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Resumo
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Mestranda em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná, integra o Núcleo de pesquisa em Educação do
campo, Movimentos Sociais e Práticas Pedagógicas (NUPECAMP-PPGEd/UTP), é bolsista
CAPES/Observatório da Educação. Email: Eliane.enaile@hotmail.com.
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Pedagogo da Rede Municipal de Araucária e bolsista CAPES/Observatório da Educação. Email:
udoenns@ig.com.br
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Pedagoga da Rede Municipal de Araucária e bolsista CAPES/Observatório da Educação. Email:
Márcia.pavelski@yahoo.com.br
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Introdução
5 O projeto Observatório da Educação Educação/CAPES/INEP – modalidade em rede foi aprovado pelo Edital
nº 038/2010, intitulado “Realidade das escolas do campo na região Sul do Brasil: Diagnóstico e intervenção
pedagógica com ênfase na alfabetização, letramento e formação de professores”. Os critérios de escolha das
escolas foram os resultados do índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
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Aqui na nossa biblioteca quem toma conta é uma telefonista afastada de suas
funções, tinha que colocar ela em algum lugar, daí colocaram aqui. Mas o ritmo dela
é outro, uma tranquilidade, lentidão, sem muita imaginação e criatividade pra
desenvolver atividades legais para os alunos, nem a catalogação que começamos a
fazer, com a ajuda dos profissionais do administrativo, não deu continuidade, agora,
está assim tudo parado, desse jeito, os empréstimos ainda são feitos manualmente,
controlado na agenda dos alunos. (Fala do Pedagogo da escola).
Convém ressaltar que a profissional que está em desvio de função por algum motivo
não tem culpa de estar neste departamento desempenhado uma atividade em que não foi
treinada, nem muito menos preparada para determinada função. Estamos apenas ressaltando a
triste realidade das escolas do campo, e de inúmeras instituições da cidade também.
Constata-se ainda uma grande preocupação das escolas e Universidades somente com
o ensino, ou seja, com a transmissão dos conteúdos, deixando de lado a pesquisa, o que é de
extrema relevância para o futuro dos nossos educandos na sociedade atual. Nessa ótica,
citamos Freire (1996, p. 22) que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.
Percebemos que há professores com dificuldades para orientar seus educandos em
determinadas ações e procedimentos para o desenvolvimento efetivo de suas pesquisas
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bibliográficas, na escolha dos livros e também na elaboração dos trabalhos. Alguns não
acompanham os alunos ao local, ou, quando encaminham, conduzem vários alunos ao mesmo
tempo para utilizar a biblioteca. Falta uma adequada definição do tema, o que deverá ser
pesquisado e indicação de referência bibliográfica. Às vezes solicitam que o aluno pesquise
determinado tema, mas têm por hábito indicar apenas a obra de um único autor, não
considerando a existência de outros pesquisadores que abordam o mesmo assunto. Isso acaba
prejudicando o contato do aluno com diferentes obras, impedindo assim o manuseio de livros
de outros autores.
Embasados nesses dados surge o objetivo central da pesquisa: analisar como a
biblioteca escolar pode oferecer um ambiente favorável e propício para desenvolver o contato
e o hábito da leitura dos os educandos.
Pretendemos ainda: verificar quais os tipos de materiais de leitura a biblioteca possui,
fazendo um quadro com todo acervo, e se contribui para despertar o interesse dos educandos
para se tornarem leitores assíduos, críticos e reflexivos; reestruturar a biblioteca, aumentando
o seu acervo com doações de materiais e livros das Universidades, comunidade, estudantes,
acadêmicos e parcerias entre empresas; incentivar os alunos à leitura, produção de textos,
redações, cartazes, realização de varais de leitura, mural informativo, para disposição no
ambiente, entre outros, constituindo-se assim como uma proposta de intervenção.
Atualmente, são inúmeras limitações das bibliotecas, principalmente concernentes às
escolas do campo, tais como acervo deficiente de literatura, principalmente infantojuvenil,
falta de materiais de leitura de acordo com a realidade dos alunos, seus aspectos sociais e
culturais da região onde vivem.
