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1/
Professor Titular, Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa. E-mail: carlos.schaefer@ufv.br
2/
Professor Adjunto, Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Amazonas.
E-mail: hedinaldo@ufam.edu.br
3/
Pesquisador, Embrapa - Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Rio de Janeiro - RJ.
E-mail: wenceslau.teixeira@embrapa.br
4/
Professor Titular, Centro de Ciências Agrárias, Departamento de Solos e Irrigação, Universidade Federal de
Roraima. E-mail: ale.junior@click21.com.br
5/
Pesquisador, Embrapa Cerrados - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Brasilia, DF.
E-mail: klebersonws@gmail.com
6/
Professor Adjunto, Instituto de Geografia - Campus Santa Mônica, Universidade Federal de Uberlândia.
E-mail: correasolos@gmail.com
7/
Professor, Instituto de Florestas, Departamento de Silvicultura, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
E-mail: brunoafmendonca@gmail.com
8/
Pesquisador, Embrapa Acre - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agroflorestal
do Acre. E-mail: eufran.amaral@embrapa.br
9/
Professor, Instituto de Educação, Agricultura e Ambiente, Universidade Federal do Amazonas.
E-mail: mcesarsolos@gmail.com
10/
Pesquisadora, Museu Paraense Emílio Goeldi, Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia.
E-mail: ruivo@museu-goeldi.br
Conteúdo
INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................. 112
TERRAS FIRMES DO MÉDIO E BAIXO AMAZONAS E AFLUENTES.................................................................. 115
As Terras Pretas de Índio da Amazônia: exceções no ambiente de Terra Firme............................................. 117
VÁRZEAS HOLOCÊNICAS: PURUS, JURUÁ E AMAZONAS................................................................................ 121
BACIA DO RIO NEGRO E SISTEMAS ARENÍCOLAS.............................................................................................. 126
BACIA DO ALTO AMAZONAS – SOLIMÕES........................................................................................................... 129
BACIA SEDIMENTAR DO ACRE.................................................................................................................................. 132
ILHAS DE SAVANA (RORAIMA, AMAPÁ, TIRIÓS, HUMAITÁ E MONTE ALEGRE)..................................... 137
PLANALTOS E SERRAS DE RORAIMA...................................................................................................................... 137
PLANALTOS DISSECADOS SOBRE ROCHAS CRISTALINAS............................................................................... 147
PLANALTOS E SERRAS DE RONDÔNIA................................................................................................................... 149
SOLOS DA REGIÃO DE CARAJÁS E SUDESTE DA AMAZÔNIA......................................................................... 153
Curi N, Ker JC, Novais RF, Vidal-Torrado P, Schaefer CEGR, editores. Pedologia - Solos dos Biomas Brasileiros.
Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência doPedologia
Solo; 2017
112 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
INTRODUÇÃO
A Amazônia é constituída por uma das mais extensas e antigas áreas geologicamente
estáveis do mundo, o Cráton amazônico, que se estende de Roraima ao Planalto Central,
cuja parte central é recoberta por sedimentos de idades variadas. Neste amplo espaço de
áreas predominantemente baixas, a intensidade de soerguimento da crosta foi reduzida, e
os relevos tendem a apresentar formas atuais mais suavizadas pelo entalhe fluvial, limitado
pelas baixas altitudes em relação ao nível de base do mar (Figura 1).
Apesar de a Amazônia ser dominada por terras baixas, boa parte da região é associada
a solos bem drenados e se encontra muito influenciada por oscilações do nível do mar, que
acompanharam as grandes mudanças climáticas do Quaternário. Poucas regiões brasileiras
possuem uma influência tão marcante dos regimes hidrológicos fluviais e marinhos nos
solos quanto a Amazônia, fenômeno este operante em escalas de tempo variáveis. Podem-
se experimentar anos de pouca chuva, quando o nível dos lagos e rios descem muito,
até cheias extraordinárias, quando fenômenos climáticos continentais (El Niño, La Niña)
influenciam toda a extensão da bacia Amazônica.
Dada à vasta extensão da região, o conhecimento dos solos da Amazônia, cujos
estudos sistemáticos tiveram início a partir de 1950 (Rodrigues, 1996; Falesi, 1986a), é
ainda comparativamente incipiente, com muitos estudos concentrados em certas partes da
região. Apesar de inúmeros trabalhos e do esforço de um grande número de pesquisadores,
os quais têm contribuído para o avanço do conhecimento dos solos da Amazônia, há, no
interesse de todas as ciências naturais, necessidade de ampliar este conhecimento para
uma melhor compreensão dos ecossistemas amazônicos, especialmente seus solos, suas
inter-relações e adaptações, em resposta às intervenções humanas. O interesse atual da
pedologia Amazônica é bem-destacado pela realização de duas das últimas Reuniões
Brasileiras de Correlação e Classificação de Solos (IX e X RCCs), além do planejamento da
próxima reunião, em Rondônia (Anjos et al., 2013; Schaefer et al., 2015).
Salienta-se que é urgente e fundamental conhecer as limitações impostas pelo
ambiente, sejam físicas ou químicas, e as práticas de convivência desenvolvidas pela
população Amazônica, especialmente das populações ribeirinhas, para enfrentar as
limitações do meio.
Apesar de a região Amazônica estar submetida a um longo e profundo
processo de intemperismo, as características químicas e mineralógicas dos solos são
surpreendentemente variadas e ditadas pela natureza do material de origem e pelas
variações climáticas (regionais e locais). Áreas extensas de solos eutróficos só existem
onde há influência atual (ao longo da planície aluvial do Amazonas) ou pretérita (terraços
e baixos planaltos das bacias do Acre e do Alto Amazonas) de sedimentos andinos ou,
ainda, onde afloram rochas de riqueza química maior (calcários e pelíticas carbonáticas em
Monte Alegre-Ererê; e basaltos e diabásios em Roraima, Pará e Amapá). De modo geral,
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 113
nas demais áreas, as condições bioclimáticas atuais, aliadas a certa homogeneidade das
características do material de origem sedimentar ou cristalino, e geoformas suavizadas
levam à formação generalizada de solos muito profundos, intemperizados e pobres.
PEDOLOGIA
114 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Figura 2. Corte geral ilustrando o controle goemorfológico na distribuição dos solos amazônicos, num
corte topográfico das terras altas de Roraima até Carajás. RL: Neossolo Litólico; LA: Latossolo
Amarelo; PVA: Argissolo Vermelho-Amarelo; FX: Plintossolo Háplico; CX: Cambissolo Háplico;
LVA: Latossolo Vermelho-Amarelo; FF: Plintossolo Pétrico; RQ: Neossolo Quartzarênico; GX:
Gleissolo Háplico; LV: Latossolo Vermelho; d: distrófico; b: argila de atividade baixa; e e:
eutrófico.
Fonte: Schaefer et al. (2000).
Objetivando facilitar uma visão pedológica mais ampla possível da vasta extensão
amazônica, a região foi dividida em 11 setores principais, que possuem características
singulares, com certa homogeneidade e uma diferenciação em relação aos demais setores.
Assim, discutir-se-á a seguir cada setor desta vasta região em relação aos solos dominantes,
ilustrando algumas das relações genéticas e ecológicas existentes (Figura 3).
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 115
Pedologia
116 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 1. Atributos do solo em perfis modais de terra firme e várzeas do médio rio Madeira,
Amazonas
Hor. Prof. Cor Matriz Cor Mosq. Areia Silte Argila pH H2O C org. SB V m
Bw1 48-79 10YR 5/6 - 303 287 410 4,6 4,3 0,3 2 94
Bw2 79-115 10YR 6/8 - 270 284 446 5,3 3,7 0,3 3 94
Bw3 115-149 10YR 5/8 - 209 301 490 4,5 3,5 0,2 2 96
Bw4 149-180+ 5YR 5/8 - 174 335 491 4,7 3,1 0,3 3 95
Bwf1 70-96 7,5YR 6/8 2,5 YR 5/6 120 262 618 4,4 5,4 0,8 16 67
Bwf2 96-124 7,5YR 6/8 2,5 YR 5/8 109 270 621 4,5 3,3 1,0 17 63
Bwf3 124-190 7,5YR 6/8 2,5 YR 4/8 181 192 627 4,6 1,4 0,5 10 75
Várzeas - Neossolo Flúvico Ta Eutrófico
AC 18-51 7,5YR 6/3 5YR 5/8 5 658 337 4,5 4,1 11,5 75 13
C1 51-89 10YR 5/3 7,5YR 5/6 7 654 339 4,6 2,9 13,5 85 8
C2 89-120 10YR 5/3 7,5YR 5/6 15 500 485 4,6 3,8 13,4 70 11
C3 120-150 10YR 5/3 10YR 5/8 18 506 476 4,7 3,5 17,2 71 12
C4 150-200 10YR 6/4 10YR 5/8 31 502 467 4,8 1,1 13,4 78 9
A 0 -23 10YR 4/2 5YR 5/8 3 464 533 4,3 7,9 11,4 62 20
AC 23-58 10YR 4/3 5YR 5/6 2 469 529 4,5 4,8 17,5 72 12
C1 58-91 7,5YR 5/3 5YR 5/8 8 446 546 4,6 3,8 25,9 75 9
Cg 91-123 10YR 7/1 7,5YR 5/6 6 414 580 4,6 3,5 32,4 78 9
C2 123-165 7,5YR 6/3 5YR 5/8 9 412 579 4,8 2,9 40,5 82 7
C3 165 + 10YR 4/3 2,5YR 5/8 15 404 581 5,2 2,2 41,7 93 2
Fonte: Campos (2009); Campos et al. (2011).
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 117
capacidade de troca de cátions (Falesi, 1986a; Vieira e Santos, 1987; Rodrigues, 1996).
A composição mineralógica destes solos é completamente dominada por caulinita;
ocorrem ainda goethita, gibbsita, hematita, mica, quartzo, minerais filossilicatos 2:1 e
feldspatos,como minerais acessórios ou traços (Kitagawa e Moller, 1979).
Com base na vegetação e no relevo, a paisagem pode ser subdividida em quatro
unidades pedoambientais: campo alto: situado no platô rebaixado da paisagem, com
ocorrência de gramíneas e árvores retorcidas e espaçadas (Cerrado); campo baixo: formado
por depressões inundadas durante as chuvas e secas na estiagem, com predominância de
gramíneas; zona de ecótono: caracterizam-se por um ambiente de tensão ecológica entre os
dois ecossistemas (Campos/Floresta), com presença de gramíneas e espécies de pequeno
e médio porte (Cerrado); e florestas: localizadas nas áreas mais elevadas e de melhor
drenagem da paisagem, funcionando com um divisor de águas, e exibindo uma fisiografia
de floresta densa (Figura 4).
De modo geral, os solos que ocorrem nesta topossequência têm relação direta com
a variação do relevo, que condiciona a drenagem e o nível do lençol freático. O grau de
desenvolvimento dos perfis, a presença e profundidade de mosqueados e de horizontes
plínticos e glei comprovam esta afirmação.
PEDOLOGIA
118 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 2 Características do solo em perfis modais em áreas de Terras Pretas Arqueológicas na região
do médio rio Madeira, Amazonas
Hor. Prof. Cor úmida Frag. Cer. Mat. Lít. Areia Silte Argila pH H2O P SB V m
A1 0-19 10YR 2/2 310 14,8 438 319 243 7,0 144 14,5 75 1
A2 19-37 10YR 3/2 110 11,8 420 343 237 6,5 231 9,2 62 2
BC 100-120 - 0 0
A1 0-32 10YR 2/1 112 74 666 147 187 6,1 156 29,9 77 1
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 119
(a) (b)
Figura 5. Perfis de Terras Pretas Aqueológicas da região sul do Amazonas. (a) – NeossoloLitólico,
Apuí, AM; e (b) - Argissolo Amarelo, Rorainópolis, RR.
PEDOLOGIA
120 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
A área de solos com horizontes antrópicos (TPI) na Amazônia foi estimada em 0,1 a
0,3 % da Amazônia, uma área correspondendo entre 6.000 e 18.000 km2 (Sombroek et al.,
2003). As TPI normalmente são áreas de aproximadamente dois a quatro hectares (Smith,
1980), mas TPI com dezenas de hectares, como os sítios Hatahara, Caldeirão e Açutuba, no
município de Iranduba, AM,e sítios com centenas de hectares, têm sido também relatadas
(Santarém,PA, e Autazes,PA). Dada à grande extensão de muitos sítios arqueológicos na
Amazônia Central (Petersen et al., 2001) e considerando-se a ineficiência dos instrumentos
agrícolas de madeira e machados de pedra para a prática da agricultura de corte e queima
(Denevan, 2001), acredita-se que as tribos pré-colombianas provavelmente utilizavam
métodos de cultivo intensivo nas áreas de várzea, onde estas eram disponíveis; cultivo
semipermanente, nas Terras Mulatas; e permanente, nas Terras Pretas de Índio. A elucidação
das formas da agricultura pré-colombiana é um fator crucial que poderá embasar práticas
agrícolas para o cenário atual da região amazônica.
