Você está na página 1de 22

Izabela Albano

DIREITO DE EMPRESA E SOCIEDADE LIMITADA


Mário Tavernard

9 aulas (8 + dia da prova)


01/04 a 13/05
Aula do dia 29/04 é uma atividade em sala (julgamento simulado) - que evoluirá para o trabalho (30 pontos)
Prova final com consulta à legislação (70 pontos - trazer o vade-mécum/ código)
Direito Empresarial, Direito Societário, tipos societários, sociedades limitadas (inclui fundos de investimento
- área de atuação do professor)
E-mail: mario@tavernard.adv.br
Telefone: (31) 3244-2277
Preparação para as aulas: slides, artigos e arquivos no sistema, doutrina
Referências Direito de Empresa

Aula 01
01/04/2019

Direito empresarial enquanto ramo do direito privado.


No Direito Privado é permitido fazer tudo que não é proibido (ex: Ltda. pode ter diretor? Ltda pode ter
conselho de administradores?)
Princípios (livre iniciativa, liberdade de concorrência, garantia e defesa da propriedade privada, preservação
da empresa)
O princípio da preservação da empresa não pode ser visto de forma isolada, se não vira fundamento para
qualquer decisão, se tornando abuso do princípio.
A atividade é o enfoque do Direito Empresarial. Empresa é atividade e não se confunde com a figura do
empresário nem com a da sociedade.

Art. 44 CC - Pessoas jurídicas de direito privado:


Associações; sociedades; fundações; organizações religiosas; partidos políticos; EIRELI.
A fundação é a personificação de um patrimônio.
A associação é a união de pessoas que se organizam para fins não econômicos - não tem distribuição de
lucros.
As sociedades tem como finalidade o lucro. É da essência, está previsto em lei.
EIRELI único titular (é Pessoa Jurídica; foi criada como uma forma de evitar “laranjas” como sócios de
sociedades; limitação de personalidade; valor mínimo de Capital Social de 100 salários mínimos); diferente
do empresário individual (ele é equiparado a PJ).
Quem atribui a personalidade jurídica ou não é a lei.

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:


I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Conceito de Sociedade: art. 981 CC e parágrafo único


Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens
ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados.
- Bens ou serviços
- Duas ou mais pessoas
- Exercício de atividade econômica
- Partilha de resultado
Conceito de Empresa: art. 966 CC
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica,
literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da
profissão constituir elemento de empresa.
- É a atividade do empresário
- Exceção no parágrafo único: a segunda parte cria uma exceção da exceção. “Elemento de empresa” a)
técnica legislativa imprecisa deste artigo; b) finalidade/motivação da procura do serviço oferecido (se vou
pelo médico, em si, não tem atividade de empresa; mas se vou pela clínica teria o elemento). A diferença
prática é: local de registro e se aplicar falência ou insolvência.

Sociedades Personificadas:
- Simples
- Em Nome Coletivo
- Em Comandita Simples
- Limitada
- Anônima
- Em Comandita por Ações
- Cooperativa
A ideia da personalidade jurídica é criar um centro de imputação distinta entre o sócio e a pessoa.

Sociedades Não Personificadas:


- Em comum
- Em conta de participação
Sociedade de pessoas: intuito personae
Sociedade por capital: intuito pecunae
Essa distinção não faz muito sentido na prática, mas é presente na doutrina. O STF reconhece sociedade
anônima de cunho familiar (dá caráter pessoal a uma sociedade de capital). O que define se é de pessoas ou
de capital são os elementos vistos na prática. Nem toda sociedade anônima é de capital, nem que toda
Limitada é de pessoas - verifica-se na prática como se desenvolvem as relações naquela sociedade.

Responsabilidade Ilimitada:
- Sociedade comum
- Sociedade em nome coletivo
Responsabilidade mista:
- Conta de participação - SCP
- Comandita simples
- Comandita por ações
Um tipo de sócio responde ilimitadamente e o outro de forma limitada. Sócio ostensivo (responde
ilimitadamente) e sócio oculto (responde pelo montante investido). Ex. Redes de hotéis (hotel com 100
unidades, a pessoa adquire uma unidade hoteleira, transfiro a posse dela pra uma SCP, por prazo
determinado, a sócia ostensiva que administra todas as unidades imobiliárias em nome próprio e distribui os
lucros entre todos os sócios; é um pool; a vantagem da SCP é que o valor recebido é considerado como
dividendos e portanto não tributado, o que faz ser melhor que receber um aluguel pela unidade). A SCP não
precisa ser registrada.
Responsabilidade Limitada:
- Sociedade Limitada
- Sociedade Anônima
A limitação da responsabilidade existe para estimular o empreendedorismo.

Capital Social x Patrimônio


- Quando a sociedade provoca dano (ato ilícito), responde com todo seu patrimônio
- O capital social é um valor necessário para operacionalizar a empresa e não necessariamente corresponde
ao patrimônio da empresa nem ao valor de mercado dela.
- Nem todo capital aportado pelos sócios vai para a conta “capital social”, pode ir para a conta “reserva de
capital”, que é uma conta do patrimônio. Em uma SA, a lei prevê o ágio da reserva de capital em caso de
integralização de aumento de capital, mas em uma Ltda não tem previsão para isso, não tem a figura da
reserva de capital, então entra como receita (e é tributado como receita, o que é uma desvantagem da
Ltda.)
- O capital social não é garantia de credor, o patrimônio da sociedade que garante o credor
- O capital social tem a função de organizar os direitos dos sócios dentro de uma sociedade
- A sociedade responde de maneira ilimitada por suas dívidas, sendo que os sócios não (vai depender do
tipo de sociedade)
- Integralizar/subscrever o capital social – há diferença
- Na Ltda. os sócios respondem integralmente por todo o Capital Social subscrito; na anônima responde no
limite das ações subscritas (que é a obrigação que o sócio assumiu)

Sociedade Holding
Tem como objeto, atividade, participar de outras sociedades.
- Holding pura: tem por objeto exclusivamente participar de outras sociedades. Pode registrar tanto na junta
quanto no cartório.
- Holding mista: tem por objeto participar de outras sociedades e exercer outras atividades.
- Holding familiar: sociedade cujo objetivo principal é a concentração e a proteção de patrimônio familiar
para facilitar a gestão dos mesmos e ter benefícios fiscais. Não é uma holding propriamente dita.

Caso Ford x Dodge

SPE - Sociedade de Propósito Específico


Não é um tipo societário.
Ela pode ser de prazo indeterminado? Sim. A jucemg entende assim?
Enunciado 106 JUCEMG
Spe- Prazo de duração
O prazo de duração deve ser limitado ao término de empreendimento de objeto específico e determinado,
exceto no caso de SPE constituída para incumbir-se de implantar e gerir o objeto da parceria público
privada (PPP), cujo prazo mínimo não poderá ser inferior a 5 anos e superior a 35 anos (art.5º I da Lei Nº
11.079/04).
SPE é citada apenas na lei de PPP e na lei de recuperação e falência
Objeto e atividade restrito.

Aula 02
08/04/2019

EIRELI, SOCIEDADE EM COMUM, SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO

EIRELI
Recente, fruto de discussão que existia há anos no Congresso.
Projeto de Lei PL 4.605/2008 e PL 4.953/2009
Art. 980-A, CC
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular
da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário-mínimo vigente no País
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a
denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá
figurar em uma única empresa dessa modalidade.
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas
de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal
concentração
§ 4º ( VETADO)
§ 5º Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação
de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou
de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade
profissional.
§ 6º Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para
as sociedades limitadas.
§ 7º  Somente o patrimônio social da empresa responderá pelas dívidas da empresa individual de
responsabilidade limitada, hipótese em que não se confundirá, em qualquer situação, com o patrimônio do
titular que a constitui, ressalvados os casos de fraude.

- Não quiseram dar o nome de “sociedade", porque a sociedade pressupõe a existência de mais de um sócio
(apesar de haverem hipóteses em que é permitida, de forma transitória, a permanência de apenas um sócio);

- Tem valor mínimo de Capital Social (única sociedade que prevê isso, alem de algumas instituições e
cooperativas de crédito). A falta disso é mais uma irregularidade que uma hipótese de nulidade;

- A integralização do Capital Social tem que ter origem, na comprovação do Imposto de Renda.

