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Abstract: This article seeks to contribute to the debate about the urban
interventions motivated by FIFA’s 2014 World Cup. It focuses
initially on a synthesis of the historical evolution of the city of
Manaus giving special attention to the establishment of their
historical heritage landmarks. It then evaluates the most recent
modernization project, especially as regards the possible damages
the implantation of the Modal Monorail Transit System could cause
to the historic patrimony of Manaus.
I. Introdução
Sob o impacto da definição da cidade de Manaus como uma das sub-
sedes da Copa do Mundo de 2014, a imprensa amazonense, no final do
ano de 2010, trouxe à tona a delicada questão das intervenções urbanas
que seriam necessárias à adequação da cidade aos requisitos estabelecidos
pela FIFA. Em especial dois grandes empreendimentos (a Arena da
Amazônia e o Monotrilho), por sua envergadura, chamaram mais atenção e
suscitaram debate, notadamente pela possibilidade de produzirem
impactos ao patrimônio histórico da cidade.
Oportunizando a discussão desses eventos, a 1ª Coordenação
Regional do IPHAN também fez divulgar, embora timidamente, que
ultimava estudos para o tombamento, não de edificações ou conjuntos
monumentais específicos da cidade, mas o tombamento integral do
“centro histórico de Manaus”.1
Com décadas de sistemático abandono e servindo exclusivamente de
cenário para um pífio campeonato estadual de futebol, onde um
punhado de times improvisados e à beira da falência se enfrentam sem a
maior atenção do público, o Estádio Vivaldo Lima, o “Vivaldão”,
construído em 1969 e com uma capacidade para 70 mil expectadores, foi
rapidamente demolido, sem que por ele se derramasse uma só lágrima.
No caso específico do Vivaldão, que saía de cena para a implementação
do milionário projeto da “Arena da Amazônia”, as licenças ambientais
(Estudos de Impactos Ambientais e o Relatório de Impactos ao Meio
Ambiente) sequer incluíram relatórios e estudos de impacto ao
Patrimônio Histórico.
Já a proposição do Monotrilho, por suas características e dimensões,
configurando importante processo de intervenção, não apenas na malha
Imagem 1
Ruínas da Fortaleza de São José do Rio Negro
Fonte: MARCOY. Viagem pelo Rio Amazonas, p. 161
Imagem 2
Planta da Cidade de Manaus – 1852
Fonte: MESQUITA. La Belle Vitrine, p. 156
Imagem 4
Mapa da cidade de Manaus, 1968
Fonte: Oliveira. Manaus de 1920 a 1967, p. 95
dúvidas, ponderações e objeções, como se pode ver no ácido debate entre dois
importantes intelectuais manauaras e membros do Instituto Geográfico e Histórico
do Amazonas, o Pe. Raimundo Nonato Pinheiro e o historiador Mário Ypiranga
Monteiro. Cf: “332 Anos de Manaus: história e verdade”. Instituto Geográfico e
Histórico do Amazonas. Manaus: Valer/Edições Governo do Estado, 2001.
7 MESQUITA. La Belle Vitrine: Manaus entre dois tempos (1890-1990), p. 112.
8 SAMPAIO, F. X. R. As Viagens do Ouvidor Sampaio. Manaus: ACA, 1985, p. 101.
Nery (Y-1) à Zona Leste (T-3, T-4 e T-5). Como o trajeto do Monotrilho utilizará
esses terminais e construirá outro já no centro da cidade, este, como Estação
Terminal, tem sido nomeado como T-0.
14 MIRANDA. A Cidade de Manáos: sua história e seus motins políticos, p. 33.
15 AGASSIZ, L. & AGASSIZ, E. C. Viagem ao Brasil (1865-1866). Belo