperativas de trabalho descontam a contribuição previdenciária individual dos seus coope-


rados como contribuinte individual e recolhem o valor arrecadado. Não havendo expediente bancário no
dia 20 o recolhimento é antecipado para o dia útil imediatamente anterior.
Guia de Cálculos Trabalhistas 353

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS


Todos os empregadores sejam pessoas físicas ou jurídicas, de direito privado ou público, da ad-
ministração pública direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, que admitirem trabalhadores a seu serviço, bem como aqueles que
regidos por legislação especial, encontrarem-se nessa condição ou figurarem como fornecedores ou
tomadores de mão de obra estão obrigados a depositar até o dia 7 de cada mês, em conta bancária vin-
culada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aberta em nome do trabalhador, importância
correspondente a 8% da remuneração paga ou devida no mês anterior.

Serão incluídas na remuneração as parcelas de que tratam a CLT, arts. 457 e 458 (salário devido e
pago diretamente pelo empregador, as gorjetas, as comissões pagas pelo empregador, as gratificações
legais, a habitação, o vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou
do costume, fornecer habitualmente ao empregado) e a Gratificação de Natal.

Importante
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a Reforma Trabalhista, cujos efeitos vigoram desde 11.11.2017, alterou o art. 457 da CLT
para determinar que as verbas elencadas a seguir, mesmo quando pagas com habitualidade, não integram a remu-
neração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de encargo
trabalhista e previdenciário:
a) ajuda de custo;
b) auxílio-alimentação (vedado o pagamento em dinheiro);
c) diárias para viagem (independentemente do valor);
d) prêmios;
e) abonos.

Nos contratos de aprendizagem, a alíquota do FGTS, devida pelo empregador, é reduzida para 2%.

A lei faculta ao empregador, equiparar o diretor não empregado aos demais trabalhadores sujeitos
ao regime do FGTS. Trata-se, portanto, de uma escolha da empresa. Neste caso cabe retratação, o que
vale dizer que, se em determinado momento a empresa decidir não mais depositar os valores para tais
trabalhadores, poderá fazê-lo, entretanto, não poderá reaver os valores já depositados.

Ocorrendo afastamento do empregado das suas atividades por força de lei ou de acordo, que
acarrete a interrupção do contrato de trabalho, ainda que a empresa não esteja obrigada, conforme o
caso, ao pagamento de salários, é obrigatório o depósito do FGTS sobre o valor da remuneração que
o empregado estaria recebendo caso não houvesse ocorrido o afastamento, nas seguintes situações:
a) licença remunerada;

b) serviço militar obrigatório;

c) primeiros 15 dias de afastamento para tratamento de saúde, exceto no caso de concessão de


novo benefício decorrente da mesma doença dentro de 60 dias contados da cessação do be-
nefício anterior;

d) licença por acidente do trabalho, independentemente do período de afastamento;

e) licença-maternidade;

f) licença-paternidade;

g) gozo de férias;
354 Guia de Cálculos Trabalhistas

h) exercício, pelo trabalhador, de cargo de confiança imediata do empregador (diretoria, gerência,


etc.). Nesta hipótese o valor base para o cálculo do FGTS é a quantia que o trabalhador passar
a receber no exercício do cargo de confiança, salvo se a do cargo efetivo for maior; e
i) demais casos de ausências remuneradas.

Exemplos
a) empregado vendedor com salário fixo de R$ 1.500,00 mais comissões sobre vendas, recebeu no mês de janei-
ro/2020, a título de comissões o valor de R$ 3.500,00. Apuração do valor do FGTS depositado até o dia 07.02.2020.
- remuneração total = R$ 5.000,00 (R$ 1.500,00 + R$ 3.500,00)
- valor do FGTS da competência janeiro = R$ 400,00 (8% de R$ 5.000,00)
b) empregado com salário de R$ 2.800,00, gozou no mês de janeiro/2020 férias no período de 02 a 31.01. Cálculo
para apuração do valor do FGTS depositado até 07.02.2020.
Salário mensal = R$ 2.800,00
Férias = R$ 2.709,68 (R$ 2.800,00 ÷ 31 × 30)
Terço constitucional sobre férias = R$ 903,23
- saldo de salário = R$ 90,32 (relativo ao dia 1º.01.2020)
Total da remuneração = R$ 3.703,23
FGTS a ser depositado relativo à competência janeiro = R$ 296,26 (8% de R$ 3.703,23)

Prazo para depósito

O depósito dos valores relativos ao FGTS deve ser efetuado até o dia 07 do mês subsequente ao
da competência da remuneração. Se não houver expediente bancário no dia 07, o depósito deve ser
antecipado para o dia útil imediatamente anterior.

Depósitos decorrentes de rescisão contratual

Quando ocorre a rescisão contratual, sem justa causa, por iniciativa do empregador ou, ainda, a
rescisão indireta (justa causa do empregador), a empresa fica obrigada a depositar na conta vinculada
do trabalhador dispensado os valores referentes ao FGTS relativos ao mês da rescisão e ao mês imedia-
tamente anterior que ainda não tiverem sido recolhidos, bem como os valores correspondentes à multa
rescisória, equivalente à importância igual a 40% de todos os depósitos realizados na conta vinculada
durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros, não sendo permitida, para este fim, a dedução dos saques ocorridos.

Se a despedida do trabalhador ocorrer por culpa recíproca ou força maior, reconhecidas por sen-
tença da Justiça do Trabalho, transitada em julgado, o percentual da multa rescisória será de 20%.

No caso de contrato de trabalho extinto por acordo entre empregado e empregador, a multa res-
cisória é devida por metade.

Os referidos depósitos devem ser efetuados por meio do Sistema Guia de Recolhimento Rescisó-
rio do FGTS (GRRF).

O prazo de vencimento da multa rescisória, do aviso prévio indenizado e do mês da rescisão é até
o 10º dia corrido a contar do dia imediatamente posterior ao desligamento. Caso o 10º dia corrido seja
Guia de Cálculos Trabalhistas 355

posterior ao dia 07 do mês subsequente, o vencimento do mês da rescisão e do aviso prévio indenizado
ocorre no dia 07.

O recolhimento da GRRF deve ser feito na data de validade expressa na guia.

As instruções pertinentes aos recolhimentos mensais e rescisórios ao FGTS constam atualmente


no “Manual de Orientação ao Empregador Recolhimentos Mensais e Rescisórios ao FGTS e das Con-
tribuições Sociais”, disponibilizado no site da Caixa, e divulgado por meio da Circular Caixa nº 914/2020.

Para realização dos recolhimentos mensais nas contas tituladas pelos trabalhadores, vinculadas
ao FGTS e das Contribuições Sociais o empregador utiliza-se, obrigatoriamente, das seguintes guias,
conforme o caso:
a) GRF - emitida pelo Sefip;
b) Guia de Recolhimento do FGTS para Empresas Filantrópicas - emitida pelo Sefip;
c) DAE - documento de arrecadação unificada para o empregador doméstico;
d) GRFGTS - gerada para conversão do Depósito Judicial em Reclamatória Trabalhista.

Para o recolhimento rescisório, quando devidas, o empregador utiliza, obrigatoriamente, as guias


geradas nas formas abaixo:
a) GRRF - Aplicativo Cliente - guia gerada no aplicativo após a transmissão do arquivo rescisório
por meio do Conectividade Social;
b) GRRF - Conectividade Social - guia gerada pelo empregador no serviço do Conectividade So-
cial.

Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)

A remuneração paga ao trabalhador (salário, férias, 13º salário, etc.) sofre a retenção do imposto de
renda, cabendo à fonte pagadora (pessoa fica ou jurídica), efetuar o respectivo desconto e recolhimento.

A base de cálculo da retenção do IRRF é o total da remuneração (rendimento tributável) após a


dedução das parcelas permitida por lei, quais sejam:
a) importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia de acordo com a lei e em cum-
primento de decisão judicial;
b) R$ 189,59, a partir de abril de 2015 por dependente(*);
c) contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
cípios, ou por entidade de previdência privada.

São considerados dependentes:


a) o cônjuge;
b) o companheiro ou companheira que comprove vida em comum por mais de 5 anos, ou por
período menor, se da união resultou filho;
c) filha ou filho, enteado ou enteada, até 21 anos de idade ou até 24 anos de idade se estiver cur-
sando o ensino superior ou escola técnica de 2º grau, ou de qualquer idade quando incapaci-
tado física ou mentalmente para o trabalho;
d) menor pobre, até 21 anos de idade, que o contribuinte crie ou eduque e do qual detenha a
guarda judicial;
356 Guia de Cálculos Trabalhistas

e) o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais até 21 ou 24 anos de idade se estiver cursan-
do o ensino superior ou escola técnica de 2º grau, desde que o contribuinte detenha a guarda
judicial, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho;
f) os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, supe-
riores ao limite de isenção mensal (atualmente R$ 1.903,98 a partir de abril de 2015);
g) o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador.

Os dependentes comuns podem, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos côn-
juges.

Não pode haver dedução concomitante de um mesmo dependente na determinação da base de


cálculo de mais de um contribuinte, salvo nos casos de alteração na relação de dependência no ano-
-calendário.

Tabela Progressiva válida a partir de abril do ano-calendário de 2015

BASE DE CÁLCULO (R$) ALÍQUOTA (%) PARCELA A DEDUZIR DO IR (R$)

Até 1.903,98 - -

De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80

De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80

De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13

Acima de 4.664,68 27,5 869,36

Exemplos
a) empregado com salário de R$ 1.800,00, pago em 31.01.2020:

Base de cálculo: R$ 1.800,00

(1 dependente) - R$ 189,59

(INSS: 8,00%) - R$ 144,00

R$ 1.466,41

(isento de IRRF)

b) empregado com salário de R$ 3.600,00, pago em 30.04.2020:

Base de cálculo: R$ 3.600,00

(3 dependentes) - R$ 568,77

(INSS) - R$ 362,93

R$ 2.668,30

IRRF

• 7,5% de R$ 2.668,30 = R$ 200,12

• Parcela a deduzir R$ 142,80

Total do IRRF = R$ 57,32


Guia de Cálculos Trabalhistas 357

c) empregado com salário de R$ 10.000,00, pago em 30.04.2020:

Base de cálculo R$ 10.000,00


(2 dependentes) - R$ 379,18
(INSS) - R$ 713,08
R$ 8.907,74
IRRF
• 27,5% de R$ 8.907,74 = R$ 2.449,63
• Parcela a deduzir - R$ 869,36
R$ 1.580,27
Total do IRRF = R$ 1.580,27

EMPREGADO DOMÉSTICO - SIMPLES DOMÉSTICO


Desde a competência outubro/2015, o empregado doméstico passou a ser obrigatoriamente in-
cluído no regime do FGTS, tendo sido disciplinado o regime unificado de pagamento de tributos e con-
tribuições e dos demais encargos do empregador doméstico, denominado Simples Doméstico, entre os
quais se encontram os depósitos mensais de 8% relativo ao FGTS.
Esse recolhimento unificado passou a ser obrigatório desde a competência outubro/2015 - portanto,
com recolhimento a partir de novembro/2015.
A inscrição do empregador e a entrada única de dados cadastrais e de informações trabalhistas,
previdenciárias e fiscais no âmbito do Simples Doméstico, bem como a geração da guia de recolhimen-
to, serão efetuados mediante registro no Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previ-
denciárias e Trabalhistas (eSocial), disponibilizado no endereço eletrônico www.esocial.gov.br.
O Simples Doméstico assegura o recolhimento mensal, mediante documento único de arreca-
dação, dos seguintes valores calculados sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada
empregado, incluída na remuneração o 13º salário:
I - contribuição previdenciária, a cargo do segurado empregado doméstico, de:
a) 8%, 9% ou 11% (competências janeiro e fevereiro/2020);
b) 7,5%, 9%, 12% ou 14% (competências março/2020 em diante);
II - 8% de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a cargo do empregador
doméstico, calculada sobre o salário de contribuição. Observe-se que até a competência se-
tembro/2015, a alíquota do empregador doméstico era de 12%;
III - 0,8% de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho;
IV - 8% de recolhimento para o FGTS;
V - 3,2%, para fins de pagamento da indenização compensatória relativa à dispensa sem justo
motivo ou por culpa recíproca; e
VI - imposto sobre a renda retido na fonte, se for o caso.

TABELAS DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - EMPREGADO DOMÉSTICO


I - competências janeiro e fevereiro/2020:

(alíquotas aplicadas de FORMA NÃO CUMULATIVA)


358 Guia de Cálculos Trabalhistas

ALÍQUOTA PARA FINS DE


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.830,29 8%
de 1.830,30 até 3.050,52 9%
de 3.050,53 até 6.101,06 11%

II - competências março/2020 em diante:

(alíquotas aplicadas de FORMA PROGRESSIVA - Emenda Constitucional nº 103/2019, art. 28, § 1º)

ALÍQUOTA PARA FINS DE


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,00 7,5%
de 1.045,01 até 2.089,60 9%
de 2.089,61 até 3.134,40 12%
de 3.134,41 até 6.101,06 14%

O recolhimento unificado é efetuado por meio do Documento de Arrecadação eSocial (DAE), ge-
rado exclusivamente pelo aplicativo disponibilizado no Portal do eSocial, em instituições financeiras
integrantes da rede arrecadadora de receitas federais, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência,
ou dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário no dia 7.

INSS, FGTS E IR/FONTE - TABELA PRÁTICA DE INCIDÊNCIAS


Com base na legislação e jurisprudência vigentes, foi elaborada a tabela adiante, ressaltando a
necessidade de sua atualização sempre que ocorrerem alterações nos dispositivos utilizados como fun-
damento.
RUBRICAS INSS FGTS IRRF
1 - Abono pecuniário de férias
Nota
O abono pecuniário de férias previsto no art. 143 da CLT, bem como o concedido
em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de
não não não
convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 dias do salário, não
integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho, e
nem o salário-de-contribuição (CLT, arts. 143 e 144 e Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, letra
“e”, item 6).
2 - Adicionais (insalubridade, periculosidade, noturno, transferência e de função) sim sim sim
3 - Ajuda de custo
Notas
1ª) A Lei nº 13.467/2017 em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT para
determinar que as importâncias pagas a título de ajuda de custo, ainda que habituais,
não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de
trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e
previdenciário.
não não não
Nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, alterada pela Instrução
(ver nota 1) (ver nota 1) (ver nota 2)
Normativa SIT nº 145/2018, art. 10, incisos XIII, XIV e XV, não integram a remuneração
do empregado para fins do FGTS:
a) ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de
mudança de localidade de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
b) ajuda de custo, quando paga mensalmente, recebida como verba indenizatória
para ressarcir despesa relacionada à prestação de serviços ou à transferência do
empregado, nos termos do art. 470 da CLT; e
Guia de Cálculos Trabalhistas 359

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


c) ajuda de custo, em caso de transferência permanente, e o adicional mensal, em caso
de transferência provisória, recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei nº 5.929/1973.
2ª) A isenção do IR beneficia apenas a ajuda de custo destinada a atender às
despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, em
caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação posterior pelo
contribuinte (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 275).
4 - Benefício por incapacidade temporária (Auxílio-doença)
- 15 primeiros dias sim sim sim
- Complementação salarial (desde que o direito seja extensivo à totalidade dos
não não sim
empregados da empresa)
Nota
São isentos de IR apenas os rendimentos pagos pela previdência oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ainda que pagos pelo empregador por força de convênios com órgãos previdenciários, e pelas entidades de
previdência complementar, decorrentes de seguro-desemprego, auxílio-natalidade, auxílio-doença, auxílio-funeral e auxílio-
acidente (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 233).
5 -Aviso prévio trabalhado sim sim sim
6 -Aviso prévio indenizado
não sim (*) não
(*) Veja observação “Importante” no final desta tabela.
7 -13º salário
a) 1ª parcela até 30 de novembro não sim não
b) 2ª parcela até 20 de dezembro sim sim sim
c) proporcional (na rescisão contratual) sim sim sim
Notas
1ª) Ver observação “Importante” no final desta tabela sobre a incidência ou não do encargo previdenciário sobre a parcela do
13º salário proporcional relativo ao período projetado do aviso prévio indenizado.
2ª) O valor integral do 13º salário submete-se ao IR no ato da sua quitação (no mês de dezembro ou por ocasião da rescisão
do contrato de trabalho), separadamente dos demais rendimentos pagos ao beneficiário no mês, podendo ser feitas no
rendimento bruto todas as deduções permitidas para fins de determinação da base de cálculo do imposto (RIR/2018, art. 700).
8 – Comissões sim sim sim
9 -Diárias para viagem
Notas
1ª) A Lei nº 13.467/2017 em vigor desde 11.11.2017, alterou o § 2º do art. 457 da CLT e a letra
“h” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, para determinar que as importâncias pagas
a título de diárias para viagem, ainda que habituais, não integram a remuneração
do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base
de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Observar que, nos
termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, alterada pela Instrução Normativa SIT
nº 145/2018, art. 9º, inciso X, considera-se de natureza salarial para fins do FGTS, as
diárias para viagem, pelo seu valor global, desde que não haja prestação de contas do
montante gasto. Assim sendo, o citado inciso condiciona a integração da parcela das
não não não
diárias para viagem à não prestação de contas dos valores gastos pelo trabalhador.
Entretanto, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação da Lei nº 13.467/2017, não trata de
qualquer prestação de contas dos valores de diárias para viagem.
Ademais, o art. 10, inciso XVI da mesma Instrução Normativa SIT nº 144/2018, reza
que não integra a remuneração as diárias para viagem desde que comprovada
sua natureza indenizatória, portanto, sem exigir a prestação de contas, bastando
comprovar a natureza indenizatória.
2ª) A isenção do IR beneficia, exclusivamente, as diárias, destinadas ao pagamento
de despesas de alimentação e pousada, por serviço eventual realizado em município
diferente do da sede de trabalho (RIR/2018, art. 35, I, letra “f”; e Parecer Normativo CST
nº 10/1992; Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 275).
10 - Estagiários (admitidos na forma da Lei nº 11.788/2008) não não sim
11 - Férias normais gozadas na vigência do contrato de trabalho (inclusive o terço
constitucional)
Nota
sim sim sim
O cálculo do IR efetua-se em separado do salário, computando-se o valor das férias,
acrescido dos abonos previstos na Constituição Federal/1988, art. 7º, XVII, e na CLT,
art. 143 (RIR/2018, art. 682).
360 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


12 - Férias em dobro na vigência do contrato de trabalho (CLT, art. 137)
Notas
1ª) Ressalte-se que, com base no art. 28, § 9º, “d”, da Lei nº 8.212/1991, ficou definido que
não integram o salário-de-contribuição “as importâncias recebidas a título de férias
indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente à
dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da Consolidação das Leis do sim sim sim
Trabalho (CLT)”. (veja (veja (veja
2ª) O valor correspondente ao pagamento em dobro da remuneração de férias 1ª “Nota”) 2ª “Nota”) 3ª “Nota”)
concedidas após o prazo legal, não integra a remuneração para efeito de incidência
do FGTS (Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, inciso IV). A base de cálculo é a
remuneração simples.
3ª) Na base de cálculo do IRRF computa-se o total pago, efetuando-se as deduções
cabíveis (dependentes, contribuição ao INSS e pensão alimentícia).
13 -Férias indenizadas pagas na rescisão contratual (simples, em dobro e proporcionais)
Notas
1ª) O terço constitucional não integra o salário-de-contribuição quando pago em
rescisão contratual, conforme Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, “d”. Relativamente ao
FGTS, a Lei nº 8.036/1990, art. 15, § 6º, prevê que não se incluem na remuneração,
para os fins da Lei nº 8.036/1990, as parcelas elencadas na Lei nº 8.212/1991, art. 28, §
9º. Nesse aspecto, tendo em vista que o adicional de 1/3 de férias pago em rescisão
contratual não sofre a incidência previdenciária, também não sofrerá a incidência do
encargo de FGTS (Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, V).
2ª) Em decorrência do disposto no art. 19 da Lei nº 10.522/2002, com alterações da Lei
nº 11.033/2004, não são tributados os pagamentos efetuados sob as rubricas de férias
não gozadas - integrais, proporcionais ou em dobro - convertidas em pecúnia, e de
adicional de 1/3 constitucional quando agregado a pagamento de férias, por ocasião
(veja
da rescisão do contrato de trabalho, aposentadoria, ou exoneração, observados os não não
2ª “Nota”)
termos dos atos declaratórios editados pelo procurador- Geral da Fazenda Nacional
em relação a essas matérias (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 162).
3ª) Pela mesma razão, não são tributados pelo IR os pagamentos efetuados sob
as rubricas de abono pecuniário relativo à conversão de 1/3 do período de férias,
de que trata o art. 143 do Decreto-Lei nº 5.452/1943 - Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.535/1977. A pessoa física
que recebeu tais rendimentos com desconto do Imposto sobre a Renda na fonte e
que incluiu tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual como tributáveis, para
pleitear a restituição da retenção indevida, deve apresentar declaração retificadora
do respectivo exercício da retenção, excluindo o valor recebido a título de abono
pecuniário de férias do campo “rendimentos tributáveis” e informando-o no campo
“outros” da ficha “rendimentos isentos e não tributáveis”, com especificação da
natureza do rendimento (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão nº 162).
14 - Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa jurídica
Nota
Rezava o inciso IV do art. 22, da Lei nº 8.212/1991, que as empresas, ao contratarem os
serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de serviço, ficavam obrigadas
ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal correspondente à aplicação
da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal/fatura ou recibo de prestação
de serviços. Entretanto, em decisão prolatada com a repercussão geral reconhecida,
nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 595.838, o Supremo Tribunal Federal
(STF) declarou a inconstitucionalidade do mencionado inciso IV do art. 22 da Lei nº
não
8.212/1991. não não
(veja “Nota”)
Por meio das Soluções de Consulta Cosit nºs 152/2015 e 99.012/2015, publicadas nos
DOU de 23.06.2015 e 11.11.2015, respectivamente, a RFB esclareceu que diante da
declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, deixa
de ser devida pela empresa tomadora de serviços a contribuição de 15% sobre o valor
da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços por intermédio de cooperativa de
trabalho. Por meio da Resolução SF nº 10/2016, o Senado Federal suspendeu, nos
termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22
da Lei nº 8.212/1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo
STF nos autos do RE nº 595.838.
Guia de Cálculos Trabalhistas 361

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


15 - Fretes, carretos ou transporte de passageiros pagos a pessoa física autônoma.
Notas
1ª) O rendimento tributável pelo IR corresponderá a 10% (desde 1º.01.2013) do rendimento
bruto pago, quando decorrente do transporte de cargas, e a 60% do rendimento bruto
pago, quando decorrente do transporte de passageiros (RIR/2018, art. 39).
sim não sim
2ª) A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário,
ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido
em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094/1974, pelo frete, carreto ou
transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a 20% do
rendimento bruto.
16 – Gorjeta
a) espontânea sim sim sim
b) compulsória sim sim sim
Nota
Conforme o art. 457, caput e § 3º, da CLT (este parágrafo com a redação dada pela Lei nº 13.419/2017), compreendem-se na
remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo
cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado
à distribuição aos empregados.
17 -Gratificações ajustadas ou contratuais
Nota
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a reforma trabalhista, cujos efeitos vigoram desde
11.11.2017, alterou os §§ 1º e 4º do art. 457 da CLT, para determinar que integram o salário
a importância fixa estipulada, as gorjetas, as comissões pagas pelo empregador e as
gratificações legais. Também alterou a Lei nº 8.212/1991 determinando que os prêmios
e os abonos não integram a remuneração para efeito previdenciário.
Determinou ainda que, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo
empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado ou grupo
de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no
exercício de suas atividades.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XIV,
consideram-se de natureza salarial para fins do FGTS, as gratificações legais, as de
função e as que tiverem natureza de contraprestação pelo trabalho. Ocorre que o
§ 1º do art. 457 da CLT na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que integram a
remuneração as gratificações legais, ou seja, aquelas previstas na legislação. A citada
instrução normativa, por seu turno, determina integrar a remuneração as gratificações
legais, as de função e quaisquer outras gratificações que tenha relação com o
trabalho. Entende-se que a citada instrução normativa extrapolou a determinação Veja "Nota" Veja "Nota" sim
legal, elastecendo o conceito de remuneração, o qual passa a abarcar outras parcelas
de gratificação que não as determinadas pelo mencionado dispositivo da CLT.
Lembra-se que a instrução normativa é um ato administrativo governamental que
não tem competência para modificar a lei.
Prêmio e gratificação são verbas que, embora com nomenclaturas diversas, têm
finalidades semelhantes e constituem uma forma de incentivo; a gratificação tem
aspecto mais abrangente e o prêmio, mais restrito; em outras palavras, a gratificação
é o gênero e o prêmio, a espécie. Assim, conclui-se que as duas verbas deveriam ter
o mesmo tratamento tributário.
O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “Para os fins
previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7
(sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as
modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração
nos mencionados artigos da CLT, conclui-se que estas modificações alcançam as
determinações do mencionado art. 15.
362 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


18 - Gratificações legais
Nota
A Lei nº 13.467/2017, que instituiu a reforma trabalhista, cujos efeitos vigoram desde
11.11.2017, alterou os §§ 1º e 3º do art. 457 da CLT, para determinar que integram o salário:
a importância fixa estipulada, as gorjetas, as comissões pagas pelo empregador e as
gratificações legais.
Observar que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XIV,
consideram-se de natureza salarial para fins do FGTS, as gratificações legais, as de
função e as que tiverem natureza de contraprestação pelo trabalho. Ocorre que o
sim sim sim
§ 1º do art. 457 da CLT na redação da Lei nº 13.467/2017, determina que integram a
remuneração as gratificações legais, ou seja, aquelas previstas na legislação. A citada
instrução normativa, por seu turno, determina integrar a remuneração as gratificações
legais, as de função e quaisquer outras gratificações que tenha relação com o
trabalho. Entende-se que a citada instrução normativa extrapolou a determinação
legal, elastecendo o conceito de remuneração, o qual passa a abarcar outras parcelas
de gratificação que não as determinadas pelo mencionado dispositivo da CLT.
Lembra-se que a instrução normativa é um ato administrativo governamental que
não tem competência para modificar a lei.

19 -Horas extras sim sim sim

20 - Indenização adicional (empregado dispensado sem justa causa no período de 30


não não não
dias que antecede a data de sua correção salarial - Lei nº 7.238/1984, art. 9º)

21 - Indenização por tempo de serviço não não não

22 - Indenização prevista na CLT, art. 479 (metade da remuneração devida até o


não não não
término do contrato a prazo determinado, rescindido antecipadamente)

23 -Licença-paternidade (CF/1988, art. 7º, XIX) sim sim sim

24 - Participação nos lucros ou resultados da empresa nos termos da Lei nº 10.101/2000


Nota
A participação nos lucros aos empregados será tributada pelo Imposto de Renda
exclusivamente na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos, no ano
do recebimento ou crédito e não integrará a base de cálculo do imposto devido pelo não não sim
beneficiário na Declaração de Ajuste Anual.
O valor da participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa será
integralmente submetido à tabela progressiva anual, de que trata o Anexo III da Instrução
Normativa RFB nº 1.500/2014, alterado pela Instrução Normativa RFB nº 1.558/2015).

25 – Prêmios
Notas
1ª) Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma
de bens, serviços ou valor em dinheiro, a empregado ou grupo de empregados, em
razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas
atividades (CLT, art. 457, §§ 2º e 4º; Lei nº 8.212/1991, art. 28, § 9º, alínea “z).
2ª) Quanto ao IRRF, observar que:
I - os prêmios em bens dados a funcionários ou a representantes comerciais
autônomos, como estímulo à produtividade, sem sorteio, concurso ou vale-brinde,
são considerados rendimentos do trabalho e submetem-se ao desconto do imposto
não não sim
mediante aplicação da tabela progressiva, juntamente com os demais rendimentos
pagos ao beneficiário no mês (RIR/2018, arts. 36, IV e 681 e Parecer Normativo CST nº
93/1974);
II - os prêmios distribuídos em bens ou serviços por meio de concursos ou sorteios
de qualquer espécie sujeitam-se à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 20%, aplicada sobre o valor de mercado dos bens na data da distribuição
(RIR/2018, art. 733);
III - os prêmios em dinheiro obtidos em loterias, concursos desportivos ou sorteios de
qualquer espécie submetem-se à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 30% (RIR/2018, art. 732).
Guia de Cálculos Trabalhistas 363

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


26 - Quebra-de-caixa
Notas
1ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei
nº 13.467/2017 alterou o art. 457, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para
dispor que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e
as comissões pagas pelo empregador. Assim, a princípio, para efeitos trabalhistas, a
quebra de caixa não integra a remuneração, uma vez que não mais se enquadra neste
conceito. O caput do art. 15 da Lei nº 8.036/1990 (Lei do FGTS), determina que: “para os
fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia
7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458 da CLT e a
(veja
gratificação de Natal a que se refere a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, com as sim sim
1ª Nota)
modificações da Lei nº 4.749, de 12 de agosto de 1965”. Assim, ocorrendo alteração
nos mencionados artigos da CLT, conclui-se que estas modificações alcançam as
determinações do mencionado art. 15.
Entretanto, a Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XXIII, considera a
quebra de caixa como sendo de natureza salarial para fins do FGTS.
Como a CLT, em seus §§ 1º e 3º do art. 457, na redação da Lei nº 13.467/2017, determina
que integram a remuneração a importância fixa estipulada, as gratificações legais, as
gorjetas e as comissões pagas pelo empregador, entende-se que a quebra de caixa
não se enquadra no conceito de remuneração. Contudo, a mencionada Instrução
Normativa SIT nº 144/2018 tem posição diversa.
2ª) As gratificações por quebra de caixa são tributáveis pelo IR na fonte e na declaração
de ajuste anual (Perguntas e Respostas IRPF/2020, questão no 233).
27 - Retiradas (pro labore) de diretores-empregados sim sim sim
28 - Retiradas (pro labore) de diretores-proprietários (empresários)
Nota
sim não sim
A estes, facultativamente, o regime do FGTS pode ser estendido (Lei nº 6.919/1981 e
Lei nº 8.036/1990).
29 - Retiradas de titulares de firma individual (empresários)
(*) A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) deverá ser previamente consultada sim não sim
sobre o assunto.
30 -Salário-família sem exceder o valor legal não não não
31 - Salário in natura (utilidades) - CLT, art. 458
Notas
1ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei
nº 13.467/2017 introduziu o § 5º ao art. 458 da Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) para dispor que o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos,
óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e
outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos
e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o
salário-de-contribuição, para efeitos do previsto na alínea “q” do § 9º do art. 28 da
Lei nº 8.212/1991. Também foi determinado que o auxílio-alimentação (vedado o seu
pagamento em dinheiro) não integra a remuneração do empregado, não se incorpora
ao contrato de trabalho e não constitui base de incidência de qualquer encargo sim sim sim
trabalhista e previdenciário.
Observar que nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 10, inciso XX,
não integram a remuneração do empregado para fins do FGTS, a parcela in natura
recebida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído
pela Lei nº 6.321/1976. Não obstante tal previsão, o § 2º do art. 457 da CLT, na redação
da Lei nº 13.467/2017, estabelece que o auxílio-alimentação (vedado seu pagamento
em dinheiro), não integra a remuneração para fins de incidência de qualquer encargo
trabalhista e previdenciário. Assim, a parcela in natura, concedida com a observância
ou não das regras do PAT, não descaracteriza a parcela como auxílio-alimentação.
2ª) O IRRF não incide sobre a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas
especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus empregados
ou mediante cobrança de preço inferior ao valor de mercado (RIR/2018, art. 35, I, letra ”a”).
364 Guia de Cálculos Trabalhistas

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


32 -Salário-maternidade sim sim sim
33 - Saldo de salário
Nota
O desconto do IR sobre rendimentos pagos acumuladamente efetua-se no mês do
sim sim sim
pagamento, sobre o total dos rendimentos, diminuído do valor das despesas com
ação judicial necessária ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido
pagas pelo contribuinte sem indenização (RIR/2018, art. 702).
34 - Serviços autônomos de prestador inscrito na Previdência Social sim não sim
35 - Serviços eventuais sem relação de emprego sim não sim
36 -Vale-transporte (Lei nº 7.418/1985 e Decreto nº 95.247/1987) não não não
37 - Remuneração indireta (fringe benefits) concedida a diretores, administradores,
sócios e gerentes e aos assessores dessas pessoas
Notas
1ª) Se a empresa identificar o beneficiário, a remuneração indireta deve ser
adicionada à sua remuneração normal, incidindo o IR, mediante aplicação da tabela
progressiva, sobre o total dos rendimentos. Caso não seja identificado o beneficiário,
a remuneração indireta sujeita-se à incidência do IR, exclusivamente na fonte, à
alíquota de 35% (RIR/2018, arts. 679 e 731).
2ª) INSS - Na área previdenciária, a Lei nº 8.212/1991, art. 28, III, prevê que entende-se
por salário-de-contribuição, para o contribuinte individual, a remuneração auferida
em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria
durante o mês.
FGTS - As empresas sujeitas ao regime da CLT que equipararem seus diretores
(veja (veja
(administradores) não empregados aos demais trabalhadores, para fins do Fundo de
2ª e 3ª 2ª e 3ª sim
Garantia do Tempo de Serviço, sujeitam-se ao respectivo depósito mensal sobre a
“Notas”) “Notas”)
remuneração devida, incluindo as parcelas de que tratam a CLT, arts. 457 e 458 da CLT
(remuneração indireta) - Lei nº 8.036/1990, arts. 15 e 16.
3ª) Como parte da reforma trabalhista, a qual entrou em vigor desde 11.11.2017, a Lei nº
13.467/2017 alterou o art. 457, §§ 1º, 2º e 4º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
para dispor que integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e as comissões pagas pelo empregador. As importâncias, ainda que habituais,
pagas a título de ajuda de custo, o auxílio-alimentação, vedado o seu pagamento em
dinheiro, as diárias para viagem, os prêmios e os abonos não integram a remuneração
do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Consideram-se prêmios
as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em
dinheiro, a empregado ou grupo de empregados, em razão de desempenho superior
ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.
38 - Salário-educação - Convênio – FNDE não não sim
39 - Remuneração pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza
profissional paga ou creditada por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas.
Notas
1ª) O desconto do IR é feito mediante aplicação:
a) da alíquota fixa de 1,5% (RIR/2018, art. 714); ou
b) da tabela progressiva prevista para o desconto do imposto sobre rendimentos
do trabalho, quando a pessoa jurídica prestadora dos serviços for sociedade civil
controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores,
(veja
gerentes ou controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar os rendimentos, não sim
3ª “Nota”)
bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas
(RIR/2018, art. 715).
2ª) Não incide o IR na fonte quando o serviço for prestado por pessoas jurídicas
imunes ou isentas (Instrução Normativa SRF nº 23/1986).
3ª) Se a prestação de serviços estiver enquadrada, nos termos do Regulamento da
Previdência Social - RPS/1999, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 219, reter e
recolher em geral, 11% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação
de serviços, a título de “Retenção para a Previdência Social.”
Guia de Cálculos Trabalhistas 365

RUBRICAS INSS FGTS IRRF


40 - Comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração por representação
comercial ou mediação na realização de negócios civis ou comerciais, pagas ou
creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas
Nota
A beneficiária dos rendimentos efetua o recolhimento do imposto, desobrigando-
se a fonte pagadora da retenção, nos casos de comissões e corretagens relativas a:
colocação ou negociação de títulos de renda fixa; operações realizadas em Bolsas de não não sim
Valores e em Bolsas de Mercadorias; distribuição de emissão de valores mobiliários,
quando a pessoa jurídica atuar como agente da companhia emissora; operações de
câmbio; vendas de passagens, excursões ou viagens; administração de cartão de
crédito; prestação de serviços de distribuição de refeições pelo sistema de refeições-
convênio e de administração de convênios (Instrução Normativa SRF nº 153/1987;
Instrução Normativa SRF nº 177/1987 e Instrução Normativa DRF nº 107/1991).
41 - Serviços de propaganda e publicidade, pagos ou creditados por pessoas jurídicas
a agências de propaganda
Nota não não sim
A agência de propaganda recolhe o imposto devido na fonte, por conta e ordem do
anunciante, observadas as normas contidas na Instrução Normativa SRF nº 123/1992.
42 - Serviços de limpeza e conservação de bens imóveis, segurança, vigilância e por
locação de mão de obra, pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas
jurídicas
Notas sim
(veja
1ª) O Imposto de Renda incide à alíquota de 1% (RIR/2018, art. 716). não (veja
2ª “Nota”)
2ª) Se a prestação de serviços estiver enquadrada, nos termos do Regulamento 1ª “Nota”)
da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 219, reter e
recolher 3,5%, 11% ou mais, conforme o caso, do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou
do recibo de prestação de serviços, a título de “Retenção para a Previdência Social”.
43 - Importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de
trabalho, associações e assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem
prestados ou colocados à disposição por associados destas.
Notas
1ª) Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º.01.1995, o desconto do
imposto deverá ser efetuado à alíquota de 1,5% (RIR/2018, art. 719).
2ª) O imposto retido será compensado pelas cooperativas de trabalho com aquele
que tiver de reter por ocasião do pagamento dos rendimentos ao associado.
3ª) Rezava o inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991 que as empresas, ao contratarem
os serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de serviço, ficavam
obrigadas ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal correspondente
à aplicação da alíquota de 15% sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo não
de prestação de serviços. Entretanto, em decisão prolatada, com a repercussão (veja não sim
geral reconhecida, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 595.838, o Supremo 3ª “Nota”)
Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do mencionado inciso IV do
art. 22 da Lei nº 8.212/1991.
Por meio das Soluções de Consulta Cosit nºs 152/2015 e 99.012/2015, publicadas nos
DOU de 23.06.2015 e 11.11.2015, respectivamente, a RFB esclareceu que diante da
declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/1991, deixa
de ser devida pela empresa tomadora de serviços a contribuição de 15% sobre o valor
da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços por intermédio de cooperativa de
trabalho. Por meio da Resolução SF nº 10/2016, o Senado Federal suspendeu, nos
termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22
da Lei nº 8.212/1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo
STF nos autos do RE nº 595.838.
44 - Juros e indenizações por lucros cessantes, decorrentes de sentença judicial,
pagos a pessoas jurídicas
não não sim
Nota
O desconto é feito mediante aplicação da alíquota de 5% (RIR/2018, art. 739).
45 - Multa prevista na CLT, art. 477, § 8º (multa por atraso no pagamento das verbas
não não não
rescisórias)
46 - Compensação pecuniária paga com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador,
sim sim sim
no Programa Seguro-Emprego (PSE), nos termos do art. 9º da Lei nº 13.189/2015.
366 Guia de Cálculos Trabalhistas

