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Você não pode ser

um bebê a vida toda

A. W. Tozer

“O atraso do nosso desenvolvimento não honra a Deus. O Novo Testamento


ensina que devemos avançar até a plena maturidade, que a mediocridade não é o
melhor que Jesus nos oferece!”

Por muito tempo eu tenho resistido e combatido a ideia de que não


se pode fazer distinção entre os cristãos.
Tenho ouvido que “todos os cristãos são santos à vista de Deus, e
isso encerra a discussão”!
Conheço bem todos os argumentos, mas eles não me satisfazem, à
luz das palavras de Jesus e do ensino dos apóstolos. Eu continuo
pensando que temos de pregar e instruir e instar homens e mulheres que
estão se debatendo nos medianos e comuns caminhos cristãos, a que
avancem e clamem pela vitória espiritual que ainda não experimentam
nem conhecem.
Se todos os cristãos são iguais, por que então Jesus Cristo fala de
três distinções na vida cristã: “frutificando a trinta, a sessenta e a cem por
um”? Por que então Ele diz que alguns serão capacitados a governar
várias cidades e outros apenas algumas? Por que então Ele ensina que
alguns terão posições mais elevadas do que os outros no reino de Deus?
Se somos todos iguais e chegamos todos ao mesmo lugar e à
mesma situação, por que então o apóstolo Paulo diz aos cristãos
filipenses: “perdi todas as coisas e as considero como refugo, para
ganhar a Cristo e ser achado nele, ... para o conhecer, e o poder da sua
ressurreição, ... conformando-me com ele na sua morte; para, de algum
modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos” (Fp 3.8-12)?
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Reflita no pleno significado
Você já refletiu alguma vez no pleno significado do tão conhecido
versículo do Antigo Testamento, Provérbios 4.18: “Mas a vereda dos
justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia
perfeito”?
Já comparei esse versículo em diversas traduções. A tradução de
Goodspeed diz: “O caminho do justo é como a luz do amanhecer, cujo
brilho se intensifica cada vez mais até que o dia chegue a seu ponto
máximo”. A tradução de Rotherham diz: “O caminho do justo é como a
luz do amanhecer, que prossegue clareando até tornar-se um dia mais
radiante”.
Essa é uma expressão inspirada para referir-se a um
relacionamento verdadeiro com Deus. Por meio dela, o escritor está nos
dizendo que, quando uma pessoa se torna cristã, o sol nasce. Daí, a sua
experiência no caminho deve ser como o aparecimento da aurora e o
brilho da luz, que se intensifica mais e mais até ser dia perfeito.
Os cristãos gostam muito desse versículo. Eles o memorizam, eles o
citam, mas não creem nele! Se de fato cressem nele, participariam da
experiência que ele descreve — “que brilha mais e mais até ser dia
perfeito”!
Sou de opinião que não podemos experimentar aquilo em que não
acreditamos. Essa é a razão por que muitos cristãos permanecem no
lugar onde estão — dia após dia, semana após semana, ano após ano.
O tempo passa, e pregadores de avivamento vêm e vão. Como
resultado, muito pouca coisa acontece. Mas se formos honestos, temos de
admitir que a maioria dos cristãos continua atolada no mesmo lugar de
sempre.
O triste é que há muitos em nossas igrejas que não têm mais muito
tempo de vida. Eles envelheceram e contudo não estão um palmo mais
para cima, em direção ao topo da montanha, do que estavam no dia
quando o sol brilhou para eles na conversão. Na verdade, alguns nem
mesmo se encontram tão avançados no caminho com Deus, como
estavam alguns anos atrás! É uma triste verdade que eles tenham
conhecido dias no passado em que a sua fé era mais vibrante, o seu amor
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mais intenso, as lágrimas estavam mais à superfície, o seu amor pela
oração era maior, a pureza e a separação do mundo eram mais definidos,
e a lei no interior era mais marcante, do que o é agora.
Se essas coisas são verdade, eu só posso concluir que esses são
cristãos “comuns”, homens e mulheres que não ouvem da forma como
deveriam o Senhor falando com eles.