- Pessoa Jurídica pode ser titular de EIRELI? Para isso, é interessante estudar o trâmite dos PLs. No início
constava "Pessoa Natural” e evoluiu para "pessoa física". No entanto, na redação do artigo, no Código Civil,
consta a expressão "pessoa". Assim, nessa primeira análise, a PJ poderia ser titular de EIRELI. O DNRC na
IN 117/2011 proibiu (de maneira arbitrária contra legem) - na prática, você não conseguiria registrar, mas
em sede de MS você poderia conseguir. Princípio da legalidade: não cabe a esses órgãos da administração
publica inovar, pois esse é o papel da lei - ninguém é obrigado a nada se não em virtude de lei. 6 anos depois,
a IN do DREI 38/2017 permitiu a constituição de EIRELI tanto por pessoa natural quanto por pessoa jurídica
(percebe-se que não houve mudança nenhuma da lei, o que evidencia o abuso do DNRC).

- As juntas comerciais estão vinculadas ao governo federal.

- Nada impede que pessoas jurídicas tenha quantas EIRELI quiser.

- Capital Social de 100 salários mínimos - todo ano o salário mínimo é alterado - teria que haver todo ano
alteração do ato constitutivo? (obs.: não é chamado de contrato social, mas sim de ato constitutivo) Não, o
critério dos 100 salários mínimo tem que ser atendido apenas no momento da constituição, não sendo
necessário aumentar a cada ano o capital social e, consequentemente, o contrato social.

- Responsabilidade Limitada; não tem Assembléia (unipessoal)

- EIRELI Simples - Nada impede constituir uma EIRELI no Cartório de Registro de pessoas jurídicas

- EIRELI Sociedade de Advogados (existe mais pra fins fiscais - tributar na PJ e não na PF do advogado) -
Lei 8.906

SOCIEDADE EM COMUM
- Não tem limitação de responsabilidade;

- Qual a utilidade dela? 1) Viés residual - sociedade que esteja com alguma irregularidade, com algum vício
de constituição ou de registro, seja por questões transitórias ou definitivas; “Sociedade de fato”; 2) Viés
volitivo - Qual o sentido de constituir uma sociedade em comum? Ex: criação de um aplicativo, ainda em
fase inicial. Interessante pois cria um patrimônio especial da sociedade, diminui o risco trabalhista, cria
relação mais sólida que a de um contrato de parceria ou um memorando.
- Às sociedades em comum se aplica supletivamente as regras das sociedades simples.
- Art. 986 e seguintes do CC
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do
benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Por mais que os sócios sejam solidariamente responsáveis, primeiro se busca executar o patrimônio
especial da sociedade para depois ir ao patrimônio do sócio.
- Não tem personalidade jurídica a sociedade simples tem!

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - SCP


- Tem o sócio ostensivo (adquire direitos em nome da SCP) e o sócio oculto (se obriga perante o sócio
ostensivo, mas não com terceiros).
- Muito utilizada em mineração, empreendimentos imobiliários, construção civil, empreendimentos
hoteleiros.
- Antiga, prevista desde o código comercial de 1850.
- Sociedade não personificada, não tem personalidade jurídica (não posso, por exemplo, pedir
desconsideração de PJ de SCP).
- Art. 992 e 993, CC
Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer
formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de
seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
- Em quase todos os casos o sócio ostensivo é uma PJ com responsabilidade limitada. O sócio oculto já é
oculto, então já tem a ideia de que ele tem a responsabilidade limitada porque ninguém sabe quem ele é.
- Traz benefício fiscal (resultado é recebido como dividendo, e, portanto, não tributado)
- Usada em muitas vezes para fraudar, por exemplo, prestação de serviço.
- Ela é uma sociedade maleável, que pode ser veículo de várias fraudes.
- Ver julgado do CARF no sistema (procurar voto vencedor)
- O investimento pode ser feito em serviço ou dinheiro
- Pesquisar caso da Gerdau (primeiro caso de ágio interno)
- Quadro societário: sócio ostensivo (aquele que realiza os negócios com terceiros) x sócio participante
(aquele que fornece ou e obriga a fornecer recursos para que o sócio ostensivo exerça sua atividade)
- Art. 995
Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o
consentimento expresso dos demais.
- Oferta pública de título de investimento coletivo (ex: compro unidade de um hotel da rede Accor - Ibis),
encaixa na IN 400 da CVM? Sim, essa oferta é regulada pela CVM, mas de forma muito mais simples que
nos demais casos de oferta pública.
- Patrimônio especial - Art. 994, CC - patrimônio de afetação, obriga aos sócios:
Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio
especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais.
§ 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios. (Não é oponível
a terceiros. Então, todo o valor investido pelo sócio oculto vai pra conta do CNPJ do sócio
ostensivo. Ele sendo executado por outra atividade, que não tenha relação com a SCP, o valor
investido pode ser, por exemplo, penhorado e o sócio ostensivo e o oculto não podem entrar com
embargos de terceiros)
(Para driblar essa situação, cria-se uma SPE para ser o sócio ostensivo da SCP, assim não
corre o risco de ter confusão patrimonial entre os vários empreendimentos da pessoa
jurídica).
§ 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva
conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário.
§ 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos
da falência nos contratos bilaterais do falido.
(O contrato pode subsistir).
- Regência supletiva do disposto para a sociedade simples
- Natureza jurídica: contrato de sociedade x contrato de participação/contrato de álea. O professor entende
que é um contrato de sociedade, há affecto societatis. VER JULGADO STJ. Ontologicamente a SCP não
se distingue das sociedades personificadas.
- Contratos por prazo determinado só podem rescindir por justa causa (diferente dos por prazo
indeterminado, que podem ser rescindidos por denúncia vazia). Prazo determinado é mais forte que prazo
indeterminado. Por isso que os acordos de sócios são estipulados por longos prazos, mas por prazo
determinado. Inclusive, a dificuldade de se tratar/negociar os acordos de sócios está na longevidade da
relação.
- Por isso que SPE geralmente tem prazo determinado.
- Ver artigo Henrique no sistema - direito de retirada imotivada de sócios (letra morta, já que o CC prevê
taxativamente as hipóteses de saída dos sócios)
- Obrigação acessória: inscrição no CNPJ - a SCP não tinha obrigação de se inscrever no CNPJ, mas agora
tem (IN RFB), assim como outros entes que não possuem personalidade jurídica mas são equiparadas
(Condomínios etc).
- Vantagens SCP: 1) viabiliza investimentos empresariais e a distribuição de riscos; 2) recebimento por
meio de distribuição de dividendos; 3) estrutura adequada para a celebração de determinados contratos e
parcerias; 4) forma de viabilizar investimentos; 5) Cross investment: forma de alocar risco; 6) associação
a quota ou agregação de sócio: fazer uma SCP com o sócio de uma sociedade Ltda/S.A. O dinheiro usado
pelo sócio pra integralizar o capital, foi patrocinado pelo sócio oculto.

