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CENTRD DE c|ÊNc|As AGRARIAS
DEPAHTAMENTD DE zooTEcN|A

nELATÓn|o DE EsTÁG|oz

IMPLANTAÇÃO DE UM PRV NA
PnovíNc|A DE ENTRE mos

ARGENHNA z

ACADÊMICO: Sérgio Arruda Kotchergenko


PROF. ORIENTADOR: Luiz Carlos Pinheiro Machado

Florianópolis, Outono de 1995.

11';
AGRADECIMENTOS
Quando tomei a decisão de fazer o curso de Agronomia, esta
se baseava no meu interesse em aprofundar meus conhecimentos na
área da bovinocultura de corte. Ao cursar a Agronomia da UFSC, tive
a grande surpresa de ter sido colocado no melhor lugar possível aos
meus interesses, dado a qualidade dos mestres que encontrei aqui,
destacando-se a pessoa que também viabilizou este estágio, o Dr.
Luiz Carlos Pinheiro Machado.

Foram muito importantes também, os mestres, Antonio Carlos


Machado da Rosa, José Antonio Ribas Ribeiro, Luiz Carlos Pinheiro
Machado Filho, Luíz Oswaldo coelho, Mário Luiz Vincenzi, pelos
conhecimentos sobre a chamada “Pirâmide da Produção”,
conhecimentos esses, fundamentais à elaboração deste relatório.

762"6
Agradeço também a Eng. Agr. Silvia de Bargas e ao Eng. Agr.
Joélcio Fronza.
282

O Ao Sr. David Ocampo e sua esposa Lia de Ocampo, a


hospitalidade que transformou sua fazenda em nossa casa.

Ao pessoal da fazenda: Zeferino, Marcela, Cazuza e Hugo,


UFSC-EU que mostraram que a gente do nosso país vizinho, além de
trabalhadora e alegre, é gentil.

1
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íND|oE

|NrRoDuçAo ......................................... _. .......................................................... ..

1. CARACTERÍSTICAS DO PRORRIETARIO ....................................... __

2. cARAcTERisT|cAs DA REe|Ao ............................................................ ._

3. cAnAcTER|sT|cAs DA PRoPR|EDADE ............... .............................. ..._ _.


0>o>o~›o>4>-&,Q|\>

3.1 coNsTrTu|çAo DA EMPRESA E DrsPosiçoEs LEeA|s .......... ._

3.2 LocA|_|zAÇÃo .................................. ...........................................


_; _.

3.3 FISIOGRAFIA .......................................................................... __

3.3.1 SOLOS ......................................................................... __ ..... _.6


3.3.2 RELEVO ....................................................................... _. .....11
3.3.3 HIDROGRAFIA .................................................................. ..11
3.3.4 COBERTURA VEGETAL ................................................... ..11
3.3.5 CLIMA .......................................................................... ..12 ._ ....

BALANÇO HIDRICO .................................................... ..12


3.3.6 ._ ....

4. ESTUDO DE MERCADO .................................................................. ..18 ._ ....

4.1 IMPORTANCIA DOS BOVINOS ............................................. ..18 _. ....

4.2 PANORAMA INTERNACIONAL DA BOVINUCULTURA DE


CORTE ......................................................................................... ..18
4.3 PANORAMA DA BOVINOCULTURA ARGENTINA ._21
................ __ ....

4.3.1 HISTÓRIA DA BOVINOCULTURA ARGENTINA __21 ............

4.3.2 SITUAÇAO ATUAL DO MERCADO ................................. __27


4.3.3 FLuTuAÇÃo EsTAc|oNA|_ No PREÇO Do
Nov|LHo...., ................................................................... ..27
4.3.4 ExPoRTAçoEs ARoENT|NAsz situação Atual ............. ..3o
4.4 PERSPECTIVAS PARA A BOVINOCULTURA DE CORTE
COM O MERCOSUL ..3O
.............................................................. __ ....
`

4.4.1 MERCADO DE ANIMAIS VIVOS ARGENT. BRASIL :


-
..33 ....

5. CICLO PRODUTIVO
.............................................................................. ..36

6. PROCESSO PRODUTIVO ............................................................... _. .... ..39

6.1 SANIDADE ............................................................................. _. .... ..39


6.1.1 INGRESSO DE ANIMAIS NA PROPRIEDADE .......... ._ .... ..4O

6.1.1.1 Quanto as doenças parasitárias ............................... ..4O


6.1.2 MANEJO SANITARIO DA PROPRIEDADE ..................... ..41
6.1.2.1 Descrição dos eventos .............................................. ..41
6_1.2_1a Tuberculose ...................................................... ._ .... ..41
6.1.2.1b Sama e piolho ................................................... _. .... ..41
6_1.2_1c Desparasitação ................................................. __ .... ..41
6_1.2.1d Mosca dos chifres _____________________________________________ __ ____ ..41
6.1_2.1e Aplicação de vitaminas _____________________________________ _. ____ ..41
6.1.2.1t Aplicação de streptomicina ................................ _. .... ..42
6_1_2_1g Animais mortos _________________________________________________ ._ .... ..42
6.1.2.2 Discussão ___________________________________________________________ __ ____ ..42
6.1.3 DESCRIÇAO DAS DOENÇAS MAIS COMUNS
....... _. .... ..42

6.1.3.1 Febre aftosa ............................................................. ..42


6.1.3.2 Carbúnculo sintomático ............................................. ..43
6.1.3.3 Carbúnculo hemático ................................................. ..43
6.1.3.4 Gangrena gasosa ...................................................... ..43
6.1.3.5 Brucelose ................................................................... ..43
6.1.3.6 Queratoconjuntivite infecciosa ................................... ..44
6.1.3.7 Piolho ......................................................................... ..44
6.2 ALIMENTAÇAO ............................................................................. ..46
6.2.1 Manejo das pastagens ...................................................... ..46
'

6.2.2 Importância e melhoramento do campo nativo ................. ..48


`

6.2.3 Características de plantas forrageiras .............................. ..49


6.3 PASTOREIO RAÇIONAL VOISIN ................................................. ..54
`

6.4 SUPLEMENTAÇAO ...................................................................... ..61


6.4.1 Feno .................................................................................. ..61
6.4.2 Cama de aviário ................................................................ ..62
6.4.3 Mineralização .................................................................... ..62
6.5 INSTALAÇOES ............................................................................. ..65
6.5.1 Cercas ............................................................................... ..66
6.5.2 Potreiro escola .................................................................. ..66
6.5.3 Hidráulica .......................................................................... ..66
6.5.4 Embarcadouro .................................................................. ..68
6.5.5 Sistema viário ................................................................... ..68
6.5.6 Paisagismo ....................................................................... ..69
6.5.7 Instaiações e equipamentos existentes ............................ ..69
6.6 MANEJO ...................................... ................................... ..69
... .........

6.7 RAÇA E MELHORAMENTO GENETICO ..................................... ..71


6.7.1 Raças mais criadas na Argentina ..................................... ..71
6.7.1.1 Aberdeen Angus ......................................................... ..72
6.7.1.2 Hereford ...................................................................... ..72
6.7.1.3 Brangus ...................................................................... ..72
6.7.1.4 Braford ........................................................................ ..72
7. ADMINISTRAÇAO .................................................................................. ..73
7.1 Mão-de-obra ................................................................................. ..73
8. RENDIMENTO TECNICO PREVISTO ................................................... ..74
9. ATIVIDADES PARALELAS AO
ESTAGIO ............................................. ..75
9.1 VISITA AO MERCADO
DE LINIERS ............................................ ..75
9.1.1 Introdução ........................................................................ ..75
9.1.2 Funcionamento do mercado ............................................ ..75
9.2 SEMINARIO DE PRV ................................................................... ..81
9.3 VISITA A PROPRIEDADE VIZINHA ............................................ ..81
10. APLICAÇOES DAS TECNOLOGIAS AO ESTADO DE SANTA CATA-
RINA .................................................................................................... ..83
11. DISCUSSÃO DOS PROBLEMAS CONSTATADOS ............................ ..85
12. CONCLUSAO ...................................................................................... ..87
13. BIBLIOGRAFIA .................................................................................... ..89

II
I NTRODUÇAO
É exigido como parte importante na formação do Engenheiro
Agrônomo, a sua vivência com as práticas, problemas e rotina de uma
propriedade ou empresa rural, para isso, se faz na UFSC um estágio
obrigatório durante o final do curso de Agronomia. .

Sendo o Pastoreio Racional (PRV), a técnica


Voisin
agropecuária de meu maior interesse, um
pedido ao professor
fiz
Pinheiro Machado, de acompanhar o então coléga Joélcio Fronza, no
estágio que seria feito em um projeto elaborado pelo mesmo professor
e pela Eng. Agr. Silvia de Bargas, argentina, localizado na Província de
Entre Rios, na Argentina.

O estágio foi realizado no período de 12/08 à 10/09 de 1993.

Conhecer e acompanhar um projeto feito em um país vizinho


que, logo, logo se tornaria um grande parceiro comercial de nosso
país. Conhecer o seu modo de vida, seus problemas, seu potencial,
sua língua, suas técnicas e seu povo, é sempre interessante para
alguém que está em plena formação profissioonal.

O Pastoreio Racional Voisin, é uma técnica de manejo do solo


- planta - animal, que foi criada pelo francês Andre Voisin.

Este não se limitou à teoria, mas sim, transformou sua fazenda


Le Talou, na Normandia, França, em um grande laboratório no qual
testou suas teorias na prática. Detalhes sobre esse sistema e sua
teoria, serão dados no decorrer deste relatório.

1
1. CARACTERISTICAS DO PROPRIETÁRIO ~

O senhor David Ocampo tem como atividade principal a


compra e venda de imóveis, trabalhando neste ramo há quase 20
anos, e tem, um profundo conhecimento da situação agropecuária nas
províncias de Entre Rios e Corrientes. Nas suas andanças verificou
que os níveis de rentabilidade da pecuária regional e argentina,
atingidos pela maioria dos produtores, são inviáveis, ou seja, é melhor
vender a terra do que ficar produzindo. Diante desta situação foi à
procura de um sistema de produção mais eficiente, encontrando o
Pastoreio Racional Voisin. Visitou projetos em sua região e o projeto
Paraísos, em Bagé, onde pôde apreciar os benefícios do sistema.
Decidiu-se, enfim, a implantar um projeto, denominando-o “El Desafio”.
O nome “El Desafio" não é acidental, pois tem o propósito de
demonstrar a plena viabilidade econômica dos campos argentinos,
quando se empregam métodos racionais de produção.

O Sr. David Ocampo, apoiado por sua esposa, Lia de Ocampo,


assumirá pessoalmente a direção do projeto. Ambos possuem uma
ampla vivência no meio agropecuário, dando-lhes uma base sólida
para o desenvolvimento do processo administrativo.

3
2. cAnAcTERísTicAs DA REGIÃO

A provínciade Entre Rios está localizada em uma regiao


chamada Parque Mesopotâmico, que compreende ainda a província
de Corrientes (Fig. 1). Esta região tem uma fisiografia variada. O
nordeste de Corrientes tem um relevo ondulado, com depressões
cortadas por rios e riachos; no centro e no oeste o relevo é plano e
apresenta depressões. Em Entre Rios o relevo é parte ondulado
formando cochilhas pedregosas e o resto é plano. O clima da região é
temperado-quente e chuvoso, as chuvas se concentram durante a
primavera e verão, podendo ocorrer algumas secas durante o inverno.
As temperaturas médias oscilam entre 17 e 219 C. O solo é arenoso
formando dunas no sul, areno-argiloso no centro de Entre Rios e
argiloso em muitas zonas de Corrientes. A vegetação alterna
pastagens de gramíneas xerófilas' e bosques de ñandubay (Prosopis
algorrobilla), uma án/ore muito utilizada como moirão de cerca que
dura até 100 anos, Acacia caven e Ce/tis spinosa (Fleca, 1982).

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FIGURA
V

Regiões fitogeográficas argentinas 1.


FONTE: Parodi, 1958 cit. RECA. L.C. & FROGONE. J.M., 1982
3. CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE
3.1 CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA E DISPOSIÇÕES LEGAIS
O duas áreas, denominadas
projeto “El Desafio"compreende
de Unidade 1 e Unidade 2. A Unidade 1, com 317,0 ha, localiza-se na
zona da Compania San miguel e a Unidade 2, com 102,0 ha, vizinha à
cidade de Villa Elisa, Província de Entre Rios. A superfície total do
projeto é de 419 ha.

O senhor David.Ocampo, fundador e diretor da


proprietário,
empresa Organizacion Ocampo, que se dedica à comercialização de
terras e outros imóveis além de. outras atividades relacionadas à
agricultura, reside na cidade de Villa Elisa.

3.2 |_ocALizAçÃo z

A Unidade 1 Km
da cidade de Villa
encontra-se localizada a 25
Elisa e conta com um bom caminho de acesso que nasce na rodovia
estadual 130. A Unidade 2 está a 5,0 Km da cidade de Villa Elisa e
conta também com um bom acesso (Figura 2 ).

Elisa está a 17,0 Km da rodovia nacional 14,


A cidade de Villa
(que Buenos Aires às províncias do norte), a 350 Km ao norte de
liga
Buenos Aires, a 320 Km de Uruguaiana e a 30 Km do Uruguai (Fig. 3).

3.3 FISIOGRAFIA

3.3.1 Solos

Os do projeto são classificados como brunizem


solos
Vertissólicos, com Gilgais dispersos. Tratam-se de solos com alta
proporção de argilas, conferindo uma alta capacidade de expansão e
retração, com alta plasticidade.

.
A área apresentava três zonas bem definidas: restos de
culturas de sorgo e arroz, com alto grau de degradação; pastagens
relativamente novas, mas formadas através da aração dentro da
rotação lavoura-pecuária, onde predomina festuca e trêvo branco e
uma zona pequena de campo nativo que nunca foi trabalhada.
Os resultados da análise química são apresentados nos
quadros 1 e 2. São solos levemente ácidos, com baixo teor salino,
pobres em fósforo e enxofre no geral, e regulares a pobres em matéria
orgânica. Há um destacado excesso de ferro. A capacidade de troca
catiônica (CTC), é relativamente alta, com problemas de aeração. São
sensíveis a erosão.

6
PORTO
ÊLEGRE

FIGURA 3. Localização da cidade de Villa Elisa


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II
N
UNIDADE 2
ROTA
1 30

›- 3.5110 m mz Rom 130 í-_-‹ FÉ


'Fäñ É
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ROTA
1 30 Fuo GuàLEGuAYcHÚ

ENTRADA
'Rei D0
PROJETO
km 21

SOCIEDADE 1.000 m 1.000 m 500111


I

RURAL I I I I

DE VILLA
ELISA
I:

'I |'
||
UNIDADE 1

v||_LAE-zuâv
Aração e gradagem devem estar cercados de muitos cuidados
para que não ocorra a degradação destes solos (Machado, 1992).

A única recomendação de fertilização foi a aplicação inicial de


300 Kg de fosfato de rocha natural por hectare (4% de P205),
distribuídos superficialmente, sem nenhum tipo de agressão ao solo.

SANZONOWICZ & GOEDERT (1986), falam que “A eficiência


de uma fonte de fósforo está relacionada as suas caracteristicas, mas
também depende do tipo de solo e do comportamento da espécie
vegetal. Os fosfatos naturais brasileiros são de baixa solubilidade e de
dissolução lenta. A eficiência agronomica inicial é baixa, aumentando
com o passar do tempo. A decisão sobre a viabilidade do uso de
fosfatos naturais para pastagens não pode ser generalizada; contudo,
os resultados mostram que a utilização dessas fontes torna-se viável
desde que a estratégia de manejo seja adequada. Nesse aspecto
merecem destaque a escolha da espécie forrageira, da dose e do
modo de aplicação do fosfato, do de solo e da relação de preços
tipo
da unidade de fósforo total na forma de fosfato natural e na de fosfato
solúvel.

Dada a destes solos ao pisoteio, há que se


alta sensibilidade
tomar precausões nos dias de chuva. Neste caso, as cargas
instantâneas devem ser bem altas, superando as 500 UGMlha, com
tempos de ocupação muito curtos, inferiores a 6,0 horas por grupo.

Desde o ponto de vista do PRV é um solo de alta


potencialidade pois tem uma boa sensibilidade ao desenvolvimento
dos fatores bióticos, apartir de duas condições essenciais: alta
deposição de matéria orgânica e repousos prolongados, ambos
fatores favoráveis ao desencadeamento da biocenose a outro nível de
qualidade (Machado, 1992).

9
Quadro 1: Análise de solos do projeto “El Desafio". Í
ITEM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
6.2 6.5 6.0 6.6 6.3 6.3 6.2 6.0 6.4 6.3 6.4
_ph 6.1

c.org% 0.79 0.89 0.84 1.01 0.99 0.84 1.13 1.68 1.57 1.02 1.07 0.89

M.O.% 1-36 1.53 1.45 1.74 1.71 1.45 1.95 1.17 2.71 1.76 1.84 1.53

nitrato ppm 17 14 38 12 30 21 18 28 5.0 68 1.0 46


P disp. 2.5 0.5 1.0 0.5 0.5 0.5 0.5 3.5 0.5 0.5 4.0 12
Ca ppm 10.4 10.8 20.8 9.2 21.6 13.6 11.6 10.6 8.4 19.6 12.4 20
Mg ppm 1.46 1.94 1.96 0.97 1.98 1.40 1.44 2.43 1.45 1.21 0.99 2.18

Ca/Mg 7.1 5.6 10.6 9.5 10.9 9.7 8.1 4.3 5.8 16.2 12.4 9.2

Fonte: Associ acion para el desarollo de Villa Elisa, Laboratorio Central


de Analisis, Vi la Elisa, Entre Rios. cit. LCPM/SdB, 1993.

Vegetação predominante nas amostras:


- Moha
-
Campo nativo
-
Resteva de arroz
®\IO)U14>~0O|\)-L
I Resteva de sorgo
-
Campo nativo
-
Resteva de milho
Campo nativo -

Moha -

9 - Campo nativo
10 - Campo nativo
11 - Resteva de linho
12 - Pastagem de festuca

10
Quadro Análise dos microelementos do projeto “El Desafio".
2:
Restevas C. nativo Festuca média
P extraivel sn 93 ¢_loo N
22.6
cálcio D'

18.6 20 21.8 20
magnésio U'
.W
oo 9° oa 9° ou

sódio D'
.O
oo .O
oo .O
oo

U
g

_potássio 0.7 0.7 0.9 z

soma cat. U 23.9, 24.3 26.8


cobre W ...L

-P
.-1.

(Ú ...|.

OJ

manganês SD -

700 690 720


ferro SD 13000 1

13000 13500: 13167


zinco SD 37 36 42
molibdênio sn .O
4>- ou oo .O .O

enxofre O 0.011 0.028 0.025 0.021


Referências: a ppm;
- b meq/100g;
- c %.
-

Fonte: Dra. Alicia l. Varsavsky, Buenos Aires. cit. LCPM/SdB, 1993.

3.3.2 RELEVO
O projeto “El Desafio”, apresenta um relevo plano, com
pequenas ondulações o que facilita a implantação do projeto.

3.3.3 HIDROGRAFIA
A disponibilidade de água
é boa em ambas as unidades e não
parecem haver limitantes para a implantação do projeto, tanto no que
se refere à quantidade como à qualidade. Na Unidade 1 existe um
moinho com uma vazão de 0,37 l/s. Na Unidade 2 a vazão estimada
para o moinho é de 0,25 l/s. Há também uma eletrobomba para a
extração de água com uma capacidade de 4000 l/h e um poço com
uma vazão de 100 l/s.
3.3.4 COBERTURA VEGETAL
Ambas as áreas têm uma baixa densidade de án/ores, com
algumas matas pequenas em formação, havendo a necessidade,
portanto, de um reflorestamento afim de diminuir o “stress” dos
animais e aumentar a produtividade do pasto em virtude da sombra e
da diminuição da ação do vento sobre as folhas.

Os campos naturais têm uma grande diversidade de espécies,


entre elas: Paspalum notatum, P. di/atatum, P. sp, Setaria sp, azevém
perene (Lolium perenne), trevo de carretilha (Medícago sp),
“biznaguilIa" (Adesmia latifo/ia). Nas zonas de 'restos de cultura
predominam as espécies como os nabos, capim arroz, carrapichos,
`

trepadeiras e setárias.

