Você está na página 1de 2

TENDÊNCIAS: COMO SERÁ O CONSUMIDOR PÓS-COVID-19?

In” Meios & Publicidade”


26 de Março de 2020

Qual será o impacto da crise global da covid-19 na evolução de marcas e


consumidores? É este o ponto de partida de uma análise publicada pela
consultora LLYC, que indica que a crise vai acelerar algumas tendências. Fique
a par do que poderá mudar do lado dos consumidores.

1. Incerteza e procura de segurança


A evolução das preferências e comportamentos do consumidor vai ficar
marcada pelo isolamento em casa. O consumo após o coronavírus vai ser
novamente permeado de incertezas e procura pela segurança, como
aconteceu no pós-crise de 2008.

2. Consciência pessoal
As marcas vão ter de se adaptar às expectativas dos consumidores que estão
mais conscientes do que os rodeia e do seu bem-estar individual. Já estamos a
testemunhar um boom de conteúdos à volta do mindfulness, fitness ou ioga. Ao
mesmo tempo, as conversas sobre conciliação entre o pessoal e o profissional
estão a ser intensificadas.

3. Consumo digital e criatividade


O lazer virtual, o acesso às entregas, a compra de produtos online e o recurso
a várias plataformas para teletrabalho estão a reeducar os hábitos do
consumidor e estão ainda a provocar uma mudança mais rápida na
digitalização do que o esperado. Por outro lado, fenómenos como o da
desintermediação também se vão intensificar, reduzindo obrigatoriamente o
número de interações entre as pessoas. Da mesma forma, a crise está a
promover a criatividade das pessoas nas redes sociais quando se trata não
apenas de consumir, mas também de produzir o seu próprio entretenimento.

4. O paradoxo da sustentabilidade ambiental


Como apontam os autores, o debate sobre a sustentabilidade ambiental, que
recentemente ganhou tanta importância, provavelmente será ofuscado por
outras prioridades relacionadas com a procura de segurança e foco na saúde
pessoal, embora o caso da China tenha sido uma aprendizagem ao
desencadear um aumento da procura pelos produtos orgânicos e uma
crescente preocupação com o cuidar do meio ambiente. Resta ver de que lado
a balança vai cair quando o choque inicial da crise der lugar à reflexão.

5. Consumidores mais exigentes


Os consumidores aprendem cada vez mais rápido, procuram marcas
significativas que são úteis e que transcendem aspectos menos superficiais
para se concentrar em tornar a vida mais fácil e mais simples. A necessidade
de informações constantes causadas pela situação de pandemia também vai
aumentar as expectativas dos consumidores quanto à transparência do
processo. Assim, como hoje em dia as autoridades não se cansam de exigir
dos cidadãos um comportamento exemplar necessário para superar a situação,
essa mesma cidadania irá exigir de volta, mais do que nunca, não apenas das
instituições, mas também das marcas com as quais se relacionam.

6. Uma nova empatia versus isolamento


A crise está a criar novas formas de entretenimento familiar e de aprendizagem
da gestão das respectivas emoções. Reforça o papel dos relacionamentos
afectivos, da construção de valores de equipa nas empresas e a importância do
trabalho em conjunto para superar as adversidades. Um maior foco está
também a ser colocado no bem-estar pessoal e relacional, sobre a acumulação
ou o consumo desenfreado, em consonância com a previsível estagnação do
crescimento económico. Paradoxalmente, a crise e a reclusão contínua
também vão aumentar a sensação de isolamento e a explosão de sintomas
próximos ao transtorno de stress pós-traumático.

Você também pode gostar