REVESTIDO
SENAI-RJ • Metalurgia
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente
Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
ELETRODO
REVESTIDO
SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2009
Eletrodo Revestido
2009 - 2ª ed. revista
SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educação
FICHA TÉCNICA
SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que,
desse momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional
do país: o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de
educação voltada para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação
profissional de jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode
continuar com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você,
além do domínio do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam
decidir com autonomia, proatividade, capacidade de análise, solução de problemas,
avaliação de resultados e propostas de mudanças no processo do trabalho. Você deverá
estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes, assim como para a
cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias
exigirá de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando
a necessi- dade de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e
instrumentos essenciais à autoaprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de
educação se organizem de forma flexível e ágil, motivo esses que levaram o SENAI a criar
uma estrutura educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria,
estabelecendo uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar
continuidade à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infraestrutura
necessária a seu desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da
equipe de educação dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar
cidadãos. Seja bem-vindo!
3 ELETROTÉCNICA BÁSICA............................................................67
Introdução...............................................................69
Circuitos..................................................................69
Correntes elétricas.........................................................71
Curvas características................................................73
Tensão de circuito de soldagem...................................76
Comprimento do arco elétrico..........................................77
Praticando................................................................78
4 EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM................................................. 81
Descrição dos equipamentos....................................................... 83
Fontes de corrente para soldagem.............................................. 83
Tipos de ciclos de trabalho................................................................. 90
Exigências para acessórios de soldagem...................................... 92
Manutenção de equipamentos e acessórios......................................95
Praticando.................................................................................... 97
5
METAIS DE BASE E CONSUMÍVEIS................................................... 101
Introdução................................................................................... 103
Considerações sobre a soldabilidade dos aços-carbono....................103
Eletrodos revestidos........................................................................... 105
Praticando.................................................................................... 112
6
DESCONTINUIDADE NA SOLDAGEM................................................. 115
Problemas na soldagem............................................................... 117
Abertura e manutenção do arco elétrico...........................................117
Sopro magnético.......................................................................... 119
Descontinuidades: possíveis causas............................................. 120
Praticando.................................................................................... 125
REFERÊNCIAS..................................................................................... 127
Eletrodo Revestido – Apresentação
Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização
constante. Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais
curtos, trazendo desafios renovados a cada dia, e tendo como consequência para a
educação a necessidade de encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais
busquem atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do
SENAI/RJ incluem-se nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profis- sional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar
e aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre
outros aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma
competente.
Este curso de Eletrodo Revestido é, portanto, uma das ofertas do SENAI/RJ para os
profis- sionais que desejam adquirir novos conhecimentos e se manter atualizados, a fim
de enfrentar um mercado de trabalho sempre competitivo e obter êxito.
Para realizar seus estudos, você vai contar sempre com o apoio de professores qualifi-
cados na área de processos de soldagem e também deste material didático. Nele constam
os conteúdos básicos que serão discutidos ao longo do Curso, organizados em seis seções
de estudos, de modo a apresentar leitura agradável e de fácil assimilação. Ao final de cada
seção, você vai encontrar também uma série de atividades, ou seja, exercícios para que
possa rever os conteúdos estudados, saber o que já aprendeu, e tirar suas dúvidas com o
professor. Portanto, a leitura frequente e atenta do material pode ajudar em sua
aprendizagem.
Agora, é só começar. Organize sua rotina de estudo para evitar que outros
compromissos venham a atrapalhar sua presença nas aulas e a leitura do material.
Desejamos sucesso no Curso e também na vida profissional.
SENAI-RJ 11
Eletrodo Revestido – Uma palavra inicial
Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e
ser- viços necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas
necessidades, precisam usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente
muito frequente- mente decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz
e, principalmente, de como produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente.
Estamos sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que
“sobra” de volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários
para produzir bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de
diversos recursos naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação
prejudicada pela velo- cidade da extração, superior à capacidade da natureza para se
recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazo para diminuir os impactos que
o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da
população que vive ao seu redor.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma
grande região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições
ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é
importante repetir que, quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam
efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio
SENAI-RJ 13
Eletrodo Revestido – Uma palavra inicial
ambiente.
O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a
falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas
indús- trias não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para
alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e
transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma capacidade limitada de
produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de
receber resíduos tóxicos prati- camente não existe.
Ganha força, atualmente, a ideia de que as empresas devem ter procedimentos éticos
que considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer
que se devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que
reduzam o uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação
de recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade,
durabilidade, possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar
novas formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o
uso de matérias-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo
contem- porâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta
desafios diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o
futuro, nós (o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais
alternativas são mais desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas
quan- do acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes
financeiros, para sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha
de pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar
condições que melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de
bens e serviços de forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
pro- dutivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do
trabalho é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as
consequências acabam afetando a todos.