Outro grande desafio, tanto das escolas do campo quanto da cidade, é transformar as
bibliotecas em ambientes agradáveis, onde os alunos gostem de estar e utilizar com prazer,
não apenas pra estudar.
De acordo com Caldeira (2003, p. 47), a biblioteca escolar visa “[...] proporcionar aos
alunos oportunidades de leitura intensa e autônoma, além de incentivar a busca de informação
para responder a questionamentos e solucionar problemas [...].” Corroborando com o autor, a
leitura é o elemento mais relevante do imaginário do indivíduo. Ler significa pensar, refletir,
trocar opiniões, indagar, questionar, posicionar, em síntese, exercer plenamente a cidadania
desde cedo. Nesse sentido, nota-se o papel significativo da leitura na formação escolar.
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Diante disso, o trabalho está dividido da seguinte forma: a primeira parte do estudo
trata da importância da biblioteca escolar numa escola do campo, trazendo algumas reflexões
acerca da temática a segunda apresenta algumas considerações iniciais da pesquisa na escola
do campo.
uma política de Estado, como se lê no artigo art. 1º: “a garantia de condições de infraestrutura,
[...] bem como de materiais, equipamentos, laboratórios, biblioteca adequados ao projeto
político-pedagógico e em conformidade com a realidade local e a diversidade das populações
do campo”. (p. 1).
Nota-se que, após serem integrados a um projeto de pesquisa vinculado à
CAPES/Observatório da Educação, os pedagogos e diretores manifestam interesses de buscar
melhorias para biblioteca, tendo um novo olhar frente ao acervo da instituição, da sua
importância para a construção do conhecimentos tanto dos educandos quanto dos
profissionais da instituição.
A nossa biblioteca é realmente precária, temos muitos livros didáticos, que já não
temos mais espaço pra guardar. Sabe aquelas barsas antigas? Ainda temos. A gente
não sabe mais o que fazer com tanto material antigo e livro didático, e o que
realmente os alunos e professores precisam quase não tem. Como a biblioteca tem
muitos livros antigos, acabam gerando um cheiro ruim, tornando assim um ambiente
onde os nossos alunos não têm muito interesse. Realmente a nossa escola precisa de
uma biblioteca com melhores condições, com mais livros de literatura, materiais
atrativos, um ambiente agradável. (Fala do pedagogo da escola).
Algumas considerações
crianças, adolescentes e jovens nas escolas. Em uma biblioteca com um acervo variado em
diversos suportes, com livros de literatura e com realização de atividades recreativas que
envolvem a leitura e a escrita entre outros, o hábito da leitura pode concretizar-se de forma
natural e espontânea.
O professor poderá utilizar a biblioteca como um recurso didático para
complementação das atividades feitas em sala de aula. Apesar de as bibliotecas não estarem
incluídas no currículo escolar, elas poderão ser muito utilizadas, sendo assim um recurso
disponível para o desenvolvimento de atividades envolvendo leitura, escrita, produção,
recreação entre outros.
Dessa forma, compreende-se que, se o professor utilizar a biblioteca para uma
complementação do conteúdo desenvolvido no cotidiano da sala de aula, incentivando a
pesquisa, a leitura, boas escolhas de livros, trabalhar diversas produções de texto etc., irá
promover a descoberta de novas informações, evitando que o educando apenas copie trechos
de textos de livros. “Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque
busco, porque indaguei, por indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não
conheço e comunicar ou anunciar a novidade”. (FREIRE, 1996, p. 29).
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº. 7.352, de 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a política de educação
do campo e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA. Diário
Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 5 nov. 2010a. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20072010/ Decreto/D7352.htm>. Acesso em: 21
abr. 2013.
SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Editora Autêntica,
2006. 128p, Reimpressão.
SOUZA, Maria Antônia de. Educação do campo: Políticas, Práticas Pedagógicas e Produção