Você está na página 1de 18

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E GESTÃO


LICENCIATURA EM ECONOMIA

O DIREITO DE CONCORRÊNCIA

Apresentado por:
LARIANE VANESSA DE OLIVEIRA DOMINGOS

Nº 20160294

Turma: LEO4M

Curso: Economia

LUANDA

2020
LARIANE VANESSA DE OLIVEIRA DOMINGOS

O DIREITO DE CONCORRÊNCIA

LUANDA

2020
DEDICATÓRIA

Aos meus pais que me deram todo o apoio incondicional do mundo

para realização do meu sonho, que me guiaram pelos caminhos

correcto e me ensinaram a fazer as melhores escolhas.

I
AGRADECIMENTOS

Inicialmente a Deus por ser inspiração e a base para meu desenvolvimento. Por me
dar saúde, força e comprometimento para lutar. Aos meus familiares que sempre estiveram ao
meu lado, dando todo apoio moral e financeiro.

Expresso todo o meu agradecimento aos meus colegas, amigos e ao meu namorado
em particular, que sempre me exaltaram pelas minhas conquistas e continuam me ajudando na
minha caminhada.

Por fim, agradeço também ao Professor de Direito Económico que sempre se


mostrou disponível na transmissão de conhecimento.

O meu muito obrigado.

II
EPIGRAFO

“Com trabalho, inteligência e economia só é pobre quem não quer ser rico”.

(Marquês de Maricá)

III
RESUMO

O presente trabalho visa abordar sobre o Direito da Concorrência, seu conceito, sua evolução
histórica, para que serve, seu impacto no mercado e sua importância. O estudo teve como
objectivo geral analisar o contributo do Direito de Concorrência nas atividades económicas
desenvolvida na economia de mercado. Para o elaboração da mesma usou-se a metodologia
qualitativa, com o método hipotético- dedutivo. A pesquisa adequada foi a bibliográfica com
ajuda de varias temática estudada em: livros, legislações, artigos científicos e site, etc. Sendo
o tema em estudo de amplitude abrangente do Direito Económico, delimitamos apenas em
abordar sobre o Direito da Concorrência. Por fim, o pesquisa encontra-se estruturada em
varias fase, sedo a pré-textuais, textuais e pós-textuais. Na textual encontramos a mesma
formada por um capitulo e vários subtemas relevantes.

Palavras-chaves: 1- Direito, 2- Direito da Concorrência, 3- Direito Económico.

IV
ÍNDICE
DEDICATÓRIA ..........................................................................................................................I
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. II
EPIGRAFO............................................................................................................................... III
RESUMO .................................................................................................................................IV
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1: DIREITO DA CONCORRÊNCIA .................................................................... 4
1.1- Evolução Histórica do Direito da Concorrência .............................................................. 4
1.2- Definições de Direito da Concorrência ........................................................................... 5
1.2.1. Objecto Central do Direito da Concorrência ................................................................ 6
1.3. Lei da Concorrência em Angola ...................................................................................... 6
1.4. O Direito da Concorrência pode impulsionar o crescimento económico no cenário pós
COVID-19? ............................................................................................................................. 7
1.5. Para que serve o Direito Concorrencial? ......................................................................... 9
CONCLUSÕES ........................................................................................................................ 10
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 11
INTRODUÇÃO

O presente trabalho aborda sobre um tema de grande importância na disciplina de


Direito Económico, o mesmo está composto por um capitulo que vai retratar sobre o Direito
da Concorrência e vários subtemas, mencionando conceitos, evolução históricas, importância
ou relevância, vantagens e outros.

“O direito da concorrência constitui um ramo do direito que disciplina toda a


atividade económica desenvolvida na economia de mercado, no que respeita ao desenrolar do
jogo de forças que se estabelece entre a procura e a oferta de bens ou serviços”. (NAZAR,
2014).

Na verdade, as normas do direito da concorrência, regulam as relações económicas


de concorrência entre os vários agentes económicos, constituem verdadeiros instrumentos de
política económica ao serviço das entidades estaduais que supervisionam o funcionamento do
mercado.