Aula 03
09/04/2019

Aspectos polêmicos das SCPs

Contrato de Investimento Coletivo - é uma SCP:

Contrato de Boi Gordo


- Semelhante a um clube de investimentos
- Empreendedor toma dinheiro dos investidores para compra, criação e engorda de bovino,
comprometendo-se a distribuir os lucros
- É uma forma de SCP
- Caráter societário da obrigação. Só temos sociedade quando previsto em lei.
Contrato de Investimento Coletivo Hoteleiro
- Ver IN 602 CVM 2018 (“Dispõe sobre a oferta pública de distribuição de contratos de investimento
coletivo hoteleiro” - http://www.cvm.gov.br/legislacao/instrucoes/inst602.html)
- Oferta pública de unidades hoteleiras - é uma oferta pública de valor imobiliário, é um investimento
coletivo
- Pode ser comercializado em fundos de investimentos de títulos imobiliários
- Sempre que tem oferta pública, será regulado pela CVM
- Na referida IN trata especificamente da oferta de títulos de unidades hoteleiras, e buscou dar menos
formalidade e lidar de forma mais simplificada do que nas ofertas públicas de títulos imobiliários comuns
- É uma SCP que geralmente viabiliza esses empreendimentos
- Lei 6385/76 “Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários”

Fundo social da SCP:

- A SCP possui capital social? Quem defende que não tem, é no sentido de que não tem
autonomia/separação do capital social. A falta de individualização não é definidora de ter ou não um
capital social (pensar que o CS é um valor contábil, ele é alocado, afetado aquela atividade). O CS é tido
como fator para organizar direitos políticos e patrimoniais. Ter CS em uma SCP é uma forma de
equacionar direitos e deveres entre os sócios da sociedade - então, na prática, é recomendável colocar,
para facilitar a organização dos direitos e deveres dos sócios da entidade.
- Patrimônio Especial? Patrimônio Fiduciário?
- Direitos do sócio participante sobre o patrimônio?
- Direitos dos credores do sócio ostensivo? Todo o patrimônio versado na SCP entra para responder em
face dos credores do sócio ostensivo. Direitos dos credores do sócio participante? Quotas podem ser
liquidadas para pagar dívidas (caso contrário, seria uma forma fácil de fraudar credores). A forma de
encontrar essas quotas é pela declaração de IR do sócio.
- O sócio participante tem todos os direitos de informações e dados quanto ao patrimônio investido, em face
do sócio ostensivo. Direito a pedir prestação de contas e de informações ao sócio ostensivo.

Responsabilidade interna do sócio participante/oculto


- Ilimitação da responsabilidade - aplicação subsidiária das regras da sociedade simples
- Mas isso não se sustenta, porque essa norma trazida da regência supletiva não está compatível com a
natureza da SCP
- A aplicação subsidiária, nesse caso, é questão de opinião. Então, é possível defender os dois lados - que os
sócios respondem pelas ações um dos outros ou não.

É possível a exclusão de sócios na SCP?


- Exclusão judicial é possível (= sociedade simples), mas a extrajudicial é mais complicada porque é
prevista para as sociedades limitadas.

É possível adiantamento de lucros em SCP?


- Problema sério para quem constitui SCP para fraudar a receita
- Art. 1009 CC - distribuição de lucros
Na SCP tem que ter cautela ao elaborar o contrato social, cuidando para dirimir todas as questões mais
delicadas como as expostas acima, pelo fato de que pode ser prejudicial ou indesejada a aplicação subsidiária
das regras da sociedade simples.
Ademais, tem que ter cuidado para não caracterizar fraude. Ex: não posso criar SPC e pagar mensalmente um
valor aos sócios sem que haja lastro de distribuição de lucro na sociedade. A contabilidade que vai provar se
foram apurados e divididos lucros.
Existe a obrigação de escriturar dentro da sócia ostensiva.

SOCIEDADE LIMITADA

Estimular a atividade empreendedora por conferir a limitação de responsabilidade dos sócios.


Surgiu no século XIX - Alemanha
É uma criação da lei
Tipo societário mais utilizado no Brasil
Passou a ser regulada pelo CC de 2002 (antes tinha apenas um decreto)
Também chamada de “sociedade por quotas”
(Ver Eduardo Goulart - análise econômica do Direito)
Quem tem limitação de responsabilidade é o sócio. A sociedade responde ilimitadamente.
Constituição
Art. 997 CC e incisos
- Não é possível a integralização de capital por meio de serviços - vedação legal explícita
- A Junta algumas vezes exige que conste a participação do sócio na perda
Art. 1052 CC
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas
todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Parágrafo único. A sociedade limitada pode ser constituída por uma ou mais pessoas, hipótese em que se
aplicarão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato
social. (Incluído pela Medida Provisória nº 881, de 2019)
- Responsabilidade do sócio limitada às suas quotas, solidariamente responsáveis pela integralização do
capital social

Regência Supletiva
Art. 1053 CC
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas
da sociedade anônima.
- Supletivamente, em regra, a Ltda. É regida pelas normas da sociedade simples, sendo possível constar no
contrato social a regência supletiva pela lei das sociedades por ação

Quotas Sociais
- Natureza jurídica das quotas: bem, direito de participação societária, que confere aos sócios direitos
patrimoniais e políticos, a serem exercidos no âmbito da sociedade. Exercício dos direitos provenientes da
quota. Suscetível à avaliação patrimonial.
- As quotas podem ter valores iguais ou desiguais (ex: uma quota que vale 1 e outra que vale 100)
- As quotas podem trazer direitos e vantagens diferenciados. Podemos criar, por exemplo, quotas
preferenciais na Ltda. Mas pode ter quota que não tenha direito de voto? NÃO.
- As quotas devem ser integralizadas em dinheiro ou em bem suscetível de avaliação econômica
- A responsabilidade dos subscritores: assumo a obrigação de aportar o valor das quotas quando subscrevo
as quotas. A efetiva transferência consiste na integralização/realização das quotas do capital social.
Integralização de bem - valor - posso integralizar pelo valor declarado no IR ou pelo valor de mercado
(ganho de capital). Subscritores respondem por bens indicados com valor muito superior ao que
efetivamente valem.
- Deveres do quotista: integralizar o CS e votar no interesse da sociedade (ele não é obrigado a votar, mas
se votar tem que ser visando o interesse da sociedade).
- Direitos: receber dividendos, participar e acessar os resultados e contas etc.
- Transferência de quotas: concebidas para serem sociedade de pessoas – O art. 1057. trata dos casos de
omissão do contrato – Assim, cabe ao advogado, no momento da redação do contrato, regular a forma que
será tratada essa situação, para que atenda ao interesse do cliente.
Art. 1.057. Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem seja
sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de
mais de um quarto do capital social.
Parágrafo único. A cessão terá eficácia quanto à sociedade e terceiros, inclusive para os fins do
parágrafo único do art. 1.003, a partir da averbação do respectivo instrumento, subscrito pelos sócios
anuentes.
- Direito de preferência: não tem direito de preferência em caso de cessão/transferência de quotas (não tem
previsão legal), apenas em caso de aumento de capital. O contrato que deve prever a preferência na
transferência de quotas.
- Caso Azul - IPO - Ação preferencial tem direito a receber 75x mais que uma ação ordinária, apesar de não
ter direito de voto. As ações ordinárias tinham os direitos políticos. CVM barrou, mas o recurso ganhou
no colegiado. PEDIR POR E-MAIL PRO PROFESSOR

Aula 04
15/04/2019

Correção exercício em dupla:


Questão 2) SCP é sociedade por dois motivos: está na parte de sociedades do código civil; os dividendos dos
sócios não são tributáveis. Mas há entendimento doutrinário no sentido de que não é sociedade, mas sim um
contrato.
Questão 6) O usufruto deve ser regulado pelo documento que o determinou. Usufrutuário passa a ter o
direito de usar e gozar e o nuproprietário de dispor. Não é tão claro quanto ao direito de voto. Pensar do
ponto de vista da matéria do voto. Aplicar art. 114 da lei 6.404, que diz que o instrumento do usufruto que
deve dispor sobre a questão. Quanto ao direito de fiscalizar a gestão da sociedade e o de participar da
assembleia, a análise tem que ser mais ampla. Tanto o nuproprietário quanto o usufrutuário têm interesses
em fiscalizar a gestão da sociedade e de participar das assembleias, pois interferem nos direitos de ambos.
Jornada do Direito Comercial, enunciado 63.

Regência Supletiva

- Conselho de administração - lei 6404: é possível existência de Conselho de Administração em LTDA?


