Você está na página 1de 108

ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS

CONSTRUTIVOS PARA EMPREENDIMENTOS


HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X
LIGHT STEEL FRAME

Bernardo Camargo Cassar

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de


Engenharia Civil da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do título de
Engenheiro.

Orientador: Jorge dos Santos

Rio de Janeiro
Setembro de 2018
ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA
EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X LIGHT
STEEL FRAME

Bernardo Camargo Cassar

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE


ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

X
Prof. Jorge dos Santos, D. Sc.
Orientador

X
Prof. Sandra Oda, D. Sc.

X
Prof. Wilson Wanderley da Silva

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL


SETEMBRO de 2018

ii
Cassar, Bernardo Camargo

Análise comparativa de sistemas construtivos para


empreendimentos habitacionais: Alvenaria convencional x
Light Steel Frame / Bernardo Camargo Cassar Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2018.

xiii, p. 95: iI.: 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso


de Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 84-95

1. Introdução 2. Empreendimentos Habitacionais 3.


Sistema Construtivo Alvenaria Convencional 4. Sistema
Construtivo Light Steel Frame 5. Análise comparativa
Alvenaria Convencional X Light Steel Frame 6. Conclusões.
I. Santos, Jorge dos II. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.
Título

iii
Dedico esse trabalho
a minha família pelo apoio incondicional e pela educação que recebi,
a minha namorada por me acompanhar por toda minha trajetória,
aos amigos e colegas de curso
e ao professor Jorge dos Santos pela paciência e orientação.

iv
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil

ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS PARA


EMPREENDIMENTOS HABITACIONAIS: ALVENARIA CONVENCIONAL X LIGHT
STEEL FRAME
Bernardo Camargo Cassar

Setembro, 2018

Orientador: Jorge dos Santos

Curso: Engenharia Civil

O presente trabalho apresenta uma análise comparativa entre os sistemas construtivos alvenaria
convencional, composta por estrutura reticulada em concreto armado e paredes de vedação em
blocos de alvenaria, e o Light Steel Frame para empreendimentos habitacionais. Dessa forma, é
apresentado um breve histórico dos empreendimentos habitacionais e da habitação no Brasil e
diversos aspectos pertinentes ao tema. São descritos também os aspectos do processo construtivo,
dos materiais, ferramentas e equipamentos utilizados, aspectos ambientais, de prazo, custo,
qualidade, durabilidade, desempenho, manutenção para cada um dos métodos construtivos. O
objetivo desse trabalho é, através dos dados levantados e utilizando indicadores mensuráveis
pertinentes, apontar vantagens e desvantagens, peculiaridades e diferenças entres os métodos
construtivos estudados.

Palavras-chave: Alvenaria convencional, Light Steel Frame, empreendimentos habitacionais.

v
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Engineer

CONSTRUCTION SYSTEMS COMPARATIVE ANALYSIS IN RESIDENTIAL


DEVELOPMENT: MASONRY X LIGHT STEEL FRAME
Bernardo Camargo Cassar

September, 2018

Advisor: Jorge dos Santos

Course: Civil Engineering

The following work presents an analysis between Light Steel Frame and masonry as constructive
methods for residential development. Therefore, it shows a historical contextualization and
specific aspects regarding the residential development in Brasil. Furthermore, it presents
characteristics of both constructive systems in regards of materials, tools and equipment,
environmental aspects, timeframe, cost, quality, durability, performance and maintenence. This
Works objective is to point out and analyze vantages and advantages of each system through the
acquired data and pertinent mensurable indicators.

Keywords: Masonry, Light Steel Frame, residential development.

vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Matriz da Norma de Desempenho. .............................................................................. 12
Figura 2: Viga de concreto simples (a) e armado (b). ................................................................. 21
Figura 3: Bloco cerâmico ............................................................................................................. 22
Figura 4: Execução de chapisco rolado. ...................................................................................... 24
Figura 5: Encunhamento. ............................................................................................................ 25
Figura 6: Esquema de encaixe do marco com a alvenaria. ......................................................... 28
Figura 7: instalação do contra marco. ......................................................................................... 29
Figura 8: Esquema de estrutura de cobertura em madeira. ....................................................... 30
Figura 9: Decréscimo da resistência à compressão com o aumento do fator água/cimento..... 35
Figura 10: Direção dos furos nos blocos cerâmicos. ................................................................... 38
Figura 11: Equipamentos e Ferramentas – Alvenaria. ................................................................ 42
Figura 12: Desempenho de acordo com a manutenção. ............................................................ 45
Figura 13: Seções de perfis para LSF. .......................................................................................... 50
Figura 14: Parabolt Expansível. ................................................................................................... 52
Figura 15: Verga na estrutura de LSF. ......................................................................................... 55
Figura 16: Estrutura de Laje de LSF. ............................................................................................ 57
Figura 17: Esquema de Laje Seca em LSF. ................................................................................... 58
Figura 18: Aplicação da lã de vidro. ............................................................................................ 59
Figura 19: Aplicação de Placas OSB. ............................................................................................ 60
Figura 20: As placas podem ser diferenciadas visualmente através das cores. As que possuem
colocação roxa ou branca são as Standard (ST), as verdes são resistentes à umidade (RU) e as
placas rosas são resistentes ao fogo (RF). ................................................................................... 61
Figura 21: Placas Cimentícias na estrutura de LSF. ..................................................................... 63
Figura 22: Parafuso com ponta broca. ........................................................................................ 65
Figura 23: Parafuso ponta agulha. .............................................................................................. 65
Figura 24: Tipos de cabeça de parafusos mais utilizados em ligações com LSF.
Respectivamente: cabeças lentilha, sextavada, panela e trombeta. .......................................... 66

vii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1984) .................................... 11
Tabela 2: Dimensões padronizadas dos blocos ........................................................................... 39
Tabela 3: Características dos blocos cerâmicos .......................................................................... 40
Tabela 4: Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4.................................................................... 43
Tabela 5: Vida útil dos diferentes sistemas da edificação........................................................... 46
Tabela 6: Perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas respectivas utilizações. .......... 53
Tabela 7: Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Steel Framing, ........................... 54
Tabela 8: VUP mínima - diversas normas. ................................................................................... 72
Tabela 9: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de
redução sonora de fachadas. ...................................................................................................... 73
Tabela 10: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de
redução sonora em paredes de geminação. ............................................................................... 74
Tabela 11: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: Reação ao
fogo. ............................................................................................................................................ 75
Tabela 12: Quadro de comparação dos sistemas de vedação: desempenho térmico. .............. 76
Tabela 13: Caracterização da obra conforme sistemas construtivos. ........................................ 77
Tabela 14: Custos diretos globais. ............................................................................................... 78
Tabela 15: Cronograma do empreendimento em alvenaria convencional. ............................... 79
Tabela 16: Cronograma do empreendimento em LSF. ............................................................... 80
Tabela 17: Vantagens e desvantagens - LSF e alvenaria convencional. ...................................... 81

viii
LISTA DE SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas.


IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LSF: Light Steel Frame.
NBR: Norma Brasileira.
OSB: Oriented Strand Board.
PMCMV: Programa Minha Casa Minha Vida

VUP: Vida útil de projeto.

ix
SUMÁRIO

1 Introdução .................................................................................................. 1
1.1 Contextualização do tema ...................................................................... 1
1.2 Justificativa da escolha do tema ............................................................. 2
1.3 Objetivo .................................................................................................. 2
1.4 Metodologia aplicada ............................................................................. 3
1.5 Estruturação do trabalho ........................................................................ 3

2 Empreendimentos habitacionais ................................................................ 5


2.1 Aspectos gerais ....................................................................................... 5
2.2 Aspectos históricos e evolução no Brasil ............................................... 6
2.3 Exigências da legislação aplicada e normalização técnica específica ... 8
2.3.1 NBR 15575 Norma de Desempenho .............................................................................. 10
2.3.1.1 Desempenho em uma edificação ..................................................................................... 10
2.3.1.2 Estrutura da norma .......................................................................................................... 11

2.4 Importância do segmento habitacional para a construção civil e para o


Brasil .......................................................................................................... 15
2.4.1 Importância socioeconômica ............................................................................................. 15
2.4.2 Déficit habitacional ........................................................................................................... 15

2.5 Métodos construtivos mais utilizados .................................................. 17

3 Sistema construtivo alvenaria convencional ........................................... 18


3.1 Alvenaria convencional Contextualização ........................................ 18
3.2 Aspectos do sistema construtivo .......................................................... 18
3.2.1 Fundação ........................................................................................................................... 19
3.2.2 Estrutura de concreto armado ............................................................................................ 19
3.2.3 Alvenaria ........................................................................................................................... 21
3.2.4 Revestimentos ................................................................................................................... 25

x
3.2.4.1 Forro ............................................................................................................................... 25
3.2.4.2 Revestimento de paredes ................................................................................................ 26
3.2.4.3 Revestimento de pisos .................................................................................................... 27
3.2.4.4 Pintura ............................................................................................................................. 27
3.2.5 Esquadrias ......................................................................................................................... 27
3.2.6 Cobertura ........................................................................................................................... 29
3.2.7 Instalações elétricas ........................................................................................................... 30
3.2.7 Instalações hidrosanitárias ................................................................................................. 31

3.3 Materiais utilizados .............................................................................. 31


3.3.1 Concreto armado ............................................................................................................... 32
3.3.1.1 Cimento .......................................................................................................................... 32
3.3.1.2 Agregados ...................................................................................................................... 33
3.3.1.3 Água ............................................................................................................................... 34
3.3.1.4 Aditivos .......................................................................................................................... 35
3.3.1.5 Aço ................................................................................................................................. 36
3.3.2 Alvenaria ........................................................................................................................... 37
3.3.2.1 Bloco cerâmico ............................................................................................................... 37
3.3.2.2 Argamassa ...................................................................................................................... 40
3.3.2.3 Tela metálica .................................................................................................................. 41

3.4 Equipamentos e ferramentas utilizados ................................................ 42


3.4.1 Alvenaria de vedação ........................................................................................................ 42
3.4.2 Concreto armado ............................................................................................................... 42

3.5 Aspectos de qualidade e desempenho .................................................. 43


3.6 Aspectos de manutenção e durabilidade .............................................. 44
3.7 Aspectos ambientais ............................................................................. 46
3.8 Aspectos de prazo e custo .................................................................... 47

4 Sistema construtivo Light Steel Frame ................................................... 49


4.1 Light Steel Frame Contextualização ................................................. 49
4.2 Aspectos do processo construtivo ........................................................ 51
4.2.1 Fundação ........................................................................................................................... 51

xi
4.2.2 Estrutura ............................................................................................................................ 52
4.2.2.1 Perfis .............................................................................................................................. 52
4.2.2.2 Estrutura vertical ............................................................................................................ 54
4.2.2.2.1 Painéis autoportantes ................................................................................................... 54
4.2.2.2.2 Painéis não estruturais ................................................................................................. 56
4.2.2.3 Estrutura horizontal ........................................................................................................ 56
4.2.2.4 Escadas ........................................................................................................................... 58
4.2.3 Fechamentos e revestimentos ............................................................................................ 58
4.2.3.1 Isolamento ...................................................................................................................... 58
4.2.3.2 Vedação .......................................................................................................................... 59
4.2.3.2.1 Placa OSB (Oriented Strand Board) ........................................................................... 59
4.2.3.2.2 Gesso acartonado ......................................................................................................... 60
4.2.3.2.3 Placa cimentícia ........................................................................................................... 62
4.2.3.3 Revestimento .................................................................................................................. 63
4.2.4 Instalações elétricas e hidrosanitárias ................................................................................ 63
4.2.5 Cobertura ........................................................................................................................... 64

4.3 Ferramentas utilizadas .......................................................................... 64


4.4 Ligações ................................................................................................ 64
4.4.1 Parafusos ........................................................................................................................... 64
4.4.1.1 Tipos de parafusos .......................................................................................................... 65

4.5 Aspectos de qualidade e desempenho .................................................. 66


4.6 Aspectos de manutenção e durabilidade .............................................. 67
4.7 Aspectos ambientais ............................................................................. 68
4.8 Aspectos de prazo e custo .................................................................... 68

5 Análise comparativa Alvenaria convencional X Light Steel Frame .... 70


5.1 Qualidade, desempenho e durabilidade ............................................... 70
5.1.1 Estrutura ............................................................................................................................ 70
5.1.1.1 Desempenho estrutural ................................................................................................... 70
5.1.1.2 Durabilidade ................................................................................................................... 71
5.1.2 Vedações ........................................................................................................................... 73

xii
5.1.2.1 Desempenho acústico ..................................................................................................... 73
5.1.2.2 resistência ao fogo .......................................................................................................... 74
5.1.2.3 desempenho térmico ....................................................................................................... 75

5.2 Custo e prazo ........................................................................................ 77


5.3 Vantagens e desvantagens .................................................................... 81

6 Conclusões .............................................................................................. 83
6.1 Sugestões para trabalhos futuros .......................................................... 83

7 Referências Bibliográficas ...................................................................... 84

xiii
1. Introdução

1.1 Contextualização do tema


Ao longo dos anos, com o crescimento populacional e a crescente demanda por
edificações ao redor do mundo, o avanço do setor da construção civil foi tão inevitável
quanto necessário. Com a evolução tecnológica e a necessidade por maior produtividade,
novos e mais eficientes métodos construtivos continuaram a ser desenvolvidos.

Paralelamente, no Brasil alguns métodos construtivos se consolidaram e adaptaram-se


melhor as condições locais. Comparando a indústria da construção civil brasileira com a
de outros países, é possível observar que existe uma demanda por métodos construtivos
mais eficientes e racionalizados nesses outros locais, o que fomenta e estimula o
desenvolvimento de outras técnicas construtivas.

Apesar de terem à sua disposição métodos construtivos diferentes, de aplicação


racionalizada, o construtor brasileiro, na maioria das vezes, decide pela utilização
daqueles métodos tradicionais, mais largamente utilizados em território nacional. Isso se
deve em parte graças a facilidade de se encontrar mão de obra barata para execução desses
sistemas. Essa mão de obra geralmente é caracterizada pela falta de qualificação
profissional, muitas vezes acarretando em uma baixa produtividade.

Existe, porém, um movimento contrário a essa resistência do mercado, cujo caminho,


segundo Dias (2001), passa necessariamente pela construção industrializada, com mão de
obra qualificada, otimização de custo mediante contenção do desperdício de materiais,
padronização, produção seriada e em escala, racionalização e cronogramas rígidos de
planejamento e execução. E apesar das empresas construtoras brasileiras serem
tradicionalmente resistentes a modernização dos seus meios de produção, a introdução de
inovações tecnológicas é a melhor forma para se atingir a industrialização dos processos
construtivos.

Logo, as empresas construtoras que tradicionalmente se mostravam resistentes a


modernização de seus meios de produção, são hoje pressionadas a investir em métodos
mais produtivos, assim como em produtos de melhor qualidade, em busca de maior
competitividade para garantir sua sobrevivência no mercado (SILVA, 2003).

1
Muito utilizado nos Estados Unidos, no continente Europeu e Japão, o sistema de Light
Steel Frame surge como uma boa solução de método construtivo para aqueles que buscam
uma maior racionalização e produtividade nas construções. Pode-se apontar como
principais características deste método a velocidade de execução, redução no desperdício
de materiais, maior leveza e execução total ou parcialmente a seco.

O LSF utiliza na sua estrutura perfis leves de aço galvanizado forjados a frio de espessura
variável, ligados entre si, formando uma estrutura interligada autoportante e projetada
para suportar cargas da edificação, sob a qual são fixados painéis de vedação interna e
externa.

Em contrapartida, a alvenaria tradicional de blocos cerâmicos é um dos sistemas


construtivos mais utilizados nacionalmente para vedação interna e externa. Os materiais
utilizados são de baixo valor econômico, resistentes, tem bom desempenho térmico e
acústico, além de serem facilmente encontrados no mercado nacional.

Segundo Figueiró (2009), a alvenaria é um sistema construtivo cuja utilização remota no


início da atividade humana (aproximadamente 4000 a. C.) na construção para vários fins.
Foram empregados blocos de diferentes materiais constituintes como argila, pedra e
outros. Obras que desafiaram o tempo estão presentes nos dias atuais como verdadeiros
monumentos com grande importância histórica utilizaram este sistema de blocos.

1.2 Justificativa da escolha do tema


O estudo realizado nesse trabalho tem grande relevância, visto que compara dois métodos
largamente utilizados mundialmente, com aplicações diversas. O presente trabalho
poderá auxiliar àqueles que buscam informações e aplicações para o Light Steel Frame,
método construtivo pouco difundido nacionalmente, assim como apresenta um tema que
tem coerência com a realidade da construção civil brasileira, marcada por desperdícios,
retrabalho e improdutividade em suas construções.

1.3 Objetivo
O Objetivo do trabalho é realizar uma comparação entre os processos construtivos de
Light Steel Frame e Alvenaria Convencional, na aplicação em empreendimentos
habitacionais, apresentando suas vantagens e desvantagens em termos de prazo, custo,
qualidade, durabilidade, manutenção e desempenho.

2
1.4 Metodologia aplicada
Como ponto de partida foi realizada revisão bibliográfica, mediante pesquisa de trabalhos
de conclusão de curso de graduação, monografias de cursos de especialização,
dissertações de mestrado e teses de doutorado, assim como a consulta de normas e
manuais e artigos pertinentes. Os textos e dados obtidos na pesquisa foram tabulados,
analisados e utilizados como base para a redação dos diversos itens da monografia.

1.5 Estruturação do trabalho


Capítulo 1 Introdução: fala sobre a importância do tema, os objetivos do trabalho,
justificativa para a escolha do tema, apresentar a metodologia utilizada na elaboração do
trabalho e a apresentação da estrutura da monografia.

Capítulo 2 Empreendimentos Habitacionais: contextualização caracterizando o que são,


quais são as principais peculiaridades, parâmetros, exigências legais aplicadas e
normalização técnica específica de empreendimentos habitacionais no Brasil. Narra em
síntese os principais sistemas construtivos nestes utilizados, sua importância para a
construção civil, para o país, dificuldades, vantagens e desvantagens.

Capítulo 3 Sistema construtivo alvenaria convencional: um levantamento bibliográfico


e dissertação sobre o tema. Apresenta os aspectos do processo, tecnologia, equipamentos,
ferramentas, mão de obra, outros recursos e dificuldades na implantação. Aspectos dos
materiais utilizados, aquisição, disponibilidade, armazenamento, manuseio, aplicação,
perdas, resíduos e dificuldades. Aspectos de qualidade, desempenho, ambientais, ciclo de
vida, prazo, custo manutenção e dificuldades na materialização.

Capítulo 4 Sistema construtivo Light Steel Frame: um levantamento bibliográfico e


dissertação sobre o tema. Apresenta os aspectos do processo, tecnologia, equipamentos,
ferramentas, mão de obra, outros recursos e dificuldades na implantação. Aspectos dos
materiais utilizados, aquisição, disponibilidade, armazenamento, manuseio, aplicação,
perdas, resíduos e dificuldades. Aspectos de qualidade, desempenho, ambientais, ciclo de
vida, prazo, custo manutenção e dificuldades na materialização.

Capítulo 5 Análise comparativa: considerando os atributos apresentados nos capítulos


anteriores, qualidade, desemprenho, durabilidade, prazo, custo e manutenção, apresenta

3
uma avaliação comparativa dos métodos por etapa construtiva. Demonstra as vantagens
e desvantagens de cada processo.

Capítulo 6 Conclusões: considerações finais do que foi extraído do trabalho, assim


como sugestões para trabalhos futuros.

4
2. Empreendimentos habitacionais
2.1 Aspectos gerais
A necessidade por encontrar abrigo, proteção, um local para descansar e renovar as
energias, comportamento instintivo que acompanha o homem desde os primórdios de sua
existência, foi o que provavelmente originou a criação do que hoje chama-se de
habitações ou moradias. O morar, que se pode definir como o ato de permanecer ou tardar
em um lugar, é um hábito humano imemorial que ultimamente estimulou o
desenvolvimento e construção de abrigos, bem como permitiu a sobrevivência frente aos
desafios do meio.

Allen e Iano (2013) falam a respeito das habitações:

N s constru mos porque a maioria das atividades humanas n o


pode ser desenvolvida em áreas abertas. Necessitamos de abrigo
contra o sol, o vento, a chuva e a neve. Precisamos de plataformas
secas e niveladas para nossas atividades. Com frequência
precisamos empilhar tais plataformas de maneira a multiplicar o
espaço disponível. Nessas plataformas, e dentro de nossos abrigos,
precisamos de ar, por vezes mais quente ou mais frio, mais ou
menos úmido que o do ambiente externo. Menos luz é necessário
durante o dia, e mais durante a noite, em relação a que nos é
oferecida pelo ambiente natural. Precisamos de serviços que
forneçam energia, comunicações, água e deposição de resíduos.
Portanto, reunimos materiais e os associamos de maneira formar
construções às quais chamamos edifícios, em uma tentativa de
satisfa er tais necessidades. (ALLEN e IANO, 2013)

Com o crescimento acelerado da população mundial nas últimas décadas, houve um


consequente aumento da urbanização. Segundo a revisão de 2018 do relatório
Perspectivas da Urbani a o Mundial (World Urbani ation Prospects), elaborada pela
Divisão das Nações Unidas para a População do Departamento dos Assuntos Econômicos
e Sociais (DESA), aproximadamente 55% da população mundial vive em áreas urbanas,
enquanto esse número chegava em 30% em 1950.

