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Justificação pela fé

Objetivos da lição:

1. Demonstrar a impossibilidade de qualquer pessoa obter a aceitação e o favor de Deus sobre a base
de seu próprio desempenho;
2. Mostrar que a salvação dos pecadores representou um problema que nada exceto a sabedoria
divina poderia resolver;
3. Apresentar o plano de Deus, pelo qual ele pode declarar justos os culpados transgressores de sua
lei sem por em dúvida sua verdade , sem manchar sua santidade e sem ignorar sua justiça, de um
modo tal que toda a sua perfeição pode ser demonstrada e magnificada;
4. Apontar o único fundamento sobre o qual uma consciência despertada pode encontrar a verdadeira
paz;
5. Dar aos filhos de Deus uma clara compreensão das riquezas da graça divina, para que seus
corações possam ser levados à um fervente louvor ao Autor de “uma tão grande salvação” -
Hebreus 2:3.

Parte 1 – A criação, a lei e a queda no pecado

A criação

Deus criou o homem em um estado de felicidade e com o propósito de glorificar a Deus e gozar de sua
companhia eternamente.
Os seres humanos não foram criados livres para seguirem sua própria lei, mas foram criados para estarem
sujeitos à lei de Deus. Isso não constituía uma privação para o homem, porque Deus o criou de tal maneira
que uma obediência agradecida poderia proporcionar-lhe a mais alta felicidade. Eclesiastes 12:13.
A criação revela o amor e a bondade de Deus com suas criaturas. Deus é suficiente em si mesmo. Ele não
precisava de nós, mas mesmo assim desejou nos criar e compartilhar conosco sua glória.

A lei de Deus

A lei reflete o caráter santo de Deus e seu propósito para os seres humanos que criou. Deus ordena o
comportamento que lhe agrada e proíbe aquilo que o ofende. Jesus resume a lei de Deus nos dois grandes
mandamentos: “o amor a Deus sobre todas as coisas e o amor ao próximo como a nós mesmos” Mateus
22:37-40.
A lei de Deus não é composta de mandamentos arbitrários. Todos os seus mandamentos visam nossa
felicidade eterna. Salmo 19:7; 119:105.

A queda

Deus fez do primeiro homem o representante de toda a sua posteridade, exatamente do modo como faria
com Cristo o representante dos eleitos de Deus. Em ambos os casos, o representante envolveu aqueles a
quem representou nos resultados de sua ação pessoal, quer para o bem (no caso de Cristo), quer para o
mal (no caso de Adão). Foi por este arranjo divino que Adão determinou o destino de seus descendentes.
Romanos 4:12,17-19.
O pecado de Adão não consistiu necessariamente no fato de comer o fruto de uma árvore, como se
houvesse alguma espécie de maldição no fruto em si, muito menos é uma referência simbólica ao ato
sexual, pois Deus havia ordenado que o ser humano se multiplicasse. Gênesis 1:27-28; 2:24.
Aparentemente, a questão era se Adão aceitaria Deus determinar o que era bom e era mal ou se procuraria
decidir isto por si mesmo, independente do que Deus lhe havia dito. O pecado é essencialmente a falha do
homem em confiar em Deus, um ato ou estado de descrença, uma afirmação de autonomia e uma rebelião
contra Deus. Rodeado de motivos suficientes para confiar e obedecer a Deus, ele escolhe a desobediência.
Ao desobedecerem a Deus, eles selaram uma aliança com o “príncipe das trevas”. Eles mostram sua
fidelidade a satanás ao distorcer a verdade (João 8:44), acusarem um ao outro e finalmente acusarem a
Deus (Tiago 1:13). Seus esforços para esconder seu pecado apenas o expõe.