A elevada fertilidade e a sustentabilidade das TPI incitam esforços para a compreensão
da sua gênese e dos mecanismos da sua estabilidade, que apresentam grande resiliência
mantendo suas boas qualidades químicas (elevada fertilidade e altos teores de matéria
orgânica) e físicas, mesmo sob uso intensivo (Teixeira et al., 2003). A possibilidade de
replicar tal manejo para recuperação de solos com características semelhantes poderá
aumentar o tempo de uso das terras e reduzir a pressão de desmatamento sobre áreas
de vegetação primária na Amazônia. Uma vez conhecidos os processos e mecanismos de
formação das TPI, estes podem ser utilizados para reaver solos degradados, reincorporando
áreas abandonadas ao processo produtivo.
O modelo segundo o qual há uma complementaridade entre a formação e ocorrência
das TPI e sua proximidade das várzeas de solos ricos (Figura 6) foi sugerido por Lima
et al. (2002). Neste modelo, áreas extensas de TPI só são possíveis onde existem várzeas
suficientemente ricas e extensas, capazes de suportar grandes populações. Tal hipótese foi
consubstanciada por novos estudos que apontaram a presença de TPI na várzea (Souza,
2011).
Figura 6. Bloco-diagrama que representa a paisagem Várzea-Terra Firme, durante a fase de formação
dos sítios de Terra Preta por populações indígenas.
Fonte: Adaptado de Lima et al. (2002).
PEDOLOGIA
III - Solos da Região Amazônica 121
As várzeas amazônicas são produtos da dinâmica dos rios, especialmente daqueles que
carreiam abundante carga de sedimentos em suspensão. Em períodos de clima mais frio e
seco, quando o nível do mar abaixou globalmente, os rios escavaram proporcionalmente
seus leitos e, posteriormente, com a elevação marinha e os climas mais quentes e úmidos
do Holoceno, passaram a depositar os sedimentos sobre suas planícies, entulhando os
vales e espalhando farta sedimentação por toda a planície inundável do Amazonas e
afluentes. Nestes ambientes governados pela marcha climática e hidrológica, os sedimentos
acumulados vêm sofrendo pedogênese e sustentando a sucessão vegetal sobre solos ainda
jovens.
Os grandes rios de várzea da Amazônia, como Purus, Juruáe Amazonas, continuam
o processo constante de erosão e deposição de antigas e novas formações sedimentares,
adicionando novos aportes sedimentares trazidos de cabeceiras andinas ou subandinas,
num processo de constante renovação química. São rios de várzeas quimicamente ricas.
Os solos de várzea desenvolvem-se sobre sedimentos Holocênicos, mais recentemente
depositados, onde o nível elevado do lençol freático e a inundação periódica limitam os
processos pedogenéticos. Por sua natureza sedimentar recente, estes solos guardam estreita
relação com o material de origem, no caso do rio Amazonas, sedimentos provenientes
das regiões andina e subandina e depositados na planície aluvial (Gibbs, 1964; Irion, 1976;
Junk, 1980; Falesi, 1986a).
Na várzea, os solos normalmente possuem teores elevados de silte e areia fina. São,
predominantemente, eutróficos, com elevada capacidade de troca de cátions e elevados
teores de cátions trocáveis, especialmente cálcio, magnésio e, em alguns casos, sódio e
alumínio. Em contraste aos solos bem-drenados de terra firme, apresentam reação menos
ácida, níveis mais elevados de nutrientes, inclusive de fósforo, menores teores relativos de
alumínio trocável e argila de atividade alta (Quadro 3).
Os solos de várzea apresentam composição mineralógica bastante variada, como
reflexo da diversidade e da natureza recente do material de origem, das condições
periódicas de hidromorfismo e do reduzido grau de pedogênese. Os poucos estudos sobre
a mineralogia destes solos revelam a presença de minerais primários, notadamente mica,
clorita e feldspatos, além de conteúdo apreciável de esmectita, caulinita e vermiculita
(Sombroek, 1966; Kitagawa e Moller, 1979; Irion, 1984; Möller, 1986). Os minerais
considerados acessórios também são bastante variáveis como caulinita, mica, quartzo,
feldspato, montmorilonita, vermiculita, lepidocrocita, hematita e gibbsita (Möller, 1991).
Em relação à composição granulométrica, na várzea predominam as frações mais
finas, silte e argila, com virtual ausência da fração areia grossa (Quadro 3). Os teores de
silte são elevados na várzea, notadamente nos Gleissolos, com mais de 50 %, o que indica
o baixo grau de pedogênese deste ambiente.
Pedologia
122 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 123
Quadro 4. Composição mineralógica das frações argila, silte e areia fina dos solos de várzea
amazônicas
Solo Horiz. Argila Silte Areia fina
GXve A Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
2Cg Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
RYve A Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
5C5 Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
RYve A Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
3C3 Cl, Vm, Es, Mi/Il, Ct, Qz Qz, Ct, Mi/Il, Es, Cl, Vm, Fs Qz, Mi/Il, Vm, Ct, Fs, Pg
GX - Gleissolo Háplico; RY - Neossolo Flúvico; ve: argila de atividade alta e eutrófico; Ct – caulinita; Cl – clorita; Es – esmectita;
Fs – feldspato; Il – ilita; Mi – mica; Pg – plagioclásio; Qz – quartzo; e Vm – vermiculita.
Fonte: Lima (2001).
Pedologia
124 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
(a) (b)
Figura 7. Difratogramas de raios X da fração argila desferrificada dos horizontes A (a) e 2Cg (B) de
Gleissolo Háplico Ta eutrófico, submetida a diferentes tratamentos (Cl – clorita; Ct – caulinita;
Es – esmectita; Il – ilita; Mi – mica; Qz – quartzo; e Vm – vermiculita). K 500 oC: amostra saturada
com K+ e aquecida a 500 oC; K 25 oC: amostra saturada com K+ à temperatura ambiente; Mg:
amostra saturada com Mg2+; e AD: argila desferrificada.
Fonte: Lima (2001).
De modo geral, os teores de carbono orgânico são baixos, não excedendo a 21 g kg-1
(Quadro 1), não havendo evidências de grande acúmulo de matéria orgânica, exceto nos
horizontes de TPI, enterrados (Souza, 2011).
Mesmo nos solos de drenagem mais restrita ou sujeitos à inundação mais frequente,
como os Gleissolos, onde presumivelmente o processo de decomposição ocorre mais
lentamente durante parte do ano, os teores de carbono orgânico são baixos. É provável que,
nos solos de várzea, o teor de COT seja um reflexo do baixo conteúdo médio de COT dos
sedimentos recentes e pouco alterados depositados periodicamente na várzea, conforme
observaram Marques et al. (2002).
PEDOLOGIA
III - Solos da Região Amazônica 125
Em síntese, os solos de várzea evidenciam maior fertilidade natural, maior teor de silte
e maior diversidade mineralógica, o que é consistente com um material de origem mais
rico, deficiência de drenagem e, portanto, menor grau de pedogênese, além da renovação
anual pela deposição de novos sedimentos.
As características químicas, a reserva mineralógica das frações silte e areia fina dos solos
de várzea, o relevo plano e a proximidade dos rios, que podem servir tanto como via para
o transporte de produtos agrícolas quanto como fonte de água para irrigação nos períodos
mais secos, configuram o elevado potencial agrícola destes solos. Todavia, as enchentes
anuais e as alterações na disponibilidade dos nutrientes provocadas pela inundação, as
dificuldades de mecanização, o grande número de pragas e os riscos de contaminação da
água por insumos agrícolas constituem importantes características a serem consideradas
no uso e na ocupação da várzea amazônica. Apesar disso, representa a paisagem de maior
riqueza química na Amazônia, onde sociedades humanas vêm desenvolvendo atividades
agrícolas e extrativistas/pesqueiras, há pelo menos 1.000 anos, continuamente.
Pedologia
126 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Esta região representa o mais vasto espaço de podzolização extrema entre os trópicos
úmidos do planeta, com a formação majoritária de Espodossolos (quase 30% da área
total mapeada), em expressão geográfica impressionante e incomparável, tanto em escala
quanto em grau do avanço pedogenético (Figura 3).
A bacia do rio Negro é a região com as taxas de precipitação pluvial anual mais
elevadas do Brasil, com mais 3 000 mm ano-1 (INMET, 2008), definindo um regime climático
equatorial úmido. Neste cenário, os solos predominantes são desenvolvidos de material
de origem do Pré-Cambriano ou sedimentos retrabalhados de idade Plio-Pleistocênica,
denominados Formação Içá (RADAMBRASIL, 1975a).
Estudos no Estado do Amazonas (Lucas et al., 1984; Bravard e Righi, 1990a;Andrade
et al., 1997) indicam que esta unidade corresponderia, em sua maior parte, a mantos
arenosos profundos, formados por uma pedogênese in situ de sedimentos Cenozoicos ou
de rochas ígneas e metamórficas. A elevada taxa de precipitação pluvial (maior que 2 400
mmano-1) no oeste amazônico contribui diretamente para os processos de podzolização
e arenização dos solos, associados à elevada lixiviação e consequente empobrecimento
químico (Schaefer et al.,2007).
A região compreende um grande domínio de Espodossolos e Neossolos Quartzarênico
Hidromórficos, desenvolvidos sobre areias quartzosas inconsolidadas resultantes da intensa
hidrólise das argilas e, ou, empobrecimento pela perda de argilas pela eluviação ou pela
erosão seletiva (Bravard e Righi, 1990b; Schaefer et al., 2015). Destacam-se os Espodossolos
gigantes (espessarênicos), solos com horizontes espódicos profundos, variando de 3 a 10
m (Dubroeucq e Volkoff, 1988, 1998), não identificados em muitos levantamentos de solos
e, muitas vezes, mapeados como Neossolos Quartzarênicos, em razão das profundidades
comumente avaliadas (cerca de 2 m). Uma discussão pormenorizada sobre a seção-controle
em Espodossolo Ferrihumilúvico, hiperespesso (perfil RR5),revela o problema prático nos
levantamentos de solos, quando se tem necessidade de cavar mais de 300 cm para atingir
o horizonte Bs (Schaefer et al., 2015).
Alguns autores, como Klinge (1965) e Sombroek (1984), atribuem à ocorrência dos
Espodossolos e outros solos arenosos nas baixadas da bacia Amazônica a deposição
de sedimentos nas bordas dos vales. No entanto, outros estudos realizados na Guiana
Francesa e no Brasil indicam que Espodossolos são formados pela transformação de uma
cobertura latossólica inicial, sobre diferentes tipos de material de origem (Lucas et al., 1984;
Dubroeucq et al., 1991; Andrade et al., 1997), sendo estes solos considerados como um
estádio final de degradação das coberturas pedológicas tropicais (Boulet et al., 1984). Além
disso, Mafra et al. (2002) sugerem este processo como o principal mecanismo responsável
pelo aplainamento geral do terreno observado nesta região.
Na bacia do rio Negro predomina o relevo plano a suave ondulado, em um sistema de
solos arenícolas e predominantemente hidromórficos. A bacia possui um extenso mosaico
de ambientes complexos, desde florestais a não florestais, em associação direta com aspectos
pedológicos e geomorfológicos correspondentes. Além destes fatores e condições atuais,
sobressaem as evidências de condições paleoclimáticas e paleoecológicas muito distintas das
atuais; ilhas florestais mega diversas, como enclaves ou refúgios pleistocênicos, sustentadas
por residuais do Embasamento Cristalino (inselbergs). Nas suas bordas de transição, abundam
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 127
palmeiras e formações mais abertas, em sucessão, sobre solos mais rasos e pedregosos, solos
estes formados em condições semiáridas, quando existiam extensas rampas de pedimentos.
Nas baixadas, dois contrastes: areiais formados in situ pelo hidromorfismo das fases
superúmidas, quando a acidólise destrói argilas (Brinkman, 1979), e materiais retrabalhados
pela erosão eólica das fases secas, formando campos de dunas fósseis.
Nesta paisagem predominam as Campinaranas, herbáceas ou arbustivas, também
chamadas Campinas, ou ainda “Caatingas Amazônicas” (Anderson, 1981), formações
vegetais típicas de clima superúmido e solos arenosos hidromórficos. São caracterizadas
por uma paisagem marcante, de exceção à Floresta Tropical envolvente. Suas variações
fitofisionômicas são fortemente influenciadas pelos ciclos sazonais e pelas variações
do lençol freático, em gradientes associados aos diferentes níveis de hidromorfismo
(Mendonça et al., 2013, 2014).
Conforme aumenta o hidromorfismo dos solos na paisagem, as Campinaranas
Florestadas são substituídas por formações de Campinarana Arbórea e Arbustiva, em
seguida pelas Gramíneo-lenhosas até puramente Herbáceas (Campinaranas Graminosas).
Há na literatura discussões e controvérsias quanto à origem destas formações (Ducke e
Black, 1954; Anderson et al.,1975; Anderson 1978; Prance e Schubart, 1978; Anderson,
1981;Ferreiera, 1997), no entanto, alguns autores (Damasco et al., 2013; Mendonça et al., 2014,
2017 no prelo) apontam para uma forte relação edáfica na distribuição destas fitofisionomias.
