Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo:
O presente estudo busca identificar se a família e a experiência prática contribuem para melhores
decisões de consumo, poupança e investimento dos indivíduos, tendo como público alvo os
profissionais da área de odontologia cadastrados em uma assistência odontológica. O estudo tem
natureza quantitativa utilizando a estratégia survey. O universo consiste em 1196 profissionais
registrados no CRO. A Amostra não probabilística selecionada foi do tipo conveniência e a pesquisa
foi aplicada a 47 dentistas cadastrados na assistência odontológica. Os resultados apontaram que,
apesar dos profissionais afirmarem que a família é a principal fonte de conhecimento para gestão do
seu dinheiro, seguida pela experiência prática, os profissionais não mostraram que essas fontes
contribuíram significativamente para a melhor gestão do dinheiro. Também se verificou que os
profissionais mais velhos que deveriam ter maiores conhecimentos sobre princípios financeiros, em
relação aos mais jovens, na prática não pode se confirmou. Pelo contrário, estes profissionais
mostraram pouco conhecimento sobre a importância da poupança para a aposentadoria.
Palavra chave: Educação financeira, Educação básica, Decisões.
Abstract
This study seeks to identify if the family and pratical experience contribute to better decisions on
consumption, savings and investment by individuals, with the target healthcare professionals enrolled
in a dental care. The study is quantitative using the strategy survey. The universe consists of 1,196
professionals registered with the CRO. The non-probability sample selected was the type convenience
and the research was applied to 47 dentists in dental care. The results showed that despite the
professional stating that the family is the main source of knowledge to manage their money, followed
by practical experience, the professionals did not show that these sources contributed significantly to
better money management. We also found that older professionals, who should have more knowledge
about financial principles in relation to young people, in practice can not be confirmed. Rather, these
professionals have shown little knowledge of the importance of saving for retirement.
Keyword: Financial Education, Basic Education, Decisions.
1. Introdução
A educação escolar é fundamental para o desenvolvimento da pessoa, pois determinados
estudos só são proporcionados pela instituição escolar onde a educação é estruturada,
organizada e planejada de acordo com objetivos desejados. Espera-se que a educação básica
fornecida pelas instituições escolares forme indivíduos preparados para lidar com diversas
situações.
Porém, as escolas têm deixado uma grande lacuna na formação dos cidadãos brasileiros.
Segundo Halfeld (2004) muitos profissionais com alto nível de instrução, como médicos,
dentistas, advogados e jornalistas nunca tiveram a oportunidade de conhecer os princípios de
administração, de contabilidade ou de matemática financeira. Essas pessoas, embora sejam
bem capacitadas profissionalmente, acabam equivocando-se em decisões sobre dinheiro.
Sendo que a capacitação para o planejamento e controle financeiro pessoal não está inserida
no campo de educação convencional do país, a educação financeira restringe-se aos estudos
de nível superior nas áreas de Economia, Administração e Contabilidade e também a
experiências profissionais (LEAL e MELO, 2008, p.4). Apesar de ser um assunto de
fundamental importância a todos os indivíduos, aqueles que não pertencem a essas áreas não
têm a oportunidade de obter uma base de conhecimentos sólida sobre finanças pessoais.
Assim, essas pessoas que não estão devidamente preparadas para lidar com suas finanças
pessoais, têm que fazer um esforço maior para aprenderem durante seu dia a dia, na medida
em que surge sua necessidade, como fazer um financiamento, um empréstimo, um
investimento etc. Essas pessoas acabam tendo um comportamento reativo em vez de pró-
ativo, onde não há planejamento nem um conhecimento adequado para lidar com as situações
vividas. Por isso, aqueles que não têm a oportunidade de receber nenhuma base de
conhecimento durante sua formação acadêmica, têm apenas experiências práticas e a família
para formar sua base de conhecimento. Com isso, depara-se com a seguinte questão: qual a
contribuição que a experiência prática e a família têm em relação a melhores decisões de
consumo, investimento e poupança dos indivíduos?
Este trabalho tem como objetivo Verificar qual a contribuição que a experiência prática e a
família têm em relação a melhores decisões de consumo, investimento e poupança dos
indivíduos. Especificadamente, Verificar o perfil socioeconômico dos profissionais
pesquisados, o nível de conhecimento dos profissionais em relação ao uso correto das
finanças pessoais, onde os profissionais adquiriram conhecimento sobre finanças pessoais e
questionar se os mesmos sentem preparados para lidar com suas finanças e analisar a atitude
dos pesquisados em relação às decisões financeiras.
2. Fundamentação Teórica
2.1 Educação
A educação faz parte de todos os períodos da vida de uma pessoa. Em cada etapa o indivíduo
recebe educação através de diferentes atores: dos pais, por meio da escola, através da mídia, e
por outros meios. A educação está diretamente relacionada à formação do individuo.