Consequentemente, a demanda por habitações sofreu um forte aumento, acompanhado


pelas crescentes taxas de urbanização ao redor do mundo, principalmente em centros
urbanos de médio e grande porte.

5
O crescimento populacional e urbano no Brasil seguiu a tendência da maior parte do
mundo, criando demanda pela construção de novas edificações e infraestrutura.

2.2 Aspectos históricos e evolução no Brasil


Ao longo dos séculos, a habitação no Brasil foi influenciada por fatores ligados a
processos históricos. A herança de colônia extrativista, a influência de diversas culturas
que habitaram o território brasileiro, assim como a forte presença indígena e africana,
notoriamente fizeram parte da construção da atual configuração habitacional brasileira.

Os índios, últimos habitantes do território brasileiro antes da colonização, utilizavam em


suas habitações os materiais que tinham a sua disposição na natureza. Sua maneira de se
construir e pensar como sociedade era essencialmente diferente de seus colonizadores.
Organizavam-se em aldeias e todas as construções seguiam padrões similares.

Já os portugueses trouxeram para o Brasil uma tecnologia de construção mais complexa,


baseada principalmente na utilização de tijolos e blocos, mas também utilizando materiais
naturais que encontravam a disposição. Nesse período, tais técnicas provindas da Europa
e adaptadas ao meio e às condições de trabalho coloniais, eram aplicadas a construção de
igrejas, fortalezas e edifícios. As obras não envolviam nenhum conhecimento teórico,
sendo conduzidas por mestres portugueses, militares ou padres instruídos no ofício
(VARGAS, 1994).

Segundo Telles (1984), a partir do século 17, construções feitas sem nenhum tipo de
planejamento ou projeto, utilizando como matéria prima pedra e cal, começam a se tornar
mais comuns. Muitas vezes executadas artesanalmente, pelo próprio morador ou com
ajuda de seus vizinhos e amigos, utilizava-se também materiais encontrados nos entornos
das edificações, utilizando técnicas como o adobe, taipa de pilão e o pau-a-pique. Em
locais mais nobres, pedra, barro, cal e até mesmo o tijolo eram utilizados.

A construção com tijolos continuou ao longo dos anos como um dos principais meios de
se fundamentar as construções. Com o avanço da sociedade brasileira, bem como de toda
a Europa, a forma de construir e pensar as casas começou a sofrer mudanças. A chegada
da família real portuguesa ao Brasil impulsionou o desenvolvimento do país e,
consequentemente, a urbanização das cidades (VARGAS, 1994).

6
Ainda segundo Telles (1984), com a chegada da corte portuguesa no Brasil, são criadas
escolas militares e de engenharia. Com isso, começam a ser aplicadas teorias e métodos
científicos às técnicas já estabelecidas. Em meados do século 19, a produção do setor de
construção deixa de ser realizada apenas para uso próprio e passa a atender o mercado.
Essa demanda foi criada em função da atividade cafeeira, com o adensamento de centros
urbanos. Surgem as primeiras habitações executadas com fins comerciais.

Vargas (1994) salienta que nesse período os conhecimentos tecnológicos, assim como as
propriedades dos materiais empregadas eram mal conhecidas. Além disso, os processos
e operações de construção eram deixados à prática empírica dos mestres de obra.

A medida que a produção do setor de construção civil passava a ser tratada como
mercadoria para atender as demandas do mercado, a produção dos seus insumos
começava a ser estimulada. Para suprir a demanda da época por construções, era
necessária uma produção industrializada de tijolos, que de acordo com Vargas (1994), foi
um dos primeiros materiais de construção industrializados, mesmo que precariamente,
vindo a substituir o processo artesanal da taipa nas edificações.

Outro ponto importante é a expansão da utilização do aço em construções. O ferro é um


componente presente na natureza e, por isso, possui registros de utilização desde o homem
ancestral. No entanto, a utilização desse minério era acidental e restrita a uma utilização
sem um objetivo direcionado.

A principal mudança observada, porém, foi a partir da Revolução Industrial. Com o início
da produção em massa de diferentes produtos, observou-se um progressivo aumento na
demanda por produtos metálicos, devido a descoberta da possibilidade e do manejo do
aço.

O aço, a partir da sua manipulação, tornou-se matéria-prima quase que essencial. Na


construção de casas e outras formas de moradia, a utilização do ferro e, posteriormente,
do aço se deu dentro de uma evolução na forma de pensar e conceber o processo de
produção de uma habitação.

Segundo Barros (1996), com o desenvolvimento do setor, as construções passaram a ser


mais verticalizadas. Consequentemente, os componentes estruturais passaram a ter
importância fundamental. Esse desenvolvimento das estruturas concentrou-se na
produção de estruturas de concreto. A alvenaria por sua vez passa a não mais ser utilizada

7
como elemento estrutural, uso que limita-se às edificações de um só pavimento, passando
a trabalhar apenas como elemento de vedação em edifícios altos. Com isso, o processo
construtivo tradicional para a construção de edificações passa a ser a estrutura de concreto
e alvenaria de componentes cerâmicos, sobretudo nas grandes cidades que na época
estavam em acelerado desenvolvimento.

A utilização do aço nas estruturas das edificações alavancou uma grande evolução na
concepção e execução destas. Incorporado às peças durante a concretagem, originando o
concreto armado, o aço teve importante influencia no mercado de construção brasileiro.

Sobre o assunto, pode-se observar:

A ine ist ncia de uma ind stria sider rgica e a influ ncia
da arquitetura europeia, principalmente através de seu
expoente Le Corbusier, iriam marcar a linguagem formal de
toda arquitetura moderna brasileira, que teve no uso do
concreto armado o componente estrutural básico,
constituindo-se no sistema construtivo principal da
construção civil, atingindo alto desenvolvimento
tecnol gico (CALDEIRA, 2001).
Dessa forma, nota-se que a utilização de um único material revolucionou a arquitetura
desenvolvida no Brasil. Além disso, a presença do ferro e do aço nas fundações de
diferentes casas pode desenvolver a forma de se estruturar a construção.

Com a disponibilização desses novos materiais e métodos construtivos no mercado, a


indústria da Construção Civil se desenvolveu de maneira espetacular. Passam a existir
diferentes maneiras de se conceber uma edificação, em especial pela correlação de outros
materiais com o aço industrializado.

A partir daí surge o conceito moderno de habitação brasileira. Com a evolução


tecnológica e a busca incessante por redução de custos, esse mercado está em constate
mudança até os dias de hoje.

2.3 Exigências da legislação aplicada e normalização


técnica específica
A construção de uma edificação é um processo de extrema complexidade, que exige
cuidados, tanto daqueles que são responsáveis pela sua elaboração, quanto por sua
execução. Por isso, ao longo dos anos foram criadas regulamentações e normas, com o

8
objetivo de estabelecer critérios e garantir a segurança das edificações, desde a concepção
do projeto até sua finalização.

Contudo, o que se observa é a estruturação de um sistema que ao mesmo tempo que


pretende auxiliar a população e garantir a segurança, desenvolve uma rotina burocrática
que cria barreiras para aqueles que tentam construir.

As construções precisam de um projeto aprovado pela prefeitura da cidade, de um


responsável para a certificação do atendimento do projeto e de pessoas que executaram o
projeto. Nas etapas seguintes, após a conclusão da construção, é necessário regulamentar
o prédio, com a certificação via cartório tanto do atendimento a planta aprovada no início
do projeto, como dos certificados de compra realizados.

Se a regulamentação das formas de atuação e de desenvolvimento do projeto se dão, em


grande parte, por meio de leis, paralelamente as normas técnicas exercem grande
influência nas construções. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é um
órgão voltado para a elaboração de diferentes normas que visam a normatização de
diferentes procedimentos dentro do país.

Em relação à construção civil, o guia de normas é bastante extenso, contando com a


regulamentação desde questões mais voltadas a própria estrutura e a execução do projeto,
até a forma como estes devem ser elaborados. Todos os envolvidos com construção civil
devem conhecer e observar as normas, pois a aplicação é uma necessidade presente, além
de ser obrigatório para que haja um bom desenvolvimento do projeto.

As normas mais citadas e utilizadas quando se trata especificamente de edificação de


prédio são:

a) ABNT NBR 14037 Diretrizes para elaboração de


manuais de uso, operação e manutenção das
edificações Requisitos para elaboração e
apresentação dos conteúdos.
b) ABNT NBR 5674 Manutenção de edificações
Requisitos para o sistema de gestão de manutenção.
c) ABNT NBR 15575 Edificações habitacionais
Desempenho.
d) ABNT NBR 16280 Reforma em edificações
Sistema de gestão de reformas Requisitos.

(Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Sindicato da


Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo, Secovi-SP,
2016.)

9
No entanto, existem diversas outras que devem ser conhecidas pelos envolvidos nas
etapas da construção e projeto.

2.3.1 NBR 15575 Norma de Desempenho


A NBR 15575 Edificações Habitacionais Desempenho tem enorme relevância para a
construção residencial e para o segmento habitacional. A norma estabelece parâmetros
técnicos que permitem a avaliação de um edifício residencial em diversos aspectos
relacionados a adequação às demandas dos usuários.

2.3.1.1 Desempenho em uma edificação


De forma geral, pode-se definir desempenho como comportamento durante o uso. Para o
caso das edificações, são as condições mínimas de habitabilidade necessárias, como
conforto térmico, conforto acústico, segurança e luminosidade, possibilitando a utilização
da edificação (SACHS e NAKAMURA, 2013).

Por serem conceitos relativos, ou seja, que podem ter sua percepção alterada de pessoa
para pessoa, podendo ser aplicados em lugares com condições climáticas diferentes e
utilizados de maneira diferente, é necessário estabelecer critérios para a avaliação e
determinação do desempenho.

Segundo a (ABNT, 2013), critérios de desempenho são especificações quantitativas dos


requisitos de desempenho, permitindo assim que haja uma determinação objetiva.
Baseados na norma ISSO 6241 (1984) e adaptados para a realidade brasileira, são
previstos doze critérios de desempenho de acordo com a Tabela 1:

10
Tabela 1: Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1984)

Fonte: Possam e Demoliner (2015).

Por definir requisitos e critérios de desempenho para as edificações, a NBR 15575 é de


suma importância para os empreendimentos habitacionais. Esta norma, que passou a
vigorar a partir de julho de 2013, tem o objetivo de promover a garantia do atendimento
de requisitos mínimos de desempenho em edificações e deve ser seguida por todas as
empresas no setor da construção civil.

2.3.1.2 Estrutura da norma


De acordo com Santos, Sposto e Melo (2014), a norma de desempenho visa atender às
demandas dos usuários das edificações habitacionais, independentemente das
características da edificação, de seus subsistemas e os materiais que a constituem. A
norma é aplicável em quaisquer subsistemas projetados, construídos, operados e
submetidos a intervenções de manutenção, que atendam às instruções específicas do
manual de operação, uso e manutenção.

A estrutura da norma divide-se em 6 partes:

1. Requisitos gerais;
2. Requisitos para os sistemas estruturais;
3. Requisitos para os sistemas de piso;
4. Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;
5. Requisitos para os sistemas de coberturas;
6. Requisitos para os sistemas hidrossanitários;

11
De acordo com o Guia para arquitetos na aplica o da norma de desempenho do
Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU, 2015), a norma foi organizada a
partir dos elementos da edificação, levando em consideração as condições de implantação
e as exigências dos usuários. Em cada parte da norma NBR 15575, os elementos da
construção devem seguir exigências relativas a diferentes aspectos: Segurança estrutural;
Segurança contra incêndio; Segurança no Uso e Operação, Desempenho Acústico;
Desempenho Térmico; Desempenho Luminoso; Estanqueidade; Saúde, Higiene e
Qualidade do Ar; Acessibilidade; Conforto Antropodinâmico e Tátil; Durabilidade;
Manutenibilidade; Impacto Ambiental.

Essa organização pode ser melhor observada na Figura 1:

Figura 1: Matriz da Norma de Desempenho.

Fonte: CAU, 2015.


A primeira parte, segundo o Guia Orientativo para Atendimento Norma ABNT NBR
15575/2013 (CBIC, 2013), versa principalmente a respeito das interfaces entre
diferentes elementos e sistemas, focando no desempenho da construção como um todo e
estabelecendo diretrizes para a implantação das edificações habitacionais.

12
A parte 1 também introduz o conceito de Vida Útil de Projeto (VUP), que talvez seja o
mais importante de toda norma. Define o período de tempo em que o sistema em questão
deverá fornecer e manter o desempenho esperado, dadas as condições de uso ideais e
feitas todas as devidas manutenções. (Nakamura, 2013)

Em seguida, as demais partes da NBR 15575, de 2 a 6, abordam cada elemento da


edificação e os requisitos pertinentes aos mesmos.

No item 2, que versa sobre o Desempenho Estrutural, são considerados os estados limites
último ELU (paralisação do uso da construção por ruína, deformação plástica excessiva,
instabilização ou transformação da estrutura, no todo ou em parte, em sistema hipostático)
e os estados limites de utilização ELS, que implicam no comprometimento ou prejuízo
da utilização da obra devido a fissuração ou deformação excessiva, comprometimento da
durabilidade da estrutura ou ocorrência de falhas localizadas que possam prejudicar a
estrutura em termos de desempenho (CBIC, 2013).

A segurança contra incêndio, terceiro item da norma, tem base em fundamentos de


projeto, ou seja, na implantação adequada do sistema de combate, prevenção, etc. Busca
o atendimento de propriedades de materiais e elementos da construção, como
ingnitibilidade, resistência ao fogo, entre outras, assim como a garantia de utilização de
dispositivos de detecção e combate ao fogo (CBIC, 2013).

A segurança no uso e na operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional


deve ser considerada na fase de projeto, especialmente em relação a utilização de
materiais ou execução de sistemas que contenham pontas e bordas cortantes, provoquem
queimaduras, ou qualquer potencial dano ao usuário, ou seja, a presença de qualquer
agente agressivo (CBIC, 2013).

Em termos de funcionalidade e acessibilidade, a norma define parâmetros mínimos para


que a habitação apresente compartimentação adequada e espaços suficientes para a
disposição de camas, armários, poltronas e os diversos utensílios domésticos. Além dos
espaços e pé direito mínimos, são estabelecidos critérios regulando a possibilidade de
ampliação de unidades térreas e o funcionamento de instalações hidráulicas, reportando-
se sempre que necessário a outras normas (CBIC, 2013).

O item que versa sobre o conforto tátil e antropodinâmico, estabelece critérios de


desempenho, com base nos princípios de ergonomia, na estatura média das pessoas e na

13
força física passível de ser aplicada por adultos e crianças, recomendando a forma e
limitando a força necessária para o acionamento de trincos, torneiras, entre outros
dispositivos, de maneira a trazer conforto ao usuário. Estabelece também planicidade
requerida para pisos, declividade de rampas, velocidade de elevadores, projeto de escadas
adequados, entre outros (CBIC, 2013).

A respeito do desempenho térmico, a norma visa garantir o conforto dos usuários,


trazendo condições adequadas para prática de atividades normais em uma habitação.
Além disso, a garantia do desempenho térmico adequado garante economia de energia, e
pode ser avaliado de forma simplificada, com base em propriedades térmicas das fachadas
e das coberturas, ou por simulação computacional (CBIC, 2013).

Para a garantia do desempenho acústico adequado nas edificações, a norma expõe a


necessidade da utilização de um isolamento acústico adequado das fachadas, coberturas,
entrepisos e paredes divisórias. Inclui também disposições para a isolação ao ruído
transmitido por impactos, fator extremamente importante para os entrepisos e coberturas
acessíveis, assim como critérios de isolamento do som aéreo (CBIC, 2013).

Sobre o desempenho lumínico nas edificações, a norma estipula níveis de iluminação


natural e artificial nas habitações, em contrapartida com a ABNT NBR 5413 que fala
apenas sobre a iluminação artificial requeridos para a realização satisfatória de várias
tarefas e atividades, para diferentes tipos de edificações, como habitações, escolas,
comércios, entre outros. A norma de desempenho reproduz as próprias exigências da
NBR 5413 para iluminação nas habitações, porém considerando a iluminação natural
(CBIC, 2013).

A NBR 15575 fala também sobre estanqueidade à água, de suma importância não só para
evitar processos que podem levar ao desgaste de materiais e componentes, mas sobretudo
para evitar proliferação de fungos, doenças respiratórias, entre outros problemas. As
exigências de estanqueidade à água englobam umidade ascendente do solo, percolação
de umidade entre ambientes internos da edificação e infiltrações de água de chuva (CBIC,
2013).

Os dois últimos itens da norma falam sobre a durabilidade e manutenibilidade, que estão
associados ao período de tempo que a habitação deve manter características aceitáveis de
desempenho, assim como as ações que devem ser tomadas para manter e promover as

14
características dos sistemas. Ambos conceitos estão diretamente relacionados a Vida Útil
de Projeto (VUP) (CBIC, 2013).

2.4 Importância do segmento habitacional para a


construção civil e para o Brasil
O segmento habitacional tem notória importância socioeconômica para o Brasil e
desempenha um papel fundamental no âmbito do desenvolvimento da economia
brasileira. É diretamente ligado aos segmentos da incorporação imobiliária, que envolve
as atividades voltas para a promoção e construção de edificações para comercialização.

Está diretamente ligado também com os problemas relacionados a demanda por


habitações no Brasil.

2.4.1 Importância socioeconômica


Historicamente, como foi descrito no início do capítulo, a construção civil e seu estado
de desenvolvimento estão diretamente relacionados com o crescimento do país. Segundo
a ABRAINC (2017), nos últimos sete anos, as atividades relacionadas à incorporação
imobiliária, ou seja, ligadas ao segmento habitacional brasileiro, anualmente, foram
responsáveis por 1,9 milhão de empregos em todo o País.

A atividade construtiva mobiliza, por meio da sua demanda, recursos e insumos de


diferentes setores da economia brasileira, tanto direta quanto indiretamente. Gera
emprego e renda para os participantes da cadeia produtiva, com destaque para a massa
salarial dos trabalhadores, induzindo aumento do consumo (ABRAINC, 2017).

Logo, é inegável a importância da construção civil para o país. Segundo dados do IBGE
(2016), esse setor representa aproximadamente 6% do PIB do Brasil. Além disso, em
termos de emprego, 8,48% da população ocupada trabalha na indústria da construção
civil.

2.4.2 Déficit habitacional


O déficit habitacional diversos componentes que o constituem: a coabitação de uma
moradia por mais de uma família distinta, vivendo em situação inadequada para o número
de pessoas ocupantes; a inadequação das habitações existentes, que engloba habitações

15
irregulares, como cortiços e favelas. Esse déficit está associado a moradias que estão em
risco, onde haja a necessidade de uma nova construção; o ônus excessivo do aluguel
urbano, correspondendo a parcela da população que vive em moradias alugadas com valor
de 30% de sua renda; e o adensamento de domicílios alugados, que corresponde aos
domicílios alugados que tem mais de três moradores por dormitório. Segundo estudos da
FGV (2014), o déficit habitacional atingia cerca de cinco milhões de moradias em 2014.

Ao longo dos anos, várias medidas foram tomadas pelo governo, de maneira a tentar
reduzir esse déficit. Porém, seria criado em 2009 um dos mais importante programas
assistencialistas, o Minha Casa Minha Vida. Visando atender a população de baixa renda,
somente na sua primeira fase de atuação, a Caixa Econômica Federal, instituição
responsável pelos desembolsos concedidos pelo Governo federal, liberou cerca de R$ 53
bilhões (CUNHA, 2012).

O PMCMV é um programa do Governo Federal, gerido pelo Ministério das Cidades e


operacionalizado pela Caixa Econômica Federal, que consiste na aquisição de terrenos e
construção ou requalificação de imóveis contratados como empreendimentos
habitacionais em regime loteamentos constituídos por casas ou apartamentos, ou
condomínios que após sua conclusão, são alienados às famílias que possuem renda
familiar mensal de até R$ 1.600,00, para uma classificação de empreendimento, ou até
uma renda de R$ 5.000,00 para outra classificação de empreendimento (CAIXA, 2018).

Em 14 de Junho de 2011, seguindo a política de crédito habitacional, foi lançado a


segunda fase do Minha Casa, Minha Vida. Essa nova etapa do programa terá recursos
entre R$ 120 bilhões e R$ 140 bilhões para financiar residências para famílias com renda
de até 10 salários mínimos por mês. Somente em 2011, até o início de junho, a Caixa
desembolsou R$ 25 bilhões em financiamentos imobiliários para todas as faixas de renda.
Em 2010, o volume atingiu o recorde de R$ 77 bilhões em crédito imobiliário (CUNHA,
2012).

