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1. Introdução
O avanço em pesquisas na área de MEMS (microelectromechanical) para tecnologia de
sensores, habilitaram o desenvolvimento de microsensores de baixa potência para redes
sem fio que, comparativamente com os macrosensores, permitiram implementar redes
com maior número de nós, proporcionando alta qualidade de medição e maior tolerância
a falhas.
Redes com microsensores podem conter centenas ou até milhares de nós e é de-
sejável que estes nós sejam tanto baratos quanto eficientes no consumo de energia (energy-
efficient). É fato também que esta grande quantidade de microsensores espalhados são
fontes de diversos tipos de problemas. Para este estudo destacou-se o problema do con-
sumo de energia como foco principal, fato que torna desejável que os nós consigam re-
alizar suas funções de sensoriamento do ambiente, com um baixo consumo de energia,
permitindo alta longevidade do sistema. De acordo com o que foi exposto, um protocolo
de roteamento para este tipo de rede foi proposto visando, além de permitir tolerância a
falha individual de algum dos nós, uma redução do consumo de energia.
No intuito de projetar bons protocolos para redes sem fio baseadas em microsen-
sores, é necessário entender os parâmetros que são importantes para as aplicações de
sensores, usando-se as seguintes métricas: facilidade de distribuição dos nós, mesmo em
ambiente hostis; tempo de vida do sistema, mantendo seu funcionamento o máximo de
tempo possı́vel; e a qualidade da medição, como sendo a precisão com que o resultado
medido pela rede de sensores é exatamente o que acontece no ambiente.
Em redes sem fio baseadas em microsensores as informações sensoriadas pelos
nós devem ser transmitidas para um centro de controle ou uma estação base, de onde o
usuário final pode obtê-las. Existem diversas possibilidades para as redes com microsen-
sores e no artigo estudado considerou-se:
1. A estação base é fixa e colocada longe dos sensores; e
2. Todos os nós são homogêneos.
Analisando as vantagens e desvantagens de protocolos de roteamento conven-
cionais, foi proposto o protocolo LEACH (Low Energy Adaptive Clustering Hierarchy),
que apresenta um algoritmo de roteamento hierarquicamente agrupado (clusterized) para
redes de sensores, onde os grupos são formados dinamicamente e a seleção dos mestres
dos grupos é feita aleatoriamente, de acordo com alguns critérios que serão mais a frente
estudados.
3. LEACH
O LEACH é um protocolo de roteamento hierárquico de grupos, adaptável e auto-
organizável, para redes sem fio com microsensores, que utiliza a aleatoriedade para dis-
tribuir o consumo de energia uniformemente pelos sensores da rede. Neste protocolo os
nós se organizam em grupos locais, com um nó atuando como a estação base local ou
mestre do grupo (cluster head). Se este mestre for escolhido a priori e mantido fixo, tal
qual nos modelos convencionais apresentados na seção anterior, é fácil ver que este sensor
irá rapidamente morrer, terminando com o tempo de vida de todo o grupo. Desta forma,
como uma de suas caracterı́sticas principais, o LEACH incluiu um revezamento da função
do mestre do grupo de forma a não esgotar a bateria de somente um nó. Adicionalmente
o LEACH provê uma agregação das mensagens do grupo antes de sua transmissão para a
estação base, reduzindo a dissipação de energia e melhorando o tempo de vida do sistema.
Uma vez que os grupos estão formados, os nós devem transmitir seus dados para
o mestre do grupo, em uma forma eficiente de energia. No LEACH, isto é feito utilizando
o protocolo TDMA.
decisão para se tornar um mestre de um grupo está na quantidade de energia que resta ao
nó.
O sistema pode, a priori, definir um número ótimo de grupos que podem existir
no sistema. Este número vai depender de diversos parâmetros, tais como a topologia da
rede e o custo relativo entre computação e comunicação. Cabe ressaltar que a dissipação
de energia no sistema varia a medida que o percentual de nós mestres de grupos vai
aumentando. No caso de nenhum nó ser mestre de grupo ou todos serem, este protocolo
se torna tal qual o protocolo de comunicação direta, visto anteriormente. Desta forma
existe um número ótimo de grupos, e conseqüentemente de mestre de grupos Nótimo . Para
os parâmetros do sistema e a topologia utilizados no artigo estudado um valor ótimo para
Nótimo = 5 porcento da quantidade de nós da rede.
Inicialmente, quando os grupos estão sendo criados, cada nó decide se irá ou não partici-
par da escolha para se tornar um mestre de grupo na rodada corrente. Esta decisão está
baseada na porcentagem sugerida (Nótimo ) da quantidade de mestres de grupo e o número
de vezes que o nó foi um mestre de grupo. A decisão é tomada pelo nó n escolhendo um
número aleatório entre 0 e 1. Se este número for menor que um determinado limite T(n),
o nó se torna um mestre de grupo para esta rodada.
Cada nó eleito como mestre de grupo para a rodada corrente, envia a todos os n ós
uma mensagem de anúncio. Em seguida, cada nó que não é um mestre de grupo decide de
qual grupo vai pertencer para esta rodada. Esta decisão é tomada pela potência do sinal
recebido da mensagem de anúncio.
Após cada nó decidir de qual grupo ele pertencerá, deve informar ao mestre do grupo que
ele será um membro do grupo. Durante esta fase todos os nós devem manter seus rádios
ligados.
O mestre do grupo recebe todas as mensagens dos nós que querem participar do grupo. É
nesta fase que, baseado na quantidade de nós no grupo, o mestre do grupo cria o escalona-
mento utilizando o protocolo TDMA, informando a cada n ó participante do grupo quando
ele pode transmitir. Este escalonamento é transmitido em broadcast para todos os nós.
4. Conclusão
O protocolo de roteamento aqui apresentado, denominado LEACH, apresentou uma
forma de distribuir o consumo de energia entre os nós de uma rede sem fio, baseada
em microsensores, como sendo uma forma efetiva de reduzir a dissipação de energia em
uma perspectiva global e aumentando o tempo de vida do sistema.
Caracterı́sticas como autoconfiguração, que permite que os nós possam ser espa-
lhados em áreas remotas ou hostis, maximização do tempo de vida do sistema, e técnicas
visando minimização da dissipação de energia, estão presentes no protocolo LEACH e
foram apresentadas com um certo detalhamento neste resumo.
References
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