- Pode ter em uma sociedade limitada quotas preferenciais?
DNRC não permitia mas mudou entendimento em 2007, prevendo expressamente a figura das quotas
preferenciais em LTDA - a quota preferencial com restrição de direito de voto tem que conferir vantagem
para o sócio (prioridade de recebimento, e/ou prioridade de restituição de capital). Para responder essa
pergunta, temos que entender o quê na prática é a regência supletiva:
- Tema árido em se tratando de Ltda, havendo bastante divergência na jurisprudência e na doutrina;
- Tem que analisar o que é uma norma compatível ou não com o instituto em questão. Art. 1053 CC;
- Conforme art. 5º, II, CR - princípio da legalidade. Primeiro, tenho que observar nas normas próprias
de Ltda. o que é obrigatório e o que não é (normas cogentes). Verifico também as normas dispositivas,
que estabelecem regras caso o contrato social não disponha diferente. Segundo, verifico o contrato
social. Terceiro, se o contrato social for omisso, analiso a regência supletiva (normas de sociedades
simples ou normas da sociedade anônima). Art. 1053, § único, CC - fala que tem que exprimir
explicitamente quando quiser que a regência supletiva seja de sociedade anônima - mas o DREI na 38
fala em presunção da aplicação da lei de SA (apesar de existir essa IN, tecnicamente ela está errada,
pois contraria texto legal expresso). Quarto, aplico a analogia quando a questão não é tratada pela lei
da regência supletiva.
- CC Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010, serão tomadas em
reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos
administradores nos casos previstos em lei ou no contrato. + Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo
contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão
tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. - Não pode haver
restrição de voto em quotas de sociedade limitada, porque a lei proíbe, mas pode haver previsão
de quotas preferenciais (mas não quanto ao voto).
- Quais preferências podem ter as quotas preferenciais? Art. 17 lei 6404. I - prioridade na distribuição
de dividendo, fixo ou mínimo (Ex.: Capital Social de R$ 100,00, com 100 quotas, sendo, dessas, 50
quotas ordinárias e 50 quotas preferenciais. A preferência é de 10% dos dividendos. Se o resultado deu
R$50,00 de dividendo, então a preferência da quota preferencial é de R$ 5,00. Se o dividendo é menos
que esses RS 5,00, darei tudo para os preferenciais. Se ele é mais, e ultrapassa a preferência da quota,
o valor que restar vai ser distribuído a depender do piso ser fixo ou mínimo - se for mínimo, divido o
que restou entre os sócios; se for fixo, o preferencial não pode receber nada além do determinado,
porque ele prevê na verdade um teto).

- Dividendo mínimo obrigatório - art. 202 lei 6404 - aplica-se essa regra à LTDA?
Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada exercício, a parcela
dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a importância determinada de acordo com as
seguintes normas:
I - metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido dos seguintes valores
a) importância destinada à constituição da reserva legal (art. 193); e
b) importância destinada à formação da reserva para contingências (art. 195) e reversão da mesma
reserva formada em exercícios anteriores;
II - o pagamento do dividendo determinado nos termos do inciso I poderá ser limitado ao montante do
lucro líquido do exercício que tiver sido realizado, desde que a diferença seja registrada como reserva de
lucros a realizar (art. 197);
III - os lucros registrados na reserva de lucros a realizar, quando realizados e se não tiverem sido
absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser acrescidos ao primeiro dividendo
declarado após a realização.
§ 1º O estatuto poderá estabelecer o dividendo como porcentagem do lucro ou do capital social, ou fixar
outros critérios para determiná-lo, desde que sejam regulados com precisão e minúcia e não sujeitem os
acionistas minoritários ao arbítrio dos órgãos de administração ou da maioria.
§ 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a
matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido
ajustado nos termos do inciso I deste artigo.
§ 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a
distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro
líquido, nas seguintes sociedades:
I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em
ações;
II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na
condição prevista no inciso I.
§ 4º O dividendo previsto neste artigo não será obrigatório no exercício social em que os órgãos da
administração informarem à assembléia-geral ordinária ser ele incompatível com a situação financeira
da companhia. O conselho fiscal, se em funcionamento, deverá dar parecer sobre essa informação e, na
companhia aberta, seus administradores encaminharão à Comissão de Valores Mobiliários, dentro de 5
(cinco) dias da realização da assembléia-geral, exposição justificativa da informação transmitida à
assembléia.
§ 5º Os lucros que deixarem de ser distribuídos nos termos do § 4º serão registrados como reserva
especial e, se não absorvidos por prejuízos em exercícios subseqüentes, deverão ser pagos como
dividendo assim que o permitir a situação financeira da companhia.
§ 6o Os lucros não destinados nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como dividendos.

1ª hipótese: constituição; 2ª hipótese: omissão - considera-se 50%; 3ª hipótese: alteração do


estatuto/contratual - não inferior a 25% - caput inciso I.
Se não regula isso quando se constitui a sociedade, não poderá regular posteriormente.
Art. 202 §6º - ou eu destino os lucros a alguma das hipóteses reguladas no 193 (reserva legal) a 197
(reserva estatutária), ou, se eu não fizer essas reservas, a distribuição é obrigatória.
Caso prático - Considerar sociedade que tinha dividendo obrigatório equivalente a 1% do lucro líquido do
exercício. Os sócios estavam em litígio, a proporção era 2 pra 1, e a ideia é que o sócio que tinha 1/3
saísse da sociedade, transferindo para o sócio controlador. Suponha que em 2014 o LL do exercício foi de
R$ 10 milhões - reserva legal 5% (R$ 500.000,00), retenção de lucro 1% depois da reserva legal (R$
95.000,00), reserva de contingência R$ 5.000.000,00, resto, que é a retenção, é de R$ 4.405.000,00. No
ano seguinte, 2015, lucro líquido de R$ 15 milhões, reserva legal R$ 750.000,00, retenção de lucro 1%
depois da reserva legal R$ 142.500,00, reserva de contingência R$ 10.000.000,00, retenção é R$
4.107.500,00. Este cenário pode prejudicar o sócio que tem 1/3 das ações. No caso, não havia
contingência nem orçamento de capital.
O que é anulável? O voto ou a deliberação? Se o voto é nulo, qual a consequência disso? Qual o efeito
prático de decisão judicial? (Voto é a manifestação de vontade, um ato jurídico. Posso discutir validade de
ato jurídico? Art. 166, 185 CC - ato jurídico que pretenda atacar ou contrariar lei, ele é nulo. No caso, se
fosse discutir a deliberação, não surtiria efeitos práticos, pois seria refeito. A estratégia era atacar o ato.
Ignorar o voto nulo pra prevalecer o voto lícito e válido, dando o efeito de impedir a pessoa de votar. Não
precisa anular a deliberação toda, apenas o voto).
- Ltda. pode emitir partes beneficiárias e debêntures? Não há empecilho legal para a constituição de
debênture ou partes beneficiárias em limitadas.
- Os sócios minoritários podem requerer a adoção do voto múltiplo nas assembleias gerais/reuniões de
sócios? Lei 6404. Se os minoritários se organizarem e concentrarem em um voto só toda a sua
participação social, poderiam ter vantagem no peso do voto. É compatível e não há empecilho legal.
- OBS: Dar importância para a redação das quotas preferenciais no contrato, para não esvaziar o próprio
sentido das quotas preferenciais - caso Bom Brill

Ágio da Subscrição de Quotas


Impossibilidade da figura do ágio na sociedade limitada. CARF veda.
Consiste: sociedade com 100 quotas, e os fundadores colocaram R$1,00 por cada quota, constituindo o CS.
Com o passar do tempo, a sociedade vale milhões. Nova sócia quer entrar, mas é importante que os milhões
dela vão para a atividade da sociedade e não para o capital social. Se todo o valor que ela aportar fosse pro
capital social, os sócios originários perderiam participação na empresa. Para isso existe a figura do ágio, que
permite que o valor aportado vá para o caixa (atividade da sociedade), mantendo o equilíbrio do capital
social. Isso não pode ser feito na Ltda., não por impeditivo legal, mas por se entender (RFB) que o ágio deve
compor o resultado do exercício, sofrendo tributação sobre isso. Caso eu entenda que a regência supletiva, e
preveja isso no capital social, porque não poderia ter a figura do ágio? Interesse da receita federal, o que gera
uma insegurança jurídica para a aplicação do ágio em sociedades limitadas, pois a receita já se manifestou
expressamente sobre a impossibilidade. Ver acórdão CARF sobre o tema.

