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MIGALHAS QUENTES
Competência
"Nos termos do art. 102, inciso I-R, da CF, é competência exclusiva do STF processar e julgar
originariamente todas as ações ajuizadas contra decisões do CNJ e do CNMP, proferidas no
exercício de suas competências constitucionais, respectivamente previstas nos art. 103-B,
parágrafo 4º e 130-A, parágrafo 2º."
Entenda o caso
Na ADIn 4.412, a AMB - Associação de Magistrados do Brasil questiona o artigo 106 do regimento
interno do CNJ, que estabelece que decisões judiciais, em instâncias diversas do STF, contrárias às
suas decisões administrativas não têm eficácia.
Na Pet 4.770, é questionada uma decisão do CNJ que declarou vaga uma serventia no Estado do
Paraná. Já na Rcl 33.459, a União impugna decisão da Justiça Federal que cassou decisão do CNMP
que havia imposto penalidade de censura a uma promotora de Justiça do Estado de Pernambuco.
Relatores
Nas últimas semanas, votaram os relatores. Os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso
consideram que é do STF a competência para processar e julgar ações contra a União em razão de
atos normativos ou regulamentares do CNJ e o CNMP. Já a ministra Rosa Weber se manifestou pela
competência da Justiça Federal.
Nunes Marques explicou que a competência do CNJ se limita ao controle administra do poder
Judiciário, inexistindo qualquer previsão na CF para o controle para atos jurisdicionais. O mesmo
entendimento foi estendido ao CNMP, para o que o STF seja competente para julgar ações contra o
órgão.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que o objetivo da criação de dois órgãos de cúpula
administrativa (CNJ e CNMP) foi criar mecanismo de controle administrativo a nível nacional, sendo
somente possível reservar o controle jurisdicional ao Supremo Tribunal Federal, sob pena de
fatiamento de decisões judiciais e de controle difuso pelos demais membros do poder
Judiciário. Por fim, propôs a tese aprovada pelo colegiado.
"O STF não só não estaria submetido ao CNJ como ele, como órgão máximo do poder Judiciário,
realizaria a ampla revisão judicial e todas as decisões do CNJ."
O ministro Luís Roberto Barroso votou hoje nas outras duas ações. Ao reafirmar sua manifestação já
veiculada, Barroso afirmou que a tese proposta pelo ministro Alexandre de Moraes resolve o
imbróglio, pela competência do STF. Nos casos julgados, o ministro concluiu que houve, sim,
usurpação da competência do Supremo.
Em breves votos, os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux e a ministra Cármen
Lúcia reafirmaram a competência exclusiva do STF.
Pela competência da Justiça Federal
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O ministro Edson Fachin ficou vencido
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em que a ministra Rosa Weber é a relatora. Para o
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ministro, o STF não se transforma em juízo de revisor universal das decisões dos Conselhos
Constitucionais. "Não há que se cogitar portanto a função unificadora para dirimir conflitos de
jurisdição e atividades de controle que se dá em casos atinentes", afirmou.
O decano Marco Aurélio seguiu o entendimento da ministra Rosa Weber ao invocar a jurisprudência
do Supremo. O ministro considera o juízo natural das ações contra o CNJ e o CNMP a Justiça
Federal e afirma a competência do STF apenas nas ações mandamentais. Por fim, o decano
entendeu que a decisão administrativa não pode prevalecer sobre decisão judicial e, por
conseguinte, considerou inconstitucional o artigo 106 do regimento interno do CNJ.
Por: Redação do Migalhas
Atualizado em: 18/11/2020 19:18
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