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RESUMO: A busca pelo melhor desempenho estrutural sintetiza um dos principais objetivos
da otimização estrutural na área da engenharia. No processo de otimização, aplicar as restrições
de flambagem e limitação de esbeltez normatizadas é fundamental para aproximar os resultados
da realidade. Neste estudo, implementou-se o método TLBO para a otimização de treliças
espaciais, restringindo a carga crítica de flambagem e índice de esbetez, tendo como função
objetivo a minimização do peso. O método foi aplicado a dois exemplos da literatura e uma
torre transmissão, com uma abordagem mais realista que, por meio do fator de segurança,
considera o comportamento plástico para restrição de carga crítica de flambagem. Nos dois
primeiros casos, como esperado, houve um aumento no peso ideal quando se considerou a carga
crítica de flambagem, chegando a aumentar 102,86%. Quando se restringiu o índice de esbeltez
dos elementos, a solução teve um aumento do peso ideal, chegando a aumentar 296,52% em
relação ao caso normal e a 92,03% com relação ao caso restringindo apenas a carga crítica de
flambagem. Para o terceiro caso, considerando restrição da carga crítica de flambagem e
esbeltez, o TLBO convergiu para um resultado melhor que o estudo de referência, que aplicou
o método dos algoritmos genéticos, uma redução de 15,02% no peso ideal, demostrando a
eficiência do método TLBO.
Palavras-chave: Treliça 3D. TLBO. Carga crítica de flambagem. Indice de Esbeltez.
ABSTRACT: The search for the best structural performance synthesizes one of the main
objectives of structural optimization in the engineering area. In the optimization process,
applying the standard buckling constraints and limitation of slenderness is the basis for bringing
the results closer to reality. In this study, the TLBO method for space truss optimization was
implemented, restricting the critical buckling load and slenderness ratio, and the objective
function for weight minimization. The application of the method was performed in two
reference cases and a transmission tower with a more realistic approach that, through the safety
factor, considers the plastic behavior for critical buckling load constrit. In the first two cases,
as expected, there was an increase in ideal weight when considering the critical buckling load,
increasing to 102.86%. By restricting the slenderness of the elements, the solution again
increased the ideal weight, rising to 296.52% from the normal case and 92.03% from the case
by restricting only the critical buckling load. For the third case, considering the critical buckling
1 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade do Estado de Mato Grosso - Tangará da Serra / MT -
felipefaustinokunz@hotmail.com
2 Prof. Dr. adjunto no Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Maria – Santa
Maria / RS - reneqr87@gmail.com
3 Prof. Ms. adjunto no Departamento de Engenharia Civil da Universidade do Estado de Mato Grosso, Tangará
da Serra / MT - lucasqmachado@gmail.com
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load and slenderness restriction, the TLBO converged to a better result than the reference study,
which applied the genetic algorithms method, a 15.02% reduction in the ideal weight,
demonstrating the efficiency of the TLBO method.
Keywords: 3D truss. TLBO. Critical buckling load. Slenderness ratio.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Treliça
A treliça é um dos principais tipos de estrutura e se apresenta como uma solução prática
e econômica em muitas situações. Alguns exemplos de aplicação estão na construção de pontes,
estruturas de cobertura, torres de transmissão e de telecomunicações, entre outras.
Por definição, as treliças são estruturas compostas por barras, retas e rígidas, submetidas
a carregamento apenas nos nós. Levando em consideração que suas extremidades são rotuladas,
por tanto, elas não têm momentos fletores nem esforços cortantes, existindo apenas esforços
normais (SUSSEKIND, 1981). Embora, na prática, as treliças podem ter as ligações realizadas
por solda ou parafuso além de imperfeições, o que pode gerar momento na estrutura e um
comportamento não linear (AUGENTI e PARISI, 2013).
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2.2 Flambagem
A peça estará em equilíbrio estável caso P ≤ Pcr e em equilíbrio neutro se P=Pcr , caso
P ≥ Pcr diz-se que o elemento está em equilíbrio instável. Estando em equilíbrio estável o
elemento permanece na posição inicial sem sofrer deslocamento lateral. Para o caso da coluna
ideal, teoricamente, esta permaneceria reta mesmo com o acréscimo de carga até a sua ruptura
ou escoamento. Contudo, quando a carga Pcr é atingida, uma pequena força lateral F é capaz
de causar a flexão da peça e permanecerá na posição fletida mesmo com a remoção da força F,
sendo que qualquer redução da carga em relação a carga crítica fará com que a peça se endireite
(HIBBELER, 2010).