Leia, estude e obedeça


Deus falará conosco se lermos e estudarmos e obedecermos à
Palavra dEle. Mas quando Ele fala, devemos responder-Lhe em oração e
em obediência. Aquilo que dizemos a Ele é importante, como podemos
ver no livro dos Salmos. Eis ali um homem — um homem inspirado —
respondendo a Deus!
De forma semelhante, essa é a razão por que os grandes livros
devocionais nos são tão úteis. Deus tem falado aos Seus santos, e eles
têm respondido a Ele, e na Sua sabedoria Ele preservou muitos desses
exemplos para nós.
Estamos colhendo algumas sugestões de um antigo livro, de mais
de 600 anos, A Nuvem do Não-Saber1, escrito por um anônimo santo de
Deus. A premissa dele era que muitos de nós somos cristãos comuns, ao
passo que outros, apesar das dificuldades, se esforçam em direção aos
estágios “especial” e “singular” e “perfeito” da vida e da experiência
cristã.
“Os três primeiros podem ser iniciados e completados nesta vida”,
escreveu ele. “Você pode entrar na perfeição, mas não completamente,
porque esse quarto estágio pode ser começado aqui, pela graça, mas
haverá de perdurar para sempre na bem-aventurança do céu”.
Eu creio que essa é uma reação perfeita à expressão de Paulo, de
que “não julgo havê-lo alcançado, nem estou ainda perfeito; mas todos
os que somos perfeitos tenhamos essa mesma forma de pensar”
(paráfrase de Filipenses 3.12-15). Aqui está a bendita contradição — nós
entramos na perfeição, mas ainda não chegamos ao fim da estrada!

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“A Nuvem do Não-Saber”, Editora Paulus, São Paulo, SP.
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O apóstolo Paulo estava se esforçando e avançando na luz e na
radiância que brilha mais e mais até ser dia perfeito. Ele disse que todos
serão ressuscitados dos mortos, mas ele avançava por causa da promessa
de Deus de uma melhor ressurreição de entre os mortos.
“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição;
mas prossigo ... esquecendo-me das coisas que para trás” (Fp 3.12,13),
disse o apóstolo.
À luz do comprometimento e do desejo de Paulo, o que diremos da
vergonhosa mediocridade do cristão mediano ou comum em sua vida e
experiência diárias? Quais são as suas razões para não avançar no plano
e na vontade de Deus para a sua vida?

Reflita na definição
Primeiro, reflita na definição da palavra “comum”. Ela significa
algo simplesmente ordinário — de nível, de qualidade ou de habilidade
inferior.
Um cristão comum é alguém de qualidade e habilidade inferior.
Ele não se distingue por superioridade de forma alguma. Ele começou.
Ele creu. Talvez ele carregue uma Bíblia. Mas ele não se destaca por
nenhum talento espiritual.
Deixo com cada um de vocês a tarefa de avaliar se essa é a
descrição do seu próprio tipo de espiritualidade como cristão. Talvez
você seja apenas de qualidade comum, alguém que não se destaca na
vida cristã de forma alguma. Como consequência, ninguém vai nem
pensar em consultar você, para receber orientação ou ajuda. Ninguém
vai nem querer conversar com você a respeito das coisas de Deus.
Medíocres – a maioria dos cristãos é medíocre!
Na verdade, eu detesto a palavra ‘medíocre’! Não tenho prazer
nenhum quando a uso, mas creio estar dizendo a verdade, quando digo
que ela descreve muitos cristãos.
A palavra ‘medíocre’ vem de duas palavras latinas, e literalmente
significa “a meio caminho do topo”. Isso a torna uma perfeita descrição
do progresso de muitos cristãos. Eles estão a meio caminho do topo da
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montanha. Eles não estão a meio caminho andado até o céu, mas a meio
caminho do lugar onde deveriam estar, a meio caminho entre o vale e o
topo. Moralmente, eles estão acima do pecador endurecido, mas
espiritualmente estão abaixo do santo que escala a montanha.
Muitos estagnaram exatamente ali, e a tragédia é que alguns anos
atrás alguns de vocês diziam: “Eu não vou falhar com Deus. Eu vou
avançar pela montanha até chegar ao topo, ao mais alto ponto da
experiência com Deus que for possível chegar nesta vida mortal!”
Mas vocês não fizeram nada a esse respeito. Se fizeram alguma
coisa, foi perder terreno espiritual, desde aquele dia. Hoje, vocês são
cristãos a meio caminho! Vocês são mornos, nem quentes nem frios.
Estão a meio caminho do topo, a meio caminho de onde poderiam estar,
se tivessem se esforçado.
Será que pensamos que essa vida cristã a meio caminho é o melhor
que Cristo oferece — o melhor que podemos conhecer? À vista de tudo o
que Cristo nos oferece, como podemos nos contentar com tão pouco?
Pense em tudo o que Ele nos oferece pelo Seu sangue e pelo Seu Espírito,
pela Sua morte sacrificial na cruz, pela Sua ressurreição de entre os
mortos, pela Sua ascensão à mão direita do Pai, pelo Seu envio do
Espírito Santo!