11
3.3.5 CLIMA
A
temperatura média da zona é de 17,29 C com uma média
máxima de 23,89 C e uma média mínima de 12,09 C (isotermas Fig. 4).
A temperatura mínima do mês mais frio (agosto) foi de -3,59 C e a
máxima do mês mais quente (fevereiro) de 36,59 C no ano de 1991.

O período médio livre de geadas é de 206 dias, e está


compreendido entre O6 de outubro e 29 de abril, com uma
probabilidade de 66,7% de que a primeira geada ocorra entre 15 de
abril e 13 de maio, e 73,3% que a última geada ocorra entre 20 de
setembro e 21 de outubro.

A precipitação média anual é de 1100 mm, sendo a média do


inverno de 200 mm e do verão 350 mm (Fig. 5).

O quadro 3 apresenta a informação metereológica disponível e


que caracteriza o clima da região, segundo o INTA (Instituto Nacional
de Tecnologia Agropecuaria) como temperado úmido.

A figura 6 mostra as flutuações médias mensais de


temperatura e precipitação.
`

3.3.6 BALANÇO HIDRICO


O quadro 3 mostra que a região tem relativa regularidade
climática. Percebe-se que podem ocorrer secas periódicas,
especialmente nos meses de inverno. O balanço hídrico informa a
disponibilidade de água no solo para as plantas, a partir da
precipitação, evapotranspiração máxima e capacidade de retenção do
solo.

12
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FIGURA 4. Argentina: isotérmas
FONTE: Aparicio, 1958 cit. RECA, L.C. & FROGONE, J.M
1982

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FONTE: Aparicio, 1958 cit. RECA, L.C. & FROGONE J M
1982.
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QUADRO 4. Balanço hídrico de Concepcion del Uruguay. Período
Método Thornthwalte & Walher.
1959/80.
MES EPA P P-EPA PPaa AI VAI ER D Ex Es HT
JUN 23 68 O O 45 34 334
JUL 27 61 O O 34 34 334
AGO 31 78 47 O O 47 40 340
SET 45 79 O O 34 37 337
OUT 77 128 O O 51 44 324
NOV 97 101 0 O 424 324
DEZ 136 112 - 24 -23 012 289
JAN
O)-.L

149 104 - -39 O 6 244


FEV 117 99 - -87 -14 -l>
O 3 227
MAR 98 155 57 O O 2 289
ABR 60 110 19 O OJ _.¡.

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ANO 901 116 -IL
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2 73 274
3
FONTE: INTA. EEA Concepcion del Uruguay, período 1954/80 cit.

LCPM/SdB, 1992.

O quadro 4 apresenta o balanço hídrico mensal no período de


1954/80. Aí pode-se perceber, em primeiro lugar, que as precipitações
anuais superam a evapotranspiraçao potencial em 262 mm.
Entretanto, devido a distribuição das precipitações ao longo do ano,
existe um déficit hídrico de dezembro a fevereiro.

17
4. Esruoo DE |viEncA|:›o
4.1. |MPoRTÃNc|A nos Bov|Nos.
O gado bovino apresenta valor sempre crescente, em todo o
mundo, pelas seguintes razões:
- A alimentação da população humana em ininterrupto
crescimento,recIama proteínas animais, dentre as quais o
leite e a carne ocupam posição relevante;

- Os adubos orgânicos são necessários para a fertilização


das terras cultivadas e os bovinos os produzem em grandes
quantidades;

- Diversos produtos secundários e subprodutos da


industrialização como sangue,couro, pêlos,chifres,unhas,
ossos, sebo, vísceras e glândulas, alimentam uma grande
série indústrias derivadas grandemente úteis, como a de
de
calçados e vestuário; botões, sabão, colas, farinhas
destinadas à alimentação animal e variados produtos
farmacêuticos, todos de expressão econômica e,
finalmente;

-
Os bovinos são produtores de trabalho em determinadas
práticas agrícolas.

PANORAMA INTERNACIONAL DA BOVINOCULTURA DE


4.2
CORTE
A produçao de carne bovina nos principais países, segundo o
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), encontra-se
estabilizada. Apenas alguns países, entre eles EUA, Brasil e China
apresentaram pequeno crescimento nos últimos anos.

Alguns países com economia voltada à pecuária de corte


estão apenas mantendo as suas produções. A Argentina por exemplo,
há vários anos produz cerca de 2,6 milhões de toneladas e apresenta
quedas na sua exportação. A Austrália estabilizou sua produção anual
em torno de 1,7 milhões de toneladas de carne bovina e exporta cerca
de 1,0 milhao de toneladas (Quadro 5, 6 e 7).

A Nova Zelândia estabilizou sua produção em 550 mil


toneladas, com exportações em torno de 350 mil toneladas. O Uruguai
também não supera sua produção anual de 350 mil toneladas com
exportações de aproximadamente 125 mil toneladas.

18
O Brasil, segundo o USDA, vem apresentando crescimento
anual de 2,5% na sua produção, enquanto exporta entre 350 e 450 mil
toneladas

O boletim Safras & Mercados (1995),comenta:


“O mercado internacional de carne bovina iniciou a década de
90 vivenciando um dos maiores crescimentos dos estoques europeus
já registrado na história. Uma crise de preços e oferta foi gerada no
mercado mundial, a partir das maciças vendas dos estoques da
Comunidade Econômica Européia - CEE - a preços altamente
subsidiados. O Brasil chegou a realizar pesadas compras da CEE
neste período. O fato afetou os preços do gado na Austrália e Nova
Zelândia, bem como forçou uma redução de plantéis nos Estados
Unidos. Para o Cone Sul, o fato trouxe mais do que uma redução no
volume de vendas. Na verdade, afetou diretamente o nível de preços e
rentabilidade do setor exportador, onde as vendas ao exterior
passaram a ser concentradas na carne industria/izada e na cota Hilton.
Agora, estes mesmos estoques que pressionaram o mercado mundial
situam-se em patamares bastante baixos, sugerindo uma razoável
recomposição de preços no mercado internacional.

Um abate de matrizes entre 1991 e 1993, originou um


forte
dos maiores estoques de carne bovina da história do mercado
mundial. A doença conhecida como vaca louca originada na Irlanda
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e Inglaterra forçou uma elevação considerável dos abates de vacas,


principalmente, com consequente reflexo na disponibilidade de carne
bovina. Sem escoamento fácil de curto prazo, a CEE garantiu as
compras dos produtores visando um equiíbrio de preços, amenizando
os problemas de renda no setor agrícola. Os estoques da CEE
partiram de 200 mil toneladas em meados de1990, para 1,1 milhão de
toneladas no ano de 1993.

O Brasil foi um dos compradores destes estoques, em


aproximadamente 80 mil toneladas, as quais quase não tiveram
colocação no mercado interno devido a sua baixa qualidade. Em 1994,
o governo brasileiro ainda tentava vender parte da carne importada da
Irlanda, principalmente, para o mercado interno.

Entre o crescimento dos estoques europeus e a prática de


exportações subsidiadas, o mercado mundial passou por um período
de forte ajuste das cotações, tendo praticado preços para o gado vivo
relativamente baixos nos principais paises exportadores. Porém,
alguns fatores atuaram favoravelmente no mercado internacional. Em
primeiro lugar, a abertura econômica na ex-URSS favoreceu o
escoamento rápido deste excedente europeu a partir do segundo

19
semestre de 1993. Depois, o melhor ritmo da economia mundial,
sustentou as vendas para os paises em desenvolvimento e, também,
para a China. Enquanto a CEE mantinha as vendas em volumes
expressivos de carne bovina considerada com problemas sanitários,
devido doença da “vaca louca”, atendia o seu consumidor interno com
volumes maiores de importações de cortes do tipo Hilton,
principalmente oriundos do Mercosul. A boa demanda nos Estados
Unidos nesta década de 90 foi outro fator importante, pois absorveu
parte dos excedentes dos demais países exportadores, principalmente
do Brasil após a reabertura das compras de carne industrializada.
Especificamente no ano de 1994, a seca na Austrália e Nova Zelândia
foi um indicativo bastante favorável para a redução dos estoques
europeus, devido ao menor volume de exportação destes dois países.

O ano de 1995 apresenta um quadro bastante diferenciado


para o mercado internacional de carne bovina. Além da manutenção
da demanda mundial firme e das dificuldades de exportação de
volumes expressivos por parte da Austrália, principalmente, note-se
que os estoques de carne bovina na CEE beiravam apenas 85 mi/
toneladas em janeiro último. Os estoques da CEE registraram queda
de 1,1 milhão de toneladas do início de 1993, para menos de 100 mil
toneladas no início de 1995. Os estoques na Irlanda, Reino Unido,
França e Alemanha, caíram vertiginosamente em 1994, em alguns
casos quase sendo zerados. Ao final de 1994, os estoques da Irlanda
chegavam a 40 mil tons, Reino Unido 32,4 mil tons, Itália 6,6 mil tons,
Dinamarca 1,65 mil tons e França 0, 75 mil tons.

Acredita-se que a demanda intra e extra CEE deverão dirigir-


se para a Irlanda neste primeiro semestre, com possibilidades de
liquidação sumária dos estoques até junho deste ano. O escoamento
dos estoques do Reino Unido duraria até meados de setembro, devido
ao limitado volume de vendas aos demais paises-membros e,
também, por ainda não terem ocorrido vendas para a Rússia. Alguns
analistas previam um crescimento da produção européia para o final
de 1994 e ini'cio de 1995, com agravamento da situação interna devido
aos acordos promovidos na Rodada Uruguai-GATT, a respeito das
práticas de subsídios das exportações. No entanto, a situação parece
bastante contrária, neste primeiro semestre de 1995. Somente a partir
de 1996 espera-se uma recomposição da produção, diante do maior
alojamento de vacas leiteiras nos últimos meses. A diminuição dos
estoques facilitará a redução das exportações subsidiadas em 817 mil
toneladas acordadas no GATT até o ano 2000. Isto revela uma
tendência de que a CEE poderá continuar importando cerca de 500 mi/
toneladas/ano, sem fugir à regra do GA`lT. Uma das maiores
consequências da redução de estoques, é a reabertura de uma “Cota
Balanço” da ordem de 50 mi/ tons para os primeiros seis meses de
1995, com carne bovina industrializada

20
4.3 PANORAMA DA BOVINOCULTURA ARGENTINA
4.3.1 HISTÓRIA DA BOVINOCULTURA ARGENTINA

A história da bovinocultura argentina inicia-se, igualmente ao


resto da América, quando os conquistadores introduziram animais
provenientes da Europa. Estes animais ao ficarem livres, tornaram-se
ferais, onde atuou somente a seleção natural em uma população cujo
número aumentava continuamente. Essa população se conhece como
gado crioulo ou “criollo". Durante o século passado cruzou-se animais
de raças puras no melhoramento do gado crioulo; o processo iniciou-
se com a raça Shorthorn, seguida por Hereford e Aberdeen Angus,
entre outras (Carrazoni, 1974).

Devido a profundas diferenças ambientais, na Argentina pode-


se distinguir duas zonas principais de produção bovina. Uma delas é a
região Centro-Oeste do país, conhecida como região pampeana, e a
outra a região Norte, a qual pode dividir-se em zonas menores
segundo suas características específicas (Kloger,1976).

A região nortenha caracteriza-se por verões quentes e


invernos temperados. As precipitações ocorrem em sua maioria na
primavera e outono; o inverno é a estação seca. As principais zonas
produtoras incluem as províncias de Corrientes, Missiones, Chaco,
Formosa, parte de Entre Rios, norte de Santa Fé e leste de Santiago
del Estero. As pastagens são fundamentalmente compostas por
gramíneas. A qualidade da forragem é pobre durante a maior parte do
ano (Koger, 1976).

Cerca de 80%
das existências bovinas concentram-se na
região Pampeana e 20% na Nortenha. Em números há
aproximadamente 17.000.000 de vacas abaixo do paralelo 30 e
3.500.000 acima (Machado, 1993).

A parição média é de 65% na região Pampeana e de 45% na


Nortenha (Machado, 1993).

A bovinocultura, na economia argentina, constitui-se na


principal atividade agropecuária, contribuindo com aproximadamente
35% do produto setorial bruto e participa com uma importante fração
nas exportações totais (Fleca, 1982).

21
QUADRO 5

Rebanhos Mund|a|s de Gado Bovmo


(Em Milhares de Cabeças)
Prelim. Previsão

PA¡sEs 1984 1985 1986 .

3
1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994?
AN1ÉR1cANORTE 159.246 154.932 1413.5911 146.523 145.756 144.048 141.129 140.032 141.504 143.273 144.531.

-cANAOÁ 11.629 11.330 10.956 10.802 10.756. 1 0.984 11.220 1 1.289 11.713 11.732 11.997
- Méxxco 33.917 33.853 32.167 33.603 35.378 34.999 31.747 29.847 30.232 30.649 30.719
- u.s.A. 113.700 109.749 105.468 102.118 99.622 98.065 98.162 98.896 99.559 100.892 102.055.
I
¬

2.055 1.990 2.000 1.990 1.986 1.977 1.976 1.982 1.983


.CARIBE 1.885 2.019
AMÉR. CENTRAL 9.537 9.470 9.652 7.952 7.893 7.454 7.306 7.212 7.124' 7.139 7.152

AMÉR|cA suL 223.663 226.025 227.302 229.945 237.216 236.817 236.785 239.192 239.512 242.128 244.222
- AR§§NT1NA 54.375 54,684 53.484 51 .683 56.482 56.482 56.982 57.282 55.229 55.577 54.979
- sRAs|L '
126.528 128.363 131.870 134.084 135.972 139.065 140.381 142.886 143.575 145.576 147.000
- coLóMa1A ~
21.694 21 .188 19.904 18.8.19 . 18.400 17.627 16.835 16.225 15.003 16.391 16.704
- URUGUAI 9.491 9.946 9.961 9.778 10.306 10.548 9.377 9.431 9.509 9.924 10.380
- vENEzuE|JA 11.575 11.844 12.083 12.331 12.756 13.095 13.210 13.368 14.1921 14.660 15.159

ces 91.472 90.857 89.620 87.864 85.162 85.379 85.886 84.749 81.441 79.450 77.630
- FRANÇA 23.519 23.102 22.803 22.171 21.053 21.340 21.394 21.446 20.970 20.378 19.880
- ALEMANHA 21.320 21.536 21.454 21.109 20.608 20.369 20.287 19.488 17.134 16.267 15.500
- IRLANDA 5.812 5.835 5.779 5.626 5.580 5.637 5.899 6.029 6.158 6.265 6.251

- |'rÁL1A 9.221 9.206 9.010 8.921 8.898 8.843 8.853 8.235 8,087 7.875 7.780

HOLANDA 4.546 4.606 4.731 4.830 4.876 4.794 4.600


'

- 5.359 5.280 5.076 4.922


_1NcâLATERRA 13.131 12.985 12.695 12.476 11.849 11.902 11.922 11.843 1 1 .623 1 1.605 1 1.594
1

EUR. OC1DENTAL 9.0423 8.023 7.839 7.545 7.495 7.446 7.477 7.412 7.3631 7.219 7.247
13.6951 12.184 11.585
EUR. 0R1ENTAL 32.089 31.979 31.451 31.253 30.620 29.877 18.003 15.862
- Po1.ÓN|A 11.085 10.906 10.774 10.522 10.200 10.322 10.143 9.024 8.030 7.603 7.500

U.R.S.S. 119.558 121.055 120.888 122.103


FSU-12 "' 120.599 119.577 119.344 115.685 110.275 100.913 97.656

QRIENTE MÉO|o 16.455 15.957 15.461 14.911 14.469 13.400 12.700 12.200 12.000 11.900 11.850

- ¬ruRou|A 16.000 15.500 15.000, 14.450 14.000 13.400 12.700 12.200 12.0001 11.900 11.850

Á¡=R|cA 17.345 17.500 17.089 18.151 18.369 19.006 19.783 19.920 19.707 19.489 19.292

Ás|A 357.492 366.227 374.797? 379.791 375.185 377.839 382.193 386.654 397.417' 390.839 394.047
275.340 268.720 268.470 270.070 272.293 271.200 271.255 271.805
'

- íNo|A 267.510 271.390 274.822


- cH|NA 78.084 82.593 86.820 91 .670 94.650 97.948 100.752 102.884 104.590 107.640 110.000

ocEAN|A 29.792 30.561 31.357 31.819 31.468 31.996 32.501 33.060 34.105 34.002 34.233
- AusTRÁuA 22.161 22.784 23.436 23.540 23.469 23.938 24.673 25.026 25.005 25.661 25.733
- N. zE1.ÃND1A 7.631 7.777 7.921 8.279 7.999 8.058 7.828 8.034 9.1001 8.341 8.500

T O TA L 1.066.576 1.074.615 1.076.092 1.078.917 1.076.232 1.063.305 1.064.093 1.063.955 1.055.11911 .050.518 1.051.558 .

QUADRO 5. Rebanhos mundiais de gaddbovino


(Em milhares de cabeças)
FONTE: USDA Departamento de Agricultura dos Estados Unidos,
_

- 011.

AN UALP EC94

22
QUADRO 6

Produção Mundial de Carne Bovina


(1.000 Toneiadas Equivalente-Carcaça)
-'

Prelim. Previsão

PAisEs 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994_
AMÉRICA NORTE 13.2421 13.365 13.527 13.055 13.507' 13.753 13.178 13.007 13.183 13.297 13.5521

- CANADÁ 990 1.029 1.035 977 973 950 924 893 910 930 955
- MÉ×Ico 1.323 1.339 1.200 1.205 1.754 2.140 1.790 1.580 1.660 1.710 1.730.

- U.s.A. 10.929 10.997 11.292 10.554 10.550 10.533 10.464 10.534 10.613 10.657 10.977!

CARIBE 53 so` 57 53” 51 so 511 47 44= 45 454

AMÉRIcA cENTRAL 281 2351 218 254 1551 219 207 211 194 204 2051
8.604 8.490 5.545
AMÉRICA suL 8.250 8.247 8.618 8.476
I

7.477 7.609 7.863 7.924

-AÀRGENTINA 2.553 2.740 2.870 2.700 2.610 2.600 2.650 2.650 2.520 2.550 2.5001

- BRASIL
'
3.577 3. 809 3.649 4.01 7 4.189 4.081 4.469 4.363 4.724 4.61 4 4.700;

- COLÓMBIA 547 683 679 654 707' 741 795 768 630 622 595
- URUGUAI 358 277 376 349 31 5 365 330 350.
I

2951 342 321


'

380 365 377 392'


- VENEZUELA 3021' 324 307 276 307 1
337 355
1

8.443 8.179 7.937


cEE 7.905 8.305 8.508 8.562 5.0141 7.851 5.3021 8.722
.900 .820 1.745
-FRANÇA 1.935 1.845 1.862 1.912 1.7501 1.670 1.753 1.860 1 1

-ALEMANHA 1.514 2.036 2.172 2.171 1.975 1.963 2.112. 2.182 1 .829 1 .750 1.5501

553 565 548 545'


JRLANDA 401 449 511 484 455 432 514
JTÁUA 1.1521 1.2051 1.180 1.205 1.154 1.140 1.155 1.183 1 .220 1 .1 80 1.180

-HoLAN0A 500 494 546 535 505 485 521 623 635 600 550
509 539 530 500'
-EsPANHA 355 401 440 449 450 451 513
-INGLATERRA 1.135 1.126 1.028 1.088 945 980 1.003 1.019 962 974 9571
F
1

650 648 sas'


EUROPA OCIDENTAL 653 575 673 661 5171 616 549 1
1
5541 1

EuR0PA oRIENTAI. 2.535! 2.219' 2.098 2.587 1.9591 1.075 1.345 1.236 1.049 815 7661

617
1

- POLÔNIA 757 525 854 835 753 729 535 770 521 4961

U.R.S.S. 7.244 7.3701 7.840 8.288


FSU-12 "" 8.164 8.781 5.522 8.237 7.010 6.886 5.5551

QRIENTE MÉ0Io 251 271 291 '


297 314 295 313* 317' 323 320 324
_

- TURQUIA 2251 23o_ 235 240 2551 270 255, 2911 295 292 295
934 968 1.155 1.129
11

ÁI=RIcA 1.000 1.124' 976 956 1.069 1.126 I

I
1.04711

ÁsIA 2.930 3.133 3.432? 3.699 3.614 2.852 3.055 3.405' 3.697 3.956 4.1531

1.782 970 1.012 1.015 1.020 1.050 1.050


I

-ÍNDIA 1.806 1.552 1.978 2.020 I

- cI~IINA 373 457, 589 792 958 1.072 1.2551 1.535 1.803 2.000 2.2001
I

ocEANIA 1.551' 1.5241 1.944 2.112 2.095 2.115 2.159' 2.259' 2.356 2.345 I
2.337'
.767'
-AUSTRÁUA 1.245 1.335' 1.478 1.549 1.533 1.565 1.715 1.735 1.838 1 .771 1

- NovA ZELÂNDIA 4331 4551 455. 563 5621 550 471 5241 518 574 57011
¬›
45.2551'
To7AL 43.755 44.7511 45.813 46.673 48.306 48.720 47.795 47.572' 45.710 45.297
'i

QUADRO 6. Produção Mundial de Carne Bovina


(1.0001one!adas - equivaiente carcaça)
FONTE: USDA - Departamento de Agr';¡ouItura dos Estados Unidos, 011.

