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DIREITO DO CONSUMIDOR

DISCENTE: Nicolle Vasconcelos Bezerra 8°-A

Classe do Processo:
20180020031502UNJ - (0003150-90.2018.8.07.0000 - Res. 65 CNJ)
Registro do Acórdão Número:
1142178
Data de Julgamento:
18/10/2018
Órgão Julgador:
TURMA DE UNIFORMIZAÇÃO
Relator:
ASIEL HENRIQUE DE SOUSA
Data da Intimação ou da Publicação:
Publicado no DJE : 11/12/2018 . Pág.: 494
Ementa:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA - IUJ. CONSUMIDOR - PRODUTO DE CONSUMO ADQUIRIDO EM PAIS


ESTRANGEIRO - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR - APLICAÇÃO AFASTADA. COBERTURA DE GARANTIA
CONTRATUAL - RECONHECIDA A COMPETÊNCIA DO JUIZ BRASILEIRO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE
JURISPRUDÊNCIA ADMITIDO. FIXADAS TESES JURÍDICAS.

1. Na forma do Regimento Interno das Turmas Recursais, são requisitos de admissibilidade do Incidente de Uniformização de
Jurisprudência a ocorrência de divergência sobre interpretação de lei concernente a direito material, entre Turmas Recursais, ou
quando na decisão recorrida a interpretação for diversa da que lhe haja dado outra Turma Recursal.

2. Demonstrada a divergência jurisprudencial entre Turmas Recursais, e presentes os demais pressupostos de admissibilidade,
admite-se o Incidente de Uniformização de Jurisprudência. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA ADMITIDO.

3. No exame do mérito, a Turma de Uniformização de Jurisprudência fixou as seguintes teses jurídicas:

"1. Os produtos de consumo adquiridos em país estrangeiro não gozam da mesma proteção jurídica outorgada pelas normas
brasileiras de proteção e defesa do consumidor, destinadas aos negócios celebrados em território nacional."

"2. É competente o juiz brasileiro para o processo e julgamento da causa em que o consumidor, baseado na norma estrangeira ou na
garantia contratual, busca proteção jurídica a produto adquirido no estrangeiro, contra pessoa jurídica domiciliada no Brasil, assim
definida no parágrafo único do art. 21 do CPC."

4. RECONHECIMENTO DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL E FIXADAS AS TESES JURÍDICAS.


Decisão:
EM CONTINUAÇÃO DO JULGAMENTO, FOI REJEITADA A QUESTÃO DE ORDEM SUSCITADA PELO JUIZ DE DIREITO FABRÍCIO
FONTOURA BEZERRA DA NÃO ADMISSIBILIDADE DO INCIDENTE EM RAZÃO DO NÚMERO INSIGNIFICANTE DE PROCESSOS
VERSANDO SOBRE O TEMA, POR MAIORIA. DECISÃO DEFINITIVA: INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA
ADMITIDO, POR MAIORIA, RECONHECIDA A DIVERGÊNCIA, UNIFORMIZADO O ENTENDIMENTO, POR MAIORIA, FIXANDO-SE
AS SEGUINTES TESES: 1. OS PRODUTOS DE CONSUMO ADQUIRIDOS EM PAÍS ESTRANGEIRO NÃO GOZAM DA MESMA
PROTEÇÃO JURÍDICA OUTORGADA PELAS NORMAS BRASILEIRAS DE PROTEÇÃO E DEFESA DO CONSUMIDOR,
DESTINADAS AOS NEGÓCIOS CELEBRADOS EM TERRITÓRIO NACIONAL. 2. É COMPETENTE O JUIZ BRASILEIRO PARA O
PROCESSO E JULGAMENTO DA CAUSA EM QUE O CONSUMIDOR, BASEADO NA NORMA ESTRANGEIRA OU NA GARANTIA
CONTRATUAL, BUSCA PROTEÇÃO JURÍDICA A PRODUTO ADQUIRIDO NO ESTRANGEIRO, CONTRA PESSOA JURÍDICA
DOMICILIADA NO BRASIL, ASSIM DEFINIDA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 21 DO CPC.

De acordo com as jurisprudências encontradas, o entendimento é que sendo a compra feita no estrangeiro, o produto não vai obter a
mesma proteção jurídica aqui no Brasil.

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