Contentando-se com muito menos


Eu sei que há muitos que se contentam com muito menos do que
Deus deseja dar. Eles tentam ficar felizes adicionando algo à sua religião
que excita a carnalidade deles através de coisas exteriores. Eles recorrem
a cowboys convertidos e atores de cinema meio-convertidos, e eu acho
que eles até recorreriam a cavalos falantes e cachorros gospel para
poderem dizer “Tivemos uma reunião maravilhosa!” Eles pagarão um
alto preço para apresentar um show estrondoso, de forma que consigam
que as multidões encham o lugar.
Esse é o tipo de cristão medíocre. Eles não alcançaram as alturas
onde podem sentir o calor do sol, e no entanto ainda não se afastaram o
suficiente do vale, para ficarem congelados.
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Com certeza, o atraso em nosso desenvolvimento não honra a Deus
— nossa permanente condição de estar a meio caminho. Nós O
honramos e agradamos quando avançamos para a plena maturidade em
Cristo. Todos nós sabemos que é isso o que a Bíblia ensina. Leia outra
vez o seu Novo Testamento, e você haverá de concordar que a
mediocridade na vida cristã não é o melhor que Jesus oferece.
Por que, então, somos assim cristãos tão comuns? Por que nos
temos contentado com esses prazeres superficiais, essas pequenas
alegrias que excitam os falsos santos, e encantam a imaginação dos
carnais?
Talvez seja porque outrora ouvimos o chamado para tomar a cruz,
e em vez de seguir em direção às alturas, barganhamos com o Senhor
como um camelô de esquina. Argumentamos com Ele com questões
egoístas, deixando de lado as condições que Ele exigia.
Nós vimos a mão de Deus acenando. Fomos despertados pelo Seu
Espírito, e fervorosamente decidimos subir a montanha. Sentimo-nos
motivados a nos gastar por Cristo, a viver tão próximos da perfeição
espiritual quanto fosse possível nesta vida.
Contudo, em vez de prosseguir, começamos a fazer perguntas.
Começamos a argumentar e a barganhar com Deus a respeito dos Seus
padrões de comportamento espiritual.
Essa é a simples verdade, não a respeito dos descrentes ‘liberais’,
mas a respeito dos que nasceram de novo. Nós temos a Sua vida — e
contudo quando Ele nos chama às alturas, começamos a nos esquivar e a
barganhar.
“Senhor, o que é que isto vai me custar?”, perguntamos. “Eu quero
avançar, mas preciso saber o quanto isso vai me custar!”
Eu estou convicto de que qualquer um que levanta a questão das
consequências na vida cristã não passa de um cristão medíocre e comum.
Parece que ele esqueceu por completo que, nesse ponto, a cruz está
envolvida. Jesus mesmo disse claramente: “dia a dia tome a sua cruz e
siga-me” (Lc 9.23b), e: “Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou,
ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará”
(Jo 12.26). Foi Jesus quem disse isso!
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Dessa forma, a pessoa dedicada e comprometida que toma a cruz e
segue ao Senhor, não pergunta quais serão as consequências, nem
argumenta a respeito do plano e da sabedoria de Deus.
Eu conheci algumas pessoas interessadas na vida mais profunda,
mas que hesitaram por temerem o que essa decisão lhes custaria com o
passar do tempo, em dinheiro, em esforços ou talvez com respeito às
amizades. Essas são algumas das áreas que nos atrapalham.
Ora, não estou argumentando que devamos desprezar o valor e o
significado de relacionamentos que nos são caros. As amizades humanas
podem assumir belas características, que se perpetuarão no mundo por
vir. Mas a questão é que, se passamos a levantar questões a respeito de
perder amizades, quando o Senhor está tratando conosco a respeito de
bênção e vitória espiritual, então não somos dignos de estar entre os
santos.