Sua maior concentração está na Amazônia Central e Ocidental, especialmente na bacia do
rio Negro, onde a redução da fitomassa acompanha um gradiente climático no sentido
E-W com o aumento da pluviosidade (Schaefer et al., 2007).
De maneira geral, o domínio das Campinaranas é caracterizado pelas feições
diferenciadas por arenização, dentro dos padrões da superfície de aplainamento conservada
do Pediplano Rio Branco-Rio Negro (RADAMBRASIL, 1975a). O baixo rio Branco e grande
parte do rio Negro abrangem um amplo sistema palustre ou pantanoso em domínio de
areias, a rigor um verdadeiro Pantanal Arenoso, batizado por Santos e Nelson (1995) como
Pantanal Setentrional, em trabalhos geológicos precedentes.
Os solos são, de maneira geral, arenosos a franco-arenosos, com muita areia fina,
profundos e, algumas vezes, ricos em material orgânico em subsuperfície (Quadro 7). São
quimicamente muito pobres e ácidos, representados em sequência de solos estudados no
Parque Nacional do Viruá (PARNA Viruá), centro-sul de Roraima, com SB (soma de bases)
menor que 1 cmolc dm-3 e pH entre 4,2e 5,5 (Quadro 7). Destacam-se os baixos valores para
o Prem em correlação negativa com MOS e Al trocável, o que indica a forte adsorção de
fosfatos pelos complexos organometálicos presentes nos horizontes Bh e Bhs (Quadro 7).
A Campinarana Florestada, no PARNA Viruá, ocorre em colinas suaves e patamares
tabulares arenosos (Figura 8), com solos ricos em matéria orgânica, presença de turfeiras e
lençol freático pouco profundo. Possui horizonte O com cerca de 10 cm de profundidade,
com cor bruno-avermelhado-escura (2,5YR 2,5/3, úmida). Apresenta horizonte B espódico
espesso, com quase 1 m de profundidade, próximo à superfície (Figura 8 e Quadro 7).
O lençol freático não aflora em superfície, o que permite um porte maior da vegetação,
constituída por uma fisionomia florestal com árvores relativamente finas, com até 15 m de
altura. As árvores possuem caules eretos, pouco ou nada tortuosos, e formam um dossel
quase continuo, às vezes mais aberto.
Pedologia
128 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 7. Análises químicas e físicas de uma sequência de solos podzolizados no Parque Nacional
do Viruá, centro-sul de Roraima
pH
Horizonte P K Na Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB t T V m MOS Prem AG AF Sil Arg
H2O
--------mg dm-3
------------------------------ cmolc dm-3 ----------------------------- ---- % ---- dag kg-1 mg L-1 ---------- dag kg-1 ------------
cm ---------
O (0-10) 3,82 0,6 33 38,1 0,02 0,49 3,71 26,7 0,76 4,47 27,46 2,8 83 55,02 59,9 19 26 29 26
A (10-15) 4,52 2,2 15 11,9 0 0,45 3,24 21,1 0,54 3,78 21,64 2,5 85,7 11,2 24,8 23 40 26 11
AE (15-23) 4,95 2,1 3 0,9 0 0,42 1,43 11,9 0,43 1,86 12,33 3,5 76,9 4,8 18,6 18 51 23 8
Bh (23-80) 5,29 0,6 0 0 0 0,43 0,67 9,3 0,43 1,1 9,73 4,4 60,9 3,84 12,1 16 47 27 10
Bhs (80-120) 4,98 0,6 0 0 0 0,42 0,29 3,8 0,42 0,71 4,22 10 40,8 1,28 22,5 17 47 27 9
C (120-180+) 4,75 0,4 0 0 0 0,41 0,19 1,6 0,41 0,6 2,01 20,4 31,7 0,26 46,6 20 45 20 15
Termiteiros* 3,76 17,2 120,7 70,5 0,14 0,27 5,54 54,7 1,03 6,57 55,73 1,83 84 52,7 54,3 40 12 34 14
A (0-10) 4,22 4,9 30 8,3 0,08 0,09 1,33 9,8 0,29 1,62 10,09 2,9 82,1 6,14 59,9 20 53 23 4
E (10-60) 4,8 1 0 0 0,03 0,04 0,31 1,5 0,07 0,38 1,57 4,5 81,6 0 60 30 49 20 1
Bh (60-80) 4,26 4,1 4 0 0,01 0,04 1,54 9,3 0,06 1,6 9,36 0,6 96,3 1,03 36,2 25 48 24 3
Bhs (80-100) 4,82 1 0 0 0 0,04 1,33 2,5 0,04 1,37 2,54 1,6 97,1 2,58 7,1 22 46 24 8
C1 (100-140) 4,69 0,5 1 0 0,17 0,04 0,51 2,2 0,21 0,72 2,41 8,7 70,8 0,13 44,4 18 48 20 14
C2 (140-200) 4,79 0,4 1 0 0,06 0,04 0,51 1,7 0,1 0,61 1,8 5,6 83,6 0 47,9 18 49 19 14
Termiteiros 3,54 8,3 88,7 34,2 0,08 0,31 5,23 53,7 0,76 5,99 54,46 1,4 87,2 37,2 54,7 11 21 45 23
O (0-4) 3,52 29 96 59,8 0 0,17 3,28 24,2 0,68 3,96 24,88 2,7 82,8 23,25 60 33 57 3 7
E1 (4-13) 4,52 2,6 7 0,4 0 0,05 0,31 2,7 0,07 0,38 2,77 2,5 81,6 0,52 59,9 23 69 6 2
E2 (13-25) 4,78 1,4 0 0 0 0,04 0,31 3,4 0,04 0,35 3,44 1,2 88,6 0,39 60 21 72 5 2
E3 (25-35/130) 5,54 0,6 0 0 0 0,03 0,51 1,4 0,03 0,54 1,43 2,1 94,4 0,13 60 33 62 3 2
Bh (35-40/135) 5,24 44,2 0 0 0 0,03 0,41 4,1 0,03 0,44 4,13 0,7 93,2 0,39 46,5 31 64 2 3
Bs (40-140) 5,38 5,1 0 0 0 0,03 0,21 2,7 0,03 0,24 2,73 1,1 87,5 0,13 46 31 64 2 3
Termiteiros 4,51 79,8 251,7 64,8 2,3 2,5 1,9 66,8 5,8 7,6 72,6 8,0 25,4 52,5 60 59 8 16 17
C1 (0-25) 5,23 0,4 0 0 0 0,04 0,1 1,7 0,04 0,14 1,74 2,3 71,4 0 60 34 58 6 2
C2 (25-65/75) 4,47 0,4 0 0 0 0,03 0,51 1,4 0,03 0,54 1,43 2,1 94,4 0,26 60 43 49 6 2
C3 (65/75-85) 5,13 0,3 0 0 0 0,03 0,21 1,4 0,03 0,24 1,43 2,1 87,5 0 60 43 46 10 1
Termiteiros 3,88 9,3 62 54 0,6 0,6 3,4 43 1,5 5 44,5 3,5 69,5 8,7 60 21 27 30 22
* Os dados correspondem à média de três amostras de termiteiros coletadas no entorno do perfil de solo, na mesma fitofisionomia.
Fonte: Mendonça et al. (2013, 2014).
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 129
Pedologia
130 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
(a)
(f)
Figura 8: Vista geral do mosaico de Campinaranas (a), perfis de Espodossolo Ferrihumilúvico nas
Campinaranas Florestada (b) e Arborizada (c) e de Neossolo Quartzarênico na Campinarana
Graminosa (d e e), no PARNA Viruá, centro-sul de Roraima. O bloco-diagrama ilustra a distribuição
dos perfis de solo nas formações de Campinarana predominantes no PARNA Viruá (f).
Fonte: Mendonça et al. (2013, 2014).
PEDOLOGIA
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 131
PEDOLOGIA
132 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
H2O KCl
A 5,82 4,70 -1,12 4 46 38 9,9 2,1 0,1 4,8 12,2 17,0 47,8 72 1
Bt 5,41 3,60 -1,81 1 32 28 5,4 1,1 10,8 15,3 6,8 22,1 36,8 31 62
C 6,74 4,78 -1,96 152 34 48 15,4 2,2 0,0 1,7 17,9 19,6 50,2 92 0
2C2 8,09 6,85 -1,24 6 14 65 16,8 3,9 0,0 0,0 20,5 20,5 42,8 100 0
A 4,91 3,98 -0,98 6 57 41 1,1 0,4 1,2 6,6 1,8 8,4 46,7 22 40
Bt 4,96 3,53 -1,48 1 42 33 0,5 0,3 11,4 14,9 1,0 16,0 30,7 7 92
C 5,12 3,48 -1,64 1 70 51 0,3 0,5 17,8 21,0 1,2 22,2 37,0 5 93
A 5,38 4,36 -1,02 92 300 186 9,0 3,3 0,2 5,6 14,0 19,6 65,3 71 1
C 5,62 4,14 -1,48 14 72 59 10,1 4,4 0,4 3,8 14,9 18,7 36,0 80 2
2C2 6,36 4,43 -1,93 11 39 44 4,9 5,0 0,1 1,9 10,1 12,0 85,9 84 1
3C3 6,41 4,44 -1,97 173 35 48 4,0 5,6 0,1 1,7 10,0 11,7 97,4 85 1
SB – soma de bases; CTC – capacidade de troca de cátions a pH 7,0; T – atividade da fração argila; V – saturação por bases; em
–saturação por alumínio da CTC efetiva.
Fonte: Lima et al. (2006).
Urge a necessidade de mais estudos sobre esta vasta e importante região brasileira
única, que possui grandes extensões mapeadas de solos Ta com Al trocável elevado, para o
qual já se propôs, inclusive, a separação em nível de Ordem (Alissolos) no Sistema Brasileiro
de Classificação, hoje inexistente, em razão que neste elevado nível taxonômico privilegiam-
se atributos morfogenéticos e não químicos e, ou, físico-químicos (Resende et al., 2012).
A bacia sedimentar do Acre, que inclui todo o Estado do Acre e parte sudoeste do
Amazonas, localiza-se a montante do Arco de Iquitos, uma estrutura geológica de “dique”
não aflorante, que delimitou e controlou, e ainda controla, a deposição de sedimentos
de origem andina (ou subandina) dirigidos à calha do Amazonas, desde os primeiros
impulsos de formação da cadeia Andina, forçando a sedimentação na direção contrária à
sua primitiva disposição de leste para oeste, que passou a inverter. Antes desta inversão,
a bacia se encontrava numa situação de borda continental, e aberta ao Pacífico durante
todo o Cretáceo e Terciário Inferior (até cerca de 25 milhões de anos antes do presente),
momento em que foi bloqueada pelo paulatino soerguimento da cordilheira oriental
andina, transformando-se em uma bacia intracontinental, fechada (Asmus e Porto, 1973;
Campos e Bacoccoli, 1973).
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 133
Pedologia
134 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 135
Grande parte dos Cambissolos do Acre tem argila de atividade alta Ta (Rodrigues,
1996) e é desenvolvida de sedimentos pelíticos ricos, influenciados, na sua gênese, por
material andino. Estes solos são submetidos à intensa pluviosidade e, forçosamente, quase
toda a perda de água que ocorre é por fluxo superficial. Constituem, portanto, um sistema
que tende a exportar muito pela erosão (Resende e Pereira, 1988).
Em geral, a drenagem dos Cambissolos Háplicos com Ta é de natureza restrita,
entre maldrenados e imperfeitamente drenados. Somente nos Cambissolos Háplicos Tb
(argila de atividade baixa), a drenagem é moderada e até boa, com cores acinzentadas
e brunadas com matiz 7,5YR, 10YR e 5YR. Os teores médios de cálcio trocável variam
de 11,4 cmolcdm-3 em superfície para 12,8 cmolc dm-3 em profundidade (a média para os
Cambissolos descritos no Brasil é de 5,0 cmolc dm-3, para o horizonte superficial, e de
4,4 cmolc dm-3, para o horizonte subsuperficial). Estes altos valores de cálcio e magnésio
trocáveis estão relacionados à maior riqueza do material de origem, onde foram formados.
Há uma grande variabilidade na fertilidade natural dos Cambissolos, uma vez que são,
diretamente, influenciados pelo material de origem que, sendo sedimentar, apresenta
variabilidade local, embora a maior extensão seja de solos com alta fertilidade natural.
Os teores de alumínio trocável variam de 0,0 a 15,2 cmolc dm-3, nos horizontes
superficiais,e de 0,0 a 14,2 cmolc dm-3, nos subsuperficiais, o que provavelmente esteja
relacionado àmenor interferência da matéria orgânica em profundidade, portanto,
complexando menos alumínio trocável e mantendo maiores teores deste cátion nos
horizontes subsuperficiais.
Mesmo com altos teores de Al3+ no complexo de troca, espera-se que estes não
interfiram de forma acentuada no desenvolvimento das plantas, uma vez que altos teores
de bases trocáveis foram constatados nos perfis estudados. De certa forma, isto deve limitar
a atividade do alumínio trocável no complexo de troca, diminuindo sua fitotoxidez.
