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PED - Ciclo de UBS

1) Alimentação:
Até o sexto mês de vida, a mãe deve ser orientada a realizar AME (aleitamento materno
exclusivo), podendo utilizar a fórmula para complementar caso não consiga amamentar
exclusivamente (por falta de tempo, ou mãe com HIV ou usuária de drogas de abuso), sempre
preparada na proporção de uma medida para 30ml de água.

Fórmulas não devem ser engrossadas com aditivos (ex: farinha láctea); o bebê não pode
consumir leite de vaca, que carece de vários nutrientes necessários, possui proteínas de
grande estruturas alérgicas. Existem fórmulas diferentes para momentos da vida, fórmula fase
1 até o fim do primeiro semestre, fase dois para o segundo semestre e fórmulas específicas
para problemas do bebê, como a fórmula anti refluxo.

Água não é necessária ao bebê em AM, uma vez que o próprio leite materno contém água em
quantidade necessária.

A amamentação deve ser realizada em livre demanda do bebê, e durar um tempo razoável
(20-30 min) ou com a mãe sentindo que suas mamas são esvaziadas para que sejam
descartados problemas de amamentação. O AM tem inúmeros benefícios; desde melhorar o
desenvolvimento da cavidade bucal e reduzir a ocorrência de obesidade, até redução do risco
de futuras doenças crônicas como HAS e DM, melhor nutrição possível para o lactente e
redução de condições alérgicas (asma e sibilos recorrentes, dermatite atópica, etc).

Uma posição ideal da mamada inclui o corpo da criança voltado para o da mãe, as barrigas se
encostando e o pescoço do bebê ereto ou levemente curvado para trás. Uma boa sucção é
notada pela eversão do lábio inferior do bebê, seu queixo tocando o seio e a boca bem aberta,
com aréola mais visível acima da boca do que abaixo.

Até o primeiro ano de vida o bebê deve tomar 2 gotas de Adtil por dia. O Adtil consiste em um
complemento alimentar que fornece vitamina D e A, extremamente importantes e carentes no
resto da dieta. Banhos de sol não conseguem suprir a demanda de vitamina D necessária, e
que irá prevenir malformações ósseas no crescimento além de ajudar a prevenir a obesidade e
auxiliar no desenvolvimento do sistema imune.

Ao atingir o seis meses, o aleitamento materno deixa de ser exclusivo, mas pode ser mantido
até os dois anos de vida ou até mais se a mãe ainda conseguir amamentar.

No sexto mês de vida, são introduzidos na dieta a primeira papa principal e frutas amassadas
ou raspadas. Ao atingir o sétimo mês de vida, pode ser introduzida a segunda papa na dieta.
Gradativamente, então, até completar um ano, pode ser introduzida na dieta diferentes
alimentos da refeição da família, com ajustes na consistência (desfiados, amassados, sem
excesso de temperos) para que então, aos 12 meses, a criança já tenha a refeição básica da
família em sua dieta.

A papa deve ser preparada usando temperos caseiros, nunca industrializados. Deve conter um
ingrediente de cada um dos seguintes grupos:
-Tubérculos/cereais (arroz, milho, macarrão, batata, mandioca, etc.)

-Legumes (cenoura, beterraba, abóbora, chuchu, berinjela, etc)

-Leguminosas (feijão, soja, ervilhas, lentilha - podem ser cozidas separadamente e acrescidas
no final da preparação da papa)

-Carne/proteína animal (bovina, vísceras, aves, peixes)

-Verduras (agrião, alface, espinafre, acelga, couve, repolho, etc.)

Os alimentos devem ser higienizados com água e hipoclorito de sódio, descascados e picados,
e cobertos de água em uma panela pequena para cozinharem até estarem macios e quase sem
água. Não se deve refogar os alimentos, adicionar sal ou óleo, nem bater no liquidificador;
para que se preservem as particularidades de cada alimento, o que ajuda a desenvolver o
paladar. Deve-se amassar os alimentos com garfo e, após colocar o alimento no prato, colocar
um fio de azeite/óleo e então oferecer com colher.

*Suplementação de Ferro: Para a prevenção de anemias, deve sempre se levar em conta o


estoque de ferro da criança, devendo sempre ser dosada ferritina juntamente com ferro
sérico. Após o sexto mês de vida, crianças nascidas a termo com peso adequado em AM
devem receber 1mg de ferro/kg/dia até o 24° mês. Caso em uso de 500ml fórmula infantil por
dia ou mais, essa suplementação não é necessária.

Como a absorção pela criança dos estoques de ferro maternos ocorre principalmente no final
da gestação, e esses estoques se mantém plenos até 4 meses, quando começam a ser
depletados as crianças nascidas prematuras têm uma suplementação própria:

-Se prematura e nascida entre 2500 e 1500g, 2mg/kg/dia de ferro até 1 ano de vida, após este
período manter 1mg/kg/dia por mais um ano;

-Se prematuro nascida entre 1500 e 1000g, 3mg/kg/dia de ferro até 1 ano de vida, após este
período manter 1mg/kg/dia por mais um ano;

- Se prematuro nascida com abaixo de 1000g, 4mg/kg/dia de ferro até 1 ano de vida, após
este período manter 1mg/kg/dia por mais um ano.
2)Desenvolvimento/Antropometria:
O principal meio de acompanhar o crescimento do bebê em relação ao peso, estatura, IMC e
PC é por meio das curvas de crescimento e interpretação do Z escore.