Dessa forma, para a educação, entende-se uma divisão de responsabilidade e colaboração do
Estado e da família para que o desenvolvimento da pessoa possa ser efetuado de maneira
apropriada para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. A colaboração do
Estado, na forma de proporcionar uma estrutura apropriada para os estudos, através da escola,
e também, oferecer materiais escolares e condições para que os alunos possam comparecer às
aulas. A família, não se limitando a círculo familiar, mas a população como um todo, onde
pessoas mais instruídas transferem conhecimentos aos menos instruídos.
Piletti (apud SAITO, 2007, p.13) considera a educação como um processo de influência
exercido pelas gerações adultas sobre a população jovem, com base em suas expectativas
sociais dominantes. Planchard (apud LIBÂNEO, 2001, p.64) diz que educar é conduzir de um
estado para outro, é agir de maneira sistemática sobre o ser humano, tendo em vista prepará-lo
para a vida num determinado meio.
Para este trabalho, será considerada a idéia de Brandão (2002) que diz que a educação não é
simplesmente “para a vida”, sob o olhar de que a educação é proporcionada de maneira a
preparar o cidadão em cada etapa de sua vida. Tendo a primeira educação proporcionada
pelos pais, em seguida complementada pela escola. Porém, a educação não se limita a estes
dois atores, pois ela ainda pode ser proporcionada pela pelo convívio social, pela mídia,
livros, museus, experiências práticas do dia a dia etc.
Serão abordados alguns conceitos básicos para ajudar a compreensão do assunto e para
melhor desenvolvimento da pesquisa.
3. Procedimentos Metodológicos
A presente pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa quantitativa exploratória e descritiva,
com a aplicação de um survey em profissionais credenciados em uma empresa de assistência
odontológica presente na cidade de Londrina, Paraná.
A forma de amostragem utilizada nesse trabalho foi não probabilística sendo caracterizada
como amostra por conveniência, pois foi delimitada uma pequena amostra para facilitar a
coleta dos dados. A amostra selecionada é composta de 47 cirurgiões-dentistas cadastrados
em uma empresa de assistência odontológica. Dos 47 questionários aplicados 35 responderam
corretamente.
A coleta de dados foi feita de forma estruturada, não disfarçada e aplicada pessoalmente. O
instrumento de coleta de dados foi o questionário.
A pesquisa utilizou apenas a tabulação eletrônica através de avaliação estatística com base no
software Excel, e foram analisados os profissionais, de acordo com as variáveis: nível de
conhecimento e atitude dos indivíduos em relação às suas decisões financeiras.
Os métodos de análises dos dados são baseados em Lucci et al (2006) que firam adaptados
para esta pesquisa e são descritos a seguir:
a) “Verificar o perfil socioeconômico dos profissionais pesquisados”. Para este objetivo
específico não foi elaborado nenhuma hipótese. Porém, para levantar os dados sobre a
amostra pesquisada, foram elaboradas dez questões (Q1 a Q10).
b) “Verificar o nível de conhecimento dos profissionais em relação ao uso correto das
finanças” Q13 a Q21.
c) “Verificar onde os profissionais adquiriram conhecimento sobre finanças pessoais e
questionar se os mesmos sentem preparados para lidar com suas finanças”. As questões foram
a Q11 e Q12.
d) “Analisar a atitude dos pesquisados em relação às decisões financeiras”, Q14, Q16, Q18,
Q20 e Q22.
5 Considerações finais
A presente pesquisa teve por finalidade verificar qual a contribuição que a experiência prática
e a família têm em relação a melhores decisões de consumo, investimento e poupança dos
profissionais formados no curso de Odontologia. Para tanto, formulou-se hipóteses
relacionadas ao tema para satisfazer aos objetivos específicos, sobre as quais se tem os
seguintes dados:
a) “Verificar o perfil socioeconômico dos profissionais pesquisados”. Para este objetivo
específico não foi formulado nenhuma hipótese, tendo este objetivo apenas para levantar
dados da população pesquisada e transformá-los em informações para análise posterior.
b) “Verificar o nível de conhecimento dos profissionais em relação ao uso correto das finanças
pessoais”. Para atingir este objetivo específico, foi formulada uma hipótese (H1) que será
apresentada a seguir.