Porém, segundo estudo da FGV (2014), Minha Casa Minha Vida só conseguiu reduzir
cerca de 8% deste déficit até o ano de 2015 (SANTOS, 2014). Mesmo com grandes
investimentos em moradia, o déficit habitacional ainda é um problema real no Brasil, mas
que ao mesmo tempo movimenta a economia, principalmente o setor de habitações da
construção civil, e tem grande importância socioeconômica.

16
2.5 Métodos construtivos mais utilizados
Para a construção de edifícios residenciais, o método construtivo mais utilizado no país é
o sistema convencional, com estrutura reticulada em concreto armado e vedação externa
em alvenaria de blocos cerâmicos ou de cimentos não estruturais. Em sua maioria, o
método executivo é feito no canteiro de obras, mediante emprego de ferramentas simples
e com emprego de grande contingente de mão de obra pouco qualificada, caracterizando
uma construção pouco industrializada e muito artesanal.

Já em habitações de baixa renda, além do método supracitado, a alvenaria estrutural é


muito utilizada, assim como o Light Steel Frame vem ganhando espaço nesse segmento.

17
3. Sistema construtivo alvenaria convencional
3.1 Alvenaria convencional - Contextualização
De acordo com Nascimento (2007), a alvenaria é um sistema construtivo de origens
milenares, que começou com o simples empilhamento de materiais, com o intuito de se
chegar a um fim desejado. De certo modo, esse método alcançou sucesso por meio dos
impulsos sofridos, provavelmente devido à uma economia mais estável com o tempo, a
maior preocupação com o aumento da competitividade do mercado. Sendo assim,
começou a surgir uma necessidade por elementos e estratégias distintas, que englobassem
todas as carências que a alvenaria até então não supria.

Segundo Azevedo (1997), alvenaria convencional se trata de construções realizadas com


as chamadas estruturas de fundação, ou seja, com vigas e pilares em concreto que são
calcados e moldadas por meio de moldes de madeira e com vedação utilizando blocos de
cerâmica, que são assentados com o uso da argamassa.

Conforme exposto por Santiago (2010), sistemas convencionais de construção como a


alvenaria, que utiliza blocos de cerâmica, por exemplo, são produzidos de forma lenta e
precisam de uma mão de obra em maior quantidade. Tal método apresenta algumas
características pouco vantajosas, como o grande desperdício de material utilizado, a falta
de padronização da execução do trabalho, dificuldade na fiscalização e controle de
qualidade dos serviços prestados, assim como a necessidade de um bom planejamento no
momento da execução.

No Brasil, a alvenaria convencional é um método tradicional, enraizado na cultura


habitacional brasileira. Por isso, o método mais utilizado para a construção de casas e
edifícios. Utiliza materiais simples, como cimento, blocos para vedação e aço, mas é
oneroso nos gastos com mão de obra e tem baixa produtividade (RAMALHO, 2003).

3.2 Aspectos do processo construtivo


No sistema construtivo da alvenaria convencional, utilizam-se diversos componentes e
diferentes processos. Conforme Bastos (2006), tem-se o concreto, um composto
homogêneo formado por cimento, água, agregado miúdo, agregado graúdo e ar, assim
como a vedação, composta por tijolos, argamassa e revestimento. Portando, a construção

18
em alvenaria convencional se divide em várias etapas, conforme descrito nos itens
seguintes.

3.2.1 Fundação
De acordo com Yazigi (2002), a base de uma construção possui a função de conduzir à
superfície do chão todo o peso e pressão que a estrutura fará sobre ela. Mesmo assim, a
base pode ser feita de modo a ser profunda ou plana. Quando se tem uma base de
superfície, é preciso se conduzir o peso da estrutura para o chão por meio de um arranjo
de pressão em cima da fundação. Em meio a esse tipo de função se encaixam as sapatas,
blocos, sapatas associadas, radiers e vigas de fundação.

Castro (2005) fala que a escolha do tipo de fundação para uma construção depende de
diversos fatores, como parâmetros do solo, nível do lençol freático, resistência,
topografia, profundidade até a camada resistente, entre outros.

Para o caso de habitações populares, ou seja, de baixa renda, de um pavimento, as opções


mais utilizadas são fundações diretas, como radier ou baldrame.

Quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as cargas ao


solo através de uma única estrutura, tem-se o que se denomina uma fundação em radier.
Os radiers são elementos contínuos que podem ser executados em concreto armado
protendido ou em concreto reforçado com malha de aço (MILITO, 2009).

3.2.2 Estrutura de concreto armado


É preciso fazer na construção, em seguida, a estrutura de concreto armado (seu esqueleto),
de acordo com Bauer (1994), e, depois, inicia-se a realização da alvenaria.

O concreto simples é um composto de água, agregados e cimento. Quando misturados em


uma dosagem específica, formam uma pasta. Tal composto pastoso é moldável e
maleável, tomando a forma da estrutura que o receber. Através da ocorrência de reações
químicas e da evaporação da água ao longo do tempo, passa por um processo de
endurecimento até se tornar uma estrutura monolítica (BASTOS, 2006).

Paralelamente, em termos de resistência, é possível comparar o concreto com uma rocha:


possui elevada resistência a compressão, porem baixíssima resistência a tração. Com a
adição de barras de aço na composição do concreto simples, a estrutura passa a resistir a

19
compressão e tração, compondo então o concreto armado. Trabalhando em conjunto, o
concreto e as barras metálicas conseguem dar grande estabilidade a uma estrutura
(BASTOS, 2006).

Bastos (2006) define concreto armado como a união do concreto simples e de um material
resistente à tração (envolvido pelo concreto) de tal modo que ambos resistam
solidariamente aos esforços solicitantes.

De acordo com Barros e Melhado (1998), as finalidades mais significativas das armaduras
são o seu uso a fim de amortecer as tensões de cisalhamento e tração, assim como
desenvolver a eficiência resistente dos elementos comprimidos. Barros e Melhado (1998)
também apresentam as fôrmas e atribuem três finalidades básicas ao seu sistema: formar
o concreto; controlar o concreto e suportá-lo até que consiga bastante resistência a fim de
suportar-se por si só, assim como dar a textura desejada à face do concreto.

Segundo a NBR 6118, elementos de concreto armado s o aqueles cujo comportamento


estrutural depende da aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam
alongamentos iniciais das armaduras antes da materiali a o dessa ader ncia .

É preciso salientar que interação entre o concreto e o aço traz inúmeras vantagens para
estrutura, além das características de resistência. Ao envolver o aço, o concreto cria uma
camada protetora que impede a corrosão do metal, aumentando muito a durabilidade e
resistência a intempéries do conjunto. Porém, essa proteção só é alcançada caso
respeitados os cobrimentos definidos na NBR 6118 que são obtidos durante a etapa de
cálculo da estrutura. Além disso, os coeficientes de dilatação são muito próximos, o que
facilita a interação entre as estruturas.

A Figura 2 ilustra a comparação entre o trabalho de uma viga moldada em concreto


simples (Figura 2.a) e outra moldada em concreto armado (Figura 2.b), ambas sob os
mesmos esforços solicitantes. Na viga da Figura 2.a é possível observar que no ponto
onde se concentram os esforços de tração, oriundos de um momento fletor, cujo ponto de
máximo se encontra no centro da peça, gerado pelas cargas aplicadas verticalmente, a
peça apresenta uma rachadura, culminando num colapso pela não resistência a esforços
de tração. Paralelamente, na Figura 2.b que apresenta uma viga em concreto armado, as
barras de aço absorvem os esforços de tração da estrutura, evitando o rompimento da
peça.

20
Figura 2: Viga de concreto simples (a) e armado (b).

Fonte: PFEIL 1989

Os principais componentes do concreto são a água, agregado miúdo, agregado graúdo,


cimento e ar. Podem ser adicionados outros compostos para conferir outras características
ao concreto, como pozolanas ou sílica ativa, assim como aditivos químicos diversos.

Existem diversas maneiras e tipos diferentes de métodos executivos para o concreto


armado. Porém, para efeito desse trabalho, não será descrito nenhum método específico
de execução, pois serão utilizados estudos comparativos realizados por outros autores.

3.2.3 Alvenaria
Segundo Rodrigues (2010), a alvenaria é o conjunto de elementos da construção civil,
resultantes da união de blocos justapostos fixados com argamassa, ou não, destinados a
suportar principalmente esforços de compressão ou simplesmente a vedação de uma área.

De acordo com a NBR 8042 (ABNT, 1992), um bloco (Figura 3) caracteriza-se como um
componente da alvenaria que possui furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às
faces que os contêm.

21
Figura 3: Bloco cerâmico

Fonte: Klein e Maronezi (2013).

Pode-se definir a alvenaria moderna como um conjunto coeso e rígido de elementos


unidos entre si por argamassa, formando uma parede. Esses elementos podem variar entre
diversos tipos de tijolos ou blocos, compostos por diversos materiais diferentes.

Portanto, a alvenaria de vedação, como o próprio nome sugere, tem o objetivo de fazer a
divisão, proteção e isolamento de cômodos entre si e entre o ambiente. O que significa
que a alvenaria não é só um sistema de vedação interna muito eficiente como também
desempenha funções de vedação externa.

Esta vedação vertical protege o edifício de agentes externos como chuvas e ventos, além
de dividir ambientes internos promovendo segurança e conforto dentro de um sistema
estruturado. Este processo de fechamento de vãos de paredes é utilizado na maioria das
edificações (Thomaz, 2001).

A alvenaria de vedação tradicional não utiliza projeto específico de alvenaria. As soluções


construtivas são improvisadas durante a etapa de execução. Porém, segundo Sabbatini
(2001), a alvenaria de vedação tradicional tem como principal vantagem a boa relação
custo-benefício dentre os outros materiais para vedação existentes, é um material de
construção econômico considerando-se os investimentos iniciais e de manutenção.

De acordo com Klein e Maronezi (2013), em construções de menor dimensão, assentam-


se, diretamente, as paredes alicerçadas nas fundações, podendo ser em cima de baldrame
ou radier ou na parte superior das vigas de concreto armado as quais seguram as sapatas
de fundação.

22
Para a realização das alvenarias, precisa-se utilizar o projeto completo arquitetônico, uma
vez que, nas planta de corte e planta baixa, mais precisamente, são apresentadas as
dimensões as quais precisam ser seguidas durante a construção da alvenaria.

Depois que o modelo de assentamento for escolhido, os blocos de canto podem ser
assentados, a fim de poderem funcionar como suporte a uma linha que será esticada entre
os blocos, contendo pregos colocados na argamassa das juntas com o objetivo de poderem
direcionar a colocação dos blocos da primeira fiada, os quais precisam ficar alinhados
completamente. Sendo assim, de acordo com Bauer (1994), completa-se a primeira fiada
da alvenaria, notando-se o nivelamento na horizontal utilizando um nível de bolha, com
a régua de pedreiro como apoio, fazendo deste modo em todas as extremidades, cantos e
cruzamentos.

Em seguida, as guias prumadas são levantadas tendo a cautela suficiente para que fiquem
completamente na vertical - de prumo - e com a colocação dos blocos de modo que as
fiadas de cada junta fiquem desencontradas. Feito isso, as próximas fiadas podem, uma a
uma, ser assentadas até que se alcance a altura pretendida.

Deve-se observar os seguintes detalhes quando da execução das


alvenarias:
a) As juntas da argamassa de assentamento devem ser de 1,0
a 1,5 cm;
b) Sobre as aberturas das portas e janelas deverão ser
colocadas vergas, que são
c) pequenas vigas de madeira ou de concreto, para resistir aos
esforços da alvenaria sobre as aberturas [...]. As vergas de
madeira não devem ser colocadas em vãos superiores a 3 m
ou para esquadrias metálicas. As de concreto poderão ser
prémoldadas ou concretadas no local, com altura mínima
de 10 cm e a largura da parede;
d) No caso das construções com estrutura independente de
concreto armado, ao se levantar a parede, é necessário
deixar um espaço entre a última fiada de tijolos e a viga.
Esse espaço, com 20 cm aproximadamente, deve ser
preenchido com tijolos maciços assentados inclinados,
chamando-se a esse procedimento aperto de parede .
e) Sua função é comprimir a alvenaria levantada contra a
estrutura de concreto, de modo a evitar o surgimento de
trinca de retração na alvenaria. É preciso esperar cerca de
sete dias de cura da argamassa, para ent o reali ar o aperto
da alvenaria [...];
f) Uma parede ao encontrar-se com outra deve ser amarrada ,
para n o ocorra trincamento nesse encontro.
(PENTEADO E MARINHO, p 23 - 24, 2011)

23
Segundo Borges (1996), no momento da realização da construção é essencial não somente
que os blocos sejam amarrados entre si, mas também que eles sejam dispostos de tal forma
que se fixem aos materiais de concreto armado juntamente com as vigas e pilares. Tais
fixações e amarrações possuem a possibilidade de serem feitas por meio do chapisco
grosso utilizando argamassa feita de cimento com areia (Figura 4), além, de terem de se
juntar a cada duas fileiras de tijolo com o uso ainda de aço nos pilares e vigas poderão
ajudar a ligar a construção.

Figura 4: Execução de chapisco rolado.

Fonte: CONSTRUCAOCIVILTIPS, 2016.

Para as vergas e contravergas, pode-se utilizar peças pré-moldadas, fazer a concretagem


diretamente na parede, utilizando formas de madeira, ou utilizando canaletas. Segundo
Oliveira (2012), para as aberturas de vãos de esquadrias em alvenarias deve-se utilizar
vergas e contravergas para a melhor distribuição de cargas e evitar o colapso localizado
nessas aberturas. São elementos estruturais, mais usualmente em concreto armado, que
funcionam como vigas. As vergas são utilizadas na parte superior de portas e janelas, e
as contravergas são utilizadas na parte inferior de janelas.

Yazigi (2002) ainda chama a atenção para a junção das paredes e das lajes ou dos fundos
de vigas, tendo em vista que se tratam de locais de alteração dessas estruturas com o
objetivo de não haver quebras ou rachaduras. Ainda é preciso que haja um destacamento

24
das alvenarias para que a fileira conclusiva da construção possua uma amarração chamada
de encunhamento ou aperto da alvenaria .

O encunhamento se trata de um processo que pode ser realizado de duas maneiras: logo
depois da secagem da argamassa que foi utilizada para assentar a antepenúltima fileira,
situação que poderá durar até sete dias, sendo que as fileiras conclusivas de tijolos
maciços devem estar em um inclinação de 45 graus quando comparadas às demais fileiras
da construção, e sempre por meio da utilização da argamassa, conforme a Figura 5.

Figura 5: Encunhamento.

Fonte: FORUMDACONSTRUCAO, 2018.

Outro m todo se trata da utili a o da argamassa com aditivo e pansor , por meio do
qual a construção é feita até a execução da última fileira, e apenas no momento da junção
da laje ou do fundo de viga é que o enchimento utilizando a argamassa com aditivo
expansor é realizado (YAZIGI, 2002).

3.2.4 Revestimentos
Existem diversos tipos de revestimentos que podem ser utilizados nas construções, como
pintura, textura, revestimento cerâmico, gesso, entre outros. Deve-se levar em
consideração, porém, o local onde será aplicado e as condições as quais será submetido,
como intempéries, umidade, se será aplicado em área molhada ou seca (OLIVEIRA,
2012).

25
3.2.4.1 Forro

O forro tem por objetivo de compor arquitetonicamente o ambiente, além de protegê-lo e


gerar isolamento acústico e térmico. Os elementos utilizados para a realização do foro
podem ser de diversos tipos como por exemplo gesso, madeira, metal, PVC, entre outros.

Ele pode definir a concepção do cômodo ou ambiente em que ele é utilizado de forma a
prover sensação de conforto aos usuários. Assim, a escolha do forro deve ter como
objetivo uma boa adequação com a funcionalidade e conforto da construção, levando em
conta também se a iluminação será embutida nele ou não, se sua utilização melhora o
conforto termoacústico para o usuário (AZEVEDO, 2004).

De acordo com Yazigi (2002), o forro se trata de uma proteção ou revestimento das faces
internas dos planos da estrutura da cobertura e está diretamente relacionado ao conforto
térmico e acústico assim como o acabamento estético da edificação. Além disso, o autor
chama atenção para o material e elementos utilizados para a confecção, pois cada um
exige um tipo de método próprio para a realização. Por exemplo, no caso de casas mais
populares é comum encontrar forros de madeira ou até mesmo PVC.

Conforme Milito (2009), forros feitos de madeira possuem lâminas de madeiras como
pinho, pinus, ipê e jatobá em sua confecção, podendo ser fixados por meio de pregos em
uma disposição de ripas, chamada de entarugamento .

Já os forros que são feitos em PVC, em sua grande maioria, podem ser executados em
placas duras e firmes ou em móveis, tendo como modo de realização algo bem próximo
dos forros de madeira, e ainda assim apresentando a leveza, suavidade e um melhor
acabamento como superioridade quando comparado à madeira (YAZIGI, 2002).

3.2.4.2 Revestimento de paredes


Os revestimentos em paredes de alvenaria envolvem a utilização de argamassa para sua
aplicação. Segundo Azevedo (2004), existem tipos distintos de argamassa, utilizadas com
funções específicas: Argamassa de aderência, utilizadas para chapisco; argamassa de
regularização, utilizada no emboço; e argamassa de acabamento, utilizada no reboco.

O chapisco tem o objetivo de promover aderência na superfície, podendo sendo aplicada


diretamente no bloco cerâmico ou em peças estruturais de concreto, proporcionando
condições de aspereza em superfícies muito lisas e com baixa porosidade. O chapisco é
26
utilizado para preparar tais superfícies, criando aderência suficiente para receber as
demais camadas de revestimento (AZEVEDO, 2004).

O emboço tem a finalidade de regularizar a superfície, dada a natureza irregular da parede


de alvenaria, assim como atuar como camada protetora contra a umidade, por exemplo
(AZEVEDO, 2004).

Ainda segundo Azevedo (2004), o reboco e o emboço são, usualmente, aplicados como
uma única camada, o emboço paulista. O emboço paulista serve como camada de
acabamento para receber pintura ou a argamassa colante, para receber o revestimento
cerâmico.

3.2.4.3 Revestimento de pisos


O revestimento de piso deve ser aplicado uma vez que a estrutura da laje esteja
completamente preparada e devidamente impermeabilizada. Deve ser executado o
contrapiso, de maneira a regularizar a superfície. O assentamento de revestimentos no
piso se assemelha ao revestimento cerâmico nas paredes, com a utilização de argamassa
colante e acabamento com rejunte. Podem ser utilizados diferentes tipos de revestimento,
como a madeira, piso cerâmico, cimento queimado, pedra, entre outros (AZEVEDO,
2004).

3.2.4.4 Pintura

A pintura tem como finalidade não só agregar valor estético a edificação, mas também
evitar a deterioração causada por intempéries, formando uma película resistente, que
também auxilia no processo de limpeza, lavagem e desinfecção. A escolha de cores claras,
por exemplo, pode-se obter um interessante conforto térmico, pois a luz solar reflete em
sua superfície, portanto tem grande importância em termos de desempenho (AZEVEDO,
2004).

3.2.5 Esquadrias
Os componentes das portas instaladas no sistema convencional (Figura 6) constituem um
sistema funcional, cujos elementos são: batente ou marco; guarnição (alizar); folha ou
folhas; e ferragem (POZZOBON, 2007).

27
O batente é o elemento fixo que é instalado junto ao vão da parede. O batente possui um
rebaixo em sua superfície, onde a folha se encaixa, conhecido como jabre. O alizar
compõe o acabamento da porta, instalado entre o marco e a alvenaria, e a espuma
expansiva auxilia na fixação do marco na alvenaria, com a finalidade de eliminar vazios
e evitar que o marco empene (POZZOBON, 2007).

Figura 6: Esquema de encaixe do marco com a alvenaria.

Fonte: Pozzobon, 2007.

É possível encontrar diversos tipos de esquadrias para janelas no mercado, como PVC,
alumínio, ferro, madeira, entre outros (BORGES, 1998).

A instalação da esquadria de alumínio tem início com a colocação do contra marco. Este
deve ser instalado levando em conta o nível e o prumo, pois se o contra marco não estiver
alinhado com a alvenaria e estrutura, a esquadria não será instalada corretamente,
acarretando em problemas ao usuário e prejudicando a estética da fachada da edificação.
Como é possível observar na Figura 7, as taliscas devem ser posicionadas de maneira a
indicar o plano final de acabamento com a alvenaria e as grapas devem ser chumbadas na
mesma (POZZOBON, 2007).

28
Figura 7: instalação do contra marco.

Fonte: Pozzobon, 2007.

3.2.6 Cobertura
As coberturas têm como função principal a proteção das edificações, contra a ação das
intempéries, atendendo às funções utilitárias, estéticas e econômicas. As coberturas mais
comuns são as de telha, com estrutura de madeira como: concreto, cerâmico,
fibrocimento, entre outros (OLIVEIRA, 2012).