A liberdade de concorrência, quer no que concerne à formação da oferta, quer quanto


à procura, e mesmo quanto ao acesso ao mercado, enquanto fatores essenciais para o
desenvolvimento regular das relações económicas numa economia de mercado, são os
principais objetivos prosseguidos pelo direito da concorrência, dispondo assim de um acervo
de normas jurídicas que têm em vista a sua promoção, disciplinando-se os comportamentos
concorrenciais adotados pelos agentes económicos no mercado, qualquer que seja a forma que
revistam (acordos, práticas, decisões, etc.).

Assim, e de acordo com determinadas circunstâncias previstas nas normas de direito


da concorrência, sempre que tais comportamentos tenham por objeto, ou por efeito, impedir,
falsear ou restringir a concorrência no mercado, surgem-nos as regras do direito da
concorrência a proibir a sua adoção, estabelecendo-se um conjunto de sanções que compelem
à adoção de novos comportamentos concorrenciais, mais consentâneos com os usos e
costumes do comércio e o princípio da sã e leal concorrência.

Desta forma, são fixadas regras, nomeadamente, quanto às práticas comerciais


adotadas pelas empresas - proibindo-se as práticas restritivas da concorrência -, regras no que
concerne às operações de concentração de empresas - estabelecendo-se as condições de
admissibilidade por forma a respeitar-se a liberdade de concorrência.

1
Formulação do problema

Embora pareça um tanto sofisticado, o Direito da Concorrência é, na maioria das


vezes, bastante intuitivo. Toda vez que analisamos os preços de mercadorias que
consideramos concorrentes para verificar a conveniência de substituir o mais caro pelo mais
barato, estamos delimitando um mercado (mercado relevante sob a ótica do produto). Toda
vez que optamos pela compra na mercearia do bairro, ao invés de recorrer ao super, ou
hipermercado mais distante, estamos delimitando geograficamente o mercado (mercado
relevante geográfico). Toda vez que decidimos viajar somente nas férias escolares, estamos
definindo temporalmente um mercado (mercado relevante temporal). Sendo assim,
considerando que uma pesquisa começa apenas se haver uma pergunta de partida, constitui o
seguinte: Que contributo tem o Direito da Concorrência nas atividades económicas
desenvolvida na economia de mercado?

Hipótese de Trabalho

Tendo sido formulado o problema da presente investigação, com a certeza de ser


cientificamente válido, propõe-se a seguinte resposta:

H1: O contributo do direito da concorrência, constitui um ramo do direito que


disciplina toda a atividade económica desenvolvida na economia de mercado de forma
positiva.

H2:O contributo do direito da concorrência, constitui um ramo do direito que


disciplina toda a atividade económica desenvolvida na economia de mercado de forma
negativa.

Objectivos

Nenhum pesquisador poderá ter êxitos no seu trabalho, se não traçar as metas a
atingir. Assim sendo, para o estudo que pretendemos realizar, formulamos os seguintes
objectivos:

Geral

Analisar o contributo do Direito de Concorrência nas atividades económicas


desenvolvida na economia de mercado.

2
Específicos

Pretende-se a partir do objectivo geral atingir os seguintes objectivos específicos:

1) Caracterizar os determinantes do Direito da Concorrência;


2) Descrever os conceitos e a evolução do Direito da Concorrência;
3) Identificar os factores que influenciam no Direito da Concorrência;

Justificativa

De forma geral a abordagem ou a escolha do tema justifica-se pela relevância que o


Direito de Concorrência tem como um dos principais instrumentos da cadeira de Direito
Económico.

O Direito da Concorrência, uma vez mais contrariando o senso comum, não estuda,
apenas, as relações entre concorrentes. O seu objeto de estudo é, como expusemos ao
introduzir o tema, o comportamento das pessoas e empresas que atuam em um dado mercado,
analisado sob o viés concorrencial. Ou seja, avalia-se a concorrência (e não só os
concorrentes) no mercado

Metodologia

Este trabalho de pesquisa tem um enfoque qualitativo, onde na qual usei o Método
hipotético- dedutivo.

Técnicas usadas para a colecta de dados

Para o presente trabalho de pesquisa a técnica utilizada para a colecta de dados foi a
pesquisa bibliográfica, que abrange todas as fontes bibliográficas sobre a temática estudada
(recolha e análise de dados económicos, jornais, revistas, livros, artigos científicos,
monografias, etc.).

