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Código de Ética da Psicopedagogia

Origem da Psicopedagogia

Atualmente muito se discute sobre a origem da psicopedagogia. A vertente


teórica mais aceita é a que afirma ser inerente a duas áreas do conhecimento, a saber:
psicologia e pedagogia. Isso se justifica tendo em vista que a psicopedagogia é uma
área que dá uma consideração especial ao aspecto psicológico deste indivíduo,
trabalhando sobre a ótica dos transtornos de aprendizagem e outras disfunções; mas
tendo, por outro lado, a vertente da pedagogia, que se justifica por ser uma área do
conhecimento voltada a questões relacionadas ao ensino-aprendizagem.
No entanto hoje se defende que a psicopedagogia vai além dessas práxis,
desenvolvendo pesquisas e criando um campo de conhecimento próprio, que vai além
da Psicologia e Pedagogia, englobando áreas mais específicas como a neuropsicologia,
a psicolinguística entre outras. De forma geral, a psicopedagogia é uma área de
atuação que lida com todo o processo de aprendizagem e as dificuldades inerentes a
ela. O profissional psicopedagogo deve, portanto, englobar várias áreas do
conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Dessa forma, a psicopedagogia é
resultado dessa visão integralizada, fortemente influenciada pelos modelos argentino
e europeu.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por sua vez, mantém a visão
tradicionalista na qual define a Psicopedagogia como sendo a

área de interseção entre a Psicologia e a Pedagogia, um saber constituído a


partir das intervenções na educação, destas duas áreas em conjunto,
envolvendo atividades que são da competência do psicólogo e do pedagogo.
Ou seja, é uma especialidade no âmbito das duas áreas e que, portanto,
exige a formação geral e básica em uma delas (CFP, 2008).

Diante do exposto observa-se que o Conselho Federal de Psicologia defende uma


visão de que a atuação do psicopedagogo ainda está vinculada a alguma área de
graduação, sendo portanto a psicopedagogia uma área de especialização do
conhecimento. Essa visão não é completamente aceita, por isso a atuação do
Psicopedagogo ainda é margeada por discussões práticas relacionadas a sua ação
profissional, tendo em vista que essa visão de ser uma especialização vinculada a uma
formação anterior é cada vez mais questionada, tendo como suporte a intervenção da
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) que defende a regulamentação da
atividade profissional do psicopedagogo independente de outras áreas do
conhecimento.
Atualmente tramita em Congresso Nacional a regulamentação do exercício da
atividade de Psicopedagogia, que prevê em seu texto original:

"Art. 2º Poderão exercer a atividade de Psicopedagogia no País: I - os


portadores de diploma em curso de graduação em Psicopedagogia expedido
por escolas ou instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos
termos da legislação pertinente; II - os portadores de diploma em Psicologia,
Pedagogia, Fonoaudiologia, ou Licenciatura que tenham concluído curso de
especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e
carga horária de 80% na especialidade" (Conselho Nacional da ABPp, 2008).

De acordo com a citação acima, observa-se o interesse do Conselho Nacional da


ABPp em regulamentar a Psicopedagogia como área de graduação em instituições de
ensino devidamente autorizadas, proposta ainda não resoluta no Congresso. Hoje em
dia existe um pequeno número de instituições que oferecem cursos de graduação em
psicopedagogia no Brasil, amparadas pelo Projeto de Lei 3.512/10. Apesar disso, para
os portadores de diploma de graduação em Psicologia, Pedagogia e Fonoaudiologia, os
cursos de Pós-graduação em Psicopedagogia são mantidos.
Além das questões legais de regulamentação enquanto área de graduação ou
especialização, é importante observar que toda área de formação passa pela sua
normatização, formada pela Ética Profissional que, entre outras, condiciona a atuação
do profissional diante das mais diversas realidades encontradas no ambiente
profissional.