Segundo Borges (2009), pode-se dividir o telhado em duas principais estruturas:


madeiramento e cobertura.

Na cobertura telhado de telhas cerâmicas ou de concreto, utilizam-se por metro quadrado


em média 15 a 16 telhas, enquanto o caimento deve ser de no mínimo 35% de inclinação.
Já para a cobertura de fibrocimento com ondulação de 6mm e 8mm, o caimento mínimo
deve ser de 22% (BORGES, 1998).

Ainda segundo Borges (2009), pode-se subdividir o madeiramento em armação e trama.


A armação é a parte estrutural do madeiramento, constituída por tesouras ou treliças,
cantoneiras, escoras, entre outros. Utiliza-se mais comumente a peroba, por suas
características de resistência ao apodrecimento e por não ser tão dura quanto o ipê,

29
cabreúva, entre outros. Ao se calcular e projetar uma tesoura deve-se usar bitolas
comerciais para não encarecer demasiadamente a estrutura. A trama é constituída de
terças, caibros e ripas, que se apoiam sobre a armação e, por sua vez, servindo de apoio
às telhas. A Figura 8 ilustra um esquema de uma estrutura de cobertura em madeira.

Figura 8: Esquema de estrutura de cobertura em madeira.

Fonte: Oliveira, 2012.

3.2.7 Instalações elétricas


De acordo com Oliveira (2012), para se executar as instalações elétricas de uma
construção convencional são realizados cortes e rasgos nas paredes de alvenaria, gerando
resíduos e desperdício de material, aumentando mão de obra e custos. Após a abertura de
rasgos, segue-se com a colocação da instalação dos eletrodutos, caixas e quadros,
conforme indicado em projeto. Em seguida, é realizado o fechamento dos rasgos, que
mais uma vez, requer tempo e mão de obra, utilizando argamassa. Se for necessário fazer
manutenção na instalação, deve-se abrir mais uma vez os rasgos e fecha-los novamente.

É necessário então fazer a passagem da fiação correspondente, de acordo com o projeto,


por dentro dos eletrodutos embutidos na parede. A fiação aérea passa também por
eletrodutos que são fixados na laje superior, podendo também ser embutidos na estrutura
durante a concretagem. Posteriormente, deve ser adicionado os dispositivos e seus
respectivos acabamentos nas caixas de interruptores, tomadas e nos quadros (OLIVEIRA,
2012).

30
3.2.8 Instalações hidrosanitárias
Nas instalações hidráulicas, o processo de instalação da tubulação é similar às instalações
elétricas, sendo necessário a realização de rasgos para a passagem dentro das alvenarias,
novamente contribuindo para geração de resíduos e desperdício de materiais. Após a
fixação da tubulação, depois da realização do acabamento das paredes, deve-se instalar
os registros, torneiras e acabamentos (OLIVEIRA, 2012).

Segundo descreve Azevedo (2004), as instalações hidrosanitárias englobam diversos


sistemas da edificação: águas pluviais, águas cloacais, água fria, água quente e incêndio.
Devem ser executadas de maneira a facilitar futuras manutenções. A utilização de shafts
é necessária para instalações sanitárias, não podendo ser embutidas em estruturas de
concreto como vigas, pilares e lajes. Devem ser previstas em projetos as aberturas em
vigas e lajes, caso necessário, para passagem de tubulações, e devem ser executados
reforços caso necessário, seguindo o projeto estrutural.

3.3 Materiais utilizados


O processo construtivo em alvenaria convencional é um processo que tem como
característica a utilização de uma grande quantidade de insumos, tanto na sua estrutura
de concreto, quando nas vedações. Tendo em vista a falta de padronização e a qualidade
muitas vezes deficiente na produção destes materiais, combinado com a elevada
quantidade em que são utilizados, o controle no recebimento dos insumos torna-se um
fator de grande importância e complexidade nesse tipo de obra.

É necessário inspecionar os insumos no momento da entrega e fazer o armazenamento


em locais adequados, seguindo as boas práticas e o sistema de gestão da qualidade.

Paralelamente, por serem materiais e insumos de baixo nível de industrialização, tem


baixo valor agregado. Isso faz com que não exista um cuidado na utilização dos mesmo,
gerando grandes quantidades de resíduos nas obras e, muitas vezes, o controle da
qualidade no armazenamento e recebimento dos mesmo é negligenciado.

Nesse item serão descritos os materiais mais utilizados na parte estrutural e vedação do
sistema de alvenaria convencional. Para a finalidade desse trabalho, não serão descritos

31
os demais materiais de construção utilizados nas instalações, revestimentos de piso e
parede, esquadrias e ferragens, acabamentos e forro, por não serem pertinentes ao estudo.

3.3.1 Concreto armado


Os principais componentes do concreto armado são aço, água, agregado miúdo, agregado
graúdo, cimento e ar. Podem ser adicionados outros compostos para conferir outras
características ao concreto, como pozolanas ou sílica ativa, assim como aditivos químicos
diversos (GONÇALVES, 2015).

3.3.1.1 Cimento

O cimento é composto de clínquer e de adições, sendo o clínquer seu principal


componente, presente em todos os tipos de cimento. O clínquer tem como matérias primas
básicas o calcário e a argila. Para a fabricação, a rocha calcária inicialmente britada e
moída é misturada com argila moída. A mistura é submetida a um calor intenso de até
1.450°C e então bruscamente resfriada, formando pelotas - o clínquer. Após moagem o
clínquer transforma-se em pó. A propriedade básica do clínquer é ser um ligante
hidráulico, que endurece em contato com a água (MEHTA e MONTEIRO, 1994).
Contudo, para formar o cimento, o clínquer recebe em sua mistura outros compostos.
Pode-se citar como principais adições os materiais carbonáticos, pozolanicos, escorias de
alto-forno e o gesso, que são adicionados na moagem. Tais compostos conferem as
propriedades dos diferentes tipos de cimento.

O cimento Portland, principal elemento do concreto, foi desenvolvido em 1824 pelo


construtor inglês Joseph Aspdin. É um pó fino, de coloração acinzentada, que sob a ação
da água produz reações químicas. Tais reações conferem ao composto características
aglomerantes, que levam ao seu endurecimento. O estágio de endurecimento é
irreversível, de maneira que uma vez endurecido, o composto não mais se dissolve sob a
ação da água (BASTOS, 2006).

No mercado, se pode encontrar uma enorme variedade de cimentos para a


comercialização. Usualmente, o cimento é vendido em sacos de 50 kg, embalado em
papel impermeável, onde devem estar assinalados o tipo do cimento, indicado por uma
sigla composta por letras e algarismos romanos, assim como sua classe, impressa em
algarismos arábicos, indicando a resistência a compressão aos 28 dias de idade em

32
argamassa normal. Pode-se usar como exemplo um saco de cimento que contém a
inscri o CP I-25 , onde CP I indica que o cimento do tipo Portland comum,
enquanto o numeral 25 indica que aos 28 dias de idade em argamassa normal o composto
deverá apresentar 25 MPa de resistência mínima a compressão. Essas informações devem
estar de acordo com a NBR 8953 (GONÇALVES, 2015).

Segundo Gonçalves (2015), é importante salientar que, de acordo com a NBR 6118, deve
se armazenar adequadamente o concreto tendo em vista suas características reagentes a
água. No item 8.1.1.3 da referida norma, são feitas as seguintes recomendações a respeito
do armazenamento correto do cimento:

a) Não misturar lotes recebidos em épocas diferentes;


b) Consumir na ordem cronológica do recebimento;
c) Pilhas no máximo com 10 sacos, podendo atingir 15 sacos se o tempo de
armazenagem for no máximo de 15 dias;
d) Local protegido da ação de intempéries, da umidade e de outros agentes nocivos
(barracões cobertos, fechados lateralmente, assoalho de madeira afastado do
chão e as pilhas de sacos de cimento afastadas das paredes).

As recomendações feitas nos itens a) e b) são feitas devido ao prazo de validade para a
utilização do cimento. É necessário utilizar as remessas mais antigas primeiro, para evitar
que seja ultrapassado o tempo de consumo recomendado pelo fabricante antes da
inutilização da mesma. Logo, para q isso seja respeitado não se deve misturar lotes
diferentes de cimento. O prazo para a validade do concreto é dado pelo fabricante e pode
ser obtido através da data de fabricação do lote, impressa na embalagem (GONÇALVES,
2015).

3.3.1.2 Agregados

Pode-se argumentar que a função primária dos agregados no concreto é o preenchimento


de lacunas entre os aglomerados de cimento, permitindo o endurecimento da massa sem
a adição de quantidades elevadas de cimento. As partículas de cimento, em sua expansão
se ligam as partículas dos agregados, resultando num composto rígido. A utilização de
agregados na massa confere ao concreto outras propriedades, tais como a redução da
retração da pasta de cimento, o aumento da resistência ao resgate, melhor trabalhabilidade
da massa e o aumento da resistência ao fogo (GONÇALVES, 2015).

33
Logo, os agregados ganham uma importância não só em termos estruturais, como também
em aspectos econômicos, pelo fato de se tratarem de materiais de baixo custo quando
comparados com o cimento. Além disso, os agregados compõem grande parte da
composição do concreto (BASTOS, 2006).

3.3.1.3 Água

A importância da água na estrutura do concreto armado é evidente em seu processo de


fabricação. Sem esse componente, a reação do cimento e o consequente endurecimento
da mistura não seria possível. A água possibilita as reações químicas, chamadas reações
de hidratação, que irão garantir as propriedades de resistência e durabilidade do concreto.
A NBR 6118 especifica os níveis aceitáveis de substancias nocivas na água. Para o
concreto armado, a água potável é a mais indicada (GONÇALVES, 2015).

Além disso, a água é o componente que confere ao concreto sua característica fluida no
momento da mistura. Ela tem a função de lubrificar as demais partículas, proporcionando
um melhor manuseio do concreto (GONÇALVES, 2015).

A gua de mistura do concreto , possivelmente, o seu


componente menos dispendioso, mas também é, seguramente, um
dos mais importantes (SOUZA e RIPPER ,1998).

A proporção entre a quantidade de cimento e água utilizada no concreto é o que define o


fator água/cimento. Tal fator tem influência direta na resistência final do concreto. Na
Figura 9 é possível observar a relação entre tal fator e a resistência a compressão em MPa
(GONÇALVES, 2015).

34
Figura 9: Decréscimo da resistência à compressão com o aumento do fator água/cimento.

Fonte: Souza e Riper, 1998.


Segundo Souza e Ripper (1998), ainda sobre a utilização desse insumo e sua influência:
A influ ncia da gua na altera o das propriedades do concreto
acontece através das substâncias nela dissolvidas ou em suspensão
(argila, silte). Nestes casos, se a quantidade for elevada, poderá
acontecer o impedimento da cristalização dos produtos da reação
do cimento com a água, com a consequente perda de coesão do
produto .

3.3.1.4 Aditivos

Cánovas (1984), define aditivos como produtos que alteram as propriedades do concreto:

"[...] são produtos que, acrescentados aos aglomerantes no


momento de sua elaboração, e em condições adequadas, nas formas
convenientes e nas doses precisas, têm por finalidade modificar ou
implementar, em sentido positivo e em caráter permanente, certas
propriedades do conglomerado, para seu melhor comportamento
em todos ou em algum aspecto, tanto no estado fresco como
endurecido".

De maneira mais simples, pode-se definir os aditivos como substâncias que são
adicionadas de maneira controlada, de maneira a alterar características do concreto, tanto
no momento da concretagem, quanto após sua cura (BASTOS, 2006).

Bastos (2006) cita algumas orientações para a utilização de aditivos em concretos:

35
a) Os aditivos devem ser evitados de serem utilizados, ou
seja, procura-se obter um concreto com as propriedades
desejadas sem o recurso do aditivo;
b) Quando o aditivo for necessário, deverão ser empregados
ensaios, para que não haja nenhuma incompatibilidade com
os aglomerantes. Após, deve-se fazer um rigoroso controle
na dosagem do aditivo.
c) Os aditivos não devem ser utilizados para corrigir defeitos
próprios do concreto, como má dosagem, má execução na
obra ou seleção incorreta dos seus componentes;
d) Os aditivos devem ser conservados de modo adequado, para
que não haja alterações de suas propriedades. Os aditivos
em pó devem ser mantidos em lugares secos, a fim de ser
evitado a forma o de torr es por conta da umidade. Os
aditivos líquidos, devem ser protegidos do calor e agitados
antes do uso, para evitar que as eventuais sedimentações
ocorridas tirem sua uniformidade;
e) Deve-se atentar para que se tenha uma mistura uniforme do
aditivo em toda massa de concreto, para que seja garantido
a homogeneidade;
f) O emprego de vários aditivos em um único traço de
concreto pode ocasionar o aparecimento de efeitos
patológicos, devido a uma possível incompatibilidade da
mistura. (BASTOS, 2006)

3.3.1.5 Aço

O aço é uma liga metálica, formada essencialmente por ferro e carbono. Sua principal
diferença em relação ao ferro fundido é em relação a quantidade de carbono, cujo teor nas
ligas de aço varia entre 0,008% até 2,11%, enquanto nas ligas de ferro fundido tem o teor
acima de 2,11% (FREITAS, 2007).

A obtenção do aço é através da mistura de minério de ferro, coque (retirado de carvão


mineral), que são sintetizados em alto-forno, sob temperaturas da ordem de 1500 ºC
(FREITAS, 2007).

Os aços são classificados segundo sua tensão de escoamento. Sua nomenclatura é dada
pelas letras CA, seguidas pelo valor da sua tensão de escoamento em kgf/mm². Dessa
maneira, para um aço com especificação CA-25, obtém-se uma tenção de escoamento de
25 kgf/mm², ou 250 MPa (FREITAS, 2007).

Os aços estruturais de fabricação nacional para concreto armado podem ser classificados
em dois principais grupos (FREITAS, 2007):

36
a) Aços laminados a quente de dureza natural: Antigamente denominados aços tipo
A, são os mais utilizados no concreto armado, como o CA-25 e CA-50. Os aços
CA-50 apresentam saliências (mossas) que melhoram a aderência. Como eles
são laminados a quente, não perdem suas propriedades de resistência quando
aquecidos e resfriados. Com isso, podem ser soldados com eletrodos
consumíveis comerciais, e não são tão suscetíveis a ação de chamas moderadas.
b) Aços encruados a frio: são obtidos por tratamentos a frio dos aços comuns,
como o CA-60, antigamente denominados aços tipo B. O aço é encruado a frio
por torção combinada com tração. Havendo defeitos no material, ele rompe por
ocasião do encruamento, ou seja, a detecção de defeitos na peça é feita durante
sua própria fabricação.

3.3.2 Alvenaria
3.3.2.1 Bloco cerâmico
A respeito dos blocos utilizados na alvenaria de vedação, Lima (2006) explica que as
alvenarias podem ter tamanhos variados, a partir da quantidade de furos ou mesmo suas
espessuras, 4, 6, 8 e 10 furos, ou espessuras de 8 cm, 10 cm, 15 cm e até 20 cm, entre
outras.

Ainda segundo Lima (2006), este tipo de tijolo possui uma densidade média de 1300
kg/m³ sendo assentado com mão de obra convencional. Suas faces passam por vitrificação
fazendo com que a argamassa tenha melhor aderência. Possuem variação volumétrica
baixa ao absorver e expelir água e fácil manuseio, mas tem como inconveniente a
necessidade de quebra do material.

Os blocos cerâmicos são definidos como sendo um componente de alvenaria em forma


de um prisma reto, que possui furos prismáticos ou cilíndricos perpendiculares às faces
que os contém. A qualidade dos blocos cerâmicos está intimamente relacionada à
qualidade das argilas empregadas na fabricação e também ao processo de produção,
queimado a elevadas temperaturas (NBR 15270-1, 2005).

A matéria prima dos blocos é a argila, que sofre uma queima a temperaturas em torno de
850ºC. É um material não metálico, inorgânico, cujas propriedades físicas são obtidas
após a queima (LIMA, 2006).

37
Blocos cerâmicos utilizados na execução de alvenaria de vedação devem seguir os
requisitos dimensionais, mecânicos e físicos ditados pela NBR 15270-1. Consideram-se
dois tipos de blocos quanto ao direcionamento de seus furos prismáticos, conforme
ilustrado na Figura 10 (SANTOS, 2014).

Figura 10: Direção dos furos nos blocos cerâmicos.

Fonte: Santos, 2014.


Ainda de acordo com Santos (2014), as dimensões presentes na figura, referentes a largura
(L), altura (H) e comprimento (C) devem ser, correspondentes a múltiplos e submúltiplos
do módulo dimensional M = 10 cm menos 1 cm, conforme indicado na Tabela 2.

38
Tabela 2: Dimensões padronizadas dos blocos

Fonte: NBR 15270-1, 2015.

Paralelamente, segundo a NBR 15270-1, existem tolerâncias dimensionais e


características que os blocos cerâmicos devem possuir, que se encontram resumidas na
Tabela 3.

39
Tabela 3: Características dos blocos cerâmicos

Fonte: NBR 15270-1, 2015.

Com a finalidade de determinar a aceitação ou não dos blocos no momento do


recebimento, a NBR 15270-1 fornece os valores em tabela, que devem ser verificados
conforme os procedimentos na norma. Esta descreve ensaios e métodos para os fins de
avaliação de conformidade dos blocos, assim como para a determinação de suas
características geométricas, mecânicas e físicas.

Segundos Santos (2014), além dos blocos e meio-blocos existem, outros tipos de
componentes cerâmicos complementares que integram as alvenarias de vedação, com
funções específicas como a canaleta U, que permite a construção de cintas de amarração,
vergas e contravergas, a canaleta J, os blocos de amarração, os compensadores e outros
que podem ser especificados em projetos, desde que atendam aos requisitos de
desempenho exigidos.

3.3.2.2 Argamassa

A argamassa utilizada para o assentamento dos blocos deve atender aos requisitos
estabelecidos na NBR 13281, podendo ser preparada em obra ou industrializada.
Recomenda-se as argamassas mistas, compostas por cal hidratada e cimento.

40
O cimento confere a massa melhor aderência, resistência mecânica e estanqueidade nas
juntas da estrutura. Contudo, segundo Santos (2014), na preparação da argamassa, sempre
que possível, deve-se evitar a utilização de cimentos de alto forno (CP III) ou pozolânico
(CP IV), pois, devido à importante presença de escória de alto forno e de material
pozolânico respectivamente, a argamassa poderá ter elevada retração caso não haja
adequada hidratação do aglomerante; esses tipos de cimento, entretanto, podem ser
utilizados em situações em que se tenta prevenir reações de compostos do cimento com
sulfatos presentes na cerâmica.

Já a cal hidratada, ajuda na redução do módulo de deformação da estrutura, devido ao seu


poder de retenção de água. Isso dá às paredes maior potencial de acomodação de
movimentações resultando de deformações impostas. É recomendada a utilização na
argamassa qualquer um dos tipos de cal que apresenta a NBR 7175.

As areias utilizadas na argamassa devem atender as especificações da NBR 7211. Para a


sua utilização, são recomendadas areias médias, com módulo de finura em torno de 2 a 3,
devem ser bem granuladas e lavadas.

Conforme a NBR 13281, os ensaios recomendados para as argamassas de assentamento


são os seguintes: resistência à compressão, densidade de massa aparente nos estados
fresco e endurecido, resistência à tração na flexão, coeficiente de capilaridade, retenção
de água e resistência de aderência à tração.

3.3.2.3 Tela metálica


Nas ligações entre alvenaria e pilar, a argamassa não confere a aderência necessária para
estabelecer uma ligação entre essas estruturas. Portanto, é recomendada a utilização de
telas metálicas, conferindo uma maior aderência entre as estruturas, impedindo que
patologias oriundas da deformação independente dessas estruturas ocorram (SANTOS,
2014).

Tais telas devem ser metálicas eletrosoldadas, galvanizadas e com fios de diâmetro de
aproximadamente 1 mm, com malha quadrada de 15mm. Essas telas devem atender as
especificações da norma NBR 10119.

41
3.4 Equipamentos e ferramentas utilizados
Um dos motivos que faz com que o método de construção alvenaria convencional seja
largamente utilizado no Brasil, além da mão de obra e materiais baratos, é o fato dos
equipamentos e ferramentas utilizados serem muitos simples, de fácil utilização. A seguir
serão descritos aqueles mais comumente utilizados nas obras que utilizam esse método
construtivo.

3.4.1 Alvenaria de vedação


Segundo Código de Boas Práticas Nº01, as principais ferramentas necessárias para o
assentamento dos blocos são colher de pedreiro, meia-cana, bisnaga, linha, esticadores de
linha, réguas de alumínio, prumo de face, escantilhões, broxa, nível de bolha e nível de
mangueira, esquadros de braço longo, furadeira elétrica e pistola finca-pinos. Podem ser
utilizados também escantilhões para auxiliar na execução da parede, conforme Figura 11.

Figura 11: Equipamentos e Ferramentas – Alvenaria.

Fonte: Código de Boas Práticas Nº01, 2011.