Importante
A Lei nº 8.212/1991, que trata da organização da Seguridade Social e institui o Plano de Custeio da Previdência Social,
determina que, para o empregado e trabalhador avulso, salário-de-contribuição é a remuneração auferida em uma ou
mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante
o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob
a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados,
quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de
convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa.
A mesma disposição anterior se encontra prevista no inciso I do art. 214 do RPS e no inciso I do art. 55 da Instrução Nor-
mativa RFB nº 971/2009, que dispõe sobre as normas gerais de tributação e de arrecadação das contribuições sociais
destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela RFB.
Constata-se, portanto, que em geral a contribuição previdenciária incide sobre a contraprestação auferida decorrente
do exercício do trabalho no curso de uma relação empregatícia ou de trabalho avulso.
Desta forma, levando em consideração a conceituação legal de salário-de-contribuição anteriormente tratada, conclui-
-se que o encargo previdenciário incide sobre a contraprestação auferida pelo trabalhador decorrente do exercício
regular de seu trabalho ou do tempo que esteja à disposição do empregador, no curso de uma relação empregatícia ou
de trabalho.
O aviso-prévio, na sua forma meramente indenizatória, não representa contraprestação por trabalho executado, tam-
pouco tempo à disposição do empregador, visto que, durante o período de sua projeção, considerada para fins de pa-
gamento das demais verbas rescisórias, inexiste qualquer obrigação por parte do trabalhador em manter a prestação
de serviço que existia antes do rompimento do contrato laboral. Portanto, o empregador, ao indenizar o empregado,
libera-o totalmente de qualquer vínculo com a empresa.
Originariamente, a Lei nº 8.212/1991 (art. 28, § 9º, alínea “e”) e o Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo
Decreto nº 3.048/1999 (art. 214, § 9º, V, “f”), continham previsão expressa sobre a não incidência do encargo previdenciá-
rio sobre o aviso-prévio indenizado. Tais previsões foram suprimidas por legislações posteriores.
Vale lembrar, porém, que a alínea “l” do inciso V do § 9º do art. 214 do RPS, a qual permanece em vigor, dispõe que não
integra o salário-de-contribuição as importâncias recebidas a título de “outras indenizações, desde que expressamente
previstas em lei”. Nesse aspecto, considerando que o aviso-prévio indenizado é verba de natureza indenizatória e tal
parcela é prevista em lei, estaria enquadrado na mencionada alínea “l”.
No que concerne ao encargo do FGTS sobre o aviso-prévio indenizado, há que se lembrar da sua incidência, conforme
expressa previsão contida na Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, XXI, bem como na Súmula TST nº 305.
Ressalte-se, ainda, que, apesar da expressa revogação dos dispositivos legais que previam expressamente a não inte-
gração do aviso-prévio indenizado no salário-de-contribuição, em nenhum momento a Lei nº 8.212/1991 ou o RPS previu
a sua integração.
Pela análise dos dispositivos legais anteriormente mencionados e considerando ser o aviso-prévio indenizado, tipica-
mente, verba de natureza indenizatória, o entendimento doutrinário e jurisprudencial predominante é no sentido da não
incidência do encargo previdenciário sobre os valores pagos a tal título.
No que concerne ao encargo previdenciário sobre a parcela (avo) correspondente do 13º salário proporcional decorren-
te da projeção do período do aviso-prévio indenizado, informamos que, atualmente, não há na Lei nº 8.212/1991, no seu
regulamento (Decreto nº 3.048/1999) e nem na Instrução Normativa RFB nº 971/2009 qualquer previsão expressa sobre
a não incidência previdenciária, conduzindo ao raciocínio de que, sobre a referida parcela acessória, haverá de se seguir
a mesma sorte da parcela principal, que é o aviso-prévio indenizado, observados todos os comentários anteriores.
Tanto em relação ao aviso-prévio indenizado quanto ao avo correspondente à projeção do aviso no 13º salário propor-
cional, vale lembrar que, por meio da Solução de Consulta Cosit nº 362/2017 - DOU 1 de 18.08.2017, ficou esclarecido que,
nos termos da Nota PGFN/CRJ nº 485/2016, e com esteio no art. 19, inciso V, §§ 4º, 5º e 7º, da Lei nº 10.522/2002 e no
art. 3º, § 3º, da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 1/2014, o aviso-prévio indenizado, exceto seu reflexo no 13º salário, não
integra a base de cálculo para fins de incidência das contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre a folha de
salários.
Por meio da Instrução Normativa RFB nº 925/2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.730/2017, a qual dispõe,
entre outras providências, sobre as informações a serem declaradas na GFIP, a RFB determinou que as pessoas jurídicas
ou os contribuintes equiparados que efetuarem rescisão de contrato de trabalho de seus empregados e pagarem aviso-
-prévio indenizado deverão preencher o Sefip da seguinte forma:
a) o valor do aviso prévio indenizado não deverá ser informado; e
b) o valor do 13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado deverá ser informado no campo “Base de Cálculo
13º salário da Previdência Social”, exceto no caso de empregado que tenha trabalhado por um período inferior a 15 dias
durante o ano, cuja informação não poderá ser prestada até que o Sefip seja adaptado;
Guia de Cálculos Trabalhistas 367

c) nas hipóteses mencionadas nas letras “a” e “b”:


c.1) até a competência maio/2016, a Guia da Previdência Social (GPS) gerada pelo Sefip deverá ser desprezada, e os va-
lores efetivamente devidos, incluindo as contribuições incidentes sobre o aviso prévio indenizado e sobre o 13º salário
correspondente ao aviso prévio indenizado, devem ser recolhidos mediante GPS, preenchida manualmente, observado
o disposto nas letras “d” e “e”;
c.2) a partir da competência junho/2016, o valor do aviso prévio indenizado não deve ser computado para fins de preen-
chimento da GPS, podendo ser utilizada a GPS gerada pelo Sefip;
d) para fins de cálculo das contribuições e de enquadramento na tabela de salário-de-contribuição, o valor do aviso
prévio indenizado:
d.1) até a competência maio/2016, deverá ser somado, no mês em que o empregado for desligado da empresa, às outras
verbas rescisórias, sobre as quais incidem contribuições previdenciárias;
d.2) a partir da competência junho/2016, não deverá ser computado na base de cálculo das contribuições previdenciá-
rias, exceto na base de cálculo das contribuições incidentes sobre o 13º salário, pelo valor correspondente a 1/12 do valor
do aviso prévio indenizado.
e) o 13º salário correspondente ao aviso prévio indenizado deve ser somado ao valor do 13º salário proporcional, corres-
pondente ao valor bruto da gratificação sem compensação dos adiantamentos pagos, mediante aplicação, em separa-
do, da tabela de salário-de-contribuição;
f) as informações prestadas em GFIP em desacordo com as letras anteriormente descritas poderão ser retificadas por
meio da apresentação de GFIP retificadora, circunstância que não sujeitará o sujeito passivo à multa prevista no inciso
II do art. 32-A da Lei nº 8.212/1991.
Observar ainda que, nos termos da Instrução Normativa SIT nº 144/2018, art. 9º, inciso XXII, considera-se de natureza
salarial para fins do FGTS, o valor não pago a título de aviso prévio indenizado, nos casos da extinção de contrato de
trabalho por acordo, previsto no art. 484-A da CLT. Assim, no caso de rescisão contratual por acordo entre as partes, o
aviso prévio indenizado é devido por metade, conforme determina a Lei nº 13.467/2017. Diante dessa previsão há polêmi-
ca instaurada pela citada instrução normativa, no sentido de que a outra metade do aviso prévio indenizado, que não é
devida por força de lei, seria parcela integrante da remuneração.
CAPÍTULO XII
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO

Prescrição é a perda do direito de buscar na justiça, mediante a impetração da competente ação,


a reparação ou o ressarcimento do dano sofrido pelo trabalhador. Em outras palavras, é a extinção do
direito de ação pelo seu não exercício no prazo legalmente fixado.

A decadência, por sua vez, é a perda do direito em si.

PREVIDENCIÁRIO

Benefícios - Ato de concessão

O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de


concessão, indeferimento, cancelamento ou cessação de benefício, do ato de deferimento, indeferimen-
to ou não concessão de revisão de benefício é de 10 anos, contados:
a) do dia primeiro do mês subsequente ao do recebimento da primeira prestação ou da data em
que a prestação deveria ter sido paga com o valor revisto; ou
b) do dia em que o segurado tomar conhecimento da decisão de indeferimento, cancelamento
ou cessação do seu pedido de benefício ou da decisão de deferimento ou indeferimento de
revisão de benefício, no âmbito administrativo.

Anulação de atos administrativos


O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favo-
ráveis para os seus beneficiários decai em 10 anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé, sendo que:
a) no caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da percepção do
primeiro pagamento;
b) considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que
importe impugnação à validade do ato.

Prestações vencidas - Prescrição


Prescreve em 5 anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para
haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, sal-
vo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do Código Civil.

Menores absolutamente incapazes e relativamente incapazes


Não corre prazo de prescrição contra os absolutamente incapazes, na forma do inciso I do art. 198
do Código Civil, combinado com o art. 3º do mesmo diploma legal, dentre os quais:
a) os menores de 16 anos não emancipados;
370 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a
prática desses atos; e
c) os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.

Para os menores que completarem 16 anos de idade, a data do início da prescrição será o dia se-
guinte àquele em que tenha completado esta idade.

Na restituição de valores pagos indevidamente em benefícios será observada a prescrição quin-


quenal, salvo se comprovada má-fé.

Acidente do trabalho

As ações referentes à prestação por acidente do trabalho prescrevem em 5 anos contados da data:
a) do acidente, quando dele resultar a morte ou incapacidade temporária, verificada esta em pe-
rícia médica a cargo da Previdência Social; ou
b) em que for reconhecida pela Previdência Social, a incapacidade permanente ou o agravamen-
to das sequelas do acidente.

Créditos da Previdência Social - Decadência e prescrição

Nos termos do art. 443 da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, a extinção do direito de a Receita
Federal do Brasil (RFB) apurar e constituir os créditos tributários, bem como o prazo de prescrição da
ação para cobrança desses créditos obedecerão ao disposto no Código Tributário Nacional (CTN).

Assim, no que concerne ao prazo prescricional a ser adotado para fins de contribuições previden-
ciárias, a RFB determinou que a extinção do seu direito de apurar e constituir os créditos tributários,
bem como o prazo de prescrição da ação para cobrança desses créditos obedecerão ao disposto no art.
174 do CTN a seguir transcrito.

Art. 174 - A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.

Parágrafo único - A prescrição se interrompe:

I - pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor.

TRABALHISTA

Para reclamar na Justiça do Trabalho o pagamento de valores devidos e que não foram pagos na
vigência do contrato de trabalho, bem como o cumprimento de qualquer obrigação trabalhista que o
empregador descumpriu, o trabalhador, seja ele urbano ou rural, tem o prazo prescricional de 5 anos, até
o limite de 2 anos após a extinção do contrato.
Guia de Cálculos Trabalhistas 371

Dessa forma, o empregado pode pleitear judicialmente, o cumprimento das obrigações trabalhis-
tas por parte do empregador no prazo de 5 anos no curso do contrato de trabalho. A partir da rescisão
contratual o prazo para impetrar a ação visando ao cumprimento das comentadas obrigações é de 2
anos, retroagindo 5 anos a partir da data da reclamação.

Exemplos
a) empregado contratado em 12/1988 e contrato ainda vigente em janeiro/2020, pode pleitear o cumprimento de
obrigações trabalhistas retroagindo até janeiro 2015;
b) empregado contratado em 2000 foi dispensado em janeiro de 2020. Neste caso poderá ingressar com recla-
mação trabalhista até janeiro de 2022 (2 anos após a extinção do contrato).
Quanto ao período não abrangido pela prescrição, este retroagirá até 5 anos contados da data da entrada da
reclamação.

Prescrição do direito de reclamar o não pagamento de uma gratificação relativa ao mês de julho
de 2010 durante a vigência do contrato de trabalho.

GRATIFICAÇÃO DEVIDA E NÃO PAGA EM 31.07.2010

Período em que persistiu o direito de reclamar o pagamento 1º.08.2010 a 31.07.2015 (5 anos)

Prescrição do direito de reclamar o pagamento desde 1º.08.2015

Prescrição do direito de reclamar o não pagamento de direitos trabalhistas de um empregado que


foi dispensado em 10.01.2020 e entrou com a reclamação trabalhista em 15.01.2020.

Rescisão contratual (último dia do aviso-prévio trabalhado) 10.01.2020

Rescisão contratual (último dia do aviso-prévio trabalhado) 10.01.2020

Data da entrada da ação trabalhista 15.01.2020

Período em que o empregado pode pleitear o pagamento de direitos 14.01.2015 a 15.01.2020 (5 anos retroativos a partir
não satisfeitos da entrada da ação)

A CLT determina que contra os empregados menores de 18 anos não corre prazo prescricional,
que somente se inicia com a maioridade do empregado.

FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO


A prescrição relativa aos depósitos do FGTS é de 5 anos até o limite de 2 anos após a extinção do
contrato.
CAPÍTULO XIII
COOPERATIVAS

A política nacional do cooperativismo e o regime jurídico que rege as sociedades cooperativas são
definidos pela Lei nº 5.764/1971, observadas as alterações posteriores, as quais definem as cooperativas
como sendo as sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, a qual será constituída por deli-
beração da assembleia geral dos fundadores, podendo adotar como objeto qualquer gênero de serviço,
operação ou atividade. Na denominação da sociedade o uso da expressão “cooperativa” é obrigatório.

COOPERADOS

Os cooperados são pessoas físicas (embora possa haver cooperado pessoa jurídica) que exercem
a mesma atividade e que se unem com o propósito de buscar, por meio da cooperação e da ajuda mú-
tua, melhores condições de trabalho e de desenvolvimento da atividade.

COOPERATIVAS - CARACTERÍSTICAS

As cooperativas devem possuir as características a seguir relacionadas, as quais as distinguem


das demais sociedades:
a) adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica de pres-
tação de serviços;
b) variabilidade do capital social representado por cotas-partes;
c) limitação do número de cotas-partes do capital para cada associado, facultado, porém, o esta-
belecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado para o cumprimento
dos objetivos sociais;
d) inacessibilidade das cotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade;
e) singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e confederações de coo-
perativas, com exceção das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério da proporcio-
nalidade;
f) quorum para o funcionamento e deliberação da assembleia geral baseado no número de asso-
ciados e não no capital;
g) retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo as-
sociado, salvo deliberação em contrário da assembleia geral;
h) indivisibilidade dos fundos de reserva e de assistência técnica educacional e social;
i) neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
j) prestação de assistência aos associados e, quando previsto nos estatutos, aos empregados da
cooperativa;
k) área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle, operações e
prestação de serviços.
374 Guia de Cálculos Trabalhistas

Cabe à cooperativa gerenciar as atividades executadas pelos cooperados, buscando atender aos
interesses destes, embora o lucro não seja proibido.

COOPERATIVAS DE TRABALHO
Considera-se cooperativa de trabalho a sociedade constituída por trabalhadores para o exercício
de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para ob-
terem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho.

A autonomia deve ser exercida de forma coletiva e coordenada, mediante a fixação, em assem-
bleia geral, das regras de funcionamento da cooperativa e da forma de execução dos trabalhos.

Considera-se autogestão o processo democrático no qual a assembleia-geral define as diretrizes


para o funcionamento e as operações da cooperativa, e os sócios decidem sobre a forma de execução
dos trabalhos.

A cooperativa de trabalho rege-se pelos seguintes princípios e valores:


a) adesão voluntária e livre;
b) gestão democrática;
c) participação econômica dos membros;
d) autonomia e independência;
e) educação, formação e informação;
f) intercooperação;
g) interesse pela comunidade;
h) preservação dos direitos sociais, do valor social do trabalho e da livre iniciativa;
i) não precarização do trabalho;
j) respeito às decisões da assembleia, observado o disposto na lei;
k) participação na gestão em todos os níveis de decisão de acordo com o previsto em lei e no
Estatuto Social.

Tipos de cooperativas de trabalho


A cooperativa de trabalho pode ser:
a) de produção, quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção
em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção; e
b) de serviço, quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a tercei-
ros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego.

Intermediação de mão de obra - Proibição


A cooperativa de trabalho não pode ser utilizada para intermediação de mão de obra subordi-
nada.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO - INEXISTÊNCIA


Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício
entre ela e seus associados nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.
Guia de Cálculos Trabalhistas 375

Entretanto, no momento da contratação de cooperados por intermédio de uma cooperativa de


trabalho (serviço), deve a empresa contratante verificar a regularidade da constituição da sociedade
cooperativa.

Na prestação dos serviços não devem estar presentes os pressupostos caracterizadores da re-
lação de emprego (pessoalidade, habitualidade e subordinação). Caso se verifique a presença de tais
pressupostos poderá vir a ser caracterizado o vínculo empregatício entre a empresa contratante e o
cooperado que prestou os serviços.

REGRAS TRABALHISTAS APLICÁVEIS


Aplicam-se aos empregados das sociedades cooperativas as mesmas regras aplicáveis aos em-
pregados das empresas em geral, ou seja, as normas integrantes da CLT e a legislação trabalhista extra-
vagante, bem como as relativas ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

É necessário, porém, distinguir os empregados da cooperativa e os associados/cooperados:


a) os primeiros (empregados da cooperativa) são aqueles que prestam serviços com pessoalida-
de, subordinação, onerosidade e permanência, aos quais são aplicadas a legislação trabalhista
e previdenciária em vigor, ou seja, têm direito a FGTS, férias, 13º salário, repouso semanal remu-
nerado etc., independentemente da atividade exercida pela cooperativa;
b) os cooperados não têm vínculo empregatício com a cooperativa, são trabalhadores autôno-
mos, portanto, na relação de trabalho não se verificam os pressupostos caracterizadores do
vínculo empregatício mencionados na letra “a”.

DIREITOS DOS SÓCIOS


A cooperativa de trabalho deve garantir aos sócios os seguintes direitos, além de outros que a
assembleia geral venha a instituir:
a) retiradas não inferiores ao piso da categoria profissional e, na ausência deste, não inferiores
ao salário-mínimo, calculadas de forma proporcional às horas trabalhadas ou às atividades
desenvolvidas;
b) duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais, exceto quando
a atividade, por sua natureza, demandar a prestação de trabalho por meio de plantões ou es-
calas, facultada a compensação de horários;
c) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
d) repouso anual remunerado;
e) retirada para o trabalho noturno superior à do diurno;
f) adicional sobre a retirada para as atividades insalubres ou perigosas;
g) seguro de acidente de trabalho.

Dicas do eSocial
Os dados relativos aos serviços executados por meio de cooperados serão lançados entre outros, nos eventos:
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social
S-1210 - Pagamentos de Rendimentos do Trabalho
S-2300 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário - Início
S-2306 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário- Alteração Contratual
S-2399 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário - Término
S-2240 - Condições Ambientais do Trabalho - Fatores de Risco
CAPÍTULO XIV
TRABALHO TEMPORÁRIO

CONCEITO

Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho
temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços para atender à necessida-
de de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica devidamente registrada no Ministério da Eco-


nomia, responsável pela colocação de trabalhadores, em caráter temporário, à disposição de outras
empresas.

Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela equiparada que, em decorrên-
cia de necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou de demanda complementar
de serviços, celebra contrato de prestação de serviços de colocação de trabalhadores temporários com
empresa de trabalho temporário.

Trabalhador temporário é a pessoa física contratada por empresa de trabalho temporário, coloca-
da à disposição de uma empresa tomadora de serviços ou cliente, destinada a atender à necessidade
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

O cadastramento destes trabalhadores será realizado junto ao Ministério da Economia (ME).

CARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO TEMPORÁRIO

O trabalho temporário só se caracteriza quando destinado a atender a:


a) à necessidade de substituição transitória do pessoal permanente da empresa tomadora de
serviços ou cliente, por exemplo, decorrente de suspensão ou interrupção do contrato de tra-
balho por motivo de férias, auxílio-doença, licença-maternidade, entre outros motivos; ou
b) a demanda complementar de serviços, assim entendida a oriunda de fatores imprevisíveis ou,
quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal (pico
de produção, por exemplo), não sendo considerada como demanda complementar de serviços
as demandas contínuas ou permanentes; ou demandas decorrentes da abertura de filiais.

EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO - REGISTRO

A empresa de trabalho temporário deve ser registrada no Ministério da Economia. São requisitos
a serem observados para o seu funcionamento e registro:
a) prova de constituição da pessoa jurídica e registro na Junta Comercial da localidade em que a
empresa tenha sede;
b) prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; e
c) capital social compatível com o quantitativo de empregados, observados os seguintes parâ-
metros:
378 Guia de Cálculos Trabalhistas

c.1) empresas com até 10 empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00;


c.2) empresas com mais de 10 e com até 20 empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00;
c.3) empresas com mais de 20 e com até 50 empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00;
c.4) empresas com mais de 50 e com até 100 empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00; e
c.5) empresas com mais de 100 empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00.

CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO - PRAZO

O contrato celebrado entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente,


com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de 180 dias, consecutivos ou não, podendo
ser prorrogado apenas uma vez por mais 90 dias corridos, consecutivos ou não, desde que comprovada
a manutenção das condições que ensejaram o contrato.

O trabalhador temporário que cumprir o período de 270 dias (180 + 90) somente poderá ser colo-
cado à disposição da mesma tomadora de serviços ou cliente em novo contrato temporário, após 90
dias do término do contrato anterior. A contratação anterior ao prazo mencionado caracteriza vínculo
empregatício entre o trabalhador e a empresa tomadora de serviços ou cliente.

CONTRATOS - INFORMAÇÕES AO ME

A empresa de trabalho temporário deverá informar ao Ministério da Economia (ME), quando soli-
citada, os dados necessários ao estudo do mercado de trabalho.

O fornecimento destas informações poderá ser substituído pelo uso do Sistema de Escrituração
Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), observado o regulamento edita-
do pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia (SEPRT).

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA - CELEBRAÇÃO APÓS TÉRMINO DO CONTRATO TEMPORÁRIO

A Lei nº 13.429/2017, determinou que não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela
empresa tomadora de serviços, o contrato de experiência. Dessa forma, se após a prestação do serviço
temporário, a empresa tomadora dos serviços desejar contratar o trabalhador temporário como seu
empregado, deverá fazê-lo mediante contrato a prazo indeterminado.

CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO - ABRANGÊNCIA - FORMA

Entre empresa de trabalho temporário e empresa tomadora

O contrato celebrado pela empresa de trabalho temporário e a tomadora de serviços ou cliente


será necessariamente escrito, ficará à disposição da autoridade fiscalizadora no estabelecimento da
tomadora de serviços e poderá abranger qualquer atividade desenvolvida pela tomadora, seja atividade-
-meio ou atividade-fim. O contrato deverá conter:
a) qualificação das partes;
b) motivo justificador da demanda de trabalho temporário que consiste na descrição do fato en-
sejador da contratação de trabalho temporário;
c) prazo da prestação de serviços;
Guia de Cálculos Trabalhistas 379

d) valor da prestação de serviços que consiste na taxa de agenciamento da prestação de serviço


de colocação à disposição de trabalhadores temporários;
e) disposições sobre a segurança e a saúde do trabalhador, independentemente do local de rea-
lização do trabalho.

É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de segurança, higiene e salu-


bridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou em local por ela
designado.

A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimen-


to médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da
contratante, ou local por ela designado.

Entre trabalhador temporário e empresa de trabalho temporário

O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada um dos assalaria-
dos colocados à disposição de uma empresa tomadora ou cliente deve ser obrigatoriamente escrito e
dele devem constar, expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores decorrentes de sua condi-
ção, e a indicação da empresa tomadora de serviços ou cliente.

A condição de temporário deve também ser registrada na Carteira de Trabalho e Previdência Social
(CTPS) do trabalhador ou em meio eletrônico que a substitua, conforme regulamentado em ato do ME.

Importante
A Portaria SEPRT nº 1.195/2019 disciplinou o registro de empregados, bem como as anotações da CTPS em meio eletrô-
nico, estabelecendo, entre outras providências, que as referidas anotações bem como o registro eletrônico de empre-
gados serão realizados por meio das informações prestadas ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial).
O empregador que optar por não realizar o registro dos empregados por meio eletrônico deverá efetuar as anotações
em livro ou ficha de registro, que deverá permanecer no estabelecimento ao qual o trabalhador estiver vinculado. Po-
rém, até 30.10.2020 deverão adequar seus processos de trabalho ao disposto na mencionada Portaria.
Além disto, a empregador deverá fornecer cartão de identificação contendo nome completo, número do CPF, cargo e
matrícula aos empregados registrados em livro ou ficha e que trabalhem em local diverso do estabelecimento ao qual
estão vinculados.

Vale ressaltar que é nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva, proibindo contratação do
trabalhador pela empresa tomadora de serviço ou cliente ao fim do prazo em que tenha sido colocado
à sua disposição.

DIREITOS DO TRABALHADOR

Aos trabalhadores temporários são assegurados os seguintes direitos:


a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa
tomadora ou cliente, calculada à base horária, garantido, em qualquer hipótese, a percepção
do salário-mínimo;
b) jornada normal máxima de 8 horas diárias e 44 semanais, salvo nas atividades em que a lei
estabeleça jornada menor, remuneradas as horas extras, não excedentes de 2, com acréscimo
mínimo de 50% (CF/1988, art. 7º, XIII e XVI);
c) PIS (cadastramento do trabalhador temporário e sua inclusão na RAIS de responsabilidade da
empresa de trabalho temporário);
380 Guia de Cálculos Trabalhistas

d) repouso semanal remunerado - RSR;


e) remuneração adicional por trabalho noturno de, no mínimo, 20% superior em relação à diurna;
f) vale-transporte;
g) férias proporcionais, no caso de despedida sem justa causa, pedido de demissão ou término
normal do contrato, à razão de 1/12 do último salário percebido, acrescido do terço constitu-
cional, por mês trabalhado, considerando-se como mês completo a fração igual ou superior a
15 dias;
h) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
i) 13º salário (Gratificação Natalina) correspondente a 1/12 da última remuneração, por mês tra-
balhado, ou fração igual ou superior a 15 dias, com base na CF/1988, art. 7º, VIII;
j) seguro-desemprego;
k) benefícios e serviços da Previdência Social;
l) seguro de acidente do trabalho.

Importante (*)
Embora o parágrafo único do art. 20 do Decreto nº 10.060/2019 que regulamenta a Lei nº 6.019/1974, estabeleça que para
fins do pagamento das férias proporcionais seja considerada como mês completo a fração igual ou superior a 15 dias
úteis, o parágrafo único do art. 146 da CLT determina que, para efeito de pagamento de férias proporcionais é conside-
rado como mês completo a fração superior a 14 dias (portanto, dias corridos). Além disto, a Lei nº 6.019/1974, que rege
o trabalho temporário, ao estabelecer o direito às férias proporcionais o fez nos termos da CLT, não estabelecendo a
contagem em dias úteis e sim corridos. Desta forma, observa-se que o Decreto foi além da lei, ou seja, estabeleceu um
critério de contagem do tempo trabalhado para efeito da garantia do avo de férias proporcionais não previsto na lei, o
que não é legalmente permitido.
Lembre-se que cabe ao Decreto apenas regulamentar a lei, facilitando a sua aplicação, não podendo criar ou modificar
direitos nela contido.
Assim sendo, esta contagem em dias úteis poderá ser judicialmente contestada. Outro argumento contra o Decreto em
comento é que ele acabou por criar um tratamento diferenciado e prejudicial ao trabalhador temporário, pois, enquanto
que para os empregados em geral é observada a fração superior a 14 dias corridos, para os trabalhadores temporários
só será considerada como mês integral a fração igual ou superior a 15 dias úteis, o que configuraria tratamento discri-
minatório.
Por tais razões, entendemos não ser legalmente possível esta contagem em dia úteis, e sim corridos, devendo ser obser-
vado o disposto na legislação trabalhista, ou seja, na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa,
exceto na demissão por justa causa, o empregado terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias
(férias proporcionais), na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 dias.
Lembre-se, porém, que a decisão final acerca da questão caberá ao Poder Judiciário.

Apesar dos direitos assegurados na CF/1988, art. 7º, tais como adicional de 50% por trabalho pres-
tado em horário extraordinário, adicional de 1/3 sobre férias e 13º salário aos trabalhadores urbanos e
rurais, há quem entenda que tais direitos não são extensíveis aos trabalhadores temporários, em função
de não haver menção expressa dessa categoria no dispositivo constitucional, a exemplo do ocorrido
com os trabalhadores domésticos, avulsos e rurais.

Importante
A contar do ano-base 2019, a obrigação de envio da RAIS passa a ser cumprida por meio do eSocial, pelas empresas obri-
gadas à transmissão das informações, nos termos da Portaria SEPRT nº 1.127/2019, a qual vigora a contar de 1º.01.2020.
Ressalte-se, entretanto, que apenas as empresas dos grupos 1 e 2 do eSocial estão abrangidas pela medida, uma vez
que somente estas enviaram os eventos de folha de pagamento durante todo o ano de 2019 (janeiro a dezembro).
Guia de Cálculos Trabalhistas 381

Aviso prévio (indevido)


Quando da promulgação da atual Constituição Federal (CF) ocorrida em 05.10.1988, verificou-se nos
meios jurídicos a discussão acerca da aplicação do instituto do aviso-prévio ao trabalhador temporário.

Tal dúvida se deu em virtude de a CF determinar ser direito dos trabalhadores urbanos, entre ou-
tros, o aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei.

Analisando toda a legislação atinente ao tema, verificamos:


a) a Lei nº 6.019/1974, alterada pela Lei nº 13.429/2017 e o Decreto nº 10.060/2019, as quais regem
a matéria, não estendem a essa classe de trabalhadores o direito à mencionada verba;
b) o art. 487 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), c/c art. 7º, XXI, da CF, estipula que, nos
contratos a prazo indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser proceder à ruptura con-
tratual deverá avisar à outra da sua resolução com antecedência mínima de 30 dias.

Ante a determinação constitucional acerca do direito do trabalhador urbano à mencionada ver-


ba, quando da promulgação da CF houve quem entendesse que o trabalhador temporário faria jus ao
aviso-prévio, posto que o art. 7º da CF assegura tal direito aos trabalhadores urbanos e o trabalhador
temporário está abrangido pela expressão “trabalhadores urbanos” constante do caput do dispositivo
constitucional em questão. Argumentavam, ainda, que o texto constitucional, salvo a questão do em-
pregado doméstico, não estabeleceu qualquer exceção quanto à abrangência da aplicação dos direitos
ali relacionados, razão pela qual os trabalhadores temporários fariam jus ao aviso-prévio na ocorrência
de rescisão antecipada do contrato de trabalho.

A segunda corrente, predominante, desde a promulgação da CF, defende posição contrária, ou


seja, pela não extensão do direito ao trabalhador temporário, sob o argumento de que este não foi
expressamente mencionado no referido art. 7º da CF, conforme ocorreu com os trabalhadores rurais,
domésticos e avulsos. Alegam, ainda, os defensores desta corrente que:
a) os temporários não podem ser caracterizados como trabalhadores urbanos para os fins de
aquisição dos direitos relacionados no art. 7º da CF, uma vez que, se assim o fossem, teriam
de ser entendidos como abrangidos pela expressão “trabalhadores urbanos”, portanto, fazendo
jus aos direitos relacionados no mencionado artigo, também os profissionais autônomos, em-
presários etc.;
b) a CLT, ao estabelecer em seus arts. 481 e 487 o direito ao aviso-prévio, o fez em relação aos con-
tratos a prazo indeterminado e aos contratos a prazo determinado com cláusula assecuratória
do direito recíproco de rescisão antecipada, quando esse direito for efetivamente exercido,
uma vez que nessa situação o contrato a termo passa a observar as normas aplicáveis aos
contratos a prazo indeterminado. O contrato de trabalho temporário é um contrato por prazo
certo, uma vez que, no momento da sua celebração, o trabalhador já é cientificado da data em
que o contrato irá encerrar-se. Assim sendo, não há de se falar em pré-aviso da sua ruptura,
visto já ser esta conhecida previamente;
c) o inciso XXI do art. 7º da CF, ao disciplinar o direito do trabalhador ao aviso-prévio proporcional
ao tempo de serviço, inovou a verba em questão apenas no que se refere ao seu período de
duração, passando os 30 dias previstos na CLT a serem considerados apenas o prazo mínimo
de concessão. Portanto, não alterou a abrangência da verba, passando a estendê-la a todos os
tipos de contrato de trabalho.

Conclui-se, assim, que o aviso-prévio constitucional é o mesmo previsto na CLT tão somente com
o seu prazo estendido, não se tratando de criação de nova verba.

De onde se verifica que as determinações da Consolidação sobre o assunto continuam em plena


vigência, o que vale dizer que o aviso-prévio é devido nos contratos a prazo indeterminado ou no contra-
382 Guia de Cálculos Trabalhistas

to a prazo determinado com cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada quando
este direito for exercido por qualquer das partes.

Trabalhador temporário - Contrato - Indenização - Indevido

Não se aplica ao trabalhador temporário a indenização prevista no art. 479 da CLT o qual estabe-
lece que nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa, despedir o
empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a remuneração a que teria
direito até o termo do contrato.

Ressalte-se que o contrato individual de trabalho temporário não se confunde com o contrato por
prazo determinado previsto no art. 443 da CLT, e na Lei nº 9.601/1998, que dispõe sobre o contrato de
trabalho por prazo determinado com redução de encargos.

Trabalhador temporário - Assistência e Remuneração - Competência

É de competência da empresa de trabalho temporário, remunerar e assistir os trabalhadores tem-


porários quanto aos seus direitos.

RESCISÃO POR JUSTA CAUSA

Constituem justa causa para rescisão do contrato do trabalhador temporário os atos e circunstân-
cias mencionados na CLT, arts. 482 e 483, ocorrentes entre trabalhador e empresa de trabalho temporá-
rio ou entre aquele e a empresa cliente onde estiver prestando serviço.

São as seguintes razões que constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho tem-
porário pela empresa:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia, sem permissão da empresa de trabalho tem-
porário ou da empresa tomadora de serviço ou cliente e quando constituir ato de concorrência
a qualquer delas, ou prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do trabalhador, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão
da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa de serviço temporário ou da empresa tomadora de serviço ou
cliente;
h) ato de indisciplina ou insubordinação;
i) abandono do trabalho;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa ou ofensas
físicas nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra superiores hierárquicos,
salvo em caso de legítima defesa própria ou de outrem;
l) prática constante de jogo de azar;
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em
decorrência de conduta dolosa do trabalhador.
Guia de Cálculos Trabalhistas 383

POR PARTE DO TRABALHADOR TEMPORÁRIO

O trabalhador pode considerar rescindido o contrato de trabalho temporário quando:


a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costu-
mes ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelos seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir a empresa de trabalho temporário as obrigações do contrato;
e) praticar a empresa de trabalho temporário ou a empresa tomadora de serviço ou cliente, ou
seus prepostos, contra ele ou pessoa de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;
f) for ofendido fisicamente por superiores hierárquicos da empresa de trabalho temporário ou da
empresa tomadora de serviço ou cliente, ou seus prepostos, salvo em caso de legítima defesa
própria ou de outrem;
g) quando for reduzido seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a reduzir sensivel-
mente a importância dos salários;
h) falecer o titular de empresa de trabalho temporário constituída em firma individual (atualmen-
te empresário individual).

O trabalhador temporário poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,


quando tiver de desempenhar obrigações legais incompatíveis com a continuação do serviço.

Nas hipóteses das alíneas “d” e “g”, supratranscritas, poderá o trabalhador pleitear a rescisão do
seu contrato de trabalho, permanecendo ou não no serviço até final decisão do processo.