Delimitação da pesquisa

Sendo o tema em estudo de amplitude abrangente do Direito Económico,


delimitamos apenas em abordar sobre o Direito da Concorrência.

3
CAPÍTULO 1: DIREITO DA CONCORRÊNCIA

1.1- Evolução Histórica do Direito da Concorrência

Antes de analisarmos seus aspectos evolutivos, primoroso destacarmos um breve


conceito de Direito da Concorrência que pode ser definido como um “conjunto de regras
positivadas pelo Governo destinadas a reprimir as modalidades de abuso do poder econômico,
com a finalidade de controlar a monopolização do mercado e favorecer a livre concorrência,
em prol da coletividade” (OLIVEIRA; RODAS, 2004, p.29).

Historicamente, o Direito da Concorrência já tem mais de 100 anos: encontra suas


origens no Canadá e nos EUA, com a promulgação das suas leis de defesa da concorrência
nos anos de 1889 e 1890, respectivamente. A eles, deve-se igualmente a expressão antitruste,
pois sua concepção inicial visava a proibição dos chamados trusts, acordos entre grandes
empresas para a fixação de preços, controle de produção, bem como divisão de mercado.
Esses acordos eram comuns em certas indústrias dos EUA, como de aço, de transporte
ferroviário e de petróleo.

“O direito concorrencial surgiu a partir de uma necessidade fundamental de


regulamentar o mercado socioeconômico em ascensão” (FILHO, 2007). Isto é, todo e
qualquer estado que queira ter como ordem básica o desenvolvimento econômico, deve
possuir normas (jurídicas) especificas que tutelam o funcionamento de sua economia local.

Segundo Filho (2007) afirma que “ao longo do tempo, vários teóricos se debruçaram
sobre o tema apresentando as mais diversas teorias sobre o Direito de Concorrência
(Antitruste). Historicamente, a doutrina econômica clássica liberal, iniciada no século XV,
tendo como principal propulsor Adam Smith, criador de teorias acerca do liberalismo
econômico em tempos de iluminismo e controle estatal de determinadas condutas
econômicas. Suas considerações foram fundamentais para sintonia entre política
governamental, direito e economia”.

“No final do século XIX e começo do século XX, o Estado assume a posição clássica
neoliberal, dando origem aos primeiros indícios de normatização da economia privada. As
primeiras preocupações foram acerca da vasta produção industrial de metais (aço e ferro),
principalmente com o surgimento da linha férrea, que permitiu abranger o mercado de

4
distribuição do que era produzido, acelerando o desenvolvimento das grandes indústrias que
estavam surgindo”. (ÁVILA, 2011, p. 44)

A existência de um conjunto de regras comerciais justas, transparentes e estáveis


aparecia como um fator importante para esse propósito. É justamente por esse motivo que o
Direito da Concorrência na Europa incorpora igualmente as regras de subsídio estatal, que
impedem os governos nacionais de oferecerem auxílios injustificados a empresas domésticas
em detrimento de uma integração econômica regional marcada pela livre concorrência.

A partir daí surge um novo contexto para o direito de concorrência – novas


atividades de exploração surgiram, novos conglomerados empresariais, novas regras sociais, e
com isso a atividade econômica torna-se imprescindível para o desenvolvimento do Estado
Democrático de Direito.

“Os fundamentos do Direito da Concorrência são frequentemente objeto de debate na


doutrina especializada. Isso se deve, principalmente, às suas origens e à sua evolução no
mundo. Enquanto nos EUA o antitruste nasceu como forma de combate às grandes
corporações empresariais, na Europa, o Direito da Concorrência emerge como um
componente de integração regional, relacionado a um propósito maior de criação de um
mercado único e mesmo uma ideia de paz no continente”. (CAENEGEM, 1999, p.123)

1.2- Definições de Direito da Concorrência

O Direito da Concorrência, também denominado como Antitruste, engloba a


totalidade de contornos jurídicos de relações empresariais, e tem como intuito garantir a
liberdade do comércio e sua livre concorrência empresarial, versando a respeito do aspecto
concorrencial quanto aos consumidores, fatores tais que contribuem diretamente para a
obtenção maximizada de lucros mediante a participação no mercado. A livre iniciativa
fundamenta a ordem social econômica, a qual tem por estrutura basilar a concorrência, de
acordo com o artigo constitucional. (NAZAR, 2014)

Definição: “O Direito da Concorrência constitui um ramo do Direito que Disciplina


toda a Atividade Económica desenvolvida na Economia de Mercado, no que respeita ao
desenrolar do jogo de forças que se estabelece entre a procura e a oferta de bens ou serviços”.
(NAZAR, 2014).