ANUALPEC94, 1995.

23
QUADRO 7

Abates Mundiais de Gado Bovino


(Milhares de Cabeças)
Prelim. Previsão
f
1
PAISES 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994
50.854 47.351 45.103 45.432 45.615 48.835
AIvIÉRIcA NoR'rE 52.367 52.183 50.951 48.409 49.927
1

3.284 3.293 3.370 3.475


- cANADÁ 4.218 4.235 4.150 3.780 3.578 3.624 3.354
10.702 8.720 7.450 7.770 7.850 7.92C
- MÉxIco 6.890 7.900 5.755 5. 837 8.468
41.259 40.048 41.046 38.792 37.881 36.328 35.277 34.369 34.369 34.395 35.444
- U.s.A.
300 350 344 350 328 316 319 326
CARIBE 304 320 323
1.289 1.1s7` 1.209
AMÉRICA cENTRAI. 1.302 1.210 1.139.
`

1.580 1 .347 1.354 1.254 1.2571


45.498 44.477 45.388 44.722 45.082
AMÉRICA suL 39.218 41.843 40.836 41.567 42.524 42.453
- ARGENTINA 12.196 13.700 14.000 12.800 12.200 12.200 1 2.500 1 2.650 11.900 12.100 12.400
'
20.549 21 .221 20.005 22.199 23.140 22.282 24.785 23.905 26.194 25.393 26.10C
- aRAsII.
66 3.490 3.485 3.252
- coLÓMBIA 3.487 3.526 3.507 3.349 3.704 3.885 4. 1 91 4.1
1.385 .266 .49C
- URUGUAI 1.462 1.600 1.821 1.266 1.458 1.827 1 .550 1 .306 1 1

- VENEZUELA 1.596 1.292 1.412 1.543 .700 .730 1.749 1 .776 1 .840
1.522 1.5021 1 1

31.320 32.944 31.082 30.399 29.549


cEE 33.898 33.442 33.554 33.432 31.307 29.751
992 987 855 931 1.121 1.104 1.094 1.083
- BÉLGICA 1.059 1.066 1.037
789 937 857 810 800
- DINAMARCA 1.078 1 .013 1.014 963 887 819
7.102 6.868 6.415
- FRANÇA 1
8.105 7.669 7.641 7.774 7.230 6.540 6.761 7.354
- ALEMANHA 7,641 7.581 7.815 7.832 7.365 6.894 7.446 7.445 6.164 6.250 6.300
400 412 395 325 370 320
- GRÉCIA 441 437 410 431 411
- IRLANDA 1.358 1.520 1.717 1 .584 1.452 1.366 1.583 1.714 1.708 1.656 1 .65C

5.192 5.100 4.870 4.919 4.874 5.227 5.227 5.067 4.900 4.776
.ITÁLIA 5.132
2.460 2.300
_HoLANoA 2.504 2.497 2.513 2.450 2.216 2.117 2.250 2.559 2.596
-PORTUGAL 451 468 540 483 482 582 502 573 565 529 515
1.991 2.208 2.100 .960
- EsI>ANHA 1.825 1.815 1.922 1 .982 1.984 1.862 1.891 1

_INGLATERRA 4.304 4.184 3.845 4.071 3.374 3.442 3.528 3.528 3.386 3.362 3.430
2.617 2.542
EUROPA OCIDENTAL 2.999 3.058 3.027 2.943 2.704 2.s57i 2.727 2.741 2.669
4.581 4.350
EUROPA oRIEI\I'rAI. 11.121 10.959 10.379 10.152 9.773 5.400 7.199 6.407' 5.731
- I>oI.óNIA 4.360 4.280 4.322 4.047 3.511 3.35s¡ 4.493 ¬

4.265 3.699 3.168 3.00

U.R.S.S. .
38.989 39.712 40.203 40.820
FSU " 42.573 42.730. 43.120 43.500 43.580 35.927 34.568

ORIENTE IvIÉDIo 4.367 4.368 4.501 4.538 4.590 4.400 4.500 4.300 4.400 4.350 4.350
- TURQUIA 4.100 4.200 4.250 4.300 4.350' 7 4.400 4.500 4.300 4.400 4.350 4.35
5.369 5.463 5.243' 4.929
ÁFRICA 4.805 5.016 Í
5.273 4.722 4.451 4.5491 5.121

ÁsIA 9.404 10.408` 11.962 30.807 30.277 31.801 33.845 36.142 38.238 40.910 43.271
-ÍNDIA 2.930 2.980 3.180 20.200 18.650 19.400 20.227 20.312 20.425 20.950 21.26
- CHINA 3.869 4.573 5.550 7.403 8.552 9.428 1 0.883 13.039 15.000 17.000 19.00í

11.36
i

ocEANIA 9.247` 9.983 10.402 11.377 10.9121 10.9941 10.946 11.141 11.578 11.445
- AUsTRÁI_IA 5.550 7.146 7.869 8.049 7.770 7.435 8.166 8.271 8.771 8.318 8.28
- NovA ZEIÀNDIA 2.5971 2.837 2.533 3.328 3.042, 3.1751 2.780 2.870 2.807 3.127 3.08

To TA I. 2012.2971 212.439 212.765 2130.3191 230.545' 226.504 233.182 233.419 235.018 227.315 228.281

QUADRO 7. Abates M undiais de Gado Bovino


(Milhares de cabeças)
FONITE: USDA - Depart amento de Agricuitura dos Estados Unidos, cit.

ANUALPEC94, 1995.

24
QUADRO 8

Exportações Mundiais de Carne Bovina


(1 .O00 Toneladas - Equivalente-Carcaça)
Prelím. Previsão

PAis Es 198419851986198719881989 1990 1991 1992 1993 1994


AMÉmcA NoRTE 258 268 344 370 399 576 571 652 761 773 828
159 180 190*
-cANAoÁ 106 117 104 93 86 108 110 109
-
México 0 0 1 O 0 4 5 4 1 3 3
-
usA 152 1
151 239 277 313 464 456 539 601 590 635
1 3. 11 9 15 12 13 16 7 7 9
AMÉRICA CENTRAL 49 sz__ 66 47 40 47 49 55 41 47 45
AMER1cA suL 838 713 1.031 891 903 854 870 739 830f
`

974 921
AR6ENT1NA
- 250 260 251 287 320 360 451 390 296 240 2601
-
8RAs1L 508 537 389 321 579 345 249 326 444 386 440.
7 9 10`
- co1_ÓMB1A 5 4 11 12 4 9 11 21
-
u5_u6uA1 131 120 _ 187 93 132 177 192 117 123 104 130
css 1 .987 2.105 2.557 2. 320 2.313 2.668 2.553 2.908 2.889 2.904 3.018
- FRANÇA 400 430 565 470 446 620 427 500 -

560 550 600


- ALEMANHA 473 496 617 511 esa 837 911 957 690 700 7303
-
1RLANoA 242 308 411 431 366 438 381 402 495 480 661
-
1TÁL1A 86 120 138 111 93 78 66 151 164 170 17o
- HOLANDA 293 315 351 320 314 324 333 420 457 '

425 400
- ESPANHA 6 1 0 10 22 40 61 56 78 85 65
-INGLATEBBA go 185 188 192 1361 164 123 139 145 189 189
Ê"u1=10PAoc|oENTAL 83! 114 112 f_97 76 63 79 96 96 89 79`

ë›eR'9§ÁÍ_9훚.›¿IèL
7261* 299 276 294 2961 166 63 21 30 23 161

U.R.$.S. 27 30 7 7
FSUV-_1 168 1.201 1.120 960 892 826 774.
À ___
4
_

13_ 4 1 8 8 1 1 1 1 11
°.F'.5NT.E .!V'É.°.'.°_ _
ÁFRICA 2___ 2 3 1 1 1 1 2 21 6 51
_
1

____
Ás1A“ 71 73 88 170 187 187 285 365 157 171 2061
- iND1A se 57 61 134 132 126 126 140 77 90 100
-CHINA 16 27 35 ss 67, 155 222 75 75 100
_____L____1§
oc6AN1A 903 1.022 1.147 1 .34O 1.325 1.307 1.423 1.508 1.618 1.582 1.s31¿
‹AusTRÁL|A 616 690 807 908 890 872 1.064 1.080 1.192 1.127 1.081
.NovA zE»_ÃNo|A 287. 332. 340 432 435 435 359 428 426 455 460,
1'o1'AL 4.632 4.903 5.4401 6.3761 s.86s*, 7.1001 7.061 7.4381 7.364 7.168 7.390

QUADRO 8. Exportações Mundiais de Carne Bovina


(1 .000 toneladas - Equivalente carcaça)
FONTE: USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, cit.

AN UALPEC94, 1 995. *

25
QUADRO 9

Importações Mundiais de Carne Bovina


(1.000 Toneiadas - Equivalente-Carcaça)

Prelim. Previsão
"
PAIsEs 1984 19854986 1997 1999 1989 1990 1991 1992 1993 1994
AMÉRICA NORTE 953 1.070 1.091 1.179 1.259 1.186 1.314 1.428 1.458 1.453 1.385
- CANADÁ 115 1 15 1 12 135 153 158 185 217 221 260 210`
- México 0 7 1 4 15 40 60 120 130 100 100)

- usA 838 948 978 1.040 1.091 988 -


1.069 1.091 1.107 1.093 1.0751

252 144 69 37 361


AMÉRICA sui. 26 49 430 2131 39 221
- BRASIL 20 48 430 167 26 218 250 125 40 201 201

- VENEZUELA 6 1 O 21 8 3 2 17 13 14 151
V

2.194
I

'

1.599 1.719 1.779 1.826 1.894 1.927 1.894 2.084 2.179 2.177'
crie
- FRANÇA 279 920 329 306 319 355 396 450 430 439 9901
- ALEMANHA 295 301 aoo 312 355 355 382 396 479 500 540;
35 15 145 1371
- GRÉCIA 120 199 141 171 168 160 1 1 151

- ITÁLIA 459 493 479 468 417 473 451 530 479 460 490
- HQLANDA 52 75' 59 69 76 68 85 104 119 110 1oo
INGLATERRA
- 91o 299, 957 375 41 8 375 277 304 335 320 3401

EUROPA OCIDENTAL 25 19 20 31 43 30 28 30 36 zsi 241

EUROPA ORIENTAL 69 35 45 64 125 90 83 43 59 60 sal

U.R.S.S. 541 320 250 142


FSU-12 ' 277 1.346 1.365 1.360 1.322 1.126 1.0741

QRIENTE MÉDIO 99 139* 121 119 92 22* 97 86 97 95 947


`

- ARÁBIA sAuo1TA 59 55' 55 55 29 15 27 61 67 70 74


- TURQUIA 0 37 24 23 12. 7 1o 25 30 25 2o.
1

ÁFRICA 259 19: 175 218 218 i


299 153 114 130 150 190?

IÁs|A 341 334 393 454 558 736 919 852 945 980 1.949
-cH|NA(HoNe 1<oNo) 75 79 79 79 90 80 91 80 67 70 79¡

-JAPÃO 209 215 255 31 5 380 498 537 508 591 660 õsof

-coRÉ1A 29 4 o 0 20 991 117 1 76 1 83 1 80 1901

`ocEAN|A o oi o 0 0 0 0 1 1 .
1 14

To'rA|_ 9.999* 9.949 4.299 4.270 4.496 5.797 5.939 6.142 s.29s{ 6.105 6.1016
I

QUADRO 9. Importações Mundiais de Carne Bovina


( 1.000 toneladas -
Equivalente carcaça)
FONTE: USDA - Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, cit
ANUALPEC94, 1995.
`

26
4.3.2 SITUAÇÃO ATUAL DO MERCADO ARGENTINO
Os dados disponíveis indicam que a carne bovina, na
Argentina, está em situação favorável, pois nos últimos anos alguns
insumos básicos como Óleo diesel, arame e vacinas tiveram, no
período 1986/90, um aumento relativo até 36% menor que o novilho,
como se vê no quadro 10 No quadro 11 e12: observa-se uma
_

significativa elevação do preço do novilho.

Quadro 10: Relação insumo-produto. Variação porcentual entre os


reços atuais em relação à média 1986/90 de alguns insumos.
INSUMOS PRODUTO
Novilho Capão Terneiro
Oleo diesel -8% -13% -4%
Vacina aftosa -31% -35% -29%
Arame 17/15 -36% -39% -33%
Poste -6% -1 1% -3%
Fonte: Precios Agropecuarios, AACREA, 1992. cit LCPM/SdB, 1992.

Quadro 11: Evolução do preço do boi e carne bovina FOB na


Argentina, 1983/88, US$/t
ITEM íerbdo US$/t
ANO 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Bovino 625 640 395 570 659 1521
em pé
Carne 1 162 1208 1127 1328 1555 1368
bov. FOB
Fonte: FAO 1989. cit LCPM/SdB, 1992. -

Quadro 12: Variaçao do preço recebido e do preço pago entre


produtos de origem animal e um conjunto de insumos, período
1977/1983.
ITEM ANO
1

1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983


Preços rec. 289 640 1.977 3.004 5.295 23.542 104.951
rodutores *_

Preçospag. 191 492 1.046 1.838 3.867 14.221 67.507


insumos
Fonte: FAO, 1989. cit. LCPM/SdB, 1992.

4.3.3 FLUTUAÇÃO ESTACIONAL NO PREÇO DO NOV LHO


Os gráficos 1 e 2 mostram as variações durante o ano nos
preços do terneiro e do novilho nas séries 87/90 e 87/91. Se separam

27
as séries porque o ano de 1991 é o primeiro com preços altos e isto
faz subir a média histórica. Em ambos os gráficos conclui-se que a
melhor época para comprar terneiros é fevereiro a julho e o melhor
período para venda de novilhos e consequentemente de vacas de
descarte, é de setembro a dezembro, com o preço máximo em
outubro.

28
GRÁFICO 1.
u,?5›

0,111 _ _

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_

0,65 ¿ . .*z_

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I],6I] 7

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pmçu do nW¡||-,O terneiro


Variação mensal dos preços do novilho e terneiro. série 1987ƒ9I] US$!kg vivo
FONTE: Projeto "EI Desafio". Pinheiro Machado 8 Bargas, 1992.

GRÁFICO 2
0.75 _ ._

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-


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0.60 _
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I I I I

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I I I I I I

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Preço do novilho PÍBÇU Íemeim _0*
Variação mensal dos preços do nwilho e terneiro, série 1981191 _ US$¡ kg vivo
FONTE:Projeto "E| Desafio", Pinheiro Machado 8» Bargas, 1992.
4.3.4 ExPonTAÇóEs A|=tGENT|NAsz situaçâc atual
As exportações de carne bovina da Argentina cresceram 32%
no ano de 1994. O país exportou 371 mil toneladas de carne bovina,
contra 281 mil toneladas em 1993. O crescimento das vendas foi
praticamente uniforme, com exceção do “Corned Beef", que manteve
um volume próximo a 34 mil toneladas, muito semelhante ao de 1993.
Nas demais modalidades, as vendas cresceram abruptamente. Os
destaques ficam por conta dos quartos com osso e desossado que
apresentaram um volume de vendas da ordem de 1,5 mil toneladas
em 1993 e de 13,9 mil toneladas em 1994. Os cortes resfriados e
congelados praticamente dobraram as vendas. Os cortes resfriados
apresentaram um volume exportado de 55,9 mil toneladas, contra 37,2
mil toneladas em 1993. Os cortes congelados apresentaram um
volume de exportação da ordem de 135 mil toneladas no ano passado,
contra 72 mil toneladas em 1993.

O Brasil foi responsável por 42,5 mil toneladas deste volume


exportado pela Argentina, concentrando-se nos cortes congelados
sem osso com 12,9 mil toneladas e nos quartos com 11 mil toneladas.
Com isso, o Brasil atingiu o quarto colocado como comprador, na
planilha de exportações de carne bovina argentina, perdendo apenas
para os Estados Unidos 80,8 mil toneladas, Alemanha 67,5 mil
toneladas e o Chile 46,6 mil toneladas. Esses dados mostram que o
Brasil é importador, com relativa importância para a Argentina.

Este melhor desempenho do segmento exportador de carne


bovina da Argentina indica que o país ajustou-se à economia estável.
O câmbio nivelado com o dólar e facilidades oferecidas pelo governo
aos exportadores facilitaram as vendas ao longo de 1994. A questão
Brasil atuou em dois sentidos para este resultado. Em primeiro lugar,
com o Plano Real e a forte valorização cambial, o país importou mais
no segundo semestre do ano passado (1994). Depois, os preços altos
do boi gordo no mercado interno brasileiro e a melhor margem de
venda para o mercado interno inibiram o fechamento de novos
contratos para embarque ainda em 1994, deixando um espaço para a
Argentina no mercado internacional.

4.4PERSPECTIVAS PARA A BOVINOCULTURA DE CORTE COM


O MERCOSUL.
Brasil e Argentina têm o segundo e quinto maiores plantéis de
gado de corte, respectivamente, com uma participação de 11% e 4%
do rebanho mundial, estimado em 1,3 bilhão de cabeças. Mas em
termos de produção de carne bovina, a Argentina e o Brasil participam

›30
praticamente com a mesma parcela do mercado mundial, fato que
mostra os argentinos bem a frente, com um desfrute bem maior.

A competitividade dos paises produtores no mercado mundial


está relacionada às vantagens comparativas relativas a custos de
produção, comercialização e tributação. Argentina, Austrália, Uruguai e
Nova Zelândia são países que apresentam uma produção baseada em
pastagens férteis e abundantes, resultando em animais com bom
desempenho de carcaça e idade de abate inferior a 2,5 anos. Já no
Brasil, a pecuária de corte se desenvolve em pastagens de baixa
produtividade, sem manejo, com baixo uso de tecnologia, o que resulta
em elevada taxa de abate dos animais. Quando se comparam os
indices zootécnicos, observa-se que uma vaca brasileira dá cria a
cada 2 anos (Brasil, 1993).

Observa-se que o custo total de produção por hectare é


semelhante no Brasil, Argentina e Uruguai. No entanto, devido à baixa
produtividade por área no Brasil e no Uruguai, o custo por tonelada
produzida nestes países é duas vezes superior ao da Argentina - o
que mostra grande vantagem comparativa para os argentinos. Essa
vantagem se deve a que a produtividade real da Argentina é superior e
por isso, é mais econômica.

Quanto à tecnologia, a diferença maior está nas raças


selecionadas (Shortorn, Hereford e Aberdeen Angus no lado
argentino), e raças zebuinas, que se adaptam bem às condições
brasileiras, mas que exigem também providências, como melhoria da
produtividade do rebanho e incorporação de novas tecnologias. A
tributação é outro ponto de estrangulamento na competitividade
brasileira. No Brasil paga-se por tonelada produzida, 113,1 dólares,
contra apenas 46,3 na Argentina (Brasil, 1993).

Com o passar do tempo, o Mercosul (Mercado Comum do


Cone Sul) vem efetivamente se consolidando como um projeto de
integração econômica entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Assim, apesar das dúvidas iniciais, dos curtos prazos estabelecidos
para atingir as metas propostas e dos múltiplos e complexos assuntos
que ainda permanecem sem ser resolvidos, o Mercosul tem se firmado
como realidade concreta atual, com perspectivas cada vez mais
seguras e relevantes no futuro (PREÇOS AGRÍCOLAS, 1995).