Sociedade limitada de grande porte


Lei 11.639/2007 - art. 3º caput e parágrafo único.
Aplicação disposições lei 6404/76 se forem consideradas de grande porte.

Sociedade Simples x Sociedade Limitada


Ver quadro nos slides.

Sociedade Limitada x Sociedade Anônima


Ver quadro nos slides.
- Capital sociedade: quotas x ações
- Denominação: denominação ou razão x denominação
- Contrato x Estatuto
- Formação do capital social: constituição de capital por bens - necessidade de avaliação dos bens na SA.
Por esse motivo que, na prática, você constitui primeiro uma Ltda e depois converte em sociedade
anônima, pra facilitar.
- Arquivamento e publicações
- Escrituração
- Direito de sócio/acionista
- Assembleia Geral/Reunião de Sócios: a Ltda pode ter assembleia ou reunião de sócios.
- Convocação
- Periodicidade: deliberação anual da S/A e da Ltda, deve haver deliberação pra tratar do fechamento do
exercício, aprovação de balanço, etc. Na SA tem a assembleia ordinária (rol taxativo) e extraordinária.
- Direito de retirada (prazo determinado/indeterminado) + Art. 1.077. Quando houver modificação do
contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o
direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subseqüentes à reunião, aplicando-se, no silêncio do
contrato social antes vigente, o disposto no art. 1.031. (Esse artigo tem valor se se prevê que o sócio pode
sair a qualquer momento? Reflexão.)
- Administração: Ltda pode ter conselho de administração.
- Conselho Fiscal: obrigatório na Lei 6404.
- Modificação de capital social
- Direito de preferência
- Demonstrações financeiras
- Dissolução
- Liquidação
- Extinção
- Transformação, incorporação, fusão, cisão
- Sociedades coligadas
Contrato Social x Estatuto Social
- Ações x Quotas
- Publicações
- Exclusão de sócio - na Ltda. há figura da exclusão extrajudicial de sócio, o que não existe na sociedade
anônima. É possível a exclusão de sócio de forma extrajudicial na sociedade anônima? Justa causa/ato
gravíssimo de sócio? Na exclusão judicial, o ônus da prova é do sócio excluído. Na extrajudicial, da
sociedade. Caso não seja possível a exclusão extrajudicial, a discussão se dá com o sócio dentro da
sociedade ainda. Como faz com a reintegração, depois do tempo da ação judicial? Problemático.
- Formas de convocação da assembleia
- Quóruns deliberativos
- Exercício do direito de retirada
Funcionamento da sociedade limitada
- Assembleia geral/ Reunião de Sócios (órgão da sociedade)
(Conselho de Administração - eventualmente - em regra, é órgão colegiado, que não pratica ato em nome da
sociedade, mas tem função consultiva e deliberativa)
Diretoria/Administração
(Conselho Fiscal - eventualmente - fiscaliza a gestão da sociedade. Qual a competência da fiscalização? O
Conselheiro tem que se ater as demonstrações financeiras ou pode analisar outros documentos?)

Rito, que não pode haver vícios, sob pena de comprometer toda a validade da deliberação:
- Convocação: Quem pode convocar a assembleia/reunião? Administradores; Sócios, quando mais 60 dias
de atrasos, no caso do contrato ou da lei; Conselho fiscal; Liquidante; Juiz.
- Instalação
- Deliberação
- Arquivamento e publicação

- Há diferença prática entre assembleia e reunião? Art. 1071 e seguintes.


- Mais de 10 sócios, deve ser assembleia. Até 10, poderá ser por assembleia.
- Nos casos de sociedades de até 10 sócios, quem determina é o contrato social.
- Há muitos dispositivos que diferenciam deliberação (como gênero) na assembleia e na reunião.
- Se o contrato social for omisso, aplica-se as reuniões o disposto para a assembleia. Em se tratando de
reunião de sócios, o contrato social pode dispor de formas diversas da lei.
- O contrato social de sociedade de até 10 sócios pode estabelecer questões específicas, o que não pode
ocorrer em caso de assembleia.
- Tem que ler o que fala de assembleia e o que fala de reunião. Nas sociedades com até 10 sócios, o
contrato social pode trazer regras diferentes de convocação de instalação, não sendo possível haver
regras diferentes para deliberação. Quando o código fala em "deliberação", se refere a reunião e
assembleia.
- Temos a convocação, instalação, deliberação. Sequência de atos que deve ser respeitada.
- Art. 1152 § 3o O anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por três vezes, ao
menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembléia, o prazo
mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores. - Assembleia de
sociedade limitada é convocada dessa forma (igual da SA).
- Em caso de reunião, convocação definida no contrato.
- Essa é a importância da definição da reunião de sócios.
- Exclusão de sócio: Art. 1.085. Ressalvado o disposto no art. 1.030, quando a maioria dos sócios,
representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em
risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da
sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa.
Parágrafo único. Ressalvado o caso em que haja apenas dois s ócios na sociedade, a exclusão de um
sócio somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse
fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de
defesa.                  (Redação dada pela Lei nº 13.792, de 2019).
- Julgado CARF
Ação de Acertamento de assembleia:
(“Abuso de minoria” livro. Marcelo Vondamek)
https://www.google.com/url?
sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiL_u-
a8ITiAhVLIbkGHX3bDfUQFjAAegQIAxAC&url=http%3A%2F%2Fnpa.newtonpaiva.br
%2Fletrasjuridicas%2Fwp-content%2Fuploads%2F2015%2F06%2FLJ-
0303.pdf&usg=AOvVaw2bTmsbt_8fXStEU1pS4Phn

Aula 05
16/04/2019

Assembleia Reunião de Sócios

Instalação
- Primeira e Segunda Convocação - Quorum legal:
Art. 1.074. A assembléia dos sócios instala-se com a presença, em primeira convocação, de titulares de no
mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com qualquer número.
§ 1o O sócio pode ser representado na assembléia por outro sócio, ou por advogado, mediante outorga de
mandato com especificação dos atos autorizados, devendo o instrumento ser levado a registro, juntamente
com a ata.
§ 2o Nenhum sócio, por si ou na condição de mandatário, pode votar mat éria que lhe diga respeito
diretamente.
- Prazo de 8 dias e 5 dias;
- Não atendendo o quorum na primeira, aí sim se convoca a segunda. Não pode, de uma vez, já convocar as
duas vezes, tem que esperar ver se forma o quorum da primeira convocação (jurisprudência, pois não há
lei);
- Representação por advogado ou outro sócio: a lei não fala em necessidade de reconhecer firma, mas é
recomendável caso esteja em um ambiente de litígio. A procuração é um instrumento de mandato. A firma
resguarda a veracidade da assinatura, mas não é uma exigência de forma em si. Art. 653 e seguintes. O
presidente pode negar uma procuração, por exemplo, alegando que não pode atestar a veracidade de uma
assinatura (por isso que se diz que é recomendável reconhecer firma, especialmente em ambiente
litigioso).
- Considerando o registro digital - para uma parte assinar digitalmente o documento, tem que ter firma por
autenticidade (??)
- Verificado o quorum, passa-se à formação da mesa - art. 1.075 CC:
Art. 1.075. A assembléia será presidida e secretariada por sócios escolhidos entre os presentes.
§ 1o Dos trabalhos e deliberações será lavrada, no livro de atas da assembléia, ata assinada pelos membros
da mesa e por sócios participantes da reunião, quantos bastem à validade das deliberações, mas sem
prejuízo dos que queiram assiná-la.
§ 2o Cópia da ata autenticada pelos administradores, ou pela mesa, será, nos vinte dias subseqüentes à
reunião, apresentada ao Registro Público de Empresas Mercantis para arquivamento e averbação.
§ 3o Ao sócio, que a solicitar, será entregue cópia autenticada da ata.
- Em regra, tem que registrar a ata da reunião de sócios e da assembleia na junta, mas na prática não se
registra as atas da Ltda - o problema disso é caso gere danos a terceiros (poderia ter uma discussão de
validade/regularidade)
- A ata pode ser lavrada na forma de sumário? Referência à lei 6.404, e é uma descrição resumida dos
acontecimentos (não descreve cada momento, voto, ponderação, etc). Se coloca “arquivado na sede da
companhia” não precisa registrar. Então qualquer discussão é melhor ser feita em anexo e deixar lá na
sede da companhia. Art. 130 6.404.