A capacidade de troca catiônica (CTC) é muito alta (> 10 cmolc dm-3), em sua maioria
aumentando em profundidade (em média 24,0 ± 14,1 cmolc dm-3), o que reflete os altos
teores de soma de bases e H + Al, evidenciando a geração de cargas superficiais negativas
pelos minerais 2:1 predominantes. Nos Cambissolos descritos no Brasil, a média da CTC
no horizonte subsuperficial é de 8,5 cmolc dm-3(Cooper et al., 2005).
Pedologia
136 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Figura 11. Bloco-diagrama da bacia do Moa e Serra do Divisor, extremo oeste do Acre, na divisa com
o Peru.
Quadro 9. Características químicas e físicas de três perfis de solos da Serra do Divisor, noroeste do Acre
pH Cor
Horizonte P K Na Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al SB T V m MOS Prem AG AF Sil Arg
H2O úmida
dag
------ mg dm-3 ----- ------------------- cmolc dm-3 ---------------------- ------ % ------ mg L-1 ----------- dag kg-1 -----------
cm kg-1
P1 – Espodossolo Ferrihumilúvico Órtico arênico – Floresta Ombrófila Densa Submontana com Bromélias – Ceja
O (40-0) 3,4 16,4 86 8,4 0 0,0 2,4 39,1 0,3 39,4 0,8 88,7 29,4 58,3 7,5YR 2/2 - - - -
A1(0-10) 3,7 5,3 29 0,0 0 0,0 1,1 13,5 0,1 13,6 0,7 91,4 2,9 54,1 10YR 2/1 57 32 7 4
E (10-35) 4,2 1,5 9 0,0 0 0,0 0,4 3,2 0,0 3,2 0,9 93,5 0,4 50,9 10YR 4/3 55 38 5 2
Bs (35-45) 4,5 0,9 5 0,0 0 0,0 0,7 8,6 0,1 8,7 0,8 91,1 0,8 26,7 10YR 5/4 60 33 3 4
Bhs (35-70) 4,7 1,4 4 0,0 0 0,0 1,1 19,7 0,0 19,7 0,2 97,2 2,9 6,8 10YR 2/1 55 31 5 9
CR (70-80+) 5,2 1,3 4 0,0 0 0,0 0,2 4,1 0,0 4,1 0,5 90,5 0,5 25,2 10YR 3/3 49 46 1 4
O (50-0) 3,7 15 217 3,4 0 0,1 2,1 31,2 0,6 31,8 2,0 76,4 31,8 57,5 7,5YR 2/2 - - - -
A1 (0-15) 4,2 4,1 60 0 0 0,1 1,2 13,4 0,2 13,6 1,5 85,3 13,6 34 10YR 2/2 61 29 2 8
C1 (15-70) 4,6 0,9 7 0 0 0,0 0,4 4,9 0,0 4,9 0,6 92,9 4,9 34,8 10YR2,5/2 72 24 3 1
C(h)2 (70-90) 5,0 2,1 6 0 0 0,0 0,4 8,1 0,0 8,1 0,5 91,5 8,1 16,5 10YR 2/2 81 12 3 4
O (10-0) 4,7 16 131 0,4 1 0,2 0,7 8,6 1,6 10,2 15,3 31,7 4,8 43,3 10YR 3/3 - - - -
A (0-5) 5,0 3,2 27 0 0 0,1 0,4 6,8 0,1 6,9 1,7 78,2 1,6 27,5 10YR 3/4 55 32 6 7
AC (5-15) 5,6 3,3 21 0 0 0,0 0,3 5,7 0,1 5,8 1,7 74,4 1,9 22,1 10YR 4/4 52 31 11 6
C1(15-35) 5,2 1,4 7 0 0 0,0 0,2 3,5 0,0 3,5 1,1 82,6 2,1 27,4 10YR 4/6 62 26 7 5
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 137
Muito ainda se há para estudar sobre as paisagens acreanas que possuem solos muito
particulares que representam grandes desafios para uso sustentável e para a conservação
dos recursos naturais nesta região.
Pedologia
138 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
subsuperficialmente, duros e menos permeáveis que os solos sob Floresta, na mesma área.
Sofrem também forte efeito da erosão laminar.
Em Roraima, a maior mancha de Cerrados da Amazônia apresenta várias feições de
vegetação savânica, ocorrendo também uma variação expressiva de solos, mesmo sob relevo
plano. Os solos são formados em sua maioria por sedimentos terciários e quaternários, com
ocorrência de Planossolos Nátricos, Plintossolos, Gleissolos, Neossolos Quartzarênicos,
Argissolos e Latossolos, predominando os dois últimos, com forte coesão subsuperficial
natural (Figura 12). Organossolos são raros e restritos às partes mal-drenadas de lagoas
temporárias de Veredas de Buritis.
Figura 12. Blocos-diagramas apresentando as relações entre solos e paisagens nas regiões de Savana
em Roraima. RY: Neossolo Flúvico; VG: Vertissolo Hidromórfico; FF: Plintossolo Pétrico; LA:
Latossolo Amarelo; PA: Argissolo Amarelo; PVA: Argissolo Vermelho-Amarelo; GX: Gleissolo
Háplico; LV: Latossolo Vermelho; q: psamítico; ve: argila de atividade alta e eutrófico; o: órtico;
c: concrecionário; dx: distrocoeso; d: distrófico; e b: argila de atividade baixa.
Fonte: Benedetti et al. (2001).
Em sua maioria, são solos de baixa fertilidade natural, com problemas de natureza
física (duros ou coesos em subsuperfície) naqueles de melhor fertilidade natural, e com
impedimento severo ao desenvolvimento radicular.
Na parte do extremo nordeste do Estado, em área de Savana sobre rochas vulcânicas
ácidas, encontram-se Planossolos Nátricos relativamente férteis (Quadro 10), mas com
desbalanço nutricional, estudados por Schaefer e Dalrymple (1995). Já ao longo das
margens dos rios Surumu, Tacutú, Maú e Uraricuera, há a predominância de Plintossolos,
que constituem as maiores áreas de produção de arroz do Estado, hoje descontinuada pela
criação da reserva indígena Raposa-Serra do Sol (Figura 13).
PEDOLOGIA
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 139
(a)
(b)
Figura 13. Bloco-diagrama de solos acometidos por sódio em Roraima (a);e foto destacando a
paisagem da região (b).
Quadro 10. Características químicas de perfis de solos acometidos por sódio na região do Surumú
pH Sat.
Hor. Ca 2+ Mg 2+ K+ Na + SB Al3+ H+ T V m C org.
H 2O KCl Na +
PEDOLOGIA
140 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
(a)
(b) (c)
Figura 14. Região de Savana (a) com Latossolo Amarelo (b) e Argissolo Amarelo (c), com problemas
de penetração de raízes de Acacia mangium.
PEDOLOGIA
III - Solos da Região Amazônica 141
Em termos de uso e manejo, são solos, em sua maioria, profundos, com horizonte
A fraco ou A moderado e teores de carbono orgânico baixos. Os Argissolos Amarelos e
Latossolos Amarelos apresentam-se muito duros (coesos), principalmente entre 20-50 cm
de profundidade, sendo uma das maiores limitações físicas ao uso com plantas perenes.
Possuem baixa fertilidade natural, com baixos valores de cátions trocáveis (Ca2+, Mg2+ e
K+), com Al3+ dominando o complexo de troca, embora com valores não superiores a 0,5
cmolckg-1 de solo (Quadros 11 e 12). O fósforo disponível é baixo, e a matéria orgânica,
principalmente pela ação constante do fogo e rápida mineralização, apresenta valores
inferiores a 2 %. São solos que requerem calagens e adubações para produzir de forma
satisfatória.
Os solos da área possuem relevo plano ou suave ondulado, favorável à mecanização;
em sua maioria, são bem-drenados, profundos, apesar da baixa fertilidade natural e
elevada acidez. A presença de horizonte subsuperficial coeso torna estes solos bastante
endurecidos, quando secos e durante o período chuvoso; e a infiltração de água é reduzida,
gerando um gradiente que os torna bastante suscetíveis à erosão, principalmente laminar,
mesmo em declives suavizados, bastando uma pequena inclinação para que as perdas por
erosão sejam incrementadas.
Quadro 11. Características químicas e físicas de dois perfis de solos sob Cerrado em Roraima
pH Cor
Horizontes P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al T V m MOS ∆pH Areia Silte Argila
H2O úmida
10YR
A (0-12) 4,6 0,45 0,06 0,00 0,08 0,02 0,75 2,39 2,55 6,3 82 0,93 -0,5 66 9 25
4/3
10YR
AB (12-27) 4,8 0,21 0.03 0,00 0,02 0,06 0,72 2,06 2,17 5,1 87 0,84 -0,5 62 7 31
4/3
10YR
BA (27- 40) 4,9 0,15 0,08 0,00 0,02 0,06 0,71 1,90 2,06 7,8 82 0,59 -0,6 58 8 34
4/4
7,5YR
Bw1 (40-70) 5,0 0,09 0,00 0,00 0,01 0,01 0,67 2,23 2,25 0,9 97 0,55 -0,6 49 15 36
6/8
7,5YR
Bw2 (70-125) 5,2 0,06 0,01 0,00 0,01 0,05 0,53 1,98 2,05 3,4 88 0,49 -0,8 50 22 28
6/8
5YR
A (0-10) 5,5 0,60 0,01 0,00 0,83 0,19 0,00 1,73 2,76 37,3 0,00 0,88 -0,9 75 8 17
4/3
5YR
AB (10-32) 5,1 0,54 0,01 0,00 0,11 0,02 0,54 1,98 2,12 6,6 79 0,65 -0,7 68 9 23
4/4
2,5YR
Bw1 (32-72) 5,1 0,09 0,01 0,00 0,07 0,06 0,47 1,82 1,96 7,1 77 0,52 -0,6 67 10 23
4/6
2,5YR
Bw2 (72-115) 5,2 0,06 0,04 0,00 0,11 0,02 0,33 1,90 2,07 8,2 66 0,53 -,07 65 7 28
4/6
2,5YR
Bw3 (115- 180) 5,0 0,09 0,01 0,00 0,11 0,05 0,30 2,06 2,23 7,6 64 0,43 -0,5 64 9 27
4/6
Pedologia
142 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 12. Características químicos dos solos nos segmentos de vertentes inseridos nas superfícies
geomórficas em uma topossequência de transição várzea/terra firme na região sul do Amazonas
Hor. Prof. pH pH ∆pH C org P Ca2+ Mg2+ K+ Na+ Al3+ H+Al SB CTC V m
H2O KCl
A 0-16 4,6 4,2 -0,4 13,8 0,9 0,1 0,1 0,1 0,0 4,4 12,4 0,3 12,7 2 94
AB 16-30 5,0 4,1 -0,9 7,1 0,7 0,1 0,1 0,0 0,0 5,1 13,2 0,2 13,4 2 96
BA 30-48 4,5 4,1 -0,4 5,3 0,4 0,1 0,0 0,0 0,0 5,4 12,7 0,2 13,0 2 96
Bw1 48-79 4,6 3,9 -0,7 4,3 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 5,5 11,9 0,3 12,2 2 95
Bw2 79-115 5,3 4,4 -0,9 3,7 0,2 0,2 0,0 0,0 0,0 6,1 11,9 0,3 12,2 3 95
Bw3 115-149 4,5 4,3 -0,2 3,5 0,2 0,1 0,0 0,0 0,0 6,2 12,4 0,2 12,7 2 96
Bw4 149-180 4,7 4,1 -0,6 3,0 0,1 0,2 0,0 0,0 0,0 6,4 11,9 0,3 12,2 3 95
A 0 -13 4,3 3,9 -0,4 21,6 3,2 0,5 0,2 0,1 0,1 1,7 8,4 1,0 9,5 11 62
AB 13-30 4,5 3,9 -0,6 13,8 0,6 0,7 0,3 0,0 0,1 1,5 8,4 1,2 9,7 13 54
BA 30-44 4,5 3,8 -0,7 5,4 0,0 0,6 0,2 0,0 0,1 1,4 4,6 1,0 5,7 19 56
Bw 44-70 4,3 3,7 -0,6 3,9 0,2 0,7 0,2 0,0 0,1 1,7 3,7 1,1 4,8 24 59
Bwf1 70-96 4,4 3,8 -0,6 5,4 0,1 0,4 0,2 0,0 0,1 1,8 4,3 0,8 5,2 17 67
Bwf2 96-124 4,5 3,8 -0,7 3,3 0,0 0,5 0,3 0,0 0,1 1,9 5,2 1,0 6,3 17 64
Bwf3 124-190 4,6 3,9 -0,7 1,3 0,2 0,1 0,2 0,1 0,1 1,8 4,9 0,5 5,5 11 75
0 -10
Ap 4,0 3,5 -0,5 12,7 7,0 0,7 0,5 0,1 0,2 1,4 7,5 1,6 9,2 18 46
BA 10-30 4,2 3,6 -0,6 9,0 2,1 0,7 0,3 0,1 0,2 1,9 6,4 1,3 7,8 17 58
Bw1 30-55 4,8 3,6 -1,2 4,5 1,1 0,5 0,2 0,0 0,1 1,9 6,2 0,9 7,2 13 66
Bw2 55-94 4,9 3,6 -1,3 3,1 0,7 0,4 0,3 0,0 0,1 2,2 5,9 0,9 6,8 13 70
Bw3 94-136 4,8 3,8 -1,0 1,7 0,7 0,2 0,3 0,0 0,1 1,2 3,0 0,8 3,8 22 59
2BC 136 + 4,9 3,9 -1,0 1,4 1,0 0,3 0,2 0,0 0,1 1,1 2,2 0,6 2,9 24 61
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 143
Figura 15. Detalhes do relevo, dos solos e da geologia ao longo da Serra de Pacaraíma. RL: Neossolo
Litólico; CX: Cambissolo Háplico; LVA: Latossolo Vermelho-Amarelo; d: distrófico; e a:
alumínico.
