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P ORTUGUÊS 12.

O ANO – FICHA FORMATIVA

ESCOLA________________________________________________ D ATA ___/ ___/ 20__

NOME________________________________________________ N. O____ TURMA_____

GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

PARTE A
Leia o poema.
A NUVEM VEIO E O SOL PAROU

A nuvem veio e o sol parou.


Foi vento ou ocasião que a trouxe?
Não sei: a luz se nos velou
Como se luz a sombra fosse.

5 Às vezes, quando a vida passa


Por sobre a alma que é ninguém,
A sensação torna-se baça
E pensar é não sentir bem.

Sim, é como isto: pelo céu


10 Vai uma nuvem destroçada Novas Poesias Inéditas, Fernando Pessoa.
Que é véu, mau véu, ou quase véu, (direção, recolha e notas de Maria do Rosário
E, como tudo, não é nada. Marques Sabino e Adelaide Maria Monteiro
Sereno.) Lisboa, Ática, 1973 (4ª ed. 1993), p. 114.
10-9-1934

1.  Demonstre que o sujeito poético parece não ter certezas.

2. Explicite a aproximação que o “eu” estabelece entre a nuvem e a vida.

3. Complete as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.

No poema de Fernando Pessoa apresentado, é possível percecionar a temática


pessoana ____a)____ bem como a utilização de vários recursos expressivos,
nomeadamente a ____b)____, como em “Como se luz a sombra fosse” (v. 4) ou “E, como
tudo, não é nada.” (v. 12), e o recurso a estrofes curtas, concretamente ____c)____.

a) b) c)
1. Fingimento poético 1. antítese 1. a quintilha
2. Pensar e sentir 2. metáfora 2. o terceto
3. Nostalgia da infância 3. personificação 3. a quadra
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GRUPO II
Olga Tokarczuk “Sempre gostei de estar comigo mesma”

Em Viagens, há aquela imagem de um rio “ocupado consigo mesmo, transportando aquelas


águas móveis, peregrinas, nas quais não se pode entrar duas vezes”. Um rio que não repara em
nós e que, mesmo assim, todos os anos cobra o preço de uma vida humana pelo peso que os
homens colocam sobre si. Olga Tokarczuk trata o rio ‒ essa raiz do mundo ‒ como se fosse uma
5 personagem, da mesma forma que, em Outrora e Outros Tempos, acabado de sair em Portugal
pela editora Cavalo de Ferro, trata as pessoas como se fossem elementos da Natureza.
A polaca de 58 anos, vencedora do Prémio Nobel 2018 e, nesse ano, do International Booker
Prize, é uma raridade literária, uma arca de novas visões, alguém que não quis ocupar um lugar já
ocupado ‒ não, não se entra no mesmo rio duas vezes ‒ e que, por isso, carregando com todas as
10 suas referências (uma delas é Jorge Luís Borges), inventou, construiu, erigiu, escavou uma
linguagem própria.
Autora de uma dúzia de livros, entre os quais oito romances, contos e poesia, é uma das vozes
de uma Polónia “dividida em duas nações” que reconhece o papel político e social de um escritor
ainda que este se apresente por “caminhos secundários”.
15 Outrora e Outros Tempos é o seu primeiro romance, a primeira manifestação da forma
literária a que chamou de “romance em constelação”, como confirma a escritora: “Escrevo por
fragmentos, porque sei que o nosso cérebro funciona assim mesmo ‒ de forma constelar. A
narrativa fragmentária parece-me hoje mais verdadeira, mais natural.”.
Esse primeiro romance trata da grande História dos acontecimentos e da pequena história dos
20 indivíduos ‒ o tempo histórico versus o tempo privado: “As histórias coletiva e individual
interferem uma com a outra, surgindo disso novas qualidades. Na escola aprendemos as datas
das grandes guerras e dos tratados de paz. Mostram-se aos alunos as rotas de passagem dos
exércitos e organizam-se debates sobre o armamento. No entanto, pouco sabemos e pouco
aprendemos sobre a história das pessoas comuns. O que comiam, o que vestiam, como lidavam
25 as mulheres com o período e como é que os homens evitavam o recrutamento para o exército,
como se vestiam, como tratavam os seus pais idosos. Isso não consta dos manuais de História,
mas existe na literatura. A literatura dá-nos uma visão muito mais abrangente do mundo e
também do passado.”
Entrevista a Olga Tokarczukin “Sempre gostei de estar comigo mesma”, In Revista E – Expresso,
edição de 8 de agosto de 2020 (texto adaptado e com supressões).

1. Na obra Viagens, a metáfora do rio que passa ““ocupado consigo mesmo” (l. 1), remete para a
ideia
A. da indiferença e transitoriedade da vida.
B. do futuro da Humanidade estar em causa.
C. das alternativas disponibilizadas ao Homem.
D. da impossibilidade de arranjar alternativas.

2. Viagens, livro de Olga Tokarczuk,


A. é a primeira obra da autora editada em Portugal.
B. é o único livro em que a Natureza assume o papel das pessoas.
C. é aquele em que o rio adquire o estatuto de personagem.
D. valeu-lhe a obtenção do Prémio Nobel em 2018.
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3. As aspas usadas nos penúltimo e último parágrafos do excerto
A. realçam o pensamento crítico do autor do artigo.
B. colocam em destaque um segmento do romance.
C. correspondem a uma parte do livro Viagens.
D. reproduzem as palavras da autora do livro Viagens.

4. A autora do texto usa o vocábulo “história” grafado com maiúscula e minúscula (l. 19), para
A. diferenciar os factos reais dos ficcionais.
B. lhe atribuir dois significados distintos.
C. assinalar a proximidade entre os dois termos.
D. realçar a importância de se saber História.

5. As palavras sublinhadas em “livros, entre os quais oito romances” (l. 12) asseguram a coesão
A. lexical por substituição.
B. lexical por reiteração.
C. gramatical frásica.
D. gramatical interfrásica.

6. O processo de formação presente no vocábulo “versus”, em “o tempo histórico versus o


tempo privado” (linha 20), designa-se de
A. aglutinação.
B. parassíntese.
C. empréstimo.
D. derivação.

7. Identifique a função sintática desempenhada por:


a) “da grande História dos acontecimentos e da pequena história dos indivíduos” (ll. 20-21).
b) “aos alunos”, em "Mostram-se aos alunos as rotas de passagem dos exércitos” (linhas 22-23).

8. Classifique as orações:
a) “que reconhece o papel político e social de um escritor” (linha 13);
b) “ainda que este se apresente por ‘caminhos secundários’” (linha 14)

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