Como visto, o ponto que separa o estado estável do instável é ponto de bifurcação, o
qual é representado pela carga crítica. Ao dimensionar um elemento estrutural, é esperado que
este permaneça em equilíbrio estável de forma que P ≤ Pcr . Como a flambagem é baseada na
resistência a flexão, o valor de Pcr pode ser determinado pela equação diferencial da viga, que
relaciona o momento interno M do elemento com a posição defletida, dada pela Equação (1):
d²v
EI dx² = M (1)
π²EI
Pcr = (2)
L²
Com isso, a tensão crítica de flambagem para a barras pode ser expressa pela Equação
(3):
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π²E
σcr = (3)
λ²
L
λ= (4)
r
Se λ < C
λ2
σcr = σy (1- )n (6)
2C2
5 3λ λ3
n= 6 + 8 - (7)
8C3
𝐶 = √2𝜋²𝐸/𝜎𝑦 (8)
Restrições 𝜎 𝐿 ≤ 𝜎𝑖 ≤ 𝜎 𝑈 (11)
𝜎 𝑐𝑟 ≤ 𝜎𝑗 ≤ 0 (12)
𝛿 𝐿 ≤ 𝛿𝑘 ≤ 𝛿 𝑈 (13)
𝑈
𝜆𝑖 ≤ 𝜆𝑗,𝑡 (14)
𝐴𝐿 ≤ 𝐴𝑖 ≤ 𝐴𝑈 (15)
𝑖 ∈ {1, 2, … , 𝑚}, 𝑗 ∈ {1, 2, … , 𝑚}, t ∈ {1, 2, … , 𝑚𝑡 }, 𝑘 ∈ {1, 2, … , 𝑛}
sendo W a função peso da treliça, m o número de membros, γ a massa específica do material,
para cada membro i, Ai a área da seção transversal e Li o comprimento, σi a tensão e 𝜆𝑖 é o índice
de esbeltez. Das restrições, σL é a tensão limite inferior que corresponde a tensão máxima de
compressão, σU é a tensão limite superior que corresponde a tensão máxima de tração, j designa
que o elemento está sobre compressão e σcr é a tensão crítica de flambagem descrita na seção 2.2,
AL e AU são os limites máximos e mínimos das áreas respectivamente, n o número de nós e para cada
U
nó k, δL e δ são os limites inferiores e superiores de deslocamento respectivamente, o limite
inferior e superior está associado ao deslocamento de coordenadas negativa e positiva
respectivamente, t designa membros sujeitos a tração e λU U
j e λt são os limites de esbeltez para
peso estrutural que satisfaça as restrições de projeto. Ainda segundo o autor, o valor da função
penalidade será proporcional ao valor das somas das violações.
O cálculo da penalidade de tensão é dado da seguinte forma:
𝑠𝑒 𝜎𝐿 ≤ 𝜎𝑐𝑟 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝜎𝐿 = 𝜎𝑐𝑟 (16)
𝑠𝑒 𝜎𝐿 ≤ 𝜎𝑖 ≤ 𝜎𝑈 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 ∅𝑒𝜎 = 0 (17)
𝜎𝑖 − 𝜎𝐿,𝑈
𝑠𝑒 𝜎𝑖 < 𝜎𝐿 𝑜𝑢 𝜎𝑖 > 𝜎𝑈 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 ∅𝑒𝜎 = | | (18)
𝜎𝐿,𝑈
forma que estes aumentem o nível de conhecimento. Rao et al (2011) mostra que o resultado é
proporcional ao nível do professor, ou seja, um professor melhor capacitado é capaz de mover
o conhecimento de uma turma de mesmo nível inicial a um patamar superior.
Além da fase onde o professor é o vetor orientador do processo entende-se que os alunos
podem interagir entre si e nesta fase eles serão protagonistas do processo compartilhando
conhecimento de forma colaborativa, o que também contribui para elevar o nível de
conhecimento da turma. A avaliação do desempenho de cada aluno é realizada por meio de
exame e o resultado é a nota. O resultado final da turma pode ser descrito pela curva normal de
probabilidade.
Como mencionado anteriormente, o método se divide em duas fases, a fase professor e
a fase aluno. Ambas serão descritas a seguir conforme Rao et al (2011) e com as modificações
propostas por Camp e Farshchin (2014).
Nesta fase, o método tenta modelar o efeito do professor sobre os alunos da classe, de
tal forma que os alunos tentam atualizar seu conhecimento de acordo com as informações
fornecidas pelo professor. A fase o professor irá incrementar conhecimento para cada aluno, ou
seja, todos os alunos sofrem a influência do professor. Na prática um professor só pode mover
o nível da sala a um nível limitado, proporcional a sua capacidade.