O Quadro 13 apresenta a evolução recente de alguns dados


básicos da atividade na Argentina e no Uruguai. Com base nesses
dados, alguns aspectos relevantes podem ser salientados. Em
primeiro lugar, verifica-se que a eficiência na produção, avaliada pela
taxa de desfrute e pelo peso médio de abate dos animais, é maior na
Argentina, significando que para uma mesma quantidade de animais

31
produz-se mais carne por ano na Argentina do que no Uruguai. Em
segundo lugar, verifica-se que o consumo de carne “per capita” é
muito elevado em ambos os países. Em terceiro lugar, embora ambos
sejam exportadores de carne bovina, o mercado externo é muito mais
importante na demanda total de carnes no Uruguai do que na
Argentina. E, finalmente, verifica-se ainda que a participação de
fêmeas no abate é mais constante na Argentina, fato que parece estar
associado a um ciclo pecuário mais acentuado de reposição/liquidação
do rebanho no Uruguai. Como se sabe, quanto mais desenvolvida e
tecnificada a pecuária, mais atenuados são estes ciclos (PREÇOS
AGRICOLAS, 1995).

QUADRO 13: Dados da pecuária Argentina e Uruguaia


ARGENTINA URUGUAI
1990 1991 1992 1993 1990 1991 1992 1993
Rebanho 52.8 52.5 53.0 52.2 8.6 8.9 9.5 10.1
milhões de
animais
Abate 12467 12344 11712 11895 1541 1261 1334 1315
mil animais
pesomédio 315 5311 313 311 230 244 242 235
Kg carcaça
Pfgduçãg 2686 2607 2487 2508 355 1308 323 309
mil t. resfr. c/
osso
Consumo 2267 2196 2191 2228 163 191 200 203
mil t. resfr. c/
OSSO
Expgftações 419 41 1 296 280 192 117 123 105
mil t.resfr. c/
osso
'

CQnS_ anua| 71 68 66 67 62 67 70 66
per capit.
Kgzpessoa
Taxa de 23.6% 23.5% 22.1% 22.8% 18% 14% 14% 13%
extração (%)
Fêmeas no 42% 41% 40.8% 40.4% 53% 30% 34% 33%
abate (%)
Exportação/Pr 15.6% 15.8% 11.9% 11.2% 54% 38% 38% 34%
odução
Fonte: SAGyP. Ministério de Agricu tura, Ganaderia y Pesca. Uruguai
cn. PREÇOS AGR|coLAs, 1995.

Em
termos de uma análise preliminar de cenários futuros para
a atividade, valeria a pena perguntar quais os efeitos que a livre
circulação de mercadorias, sem impostos alfandegários nem restrições
às quantidades a serem comercializadas, teria sobre o comércio

32
BIBLIOTECA O.2â;z.°fé1-é
GIGA -' UFSC'

regional de carnes e de gado, no âmbito do Mercosul. Os estudos


desenvolvidos até o presente tendem a evidenciar a possibilidade de
que a Argentina e o Uruguai venham a se tornar fornecedores
importantes de carnes resfriadas para o Brasil. De fato, o Uruguai tem
fornecido, no passado recente, quantidades significativas de carnes
para o Brasil, especialmente sob o regime de “draw back” (carne que
é, importada, processada e depois exportada) (PREÇOS AGRICOLAS,
1995).

Em
termos de uma análise de perspectivas, entretanto, mais
que informações históricas, novos e importantes elementos devem ser
levados em consideração (PREÇOS AGRICOLAS, 1995).

O primeiro destes elementos é de natureza sanitária. O


Uruguai foi declarado pela Organização internacional de Epizootias
(ligada à ONU) em 1994 “país livre de aftosa, sem vacinação”, o que o
torna apto a exportar carnes para o circuito mundial de países livres
daquela doença já a partir de junho de 1995. Os parceiros do Mercosul
ainda estão longe de atingir esta situação, embora venham realizando
progressos na área. Na melhor das hipóteses, ainda levaria de dois a
três anos para que pudessem tentar classificar algumas localidades (a
região de Entre-Ríos na Argentina e o Rio,Grande do Sul) no mesmo
status sanitário do Uruguai (PREÇOS AGRICOLAS, 1995).

Em segundo lugar, como resultado do fechamento da Rodada


Uruguai do GA1`l', começam a reduzir-se efetivamente os níveis de
subsídios e estoques dos países industrializados, com previsível
impacto positivo nos preços internacionais. Além disso, o Uruguai
negociou com os Estados Unidos uma cota de 20.000 toneladas de
carne em condições favoráveis de exportação, bem como aumentou
sua Cota Hilton (cortes especiais) com a
União Européia, dando-se o
mesmo com a Argentina. Isto sugere que
os preços de exportação da
região, particularmente do Uruguai, tenderão a ser maiores no futuro,
com consequências imediatas na produção e consumo domésticos,
alémrde afetar as possibilidades de comércio regional (PREÇOS
AGRICOLAS, 1995).

Em terceiro lugar, é evidente que a


região tem começado, com
variações entre os países, uma nova fase de reformas econômicas e
de luta pela estabilidade. As lições do passado mostram que os
impactos das políticas macroeconômicas têm sido muito relevantes.
Em particular, no caso brasileiro. Um cenário de estabilidade e/ou de
melhoria na distribuição da renda tenderia a aumentar o consumo
doméstico, reduzindo o saldo exportável. Hoje, à necessidade de se
consolidar os processos de estabilização se acrescenta a de
harmonizar as políticas macroeconômicas e setoriais (PREÇOS
AGRICOLAS, 1995).

33
4.4.1 Mercado de animais vivos Argentina - Brasil

Ao ser legalizada a importação de bovinos dentro do Mercosul,


já se movimentou quase 13 milhões de dólares em compras de bons
animais que custam a metade do preço. Em 1994, o Ministério da
Agricultura, do Brasil, registrou a entrada de 63.000 cabeças de gado.
Em 1995, as previsões são para a entrada de 100.000 cabeças no
país. Com essa abertura é possível que, a partir do Sul, a carne bovina
começe a cair de preço no mercado interno. A sanidade do rebanho
argentino também é boa. Em razão de boa parte deles ter sangue
europeu, são mais precoces que o Nelore, gado zebuino criado no
Brasil. Em contrapartida, são menos resistentes às condições
climáticas e aos parasitas”, dizem os pesquisadores da Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

As campanhas contra a febre aftosa são eficientes e


reconhecidas internacionalmente e o gado está se adaptando com
facilidade ao clima nacional. São descendentes das reças Brahma
(zebu) e Aberdeen Angus. Para as condições brasileiras, o melhor
mestiço é o que possui maior percentual genético de zebu, dada a
rusticidade do gado zebuino.

Por isso, lotes menos peludos característica do gado europeu -


vão se aclimatar com mais facilidade. O produtor só não pode
esquecer de cuidar para que bernes e carrapatos não ataquem
excessivamente os animais, podendo comprometer até o ganho de
peso se não houver tratamento intensivo em caso de infestação.

Nas regiões argentinas abaixo do paralelo 30, não existe


carrapato e os animais com pouco sangue zebuino são menos
resistentes ao parasita.

Outra vantagem na importação do gado argentino é que ele,


muitas vezes, custa a metade daquilo que se paga no Brasil, com a
vantagem de já vir cruzado e com mais precocidade do que o Nelore.
A obsenração é do pesquisador Kleper Euclides, do Centro Nacional
de Pesquisa de Gado de Corte (CNPGC) da EMBRAPA, em Campo
Grande (MS). Segundo ele, é preciso tomar cuidado somente com o
manejo sanitário, porque os animais com sangue europeu são mais
sensíveis a doenças tropicais.

“O principal combate deve ser contra os vermes e carrapatos”,


diz ele. Por isso, os animais trazidos da Argentina passam por
tratamento mais cuidadoso quanto à vacinação e aplicação de
carrapaticidas, do que os anelorados brasileiros.

34
o Burocracia: O negócio com boi em pé vindo da
Argentina é o que mais cresceu em Mato Grosso do Sul e Oeste de
São Paulo nos últimos meses. Não há burocracias. Os dois maiores
problemas são a escolha dos animais e o transporte pelo território
paraguaio, se este for feito por caminhão. “As propinas para os
guardas acabam tornando inviáveis algumas viagens” (REVISTA
CARNES, 1995).

Aumenta o Número de Importadores: Em dois anos o


número de empresas importadoras aumentou de 5 para 20 na região
de MS. O trabalho delas é na localização de rebanhos argentinos,
compra e transporte. Eles confirmam que não há burocracia
complicada e toda a documentação pode ser conseguida em quatro
dias.

35
5. CICLO PRODUTIVO
O ciclo no projeto constará de cria, recria e
produtivo
terminação. As etapas de cria e recria serão desenvolvidas na
Unidade 1, e de terminação na Unidade 2. Estas etapas serão
divididas nos seguintes grupos de animais.

MATERNIDADE - M: Onde estarão as vacas desde uma


semana antes da pariçao até 10 dias depois de paridas.

VACAS COM CRIA - VC: Composto por vacas a partir do


décimo dia até o desmame aos 6 - 8 meses.

VACAS SECAS - VS: Vacas desmamadas e novilhas de


reposição, até uma semana antes da parição.

RECRIA
R: Constituído por terneiros desmamados -
-

machos castrados e fêmeas - até a idade de um ano e por novilhas de


reposição.

TERMINAÇÃO - T: Constituído por animais oriundos da


recria e por vacas a serem descartadas.

Esta divisão em diferentes setores é uma orientação básica


para o manejo. Caso ocorra algum tipo de problema, pode-se realizar
mudanças temporárias que em cada caso, devem ser analisadas.

Atualmente os esforços estão sendo concentrados para a


implantação da Unidade 1 (cria e recria). A Unidade 2 (terminação)
começará a ser implantada quando for concluída a primeira parte.

A Unidade 1 está composta por 923 animais, divididos nos seguintes


grupos:

CATEGORIA N9 DE ANIMAIS UGM


Vacas 62 62
N0viIhaS 193 135
Novilhos (cabeça) 220 154
Novilhos (cola) 448 313
Total 923 664
FONTE: Proyecto “El Paraiso", Pinheiro Machado & Silvia de Bargas,
1992.

Do total apenas as 62 vacas farão parte do projeto. Os


restantes 861 serão terminados e vendidos. Com este dinheiro da
venda, serão compradas vacas matrizes.
`

36
O lote cola faz parte de uma capitalização ou parceria, onde os
animais são pesados ao entrar e ao sair da fazenda. A diferença, que
é o que o animal engordou, é dividida em duas partes iguais entre o
dono dos animais e o dono da fazenda. Estão neste sistema, também,
100 novilhas.

Esta unidade está com aproximadamente 40% da pastagem


implantada e 20% dos potreiros e bebedouros construídos.

Na Unidade 2 há 120 vacas, a maioria são cruzas Hereford X


Brahmam, e estão em regime de pastoreio extensivo.

37
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manejo
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Sanidade

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FIGURA 7. Pirâmide da Produção
FONTE: Projeto Paraiso -
LCPM, 1989
6. PROCESSO PRODUTIVO

6.1 SANIDADE
É sabido que os dois grandes cientistas franceses CLAUDE
BERNARD y LOUIS PASTEUR diferiam em um ponto fundamental:
PASTEUR, como todos sabem, tinha concentrada sua atenção no
micróbio. Pelo contrário, CLAUDE BERNARD, eminente fisiólogo e
precursor da bioquímica moderna, concentrava seus esforços nas
condições do meio ambiente, que eram as únicas que permitiam ao
micróbio desenvolver-se. As discusões entre os dois sábios foram
múltiplas e as vezes violentas.

A lenda diz que PAUSTER, em seu leito de morte, murmurou:


“CLAUDE BERNARD tinha razão: o micróbio não é nada, o meio
ambiente é tudo" (VOISIN, 1964).

A base primeira da saúde e da resistência contra as


enfermidades microbianas é a alimentação.

Ainda uma alimentação, por perfeita que seja, não pode


resistir a todas as enfermidades bacterianas em todas as condições,
há o direito de afirmar que a alimentação representa o fatormais
importante para aumentar a resistência do organismo contra os
ataques microbianos (VOISIN, 1964).

A
sanidade é a base do processo produtivo. É essencial que
os animais disfrutem de condições adequadas para que se alcançe os
índices de produtividade previstos, ou seja, com a saúde abalada
nenhum animal poderá expressar integralmente suas qualidades
zootécnicas, nem sua potencialidade genética (Apontamentos, 1992).

A sanidade animal depende do equilíbrio das interações:


agente, hospedeiro e meio ambiente. Quando este equilíbrio for
quebrado se favorecerá o estabelecimento da doença (Situação -
problema específico). Para evitar que isto ocorra deve-se estudar cada
caso isoladamente a fim de definir os critérios a serem adotados
(Apontamentos, 1 992).

Quando o problema ainda não


esta presente na propriedade
se faz necessária a prevenção de ocorrência e, caso o problema já
exista na região e/ou na propriedade, é realizado a prevenção da
evolução (Apontamentos, 1992).

39
~
A regiao onde esta o
1
projeto caracteriza se por apresentar os
. .

seguintes problemas sanitários: aftosa, brucelose, carbúnculo


hemático, carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, tristeza,
tuberculose, parasitose, sarna, piolho, mosca dos chifres,
queratoconjuntivite infecciosa e papeira. Além destes podem ocorrer
esporadicamente a septicemia (pasteurelose bovina) e o timpanismo.

6.1.1. INGRESSO DE ANIMAIS NA PROPRIEDADE


6.1.1.1 Quanto as questões parasitárias

As parasitoses, no PRV, devem ter um combate permanente e


sistemático. Grandes concentrações sobre o solo rico em matéria
orgânica constituem excelente ambiente para a proliferação de
parasitoses. Há de se tratar sempre, inclusive a sarna. Seguindo as
indicações veterinárias quanto ao produto e periodicidade de uso
(PINHEIRO MACHADO, 1993).

A prática da desverminação no local é prejuizo para a


propriedade, em virtude do aumento da infestação, pois o vermífugo
faz com que o parasita libere no meio ambiente uma maior quantidade
de ovos e formas lan/ais. O recomendável seria desverminar os
animais no lugar de origem, 15 dias antes do transporte. Mas isso é
muito difícil na prática.

No desverminação oral na chegada.


projeto é prevista a O
produto atualmente usado é a base de Albendazole 10%.

Quanto ao produto:

Indicações: O Albendazole combate os vermes gastrintestinais


e pulmonares, cestódeos (tênias) e trematódeos (Fasciola hepática),
inclusive lan/as inibidas (BPR - Guia animal, 1992).

Toxicidade: Somente quantidades limitadas deste


benzoimidazoi são
abson/idas pelo trato gastrointestinal do
hospedeiro. O albendazol é muito pouco metabolizado e a maior parte
é excretada intacta nas fezes em 24 a 48 h; 5 a 10% são excretados
na urina. Em doses terapêuticas não causa qualquer efeito colateral,
mesmo quando administrado a animais jovens, doentes ou debilitados
(Jones, 1987).

Modo de ação: O Albendazol age, provavelmente no


nematóide, inibindo a captação da glicose. A falta de glicose absolvida
causa depleção da resen/a de glicogênio do verme e leva à
incapacidade de produzir adenosina trifosfato (ATP) necessária à

40
.~
A regiao
1
onde esta o
projeto caracteriza se por apresentar os
. .

seguintes problemas sanitários: aftosa, brucelose, carbúnculo


hemático, carbúnculo sintomático, gangrena gasosa, tristeza,
tuberculose, parasitose, sarna, piolho, mosca dos chifres,
queratoconjuntivite infecciosa e papeira. Além destes podem ocorrer
esporadicamente a septicemia (pasteurelose bovina) e o timpanismo.

6.1.1. INGRESSO DE ANIMAIS NA PROPRIEDADE


6.1.1.1 Quanto as questões parasitárias

As parasitoses, no PFIV, devem ter um combate permanente e


sistemático. Grandes concentrações sobre o solo rico em matéria
orgânica constituem excelente ambiente para a proliferação de
parasitoses. Há de se tratar sempre, inclusive a sarna. Seguindo as
indicações veterinárias quanto ao produto e periodicidade de uso
(PINHEIRO MACHADO, 1993).

A prática da desverminaçâo no local é prejuizo para a


propriedade, em virtude do aumento da infestação, pois o vermífugo
faz com que o parasita libere no meio ambiente uma maior quantidade
de ovos e formas lan/ais., O recomendável seria desverminar os
animais no lugar de origem, 15 dias antes do transporte. Mas isso é
muito difícil na prática.

No desverminaçâo oral na chegada.


projeto é prevista a O
produto atualmente usado é a base de Albendazole 10%.

Quanto ao produto:

Indicações: O Albendazole combate os vermes gastrintestinais


e pulmonares, cestódeos (tênias) e trematódeos (Fasciola hepatica),
inclusive lan/as inibidas (BPR - Guia animal, 1992).

Toxicidade: Somente quantidades limitadas deste


benzoimidazol são abson/idas pelo trato gastrointestinal do
hospedeiro. O albendazol é muito pouco metabolizado e a maior parte
é excretada intacta nas fezes em 24 a 48 h; 5 a 10% são excretados
na urina. Em doses terapêuticas não causa qualquer efeito colateral,
mesmo quando administrado a animais jovens, doentes ou debilitados
(Jones, 1987).

Modo de ação: O Albendazol age, provavelmente no


nematóide, inibindo a captação da glicose. A falta de glicose absolvida
causa depleção da resen/a de glicogênio do verme e leva à
incapacidade de produzir adenosina trifosfato (ATP) necessária à

40
sobrevivência. A expulsão do verme é lenta durando mais de dois a
três dias depois da administração (Jones, 1987).

6.1.2. MANEJO SANITÁRIO DA PROPRIEDADE


6.1.2.1 DESCRIÇÃO DOS EVENTOS
Durante a realização do estágio pôde-se acompanhar e
auxiliar emdiversas práticas sanitárias realizadas na propriedade,
entre elas a desverminação, administração de vitaminas, aplicação de
piolhicida e streptomicina.

6.1.2.1a Tuberculose

Anualmente será realizada a tuberculinização em 10% do total


dos animais. Se houver 1 ou mais casos positivos, todo o gado poderá
ser testado, com a eliminação de todos os positivos.

6.1 .2.1 b Sama e piolho


tratados a medida que o problema ocorra. A
Os animais são
propriedade está usando atualmente o Ventacol, um produto a base
de cipermetrina a 6% (dose de 10 ml/cab. pour-on) que propicia um
bom controle.

6.1 .2.1 c Desparasitação

Os
terneiros a partir de um mês de idade, recebem
tratamentos estratégicos de dois em dois meses, até completarem um
ano.'Depois de um ano, recebem dois tratamentos estratégicos: um
em março e outro em setembro. Cada tratamento é composto por
duas dositicações, com 12 dias de inten/alo entre uma e outra. Em
cada tratamento é usado um mesmo antiparasitário de amplo
espectro, ou seja, para parasitas gastrointestinais e pulmonares; de
um tratamento para outro é trocado o produto, a tim de usar outro
princípio ativo, também de amplo espectro. Os vermífugos mais
utilizados na região são: Albendazol, Fenbendazol e Thiabendazol.

6.1.2.1d Mosca dos chifres


Quando houver aproximadamente 200 moscas por cabeça,
aplicar piretróide pour-on.

6.1 .2.1e Aplicação de vitaminas

Foi aplicado o complexo vitaminico ADE para os terneiros que


estavam mais desnutridos.

41
6.1 .2.1f Aplicação de streptomicina

Aplicada a animais que apresentavam papeira.

6.1.2.1e Animais mortos

Todos os animais que morrem são transportados para um


potreiro distante da sede e deixados embaixo de algumas árvores.
Esta prática não é recomendável, pois pode haver uma disseminação
dos microorganismos patogênicos entre os demais animais. A
recomendação é de que se enterre ou queime todo animal morto,
impedindo assim possíveis problemas maiores na propriedade.

