Você está na página 1de 10

“Jonas e a baleia”, Gustavo Doré

Evangelho (Lc 11,29–32)

O povo da época de Jesus queria ver sinais, curas e prodígios (se parece com um

certo “povo” que também conhecemos…). Nosso Senhor, percebendo que o povo

queria mais milagres do que a ele próprio, mais “cura e libertação” do que

conversão, disse assim:

“Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe

será dado, a não ser o sinal de Jonas.”

O que é o sinal de Jonas? Jesus já dá uma pista:


“Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também

será o Filho do Homem para esta geração.”

***

Jonas foi um profeta bíblico. Você conhece o livro de Jonas? Ele é uma espécie

de micro-história da salvação. Deus chama Jonas para ser seu profeta, para a

anunciar aos habitantes de Nínive, a grande cidade, que, se não se converterem,

dentro de três dias a cidade será destruída. Jonas se recusa a obedecer a Deus e

foge para outra cidade, Társis, a bordo de um navio, longe da face do Senhor (Jn

1,3).

(No princípio, também Deus chama o homem (Adão) à vida e lhe dirige a

palavra. Deus chama o homem a ser seu filho, um próximo, com que conversava

na brisa da tarde. Mas Adão também se recusa a obedecer a Deus e cai na

lábia da serpente e foge do Senhor: O homem e sua mulher esconderam-se da

face do Senhor Deus [Gn 3,8])

***

Desobedecendo e afastando-se de Deus, eis que as desgraças começam a

acontecer. Jonas, em alto mar (o mar, na Bíblia, é um poderoso símbolo do mal),

começa a perceber as consequências de seu pecado:

O Senhor, porém, fez vir sobre o mar um vento impetuoso e levantou no mar

uma tempestade tão grande que a embarcação ameaçava espedaçar-se. (Jn

1,4)
(O pecado, a desobediência a Deus é a causa de todo o mal no mundo. Foi por

causa do pecado de Adão que a dor e a morte entraram no mundo. No Gênesis,

há este terrível versículo:

Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden (Gn 3,23)

Fora do Éden, fora do Paraíso, vieram a dor e a morte, a precariedade e as

lutas…)

***

Os marinheiros, desesperados e com medo da morte, tem a intuição de alguém

ali causava aquele castigo. A ‘sorte’ caiu sobre Jonas. Jonas se identificou como

um hebreu devoto e eles perceberam que o que acontecia ali devia-se à recusa do

profeta. Então, dirigem-se a Jonas:

Que te havemos de fazer para que o mar se acalme em torno de nós? (Jn 1,11)

Jonas, sem pestanejar, responde:

Tomai-me, e lançai-me às águas, e o mar se acalmará. Reconheço que sou eu a

causa desta terrível tempestade que vos sobreveio. (Jn 1,12)

(Se foi por Adão (um homem) que o pecado entrou no mundo, é pelo Segundo

Adão (Rm 5), Jesus Cristo (um homem), que o pecado é extirpado. [assim como

no livro de Jonas o mal foi causado por ele e por ele será desfeito]. Nosso Senhor

ofereceu-se em sacrifício para tirar o pecado do mundo:


“O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de

mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o

poder de a reassumir.” (Jo 10,17–18)

Jonas, figura de Jesus Cristo, também oferece a sua vida para aplacar o mal:

Tomai-me, e lançai-me às águas, e o mar se acalmará.)

***

E é interessante que na oração dos marinheiros continuem os ecos do evangelho:

Senhor, não nos façais perecer por causa da vida deste homem, nem nos torneis

responsáveis pela vida deste homem que não nos fez mal algum. (Jn 1,14)

(Quem é este homem que não nos fez mal algum? Quem é o Cordeiro de

Deus? Quem é o inocente, em cuja boca não se encontrou mentira [Is 53,9]?)

***

E cumpriu-se o sacrifício, seguindo de uma liturgia (que, claro, vai nos

relembrar o Único e Eterno Sacrifício):

E, pegando em Jonas, lançaram-no às ondas, e a fúria do mar se acalmou.