Comportamento Moral e Ético

Conceito de Moral

Para falarmos de ética temos que compreender antes de tudo o conceito de


moral.
Etimologicamente, o termo moral tem origem no latim morales, cujo significado é
“relativo aos costumes”. As regras definidas pela moral regulam o modo de agir das
pessoas, sendo a moral, antes de mais nada, uma palavra associada aos bons
costumes.
Moral é, portanto, o conjunto de princípios, crenças e regras que orientam o
comportamento dos indivíduos na sociedade. É onde estão contidos os valores
relacionados ao certo e errado, ao bem e ao mal (BRASIL, 1998).
A moralidade está presente em todas as culturas e sua dimensão se encontra no
comportamento de cada pessoa em relação às outras, das culturas e dos povos entre
si.
São princípios morais a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude e etc. Todos
esses são considerados valores universais que regem a conduta humana e as relações
saudáveis e harmoniosas.
No entanto, quando ocorrem conflitos a partir de questões complexas (por
exemplo, a legalização do aborto) é que se constatam os limites das respostas
oferecidas pela moral e neste ponto entramos no domínio da ética, a partir da
necessidade de problematizar respostas e verificar a consistência de seus
fundamentos.
Sendo assim, a ética possui a característica de não ser normativa, pois quando se
realiza uma reflexão ética, pergunta-se sobre a consistência e a coerência dos valores
que norteiam as ações, buscando o esclarecimento e questionamento a respeito dos
princípios que orientam as ações, para que elas adquiram um significado autêntico no
âmbito das relações.

Mas o que é Ética, afinal?

A palavra “ética” deriva da palavra grega éthos que por sua vez diz respeito a um
conjunto de costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento
humano.
A ética representa a reflexão crítica da moral. Ela questiona, reformula ou fundamenta
os valores que constituem a moral. A ética é constantemente construída na relação
com o outro, é preocupar-se com o outro, é o que permeia as relações interpessoais.
(LEMOS, 2011).
Se fôssemos criar uma comparação para exemplificar a ética, ela seria como os
alicerces de uma casa, formada através de pequenos e firmes costumes. Afinal, como
na casa, quando esquecemos os alicerces, das vigas mestras internas e das paredes até
o telhado, nada nos oferece de garantias para abrirmos a janela e tomar o primeiro
café-da-manhã, pois a casa se tornaria frágil. A ética é a casa, a estrutura global, feita
de alicerces, vigas, paredes e telhados. A moral, por sua vez, abrange os costumes
estabelecidos, as normas de funcionamento da vida dentro da casa, os detalhes
variados e às vezes tão arraigados nos costumes. Se esquecermos deles na vida nos
tornamos frágeis aos vícios e maus costumes.
Um exemplo de comportamento ético que pode ser observado no nosso dia-a-
dia é aquela situação na qual um aluno procura “colar” de seu colega ao lado na hora
da prova, se favorecendo através de um conhecimento que não foi adquirido por ele.
De tal situação podemos destacar dois comportamentos distintos do aluno: o primeiro
diz respeito ao fato de que o mesmo não se ter preparado adequadamente para o
exame; o segundo que se refere ao ato de solicitar “cola” ao colega.
O primeiro comportamento, ainda que contrariando o objetivo do professor
(preparar o aluno), traz prejuízo tão somente para o aluno que não busca uma
preparação adequada. Já o segundo comportamento, que contraria, da mesma forma,
o objetivo do professor (avaliar o grau de preparação do aluno), pode trazer prejuízo
tanto para o aluno que solicita a “cola”, como para o aluno que passa a mesma, desde
que assim o faça.
Esse exemplo ilustra adequadamente um comportamento baseado em princípios
morais e éticos que estão relacionados ao objetivo do nosso estudo. Percebemos que
o comportamento, as atitudes e a nossa conduta diante das mais diversas situações
estão sujeitas aos conceitos de certo e errado, bem e mal, dos quais falamos
anteriormente.
O nosso trabalho vai considerar a ética como a ciência da conduta humana, do
fim a que se destina essa conduta e dos meios para atingir esse fim.