H1: “Os profissionais da área de Odontologia formados há mais tempo possuem maior nível
de conhecimento do que os formados há menos tempo”. De acordo com os resultados
apresentados nos cruzamentos do tópico relacionado ao nível de conhecimento dos
profissionais de Odontologia a respeito de assuntos de finanças pessoais não é possível
afirmar com segurança que os profissionais com mais tempo de experiência possuem um
maior nível de conhecimento do que os com menos tempo de experiência, e vice versa, pois
os dados apresentados foram equilibrados para os dois lados. Os profissionais com tempo de
experiência inferior a 10 anos tiveram maior nível de acerto em questões relativas às despesas
financeiras no cartão de crédito e sobre juros e outras despesas em financiamentos. Enquanto,
os profissionais com tempo de experiência superior a 10 anos tiveram maior nível de acerto
em questões relativas à liquidez de ativos financeiros e ao planejamento financeiro e a
poupança. Sobre o assunto de juros compostos, os dois grupos apresentaram o mesmo nível
de acerto (80%).
c) “Verificar onde os profissionais adquiriram conhecimento sobre finanças pessoais e
questionar se os mesmos sentem preparados para lidar com suas finanças”. Para atingir este
objetivo, foram formuladas duas hipóteses (H2 e H3) que serão apresentadas a seguir.
H2: “Os profissionais mais jovens consideram que tiveram a família como a principal fonte de
conhecimento sobre o assunto, enquanto os mais velhos sentem que a experiência prática que
formou a base de conhecimento necessária para administrar o seu dinheiro”. Verificou-se que
com a presente pesquisa que esta hipótese não é verdadeira, pois para as faixas etárias
analisadas, todas afirmaram que a principal fonte de conhecimento sobre o assunto de
finanças pessoais é a família, seguida pela experiência prática. Então, pode-se considerar que
a principal fonte de conhecimento sobre finanças pessoais é a própria família, e a experiência
prática vivida pelos entrevistados é outra fonte com grande contribuição, porém com menor
influência do que a família.
H3: “Os profissionais formados há mais tempo sentem mais preparados para lidar com suas
finanças pessoais do que os recém formados”. Verificou-se com a presente pesquisa que esta
hipótese não pode ser confirmada. Dos entrevistados com até 30 anos, 60% afirmam estar
razoavelmente seguro, enquanto que os entrevistados de 31 a 40 anos e acima de 40 anos,
afirmaram não sentir muito seguro com índices de 60% e 50%, respectivamente. Porém, os
únicos entrevistados que afirmaram sentir-se muito seguro para gerenciar seu próprio
dinheiro, foram os com mais de 40 anos, com total de 30%.
d) “Analisar a atitude dos pesquisados em relação às decisões financeiras”. Para atingir este
objetivo, foram formuladas quatro hipóteses (H4, H5, H6 e H7) que serão apresentadas a
seguir.
H4: “Os profissionais mais velhos têm maior propensão a poupança do que os profissionais
mais jovens”. Através da análise do cruzamento da faixa etária com a propensão a poupança
dos entrevistados, encontrou-se menos pessoas com a faixa etária acima de 40 anos propensos
a poupança. Verificou-se que 40% das pessoas com a faixa etária acima de 40 anos possuem
planos de previdência privada, contra 60% de pessoas com menos de 30 anos, e 70% de 31 a
40 anos. Ainda das pessoas acima de 40 anos, 30% possuem apenas planos para poupar para a
aposentadoria, e 20% pretendem ter apenas a aposentadoria oferecida pelo governo. Para
ajudar a entender esse resultado, foi realizado outro cruzamento, para analisar a faixa etária
com a questão relativa ao efeito dos juros compostos ao longo do tempo. Encontrou-se que
20% dos entrevistados com mais de 40 anos não souberam responder a questão sobre os juros
compostos. Com isso, pode-se relacionar as pessoas que não começaram a poupar ainda, com
as pessoas que não entenderam o efeito dos juros compostos ao longo do tempo.
H5: “Os profissionais mais jovens têm maior propensão ao risco do que os profissionais mais
velhos”. Esta hipótese não foi confirmada, pois se verificou que os profissionais mais jovens
mostraram-se mais conservadores na escolha dos seus investimentos. Dos entrevistados com
menos de 30 anos, 60% optaram por investimentos mais conservadores como poupança e
bens imóveis, enquanto que os entrevistados de 31 a 40 anos e os com mais de 40 anos, 60%
optaram por investir em ações e em fundos de investimentos, onde ambos envolvem riscos.
H6: “Os profissionais que possuem dívidas têm menos conhecimento de despesas financeiras
com cartão de crédito, e taxas de juros e outras despesas em financiamentos”. Quanto ao
cruzamento dos profissionais possuidores de dívida com conhecimentos relativos às despesas
financeiras com cartão de crédito não foi possível fazer nenhuma análise, pois os dados
coletados não apresentaram nenhuma variação significativa. Porém, com o cruzamento da
posse de dívidas com o conhecimento das taxas de juros e outras despesas financeiras,
verificou-se que aqueles que não possuem dívidas foram os que mais afirmaram preferir
poupar para depois comprar à vista. Uma informação contraditória foi a que todas as pessoas
que possuem dívidas mal planejadas, que não sabem como nem como irão quitá-las,
afirmaram em unanimidade também preferir poupar e comprar à vista.