6.1.2.2 Discussão

Estas práticas estão sendo realizadas de acordo com a


recomendação geral, e de acordo com as doses recomendadas pelos
fabricantes, entretanto pôde-se perceber, neste momento, vários
aspectos relacionados ao comportamento animal:

- Se faz muito barulho para movimentar os animais.


- Quando algum não quer caminhar “quebram-lhe” o rabo.
- Utilizam cachorro dentro dos currais.
- Atiram pedras, pedaços de paus, etc, contra os animais.
- Montam nos animais dentro do brete.

O resultado desse procedimento dos empregados é que se


tornava cada vez mais difícil lidar com o gado. Tentou-se conversar
para que se trabalha-se mais calmamente, sem muitos resultados. Os
empregados falavam que este era um meio de manejo tradicional em
todas as fazendas da região.

A seguir serão descritas algumas informações sobre as


doenças que ocorrem na região.

6.1.3 DESCRIÇÃO DAS DOENÇAS MAIS COMUNS


6.1.3.1 Febre Aftosa

É uma enfermidade contagiosa, causada por vírus. Os


sintomas são aftas na boca, diminuição do apetite, lesões e vesículas
nos cascos. A contaminação se dá através da saliva virulenta de
animais doentes, que infecta as instalações, a água e as forragens. A
partir daí a dispersão prossegue mecanicamente por meio do homem,
de animais diversos, do pó e de qualquer objeto contaminado. No
controle usa-se vacinas trivalente (para os três tipos de vírus - “A”
e “C”). A intensidade da doença é muito variável. As perdas podem

42
variar de 3 até 30 a 50% em ataques severos. A mortalidade em geral
é baixa (Jardim, 1983).

6.1.3.2 cAnBúNcuLo s|NToMÁT|co


É uma doença causada por uma bactéria, Clostridium chauvxie
e caracteriza-se por apresentar sintomas de manqueira, febre alta,
perda de apetite, respiração acelerada e apatia, além de tumores
cheios de gás produzidos nos tecidos pelos microorganismos. A
contaminação se dá pela ingestão de esporos juntamente com
alimentos e água. O controle é feito pela vacinação anual, junto com a
gangrena gasosa. A imunidade produzida pela vacinação dura, em
geral, de 12 a 18 meses (Jardim, 1983).

6.1.3.3 cARBúNcu|_o i-|EMÁT|co


É uma doença infecciosa altamente mortal, causada por uma
bactéria chamada Bacillus anthracis. O contágio ocorre através dos
alimentos, água e insetos hematófogos. Os sintomas variam bastante,
pois a doença pode apresentar quatro formas: subaguda, aguda,
superaguda e crônica. Nas duas primeiras formas o animal
inicialmente revela excitação e depois depressão; afasta-se do
rebanho, recusa-se a comer e fica parado ou deitado. Em fase
terminal cambaleia, cai e morre. Na forma superaguda a animal
cambaleia, cai, entra em convulsões e morre. Com frequência elimina
sangue pelas narinas, pela boca e pelo ânus. A forma crônica é rara
de ocorrer nos bovinos. A vacinação sistemática de todos os animais
em regiões expostas à doença é o melhor meio de controle (Jardim,
1983).

6.1.3.4 GANGRENA GASOSA ( SEPTICEMIA GANGRENOSA)


Causada por germes anaeróbicos do gênero C/ostridium. Os
germes entram através da pele, das mucosas, por ferimentos
causados por acidentes ou cirurgia. O controle é feito através do uso
de vacina Os sintomas são: febre, abatimento, tristeza, tremores
musculares e inapetência (Eckell, 1977).

6.1.3.5 BRUCELOSE
Causada pela bactéria
Brucella abortus. O
aborto e a retenção
da placenta são as principais alterações na vaca, enquanto nos
machos pode ocorrer esterelidade, orquite e epididimite. A principal via
de contaminação é a digestiva, pela água e alimentos contaminados.
Pode-se transmitir, ainda, por vias genitais, por machos que estão
infectados, ou mesmo na inseminação artificial, com sêmem
contaminado (Jardim, 1983).

43
A prevençao contra a brucelose nos rebanhos infectados
implica no emprego de medidas, que variam com diversos fatores.
Assim, nos rebanhos pequenos ou naqueles em que é baixo o índice
de infecção, o método mais aconselhado consiste no exame e
sacrifício dos reagentes (Hipólito, 1961).

A prevenção via vacina, é feita nas terneiras com idade entre


três e seis meses.

6.1.3.6 QUERATOCONJUTIVITE INFECCIOSA


A infecção é causada pela bactéria Moraxe/la bovis e se
manifesta inicialmente pelo aumento da secreção lacrimal. Se a
enfermidade não for tratada a córnea fica completamente opaca,
causando a cegueira do olho. Comprovou-se que fatores como pó,
carência de vitamina A, luz solar intensa, insetos entre outros têm uma
ação irritante sobre o olho, favorecendo o aparecimento da
enfermidade. O isolamento dos animais enfermos é uma medida
obrigatória (Emnsinger, 1968). A nível de sanidade este era o maior
problema da propriedade, principalmente nos animais do lote “coIa”,
mais debilitados. Havia muitos animais em estado adiantado da
doença, quase que completamente cegos. E a propriedade não adotou
nenhum procedimento contra esta doença, ignorando-a.

6.1.3.7 PIOLHO
O piolho é um inseto parasita pequeno, achatado e sem asas,
que pode ser mastigador ou chupador. Nos bovinos ocorre o piolho
chupador que é mais abundante nos individuos dêbeis e mal nutridos,
ocasionando maiores problemas durante os meses de inverno. A
irritação provocada pela presença do piolho retarda o crescimento e o
ganho de peso e diminui a produção de leite. Em consequência de um
ataque intenso o pêlo torna-se áspero, ralo e carente de brilho, além
de formar ondulações pelo ato do animal de lamber. Quando começa
a primavera, com a troca de pêlo, a infestação diminui
apreciavelmente. O estreito contato com os animais domésticos,
sobretudo nos meses de inverno, faz com que seja praticamente
impossível manter o gado livre de uma infestação desta praga. Para
um controle efetivo é necessário que todos os indivíduos sejam
tratados simultânea e periodicamente (Emnsinger, 1968).

44
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FOTO Novilho da raça Aberdeen Angus apresentando “olho 1.


branco”, sintoma inicial de queratoconiutivite.

FOTO 2. Pelagem característica de animais infestados por piolho.

45
VACINA JFMAMJJASOND
QUADRO 14. Calendário profilático do projeto
oesçn-
vAçoEs
Aftosa X Vacina oleosa a
partir de 3
meses de ldad
Carbúnculo Todos os ani-
mals com + de
hemático 6 meses
Carbúnculo X X Ternoiros com
sela meses
sintomático
com rovacina-
ção 6 meses
Brucelose X Torneiras do 3
a 6 mesas
Desparasi X X Amplo
espectro
- taçao

adul.
Desparasi X X X X X
-tação
tern.
FONTE: Proyecto “EI Desafio”, Pinheiro Machado & Bargas, 1992.

6.2 A|.|MENTAçÃo
O bovino herda potencialidades genéticas, mas o seu
desenvolvimento depende do ambiente a que está submetido. O fator
mais importante do ambiente é o alimento. A alimentação dos animais
constitui o fator mais caro no custo de produção.

É importante e imprescindível, portanto, que as práticas


correspondentes à alimentação sejam as mais econômicas e
adequadas possíveis.

A pastagem é a base do êxito na produção de bovinos de


corte. A principal função deste tipo de gado é colher forragens e, com
ou sem suplementação, converter tais alimentos em produtos mais
nutritivos e saborosos para o consumo humano (Ensminger, 1968).

6.2.1 MANEJO DAS PASTAGENS


Ainda é comum o antigo costume de deixar o gado cuidar do
dono. Quem deveria cuidar era o dono do seu gado. Entregando uma
pastagem ao do gado não se pode esperar a conservação
critério
desta vegetação. O gado come primeiro as forragens que mais gosta.
E destas comem também o rebrote até que desapareçam. As que o
gado menos aprecia ficam sobrando, se fortalecendo e se
multiplicando até que, finalmente, tem-se um pasto grosseiro e pouco
nutritivo (Primavesi, 1980).

46
O pastoreio contínuo apresenta uma série de incovenientes. O
uso das plantas forrageiras é irregular. E irregular também a
distribuição das dejeções. Quando os animais permanecem em um
potreiro durante um periodo prolongado, chegam a conhecê-lo bem e
adotam hábitos particulares de pastoreá-Io, comem mais em alguns
lugares que em outros, resultando em uma acumulação de
excrementos em determinados setores do potreiro, o pastoreio seletivo
faz com que se beneficie o desenvolvimento de plantas indicadoras
(ditas “invasoras") (WooIfolk, 1975).

O mesmo autor diz que o pastoreio rotativo impede o


aproveitamento irregular da forragem existente. Ao colocar-se muitos
animais em uma área reduzida, estarão obrigados a comer de forma
parelha tudo o que se encontra na mesma, a distribuição das dejeções
é intensa e uniforme dentro do potreiro. O aproveitamento das
forragens em seu ponto ótimo de pastoreio (em geral, gramíneas
quando emitir o primórdio floral e leguminosas quando 10% da
população estiver florida) evita a perda de nutrientes e a diminuição da
palatibilidade. Uma vez retirados os animais, as plantas podem crescer
livremente até o próximo pastoreio, o que se traduz em maiores
rendimentos forrageiros e maior persistência das pastagens. Outra
vantagem do pastoreio rotativo é a diminuição e até a eliminação de
casos de timpanismo, provocados pela parte superior tenra das
leguminosas (alfafa e trevo, principalmente) em crescimento ativo
durante a primavera. Ao obrigar-se os animais a pastorear as plantas
a fundo, evita-se que comam somente brotos apicais perigosos.

Boettner, (1989) escreveu: “O sistema racional de exploração


dos pastos contitui-se na única solução dos problemas crônicos, tanto
da pecuária nacional (Paraguai) como da mundial. Métodos
tradicionais e métodos “modernos” pseudocientíficos, vêm criando
problemas de acidificação e diminuição da fertilidade do solo,
predomínio de ervas “daninhas” no campo, degradação das
pastagens, predomínio de pastos grosseiros sobre outros mais nobres,
aumento das enfermidades do gado, erosão, etc, traduzindo-se em
baixíssima rentabilidade do solo e ainda esta, somente ilusória, pois o
que se está fazendo é vender antecipadamente o sustento dos que
wrao”.

que a rotação do pastoreio intensivo com


Klapp, (1986) afirma
um elevado efetivo atua não só por forçar a um mais completo
aproveitamento da en/a e pela deposição de excrementos, mas
também por meio de cortes complementares, por provocar, por seu
lado, o enfraquecimento das plantas de qualidade inferior, rejeitadas
pelos animais, evitando assim sua auto-sementeira.

47
Em lugares como os Estados Unidos, o preço acessível e a
abundância de alguns grãos, incentivou sua utilização na alimentação
de ruminantes para melhorar suas performances individuais. Isto,
provavelmente, mudará à medida que a população mundial e a
procura por grãos comestíveis aumentar. Além do mais, em virtude
das perdas pela fermentação no rúmen, o ruminante é menos eficiente
que o monogástrico na sua conversão em ganho de peso (Coelho,
1980).

Tudo leva a crer que a produção de carne bovina, cada vez


mais terá de ser baseada na utilização de pastagens. Assim é
primordial que todos os cuidados de manejo sejam tomados, para que
a forragem a ser fornecida ao animal, tenha um alto valor nutritivo, e
seja convertida eficientemente (Coelho, 1980).

6.2.2 IMPORTÂNCIA E MELHORAMENTO DO CAMPO NATIVO


As alternativas para melhorar a produtividade pastoril, na
maioria das vezes, apontam para a substituição do campo nativo por
pastagens cultivadas, normalmente compostas por espécies exóticas.
No entanto esta tendência deve ser melhor analisada (vincenzi, 1987).

Os campos naturais ou naturalizados possuem uma flora muito


diversificada,composta por diferentes famílias, gêneros e variedades.
Essas plantas têm como característica geral a grande adaptação aos
rigores do clima, aos níveis extremamente baixos de fertilidade do solo
e ainda ao manejo, que na maioria das vezes é no mínimo
inadequado. A aração do solo para implantar espécies exóticas,
elimina quase que totalmente todo este patrimônio genético de
inestimável valor (Vincenzi, 1987).

Não que as espécies exóticas não tenham importância, mas a


questão é quanto ao método de implantação destas forragens. A
aração não é necessária, ou melhor, é perfeitamente dispensável.
Métodos como a sobressemeadura e semeadura direta vêm
proporcionando excelentes resultados. São práticas simples que não
agridem o solo, preservam as espécies nativas e permitem o
surgimento de novas.

Brasil,(1972) citado por Fronza (1993), fala que nas


pastagens implantadas através de semeadura em cobertura, a
vegetação natural não é eliminada. Da composição botânica, vão fazer
parte não só as espécies semeadas, como também as plantas nativas.

Klitsch,(1965) comenta: “Não é um progresso em


a aração sistemática de pastagens permanentes. Muitos
forragicu/tura
acreditam que a aração aumenta os rendimentos, isto e' certo durante

48
~
o primeiro e segundo ano, mas a longo prazo nao da' resultado. As
pastagens velhas rejuvenescem e reverdeiam manejadas
adequadamente, aumentam a qualidade e a quantidade de pasto
produzido com a idade, o prado bem manejado chega a ter um valor
permanente".

E continua: “O prado semeado em solo arado proporciona


elevados rendimentos por alguns anos, em pouco tempo aparecem
manchas de solo descoberto e se destroi a estrutura do solo, a terra
se empobrece, em principio lentamente, mas com grande rapidez a
partir do quarto ou quinto ano, chegando aos tão conhecidos e ao
mesmo tempo ignorados “anos de miséria” que significam um
empobrecimento botânico e edáfico. Creio, sinceramente, que para
certos ambientes e plantas, poderia-se desenvolver uma agricultura
arando muito pouco ou quase nada

6.2.3 CARACTERÍSTICAS DE PLANTAS FORRAGEIRAS


ALFAFA (Medicago sativa)
A alfafa é uma Ieguminosa forrageira perene, rica em proteína,
cálcio, fósforo e vitaminas A e C. E condiderada a “rainha das
forrageiras”(Nuemberg, 1990).

É provavelmente a Ieguminosa mais adaptada no mundo e


cresce em clima temperado, tropical e subtropical (Alcântara, 1979),

Apresenta pivotante que atinge de 2 a 5


raiz m
de
profundidade, podendo atingir até 20 mem casos especiais. Entre 30
e 60 cm da superfície a raiz apresenta intensa ramificação secundária,
responsável principal pelo suprimento de nutrientes. Dentre as
leguminosas a alfafa talvez seja a mais exigente em pH do solo (6,0 a
7,5). O rendimento médio de matéria seca dos alfafais está ao redor
de 8 t/ha. Esta produtividade pode variar de local para local,
dependendo da fertilidade do solo e da cultivar usada. Em
experimentos conduzidos pela Estação Experimental de
Lages/EMPASC, em duas unidades de solos do Planalto Catarinense,
usando-se níveis de calcário e doses de adubo fosfatado, foram
obtidos rendimentos de 10,2 t/ha/ano (Nuemberg, 1990).

A alfafa 'é uma


espécie que se adapta perfeitamente ao
pastoreio racional voisin, pois se favorece uma acumulação eficiente
de resen/as em suas profundas raízes. Se tivessem que criar uma
forrageira ideal para ser manejada sob PRV, este planta teria as
mesmas caracteristicas da alfafa. Contrariamente, a grande maioria

49
das cultivares disponíveis na atualidade foram selecionadas para
cortes (Alcântara, 1979).

As excepcionais qualidades da alfafa como forrageira aliadas à


boa apetecibilidade, especialmente pelos ruminantes, fazem com que
estes aumentem o consumo de matéria seca e, consequentemente, a
produção animal. Pela versatilidade de sua utilização - pastoreio
direto, feno, silagem - possibilita ao produtor ajustar sua produção em
função das necessidades do rebanho e às condições climáticas
dominantes.

No projeto “El
Desafio", após 10 meses da implantação a alfafa
propiciou 2 cortes para feno e 3 pastoreios. Porém a produção foi
prejudicada devido ao ataque da lagarta-da-alfafa (Colias lesbia
pyrrhoeta), em maio e do pulgão verde (Acyrthosiphon kondoi), em
agosto. Esses ataques serão detalhados a seguir.

LAGARTA - DA - ALFAFA
A lagarta-da-alfafa ocorre frequentemente no Brasil e é
considerada, na Argentina, uma das principais pragas da cultura. As
lagartas recém eclodidas têm aproximadamente 1mm de comprimento
e coloração pardo-escura, enquanto as de último instar medem cerca
de 40 mm e têm coloração verde-escura aveludada, com uma estria
branca longitudinal em cada lado do corpo. Os adultos são borboletas
com cerca de 60 mm
de envergadura, apresentando coloração que
varia de amarelo-claro ao alaranjado-escuro, com os bordos da asa
escurecidos e com uma mancha na célula central, de tamanho e cor
variáveis.

Trabalhos realizados na Argentina demostram a eficácia de


vários inseticidas para o controle da lagarta-da-alfafa tais como
Bacillus thuringiensis, Carbaryl e Trchlorion.

O projeto “El Desafio", tem como prioridade, além de uma


produção de alta qualidade, o respeito à natureza. Dessa forma o meio
de controle utilizado para a lagarta-da-alfafa foi o pastoreio, havendo
um certo prejuízo na produção potencial e nas reservas das raízes,
pois a alfafa não estava em seu ponto Ótimo de utilização, mas foi a
alternativa mais coerente que se encontrou. O
resultado foi
considerado ótimo.

PULGÃO VERDE (Acyrthosiphon Kondo/)


Os afidios ocorrem atacando a alfafa praticamente em todos
os paises que cultivam esta forrageira, como a Argentina, Austrália,
Estados Unidos e Nova Zelândia (Nuernberg, 1990).

50
~
O A.Kondoi tem coloraçao verde-azulada, possui uma
aparência cerosa e tende a agregar-se na extremidade das hastes.
Segundo Douglas (1986), citado por Nuernberg (1990), o pulgão verde
tem sua taxa máxima de reprodução em tomo de 25°C.

Nuernberg (1990), cita que a falta de alimento e um alto nível


populacional de afídeos na lavoura provocam o aparecimento de
fêmeas aladas, as quais são denominadas de disseminadoras. Essas
voam em busca de alimentos, formando novas colônias na lavoura ou
em outras lavouras, pois podem alcançar vários quilômetros de
distância auxiliadas pelo vento.

Este mesmo autor fala que os afídeos succionam a seiva do


floemas das folhas e hastes, injetam uma substância fitotóxica na
planta e veiculam virus. Além disso, excretam uma substância
açúcarada e pegajosa que atrai outros insetos, como formiga, e que
pode servir de substrato para vários fungos, a exemplos dos que
provocam a fumagina, comprometendo a fotossíntese.

Ataques severos provocam o amarelecimento e enrolamento


das folhas e encurtamento dos entrenós das hastes, reduzindo
sensivelmente a produção de forragem. A alfafa sente mais o ataque
no estágio de plântula e no início da rebrote (Nuernberg, 1990).

Na Nova Zelândia, segundo Kain & Trough (1982), citados por


Douglas (1986), citado por Nuemberg, perdas na produção referentes
ao ataque de A. kondoi atingem 62,3 e 71% na primavera, verão e
outono, respectivamente. O controle neste país, é recomendado
quando ocorrer 5 a 10 afídeos por haste, na fase de rebrote (menos de
8 cm de altura). Contudo, quando a planta atingir 20 cm de altura e
tiver um crescimento rápido, pode tolerar até 30 afídeos por haste. No
outono populações de 10 afídeos por haste devem ser controladas.

Os insetos predadores e parasitóides ocupam um lugar de


destaque no controle de afídeos. Entre os predadores podem-se citar:
Cycloneda sanguínea (fase larval e adulta) e Eriopis connexa. E entre
os parasitóides, Aphidus sp (Hymenoptera). Também contribuem para
o controle dos afídeos, certos fungos entomopatogênicos, como
Entomophtora sp, causando grande mortalidade em ambientes
relativamente úmidos (Nuernberg, 1990).