PROIBIÇÕES À EMPRESA DE TRABALHO TEMPORÁRIO

É vedado à empresa de trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo


a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em lei, sob pena de cancelamento
de seu registro para funcionamento, sem prejuízo das sanções administrativas e penais cabíveis.

Por força da Lei nº 6.815/1980 e alterações posteriores, bem como da legislação que rege o traba-
lho temporário, não é permitida a contratação de estrangeiros com visto provisório de permanência no
País.

É vedado à empresa de trabalho temporário ter ou utilizar, em seus serviços, trabalhador temporá-
rio, salvo quando o trabalhador seja contratado com outra empresa de trabalho temporário; e seja com-
provada a necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou demanda complementar
de serviços.

Encargos legais

FGTS

Até o dia 7 de cada mês, ou dia útil imediatamente anterior, os empregadores depositam, em
conta vinculada do FGTS, importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador.
384 Guia de Cálculos Trabalhistas

Os procedimentos para recolhimento do FGTS relacionados ao trabalho temporário devem res-


peitar as disposições contidas na Instrução Normativa RFB nº 1.922/2020, Circular Caixa nº 451/2008,
Comunicado Caixa s/nº (DOU 3 de 17.10.2008) e Circular Caixa nº 914/2020.

Contribuições previdenciárias

A empresa de trabalho temporário está sujeita às contribuições previdenciárias, bem como ao


cumprimento das obrigações acessórias, da mesma forma que as demais empresas, de acordo com o
seu enquadramento no código do Fundo da Previdência e Assistência Social (FPAS).

O trabalhador temporário e os empregados permanentes da empresa de trabalho temporário con-


tribuem, de acordo com a tabela de descontos.

Na ocorrência de dúvidas sobre os critérios para recolhimento dos encargos previdenciários rela-
tivos ao trabalho temporário, a Receita Federal do Brasil (RFB) deverá ser antecipadamente consultada.

Retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal

Nos termos da Instrução Normativa RFB nº 971/2009, art. 112 e seguintes, a empresa contratante
de serviços prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho
temporário, deverá reter, em geral, 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de ser-
viços e recolher à Previdência Social a importância retida em documento de arrecadação identificado
com a denominação social e o CNPJ da empresa contratada.

O valor retido deve ser compensado pela empresa contratada quando do recolhimento das con-
tribuições devidas à Previdência Social.

Salário-educação

Nos termos do Decreto nº 6.003/2006, que regulamenta a arrecadação, a fiscalização e a cobrança


da contribuição social do salário-educação, ficou definido que se entende como empregado as pessoas
físicas a que se refere a Lei nº 8.212/1991, art. 12, inciso I.

São contribuintes do salário-educação as empresas em geral e as entidades públicas e privadas


vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social, entendendo-se como tais, para fins desta incidência,
qualquer empresário individual ou sociedade que assuma o risco de atividade econômica, urbana e ru-
ral, com fins lucrativos ou não, bem assim a sociedade de economia mista, a empresa pública e demais
sociedades, instituídas e mantidas pelo Poder Público, nos termos da CF/1988, art. 173, § 2º.

Assim, em relação a contribuições de terceiros, a empresa de trabalho temporário está sujeita ao


recolhimento do salário-educação.

Acidente de qualquer natureza

Cabe à empresa tomadora comunicar à empresa de trabalho temporário a ocorrência de todo


acidente cuja vítima seja um assalariado posto à sua disposição, considerando-se local de trabalho,
neste caso, tanto aquele onde se efetua a prestação do trabalho, quanto à sede da empresa de trabalho
temporário.

À empresa de trabalho temporário compete, portanto, o dever de comunicar o acidente ao Institu-


to Nacional do Seguro Social (INSS) e às pessoas, bem como às demais entidades.
Guia de Cálculos Trabalhistas 385

O encaminhamento do acidentado ao INSS, se for o caso, pode ser feito diretamente pela empre-
sa tomadora de serviço, ou cliente, de conformidade com normas expedidas por aquele Instituto.

Comprovante de regularidade perante o INSS

As empresas de trabalho temporário são obrigadas a fornecer às empresas tomadoras ou aos


clientes, a seu pedido, comprovante da regularidade de sua situação com o INSS.

FISCALIZAÇÃO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA

As empresas de trabalho temporário são obrigadas a apresentar à Secretaria Especial de Trabalho


do Ministério da Economia (SEPRT):
a) o contrato firmado com o trabalhador temporário;
b) os comprovantes de recolhimento das contribuições previdenciárias.

A empresa tomadora de serviço ou cliente, por sua vez, se obriga a apresentar à fiscalização, quan-
do solicitado, o contrato firmado com a empresa de trabalho temporário.

A fiscalização, a autuação e o processo de imposição das multas serão regidos pelo Título VII da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Responsabilidade da empresa de trabalho temporário

A empresa de trabalho temporário tem por obrigação discriminar, separadamente, em nota fiscal
os valores pagos a título de obrigações trabalhistas e fiscais e a taxa de agenciamento de colocação à
disposição dos trabalhadores temporários.

Responsabilidade da tomadora dos serviços ou cliente

A contratante ou cliente é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes


ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias
observará a retenção para a Previdência Social prevista no art. 31 da Lei nº 8.212/1991.

No caso de falência da empresa de trabalho temporário, a empresa tomadora de serviço ou cliente


é solidariamente responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no tocante ao tem-
po em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como em referência ao mesmo período, pela
remuneração e indenização previstas neste texto.

A empresa tomadora de serviços ou cliente exercerá o poder técnico, disciplinar e diretivo sobre
os trabalhadores temporários colocados à sua disposição.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO COM A EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS - INEXISTÊNCIA

Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços não existe vínculo de emprego entre
ela e os trabalhadores contratados pela empresa de trabalho temporário.

RESCISÃO CONTRATUAL

A rescisão do contrato de trabalho temporário acarreta o pagamento de todas as verbas rescisó-


rias, calculadas proporcionalmente à duração do contrato e conforme o tipo de rescisão efetuada.
386 Guia de Cálculos Trabalhistas

Benefícios previdenciários - Garantia

São assegurados ao trabalhador temporário benefícios e serviços da Previdência Social, como


segurado obrigatório na condição de empregado.

Proibição de contratação para substituir trabalhadores em greve

É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve,


salvo nos casos previstos em lei. Desta forma, a substituição só poderá ocorrer em caso de greve legal-
mente declarada abusiva ou quando se tratar de greve em atividades essenciais.

Atividades excluídas

As determinações deste texto não se aplicam às empresas de vigilância e transporte de valores,


permanecendo as respectivas relações de trabalho reguladas por legislação especial e, subsidiariamen-
te, pela CLT.

Dicas do eSocial
Os dados relativos aos serviços temporários serão lançados, entre outros, nos eventos:
S-2200 - Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social
CAPÍTULO XV
ESTAGIÁRIO

Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa
à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e
dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos.

O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do
educando.

FINALIDADE DO ESTÁGIO

O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextuali-


zação curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho.

ESTÁGIO OBRIGATÓRIO E NÃO OBRIGATÓRIO

O estágio poderá ser obrigatório ou não obrigatório, conforme determinação das diretrizes curri-
culares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.

O estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito
para aprovação e obtenção de diploma.

O estágio não obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga ho-
rária regular e obrigatória.

Nota
As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior, desenvolvidas pelo estudante,
somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão no projeto pedagógico do curso.

PARTE CONCEDENTE DO ESTÁGIO

As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e


fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como os profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos
de fiscalização profissional podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações:
a) celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu
cumprimento;

Nota
O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e pelos re-
presentantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de integração como
representante de qualquer das partes.
388 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de apren-


dizagem social, profissional e cultural;
c) indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na
área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até
10 estagiários simultaneamente;
d) contratar, em favor do estagiário, seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatí-
vel com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;
e) por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indi-
cação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;
f) manter, à disposição da fiscalização, documentos que comprovem a relação de estágio;
g) enviar, à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 meses, relatório de atividades,
com vista obrigatória ao estagiário.

No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro contra acidentes


pessoais previsto na letra “d” poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino.

Número máximo de estagiários

O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades concedentes de


estágio deverá atender às seguintes proporções:
a) de 1 a 5 empregados: 1 estagiário;
b) de 6 a 10 empregados: até 2 estagiários;
c) de 11 a 25 empregados: até 5 estagiários;
d) acima de 25 empregados: até 20% de estagiários.

Para tanto, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores empregados existentes


no estabelecimento do estágio.

Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os quantitativos


anteriormente mencionados serão aplicados a cada um deles.

Quando o cálculo do percentual disposto na letra “d” resultar em fração, poderá ser arredondado
para o número inteiro imediatamente superior.

As limitações mencionadas nas letras “a” a “d” não se aplicam aos estágios de nível superior e de
nível médio profissional.

Pessoas portadores de deficiência

Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% das vagas oferecidas
pela parte concedente do estágio.

AGENTES DE INTEGRAÇÃO

As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços
de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico
apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que
estabelece as normas gerais de licitação.
Guia de Cálculos Trabalhistas 389

Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do instituto do


estágio:
a) identificar oportunidades de estágio;
b) ajustar suas condições de realização;
c) fazer o acompanhamento administrativo;
d) encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;
e) cadastrar os estudantes.

É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos serviços.

RESPONSABILIDADE CIVIL DOS AGENTES DE INTEGRAÇÃO

Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a rea-


lização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada curso, as-
sim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há previsão de estágio
curricular.

INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO

O estágio, seja ele obrigatório ou não obrigatório, não cria vínculo empregatício de qualquer natu-
reza, desde que observados os seguintes requisitos:
a) matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de educação pro-
fissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino;
b) celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a
instituição de ensino;
c) compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de
compromisso.

O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo
professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por
vistos nos relatórios de atividades do educando apresentados periodicamente e por menção de apro-
vação final.

O descumprimento de qualquer dos requisitos mencionados nas letras “a” a “c” ou de qualquer
obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte
concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

OBRIGAÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:
a) celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente
legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando
as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade
da formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;
390 Guia de Cálculos Trabalhistas

Nota
O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante ou assistente legal e pelos re-
presentantes legais da parte concedente e da instituição de ensino, vedada a atuação dos agentes de integração como
representante de qualquer das partes.

b) avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e


profissional do educando;
c) indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo
acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;
d) exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a 6 meses, de relatório
das atividades;
e) zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local
em caso de descumprimento de suas normas;
f) elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus educandos;
g) comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização de
avaliações escolares ou acadêmicas.

Plano de atividades do estagiário


O plano de atividades do estagiário, elaborado mediante acordo entre as 3 partes (educando, par-
te concedente do estágio e instituição de ensino), será incorporado ao termo de compromisso por meio
de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.

Convênio de concessão de estágio


É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de conces-
são de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades programa-
das para seus educandos e as condições exigidas.

A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a parte conce-


dente não dispensa a celebração do termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do
estágio e a instituição de ensino.

JORNADA DE ATIVIDADE
A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a
parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de com-
promisso ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:
a) 4 horas diárias e 20 horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos
finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos;
b) 6 horas diárias e 30 horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação
profissional de nível médio e do ensino médio regular.

O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão progra-
madas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 horas semanais, desde que isso esteja previsto
no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.

Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos


de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no
termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.
Guia de Cálculos Trabalhistas 391

DURAÇÃO DO ESTÁGIO
A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 anos, exceto quando se
tratar de estagiário portador de deficiência.

BOLSA EM DINHEIRO

O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada.
Trata-se, portanto, de uma faculdade.

Entretanto, na hipótese de estágio não obrigatório, o pagamento da contraprestação, bem como


a concessão de auxílio-transporte são compulsórios.

INCIDÊNCIAS

Contribuição previdenciária

O estagiário não é segurado obrigatório do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), podendo,
entretanto, inscrever-se no mencionado regime e contribuir como segurado facultativo.

A importância paga a título de bolsa de complementação educacional de estagiário não integra o


salário-de-contribuição previdenciária.

FGTS

O valor da bolsa de complementação educacional do estagiário não integra a remuneração para


fins de cálculo dos valores devidos ao FGTS.

Imposto de Renda

Os rendimentos provenientes de bolsa de estudos e de pesquisa e a remuneração de estagiários


são tributáveis, respeitado o limite de isenção da tabela progressiva.

CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS

O estagiário não tem direito aos benefícios assegurados aos empregados da empresa: (vale-trans-
porte, vale-alimentação, assistência médica etc.), no entanto, por liberalidade, a empresa pode conceder
esses benefícios aos estagiários, sendo aconselhável que não sejam descontados na bolsa paga ao
estudante.

A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, a alimentação e a saúde, entre


outros, não caracteriza vínculo empregatício.

PERÍODO DE RECESSO

É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 ano, período
de recesso de 30 dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares.

O recesso em questão deverá ser remunerado quando o estagiário receber bolsa ou outra forma
de contraprestação.
392 Guia de Cálculos Trabalhistas

Os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional, nos casos de o estágio ter duração
inferior a 1 ano.

Exemplo
Cálculo dos dias de recesso de estagiário cujo estágio teve duração de 8 meses.
12 30
8 x
= 8 × 30 ÷ 12 = 20
Dessa forma, o estagiário tem direito a 20 dias de recesso.
Observa-se que no cálculo para apuração dos dias de recesso devidos foi utilizada a equação matemática de-
nominada “regra de três”.

SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO

Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo sua imple-
mentação de responsabilidade da parte concedente do estágio.

Dessa forma, a parte concedente do estágio deve observar, em relação aos seus estagiários, o Pro-
grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Equipamento de Proteção Individual (EPI),
Ergonomia e demais Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e Saúde no Trabalho.

ISENÇÃO DAS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS

O estagiário não tem direito a aviso-prévio, férias, 13º salário e demais verbas trabalhistas devidas
aos empregados qualquer que seja a duração do estágio.

A admissão de estagiário não é anotada no Livro ou na Ficha de Registro de Empregados.

Ao estagiário não se aplicam as obrigações relativas aos empregados, entre elas:


a) contrato de experiência;
b) cadastramento no PIS/Pasep;
c) envio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged);
d) inclusão na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

Na ocasião de desligamento, não há verbas rescisórias.

Notas
(1) As empresas dos grupos 1, 2 e 3 do eSocial, que enviaram corretamente e no prazo estabelecido, por meio dos eventos
correspondentes, as informações de admissões, transferência, desligamentos e reintegrações, estão dispensadas do envio
do Caged, uma vez que este passou a ser substituído pelo eSocial.
As empresas dos demais grupos e as que não cumpriram as condições estabelecidas na Portaria SEPRT nº 1.127/2019 de-
verão prestar as informações por meio do sistema Caged.
(2) Desde o ano-base 2019, a obrigação de envio da RAIS passou a ser cumprida por meio do eSocial, pelas empresas obri-
gadas à transmissão das informações, nos termos da Portaria SEPRT nº 1.127/2019, a qual vigora desde 1º.01.2020.
Ressalte-se, entretanto, que apenas as empresas dos grupos 1 e 2 do eSocial estão abrangidas pela medida, uma vez que
somente estas enviaram os eventos de folha de pagamento durante todo o ano de 2019 (janeiro a dezembro).
Guia de Cálculos Trabalhistas 393

ESTUDANTES ESTRANGEIROS

A realização de estágios é aplicada aos estudantes estrangeiros regularmente matriculados em


cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos, observado o prazo do visto temporário de estu-
dante, na forma da legislação aplicável.

TRAINEE
Costumeiramente as empresas contratam trainees, jovens recém-formados ou que estão cursan-
do o ensino superior, para participar de programas de desenvolvimento com regras previamente defini-
das pela empresa.

Entretanto, a atividade de trainee não é considerada atividade de estágio, em virtude do vínculo


empregatício existente entre este e a empresa contratante.

Dicas do eSocial
Os dados relativos aos estagiários serão lançados, entre outros, nos eventos:
S-1200 - Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime Geral de Previdência Social
S-1210 - Pagamentos de Rendimentos do Trabalho
S-2220 - Monitoramento da Saúde do Trabalhador
S-2300 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário - Início
S-2306 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário - Alteração Contratual
S-2399 - Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Estatutário - Término
CAPÍTULO XVI
EMPREGADO DOMÉSTICO

CONCEITO

Empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e
pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2
dias por semana.

São caracterizados como domésticos o motorista, a cozinheira, a copeira, a babá, o jardineiro, o


vigia, o caseiro, a enfermeira, a secretária, o piloto de lancha ou avião, etc.

Nota
Lembra-se que a atividade desempenhada pelo doméstico no âmbito residencial de seu empregador (pessoa ou família
que contrata), não possui para este (empregador) caráter econômico, ou seja, a prestação de serviços no âmbito residen-
cial não pode e não deve se confundir com uma atividade lucrativa para o contratante. Se houver a finalidade lucrativa na
execução dos serviços domésticos, a contratação se dará normalmente como empregado celetista e não como emprega-
do doméstico.

ADMISSÃO

O empregado doméstico, ao ser admitido no emprego, deve apresentar:


a) Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS);
b) exame médico admissional às custas do empregador.

Nota
É vedada a contratação de menor de 18 anos de idade para desempenho de trabalho doméstico.

Importante
Não obstante a Lei Complementar nº 150/2015 que rege o trabalho doméstico estabelecer que o empregado domés-
tico deve apresentar a sua CTPS ao empregador ao ser admitido, lembramos que a Lei nº 13.874/2019 (Lei da liberdade
econômica) alterou/revogou diversos artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), determinando, entre outras
providências que:
a) a CTPS será emitida preferencialmente em meio eletrônico (digital), inclusive para empregados domésticos, sendo
que a CTPS em meio físico será emitida apenas em situações excepcionais;
b) o empregador terá o prazo de 5 dias úteis para anotar na CTPS do trabalhador: a data de admissão, a remuneração
e as condições especiais, se houver;
c) a comunicação do número do CPF pelo trabalhador ao empregador equivale à apresentação da CTPS em meio digital;
d) o trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 horas a partir de sua anotação;
396 Guia de Cálculos Trabalhistas

e) para os empregadores que têm a obrigação de uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previ-
denciárias e Trabalhistas (eSocial):
- a comunicação pelo trabalhador do número de inscrição no CPF ao empregador equivale à apresentação da CTPS em
meio digital dispensado o empregador da emissão de recibo;
- os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da Carteira de Trabalho em meio digital
equivalem às anotações determinadas pela lei.
Lembramos, porém, que a Lei Complementar nº 150/2015 que rege o trabalho doméstico ainda não foi alterada. A ques-
tão relativa à possibilidade de uma lei complementar vir a ser alterada por uma lei ordinária comporta entendimentos
divergentes no meio jurídico. Parte dos doutos defende o entendimento de que a Lei Complementar é hierarquicamen-
te superior à lei ordinária e, portanto, esta última não pode alterá-la ou revogá-la. Outros se posicionam no sentido de
que não existe hierarquia entre as duas leis. Desta forma, a lei ordinária pode alterar a Lei Complementar, exceto nas
matérias constitucionalmente a ela reservada.
Assim, aguarda-se a adequação da LC nº 150/2015 às novas determinações da Lei nº 13.874/2019.

Determina a Lei Complementar nº 150/2015 que a CTPS será obrigatoriamente apresentada, con-
trarrecibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo de 48 horas (veja a letra
“b” do importante) para nela anotar os itens a seguir mencionados e, quando for o caso, os contratos a
prazo determinado:

a) empregador: nome completo;

b) CPF;

c) endereço: o da residência;

d) município em que se localiza a residência do empregador e Unidade da Federação;

e) espécie do estabelecimento: residencial;

f) cargo: empregado doméstico;

g) Classificação Brasileira de Ocupações (CBO): 5121-05;

h) data de admissão;

i) registro nº ... fls./ficha...: não preencher;

j) remuneração especificada;

k) assinatura do empregador: por ocasião do registro do contrato de trabalho e da desvinculação


empregatícia, nos campos próprios;

l) data de início e término das férias;

m) data da dispensa.
Guia de Cálculos Trabalhistas 397

Anotação na CTPS - Exemplo

 
Os salários e os aumentos correspondentes também devem ser anotados na CTPS. (*)

Modelo de Alteração de Salário Preenchido

Alterações de Salário
Aumentado em 1º.01.2019 para R$ 1.200,00
Na função de: a mesma
CBO: 5121-05 por motivo de: espontâneo
.........................................................................
Assinatura do empregador

(*) Veja a letra e) do Importante anteriormente mencionado.

CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO - POSSIBILIDADE

O empregador poderá contratar seu empregado doméstico mediante contrato a prazo, nas se-
guintes situações:
a) contrato de experiência;
398 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) para atender a necessidades familiares de natureza transitória e para substituição temporária


de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou suspenso, sendo que
neste caso, a duração do contrato é limitada ao término do evento que motivou a contratação,
obedecido o limite máximo de 2 anos.

Contrato de experiência
O contrato de experiência não poderá exceder 90 dias, podendo ser prorrogado 1 vez, desde que
a soma dos 2 períodos não ultrapasse 90 dias.

Caso haja contratação por período inferior a 90 dias e, sem que haja prorrogação, o empregado
continuar prestando serviços, o contrato passará a vigorar por prazo indeterminado. Da mesma forma
ocorrerá quando após os 90 dias o trabalhador continuar em serviço.

Contrato a prazo - Rescisão


Caso o empregador, sem justo motivo, rescinda o contrato a prazo determinado, antes do seu
termo final previamente estabelecido, ficará obrigado a pagar ao empregado dispensado, a título de
indenização, metade da remuneração a que teria direito até o término do contrato.

O empregado, por sua vez, também não poderá se desligar do contrato sem justa causa, sob pena
de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem, sendo que a in-
denização não poderá exceder aquela a que teria direito em idênticas condições.
Nota
Nos contratos a prazo não há pagamento de aviso-prévio.

DIREITOS
A categoria dos trabalhadores domésticos tem assegurados os seguintes direitos:
a) salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário,
higiene, transporte e Previdência Social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim.
Observar que o atual salário-mínimo é fixado para a jornada mensal de 220h ou 30 dias.

Nota
Lembramos que a Lei Complementar nº 103/2000 autorizou os Estados e o Distrito Federal a instituir, mediante lei de ini-
ciativa do Poder Executivo, o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho para os empregados que
não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Fundamentados nesse diploma legal, alguns governadores instituíram, no âmbito dos respectivos Estados, os pisos sala-
riais a serem observados, entre outros, pelos empregadores domésticos. Desta forma, havendo no respectivo Estado piso
mínimo estabelecido por lei, este deve ser observado, caso contrário, aplica-se o salário-mínimo nacionalmente unificado.

b) proteção do salário na forma da lei, constituindo crime a sua retenção dolosa. Dessa forma, o
empregador doméstico não pode:
b.1) deixar de efetuar o pagamento do seu empregado no prazo determinado;
b.2) reduzir o valor do salário, unilateralmente;
b.3) efetuar descontos não previstos em lei na remuneração do empregado;
b.4) modificar o modo de apuração e pagamento do salário de forma prejudicial ao empre-
gado.
Guia de Cálculos Trabalhistas 399

Caso haja mais de um empregado doméstico que exerça as mesmas atividades, as regras da equi-
paração salarial deverão ser observadas.
c) irredutibilidade salarial;
d) 13º salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
e) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
f) gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal;
g) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e salário, com duração de 120 dias, paga direta-
mente pelo INSS;
h) licença-paternidade, fixada transitoriamente em 5 dias;
i) aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo, no mínimo, de 30 dias, nos termos da lei;
j) aposentadoria;
k) integração à Previdência Social;
l) salário-família;
m) estabilidade da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o
parto;
n) reconhecimento das convenções e dos acordos coletivos de trabalho. Isso significa que os
documentos coletivos de trabalho (acordo ou convenção), decorrentes da negociação entre
os sindicatos dos empregadores e os sindicatos dos empregados domésticos, passam a valer
como lei entre as partes, devendo, portanto, serem observados;
o) proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por mo-
tivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
p) proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalha-
dor portador de deficiência;
q) aplicação das normas relativas à segurança e saúde no trabalho.

Notas
(1) O empregado doméstico é segurado obrigatório da Previdência Social, sendo-lhe devidas as prestações arroladas na lei
previdenciária, observadas as características especiais do trabalho doméstico. Dessa forma, o empregado doméstico faz
jus a vários benefícios previdenciários, entre eles: aposentadorias, benefício por incapacidade temporária, salário-materni-
dade e auxílio-acidente.
(2) A inscrição do empregado doméstico na Previdência Social deve ser feita:
a) no INSS, pelo Número de Inscrição do Trabalhador (NIT) ou pelo número de identificação do trabalhador no PIS ou no Pasep;
b) com a utilização da Internet na página www.previdenciasocial.gov.br ou do serviço telefônico (Central 135).
(3) O segurado empregado doméstico, em gozo de auxílio-doença, será considerado pelo empregador doméstico como
licenciado.
(4) A Lei Complementar nº 146/2014 estendeu a estabilidade provisória (desde a confirmação da gravidez até 5 meses após
o parto), prevista na alínea “b” do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, à trabalhadora
gestante, nos casos de morte desta, a quem detiver a guarda de seu filho.

Jornada de trabalho - Prorrogação e compensação de horas


A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 horas diárias e 44 semanais, podendo
haver a prorrogação diária de trabalho.

A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% superior ao valor da hora normal.

O salário/hora normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário men-
sal por 220 horas, salvo se o contrato estipular jornada mensal inferior que resulte em divisor diverso.
400 Guia de Cálculos Trabalhistas

O salário/dia normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal
por 30 e servirá de base para pagamento do repouso remunerado e dos feriados trabalhados.

Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, mediante acordo escrito entre empregador e
empregado, o excesso de horas de um dia for compensado em outro dia. No caso do citado regime de
compensação:
a) será devido o pagamento, como horas extraordinárias, com o acréscimo de 50% superior ao va-
lor da hora normal, das primeiras 40 horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho;
b) das 40 horas referidas na letra “a”, poderão ser deduzidas, sem o correspondente pagamento,
as horas não trabalhadas, em função de redução do horário normal de trabalho ou de dia útil
não trabalhado, durante o mês;
c) o saldo de horas que excederem as 40 primeiras horas mensais de que trata a letra “a”, com a
dedução prevista na letra “b”, quando for o caso, será compensado no período máximo de 1 ano.

Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral
da jornada extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, cal-
culadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão.
Os intervalos, o tempo de repouso, as horas não trabalhadas, os feriados e os domingos livres em
que o empregado que mora no local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário
de trabalho.
O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em dobro, sem pre-
juízo da remuneração relativa ao repouso semanal.

Horário de trabalho de 12 × 36 horas - Possibilidade


É facultado às partes, mediante acordo escrito, estabelecer horário de trabalho de 12 horas segui-
das por 36 horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
alimentação.

A remuneração mensal pactuada pelo horário em comento abrange os pagamentos devidos pelo
descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os
feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver.

Acompanhamento em viagem
Mediante acordo escrito entre as partes, o empregado doméstico poderá acompanhar o empre-
gador em viagem, prestando-lhe serviços. Neste caso, serão consideradas apenas as horas efetivamen-
te trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia.

A remuneração da hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% superior ao valor do salário/hora
normal. Entretanto, determina a Lei Complementar nº 150/2015, que as partes poderão, mediante acordo,
converter o acréscimo da remuneração em banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado.

Não obstante o determinado pela Lei, acreditamos, salvo melhor juízo, que o que deveria ser conver-
tido em banco de horas seriam as horas trabalhadas em viagem e não o acréscimo da remuneração destas.

Registro de horário de trabalho - Obrigatoriedade


O empregado doméstico deverá anotar diariamente em folha, livro de ponto ou registro eletrônico,
conforme opção do empregador, a hora de entrada e saída no trabalho, bem como o período destinado
à alimentação e ao repouso, apondo a sua assinatura ou rubrica ao lado da anotação diária feita.
Guia de Cálculos Trabalhistas 401

Reproduzimos a seguir um modelo de folha de ponto que pode ser adquirido nas papelarias.

Modelo de Folha de Ponto

FOLHA DE PONTO
Nº ORDEM EMPREGADOR OU RAZÃO SOCIAL

ENDEREÇO

CNPJ ATIVIDADE ECONÔMICA

EMPREGADO

Nº REGISTRO Nº SÉRIE CTPS FUNÇÃO

LOCAL DO TRABALHO

ENTRADA INTERVALO P/REFEIÇÃO SAÍDA REP. SEMANAL


TRAB
HOR.
DE

MÊS ANO
1ª QUINZENA

JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO ASSINATURA DO FISCALIZAÇÃO


DIAS

EMPREGADO data/visto
INÍCIO INTERVALO TÉRMINO
01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15
402 Guia de Cálculos Trabalhistas
FOLHA DE PONTO - VERSO

Folha de Ponto - Verso


MÊS ANO
2ª QUINZENA

JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO ASSINATURA DO FISCALIZAÇÃO


DIAS

EMPREGADO data/visto
INÍCIO INTERVALO TÉRMINO
16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

RESUMO GERAL
HS. NORMAIS HS. EXTRAS HS. RSR HS. NOT. VISTO

OBSERVAÇÕES

(Assinatura do empregador ou responsável)

Trabalho em regime de tempo parcial


Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 25 horas se-
manais.

Nesta hipótese, o salário a ser pago ao empregado será proporcional à sua jornada, em relação ao
empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo integral.

Mediante acordo escrito entre as partes, a duração normal do trabalho neste regime poderá ser
acrescida de 1 hora diária com o limite máximo de 6 horas diárias.
Guia de Cálculos Trabalhistas 403

Intervalo para repouso ou alimentação


O empregado doméstico tem direito ao intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, 1
hora e, no máximo, 2 horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre as partes, sua redução
a 30 minutos.

Entende-se que o intervalo deverá ser concedido, preferencialmente, no meio da jornada de tra-
balho. Dessa forma, para uma jornada de 8 horas diárias, após ser cumprido um período de 4 horas de
trabalho deverá ser concedido o intervalo para repouso ou alimentação.

Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado
em 2 períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 hora.

Em caso de desmembramento do intervalo é obrigatória a sua anotação no registro diário de ho-


rário, vedada sua pré-anotação.

Trabalho noturno
Considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguin-
te, sendo que a hora noturna terá duração de 52 minutos e 30 segundos.

A hora noturna será remunerada com o acréscimo de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna.

Caso o empregado trabalhe somente no período noturno (das 22 horas às 5 horas) o acréscimo
será calculado sobre o salário mensal.

Nos horários mistos (diurnos e noturnos) apura-se o valor do adicional noturno sobre as horas
respectivas.

Intervalo entre jornadas de trabalho


Entre 2 jornadas de trabalho deve haver período mínimo de 11 horas consecutivas para descanso.

Remuneração - Pagamento - Prazo - Descontos


O empregador doméstico é obrigado a pagar a remuneração devida ao empregado doméstico até
o dia 7 do mês seguinte ao da competência.

É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento


de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e
alimentação em caso de acompanhamento em viagem.

Entretanto, as despesas com moradia poderão ser descontadas, quando essa se referir a local
diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade tenha sido
expressamente acordada entre as partes.

Nota
O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na própria residência ou em morada anexa, de qualquer natureza,
não gera ao empregado qualquer direito de posse ou de propriedade sobre a referida moradia.
404 Guia de Cálculos Trabalhistas

O empregador poderá efetuar descontos no salário do empregado em caso de adiantamento sala-


rial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a inclusão do empregado em planos de assistência
médico-hospitalar e odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução ultra-
passar 20% do salário.

Os mencionados benefícios não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para
quaisquer efeitos.

FGTS
Desde a competência outubro/2015 o empregado doméstico passou a ser obrigatoriamente in-
cluído no regime do FGTS, tendo sido disciplinado o regime unificado de pagamento de tributos e con-
tribuições e dos demais encargos do empregador doméstico, denominado Simples Doméstico.

Esse recolhimento unificado passou a ser obrigatório desde a competência outubro/2015, portan-
to, com recolhimento a partir de novembro/2015.

Contas vinculadas no FGTS

O empregado doméstico tem duas contas vinculadas no sistema do FGTS. Em uma conta são efe-
tuados os depósitos mensais relativos aos 8% incidentes sobre a remuneração paga ou devida no mês
anterior. Em outra conta (distinta) são efetuados os depósitos mensais correspondentes à aplicação da
alíquota de 3,2% sobre a mesma base de cálculo, destinados ao pagamento da indenização devida em
caso de ruptura do contrato sem justo motivo ou por culpa recíproca.

O acompanhamento dos depósitos do FGTS é realizado pelo empregador e pelo empregado do-
méstico mediante consulta ao extrato da conta vinculada do FGTS. Entretanto, o extrato da conta vin-
culada que abriga o depósito do valor correspondente a 3,2% destinado ao pagamento da indenização
compensatória é fornecido exclusivamente ao empregador doméstico.

FGTS - Rescisão contratual

Em caso de rescisão de contrato de trabalho do trabalhador doméstico, o empregador deverá ob-


servar que é aplicado ao recolhimento rescisório o prazo previsto no art. 477 da CLT, ou seja, o prazo para
arrecadação dos valores rescisórios, até o 10º dia corrido a contar do término do contrato.

Indenização compensatória - Rescisão sem justa causa ou por culpa do empregador

O empregador doméstico depositará, por meio do Simples Doméstico, a importância de 3,2% so-
bre a remuneração devida, no mês anterior, a cada empregado, destinada ao pagamento da indenização
compensatória da perda do emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando
ao empregado doméstico a multa de 40% ou 20%, conforme o caso, previstas nos §§ 1º e 2º do art. 18 da
Lei nº 8.036/1990.

Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato de trabalho por
prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do empregado doméstico, os valores previstos
acima serão movimentados pelo empregador.

Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos anteriormente será movimentada
pelo empregado, enquanto a outra metade será movimentada pelo empregador.
Guia de Cálculos Trabalhistas 405

É de responsabilidade do empregador o arquivamento de documentos comprobatórios do cum-


primento do recolhimento do FGTS.

13º salário
O 13º salário devido ao empregado doméstico, da mesma forma que o 13º salário dos empregados
em geral, é pago em duas parcelas. A primeira entre fevereiro e novembro de cada ano e a segunda até
20 de dezembro.

Calcula-se o 13º salário com base em 1/12 da remuneração devida em dezembro, por mês de ser-
viço do ano correspondente, sendo considerado mês integral a fração igual ou superior a 15 dias de
trabalho.

Assim, por exemplo, no ano de 2019, caso o empregado doméstico tenha sido admitido em
20.06.2019 e não tenha faltas injustificadas ao serviço, será contado:

MESES/2019 TEMPO TRABALHADO AVOS PROPORCIONAIS


Jun. 11 dias -
Jul. 31 dias 1/12
Ago. 31 dias 2/12
Set. 30 dias 3/12
Out. 31 dias 4/12
Nov. 30 dias 5/12
Dez. 31 dias 6/12

PAGAMENTO DE 13º SALÁRIO DE EMPREGADO DOMÉSTICO EM 2019


- admissão em 20.06.2019

- salário mensal: R$ 1.260,00

- tempo de serviço até outubro/2019: 4/12

13º salário:

- 1ª parcela (até 30.11.2019)

R$ 1.260,00 ÷ 12 = R$ 105,00

R$ 105,00 × 4 = R$ 420,00

R$ 420,00 ÷ 2 = R$ 210,00

- 2ª parcela (até 20.12.2019)

- salário mantido em R$ 1.260,00

R$ 1.260,00 ÷ 12 = R$ 105,00

R$ 105,00 × 6 = R$ 630,00

R$ 630,00 - R$ 210,00 (1ª parcela) = R$ 420,00 (2ª parcela)


406 Guia de Cálculos Trabalhistas

Desconto previdenciário - Procedimentos

O desconto previdenciário relativo ao 13º salário deve ser efetuado, por ocasião do pagamento
da parcela final, em separado do salário do mês, sem abatimento da antecipação. Lembramos que, nos
afastamentos da empregada doméstica por motivo de licença-maternidade, o abono anual pago pelo
INSS (13º salário proporcional ao período de salário-maternidade) estará sujeito ao encargo previden-
ciário por ocasião do pagamento da parcela final do 13º salário ou da rescisão do contrato de trabalho.

Exemplos de cálculo de contribuição previdenciária


a) 13º salário devido em 2019 = R$ 1.200,00;
- recolhimento no DAE (Simples Doméstico): R$ 192,00 (16%) de R$ 1.200,00, ou seja, 8% do
empregado e 8% do empregador);
b) 13º salário devido = R$ 1.900,00
- recolhimento no DAE (Simples Doméstico) = R$ 323,00 (17% de R$ 1.900,00, ou seja, 9% do
empregado e 8% do empregador);
c) 13º salário devido = R$ 5.839,45
- recolhimento no DAE (Simples Doméstico= R$ 1.109,50 (19% de R$ 5.839,45 - limite máximo de
contribuição vigente em dezembro/2019, ou seja, 11% do empregado e 8% do empregador).

Importante
Desde 1º.03.2020, por força da Emenda Constitucional nº 103/2019, as alíquotas de contribuição previdenciária do em-
pregado doméstico, são de 7,5%, 9%, 12% e 14% e são aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição,
incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites, conforme a tabela a seguir (Por-
taria SEPRT nº 3.659/2020).