Fonte: Schaefer e Dalrymple (1995).
PEDOLOGIA
144 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
boa fertilidade natural, mas com sérios problemas de erosão. Tais solos foram caracterizados
pioneiramente por Schaefer (1991) e mais detalhadamente estudados por Melo et al. (2010),
cujos resultados estão sumarizados no quadros 13.
Quadro 13. Características químicas de solos derivados de rochas máficas da região de Savana de
alta altitude, região do Uiramutã, Flechal
pH
Hor. C org. Al3+ H+Al Ca2+ Mg2+ K+ Na+ SB T V m P
H2O
dag kg -1 -----
------------------------------------- cmolc kg ------------------------------------------
-1
--------% ---------- mg kg-1
Bt1 5,5 1,56 0,27 5,66 1,21 0,98 0,03 0,05 2,27 7,93 28 11 0,77
Bt2 5,9 0,93 0 2,20 1,03 0,91 0,01 0,03 4,18 6,38 65 0 0,72
Bt1 6,1 1,72 0,05 4,51 5,01 2,38 0,13 0,18 7,70 12,21 63 1 1,46
Bt2 6,2 1,42 0,05 3,57 5,80 2,62 0,05 0,09 8,56 12,13 71 1 1,01
Bt1 7,2 1,08 0 2,09 9,05 0,30 0,04 0,11 9,50 11,59 82 0 1,25
Bt2 7,3 0,95 0 1,54 9,21 0,00 0,05 0,12 9,38 10,92 86 0 1,44
Bi1 7,3 0,69 0 1,37 8,50 0,08 0,07 0,14 8,79 10,16 86 0 1,46
Bi2 7,4 0,37 0 1,43 12,7 0,06 0,05 0,11 12,91 14,34 90 0 1,39
Bi1 7,3 0,59 0 1,48 7,44 0,46 0,03 0,08 8,01 9,49 84 0 1,26
Bi2 7,8 0,37 0 0,71 7,31 0,00 0,03 0,09 7,43 8,14 91 0 1,08
Bw1 4,3 2,25 0,5 8,52 0,00 0,50 0,04 0,04 0,52 9,1 06 49 0,53
Fonte: Schaefer (1991) e Melo et al. (2010).
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 145
blocos subangulares pequenos nos Nitossolos, blocos angulares médios a grandes nos
Chernossolos e muito pequena granular nos Latossolos. O relevo movimentado da região
indica a possibilidade de grandes variações de solos em curtas distâncias. Os Nitossolos,
em decorrência do relevo forte ondulado e do menor grau de floculação, favorecem as
perdas de argila do horizonte superficial, ocasionando a existência de solos erodidos.
Atualmente, a conservação destas áreas está condicionada à pressão populacional
indígena local, que se limita a explorar apenas as partes mais favoráveis e rebaixadas, ao
longo dos vales drenados por pequenos cursos d’água, às vezes intermitentes. As áreas
mais acidentadas e isoladas são ocupadas por pastagem natural, suportando constante uso
do fogo, ou sem qualquer uso. Há sérias limitações da capacidade de suporte dos solos da
região, mesmo para populações indígenas.
Em razão das variações climáticas ocorridas na Amazônia ao longo do Quaternário,
o nordeste de Roraima experimentou a passagem de um clima semiárido pretérito, para
condições de precipitação mais acentuada, nos dias atuais, o que favoreceu o avanço do
intemperismo químico e os processos de erosão hídrica, contribuindo para maiores riscos
de degradação dos solos nas áreas de relevo mais acidentado. Estes processos podem
adquirir características irreversíveis, caso estes solos sejam manejados inadequadamente.
Tal fato é comum, mesmo em áreas indígenas.
Nas demais áreas montanhosas ou serranas, sem influência de material máfico,
predominam solos de fertilidade natural muito baixa: Argissolos Vermelho-Amarelos,
Neossolos Litólicos, Neossolos Quartzarênicos e Cambissolos Háplicos, todos distróficos,
derivados de rochas vulcânicas ácidas ou de arenitos, e apresentando alta suscetibilidade
à erosão hídrica (Figuras 15 e16; Quadro 14).
Figura 16. Variabilidade de solos em três perfis desenvolvidos de rochas vulcânicas ácidas (a)
Planossolo Nátrico em pediplano inundável) e de diques máficos (b) Chernossolo Argilúvico
em meia encosta e (c) Nitossolo Vermelho em topo de colina), todos localizados na Serra de
Pacaraíma, em Roraima.
PEDOLOGIA
146 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 14. Características químicas e físicas de três perfis de solos desenvolvidos de rochas
vulcânicas ácidas da Serra de Pacaraíma
pH Cor
Horizonte P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al T V m MOS ∆pH Areia Silte Argila
H2O úmida
(cm) mg dm-3 --------------------------------cmolc dm-3 ------------------------------- ------%----- dag kg-1 --------- dag Kg-1 ----------
7,5YR
Ap (0-20cm) 3,8 0,7 0,05 0,13 0,4 0,2 3,6 4,2 4,98 15,6 82,1 6,63 -0,3 13 40 47
5/8
7,5YR
BA (20-50cm) 4 0,5 0,02 0,09 0,1 0 4,5 5,1 5,41 5,7 93,5 2,2 -0,7 13 40 47
6/8
7,5YR
Bw1 (50-80cm) 3,9 0,8 0,03 0,05 0,1 0,1 4,7 5,4 5,58 3,2 96,3 2,19 -0,5 13 45 42
7/6
7,5YR
Bw2 (80-110cm) 3,9 0,3 0 0,4 0,1 0 4,5 4,8 5,3 9,4 90 2,34 -0,4 13 53 34
6/6
7,5YR
Bw3 (110-140cm) 3,9 0,2 0 0,34 0,1 0 5 5,5 5,94 7,4 91,9 2,2 -0,5 13 42 45
7/6
7,5YR
BC1 (140-170cm) 4 0 0 0,28 0,1 0,1 3,6 4,2 4,69 10,4 88 2,55 -0,5 12 41 47
6/8
7,5YR
BC2 (170-220cm) 4 0,2 0,01 0,2 0,1 0,1 4 4,1 4,51 9 90,7 2,55 -0,4 19 37 44
6/8
7,5YR
Cr (220-250cm) 4,3 0,5 0,01 0,08 0 0 3,8 4,3 4,39 2 97,6 1,32 -0,3 5 52 41
5/8
10YR
A (0-8cm) 5,1 1,2 0,26 0,02 1,5 0,8 0,6 3,9 6,48 39,8 18,8 5,4 -1,3 24 40 36
5/6
10YR
Bi (8-40cm) 4,3 0,5 0,13 0,03 0 0,1 1,7 3,9 4,16 6,2 86,7 3,1 -0,3 24 36 40
7/6
10YR
BC (40-50cm) 4,3 0,3 0,21 0,33 0,1 0,1 1 3 3,74 19,7 57,4 2,1 0 34 39 27
7/8
2,5YR
Cr1 (50-160cm) 4,9 0,2 0,01 0,47 0,1 0,1 0,4 1,5 2,14 29,9 38,4 1,5 -0,5 30 40 30
7/8
2,5YR
Cr2 (160-220cm) 5,1 0,2 0,01 0,5 0,1 0,1 1,6 2,4 3,11 22,8 69,2 1,9 -1,1 23 34 43
7/8
10YR
A (0-20cm) 3,8 0,22 0,15 0,04 0,05 0,24 5,12 11,5 11,98 4 91 2,76 -0,7 34 51 15
5/2
10YR
AC (20-40cm) 4,2 0,16 0,15 0,03 0,02 0,09 4,92 7,97 7,97 2 98 1,35 -0,7 45 40 15
5/3
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 147
prática muito antiga e generalizada de uso dos solos na região, culminando na redução da
capacidade de suporte das áreas, mesmo aquelas de melhor fertilidade natural.
Pedologia
148 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 15. Características químicas e físicas de solos selecionados nos Planaltos Cristalinos da
Amazônia
Horizonte pH Cor úmida
P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+ T V m CO AG AF Sil Arg
H2O
(cm) mg dm-3 -------------------------------- cmolc dm-3 -------------------------- ---- % --- dag kg-1 -------- dag mf dm-3 kg-1 ------
A1 (0-5) 4,1 0,65 0,09 0,03 0,08 0,12 2,8 6,11 9,23 3 89 1,66 10YR 5/4 30 11 17 42
AB (5-20) 3,8 0,27 0,05 0,02 0,03 0,06 2,8 3,8 6,76 2 94 1,11 10YR 5/6 22 11 14 53
Bw1 (20-50) 4,3 0,16 0,03 0,03 0,02 0,03 2 2,95 5,06 2 94 0,72 10YR 5/8 16 8 13 63
Bw2 (50-130) 4,9 0,11 0,03 0,03 0,03 0.02 1,2 2,43 3,74 3 91 0,31 7,5YR 5/8 18 8 10 64
A1 (0-20) 4,8 0,16 0,03 0,03 0,04 0,1 3,2 5,71 9,11 2 94 1,44 8,5YR 4/4 franco-argilo-arenosa
AB (20-40) 4,7 0,11 0,02 0,02 0,03 0,08 1,8 2,98 4,93 3 92 0,76 8YR 5/6 argila
Bw1 (40-90) 4,5 0,11 0,02 0,01 0,03 0,06 1,6 2,19 3,91 3 93 0,48 7,5R 5/7 argila
Bw2 (90-150) 4,7 0,11 0,01 0,01 0,03 0,07 1,6 1,14 2,26 5 93 0,18 5YR 5/7 argila
A1 (0-10) 4,5 0,1 0,07 0,06 0,03 0,09 2 7,73 9,98 3 89 2,66 10Y5 5/6 23 3 28 46
AB (10-20) 4,1 0,11 0,04 0,03 0,02 0,03 1,4 3,88 5,4 2 92 1,25 7,5YR 6/6 20 3 26 51
BA (20-35) 4,6 0,11 0,04 0,02 0,02 0,01 1 2,63 3,72 2 92 0,69 7,5YR 6/8 17 4 16 63
Bt1 (35-50) 5 0,11 0,03 0,02 0,01 0,01 0,8 1,51 2,38 3 93 0,36 5YR 6/8 17 4 12 67
Bt2 (50-75+) 4,9 0,11 0,03 0,01 0,01 0,01 0,6 1,71 2,37 3 91 0,41 5YR 6/8 19 4 12 65
Ap (0-7) 5,5 0,11 0,19 0,05 5,62 1,56 0 4,62 12,04 62 0 1,18 2,5YR 4/4 10 9 45 36
BA (7-19) 5,06 0,11 0,1 0,04 5,06 1,11 0 3,96 10,27 61 0 0,73 2,5YR 3/6 9 6 45 40
Bt1 (19-55) 5,87 0,11 0,04 0,03 5,87 1,7 0 3,63 11,27 68 0 0,43 2,5YR 3/6 2 4 32 62
Bt2 (55-95) 5,56 0,11 0,03 0,03 5,57 2,06 0 3,13 10,81 71 0 0,27 2,5YR 3/6 0 3 37 60
BC (95-130) 5,62 0,16 0,03 0,03 5,62 2,79 0 2,8 11,27 75 0 0,2 2,5YR 3/6 1 5 40 54
Fonte: Folhas Tapajós (RADAMBRASIL, 1975b) e Santarém (RADAMBRASIL, 1976b) do Projeto RADAMBRASIL; a nomenclatura
dos horizontes foi atualizada
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 149
Figura 17. Corte esquemático do relevo, solos e geologia nos Planaltos e nas Serras de Rondônia,
do Rio Madeira ao Pacaás Novos. LA: Latossolo Amarelo; AR: Afloramentos de Rochas; RL:
Neossolo Litólico; PV: Argissolo Vermelho; LVA:Latossolo Vermelho-Amarelo; d: distrófico; e
e: eutrófico (desenho de C. Schaefer).
Os rios Madeira e Guaporé, como principais troncos coletores das águas e responsáveis
pelo nível de base local da erosão e modelamento superficial da região, possuem um caráter
duplo ou misto de sedimentação, pois têm cabeceiras tanto em rios que drenam áreas dos
Andes quanto outros que descem do Planalto brasileiro. A carga sedimentar variada entre
as fontes geológicas diversas (muito jovens e muito antigas) os torna rios rondonenses
singulares em toda a bacia amazônica, como rios de sedimentação mista.