Deliberação
Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
VIII - o pedido de concordata.

Art. 1.078. A assembléia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes
à ao término do exercício social, com o objetivo de:
I - tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado
econômico;
II - designar administradores, quando for o caso;
III - tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia.
§ 1o Até trinta dias antes da data marcada para a assembléia, os documentos referidos no inciso I deste
artigo devem ser postos, por escrito, e com a prova do respectivo recebimento, à disposição dos sócios que
não exerçam a administração.
§ 2o Instalada a assembléia, proceder-se-á à leitura dos documentos referidos no parágrafo antecedente, os
quais serão submetidos, pelo presidente, a discussão e votação, nesta não podendo tomar parte os membros
da administração e, se houver, os do conselho fiscal.
§ 3o A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de resultado econômico, salvo erro, dolo ou
simulação, exonera de responsabilidade os membros da administração e, se houver, os do conselho fiscal.
§ 4o Extingue-se em dois anos o direito de anular a aprovação a que se refere o parágrafo antecedente.

- Quóruns: ver quadro nos slides. Transformação é de tipo societário.


Art. 221. A transformação exige o consentimento unânime dos sócios ou acionistas, salvo se prevista no
estatuto ou no contrato social, caso em que o sócio dissidente terá o direito de retirar-se da sociedade.
Parágrafo único. Os sócios podem renunciar, no contrato social, ao direito de retirada no caso de
transformação em companhia.
Se ver que tem risco de querer sair de forma imotivada em caso de transformação de limitada para S/A - O
contrato social da limitada pode prever a renúncia do direito de retirada em caso de transformação em
companhia. Pode de limitada pra SA, mas o contrário não.

Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em
assembléia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos
previstos em lei ou no contrato.

Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da
sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de
cada um.
§ 1o Para formação da maioria absoluta são necessários votos correspondentes a mais de metade do
capital.
§ 2o Prevalece a decisão sufragada por maior número de sócios no caso de empate, e, se este persistir,
decidirá o juiz.
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da
sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.

1.078 § 3o A aprovação, sem reserva, do balanço patrimonial e do de resultado econômico, salvo erro,
dolo ou simulação, exonera de responsabilidade os membros da administração e, se houver, os do
conselho fiscal.
- Essa disposição equivale a uma quitação. Aprovadas as contas, nenhum sócio pode questionar. Cria um
impeditivo a partir do momento da aprovação/validação.
- Ex.: Sadia e perdigão. Derivativo é um contrato que deriva de um ativo. Ação com opção de compra.
Sadia passou a fazer papel de especuladora do mercado (compra de dólar futuro - além do hedge), o que
trouxe um prejuízo enorme pra companhia. Sócios condenados administrativamente. Os sócios depois de
um tempo entraram na justiça contra o diretor financeiro, mas a ação não foi nem apreciada, vez que as
contas dele haviam sido aprovadas. Mas ele respondeu administrativamente perante a CVM (ver julgado).

Ação de Responsabilidade
Art. 159. Compete à companhia, mediante prévia deliberação da assembléia-geral, a ação de
responsabilidade civil contra o administrador, pelos prejuízos causados ao seu patrimônio.
§ 1º A deliberação poderá ser tomada em assembléia-geral ordinária e, se prevista na ordem do dia, ou for
conseqüência direta de assunto nela incluído, em assembléia-geral extraordinária.
§ 2º O administrador ou administradores contra os quais deva ser proposta ação ficarão impedidos e
deverão ser substituídos na mesma assembléia.
§ 3º Qualquer acionista poderá promover a açã o, se não for proposta no prazo de 3 (tr ês) meses da
deliberação da assembléia-geral.
§ 4º Se a assembléia deliberar não promover a ação, poderá ela ser proposta por acionistas que
representem 5% (cinco por cento), pelo menos, do capital social.
§ 5° Os resultados da ação promovida por acionista deferem-se à companhia, mas esta deverá indenizá-lo,
até o limite daqueles resultados, de todas as despesas em que tiver incorrido, inclusive correção monetária
e juros dos dispêndios realizados.
§ 6° O juiz poderá reconhecer a exclusão da responsabilidade do administrador, se convencido de que este
agiu de boa-fé e visando ao interesse da companhia.
§ 7º A ação prevista neste artigo não exclui a que couber ao acionista ou terceiro diretamente prejudicado
por ato de administrador.
- Quem sofre o dano é a companhia, então quem tem legitimidade ativa é a sociedade. Se aprovar, a
sociedade age. Se não agir em até 3 meses, qualquer acionista tem legitimidade ativa para propor. Se a
assembleia não aprovar a propositura da ação, sócios que representem mais que 5% do capital social,
podem ajuizar a ação. Tem, por fim, a possibilidade de não aprovar e não ajuizar a ação. Tem legitimidade
para ajuizar essa açõ, também, quem for diretamente prejudicado pelos atos dos administradores. No
entanto, o acionista que teve sua ação desvalorizada não foi afetado diretamente, mas sim indiretamente
(dano foi feito à sociedade, e isso fez com que as ações desvalorizassem, por isso o dano é indireto- ex:
Petrobrás e Vale).
- Ler acórdão STJ (banco bandeirantes).
- Se aplica à sociedade limitada caso use a lei de SA como supletiva. Professor entende que mesmo se não
coloque a lei de SA como supletiva, aplica-se por analogia. (??)

Qual o prazo para anular assembleia/reunião? Pesquisar.


“Em face da decisão do TJSP, foi interposto recurso especial. Examinando o recurso, a Quarta Turma do
Superior Tribunal de Justiça manifestou-se pela correção do acórdão do TJSP quanto ao prazo decadencial,
mantendo o entendimento de que o intervalo temporal é de três anos, com fulcro no art. 48 do Código
Civil e na doutrina de Modesto Carvalhosa e Rodrigo Prado Marques. Entretanto, o STJ reformou a
decisão do TJSP em relação ao quórum para exclusão do sócio. Em seu voto, o Ministro Relator aduziu que
o sócio excluendo não poderia participar da deliberação referente à sua exclusão, com esteio no art.
1.074, § 2º, do Código Civil, e, por isso, não poderia ser computada a sua participação no capital
social, “devendo a apuração se lastrear no 100% do capital restante, isto é, daqueles legitimados a
votar”. Neste sentido, elencou o posicionamento doutrinário de Márcio Nunes, Modesto Carvalhosa, Alfredo
Assis Gonçalves Neto e Rodrigo Prado Marques.
- Aplicação do prazo de 03 anos do Código Civil à limitada
- Na SA o prazo é de 02 anos, conforme disposto no artigo 286 da LSA
http://www.tributarioempresarial.com.br/news/stj-prazo-decadencial-para-o-ajuizamento-de-acao-anulatoria-
de-deliberacao-social-de-exclusao-de-socio-minoritario

Ação judicial
Anulação de conclave. Qual ação? Tipo próprio ou é de procedimento comum? É de procedimento comum,
pedindo a anulação.
Requisitos: descumprimento de procedimento previsto em lei ou inobservância de alguma disposição do
contrato, etc.
ADMINISTRADORES

Desimpedimento
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência
que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
§ 1o Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena
que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de
prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé
pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
§ 2o Aplicam-se à atividade dos administradores, no que couber, as disposições concernentes ao mandato.
- O contrato social geralmente prevê uma cláusula de declaração desimpedimento dos administradores

Atribuições
Função básica dos Administradores é praticar os atos em nome da Sociedade.

Quórum próprio para destituição de administrador, e não é o mesmo que o de aprovação do contrato social:

Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061, as deliberações dos sócios serão tomadas (Redação dada
pela Lei nº 13.792, de 2019):
(...)
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos previstos nos incisos II, III,
IV e VIII do art. 1.071;
+
Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
I - a aprovação das contas da administração;
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - a modificação do contrato social;
VI - a incorporação, a fusão e a dissolução da sociedade, ou a cessação do estado de liquidação;
VII - a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas;
VIII - o pedido de concordata.

