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Uma obra diferenciada, vez que o autor escreve de forma sentimental, fazendo
breve apontamentos, nos apresentando que por trás de todo recluso ainda há um ser
humano igual a nós, mas a sociedade, juntamente com o Estado recusa a reconhecê-
lo, portanto o processo para o condenado muitas vezes nunca terá um fim.
Há ainda uma breve comparação entre o Juiz e o Sacerdote bem como a Igreja e
o Tribunal, pois quando estamos no tribunal deveríamos estar recolhidos como na
Igreja, e quando o Juiz está julgando deve ter consciência que as vezes se fazem de
Deus.
Perante aos homens vestidos de toga, o réu , mais parece um animal perigoso,
enjaulado e exposto a uma situação humilhante e desumana.
Carnelutti acredita que todo ser humano tem em si, em maior ou menor
proporção, o germe do bem, mesmo o delinquente, que tomado pelo egoísmo comete
todo tipo de delito, pois, a nossa curta visão não permite avistar um germe do mal
naqueles que são chamados de bons, e um germe do bem naqueles que são
chamados de mau.
Em outras palavras, grades e algemas revelam, enquanto símbolos do Direito,
a desventura e a natureza humana. Não importando se está preso pelas grades
invisíveis do interior, o Direito nos mostra a miserável realidade humana.
O advogado está sujeito ao juiz, pois ele divide com o acusado a necessidade
de pedir e de ser julgado.
Julgando, o Juiz determina qual das partes detém a razão, de qual lado está a
verdade.
"Dúvida é uma palavra de sentido cristalino: dubium vem de duo." Significa que
o juiz tem diante de si dois caminhos e deve se decidir por um deles; eis a sua dúvida:
vou por este, ou por aquele outro? Ele precisa decidir. Mas, para tomar a decisão certa
deve, antes, conhecer os dois caminho, pois, desse modo, conhecendo de antemão
aonde um e outro o vão levar, poderá tomar a sua decisão bem mais seguro.
Neste capítulo, Carnelutti nos ensina que o processo penal, ao mesmo tempo
em que resgata o passado do réu, o acompanha para sempre, até mesmo depois de
cumprida a pena, pois essa muitas vezes jamais acaba para o encarcerado.
Nas palavras de Carnelutti: “O preso, ao sair da prisão, acredita não ser mais
um preso; mas as pessoas não”.
Como já exposto, para nós, o crime é como uma ferida que brota naquele que
o pratica, e o processo, um cicatrizador desta ferida. Para o prejuízo daquele que
delinquiu, esta cicatriz o acompanhará até o ultimo dia de sua vida.
No último capítulo Carnelutti revela que todo aquele que um dia foi preso está
fadado, pela sociedade, a ser sempre o que foi. Este tipo de pensamento é comum à
maioria das pessoas, desde as mais humildes às mais cultas, sobretudo as que
professam a fé cristã.
A partir desta compreensão, podemos dizer que o processo penal termina com
a condenação. A pena não termina com a saída do cárcere e a prisão perpétua não é
a única pena que se estende por toda a vida. Deus Perdoa, os homens não.
CONCLUSÃO:
Com base nos capítulos descritos anteriormente, o autor nos mostra que nem
todos os problemas podem ser resolvidos por meio da força, da coação, mas sim com
um pouco de atenção, amor e amizade pode ser a chave.
Enfatiza que civilização, humanidade, unidade são uma única coisa, ou seja, a
possibilidade alcançada pelos homens de viverem em paz, o que é um ideal
alimentado por todos, bem como a ilusão de que todos os problemas seriam
resolvidos quando todos os delinqüentes fossem separados da sociedade.
O autor demonstra o processo de um ponto vista humanístico, se compararmos
com a atualidade hoje, a obra que foi escrita há anos, é totalmente pertinente, vez que
atualmente no Brasil todos os detentos são tratados de forma horrenda, prisões
superlotadas e a para uma grande parte da população "bandido bom é bandido
morto". Infelizmente acredito que quanto mais tentamos progredir mais regredimos.
Assim, a obra é de extrema importância não só para juristas, mas para todos que
puderem ter acesso a mesma, pois desmistifica o processo, e mostra a realidade da
lei e dos agentes que atuam na aplicação desta e o quanto características marcantes
de épocas diferentes se fazem presentes muitas vezes nos dias atuais.