Os efeitos da queda

A pecaminosidade marca cada ser humano desde sua concepção (Salmo 51:5; Isaías 48:8), na forma de
um coração inclinado para o pecado (Jeremias 17:9), antes que quaisquer pecados de fato sejam
cometidos. Essa pecaminosidade da natureza humana é a raiz e a fonte de todos os pecados atuais
(Romanos 7:20). Ela nos foi transmitida por Adão, nosso representante diante de Deus. Nós não somos
pecadores porque pecamos, mas pecamos porque somos pecadores, nascidos com uma natureza
escravizada ao pecado (João 8:34). A corrupção da natureza moral e espiritual do homem é uma forma de
morte. Gênesis 2:17; Efésios 2:1,5; Colossenses 2:13. Nenhuma parte do nosso ser está isenta de pecado
(Isaías 1:5-6), de forma que nada do que fazemos é meritório diante de Deus, pois todas nossas ações, até
as melhores delas, estão contaminadas pelo pecado. Isaías 64:6.

Parte 2 – O amor de Deus e o “problema do perdão”

O amor de Deus

Deus é amor (João 4:16), e ama sua criação apesar de toda rebeldia e oposição gerada pelo pecado. O
pecado porém, não somente tem corrompido a natureza do homem, mas também tem mudado sua relação
para com Deus. O pecado o tem feito “separado” de Deus. Efésios 4:18.

O problema do perdão

Mas este amor de Deus por pecadores obstinados cria um dilema, pois Deus é amoroso mas também é
justo. Este dilema nos leva ao que chamamos de “O problema do perdão”. Vejamos agora os vários
elementos que entram neste problema

A justiça da lei

O homem tem quebrado a lei de Deus em pensamento, palavra e ação, não uma vez, mas vezes sem
número. E a lei pronuncia uma maldição sobre aqueles que não a cumprem perfeitamente (Deuteronômio
27:26). Portanto, cada questão referente a nossa justificação nos leva diante do tribunal de Deus. Os
princípios judiciais deste tribunal devem ser definidos somente por Deus e estão baseados sobre a absoluta
perfeição de sua própria santidade. Isto foi evidenciado nos Dez Mandamentos, tanto nos que proíbem algo
como nos que exigem algo. Foi requerido que um amor perfeito e incessante a Deus deveria residir como
um princípio vivo no coração do homem, mas que também deveria ser desenvolvido na ação. A lei de Deus
não proíbe somente as más ações, mas também proíbe os maus desejos e más inclinações dizendo “não
cobiçarás”, isto é, tu não terás, nem momentaneamente, um desejo ou inclinação que seja contrário à
perfeição de Deus.

“É evidente que o tribunal de Deus está disposto a reconhecer a perfeição onde quer que ela exista, mas tal
disposição não pode servir de base para os homens, os quais, em lugar de ter a perfeição, têm pecados e
imperfeições sem número” (B.W.Newton).

A acusação que a justiça da lei apresenta contra nós

A lei de Deus nos acusa de haver quebrado todos os seus mandamentos (Tiago 2:10-11), alguns por obra,
alguns em palavra (Mateus 12:36-37), todos eles em pensamento (Mateus 5:28).
A gravidade desta acusação é aumentada pelo fato que contra a luz e o conhecimento escolhemos o mal e
abandonamos o bem, de tal maneira que deliberadamente nos apartamos da justa lei de Deus e nos
desviamos como ovelhas perdidas, seguindo os maus desejos e as inclinações de nossos próprios corações
(Gênesis 8:21). Deus reivindica que visto que somos suas criaturas, deveríamos haver-lhe obedecido, já
que devemos nossas próprias vidas a seu diário cuidado, deveríamos haver-lhe rendido nossa fidelidade em
lugar de nossa desobediência, deveríamos ser seus leais súditos em vez de sermos traidores de seu reino.
Não podemos exagerar sobre nossa culpa. Somos ingratos, rebeldes e ímpias criaturas. Quem desejaria ter
um cavalo que se recusasse a trabalhar? Quem desejaria um cachorro que nos rouba e nos ataca? Todavia
temos quebrado a lei do Senhor, desprezado sua repreensão e abusado de sua misericórdia. Isaías 1:2-4.

A sentença da lei

É claramente proclamado nas declarações divinas: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as
cousas escritas no livro da lei, para praticá-las”. Gálatas 3:10; Deuteronômio 27:26.

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