Todas elas possuem parâmetros por idade de -3, -2, 0, +2 e +3, com exceção da curva de IMC
que também possui o parâmetro +1. Em geral a interpretação é de:

-Entre -2 e +2: parâmetro adequado

-Abaixo de -2: Baixo para idade

-Abaixo de -3: Muito baixo para idade

-Acima de +2: Elevado para idade

*Para o IMC:

-Entre -2 e +1: IMC adequado

-De +1 a +2: risco de sobrepeso

-De +2 a +3: sobrepeso

-Maior que +3: obesidade

-De -2 a -3: magreza

-Menor que -3: magreza acentuada

*Prematuros devem sempre ter suas curvas avaliadas com sua idade corrigida, ou seja, não
contando a idade a partir de seu nascimento, mas sim contando o atraso de desenvolvimento
considerando, então, a idade que teria se tivesse nascido termo.

O ganho de peso deve seguir uma faixa esperada para a idade;

No primeiro trimestre, deve ser de 700 gramas por mês (25-30g/dia)

No segundo trimestre, deve ser de 600 gramas por mês (20-25g/dia)

No terceiro trimestre, deve ser de 500 gramas por mês (15-20g/dia)

No quarto trimestre, deve ser de 400 gramas por mês (10-15g/dia)


No RN devem ser avaliados os reflexos primitivos, que devem estar abolidos, em geral até o
quarto mês de vida. Estes reflexos são:

-Reflexo plantar (Babinski se patológico), com extensão do Hálux quando estimulada a sola
lateral do pé

-Reflexo de Moro, com elevação e tração dos braços e então soltura repentina, gerando
abertura simétrica dos braços para os lados levando a um fechamento desses braços, com
cotovelos flexionados

-Reflexo tônico do pescoço/do espadachim, quando girada lateralmente a cabeça de uma


criança deitada em repouso, o braço que está do lado para o qual a criança está voltada se
estende para fora do corpo com a mão parcialmente aberta enquanto o braço do outro lado é
flexionado e o punho é cerrado

-Reflexo de busca perioral, quando se estimula suavemente a bochecha do RN, fazendo com
que este gire a cabeça em direção ao estimulo e inicie movimentos de sucção com a boca

-Reflexo de sucção, podendo ser observado com um dedo

-Reflexo de marcha, quando a criança é suportada numa posição vertical e mantém contato
dos pés com uma superfície podem surgir movimentos alternados dos membros inferiores,
com uma morfologia geral semelhante à marcha.

-Reflexo de preensão palmar e plantar, obtida com leve pressão do dedo do examinador na
palma das mãos da criança e abaixo dos dedos do pé.

DNPM: Importante parâmetro do desenvolvimento neuronal, os mais importantes


acontecimentos iniciais são:

1 mês: distingue claro e escuro, foca objetos a 25cm de distância

2 meses: segura brinquedos com prensa, levanta a cabeça quando de barriga para baixo, mas
não a mantém erguida, pode surgir sorriso social

3 meses: deitado de barriga para baixo, se suporta de bruços e mantém a cabeça erguida,
sorriso social

4 meses: consegue sentar com apoio, controle fino das mãos ao pegar objetos, começa a
balbuciar

6 meses: até o 7°, senta-se sem apoio, até o 9° está engatinhando

10 meses: em pé sem apoio

1 ano até um ano e meio está andando

Entre 2 e 3 anos começa a falar nomes de objetos e seu próprio nome


Atrasos no desenvolvimento podem ter diversas causas; deve ser investigado perímetro
cefálico pela curva com Z escore, e esclarecidas doenças congênitas - em especial as TORCHS
(Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus, HIV e Sífilis).

3) Calendário Vacinal (2017) até 1 ano de vida


Ao nascer: BCG e Hepatite B

2 meses: Penta/DTP; VIP; Pneumocócica; Rotavírus

3 meses: Meningocócica C

4 meses: Penta/DTP; VIP; Pneumocócica; Rotavírus

5 meses: Meningocócica C

6 meses: Penta/DTP e VIP

9 meses: Febre Amarela

12 meses: Reforço da Pneumo e da Meningo C, primeira dose da Tríplice viral

15 meses: Reforço DTP e VOP, Hepatite A (dose única entre 15 e 23 meses) e Tetra viral
(Triplice viral + Varicela)

*Penta: Tetravalente + HepB: Difteria, Tétano, Coqueluche, Meningite e Hepatite B.

*DTP: Tríplice bacteriana: difteria, tétano e coqueluche.

*Tríplice viral: Sarampo, Caxumba e Rubéola.

-> Teste do pezinho, doenças diagnosticadas: Fenilcetonúria, Anemia falciforme/traço


falciforme, hipotireoidismo congênito, Fibrose cística, Hiperplasia adrenal congênita (HAC) e
Deficiência de biotinidase.

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