Será que isso é algo seguro?


Outra questão que as pessoas fazem ao Senhor quando Ele as
chama para avançar é esta: “Isso é algo seguro?”
Essa pergunta surge da nossa constante choradeira por
“segurança”, e nosso eterno desejo por proteção acima de tudo.
Precisamos estar preparados para o fato que a fé contém em si um
elemento perturbador. Nos dias de Lutero, quando ser cristão custava
alguma coisa, os antigos luteranos diziam: “A fé é algo perturbador”.
Será que ousaremos encarar o fato que a Palavra de Deus a maioria
das vezes nos põe num lugar de perigo, em vez de nos ajustar com
facilidades nalgum lugar seguro? Mas a maioria dos cristãos de nossos
dias querem dar ordens a Deus — eles não aceitarão um lugar perigoso.
Eles não querem confiar.
Alguns de nós tiveram uma agradável experiência com um irmão
cristão da Inglaterra. Tempos atrás ele foi bem sucedido financeiramente
em seus negócios e jamais tinha ido a lugar algum sem levar grandes
somas de dinheiro consigo. Mas o Espírito Santo começou a lidar com ele
a respeito da provisão e dos recursos de Deus. Quando repartiu conosco
a sua experiência, ele disse: “Minha esposa e eu consagramos tudo a
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Deus. Não temos sequer uma casa. Não temos renda fixa. Eu faço o
trabalho de evangelista e nós estamos apenas fazendo a vontade de
Deus.”
“Atualmente, não é raro entrarmos no carro e viajarmos várias
centenas de quilômetros com apenas 10 dólares para as despesas, sem
saber qual será o próximo passo que daremos”, ele nos disse. “Deus está
nos sustentando. Ele não nos desamparará, mas Ele está nos
conservando de tal forma que nunca mais seremos capazes de firmar
nossas raízes aqui na terra outra vez”.
Essa é a linguagem do cristão confiante, que está avançando com
Deus. Essa pergunta: “Isso é algo seguro?” é uma questão desprezível.
Qual é a diferença se é algo seguro ou não, desde que Ele é o nosso
Senhor?

Isso será algo conveniente?


Uma terceira pergunta que desejamos que Ele nos responda é:
“Isso será algo conveniente, algo cômodo?”
Quais não serão os pensamentos do Senhor a nosso respeito, se a
Sua obra e o Seu testemunho dependem daquilo que é conveniente ao
Seu povo? A verdade é que cada avanço que fazemos para Deus e para a
Sua causa tem de ser feito a despeito da nossa inconveniência. Se não for
inconveniente para nós, é porque não há cruz nessa coisa! Se nos
tornamos capazes de reduzir a espiritualidade a um padrão sem
problemas e ela não nos custa nada — nenhum distúrbio, nenhum
incômodo, e nenhum elemento sacrificial em si — não estamos indo a
lugar nenhum com Deus. Nós estacamos e erigimos nossa tenda indigna
a meio caminho entre o pântano e o topo da montanha.
Nós somos cristãos medíocres!
Será que já houve alguma cruz que fosse conveniente? Será que já
houve uma forma conveniente de morrer? Eu nunca ouvi que exista algo
assim, e o juízo final também não será algo conveniente! Contudo,
olhamos à volta à procura de conveniência, pensando que podemos
subir ao topo da montanha de forma conveniente e sem nos depararmos
com aflições nem perigos.
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Na prática, os alpinistas estão sempre em perigo, e estão sempre
avançando a despeito das inconveniências.

Será que isso vai ser divertido?