FAIXAS SALARIAIS (R$) ALÍQUOTAS (%)

até 1.045,00 7,5%

de 1.045,01 até 2.089,60 9%

de 2.089,61 até 3.134,40 12%

de 3.134,41 até 6.101,06 14%

Licença-maternidade

A Lei Complementar nº 150/2015 assegura à empregada doméstica o direito à licença-gestante,


sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias, inclusive no caso de parto antecipado.

Nota
Não obstante a Lei Complementar nº 150/2015 determinar que a licença-maternidade deve ser concedida sem prejuízo do
salário, a legislação previdenciária ainda não foi adequada à nova legislação, posto que a Lei nº 8.213/1991, art. 73, e Instru-
ção Normativa INSS nº 77/2015, art. 206, III, ainda determinam que a renda mensal do salário-maternidade da doméstica
corresponde ao seu último salário-de-contribuição, portanto, observando o teto máximo de contribuição previdenciária.

No decorrer do período da licença, a doméstica faz jus à renda mensal, independentemente de


carência, isto é, com qualquer tempo de serviço, durante 28 dias antes e 91 dias depois do parto, paga
diretamente pela Previdência Social.
Guia de Cálculos Trabalhistas 407

Em casos excepcionais, o período de repouso antes e depois do parto pode ser aumentado em
mais 2 semanas, mediante atestado médico específico.

O segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de
adoção de criança, também tem direito ao salário-maternidade pelo período de 120 dias.

Em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico, a segurada faz jus ao salário-
-maternidade correspondente a 2 semanas (14 dias).

Durante o período de licença-gestante da empregada doméstica, caberá ao empregador o re-


colhimento da contribuição previdenciária apenas da parcela a seu cargo, ou seja, 8% do respectivo
salário-de-contribuição, mediante o Simples Doméstico, no dia 7 do mês seguinte àquele a que se referir
a contribuição.

É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada doméstica gestante desde a
confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

Abono anual

A empregada que esteve em gozo do benefício de aposentadoria, benefício por incapacidade


temporária (auxílio-doença), salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-reclusão tem direito ao
abono anual (13º salário), pago pelo INSS, correspondente ao valor da renda mensal do benefício no mês
de dezembro ou do mês da alta ou da cessação do benefício. O recebimento do benefício por período
inferior a 12 meses, dentro do mesmo ano, determina o cálculo do abono de forma proporcional.

O empregado doméstico que está ou esteve em gozo de auxílio-doença:


a) recebe do empregador doméstico o 13º salário proporcional relativo ao período de efetivo tra-
balho, assim considerado o tempo anterior e posterior ao afastamento; e
b) a Previdência assume o período relativo ao afastamento do trabalho, computando-o para fins
de pagamento do abono anual.

Exemplos

Empregado doméstico admitido em 21.01.2015 ficou afastado do trabalho no ano de 2019, de 03.05 a 27.06, por
motivo de doença, percebendo o benefício previdenciário. Nesse caso, o empregador calculou e quitou o 13º sa-
lário desse empregado proporcionalmente aos períodos tidos como efetivamente trabalhados, antes e depois
do lapso de tempo em que esteve afastado percebendo benefício previdenciário.
Assim, nesse caso, o empregador computou 10/12 relativos ao 13º proporcional em 2019, dos quais:
a) 4/12 correspondem ao período de 1º.01 a 02.05.2019 (anterior ao início do benefício previdenciário); e
b) 6/12 relativos ao período de 28.06 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento).
2) Empregada doméstica ficou afastada do trabalho por motivo de licença-maternidade durante 120 dias, no
período de 25.03 a 22.07.2019. Nessa hipótese, a Previdência Social arcou com o pagamento do abono anual de
4/12 correspondente ao período de afastamento por licença-maternidade e o empregador doméstico calculou
e pagou o 13º salário/2019 dessa empregada proporcionalmente aos períodos tidos como efetivamente traba-
lhados, antes e depois do lapso de tempo em que esteve afastada, bem como quitou eventual diferença entre o
efetivo valor do 13º salário no período de afastamento e o valor do abono anual pago pelo INSS, ou seja:
a) 3/12 correspondente ao período de 1º.01 a 24.03.2019 (anterior ao afastamento);
408 Guia de Cálculos Trabalhistas

b) 5/12 relativos ao período de 23.07 a 31.12.2019 (posterior ao afastamento);


c) 4/12 pertinentes ao período de afastamento de 25.03 a 22.07.2019, deduzido o valor do abono anual pago pela
Previdência Social relativo a esse período de afastamento.

Licença-paternidade

O empregado doméstico tem direito à licença-paternidade de 5 dias.

Acidente do trabalho

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empregador domés-
tico provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

O empregador doméstico deverá comunicar o acidente à Previdência Social até o 1º dia útil se-
guinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada
nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência Social.

Salário-família

O salário-família será devido, mensalmente, ao empregado doméstico, na proporção do respectivo


número de filhos ou equiparados com até 14 anos de idade ou inválido, desde que atendidos os demais
requisitos legais. Para tanto, deverá apresentar apenas a certidão de nascimento do filho. O pagamento
será efetuado pelo empregador, que efetuará a compensação quando do recolhimento das contribui-
ções previdenciárias.

O empregador deverá conservar durante 10 anos os comprovantes de pagamento e as cópias das


certidões correspondentes, para fiscalização da Previdência Social.

Repouso/Descanso semanal remunerado

O doméstico tem direito ao repouso/descanso semanal remunerado de, no mínimo, 24 horas con-
secutivas, preferencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados.

Para fazer jus à remuneração do repouso semanal, o doméstico deve cumprir integralmente o seu
horário de trabalho semanal.

Contudo, se o empregado faltar ao serviço e o empregador não descontar essa falta, é porque a
considerou justificada, não podendo fazê-lo mais adiante.

Férias

Após cada período de 12 meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família (chamado de pe-
ríodo aquisitivo), o empregado doméstico terá direito a férias anuais de 30 dias corridos, remuneradas,
com acréscimo de, pelo menos, 1/3 do salário normal. As férias deverão ser concedidas nos 12 meses
subsequentes à aquisição do direito (chamado período concessivo).
Guia de Cálculos Trabalhistas 409

Exemplo
Exemplo de período aquisitivo e concessivo de férias
Considerando um empregado doméstico admitido em 02.01.2018, temos:
a) período aquisitivo do direito às férias: 02.01.2018 a 1º.01.2019;
b) concessivo (período de gozo): 02.01.2019 a 1º.01.2020.

Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido demitido por justa
causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, na proporção de 1/12 por mês
de serviço ou fração superior a 14 dias.

O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2 períodos, sendo 1
deles de, no mínimo, 14 dias corridos.

Poderá o empregado converter 1/3 do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no
valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Essa conversão deverá ser reque-
rida até 30 dias antes do término do período aquisitivo.

Caso o empregado resida no local de trabalho poderá nele permanecer durante as férias.

Nota
Cabe ao empregador a fixação do período do gozo de férias. Entretanto, o art. 10 da Convenção nº 132, da Organização In-
ternacional do Trabalho (OIT), a qual vigora no Brasil, determina que a ocasião em que as férias serão gozadas será determi-
nada pelo empregador, após consulta ao empregado, a menos que seja fixada por regulamento, acordo coletivo, sentença
arbitral ou qualquer outra maneira conforme a prática nacional.
Para fixar a ocasião do período de gozo das férias serão levadas em conta as necessidades do trabalho e as possibilidades
de repouso e diversão ao alcance da pessoa empregada.

Na modalidade do regime de tempo parcial, as férias serão concedidas na seguinte proporção:


a) 18 dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 horas, até 25 horas;
b) 16 dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 horas, até 22 horas;
c) 14 dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 horas, até 20 horas;
d) 12 dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 horas, até 15 horas;
e) 10 dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 horas, até 10 horas;
f) 8 dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 horas.

Exemplo
Empregada doméstica com salário mensal de R$ 1.350,00 gozará 30 dias de férias, a contar de 1º.11.2020.
1 - salário/dia mês 11/2020: R$ 1.350,00 ÷ 30 = R$ 45,00
2 - férias de 1º a 30.11.2020 (retorno ao serviço: dia 1º.12.2020).
3 - remuneração das férias R$ 45,00 × 30 dias = R$ 1.350,00
4 - 1/3 de R$ 1.350,00 = R$ 450,00
8 - Total de férias + 1/3 = R$ 1.800,00
410 Guia de Cálculos Trabalhistas

As férias devem ser pagas até 2 dias antes do início do gozo.

Os valores pagos ou creditados a título de férias, terço constitucional (1/3 das férias) e saldo de
salário, se for o caso, relativo ao mês do respectivo gozo:
a) sofrerão incidência da contribuição previdenciária (parte empregado e empregador);
b) sofrerão incidência da contribuição patronal para financiamento do seguro contra acidente do
trabalho;
c) servirão de base para os depósitos relativos ao FGTS;
d) servirão de base para os depósitos destinados ao pagamento da indenização compensatória
relativa à ruptura do contrato por dispensa sem justo motivo ou por culpa recíproca.

Os mencionados valores também sofrerão incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte


(IRRF), se for o caso.

Recibo de férias

O recibo de férias será emitido pelo eSocial - Módulo Empregador Doméstico.

Anotação na CTPS

Modelo de Anotação de Férias de Empregado Doméstico

Na página própria, anotar:

ANOTAÇÕES DE FÉRIAS

Gozou férias relativas ao período de 02.01.2018 a 1º.01.2019


de 1º a 30.11.2019

..................................................................................
Assinatura do empregador

Veja informação “Importante” no início deste texto relativo ao doméstico.

Vale-transporte

O vale-transporte (VT) constitui benefício que o empregador antecipará ao empregado doméstico


para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

Entende-se por deslocamento a soma dos seguimentos componentes da viagem do beneficiário,


por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho.

A obrigação de concessão dos vales poderá ser substituída, a critério do empregador, pela con-
cessão, mediante recibo, dos valores para a aquisição das passagens necessárias ao custeio das despe-
sas decorrentes do deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

Para receber o VT, o empregado deve informar, por escrito, ao empregador:


a) seu endereço residencial;
b) serviços e meios de transporte mais adequados ao deslocamento residência-trabalho e vice-
-versa.
Guia de Cálculos Trabalhistas 411

O VT é custeado:
a) pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% do seu salário básico ou vencimento;
b) pelo empregador, no que exceder à parcela mencionada anteriormente.

CÁLCULO DO VALE-TRANSPORTE DE EMPREGADO DOMÉSTICO

Beneficiário/empregador = custeio
Fornecimento VT = março/2020 = 26 dias trabalhados (considerando o trabalho aos sábados)
Deslocamento diário = 4 coletivos a R$ 4,20 cada = R$ 16,80 × 26 dias = R$ 436,80
Salário/beneficiário = R$ 1.200,00
Custeio:
1 - Beneficiário = 6% de R$ 1.200,00 = R$ 72,00
2 - Empregador = R$ 436,80 - R$ 72,00 = R$ 364,80
3 - Total = R$ 436,80

O empregador está autorizado a descontar, mensalmente, do beneficiário, o valor correspondente


a 6% do salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens, limitado ao mon-
tante de VT fornecido.

O valor da parcela a ser custeada pelo beneficiário será descontado proporcionalmente à quanti-
dade de VT concedida no período a que se refere o salário ou vencimento e por ocasião do pagamento.

Aplicação das normas de segurança e saúde

Considerando ser a redução dos riscos inerentes ao trabalho um direito do trabalhador, tem-se
como contrapartida a obrigação precípua de o empregador adotar estruturas operacionais capazes de
neutralizar ou até eliminar a ação dos agentes nocivos à saúde, bem como dos riscos existentes no
ambiente de trabalho.

Essa garantia impõe ao empregador doméstico o dever de cumprir as normas de higiene, segu-
rança e saúde no trabalho, com o objetivo de manter a residência (local de trabalho) livre de riscos de
acidentes e elementos que possam causar prejuízos à saúde do empregado.

Dessa forma, o empregador doméstico fica obrigado, entre outros:


a) a fornecer gratuitamente ao empregado doméstico equipamentos de proteção individual,
adequado ao risco a que se encontra exposto, dependendo do trabalho a ser executado, tais
como:
a.1) luva para proteção das mãos contra agentes térmicos;
a.2) luva para proteção das mãos contra agentes biológicos;
a.3) luva para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;
a.4) calçado para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com
uso de água;
b) submeter os empregados à realização de exames médicos: admissional; periódico e demissio-
nal. Todos às custas do empregador;
412 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) observância dos requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envol-
vendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde
dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade. É considerado tra-
balho em altura toda atividade executada acima de dois metros do nível inferior, em que haja
risco de queda.

Aviso-prévio

Nos contratos a prazo indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avi-
sar a outra de sua intenção com antecedência mínima de 30 dias.

O empregado que contar com até 1 ano de serviço ao mesmo empregador terá direito ao aviso-
-prévio de 30 dias. A este aviso serão acrescidos 3 dias por ano de serviço prestado para o mesmo em-
pregador, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.

A falta de aviso-prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspon-
dentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço.

A falta de aviso-prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salá-


rios correspondentes ao prazo respectivo.

O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso-prévio indenizado.

O horário normal de trabalho do empregado durante o aviso-prévio, quando a rescisão tiver sido
promovida pelo empregador, será reduzido de 2 horas diárias, sem prejuízo do salário integral, sendo
facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, caso em que poderá faltar ao ser-
viço, sem prejuízo do salário integral, por 7 dias corridos.

Seguro-desemprego

O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do seguro-
-desemprego, no valor de 1 salário-mínimo, por período máximo de 3 meses, de forma contínua ou al-
ternada.

Para tanto, deverá comprovar;


a) ter sido empregado doméstico, por pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses que antece-
dem à data da dispensa que deu origem ao requerimento do seguro-desemprego;

Nota
Considera-se um mês de atividade a fração igual ou superior a 15 dias.

b) não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada da Previdên-


cia Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte;
c) não possuir renda própria de qualquer natureza, suficiente à sua manutenção e de sua família.

Para requerer o benefício o empregado doméstico deverá comparecer a uma das unidades da rede
de atendimento vinculadas ou autorizadas pela Secretaria Especial de Trabalho (SEPRT) do Ministério
da Economia, no prazo de 7 a 90 dias contados da data da dispensa, munido dos seguintes documentos:
a) CTPS;
b) Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho (TRCT) atestando a dispensa sem justa causa;
Guia de Cálculos Trabalhistas 413

c) declaração de que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência


Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e
d) declaração de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manuten-
ção e de sua família.

As declarações de que tratam as letras “c” e “d” serão firmadas pelo trabalhador no documento
de Requerimento do Seguro-Desemprego do Empregado Doméstico (RSDED) fornecido pela SEPRT na
unidade de atendimento.

É obrigatória a identificação do empregado doméstico no Número de Identificação Social (NIS),


Número de Identificação do Trabalhador (NIT) ou no Programa de Integração Social (PIS), cujo número
de inscrição deverá ser indicado em campo próprio do requerimento de habilitação e do formulário de
Comunicado de Dispensa do Empregado Doméstico (CDED).

O agente público ou atendente vinculado a SEPRT deverá conferir se o requerente preenche os


critérios de habilitação no programa do seguro-desemprego e, em caso afirmativo, fornecerá ao traba-
lhador a Comunicação de Dispensa do Empregado Doméstico (CDED), devidamente preenchida.

O benefício será concedido a cada período aquisitivo de 16 meses, contados da data da dispensa
que originou habilitação anterior. A contagem do prazo do período aquisitivo não se interrompe, nem se
suspende.

Parcelas - Pagamento

O pagamento da 1ª parcela será agendado para 30 dias após a data do protocolo do RSDED e as
demais a cada intervalo de 30 dias, contados da emissão da parcela anterior.

O trabalhador fará jus ao pagamento integral das parcelas subsequentes para cada mês, quando
contar com fração igual ou superior a 15 dias de desemprego, de forma que o segurado terá direito a:
a) 1 parcela, se ficar desempregado até 44 dias após a demissão;
b) 2 parcelas, se ficar desempregado até 60 dias após a demissão; e
c) 3 parcelas, se ficar desempregado por 75 dias ou mais após a demissão.

O segurado deverá receber cada parcela no prazo de 67 dias a contar de sua disponibilização para
saque, findo o qual as parcelas não sacadas serão devolvidas para o Fundo de Amparo ao Trabalhador
(FAT).

O benefício será suspenso nas seguintes situações:


a) admissão do empregado doméstico em novo emprego;
b) início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxí-
lio-acidente e pensão por morte; e
c) recusa injustificada por parte do trabalhador desempregado em participar de ações de recolo-
cação de emprego, conforme regulamentação do Codefat.

O benefício será cancelado nas seguintes situações:


a) pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com sua
qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
b) por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;
414 Guia de Cálculos Trabalhistas

c) por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-desemprego;


ou
d) por morte do segurado.

REGIME UNIFICADO DE PAGAMENTO DE TRIBUTOS, DE CONTRIBUIÇÕES E DOS DEMAIS


ENCARGOS DO EMPREGADOR DOMÉSTICO (SIMPLES DOMÉSTICO)
A inscrição do empregador e a entrada única de dados cadastrais e de informações trabalhistas,
previdenciárias e fiscais no âmbito do Simples Doméstico, bem como a geração da guia de recolhimen-
to, são efetuados mediante registro no Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previ-
denciárias e Trabalhistas (eSocial), disponibilizado no site www.esocial.gov.br.

O Simples Doméstico assegura o recolhimento mensal, mediante documento único de arreca-


dação, dos seguintes valores calculados sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada
empregado, incluída na remuneração a gratificação de Natal:

I - contribuição previdenciária, a cargo do segurado empregado doméstico (veja tabelas adiante), de:

a) 8%, 9% ou 11% (competências janeiro e fevereiro/2020);


b) 7,5%, 9%, 12% ou 14% (competências março/2020 em diante);
b) 8% de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a cargo do empregador
doméstico, calculada sobre o salário-de-contribuição;
c) 0,8% de contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho;
d) 8% de recolhimento para o FGTS;
e) 3,2%, para fins de pagamento da indenização compensatória relativa à dispensa sem justo
motivo ou por culpa recíproca; e
f) imposto sobre a renda retido na fonte, se for o caso.
Notas
(1) A contribuição previdenciária devida pelo empregado doméstico bem como o imposto de renda retido na fonte, se for o
caso, serão descontados da remuneração do empregado pelo empregador, que é responsável por seu recolhimento.
(2) O desconto da contribuição sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pelo empregador doméstico, não
sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir do recolhimento, ficando o empregador diretamente responsável pe-
las importâncias que deixar de descontar ou tiver descontado em desacordo com o que determina o Regulamento (RPS,
aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, art. 216, § 5º).

TABELAS DE SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - EMPREGADO DOMÉSTICO


I - competências janeiro e fevereiro/2020:

(alíquotas aplicadas de FORMA NÃO CUMULATIVA)

ALÍQUOTA PARA FINS DE


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.830,29 8%

de 1.830,30 até 3.050,52 9%

de 3.050,53 até 6.101,06 11%


Guia de Cálculos Trabalhistas 415

II - competências março/2020 em diante:

(alíquotas aplicadas de FORMA PROGRESSIVA - Emenda Constitucional nº 103/2019, art. 28, § 1º)

ALÍQUOTA PARA FINS DE


SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)
RECOLHIMENTO AO INSS

até 1.045,00 7,5%

de 1.045,01 até 2.089,60 9%

de 2.089,61 até 3.134,40 12%

de 3.134,41 até 6.101,06 14%

O recolhimento unificado é efetuado por meio do Documento de Arrecadação eSocial (DAE), ge-
rado exclusivamente pelo aplicativo disponibilizado no Portal do eSocial, em instituições financeiras
integrantes da rede arrecadadora de receitas federais, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência
ou dia útil imediatamente anterior, se não houver expediente bancário.

RESCISÃO CONTRATUAL POR JUSTA CAUSA

O empregador poderá efetuar a rescisão do contrato de trabalho do seu empregado doméstico


por justo motivo, nas seguintes situações:
a) submissão a maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob
cuidado direto ou indireto do empregado;
b) prática de ato de improbidade;
c) incontinência de conduta ou mau procedimento;
d) condenação criminal do empregado transitada em julgado, caso não tenha havido suspensão
da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) ato de indisciplina ou de insubordinação;
h) abandono de emprego, assim considerada a ausência injustificada ao serviço por, pelo menos,
30 dias corridos;
i) ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas em serviço contra qualquer pes-
soa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
j) ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador doméstico
ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) prática constante de jogos de azar.

O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do empregador doméstico quando:
a) o empregador exigir serviços superiores às forças do empregado doméstico, defesos por lei,
contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato;
b) o empregado doméstico for tratado pelo empregador ou por sua família com rigor excessivo
ou de forma degradante;
c) o empregado doméstico correr perigo manifesto de mal considerável;
416 Guia de Cálculos Trabalhistas

d) o empregador não cumprir as obrigações do contrato;


e) o empregador ou sua família praticar, contra o empregado doméstico ou pessoas de sua famí-
lia, ato lesivo à honra e à boa fama;
f) o empregador ou sua família ofender o empregado doméstico ou sua família fisicamente, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar contra mulhe-
res de que trata o art. 5º da Lei nº 11.340/2006.

PRESCRIÇÃO - ARQUIVAMENTO DE DOCUMENTOS - PRAZO

O direito de o empregado doméstico pleitear judicialmente o pagamento de créditos resultantes


das relações de trabalho é de 5 anos até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho.

Assim, o empregador doméstico está obrigado a manter em arquivo os documentos compro-


batórios do cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, enquanto essas não
prescreverem.

FISCALIZAÇÃO TRABALHISTA

O Auditor-Fiscal do Trabalho poderá verificar o cumprimento das normas que regem o trabalho do
empregado doméstico, no âmbito do domicílio do empregador, mas, para tanto, dependerá de agenda-
mento e de entendimento prévios entre a fiscalização e o empregador, observadas as seguintes condi-
ções:
a) a fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora;
b) será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração, salvo quando for
constatada infração por falta de anotação na CTPS ou, ainda, na ocorrência de reincidência,
fraude, resistência ou embaraço à fiscalização;
c) durante a inspeção do trabalho referida anteriormente, o Auditor-Fiscal do Trabalho far-se-á
acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por este designado.

RESCISÃO CONTRATUAL
Para eventual comprovação de pagamento ao rescindir o contrato de trabalho, o empregador do-
méstico deve exigir do empregado a quitação dos valores que estão sendo pagos.

CTPS - Baixa

Na parte inferior da página em que foi registrado o contrato de trabalho inicial, anotar a data da
saída e assinar:

IMPOSSIBILIDADE DE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DE EMPREGADO


DOMÉSTICO APOSENTADO POR INVALIDEZ

O segurado empregado doméstico que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for conside-
rado incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta
a subsistência, desde que cumprida a carência exigida, quando for o caso, faz jus ao benefício da apo-
sentadoria por invalidez.
Guia de Cálculos Trabalhistas 417

Durante o período de afastamento das atividades por auxílio-doença, o empregado é considerado,


pelo empregador doméstico, como licenciado.

A CLT, a qual é aplicada subsidiariamente à categoria dos domésticos, determina que o emprega-
do que for aposentado por invalidez terá o seu contrato de trabalho suspenso. Observa-se, assim, que
durante a suspensão do contrato de trabalho não pode ocorrer a rescisão contratual por iniciativa do
empregador.

PRÁTICA DE ATOS ILÍCITOS - AGÊNCIAS - RESPONSABILIDADE CIVIL

As agências especializadas na indicação de empregados domésticos (copeira, cozinheira, faxi-


neira, jardineiro, motorista, etc.) são civilmente responsáveis pelos atos ilícitos cometidos por estes no
desempenho de suas atividades.

No ato da contratação, a agência firma compromisso com o empregador, obrigando-se a reparar


qualquer dano que venha a ser praticado pelo empregado contratado, no período de um ano.

Dicas do eSocial
O sistema eSocial, módulo empregador doméstico é de uso obrigatório, e atende apenas ao empregador doméstico.
Neste portal o empregador prestará as informações relativas aos seus empregados domésticos.
Mediante o uso do sistema o empregador doméstico poderá, entre outros:
a) registrar seus empregados;
b) elaborar sua folha de pagamento;
c) gerar recibo de pagamento de salários, recibos de férias, recibo de 13º salário;
d) controlar as horas extras prestadas;
e) gerar o Documento de Arrecadação do eSocial (DAE).
CAPÍTULO XVII
CORONAVÍRUS (COVID-19) -
CONSEQUÊNCIAS TRABALHISTAS
E PREVIDENCIÁRIAS
Ante a atual pandemia decorrente da propagação do Coronavírus, já reconhecida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e que já atingiu os 5 continentes, verificam-se justificadas e grandes preocupa-
ções no mundo do trabalho, no sentido de evitar a contaminação dos colaboradores das empresas, não
só nos próprios ambientes de trabalho, mas também no deslocamento residência/trabalho e vice-versa.
Por meio de várias normas, entre elas, a Lei nº 13.979/2020, regulamentada pela Portaria MS nº
356/2020, do Ministério da Saúde, Lei nº 13.982/2020, Lei nº 14.020/2020; do Decreto nº 10.316/2020;
Decreto nº 10.470/2020 e da Portaria MS nº 454/2020, foram determinadas as medidas para enfrenta-
mento da emergência de saúde pública de importância nacional e internacional, em decorrência da
Infecção Humana pelo Coronavírus (COVID-19), inclusive no âmbito do trabalho. Tratam-se, portanto,
de medidas temporárias que irão vigorar enquanto perdurar o estado de emergência internacional pelo
Coronavírus responsável pelo surto de 2019.

Importante
A Medida Provisória (MP nº 927/2020) também estabelecia várias medidas a serem adotadas pelas empresas para o
enfrentamento da pandemia. Entretanto, a mencionada MP perdeu a eficácia no dia 19.07.2020, tendo em vista sua não
conversão em lei (Ato Declaratório CN nº 92/2020). Contudo, a mesma vigorou no período de 22.03 a 19.07.2020 e, os atos
que foram praticados durante a sua vigência continuam válidos.
Determina o art. 62 da Constituição Federal, que cabe ao Congresso Nacional, disciplinar, por meio de decreto legisla-
tivo, as relações jurídicas decorrentes da MP nº 927/2020. Não editado o decreto legislativo em até 60 dias, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a vigência da MP continuarão por ela regidos.
Desta forma, as informações constantes neste capítulo, baseadas na mencionada MP nº 927/2020 e constantes deste
texto, foram mantidos posto que geraram efeitos no período de vigência da mesma (22.03 a 19.07.2020), ou seja, as
medidas já tomadas continuam válidas, porém, novas medidas não poderão ser determinadas a partir de 19.07 em
virtude da perda da eficácia da MP que lhes dava sustentação.

O encerramento da emergência de saúde pública de importância nacional está condicionado à


avaliação de risco realizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Medida de isolamento
A Portaria MS nº 454/2020, considerando a comprovação da ocorrência da transmissão comu-
nitária do Coronavírus, determina que a medida de isolamento somente poderá ser determinada por
prescrição médica e por um prazo máximo de 14 dias, podendo se estender por mais 14 dias, conforme
resultado laboratorial que comprove o risco de transmissão.
Tem por objetivo a separação de pessoas sintomáticas (que já apresentam os efeitos da doença,
como dor, febre etc.) ou assintomáticas (apesar de não apresentarem efeitos, já estão contaminadas
e podem propagar o vírus), em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação da
infecção e transmissão local.
A medida deverá ser efetuada, preferencialmente, em domicílio, podendo também ser feito em hos-
pitais públicos ou privados, conforme recomendação médica, a depender do estado clínico do paciente.
Transmissão comunitária se dá quando uma pessoa infectada que não esteve em nenhum país
atingido pela doença, transmite o vírus para outra pessoa que também não saiu do Brasil, ou seja, o vírus
já está circulando na comunidade sem que seja possível detectar a origem.
420 Guia de Cálculos Trabalhistas

Além do isolamento domiciliar da pessoa com sintomas respiratórios, será determinado também
o isolamento das pessoas que residam no mesmo endereço, ainda que estejam assintomáticos deven-
do também permanecer em isolamento pelo período máximo de 14 dias.
Para tanto, é considerada pessoa com sintomas respiratórios a apresentação de tosse seca, dor
de garganta ou dificuldade respiratória, acompanhada ou não de febre, desde que seja confirmado por
atestado médico.

Atestado médico - Necessidade


Conforme já informado, a medida de isolamento somente poderá ser determinada por prescrição
médica, por um prazo máximo de 14 dias, considerando os sintomas respiratórios ou o resultado labora-
torial positivo para o SARSCOV-2.
O atestado médico que determina a medida de isolamento será estendido às pessoas que residam
no mesmo endereço, para todos os fins, inclusive para efeitos de faltas justificadas e abonadas ao trabalho.
Para a emissão dos atestados médicos, a pessoa sintomática deverá informar ao médico o nome
completo das demais pessoas que residam no mesmo endereço, sujeitando-se à responsabilização civil
e criminal pela omissão de fato ou prestação de informações falsas.
Caso as pessoas assintomáticas que residem com a pessoa sintomática venham a manifestar sin-
tomas respiratórios ou tenham resultado laboratorial positivo para o SARSCOV-2, será possível a emis-
são de novo atestado médico de isolamento.
A prescrição médica de isolamento deverá ser acompanhada dos seguintes documentos assina-
dos pela pessoa sintomática:
a) termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a seguir.

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


b) termo de declaração, contendo a relação das pessoas que residam ou trabalhem no mesmo
endereço, conforme a seguir.

TERMO DE DECLARAÇÃO

Distanciamento social - Pessoas com mais de 60 anos


As pessoas com mais de 60 anos de idade devem observar o distanciamento social, restringindo
seus deslocamentos para realização de atividades estritamente necessárias, evitando transporte de
utilização coletiva, viagens e eventos esportivos, artísticos, culturais, científicos, comerciais e religiosos
e outros com concentração próxima de pessoas.

MEDIDA DE QUARENTENA
Quarentena é a restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das
pessoas que não estejam doentes, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do
Coronavírus.

Tem por objetivo garantir a manutenção dos serviços de saúde em local certo e determinado e
será determinada mediante ato administrativo formal e devidamente motivado, editado por Secretário
de Saúde do Estado, do Município, do Distrito Federal ou Ministro da Saúde ou superiores em cada nível
de gestão, publicada no Diário Oficial e amplamente divulgada pelos meios de comunicação.

A medida será adotada pelo prazo de até 40 dias, podendo se estender pelo tempo necessário
para reduzir a transmissão comunitária e garantir a manutenção dos serviços de saúde no território.

Transmissão comunitária se dá quando uma pessoa infectada que não esteve em nenhum país
atingido pela doença, transmite o vírus para outra pessoa que também não saiu do Brasil, ou seja, o vírus
já está circulando na comunidade sem que seja possível detectar a origem.

A extensão do prazo da quarentena dependerá de prévia avaliação do Centro de Operações de


Emergências em Saúde Pública (COE-nCoV) previsto na Portaria MS nº 188/2020.
422 Guia de Cálculos Trabalhistas

Entretanto, a quarentena não poderá ser determinada ou mantida após o encerramento da Decla-
ração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.

Para a aplicação das medidas de isolamento e quarentena, deverão ser observados os protocolos
clínicos do Coronavírus (COVID-19) e as diretrizes estabelecidas no Plano Nacional de Contingência Na-
cional para Infecção Humana novo Coronavírus (COVID-19), disponíveis no site do Ministério da Saúde,
com a finalidade de garantir a execução das medidas profiláticas e o tratamento necessário.

Descumprimento das medidas - Consequências


O descumprimento, seja da medida de isolamento ou da medida de quarentena, acarretará a res-
ponsabilização, nos termos previstos em lei.
Caberá ao médico ou ao agente de vigilância epidemiológica informar à autoridade policial e ao
Ministério Público sobre o descumprimento das medidas.

Outras medidas que podem ser adotadas


Poderão ser adotadas, ainda, com base em evidências científicas e em análises sobre as informa-
ções estratégicas em saúde, entre outras, as medidas a seguir, as quais deverão ser limitadas no tempo
e no espaço ao mínimo indispensável à promoção e à preservação da saúde pública.
a) determinação de realização compulsória de:
a.1) exames médicos;
a.2) testes laboratoriais;
a.3) coleta de amostras clínicas;
a.4) vacinação e outras medidas profiláticas; ou
a.5) tratamentos médicos específicos;
b) estudo ou investigação epidemiológica;
c) restrição excepcional e temporária de entrada e saída do País, conforme recomendação técni-
ca e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por rodovias, portos
ou aeroportos;
d) requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que será garantido
o pagamento posterior de indenização justa.

As medidas mencionadas nas letras “a” a “a.5” serão indicadas mediante ato médico ou por profis-
sional de saúde.

ATENDIMENTO DAS MEDIDAS - OBRIGATORIEDADE


As pessoas deverão sujeitar-se ao cumprimento das medidas previstas neste texto, e o descum-
primento delas acarretará responsabilização, nos termos previstos em lei.

Direitos assegurados às pessoas afetadas pelas medidas


São assegurados às pessoas afetadas pelas medidas os seguintes direitos:
a) de serem informadas permanentemente sobre o seu estado de saúde e a assistência à família
conforme regulamento;
b) de receberem tratamento gratuito;
c) o pleno respeito à dignidade, aos direitos humanos e às liberdades fundamentais das pessoas.
Guia de Cálculos Trabalhistas 423

Faltas ao serviço - Abono


As ausências decorrentes das medidas de isolamento, quarentena e demais medidas, como rea-
lização de exames, testes, vacinação, tratamento etc., serão consideradas faltas justificadas ao serviço,
tanto no âmbito do serviço público como na atividade privada. Portanto, caberá ao empregador abonar
a falta ao serviço dos seus empregados, quando estes, em virtude das medidas mencionadas neste
texto, não puderem trabalhar.

Compartilhamento de informações - Obrigatoriedade


É obrigatório o compartilhamento entre órgãos e entidades da administração pública federal, es-
tadual, distrital e municipal de dados essenciais à identificação de pessoas infectadas ou com suspeita
de infecção pelo Coronavírus, com a finalidade exclusiva de evitar a sua propagação. Essa obrigação
também se estende-se às pessoas jurídicas de direito privado quando os dados forem solicitados por
autoridade sanitária.

O Ministério da Saúde manterá dados públicos e atualizados sobre os casos confirmados, suspei-
tos e em investigação, relativos à situação de emergência pública sanitária, resguardando o direito ao
sigilo das informações pessoais.

Ações que devem ser tomadas pelo empregador para a preservação da segurança e da saúde
do trabalhador
Considerando que uma das obrigações do empregador é manter o ambiente de trabalho salubre,
protegendo a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores, a Secretaria Especial de Previdência e Traba-
lho (SEPRT) e o Ministério da Saúde (MS), por meio da Portaria SEPRT/MS nº 20/2020, estabeleceram as
medidas a serem observadas com o objetivo de evitar o contágio e a propagação do Coronavírus no âm-
bito do estabelecimento, preservando a segurança e a saúde dos trabalhadores, conforme os subitens
a seguir, os quais são de observância obrigatória pelos órgãos integrantes da estrutura organizacional
da SEPRT e do Ministério da Saúde, pelas entidades da administração pública federal indireta a este
vinculadas e por seus respectivos agentes públicos, durante o enfrentamento do estado de calamida-
de pública e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus
(COVID-19).

Nota
(1) As medidas em comento não determinam ou autorizam a abertura de estabelecimentos, apenas apresenta conjunto
de disposições a serem observadas por aqueles que se encontrarem em funcionamento. Da mesma forma, não autoriza o
descumprimento, pelas organizações das seguintes normas:
a) regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho;
b) demais regulamentações sanitárias aplicáveis;
c) de outras disposições que, no âmbito de suas competências, sejam incluídas em regulamentos sanitários dos Estados,
Distrito Federal ou Municípios; e
d) medidas de saúde, higiene e segurança do trabalho oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho.
Orientações setoriais complementares poderão ser emitidas pela SEPRT ou pelo Ministério da Saúde, no âmbito de suas
competências.
(2) As medidas a serem observadas na preservação da saúde e da vida de todos os profis-sionais considerados essenciais
ao controle de doenças e à manutenção da ordem pública (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, policiais, fiscais etc), du-
rante a pandemia decorrente do Coronavírus, foram disciplinadas por meio da Lei nº 14.023/2020, a qual para tanto, alterou
a Lei nº 13.979/2020. Esta lei determina, entre outros, a obrigatoriedade do fornecimento gratuito de EPI recomendados
pela Anvisa e também a prioridade para que estes profissionais façam os testes de diagnóstico da COVID-19.
424 Guia de Cálculos Trabalhistas

Orientações aos trabalhadores


A empresa deve estabelecer e divulgar aos trabalhadores e terceirizados, orientações ou proto-
colos com a indicação das medidas necessárias para prevenção, controle e mitigação dos riscos de
transmissão da COVID-19 nos ambientes de trabalho, as quais deverão, também, ficar disponíveis tanto
para os trabalhadores como para as suas representações, quando solicitados.

Tais orientações devem incluir:


a) medidas de prevenção nos ambientes de trabalho, nas áreas comuns da organização, a exem-
plo de refeitórios, banheiros, vestiários, áreas de descanso, e no transporte de trabalhadores,
quando fornecido pela organização;
b) ações para identificação precoce e afastamento dos trabalhadores com sinais e sintomas
compatíveis com a COVID-19;
c) procedimentos para que os trabalhadores possam reportar à organização, inclusive de forma
remota, sinais ou sintomas compatíveis com a COVID-19 ou contato com caso confirmado da
COVID-19; e
d) instruções sobre higiene das mãos e etiqueta respiratória.