Os foram atacados pelo pulgão depois que


alfafais argentinos
se generalizou o uso de agroquímicos nas lavouras, rompendo o
equilíbrio biológico que sempre existiu. Como medida de controle os
técnicos resolveram comprar semente importada e reproduzí-la na
Argentina, que embora resistente ao pulgão, não suportava outras

51
adversidades às quais a nossa querida e nunca bem valorizada alfafa
pampeana conseguia resistir (Vanoni, 1989).
O controle do pulgão, no projeto, também foi com o pastoreio,
proporcionando resultados regulares.

AZEVÉM ANUAL (Lollium mu/tiflorum)


O azevém anual é originário da Bacia do Mediterrâneo, sendo
adaptado a temperaturas baixas (não resiste ao calor) e
desenvolvendo-se somente durante o inverno e a primavera. Vegeta
relativamente bem em qualquer tipo de solo, mas prefere os argilosos,
férteis e úmidos. Tolera a umidade excessiva, mas por curto espaço
de tempo. ë mais exigente em fertilidade e umidade que a aveia. O
azevém anual apresenta ressemeadura natural. Essa espécie pode
ser deixada sementar depois do último pastoreio e as sementes
formadas garantem a permanência da espécie no ano seguinte
(Salermo, 1986).

AVEIA PRETA (Avena strigosa)

A aveia preta é a mais difundida para a produção de forragem,


pois além da grande produtividade, apresenta melhor adaptação a
solos arenosos e pobres. E uma espécie anual, originária da Europa.
O solo deve ser bem drenado, caso contrário ocorre incidência de
moléstias, principalmente a ferrugem. Uma das vantagens da aveia
com relação ao azevém é a sua precocidade de produção, podendo
inclusive ser plantada mais cedo, para propiciar forragem na época de
maior necessidade. A consorciação com leguminosas traz um
aumento de produtividade e qualidade (Salermo, 1986).

AZEVÉM PERENE (Lo/rum perenne)


O azevém perene, raygrass, como o nome já diz, é uma
espécie perene, originária da Europa e indicada para regiões frias e de
boa precipitação. E usada como pasto de inverno nas baixadas
úmidas. Exige solos férteis e argilosos (Alcântara, 1979). E uma planta
pratense muito valiosa, tanto para pastagens anuais como
permanentes. Sua perenicidade depende fundamentalmente do
manejo que é aplicado à pastagem. Pode durar até 10 anos em
regiões com solos úmidos e argilosos, e com verões amenos (Klitsch,
1965)

DÁTl Lo (oâcfy/is g/omerâfâ)

Chamado de f'Pasto Ovillo” na Argentina, é uma gramínea


perene, originária da Africa do Norte e parte da Europa, que chega a

52
atingir 0,8 -
1,2 m de altura. É adaptado a climas temperados,
apresentando boa resistência ao frio. Apesar de não se comportar
bem em solos arenosos e/ou encharcados, demonstra razoável
resistência à seca (Alcântara, 1979).

FESTUCA (Festuca arundinacea)


É uma gramínia perene, originária da Europa, altamente
cespitosa, com abundante folhagem e sistema radicular vigoroso e
profundo. Adaptadas e climas temperados e subtropicais, apresenta
elevada resistência a frios vigorosos. Tolera, razoavelmente a seca.
Adapta-se a vários tipos de solos, mas prefere os não arenosos e
úmidos. Possui boa resistencia ao pisoteio. Vegeta muito bem durante
o inverno e a primavera, reduzindo seu crescimento no verão e outono
(Klitsch, 1965).

CEVADILHA (Bromus catharticus Vahl) (Bromus unioloides)

Gramínea anual, cespitosa, que forma touceira com até 1

metro de altura, com abundante folhagem


tenra e nutritiva, muito
comum no Sul do Brasil, Uruguai e Argentina. Apresenta altíssima
resistência ao frio ou mesmo geadas e tolera umidade excessiva.
Apesar de vegetar bem em vários tipos de solos, prefere os argilosos.
Rústica e precoce, a cevadilha desenvolve-se rapidamente,
proporcionando forragem muito tenra e palatável. Em muitas áreas a
Argentina vegeta espontaneamente. Comporta-se muito bem em
áreas com boa quantidade de dejeções do gado (\/anoni, 1989).

TREVO BRANCO (Trifolium repens L)


É uma Ieguminusa perene, da região do
originária
mediterrâneo, rasteira e estolonífera com raízes nos nós. Adapta-se a
diversos tipos de solos, desde que possuam matéria orgânica e
tenham certa umidade, pois não tolera os arenosos e secos. E uma
espécie bastante sensível às condições de pH; o mesmo deve ser
elevado a pelo menos 6,0 para que haja boa nodulação. Existem no
entanto, ecótipos adaptados a pH em torno de 4,5. Laissus (1982)
citado por Salerno, (1986) afirma que algumas das razões para a
inclusão do trevo branco em pastagens são: o incremento na
produtividade, a melhor distribuição da produção e o melhor valor
nutritivo da forragem produzida. Antes da semeadura, é
imprescindível fazer-se a inoculação das sementes com Rhizobium
trifolii e a peletização. O trevo branco se adapta muito bem à

sobresemeadura de pastagens permanentes. Pode causar timpanismo


onde é dominante (+ de 40% da pastagem). Pastoreios freqüentes
favorecem o predomínio do trevo, enquanto longos períodos de

53
descanso incentivam o predomínio da gramínea. A adubaçao
.-

nitrogenada favorece o desenvolvimento da gramínea em misturas em


que há predominância do trevo. Pastagens consorciadas (trevo +
gramínea) são mais produtivas do que pastagens contendo somente
gramíneas.

TREVO VERMELHO (Trifolium pratense L)


Origináriodo Velho Mundo, o trevo vermelho, é uma
leguminosa bienal. E adaptado a climas temperados e úmidos não
tolera temperaturas elevadas e períodos secos. E exigente em solo,
mostrando nítida preferência pelos de textura média, profundos,
férteis, úmidos e não ácidos. O trevo vermelho pode causar
timpanismo, se consumido em grande quantidades, mas em menor
proporção que o trevo branco. Se adapta bem ao pastoreio direto
(Salerno, 1986).

coRN|cHÃo (Lotus cornfcu/aruâ L)


É uma leguminosa perene, glabra, resistente ao frio e à seca,
mas sofre bastante com o calor do verão. Originada do mediterrâneo.
Adapta-se a solos salinos melhor do que os trevos em geral. Preferem
solos argilosos e francos (Salerno, 1986). Desenvolve-se de modo
relativamente lento após a semeadura. Não tolera o sombreamento
(Alcântara, 1979). Ocornichão adapta-se bem à consorciação com
outras gramíneas e leguminosas. As sementes devem ser inoculadas
com Rhizgbigm específico. Vem sendo bastante utilizado no
melhoramento de pastagens já estabelecidas. Adapta-se bem ao
pastoreio direto (Salerno, 1986).

As forragens no
projeto “EI Desafio" foram implantadas através
de dois métodos: a sobressemeadura e a semeadura direta e as
quantidades foram as seguintes:

Quadro 15: Plano de semeadura das forrageiras.


ESPECIE-VARIEDADE QUANTIDADE (Kg/ha) _

Alfafa 8,0
Cornichão-var. ganadora 6,0
Trevo branco HUlA 0,5
T. vermelho quiniequeli 2,0
Azevém perene NUI 4,0
Azevém anual TAMMA 5,0
Aveia 40,0
Cevadilha-bellegarde 6,0
Phalaris-sirosa 3,0
Dáctilo 3,0

54
6.3 PASTOREIO RACIONAL VOISIN.
Noprojeto “EI Desafio”, está sendo desenvolvido o sistema
intensivo de utilização das pastagens chamado Pastoreio Racional
Voisin (PRV), onde o maior insumo utilizado provém do sol, ou seja, a
energia solar, gratuita e infinita; atendendo às necessidades do pasto
e da vaca, através do homem sem, no entanto, agredir os recursos
naturais, preservando-os e contribuindo para o seu melhoramento
(Apontamentos, 1992)

O PRV tem objetivos claros:


- Aumentar a produção de carne/ha;
- Aumentar a produção individual;
- Reduzir os custos de produção;

- Maximizar o aproveitamento e uso da energia solar;


- Melhorar a fertilidade do solo;
- Melhorar as condições ambientais;
- Produzir alimentos de alta qualidade biológica;
- Ser energeticamente sustentável, e

- Fazer a integração e maximização dos fatores de produção

existentes e disponíveis na unidade produtiva (Machado,


1993)

O aumento da produção de carne é a consequência natural da


utilizaçãodo pasto em seu ponto ótimo de repouso, quando há maior
produção de matéria seca/ha/ano e com o melhor valor nutritivo. A
produção individual também aumenta porque o animal come o pasto
segundo suas necessidades produtivas e em quantidades máximas de
ingestão, resultados estes da divisão do campo em pequenas
parcelas. Os custos de produção são menores porque há um grande
aumento de carga em consequência da maior disponibilidade de
alimento e as pastagens se perenizam (sem renovação), sem
lavração e sem agrotóxicos, ou seja, há uma grande economia na
incorporação de insumos industriais ao processo produtivo (Machado,
1993).

Aoanalisar-se o crescimento de um ser vivo, verifica-se que a


sucessão dos fatos que se constituem no crescimento podem ser
representados graficamente através de uma curva que tem a forma de
“S” aberto e, por isso, chama-se curva sigmóide, como se vê na fig. 8.

Ao observar-se a cun/a da figura 8, verifica-se que no primeiro


momento há uma pequena intensidade de crescimento. Em seguida
esta intensidade aumenta e o ritmo de crescimento torna-se
vertiginoso para chegar a um ponto em que se reduz esse ritmo de
crescimento, até a sua interrupção completa. Esta é a cun/a sigmóide

55
a que Voisin se refere e a partir dela, analisando-a em relação aos
fenômenos ocorridos na pastagem, é que Voisin estabeleceu as
chamadas leis universais de pastoreio (PINHEIRO MACHADO, 1971).

Quando a curva sigmóide pára o seu rápido crescimento, o


pasto deve ser comido, e como o tempo para se chegar a esse ponto
varia no ano devemos repartir o pasto para respeitarmos o maior
tempo (geralmente no inverno).

Analisando a figura 9, verifica-se que a planta mostra uma


pequena massa verde com raíz diminuta. Ao
corte pelo bovino resta
uma parte subterrânea com escassas resen/as para o rebrote e
incapaz de buscar água em camadas mais amplas e profundas. A
planta C, ao contrário, quando cortada, deixa um amplo sistema
radicular para o rebrote e para buscar água em camadas mais
distantes (PINHEIRO MACHADO, 1971 ).

O significado dos orgãos de reserva, no sentido de auxiliar


plantas forrageiras a persistirem sob pastejo, permanece ainda
controverso. Algumas gramíneas possuem colmos modificados, onde
carboidratos não estruturais podem se acumular na base dos mesmos,
nos rizomas ou nos estolões. Raízes principais e estolões de
leguminosas também contém altos níveis de carboidratos.
Considerável interesse foi demonstrado, desde que se verificou que o
acúmulo de carboidratos não estruturais tinha a possibilidade de
controlar a taxa de rebrota, após desfolhação, bem como, a
persistência das plantas. Nesse último caso, os pesquisadores
aceitam o fato de que a sobrevivência de plantas requer um nível
mínimo de energia residual para a manutenção dos tecidos
(FAVORE'I”l'O, 1993).

56
Mménm
sem

Tempo ótimo
de repouso
do pasto

Tempo

FIGURA 8. Curva sigmóide

PASTQREIO PRSTOREIO
COIITIIIIIO RÂCIOIIAL

A B C D

FIGURA 9. Manejo e acumulo de reserva nas raizes


ss

'ogamzsed ap egauggoga ap o|du:ax3 'ogóednoo

'..0!lBS90
|3,, o¡a[o.|d op manbgd um wa apaga opumsed seq|y\oN -9 0_|_0;¡

=I!r'*¬'¬ '
Tomando uma planta ao nível do solo verifica-se que há uma
parte aérea e a parte subterrânea, isto é, a uma grande massa acima
do solo corresponde, necessariamente, uma grande massa de sistema
radicular do solo, porque se é verdade que as folhas realizam
fotossíntese, é verdade também que a água utilizada nesse processo
provém do solo através das raízes e há necessidade de nutrir o
sistema radicular. Em consequência há uma relação direta entre
ambas as partes. Isso significa que ao cortar-se uma planta pratense
bem formada ela permanece com um grande sistema radicular que
obriga a parte aérea cortada a um intenso crescimento para que
estabeleça o equilíbrio entre as partes aérea e subterrânea. Nessa
verdadeira “luta” entre as partes aérea e subterrânea pode-se tirar
proveito porque pode-se obter maiores velocidades de crescimento da
pastagem e, em consequência, obter também maiores quantidades de
pasto por ha (PINHEIRO MACHADO, 1971).

Mas se a uma planta tímida, teremos uma


planta for débil,
pequena massa aérea e também uma pequena massa radicular. Isso
significa, em primeiro lugar, uma menor superficie de contato com as
porções do solo que são capazes de aportar, de dar e levar a água e
os nutrientes á planta (PINHEIRO MACHADO, 1971 ).

O PRV está baseado em quatro leis fundamentais, que serão


brevemente descritas a seguir.

LEI DO REPOUSO
“Para que o pasto colhido por um animal possa dar sua
máxima produtividade, é necessário que entre dois cortes sucessivos
realizados pelo animal nessa mesma parcela, haja passado tempo
suficiente que permita ao pasto:

a) armazenar em suas raízes as reservas necessárias para


uma brotação vigorosa;

b) um desenvolvimento impetuoso e rápido, ou seja, grande


produção diária de massa verde por unidade de área” (Voisin, 1974).

O período de repouso do pasto entre dois cortes sucessivos


será variável de acordo com a estação do ano, condições climáticas,
potencialidades do solo e demais fatores ambientais. A cunra de
rebrote de um pasto tem a forma sigmóide e mostra que o mesmo não
produz seu máximo diário, senão depois de um período de repouso
suficiente, sendo que após esse período de repouso é incoveniente
fazer o pastoreio, pois a intensidade de rebrote diminui não se obtendo
o máximo rendimento das pastagens. Por outro lado, se o animal
pastar antes do período de repouso, não haverá tempo suficiente,

S9
antes do novo corte, para armazenar em suas raízes as resen/as
indispensáveis para sua manutenção e desenvolvimento.

Na se chega a esse máximo através de amostras


prática
periódicas do pasto do potreiro, com isso se obtém o repouso Ótimo
para dada época. Após uma série de repetições não' u
será mais preciso
essas amostras porque o técnico responsável tera calibrado o olho",
sabendo pelas condições da pastagem se ela está no ponto ou não.

Lei DA ocuPAÇÃo
Quanto menor o tempo de ocupação da parcela, desde que o
gado consuma todo o alimento disponível, melhor, de acordo com a lei
de ocupação.
“O tempo global de ocupação de uma parcela pelo gado deve
ser suficientemente curto, para que o pasto não seja cortado mais de
uma vez, durante este tempo de ocupação da parcela, pelo mesmo
gado"(Voisin, 1974).

Cabe aqui considerar que a gado “come com 5


também
bocas”, ou seja, as patas do animal são consideradas como
consumidoras de pasto via destruição de gemas, rebrotes,
acamamento e adensamento do solo. Então quanto menos tempo em
um potreiro, menor o pisoteio e em consequencia menores perdas de
pasto.

LEI DO RENDIMENTO MÁXIMO


“É necessário ajudar aos animais de maiores exigências
alimentares a pastar maior quantidade possivel e que o pasto seja da
melhor quaIidade”(Voisin, 1974).

Voisin viu essa necessidade, principalmente porque o mesmo


trabalhava com gado leiteiro, que possui na categoria Vacas em
Produção com altíssimas exigências nutricionais. Para a pecuária de
corte as categorias mais exigentes são: vacas amamentando, novilhas
de primeira cria e terneiros recém desmamados. Também pode-se
considerar como de maior exigência um lote de bois em terminação
para a entressafra ou necessidade urgente de fazer “caixa” para a
empressa.

LEI DO RENDIMENTO REGULAR


“Para que um animal dê rendimentos regulares, é necessário
que nao permaneça mais de três dias na mesma parcela”(\loisin,
1974)

60
Um animal alcança máximo rendimento no primeiro dia de
pastoreio, diminuindo, à medida que o tempo de permanência na
parcela aumente. A medida que a pastagem vai sendo pastada a
fundo, o animal colherá cada vez menores quantidades de pasto.

6.4 suP|.EMEN'rAçÃo
6.4.1 |=ENo

É perfeitamente conhecido por todos aqueles que trabalham


no campo, que durante a primavera a forragem cresce de maneira
exuberante, mas no inverno, com condições climáticas desfavoráveis e
dias curtos, a forragem vai desaparecendo do campo. A modo de
comparação se pode falar de uma produção primaveral em pastagens
de 70 a 110 Kg de matéria seca por hectare/dia contra 10 a 20 Kg
MS/ha/dia no inverno (o autor se refere as condições da região
pampeana). Em consequência é na primavera que se deve fazer
resen/as com os excedentes mediante a fenação ou silagem (Carrillo,
1993).

Estas reservas podem atuar como verdadeiros reguladores


dos sistemas de produção, seja regulando as variações estacionais da
produção, naturais e previsíveis; permitindo planificar vendas sem
urgência, e inclusive, cobrir ou amenizar emergências extraordinárias,
como podem ser as grandes secas, inundações ou incêndio de
campos (Carrilo, 1984).

Feno de produz benefícios muito grandes aos


alta qualidade
animais. Qualquer pessoa pode fazer feno e com qualquer pastagem.
Mas produzir feno de elevado teor forrageiro depende dos seguintes
fatores:

- Fliqueza do solo;
- Qualidade da pastagem;
- Estádio vegetativo da pastagem;
- Tecnologia adequada;

- Cuidados observados nas várias etapas;

- Armazenamento.

Na prática, pode-se dizer que um feno de boa qualidade


apresenta-se com os seguintes aspectos:
- Cor verde intensa;
- Rico em folhas e os caules são finos e macios. A
quantidade de folhas verdes é a melhor indicação do

61
valor alimentar do feno, pois asproteínas das folhas são
mais digestíveis que as do caule;
- Não possui espécies invasoras e outros corpos estranhos
bem como sinais de fermentação;
- Apresenta aroma agradável;
'

- E bem aceito pelos animais, o que motiva um grande

consumo voluntário (Schell da Silva, 1978).

Em um PRVé indispensavel a produção de feno, já que nas


épocas de maior produção de forragem, apenas parte dos piquetes
serão usados na rotação ocorrendo grande sobra de pasto que deverá
ser fenado para que se mantenha altas lotações no período de
inverno. _

A
produçao de feno no projeto “El Desafio” é, e será muito
.-

grande, tendo-se a necessidade urgente da compra de um


equipamento de fenação. Esta atividade atualmente, é realizada por
um pessoal contratado, que geralmente chega na fazenda quando o
pasto já esta passado, resultando em um feno de baixa qualidade.

Nos de feno que usamos para tratar os animais durante o


rolos
projeto, constatamos em alguns, uma quantidade de espinhos de
cardo muito grande dificultando a sua distribuição manual.

6.4.2 cA|v|A DE AvlÁn|o


O projeto está utilizando cama de, aviário para suplementação
dos animais, já que é gratuita na região. E uma boa fonte de proteína,
entretanto deve-se tomar cuidado quanto as salmoneloses,
tuberculose e brucelose que são transmitidas por animais mortos
(frangos) não recolhidos. Quando comentou-se com o gerente e o
proprietário os possíveis problemas da cama, fomos informados que a
limpeza era rigorosa e que os produtores da região não deixavam
animais mortos na cama. Porém, quando auxiliamos na
suplementação, constatamos animais mortos. O
proprietário deverá
procurar comprar a cama dos produtores mais conscientes a fim de
evitar maiores problemas. A salmonelose causa grandes perdas de
animais, que morrem repentinamente.