5
1.2.1. Objecto Central do Direito da Concorrência

A disputa pelo mercado consumidor influencia a busca de vantagens competitivas


entre empresas, chamadas de eficiência econômica. O objetivo central do Direito da Concorrência
é a proteção do bem-estar do consumidor. A concorrência entre as empresas gera menor preço, maior
qualidade e mais variedade de produtos e serviços para os consumidores. Essa é a razão de ser do
chamado Direito antitruste. (FILHO, 2013, p.27)

Concorrência consiste na disputa entre agentes econômicos na busca pelo mercado e


pelo desenvolvimento de suas atividades, valendo-se do direito ao livre exercício da atividade
econômica. Esse instituto tem como principal função a regulação da atividade econômica para
prevenir e reprimir condutas anticompetitivas, no intuito de impedir que o sucesso dos agentes
econômicos decorra de práticas de abuso do poder ou de atos de deslealdade, o que pode
prejudicar a economia, a concorrência e os consumidores. (NAZAR, 2014)

A livre-iniciativa permite que a preferência do consumidor seja o princípio norteador


da disputa entre os concorrentes dentro do mercado de bens e serviços. No processo de
conquista do mercado, não poucas vezes, estratégias são empregadas em detrimento da ética
profissional, sendo abusivos ou ilegais se o agente for detentor de todo poder de mercado
(monopólio). A proibição legal às empresas detentoras de dominância mercadológica quanto a
qualidade, quantidade e preço dos produtos e serviços por ela lançados; a legislação
caracteriza como defesos certos comportamentos eivados de abuso concorrencial ou de poder
econômico, que prejudicam a concorrência saudável. (FILHO, 2013, p.29)

A obtenção do poder econômico é feita a partir da tomada de posição privilegiada


pelo agente empreendedor, adotando comportamento marcado por autonomia mediante seus
concorrentes e consumidores, sem que no entanto, haja retaliação. O comportamento eivado
de abuso de poder no contexto de mercado é elemento destrutivo para a garantia concorrencial
e sua existência demanda que haja regulamentação estatal com a finalidade de preservar a
concorrência justa por meio da livre iniciativa garantida constitucionalmente. (NAZAR, 2014)

1.3. Lei da Concorrência em Angola

Em Angola foi publicada a Lei n.º 5/18, de 10 de maio, que aprovou a Lei da
Concorrência, a qual vem implementar um conjunto de princípios e regras que visam
salvaguardar a sã concorrência entre os agentes económicos no mercado e cujo cumprimento
será supervisionado pela Autoridade Reguladora da Concorrência, a constituir.
6
Esta Lei é aplicável a todas as empresas públicas, privadas, agrupamentos de
empresas, cooperativas, associações empresariais e outras entidades. Entre as regras mais
significativas introduzidas, importa destacar:

1. Práticas Restritivas da Concorrência: proibição de determinadas práticas que resultem


em abuso de posição dominante, abuso de dependência económica e práticas coletivas
proibidas (e.g. acordos restritivos da concorrência, práticas concertadas).

2. Controlo das Concentrações de Empresas: controlo de atos que impliquem uma


influência determinante sobre a atividade de uma empresa, tais como aquisição de
participações sociais, direitos de propriedade, celebração de contratos que resultem em
aquisição de posição dominante nas deliberações e decisões dos órgãos sociais de uma
empresa.

É, ainda, estabelecido o regime sancionatório aplicável em caso de incumprimento


das regras sobre concorrência. A Lei da Concorrência entrou em vigor no dia 10 de maio de
2018.

1.4. O Direito da Concorrência pode impulsionar o crescimento económico no cenário


pós COVID-19?