As orientações ou protocolos podem incluir a promoção de vacinação, buscando evitar outras


síndromes gripais que possam ser confundidas com a COVID-19.

Os trabalhadores (empregados, terceirizados e outros que adentrem no estabelecimento) devem


ser informados sobre a COVID-19, incluindo formas de contágio, sinais e sintomas e cuidados necessá-
rios para redução da transmissão no ambiente de trabalho e na comunidade.

Estas instruções podem ser transmitidas durante treinamentos ou por meio de diálogos de segu-
rança, documento físico ou eletrônico (cartazes, normativos internos, entre outros), evitando o uso de
panfletos.

Outra questão de suma importância é a adoção de ações de esclarecimentos aos empregados no


sentido de evitar discriminações em relação aos colegas atingidos pelo vírus.

Casos suspeitos, confirmados e contatantes da COVID-19 - Identificação


É considerado como:
a) caso confirmado da COVID-19, o trabalhador com:
a.1) resultado de exame laboratorial, confirmando a COVID-19, de acordo com as orientações
do OMS; ou
a.2) síndrome gripal ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), para o qual não foi pos-
sível a investigação laboratorial específica, e que tenha histórico de contato com caso
confirmado laboratorialmente para a COVID-19 nos últimos 7 dias antes do aparecimento
dos sintomas no trabalhador;
b) caso suspeito - o trabalhador que apresente quadro respiratório agudo com um ou mais dos si-
nais ou sintomas: febre, tosse, dor de garganta, coriza e falta de ar, sendo que outros sintomas
também podem estar presentes, tais como dores musculares, cansaço ou fadiga, congestão
nasal, perda do olfato ou paladar e diarreia;
c) contatante de caso confirmado ou suspeito - o trabalhador assintomático que teve contato
com o caso confirmado ou suspeito, respectivamente, entre 2 dias antes e 14 dias após o início
dos sinais ou sintomas ou da confirmação laboratorial, esta última no caso confirmado, em
uma das situações a seguir:
Guia de Cálculos Trabalhistas 425

c.1) ter contato durante mais de 15 minutos a menos de um metro de distância;


c.2) permanecer a menos de um metro de distância durante transporte;
c.3) compartilhar o mesmo ambiente domiciliar; ou
c.4) ser profissional de saúde ou outra pessoa que cuide diretamente de um caso da COVID-19,
ou trabalhador de laboratório que manipule amostras de um caso sem a proteção reco-
mendada.

Afastamento do trabalhador das atividades laborais - Situações


O empregador deve afastar imediatamente os trabalhadores das atividades laborais presenciais,
por 14 dias, nas seguintes situações:
a) casos confirmados da COVID-19;
b) casos suspeitos da COVID-19; ou
c) contatantes de casos confirmados da COVID-19.

Nota
O período de afastamento dos contatantes de caso confirmado da COVID-19 deve ser contado a partir do último dia de
contato entre os contatantes e o caso confirmado.
Os contatantes que residem com caso confirmado da COVID-19 devem ser afastados de suas atividades presenciais por
14 dias, devendo ser apresentado documento comprobatório.

Os trabalhadores afastados considerados casos suspeitos poderão retornar às suas atividades


laborais presenciais antes do período determinado de afastamento quando:
a) exame laboratorial descartar a COVID-19, de acordo com as orientações do MS; e
b) estiverem assintomáticos por mais de 72 horas.

A empresa deve orientar seus empregados afastados do trabalho a permanecer em sua residên-
cia, assegurando-se a manutenção da remuneração durante o afastamento.

Procedimentos para identificação de casos suspeitos


O empregador deve estabelecer procedimentos para identificação de casos suspeitos, incluindo:
a) canais para comunicação com os trabalhadores referente ao aparecimento de sinais ou sin-
tomas compatíveis com a COVID-19, bem como sobre contato com caso confirmado ou sus-
peito, podendo ser realizadas enquetes, por meio físico ou eletrônico, contato telefônico ou
canais de atendimento eletrônico; e
b) triagem na entrada do estabelecimento em todos os turnos de trabalho, podendo utilizar me-
dição de temperatura corporal por infravermelho ou equivalente, antes que os trabalhadores
iniciem suas atividades, inclusive terceirizados.

Deve também ser levantadas informações sobre os contatantes, as atividades, o local de trabalho
e as áreas comuns frequentadas pelo trabalhador suspeito ou confirmado da COVID-19.

Os contatantes de caso suspeito devem ser informados sobre o caso e orientados a relatar ime-
diatamente à empresa o surgimento de qualquer sinal ou sintoma relacionado à doença.

Na ocorrência de casos suspeitos ou confirmados da COVID-19, deve ser reavaliada a implemen-


tação das medidas de prevenção indicadas.
426 Guia de Cálculos Trabalhistas

Registros sobre a COVID-19 atualizado - Manutenção à disposição da fiscalização


O empregador deve manter registro atualizado, à disposição dos órgãos de fiscalização, com
informações sobre:
a) trabalhadores por faixa etária;
b) trabalhadores com condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações que
podem estar relacionadas a quadros mais graves da COVID-19, não devendo ser especificada
a doença, preservando-se o sigilo;
c) casos suspeitos;
d) casos confirmados;
e) trabalhadores contatantes afastados; e
f) medidas tomadas para a adequação dos ambientes de trabalho para a prevenção da COVID-19.

Nota
São consideradas condições clínicas de risco para desenvolvimento de complicações da COVID-19: cardiopatias graves
ou descompensadas (insuficiência cardíaca, infartados, revascularizados, portadores de arritmias, hipertensão arterial
sistêmica descompensada); pneumopatias graves ou descompensadas (dependentes de oxigênio, portadores de asma
moderada/grave, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC); imunodeprimidos; doentes renais crônicos em estágio
avançado (graus 3, 4 e 5); diabéticos, conforme juízo clínico, e gestantes de alto risco.

Encaminhamento do trabalhador a ambulatório médico


Devem ser encaminhados ao ambulatório médico da empresa, quando existente, os casos sus-
peitos para avaliação e acompanhamento adequado, sendo que o atendimento de trabalhadores sin-
tomáticos deve ser separado dos demais trabalhadores, fornecendo-se máscara cirúrgica a todos os
trabalhadores a partir da chegada no ambulatório.

Os profissionais do serviço médico devem receber Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ou


outros equipamentos de proteção de acordo com os riscos, em conformidade com as orientações e
regulamentações dos Ministérios da Economia e da Saúde.

Higiene das mãos, etiqueta respiratória e outras precauções


Todos trabalhadores devem ser orientados sobre a higienização correta e frequente das mãos
com utilização de água e sabonete ou, caso não seja possível a lavagem das mãos, com sanitizante
adequado para as mãos, como álcool a 70%. Para tanto, devem ser disponibilizados recursos para a
higienização das mãos próximos aos locais de trabalho, incluindo água, sabonete líquido, toalha de pa-
pel descartável e lixeira, cuja abertura não demande contato manual, ou sanitizante adequado para as
mãos, como álcool a 70%.

Devem ser adotados procedimentos para que, na medida do possível, os trabalhadores evitem
tocar superfícies com alta frequência de contato, como botões de elevador, maçanetas, corrimãos etc.

Os trabalhadores devem, também ser orientados para evitar o compartilhamento de toalhas e


produtos de uso pessoal, tocar boca, nariz, olhos e rosto com as mãos e também sobre praticar etiqueta
respiratória, incluindo utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir nariz e boca ao espirrar ou
tossir e higienizar as mãos após espirrar ou tossir.

Deve ser dispensada a obrigatoriedade de assinatura individual dos trabalhadores em planilhas,


formulários e controles, tais como listas de presença em reunião e diálogos de segurança.
Guia de Cálculos Trabalhistas 427

Distanciamento social

O empregador deve adotar medidas para aumentar o distanciamento e diminuir o contato pessoal
entre trabalhadores e entre esses e o público externo, orientando para que se evitem abraços, beijos,
apertos de mão e conversações desnecessárias.

Deve ser mantida distância mínima de 1m entre os trabalhadores e entre os trabalhadores e o


público.

Se o distanciamento físico de ao menos 1m não puder ser implementado para reduzir o risco de
transmissão entre trabalhadores, clientes, usuários, contratados e visitantes, além das demais medidas,
deve-se:
a) para as atividades desenvolvidas em postos fixos de trabalho, manter o uso de máscara cirúr-
gica ou de tecido e adotar divisórias impermeáveis ou fornecer proteção facial do tipo viseira
plástica (face shield) ou fornecer óculos de proteção.
b) para as demais atividades, manter o uso de máscara cirúrgica ou de tecido.

Medidas alternativas podem ser adotadas com base em análise de risco, realizada pela empresa.

Devem ainda, ser adotadas as seguintes medidas, conforme o caso:


a) limitação de ocupação de elevadores, escadas e ambientes restritos, incluindo instalações sa-
nitárias e vestiários;
b) demarcar e reorganizar os locais e espaços para filas e esperas com, no mínimo, um 1 de dis-
tância entre as pessoas;
c) priorizar agendamentos de horários de atendimento para evitar aglomerações e para distribuir
o fluxo de pessoas;
d) priorizar medidas para distribuir a força de trabalho ao longo do dia, evitando concentrações
nos ambientes de trabalho;
e) promover teletrabalho ou trabalho remoto, quando possível;
f) evitar reuniões presenciais e, quando indispensáveis, manter o distanciamento.

Medidas de higiene, ventilação, limpeza e desinfecção dos ambientes de trabalho

Em relação aos procedimentos de higiene, ventilação e desinfecção dos ambientes de trabalho a


empresa deve:
a) promover a limpeza e desinfecção dos locais de trabalho e áreas comuns no intervalo entre
turnos ou sempre que houver a designação de um trabalhador para ocupar o posto de trabalho
de outro;
b) aumentar a frequência dos procedimentos de limpeza e desinfecção de instalações sanitárias
e vestiários, além de pontos de grande contato como teclados, corrimãos, maçanetas, termi-
nais de pagamento, botoeiras de elevadores, mesas, cadeiras etc;
c) privilegiar a ventilação natural nos locais de trabalho ou adotar medidas para aumentar ao
máximo o número de trocas de ar dos recintos, trazendo ar limpo do exterior;
d) quando em ambiente climatizado, deve evitar a recirculação de ar e verificar a adequação das
manutenções preventivas e corretivas;
e) os bebedouros do tipo jato inclinado, quando existentes, devem ser adaptados de modo que
somente seja possível o consumo de água com o uso de copo descartável.
428 Guia de Cálculos Trabalhistas

Trabalhadores do grupo de risco


Os trabalhadores com 60 anos ou mais ou que apresentem condições clínicas de risco para de-
senvolvimento de complicações da COVID-19, devem receber atenção especial, priorizando-se sua per-
manência na residência em teletrabalho ou trabalho remoto ou, ainda, em atividade ou local que reduza
o contato com outros trabalhadores e o público, quando possível.

Não sendo possível a permanência na residência ou trabalho remoto, deve ser priorizado trabalho
em local arejado e higienizado ao fim de cada turno de trabalho, observadas as demais medidas comen-
tadas neste texto.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e outros equipamentos de proteção


Devem ser criados ou revisados os procedimentos de uso, higienização, acondicionamento e
descarte dos EPI e outros equipamentos de proteção utilizados tendo em vista os riscos gerados pela
COVID-19.

Os trabalhadores devem ser orientados sobre o uso, higienização, descarte e substituição das
máscaras, higienização das mãos antes e após o seu uso, e, inclusive, limitações de sua proteção contra
a COVID-19, seguindo as orientações do fabricante, quando houver, e as recomendações pertinentes
dos Ministérios da Economia e da Saúde.

As máscaras cirúrgicas e de tecido não são consideradas EPI e não substituem os EPI para pro-
teção respiratória, quando indicado seu uso. Devem ser fornecidas para todos os trabalhadores e seu
uso exigido em ambientes compartilhados ou naqueles em que haja contato com outros trabalhadores
ou público. Devem ser substituídas, no mínimo, a cada 3 horas de uso ou quando estiverem sujas ou
úmidas. Esta determinação será exigida a partir de 04.07.2020.

As máscaras de tecido devem ser confeccionadas e higienizadas de acordo com as recomenda-


ções do MS, cabendo ao empregador a higienização das mesmas, após cada jornada de trabalho, po-
dendo esta higienização, contudo, ser feita pelo trabalhador mas sob a orientação do empregador. Esta
determinação será exigida a partir de 04.07.2020.

Os EPI e outros equipamentos de proteção que permitam higienização somente poderão ser reu-
tilizados após a higienização.

Não pode haver compartilhamento de EPI e outros equipamentos de proteção entre trabalhado-
res durante as atividades.

Somente deve ser permitida a entrada de pessoas no estabelecimento com a utilização de más-
cara de proteção.

Os profissionais responsáveis pela triagem ou pré-triagem dos trabalhadores, os trabalhadores


da lavanderia (área suja) e que realizam atividades de limpeza em sanitários e áreas de vivências devem
receber EPI de acordo com os riscos a que estejam expostos, em conformidade com as orientações e
regulamentações dos Ministérios da Economia e da Saúde.

Refeitórios
Em relação aos refeitórios devem ser observadas as seguintes determinações:
a) é vedado o compartilhamento de copos, pratos e talheres, sem higienização;
b) evitar o autosserviço ou, quando este não puder ser evitado, devem ser implementadas medi-
das de controle, tais como:
Guia de Cálculos Trabalhistas 429

b.1) higienização das mãos antes e depois de se servir;


b.2) higienização ou troca frequentes de utensílios de cozinha de uso compartilhado, como
conchas, pegadores e colheres;
b.3) instalação de protetor salivar sobre as estruturas de autosserviço; e
b.4) utilização de máscaras e orientações para evitar conversas durante o serviço.
c) realizar limpeza e desinfecção frequentes das superfícies das mesas, bancadas e cadeiras;
d) promover nos refeitórios espaçamento mínimo de 1 metro entre as pessoas na fila e nas me-
sas, orientando para o cumprimento das recomendações de etiqueta respiratória e que sejam
evitadas conversas. Quando o distanciamento frontal ou transversal não for observado, deve
ser utilizada barreira física sobre as mesas que possuam altura de, no mínimo, 1,50m em rela-
ção ao solo;
e) distribuir os trabalhadores em diferentes horários nos locais de refeição;
f) retirar os recipientes de temperos (azeite, vinagre, molhos), saleiros e farinheiras, bem como os
porta-guardanapos, de uso compartilhado, entre outros;
g) entregar jogo de utensílios higienizados (talheres e guardanapo de papel, embalados indivi-
dualmente).

Vestiários

Em relação aos vestiários devem ser observadas as seguintes determinações:


a) evitar aglomeração de trabalhadores na entrada, na saída e durante a utilização do vestiário;
b) adotar procedimento de monitoramento do fluxo de ingresso nos vestiários e orientar os tra-
balhadores para manter a distância de 1m entre si durante a sua utilização;
c) orientar os trabalhadores sobre a ordem de desparamentação de vestimentas e equipamen-
tos, e modo que o último equipamento de proteção a ser retirado seja a máscara;
d) disponibilizar pia com água e sabonete líquido e toalha descartável ou dispensadores de sani-
tizante adequado para as mãos, como álcool a 70%, na entrada e na saída dos vestiários.

Transporte de trabalhadores fornecido pelo empregador

Em relação ao transporte de trabalhadores fornecido pela empresa, devem ser observadas as se-
guintes determinações:
a) implantar procedimentos para comunicação, identificação e afastamento de trabalhadores
com sintomas da COVID-19 antes do embarque no transporte para o trabalho, de maneira a
impedir o embarque de pessoas sintomáticas, incluindo eventuais terceirizados da empresa
de fretamento;
b) condicionar o embarque ao uso de máscara de proteção;
c) orientar os trabalhadores no sentido de evitar aglomeração no embarque e no desembarque,
devendo ser implantadas medidas que garantam distanciamento mínimo de 1m entre traba-
lhadores.
d) priorizar medidas para manter uma distância segura entre trabalhadores, realizando o espaça-
mento dos trabalhadores dentro do veículo de transporte;
e) manter preferencialmente a ventilação natural dentro dos veículos e, quando for necessária a
utilização do sistema de ar condicionado, deve-se evitar a recirculação do ar;
430 Guia de Cálculos Trabalhistas

f) os assentos e demais superfícies do veículo mais frequentemente tocadas pelos trabalhado-


res devem ser higienizados regularmente;
g) os motoristas devem higienizar frequentemente as mãos e o seu posto de trabalho, inclusive o
volante e superfícies mais frequentemente tocadas;
h) manter registro dos trabalhadores que utilizam o transporte, listados por veículo e viagem.

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e


Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

O SESMT e a Cipa, quando existentes, devem participar das ações de prevenção implementadas
pela organização.

Os trabalhadores de atendimento de saúde do SESMT, como enfermeiros, auxiliares e médicos,


devem receber EPI de acordo com os riscos a que estejam expostos, em conformidade com as orienta-
ções e regulamentações dos Ministérios da Economia e da Saúde.

Medidas para retomada das atividades

Quando houver a paralisação das atividades de determinado setor ou do próprio estabelecimento,


decorrente da COVID-19 devem ser adotados os seguintes procedimentos antes do retorno das ativi-
dades:
a) assegurar a adoção das medidas de prevenção mencionadas neste texto;
b) higienizar e desinfectar o local de trabalho, as áreas comuns e os veículos utilizados;
c) reforçar a comunicação aos trabalhadores; e
d) implementar triagem dos trabalhadores, garantindo o afastamento dos casos confirmados,
casos suspeitos e contatantes de casos confirmados da COVID- 19.

Não deve ser exigida testagem laboratorial para a COVID-19 de todos os trabalhadores como
condição para retomada das atividades do setor ou do estabelecimento por não haver, até o momento,
recomendação técnica para esse procedimento.

Quando adotada a testagem de trabalhadores, esta deve ser realizada de acordo com as reco-
mendações do Ministério da Saúde em relação à indicação, metodologia e interpretação dos resultados.

Nota
A Portaria MS nº 1.565/2020 também divulga orientações gerais a serem observadas na retomada das atividades e ao con-
vívio social de forma segura.
A Portaria Conjunta SEPRT/MS/MAPA nº 19/2020, estabelece as medidas a serem observadas visando à prevenção, contro-
le e mitigação dos riscos de transmissão da COVID-19 nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamen-
to de carnes e derivados destinados ao consumo humano e laticínios, as quais são muito semelhantes às medidas tratadas
neste item e respectivos subitens.

Medidas trabalhistas que poderão ser adotadas para preservação do emprego e da renda e
para enfrentamento do estado de calamidade pública

A Medida Provisória (MP nº 927/2020), a qual gerou efeitos no período de 22.03 a 19.07.2020, esta-
belecia que o empregado e o empregador poderiam celebrar acordo individual escrito, a fim de garantir
a permanência do vínculo empregatício, que teria preponderância sobre a lei e sobre o documento co-
letivo de trabalho (acordo ou convenção), respeitados os limites estabelecidos na Constituição Federal.
Guia de Cálculos Trabalhistas 431

Esclarecia ainda, que para o enfrentamento dos efeitos econômicos decorrentes do estado de
calamidade pública e para preservação do emprego e da renda, poderiam ser adotadas, dentre outras,
as medidas mencionadas a seguir.

A mencionada MP perdeu eficácia em 19.07.2020 por não ter sido convertida em lei no prazo legal,
porém, os atos que foram praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário, a
informação “Importante” constante do item 17.

Implantação temporária do home office ou teletrabalho


Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas autorizadas, previa a adoção do teletrabalho du-
rante a pandemia, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos
que, a reforma trabalhista promovida pela Lei nº 13.467/2017 já havia regulamentado o teletrabalho me-
diante a inserção dos arts. 75-A a 75-E na CLT. Veja, se necessário, a informação “Importante” constante
do item 17.

Entre as medidas temporárias de proteção, a mais eficiente é a adoção, quando possível, do sis-
tema de home office. Essa medida traz significativas vantagens, uma vez que evita a exposição dos
empregados ao agente nocivo, diminuindo a propagação do Coronavírus, à medida em que estes traba-
lharão protegidos no ambiente de suas residências, evitando, portanto, aglomerações no deslocamento
residência-trabalho e vice-versa, o que é feito normalmente em horário de rush (pico) e também o con-
tágio no próprio local de trabalho.

Hoje, o home office já é adotado por muitas empresas. As pesquisas acerca do assunto informam
que atualmente, cerca de 30% das empresas já adotam a prática, permitindo que parte dos seus empre-
gados executem suas tarefas em casa, seja em tempo integral ou apenas em alguns dias da semana.

Essa prática tem apresentado várias vantagens para ambas as partes (empregado e empresa) e,
ainda, para a coletividade, pois implica na melhora da mobilidade urbana e, ante esta pandemia, na sig-
nificativa diminuição do contágio das pessoas, colaborando, portanto, com a saúde pública.

Para o sucesso do home office é necessário que a empresa analise o tipo do trabalho e o perfil do
empregado que será submetido à medida, pois algumas atividades exigem a presença do trabalhador
na empresa e, nem todo empregado irá se adaptar ao trabalho em casa.

A mencionada MP nº 927/2020 determinava que durante o estado de calamidade pública, o em-


pregador poderia, a seu critério, alterar o regime de trabalho presencial para o teletrabalho, o trabalho
remoto ou outro tipo de trabalho a distância e determinar o retorno ao regime de trabalho presencial,
independentemente da existência de acordos individuais ou coletivos, sendo dispensado o registro
prévio da alteração no contrato individual de trabalho. Nesta situação não será aplicado o controle da
jornada de trabalho previsto no art. 62, III da CLT.

A implantação do home office seria notificada ao empregado, por escrito ou por meio eletrônico,
com antecedência de, no mínimo, 48 horas.

Previamente à adoção do teletrabalho, ou no prazo de 30 dias contados a partir da mudança,


seria fixado mediante contrato escrito, a responsabilidade pela aquisição, pela manutenção ou pelo for-
necimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação do
trabalho nesta situação (teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância), bem como o reembolso
de despesas arcadas pelo empregado.

Caso o empregado não possua os equipamentos tecnológicos e a infraestrutura necessária e


adequada à prestação do teletrabalho, do trabalho remoto ou do trabalho a distância:
432 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) o empregador poderia fornecer os equipamentos em regime de comodato (empréstimo gratui-


to) e pagar por serviços de infraestrutura, que não caracterizariam verba de natureza salarial;
ou
b) na impossibilidade do oferecimento do regime de comodato, o período da jornada normal de
trabalho será computado como tempo de trabalho à disposição do empregador.

O tempo de uso de aplicativos e programas de comunicação fora da jornada de trabalho normal


do empregado não constitui tempo à disposição, regime de prontidão ou de sobreaviso, exceto se hou-
ver previsão em acordo individual ou coletivo.

Os estagiários e aprendizes também poderiam ser inseridos nesta forma de trabalho.

Embora a implantação do home office, nesta situação de emergência, não exijisse a assinatura
de um termo aditivo ao contrato de trabalho, orientamos ser conveniente que a empresa firmasse um
documento a ser assinado também pelo empregado, no qual esclareça que o home office era tempo-
rário, se possível estabelecendo o prazo. O colaborador em gozo da medida deveria se comprometer a
estabelecer e cumprir uma rotina de trabalho, estar online, possibilitando a interação com a equipe e
a chefia sempre que necessário, manter-se atualizado e cumprir prazos de entrega. Além disso, devia
atender às convocações para comparecimento à empresa sempre que imprescindível, manter telefone
e contato atualizado, consultar os canais de comunicação estabelecidos (e-mail, Whatsapp etc.), preser-
var o sigilo dos dados acessados de forma remota.

Lembramos, por oportuno, que as medidas neste sentido, tomadas durante a vigência da MP nº
927/2020 continuam válidas. Veja, se necessário, o “Importante” constante do item 17.

Antecipação de férias individuais - Possibilidade


Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas autorizava a antecipação de férias individuais du-
rante a pandemia, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos
que, os atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Desta forma, se o empregado entrou
em gozo de férias individuais antecipadas até 19.07.2020, estas continuam válidas. Veja, se necessário, a
informação “Importante” constante do item 17.

Com base na mencionada MP, o empregador poderá optar pela antecipação da concessão das
férias individuais, mesmo para aqueles empregados que não completaram o período aquisitivo respec-
tivo. Para tanto, o empregador informou ao empregado, por escrito ou por meio eletrônico, sobre a an-
tecipação de suas férias, com antecedência de, no mínimo, 48 horas, com a indicação do período a ser
gozado pelo empregado, observando que as férias não puderam ser gozadas em períodos inferiores a 5
dias corridos.

Além disto, puderam também, mediante acordo individual escrito entre o empregado e o empre-
gador, ser antecipados períodos futuros de férias.

Os empregados que pertençam ao grupo de risco do Coronavírus (idosos, diabéticos, cardíacos


etc) foram priorizados para o gozo de férias, individuais ou coletivas.

O pagamento da remuneração das férias concedidas nesta situação puderam ser efetuado até o
5º dia útil do mês subsequente ao início do gozo das férias e o empregador poderá optar por efetuar o
pagamento do terço constitucional até o dia 20 de dezembro.

O eventual requerimento por parte do empregado de conversão de 1/3 do direito às férias em abo-
no pecuniário estava sujeito à concordância do empregador. Neste caso, o pagamento do abono pode
ser efetuado até o dia 20 de dezembro, juntamente com o terço constitucional.
Guia de Cálculos Trabalhistas 433

Caso tenha ocorrido a rescisão contratual do empregado, o empregador pagou, juntamente com
o pagamento dos haveres rescisórios, os valores ainda não adimplidos relativos às férias.

Serviços de saúde - Suspensão das férias - Possibilidade


Durante a vigência da MP nº 927/2020, o empregador pode suspender as férias ou licenças não
remuneradas dos profissionais da área de saúde ou daqueles que desempenhem funções essenciais,
mediante comunicação formal da decisão ao trabalhador, por escrito ou por meio eletrônico, preferen-
cialmente com antecedência de 48 horas. Veja, se necessário, o “Importante” constante do item 17.

Concessão de férias coletivas

Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizava a concessão de férias coletivas com
observação de requisitos especiais, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo
legal, lembramos que, os atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário,
a informação “Importante” constante do item 17.

A concessão de férias coletivas é outra medida de emergência que pode ser adotada é a conces-
são de férias coletivas, ou seja, conceder férias simultaneamente a todos os empregados da empresa ou
de um ou mais estabelecimentos ou setores da empresa. Por certo que esta medida acarretará também
a proteção da saúde dos trabalhadores mediante a diminuição da exposição destes aos fatores de risco
(contato com pessoas infectadas).

A MP nº 927/2020 determinou que as férias deveriam ser notificadas aos empregados com antece-
dência de, no mínimo, 48 horas, e não estariam limitadas a serem gozadas em apenas 2 períodos a cada
ano, ficando dispensada também de observar a determinação de que um dos períodos não poderia ser
inferior a 10 dias corridos. Portanto, coube ao empregador, durante a vigência da mencionada MP, esta-
belecer em quantos períodos as férias coletivas seriam concedidas, bem como estabelecer o número
de dias de cada período.

Por analogia ao disposto em relação às férias individuais, entendemos que o pagamento da remu-
neração das férias coletivas, concedidas nestes termos, também pode ser efetuado até o 5º dia útil do
mês subsequente ao início do gozo das férias e o empregador pode optar por efetuar o pagamento do
terço constitucional até o dia 20 de dezembro.

A empresa também estava dispensada de comunicar à Secretaria Especial de Trabalho (SEPRT)


com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim das férias e os estabelecimentos ou seto-
res abrangidos pela medida, bem como do envio da comunicação também aos sindicatos representati-
vos da respectiva categoria profissional.

Outra questão a se observar é que, se algum trabalhador da empresa já se encontrasse em iso-


lamento ou em quarentena, este não poderia gozar de férias coletivas, uma vez que já se encontra
afastado das atividades, sendo o respectivo período de afastamento caracterizado como faltas legais
abonadas pelo empregador.

Aproveitamento e antecipação de feriados

Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizava o aproveitamento e antecipação de


feriados, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos que, os
atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário, a informação “Importante”
constante do item 17.
434 Guia de Cálculos Trabalhistas

Com base na mencionada MP o empregador, pode antecipar o gozo de feriados não religiosos
federais, estaduais, distritais e municipais, notificando, por escrito ou por meio eletrônico, o conjunto
de empregados beneficiados com antecedência de, no mínimo, 48 horas, mediante indicação expressa
dos feriados aproveitados. Os feriados puderam, também, ser utilizados para compensação do saldo em
banco de horas.

O aproveitamento de feriados religiosos dependeu de concordância do empregado, mediante


manifestação em acordo individual escrito.

Banco de horas
Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizava a realização de banco de horas com
regras específicas, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos
que, os atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário, a informação
“Importante” constante do item 17.

A MP em comento, determinou que, por meio de acordo coletivo ou acordo individual escrito
(formal) pode ser estabelecido o banco de horas, a favor da empresa ou do empregado, para a posterior
compensação nos 18 meses após a cessação do estado de calamidade pública.

Assim sendo, o empregador pode determinar que os empregados ficassem em suas residências
neste período de emergência, pagando os salários correspondentes e, assim que encerrar o período
emergencial, eles poderão trabalhar mais 2 horas por dia (observado o limite de 10 horas diárias) para
compensar as horas não trabalhadas neste período. Esta compensação deverá ser feita em até 18 meses
após a cessação do período de calamidade pública.

Esta compensação pode ser determinada pelo empregador independentemente de convenção


coletiva ou acordo individual ou coletivo.

Exames médicos/Treinamentos
Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizava a suspensão de exames médicos e
treinamento, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos que,
os atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário, a informação “Impor-
tante” constante do item 17.

A MP em comento determinou a suspensão durante o período de calamidade pública o cumpri-


mento das seguintes regras de segurança e saúde no trabalho:
a) realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares, exceto dos exames
demissionais, porém, estes exames deveriam ser realizados no prazo de 60 dias, contado da
data de encerramento do estado de calamidade pública. Na hipótese de o médico coordena-
dor de PCMSO considerar que a prorrogação representava risco para a saúde do empregado,
o médico indicaria ao empregador a necessidade de sua realização. O exame demissional po-
deria ser dispensado caso o exame médico ocupacional mais recente tivesse sido realizado há
menos de 180 dias;
b) realização de treinamentos periódicos e eventuais dos atuais empregados, previstos em nor-
mas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. Contudo, os treinamentos pode-
riam ser realizados na modalidade de ensino a distância e caberia ao empregador observar os
conteúdos práticos, de modo a garantir que as atividades fossem executadas com segurança.
Caso não ocorresse os treinamentos durante a pandemia, eles deveriam ser realizados no prazo
de 90 dias, contado da data de encerramento do estado de calamidade pública.
Guia de Cálculos Trabalhistas 435

Assim sendo, se a empresa deixou de realizar algum exame médico ou treinamento de emprega-
dos com base na MP nº 927/2020 e durante a sua vigência, este ato é considerado válido.

A dispensa da realização dos exames médicos ocupacionais, clínicos e complementares bem


como da realização dos treinamentos, não autorizava o descumprimento das normas regulamentado-
ras de segurança e saúde no trabalho pelo empregador, aplicando-se as ressalvas apenas nas hipóteses
excepcionadas.

A Lei nº 13.989/2020 determinou que durante a pandemia decorrente do Coronavírus, fica auto-
rizado, em caráter emergencial, o uso da telemedicina, assim entendida, entre outros, o exercício da
medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e
promoção de saúde.

O médico deverá informar ao paciente todas as limitações inerentes ao uso da telemedicina, ten-
do em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta.

FGTS

Prorrogação de prazo para os depósitos do FGTS - Pagamento parcelado

Embora a MP nº 927/2020, que, entre as medidas, suspendeu a exigibilidade temporária do recolhi-


mento do FGTS relativas às competências, março, abril e maio, tenha perdido a eficácia por não ter sido
convertida em lei no prazo legal, lembramos que, os atos praticados durante a sua vigência continuam
válidos. Veja, se necessário, a informação “Importante” constante do item 17.

A mencionada MP determinou que não foram exigidos temporariamente os recolhimentos do


FGTS pelos empregadores, referente às competências de março, abril e maio de 2020, com vencimento
em abril, maio e junho de 2020, respectivamente.

Os empregadores puderam fazer uso desta prerrogativa independentemente:


a) do número de empregados;
b) do regime de tributação;
c) da natureza jurídica;
d) do ramo de atividade econômica; e
e) da adesão prévia.

Por meio da Circular Caixa nº 921/2020, que aprovou o Manual de Orientação de Recolhimentos
Mensais e Rescisórios do FGTS, Capítulo I, item 3, foram divulgadas as orientações a serem observadas
pelos empregadores, sendo determinado, entre outros, que:
a) puderam fazer usos desta prerrogativa todos os empregadores, inclusive o empregador do-
méstico, independentemente de adesão prévia;
b) para o uso da prerrogativa de suspensão da exigibilidade do recolhimento do FGTS, o empre-
gador e o empregador doméstico permaneceram obrigados a declarar as informações, até o
dia 07 de cada mês, na forma seguinte, por meio do Conectividade Social e eSocial, conforme
o caso:
b.1) os empregadores usuários do Sefip adotaram as orientações contidas no Manual da
GFIP/SEFIP para Usuários do SEFIP 8.4, em seu Capítulo I, item 7, obrigatoriamente com o
uso da modalidade 1 (Declaração ao FGTS e à Previdência);
436 Guia de Cálculos Trabalhistas

b.2) os empregadores domésticos usuários do eSocial adotaram as orientações contidas


Manual de Orientação do eSocial para o Empregador Doméstico, em seu item 4, su-
bitem 4.3 (Emitir Guia), destacando-se a obrigatoriedade de emissão da guia de reco-
lhimento Documento de Arrecadação do eSocial - DAE, dispensada sua impressão e
quitação;
b.3) o empregador que não prestou a declaração da informação ao FGTS até o dia 07 de cada
mês, na forma mencionada, ficou obrigado a realizá-la impreterivelmente até a data limite
de 20.06.2020 para fins de não incidência de multa e encargos devidos, sem prejuízo da
aplicação de outras penalidades previstas em Lei e regulamento;
c) as competências março, abril e maio/2020 não declaradas ou recolhidas até o dia 20 de junho
de 2020 serão, após esse prazo, consideradas em atraso e terão incidência de multa e encargos
devidos na forma do art. 22 da Lei nº 8.036/1990, apurados com base na data devida da compe-
tência;
d) as informações prestadas constituem declaração e reconhecimento dos créditos delas decor-
rentes, caracterizam confissão de débito e constituem instrumento hábil e suficiente para a
cobrança do crédito de FGTS.

Parcelas - Pagamento

O parcelamento do recolhimento do FGTS, cujas informações foram declaradas pelo empregador


e empregador doméstico referentes às competências março, abril e maio de 2020, com vencimento em
abril, maio e junho de 2020, respectivamente, será efetuado em 6 parcelas com vencimento no dia 07 de
cada mês, com início em julho de 2020 e fim em dezembro de 2020.

Por meio da Resolução CC/FGTS nº 961/2020, foi estabelecida, entre outras, regra excepcional e
transitória aplicável aos empregadores com parcelamentos de débitos para com o FGTS vigentes em
22.03.2020, sendo determinado que:
a) as parcelas com vencimento entre os meses de março e agosto de 2020, que inadimplidas não
implicarão na rescisão automática do parcelamento;
b) no caso de não quitação das mencionadas parcelas, fica autorizada a reprogramação de ven-
cimentos do fluxo de pagamentos remanescente, de modo a acomodar sequencialmente as
parcelas que permaneceram em aberto a partir do mês de setembro de 2020, independente de
formalização de aditamento contratual;
c) as parcelas não pagas integralmente que tiverem vencido ou vencerem, originalmente, nos
meses de março, abril, maio, junho, julho e agosto de 2020, somente poderão ser consideradas
inadimplidas, para fins de rescisão do parcelamento, a partir dos meses de setembro, outubro,
novembro, dezembro, todos de 2020, e janeiro e fevereiro de 2021, respectivamente.

Tais determinações não afastam a incidência da atualização e de todas as multas e demais encar-
gos previstos na legislação.

O anteriormente mencionado não se aplica a débitos de FGTS de caráter rescisório, que deverão
ser pagos na forma da Resolução CC/FGTS nº 940/2019.

No período entre março e agosto/2020, se o trabalhador tiver direito à utilização de valores de


sua conta vinculada no FGTS, por motivo de rescisão do contrato de trabalho, o empregador deverá
antecipar todos os valores relativos àquele trabalhador, incluindo-os de forma discriminada, como valor
adicional à parcela mensal fixada.
Guia de Cálculos Trabalhistas 437

Rescisão contratual - Ocorrência

É devida a antecipação do recolhimento referente às competências março, abril e maio de 2020


para o prazo do recolhimento rescisório, inclusive no caso de parcelas vincendas relativas ao parcela-
mento com pagamento fracionado, bem como os depósitos dos valores referentes ao mês da rescisão e
ao imediatamente anterior, que ainda não houver sido recolhido, além da multa rescisória.

