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21/08/2020 Entenda o caso RDVT11, da Rodovias do Tietê | Blog do Marcelo d'Agosto | Valor Investe
A estimativa é que 18 mil pessoas físicas tenham comprado esses papéis. Os títulos irão
vencer em 15 de junho de 2028 e a incerteza sobre o pagamento é total.
A empresa desembolsou R$ 542 milhões pelo direito de exploração das estradas e investiu mais
de R$ 1,3 bilhão na duplicação e melhorias das vias.
O passivo total da empresa é de R$ 1,6 bilhão. A dívida com as debêntures soma R$ 1,3 bilhão.
Nos seis primeiros meses de 2019 a receita da companhia foi de R$ 159 milhões, os custos
diretos foram de R$ 126 milhões e o prejuízo do período alcançou R$ 47 milhões. As despesas
financeiras foram de R$ 102 milhões.
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Emissão primária
O resultado financeiro foi muito diferente do esperado à época da emissão dos títulos, em junho
de 2013. Na época, a empresa contratou o BTG Pactual para ser o coordenador líder da
transação e o banco também atuou como assessor para o financiamento do projeto.
Os bancos ABC Brasil, Espírito Santo, J. Safra e Morgan Stanley trabalharam como
coordenadores da emissão. O consultor legal da emissora foi o escritório Machado Meyer e o
do coordenador líder foi o escritório Mattos Filho. O agente fiduciário é a Pentágono DTVM e a
instituição escrituradora e mandatária é a Itaú Corretora.
A análise de risco da emissão foi feita pela agência Moody’s, que atribuiu a nota Ba2em escala
global e Aa2.br na escala nacional brasileira. Posteriormente a nota foi reduzida.
Um dos itens do prospecto explica que o investimento não é adequado a investidores que
não tenham profundo conhecimento dos riscos envolvidos na operação ou que não
tenham acesso à consultoria especializada.
Deixa claro, também, que o investimento não é recomendável para investidores que necessitem
de liquidez ou não estejam dispostos a correr o risco de crédito de empresa do setor de
concessionárias de rodovias.
Colocação difícil
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Taxa de emissão das debêntures foi de 8% ao ano mais a variação do IPCA. Na época era um
prêmio de 2,8% ao ano sobre a NTN-B, título também conhecido como Tesouro IPCA+, com
vencimento em 2026.
É certo que a maioria dos cerca de 18 mil investidores que compraram RDVT11 não leram
o prospecto da emissão e decidiram comprar os papéis com base na confiança das
informações fornecidas pelos agentes de distribuição — ou seja, os bancos vendedores da
emissão, que receberam a comissão mencionada acima.
A lição que fica é que, se você não tem tempo para perder lendo
detalhadamente um prospecto de emissão, para ler um balanço a
fim de fazer análise de crédito do emissor, ou não quer contratar
um assessor independente para destrinchar os riscos e
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