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GRUPO I
Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.
5
PARTE A
Luís de Camões
1. Explique a oposição passado/presente estabelecida na primeira estrofe, mostrando de que
30 modo o presente já se fazia anunciar no passado.
2. Explicite o valor expressivo da metáfora presente no verso «cantava, mas já era ao som dos
ferros» (v. 11).
1. contentamento 1. benigna.
2. sofrimento 2. imparcial.
3. saudosismo 3. arbitrária.
4. pacifismo 4. justa.
45
PARTE B
Leia as estâncias do Canto VII d’Os Lusíadas, de Luís de Camões. Se necessário, consulte o
glossário.
50
82 Vede, Ninfas, que engenhos de senhores
O vosso Tejo cria valorosos,
Que assim sabem prezar com tais favores
A quem os faz, cantando, gloriosos!
Que exemplos a futuros escritores,
Para espertar engenhos curiosos,
Para porem as coisas em memória.
Que merecerem ter eterna glória!
[...]
5. Identifique, comprovando, três dos vários alvos da crítica do poeta que estão subjacentes aos
comportamentos indignos de louvor através do seu canto.
65
6. Transcreva duas expressões utilizadas pelo poeta para se referir à camada da sociedade que
é explorada, comentando a expressividade dos adjetivos usados.
Prova Modelo de Português ∙ Página 2 de 6
70 PARTE C
«Outro motivo para se conferir à literatura um lugar de destaque na vida das nações é que,
sem ela, a mente crítica – verdadeiro motor das mudanças históricas e melhor escudo da
liberdade – sofreria uma perda irreparável. Porque toda boa literatura é um questionamento
75radical do mundo em que vivemos. Qualquer texto literário de valor transpira uma atitude
rebelde, insubmissa, provocadora e inconformista.»
Mário Vargas Llosa, Sobre a Literatura
Escreva uma breve exposição sobre a afirmação de Mário Vargas Llosa na qual deve incluir:
• um desenvolvimento em que relacione a opinião de Vargas Llosa à forma como o excertos
transcritos nas partes A e B traduzem uma atitude inconformista face à realidade,
fundamentando as ideias apresentadas em, pelo menos, dois exemplos significativos
subjacentes a cada uma das obras estudadas;
90
95
100
105
GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
115
Leia o texto. Se necessário, consulte o glossário.
120 «Por isso, quero uma Igreja pobre para os pobres», escreve o Papa Francisco no parágrafo 198 da
sua primeira «Exortação Apostólica» intitulada Evangelii gaudium (ou, traduzido, A Alegria do
Evangelho). Este documento não é um entre outros: constitui o programa da Igreja para os próximos
anos, como o Papa também diz, logo no primeiro parágrafo. Aliás, mais adiante, no n.º 25, Francisco
afirma que este texto deve ser entendido «num sentido programático e [com] consequências
125importantes.» Ora, do que este documento trata é de reformas dentro da Igreja (que o Papa considera
«inadiáveis» − n.º 27) e mudanças na sociedade. Muito haveria a escrever sobre as reformas internas
propostas por Francisco (espero poder fazê-lo noutra ocasião).
Concentrar-me-ei, contudo, aqui, apenas na crítica profunda que o Papa faz às sociedades
capitalistas, de consumo, e ao próprio capitalismo. E começarei por dizer que me parece importante
130destacar que o Papa não perspetiva as suas críticas à sociedade capitalista e de consumo no quadro de
um pensamento que não põe em causa o próprio sistema. Por isso, será, no mínimo, redutor e
«silenciador» da novidade do documento dizer que Francisco se limita a repetir o que a Igreja, na sua
Doutrina Social, diz desde Leão XIII 2, ou que é «maravilhoso» termos tido uma sequência de Papas que
vêm sempre dizendo o mesmo.
135 Perdoar-me-ão o facto de este texto ser tão abundante em citações do documento. Faço-o
deliberadamente, como um pequeno contributo para divulgar a radicalidade de um pensamento que
será, provavelmente, incómodo para alguns (se não muitos), incluindo dentro da Igreja Católica.
É que do que Francisco fala é da necessidade de mudar o sistema estruturalmente. Aliás, a
referência a esta necessidade aparece cinco vezes no documento, desde logo, numa sequência de
140«nãos»: «não à economia da exclusão» (n.º 53), que mata, porque serve a lógica do mais forte, na qual
os excluídos «sobram»; «não à nova idolatria do dinheiro» (n.º 55), que nega a primazia do ser humano
sobre o consumo (contexto, aliás, no qual o Papa refere a dívida e os seus interesses como
impossibilitando os países de viabilizar as suas economias e destituindo os cidadãos do poder aquisitivo
real): «não ao dinheiro que governa em lugar de servir» (n.º 57), isto é, a uma lógica que se esquece de
145que «não partilhar com os pobres os próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida», porque «os bens que
possuímos não são nossos, são deles»; «não à iniquidade que gera violência» (n.º 59), quer dizer, não à
violência gerada por um sistema social injusto.
Face a tudo isto, o Papa afirma: «A necessidade de resolver as causas estruturais da pobreza não
pode esperar» (n.º 202). […]
150 Este documento programático, por muito que a dureza da sua linguagem custe, inclusivamente a
muitos católicos, afirma claramente que o lugar dos crentes ao lado dos pobres não é facultativo − é o
sinal de uma fé autêntica: «Uma fé autêntica − que nunca é cómoda e individualista − implica sempre um
profundo desejo de mudar o mundo» (n.º 183), isto é, «a Igreja não pode nem deve ficar à margem na
luta pela justiça» (idem). […]
155 Rush Limbaugh, uma das figuras de proa do Tea Party 3, já veio acusar o Papa de ser marxista, por
criticar radicalmente o capitalismo. Segundo o Huffington Post, corre neste momento uma petição entre
os católicos americanos exigindo que Rush Limbaugh peça desculpa. A petição intitula-se: «Tell Rush
Limbaugh: We Support Pope Francis» 4. Até agora, tenho visto pouca reação dos católicos portugueses
ao documento. Curiosamente, algumas das que tenho visto, criticam as leituras ao mesmo tempo que
160realçam a contundência do Papa no apelo às mudanças estruturais que aqui referi. Curioso, no
mínimo…
TERESA TOLDY, «Uma crítica profunda ao capitalismo», Jornal de Letras,
11 a 24 de dezembro de 2013, pp. 28 e 29 (com adaptações).
165
(1) Exortação Apostólica: documento publicado por um Papa para esclarecer a sua comunidade de fiéis.
(2) Leão XIII: Papa de 1878 a 1903.
Prova Modelo de Português ∙ Página 4 de 6
(3) O Tea Party é um movimento político de natureza populista e conservadora que surgiu em 2009 nos Estados Unidos.
170(4) Tradução: «Digam a Rush Limbaugh: nós apoiamos o Papa Francisco.»
“Nada nos ensina melhor do que os bons romances a ver nas diferenças étnicas e culturais a riqueza do
legado humano e a estimá-las como manifestação da multifacetada criatividade humana.”
Num texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e
cinquenta palavras, reflita sobre o valor da literatura enquanto tradução da cultura e da riqueza do legado
humano.
225
No seu texto:
– explicite, de forma clara e pertinente, o seu ponto de vista, fundamentando-o em dois argumentos,
cada um deles ilustrado com um exemplo significativo;
– utilize um discurso valorativo (juízo de valor explícito ou implícito).
230
FIM