Deveres dos Administradores

1) Dever de diligência - atuar com diligencia no exercício de suas funções (tem a discussão acerca das
qualificações técnicas do administrador - devido);
2) Dever de lealdade - leal aos interesses da sociedade, não concorrer com a sociedade;
3) Dever de obediência - deve obedecer a lei e ao contrato social
Se ele cumpre todos esses deveres, não pode ser responsabilizado pessoalmente por qualquer ato. Só há que
se falar em responsabilidade do administrador em caso de descumprimento de dever.
Há mais deveres, que decorrem desses três grandes grupos.

Responsabilidade dos Administradores


Só cabe responsabilização pessoal em caso de descumprimento dos deveres.
Responsabilidade subjetiva - ato ilícito, dano e nexo de causalidade.
Até onde vai a responsabilidade do administrador? Esferas cível e criminal. É uma discussão.
Tem que demonstrar o descumprimento do dever.
Ação de responsabilidade - não tem previsão no CC só na lei 6.404. Se a regência for supletiva, não há
dúvidas que aplica o 159. Mas, como não tem previsão específica, ainda que a lei de SA não fosse usada
supletivamente, poderia se aplicar por analogia.
§2º Na hipótese que 5% ajuízem ação, mesmo que seja deliberado pela Assembleia pelo não ajuizamento da
ação - nesse caso, o administrador tem que ser substituído? Porque nesse caso a ação não foi aprovada. No
caso narrado, não há aprovação. (??)
CONSELHO FISCAL

Função principal é fiscalizar.


A lei procura garantir que o sócio minoritário tenha força na fiscalização.
Muitas vezes o sócio minoritário não consegue fiscalizar, diferentemente do sócio controlador.
Ex: A tem 10% de uma sociedade. B tem 90%. O minoritário começa a duvidar da idoneidade do
majoritário.
Mecanismos foram criados pela Lei de forma a viabilizar essa fiscalização.
Art. 1066 e seguintes.
- § 2º É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos um quinto do capital social, o
direito de eleger, separadamente, um dos membros do conselho fiscal e o respectivo suplente
(representam 1/5).
- Art. 1.069. Além de outras atribuições determinadas na lei ou no contrato social, aos membros do
conselho fiscal incumbem, individual ou conjuntamente, os deveres seguintes. (Competências e
prerrogativas podem ser individualizadas, não necessariamente colegiadas).

AUMENTO DE CAPITAL
Entrada de dinheiro novo na sociedade - emissão de novas quotas ou aumento do valor de cada quota.
Nem sempre o aumento de capital é com entrada de dinheiro novo. Capitalização de lucros ou reservas
(reserva, lucro retido, etc) - modificação contábil, que capitaliza (ou seja, transfere para conta de Capital
Social) esse dinheiro que estava nas reservas e no lucro retido.
Direito de preferência - previsto em caso de aumento de capital no CC.
Há direito de preferência no caso de capitalização de lucros ou reservas? Nesse caso não há que se falar em
direito de preferência, pois esse dinheiro já é da sociedade, não há entrada de dinheiro novo. Emito uma
quota pra cada quota que se tinha (quota filhote, ação bonificada), ou, mantém a mesma quantidade de
quotas e aumenta o valor nominal de cada uma.
Só há que se falar em direito de preferência quando há entrada de dinheiro novo.
Aumento abusivo de capital - aumento de capital para diluição das quotas de um sócio que não tem condição
financeira de aportar capital - feito com o intuito de prejudicar esse sócio.
Comum quando se trabalha com private equity (capital privado) e vou para fundo de investimento.
Suponha que Maria era sócia de sociedade em 2014, tinha 100 quotas com VN de R$ 100,00. Maria, em
2015, se casou com João. Em 2016 houve capitalização da sociedade, com capitalização de lucros, e o capital
da sociedade passou para RS 100 mil. Maria recebeu 99.900 quotas dessa capitalização. 2018 Maria e João
se separaram (regime de comunhão parcial de bens). As 99.900 quotas comunicam para a partilha? Foi
adquirida onerosamente? Se a aqusição das qutas for proveniente de lucro da sociedade, a princípio,
comunicaria. O dividendo seria um fruto. Ver art. 1660 e 1661, CC:
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos
cônjuges;
II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior;
III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges;
IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão.

Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento.

A sociedade pode ter capital autorizado? Está na lei de SA. Aquele que já está autorizado para aumentar. Em
LTDA, com conselho de administração, ele não pode autorizar. Pode ter capital autorizado na Ltda., mas
autorizado pela assembleia ou pela reunião de sócios.
Pode a sociedade ter bônus de subscrição? Pode. Não tem vedação. (Bônus de subscrição são títulos
negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem aos seus titulares, nas condições constantes
do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da companhia, dentro do limite de capital
autorizado no estatuto.)
REDUÇÃO DE CAPITAL

Art. 1.082. Pode a sociedade reduzir o capital, mediante a correspondente modificação do contrato:
I - depois de integralizado, se houver perdas irreparáveis;
II - se excessivo em relação ao objeto da sociedade.

Art. 1.083. No caso do inciso I do artigo antecedente, a redução do capital será realizada com a
diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, no
Registro Público de Empresas Mercantis, da ata da assembl éia que a tenha aprovado.

Art. 1.084. No caso do inciso II do art. 1.082, a redução do capital será feita restituindo-se parte do valor
das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em
ambos os casos, do valor nominal das quotas.
§ 1o No prazo de noventa dias, contado da data da publicação da ata da assembléia que aprovar a redução,
o credor quirografário, por título líquido anterior a essa data, poderá opor-se ao deliberado.
§ 2o A redução somente se tornará eficaz se, no prazo estabelecido no parágrafo antecedente, não for
impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor.
§ 3o Satisfeitas as condições estabelecidas no parágrafo antecedente, proceder-se-á à averbação, no
Registro Público de Empresas Mercantis, da ata que tenha aprovado a reduçã o.

- Apenas nas hipóteses de perdas irreparáveis e de o capital se demonstrar excessivo em relação ao objeto
da sociedade;
- Cisão parcial da Sociedade – reduz o capital social;
- Inadimplemento e exclusão de sócio – reduz o capital social;

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Transformação - mudança de tipo;


Fusão - extingue as sociedades antigas e cria-se uma nova sociedade;
Incorporação - sociedade A incorpora a B. A subsiste, B é extinta;
Cisão - parcial ou total - diferença é que a sociedade deixa de existir na total, na parcial não.

DISSOLUÇÃO TOTAL

Fim da sociedade.
Fases: Aprovação; Liquidação e Extinção.
Inicia-se com votação em assembleia/reunião, se deliberado, começa de fato aos procedimentos de
dissolução (tem a forma judicial também); depois se passa à liquidação, que é vender os ativos e pagar o
passivo, apuro o que tem e pago o que deve, o saldo disso são os "haveres", que são transferidos aos sócios;
feito isso, registra na junta, e dá baixa no CNPJ, ocorrendo a extinção.
Como a personalidade jurídica inicia-se com registro, também finda com registro.

DISSOLUÇÃO PARCIAL

Encerramento do vínculo do sócio com a sociedade.


Dissolução parcial lato sensu - falecimento pode gerar de dissolução parcial
Dissolução parcial stricto sensu - aqui, enquanto espécie, é o rompimento do vínculo pela quebra do
affectio ou da vontade de permanecer na sociedade
Contrato por prazo determinado - justa causa (a lei fala, discutível pelo princípio constitucional de
não ser obrigado a restar associado)
Contrato por prazo indeterminado - denúncia vazia permitida (texto de lei)
Direito de retirada - expressamente previsto em lei
Exclusão extrajudicial/judicial - a pessoa excluída que tem o ônus de procurar o poder judiciário para discutir
sua saída (o efeito da exclusão é imediato) - em caso de contrato omisso, a sociedade teria que entrar com
processo pra requerer a exclusão (o efeito da exclusão é no trânsito em julgado)
Prazo para o pagamento de haveres - código civil 90 dias, mas em regra o contrato define isso
Inadimplemento
Falecimento

Forma de calcular haveres

Previsão contratual - tem que ter previsão contratual. Se não tiver, analisa a condição patrimonial da
sociedade.