Ética profissional

São normas de conduta que devem ser colocadas em prática no exercício da


profissão. A ética profissional serve para regulamentar o relacionamento do
profissional com seus clientes/pacientes, cujo objetivo é a melhoria da dignidade das
pessoas e a construção do bem-estar. A ética profissional está em todas as profissões,
do caráter normativo ao jurídico, que regulamenta cada profissão através de estatutos
e códigos específicos. Sendo a ética fundamental à vida humana, na vida profissional
não seria diferente, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e
responsabilidades sociais, que envolvem pessoas que dela se beneficiam. (BEZERRA,
2010).
Nesse contexto ressaltamos o “fazer” e o “agir” profissional. O fazer profissional
diz respeito às competências e a eficiência que todo profissional deve possuir para
exercer bem a sua profissão. O agir se refere a conduta do profissional, somando as
atitudes que deve responder no executar de sua profissão.
Uma amostra desses comportamento encontramos no exemplo de um varredor
de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva; o auxiliar
de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar caixas
de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes de
completar a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma
senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque,
ou que não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material
mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ou aquilo que,
alguém vendo, não saberá quem fez.
Ser ético não é somente ser correto e honesto no ambiente profissional ou no
social, ser ético é ser íntegro em qualquer lugar e ocasião. Por isso trate-se também a
ética geral, para ter uma ética geral precisa-se de moral, cidadania e todos os
contextos que as pessoas se tornem cidadãos. (BEZERRA, 2010).
No contexto laboral as leis são concebidas com o objetivo de proteger os
profissionais e as pessoas que dependem delas. Há, porém, muitos aspectos não
previstos especificamente e que fazem parte do compromisso do profissional com a
ética, aquele que, independentemente de receber elogios, faz a coisa certa.

Código de Ética

São símbolos ou signos de atitudes que preservam valores pessoais, coletivos e


institucionais, partindo-se do pressuposto maior de que profissão é o exercício
habitual de uma tarefa a serviço de outras pessoas. Como a prática psicopedagógica
busca relações e ambiências, é preciso conduta condizente com princípios éticos
específicos. Faz-se necessário então a criação de regras e preceitos éticos e morais que
regulamentem o exercício desses profissionais.
O Código de Ética Profissional nada mais é que o conjunto de normas éticas,
que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu trabalho. Este código é
elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão. O
Código de Ética da Psicopedagogia, por exemplo, em seu texto descreve:

O Código de Ética tem o propósito de estabelecer parâmetros e orientar os


profissionais da Psicopedagogia brasileira quanto aos princípios, normas e
valores ponderados à boa conduta profissional, estabelecendo diretrizes
para o exercício da Psicopedagogia e para os relacionamentos internos e
externos à ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia. (ABPp, 2011)

Quando direcionamos nossas capacidades e níveis de competências para


permitir um desempenho eficaz da profissão escolhida, estamos exercitando deveres
éticos. A satisfação de quem recebe esses benefícios é o referencial das nossas
atitudes que governam as ações do indivíduo perante o outro, ele próprio, a sociedade
e o Estado.

O presente texto aborda o código de ética da psicopedagogia tratando-o mesmo como


um instrumento capaz de nortear a práxis do psicopedagogo.

O Código de Ética da Psicopedagogia regulamenta as seguintes situações:

- Os princípios da Psicopedagogia;
- As responsabilidades dos psicopedagogos (seus deveres fundamentais);
- As relações com outras profissões;
- O sigilo profissional;
- As publicações científicas;
- A publicidade profissional;
- Os honorários;
- As relações com a educação e saúde;
- A observância e cumprimento do código de ética;
- E as disposições gerais.

Capítulo I – Dos princípios

Artigo 1º
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do
processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o
contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos.

 Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento,
relacionada com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os
processos de aprendizagem e as suas dificuldades.

 Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes
âmbitos da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e
o clínico.

Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utiliza métodos,
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem,
cabíveis na intervenção.

Artigo 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
a) promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão escolar e
social;
b) compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
c) realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
d) mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.

Artigo 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que
concerne às questões psicopedagógicas.

Capítulo II – Da formação

Artigo 5º
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de
pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.

Capítulo III – Do exercício das atividades psicopedagógicas

Artigo 6º
Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados
e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” - e os
profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação acadêmica
e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-se à supervisão
psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal.

 Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
deverá fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste
Código de Ética.

 Parágrafo 2º
Os honorários deverão ser tratados previamente entre o cliente ou seus
responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
a) representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada e tempo
despendido;
b) assegurem a qualidade dos serviços prestados.

Artigo 7º
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e
instituições sob seu atendimento.

 Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo informar sobre o cliente a especialistas
e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o atendimento.

 Parágrafo 2º
O psicopedagogo não revelará como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade judicial.

Artigo 8º
Os resultados de avaliações só serão fornecidos a terceiros interessados,
mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.

Artigo 9º
Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não será
franqueado a pessoas estranhas ao caso.

Artigo 10º
O psicopedagogo procurará desenvolver e manter boas relações com os
componentes de diferentes categorias profissionais, observando para esse fim, o
seguinte:
a) trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
b) reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o atendimento.