42
3.4.2 Concreto armado
Para a execução do concreto armado, as ferramentas e materiais mais utilizadas são
martelo, prego, nível de bolha e nível de mangueira, prumo, trena, linha, furadeira
elétrica, peças de madeira e para confecção das formas, escoras de apoio e travamento,
turquesa, tesoura de corte, serra circular, arame para amarração, espaçadores diversos,
alicate, desmoldante e escantilhão.

3.5 Aspectos de qualidade e desempenho


Como citado no capítulo anterior, a norma de Desempenho NBR 15575 é dividida em 6
partes. Para os fins desse trabalho, considera-se que, nesse capítulo que versa sobre o
método construtivo de alvenaria convencional, as duas principais partes a serem atendidas
são a Parte 2 da norma, que fala sobre o desempenho estrutural, assim como a Parte 4,
que fala sobre vedações.

Para o atendimento da NBR 15575, primeiramente é necessário que o projeto e a execução


da estrutura de concreto estejam de acordo com as exigências da NBR 6118, citada nesse
capítulo. Com isso, segundo a norma, é possível garantir que as tensões e deformações
estejam de acordo com os limites especificados em ambas as normas.

A respeito da Parte 4, existem diversos requisitos que devem ser cumpridos pelo sistema
de vedação, como é ilustrado na Tabela 4.

Tabela 4: Estrutura dos requisitos na NBR 15575-4.

43
Fonte: Shin, 2016.

Segundo a CBIC (2013), as paredes de alvenaria devem atender diversos requisitos


relacionados ao uso cotidiano da estrutura, como estabilidade e resistência estrutural,
ausência de deslocamentos, fissuração e falhas nos sistemas de vedação, resistência a
solicitação de cargas provenientes de peças suspensas atuantes no sistema, resistência ao
impacto de corpo-mole, resistência a ações transmitidas por portas, resistência a
incidência de Impacto de corpo duro e resistência a cargas de ocupação incidentes em
guarda-corpos e parapeitos de janelas.

A alvenaria deve, durante um incêndio, dificultar a ocorrência de inflamação


generalizada, a propagação do incêndio, e preservar a estabilidade estrutural da
edificação. A estrutura da alvenaria de vedação por si possui boa resistência ao calor,
sendo um material incombustível.

Além disso, a parede deve ser capaz de se manter estanque à água proveniente de fontes
externas e internas nas áreas molhadas, o que é facilmente alcançado pela alvenaria, que
é impermeável.

O conforto térmico e acústico é caracterizado pelo conjunto de estrutura, vedações,


revestimento e esquadrias. As paredes externas devem apresentar uma transmitância
térmica mínima estabelecida, diferente para cada zona bioclimática do país e deve existir
a ventilação necessária em ambientes de longa permanência. O conforto acústico deve
respeitar os limites estabelecidos pela norma e medidos por testes no local. Os materiais
utilizados nos revestimentos podem ter influência em ambos aspectos da vedação.

A alvenaria, quando executada respeitando-se as boas práticas da construção civil e


seguindo um controle de qualidade, sem o surgimento de patologias e feitas as
manutenções adequadas, costuma apresentar um bom desempenho em geral, o que
contribuiu para sua popularização.

3.6 Aspectos de manutenção e durabilidade


Os sistemas de vedação deverão apresentar vida útil maior ou igual à definida na norma
de desempenho NBR 15575. A durabilidade da alvenaria de vedação de blocos cerâmicos
é definida pelo tempo que a estrutura continua cumprindo as funções que lhe forem
atribuídas, seja pela degradação que a conduz a um estado em que o desempenho passa a

44
não ser satisfatório para o usuário ou até mesmo pela obsolescência funcional da estrutura.
A durabilidade é influenciada diretamente pela atividade de manutenção da estrutura e
pelo ambiente ao qual está exposta (BORGES, 2010).

É possível observar na Figura 12 a influência dos efeitos da manutenção sobre a


durabilidade da edificação e o aumento de sua vida útil de projeto (VUP). Há um aumento
substancial na vida útil quando são aplicadas as manutenções, o que destaca a importância
do manual do usuário, onde devem estar descritas as ações de manutenção a serem
realizadas (POSSAN e DEMOLINER, 2015).

Figura 12: Desempenho de acordo com a manutenção.

Fonte: Possan e Demoliner, 2015.

A vida útil pode ser resumida em o período de tempo compreendido entre o início de
operação e o uso de uma edificação até o instante em que o seu desempenho para de
atender às exigências do usuário, influenciada diretamente pelas atividades de
manutenção e pelo ambiente no qual a edificação está exposta (BORGES, 2010). Na
Tabela 5 pode-se observar os tempos de vida útil requerido para cada elementos da
estrutura segundo norma.

45
Tabela 5: Vida útil dos diferentes sistemas da edificação.

Fonte: ABNT, 2013.

As construções realizadas utilizando esse método construtivo, mesmo com pouca


manutenção, podem facilmente atingir a VUP estabelecida para as estruturas. Segundo
Santos (2013), as paredes de alvenaria em bloco cerâmico possuem durabilidade superior
a cem anos, sem proteção e sem a necessidade de manutenção.

3.7 Aspectos ambientais


O sistema construtivo em alvenaria convencional pode ser considerado um processo
artesanal. Essa característica pode dar origem a erros, que tornam a estrutura mais
suscetível a ocorrência de patologias e erros, podendo acarretar em desperdícios. Assim
como há desperdício nos rasgos nos tijolos feitos para alocar as instalações (CONDEIXA,
2013).

Além disso, segundo Condeixa (2013), o sistema vedação em alvenaria tem produção
semi artesanal e pouco padronizada na fase pré-construção, que inclui a fase de extração,
beneficiamento e produção dos produtos primários que compõem a estrutura final, com
grande perda durante produção e no transporte dos mesmos.

Na fase de manutenção, principalmente na demolição de estruturas, há geração de grande


quantidade de resíduos, de materiais particulados e de ruídos. Com isso, o sistema de
alvenaria convencional, segundo Condeixa (2013), se destaca pelo grande desperdício de
matéria-prima e pela grande produção de resíduos, como a grande quantidade de madeira
oriunda das formas do concreto armado.

46
É importante destacar que o sistema construtivo em alvenaria convencional possui um
ciclo de vida muito extenso. Uma vez construída, como já mencionado nesse capitulo,
uma edificação executada por esse método pode durar por muitos anos. Além disso, as
características de sua vedação permitem a modificação das habitações, aumentando ainda
mais sua vida útil.

Condeixa (2013) salienta também que os resíduos gerados pela demolição ou entulho das
obras podem ser reciclados, diminuindo seu impacto ambiental.

3.8 Aspectos de prazo e custo


Como já foi destacado ao longo do capítulo, a alvenaria convencional utiliza materiais e
insumos de baixo custo, trazendo uma série de vantagens em termos de orçamento, além
da mão de obra ser barata e pouco especializada. Apesar disso, o fato do material
desvalorizado faz com que não se de tanta importância a perdas.

De acordo com estudo realizado em Zamin (2009) em relação aos custos da construção
realizada utilizando o método da alvenaria convencional, especificamente para uma
habitação popular, calculados pelo CUB no mês de setembro de 2009, é de
aproximadamente R$600,00/m².

Nesse estudo, os itens que mais pesaram no orçamento foram, respectivamente,


infraestrutura, cuja parcela do valor foi de 12%, e supraestrutura e estrutura de cobertura,
com 11% no total. O valor total de concreto armado utilizado na construção foi de 16%
do valor total da casa.

Além disso, por ser um método construtivo que possui baixa produtividade, com
características de processos artesanais, que necessitam de verificação e controle, tem
prazo elevado em relação a outros processos mais racionalizados de construção, o que é
um agravante para o aumento dos custos da obra, pela necessidade de se utilizar muita
mão de obra.

Apesar do desenvolvimento do setor de construção civil, as edificações em alvenaria


convencional têm algumas limitações intrínsecas ao processo construtivo, que fazem com
que tenha baixa produtividade em relação a métodos construtivos racionalizados. As
características do processo de construção da alvenaria e as etapas que o compõem, como
por exemplo a necessidade de se esperar pelo tempo de cura das estruturas de concreto,

47
ou o tempo de espera para se realizar a o encunhamento de uma parede, fazem com que
o método leve muito mais tempo para ser executado.

A baixa produtividade nessas construções, assim como a necessidade da utilização de


várias frentes de trabalho simultâneas acarretam na utilização de uma quantidade
abundante de mão de obra.

48
4. Sistema construtivo Light Steel Frame
4.1 Light Steel Frame Contextualização
De acordo com Santiago, Freitas e Crasto (2012) o sistema Light Steel Framing (LSF)
um sistema construtivo de concepção racional, que tem como principal característica uma
estrutura constitu da por perfis formados a frio de a o galvani ado . Apesar de ser um
método ainda pouco conhecido, vem aparecendo como uma opção para a realização de
construções, além de ter ganhado certo espaço devido ao fato de sua característica
industrial oferecer maior cuidado com a qualidade envolvida no processo de fabricação e
pela maior velocidade no manuseamento.

O sistema Light Steel Framing (LSF), chamado também de Light Gauge Steel Framing
se trata de um melhoramento do sistema Light Wood Framing (LWF), sistema
autoportante de construção realizada em madeira muito conhecido em países como
Canadá e Estados Unidos. Tal método, que utilizava madeira para fazer o fechamento em
placas mais finas, surgiu inicialmente em meados do século XIX. Devido ao acelerado
crescimento urbano da época, o sistema LWF ganhou grande popularidade (SANTIAGO;
FREITAS; CASTRO, 2012).

A madeira é muito utilizada e difundida em países da América do Norte, no entanto, como


material de construção apresenta muitas desvantagens, como a facilidade de combustão,
por exemplo. No ano de 1871, houve um incêndio de proporções estrondosas na cidade
de Chicago, fazendo com que a maioria da cidade fosse consumida pelo fogo, devido ao
fato de que grande parte das construções da cidade eram feitas de madeira. Outra grande
ocorrência foi conhecida em 1906; muitos incêndios ocorridos devido ao sismo de São
Francisco fizeram com que cerca de 250 mil pessoas ficassem desabrigadas devido às
casas de madeira (SANTIAGO; FREITAS; CRASTO, 2012).

Logo após a Segunda Grande Guerra, o aço passou a ser largamente utilizado nos países
desenvolvidos. Na Feira Mundial de Chicago em 1933, foi apresentado ao público o
primeiro molde em LSF para habitações. Projeto que foi desenvolvido por mais de uma
pessoa, tratou-se de uma junção de interesses da comunidade que necessitava de uma
alternativa para suas casas, a fim de que não ocorressem mais problemas com incêndio
(SANTIAGO; FREITAS; CASTRO, 2012).

49
A elaboração estrutural do novo sistema era muito parecida com o LWF, porem com a
estrutura em aço galvanizado a frio, de acordo com Santiago, Freitas e Castro:

Processo pelo qual compõe-se um esqueleto estrutural em aço


formado por diversos elementos individuais ligados entre si, passando
estes a funcionar em conjunto para resistir às cargas que solicitam a
edificação e dando forma à mesma. (SANTIAGO; FREITAS;
CASTRO, 2012, p.12).
O Light Steel Frame (LSF) é um sistema construtivo que utiliza perfis de aço dobrados a
frio em sua estrutura, aplicada em conjunto com subsistemas racionalizados, culminando
em uma construção industrializada e a seco. Tem como principais características a
racionalização e modulação (RODRIGUES, 2006).

Sua estrutura é composta por um grande número de elementos estruturais, que são
projetados a resistir a uma parcela da carga total aplicada na estrutura, possibilitando a
utilização de peças esbeltas e painéis mais leves (RODRIGUES, 2006).

Segundo Castro (2005), os perfis utilizados no LSF são obtidos através da perfilagem a
partir de bobinas de aço galvanizado. Segundo a NBR 15253 (2005), as espessuras das
chapas de aço podem variar de 0,80 a 3,0mm. As seções (Figura 13) mais comumente
utilizadas nas construções são: o perfil U enrijecido (Ue) para montantes e vigas; o U ,
utilizado como guia na base e no topo dos painéis; o Cartola (Cr) empregado em ripas;
e, finalmente, as cantoneiras (L).

Figura 13: Seções de perfis para LSF.

Fonte: Castro, 2005.

50
4.2 Aspectos do processo construtivo
4.2.1 Fundação
O tipo de fundação utilizado nas edificações depende de diversos parâmetros como
topografia, resistência do solo, nível do lençol freático, entre outros. Por possuir
limitações quanto ao número de pavimentos, o LSF é mais utilizado em casas,
consequentemente, na maior parte das vezes são utilizadas fundações rasas em concreto
armado, como radier, sapata corrida ou viga baldrame. Além disso, como a supra estrutura
do LSF não é ligada a fundação, como ocorre com as estruturas de concreto armado, a
ancoragem dos painéis estruturais na fundação é essencial, geralmente executada com a
utilização de parabolts expansíveis (CASTRO, 2005).

Segundo Castro (2005), em fundações de radier executadas para estruturas em LSF é


recomendável a execução de vigas sob as paredes portantes, para que a fundação
apresente mais rigidez. As instalações elétricas e hidrosanitárias devem ser instaladas
antes da concretagem desta fundação, que deve ser executada sob manta de
impermeabilização, para evitar passagem de umidade para a edificação.

Na fundação em sapata corrida em concreto armado, executam-se vigas posicionadas sob


os painéis estruturais do LSF. O contrapiso pode ser executado em concreto, ou
utilizando-se perfis formados a frio, apoiados sobre tais vigas, funcionando como uma
laje. Por ser um método mais demorado e custoso, Castro (2005) não recomenda a
utilização de sapata corrida em estruturas de LSF, principalmente em edificações
populares. É uma fundação mais indicada para quando se tem limitações topográficas no
terreno.

Após a executada da fundação, deve ser realizada a ancoragem da supraestrutura,


podendo ser feita com parabolts expansíveis (Figura 14), que, como já mencionado, é o
método mais comumente utilizado. Deve-se executar furos na estrutura de concreto, nos
locais especificados em projeto, para a aplicação do parabolt, o qual se expande à medida
que é rosqueado, fazendo a fixação na estrutura. Este tipo de ancoragem apresenta alta
resistência a arranque, garantindo a fixação dos painéis na fundação (CASTRO, 2005).

51
Figura 14: Parabolt Expansível.

Fonte: Catálogo Técnico de Fixação Mecânica, Walsywa, 2018.

4.2.2 Estrutura
4.2.2.1 Perfis

Os perfis utilizados para construções em LSF são obtidos, segundo Castro (2005), por
perfilagem a partir de bobinas de aço revestidas com zinco ou liga alumínio-zinco pelo
processo contínuo de imersão a quente ou por eletrodeposição, conhecido como aço
galvanizado.

São processos que conferem ao material características de resistência a corrosão


atmosférica. Desta forma o aço se mantém protegido, mesmo após o corte dos perfis ou
com a incidência de riscos ou arranhões.

As seções mais comuns (Tabela 6) para esses perfis utilizados na construção civil são
com o formato C ou U enrijecido (Ue) para montantes e vigas, assim como o U ,
utilizado como guia na base e no topo dos painéis, que não tem função de transmitir cargas
(Castro, 2005).

52
Tabela 6: Perfis de aço formados a frio para uso em LSF e suas respectivas utilizações.

Fonte: NBR 15253, 2005.


No Brasil as dimensões da alma dos perfis Ue comercializadas são de 90, 140 e 200 mm.
As mesas podem variar de 35 a 40 mm, dependendo do fabricante e do tipo de perfil
segundo a Tabela 7. Os outros perfis utilizado nas estruturas de Light Steel Framing são
cantoneiras, tiras (ou fitas) e cartolas (CASTRO, 2005).

53
Tabela 7: Dimensões Nominais Usuais dos Perfis de Aço para Steel Framing,

Fonte: Caixa Econômica Federal, 2004.

As tiras são comercializadas em uma grande variedade de larguras, e são utilizadas para
a estabilização de painéis e formação de ligações. Já as cantoneiras são aplicadas nas
conexões de componentes onde um perfil Ue não é adequado e o perfil cartola é
empregado como ripas do telhado em LSF (GARNER, 1996).

4.2.2.2 Estrutura vertical


4.2.2.2.1 Painéis autoportantes
Os painéis estruturais no LSF transmitem os carregamentos aos quais são submetidos para
a fundação. Tais carregamentos podem ser verticais, causados pelo peso próprio da
estrutura e sobrecargas, e horizontais, devido a pressão do vento na edificação (CASTRO,
2005).

Os painéis são formados por dois tipos básicos de perfil: os montantes e as guias. Os
montantes são compostos por perfis tipo U enrijecido (Ue) e são dispostos verticalmente,
posicionados continuamente com espaçamentos definidos, de maneira a obedecer às
definições de projeto. Já as guias são compostas por perfis tipo U, dispostas
horizontalmente nas extremidades dos montantes. Tais espaçamentos variam usualmente

54
entre 400mm e 600mm, podendo chegar a até 200mm no caso de grandes cargas. O
dimensionamento destes perfis é feito pela verificação dos esforços de flexo compressão
e de flexo tração. Quanto maior o carregamento aplicado sob os painéis, menor deverá
ser o espaçamento entre montantes, e maior o número de montantes a serem utilizados
(CASTRO, 2005).

Desta forma, os painéis têm sua largura e comprimento definidos, respectivamente, pelas
guias e montantes. Os painéis com função estrutural transmitem as cargas diretamente
para a fundação, para outros painéis ou para as vigas principais. Os montantes, por
suportarem carregamentos verticais, devem ser alinhados verticalmente de um pavimento
para o outro. Os parafusos cabeça de lentilha e ponta de broca são os mais utilizados para
a fixação dos montantes nas guias (CASTRO, 2005).

Para dar suporte estrutural a esquadrias e aberturas em painéis autoportantes, utilizam-se


vergas metálicas, que transmitem as cargas dos perfis interrompidos pela abertura até os
montantes. As vergas são mais comumente compostas por dois perfis Ue conectados entre
si através de perfis U e aparafusados em suas extremidades. A verga é aparafusada,
conforme mostra a Figura 15, diretamente na guia superior do painel do pavimento. As
vergas também são conectadas a ombreiras que têm como função evitar a torção da verga
em torno do eixo das guias do painel (CASTRO, 2005).

Figura 15: Verga na estrutura de LSF.

Fonte: Castro, 2005.


Os perfis verticais não são capazes de absorver os esforços horizontais oriundos da ação
do vento por si só, portanto, é necessário adicionar contraventamentos na estrutura, para
que estes sejam absorvidos pelos painéis e transmitidos para a fundação. No LSF, o tipo
55
de contraventamento mais utilizado é com a adição de fitas. Com dimensões definidas no
projeto, elas garantem a estabilidade e limitam deformações excessivas, que podem levar
ao colapso da edificação (CASTRO, 2005).

4.2.2.2.2 Painéis não estruturais


Os painéis não estruturais compõem o sistema de vedação da estrutura e não têm a função
de suportar carregamentos além de seu próprio peso. Tem a estrutura similar ao LSF,
compostos de montantes e guias, dispostos da mesma maneira que os painéis
autoportantes. Apesar da estrutura similar, utiliza montantes menos espessos, resultando
em paredes mais finas. Para a vedação externa, porém, é aconselhada a utilização de perfis
estruturais, para que o painel possa resistir o peso dos componentes da vedação. Para a
abertura de vãos não há necessidade da utilização de vergas, pelo fato desses painéis não
serem feitos para transmitir cargas, mas podem ser utilizadas guias aparafusadas nos
montantes interrompidos em suas partes superior e inferior (CASTRO, 2005).

4.2.2.3 Estrutura horizontal


A estrutura horizontal do LSF segue o mesmo princípio da montagem dos painéis
verticais, composto por perfis de aço galvanizado, montados e distribuído com
espaçamentos predefinidos em projeto. Em geral, com o intuito de facilitar a execução
das estruturas horizontais, utiliza-se a mesma modulação para lajes, paredes e cobertura
(CASTRO, 2005).

Essas estruturas tem a função de transmitir as cargas atuantes de utilização da edificação


para os painéis estruturais, que por sua vez transmitem as cargas para a fundação. A
estrutura horizontal deve ser suficientemente rígida, não podendo apresentar deformações
maiores do que aquelas delimitadas em norma (CASTRO, 2005).

A estrutura horizontal (Figura 16) é composta por vigas de piso, onde são utilizados perfis
Ue, que devem coincidir com os montantes dos painéis verticais. Utiliza-se perfis Ue
também nas extremidades da viga como enrijecedores de alma, assim como um perfil U,
conhecido como sanefa, de maneira a evitar o esmagamento das vigas de piso. As ligações
entre os componentes são usualmente feitas por parafusos estruturais de cabeça sextavada
e ponta broca (CASTRO, 2005).

56
Figura 16: Estrutura de Laje de LSF.

Fonte: Castro, 2005.