Do rio Madeira, sobe-se gradativamente até a Serra dos Pacaás-Novos, com a passagem
sucessiva de um antigo sistema deposicional do Pleistoceno (mais amplo) e Holoceno
(menos extenso) até alcançar áreas elevadas onde os processos erosivos são dominantes.
As dimensões muito amplas da Planície Fluvial do Madeira e Guaporé já revelam uma
maior extensão pretérita da sedimentação no Quaternário, inclusive na base da serra dos
Pacaás Novos, em condições de extenso alagamento (planície de inundação).
De maneira muito genérica, podem-se definir seis zonas pedológicas principais,
segundo uma sequência ao mesmo tempo topográfica e litológica, da parte superior da
Serra do Pacaás Novos, ao Rio Madeira, representada nas características das classes de solo
no quadro 16 e figura 17.
Pedologia
150 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quadro 16. Características químicas e físicas de perfis de solos selecionados dos Planaltos de Rondônia*
Horizonte pH Cor
P K+ Na+ Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al T V m MOs Prem ∆pH AG AF Sil Arg
H 2O úmida
(cm) mg dm -3
-------------------------------cmolc dm -----------------------------
-3
------%---- dag kg -1
mg L
-1
---------- dag kg ----------
-1
A1 (0-10) 5,6 0,13 0,37 0,02 5,60 0,94 0,00 2,31 9,24 75 0 2,86 - - 0,5 5YR 3/4 15 16 28 41
AB (10-25) 5,0 0,11 0,21 0,02 3,70 0,47 0,00 1,81 6,21 71 0 1,39 - - 0,4 5YR 4/6 13 15 23 49
Bt1 (25-40) 5,1 0,11 0,12 0,02 2,80 0,60 0,00 1,32 4,86 73 0 1,03 - - 0,6 5YR 4/6 10 13 21 56
Bt1 (40-60) 5,0 0,11 0,08 0,02 1,70 0,61 0,00 1,15 3,57 68 0 0,76 - - 0,3 5YR 4/8 9 9 23 59
Bt2 (60-80) 4,8 0,11 0,07 0,02 1,20 0,92 0,00 1,32 3,53 63 0 0,57 - - 0,5 5YR 4/8 9 9 22 60
10R
A1 (0-20) 5,3 7 0,19 0,01 5,4 1,1 0,0 6,6 13,3 50 0 3,46 - - 0,5 18 11 18 52
3/3,5
AB (20-40) 5,1 5 0,09 0,01 2,1 0,6 0,1 5,7 8,6 33 3 2,12 - - 0,5 10R 3/4 12 11 12 63
BA (40-60) 5,1 8 0,06 0,01 1,0 0,1 0,2 5,3 6,7 18 14 1,25 - - 0,6 10R 3/5 13 10 13 65
Bt1 (60-90) 5,1 16 0,05 0,01 0,7 0,7 0,1 4,5 5,4 15 11 0,64 - - 0,9 10R 3/6 12 10 12 64
Bt2 (90-
5,6 17 0,03 0,01 0,7 0,7 0,1 4,5 5,3 13 13 0,53 - - 0,9 10R 3/6 12 11 12 63
130)
Bt3 (130-
5,6 18 0,03 0,01 0,7 0,7 0,1 4,1 4,9 14 13 0,48 - - 0,8 10R 3/6 11 11 11 64
160)
A1 (0-10) 4,0 0,11 0,15 0,03 0,09 0,15 2,60 8,58 9,00 5 86 2,26 - - 0,4 5Y5 3/3 20 8 12 60
AB (10-30) 4,0 0,11 0,07 0,05 0,05 0,07 1,80 5,94 6,17 4 87 1,87 - - 0,5 5YR 4/4 13 8 12 67
Bw1
4,3 0,11 0,03 0,02 0,05 0,03 1,00 3,63 3,76 3 88 0,58 - - 0,3 4YR 4/6 13 7 9 71
(30-70)
Bw1 (70-
4,6 0,11 0,03 0,02 0,04 0,02 0,60 2,97 3,08 4 85 0,67 - - 0,3 4YR 4/6 12 7 9 72
110)
P4- Solo Concrecionário Laterítico Distrófico com B textural argila de atividade baixa A moderado textura argilosa
Ac (0-10) 4,1 0,43 0,13 0,03 12,00 0,68 0,60 5,28 18,12 71 4 2,48 - - 0,2 9YR 4/4 23 21 17 39
7,5YR
Bt1 (10-30) 4,1 0,11 0,06 0,03 0,65 0,28 0,80 4,,12 5,14 20 4 1,47 - 22 18 15 45
- 0,2 5/6
Bt2 (30-
4,6 0,11 0,04 0,03 0,85 0,17 0,00 2,14 3,23 34 0 1,00 - 5YR 5/8 16 15 12 57
60+) - 0,2
P5- Cambissolo Tropical Álico argila de atividade baixa A moderado textura argilosa
A1 (0-10) 3,6 1 0,08 0,01 0,2 0,2 6,3 13,1 13,5 2 95 2,71 - - 0,1 5YR 4/6 3 5 43 17
AB (10-20) 3,8 1 0,06 0,03 0,1 0,1 5,1 9,9 10,1 2 96 2,22 - - 0,2 5YR 5/6 3 5 44 30
Bi (20-40) 3,9 1 0,05 0,01 0,1 0,1 5,0 9,5 9,7 2 96 1,84 - - 0,2 5YR 5/8 3 5 44 42
C (40-50) 4,3 1 0,06 0,05 0,2 0,2 3,2 6,5 6,8 4 91 0,91 - - 0,6 5YR 5/4 4 6 51 35
Continua...
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 151
(cm) mg dm-3 ------------------------------cmolc dm-3----------------------------- ------%---- dag kg-1 mg L-1 ---------- dag kg-1 ----------
A1 (0-20) 5,0 1 0,04 0,01 0,9 0,9 1,1 4,4 5,4 5,4 52 1,31 - - 1,4 5YR 4/4 36 36 9 19
AB (20-40) 4,8 1 0,02 0,01 0,2 0,2 1,0 3,4 3,6 3,6 83 0,93 - - 0,9 5YR 4/6 32 36 8 24
BA (40-60) 4,8 1 0,01 0,01 0,2 0,2 1,0 3,4 3,6 3,6 83 0,81 - - 1,0 5YR 5/8 27 31 6 36
Bt1 (60-90) 4,9 1 0,01 0,01 0,1 0,1 1,0 3,0 3,1 3,1 90 0,57 - - 1,0 2,5YR 4/6 22 32 6 40
Bt2 (90-
5,2 1 0,02 0,01 0,2 0,2 0,9 2,6 2,8 2,8 75 0,55 - - 1,3 2,5YR 4/8 24 31 5 40
120)
BC1 (120-
5,5 1 0,02 0,01 0,2 0,2 0,6 1,8 2,0 2,0 60 0,48 - - 1,4 2,5YR 5/8 24 32 5 39
140)
BC2 (140-
5,7 1 0,01 0,06 0,2 0,2 0,3 1,5 1,8 1,8 25 - - - 1,4 2,5YR 5/8 23 32 6 39
160)
AI (0-15) 3,9 0,98 0,10 0,03 0,10 0,12 4,00 11,55 11,90 3 92 2,98 - - 0,3 10YR 4/2 5 22 17 66
AB (15-25) 3,8 0,13 0,04 0,02 0,04 0,05 3,20 7,09 7,24 2 96 1,90 - - 0,3 10YR 5/4 4 22 14 60
BA(25-45) 4,0 0,11 0,04 0,04 0,03 0,03 2,60 5,44 5,20 2 96 0,84 - - 0,3 10YR 5/4 3 20 12 65
Bw1
4,2 0,11 0,05 0,05 0,03 0,01 2,40 4,66 4,10 3 94 0,84 - - 0,5 10YR 5/4 3 20 10 67
(45-80)
Bw2 (80-
4,7 0,11 0,02 0,02 0,03 0,01 2,20 3,46 3,54 2 96 0,44 - - 1,3 10YR 5/5 3 18 8 71
170)
P8- Laterita Hidromórfica Álica de elevação com B textural argila de atividade baixa A moderado textura argilosa
A (0-15) 5,0 0,11 0,04 0,02 0,04 0,02 1,60 5,28 5,40 2 93 2,35 - - 1,0 10YR 3/2 8 39 41 12
10YR 5/2
Btf1(15-75) 4,5 0,11 0,02 0,02 0,05 0,01 2,00 3,30 3,40 3 95 0,66 - - 1,5 e 10YR 5 32 43 20
6/6
10YR 7/1
Btf2 (75-
4,8 0,11 0,03 0,02 0,03 0,01 5,80 6,93 7,02 1 94 0,34 - - 0,6 e 2,5YR 5 25 33 37
170+)
4/8
Terra Roxa Estruturada: equivalente a Nitossolo Vermelho; Latossolo Vermelho-Escuro: equivalente a Latossolo Vermelho; Solo
Concrecionário Laterítico: equivalente a Plintossolo Argilúvico; Podzólico Vermelho-Amarelo: equivalente a Argissolo Vermelho-
Amarelo; e Laterita Hidromórfica: equivalente a Plintossolo Argilúvico.
Fonte: Folha Porto Velho (RADAMBRASIL, 1978), Projeto RADAMBRASIL. A nomenclatura dos horizontes foi atualizada.
Pedologia
152 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 153
ferro (antigos Latossolos Roxos), com transições para Nitossolos (alguma cerosidade,
relação silte/argila mais alta).
Em meio aos inselbergs graníticos, que dominam a paisagem colinosa do Embasamento
Cristalino, com ocorrência dominante de Argissolos, os remanescente tabulares da
superfície dissecada apresentam domínio de Latossolos Vermelho-Amarelos Distróficos,
com saturação por alumínio superior a 90 % e presença de concreções lateríticas, sugerindo
sua formação a partir da degradação de antigas carapaças lateríticas. A dissecação e a
densidade de drenagem aumentam nas áreas de Argissolos.
Os Latossolos Amarelos de Rondônia evidenciam o longo período úmido após a
deposição dos sedimentos da Formação Solimões, enquanto a presença generalizada
de concreções lateríticas nos solos revela fases secas, quando a paisagem era coberta de
couraças lateríticas, posteriormente degradadas, seguindo o modelo geral de Costa (1988).
Assim, é possível que os Plintossolos tenham evoluído para Latossolos Amarelos, em que
o tempo de exposição e a drenagem permitiram.
Na quinta zona, os solos são desenvolvidos sobre terraços da Formação Solimões
Indivisa, englobando sedimentos terciários. São solos invariavelmente amarelos e
desferrificados, com ampla dominância de Latossolos Amarelos Distróficos com elevado
teor de Al trocável.
Finalmente, a sexta zona é associada aos depósitos sedimentares mais recentes, do
Quaternário, em terraços e planícies fluviais. Tem-se, de cima para baixo, Plintossolos
hidromórficos, Argissolos com plintita ou até Planossolos, nos níveis mais altos, passando
a Gleissolos e Neossolos Flúvicos, todos distróficos e com altos níveis de alumínio trocável,
nas planícies atuais das partes norte e sudoeste do Estado de Rondônia.
O interflúvio entre os cursos médios dos rios Xingu, vegetado originalmente por
Florestas, e Araguaia, em sua maioria originalmente recoberto por Cerrados, define uma
porção bem particular do extremo sudeste do domínio amazônico. Nessa região, ocorrem
sequências de serras acima de 500 m de altitude, que geralmente seguem o rumo dos velhos
dobramentos do núcleo sul-amazônico do Escudo brasileiro, destoando da paisagem geral,
composta de colinas suaves e rebaixadas (Figura 18). Estes alinhamentos serranos têm
início no norte de Mato Grosso, pelo arqueamento da Serra do Matão, e terminam pouco
além da Serra dos Carajás, cuja extensão sul-norte ultrapassa os 60 km (Ab’Saber, 1986).
Até a década de 1970, esta vasta região se encontrava isolada e inserida no cenário
mais desconhecido do território brasileiro, embora ainda hoje se saiba pouco sobre os
solos e vegetações. A ocupação desenfreada que vem ocorrendo nas últimas décadas por
assentamentos e fazendas de gado finalizou grande parte da cobertura vegetal desta zona
de transição entre vegetações abertas de Cerrado a leste e sul e a densa Floresta Amazônica
a oeste e norte.
Pedologia
154 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
Figura 18. Bloco-diagrama da porção centro-leste da Serra dos Carajás. Ilustra a dominância de
relevos dissecados com topos aplainados e pendentes alongados sobre Arenitos e Siltitos da
Formação Águas Claras; relevo dissecado e colinoso, mais suave e rebaixado, sobre os granitos
félsicos e granófiros associados ao corpo plutônico de Carajás e formando uma depressão
periférica central no maciço de Carajás. Cristas e alinhamentos serranos, controlados por
falhas transcorrentes de direção NW-SE, estabelecem o contato do Grupo Grão-Pará com os
metabasaltos da Formação Parauapebas.
PEDOLOGIA
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 155
(a)
(b) (c)
Figura 19. Paisagem geral no Complexo Xingu, hora com concentrações de morrarias (a); Argissolo
Vermelho-Amarelo fase epipedregosa, solo comum nos relevos mais baixos e colinosos (b); enos
topos dos morros onde ocorrem afloramentos de rochas, observam-se solos rasos (Cambissolos)
cobertos por vegetações abertas (c).