6.4.3 M|NEnAL|zAçÃo
Os
minerais considerados essenciais, isto é, aqueles para os
quais já se conhece pelo menos uma função essencial à vida animal
são: Ca, P, K, Mg, Na, Cl e S (macrominerais); F, V, Ti, Si, Cr, Ni, Ar,
Br, Sr, Cd são considerados como provavelmente essenciais. As
funções básicas dos minerais essenciais podem ser divididas em três
grupos principais; no primeiro grupo estão as funções relacionadas

62
com o crescimento e mantença dos tecidos corporais; no segundo
estão as funções dos minerais na regulação dos processos corporais
dos animais; e no terceiro grupo estão as funções de regulação da
utilização da energia dentro das células do corpo do animal. Existem
minerais de diferentes funções incluídas geralmente em mais de um
dos grupos citados (BOIN, 1985).

63
1

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FOTO 5. Suplementação oom cama de aviário, milho moido, farelo


de trigo. Notar que não há necessidade de cochos.

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M.
|

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FOTO Rolos de feno' (500 kg), armazenados ao ar livre.

64
FOTO 7. implemento usado para o transporte de rolos de feno*
mineralização do gado esta sendo feita com uma mistura
A
mineral corretiva especifica para a propriedade definida no respectivo
projeto. O gado tem a mistura a disposição em comedouros móveis
que acompanham o lote.

A
mistura mineral foi calculada a partir da análise de solo,
água e tecido foliar.

Quadro 16: Mistura mineral corretiva ara o projeto “EI Desafio".


INGREDIENTE PORCENTAGEM
Fosfato de Cálcio ou F. de Osso 57,5%
Sal I0dadO 40,0%
Enxofre 2,5%
Selenito de Sódio 10 gramas em 100 Kg da
mistura

Fonte: LCPNVSdB, com dados do NCR, INRA, ARC, 1992.

6.5 INSTALAÇOES
Na Unidade 1 do projeto, há um centro de manejo, com currais
e balança, operando em situação precária. O banheiro de imersão
está desativado, o piso do brete foi feito com pedras angulares, muitas
das quais com a ponta para cima, machucando as patas dos animais,
os currais de espera são de arame liso e sub-dimensionados, além de
não se ter uma sequência ou uma ordem das partes que compoe o
centro de manejo, que atrasa qualquer serviço a ser executado.

65
O projeto já prevê a construçao de um novo centro de maneio,
que atenda aos critérios de bem-estar animal, durabilidade,
economicidade, higiene, funcionalidade, orientação, modulação,
localização, estética e bem-estar humano.

Na Unidade 2 as instalações são mais precárias e por ser uma


área pequena e se irá trabalhar com animais de terminação, as
melhorias serão mais modestas.

6.5.1 CERCAS
As cercas externas são convencionais, com cinco fios de
arame galvanizado 17/15. As cercas internas e as divisões dos
potreiros apresentam um arame eletrificado. As porteiras também são
com fio eletrificado. Como moirão utilizam-se ramos ou os próprios
caules do ñandubay (Prosopis algarrobilla) que, segundo os
produtores da região chegam a durar 100 anos.

elétricas estão sendo construídas utilizando


As novas cercas
os moirões das cercas convencionais antes existentes no interior da
propriedade.

6.5.2 POTREIRO ESCOLA


Há um potreiro de 0,5 ha, com a localização próxima à sede,
cercado externamente com 5 fios de arame liso e com 2 fios
(um a 0,80 e o outro a 1,20 m de altura) na parte interna,
eletrificados
destinados a ensinar os animais que nao respeitam ou nao estao
acostumados à cerca elétrica.
`

6.5.3 Hidráulica

Os campos argentinos possuem uma grande porcentagem de


estabelecimentos com aguadas artificiais, contituídas por um moinho
de vento que extrai água para um tanque australiano para depósito e
um sistema de encanamento que permite a água chegar desde o
tanque que sempre está na parte mais elevada até os bebedouros
situados em lugares extratégicos. O bebedouro tem um mecanismo
regular do nível de água, através de válvula com bóia.

A quantidade de água a acumular no tanque australiano pode


oscilar de 100.000 litros, mas na verdade depende do número de
animais a abastecer e a frequência e intensidade dos ventos,
tomando-se como guia, a época em que estes são menores e menos
frequêntes podendo constituir um fator limitativo (Carrillo, 1993).

66
o depósito deve-se calcular com uma
Por outra parte
apreciável margem de segurança, devido o possíveis rupturas e
reparações no moinho de vento, período e momento em que não se
poderá extrair água. Este período pode-se estimar em uma semana ou
dez dias.

Outros tipos de aguadas podem ser as naturais, tais como


rios, ou então na forma de açudes, que na Argentina são chamados
“tajamares".

Os problemas que podem


apresentar as aguadas naturais e
açudes são a sua possível contaminação e como consequência, a
possível propagação de enfermidades parasitárias e infecciosas
(Carrillo, 1993)

Como se viu antes os sistemas de distribuição de água aos


animais usados tradicionalmente na Argentina possuem sérios
problemas. Os moinhos de vento possui uma baixa capacidade de
extração de água, e ainda com riscos. Em um PRV onde se tem uma
grande elevação no número de animais e em consequência a da
necessidade de água, não seria possível o uso deste método.
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FOTO Aguada artificial típica dos campos argentinos,


8.
mostrando o moinho de vento, o tanque australiano e o bebedor.

Com relaçao aos rios e “tajamares", além dos problemas


sanitários descritos acima, possui o risco das secas. Mas em um PRV,

67
~
onde os animais sao concentrados em piquetes esse problema se
agrava principalmente devido a problemas comportamentais de
hierarquia.

Os
projetos já instalados pelos autores do projeto “El Desafio”,
mostraram que não adianta oferecer água em abundância através de
rios e/ou açudes. Os animais dominados não conseguem beber
quantidades suficientes, e, o que bebem, é contaminada e suja
ocasionando baixos rendimentos e até mortes por acúmulo de argilas
no rúmem.

No projeto “El Desafio”, usou-se outro sistema. Todo o


bombeamento de água para os reservatórios, e feito por motores
elétricos e a fonte de água é subterrânea e sem possibilidade de se
esgotar em caso de seca. Os bebedouros possuem formato circular
para evitar problemas de hierarquia entre os animais, e cada
bebedouro serve a quatro piquetes, sendo esse modelo de quatro
piquetes uma inovação dos autores do projeto “El Desafio", em PRV
(Fig. 10).

A implantação do encanamento que leva a água do tanque até


os bebedouros, foi feita através de uma máquina especial, que ao
mesmo tempo em que escava, coloca o cano e em seguida cobre o
mesmo, tudo isso em uma única operaçao.

Outra vantagem do PRV é que os animais não perdem tanta


energia na locomoção atrás de água.

Blaxter, por Pinheiro Machado (1971), mediu a


citado
quantidade de energia gasta pelo bovino quando encontrou a cifra de
0,5 calorias por quilo de peso vivo, por metro de deslocamento.

fazenda a população bovina tem, digamos, um peso


Numa
médio de 300 Kg. Isso significa que o animal ao andar 1 metro, tem
uma perda equivalente a 0,5 X 300 = 150 cal (PINHEIRO MACHADO,
1971).

6.5.4 EMBARCADOURO
O embarcadouro será construido junto à entrada da fazenda, a
fim de o trânsito interno de caminhões
evitar (possíveis
disseminadores de doenças inexistentes na propriedade).

6.5.5 s|s1'EMA v|Án|o

Os caminhos do projeto têm de 6 a 15 m de largura, de acordo


com a intensidade de circulação.

68
FIGURA 10. Um bebedouro servindo quatro piquetes

‹_..____ FIO ELÉTRICO PARA EVITÀR QUE OS ANIMAIS DERRUBENI


À PORTEIRA.

‹-_-_ “CRUZ DE MADEIRA".

FIGURA 11. Detalhe da porteira "portátiI". Este fipo de porteira


não deve ser usado nos bebedouros devido a problemas de hi-
erarquia entre os animais.
6.5.6 PAISAGISMO
A vegetação arbórea é indispensável para o conforto térmico
dos animais que se traduz em melhor ganho de peso. Além disso há a
ação dos quebra-ventos que influem diretamente na produção de
forragens, em função da diminuição da perda de água pelas folhas,
causadas pelo vento (Apontamentos, 1992). Primavesi, (1992) fala que
o quebra vento duplica a produção agrícola e pastoril, em épocas de
seca. É perfeitamente justificável, portanto, a implantação paralela de
um projeto de paisagismo. O projeto “El Desafio”, nas suas duas
unidades, é pobre em vegetação arbórea. Há pequenos bosques que
são insuficientes para todos os animais. Serão plantadas án/ores, em
linhas, contornando um grupo de quatro potreiros.

As espécies escolhidas foram o eucalipto na parte interna,


ciprestes na intermediária eálamo na parte externa dos potreiros,
proporcionando um quebra-ventos com degraus que joga o vento para
cima.

6.5.7 INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS EXISTENTES


O projeto já possui
- uma sede
- um galpão coberto e fechado com zinco
- duas casas para empregados
- um centro de manejo
- dois moinhos (catavento)
- um trator Valmet de 110 HP, ano 91
- um trator Fiat de 80 HP, ano 80
- uma carreta agrícola
- uma roçadeira
- uma balança

6.6 MANEJO
Segundo Pinheiro Machado, (1992) “manejo é o conjunto de
técnicas oriundas da investigação científica e/ou do uso consagrado
que, respeitando o bem-estar animal, são aplicados, ao processo
produtivo com a finalidade de torná-lo mais eficiente e econômico,
técnica, social e culturalmente. Este conceito de manejo do gado é
compatível com o do manejo racional do pastoreio e da pastagem. a É
integração do homem-solo-planta-animal buscando resultados
técnicos e econômicos mais elevados e ainda maximizados”.

69
No
projeto “El Desafio”, atualmente os animais estao divididos
em quatro lotes: vacas (62), novilhas (lote cabeça, 193), novilhos (lote
cabeça, 220) e novilhos (lote cola, 448).

As vacas permanecem em uma área de campo nativo próxima


à casa e estavam recebendo suplementação com cama de aviário,
sorgo triturado e farelo de arroz.

As novilhas estavam pastoreando em potreiros de 1,0 ha de


alfafa, sendo o tempo de ocupação de dois dias.

Os novilhos (lote cabeça) estavam pastoreando em potreiros


de 1 ha de trevo branco, trevo vermelho, cornichão, aveia e azevém,
com um tempo de ocupação também de dois dias.
O lote cola encontrava-se em uma
área de campo nativo
melhorado com gramíneas hibernais (azevém, aveia e cevadilha),
potreiros de 1,0 ha e tempo de ocupação de dois dias.

70
6.7 RAÇA E MELHORAMENTQ GENÉT|co.
O coroamento da pirâmide de produção é realizado através da
base genética, isto é, da raça. Para que as características genéticas
da raça sejam expressadas há necessidade das etapas anteriores,
principalmente sanidade e alimentação, estarem satisfeitas
(Apontamentos, 1992).

O melhoramento genético, através da seleção, é um processo


permanente e necessário, pois é um fator de aumento da
rentabilidade, sem
custo direto e ainda promove a integração
permanente dos animais ao meio (Emnsinger, 1968). No processo
seletivo do projeto além dos objetivos gerais de produção, fertilidade,
longevidade produtiva entre outros, há também um objetivo específico
prioritário que é a capacidade de pastar e utilizar o pasto, o mais
eficiente possível, para a produção de carne. A necessidade de
maximizar o aproveitamento da alta qualidade de pasto que está
sendo produzido pelo “El Desafio”. Por isso, futuramente o projeto
adotará cruzas de eficiência carniceira mais alta, como o Siemental
(Fleckvieh) ou Charolês (Machado, 1992).

Atualmente estão sendo utilizados animais da raça Aberdeen


Angus, Hereford, Fted-angus, Braford, Brangus e Careta (cruza de
Aberdeen e Hereford).

6.7.1. RAÇAS MAIS CRIADAS NA ARGENTINA.


As raças tradicionalmente difundidas na Argentina são a
Hereford, Aberdeen Angus e Shorthorn. Nos últimos anos o rebanho
Shorthorn diminuiu muito e verificou-se a entrada de outras raças,
principalmente Charolês, Limousin e Fleckvieh, Bhraman e Nelore. Os
criadores de animais Hereford estão substituindo-os pelo Polled
Hereford, em virtude da maior facilidade de manejo, pois são mochos.
Há também um aumento do rebanho Aberdeen Angus em relação ao
Hereford puro (Diggins, 1974). Isto pode ser verificado na Exposição
Agropecuária de Palermo de 1993, onde 232 animais eram da raça
Aberdeen Angus; 194 Polled Hereford; 17 Hereford e 53 Shorthorn
(Chacra & Campo moderno, Sep. 1993).

Há, ainda, um aumento na utilização de cruzas,


significativo
sendo as mais comuns a cruza entre Aberdeen X Brahman e Hereford
X Brahman. Estes animais estão distribuídos principalmente no norte
da República Argentina e›‹tendendo-se sobre o litoral. As vantagens
destas cruzas resumem-se em maior rusticidade, que se traduz em um
melhor aproveitamento de pastos fibrosos, adaptação a temperaturas
mais elevadas e problemas sanitários comuns à região norte; como os
carrapatos ( Carrazzoni, 1974).

71
A seguir serão descritas as características mais importantes das
raças.

6.7.1.1. ABERDEEN ANGUS.


A raça Aberdeen Angus é originária de Aberdeenshire e
Angusshaire, dois condados do norte da Escócia, em uma área de
terreno ondulado, muito fértil e com pastagens abundantes. Trata-se
de um gado bovino muito precoce. E considerada a melhor do mundo
em função do grande marmoreio (gordura entremeada às fibras de
carne) (Briggs, 1969).

Na Argentina os primeiros resultados de cruzamento do gado


nativo com esta raça foram pouco satisfatórios. O gado argentino do
século XIX não estava suficientemente melhorado para beneficiar-se
das cruzas com o Aberdeen Angus. Mais tarde com uma seleção das
vacas nativas argentinas pôde-se alcançar os resultados desejados. O
melhoramento geral do gado argentino deve-se, em grande parte, à
crescente popularidade da raça Aberdeen Angus (Fraser, 1974).

A raça tem coloração totalmente preta e não apresenta chifres.


Há uma variedade vermelha, chamada de Red Angus.

6.7.1.2. HEREFORD.
Esta raça é originária do condado de Hereford, oeste da
Inglaterra, região famosa por seus pastos de alta qualidade, solo fértil
e condições climáticas propícias à produção e desenvolvimento do
gado de corte. E depois da Aberdeen, a raça mais difundida, na
atualidade na Argentina (Briggs, 1969). O l-lereford é relativamente
precoce, mas perde para o Aberdeen Angus. E facilmente reconhecido
pela coloração vermelha do seu corpo e cara branca (Diggins, 1974).

6.7.1.3. BRANGUS.
Raça formada no dos Estados Unidos para as condições
sul
subtropicais. Apresenta 5/8 de sangue Aberdeen e 3/8 de Brahman. E
um gado mocho, preto, precoce, bem conformado e produtor de boa
carne (Jardim, 1983).

6.7.1.4. BRAFORD.
Formado no Texas, com a contribuição de 3/8 do Brahman e
5/8 do Hereford. E um gado vermelho de cara branca, com atributos
semelhantes aos do Brangus (Jardim, 1983).

72
1. ADMiN|sTnAçÃo.
É a etapa crítica do projeto. Tratando-se de tecnologia superior
e de ponta na criação bovina, ainda que economizadora de insumos
de alto custo, ela só resulta em grandes rendimentos econômicos se é
aplicada pertinentemente e com rigoroso controle de todas as
operações. Em outras palavras, com administração competente.

No
projeto “EI Desafio" este foi o maior problema encontrado,
sendo que grande parte do estágio foi feito em atividades que visavam
contornar erros administrativos antes efetuados.

Esses erros serão explicados mais adiante.

1.1. MÃO-DE-oBRA.
A mão-de-obra do projeto “El Desafio” está composta por um
gerente, que coordena e auxilia nas atividades diárias e está em
contato direto com o proprietário, Sr. David Ocampo; um tratorista; um
empregado especializado na construção de cercas e uma escriturária
que registra todo o manejo do gado, compra de material, visitas; etc.
Eventualmente contrata-se mão-de-obra de terceiros para fenação,
recolhimento de cama de aviário, instalação da hidráulica entre outras
atividades.

As tarefas são transmitidas diariamente à fazenda através do


telefone em horários pré-fixados.

São
realizadas visitas regulares do proprietário à fazenda, que
analisa as atividades realizadas anteriormente e determinando tarefas
futuras.

73
a. nENoiMENTo TÉcN|co PnEv|sTo.
Considerando a área total do projeto de 419 ha, o resultado
zootécnico anual apartir do ano 6 será:

- 700 ventres com 90% de parição: 630 terneiros.


- 305 novilhas de 12-24 meses.
- 306 novilhos
em terminação,
somando uma venda anual de 173 ventres de descarte, 306 novilhos e
125 novilhas, com um total de 604 cabeças.
'

74
ATIVIDADES PARALELAS AO ESTAGIO

1
9.

Durante o período de estágio teve-se a oportunidade de


conhecer o mercado de Liniers, em Buenos Aires; visitar uma
propriedade que obtém índices acima da média regional e ainda
participar do Seminário de Pastoreio Racional Voisin, proferido pelo
professor Pinheiro Machado e pela Eng. Agr. Silvia de Bargas. A
seguir serão descritas algumas informações a respeito destes eventos.

9.1 VISITA AO MERCADO DE LINIERS


~
9.1.1 lntroduçao

Durante o estágio teve-se a oportunidade de visitar o mercado


de em Buenos Aires, juntamente com o proprietário do projeto
Liniers,
“El Desafio", Sr. David Ocampo e seu amigo, Jorge que trabalha em
uma das empresas consignatárias do mercado.
Este mercado foi criado em 1890 com o objetivo de facilitar o
comercialização a nível de produtor e o abastecimento de carne
bovina à capital do país, onde encontram-se atualmente 40% da
população argentina. E responsável por aproximadamente 20% da
comercialização do gado para abate na Argentina.

O
pico de Liniers foi 1966 quando entravam 38.000 animais
por dia. Hoje está em processo de decadência (14 a 16000 animais
dia) pois, os produtores estão preferindo vender diretamente ao
frigorífico.

O mercado era estatal, passando para a iniciativa privada há


um ano.
`

9.1.2 Funcionamento do Mercado

Entrada dos Animais no Mercado

Os animais que entram em Liniers sao comercializados


através deum contrato de consignação entre a empresa consignatária
e o proprietário dos animais. Neste contrato a empresa recebe
comissão e assume a garantia de venda, ou seja, caso os animais não
sejam vendidos ela se compromete a comprã-los.

Estes animais devem


ser comercializados unicamente para o
abate, sendo obrigatória a saída com guia de abate, impedindo, desta
forma, que alguem compre para levar de volta ao campo,
principalmente devido aos problemas sanitários. Portanto, os
compradores são somente os frigoríficos.

75
Pesagem e Locação dos Animais
Os animais começam a
entrar a partir das 4:00 hs da manhã.
Cada é pesado em balanças grandes com capacidade para 1 25
lote
cabeças, e transferido para os currais (com água) da empresa
consignatária.

Venda dos Animais

O remate é feito da seguinte maneira:


-O leiloeiro segue pela passarela com alguns compradores
(pessoas ligadas aos frigoríficos) e pàra em frente a um lote a ser
vendido. Alguns compradores seguem o remate pelo corredor, a
cavalo. A venda dos lotes é muito rápida (não passa de 5 minutos)
sendo encerrada pela batida do martelo contra o para-peito da
passarela. O leiloeiro informa, o número de cabeças de cada lote e o
peso médio, através de um megafone. Ele pode regeitar o preço que
os compradores ofereceram, mas é um risco, pois terá que correr
atrás dos compradores, ou pode deixar o lote para o dia seguinte (o
que não é lucrativo em função da perda de peso dos animais). Como
há vários remates ao mesmo tempo, os compradores de um mesmo
frigorífico comunicam-se com um rádio portátil, procurando as
melhores oportunidades de negócio.
*
Os preços vigentes no dia da visita (24/08/93) eram de:

- novilhos: 0,75 a 0,80 US$/Kg vivo


- novilhasz 0,78 a 0,82 US$/Kg vivo
- touros: 0,65 a 0,70 US$/Kg vivo
- terneiros mamões: 1,00 a 1,16 US$/Kg vivo
- vacas: 0,55 a 0,65 US$/Kg vivo

Todos com prazo variando de 30 a 35 dias.