Esse processo é modelado pelas seguintes expressões matemáticas:
𝑘 𝑘
𝑋𝑛𝑜𝑣𝑜 (𝑗) = 𝑋𝑜𝑛𝑡𝑖𝑔𝑜 (𝑗) + ∆(𝑗) (28)
Rao e et al (2012) e Rao e Patel (2013) resaltam que o valor de TF não se trata de um
parâmetro, por que não é obrigatoriamente um valor de entrada como ocorre nos algoritmos
genéticos, por exemplo, pois seu valor pode ser gerado de forma aleatória pela Equação (30).
Neste trabalho foi utilizado o método TLBO modificado por Camp e Farshchin (2014)
que propuseram o cálculo da média baseada na aptidão de cada aluno por meio da média
ponderada, a princípio calculado por Rao et al (2011) de forma aritmética. O valor de M é obtido
pela seguinte expressão.
𝑋𝑘 (𝑗)
∑𝑁
𝑘=1 𝐹𝑘
𝑀(𝑗) = 1 (31)
∑𝑁
𝑘=1 𝐹𝑘
Esta fase corresponde a fase em que os alunos aprendem através da interação entre eles.
Nesta fase cada aluno da turma interage aleatoriamente com outro aluno da classe. Entende-se
que um aluno irá aprender coisas novas com outro que tenha mais conhecimento. Nessa fase,
cada aluno é comparado com outro aluno da turma. O processo de aprendizado nessa faze ocorre
da seguinte forma:
4 RESULTADOS
Três exemplos são tratados para discussão, os dois primeiros são exemplos de referência
e o terceiro é uma torre abordada por Galante (1996) e Rajeev e Krishnamoorthy (1992). Nos
dois primeiros exemplos, os resultados de Camp e Farshchin (2014) são comparados para
validação do código. O primeiro trata-se de uma treliça de 25 barras dividida em 8 grupos, o
segundo uma treliça de 72 barras divididas em 16 grupos e o terceiro uma torre de 160 barras
dividida em 16 grupos. Foi adotada a população de 75 alunos que, segundo Camp e Farshchin
(2014), é adequado para proporcionar bons resultados e eficiência computacional. O algoritmo
TLBO foi implementado para realizar no máximo 200 interações ou até que atinja a
convergência dos resultados. Adotou-se como critério de convergência o mesmo utilizado por
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Camp e Farshchin (2014) que a solução atingirá a convergência quando, realizada 2000
analises, não houver alteração na solução ideal. Os resultados são apresentados na forma de
seções transversais e o peso ideal.
Após validar o código, três situações foram analisadas para o problema, caso 1; sem
aplicar a restrição de flambagem e esbeltez, caso 2; aplicando a restrição de carga crítica de
flambagem e caso 3; considerando a restrição de carga crítica de flambagem e esbeltez. Para o
caso 1, o TLBO obteve o valor de 212,54 kg. Para o caso 2, o resultado convergiu para
348,51kg, um aumento de 63,94 % em relação ao caso 1. Para o caso 3, o peso ideal obtido foi
de 352,14 kg, aumento 65, 68 % de em relação ao caso 1.
Para este caso, validou-se o código usando variação discreta de área de seção transversal
com intervalo de 0,645 cm² a 19,355 cm² e incremento de 0,00645 cm². Camp e Farshchin
(2014) usaram o mesmo intervalo com variação continua. Nesse caso, o método convergiu para
o peso ideal de 167,698 kg menos que o valor de Camp e Farshchin (2014) de 172,198 kg. Os
resultados da otimização são mostrados na Tabela 5.
esbeltez acima de 200 chegando a 484,3, e 7 das barras tracionadas apresentaram esbeltez acima
de 300, continuando a alcançar ao valor de 1724,2.
A torre de treliça de 160 barras é ilustrada Figura 5. Essáatreliça foi resolvida por Rajeev
e Krishnamoorthy (1992), usando GA para minimizar o peso sem o critério de flambagem.
Galante (1996) também utilizou a mesma estrutura, otimizando-a para o caso aplicando
restrições de flambagem e esbeltez usando GA. Ambos os autores utilizaram 32 variações de
área de seção transversal retirada do manual AISC, que também são utilizadas neste problema.
Galante (1996) dividiu a estrutura em 16 grupos, o autor propõe esta divisão com o objetivo de
obter uma estrutura com pouca variação de perfis, afim de encontrar uma estrutura que facilite
a construção.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERENCIAS
AUGENTI, N.; PARISI, F. Buckling analysis of a long-span roof structure collapsed during
construction. Journal of Performance of Constructed Facilities, v. 27, n. 1, p. 77–88, 2013.
CAMP, C. V. Design of space trusses using big bang-big crunch optimization. Journal of
Structural Engineering, v. 133, n. 7, p. 999–1008, 2007.
HIBELLER, R. C., Resistência dos Materiais. 5. ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2010.
SÜSSEKIND J.C. Curso de Análise Estrutural: Estruturas Isostáticas. 6. ed. Porto Alegre:
Globo,1981. 1. v.