Aproximando-se o segundo aniversário do Direito da Concorrência, adotado, pela


primeira vez em Angola, no ano de 2018, por força da implementação da Lei n.º 5/18, de 10
de Maio ou Lei da Concorrência Angolana (LCA), mostra-se oportuno refletir sobre o tema.
Nas próximas linhas, pretendemos demonstrar algumas das potencialidades desta disciplina
que, embora jurídica, é muito influenciada pela economia.

Originária dos EUA (Sherman Act de 1980), a legislação concorrencial rapidamente


se espalhou pelo mundo industrializado, com o objectivo de corrigir as falhas do mercado. No
entanto, apesar da base comum, entre as diversas legislações concorrenciais, existem
diferenças assinaláveis, que reflectem as especificidades socio-económicas de cada nação.

Tomemos como exemplo o caso Sul-Africano, cujas finalidades concorrenciais


incorporaram determinadas preocupações com o crescimento económico e com a promoção
de oportunidades de emprego. De recordar que a África-do-Sul é a maior economia africana,
avaliada em USD 368 mil milhões de dólares (PIB), ocupando, no ranking internacional do
Doing Business de 2019, a posição 84.ª entre 190 economias do globo.
7
No caso de Angola, o Direito da Concorrência regula, entre outros aspectos, os
comportamentos anti-concorrenciais, descritos no artigo 7.º da LCA e seguintes, referentes
aos abusos de posição dominante, de dependência económica e práticas colectivas proibidas.
Ao combater e reprimir estes comportamentos ilícitos, a Lei da Concorrência Angolana
(LCA) pretende criar um fair playing level, onde as pequenas, médias e grandes empresas
possam competir em condições equitativas. Neste sentido, a aplicação da Lei da Concorrência
Angolana (LCA), ainda que reflexamente, poderá contribuir para o crescimento económico,
promovendo um mercado mais eficiente, reduzindo as suas falhas, combatendo situações
abusivas e exploratórias, aumentando, assim, a liberdade de escolha e o bem-estar dos
consumidores. Neste enquadramento, a Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC)
garante o respeito pelas regras da concorrência, de acordo com a legislação aplicável.

Em termos de dimensão, a economia angolana desempenha um papel relevante no


mercado africano, estando avaliada em [PIB - ANGOLA], no entanto, apesar das suas
enormes potencialidades, dos esforços empreendidos e das melhorias verificadas nos últimos
anos, Angola continua a ocupar posições modestas, designadamente, a posição 177.ª ,no
ranking do Doing Business de 2019.

Numa perspetiva mais ampla e, sobretudo, adaptada ao estágio de desenvolvimento


do nosso país, diremos que o Direito da Concorrência pode criar sinergias positivas com
determinadas opções políticas, dentre as quais destacaremos a Política Industrial,
genericamente, entendida como um conjunto de instrumentos que visam incentivar sectores
específicos da economia. Nesta perspetiva, seria desejável estabelecer uma articulação entre
os planos da indústria nacional e as finalidades descritas na Lei da Concorrência Angolana
(LCA), alcançando-se, num primeiro momento, a organização extensiva da actividade
industrial já estabelecida, mediante a realização de estudos de mercado, quantitativos e
qualitativos, onde se identificariam as principais debilidades sectoriais. Fazem parte da
indústria nacional mais relevante os setores energético, extrativo, aviação, telecomunicações,
construção civil, cimento, banca e seguros. Num segundo momento, o Direito da
Concorrência terá a possibilidade de fornecer recomendações concretas, no que toca à criação
de novas indústrias essenciais para o país.

Fazendo uma alusão ao momento presente, em que a economia nacional se contraiu,


devido, entre outras razões, a redução acentuada da receita petrolífera, o excesso de oferta de
crude, o conflito comercial entre os EUA e a China, a pandemia da COVID-19 e o
8
consequente abrandamento da actividade económica mundial, este conjunto de variáveis
negativas evidenciou as fragilidades da indústria nacional. É certo que, a maioria das nações
africanas, enfrentam obstáculos não negligenciáveis, devido à dependência de capital externo,
ausência de tecnologia e mão-de-obra qualificada. No entanto, a dimensão geográfica, a
densidade populacional e a jovialidade do continente (África é considerado o continente mais
jovem), todos combinados, constituem factores atractivos para as multinacionais, que
pretendam obter vantagens competitivas em mercados emergentes. Neste domínio,
entendemos que Angola está em condições de atrair grandes clusters, que uma vez instalados
e competindo entre si, criarão, para além de postos de trabalho, novos produtos, inovações
tecnológicas, consumo, receita empresarial e, como resultado, um elevado PIB.

