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APRENDIZAGEM 2.

A Europa dos Estados absolutos e a Europa dos Parlamentos


ESSENCIAL

Encenação do 6_ Em França, a corte régia funcionava no palácio de Versalhes (onde chegaram a viver 5
poder na corte 000 pessoas!). Aí reuniam-se, desde 1682, os órgãos político-consultivos, funcionavam as
régia repartições da administração central, o supremo tribunal do reino, a tesouraria e o
Relação dos reis
COM os estado-maior do exército; era também frequentada por diplomatas estrangeiros, assim
privilegiados como por um enorme número de funcionários. Mas Versalhes era também o centro
da vida galante, funcionando como um espelho e uma encenação do poder.
Através do luxo e espetáculo da corte, os reis tentavam transmitir uma ima gem de
omnipotência e esplendor. Na corte, todas as festas e cerimónias eram suntuosas e
carregadas de aparato. A opulência dos banquetes, a riqueza do vestuário e a complexidade do
cerimonial, tudo contribuía para um mesmo objetivo - o endeusamento da figura do Rei (o
Rei-Sol).
Todos os atos do dia a dia do rei (levantar, almoçar, passear) eram regulados por uma
minuciosa etiqueta: ser convidado para assistir e participar era uma esperança de todos e um
privilégio somente de alguns.
O gosto do rei pelo exibicionismo também ajudou. Dizia Luís XIV: "Nós não somos particulares,
pertencemos ao público."
Ora na corte residiam os mais importantes nobres/cortesãos, que rivalizam entre si na obtenção das
boas graças do Rei (um cargo, uma tença, uma pensão...). Empobrecidos nos seus rendimentos
fundiários só lhes restava procurar junto do rei formas de aumentar a fortuna. Todavia, as despesas e o
luxo que a vida na corte lhes exigia, arruinava-os ainda mais. Para suportar um nível de vida tão
dispendioso nesta sociedade de corte (ex: trajes, cabeleiras) tornavam-se dependentes do rei e das
Sociedade de suas benesses. Rei que, por sua vez, incentivava esta situação, cha mando-os à corte,
corte: Grupo vasto de concedendo-lhes cargos honoríficos, entretendo-os com uma panóplia de atividades (ex:
pessoas que rodeia o rei,
participa na vida da corte bailes, peças de teatro, caçadas) e gerindo habilmente as intrigas e rivalidades que
e partilha os mesmos surgiam entre eles, num esforço desesperado para a obtenção de um sorriso ou de um
valores e o mesmo
padrão de vida. O seu
convite... Quem não frequentasse a corte virava as costas ao poder e ao dinheiro que o rei
período áureo distribuía magnanimamente.
correspondeu aos séculos
Este "jogo" permitia ao rei um apertado controlo sobre a nobreza conseguindo assim a
XVII e XVIII. sua submissão.

2.1.3. Sociedade e poder em Portugal


A sociedade estratificada e o regime político absolutista foram estruturas comuns a toda a Europa do
Antigo Regime. Cada país, todavia, apresenta particularidades que o distinguem e individualizam: é o
caso português.

A. Reforço da posição socioeconómica das ordens privilegiadas


Preponderância Com a Restauração de 1640, Portugal recupera a independência. Mas também a
da nobreza nobreza recupera do golpe que para si constituíra Alcácer Quibir [1578], com a
rural/fundiária morte e aprisionamento dos seus mais destacados membros. Com efeito, foram os
e mercantil
nobres portugueses que, na pessoa do duque de Bragança [futuro D. João IV],
restauraram a monarquia, tal como foram eles que se assumiram como suporte indispensável do rei
no período conturbado que se seguiu. A guerra com Espanha e o processo de deposição de Afonso VI
fragilizaram a instituição monárquica, que só no apoio dos seus nobres encontrou
força para sair da crise. Desta forma, no século XVII, vai assistir-se ao reforço do
poder político da nobreza, cujos membros mais destacados passam a deter as
CRES-HA 11 O Ideias de Ler

rédeas do poder.

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