PEDOLOGIA
156 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Quanto ao uso dos solos, excetuando-se parte das reservas federais e terras indígenas,
o restante encontra-se praticamente todo ocupado por pastagens. As áreas antropizadas
são compostas em maioria por Argissolos distróficos e em menor parte eutróficos, sendo
comum a ocorrência de Latossolos (RADAMBRASIL, 1974). Entretanto, nas grandes serras,
a exemplo da Serra da Seringa e Serra dos Carajás, ocorrem sequências de solos que se
diferem do padrão regional e cujo conhecimento acerca destas é quase inexistente.
Normalmente, os solos que sustentam as vegetações abertas (fitofisionomias decíduas,
de porte herbáceo/arbustiva ou arbóreo) são fortemente drenados, extremamente
pedregosos ou concrecionários, rasos, com baixo pH e CTC. Podem ocorrer em diferentes
posições na paisagem, desde topos de interflúvios a suaves encostas de vales. São distróficos,
com algumas exceções chegando a mesoeutrofia, mas sempre com o Prem baixo, influência
dos óxidos de Fe e Al abundantes.
Os Argissolos Vermelho-Amarelo Distróficos, semelhantes a P1 (Quadro 17), são os
solos mais comuns que ocorrem sobre o Complexo Xingu (C.X.). São no geral profundos,
alguns com fases epi/endopedrogosa, bem-drenados, argilosos, especialmente em
subsuperfície. Em certos casos, testemunham severos processos de retrabalhamento
da paisagem como descontinuidades e mistura de materiais (rochas e sedimentos) e
normalmente são mais férteis que os solos encontrados nas serras. Nas altitudes médias de
350 m em topos de feições dômicas, quando ocorrem afloramentos de gnaisses, migmatitos
ou granitos, encontram-se solos (P2) (Quadro 17) rasos, extremamente pedregosos, com
fragmentos rochosos pouco alterados, onde raízes de plantas penetram entre as fendas até
o final do contado fragmentário. Embora os fragmentos rochosos sejam pouco alterados, a
matriz do solo é bastante pedogenizada.
Há pouca variação textural ao longo dos perfis de solos rasos do C.X. (P2), ocorrendo
equilíbrio entre a fração argila e areia (Quadro 17). No que tange à cor, estes solos possuem
valor e croma baixos e matiz 10YR, sendo mais amarelos se comparados aos solos rasos
do Granito de Carajás (P3), ambos apresentando contribuição de feldspatos potássicos
presentes nas rochas. A ciclagem biogeoquímica para manutenção da floresta é muito
relevante e a atividade da mesofauna é nítida na estruturação superficial do solo (P2). Em
razão da geoforma dômica, onde se inserem P2 e P3, estes são acentuadamente drenados
e com um pedoclima que impõe severa restrição de água às plantas nos meses de menores
precipitações, possibilitando a manutenção da Floresta Estacional Decídua.
Os solos onde ocorrem as matas secas no Granito Central de Carajás (Machado et
al.,1991) estão a uma altitude aproximada de 600 m em posição de topo (P3) nos morros de
feição dômica (Figura 20). São mais avermelhados que os solos encontrados no C.X. (P2),
possuindo ambas as características físicas semelhantes (Quadro 17). Em termos químicos,
P2 é mais rico e apresenta um maior acúmulo de MOS. O material rochoso presente em P3
encontra-se bastante alterado na dimensão de calhaus e matacões, onde também ocorrem
concreções ferruginosas. A vegetação é um pouco mais aberta em relação a P2, aparecendo
um subosque mais denso de bromélias (macambira).
Nos terços inferiores das encostas ocorrem, geralmente, Cambissolos mais
desenvolvidos (P4), com semelhança química com P3, porém sem concreções e recobertos
por florestas subperenifólias. A influência de processos de coluvionamento é marcante
nesta posição da paisagem, refletindo-se em cursos d’ água abertos e repletos de açaizais.
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 157
(a)
(b) (c)
Figura 20. Contraste entre as áreas de solos rasos em primeiro plano e ao fundo as áreas com
solos mais profundos e o padrão de relevo em morrarias (a); solo mais desenvolvido no terço
inferior das encostas (Cambissolo latossólico (b); e solo raso no terço superior das encostas com
vegetação decídua (Cambissolo petroplíntico) (c).
PEDOLOGIA
158 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
(cm) mg dm-3 ---------------------- cmolc dm-3 -------------------------- ------ % -------- dag kg-1 mg L-1 ---------- dag kg-1 ---------------
P1*- Argissolo Vermelho-Amarelo Distróficos típico – Floresta Ombrófila Densa- Complexo Xingu
A (0-20) 5,30 4,6 145 6,8 2,20 1,00 0,10 3,3 6,90 52 27 1,98 - -0,6 7,5YR 3/2 39 19 29 13
Bt (60-80) 5,20 4,6 31 6,8 0,40 0,30 0,80 3,0 3,78 21 50 0,55 - -1,2 5YR 4/8 22 14 19 45
O (0-8) 4,54 4,6 90 2,1 3,78 1,01 1,37 19,2 24,23 20,8 21,4 20,79 16,8 -0,57 10YR 3/3 18 23 17 42
Bi/R (17-72) 4,49 1,9 41 0,1 0,16 0,10 2,45 11,0 11,36 3,2 87,2 5,12 9,7 -0,37 10YR 3/4 28 17 14 41
P3- Cambissolo Háplico Tb Distrófico petroplíntico - Floresta Estacional Decídua – Granito Central de Carajás
A (0-9) 4,59 3,1 71 0,0 2,13 0,16 1,05 11,9 14,37 17 29,8 10,24 17,5 -0,48 7,5YR 3/4 23 24 9 44
Bi2 (40-53) 4,71 1,2 17 0,0 0,01 0,00 1,14 6,9 6,34 0,7 95,8 1,92 7,9 -0,52 5YR 4/6 29 21 7 43
P4- Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico – Floresta Ombrófila Aberta – Granito Central de Carajás
A (0-21) 4,81 0,8 86 0,5 1,27 0,22 1,06 9,9 11,61 14,7 38,3 6,33 14,9 -0,67 10YR 5/4 43 9 10 38
Bi2 (55-87) 4,90 0,6 35 1,5 0,00 0,01 0,77 6,0 6,11 1,8 87,5 2,84 7,6 -0,77 7,5YR 5/6 40 7 10 43
P5- LATOSSOLO VERMELHO Ácrico típico – Floresta Ombrófila Densa - Formação Parauapebas
A (0-16) 3,99 2,5 36 0,0 0,12 0,07 1,81 15,6 15,88 1,8 86,6 9,21 12,9 -0,24 2,5YR 3/6 2 1 9 88
Bw2 (72-103+) 4,52 1,0 1 0,0 0,00 0,00 0,00 4,2 4,20 0,0 0,0 2,05 4,5 0,41 10R 4/6 1 3 11 85
P6- Plintossolo Pétrico Litoplíntico típico - Escubre arbóreo-arbustivo higrófilo** – Formação Parauapebas
O (0-9) 5,08 3,5 35 1,1 0,36 0,17 0,88 13,8 14,42 4,3 58,7 24,04 8,5 -0,70 10YR 3/2 17 5 40 38
Bi (11-38) 5,45 0,7 5 0,0 0,00 0,04 0,00 3,5 3,55 1,4 0,0 8,23 2,6 0,30 10YR 5/6 8 6 47 39
P7- NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico - Savana-Estépica Arborizada** - Formação Águas Claras
A (0-9) 4,18 3,3 50 0,0 0,23 0,10 2,95 13,5 13,96 3,3 86,5 7,55 19,3 -0,53 10YR 4/4 54 22 3 21
BC (9-19) 4,03 2,7 35 0,0 0,03 0,02 2,86 9,4 9,54 1,5 95,3 4,48 12,9 -0,24 10YR 5/8 54 21 4 21
P8- Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico latossólico – Floresta Ombrófila Densa- Formação Águas Claras
A (0-5) 4,37 3,3 66 0,0 0,69 0,17 1,05 7,9 8,93 11,5 50,5 3,71 32,2 -0,66 7,5YR 4/4 68 18 1 13
Bt2 (60-105+) 4,48 1,4 12 0,0 0,00 0,00 0,86 3,8 3,83 0,8 96,6 1,02 19,7 -0,31 5YR 5/8 50 22 2 26
Ac (0-5) 3,92 1,6 51 4,6 1,59 0,28 1,54 27,5 29,54 6,9 43,0 32,29 28,0 -0,9 10R 2,5/1 32 12 27 29
Ac (0-12) 4,19 3,3 45 0,1 0,18 0,16 2,06 22,3 22,76 2,0 81,7 13,43 11,2 -0,15 10R 3/3 36 11 10 43
Bwc2 (27-48) 4,46 4,0 7 4,1 0,01 0,05 0,10 9,7 9,80 1,0 50,0 3,33 4,8 0,02 10R 3/3 54 6 10 30
P11- Neossolo Quartzarênico Hidromórficoespódico - Formação Pioneira com influência fluvial** – Quartzitos (Grupo Tucumã)
A (0-9) 4,16 1,6 34 0,0 0,18 0,37 3,33 26,4 27,04 2,4 83,9 11,83 46,8 -1,16 2,5/N 61 19 11 9
CBh (28-44) 4,59 1,9 14 0,0 0,00 0,00 2,95 14,5 14,54 0,3 98,7 4,48 15,5 -0,82 2,5YR 2.5/1 57 24 9 10
P12- Neossolo Litólico Húmico fragmentário** *- Cerrado Tropical Subcaducifólio/Campo Rupestre **- Quartzitos (Grupo Tucumã)
O (0-8) 4,40 0,7 50 0,0 0,87 1,32 2,00 24,0 26,32 8,8 46,3 30,7 47,5 -1,40 2,5/N 52 18 19 11
A/R (8-40+) 4,07 4,7 59 0,0 0,19 0,27 2,57 17,8 18,41 3,3 80,8 9,60 46,2 -1,07 10YR 2/1 49 27 13 11
(1)
Vegetação de difícil classificação (Ecótono e Encrave); e (2) Proposta de classificação.
Fonte: RADAMBRASIL (1974).
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 159
Em meio às densas florestas de grande porte sobre solos muito antigos e profundos
(P5), derivados dos Basaltos da Formação Parauapebas (Resende e Barbosa, 1972; Meireles
et al., 1984), ocorrem, de maneira pouco comum, formações vegetais abertas sobre solos
rasos (Figura 21). A paisagem nesta formação é geralmente de platôs, por vezes de
grande extensão com dezenas de quilômetros em altitudes médias de 660 m e com bordas
escarpadas e pouco estáveis.
(a)
(b) (c)
Figura 21. Gradiente edáfico com sequência de vegetação herbácea (solo raso) em primeiro plano até
a Floresta Ombrófila (Latossolo) em último plano (a); Latossolo Vermelho das áreas com floresta
densa (b); e Plintossolo Pétrico raso e com drenagem restringida,eo nível d’ água em períodos
de maior precipitação se eleva (c).
Pedologia
160 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Pedologia
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 161
(a)
(b) (c)
Figura 22. Vista geral no período de estiagem. Observar a alternância de vegetações decíduas,
semidecíduas e perenefólias. Em último plano, os platôs com Argissolos e Florestas Ombrófilas
sobre a Formação Águas Claras (a); Argissolo Vermelho-Amarelo (b); e Neossolo Litólico (c).
O jaspelito que deu origem à canga é raramente encontrado em superfície, por causa
do intenso processo de dessilicificação, que o interferiu à profundidade superior a 400
m. Nas áreas de canga, os solos não hidromórficos apresentam estrutura forte pequena
e muito pequena granular e elevada atração magnética, com matriz mineral de cores
vermelhas muito escuras, e são muito pobres em nutrientes (Quadro 17); a fração areia
é praticamente composta por nódulos de petroplintita em fase de degradação e podem
apresentar caráter ácrico (P10). Nos solos mais rasos (P9), a MOS tem forte influência
na composição da fração argila. Especialmente neste pedoambiente é que se verificam
condições extremas de deficiência hídrica nos períodos de estiagem, possibilitando um
padrão de vegetação acatingado. As áreas de pequenas fendas de dissolução nos maciços
de canga e a atividade de térmitas possibilitam a formação de solos nos ambientes mais
inóspitos e, consequentemente, asseguram a colonização por plantas. Nos sopés e na
grande parte das bordas dos platôs, verifica-se a presença da Floresta Ombrófila. Na
posição superior dos platôs onde os solos são mais desenvolvidos, à semelhança de P10,
ocorre a Floresta Estacional Semidecídua, e parte desta encontra-se isolada em depressões
doliniformes em meio à vegetação acatingada.
PEDOLOGIA
162 CARLOS ERNESTO G. R. SCHAEFER et al.
(a)
(b) (c)
Figura 23. Vista de um extenso platô na Formação Carajás. Observar o contraste abrupto entre as
áreas de solos mais profundos nas bordas e os solos rasos no alto. Ao fundo, na posição baixa
da paisagem, o vasto domínio florestado do Complexo Xingu (a); solo profundo no interior
de uma depressão doliniforme no alto do platô (b); e solo muito raso onde ocorrem formações
herbáceo/arbustivas (c).