Para a execução do assoalho da estrutura, utilizam-se dois métodos: laje úmida ou laje
seca. A laje úmida é executada utilizando-se o steel deck, com formas metálicas
onduladas, dispostas e fixadas sobre as vigas da laje de piso, onde é aplicado o concreto
armado com tela soldada sobre a forma. Por sua vez, a laje seca (Figura 17) utiliza placas
rígidas, como a placa de OSB estrutural, ou placas cimentícias em áreas molhadas e
sujeitas a umidade, dispostas e fixadas na estrutura da laje, assim como no método
descrito anteriormente. São adicionados também materiais com isolamento térmico e
acústico, como lã de vidro envolta em filme plástico, sobre esses materiais, com objetivo
de trazer mais desempenho a estrutura da laje seca. É o método de mais rápida execução
e de maior eficiência, além de utilizar materiais leves e com boas propriedades estruturais,
dispensando o tempo de cura e desperdícios gerados na construção (CASTRO, 2005).

57
Figura 17: Esquema de Laje Seca em LSF.

Fonte: Castro, 2005.

4.2.2.4 Escadas

As escadas no LSF podem ser executadas de diversas maneiras. São geralmente


construídas utilizando combinações de perfis U e Ue para sua estrutura, enquanto nos
pisos e espelhos dos degraus são utilizadas placas de OSB ou pranchas de madeira maciça,
aparafusados na estrutura (CASTRO, 2005).

4.2.3 Fechamentos e revestimentos


4.2.3.1 Isolamento

Para garantir à estrutura as característica de desempenho e conforto requerida pelos


usuários, é necessário embutir na es estrutura do LSF algum tipo de isolamento. O
conforto termo-acústico é fundamental para o bom funcionamento da edificação, e pode
ser feito com a aplicação de materiais como lã de rocha, lã de vidro e EPS. Podem ser
utilizados também fechamentos que contribuam para dar essas características à estrutura.
A escolha do tipo do isolamento vai depender das necessidade de isolamento térmico e
acústico do ambiente (CASTRO, 2005).

A aplicação de lã de vidro é feita, no caso das vedações externas, instalando o material


na parte interna da construção, instalada dentro do painel, antes de ser completamente

58
fechado, conforme a Figura 18. Já o EPS é instalado após o fechamento do painel, que é
utilizado como apoio para sua fixação (CASTRO, 2005).

Figura 18: Aplicação da lã de vidro.

Fonte: Acusterm, 2018.

4.2.3.2 Vedação

4.2.3.2.1 Placa OSB (Oriented Strand Board)


A placa OSB, como já mencionado anteriormente, é muito utilizada na estrutura
horizontal do LSF (lajes secas), mas também pode ser aplicada a estrutura vertical. Tem
bastante resistência estrutural, porém não pode ficar exposto a umidade, necessitando de
revestimentos impermeáveis quando utilizados em áreas externas (CASTRO, 2005).

Apesar disso, é o fechamento mais utilizado nas áreas externas, pelo fato de apresentarem
bom desempenho estético e funcional, além de serem materiais leves, de fácil instalação,
transporte e armazenamento. O OSB (Figura 19) recebe em sua produção tratamento
contra a ação de insetos para o prolongamento de sua vida útil (CASTRO, 2005).

Sua fixação é com parafusos autoatarraxantes, prevendo-se juntas de dilatação de


aproximadamente 3mm entre as placas. Se utilizadas em áreas molhadas, que terão
contato com a chuva por exemplo, deve-se aplicar polietileno de alta densidade, de
maneira a revestir toda a área externa da placa. De maneira geral, essa aplicação ocorre

59
logo após a instalação das mesmas, de maneira a evitar o contato com a chuva (CASTRO,
2005).

Figura 19: Aplicação de Placas OSB.

Fonte: Castro, 2005.

4.2.3.2.2 Gesso acartonado


As placas de gesso acartonado são ideais para serem utilizadas no interior das edificações
de LSF, pois permitem um bom nível de acabamento, e podem ser fixadas tanto em
painéis estruturais quanto em divisórias não estruturais (VIVAN, 2011).

Segundo Labuto (2014), sua composição, com aproximadamente 20% em água, garante
as placas uma elevada resistência ao fogo. No caso de um incêndio, essa água vai sendo
gradativamente liberada na forma de vapor. Para temperaturas de até mil graus Celsius,
uma chapa de 12,50mm de espessura (chapa Standard) suporta até 30 minutos de
exposição às chamas, permanecendo intacta e impedindo a transferência do calor entre
ambientes. Paralelamente, as placas tamb m s o capa es de resistir aos jatos d gua das
mangueiras de incêndio. Existem diversos tipos de placas especiais para locais onde existe
uma maior exposição ao calor e potencial exposição ao fogo, assim como placas
resistentes a umidade e as placas padrão.

Os três tipos de placa mais utilizados, segundo Castro (2005) e Labuto (2014) são:

60
Chapas resistentes ao fogo (RF): Tem em sua composição fibra de vidro, material que
confere um aumento na resistência ao fogo. Ainda, de acordo com Labuto (2014) com
dias chapas RF (12,5mm cada), uma em cada lado do perfil de aço galvanizado (espessura
mínima de 70mm), consegue-se atingir 90 minutos de resistência ao fogo. Essa chapa é
comercializada com o cartão na cor vermelha.

Chapas resistentes à umidade (RU): Tem em sua composição silicone, capaz de reduzir
significativamente a absorção de água da placa. Segundo Labuto (2014), em um período
de duas horas a chapa standard absorve de 30 a 40% do seu peso em água, enquanto no
mesmo período por norma a RU deve absorver a baixo de 5% do seu peso em água. Logo,
a placa supera os valores estabelecidos pela norma. A impermeabilização dessas placas
deve ser feita com uma película à base de emulsão acrílica não estirenada ou borracha
sintética, de acordo com a NBR 13321:1996 ou NBR 9396:1986. Essa chapa é
comercializada com o cartão na cor verde.

Chapas Standard (ST): Chapa tradicional, composta apenas por Gipsita. Essa placa deve
ter seu uso destinado a áreas secas.

Figura 20: As placas podem ser diferenciadas visualmente através das cores. As que possuem colocação roxa ou
branca são as Standard (ST), as verdes são resistentes à umidade (RU) e as placas rosas são resistentes ao fogo (RF).

Fonte: Labuto, 2014.

As placas de gesso acartonado, comumente denominadas Drywall, são consideradas leves


e de fácil instalação. Sua superfície é lisa e regular, por isso o acabamento é de fácil
aplicação, sem a necessidade da utilização de grandes quantidades de revestimento
(CASTRO, 2005).

São utilizados em conjunto com as placas isolantes como a lã de vidro, garantindo um


bom desempenho à estrutura, já que as próprias placas de gesso acartonado também se
comportam como isolante térmico-acústico. Sua fixação é feita com parafusos

61
autoatarraxantes, e apresentam grande vantagem em relação a outras vedações internas,
como a facilidade para a execução e manutenção de instalações (CASTRO, 2005).

Deve-se atentar também para o tratamento das juntas, pois está diretamente atrelado a
características de desempenho da estrutura. Existem maneiras distintas de se executar o
tratamento das juntas, que em geral é feita utilizando massa especial para rejunte e a fita
de papel micro perfurado (LABUTO, 2014).

4.2.3.2.3 Placa cimentícia


Segundo Vivan (2011), as placas cimentícias são compostas por uma mistura de
agregados, cimento Portland e fibras sintéticas ou de celulose. Pode ser utilizado em áreas
internas ou externas da edificação, tanto nas estruturas verticais como horizontais e por
isso são muito versáteis.

Apresenta boas características, como elevada resistência a umidade e ao fogo, resistência


mecânica elevada, além de serem compatíveis com a maioria dos revestimentos. São
facilmente manuseadas e cortadas por equipamentos. As placas de vedação são
incorporadas ao sistema construtivo LSF, garantindo a limpeza da obra, velocidade e
leveza da construção. As placas cimentícias tem peso próprio aproximado de 18 Kg/m²,
que varia de acordo com a espessura (CASTRO, 2005).

Sua espessura é variável, tendo medidas comercias de 6, 8 e 10mm, escolhidas de acordo


com a função que a placa vai desempenhar. As placas de 6mm são mais utilizadas em
paredes internas, sem função estrutural, enquanto as de 8mm podem ser utilizadas tanto
em paredes internas como externas (Figura 21) e as de 10mm são ideais para painéis
estruturais. As dimensões comerciais são de 1,2m de largura por 2,00 m, 2,40 m, até 3,00
m de comprimento (VIVAN, 2011).

De acordo com Castro (2005) e Vivan (2011), as placas são fixadas com parafusos tipo
cabeça de trombeta e ponta broca. As juntas devem ser tratadas após sua fixação, mais
usualmente com silicone, principalmente em placas externas.

62
Figura 21: Placas Cimentícias na estrutura de LSF.

Fonte: Vivan, 2011.

4.2.3.3 Revestimento

O LSF pode, em geral, receber qualquer tipo de revestimento que é utilizado na


construção convencional no Brasil. Contudo, de acordo com o tipo de placa utilizada no
fechamento dos painéis, pode ser necessária a aplicação de tratamento para receber alguns
tipos de revestimento. Além da membrana impermeabilizante aplicada nas placas
cimentícias e de OSB, é necessária a aplicação de argamassa de revestimento, com o
auxílio do uma tela que é aparafusada na placa, de maneira a garantir a sua aderência.
Dessa maneira, a placa estará pronta para receber tanto a pintura quando revestimentos
cerâmicos (SANTIAGO, 2008).

Segundo Vivan (2011), as placas de gesso acartonado, porém, não necessitam de


aplicação de argamassa, pois já são preparadas para receber acabamentos, como pinturas
e revestimentos cerâmicos diretamente sob sua superfície.

4.2.4 Instalações elétricas e hidrosanitárias


As instalações nas edificações executadas em LSF tem o mesmo princípios daquelas
executadas nas estruturas convencionais, portanto os materiais empregados são os
mesmos, assim como os princípios e considerações de projetos, seguindo os mesmos
requisitos das normas pertinentes (SANTIAGO, 2008).

63
Contudo, a execução dessas instalações é muito mais simples nas estruturas de LSF, pois
podem ser passadas no interior dos painéis, entre os revestimentos. Isso facilita também
eventuais manutenções, minimizando o desperdício de materiais e o retrabalho (VIVAN,
2011).

4.2.5 Cobertura
Segundo Castro (2005), para a execução de coberturas na estrutura de LSF, são utilizados
os mesmos perfis de aço galvanizado dos painéis estruturais, que são os perfis U e Ue,
com alma de 90mm, 149mm, ou até 200mm de altura. Os perfis devem ser posicionados
de maneira que transmitam as cargas sem gerar efeitos substanciais de segunda ordem.
Os perfis que compõem a tesoura, treliça ou conjunto de caibros devem estar alinhados
aos montantes de paredes estruturais. Pode-se utilizar nos telhados telhas cerâmicas,
metálicas, de fibrocimento entre outras comumente utilizadas em edificações
convencionais (CASTRO, 2005).

4.3 Ferramentas utilizadas


Vivian (2011) recomenda em seu trabalho a utilização de algumas ferramentas, que não
são comuns em obras tradicionais, devido as peculiaridades na produção do sistema LSF.
São elas: parafusadeira elétrica, medidor de ângulo digital, chave de torque, medidor de
distância a laser, giz e linha e nível a laser para ladrilhos. Além disso, podem ser utilizadas
ferramentas para o corte dos perfis.

4.4 Ligações
Segundo Castro (2005), entre os métodos de ligações utilizados no LSF, as ligações
parafusadas são mais eficientes, pois permitirem a ligação entre vários componentes da
edificação.

4.4.1 Parafusos
Os parafusos autoatarraxantes e autoperfurantes são os mais utilizados nas construções
em LSF, por serem de fácil execução tanto no canteiro de obras quanto na pré-fabricação,
além de terem boas características de resistência. São compostos de aço carbono, com
tratamento cementado e temperado, sendo recobertos com uma proteção de zinco para
evitar a corrosão. São elementos de extrema confiabilidade do sistema (CASTRO, 2005).
64
Segundo Castro (2005), estão disponíveis em diferentes tamanhos, que vão do nº 6 ao nº
14, enquanto os mais usados vão do nº 6 ao nº 10, e seus comprimentos variam de ½ pol.
a 3 pol. dependendo da aplicação.

Ainda segundo Castro (2005), na fixação entre elementos, como placas de fechamento e
perfis metálicos, o parafuso deve ultrapassar o perfil metálico em pelo menos 10 mm, de
forma a fixar todas as camadas. O comprimento nominal do parafuso utilizado e o seu
diâmetro estão diretamente relacionados à espessura total do aço que o parafuso precisa
perfurar.

O diâmetro do parafuso é a distância externa entre os fios de rosca e o comprimento


nominal do parafuso é a distância entre a superfície de contato da cabeça do parafuso e
sua ponta, expressa habitualmente em polegadas. O passo é a separação entre os fios de
rosca (CASTRO, 2005).

4.4.1.1 Tipos de parafusos


Segundo Castro (2005), os parafusos autoatarraxantes apresentam dois tipos diferentes de
ponta: ponta broca (Figura 22) e ponta agulha (Figura 23). O que vai definir o tipo de
ponta a ser utilizada é a espessura da chapa metálica a ser perfurada. Parafusos de ponta
agulha são recomendados para o uso em chapas mais finas, geralmente em perfis
metálicos não estruturais. Já os de ponta broca são utilizados quando há conexão de várias
camadas de materiais e são recomendados nas ligações de perfis com função estrutural.

Figura 22: Parafuso com ponta broca.

Fonte: Castro, 2005.

Figura 23: Parafuso ponta agulha.

Fonte: Castro, 2005.

65
A cabeça do parafuso (Figura 24), por sua vez, vai ser definida com base no material a
ser fixado. Os parafusos com cabeça dos tipos lentilha, sextavada e panela são
empregados para a fixação entre perfis metálicos (ligação metal/metal), enquanto os
parafusos com cabeça tipo trombeta servem para a fixação de placas de fechamento nos
perfis metálicos (ligação chapa/metal). Em geral, as fendas, quando presentes, são do tipo
Phillips nº 2. Para a fixação de placas de vedação, como OSB e cimentícias, são utilizados
parafusos com asas no corpo e ranhuras na cabeça tipo trombeta (CASTRO, 2005).

Figura 24: Tipos de cabeça de parafusos mais utilizados em ligações com LSF. Respectivamente: cabeças lentilha,
sextavada, panela e trombeta.

Fonte: Elhajj, 2004.

4.5 Aspectos da qualidade e desempenho


Segundo Milan, Novello e Reis (2011), o sistema construtivo em LSF possui
características que facilitam o gerenciamento da produção e do controle de qualidade em
toda sua a cadeia, como insumos industrializados e fabricados sob normas de qualidade,
padronização/modulação de medidas, assim como a utilização de mão de obra mais
qualificada e especializada.

O sistema de controle de qualidade aplicado a uma obra executada em LSF é similar ao


controle em uma obra convencional. Devem ser verificadas as estruturas durante sua
execução, seguindo os padrões e procedimentos definidos pelo sistema de gestão da
qualidade, assim como os projetos elaborados segundo as normas pertinentes, e também
o controle de qualidade e recebimento dos materiais utilizados.

A diferença, porém, reside no fato do sistema em LSF ser racionalizado, tornando todo o
processo de gestão da qualidade muito mais fácil e eficiente.

De acordo com Rodrigues (2006), o sistema LSF se diferencia dos demais pela
composição de seus sistemas que funcionam em conjunto. Apresenta inúmeras vantagens,
como desempenho termo acústico, material estrutural em aço mais leve e resistente a
corrosão, durabilidade, redução de resíduos, controle do gasto de material, uso de material
totalmente reciclável e resistente ao fogo (RODRIGUES, 2006).

66
Segundo Hass e Martins (2011), em termos de segurança estrutural, o sistema LSF
apresenta bom desempenho em geral, pois o as paredes com função estrutural dividem
todo o peso das lajes e demais pavimentos. Uma casa em sistema LSF pode ser associada
a uma enorme caixa metálica, apresentando assim ótima estabilidade, inclusive a abalos
sísmicos.

Além de atender a norma NBR 15575, segue também o Sistema de Avaliações Técnicas
(SINAT) a partir da diretriz n°003, que impoe exigências para atender ao desempenho
térmico e acústico. Para esse fim, nas edificações em LSF faz-se uso de diversos recursos,
porém essencialmente o conforto térmico e acústico é estabelecido pelo sistema de
fechamento, que quando corretamente projetado garante principalmente a redução de
gastos posteriores com a energia.

Segundo Castro (2005), através do isolamento térmico e acústico, que limita a influência
de intempéries externos, é possível obter o controle da qualidade na habitação, criando
condições de conforto interno adequado as residências.

Nesse contexto Santiago (2008) declara que a descontinuidade de camadas acarreta no


princípio massa-mola, que possibilita o isolamento acústico do método e a soma das
resistências térmicas dos materiais de cada camada, resultando em sua resistência térmica
total.

Dessa maneira, é possível observar que a obtenção do desempenho nas edificações em


LSF depende principalmente de projeto e execução adequados. É uma estrutura que
possui bom desempenho estrutural, além dos confortos témoacustico, sonoro, e
estanqueidade adequados, que vão depender apenas de um projeto adequado dos
fechamentos. Além disso, por ser industrializado e de construção racionalizada, torna o
controle da execução mais fácil, assim como uma melhor manutenibilidade, boa
durabilidade e menor impacto ambiental.

4.6 Aspectos de manutenção e durabilidade


Para Hass e Martins (2011), nas obras em LSF o reparo das instalações elétricas e
hidráulicas é feito de forma simples, fácil e pouco desgastante, pelo fato de ser executado
pela parte interna da casa, sem a necessidade de danificar a estrutura das paredes, por
requerer apenas a remoção dos parafusos das placas. Além disso, não apresenta a geração
de sujeira durante a manutenção.

67
O LSF é um sistema que requer pouca manutenção ao longo de sua vida útil. Os materiais
utilizados, por serem de origem industrializada e passarem por um rígido processo de
controle de qualidade, como já foi descrito nesse capítulo, possui altíssima durabilidade,
se mantida a integridade dos revestimentos.

4.7 Aspectos ambientais


O LSF, como já descrito nesse capítulo, é um método construtivo a seco, pois não utiliza
água em sua montagem. O uso da água fica restrito a fundação e, se executado, na
concretagem das lajes steel deck. Os perfis de aço que compõem a estrutura, por passarem
por processo de industrialização, a quantidade de sobras e entulho gerados é
significantemente reduzida, além da possibilidade de reciclagem (Campos, 2014).

De acordo com Alves (2015), os projetos que adotam o LSF apresentam redução no
desperdício de matéria prima, já que utiliza materiais industrializados, que passam por
um rígido controle de qualidade na sua fabricação. Por ser um material leve e por não
utilizar paredes maciças, há redução de consumo de material desde a fundação, por não
necessitar de construções de altas resistência. A execução do LSF, se adequadamente
planejada e projetada, reduz consideravelmente a geração de resíduos.

Por ser um sistema industrializado, a quantidade de resíduos gerados nas construções em


LSF é bem reduzida, não só na etapa de construção, mas também em futuras manutenções
que possam vir a ser executadas (CAMPOS, 2014).

4.8 Aspectos de prazo e custo


Ainda segundo Alves (2015) o LSF é caracterizado por grande redução do tempo da obra
que é conseguido através da pré-fabricação dos seus itens. Além disso, o método permite
que várias etapas sejam realizadas ao mesmo tempo, diferente do convencional. Assim,
enquanto os painéis das paredes são produzidos na indústria, no canteiro da obra é
executada a fundação. Após a montagem das paredes, uma equipe dá início à execução
da cobertura, e outros profissionais dão prosseguimento a outras atividades no interior da
edificação.

De acordo com o trabalho de Sanches e Sato (2009), as etapas mais importantes para a
construção de uma edificação em LSF são de fechamento, revestimento e a estrutura.
Logo, demandam mais trabalho, material e tempo, e por isso, demandam mais recursos

68
financeiros para sua execução. Em conjunto, tais etapas são responsáveis, segundo os
autores, por mais de 44% do valor do imóvel.

69
5. Análise comparativa Alvenaria convencional X Light
Steel Frame
O objetivo desse capítulo é, considerando os atributos qualidade, desempenho,
durabilidade, prazo e custo, fazer uma avaliação comparativa do método construtivo da
alvenaria convencional e o Light Steel Frame por etapa construtiva.

Para fazer essa avaliação, foram utilizados, quando disponíveis, indicadores mensuráveis,
de maneira a demonstrar as vantagens e desvantagens de cada processo.

Porém, como foi exposto ao longo desse trabalho, ambos os métodos possuem, muitas
vezes, similaridades nos processos utilizados. Dessa maneira, para cada item serão
considerados apenas as etapas pertinentes para cada comparação.

Para os dados apresentados nesse capítulo, considera-se que as construções utilizadas


como modelo dos ensaios utilizados como parâmetros de comparação foram executadas
com base nas boas práticas e não apresentam falhas na execução.