Os pilares do desenvolvimento angolano podem adoptar uma visão complementar


entre o Investimento Directo Estrangeiro (IDE), a industrialização interna, o reforço da infra-
estrutura essencial, a resiliência do sistema financeiro, a aposta no capital humano e o
fortalecimento do sistema legal e regulatório.

1.5. Para que serve o Direito Concorrencial?

Segundo Filho (2013, p.33), O Direito da Concorrência tem grande importância para o
controlo das actividades econômicas. Actualmente o Direito da Concorrência serve para:

1. Controlar o poder econômico: é um dos principais fundamentos do Direito da


Concorrência, tendo em vista que alguns grupos econômicos, em tempos passados,
passaram a mandar em alguns sectores;

2. Proteger a liberdade econômica: os agentes econômicos, no exercício da livre


iniciativa, são livres para empreender, desde que não prejudiquem a liberdade de
outros agentes econômicos em concorrer. Se houver abuso da supracitada liberdade,
haverá ofensa à liberdade de concorrência, logo, se impõe uma ação do Estado, à
fim de prevenir e reprimir condutas de tal natureza;

3. Distribuir riquezas: a ideia aqui é que não se concentre riquezas, ou seja, que todo
nosso dinheiro fique concentrado em apenas um lugar;

4. Proteger o consumidor: Pois esse é hipossuficiente.

9
CONCLUSÕES

Desta feita, cheguei a conclusão que a concorrência abrange tanto as relações entre
empresas quanto suas relações com os consumidores, revelando a existência de uma raiz
comum entre o direito do consumidor e o direito da concorrência: a defesa da concorrência
visa, em última análise, a garantir o ambiente concorrencial como pressuposto axiomático de
que esta trará um maior bem-estar ao consumidor pela criação de melhores produtos por
preços competitivos (baixos).

O Direito da Concorrência é o ramo do Direito que analisa, sob a ótica econômica e


legal, como se comportam, concorrencialmente, as pessoas e empresas1 que atuam em um
dado mercado. Embora pareça um tanto sofisticado, o Direito da Concorrência é, na maioria
das vezes, bastante intuitivo. Toda vez que analisamos os preços de mercadorias que
consideramos concorrentes para verificar a conveniência de substituir o mais caro pelo mais
barato, estamos delimitando um mercado (mercado relevante sob a ótica do produto). Toda
vez que optamos pela compra na mercearia do bairro, ao invés de recorrer ao super, ou
hipermercado mais distante, estamos delimitando geograficamente o mercado (mercado
relevante geográfico). Toda vez que decidimos viajar somente nas férias escolares, estamos
definindo temporalmente um mercado (mercado relevante temporal).

10
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Livros:

1. ÁVILA, HUMBERTO. Teoria dos princípios. 12º Ed. São Paulo, Malheiros, 2011.
2. CAENEGEM, R.C. VAN. Uma introdução histórica ao direito privado. 2º Ed. São
Paulo, Martins Fontes, 1999.
3. FILHO, CALIXTO SALOMÃO. Direito Concorrencial: as condutas. 1º Ed., 2º tir.,
São Paul: Malheiros, 2007.
4. FILHO, CALIXTO SALOMÃO. Direito Concorrencial: as estruturas. 3º Ed. São
Paulo: Malheiros, 2007.
5. FILHO, CALIXTO SALOMÃO. Direito Concorrencial. 1º Ed. São Paulo, Malheiros,
2013.
6. NAZAR, NELSON. Direito econômico. 3º Ed. São Paulo, Edipro, 2014.

Legislação:

Lei n.º 5/18, de 10 de Maio ou Lei da Concorrência Angolana (LCA)

Site:

www.fbladvogados.com

www.wikipédialivre.com

11

Você também pode gostar