Capítulo IV – Das responsabilidades

Artigo 11º
São deveres do psicopedagogo:
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem
da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela atitude
crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos parâmetros da
competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu parecer
ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de exemplos
e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da classe e
a manutenção do conceito público.

Capítulo V – Dos instrumentos

Artigo 12º
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de
estudo – a aprendizagem. Sua escolha decorrerá de formação profissional e
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não
reconhecidos como psicopedagógicos.

Capítulo VI – Das publicações científicas

Artigo 13º
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes
normas:
a) as discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e não
ao seu autor;
b) em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada igual ênfase aos
autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em nenhum caso o
psicopedagogo se valerá da posição hierárquica para fazer publicar, em seu nome
exclusivo, trabalhos executados sob sua orientação;
c) emtodotrabalhocientíficodevemserindicadasasreferências bibliográficas
utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas e as ilustrações extraídas de
cada autor, de acordo com normas e técnicas científicas vigentes.

Capítulo VII – Da publicidade profissional

Artigo 14º
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deverá fazê- lo com
exatidão e honestidade.

Capítulo VIII- Dos honorários

Artigo 15º
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deverá considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada e o
tempo despendido.
Capítulo IX – Da observância e cumprimento do Código de Ética

Artigo 16º
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.
Parágrafo único - Constitui infração ética:
a) utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
b) permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas psicopedagógicas;
c) fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática psicopedagógica;
d) encaminhar ou desviar, por qualquer meio, cliente para si;
e) receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
f) assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros, ou solicitar
que outros profissionais assinem seus procedimentos.

Artigo 17º
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe e advertir infrações se necessário.

Artigo 18º
O presente Código de Ética poderá ser alterado por proposta do Conselho
Nacional da ABPp, devendo ser aprovado em Assembleia Geral.

Capítulo X – Das disposições gerais

Artigo 19º
O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos Nacional
e Estaduais da ABPp. O presente Código de Ética foi elaborado pelo Conselho Nacional
da ABPp do biênio 1991/1992, reformulado pelo Conselho Nacional do biênio
1995/1996, passa por nova reformulação feita pelas Comissões de Ética triênios
2008/2010 e 2011/2013, submetida para discussão e aprovado em Assembleia Geral
em 05 de novembro de 2011.

CONCLUSÃO

Chegamos a conclusão que ser ético é ter responsabilidade e compromisso com


a sociedade, é dar o melhor de si tanto no contexto profissional, social, escolar e
familiar, é estabelecer uma relação de boa conduta em todos os lugares e com todas
as pessoas que nos rodeiam.
Trabalhamos ainda alguns dilemas éticos, que mostram que ser ético não é tão
simples como parece, não é apenas possuir atitudes corretas e ter um senso de boa
conduta. Passamos a compreender que o trabalho do psicopedagogo implica ainda na
compreensão da situação de aprendizagem do sujeito o que requer uma modalidade
particular de ação para cada caso no que diz respeito à abordagem, tratamento e
forma de atuação. Assim, o trabalho adquire um desenho clínico próprio e o
psicopedagogo deve buscar o significado de informações que lhe permitirá dar sentido
ao sujeito observado, objetivando a aprendizagem do conteúdo escolar e trabalhando
a abordagem preventiva. Para isso, o psicopedagogo deve tomar uma atitude de
investigador e interventor.

Bibliografia

ABPp. Associação Brasileira de Psicopedagogia. Código de Ética da ABPp. São Paulo:


ABPp, 2011.
BEZERRA, Raimundo. Ética Geral e Ética Profissional. Mogi das Cruzes, São Paulo, 2010.
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais:
Terceiro e Quarto Ciclos: Apresentação dos temas Transversais / Secretaria de
Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
JACOMINO, D. Você é um Profissional Ético? Revista Você S/A. 25 ed., ano 3. São
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LEMOS, Fabianne. Ética Profissional do Psicopedagogo. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/institutoconscienciago/tica-profissional-do-psicopedagogo.
Acessado em 21 de março de 2017.
PASSOS, E. Ética e Psicologia: teoria e prática. São Paulo: Vetor, 2007.
RODRIGUES, José. Moral e Ética. Disponível em:
http://www.eumed.net/libros/2006a/lgs-etic/1t.htm Acessado em 20 de março de
2017.
SCOZ e col. A regulamentação da profissão assegurando o reconhecimento do
psicopedagogo. p. 71, 1998.

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