Foi também suspensa a contagem do prazo prescricional dos débitos relativos a contribuições do
FGTS pelo prazo de 120 dias, contado de 22.03.2020.

Empresas de saúde - Prorrogação da jornada

Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizou as empresas de saúde a prorrogarem


a jornada por até 12 horas, mesmo nas atividades insalubres, inclusive na jornada 12 X 36, tenha per-
dido a eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo legal, lembramos que, os atos praticados
durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se necessário, a informação “Importante” constante
do item 17.
A mencionada MP permitiu aos estabelecimentos de saúde, mediante acordo individual escrito,
mesmo para as atividades insalubres e para a jornada de trabalho 12 X 36:
a) prorrogar a jornada de trabalho, por até 12 horas diárias nos termos do disposto no art. 61 da
CLT; e

O art. 61 da CLT estabelece:

Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal
ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclu-
são de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.

§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção cole-
tiva ou acordo coletivo de trabalho.

§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora exceden-
te não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remunera-
ção será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá
exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.

§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força


maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorroga-
da pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à
recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior
a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade com-
petente.
b) adotar escalas de horas suplementares entre a décima terceira e a vigésima quarta hora do
intervalo interjornada, sem que houvesse penalidade administrativa, garantido o repouso se-
manal remunerado.
As horas suplementares computadas poderiam ser compensadas, no prazo de 18 meses, contado
da data de encerramento do estado de calamidade pública, por meio de banco de horas ou remunera-
das como hora extra.
438 Guia de Cálculos Trabalhistas

Processos administrativos - Prazos processuais - Suspensão


A Medida Provisória nº 927/2020, a qual perdeu eficácia em 19.07.2020, por não ter sido convertida
em lei, determinou que durante o período de 180 dias, contados de 22.03.2020, os prazos processuais
para apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos administrativos originados a partir de
autos de infração trabalhistas e notificações de débito de FGTS ficariam suspensos. A mencionada MP
gerou efeitos no período de 22.03 a 19.07.2020.

Acordos e convenções coletivas - Efeitos - Prorrogação


A Medida Provisória nº 927/2020, a qual perdeu eficácia em 19.07.2020, por não ter sido convertida
em lei, determinou que os acordos e as convenções coletivos vencidos ou vincendos, no prazo de 180
dias, contado de 22.03.2020, puderam ser prorrogados, a critério do empregador, pelo prazo de 90 dias,
após o termo final deste prazo. A mencionada MP gerou efeitos no período de 22.03 a 19.07.2020.

Medidas já tomadas pelas empresas - Convalidação


A Medida Provisória nº 927/2020, a qual perdeu eficácia em 19.07.2020, por não ter sido convertida
em lei, determinou que se consideram convalidadas as medidas trabalhistas adotadas por emprega-
dores que não contrariem as disposições nela contidas, tomadas no período dos 30 dias anteriores
a 22.03.2020, data de sua entrada em vigor. A mencionada MP gerou efeitos no período de 22.03 a
19.07.2020.

Vasos sob pressão (NR 13) - Postergação do prazo para inspeção periódica
Durante a vigência do estado de emergência decorrente do Coronavírus, pode ocorrer a poster-
gação de até 6 meses (improrrogável) do prazo previsto para a inspeção de segurança periódica de vaso
sob pressão, tubulação e tanque metálico de armazenamento, estipulada na Norma Regulamentadora
nº 13 (NR 13), atualmente com redação da Portaria MTb nº 1.082/2018.

Referida postergação, nos termos da Portaria SEPRT nº 15.797/2020, deve ocorrer mediante justifi-
cativa formal do empregador, acompanhada por análise técnica e respectivas medidas de contingência
para mitigação dos riscos, elaborada por profissional habilitado ou por grupo multidisciplinar por ele
coordenado, com emissão da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Autorização de saque de até um salário-mínimo do saldo das contas vinculadas, por trabalhador
Como mais uma medida de enfrentamento da pandemia decorrente do Coronavírus, o gover-
no federal, por meio da Medida Provisória nº 946/2020, havia determinado que, a partir de 15.06 e até
31.12.2020, cada trabalhador poderia sacar de sua conta vinculada do FGTS, o valor máximo de R$ 1.045,00
(um salário-mínimo).

Se o trabalhador possuísse mais de uma conta vinculada, o mencionado saque seria feito na se-
guinte ordem:

a) contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extintos, com início pela conta que tiver o
menor saldo; e
b) demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o menor saldo.
Os saques seriam efetuados conforme cronograma de atendimento, critérios e forma estabeleci-
dos pela Caixa, sendo permitido o crédito automático para conta de depósitos de poupança de titula-
ridade do trabalhador previamente aberta na Caixa, desde que o trabalhador não se manifeste negati-
Guia de Cálculos Trabalhistas 439

vamente, ou o crédito em conta bancária de qualquer instituição financeira, indicada pelo trabalhador,
desde que seja de sua titularidade.

A transferência para outra instituição financeira não acarretaria cobrança de tarifa pela instituição
financeira.

Ocorre que a Medida Provisória em comento (MP nº 946/2020) teve seu prazo de vigência encer-
rado no dia 04.08.2020 (Ato Declaratório CN nº 101/2020), por não ter sido convertida em lei. Contudo, a
mesma vigorou até 03.08.2020 e, os atos que foram praticados durante a sua vigência continuam válidos.

Determina o art. 62 da Constituição Federal, que cabe ao Congresso Nacional, disciplinar, por
meio de decreto legislativo, as relações jurídicas decorrentes da MP nº 946/2020. Não editado o decreto
legislativo em até 60 dias, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a
vigência da MP continuarão por ela regidos.

Recontratação de empregados dispensados sem justa causa antes de 90 dias da dispensa


A Portaria SEPRT nº 16.655/2020 determinou que, durante o estado de calamidade pública decor-
rente do Coronavírus, ou seja, de março a dezembro/2020, o empregador poderá recontratar o empre-
gado que foi dispensado sem justo motivo, antes de decorridos os 90 dias contados da formalização da
rescisão, sem que tal pratica seja considerada fraudulenta conforme determinado na Portaria MTA nº
384/1992, desde que mantidos os mesmos termos do contrato rescindido.

Para que a recontratação possa ser efetuada em termos diversos do contrato anterior é necessá-
rio negociação coletiva com o sindicato da categoria profissional respectiva.

Lembra-se que, em tempos de normalidade, considera-se fraudulenta a recontratação, em menos


de 90 dias após a rescisão sem justa causa, posto que nesta situação a rescisão é entendida como efe-
tuada para possibilitar o saque indevido do FGTS e de recebimento indevido do seguro-desemprego.

Licença remunerada
Poderá o empregador, também, optar pela concessão de licença remunerada aos empregados,
como forma de proteção, evitando a exposição dos mesmos ao Coronavírus. Nesse caso, o período de
licença constitui uma interrupção do contrato de trabalho, com percepção normal dos salários.

Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e da Renda


O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda tem por finalidade a preser-
vação do emprego e da renda; a garantia da continuidade das atividades laborais e empresariais e a
redução do impacto social decorrente das consequências do estado de calamidade pública e de emer-
gência de saúde pública. O programa será aplicado apenas durante o estado de calamidade pública e
comporta as seguintes medidas:
a) redução proporcional de jornada de trabalho e de salários; e
b) suspensão temporária do contrato de trabalho;
c) pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (Bem).

O programa não será aplicado no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
nicípios, aos órgãos da administração pública direta e indireta, às empresas públicas e sociedades de
economia mista, inclusive às suas subsidiárias, e aos organismos internacionais.
440 Guia de Cálculos Trabalhistas

Compete ao Ministério da Economia:


a) coordenar, executar, monitorar e avaliar o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego
e da Renda e editar normas complementares necessárias à sua execução;
b) divulgar semanalmente, por meio eletrônico, as informações detalhadas sobre os acordos fir-
mados, com o número de empregados e empregadores beneficiados, bem como o quantitati-
vo de demissões e admissões mensais realizados no País.

A concessão e o pagamento do benefício emergencial de preservação do emprego e da renda,


observadas as prorrogações de prazo autorizadas pelo Decreto nº 10.422/2020 ficam condicionados às
disponibilidades orçamentárias.

Benefício emergencial de preservação do emprego e da renda (BEm)


O benefício emergencial de preservação do emprego e da renda (BEm), será operacionalizado e
pago pelo Ministério da Economia, é pessoal e intransferível e será devido mensalmente a partir da data
do início da redução proporcional da jornada de trabalho e de salário ou da suspensão temporária do
contrato de trabalho, será custeado com recursos da União.

O benefício será pago ao empregado independentemente do:


a) cumprimento de qualquer período aquisitivo;
b) tempo de vínculo empregatício; e
c) número de salários recebidos.

Nota
A concessão e o pagamento do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda fica condicionado às dispo-
nibilidades orçamentárias e à duração do estado de calamidade pública.

Situações em que o BEm não será devido


O benefício emergencial de preservação do emprego e da renda não será devido ao trabalhador
(mesmo que submetido a redução de jornada e salário ou a suspensão contratual) que:
a) esteja ocupando cargo ou emprego público, cargo em comissão de livre nomeação e exonera-
ção, ou seja, titular de mandato eletivo;
b) tiver contrato de trabalho iniciado até 1º.04.2020 (data da entrada em vigor da Medida Provi-
sória nº 936/2020 ora convertida na Lei nº 14.020/2020) e informado no eSocial ou constante
da base do Cadastro Nacional Informações Sociais (CNIS) até 02.04.2020. Para a validação das
mencionadas datas poderão ser utilizadas outras bases de dados à disposição da SEPRT; ou
c) em gozo:
c.1) de benefício de prestação continuada do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou
dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) ressalvado a pensão por morte e o
auxílio-acidente;
c.2) do seguro-desemprego, em qualquer de suas modalidades; e
c.3) da bolsa de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998/1990.

O benefício também não será devido no caso de ser verificada a exigência de manutenção da
mesma produtividade ou do mesmo desempenho do trabalho existentes antes da redução proporcional
Guia de Cálculos Trabalhistas 441

de jornada e salário para os empregados não sujeitos a controle da jornada de trabalho (art. 62 da CLT)
e também no caso de empregados que recebam remuneração variável.

É vedada a celebração de acordo individual para redução proporcional de jornada de trabalho e


de salário ou para suspensão temporária do contrato de trabalho com empregado que se enquadre em
alguma das vedações à percepção do benefício conforme informado anteriormente. Portanto, nestas
situações as alterações somente poderão ser efetuadas mediante negociação coletiva.

Concessão - Requisitos

Para a concessão do benefício será observado o seguinte:


a) o empregador informará ao Ministério da Economia a redução da jornada de trabalho e de sa-
lário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho, no prazo de 10 dias, contado da data
da celebração do acordo;
b) a primeira parcela será paga no prazo de 30 dias, contado da data da celebração do acordo,
desde que a celebração do acordo seja informada no prazo 10 dias mencionado na letra “a”; e
c) o benefício emergencial será pago exclusivamente enquanto durar a redução proporcional da
jornada de trabalho e de salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho.

Na hipótese de o empregador não prestar a informação dentro do prazo estabelecido:


a) ficará responsável pelo pagamento da remuneração no valor anterior à redução da jornada
de trabalho e de salário ou da suspensão temporária do contrato de trabalho do empregado,
inclusive dos respectivos encargos sociais e trabalhistas, até que a informação seja prestada;
b) a data de início do benefício será fixada na data em que a informação tenha sido efetivamente
prestada e o benefício será devido pelo restante do período pactuado; e
c) a primeira parcela, observado o disposto na letra “b”, será paga no prazo de 30 dias, contado da
data em que a informação tenha sido efetivamente prestada.

Informações ao ME - Formas de transmissão

Conforme já informado, para a habilitação do empregado ao recebimento do benefício, o empre-


gador informará ao Ministério da Economia a realização de acordo de redução de jornada de trabalho e
de salário ou da suspensão temporária de contrato de trabalho com o empregado, no prazo de 10 dias,
contados a partir da data da celebração do acordo, devendo constar da comunicação:
a) número de Inscrição do empregador (CNPJ, CEI ou CNO);
b) data de admissão do empregado;
c) número de inscrição no CPF do empregado;
d) número de inscrição no PIS/PASEP do empregado;
e) nome do empregado;
f) nome da mãe do empregado;
g) data de nascimento do empregado;
h) salários dos últimos 3 meses;
i) tipo de acordo firmado: suspensão temporária do contrato, redução proporcional da jornada
e do salário ou a combinação de ambos;
442 Guia de Cálculos Trabalhistas

j) data do início e duração de cada período acordado de redução ou suspensão;


k) percentual de redução da jornada para cada período do acordo, se o tipo de adesão for redu-
ção de jornada;
l) caso o empregado possua conta bancária, os dados necessários para pagamento: número do
banco, número da agência, número da conta corrente e tipo da conta. A informação desses
dados deverá ser precedida de expressa autorização do empregado; e
m) tratando-se de pessoa jurídica, se o faturamento é superior a R$ 4.800.000,00.

Nota
A Medida Provisória nº 982/2020, disciplina a criação da conta tipo poupança social digital para o recebimento do BEm.

Para tanto, o empregador poderá enviar arquivos contendo as informações solicitadas, conforme
leiaute padronizado disponível no endereço eletrônico “http://servicos.mte.gov.br/bem/”.

A informação do acordo para recebimento do benefício deverá ser realizada pelo empregador
exclusivamente por meio eletrônico, no endereço https://servicos.mte.gov.br/bem.

O empregador doméstico e empregador pessoa física serão direcionados para o portal “gov.br” para:
a) providenciar sua senha de acesso, conforme os procedimentos do portal;
b) informar individualmente cada acordo; e
c) após a informação do acordo, acompanhar o resultado do processamento das informações
remetidas e o resultado do pedido de concessão do BEm.

O empregador pessoa jurídica será direcionado para o portal “empregador web”, atendendo aos
requisitos de habilitação do ambiente, para:
a) informar individualmente, ou por meio de arquivos no formato “csv”, os acordos celebrados; e
b) após a informação do acordo, acompanhar o resultado do processamento das informações
remetidas e o resultado do pedido de concessão do BEm.

Para os acordos realizados antes de 24.04.2020, o BEm terá como data de início a data da celebra-
ção do acordo, desde que informados no prazo de 10 dias a partir de 24.04.2020.

O acordo firmado poderá ser alterado pelo empregador e pelo empregado, a qualquer tempo,
devendo o empregador informar ao ME os dados do acordo alterado em até 5 dias corridos contados
da alteração.

A ausência de comunicação pelo empregador no prazo mencionado:


a) acarretará na sua responsabilização pela devolução à União dos valores recebidos a maior pelo
empregado; ou
b) implicará no dever de pagar ao empregado a diferença entre o BEm pago e o devido por força
da mudança do acordo.
Respeitados os prazos de comunicação a alteração produzirá efeito:
a) no primeiro pagamento mensal, caso realizada nos 20 primeiros dias de vigência da redução
ou suspensão;
b) no segundo pagamento mensal, caso realizada após o 20º até o 50º dia de vigência da redução
ou suspensão;
Guia de Cálculos Trabalhistas 443

c) no terceiro pagamento mensal, caso realizada após o 50º até o 80º dia de vigência da redução
ou suspensão; ou
d) no pagamento final para ajuste, caso realizado após o 80º dia.

A primeira parcela será liberada 30 dias após a data do início da redução ou suspensão, na hipó-
tese da informação ser prestada no prazo de 10 dias da celebração do acordo, ou a partir da informação
do empregador, se a comunicação for efetivada após o prazo de 10 dias da celebração do acordo, e as
demais parcelas serão creditadas a cada intervalo de 30 dias, contados da emissão da parcela anterior.

As informações de alteração prestadas dentro do intervalo de até 10 dias anteriores às datas de


pagamento mencionadas anteriormente não serão processadas na parcela do mês corrente, tendo
seus efeitos aplicados na parcela do mês subsequente.

Análise e concessão do BEm


Informado o acordo, os dados enviados serão analisados e o pagamento do BEm:
a) será deferido, se todas as informações estirem corretas e as condições de elegibilidade forem
atingidas;
b) aguardará o cumprimento das exigências solicitadas, se alguma informação estiver faltando
ou estiver incorreta ou em desconformidade com as bases de dados do Poder Executivo; ou
c) será indeferido, na hipótese de não preenchimento dos requisitos exigidos.

O empregado poderá acompanhar a tramitaçãoo do processo de concessão do BEm pelo portal


Gov.br e também pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, mediante cadastramento e senha, que
dará acesso:
a) às informações sobre o acordo;
b) à data de recebimento das parcelas;
c) às notificações sobre exigências e decisões relacionadas ao benefício; e
d) ao andamento das defesas ou dos recursos apresentados.

Em caso de exigência de regularização das informações prestadas, o empregador será notificado,


no prazo de 15 dias corridos, conforme ato da SEPRT. Se a exigência envolver dados não declarados ou
declarados incorretamente, a concessão do BEm e os prazos de pagamento ficarão condicionados à
retificação das informações a qual deverá conter todas as informações exigidas e deverá ser implemen-
tada pelos mesmos portais previstos para a informação do acordo.

Se o empregador cumprir as exigências no prazo de 30 dias corridos, contados da data em que


o benefício deveria ter sido pago, será mantida como data de início da vigência aquela constante da
informação do acordo, sendo a parcela do BEm incluída próximo lote de pagamento disponível posterior
à decisão.

O não atendimento da exigência de regularização das informações no prazo de 30 dias corridos,


contados da data em que o benefício deveria ter sido pago, importará em desistência do pedido admi-
nistrativo e no arquivamento definitivo do requerimento. Cumprida a exigência no prazo estabelecido, o
arquivo será processado e o interessado será notificado da decisão sobre seu requerimento.

Deferido o benefício, será mantida como data de início do BEm aquela constante da informação
do acordo, incluindo-se a parcela correspondente no próximo lote de pagamento disponível.
444 Guia de Cálculos Trabalhistas

Se o BEm for indeferido ou arquivado por não atendimento de exigências de regularização das
informações ou de indeferimento de recurso, o empregador ficará responsável pelo pagamento da
remuneração no valor anterior à redução proporcional da jornada de trabalho e de salário ou à sus-
pensão temporária do contrato de trabalho do empregado, inclusive dos respectivos tributos, contri-
buições e encargos devidos. O mesmo será aplicável para os casos de cessação de BEm motivados
por ato atribuível ao empregador e para os períodos cujos pagamentos tenham sido considerados
indevidos.

Valor do benefício
O valor do benefício terá como base de cálculo o valor mensal do seguro-desemprego (*) a que o
empregado teria direito, observadas as seguintes disposições:
a) na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário, será calculado aplicando-se sobre
a base de cálculo o percentual da redução; e
b) na hipótese de suspensão temporária do contrato de trabalho, terá valor mensal:
b.1) equivalente a 100% do valor do seguro-desemprego a que o empregado teria direito, no
caso de empregado de empresa com faturamento de até R$ 4.800.000,00 no ano de 2019; ou
b.2) equivalente a 70% do seguro-desemprego a que o empregado teria direito, no caso de
empresa que auferiu, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a R$ 4.800.000,00,
posto que nesta situação a empresa fica obrigada a conceder ajuda compensatória men-
sal no valor de 30% do valor do salário do empregado, durante o período da suspensão
temporária de trabalho pactuado.

Nos casos em que o cálculo do benefício emergencial resultar em valores decimais, o valor a ser
pago deverá ser arredondado para a unidade inteira imediatamente superior.

(*) Para cálculo do valor do benefício do seguro-desemprego, segundo as faixas salariais a que se refere
a Lei nº 7.998/1990, art. 5º, serão aplicados os seguintes critérios:

TABELA PARA CÁLCULO DO SEGURO-DESEMPREGO DESDE 11.01.2020 (*)


FAIXAS DE SALÁRIO MÉDIO
(MÉDIA DOS 3 ÚLTIMOS SALÁRIOS ANTERIORES VALOR DA PARCELA
AO MÊS DA CELEBRAÇÃO DO ACORDO)
Até R$ 1.599,61 Multiplica-se o salário médio por 0,8 (80%).
O que exceder a R$ 1.599,61 multiplica-se por 0,5 (50%)
De R$ 1.599,62 até R$ 2.666,29
e soma-se a R$ 1.279,69.
Acima de R$ 2.666,29 O valor da parcela será de R$ 1.813,03, invariavelmente.

(*) Tabela publicada no site da Secretaria de Trabalho, do Ministério da Economia (http://trabalho.gov.br/


seguro-desemprego/modalidades/seguro-desemprego-formal).

O salário será calculado com base no mês completo de trabalho, mesmo que o trabalhador não
tenha trabalhado integralmente em qualquer dos 3 últimos meses.

Não será computada na média de salários a competência em que houver redução proporcional
de jornada e de salários.

Caso o trabalhador não tenha percebido os 3 últimos salários, o valor base será apurado com a
média dos 2 últimos ou, ainda, no valor do último salário e, na ausência de informações no CNIS sobre
os últimos 3 meses do salário, o valor base será o valor do salário-mínimo nacional.
Guia de Cálculos Trabalhistas 445

O empregador é responsável pelo pagamento de eventual diferença entre o valor pago pela União
e o efetivamente devido ao empregado, quando a diferença decorrer de ausência ou erro nas informa-
ções prestadas pelo empregador que constituem as bases do CNIS.

Empregado com mais de um vínculo - Benefício - Acumulação


O empregado com mais de um vínculo formal de emprego poderá receber cumulativamente um
benefício emergencial de preservação do emprego e da renda para cada vínculo com redução propor-
cional de jornada de trabalho e de salário ou com suspensão temporária do contrato de trabalho.

Se houver vínculos na modalidade de trabalho intermitente será observado o valor de R$ 600,00 e


não irá gerar direito à concessão de mais de um benefício emergencial mensal.

Recurso administrativo
As notificações referentes ao BEm quanto à necessidade de cumprimento de exigências, arquiva-
mento, deferimento e indeferimento serão realizadas exclusivamente por meio digital, mediante cadas-
tramento em sistema próprio e utilização de certificado digital ou uso de login e senha, no portal "gov.br"
para notificações endereçadas ao empregador doméstico e ao empregador pessoa física ou no portal
"empregador web" para notificações endereçadas ao empregador pessoa jurídica.

Após o registro das informações sobre o acordo, a notificação em relação à decisão proferida so-
bre o BEm ocorrerá em até 15 dias corridos.

Nos casos de suspensão ou de cessação do pagamento do BEm por suspeita de irregularidade, a


notificação será realizada por via postal, com aviso de recebimento, por carta, telegrama ou outro meio
que assegure a certeza da ciência do interessado. Se o interessado estiver em local incerto e não sabido,
não for encontrado ou recusar-se a receber o documento, a notificação será por meio de publicação no
Diário Oficial da União (DOU).

Caberá recurso administrativo nas seguintes hipóteses:


a) da decisão de indeferimento do BEm, no prazo de 30 dias, contados da data em que o paga-
mento da primeira parcela do benefício deveria ter sido paga;
b) da decisão de deferimento do BEm quanto ao seu montante, no prazo de 30 dias, contados da
data do pagamento da primeira parcela do benefício; e
c) da decisão de cessação do BEm, no prazo de 10 dias, contados da data da notificação da deci-
são.

Os prazos para cumprimento de exigências, para apresentação de defesa e para interposição de


recurso contra decisões relativas ao BEm serão contados em dias corridos, excluindo-se da contagem
o dia do começo e incluindo-se o do vencimento. Se o vencimento recair em fins de semana ou em dias
de feriados nacionais o prazo será prorrogado para o primeiro dia útil seguinte.

O recurso deverá ser julgado em até 30 dias corridos contados da data da interposição.

As defesas e recursos do empregador pessoa jurídica serão interpostos pelo portal "empregador
web" e as do empregador doméstico e do empregador pessoa física serão interpostos pelo portal "gov.br".

O empregado poderá, nas mesmas hipóteses previstas para o empregador, apresentar as defesas
e interpor os recursos em relação ao seu BEm. Neste caso, o recurso e a defesa serão interpostos por
meio do portal "gov.br" ou pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
446 Guia de Cálculos Trabalhistas

Cessação e devolução do BEm recebido indevidamente


O pagamento do BEm será cessado nas seguintes situações:
a) transcurso do prazo pactuado de redução e suspensão informado pelo empregador;
b) retomada da jornada normal de trabalho ou encerramento da suspensão do contrato de traba-
lho antes do prazo pactuado (competindo ao empregador informar a retomada no prazo de 2
dias corridos, sob pena de responsabilização pela devolução dos valores recebido a maior pelo
empregado);
c) pela recusa, por parte do empregado, de atender ao chamado do empregador para retomar
sua jornada normal de trabalho (competindo ao empregado informar o chamado no prazo de 2
dias corridos, sob pena de responsabilização pela devolução dos valores recebido a maior pelo
empregado);
d) início de percepção de benefício de prestação continuada do RGPS ou de RPPS, exceto o au-
xílio-acidente e a pensão por morte (cabe ao empregador informar esta ocorrência, por escrito
ao empregador, que deverá informar ao Ministério da Economia o cancelamento do acordo);
e) início de percepção do benefício de seguro desemprego, em qualquer de suas modalidades, ou
da bolsa qualificação de que trata o art. 2º da Lei art. 2º-A da Lei nº 7.998/1990 (cabe ao empre-
gador informar esta ocorrência, por escrito, ao empregador, que deverá informar ao Ministério
da Economia o cancelamento do acordo);
f) posse em cargo público, cargo em comissão de livre nomeação e exoneração, emprego público
ou mandato eletivo. (cabe ao empregador informar esta ocorrência, por escrito, ao empregador,
que deverá informar ao Ministério da Economia o cancelamento do acordo);
g) por comprovação da falsidade na prestação de informações necessárias à habilitação (se ve-
rificados indícios suficientes desta ocorrência, o pagamento do BEm será suspenso e o em-
pregador será notificado para apresentar defesa no prazo de 5 dias, contados da data da co-
municação da decisão. Se acolhida a defesa o BEm será restabelecido desde a data de sua
suspensão);
h) por comprovação de fraude visando à percepção indevida do BEm (se verificados indícios sufi-
cientes desta ocorrência, o pagamento do BEm será suspenso e o empregador será notificado
para apresentar defesa no prazo de 5 dias, contados da data da comunicação da decisão. Se
acolhida a defesa o BEm será restabelecido desde a data de sua suspensão);
i) por morte do beneficiário.

Na hipótese de omissão do empregado quanto a obrigação mencionada nas letras “d”, “e” e “f”
ficará obrigado a recolher a diferença recebida ao Ministério da Economia por meio de Guia de Recolhi-
mento da União (GRU).

Nas hipóteses de cessação do benefício ou sua alteração, o empregador ficará responsável pelo
pagamento da remuneração no valor anterior à redução proporcional da jornada de trabalho e de salário
ou à suspensão temporária do contrato de trabalho do empregado ou de eventuais diferenças decorren-
tes, inclusive dos respectivos tributos, contribuições e encargos devidos.

O empregador poderá recorrer da decisão de cessação, no prazo de 10 dias, contados da data da


comunicação da decisão.
As parcelas ou valores do BEm recebidos indevidamente ou além do devido pelos empregados,
serão restituídos mediante depósito na Conta Única do Tesouro Nacional, mediante Guia de Recolhi-
mento da União (GRU), em até 30 dias contados da data do recebimento de notificação, observando os
critérios estabelecidos pela SEPRT para apresentação de defesa e recurso.
Guia de Cálculos Trabalhistas 447

Serão inscritos em dívida ativa da União os créditos constituídos em decorrência de BEm pago
indevidamente ou além do devido, hipótese em que se aplica o disposto na Lei nº 6.830/1980, para a
execução judicial.

Redução proporcional de jornada de trabalho e de salário


A Lei nº 14.020/2020 determinou que, durante o estado de calamidade pública o empregador pode-
rá acordar a redução proporcional da jornada de trabalho e de salário de seus empregados, por setor, por
departamento, de forma parcial ou na totalidade dos postos de trabalho por até 90 dias e permitiu que
este período fosse prorrogado por ato do Poder Executivo. O Decreto nº 10.422/2020 prorrogou o mencio-
nado prazo por mais 30 dias, e, posteriormente, o Decreto nº 10.470/2020 determinou nova prorrogação
por mais 60 dias, totalizando 180 dias.
Visualizando:

PRAZO ORIGINAL PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO


TOTAL
(MP 936/LEI 14.020) (DECRETO Nº 10.422) (DECRETO Nº 10.470)

90 dias 30 dias 60 dias 180 dias

Na redução proporcional de jornada e salário serão observados os seguintes critérios:


a) deverá ser preservado o valor do salário-hora de trabalho;
b) a redução será estabelecida, conforme o caso, mediante acordo individual escrito entre em-
pregador e empregado, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; e
c) na hipótese de pactuação por acordo individual deve haver o encaminhamento da proposta
de acordo ao empregado com antecedência de, no mínimo, 2 dias corridos, e a redução da
jornada de trabalho e de salário, deverá ocorrer exclusivamente, nos seguintes percentuais:
c.1) 25%;
c.2) 50%; ou
c.3) 70%.

Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário deverão ser comunicados


pelos empregadores ao respectivo sindicato laboral, no prazo de até 10 dias corridos, contado da data
de sua celebração.

Exemplos de prorrogação de acordo


a) considerando que a empresa já tenha efetuado acordo de redução proporcional de jornada/salário por 90
dias, poderá, agora, acordar com o empregado nova redução de jornada/salário por 90 dias, totalizando 180 dias
(prazo máximo permitido), ou seja, 90 dias do acordo anterior + 90 dias do novo acordo);
b) considerando que a empresa já tenha efetuado 2 acordos de redução proporcional de jornada/salário, sendo
1 de 30 dias e o outro de 60 dias, poderá agora, acordar com o empregado nova redução de jornada/salário por
90 dias, totalizando 180 dias (prazo máximo permitido), ou seja, 30 dias do 1º acordo + 60 dias do 2º acordo + 90
dias do novo acordo);
c) caso a empresa ainda não tenha estabelecido nenhum acordo de redução proporcional de jornada/salário,
poderá, agora, negociar a redução por até 180 dias.
Lembrando, porém, que o período máximo permitido fica limitado à duração do estado de calamidade pública,
ou seja, até 31.12.2020.

Veja o disposto no item “Redução de jornada e salário ou a suspensão do contrato - Necessidade


ou não de acordo com o sindicato” adiante em relação às hipóteses em que a pactuação do acordo pode
ser feita por negociação coletiva ou individual e as situações em que a negociação coletiva é exigida.
448 Guia de Cálculos Trabalhistas

Valor do benefício emergencial (BEm) a ser pago


Conforme já informado, o valor do benefício terá como base de cálculo o valor mensal do seguro-
-desemprego a que o empregado teria direito. Na hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário,
será calculado aplicando-se sobre a base de cálculo o percentual da redução.

Exemplo
1) Considerando um empregado que em virtude do valor da remuneração auferida, teria direito ao seguro-de-
semprego no valor máximo, ou seja, R$ 1.813,03, temos:

a) Redução de 25% - Valor do benefício emergencial = R$ 453,26, ou seja, 25% de R$ 1.813,03;

b) Redução de 50% - Valor do benefício emergencial = R$ 906,52, ou seja, 50% de R$ 1.813,03;

c) Redução de 70% - Valor do benefício emergencial = R$ 1.269,12, ou seja, 70% de R$ 1.813,03.


2) Considerando um empregado com salário de R$ 2.600,00 nas 3 situações de redução de salário e jornada,
temos:

Apuração do valor do seguro-desemprego, considerando a média mensal de R$ 2.600,00

- R$ 1.279,69 equivalente a 80% de R$ 1.599,61

- R$ 500,19 equivalente a 50% de R$ 1.000,39

- R$ 1.779,88 - Total do seguro-desemprego a que o segurado teria direito.

Cálculo

SALÁRIO
REDUÇÃO DE 25% REDUÇÃO DE 50% REDUÇÃO DE 70%
ANTES DA REDUÇÃO

R$ 2.600,00 R$ 1.950,00 R$ 1.300,00 R$ 780,00

Benefício emergencial devido R$ 444,97 R$ 889,94 R$ 1.245,92

Total devido ao empregado R$ 2.394,97 R$ 2.189,94 R$ 2.025,92

A empresa poderá também pagar ao empregado ajuda compensatória.

Restabelecimento da jornada e salário


A jornada de trabalho e o salário pago anteriormente serão restabelecidos no prazo de 2 dias cor-
ridos, contado:
a) da cessação do estado de calamidade pública;
b) da data estabelecida como termo de encerramento do período de redução pactuado; ou
c) da data de comunicação do empregador que informe ao empregado sobre a sua decisão de
antecipar o fim do período de redução pactuado.

Complementação da contribuição previdenciária do empregado - Possibilidade


Durante o período de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário, a contribuição
previdenciária do empregado poderá ser complementada, observando a tabela mensal de contribuição
previdenciária dos empregados.
Guia de Cálculos Trabalhistas 449

MODELO DE REDUÇÃO DE JORNADA E DE SALÁRIO


450 Guia de Cálculos Trabalhistas

Suspensão temporária do contrato de trabalho


A Lei nº 14.020/2020 determinou que, durante o estado de calamidade pública, o empregador po-
derá acordar a suspensão temporária do contrato de trabalho de seus empregados, por setor, por de-
partamento, de forma parcial ou na totalidade dos postos de trabalho pelo prazo máximo de 60 dias e
permitiu que este período fosse prorrogado por ato do Poder Executivo. O Decreto nº 10.422/2020 pror-
rogou o mencionado prazo por mais 60 dias, e, recentemente, o Decreto nº 10.470/2020 permitiu, mais
uma vez, a prorrogação do prazo por mais 60 dias, totalizando, portanto, 180 dias.

Visualizando:

PRAZO ORIGINAL PRORROGAÇÃO PRORROGAÇÃO


TOTAL
(MP 936/LEI 14.020) (DECRETO Nº 10.422) (DECRETO Nº 10.470)

60 dias 60 dias 60 dias 180 dias

Lembrando, porém, que o período máximo permitido fica limitado à duração do estado de calami-
dade pública, ou seja, até 31.12.2020.

A suspensão pode ser feita de forma fracionada, em períodos sucessivos ou intercalados, desde
que esses períodos sejam iguais ou superiores a 10 dias e que a contagem de todos os períodos de
suspensão efetuadas não ultrapasse o prazo máximo permitido de 180 dias.

Para tanto, a suspensão será pactuada, conforme o caso, por convenção coletiva, acordo coletivo
de trabalho ou acordo individual escrito entre empregador e empregado, nesta última hipótese (acordo
individual), a proposta do acordo deverá ser encaminhada ao empregado com antecedência de, no mí-
nimo, 2 dias corridos.

Exemplos de prorrogação de acordo


a) considerando que a empresa já tenha efetuado acordo de suspensão temporária de contrato de trabalho por
60 dias, poderá agora acordar com o empregado nova suspensão por mais 120 dias, totalizando 180 dias (prazo
máximo permitido), ou seja, 60 dias do acordo anterior + 120 dias do novo acordo);

b) considerando que a empresa já tenha efetuado 2 acordos de suspensão temporária do contrato de trabalho,
sendo o primeiro, de 30 dias, o segundo de 60 dias, poderá, agora, acordar com o empregado nova suspensão
por 90 dias, totalizando 180 dias (prazo máximo permitido), ou seja, 30 dias do 1º acordo + 60 dias do 2º acordo
+ 90 dias do novo acordo);

c) caso a empresa ainda não tenha estabelecido nenhum acordo de suspensão de contrato, poderá, agora, ne-
gociar a suspensão por até 180 dias.

Veja o disposto no item “Redução de jornada e salário ou a suspensão do contrato - Necessidade


ou não de acordo com o sindicato” adiante em relação às hipóteses em que a pactuação do acordo pode
ser feita por negociação coletiva ou individual e as situações em que a negociação coletiva é exigida.

Os acordos individuais de suspensão temporária do contrato de trabalho, deverão ser comunica-


dos pelos empregadores ao respectivo sindicato laboral, no prazo de até 10 dias corridos, contado da
data de sua celebração.

Durante o período de suspensão temporária do contrato, o empregado:


a) terá direito a todos os benefícios concedidos pelo empregador aos seus empregados; e
b) ficará autorizado a recolher a contribuição previdenciária ao RGPS na qualidade de segurado
facultativo.
Guia de Cálculos Trabalhistas 451

Restabelecimento do contrato de trabalho


O contrato de trabalho será restabelecido no prazo de 2 dias corridos, contado:
a) da cessação do estado de calamidade pública;
b) da data estabelecida como termo de encerramento do período e suspensão pactuados; ou
c) da data de comunicação do empregador que informe ao empregado sobre a sua decisão de
antecipar o fim do período de suspensão pactuado.

Descaracterização da suspensão contrato de trabalho


Se durante o período de suspensão temporária do contrato de trabalho o empregado mantiver as
atividades de trabalho, ainda que parcialmente, por meio de teletrabalho (home office), trabalho remoto
ou trabalho à distância, ficará descaracterizada a suspensão temporária do contrato de trabalho, e o
empregador estará sujeito:
a) ao pagamento imediato da remuneração e dos encargos sociais e trabalhistas referentes a
todo o período;
b) às penalidades previstas na legislação em vigor; e
c) às sanções previstas em convenção ou em acordo coletivo de trabalho.