A Serra da Seringa é um importante divisor de águas entre as bacias dos rios Xingu e
Araguaia/Tocantins. Nesta serra, dois principais relevos ocorrem: um em área relativamente
circular composta por morrarias florestadas, alongadas e convexas com concentrações de
blocos graníticos do Paleoproterozoico (Araújo e Maia, 1991); e outro em forma de um
prolongado e amplo platô com uma drenagem ao centro que progressivamente torna-se
mais encaixada, aumentando o desnível em relação às bordas escarpadas onde afloram
Quartzitos a altitudes médias entre 550 e 600 m (Figura 24).
Atualmente, na primeira área, a ação antrópica descaracterizou quase em totalidade
a vegetação, que contava com florestas perenifólias e decíduas. Na segunda área, grande
parte da vegetação permanece em bom estado de conservação, embora uma porção
considerável tenha sido bastante alterada pelo desmatamento e fogo.
Nas áreas mais elevadas dos Quartzitos Mesoarqueanos do Grupo Tucumã, ocorrem
solos maldrenados (P11) em relevo plano e posição mais baixa na paisagem, com textura
arenosa, profundos, ricos em MOS e Al3+, espódicos, muito pobres em nutrientes e CTC
com forte influência da MOS (Quadro 17). Alguns destes solos mais periféricos apresentam
sinais de gleização, quando a fração argila é mais rica em materiais minerais.
PEDOLOGIA
III - SOLOS DA REGIÃO AMAZÔNICA 163
(a)
(b) (c)
Figura 24. Vista geral do extremo leste do grande platô da Serra da Seringa. Observar ao centro a
formação de floresta de galeria ao longo das veredas e o padrão geral aberto da vegetação no
período de chuvas (a); Neossolo Quartzarênico Hidromórfico, característico das áreas centrais
e de má drenagem (b); e Neossolo Litólico, que predomina nas áreas de boa drenagem em meio
aos afloramentos de Quartzito (c).
Em geral, estes solos mais profundos e maldrenados da região central do platô são
provenientes do acúmulo do material quartzoso das bordas que se depositaram ao final das
vertentes, formando um sistema pantanoso/de vereda. Margeando esta área mal-drenada, em
relevo ondulado e forte ondulado, ocorrem solos rasos fortemente drenados com fase pedregosa
e rochosa (P12), arenosos, muito ricos em MOS (Quadro 17), influenciando uma CTC mais
elevada. São solos pobres em nutrientes que sustentam uma fitofisionomia de Cerrado entre o
Campo Rupestre nas áreas desprovidas de solo ou quando este é demasiado raso.
O sistema pedológico da Serra da Seringa, além de possibilitar a manutenção de
vegetações abertas em meio ao domínio de formações florestais densas e de grande porte,
apresenta solos arenosos fortemente drenados e ao mesmo tempo muito ricos em MOS, o
que não é comum, especialmente em condições tropicais úmidas.
PEDOLOGIA
164 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
marcante do estuário amazônico, pela enorme carga sedimentar trazida pelo rio Amazonas
e pelas fortes marés.
O litoral da ilha de Marajó e o do Amapá, na foz do Amazonas, possuem características
flúvio-marinhas e subdivide-se em dois ecossistemas: de mata e campos naturais, além
de savana parque nos terraços em níveis mais elevados da ilha. A presença do mangue
nas planícies de maré contrasta com os solos e a vegetação da várzea fluvial. O relevo é
suave ou plano sobre os sedimentos do Quaternário antigo, e recente em poucos restos
do Terciário, correlato ao Grupo Barreiras. Nas depressões e nos terraços ligeiramente
mais altos, ainda que hidromórficos, ocorrem Plintossolos e Planossolos. Nas áreas de
manguezais, há presença de solos hidromórficos e halomórficos (antigos Solonchacks) de
difícil classificação, mas geralmente enquadrados como Gleissolos Tiomórficos e Sálicos.
De maneira geral, os Gleissolos (Háplicos ou Sálicos) ocupam 68 % da área total mapeada.
Na faixa costeira de cordões arenosos um pouco ao norte de Pesqueiro, assim como
na fachada atlântica da Amazônia, os Espodossolos são mais comuns que os Neossolos
Quarztarênicos e podem ser classificados como Espodossolos Ferrihumilúvicos,
Hidromórficos arênicos ou espessarênicos, com alguns raros dúricos. Os horizontes
espódicos (Bhs) possuem iluviação expressiva de MOS e Fe e, possivelmente, quantidades
significativas de Fe e Al extraíveis pelo oxalato, como preconiza o Sistema Brasileiro, com
a ressalva de que os limites ainda devem ser estabelecidos para tais solos.
À retaguarda dos cordões arenosos, ocorrem extensos manguezais, que são
associados com solos indiscriminados de mangue (RADAMBRASIL, 1974), halomórficos
e hidromórficos, normalmente Gleissolos Salinos ou Háplicos (Quadro 18). Os Gleissolos,
por representarem ambientes de baixa energia de deposição (“águas calmas”), apresentam
predominância das frações mais finas (argila e silte) e moderadas a elevadas quantidades
de matéria orgânica e de sais solúveis, em decorrência da proximidade e influência do mar.
Em razão do hidromorfismo, são de cores acinzentadas a pretas, com presença de
H2S, fracamente consolidados e podendo atingir vários metros de profundidade. A
combinação da matéria orgânica com a condição anaeróbia, as fontes de Fe reativo (óxidos
dos sedimentos) e as fontes de SO4 (água do mar) promovem a redução bacteriana do
sulfato a sulfeto, com consequente acúmulo sob a forma de pirita ou jarosita, originando o
processo de sulfidização (Breemen e Buurman, 1998).
Ao contrário da Região Sudeste, onde os solos de mangues podem ser muito ricos em
matéria orgânica, formando Organossolos Tiomórficos (Hêmicos ou Fíbricos) profundos
(Lani, 1998; Prada-Gamero et al., 2004), no litoral amazônico tais solos (Organossolos
Tiomórficos) praticamente não ocorrem. Podem ocorrer, contudo, manchas de Gleissolos
Tiomórficos Hísticos, sódicos ou não, mas não Organossolos típicos.
De maneira geral, todos os solos costeiros revelam influência marcante da água, pluvial,
fluvial ou marinha, podendo ocorrer desde Espodossolos e Neossolos Quarzarênicos
nos cordões e terraços arenosos até Gleissolos Tiomórficos e Neossolos Flúvicos (antigos
Aluviais).
Continuando a ligeira elevação a partir dos mangues, sobe-se a um nível de tabuleiro ou
terraço intermediário, com Plintossolos Hidromórficos (antigas Lateritas Hidromórficas),
com abundante plintita e hidromorfismo menor que os Gleissolos. Subindo um pouco
mais, têm-se os Tabuleiros de Soure até Condeixas, com Latossolos Amarelos típicos, única
faixa bem-drenada de toda a ilha de Marajó. Após os tabuleiros, há uma suave queda
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 165
para os Plintossolos, e daí aos Gleissolos Háplicos do interior da ilha (Lago de Arari), com
eventuais manchas de Gleissolos Melânicos e Planossolos.
Quadro 18. Análises químicas e físicas de perfis de solos das áreas costeiras de Marajó, Pará
pH Cor
Horizonte P K Na Ca Mg Al H+Al SB T V m COT Prem AG AF Sil Arg
H2O úmida
(cm) mg dm-3 ----------------------------------- cmolc dm-3 ------------------------------------ --- %---- dag kg-1 mg L-1 -------- dag kg-1 --------
A1 (0-18) 5,5 0,29 0,41 1,95 2,48 6,64 1,26 4,78 11,48 17,52 66 10 1,37 - 10YR 5/8 - 5 56 39
Eg (18-38) 5,0 - 0,31 1,66 1,68 5,04 2,09 4,59 8,69 15,37 57 19 0,82 - 10YR 5/6 - 8 57 35
Bg (38-80) 4,4 - 0,30 6,29 1,60 6,56 1,18 4,20 14,75 20,63 71 7 0,59 - 10YR 5/4 - 6 47 47
Cg1 (80- 5,3 - 0,46 9,79 1,56 9,20 0,21 2,75 21,01 23,97 88 10 0,44 - 10YR 5/6; - 2 47 51
106) 10YR 5/6
Cg2 (106-
4,8 0,58 0,47 10,58 2,40 11,84 0,64 3,74 25,29 29,67 85 25 0,99 - 2,5YN5/ - 3 43 54
136+)
A (0-18) 4,4 0,29 0,20 0,28 0,45 0,09 7,62 10,37 1,02 19,01 5 88 2,40 - 10YR 3/1 - 44 15 41
ABg 4,6 <0,29 0,17 0,70 0,15 0,06 7,09 4,52 1,08 12,69 8 67 1,02 - 10YR 5/1; - 36 10 54
(18-46) 2,5YR 5/8
Cg (46- 4,5 <0,29 0,10 2,30 0,50 0,12 6,32 3,60 3,02 13,23 3 68 1,64 - 10YR 5/1; - 26 19 55
105+) 10/YR
4/8
A1 (0-9) 4,0 - 0,08 0,06 0,56 0,24 0,40 2,51 0,94 3,85 24 30 0,87 - 10YR 3/1 28 63 9 -
A2 (9-19) 4,7 - 0,06 0,03 0,40 0,16 0,10 0,90 0,65 1,65 39 13 0,03 - 10YR 3/2 23 71 5 1
E1 (19-50) 4,7 - 0,04 0,02 0,28 0,12 0,40 1,25 0,46 2,11 22 46 0,02 - 10YR 6/2 20 76 3 1
E2 (50-53) 4,6 - 0,04 0,02 0,16 0,16 0,30 1,15 0,38 1,83 21 44 0,02 - 10YR 4/2 23 73 2 2
Bh1 7,5YR
5,4 - 0,05 0,03 0,24 0,32 0,70 3,78 0,64 5,12 12 52 0,04 - 23 72 2 3
(53-77) 4/4
Bh2 (77-
4,9 - 0,05 0,03 0,16 0,16 2,54 0,61 0,48 3,63 13 84 0,02 - 10YR 5/3 23 71 2 4
104)
Ap (0-34) 5,0 0,28 0,04 0,05 0,65 0,49 2,04 2,50 1,63 6,17 26 55 2,06 - 10YR 3/1 25 43 14 18
E (34-59) 4,9 0,28 0,03 0,05 0,41 0,25 1,65 4,43 0,64 6,82 41 72 0,74 - 10YR 4/3 28 42 10 20
BA (59-
4,9 - 0,03 0,04 0,49 0,24 1,63 2,24 0,80 4,67 17 67 0,31 - 10YR 5/4 27 43 9 21
90)
Bf (90-
4,9 - 0,03 0,04 0,49 0,16 1,62 0,86 0,72 3,20 23 69 0,09 - 10YR 7/8 22 44 13 21
133)
BCc (133- 4,9 - 0,03 0,03 0,32 0,24 2,03 0,81 0,62 3,46 18 77 0,10 - 10YR 7/8; 22 39 11 28
170+) 2,5YR
3/6;
10YR 6/6
Fonte: Projeto RADAMBRASIL, Folha Belém (RADAMBRASIL, 1974). A nomenclatura de horizontes foi atualizada.
Pedologia
166 Carlos Ernesto G. R. Schaefer et al.
Os estudos pioneiros dos solos de Marajó foram realizados pelo projeto RADAMBRASIL
(RADAMBRASIL, 1974) e posteriormente detalhados por Cerri e Volkoff (1988). A ilha
de Marajó apresenta, sob vegetação de campo, uma ampla variedade de Planossolos e
Gleissolos (Háplicos, Melânicos, distróficos ou eutróficos, sálicos ou sódicos), com argilas
de alta e baixa atividade, em situação de difícil separação no campo (RADAMBRASIL,
1974). Os Planossolos estão em cotas ligeiramente mais elevadas que os Gleissolos, e podem
ocorrer Vertissolos ou solos vérticos em depressões intermediárias. Estudos mineralógicos
da fração argila destes solos distróficos da ilha de Marajó, desenvolvidos sobre sedimentos
fluviomarinhos argilosos, evidenciam caulinita, ilita e montmorilonita. O teor de carbono
orgânico total aumenta com o grau de hidromorfismo, sem formar, contudo, Organossolos.
A matéria orgânica é bastante humificada e aproximadamente 50 % do húmus é constituído
de ácidos húmicos e fúlvicos extraíveis por reagentes alcalinos.
O Litoral da Amazônia é uma das regiões menos conhecidas pedologicamente em
todo o Brasil. Estudo recente do IBGE revela que as maiores concentrações de carbono
orgânico nos solos da Amazônia estão em áreas de mangue (250 toneladas por hectare
(t/ha) até 1 m de profundidade), em comparação à média para os solos da Amazônia que é
de 95 t/ha. Isso denota sua importância como reservatório de carbono terrestre.
Pedologia
III - Solos da Região Amazônica 167
AGRADECIMENTOS
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