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O SOL
A energia radiada pelo sol atinge o exterior da atmosfera com um valor quase
constante, conhecido com o nome de “constante solar” Ecs = 1354 W/m2.
A distância entre o sol e a terra no decurso do ano tem pouca influência neste
valor.
A radiação solar que atinge o solo é constituída por ondas próximas da
radiação visível: ultravioleta, radiação visível e infravermelhos.
A radiação infravermelha representa 49% da energia total emitida pelo sol, o
domínio da radiação visível cerca de 46% e a radiação ultravioleta representa
5%.
Pelo menos 34% da radiação solar captada pela atmosfera é reflectida para o
espaço.
No decurso da sua travessia da atmosfera uma parte da radiação sofre uma
difusão devido ao contacto com moléculas de ar, aérossois e particulas de
poeira (ver figura).
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ILUMINAÇÃO NATURAL
I θ = 0,33 × L z (1 + 2 × sin θ )
em que:
-L = luminância do céu no zénite;
-θ = ângulo da direcção do sol com o horizonte;
A luminância no zénite do céu standard da CIE é 3 vezes maior do que no
horizonte.
Este modelo corresponde a um céu com núvens claras, escondendo o sol.
Neste caso, a simetria à volta da direcção zenital indica que a orientação de
clarabóias verticais não tem efeito no nível de iluminância interior.
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ILUMINAÇÃO NATURAL
A convenção actual
A grande variação da iluminação natural teve por consequência basear os seus
estudos nas condições de “céu encoberto”.
Convencionalmente, a CIE Propõe tomar como base um nível de iluminância de
5000 lux sobre uma superfície exterior horizontal, num local livre de
obstruções.
Esta poupança deve no entanto ser valorizada tendo em atenção o efeito das
superfícies envidraçadas nos encargos com o aquecimento e refrigeração, e as
características particulares do local em causa (orientação, latitude, pé-direito,
utilização diária, etc.).
Eint erior
FLD = (%)
Eexterior
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ILUMINAÇÃO NATURAL
S j ×τ × α
FLDm =
(
St × 1 − ρ 2 )
em que:
Sj = área da superfície envidraçada;
St = área total de todas as superfícies no local, considerando a área
envidraçada;
τ = factor de transmissão luminosa do envidraçado;
α = ângulo de céu visível do envidraçado, expresso em graus; pode ser
considerado igual a 60º se um edifício em frente causar alguma obstrução;
ρ = factor de reflexão médio de todas as superfícies do local;
DEEC - Armínio Teixeira - 2007 24
ILUMINAÇÃO NATURAL
A captação da luz
Para um edifício com uma determinada implantação, a quantidade de luz
natural disponível é função:
-do tipo de céu;
-do momento do ano;
-da hora;
-da orientação da abertura;
-da inclinação da abertura;
-do ambiente físico do edifício: edifícios vizinhos, tipo de solo, de
vegetação, etc.
Dado que uma análise detalhada destes factores tem uma maior importância
em estudos de arquitectura, vamos analisar apenas os factores que mais nos
interessam.
Por outro lado para céu sereno, as aberturas zenitais captam mal os raios
solares de Inverno enquanto deixam passar o sol de Verão, o que implica um
mau comportamento térmico.
As figuras seguintes apresentam algumas situações relativas às aberturas
zenitais.
As dimensões da abertura
As dimensões das aberturas de um edifício são um elemento determinante da
quantidade de luz natural que atinge o interior dos edifícios.
O primeiro parâmetro a estudar consiste na percentagem da superfície
envidraçada.
A iluminação da parte mais interior de um compartimento pode ir de 600 lux
para uma superfície envidraçada correspondente a 20% da área do
compartimento, 400 lux para 15% e 200 lux para 10%.
A posição da abertura
A localização das aberturas nas fachadas exerce uma grande influência na
entrada de luz natural no local.
Quanto mais elevada for a janela melhor será iluminado o fundo do local, sendo
naturalmente mais profunda a zona iluminada.
Por exemplo, sob um céu claro a 15 de Junho às 13:00 horas, um local
orientado a sul recebe na parte mais afastada da janela 350 lux para uma
janela baixa, 450 lux para uma janela a meia altura e 500 lux para uma janela
alta.
Uma janela (ver figura) colocada na parte mais alta de um compartimento tem
as seguintes vantagens:
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ILUMINAÇÃO NATURAL
O material de transmissão
A quantidade e a qualidade da luz natural transmitida para o interior de um
local depende do tipo de superfície envidraçada utilizada, da sua
rugosidade, da sua espessura, do seu estado de limpeza e do número de
camadas de vidro que a constituem.
A luz que é transmitida, absorvida e reflectida por uma superfície
envidraçada depende do tipo de superfície utilizada.
Podem também ser utilizadas “condutas de luz” que são condutas que
conduzem a luz natural, do exterior para o interior, através de reflexões
múltiplas nas suas paredes (ver figura seguinte).
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ILUMINAÇÃO NATURAL
A quantidade de luz natural que um átrio deste tipo entrega aos espaços
interiores depende da sua orientação e dimensões, da inclinação e factor
de reflexão das paredes internas, mas também da transmissão luminosa
da sua cobertura transparente e do tamanho das janelas interiores viradas
para o átrio.
A inclinação das paredes internas representa um parâmetro essencial. Por
exemplo, as paredes inclinadas de 10º, para o caso de um átrio quadrado,
permitem aumentar consideravelmente a iluminação ao nível do pavimento
interior do mesmo.
O tamanho dos envidraçados internos que dão para o átrio constitui
também um elemento essencial para a eficácia deste espaço de
distribuição luminosa.
A utilização de palas
O objectivo da utilização de palas (ver figura) consiste em dirigir a luz
natural para o tecto, protegendo assim os ocupantes da entrada directa do
sol.
As suas principais propriedades consistem em:
-fazer a luz penetrar profundamente no local;
-reduzir as cargas de arrefecimento, diminuindo os ganhos solares;
-aumentar o conforto visual;
Os envidraçados direccionais
Os envidraçados direccionais redirigem com muita eficácia os raios solares
para o fundo do compartimento.
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ILUMINAÇÃO NATURAL
Podem também ser utilizados para redirigir a luz zenital para a parte
inferior de um átrio interior. Se bem que sejam habitualmente
transparentes, obscurecem a visão para o exterior. Por este facto é
conveniente utilizá-los na parte superior das janelas para não perturbar a
visão para o exterior.
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ILUMINAÇÃO NATURAL
A LIMITAÇÃO DO ENCANDEAMENTO
O encandeamento é uma causa das condições de visão nas quais uma
pessoa sofre uma redução da aptidão de ter uma boa percepção dos
objectos, a qual pode ir no limite até uma “cegueira” temporária.
É devida a:
-uma luminosidade demasiado intensa de superfícies colocadas na
direcção da visão, ou
-a contrastes luminosos demasiado intensos entre superfícies
contíguas.
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ILUMINAÇÃO NATURAL
Não há economia de energia nos edifícios bem iluminados com luz natural
se não se pensar em apagar a luz quando ela não é necessária.
O “dimming”
Globalmente, podemos dizer que para um local bem iluminado com luz
natural, um sistema de controle do tipo “on/off” deverá já permitir realizar
substanciais economias de energia.