Ajuda compensatória a ser paga pela empresa


A empresa que tiver auferido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a R$ 4.800.000,00,
somente poderá suspender o contrato de trabalho de seus empregados mediante o pagamento de
ajuda compensatória mensal, no valor de 30% do valor do salário do empregado, durante o período da
suspensão temporária do contrato de trabalho pactuado, observando que o benefício emergencial de
preservação do emprego e da renda poderá ser acumulado com o pagamento, pelo empregador, de
ajuda compensatória mensal.
452 Guia de Cálculos Trabalhistas

MODELO DE SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DO CONTRATO DE TRABALHO


Guia de Cálculos Trabalhistas 453

Acordos sucessivos de redução de jornada/salário e suspensão temporária dos contratos


A Lei nº 14.020/2020 determinou que o prazo máximo de redução proporcional de jornada e de
salário e de suspensão temporária do contrato de trabalho, ainda que em períodos sucessivos ou in-
tercalados, não poderá ser superior a 90 dias permitiu que este período fosse prorrogado por ato do
Poder Executivo. O Decreto nº 10.422/2020 prorrogou o mencionado prazo por mais 30 dias, e o Decreto
nº 10.470/2020 permitiu nova prorrogação por mais 60 dias, de modo a completar o período total de 180
dias.

Exemplos de prorrogação de acordo


a) considerando que a empresa já tenha efetuado acordo de suspensão temporária de contrato de trabalho
por 60 dias e um acordo de redução proporcional de jornada/salário por 60 dias, poderá ,agora, acordar com o
empregado nova suspensão por mais 60 dias, totalizando 180 dias (prazo máximo permitido), ou seja, 60 dias do
acordo anterior de suspensão + 60 dias do acordo anterior de redução de jornada + 60 dias do novo acordo de
suspensão);
b) considerando que a empresa já tenha efetuado 1 acordo de redução proporcional de jornada/salário de 60
dias e 1 acordo de suspensão de contrato de 30 dias, poderá, agora, acordar com o empregado nova redução
proporcional de jornada/salário por 90 dias, totalizando 180 dias (prazo máximo permitido), ou seja, 60 dias do 1º
acordo de redução de jornada/salário + 30 dias do acordo de suspensão de contrato + 60 dias do novo acordo
de redução de jornada/salário);
c) caso a empresa ainda não tenha estabelecido nenhum acordo de suspensão de contrato ou de redução de
jornada/salário, poderá, agora, negociar a suspensão do contrato e/ou a redução da jornada/salário, por até 180
dias considerada a somatória total dos acordos firmados.
Lembrando, porém, que o período máximo permitido fica limitado à duração do estado de calamidade pública,
ou seja, até 31.12.2020.
Observe-se que o período da prorrogação da suspensão do contrato poderá ser fracionado em vários períodos
desde que não inferior a 10 dias e que, na somatória total, considerados todos os períodos de suspensão não
seja ultrapassado o limite máximo fixado de 180 dias.

Benefício emergencial e ajuda compensatória - Acumulação


O benefício emergencial de preservação do emprego e da renda poderá ser acumulado com o
pagamento, pelo empregador, de ajuda compensatória mensal, em decorrência da redução de jornada
de trabalho e de salário ou da suspensão temporária de contrato de trabalho.

A ajuda compensatória mensal, observa as seguintes determinações:


a) deverá ter o valor definido no acordo individual escrito pactuado ou em negociação coletiva;
b) terá natureza indenizatória;
c) não integrará a base de cálculo do imposto sobre a renda retido na fonte (IRRF) ou da declara-
ção de ajuste anual do imposto sobre a renda da pessoa física do empregado;
d) não integrará a base de cálculo da contribuição previdenciária e dos demais tributos inciden-
tes sobre a folha de salários;
e) não integrará a base de cálculo do valor dos depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), inclusive no caso de empregado doméstico; e
f) a partir de mês de abril de 2020 poderá ser considerada despesa operacional dedutível na
determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido
(CSLL) das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real.
454 Guia de Cálculos Trabalhistas

Na hipótese de redução proporcional de jornada e de salário, a ajuda compensatória não integrará


o salário devido pelo empregador e observará as mesmas determinações.

Redução de jornada e salário e suspensão do contrato determinadas via negociação coletiva


As medidas de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão tempo-
rária de contrato de trabalho poderão ser celebradas por meio de negociação coletiva, observados os
critérios anteriormente mencionados.

A convenção ou o acordo coletivo de trabalho poderão estabelecer percentuais de redução de


jornada de trabalho e de salário diversos dos mencionados anteriormente. Neste caso, o benefício emer-
gencial será devido nos seguintes termos:
a) se a redução da jornada e salário for inferior a 25% não haverá pagamento de benefício emer-
gencial;
b) se a redução de jornada e de salário for igual ou superior a 25% e inferior a 50% o benefício
corresponderá a 25% do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito;
c) se a redução de jornada e de salário for igual ou superior a 50% e inferior a 70%, o benefício será
equivalente a 50% do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito.
d) se a redução da jornada e de salário for igual ou superior 70%, o benefício corresponderá 70%
do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito.

As convenções ou os acordos coletivos de trabalho celebrados anteriormente poderão ser rene-


gociados para adequação de seus termos, no prazo de 10 dias corridos, contado de 1º.04.2020.

Nos casos em que o cálculo do benefício resultar em valores decimais, o valor a ser pago deverá
ser arredondado para a unidade inteira imediatamente superior.

Os acordos individuais de redução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão tempo-


rária do contrato de trabalho, deverão ser comunicados pelos empregadores ao respectivo sindicato
laboral, no prazo de até 10 dias corridos, contado da data de sua celebração.

Redução de jornada e salário ou a suspensão do contrato - Necessidade ou não de acordo


com o sindicato - Hipóteses
As medidas de redução proporcional da jornada e salário e de suspensão temporária do contrato
de trabalho, poderão ser pactuadas mediante acordo individual escrito ou negociação coletiva de tra-
balho nas seguintes hipóteses:
a) empregados com salário igual ou inferior a R$ 2.090,00, na hipótese de o empregador ter aufe-
rido, no ano-calendário de 2019, receita bruta superior a R$ 4.800.000,00;
b) empregados com salário igual ou inferior a R$ 3.135,00, na hipótese de o empregador ter aufe-
rido, no ano-calendário de 2019, receita bruta igual ou inferior a R$ 4.800.000,00; ou
c) empregados portadores de diploma de nível superior e que percebam salário mensal igual ou
superior a R$ 12.202,12 (2 vezes o limite máximo dos benefícios do RGPS);

Para os empregados que não se enquadram em uma das situações mencionadas anteriormente,
a pactuação deverá ocorrer mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, exceto nas situações
a seguir as quais permitem a pactuação por acordo individual escrito:
a) redução proporcional de jornada de trabalho/salário de 25%;
Guia de Cálculos Trabalhistas 455

b) redução proporcional de jornada de trabalho/salário ou suspensão temporária do contrato de


trabalho, quando o acordo não resultar diminuição do valor total recebido mensalmente pelo
empregado, incluídos neste valor o benefício emergencial de preservação do emprego e da
renda, a ajuda compensatória mensal e, em caso de redução da jornada, o salário pago pelo
empregador em razão das horas de trabalho.

Empregados aposentados - Redução proporcional de jornada/salário ou suspensão do contrato


- Regras
Para os empregados já aposentados a aplicação das medidas de redução proporcional de jor-
nada/salário ou de suspensão temporária do contrato de trabalho mediante acordo individual escrito
somente poderá ocorrer quando, além do enquadramento em alguma das situações que autorizam a
pactuação por acordo individual mencionadas nos subitens anteriores, houver também o pagamento,
pelo empregador, de ajuda compensatória mensal, observadas as seguintes condições:
a) o valor da ajuda compensatória mensal deverá ser, no mínimo, equivalente ao do benefício que
o empregado receberia se não houvesse a vedação de pagamento do BEm aos segurados em
gozo de benefício de prestação continuada do RGPS;
b) na hipótese de empresa que auferiu no ano-calendário de 2019 receita bruta superior a
R$ 4.800.000,00, o total pago a título de ajuda compensatória mensal deverá ser, no mínimo,
igual à soma de 30% do valor do salário do empregado com o valor mínimo previsto na letra ‘a”.

Os atos necessários à pactuação dos acordos individuais escritos poderão ser realizados por
quaisquer meios físicos ou eletrônicos eficazes.

Acordo coletivo celebrado após a pactuação de acordo individual - Consequências


Na hipótese de, após a pactuação de acordo individual de redução proporcional de jornada/salário
ou de suspensão temporária do contrato de trabalho, houver a celebração de convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho com cláusulas conflitantes com as do acordo individual, deverão ser obser-
vadas as seguintes regras:
a) a aplicação das condições estabelecidas no acordo individual em relação ao período anterior
ao da negociação coletiva;
b) a partir da entrada em vigor da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a preva-
lência das condições estipuladas na negociação coletiva, naquilo em que conflitarem com as
condições estipuladas no acordo individual;
c) quando as condições do acordo individual forem mais favoráveis ao trabalhador, prevalecerão
sobre a negociação coletiva.

Aviso prévio - Aplicação das medidas de redução de jornada e suspensão de contrato


Se o empregado já estiver cumprindo o aviso prévio, as partes (empregador e empregado) podem
de comum acordo, optar pelo cancelamento do mesmo. Havendo o cancelamento, as partes poderão
adotar as medidas do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda previstas neste
texto.

Factum principis - Não aplicação


Na hipótese de paralisação ou suspensão das atividades empresariais determinadas por ato de
autoridade municipal, estadual ou federal para o enfrentamento do estado de calamidade pública de-
corrente do Coronavírus, não se aplica as regras do factum principis prevista no art. 486 da CLT.
456 Guia de Cálculos Trabalhistas

Direito a futuro benefício de Seguro-desemprego - Manutenção


O recebimento do benefício emergencial de preservação do emprego e da renda não impede a
concessão e não altera o valor do seguro-desemprego a que o empregado vier a ter direito, desde que
cumpridos os requisitos legalmente exigidos, no momento de eventual dispensa.

Estabilidade provisória de emprego


O empregado que receber o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda em
decorrência da redução da jornada de trabalho e de salário ou da suspensão temporária do contrato de
trabalho, terá a garantia provisória de manutenção do emprego, nos seguintes termos:
a) durante o período acordado de redução da jornada de trabalho e de salário ou de suspensão
temporária do contrato de trabalho; e
b) após o restabelecimento da jornada de trabalho e de salário ou do encerramento da suspen-
são temporária do contrato de trabalho, por período equivalente ao acordado para a redução
ou a suspensão;
c) no caso da empregada gestante, por período equivalente ao acordado para a redução da jorna-
da de trabalho e do salário ou para a suspensão temporária do contrato de trabalho, contado a
partir de 5 meses após o parto (término da estabilidade da gestante conferida pela Constituição
Federal.

Exemplo
Se o empregado teve a redução da jornada e salário pelo prazo de 90 dias, terá a garantia de emprego por 180
dias, ou seja, os 90 dias relativos à redução e mais 90 após o restabelecimento da jornada.

Dispensa do empregado durante o período de garantia - Consequências


A dispensa sem justa causa que ocorrer durante o período de garantia provisória no emprego su-
jeitará o empregador ao pagamento, além das parcelas rescisórias previstas na legislação em vigor, de
indenização no valor de:
a) 50% do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego, na
hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou superior a 25% e inferior a 50%;
b) 75% do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego, na
hipótese de redução de jornada de trabalho e de salário igual ou superior a 50% e inferior a 70%; ou
c) 100% do salário a que o empregado teria direito no período de garantia provisória no emprego,
nas hipóteses de redução de jornada de trabalho e de salário em percentual igual ou superior
a 70% ou de suspensão temporária do contrato de trabalho.

Estas condições não se aplicam às hipóteses de dispensa a pedido ou por justa causa do empregado.

Serviços essenciais - Manutenção


A redução proporcional de jornada de trabalho e de salário ou a suspensão temporária do contrato
de trabalho, quando adotadas, deverão resguardar o exercício e o funcionamento dos serviços públicos
e das atividades essenciais.

Nota
O Decreto nº 10.282/2020, alterado pelo Decreto nº 10.342/2020 e pelo Decreto nº 10.344/2020 em seu art. 3º, elenca os servi-
ços públicos e as atividades essenciais indispen-sáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim
considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Guia de Cálculos Trabalhistas 457

Fiscalização

As irregularidades constatadas pela Auditoria Fiscal do Trabalho (AFT) quanto aos acordos de re-
dução de jornada de trabalho e de salário ou de suspensão temporária do contrato de trabalho sujeitam
os infratores à multa prevista no art. 25 da Lei nº 7.998/1990.

O processo de fiscalização, de notificação, de autuação e de imposição de multas observarão o


disposto no Título VII da CLT, não aplicado o critério da dupla visita.

Curso ou programa de qualificação profissional


Estabelece o art. 17 da Lei nº 14.020/2020 que durante o estado de calamidade pública:
a) o curso ou o programa de qualificação profissional de que trata o art. 476-A da CLT, poderá ser
oferecido pelo empregador exclusivamente na modalidade não presencial, e terá duração não
inferior a 1 mês e nem superior a 3 meses;
b) poderão ser utilizados meios eletrônicos para atendimento dos requisitos formais exigidos,
inclusive para convocação, deliberação, decisão, formalização e publicidade de convenção ou
de acordo coletivo de trabalho; e
c) os prazos previstos no Título VI da CLT, ficam reduzidos pela metade;
d) a dispensa sem justa causa do empregado pessoa com deficiência será vedada.

Contrato de trabalho na modalidade intermitente


A Lei nº 14.020/2020 determinou que o empregado com contrato de trabalho intermitente formali-
zado até 1º.04.2020 fará jus ao benefício emergencial mensal no valor de R$ 600,00, pelo período de 3 me-
ses e permitiu que este período fosse prorrogado por ato do Poder Executivo. O Decreto nº 10.422/2020
prorrogou o benefício emergencial pelo período de 1 mês, contado da data do encerramento do mencio-
nado período de 3 meses, totalizando, portanto, 4 meses de concessão do benefício emergencial. Recen-
temente, o Decreto nº 10.470/2020 prorrogou mais uma vez o mencionado benefício por mais 2 meses,
contado da data de encerramento do período total de 4 meses. Esse benefício será devido a partir de
1º.04.2020 e será pago em até 30 dias a contar da referida data.

O benefício será custeado com recursos da União e será operacionalizado e pago pelo Ministério
da Economia. A concessão e o pagamento do benefício emergencial mensal, observada a prorrogação,
ficam condicionados às disponibilidades orçamentárias e à duração do estado de calamidade pública.

Os créditos constituídos em decorrência do pagamento indevido ou a maior, serão inscritos em


dívida ativa da União, hipótese em que se aplica o disposto na Lei nº 6.830/1980, para a execução judicial.

O benefício será pago ao empregado independentemente do:


a) cumprimento de qualquer período aquisitivo;
b) tempo de vínculo empregatício; e
c) número de salários recebidos.

Entretanto, não será devido ao empregado que esteja:


a) ocupando cargo ou emprego público, cargo em comissão de livre nomeação e exoneração ou
titular de mandato eletivo; ou
b) em gozo:
458 Guia de Cálculos Trabalhistas

b.1) de benefício de prestação continuada do RGPS ou do RPPS, exceto a pensão por morte e
o auxílio-acidente;
b.2) do seguro-desemprego, em qualquer de suas modalidades; e
b.3) da bolsa de qualificação profissional de que trata o art. 2º-A da Lei nº 7.998/1990.

A existência de mais de um contrato de trabalho na modalidade intermitente não gerará direito à


concessão de mais de um benefício emergencial mensal.

Será considerado apto a receber o benefício o empregado com contrato de trabalho intermitente
celebrado até 1º.04.2020, independentemente de:
a) se encontrar em período de inatividade ou possuir remunerações no CNIS, no período anterior
a 1º.04.2020; ou
b) ter o contrato de trabalho intermitente rescindido após 1º.04.2020.

Para tanto, será considerado empregado com contrato de trabalho intermitente aquele cujo con-
trato de trabalho tenha sido informado pelo empregador até 02.04.2020 e esteja identificado na base de
dados do CNIS.

Durante o período de recebimento do benefício emergencial mensal, o empregado com contrato


de trabalho intermitente fica autorizado a contribuir facultativamente para o RGPS.

O benefício emergencial de manutenção de manutenção do emprego e da renda não será acumu-


lável com o auxílio emergencial previsto no art. 2º da Lei nº 13.982/2020, devendo ser garantido o direito
ao melhor benefício.

ASPECTOS PREVIDENCIÁRIOS

Prorrogação do prazo de recolhimento das contribuições previdenciárias relativas às compe-


tências março, abril e maio de 2020

O Ministro da Economia, por meio da Portaria ME nº 139/2020, da Portaria ME nº 150/2020 e da


Portaria ME nº 245/2020, prorrogou o prazo de recolhimento das contribuições previdenciárias dos con-
tribuintes a seguir relacionados. Conforme a seguinte tabela:

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS RELATIVAS


ÀS COMPETÊNCIAS MARÇO, ABRIL E MAIO DE 2020
PRAZO DE
COMPE- PRAZO
CONTRIBUIÇÕES ATINGIDAS PELA PRORROGAÇÃO RECOLHI-
CONTRIBUINTE TÊNCIAS PRORRO-
DE PRAZO MENTO
ATINGIDAS GADO PARA
NORMAL
Contribuição previdenciária patronal:
a) básica (20% ou 22,5%, conforme o caso) incidente sobre
a remuneração de empregados e trabalhadores avulsos;
Março/2020 20.04.2020 20.08.2020
b) para o financiamento de benefício de aposentadoria
Empresas e equipa- especial e daqueles concedidos em razão do grau de in-
Abril/2020 20.05.2020 20.10.2020
rados cidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos
ambientais do trabalho (GIILRAT, sobre o total das remune-
Maio/2020 19.06.2020 20.11.2020
rações de empregados e avulsos;
c) contribuições sobre a remuneração de contribuintes in-
dividuais (20%)
Guia de Cálculos Trabalhistas 459

PRORROGAÇÃO DO PRAZO DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS RELATIVAS


ÀS COMPETÊNCIAS MARÇO, ABRIL E MAIO DE 2020
PRAZO DE
COMPE- PRAZO
CONTRIBUIÇÕES ATINGIDAS PELA PRORROGAÇÃO RECOLHI-
CONTRIBUINTE TÊNCIAS PRORRO-
DE PRAZO MENTO
ATINGIDAS GADO PARA
NORMAL
Contribuição previdenciária sobre o valor da receita bruta
proveniente da comercialização da produção rural: Março/2020 20.04.2020 20.08.2020
a) 2,5%; destinado à Seguridade Social;
Agroindústria b) 0,1% para o financiamento dos benefícios de aposenta- Abril/2020 20.05.2020 20.10.2020
doria especial e daqueles concedidos em razão do grau de
incidência de incapacidade laborativa (GIIL-RAT) decorren- Maio/2020 19.06.2020 20.11.2020
te dos riscos ambientais da atividade.
Contribuição previdenciária sobre o valor da receita bruta Março/2020 20.04.2020 20.08.2020
Empregador rural proveniente da comercialização da sua produção rural:
pessoa física e segu- a) 1,2% destinado à Seguridade Social; Abril/2020 20.05.2020 20.10.2020
rado especial b) 0,1%, para financiamento das prestações por acidente
do trabalho. Maio/2020 19.06.2020 20.11.2020
Contribuição previdenciária sobre o valor da receita bruta Março/2020 20.04.2020 20.08.2020
proveniente da comercialização da sua produção rural:
Empregador rural
a) 1,7% destinado à Seguridade Social; Abril/2020 20.05.2020 20.10.2020
pessoa jurídica
b) 0,1%, para financiamento das prestações por acidente
do trabalho. Maio/2020 19.06.2020 20.11.2020
Março/2020 20.04.2020 20.08.2020
Empresas que opta-
Contribuição sobre a receita bruta (CPRB) -Alíquotas va-
ram pela desonera-
riáveis, de acordo com a atividade (Lei nº 12.546/2011, arts. Abril/2020 20.05.2020 20.10.2020
ção da folha de pa-
7º e 8º)
gamento
Maio/2020 19.06.2020 20.11.2020

Contribuição a cargo do empregador (8%) Março/2020 07.04.2020 07.08.2020


Empregador domés-
tico Contribuição para o financiamento do seguro contra aci- Abril/2020 07.05.2020 07.10.2020
dente do trabalho (0,8%)
Maio/2020 05.06.2020 06.11.2020

O Ato Declaratório Executivo Codac nº 14/2020 determinou que para fins de aplicação da prorro-
gação em comento, a empresa/contribuinte deverá rejeitar a GPS gerada pelo Sefip e calcular, de forma
manual, as contribuições cujos vencimentos não foram prorrogados pela Portaria ME nº 139/2020.

As seguintes contribuições continuam com os prazos para recolhimento inalterados:


a) contribuições descontadas dos trabalhadores a serviço da empresa;
b) contribuições devidas por lei a terceiros, assim considerados outras entidades e fundos;
c) contribuição retida da empresa cedente de mão de obra, por determinação do art. 31 da Lei
nº 8.212/1991;
d) contribuição objeto da sub-rogação prevista no inciso III do art. 30 da Lei nº 8.212/1991; e
e) contribuição descontada ou retida pela entidade promotora de espetáculo desportivo ou pela
associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional.

A Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1.178/2020, determinou que em decorrência da pandemia do


Coronavírus, fica prorrogada, por 30 dias a validades das Certidões Negativas de Débitos relativos a
Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND) e Certidões Positivas com Efeitos de Ne-
gativa de Débitos relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CPEND), vigentes
em 14.07.2020.
460 Guia de Cálculos Trabalhistas

A Lei nº 14.048/2020 estabeleceu medidas emergenciais de amparo aos agricultores familiares


para mitigar os impactos socioeconômicos da COVID-19.

Contribuições ao Serviços Sociais Autônomos - Sistema S - Redução temporária de alíquotas

Conforme estabelecia a Medida Provisória nº 932/2020, excepcionalmente, até 30.06.2020, as alí-


quotas das contribuições aos serviços sociais autônomos mencionados a seguir, ficaram reduzidas para
os seguintes percentuais:

SERVIÇOS SOCIAIS AUTÔNOMOS ALÍQUOTA

Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) 1,25%;

Serviço Social da Indústria (Sesi);


Serviço Social do Comércio (Sesc); e 0,75%
Serviço Social do Transporte (Sest)

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac);


Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); e 0,5%;
e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat).

a) 1,25% da contribuição incidente sobre a folha de


pagamento;
b) 0,125% da contribuição incidente sobre a receita da
comercialização da produção rural devida pelo produ-
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar):
tor rural pessoa jurídica e pela agroindústria; e
c) 0,10% da contribuição incidente sobre a receita da
comercialização da produção rural devida pelo produ-
tor rural pessoa física e segurado especial.

Ao sancionar o Projeto de Lei de Conversão nº 17/2020 (decorrente da Medida Provisória nº 932/2020),


o Presidente da República vetou totalmente o artigo que previa a redução, pela metade, das alíquotas
de contribuição aos mencionados serviços sociais autônomos (Sistema S).

Não obstante o referido veto, observa-se que a redução prevista originalmente na Medida Provi-
sória nº 932/2020 produziu efeitos no período de abril a junho/2020, ou seja, o fato gerador das contri-
buições observa o princípio da competência e, nas competências abril, maio e junho estava em plena
vigência a Medida Provisória nº 932/2020, a qual determinava a redução pela metade das mencionadas
alíquotas de contribuição para o Sistema S.

Lembramos que as contribuições para terceiros se sujeitam às mesmas condições das contribui-
ções para a Previdência Social e, conforme determinam os arts. 52 e 109 da Instrução Normativa RFB nº
971/2009, em relação à empresa, considera-se ocorrido o fato gerador da obrigação previdenciária prin-
cipal e existentes seus efeitos, no mês em que for paga, devida ou creditada a remuneração, o que ocor-
rer primeiro, a segurado empregado ou a trabalhador avulso em decorrência da prestação de serviço,
sendo que a contribuição para terceiros (Sistema S), observa a mesma base de cálculo da contribuição
previdenciária.

Portanto, no nosso entendimento, a redução pela metade das alíquotas de contribuições a tercei-
ros mencionadas neste subitem são aplicadas às competências, abril, maio e junho, posto que o fato
gerador das mesmas ocorreram durante a vigência da Medida Provisória nº 932/2020.

O Ato Declaratório Executivo Codac nº 14/2020 determinou que para fins da mencionada redução
de alíquotas relativas às competências abril, maio e junho de 2020, cujos recolhimentos devem ser fei-
tos nos meses de maio, junho e julho de 2020, respectivamente, a empresa/contribuinte deverá:
Guia de Cálculos Trabalhistas 461

a) declarar na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações


à Previdência Social (GFIP) o código-soma de 4 dígitos utilizado pela empresa/contribuinte
para calcular as contribuições devidas a terceiros, apurado com base no Anexo II da Instrução
Normativa RFB nº 971/2009; e
b) rejeitar a Guia de Previdência Social (GPS) gerada pelo Sefip e calcular, de forma manual, a
contribuição devida, calculada mediante aplicação da alíquota correspondente, determinada
pela Medida Provisória nº 932/2020. O valor apurado da contribuição devida a terceiros, não
deve ser lançado no campo “Compensação” da GFIP.

Parcelamentos efetuados no âmbito da Receita Federal do Brasil e da Procuradoria-Geral da


Fazenda Nacional - Recolhimento - Prorrogação de prazo
Por meio da Portaria ME nº 201/2020, foi determinado que em decorrência da pandemia do Co-
ronavírus, os prazos de vencimento de parcelas mensais relativas aos programas de parcelamentos
administrados pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil (RFB) e pela Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional (PGFN), ficam prorrogados conforme segue:
PRAZO ORIGINAL PRAZO PRORROGADO
Maio/2020 31.08.2020
Junho/2020 30.10.2020
Julho/2020 30.12.2020

Vale ressaltar, no entanto, que a prorrogação dos prazos na forma mencionada não afasta a inci-
dência de juros, na forma prevista na respectiva lei de regência do parcelamento.

Em relação à parcela de maio/2020, abrange somente as parcelas vincendas a partir de 12.05.2020.

A prorrogação dos prazos de vencimento de parcelas não implica direito à restituição ou compen-
sação de quantias eventualmente já recolhidas.

Esta prorrogação não se aplica aos parcelamentos de tributos apurados na forma do Regime Es-
pecial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas
de Pequeno Porte (Simples Nacional).

Por meio da Resolução CGSN nº 155/2020, em caráter excepcional, foram prorrogadas as datas
de vencimento das parcelas mensais relativas aos parcelamentos administrados pela RFB e pela PGFN,
dos tributos apurados no âmbito do Simples Nacional e do Sistema de Recolhimento em Valores Fixos
Mensais dos Tributos abrangidos pelo Simples Nacional (Simei), conforme demonstrado no quadro a
seguir:

PRAZO ORIGINAL PRAZO PRORROGADO


Maio/2020 31.08.2020
Junho/2020 30.10.2020
Julho/2020 30.12.2020

Abono anual
Embora a MP nº 927/2020 que, entre as medidas, autorizou o pagamento do abono anual no ano
de 2020 em duas parcelas conforme a seguir, tenha perdido a eficácia por não ter sido convertida em
lei no prazo legal, lembramos que, os atos praticados durante a sua vigência continuam válidos. Veja, se
necessário, a informação “Importante” constante do item 17.
462 Guia de Cálculos Trabalhistas

A mencionada MP disciplinou que no ano de 2020, o pagamento do abono anual ao beneficiário


da previdência social que, durante este ano, tenha recebido auxílio-doença, auxílio-acidente ou apo-
sentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão será efetuado em 2 parcelas, excepcionalmente, da
seguinte forma:
a) a primeira parcela correspondente a 50% do valor do benefício devido no mês de abril e será
paga juntamente com os benefícios dessa competência; e
b) a segunda parcela correspondente à diferença entre o valor total do abono anual e o valor da
parcela antecipada e será paga juntamente com os benefícios da competência maio.

Na hipótese de cessação programada do benefício prevista antes de 31.12.2020, será pago o valor
proporcional do abono anual ao beneficiário.

Sempre que ocorrer a cessação do benefício antes da data programada, para os benefícios tem-
porários, ou antes de 31.12.2020, para os benefícios permanentes, deverá ser providenciado o encontro
de contas entre o valor pago ao beneficiário e o efetivamente devido.

Benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença)

Pagamento dos 15 primeiros dias

A legislação previdenciária determina que o segurado empregado que ficar incapacitado para o
seu trabalho por mais de 15 dias, desde que atenda aos demais requisitos exigidos por lei, terá direito ao
benefício por incapacidade temporária (auxílio-doença).

Durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doen-


ça, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. A empresa que dispuser de
serviço médico, próprio ou em convênio, terá a seu cargo o exame médico e o abono das faltas corres-
pondentes aos primeiros 15 dias.

Quando a incapacidade ultrapassar 15 dias consecutivos, o segurado será encaminhado à perícia


médica previdenciária, que o submeterá à avaliação pericial por profissional médico integrante de seus
quadros.

Observa-se, portanto, que, para que o segurado tenha direito ao benefício previdenciário, é neces-
sária a constatação da incapacidade para o trabalho comprovada mediante atestado médico.

Assim, o simples fato de o empregado estar isolado ou em quarentena, mas sem apresentar sinto-
mas que o incapacite para o trabalho, não lhe confere o direito ao benefício. Para tanto, se faz necessária
a existência da incapacidade comprovada por atestado médico.

Por outro lado, se a contaminação pelo Coronavírus acarretou agravos à saúde do empregado,
tendo afetado a sua capacidade laboral por mais de 15 dias, atestada por médico, este fará jus ao bene-
fício previdenciário a partir do 16º dia de afastamento do trabalho, cabendo à empresa o pagamento dos
15 primeiros dias.

O art. 5º da Lei nº 13.982/2020 determina que nesta hipótese (concessão de benefício por inca-
pacidade temporária decorrente da contaminação pelo Coronavírus), a empresa poderá deduzir das
contribuições previdenciárias devidas, o valor correspondente aos 15 primeiros dias de afastamento,
limitado a R$ 6.101,06 (limite máximo do salário de contribuição).

O Ato Declaratório Executivo Codac nº 14/2020, alterado pelo Ato Declaratório Executivo Codac nº
15/2020, determinou que para fins desta dedução a empresa/contribuinte deverá:
Guia de Cálculos Trabalhistas 463

a) observar as orientações já existentes sobre afastamento de trabalhador por motivo de doença;


e
b) lançar no campo “Salário Família”, no Sistema Empresa de Recolhimento do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (Sefip), o valor correspondente aos
primeiros 15 dias subsequentes ao do afastamento, observado o limite máximo do salário de
contribuição, ou seja, R$ 6.101,06.
A dedução poderá ser efetuada em relação aos afastamentos que ocorrerem dentro do período de
3 meses a contar de 02.04.2020, que poderá ser prorrogado por ato do Poder Executivo.

Benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) - Antecipação de 1 salário-


-mínimo

A Lei nº 13.982/2020 autorizou o INSS a antecipar 1 salário-mínimo mensal (R$ 1.045,00) para os
requerentes do benefício por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), a contar de 02.04.2020
ou até a realização de perícia pela Perícia Médica Federal, o que ocorrer primeiro.

A Portaria Conjunta SEPRT/INSS nº 47/2020 disciplinou a mencionada antecipação nos seguintes


termos:
a) a autorização de deferimento da antecipação pelo INSS se dá para requerimentos administra-
tivos protocolados até 31.10.2020;
b) poderá requerer a antecipação o segurado que residir em município localizado a mais de 70km
de distância da Agência da Previdência Social (APS) mais próxima, cuja unidade de atendimen-
to da Perícia Médica Federal esteja com o serviço de agendamento disponível;

Nota
É facultado ao segurado requerer a concessão do benefício de auxílio por incapacidade temporária em qualquer APS cuja
unidade de atendimento da perícia médica esteja com o serviço de agendamento disponível, mesmo que resida em muni-
cípio que se enquadre no disposto na letra “b”, situação na qual não terá direito à antecipação.

c) observados os demais requisitos necessários para a concessão do auxílio por incapacidade


temporária, inclusive a carência, a antecipação de um salário-mínimo mensal será devida pelo período
definido no atestado médico, limitado a 60 dias;

Nota
O beneficiário poderá requerer a prorrogação da antecipação com base no período de repouso informado no atestado
médico anterior ou solicitar novo requerimento mediante apresentação de novo atestado médico, limitada a prorrogação
da antecipação ao prazo de 60 dias.

d) deverá ser anexado ao requerimento da antecipação, por meio do site ou aplicativo "Meu INSS"
e mediante declaração de responsabilidade pelos documentos apresentados, o atestado mé-
dico, que deverá observar, cumulativamente, os seguintes requisitos:
d.1) estar legível e sem rasuras;
d.2) conter a assinatura do profissional emitente e carimbo de identificação, com registro do
respectivo Conselho de Classe ou Registro Único do Ministério da Saúde (RMS);
d.3) conter as informações sobre a doença ou Código Internacional de Doenças (CID); e
d.4) conter o período estimado de repouso necessário;
464 Guia de Cálculos Trabalhistas

e) os atestados serão submetidos à análise de conformidade, na forma definida em atos edita-


dos, dentro de suas respectivas competências, pela Subsecretaria de Perícia Médica Federal
da Secretaria de Previdência e pelo INSS;
f) a emissão ou a apresentação de atestado falso ou que contenha informação falsa configura
crime de falsidade documental e sujeitará os responsáveis às sanções penais e ao ressarci-
mento dos valores indevidamente recebidos;
g) caso o período estimado de repouso informado no atestado médico não corresponda a mês
completo, o valor antecipado será proporcional ao número de dias, na razão de 1/30 do salário-
-mínimo mensal por dia;
h) reconhecido em definitivo o direito do segurado ao auxílio por incapacidade temporária, seu
valor será devido a partir da data de início do benefício, deduzindo-se as antecipações já pagas.

Os efeitos financeiros das antecipações não poderão exceder o dia 31.12.2020, ficando ressalvada
a possibilidade de o segurado apresentar pedido de revisão para fins de obtenção integral e definitiva
do auxílio por incapacidade temporária, na forma estabelecida pelo INSS.

Compete ao INSS notificar o beneficiário da antecipação sobre a necessidade de realização, me-


diante agendamento, de perícia pela Perícia Médica Federal, sendo que ato conjunto do INSS e da
Secretaria de Previdência ainda definirá as situações em que a realização da perícia será dispensada.

Complementação da contribuição previdenciária do empregado - Possibilidade


Durante o período de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário, a contribuição pre-
videnciária do empregado poderá ser complementada, observando a tabela mensal de contribuição pre-
videnciária dos empregados.
Também poderá efetuar a contribuição, na condição de facultativo, o empregado que teve o contrato
de trabalho temporariamente suspenso e, ainda, o trabalhador submetido a contrato de trabalho intermi-
tente durante o período de recebimento do benefício emergencial mensal.
As mencionadas contribuições devem ser recolhidas por iniciativa própria do segurado até o dia 15
do mês seguinte ao da competência.
Na hipótese de suspensão temporária do contrato de trabalho, as alíquotas (7,5%, 9%, 12% e 14%)
serão aplicadas de forma progressiva sobre o valor declarado pelo segurado, observados os limites mínimo
e máximo do salário de contribuição incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos
respectivos limites.
Na hipótese de redução proporcional de jornada de trabalho e de salário e na hipótese de contrato
de trabalho intermitente, as mencionadas alíquotas serão aplicadas de forma progressiva sobre a faixa de
valores compreendida nos respectivos limites, incidindo sobre o somatório da remuneração declarada na
GFIP e do valor declarado pelo segurado, observados:
a) os limites mínimo e máximo do salário de contribuição;
b) a incidência das alíquotas (7,5%, 9%, 12% e 14%) primeiramente sobre a remuneração e, em
seguida, sobre o valor declarado;
c) o recolhimento apenas das alíquotas incidentes sobre o valor declarado pelo segurado, sem
prejuízo da contribuição sobre a remuneração do empregado.
Caso não seja recebida a informação na GFIP a tempo de ser calculada e paga a contribuição até
o dia d 15 do mês subsequente, será considerado provisoriamente como remuneração, o valor da remu-
neração anterior à redução proporcional de jornada de trabalho menos o valor da redução remuneratória
Guia de Cálculos Trabalhistas 465

pactuada ou, no caso do empregado com contrato de trabalho intermitente, será considerado que não
houve remuneração.
Recebida a informação de remuneração na GFIP, após recolhimento de contribuição facultativa na
forma do parágrafo anterior, a contribuição incidente sobre o valor declarado será recalculada e eventual
excedente deverá ser devolvido ao segurado atualizado pela variação do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor (INPC) ou, em caso de insuficiência do valor recolhido para o salário de contribuição reco-
nhecido, o segurado deve ser notificado para complementação facultativa, na forma a ser ainda regula-
mentada.
Será devolvido ao segurado, no prazo de até 60 dias contado de 1º.07.2020, o valor correspondente
à diferença entre as contribuições eventualmente já recolhidas com base no art. 8º, § 2º, II da Medida
Provisória nº 936/2020, e no art. 21, caput ou inciso I do § 2º da Lei nº 8.212/1991, e as contribuições devidas
conforme mencionado neste subitem, atualizado pela variação do INPC.
Considera-se salário de contribuição, além das parcelas de que tratam os incisos I, II e IV do caput
do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, o valor declarado e objeto de recolhimento pelo segurado na forma deste
subitem, observado o limite máximo do salário de contribuição.