Previsão legal (norma de sociedade simples) -

Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua quota,
considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em contrário,
com base na situação patrimonial da sociedade, à data da resolução, verificada em balanço especialmente
levantado.
§ 1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o valor da
quota.
§ 2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da liquidação, salvo
acordo, ou estipulação contratual em contrário.

CPC
Art. 599 - ação de dissolução parcial de sociedade - ação típica
Art. 600 - momento do rompimento do vínculo - deve ser considerado como marco para a apuração dos
haveres
Art. 604 - prevalece o CS - nomeação perito
Art. 606 - antinomia CC e CPC - pelo CC dá a entender que é um balanço padrão - pelo CPC seria um
balanço de saída (avaliar bem conforme valor de saída), balanço de determinação

VER JULGADO STJ - SEMP TOSHIBA


Fluxo de caixa + balanço de determinação

Outros parâmetros:
LAJIDA (múltiplo calculado pelo parâmetro do mercado - pego uma empresa referência no mercado e vejo
quanto o mercado está pagando por ela em relação ao EBITDA - ex: EBITDA 2, valor de mercado R$ 20
milhões, quer dizer que estão pagando 10x o EBITDA)

Pode ser interessante estipular no contrato social qual o critério que será usado para a apuração de haveres,
em alguns casos, porque pelo menos tem mais segurança e previsibilidade

Aula 05
23/04/18

RESPONSABILIDADE

Responsabilidade tributária
Em regra, administrador não responde, salvo se frauda a lei, etc.
Não atinge o sócio

Responsabilidade trabalhista
Imediata, direta - não se fala em personalidade jurídica na justiça do trabalho
Julgado TRT - uso exagerado e distorcido da teoria da desconsideração jurídica

Responsabilidade consumerista
CDC art. 28 caput e 5º
Código Civil
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam
estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Necessidade do nexo de causalidade - desconsideração contra quem praticou o ato abusivo (questão
relacionada ao efeito)
CPC - Incidente de desconsideração da personalidade jurídica

Desconsideração inversa - sociedade responder pela dívida dos sócios

Julgado STJ

Sucessão
Trespasse - quando se transfere, se aliena, um estabelecimento - o adquirente responde pelas dívidas
anteriores do estabelecimento - a responsabilidade acompanha o objeto

- Estão de verde as cláusulas que são previstas em Contrato Social


As em negrito são as que são impossíveis se não previstas no CS
O CS tem que ser claro e objetivo

FALECIMENTO/ SUCESSÃO
APURAÇÃO DE HAVERES
FORMA DE DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS
DIREITO DE RETIRADA EM CASO DE TRANSFORMAÇÃO
EXCLUSÃO EXTRAJUDICIAL
FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO
CRITÉRIOS REUNIÃO E ASSEMBLEIA
AUMENTO/REDUÇÃO DE CAPITAL (não apenas repetir o que está na lei)
FORMA DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
DISSOLUÇÃO TOTAL (não apenas repetir o que está na lei)
DISSOLUÇÃO PARCIAL (DIREITO DE RETIRADA EM SENTIDO AMPLO)
PRÓ-LABORE (REMUNERAÇÃO)
CONTAS DE RESERVA
SUPLETIVIDADE
OUTORGA DE PROCURAÇÃO
RESTRIÇÕES À TRANSFERÊNCIA DE COTAS

Aula 06
23/04/2019

Acordo de Sócios/Quotistas/Acionistas
Contrato parasocial - paralelo ao ato constitutivo
Regula os direitos e deveres dos sócios
Ter um acordo de sócios não impede de ter outro acordo, até mesmo com o mesmo sócio assinando (desde
que não conflitantes)
Art. 118 LSA
Pode ser aplicado de forma plena porque o CC não trata nada em relação a isso

Art. 118. Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las,
exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando
arquivados na sua sede. (Pode tratar de outros assuntos, mas esses quatro são oponíveis à sociedade,
arquivados na sede, gerando vínculo a terceiro, que é a sociedade)
§ 1º As obrigações ou ônus decorrentes desses acordos somente serão oponíveis a terceiros, depois de
averbados nos livros de registro e nos certificados das ações, se emitidos.
§ 2° Esses acordos não poderão ser invocados para eximir o acionista de responsabilidade no exercício do
direito de voto (artigo 115) ou do poder de controle (artigos 116 e 117).
§ 3º Nas condições previstas no acordo, os acionistas podem promover a execução específica das
obrigações assumidas.
§ 4º As ações averbadas nos termos deste artigo não poderão ser negociadas em bolsa ou no mercado de
balcão.
§ 5º No relatório anual, os órgãos da administração da companhia aberta informarão à assembléia-geral as
disposições sobre política de reinvestimento de lucros e distribuição de dividendos, constantes de acordos
de acionistas arquivados na companhia.
§ 6o O acordo de acionistas cujo prazo for fixado em função de termo ou condição resolutiva somente pode
ser denunciado segundo suas estipulações.
§ 7o O mandato outorgado nos termos de acordo de acionistas para proferir, em assembléia-geral ou
especial, voto contra ou a favor de determinada deliberação, poderá prever prazo superior ao constante do
§ 1o do art. 126 desta Lei. (Prazo de um ano)
§ 8o O presidente da assembléia ou do órgão colegiado de deliberação da companhia não computará o voto
proferido com infração de acordo de acionistas devidamente arquivado. (Poder de auto tutela)
§ 9o O não comparecimento à assembléia ou às reuniões dos órgãos de administração da companhia, bem
como as abstenções de voto de qualquer parte de acordo de acionistas ou de membros do conselho de
administração eleitos nos termos de acordo de acionistas, assegura à parte prejudicada o direito de votar
com as ações pertencentes ao acionista ausente ou omisso e, no caso de membro do conselho de
administração, pelo conselheiro eleito com os votos da parte prejudicada. (Vinculação dos administradores
eleitos nos termos do acordo - há entendimento de que se conflita com a responsabilidade do administrador é
pessoal - conflita com a autonomia do administrador, tendo em vista os compromissos fiduciários firmados
quando eleito)
§ 10. Os acionistas vinculados a acordo de acionistas deverão indicar, no ato de arquivamento,
representante para comunicar-se com a companhia, para prestar ou receber informações, quando
solicitadas.
§ 11. A companhia poderá solicitar aos membros do acordo esclarecimento sobre suas cláusulas.

O acordo é documento mais rico que o contrato e o estatuto porque prevê direitos decorrentes da participação
societária. Na Ltda o acordo é sigiloso, na SA tem a publicidade.
Grande possibilidade de disposição dos privados.

Exemplos de cláusulas de acordos de acionistas:

Shotgun - obrigação de compra ou venda de quotas - obrigação de comprar a quota do outro ou vender a sua
- importante que o procedimento dessa cláusula seja muito claramente descrito no acordo de acionistas
Lockup - quotistas não podem alienar suas participações durante um tempo - pode também colocar que
renuncia ao direito de requerer dissolução parcial - STJ fluxo de caixa descontado
Tag along - direito do minoritário - compra conjunta de quotas - quando o majoritário receber proposta para
venda de suas quotas, essa cláusula obrigada que dê proposta para as quotas do minoritário - ele escolhe se
vende ou não - SA tem a regra dos 80% 254-A
Drag along - obrigação de co-venda - obrigado a vender por um preço determinado

Cláusulas importantes de serem tratadas em acordos de acionistas:


- Voto
- Direito de preferência x direito de primeira oferta
- Direito de retirada?
- Resolução de litígios
- Restrição à transferência
- Operação de venda ou compra
- Prazo do acordo
- Confidencialidade do acordo
- Distrato
- Bloqueio
- Veto
- Penalidades
- Indicação de administradores
- Diluição (anti-diluição)
- Aumento (distribuição)
- Não oneração
- Reuniões prévias
- Concorrência

Aula 07
29/04/2019

Julgamento simulado

Você também pode gostar