5.1 Qualidade, desempenho e durabilidade


5.1.1 Estrutura
5.1.1.1 Desempenho estrutural
Bevilaqua (2005) realizou uma série de estudos detalhados a respeito do desempenho
estrutural do método construtivo em LSF. A autora analisou 13 diferentes proposições
arquitetônicas e 3 concepções estruturais diferentes (vigamento contínuo apoiado sobre
painéis estruturais, painéis mais altos para eliminar as vigas de acabamento sobre os
painéis paralelos ao vigamento e vigas apoiando lateralmente nos montantes). Para isso,
foram utilizados programas de cálculo estrutural, realizando analises lineares e não
lineares das estruturas.

Nesse estudo, observou-se após a realização dos trabalhos de modelagem numérica e


análise dos dados obtidos que, quando projetado corretamente, o sistema LSF tem um
ótimo desempenho estrutural, resistindo a todos os esforços solicitantes horizontais e
verticais.

70
Paralelamente, é de conhecimento geral que os edifícios executados em alvenaria
convencional, quando calculados segundo a NBR 6118, atendem adequadamente aos
requisitos pertinentes a norma de desempenho.

É importante citar também que, conforme previamente mencionado nesse trabalho, o LSF
possui uma limitação no número de pavimentos permitidos pela norma, devido as
características modulares da estrutura.

5.1.1.2 Durabilidade

Para mensurar a durabilidade dos sistemas construtivos, utiliza-se o indicador de vida útil.
A vida útil pode ser definida como o período de tempo durante o qual as estruturas de
concreto mantêm condições satisfatórias de uso, atendendo as finalidades esperadas em
projeto (BRANDÃO e PINHEIRO, 1999).

A vida útil de uma estrutura de concreto depende de diversos fatores, inclusive da


finalidade da obra. Desse modo, não existe um valor mínimo fixo explicitado na norma.
Em obras de caráter provisório, transitório ou efêmero, por exemplo, é tecnicamente
recomendável adotar-se vida útil de projeto de pelo menos um ano. Para as pontes e outras
obras de caráter permanente, poderão ser adotados períodos de 50, 75 ou até 100 anos.
Na Tabela 8 é possível comparar os valores definidos em normas diferentes (HELENE,
2001).

71
Tabela 8: VUP mínima - diversas normas.

Vida útil de projeto (VUP) mínima


BS ISO Fib (2006) e NBR
Tipo de estrutura Fib 53
7543 2394 EN 206-1 15575
(2010)
(1992) (1998) (2007) (2013)
10 1 a 5
Temporárias 10 anos - -
anos anos
Partes estruturais substituíveis 10 25 23 a 20 25 a 30
10 a 25 anos
(Ex.: apoios) anos anos anos anos
Estruturas para agricultura e
- - 15 a 30 anos - -
semelhantes
35
Estruturas offshore - - - -
anos
30
Edifícios industriais e reformas - - - -
anos
Edifícios e outras estruturas 50 50
- 50 anos 50 anos
comuns anos anos
Edifícios novos e reformas de 60
- - - -
edifícios públicos anos
Edifícios monumentais, pontes e
120 100 100
outras estruturas de engenharia 100 anos -
anos anos anos
civil
200
Esdifícios monumentais - - - -
anos

Fonte: Possan e Demoliner, 2015.

É notório, portanto, que as estruturas de concreto armado são capazes de atingir a vida
útil determinada por norma, quando corretamente projetadas e construídas conforme as
boas práticas e submetidas a manutenções regulares. Essa fato pode ser observado pela
presença de diversas edificações que ultrapassam 50 anos e continuam cumprindo as
exigências de desempenho.

A respeito do Light Steel Frame, devido ao rigoroso controle de qualidade dos materiais
utilizados no sistema construtivo, Way, Popo-Ola, Biddle e Lawson (2009) determinam
em seu trabalho que, através do cálculo do decaimento da cobertura de zinco das peças
de aço galvanizado que compõem a estrutura do Light Steel Frame sob diversas
circunstâncias, uma estrutura sob proteção efetiva da umidade pode atingir
adequadamente uma vida útil de projeto de pelo menos 200 anos.

72
Contudo, ambos os sistemas compartilham de condições necessárias para o alcance da
vida útil de projeto, como execução adequada, ausência de falhas e patologias, assim
como manutenção adequada no envelope das estruturas, evitando a ação de intempéries.

5.1.2 Vedações
Em seu trabalho, Ferreira (2015) faz uma comparação entre os sistemas de vedação em
LSF e alvenaria em blocos cerâmicos em termos de desempenho acústico (isolamento
acústico), além dos desempenhos térmico (isolamento térmico) e resistência ao fogo, que
serão desenvolvidos nos itens seguintes.

5.1.2.1 Desempenho acústico


Para a comparação entre os desempenhos acústicos dos sistemas em questão, Ferreira
(2015) utilizou dados do estudo de Silva (2015), que avaliou os valores de redução sonora
e do sistema de vedação em alvenaria com blocos cerâmicos em comparação com os
critérios exigidos pela NBR 15575, em comparação com os índices de redução sonora
obtidos pela própria autora para a vedação do sistema LSF, tanto para paredes de vedação
externa como interna. Os resultados desse estudo podem ser observados nas Tabelas 9 e
10.

Tabela 9: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de redução sonora de
fachadas.

Fonte: Ferreira, 2015.

73
Tabela 10: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: índice de redução sonora em
paredes de geminação.

Fonte: Ferreira, 2015.

A autora salienta que, para paredes de alvenaria, a espessura de revestimento tem


influência direta na sua capacidade de isolamento acústico, visto que as paredes com
revestimento mais espesso apresentaram nível superior de desempenho para todas as
classes de ruído. Entretanto, as paredes avaliadas continham o revestimento usual, com
reboco, emboço, massa corrida e pintura.

As paredes em LSF apresentam, de maneira geral, desempenho superior em relação ao


sistema de vedação em alvenaria convencional, tanto para geminação, quanto para
paredes de fechamento externo. Isso se deve em grande parte pelo fato de que as paredes
de LSF podem ser preenchidas com materiais isolantes acústicos, além de poderem ser
executadas com duas placas de gesso em cada face (FERREIRA, 2015).

5.1.2.2 Resistência ao fogo


No critério de reação ao fogo, Ferreira (2015) salienta que os materiais utilizados em
ambas as modalidades de revestimento são incombustíveis e não propagadores de chama
e fumaça. Contudo, deve-se ter atenção quanto ao emprego de outros tipos de materiais
nas faces das paredes.

74
Para a avaliação da resistência ao fogo, Ferreira (2015) utilizou dados obtidos dos ensaios
realizados por Silva (2015) para a resistência ao fogo de blocos cerâmicos, segundo as
exigências da NBR 15575, comparados com os resultados de seus próprios estudos a
partir das vedações do sistema LSF. Os resultados podem ser observados na Tabela 11.

Tabela 11: Quadro de Comparação dos sistemas de vedação vertical analisados: Reação ao fogo.

Fonte: Ferreira, 2015.

Ambos os sistemas construtivos atendem aos requisitos da NBR 15575 de resistência ao


fogo por 30 minutos. Contudo, a alvenaria convencional tem larga vantagem em termos
de resistência, obtendo nos ensaios um Tempo Requerido de Resistencia ao Fogo (TRRF)
de 4 horas.

5.1.2.3 Desempenho térmico


O sistema de vedação no Light Steel Frame, como já mencionado nesse trabalho, é
composto por diversas camadas de fechamentos industrializados. Nesse sistema, a
resistência térmica total do fechamento é igual à soma das resistências de cada uma das
camadas, seguindo o conceito de multicamada, e é significativamente influenciada pelo
arranjo dos materiais utilizados, cujas mudanças são cruciais para o desempenho do
sistema (SANTIAGO, 2008).

Consequentemente, a capacidade de isolamento e inercia térmica de uma parede de


vedação em LSF são diretamente influenciados pelas placas de acabamento utilizadas,
assim como pela combinação dos elementos adotados no sistema, como o uso de
isolamento interno, o aumento na medida da alma dos montantes ou a utilização de chapas
duplas de fechamento (SANTIAGO, 2008).

Paralelamente, Ferreira (2015) aponta que é de conhecimento geral que o sistema de


vedação em alvenaria apresenta bom desempenho térmico.

75
Contudo, Santiago (2008) explicita em seu trabalho que, apesar da utilização de
envoltórias com propriedades adequadas ser um fator importante para a qualidade térmica
da construção, a arquitetura também é um fator decisivo nesse aspecto. No Brasil, por ser
um local de clima quente em geral, deve-se adotar, por exemplo, uma orientação solar
correta, permitir a ventilação dos ambientes, entre outros, de maneira a garantir que a
edificação tenha condições desejáveis de conforto.

Ferreira (2015), como já mencionado nesse capítulo, faz uma comparação entre os
sistemas de vedação em LSF e alvenaria em blocos cerâmicos em termos de desempenho
térmico. Para isso, utiliza ensaios comparativos de avaliações técnicas, conforme a
diretriz SINAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica) n° 3, para a avaliação do
desempenho no Light Steel Frame, e os resultados obtidos por Silva (2015) de
transmitância térmica e capacidade térmica para blocos de alvenaria diversos, baseados
na NBR 15575. Os resultados obtidos são sintetizados na Tabela 12.

Tabela 12: Quadro de comparação dos sistemas de vedação: desempenho térmico.

Fonte: Ferreira, 2015.

Apesar do sistema em LSF atender às exigências da NBR 15575, Ferreira (2015) salienta
que para tal é necessário que as condições ideais sejam adequadas (escolha adequada da
forração, ventilação, sombreamento e cores da fachada). Paralelamente, para paredes de
alvenaria não existem condições específicas para o atendimento mínimo do desempenho
térmico das fachadas de acordo com a norma.

Logo, a autora do estudo conclui que, em relação ao desempenho térmico das fachadas,
as paredes de alvenaria apresentam vantagem em termos de desempenho, uma vez que

76
não necessitam dos mesmos cuidados que o LSF para o atendimento mínimo do conforto
térmico.

5.2 Custo e prazo


Meneghel e Dare (2017) realizaram um estudo comparativo de custos entre os sistemas
LSF e alvenaria convencional. Para tal estudo, que foi desenvolvido na construção de
uma edificação multifamiliar de 122,16 m², foram considerados apenas custos diretos. As
características dos métodos e materiais utilizados na obra podem ser observadas na Tabela
13. Segundo os autores, foram elaboradas planilhas orçamentárias para cada sistema
construtivo, que não foram fornecidas.

Tabela 13: Caracterização da obra conforme sistemas construtivos.

Fonte: Meneghel e Dare, 2017.

Na Tabela 14 são apresentados os custos diretos globais obtidos por Meneghel e Dare
(2017), divididos por etapa construtiva.

77
Tabela 14: Custos diretos globais.

LSF ALVENARIA CONVENCIONAL


ETAPA
R$ % R$ %
FUNDAÇÃO R$ 2.656,84 1,7% R$ 3.805,79 2,6%
PAVIMENTO PISO R$ 15.401,50 9,6% R$ 17.932,72 12,1%
PLANOS VERTICAIS R$ 82.675,49 51,5% R$ 66.319,73 44,9%
COBERTURA R$ 16.261,31 10,1% R$ 16.261,31 11,0%
FORRO R$ 5.586,06 3,5% R$ 5.586,06 3,8%
ESQUADRIA R$ 20.047,04 12,5% R$ 20.047,04 13,6%
REVESTIMENTO R$ 8.137,48 5,1% R$ 8.137,48 5,5%
PINTURA R$ 9.675,92 6,0% R$ 9.675,92 6,5%
TOTAL R$ 160.441,64 R$ 147.766,05

Fonte: Meneghel e Dare, 2017.

Pode-se observar que, nos projetos em questão as estruturas se diferenciam


majoritariamente no item dos planos verticais, que compõe a parte estrutural da
superestrutura da casa em ambos os métodos construtivos, principalmente devido ao fato
da laje do pavimento e o telhado terem sido executados utilizando os mesmo materiais e
métodos construtivos. O custo direto global da construção em LSF é 8,6% maior que o
custo da alvenaria convencional, enquanto o item planos verticais é 24% maior, sendo o
item de mais peso em ambos os orçamentos (52% do LSF e 45% da alvenaria
convencional).

Farias (2013) destaca, porém, que o tempo de construção do LSF é bem mais curto que o
sistema em alvenaria convencional (Tabelas 15 e 16). Dessa maneira, o desprendimento
de capital no sistema LSF é feito mais rapidamente. Paralelamente, por sua execução ser
mais rápida, é possível disponibilizar o empreendimento para venda mais rapidamente, e,
portanto, podendo ter retorno mais rapidamente. Além disso, a rapidez na construção
mostra resultados mais expressivos no orçamento o quão maior for o empreendimento.

78
Tabela 15: Cronograma do empreendimento em alvenaria convencional.

Fonte: Farias, 2013.

79
Tabela 16: Cronograma do empreendimento em LSF.

Fonte: Farias 2013.

Em seu estudo, Farias (2013) obteve um custo de construção 40% maior por m² para a
casa executada com o sistema em LSF. Essa discrepância em relação ao resultado obtido
por Meneghel e Dare (2017) se deveu ao fato de os imóveis estudados pelo autor terem
características diferentes entre si. O custo por m² obtido da construção em LSF foi
calculado através do custo total de duas casas geminadas, enquanto o da casa em alvenaria
convencional foi baseado em apenas uma. Além disso, os estudos foram realizados em
regiões diferentes e datas diferentes. Enquanto estudo de Meneghel e Dare (2017) foi
realizado na região Sul do Brasil, Farias (2013) realizou o estudo na região sudeste 4 anos

80
antes, quando os preços dos componentes do LSF eram mais caros e estes eram menos
disponíveis no mercado.

5.3 Vantagens e desvantagens


Com base nas informações levantadas, são apresentados na Tabela 17 as vantagens e
desvantagens dos métodos construtivos Light Steel Frame e alvenaria convencional.

Tabela 17: Vantagens e desvantagens - LSF e alvenaria convencional.

ALVENARIA CONVENCIONAL LIGHT STEEL FRAME

VANTAGENS DESVANTAGENS VANTAGENS DESVANTAGENS


Controle de
Matéria prima de
qualidade
alta qualidade e passa É preterida em
Ótima aceitação dificultado;
por processo de relação ao método
por parte dos Processos com
industrialização; de construção
usuários; característica
Estrutura tradicional no
Flexibilidade em artesanal;
racionalizada, com Brasil;
QUALIDADE reformar e alterar Muito retrabalho;
projetos bem Limitação de
as edificações; Matéria prima de
definidos e pavimentos.
Flexibilidade no baixa qualidade.
detalhados;
projeto Flexibilidade do
arquitetônico. projeto arquitetônico;
Utiliza mão de obra
qualificada.
Excelente
Costuma apresentar desempenho em
patologias; geral;
Excelente -
Estrutura possui Níveis de
desempenho em
elevado peso desempenho podem
geral;
próprio. ser regulados de
DESEMPENHO Estrutura tem
acordo com a região
elevada resistência
onde for construído;
e permite grandes
Possibilidade da
vãos.
combinação de
diferentes materiais
de isolamento.
Manutenção
difícil, com grande
desperdício de Manutenção
Custo de -
materiais e facilitada;
MANUTENÇÃO manutenção é
despendimento de Pouca geração de
baixo em geral.
mão de obra. resíduos.

Componentes tem Para manter a


alta durabilidade; durabilidade
- Alta durabilidade e precisa que o
Edificações duram
DURABILIDADE longevidade da envoltório esteja
muito tempo sem
estrutura. intacto.
necessitar de
manutenção.

81
Geração elevada de Construção
entulho; majoritariamente a -
Resíduos podem seco;
AMBIENTAIS ser reciclados; Desperdício mínimo
Vida útil longa. de materiais; Vida
útil longa;

Baixa
produtividade; Fácil montagem,
Limitações no manuseio e
método construtivo transporte;
-
fazem com que os Fácil execução das
PRAZO -
prazos sejam instalações;
maiores; Alta produtividade;
Difícil manuseio e Construção
transporte dos racionalizada;
materiais.
Material mais caro
Materiais e do que o método
insumos são convencional;
Necessita de mão
baratos; Mão de obra mais
de obra em alta Grande
Mão de obra cara; Custo de
quantidade; disponibilidade de
CUSTO barata; construção mais
Materiais são muito perfis no mercado;
Equipamentos e elevado (8,6% a
desperdiçados.
ferramentas 40% maior que
utilizados são alvenaria
baratos. convencional).

Fonte: Autor, 2018.

82
6. Conclusões
Através das informações levantadas no trabalho, foi feita uma análise comparativa entre
os métodos construtivos Light Steel Frame e alvenaria convencional. Foram apresentadas
vantagens e desvantagens de ambos métodos, tendo em vista a situação do mercado
habitacional brasileiro e os parâmetros obtidos em pesquisa.

Foi possível concluir que o método construtivo em LSF, em geral, é mais vantajoso nos
aspectos de desempenho, qualidade, manutenibilidade, impacto ambiental na construção
(consumo de água e geração de resíduos), produtividade e prazo. Porém, em termos de
durabilidade, custo, disponibilidade de material e mão de obra, flexibilidade
arquitetônica, facilidade de construção (não necessita de mão de obra qualificada), a
alvenaria convencional se mostra superior.

É notável, porém, que o LSF vem ganhando espaço no mercado brasileiro, conforme
aumenta a demanda por desempenho e racionalização. Contudo, o mercado de construção
ainda não está adaptado a utilização em larga escala desse método, além do fato da
alvenaria convencional já ser um método estabelecido que, ao longo das décadas, se
adaptou não só as condições econômicas, mas também sociais de nosso país.

6.1 Sugestões para trabalhos futuros


Com o objetivo de buscar uma melhor adaptação do LSF ao mercado brasileiro e reunir
mais informações sobre o método construtivo, são sugeridas algumas linhas de pesquisa
que poderiam ser adotadas:
a) Desenvolvimento de um estudo sobre a norma de desempenho aplicada a
construções em LSF;
b) Sistema de controle da qualidade em obras executadas em Light Steel Frame;
c) Estudos sobre a manutenção de edificações em Light Steel Frame, com
indicadores mensuráveis que possam ser comparados com outros sistemas
construtivos.

83
7. Referências Bibliográficas
ANTUNES, Tiago de Ávila. Gestão de projetos e custo em pequenas edificações.
Artigo apresentado no curso de pós-graduação MBA em Gestão de Projetos em
Engenharia e Arquitetura. IPOG. Pelotas, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8042: Bloco


cerâmico para alvenaria Formas e Dimensões. Rio de Janeiro, 1992.

______. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Rio de Janeiro, 2005

______. NBR 15253: Perfis de aço formados a frio, com revestimento metálico, para
painéis reticulados em edificações: Requisitos Gerais. Rio de Janeiro, 2005.

______. NBR 15270: Componentes cerâmicos Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria
de vedação Terminologia e requisitos, 2005.

______. NBR 7222. Concreto e argamassa Determinação da resistência à tração por


compressão diametral de corpos de prova cilíndricos, 2011.

______. NBR 8042: Bloco cerâmico para alvenaria Formas e Dimensões. Rio de
Janeiro, 1992.

______. NBR 9935. Agregados Terminologia, 2011

______. NBR 15575 Edificações habitacionais - Desempenho. ABNT. [S.l.]. 2013.

ASSUMPÇÃO, José Francisco Pontes. Gerenciamento de Empreendimentos na


Construção Civil: modelo para planejamento estratégico da produção de edifícios. 1996.
206p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1996.

ÁVILA, Antonio V.; LOPES, Oscar C.; LIBRELOTTO, Liziane I. Orçamento de obras.
Florianópolis: Universidade do Sul de Santa Catarina, 2003. Disponível em:
<http://pet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/ECV5307-%20Or%C3%A7amento.pdf>

AZEVEDO, Hélio Alves de. Edifício e seu Acabamento. São Paulo, Edgard Blücher
Ltda, 2004.

AZEVEDO, Hélio Alves de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Edgard Blucher,
1997.

84
BARROS, Gustavo. O Desenvolvimento do setor siderúrgico brasileiro entre 1900 e
1940: Crescimento e substituição de importações. Estudos Econômicos (São Paulo), v.
45, n. 1, p. 153-183, 2015.

BARROS, M. M. S. B. Metodologia para implantação de tecnologias construtivas


racionalizadas na produção de edifícios. São Paulo. 422 p. Tese de Doutorado. Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, 1996.

BARROS, Mercia M. S. B. de; MELHADO Silvio B. Recomendações para a produção


de estruturas de concreto armado em edifícios. São Paulo: EPUSP, 1998. Departamento
de engenharia civil. Disponível em:
<http://www.pcc.usp.br/files/text/publications/TT_00004.pdf>

BASTOS, Paulo S. dos S. Fundamentos do concreto armado. Bauru: UNESP, 2006.


Faculdade de Engenharia, departamento de engenharia civil. Disponível em:
<http://www.ufsm.br/decc/ECC1006/Downloads/FUNDAMENTOS.pdf>

BAUER, L A Falcão. Materiais de construção. 5ª edição. Rio de Janeiro: RJ. LTC-


Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1994. 935p.