Uma outra dessas perguntas de mascate, que fazemos quando
ouvimos a voz de Jesus nos chamando para avançar, é esta: “Será que
isso vai ser divertido?”
Eu tenho certeza que vocês sabem a minha reação a essa pergunta.
Ninguém que faz essa pergunta a respeito do progresso espiritual será
outra coisa senão um cristão comum. Ele será medíocre até a morte.
Jamais essa pessoa será vista em qualquer caminho que conduza a
qualidades espirituais significantes, e jamais estará qualificado para os
dons do Espírito Santo.
É por haver tantos desses desprezíveis falsos santos, essas edições
em miniatura do caminho cristão, exigindo que o Cristianismo precisa
ser divertido, que diferentes organizações foram criadas para dar isso a
eles. Sim, há organizações que existem com o único propósito de
misturar religião e diversão para nossos jovens cristãos.
Em resposta a isso, felizmente é possível que os jovens sejam tão
responsáveis diante de Deus como as pessoas de mais idade. O jovem
que se encontra com Jesus e se converte está tão apto e é tão confiável
quanto às inconveniências e o custo que isso lhe trará quanto o homem
de 70 anos.
Jesus Cristo jamais ofereceu divertimento ou entretenimento aos
Seus discípulos, mas em nossos dias temos de oferecer os dois se
queremos conquistar o povo — porque eles são cristãos comuns.
Pelo fato de diversão e popularidade parecerem andar de mãos
dadas, alguns indecisos perguntam: “Oh, Senhor, será que serei popular
se eu Te seguir pelo caminho?”
Ah, os fracotes, os fracotes entre os homens! Eles precisam da
aprovação e do apoio do grupo, porque temem ficar firmes e sozinhos.
Eles pretendem enquadrar-se, procurando uma garantia de
solidariedade, para animar-se mutuamente se acaso faltar a coragem.
Alguns simplesmente não conseguem ficar firmes sozinhos, e quando
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perguntam: “Isto é popular?” estão fugindo do caminho de ficar firme
sozinho por Deus.

Vigoroso para ficar firme sozinho


Eu fui convertido pela graça de Deus quando tinha 17 anos de
idade, e não havia nenhum outro cristão na minha casa. Foi na cidade de
Akron, e minha família costumava receber hóspedes. Tínhamos uma
casa cheia de pessoas o tempo todo, e no entanto, por causa da minha fé,
eu estava completamente sozinho. Não quero dar a impressão de que
fiquei firme com a mesma nobreza de Estêvão no livro de Atos, mas
fiquei firme — e de forma vigorosa fiquei firme sozinho. Ninguém mais
queria ir à igreja. Ninguém mais queria orar à mesa. Ninguém mais
queria ler a Bíblia, mas pela boa graça de Deus, fiquei firme sozinho e
sempre agradeço a Deus pelos resultados.
Minha mãe e meu pai ambos se converteram, como também duas
de minhas irmãs. Um cunhado se converteu antes de morrer e vários
outros chegaram a conhecer o Salvador.
O que teria sido, se eu tivesse argumentado: “Senhor, isso é algo
popular? O que é que isso vai me custar?” Essas pessoas jamais teriam
conhecido o Senhor. Deus aguarda prontamente para nos ajudar pela
Sua graça e misericórdia.
Muitos que são filhos de Deus provavelmente em algum tempo
hesitaram e tentaram barganhar com Deus. Eles O conheceram por meio
da conversão. Eles sabem que a mudança ocorreu — e contudo carregam
em si as marcas da mediocridade. Mas a coisa importante é esta — eles
não estão fora do alcance do amor de Deus!
Um dos mais antigos truques do diabo é desanimar os santos
levando-os a olhar para trás, para aquilo que eles já foram. Ninguém
consegue progredir com Deus a não ser que levante os olhos e pare de
olhar para si mesmo. Não devemos gastar nosso tempo olhando para
trás e olhando para dentro de nós mesmos — a ordem que recebemos é
olhar para a frente!
Nosso Senhor é mais do que capaz de tomar conta do nosso
passado. Ele perdoa instantaneamente e perdoa completamente. O Seu
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sangue nos torna dignos — tudo o que somos e tudo o que temos deve-
se ao amor perdoador de Deus!
A bondade de Deus é infinitamente mais maravilhosa do que nós
jamais seremos capazes de compreender. Se a raiz do problema que
estivemos tratando está em você, e você já nasceu de novo, Deus está
pronto para começar com você onde você está, e Ele não vai depreciá-lo
por causa dos seus anos de Cristianismo comum!

Tradução: Helio Kirchheim

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