Tomada de profundo sentimento de temor para com o Senhor, a tripulação

ofereceu-lhe um sacrifício, acompanhado de votos. ?(Jn 1,15–16)

***
Então, Jonas foi engolido por um grande peixe e passou três dias e três noite no

ventre do peixe. O próprio Cristo irá dizer:

“Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no ventre do grande

peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração

da terra” (Mateus 12,40).

Depois, do fundo das entranhas do peixe, Jonas dirige uma belíssima oração ao

Senhor Deus, que representa, depois do sacrifício e do pecado perdoado, a volta

do homem para o coração de Deus e a íntima comunhão que se reestabelece. É a

figura do Cristo pontífice, que restaura a harmonia entre o homem e Deus.

Por fim, o peixe vomita Jonas de volta na praia, Cristo ressuscita e volta para o

seio do Pai. Cristo envia o Espírito Santo sobre os apóstolos, inaugura a Igreja

no dia de Pentecostes; Pedro, o primeiro Papa, prega e uma enorme multidão se

converte. A Palavra de Deus é enviada de novo a Jonas, ele agora obedece, vai à

Nínive, prega e a cidade inteira se arrepende, faz penitência e se converte. É o

evangelho de hoje.

***

Jonas era só um homem, uma figura de Nosso Senhor. Ele não poderia restaurar

a união do homem com Deus. Nosso Senhor também é um homem. É homem e

Deus. Ele nos levou de volta ao Pai. Sobre Ele, assim cantam os santos no céu:

Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e

resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua,

povo e raça; e deles fizeste para nosso Deus um reino de sacerdotes, que reinam

sobre a terra. (Ap 5,9)


Não estamos mais diante de Jonas. Os ninivitas converteram-se ouvindo a Jonas.

Nós estamos diante Daquele que “é maior do que Jonas”. Agora é a nossa vez. O

que iremos fazer?

Perguntas dos Leitores


■ Qual era “o sinal de Jonas” mencionado em Mateus 16:4?
Jesus disse em resposta ao pedido dos fariseus e saduceus, de que lhes desse um
sinal: “Uma geração iníqua e adúltera persiste em buscar um sinal, mas nenhum sinal
lhe será dado, exceto o sinal de Jonas.” — Mateus 16:1-4.
Esses líderes religiosos, evidentemente, procuravam um sinal visível do céu, antes de
aceitarem Jesus como o Messias, baseando sua expectativa no entendimento errôneo
de Daniel 7:13, 14. Exigiam que o Messias satisfizesse seus conceitos preconcebidos,
desconsiderando as coisas maravilhosas que Jesus fazia e ensinava. (João 4:25-
29, 42;7:31; 9:30-33) De modo que Jesus disse aos fariseus e saduceus que o único
“sinal” adicional que seria provido seria “o sinal de Jonas”.
Muitos meses antes, Jesus havia mencionado “o sinal de Jonas”. O que ele
acrescentou naquela ocasião ajuda-nos a perceber seu argumento: “Porque, assim
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre do enorme peixe, assim estará
também o Filho do homem três dias e três noites no coração da terra.” — Mateus
12:38-40.
Em certo sentido, Jonas estava no Seol, ou na sepultura, quando estava no ventre do
enorme peixe que o engoliu. (Jonas 2:1, 2) Depois saiu dali, como que ressuscitado,
para cumprir com sua tarefa profética em Nínive. Algo similar ocorreria com Jesus,
porém, de maneira ainda mais milagrosa.
Jesus predisse que morreria e seria ressuscitado dentre os mortos no terceiro dia.
(Mateus 16:21; 20:17-19; João 2:19-21) Quando Jesus realmente foi ressuscitado
dentre os mortos no terceiro dia, seus discípulos lembraram-se do que ele havia
falado, e isto fortaleceu-lhes a fé nele. (João 2:22; 1 Coríntios 15:3-8) Até mesmo
alguns dos sacerdotes judaicos que souberam do “sinal de Jonas” e da mensagem
cristã ‘começaram a ser obedientes à fé’. (Atos 6:7) Mas eles certamente constituíam a
minoria. A maioria dos líderes religiosos, negando-se a ficar impressionados com as
obras maravilhosas e os ensinos de Jesus, quando andava no meio deles,
continuaram com as suas próprias idéias. Rejeitaram “o sinal de Jonas”, a ressurreição
de Jesus dentre os mortos, no terceiro dia.