Gestante - Salário maternidade


A empregada gestante, inclusive a doméstica, poderá participar do programa emergencial de manu-
tenção do emprego e da renda. Entretanto, ocorrendo o parto, deverá ser observado o seguinte:
a) o empregador deverá efetuar a imediata comunicação ao Ministério da Economia, nos termos
a ser disciplinado por este;
b) a aplicação das medidas de redução de jornada/salário, suspensão do contrato de trabalho e
pagamento do benefício emergencial será interrompida; e
c) o salário-maternidade será pago à empregada e à empregada doméstica, considerando-se
como remuneração integral ou último salário de contribuição os valores a que teriam direito
sem a aplicação das medidas de redução de jornada/salário e suspensão do contrato.

As mesmas regras serão aplicadas ao segurado ou segurada da Previdência Social que adotar ou
obtiver guarda judicial para fins de adoção, devendo o salário-maternidade ser pago diretamente pela
Previdência Social.

Programas de aprendizagem profissional - Atividades práticas e teóricas

A Portaria Sepec nº 18.775/2020 determinou que, excepcionalmente, durante a pandemia do Coro-


navírus, as atividades teóricas e práticas dos programas de aprendizagem profissional, poderão ocorrer
à distância, assim considerada as atividades desenvolvidas por mediação de tecnologia de informação e
comunicação.

Para tanto, as entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica conjuntamente


com os estabelecimentos cumpridores da cota de aprendizagem devem assegurar que os aprendizes
tenham acesso aos equipamentos tecnológicos e à infraestrutura necessários e adequados para a execu-
ção das atividades à distância.

Ressalte-se que as mencionadas atividades deverão relacionar-se com a ocupação indicada no


contrato de aprendizagem profissional e com o programa de aprendizagem aprovado pela Secretaria de
Políticas Públicas de Emprego.
466 Guia de Cálculos Trabalhistas

Contribuinte individual, microempreendedor individual, trabalhador informal - Auxílio emergencial


de R$ 600,00

A Lei nº 13.982/2020, em seu art. 2º, e o Decreto nº 10.316/2020, que o regulamentou, determina-
ram que a partir de 02.04.2020, será concedido auxílio emergencial mensal, no valor de R$ 600,00 e pelo
prazo de 3 meses (veja nota 1 adiante), aos trabalhadores a seguir:
a) microempreendedor individual (MEI);
b) contribuinte individual do RGPS;
c) trabalhador informal (veja nota 2 adiante) de qualquer natureza (empregado em situação irre-
gular, autônomo, desempregado, inclusive o trabalhador sob contrato de trabalho intermitente
não formalizado ), desde que inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo
Federal (CadÚnico), até 20.03.2020, ou que, nos termos de autodeclaração, alegue que a renda
familiar mensal per capita é de até R$ 522,50 (meio salário-mínimo) ou que a renda familiar
mensal total é de até R$ 3.135,00 (3 salários-mínimos).

Notas
(1) O auxílio emergencial de R$ 600,00 foi prorrogado pelo período complementar de 2 meses, na hipótese de requerimento
realizado até 02.07.2020, desde que o requerente atenda aos requisitos legais (Decreto nº 10.412/2020).
(2) É considerado trabalhador informal a pessoa com idade igual ou superior a 18 anos que não seja beneficiário do seguro
desemprego e que:
a) preste serviços na condição de empregado sem a formalização do contrato de trabalho;
b) preste serviços na condição de empregado intermitente sem a formalização do contrato de trabalho;
c) exerça atividade profissional na condição de trabalhador autônomo; ou
d) esteja desempregado.
O trabalhador intermitente ativo é o empregado com contrato de trabalho intermitente formalizado até 1º.04.2020, ainda
que não perceba remuneração.

Requisitos exigidos
Para ter direito ao auxílio emergencial o trabalhador deverá comprovar, cumulativamente, os se-
guintes requisitos:
a) ser maior 18 anos de idade, salvo no caso de mães adolescentes;
b) não ter emprego formal ativo, entendendo-se como tal os contratados nos termos da CLT, to-
dos os agentes públicos e titulares de mandato eletivo;
c) não ser titular de benefício previdenciário ou assistencial ou beneficiário do seguro-desempre-
go ou de programa de transferência de renda federal, ressalvado o bolsa família. No caso do
bolsa família, o benefício emergencial o substituirá, temporariamente e de ofício, nas situações
em que for mais vantajoso, ainda que haja um único beneficiário no grupo familiar;
d) ter renda familiar mensal per capita de até R$ 522,50 (meio salário-mínimo) ou tenha renda fa-
miliar mensal total de até R$ 3.135,00 (3 salários mínimos). Estas condições serão verificadas no
CadÚnico para os inscritos e mediante autodeclaração para os demais por meio de plataforma
digital;
e) não ter auferido, no ano de 2018, rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70;
f) ser inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), devendo a inscrição estar regular.

A renda familiar é a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da unidade
nuclear (pai, mãe e filhos), eventualmente ampliada por outros indivíduos que contribuam para o rendi-
Guia de Cálculos Trabalhistas 467

mento ou que tenham suas despesas atendidas por aquela unidade familiar, todos moradores em um
mesmo domicílio. Não serão incluídos na renda familiar os rendimentos percebidos de programas do
bolsa família.

A renda familiar per capita é a razão entre a renda familiar mensal e o total de indivíduos na família.

Para fins de pagamento do auxílio emergencial para pessoas incluídas no Cadastro Único,
será utilizada a base de dados do Cadastro Único em 02.04.2020, inclusive para as famílias bene-
ficiárias do Programa Bolsa Família, desconsideradas eventuais atualizações cadastrais realizadas
após esta data.

Operacionalização
O auxílio emergencial será operacionalizado e pago, em 3 prestações mensais (veja nota 1 adian-
te), por instituições financeiras públicas federais, preferencialmente por meio de conta depósito ou con-
ta poupança de titularidade do trabalhador ou por meio de conta poupança social digital, de abertura
automática em nome dos beneficiários, a qual possuirá as seguintes características:
a) dispensa da apresentação de documentos;
b) isenção de cobrança de tarifas de manutenção, observada a regulamentação específica esta-
belecida pelo Conselho Monetário Nacional;
c) ao menos 1 transferência eletrônica de valores ao mês, sem custos, para conta bancária man-
tida em qualquer instituição financeira habilitada a operar pelo Banco Central do Brasil;
d) não passível de emissão de cartão eletrônico, cheques ou ordens de pagamento para sua mo-
vimentação.

Os órgãos federais disponibilizarão as informações necessárias à verificação dos requisitos para


concessão do auxílio emergencial, constantes das bases de dados de que sejam detentores.

Notas
(1) O auxílio emergencial de R$ 600,00 foi prorrogado pelo período complementar de 2 meses, na hipótese de requerimento
realizado até 02.07.2020, desde que o requerente atenda aos requisitos legais (Decreto nº 10.412/2020).
(2) A Portaria MC nº 386/2020 dispõe sobre o calendário de pagamentos e saques do auxílio emergencial.
(3) A Medida Provisória nº 982/2020 disciplina a criação da conta tipo poupança social digital para o recebimento do be-
nefício.

Acesso do trabalhador ao auxílio emergencial


Para ter acesso ao auxílio emergencial, o trabalhador deverá:
a) estar inscrito no Cadastro Único até 20.03.2020; ou
b) preencher o formulário disponibilizado na plataforma digital, com autodeclaração que conte-
nha as informações necessárias.

A plataforma digital poderá ser utilizada para o acompanhamento da elegibilidade ao auxílio emer-
gencial por todos os trabalhadores.

Entretanto, a inscrição no Cadastro Único ou o preenchimento da autodeclaração não garante ao


trabalhador o direito ao auxílio emergencial até que sejam verificados os critérios exigidos pela lei.

Os dados extraídos pelo Ministério da Cidadania do Cadastro Único e os dados inseridos na pla-
taforma digital, poderão ser submetidos a cruzamentos com as bases de dados do Governo federal,
468 Guia de Cálculos Trabalhistas

incluídas as bases de dados referentes à renda auferida pelos integrantes do grupo familiar e, após a
verificação do cumprimento dos critérios estabelecidos na Lei nº 13.982/2020, os beneficiários serão
incluídos na folha de pagamento do auxílio emergencial.

Preferência de pagamento
O pagamento do auxílio emergencial está limitado a 2 membros da mesma família, sendo que
terão preferência os trabalhadores:
a) do sexo feminino;
b) com data de nascimento mais antiga;
c) com menor renda individual; e
d) pela ordem alfabética do primeiro nome, se necessário, para fins de desempate.

A mulher provedora de família monoparental (grupo familiar chefiado por mulher sem cônjuge ou
companheiro, com pelo menos uma pessoa menor de 18 anos de idade), receberá duas cotas do auxílio,
mesmo que haja outro trabalhador elegível na família.
A Portaria MCID nº 351/2020 determina que no caso de família monoparental com mulher prove-
dora, a família fará jus a:
a) 2 cotas do auxílio emergencial, quando a família for composta por mulher sem cônjuge ou
companheiro, com pelo menos 1 pessoa menor de 18 anos de idade e sem a existência de ou-
tros componentes na família; e
b) a 3 cotas do auxílio, quando a família for composta por mulher sem cônjuge ou companheiro,
com pelo menos 1 pessoa menor de 18 anos e com a existência de componente na família que
atenda aos critérios de elegibilidade do benefício.

O auxílio emergencial poderá ser prorrogado, por ato do Poder Executivo, durante o período de
enfretamento da pandemia decorrente do Coronavírus.
É vedado às instituições financeiras efetuar descontos ou compensações que impliquem a re-
dução do valor do auxílio emergencial, a pretexto de recompor saldos negativos ou de saldar dívidas
preexistentes do beneficiário, sendo válido o mesmo critério para qualquer tipo de conta bancária em
que houver opção de transferência pelo beneficiário.
O beneficiário do auxílio emergencial que receba, no ano-calendário de 2020, outros rendimentos
tributáveis em valor superior ao valor da primeira faixa da tabela progressiva anual do Imposto de Renda
Pessoa Física fica obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2021 e de-
verá acrescentar ao imposto devido o valor do referido auxílio recebido por ele ou por seus dependentes.

Auxílio Emergencial Residual


A Medida Provisória nº 1.000/2020 determinou que até 31.12.2020 será efetuado o pagamento de
até 4 parcelas mensais do auxílio emergencial residual, no valor de R$ 300,00, ao trabalhador benefi-
ciário do auxílio emergencial tratado anteriormente. O pagamento será iniciado a partir de 03.02.2020,
data da publicação da Medida Provisória em comento e será devido independentemente do número de
parcelas recebidas.
A parcela do auxílio emergencial residual será paga, independentemente de requerimento, após
a última parcela recebida do auxílio emergencial de R$ 600,00, desde que o beneficiário atenda aos
requisitos exigidos.
Guia de Cálculos Trabalhistas 469

Entretanto, o Poder Executivo federal ainda irá regulamentar o mencionado auxílio emergencial
residual.
O auxílio emergencial residual será, preferencialmente, operacionalizado e pago pelos mesmos
meios e mecanismos utilizados para o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00.
Os pagamentos do auxílio emergencial residual poderão ser realizados por meio de conta do tipo
poupança social digital, cuja abertura poderá se dar de forma automática em nome do titular do
benefício, conforme definido em instrumento contratual entre o Poder Executivo federal e a instituição
responsável pela operacionalização do pagamento.

Situações em que o benefício não será pago


O auxílio emergencial residual não será devido ao trabalhador beneficiário que:
a) tenha vínculo de emprego formal ativo adquirido após o recebimento do auxílio emergencial
de R$ 600,00. Esse critério poderá ser verificado mensalmente, a partir da data de concessão
do auxílio emergencial residual;
b) tenha obtido benefício previdenciário ou assistencial ou benefício do seguro-desemprego ou
de programa de transferência de renda federal após o recebimento do auxílio emergencial de
R$ 600,00, ressalvados os benefícios do programa bolsa família. Esse critério poderá ser verifi-
cado mensalmente, a partir da data de concessão do auxílio emergencial residual;
c) aufira renda familiar mensal per capita acima de meio salário-mínimo (R$ 522,50) e renda familiar
mensal total acima de 3 salários mínimos (R$ 3.135,00);
d) seja residente no exterior;
e) no ano de 2019, tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70;
f) tinha, em 31.12.2019, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, incluída a terra nua, de valor
total superior a R$ 300.000,00;
g) no ano de 2019, tenha recebido rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusiva-
mente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 40.000,00;
h) tenha sido incluído, no ano de 2019, como dependente de declarante do Imposto sobre a Ren-
da da Pessoa Física (IRRF) enquadrado nas hipóteses mencionadas nas letras “e” a “g” na con-
dição de: cônjuge; companheiro com o qual o contribuinte tenha filho ou com o qual conviva
há mais de cinco anos ou filho ou enteado (com menos de 21 anos de idade ou com menos de
24 anos de idade que esteja matriculado em estabelecimento de ensino superior ou de ensino
técnico de nível médio);
i) esteja preso em regime fechado;
j) tenha menos de 18 anos de idade, exceto no caso de mães adolescentes; e
k) possua indicativo de óbito nas bases de dados do Governo federal, na forma do regulamento.

A renda familiar é a soma dos rendimentos brutos auferidos por todos os membros da unidade
nuclear composta por um ou mais indivíduos, eventualmente ampliada por outros indivíduos que con-
tribuam para o rendimento ou que tenham suas despesas atendidas por aquela unidade familiar, todos
moradores em um mesmo domicílio.
Não serão incluídos no cálculo da renda familiar mensal, os rendimentos percebidos no bolsa
família e o auxílio de R$ 600,00.
A renda familiar per capita é a razão entre a renda familiar mensal e o total de indivíduos na família.
470 Guia de Cálculos Trabalhistas

Exigência de CPF regular


Para o pagamento do auxílio emergencial residual é obrigatória a inscrição do trabalhador no Ca-
dastro de Pessoas Físicas (CPF) e sua situação deverá estar regularizada junto à Secretaria Especial da
Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia para o efetivo crédito do referido auxílio, exceto no
caso de trabalhadores integrantes de famílias beneficiárias do programa bolsa família.

Número de cotas - Limites


O recebimento do auxílio emergencial residual está limitado a 2 cotas por família.
A mulher provedora de família monoparental receberá 2 cotas do auxílio emergencial residual.
Neste caso, o auxílio será concedido exclusivamente à chefe de família, após o pagamento da última
parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00, ainda que haja outra pessoa elegível no grupo familiar.
Não será permitida a cumulação simultânea do auxílio emergencial residual com qualquer outro
auxílio emergencial federal.
É permitido o recebimento de um auxílio emergencial de R$ 600,00 e um auxílio emergencial resi-
dual por membros elegíveis distintos de um mesmo grupo familiar, observado que quando se tratar de
família monoparental feminina, o auxílio emergencial residual será concedido exclusivamente à chefe de
família, após o pagamento da última parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00, ainda que haja outra
pessoa elegível no grupo familiar.

Renda e grupos familiares - Caracterização


A caracterização de renda e dos grupos familiares será feita com base:
a) nas declarações fornecidas por ocasião do requerimento do auxílio emergencial de R$ 600,00;
ou
b) nas informações registradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal
(CadÚnico), em 02.04.2020, para os beneficiários do bolsa família e cidadãos cadastrados no
CadÚnico que tiveram a concessão automática do referido auxílio emergencial.

O valor do auxílio emergencial residual devido à família beneficiária do bolsa família será calculado
pela diferença entre o valor total previsto para a família a título do auxílio emergencial residual e o valor
previsto para a família na soma dos benefícios financeiros do bolsa família. Na hipótese de o valor da
soma dos benefícios financeiros percebidos pela família beneficiária do bolsa família ser igual ou maior
do que o valor do auxílio emergencial residual a ser pago, serão pagos apenas os benefícios do bolsa
família. Esta regra, contudo, não será aplicada na hipótese de um dos membros da família beneficiária do
bolsa família ainda receber parcela do auxílio emergencial de R$ 600,00, hipótese em que os benefícios
do bolsa família permanecerão suspensos e o valor do auxílio emergencial residual será de R$ 300,00
para o titular que lhe fizer jus ou de R$ 600,00 para a mulher provedora de família monoparental.

Trabalhador formal - Caracterização


São considerados empregados formais, os empregados remunerados com contrato de trabalho
formalizado nos termos da CLT e todos os agentes públicos, independentemente da relação jurídica,
incluídos os ocupantes de cargo ou função temporários ou de cargo em comissão de livre nomeação e
exoneração e os titulares de mandato eletivo. Não são assim considerados os empregados que deixaram
de receber remuneração há 3 meses ou mais, ainda que possuam contrato de trabalho formalizado nos
termos da CLT.
Guia de Cálculos Trabalhistas 471

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) - Observância


Os órgãos públicos federais disponibilizarão as informações necessárias à verificação da manu-
tenção dos requisitos para concessão do auxílio emergencial residual constantes das bases de dados
de que sejam detentores, observadas as disposições da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), Lei nº
13.709/2018.

Trabalhadores do setor cultural - Renda emergencial de R$ 600,00


A Lei nº 14.017/2020, regulamentada pelo Decreto nº 10.464/2020, aprovou ações emergenciais de apoio
ao setor cultural, a serem adotadas durante o estado de calamidade pública decorrente do Coronavírus.

Dentre as referidas ações, será assegurada a concessão de renda emergencial aos trabalhadores
e trabalhadoras da cultura, no valor de R$ 600,00, a ser paga mensalmente desde 30.06.2020 e, também,
retroativamente desde 1º.06.2020, em 3 parcelas mensais sucessivas.

Nota
Compete aos Estados e ao Distrito Federal distribuir a renda emergencial mensal aos trabalhadores da cultura.

Requisitos exigidos
Farão jus à mencionada renda emergencial os trabalhadores e trabalhadoras da cultura com ativi-
dades interrompidas e que comprovem:
a) terem atuado social ou profissionalmente nas áreas artística e cultural nos 24 meses imediata-
mente anteriores à 30.06.2020, comprovada a atuação de forma documental ou autodeclaratória;
b) não terem emprego formal ativo;
c) não serem titulares de benefício previdenciário ou assistencial ou beneficiários do seguro-de-
semprego ou de programa de transferência de renda federal, ressalvado o Programa Bolsa
Família;
d) terem renda familiar mensal per capita de até 1/2 salário-mínimo ou renda familiar mensal total
de até 3 salários-mínimos, o que for maior;
e) não terem recebido, no ano de 2018, rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70;
f) estarem inscritos, com a respectiva homologação da inscrição, em, pelo menos, um dos cadas-
tros a seguir:
- Cadastros Estaduais de Cultura;
- Cadastros Municipais de Cultura;
- Cadastro Distrital de Cultura;
- Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura;
- Cadastros Estaduais de Pontos e Pontões de Cultura;
- Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (Sniic);
- Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab);
- outros cadastros referentes a atividades culturais existentes na unidade da Federação, BEm
como projetos culturais apoiados nos termos da Lei nº 8.313/1991, nos 24 meses imediata-
mente anteriores à 30.06.2020; e
g) não serem beneficiários do auxílio emergencial previsto na Lei nº 13.982/2020.

O recebimento da renda emergencial está limitado a 2 membros da mesma unidade familiar.

A mulher provedora de família monoparental receberá 2 cotas da renda emergencial.


472 Guia de Cálculos Trabalhistas

Atividades abrangidas
Compreendem-se como trabalhador e trabalhadora da cultura as pessoas que participam de ca-
deia produtiva dos segmentos artísticos e culturais descritos a seguir (incluídos artistas, contadores de
histórias, produtores, técnicos, curadores, oficineiros e professores de escolas de arte e capoeira):
a) pontos e pontões de cultura;
b) teatros independentes;
c) escolas de música, de capoeira e de artes e estúdios, companhias e escolas de dança;
d) circos;
e) cineclubes;
f) centros culturais, casas de cultura e centros de tradição regionais;
g) museus comunitários, centros de memória e patrimônio;
h) bibliotecas comunitárias;
i) espaços culturais em comunidades indígenas;
j) centros artísticos e culturais afro-brasileiros;
k) comunidades quilombolas;
l) espaços de povos e comunidades tradicionais;
m) festas populares, inclusive o carnaval e o São João, e outras de caráter regional;
n) teatro de rua e demais expressões artísticas e culturais realizadas em espaços públicos;
o) livrarias, editoras e sebos;
p) empresas de diversão e produção de espetáculos;
q) estúdios de fotografia;
r) produtoras de cinema e audiovisual;
s) ateliês de pintura, moda, design e artesanato;
t) galerias de arte e de fotografias;
u) feiras de arte e de artesanato;
v) espaços de apresentação musical;
w) espaços de literatura, poesia e literatura de cordel;
x) espaços e centros de cultura alimentar de base comunitária, agroecológica e de culturas origi-
nárias, tradicionais e populares;
y) outros espaços e atividades artísticos e culturais validados nos cadastros aos quais se refere o
art. 7º da citada Lei nº 14.017/2020.

Modelo de Termo Aditivo ao Contrato de Trabalho

O aditivo ao contrato de trabalho não é obrigatório, ou seja, o teletrabalho, trabalho a distância,


home office, poderão ser implantados por ato do empregador, independentemente de alteração no con-
trato. Contudo, caso queira, o empregador poderá adotar o aditivo temporário como por exemplo, o a
seguir transcrito.
Guia de Cálculos Trabalhistas 473

ADITIVO TEMPORÁRIO AO CONTRATO DE TRABALHO


As partes, Fulano de tal .............................. e a empresa .............................................. acordam entre si que,
ante a pandemia do Coronavírus e a necessidade de adotar medidas efetivas para o enfrentamento da
situação, objetivando evitar o contágio e a disseminação do vírus, a partir da assinatura do presente
termo, o contrato de trabalho passa a ser TEMPORARIAMENTE regido pelo sistema de teletrabalho -
home office (CLT, arts. 62, III, e 75A a 75E), ou seja, o colaborador passará a exercer as atividades fora das
dependências da empresa (em sua própria residência), observando as seguintes cláusulas:
1) O sistema home office será implantando TEMPORARIAMENTE, persistindo pelo prazo que a
empresa entender necessário para o atingimento do seu objetivo, tendo em vista a evolução ou controle
da crise pelas autoridades de saúde públicas.
2) Encerrada a necessidade das medidas de proteção à saúde do trabalhador relativas à pandemia
do Coronavírus, a prestação de serviço voltará a ocorrer nas dependências da empresa, a partir da data
que esta estabelecer, mediante simples comunicação aos colaboradores, por qualquer meio (via Teams,
Whatsapp, telefone etc.).
3) A empresa fornecerá ao colaborador o computador e material de escritório necessário ao desem-
penho das atividades, cabendo ao colaborador garantir Internet e wi-fi compatíveis com as atividades.
4) O colaborador declara possuir as características pessoais e profissionais necessárias ao bom
êxito do sistema home office, tais como: concentração (foco no trabalho); iniciativa; aptidão para resolver
problemas sozinho; independência profissional; experiência; capacidade de gerenciar tarefas elegendo
prioridades e evitando o acúmulo de trabalho; cumprir prazos e metas; comprometimento; confiabilidade.
5) O colaborador deverá ter em mente que, embora a medida esteja sendo implantada para a pro-
teção da sua saúde e de sua família, uma das metas do home office é o aumento da produtividade com
maior foco no trabalho e ausência de dispersões. Lembre-se que o seu trabalho será monitorado, sua
eficiência aferida e o seu comprometimento testado, o tempo todo.
6) O colaborador se compromete a manter em casa a mesma rotina de horário de trabalho (hora
para o início e fim do trabalho, BEm como para o repouso/alimentação).
7) O colaborador declara possuir em sua residência espaço e mobiliário condizente com as tarefas
a serem desempenhadas, ou seja, local fixo para o trabalho (isolado, longe do vai e vem de pessoas, de
cachorros, gatos etc.), no qual sejam observadas as normas de ergonomia, ou seja, o mobiliário e as
condições do posto de trabalho devem ser adequados às condições psicofisiológicas do trabalhador
conforme determina a NR 17 (cadeira confortável; com encosto, apoio de braços; mesa que seja funcio-
nal e permita o desempenho confortável da atividade; Internet com capacidade adequada; wi-fi compa-
tível com a necessidade; iluminação e temperatura adequadas ao conforto; telefone celular e/ou fixo de
preferência a ser utilizado só para o trabalho).
8) O colaborador se compromete a manter a organização do trabalho, ou seja, deixar o material de
trabalho fornecido pela empresa (computador, papéis, canetas, livros, manuais etc.), em um local fixo, de
forma a ajudar na organização do próprio trabalho e otimizar o tempo no exercício da atividade, essen-
ciais para uma boa produtividade.
9) O colaborador deverá orientar seus familiares no sentido de que, embora esteja em casa, não
estará disponível para resolver assuntos domésticos (cuidar de filhos, realizar afazeres domésticos,
receber visitas, receber prestadores de serviços etc.).
10) O colaborador deve ter em mente que, no horário comercial, o seu tempo, mesmo estando em
casa, é da empresa, ou seja, estará trabalhando e deverá estar concentrado nas suas atividades, cum-
prindo as obrigações decorrentes do contrato de trabalho. Lembre-se que a sua jornada de trabalho,
mesmo em home office continua sendo de 8 horas diárias de dedicação às suas atividades.
474 Guia de Cálculos Trabalhistas

11) Durante o expediente, o colaborador se compromete a manter-se focado, evitando se distrair


com outros interesses (por exemplo: TV ligada, descansar no sofá, usar o telefone celular para assuntos
não profissionais, brincar com animais de estimação etc.). Essas distrações afetarão sobremaneira a sua
produtividade.

12) O colaborador se compromete a manter o contato com a equipe. Embora o seu contato com a
equipe não seja físico, ele não poderá ser diminuído, e deverá estar disponível, full time, durante a jorna-
da, para atender seus colegas e superiores. Lembre-se que o seu trabalho será monitorado, sua eficiên-
cia aferida e o seu comprometimento testado o tempo todo. Portanto, é imprescindível manter contato
permanente com a equipe (telefone, e-mail etc.). É fundamental, também, manter seu gestor ciente dos
seus progressos no exercício da função.

13) O colaborador se compromete a proteger os dados da empresa. É de fundamental importân-


cia cuidar da proteção dos dados da empresa. Embora esteja em casa, a sua obrigação de proteger
dados da empresa não desaparece, aliás, fica mais evidente. Não deixar que ninguém, mesmo da sua
família, tenha acesso aos equipamentos de trabalho. Lembre-se que eles contêm segredos da empresa
que devem ser preservados. Embora seus familiares sejam pessoas de sua confiança, eles não podem
ter acesso aos equipamentos de trabalho. Portanto, é expressamente proibido que pessoas, além do
colaborador, possam usar seu computador e demais equipamentos de trabalho. As regras de proteção
observadas na empresa continuam sendo obrigatórias para o trabalho em home office, como bloquear
o computador sempre que sair da mesa de trabalho.

14) Para o bom desempenho da atividade, o colaborador deve se manter sempre atualizado, acom-
panhando e interpretando diariamente as alterações ocorridas na legislação e, sempre que necessário,
buscar o fechamento de entendimentos com a equipe, evitando informações divergentes.

15) Conforme já BEm informado, o sistema de trabalho em home office não gera direito adquirido,
o que vale dizer que o empregador pode, a qualquer momento, determinar a volta da prestação dos
serviços no modo presencial nas dependências da empresa, seja por interesse do empregador, seja por
constatar a desnecessidade da continuidade da medida, seja pelo desempenho insuficiente do colabo-
rador ou, ainda, que este não possui as condições necessárias e condizentes com o bom desempenho
das atividades, tais como: ausência de local adequado na residência; mobiliários que não atendam aos
requisitos na NR 17 (ergonomia) e equipamentos com capacidade insuficiente ao bom desempenho das
funções (por exemplo: Internet com pouca capacidade, wi-fi incompatível com a necessidade, ausência
de meios de comunicação (telefone, fixo, celular etc.).

Por estarem de acordo com os termos do presente aditivo, assinam as partes o presente termo em
duas vias, na presença de duas testemunhas.
_______________________________________________________
Colaborador

_______________________________________________________
Empresa

_______________________________________________________
Testemunha

_______________________________________________________
Testemunha
Guia de Cálculos Trabalhistas 475

Trabalho portuário - Medidas especiais temporárias

Em virtude da pandemia decorrente do Coronavírus, por meio da Lei nº 14.047/2020, foram


tomadas, entre outras providências, medidas especiais com a finalidade de preservar as atividades por-
tuárias, as quais foram declaradas essenciais. As mencionadas medidas produzirão efeitos pelo prazo
de 120, contados de 04.04.2020. Entretanto, este prazo será considerado prorrogado caso o estado de
calamidade pública perdure por prazo superior a 120 dias.

Entre as determinações, foi estabelecido que o Órgão Gestor de Mão de Obra não poderá escalar
trabalhador portuário avulso nas seguintes hipóteses:
a) quando o trabalhador apresentar os seguintes sintomas, acompanhados ou não de febre, ou
outros estabelecidos em ato do Poder Executivo federal, compatíveis com a COVID-19: tosse
seca; perda do olfato; dor de garganta ou dificuldade respiratória, comprovado por meio de
atestado médico ou por outra forma estabelecida em ato do Poder Executivo federal;
b) quando o trabalhador for diagnosticado com a COVID-19 ou submetido a medidas de isola-
mento domiciliar por coabitação com pessoa diagnosticada com a COVID-19;
c) quando a trabalhadora estiver gestante ou lactante;
d) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 65 anos e não comprovar estar apto ao
exercício de suas atividades;
e) quando o trabalhador tiver sido diagnosticado com: imunodeficiência, doença respiratória ou
doença preexistente crônica ou grave, como doença cardiovascular, respiratória ou metabólica.

Os trabalhadores que se enquadrem em alguma das mencionadas hipóteses poderão enviar a


documentação comprobatória de sua situação ao OGMO por meio eletrônico.

Nas hipóteses mencionadas nas letras “a”, “b” e “c”, os trabalhadores ficarão obrigados a informar
imediatamente ao OGMO qualquer alteração em sua situação

O OGMO deverá encaminhar à autoridade portuária semanalmente lista atualizada de trabalha-


dores portuários avulsos que estejam impedidos de ser escalados, acompanhada de documentação
que comprove o enquadramento dos trabalhadores em alguma das hipóteses mencionadas.

Enquanto persistir o impedimento de escalação para o trabalho, o trabalhador portuário avulso


terá direito ao recebimento de indenização compensatória mensal a ser custeada pelo operador portuá-
rio ou pelo tomador dos serviços que requisitar trabalhador ao OGMO, no valor correspondente a 70%
sobre a média mensal recebida por ele por intermédio do OGMO entre 1º.04.2019 e 31.03.2020, a qual
não poderá ser inferior ao salário-mínimo para os que possuem vínculo apenas com o referido órgão.

O valor pago por cada operador portuário ou tomador de serviço, para fins de repasse aos bene-
ficiários da indenização, será proporcional à quantidade de serviço demandado ao OGMO, cabendo a
este último, calcular, arrecadar e repassar aos beneficiários o valor de suas indenizações.

O mencionado valor terá natureza indenizatória e não integrará remuneração para efeitos de:
a) imposto sobre a renda retido na fonte (IRRF) ou da declaração de ajuste anual do imposto
sobre a renda da pessoa física do empregado;
b) contribuição previdenciária e dos demais tributos incidentes sobre a folha de salários;
c) Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inclusive para o doméstico; e

Não terão direito à indenização, ainda que estejam impedidos de concorrer à escala, os trabalha-
dores portuários avulsos que:
476 Guia de Cálculos Trabalhistas

a) estiverem em gozo de qualquer benefício do Regime Geral de Previdência Social ou de regime


próprio de previdência social, exceto a pensão por morte e o auxílio-acidente; ou
b) perceberem o benefício assistencial de até 1 salário-mínimo, devido aos trabalhadores portuá-
rios avulsos, com mais de 60 anos, que atenderem aos requisitos exigidos.

Na hipótese de indisponibilidade de trabalhadores portuários avulsos para atendimento às requi-


sições, os operadores portuários que não forem atendidos poderão contratar livremente trabalhadores
com vínculo empregatício, por prazo determinado, para a realização de serviços de capatazia, bloco,
estiva, conferência de carga, conserto de carga e vigilância de embarcações.

Por meio da Portaria MINFRA nº 46/2020, o Ministério da Infraestrutura, entre outras providências,
disciplinou o pagamento da indenização aos trabalhadores portuários avulsos enquanto persistir o im-
pedimento de escalação com fundamento em qualquer das hipóteses previstas no art. 2º da Medida
Provisória nº 945/2020.

Operações de empréstimos e financiamentos, com desconto em folha de pagamento


Durante a vigência do estado de calamidade pública decorrente do Coronavírus será garantida a
opção pela repactuação das operações de empréstimos, de financiamentos, de cartões de crédito e de
arrendamento mercantil concedidas por instituições financeiras e sociedades de arrendamento mer-
cantil e contraídas com o desconto em folha de pagamento ou na remuneração disponível prevista na
Lei nº 10.820/2003, nos termos a seguir, aos seguintes mutuários:
a) empregado que sofrer redução proporcional de jornada de trabalho e de salário;
b) empregado que tiver a suspensão temporária do contrato de trabalho;
c) empregado que, por meio de laudo médico acompanhado de exame de testagem, comprovar
a contaminação pelo novo Coronavírus.

Na hipótese de repactuação, será garantido o direito à redução das prestações na mesma propor-
ção de sua redução salarial, para os mutuários de que trata a letra “a”.

Será garantido prazo de carência de até 90 dias, à escolha do mutuário.

As condições financeiras de juros, encargos remuneratórios e garantias serão mantidas, salvo no


caso em que a instituição consignatária entenda pertinente a diminuição de tais juros e demais encar-
gos remuneratórios.

Os empregados que forem dispensados até 31.12.2020 e que tenham contratado operações de
empréstimos, de financiamentos, de cartões de crédito e de arrendamento mercantil concedidas por
instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil e contraídas com o desconto em folha
de pagamento ou na remuneração disponível terão direito à novação dessas operações para um con-
trato de empréstimo pessoal, com o mesmo saldo devedor anterior e as mesmas condições de taxa de
juros, encargos remuneratórios e garantias originalmente pactuadas, acrescida de carência de até 120
dias.
CAPÍTULO XVIII
LEGISLAÇÃO

Constituição Federal/1988 - 14.048/2020 Portaria RFB/PGFN nºs


Leis Complementares nºs - Medidas Provisórias nºs - 1.178/2020
- 103/2000 - 927/2020 Portaria SEPEC nºs
- 146/2014 - 946/2020 - 18.775/2020
- 123/2016 - 1.000/2020 Portaria SEPRT/MS/MAPA
- 150/2016 - Ato Declaratório do Congresso - 19/2020
Consolidação das Leis do Trabalho Nacional nºs
Portaria SEPRT/MS nºs
(CLT) - 92/2020
- 20/2020
Leis nºs - 93/2020
Portaria SEPRT nºs
- 605/1949 - Convenção OIT nº 132 - 15.797/2020
- 662/1949 Decretos nºs - 16.655/2020
- 4.090/1962 - 27.048/1949 Portaria SEPRT/INSS nºs
- 4.266/1963 - 53.153/1963 - 47/2020
- 4.749/1965 - 57.155/1965 - 10.486/2020
- 5.889/1973 - 73.841/1974 - Instrução Normativa RFB nºs
- 6.019/1974 - 95.247/1987 - 971/2009
- 6.321/1976 - 99.684/1990 -1.436/2013
- 7.418/1985 - 2.490/1998 - Instrução Normativa RFB nºs
- 7.998/1990 - 3.048/1999 - 1.787/2018
- 8.036/1990 - 3.914/2001 - 1.701/2017
- 8.212/1991 - 4.840/2003 - 1.812/2018
- 8.213/1991 - 5.598/2005 - 1.867/2019
- 8.706/1993 - 8.373/2014 Súmulas TST nºs
- 8.949/1994 - 10.060/2019 - 27
- 9.093/1995 - 10.282/2020 - 45
- 9.601/1998 - 10.316/2020 - 60
- 10.101/2000 - 10.398/2020 - 118
- 10.710/2003 - 10.410/2020 - 159
Leis nºs - 10.412/2020 - 171
- 11.340/2006 - 10.413/2020 - 191
- 11.788/2008 - 10.422/2020 - 225
- 12.010/2009 - 10.470/2020 - 258
- 12.506/2011 Circular Caixa nºs - 261
- 12.546/2011 - 914/2020 - 265
- 12.690/2012 - 921/2020 - 291
- 13.429/2017 Portarias MS nºs - 339
- 13.467/2017 - 356/2020 - 340
- 13.670/2018 - 454/2020 - 347
- 13.979/2020 - 1.565/2020 - 354
- 13.982/2020 Portaria ME nºs - 364
- 14.017/2020 - 139/2020 - 371
- 14.020/2020 - 150/2020 - 372
- 14.023/2020 - 245/2020 - 428
- 14.025/2020 Portaria DIRBEN/INSS nºs Súmulas Vinculante nº
- 14.047/2020 - 480/2020 -4

Você também pode gostar