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Guesser, da Tupy, montou pequena fábrica de pisos para mostrar o aproveitamento da areia de fundição
em outros setores
A areia usada pelas fundições para dar o molde às peças é o resíduo industrial com maior
volume no Brasil. Para cada tonelada de metal fundido é gerada outra tonelada de areia
que precisa ser descartada. Cerca de três milhões de toneladas de resíduos chegam por
ano aos aterros industriais no país.
O setor tenta comprovar que o resíduo, considerado não-inerte pela legislação brasileira,
pode ter outras finalidades sem contaminar o ambiente. Alguns Estados - como São Paulo
e Santa Catarina - permitem que a areia de fundição seja usada na fabricação de asfalto e
na construção de artefatos de concreto que não tenham funções estruturais, como tijolos e
lajotas para calçadas. Apesar da liberação, o uso é pequeno se comparado com o volume
de resíduos produzidos pelas fundições. Em maio do ano passado, a Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) também aprovou uma norma que permite o uso das areias de
fundição em aterros e asfalto.
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Durante dois anos, a areia de fundição foi testada em cultivo de cenoura direto no solo e
alface em hidroponia na Estação Experimental da Epagri, em Itajaí. Segundo Rabelo, o
material foi testado em diferentes concentrações e não apresentou nenhuma
contaminação das plantas. O estudo foi elaborado em parceria com a Tupy, que, sozinha,
consome em média 23 mil toneladas de areia nova por mês.
Garcia diz que há uma tendência crescente da indústria de cimento absorver a areia de
fundição. Há um ano, a cimenteira recebia R$ 100 por tonelada de areia incorporada em
seu processo. Hoje, os preços estão em R$ 11. Para Garcia, em poucos anos a indústria
de cimento vai passar a pagar para consumir o material.
Além da destinação para a indústria de cimento, a Tupy instalou em Joinville uma pequena
fábrica de artefatos de concreto. Segundo Guesser, a empresa procurou parceiros para o
projeto. Sem encontrar interessados, resolveu tomar a iniciativa.
Além da obra em Joinville, a Tupy fez uma parceria com o Departamento Estadual de
Infra-Estrutura (Deinfra) de Santa Catarina. Com uma licença obtida junto à Fundação
Estadual do Meio Ambiente (Fatma), está iniciando a construção de um trecho de 400
metros da Rodovia SC 422, no município de Rio Negrinho, utilizando areias de fundição
para fazer a base, sub-base e subleito da estrada.
Após concluído, esse trecho será monitorado por dois anos. No aspecto tecnológico, pelo
10º Batalhão de Construção do Exército. E, no aspecto ambiental, por uma empresa
privada.