BERNARDES, Marina, et al. Comparativo econômico da aplicação do Sistema Light


Steel Framing em habitação de interesse social. Revista de Arquitetura IMED, 2012,
1.1: 31-40.

BEVILAQUA, R. Estudo comparativo do desempenho estrutural de prédios


estruturados em perfis formados a frio segundo os sistemas aporticado e "light steel
framing . 2005. 225p. Disserta o (Mestrado em Engenharia de Estruturas)
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2005

BICALHO, F. C. Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras de


pequeno porte. 2009.

Boas práticas para entrega do empreendimento desde a sua concepção / organizadores:


Câmara Brasileira da Indústria da Construção, Sindicato da Indústria da Construção
Civil do Estado de São Paulo, Secovi-SP. Brasília : CBIC, 2016.

BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções, 8a edição, volume I. Editora Edgard


Blucher. São Paulo,1996

85
BORGES, Alberto de Campos. Prática das pequenas construções, volume I. Alberto de
Campos Borges. 9. ed. rev. e ampl. Por José Simão Neto, Walter Costa Filho. São
Paulo: Blucher, 2009.

BRANDÃO, A. M. da S; Pinheiro, L. M. Qualidade e durabilidade das estruturas de


concreto armado: aspectos relativos ao projeto. CADERNOS DE ENGENHARIA DE
ESTRUTURAS. Universidade de São Paulo -- Escola de Engenharia de São Carlos. São
Carlos, 1999.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Resolução N° 307, de 5


de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil.

BRASIL. IBGE. Indústria e Construção, 2016. Disponível em <www.ibge.gov.br>.


Acesso em: 12 de jun. 2018.

BRASILIT. Guia de sistemas para produtos planos placas, painéis e acessórios para
construção industrializada. São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://www.brasilit.com.br/pdf/guia-de-sistemas-para-produtos-planos-brasilit.pdf>

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Sistema Construtivo Utilizando Perfis Estruturais


Formados a Frio de Aço revestidos (Steel Framing). Requisitos e Condições Mínimos
para Financiamento pela Caixa.Brasília: CAIXA, 2003. 28p

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. Informações disponíveis em:


<http://www.caixa.gov.br/habitacao/mcmv> acesso em 30 jul 2018

CALDEIRA, Rita de Cássia Spironelli Ramos. Contribuição ao estudo das


possibilidades permitidas pelo sistema estrutural em aço nos edifícios brasileiros: um
estudo de caso. Dissertação para mestrado. São Paulo: FAUUSP, Departamento de
Tecnologia. 2001.

CAMPOS, P. F. de. Light Steel Framing: uso em contruções habitacionais empregando


a modelagem virtual como processo de projeto e planejamento / Patrícia Farrielo de
Campos. São Paulo, 2014.

CARVALHO, F. C. (2005). Sistema financeiro, crescimento e inclus o in Brasil em


Desenvolvimento: economia, tecnologia e competitividade. Rio de Janeiro. Editora
Civilização Brasileira.

86
CASTRO, R. C. M. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos industrializados.
Light steel framing. Dissertação (Mestrado). Departamento de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2005.

CASTRO, R. C. M. Arquitetura e tecnologia em sistemas construtivos industrializados.


Light steel framing. Dissertação (Mestrado). Departamento de Engenharia Civil,
Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2005.

CAU. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, 2015. Guia para arquitetos na


aplicação da norma de desempenho. Disponível em:
<http://www.caubr.gov.br/wpcontent/uploads/2015/09/2_guia_normas_final.pdf>.
Acesso em 18 de maio 2018.

CBIC. Câmara Brasileira da Indústria da Construção, 2013. Desempenho de Edificações


habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013.
Disponível em:
<http://www.cbic.org.br/arquivos/guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho_2_edic
ao.pdf>. Acesso em 18 de maio 2018.

Coberturas: os diversos tipos e suas características. Disponível em:


<http://wwwo.metalica.com.br/coberturas-os-diversos-tipos-e-suas-caracteristicas>

COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL. Disponível em:


<http://www.csn.com.br/irj/portal/>

Condeixa, K. de M. S. P. Comparação entre materiais da construção civil através da


avaliação do ciclo de vida : sistema Drywall e alvenaria de vedação/ Karina de Macedo
Soares Pires Condeixa. Niterói, RJ: [s.n.], 2013.

CONSUL STEEL. Construcción com acero leviano Manual de Procedimiento.


Buenos Aires: Consul Steel, 2002. 1CD-ROM.

CUNHA, Gabriel C. de. A importância do setor de construção civil para o


desenvolvimento da economia brasileira e as alternativas complementares para o
funding do crédito imobiliário no Brasil. Instituto de Economia. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, 2012.

DIAS, L. A. M. Aço e arquitetura: estudo de edificações no brasil. São Paulo: Zigurate


Editora, 2001. 171p.

87
ELHAJJ, Nader. Fastening of light frame steel housing: an international perspective.
Upper Marlboro, MD: National Association of Home Builders (NAHB), 2004.

FARAH, M. F. S. Processo de trabalho na construção habitacional: tradição e mudança.


São Paulo. Editora Annablume. Primeira Edição. 1996.

FARIAS, João Lopes. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO


USO DO MÉTODO CONSTRUTIVO LIGHT STEEL FRAMING NUMA
RESIDÊNCIA UNIFAMILIAR DE BAIXA RENDA. Universidade Federal do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, 2013.

FERNANDES, Marcos J. G.; FILHO, Antonio F. S. Estudo comparativo do uso da


alvenaria estrutural com bloco de concreto simples em relação ao sistema estrutural em
concreto armado. Salvador, 2010. Disponível em: <
http://info.ucsal.br/banmon/Arquivos/Art3_0075.pdf>

FERREIRA, R. C. L. Desempenho de vedações verticais em Light Steel Framing:


estudo comparativo com o sistema de alvenaria de blocos cerâmicos. 2015. 74 f.
Trabalho de Diplomação (Graduação em Engenharia Civil) Departamento de
Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

FIGUEIREDO, D. L. M. Diagnóstico da implantação de sistemas de gestão da


qualidade em empresas construtoras e seus reflexos na gerência de materiais de
construção. 2006. p. 172. Dissertação de mestrado em construção civil. Programa de
Pós-Graduação em Construção Civil. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS
GERAIS - UFMG, Minas Gerais, 2006.

FIGUEIRÓ, W. O. Racionalização do processo produtivo de edifícios em alvenaria


estrutural. Minas Gerais, 2009. Monografia Escola de Engenharia da Universidade
Federal de Minas Gerais. Departamento de Engenharia de materiais e Construção.
Curso de Especialização em Construção Civil.

FRASSON, K. C; BITENCOURT, M. Análise comparativa dos sistemas construtivos


alvenaria convencional e light steel frame: um estudo de caso em residência unifamiliar.
Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia Civil -- Universidade do Sul de Santa
Catarina, 2017.

FREITAS, A. M. S.; CRASTO, R. C. M. Steel framing: arquitetura. Rio de Janeiro:


IBS/CBCA, 2006.
88
FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; CASTRO, Renata Cristina Moraes de. Steel
Framing: Arquitetura. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Siderurgia, Centro
Brasileiro da Construção em Aço. 2006.

FURTADO, C. (1980) Pequena Introdu o ao Desenvolvimento: enfoque


Interdisciplinar . S o Paulo: Editora Nacional.

GARNER, Chad J. Guia do construtor em steelframing. Tradução de Sidnei Palatnik.


Disponível em: <http://www.cbca-ibs.org.br/> Acesso em Julho de 2018.

GISAH, A. P.; THOMPSON, R. V. Comparativo de Custos de Sistemas Construtivos,


Alvenaria Estrutura e Estrutura em Concreto Armado no caso do Empreendimento
Piazza Maggiore. Curitiba, PR: Universidade Federal do Paraná, 2011.

GONÇALVES, Eduardo Albuquerque Buys. Estudo das patologias e suas causas nas
estruturas de concreto armado de obras de edificações / Eduardo Albuquerque Buys
Gonçalves Rio de Janeiro: UFRJ/ ESCOLA POLITÉCNICA, 2015.

HOFFMANN, L. G.; BRESSIANI, L.; FURLAN, G. C.; THOMAZ, W. de A.


Alvenaria estrutural: um levantamento das vantagens, desvantagens e técnicas
utilizadas, com base em uma pesquisa bibliográfica nacional. Anais do III Seminário de
PósGraduação em Engenharia Urbana, 7 e 8 Novembro 2012.

JANUZZI, U. A.; VERCESI, C; SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA


CONSTRUÇÃO CIVIL: UM ESTUDO A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PBQP-H
JUNTO ÀS EMPRESAS CONSTRUTORAS DA CIDADE DE LONDRINA. Revista
Gestão Industrial. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2010.

JARDIM, Guilherme Torres da Cunha; CAMPOS, Alessandro de Sou a. Light Steel


Framing : Uma aposta do setor Sider rgico no Desenvolvimento Tecnol gico da
Constrição Civil.

KLEIN, Bruno Gustavo, MARONEZI Vinícius. Comparativo orçamentário dos


sistemas construtivos em alvenaria convencional, alvenaria estrutural e Light Steel
Frame para construção de conjuntos habitacionais. BS thesis. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, 2013.

LABUTO, Leonardo Vinícius. (2014). Parede seca sistema construtivo de fechamento


em estrutura de drywall. Minas Gerais, 2014. Monografia Escola de Engenharia da

89
Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Engenharia de materiais e
Construção. Curso de Especialização em Construção Civil.

LIMA, Helenize Maria de Rezende. Concepção e implementação de sistema de


indicadores de desempenho em empresas construtoras de empreendimentos
habitacionais de baixa renda. 2005.

LIMA, Thiago Vicente. Estudo da produção de blocos de solo-cimento com matérias-


primas do núcleo urbano da cidade de Campo dos Goytacazes, 2006. 107 f.

LISBOA, Ricardo Q., Análise Comparativa entre Prédios com Estrutura Convencional
em Concreto Armado e Alvenaria Estrutural. Monografia (Graduação em Engenharia
Civil). Universidade da Amazônia, Belém, PA. 2008.

MEHTA P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto Microestrutura, propriedades e


materiais. São Paulo: Instituto Brasileiro do Concreto, 2008.

MELHADO, S. B. (Coord.). Coordenação de projetos de edificações. São Paulo: Nome


da Rosa, 2005.

MELHADO, S. B. Novos desafios da gestão da qualidade para a indústria da construção


civil. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO TECNOLOGIA E GESTÃO NA
PRODUÇÃO DE EDIFÍCIOS, 1998, São Paulo. Anais... São Paulo: PCC-USP, 1998.

Meneghel, G; Dare, M. E. COMPARATIVO DE CUSTOS DIRETOS ENTRE OS


SISTEMAS CONSTRUTIVOS LIGHT STEEL FRAMING E CONCRETO ARMADO
COM VEDAÇÃO EM BLOCOS CERÂMICOS E EM BLOCOS DE CONCRETO
CELULAR AUTOCLAVADO. UNESC - Universidade do Extremo Sul Catarinense,
2017.

MILAN, G. S.; NOVELLO, R. V.; REIS, Z. C. dos. A VIABILIDADE DO SISTEMA


LIGHT STEEL FRAME PARA CONSTRUÇÕES RESIDENCIAIS. Revista Gestão
Industrial. Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR. 2011.

MILITO, José Antonio. Técnica de construção civil, São Paulo. 2009.

MIRANDA, Deividy; ZAMBONI, Luiz Ricardo. Estudo comparativo entre o sistema


construtivo Light Steel Frame e o sistema de alvenaria convencional em casas
populares. Curso de Engenharia Civil. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 2016.

90
NAKAMURA, Juliana (2013). Norma de Desempenho. Parte 1 comentada: Requisitos
Gerais. Publicado no website da revista Téchne. Disponível em
<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/196/parte-1-comentada-requisitos-
geraisrequisitos-relacionados-ao-desempenho-294072-1.aspx>. Acesso em 26 de jun de
2018

NASCIMENTO, A. M. A Segurança do Trabalho nas Edificações em Alvenaria


Estrutural: Um Estudo Comparativo. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de
Santa Maria, Rio Grande do Sul, 2007.

OLIVEIRA, Gustavo V. Análise Comparativa Entre O Sistema Construtivo Em Light


Steel Framing E O Sistema Construtivo Tradicionalmente Empregado No Nordeste Do
Brasil Aplicados Na Construção De Casas Populares. 2012. Monografia (Graduação em
Engenharia Civil) Universidade Federal da Paraíba. 2012.

PENTEADO, Priscilla Troib, and Raquele Cruz Marinho. Análise comparativa de custo
e produtividade dos sistemas construtivos: alvenaria de solo-cimento, alvenaria com
blocos cerâmicos e alvenaria estrutural com blocos de concreto na construção de uma
residência popular. BS thesis. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2011.

POSSAN, E.; DEMOLINER, C. A. Desempenho, durabilidade e vida útil das


edificações: ABORDAGEM GERAL, 2015. Disponivel em:
<http://creaprw16.creapr.org.br/revista/Sistema/index.php/revista/article/view/14/10>.
Acesso em: 16 Julho 2018.

POZZOBON, Cristina Eliza. Notas de Aulas da disciplina de Construção Civil II.


Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. 21 p. 2007.

RAMALHO, Márcio A.; CORRÊA, Marcio RS. Projeto de edifícios de alvenaria


estrutural. São Paulo: Pini, 2003.

ROCHA LIMA JR., J. da. Sistemas de informação para o planejamento na construção


civil. São Paulo: Escola Politécnica, USP, 1990. 69. (Boletim Técnico BT/26/90,
Departamento de Engenharia de Construção Civil).

RODRIGUES, Francisco C. Manual de Construção em Aço: Steel Framing:


Engenharia. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Siderurgia/CBCA, 2012.

91
RODRIGUES, Francisco Carlos. Steel Framing: Engenharia. Rio de Janeiro:
IBS/CBCA, 2006. (Série do Manual da Construção em Aço).

ROYER, L. (2009) Financeiri a o da Pol tica Habitacional: limites e perspectivas .


Tese de doutorado da FAU-USP. Orientadora: Ermínia Maricato.

SACHS, A.; NAKAMURA, J. Desempenho revisado. Téchne, n. 192, p. 42-49, Março


2013.

SANTIAGO, A. K. O uso do sistema light steel framing associado a outros sustemas


construtivos como fechamento vertical externo não estrutural Outro Preto, 2008.
Dissertação de Mestrado (Engenharia Civil) Universidade Federal de Outro Preto,
2008.

SANTIAGO, A.K.; RODRIGUES, M. N.; OLIVEIRA, M.S. de Light Steel Framing


como alternativa para a construção de moradias populares. In: CONSTRUMETAL. 4ª
edição, 2010, São Paulo. Congresso Latino-Americano da Construção Metálica.

SANTIAGO, Alexandre K. Manual de Construção em Aço: Steel Framing: Arquitetura.


Rio de Janeiro: Instituto Aço Brasil/CBCA, 2012.

SANTIAGO, Alexandre Kokke; FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; CASTRO, Renata


Cristina Moraes de. Steel Framing : Arquitetura. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de
Siderurgia, Centro Brasileiro da Construção em Aço. 2012. 151p.

SANTOS, A. Pequeno construtor pode aderir ao PBQP-H, 2014. Disponivel em:


<http://www.cimentoitambe.com.br/pequeno-construtor-adere-ao-pbqp-h/>. Acesso em:
25 jun. 2018.

SANTOS, E. B. Estudo comparativo de viabilidade entre alvenaria de blocos cerâmicos


e paredes de concreto moldadas no local com fôrmas metálicas em habitações
populares. Engenharia Civil da Coordenação de Engenharia Civil - COECI
Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR. Campo Mourão, 2013.

SANTOS, L. A. Diretrizes para eleboração de planos da qualidade em empreendimentos


da construção civil. São Paulo, 2003.

SANTOS, R. F. C. dos. Sistema Monolítico e Alvenaria de Blocos Cerâmicos Estudo


comparativo como elementos de vedações internas para edificações. Rio de Janeiro:
UFRJ/ Escola Politécnica, 2014.

92
SANTOS, V. M., SPOSTO, R. M., MELO, J. S., 2014, Ferramentas para projetos de
veda es verticais e ternas com base nas e ig ncias da norma de desempenho , REEC
Revista Eletrônica de Engenharia Civil, v. 8, n. 3, (jul), pp. 51-62.

SÃO PAULO (ESTADO) Secretaria do Meio Ambiente/Coordenadoria de


Planejamento Ambiental. Habitação Sustentável. TAJIRI, Christiane Aparecida
Hatsumi; CAVALCANTI, Denize Coelho; POTENZA, João Luiz. São Paulo: SMA,
2010. (Cadernos de Educação Ambiental9)

SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria do Meio Ambiente/SindusCon-SP. Resíduos da


Construção Civil e o Estado de São Paulo.

SEGANTINI, ANTONIO ANDERSON DA SILVA; ALCÂNTARA, MARCO


ANTONIO DE MORAIS. IBRACON. Materiais de Construção Civil. Ed. G.C. Isaía.
São Paulo. 2007. 2v.

Shin, H. B. Norma de Desempenho NBR 15575: Estudo das Práticas Adotadas por
Construtoras e dos Impactos Ocorridos no Mercado da Construção Civil/ Herbert
Berndt Shin. Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2016.

SILVA, MOEMA RIBAS. Materiais de Construção. Ed. Pini, São Paulo, 1985.

SILVA, V. P. E. Estruturas de aço em situação de incêndio. 1997. 188 f. Tese


(Doutorado em Engenharia) Escola Politécnica de São Paulo, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 1997. Disponível em:
<http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir/tesecompleta.pdf>. Acesso em: 28 agosto.
2018.

SILVA. M. M. A. Diretrizes para o projeto de alvenarias de vedação. Dissertação


(Mestrado) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003. 167p.

SINTRACON - Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil. Tabela de Salários na


Construção Civil. Disponível em <
http://www.sintraconcuritiba.org.br/tabela_salarios.php>.

SOBRE A DENOMINAÇÃO E A CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS NA


CONSTRUÇÃO CIVIL Dilma Bustamante Braga; Piotr Trzesniak

SOUZA, R. Metodologia para desenvolvimento e implementação de sistemas de gestão


da qualidade em empresas construtoras de pequeno e médio porte. 1997. Tese

93
(Doutorado em Engenharia Civil). Departamento de Engenharia de Construção Civil,
EDUSP, São Paulo, 2004.

SOUZA, R. Qualidade no Setor da Construção. Gestão de Qualidade: Tópicos


Avançados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

SOUZA, R; ABIKO, A. Metodologia para desenvolvimento e implementação de


sistemas de gestão da qualidade em empresas construtoras de pequeno porte. 1997. 52
p. Boletim Técnico (Departamento de Engenharia Civil) Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo USP, São Paulo, SP, 1997.

SUZUKI, M. Implementation of Project management based os QES and those Issues in


Japanese construction industry and in Kumagaigumi. In: INTERNATIONAL
CONFERENCE ON IMPLEMENTATION OF COPNSTRUCTION QUALITY AND
RELATED SYSTEMS, Lisboa, 2000. A Global Update. Lisboa: CIB-TG36, 2000.
P.214-221.

TELLES, Pedro C. da Silva. (1984). História da Engenharia no Brasil. Rio de Janeiro.


V.1. Livros Técnicos e Científicos.

Thomaz, E. et al. Código de práticas n° : alvenaria de vedação em blocos cerâmicos /


Ercio Thomaz... [et al.l. São Paulo : IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
estado de São Paulo, 2009 (Publicação IPT ; 2011)

TISAKA, Maçahiko. Orçamento na construção civil: Consultoria, projeto e execução.


São Paulo: PINI, 2006.

United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division


(2015). World Urbanization Prospects: The 2018 Revision, (ST/ESA/SER.A/366).

VARGAS, Milton. (1994). Para uma filosofia da tecnologia. São Paulo. Alfa-Ômega.

Villar, Francelene H. Rezende. (2006). Alternativas de sistemas construtivos para


condomínios residenciais horizontais estudo de caso. São Carlos. 150p. Dissertação de
Mestrado. Escola Politécnica, Universidade Federal de São Carlos.

Vivian, A. L. Projetos para produção de residências unifamiliares em light steel framing


/ André Luiz Vivian São Carlos : USCar, 2011.

94
Way, A. G. J; Popo-Ola, S. O; Biddle, A. R; Lawson, R. M. Durability of Light Steel
Framing in Residential Building. The Steel Construction Institute. United Kingdom,
2009.

YAZIGI, Walid. A técnica de Edificar, 4a edição Editora Pini. São Paulo. 2002

ZAMIN, C. Alberto, Comparação de Custos Entre Sistema Contrutivos de Casa Popular


Executada em Concreto Pré-Moldado e o Sistema Convencional de Construção.
Trabalho de Conclusão de Curso em Engenharia Civil. Universidade Regional do
Noroeste do Rio Grande do Sul, Ijuí, RS. 2009.

95

Você também pode gostar