Nos foi também dito que os vendedores usam apertar os


animais no curral para ludibriar o comprador.

Os produtores e as firmas consignatárias procuram formar


lotes mais homogêneos possíveis, pois assim, conseguem maiores
preços. Quando um produtor não possui animais suficientes para
formar um lote, reúne-se com outros produtores.

Quando os animais possuem qualidade e alto rendimento de


carcaça, o lote nem vai a remate, pois os compradores o adquirem
antes da abertura do mercado, pagando, por isso, um preço mais

76
elevado. É muito importante o produtor fazer nome com animais de
ótima qualidade, garantindo melhor preço.

As empresas consignatárias, quando possuem um lote de um


produtor com renome, informam aos frigoríficos e estes compram o
lote sem vê-lo. E a confiança do frigorífico na empresa. Geralmente
até o meio-dia vendem-se todos os animais.

Em quanto mais leve o animal, com ótima terminação,


Liniers,
maior seu preço. No dia da visita, por exemplo, o maior preço foi
alcançado por novilhos de 1 1/z a 2 anos com 270 Kg (1,16 US$/Kg
vivo).

Firmas Consignatárias

São as empresas responsáveis pela comercialização dos


animais. Cada uma tem sua determinada área dentro do mercado,
com um certo ng de currais e um escritório. Há mais de 200 empresas
responsáveis por um movimento de 1 US$ 4.000.000 (4 milhões de
dólares) por dia, com uma venda média de 14 a 16.000 animais por
dia (de segunda a quinta).

Dentro das empresas existem pessoas especializadas em


determinadas categorias de animais.

Raças Comercializadas

As raças mais comercializadas no mercado, são: Aberdeen


Angus, Hereford, Careta (A. A. x Hereford), Braford, Brangus, Red
Angus, Polled Hereford.

Os lotes mais homogêneos eram de Red Angus.

Haviam dois lotes raça Charolês, que não é bem aceita pelos
frigoríficos pelo baixo rendimento de carcaça.

Havia, também, vários lotes de cruzas zebuínas, que também


não são valorizadas. Os compradores de 1/z carcaça, quando vêem o
cupim, já a descartam. E sinônimo de carne magra, com pouco
marmoreio, pouco macia.

Geralmente as cruzas zebuínas são vendidas para a periferia,


a um preço menor.

Mercado Consumidor

77
EmLiniers, os animais são exclusivamente para o mercado
interno (Buenos Aires, basicamente). Todas estas categorias,
diferenças de preços, alta temporária ou baixa temporária de um
determinado animal, são em função da exigência dos consumidores,
ou seja, há um mercado diferenciado.

No Brasil, não importa se a picanha é de uma vaca velha, de


um novilho precoce ou de boi carreiro. O preço é o mesmo. A
Argentina tem o seu mercado ajustado a sua demanda.

Também no há a intenção de formar um mercado


Brasil,
concentrador como no município de Canoas (periferia de Porto
Liniers,
Alegre). Como constatado no estágio que este tipo de mercado é
viável apenas com animais de alta qualidade e onde há uma demanda
por esta qualidade, o que leva os animais a atingirem preços
superiores a média do mercado, compensando assim os custos de
transporte, comercialização e impostos e como no Brasil não existe
esta demanda por qualidade, temos um alto custo de transporte, US$
0,65/Km para um caminhão com capacidade de 26 animais de 450 Kg.
Quanto ao imposto, este é de 4% na Argentina e 12% e 7% nos
estados do RS e SC respectivamente. Vemos que será difícil viabilizar
esta idéia ainda mais que a grande maioria dos animais para abate no
Brasil, são comercializadas clandestinamente, ou seja, não pagam
impostos.

Saída dos Animais

Comprado o lote, procede-se a marcação dos animais. Cada


frigorífico tem um número e nenhum animal sai do mercado sem ter
esta marca (números com tinta branca no lombo).

Taxas e Impostos

Do preço que são vendidos os animais, é descontado 8% (2%


de comissão, 2% de garantia de venda e 4% de impostos) do produtor.
O frete da fazenda até o mercado já está incluído nos 8%, e do
mercado para o frigorífico fica por conta deste.

78
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FOTO 19. Balanças para até 40 animais - Mercado de Liniers
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FOTO 10. Detalhe das mangueiras - Mercado de Liniers.

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FOTO 11. Momento em que ocorria o remate de um lote.

FOTO 12. Animais apertados para Iudibriar os compradores

9.2. sEM|NÁmo DE Pnv.

80
9.2. sEM|NÁn|o DE Pnv.
Este seminário foi realizado na “Bolsa de Cereaies" de Buenos
Aires e contou com a participação de aproximadamente 120 pessoas.
só no primeiro dia, sendo cada dia um curso. A quase totalidade dos
participantes era produtores. Como palestrantes estavam presente o
professor Luiz Carlos Pinheiro Machado e a eng. agr. Silvia de Bargas.

Notou-se grande interesse pelo assunto por parte do público,


tanto que estava programado para encerrar às 18:00 h, o que acabou
acontecendo às 20:30 h. Foram feitas muitas perguntas aos
palestrantes. Os produtores argentinos estão conscientes. Sabem que
se produzirem do jeito que estão produzindo será melhor vender a
terra e aplicar o dinheiro em outro investimento.

9.3. VISITA À PROPRIEDADE VIZINHA


Por duas oportunidades visitou-se uma propriedade,
vizinha ao
projeto “El Desafio”, com 350 ha constituídos basicamente por trevo
branco. Uma das poucas fazendas, já vistas, onde o maior problema
era com o excesso de pasto em vez da falta. Os animais morriam de
timpanismo (morreram 8, de janeiro até agosto) e o proprietário nada
fazia. Estava ocorrendo, também, outra doença conhecida como
septicemia ou doença da viagem (assim denominada na Argentina)
que já havia causado 14 mortes de janeiro a agosto. A vacina para
esta doença custava 7,0 dólares para 50 cabeças e o proprietário não
aplicou em nenhum animal. O proprietário tinha como atividade
principal o cultivo de arroz em outra área. Dizia que a bovinocultura
era um mero passatempo. Estava com uma lotação de 450 animais e
uma fertilidadede 95% nas vacas Aberdeen Angus e 90% nas
Charolêsas. Terminava os animais com um peso de 440 a 480 Kg aos
dois anos de idade.

Procura-se conversar com o proprietário a respeito da


vacinação dos animais contra a septicema; da divisão da área para um
melhor aproveitamento da forragem e uma diminuição da porcentagem
de trevo, dando tempos mais longos de repouso, ou mesmo aplicar
uma adubação nitrogenada para favorecer as gramíneas, mas o
proprietário reforçou sua posição de desinteresse com a bovinocultura.

,
si
-*~ \

Éno 13. Novilhú

FOTO 14. Prátnca de Pafã


gases que provocam timpanismo.
10. APLICAÇÕES DAS TECNOLOGIAS AO ESTADO DE SANTA
CATARINA.
Santa Catarina tem 26% da sua vegetação constituída por
pastagens, sendo 21% de pastagem nativa e 5% de pastagem
naturalizada.

Sem dúvida, uma das técnicas mais promissoras, vista na


Argentina e perfeitamente factível de aplicação para o nosso Estado, é
o melhoramento do campo nativo através da implantação de novas
espécies (hibernais, principalmente) via parcagem, ou seja, pisoteio
intenso do gado sobre a semente. No projeto “El Desafio”, como dito
anteriormente, a orientação técnica é direcionada para um mínimo de
revolvimento do solo possível.

Atendendo a este princípio, utilizaram-se dois métodos de


implantação de forragens: a semeadura direta com interssemeadora e
a parcagem. Os resultados observados visualmente, permitem concluir
que não há diferenças entre os métodos. Foram implantadas várias
espécies entre elas o azevém (anual e perene), aveia, cevadilha
dáctilo, trevo branco, trevo vermelho e cornichão. A alfafa foi
implantada somente com semeadura direta, mas em outra propriedade
que aplica o PRV (Projeto Santa Maria), pôde-se constatar a
ressemeadura da alfafa, através da bosta dos animais. Os animais
entraram no potreiro com a alfafa sementada e espalharam-na por
outros potreiros da fazenda.

Claro que as condições edafoclimáticas (principalmente


edáficas) desta região, são incompatíveis, mas no oeste catarinense,
segundo o professor Uberti (informação oral) com 1,0 a 1,5 t de
calcário/ha pode-se implantar perfeitamente a alfafa. As outras
espécies, por serem menos exigentes, são mais viáveis ainda. No
Planalto e no Vale do ltajaí as necessidades de calagem serão
maiores, mas não quer dizer que seja impossível a implantação da
maioria destas forrageiras de inverno nestas regiões.

São técnicas como estas que devem ser difundidas no Estado


(e no Brasil). Não é a simples importação de animais com uma
genética apurada que vai resolver o problema de baixos índices de
produtividade de nosso estado. Há a necessidade de se incentivar o
melhoramento dos campos nativos e naturalizados. Um pequeno
aumento na capacidade de suporte destas pastagens traduz-se em
aumento de rentabilidade para o produtor, com um investimento
mínimo. Vincenzi, (1987) cita que esta implantação, embora exija
investimento em calcário, fósforo e semente permite dotar as
propriedades de pequenas áreas de pastagens hibernais com alto
valor nutritivo que serão suficientes para fazer a compensação da

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flutuação estacional do crescimento dos pastos, permitindo que os
campos sejam lotados pelo potencial máximo do verão, eliminando o
subpastoreio e aumentando a lotação total na propriedade.

Recebemos já nos primeiros dias após a nossa chegada a


visitade um veterinário da região que nos contou como é feito os
abates a nível regional.

Em Santa Catarina fazemos 70% dos abates


clandestinamente, o que acarreta perda de divisas e falta de
fiscalizaçao sanitária.

Na Argentina os municípios possuem abatedouros municipais


onde o negociante de carnes, produtor, etc, paga uma taxa para
abater os seus animais, ou sede os miúdos, couro e outros. Em troca
recebem uma carne inspecionada e livre para ser comercializada.

Este modelo poderia ser adotado. Se os negociantes de carne


vão pagar imposto e taxa de abate, em contrapartida, vão receber uma
carne com liberdade de ser negociada, esta liberdade poderá
aumentar o volume negociado, aumentando não a lucratividade, mais
sim, o ganho em volume vendido, tirando-os da clandestinidade.

Outra prática que pode ser transportada para nosso Estado é


a relaçào quatro potreiros para um bebedouro. Esta prática está sendo
tomada nos projetos da Argentina e de Cuba, funcionando bem e
diminuindo os custos de implantação do PRV, onde o ítem hidráulica
contribui consideravelmente.

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11. o|scussÃo nos PRoB|.E|viAs coNsrATAoos
Os problemas encontrados na propriedade referem-se
basicamente a questões de ordem administrativa, gerados
principalmente a partir da aquisição de 500 novilhos, em março de
1993, para o aproveitamento da sobra de pasto (que era muito grande
nesta época). A decisão de compras destes novilhos foi uma cartada
do proprietário, com um certo risco. Entretanto, o proprietário comprou
animais de baixíssima qualidade, um refugo de feira e, para agravar a
situação, ocorreram adversidades climáticas. Em março, quando foram
semeadas as pastagens de inverno que seriam pastoreadas por estes
animais, ocorreu uma seca anormal para esta época do ano,
resultando numa baixa porcentagem de germinação das sementes.
Em maio houve excesso de chuva (200 mm em 15 dias) que levou a
um atraso no desenvolvimento e a uma diminuição na produção de
forragem, além de causar um distúrbio no esquema de rotatividade do
pasto, pois cada lote teve que permanecer em um potreiro por muitos
dias a fim de evitar prejuízos maiores ao solo já degradado.

Como se não bastasse, a alfafa sofreu um intenso ataque da


em maio e do pulgão verde em agosto, que diminuiu
lagarta-da-alfafa
sensivelmente sua produção (ver maiores detalhes destas pragas no
item alimentação).

Em face ao reduzido desenvolvimento destes animais,


tornou-se necessário a suplementação, havendo, então, o
administrador tomado a decisão errônea de deslocar a mão-de-obra
que estava sendo ocupada na construção de bebedouros e cercas,
para esta tarefa que demandava, na época mais crítica (julho), .o
tempo integral dos empregados. Com este excesso de lotação na
propriedade, prejudicou-se também os outros lotes. O lote das
novilhas, por exemplo, que estavam pastando na alfafa, aumentaram,
em média, 1 kg/cabeça, em 70 dias. De 210 passaram a 211 kg em
mais de dois meses. Este baixíssimo ganho de peso foi devido a um
tempo de ocupação muito prolongado (2 a 3 dias em um potreiro de 1
ha), mas necessário em função da grande quantidade de animais.

Os custos desta suplementação foram muitos altos,


aproximadamente 20 mil dólares, e a melhor alternativa, segundo a
opinião dos estagiários, seriam a venda imediata destes animais, no
momento em que se viu que não haveria pasto disponível. A venda
naquela época traria, sem dúvida, um prejuízo considerável para o
proprietário, mas prejuízo maior foi deixá-los na propriedade. Outra
alternativa (esta mais viável ainda) seria o deslocamento destes
animais para uma área de 2.400 ha, arrendada pelo proprietário, onde
possuía 2.000 novilhos em regime de pastoreio extensivo. Com esta
transferência, o pasto disponível na propriedade seria suficiente para

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os demais animais; o processo de implantação do projeto seria
acelerado e o prejuízo menor. Porém o proprietário insistia, sem dar
motivos aparentes ou convincentes, em mantê-los na fazenda. Em
determinada altura, a própria acessoria se ofereceu para pagar o frete
desde o projeto até a área arrendada, sendo esta hipótese descartada,
também, pelo proprietário. Em outubro, depois do estágio, quando o
prejuízo já estava contabilizado e quando as condições climáticas
começaram a favorecer o crescimento do pasto, o proprietário decidiu
vender os animais.

Por outro lado, como existe variação sazonal no preço da


carne na Argentina, deve ser comparado o valor pago na compra dos
animais em março que é pico de safra e o valor vendido na
entressafra (outubro). Conforme a variação ocorrida poderá até ter
ocorrido lucro, independente de ter ocorrido engorda ou não,
inclussive contabilizando as mortes.

Constatamos também que não estavam sendo cumpridas as


orientações básicas determinadas pela assessoria. Em algumas
situações determinava-se a orientação e a administração executava-a
de outra forma que não funcionava ou funcionava mal, atrasando a
implantação do projeto e aumentando o prejuízo com “experiências”
inadequadas. Um exemplo foi a construção da base do bebedouro. A
recomendação era de que a base deveria ficar ao nível do solo. O
proprietário decidiu construir a base 20 cm acima do nível do solo.
Quando os animais entraram neste potreiro com a base do bebedouro
alta, danificaram as bordas deste, convencendo o proprietário da
importância da altura da base.

Chegou-se à situação incoerente de áreas em ponto ótimo


ter
de pastoreio, mas sem estarem divididas e sem água. Ou seja, havia
pasto, mas os animais continuavam a ser suplementados por fa;ta de
potreiros e água. Caso não tivesse a suplementação os três
empregados da fazenda construiriam um bebedouro por dia. Com a
suplementação, aproveitando ao máximo o tempo livre, construíam um
por semana.

Ocorreram muitas mortes neste lote de 500 novilhos. Durante


o período de estágio praticamente todo dia recolhia-se um animal
fraco, que mal conseguia ficar de pé e que dificilmente se recuperava.

86
12. coNc|.usÃo

Após conhecer as condições de solo, água, relevo, clima,


sanidade, mercado, etc, da província de Entre Rios na Argentina
podemos constatar que a região é privilegiada para a exploração com
pecuária de corte via P.R.V. O relevo é levemente ondulado o que
diminui a possibilidade de erosão, principalmente nos corredores, a
água é de ótima qualidade e existe em todo o subsolo não
necessitando de rios ou açudes, o solo é fértil tendo como único
problema o excesso de argila o que causa compactação e
encharcamento, diminuindo o oxigênio para as raízes e a vida do solo,
o clima permite a exploração pecuária a pasto durante todo o ano o ,

mercado da região e da Argentina é tradicional e bem organizado, a


região é bem servida de estradas e próxima a frigoríficos (COLON), e
as terras são baratas quando comparadas ao Brasil.

O estágio no projeto “EI Desafio”, nos mostrou mais uma vez,


o grande potencial do PRV, mas também mostrou os problemas que
podem vir a ocorrer quando se falha na Administração.

Já no meu primeiro contato com o professor Pinheiro


Machado, em um curso de Voisin (setembro de 1988), o mesmo
enfatizou muito este problema, chegando a declarar que o PRV deve
ser feito por pessoas ligadas a tradição empresarial ou fazendeiros
com visão empresarial.

Quanto ao projeto “El Desafio”, acreditamos que a


administração deva mudar sua forma de pensar e agir, perante os
novos problemas que surgirão, pois administrar é “saber resolver os
problemas do processo produtivo". O descumprimento das orientações
determinadas pela assessoria só virão (como veio) a prejudicar o bom
andamento do projeto. Caso se continue insistindo neste
procedimento, o projeto corre sérios riscos quanto a sua continuação.

A nível técnico não há dúvidas quanto a sua viabilidade. As


mudanças que já ocorreram na pastagem em apenas um ano de
projeto são impressionantes. Otimas pastagens se encontram
implantadas por métodos simples e funcionais.

Somente com relação a uma raça escolhida, poderei levantar


alguma dúvida. A escolha da raça Charolês, apesar de grande
transformadora de pasto de qualidade em carne, possui o incoveniente
de não obedecer as exigências do mercado consumidor argentino, que
deseja carne macia e com bom marmoreio, pagando mais por isso.
Como vimos em Liniers, os dois únicos lotes de Charolês, e por sinal,

S7
animais ótimos e bem terminados, nem se quer foram vendidos. O
consignatário nos falou que não existe interesse pela carne magra do
Charolês, e que seu rendimento de carcaça é inferior.

O método Voisin possui no Brasil muitos “inimigos”, que dizem


que o mesmo não funciona. Infelizmente há entre esses críticos muitos
técnicos na área de Agronomia Alguns fazem questão de anúnciar
isto, vide a introdução da publicação dos Anais do 99 Simpósio sobre
Manejo da Pastagem. Neste os editores falam ser um sistema não
científico, de resultados duvidosos, etc. Como falei acima, infelizmente
essa crítica é feita por homens com “conhecimentos na área”.

Não foi por acaso que coloquei entre aspas, conhecimentos na


área, somente quem não leu os livros de Voisin, Klapp e outros pode
ter essa opinião, pois nesses livros podemos constatar o quanto é bem
embasado cientificamente, e o quanto foram testado os resultados a
campo.

Os grandes problemas que ocorreram com PRVs no Brasil,


estavam relacionados a incapacidade administrativa, outros foram
desativados para dar lugar a culturas que recebiam subsídios e ainda
muitos não foram implantados devido aos baixos preços das terras na
fronteira agrícola. O que compensava mais horizontalizar a produção.
Vemos que hoje essas mesmas causas não perduram, restando
somente a necessidade de capacidade administrativa e conhecimento
técnico sobre o PRV. Mas também estamos assistindo no meio rural, o
nascimento de uma nova classe de fazendeiros, os empresarios rurais,
que não possuem a cultura do subsídio, e não esperam por São
Pedro, estes sim capacitados a usar uma tecnologia como o PRV.

Após anos de críticas ao Voisin, não se apresentou nenhuma


alternativa ao produtor brasileiro, a não ser o uso de forrageiras
milagrosas desenvolvidas em potinhos. Começamos a explorar nossas
ricas terras com o capim colonião. Depois de esgotarmos o solo
passamos para as braquiárias que são capazes de produzir em solos
pobres. Provavelmente nossos “entendedores de pastagens” vão
querer daqui a alguns anos implantar alguma forrageira milagrosa
trazida do Saara para podermos produzir em nossos futuros desertos.

Não há dúvida nenhuma quanto ao aproveitamento desse


estágio, o contato com nossos “hermanos” foi muito proveitoso.

A companhia do colega Joélcio Fronza só veio a melhorar o


aproveitamento do estágio, seja nas discussões durante o mesmo ou
na elaboração deste relatório. E no final deste curso de Agronomia
outra vez L.C.P.M. é .parte fundamental da minha formação
acadêmica. Mais uma vez, obrigado por essa oportunidade.

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