O SINAL DE JONAS É UMA


PROFECIA NA TANACH
(BÍBLIA) SOBRE
A RESSURREIÇÃO.

O SINAL DE Jonas. “Deparou o SENHOR um grande peixe, para que tragasse


a Jonas; e esteve Jonas três dias e três noites no ventre do peixe. Então,
Jonas, do ventre do peixe, orou ao Senhor, seu Deus, e disse: Na minha
angústia clamei ao SENHOR, e ele me respondeu; do ventre do abismo, gritei,
e tu me ouviste a voz. Pois me lançaste no profundo do coração dos mares, e a
corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram
por cima de mim. Então, eu disse: lançado estou de diante dos teus olhos;
tornarei, porventura, a ver o teu santo templo? As águas me cercaram até à
alma, o abismo me rodeou; e as algas se enrolaram na minha cabeça. Desci
até os fundamentos dos montes, desci até a terra, cujos ferrolhos se correram
sobre mim, para sempre; contudo, fizeste subir da sepultura a minha vida, ó
SENHOR, meu Deus! Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me
lembrei do Senhor; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo. Os que se
entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é misericordioso. Mas,
com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao
SENHOR pertence a salvação! Falou, pois, o SENHOR ao peixe, e este
vomitou a Jonas na terra” (Jn 1.17-2.10).

O PRÓPRIO MASHIACH YESHUA DISSE QUE O SINAL DE JONAS SERIA O


SINAL PROFÉTICO QUE O IDENTIFICARIA COMO MESSIAS

“Quando os fariseus e escribas pediram um sinal especial ao Senhor Yeshua,


QUE O IDENTIFICASSE COMO MESSIAS, Ele respondeu: “Uma geração má
e adúltera pede um sinal; MAS NENHUM SINAL LHE SERÁ DADO, SENÃO O
DO PROFETA JONAS. PORQUE ASSIM COMO JONAS ESTEVE TRÊS DIAS
E TRÊS NOITES NO VENTRE DO GRANDE PEIXE, ASSIM O FILHO DO
HOMEM ESTARÁ TRÊS DIAS E TRÊS NOITES NO CORAÇÃO DA TERRA”
(Mt 12.39-40).

O ZOHAR CONFIRMA QUE A ALEGORIA DE JONAS É UM CÓDIGO PARA A


RESSURREIÇÃO, E TAMBÉM FALA QUE PRECISAMOS CONTAR COM O
MÉRITO DE UM HOMEM JUSTO PARA SERMOS SALVOS, VEJAMOS O
TEXTO DO ZOHAR:

“Na história de Jonas, encontramos uma alegoria do que acontece à alma


quando entra no corpo. Quando Jonas entrou no barco, isso é a alma
embarcando em sua viagem para baixo, a fim de atravessar o oceano da vida.
Quando um homem peca, ele é como Jonas, que imagina poder fugir do furor
de seu mestre. Então Deus envia uma grande tempestade, pois o Anjo do
Rigor exige o castigo do pecador. Quando Jonas caiu num sono profundo, o
piloto lhe disse: Como podes dormir? Melhor levantar e invocar o teu Deus . O
piloto é o Espírito do Bem que guia o navio, e que lhe diz para pensar em toda
a sua vida a fim de ver se há nela algo que o faça merecedor de perdão. Ou
pode ser que ele tenha entre seus antepassados UM HOMEM JUSTO, COM
MÉRITO DO QUAL ELE POSSA AGORA CONTAR PARA SALVAR-SE. Assim,
quando o homem é julgado no outro mundo, numerosos acusadores bem como
defensores estão presentes. Se o consideram culpado, a alma é separada do
corpo e lançada ao mar. Então o barco pode encontrar calma outra vez no
túmulo.