H7: “Os profissionais que mais acertaram sobre recursos menos eficientes em caso de
urgência são também os que têm mais conhecimentos sobre os ativos que oferecem mais
segurança para uma família em caso de desemprego”. Esta hipótese pode ser confirmada
visto que 55,56% dos entrevistados que falaram que o recurso menos eficiente são os bens
imóveis, também falaram que o melhor tipo de investimento para proteger uma família em
caso de desemprego são os fundos de investimentos, e ainda 11,11% também falaram que são
os depósitos em conta corrente. Aqui também foi encontrada outra informação contraditória,
todas as pessoas (100%) que afirmaram que os fundos de investimentos seria o recurso menos
eficiente em caso de urgência, também afirmaram que os fundos de investimentos seriam o
melhor tipo de investimento para proteger uma família em caso de desemprego.
Em relação ao objetivo geral da pesquisa, a presente pesquisa não encontrou fatos concretos
de que a experiência prática e a família contribuem para a melhor tomada de decisões de
consumo, investimento e poupança dos profissionais da área de Odontologia.
As respostas dadas pelos entrevistados colocam a família como a principal fonte de
informação a respeito assuntos financeiros, seguida pela experiência prática. Porém, as
respostas apresentadas mostraram que os profissionais da área de Odontologia necessitam de
um maior preparo para gerenciar o próprio dinheiro.
A presente pesquisa diagnosticou também que os profissionais mais velhos, que deveriam ter
mais experiência e consciência sobre finanças pessoais, são os que menos possuem uma
poupança destinada à aposentadoria.
Com base no que foi relatado durante esta pesquisa constata-se que é necessário suprir os
profissionais da área de Odontologia com maiores informações a respeito de finanças
pessoais. Desta forma, destaca-se a necessidade da educação financeira ser oferecida a essas
pessoas através da educação formal, já que a educação apenas com a prática da atividade os
pesquisado afirmam não serem suficientes para gerenciar o próprio recurso.
Referências
BORDIE, Zvi; MERTON, Robert C.; trad. James Sunderland Cook. Finanças. 1ª Ed. rev. ampl. Porto Alegre:
Bookman Editora, 2002.
BRANDÃO, Carlos, R. A educação popular na escola cidadã. Petrópolis: Vozes, 2002.
CERBASI, Gustavo. Casais inteligentes enriquecem juntos: finanças para casais. São Paulo: Gente, 2004.
CERBASI, Gustavo. Como organizar sua vida financeira: Inteligência financeira pessoal na prática. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2009.
CERBASI, Gustavo. Investimentos inteligentes: para conquistar e multiplicar seu primeiro milhão. Rio de
Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.
GALHARDO, Maurício. Finanças Pessoais: uma questão de qualidade de vida. São Paulo: Totalidade, 2008.
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 10ª Ed. São Paulo: Addison Wesley, 2004.
HALFELD, Mauro. Investimentos: Como administrar melhor o seu dinheiro. 2ª Ed. São Paulo: Fundamento,
2004.
LEAL, Douglas T. B.; MELO, Sheila de. A contribuição da educação financeira para a formação de
investidores. In: XI SEMEAD, 2008, São Paulo. XI, SEMEAD, 2008.
LIBÂNEO, José C. Pedagogia e pedagogos, para quê? 4ª. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
LUCCI, C. R.; ZERRENER, S. A.; VERRONE, M. A. G.; SANTOS, S. C. A influência da educação
financeira nas decisões de consumo e investimento dos indivíduos. In: Seminário em Administração, 9.,
2006, São Paulo. Anais... Disponível em:
<http://www.ead.fea.usp.br/semead/9semead/resultado_semead/trabalhosPDF/266.pdf>. Acesso em: 27 jun.
2009.
LUQUET, Mara. Guia valor econômico de finanças pessoais. 2ª Ed. São Paulo: Globo, 2007.
MODERNELL, Álvaro. Educação Financeira: conceitualização. Disponível em
<http://www.edufinanceira.com.br/index.php?ac=arquivo&mes=03&ano=2008> Acesso em 27 jun. 2009.
OLIVEIRA, Gilson A. de; PACHECO, Marcelo M. Mercado Financeiro. São Paulo: Fundamento, 2005.
SAITO, André T. Uma contribuição ao desenvolvimento da educação em finanças pessoais no Brasil.
Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo. São Paulo: Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade, 2007.
SILVA, José P. Análise e decisão de crédito. São Paulo: Atlas, 1988.