“Quando um homem morre, são enviados do Céu três mensageiros para que
estejam presentes. O primeiro inscreve suas boas e más ações; o segundo
inscreve o número de seus dias; o terceiro é o que o acompanhou desde
quando ainda estava no ventre de sua mãe. Quando o homem é levado ao
cemitério, se ele foi um homem bom, esses três clamam: ‘Prestai homenagem
a ele, que era à Imagem do Rei!’. Mas se era mau, eles gritam: ‘Infeliz é esse
homem! Melhor seria que nunca tivesse nascido.’

“O PEIXE QUE ENGOLIU JONAS É COMO A SEPULTURA. Após TRÊS DIAS


nela, as entranhas do homem lançam a imundície em seu rosto, gritando:
‘Toma para ti o que nos deste, tu que te hás empanturrado, enquanto o pobre
permanecia faminto!’ Do terceiro ao décimo terceiro dia da morte, os vários
membros do corpo são castigados pelos pecados cometidos. E a alma é
julgada ao mesmo tempo que o corpo, permanecendo na terra durante o
primeiro mês. Então a alma se eleva e o corpo se torna pó até o tempo em que
DEUS RESSUSCITARÁ OS MORTOS. E, quando esse dia vier, uma voz
celeste será ouvida: ‘Despertai! Despertai de vosso grande sono e cantai
louvores, vós que descansais embaixo da terra! Pois o orvalho que cai sobre
vós agora é o Orvalho de Luz. Chegou o tempo de a terra abrir mão de seus
gigantes!’ E ASSIM COMO O PEIXE, APÓS GUARDÁ-LO TRÊS DIAS EM
SEU VENTRE, VOMITOU JONAS, DO MESMO MODO A TERRA VOMITARÁ
SEUS MORTOS.

(O Zohar – O Livro do Explendor, cap. 24, pág 213-215)

JONAS TAMBÉM FOI UM PRENÚNCIO DE QUE A SALVAÇÃO TAMBÉM


SERIA EXTENDIDA A TODA A HUMANIDADE, ATRAVÉS DO MINISTÉRIO
DO MESSIAS, OU SEJA, JONAS FOI ENVIADO DE SIÃO PARA OS
GENTIOS, PARA AVISÁ-LOS DE SEUS MAUS CAMINHOS E TRAZÊ-LOS À
REDENÇÃO. ELE É UM EXEMPLO DE UM JUDEU CUMPRINDO SUA
FUNÇÃO DE SER LUZ PARA AS NAÇÕES. ASSIM, EM MUITOS ASPECTOS,
A HISTÓRIA DE JONAS PRENUNCIOU A VINDA, MINISTÉRIO, MORTE E
RESSURREIÇÃO DO MESSIAS YESHUA.

CONCLUSÃO

Deus não nos transmitiu a história de Jonas apenas como uma narrativa bonita.
Não, pelo contrário, por meio dela o Senhor dirige de maneira profética uma
mensagem inequívoca à humanidade, isto é: YESHUA VIVE! E QUE GRAÇAS
A ELE MUITOS DE NÓS TAMBÉM VIVEREMOS! Até mesmo a cultura judaica
reconhece que o SINAL DE JONAS, o único sinal dado pelo próprio Mashiach
Yeshua, como INDICADOR DE QUE ELE ERA DE FATO O MESSIAS, é UM
CÓDIGO EXPLÍCITO SOBRE A RESSURREIÇÃO, COMO VIMOS NO TEXTO
DO PRÓPRIO ZOHAR! O Eterno quer nos dizer que a cabeça da serpente foi
pisada, o pecado está vencido e foi tirado o poder da morte (2 Tm 1.10).
YESHUA, O MESSIAS, é o sinal de salvação para todo aquele que nEle crê.
ESTE É O SINAL DE JONAS! Na morte e na ressurreição de Yeshua está
contida todo o amor de Deus por nós

Você também pode gostar