14 SENAI-RJ
Eletrodo Revestido – Uma palavra inicial
SENAI-RJ 15
Segurança e higiene
no trabalho
Nesta seção...
Condições de trabalho
Riscos elétricos
Perigos do arco
elétrico
Primeiros socorros
Praticando
1
18 SENAI-RJ
Eletrodo Revestido – Segurança e higiene no trabalho
Condições de trabalho
Todo profissional envolvido nos trabalhos de soldagem deve estar consciente das
ativi- dades que precisa desempenhar como um todo e, também, conhecer os riscos
decorrentes da utilização dos equipamentos manuseados para a execução dessas
atividades.
É indispensável, ainda, que esse profissional se preocupe em adotar medidas de
segurança e higiene capazes de minimizar acidentes, e que vão permitir o desempenho de
seu trabalho de forma segura e eficaz.
Por isso, vamos apresentar, nesta seção, uma série de conteúdos relacionados aos
perigos envolvidos na soldagem, descrevendo as principais medidas de segurança e saúde
a serem adotadas para prevenir acidentes e o que deve ser feito caso esses acidentes
ocorram.
Equipamentos de proteção
individual (EPI)
Antes de iniciar os estudos relativos aos riscos de trabalho de soldagem e às medidas
a serem observadas, consideramos importante você conhecer os equipamentos de proteção
individual (EPI) que devem ser usados no desempenho de suas atividades.
Analise, então, a figura que mostra o equipamento próprio de um soldador,
procurando identificar cada uma de suas partes com o auxílio da legenda.
SENAI-RJ 19
7 7
1
6
4 Legenda
1 Avental de raspa de couro 2 Manga de raspa de couro 3 Luvas de raspa de couro 4 Polainas de couro
5 Sapatos de segurança 6 Touca de proteção
Máscara de solda
Óculos de segurança
Gola de raspa de couro
5
Fig. 1
ve ser usado para proteção contra ruídos, quando estes estão acima de 90dB (decibéis). Esse protetor pode ser em forma de cápsu
Vejamos, agora, alguns aspectos importantes relativos à máscara de solda e aos óculos de
segurança, especificamente.
Máscara de solda
Fig. 2
Essa máscara é possível somente para soldagem com eletrodo revestido ou MIG-MAG.
Ela tem um filtro de proteção que é caracterizado por letras e números, como, por exemplo:
filtro 12 A 1 DIN.
Óculos de segurança
Nos casos em que os óculos são utilizados para corte oxiacetilênico, deve-se observar
o número do filtro.
Com vidro normal, os óculos também servem para esmerilhamento.
As diferentes peças do equipamento de proteção individual do soldador têm funções
específicas, como mostra o quadro. Observe.
Quadro 1
Cuidados com o
circuito de soldagem
Em um circuito de soldagem, a fonte de corrente, os condutores do circuito de
soldagem e a peça devem formar uma unidade, de maneira que fiquem bem à vista do
soldador. As ligações dos cabos do circuito de soldagem devem ser corretamente efetuadas.
Pontes rolantes, carrinhos de transportes, objetos e ferramentas não devem fazer parte do
circuito de soldagem.
A ligação do cabo-obra deve ser feita somente junto à peça que será soldada, em condu-
tores contínuos e com bom contato elétrico. Isso porque a passagem de corrente elétrica sobre
pontos como roldanas, engrenagens, cabos de aço, corrente, mancais e trilhos de ponte rolante
ou guindastes, por exemplo, forma pontos de contato elétrico, produzindo aquecimento, car-
bonização e perda de energia.
Legenda
Mancal
Mancal, cabo de aço, cabo terra do motor
Cabo de aço, roldana 4 Cabo de aço, corrente
3
4
4
Fig. 3
s que conduzem à perda de energia e que podem avariar peças de guindaste (ponte rolante) e estruturas são chamados pontos cr
Riscos elétricos
A intensidade de corrente elétrica que atravessa o corpo humano e a duração da
descarga determinam o tipo de acidente que ela acarreta e que pode ser:
• choque elétrico;
• morte por fibrilação;
• parada cardíaca;
• queimaduras e ferimentos.
2
4
1 7
Legenda
3
1 Cabo de solda defeituoso 2 Porta-eletrodo defeituoso 3 Ligação do cabo-obra
Eletrodo
3 Peça
6
Fig. 4
Mesa de soldagem
Ligação na rede defeituosa
No circuito de soldagem, determinadas partes que são submetidas à tensão e que, por
razões técnicas, não podem ser isoladas acabam se constituindo em situações de perigo.
Dessa forma, o soldador deve ficar bem atento para evitar incorporar o circuito elétrico,
acidentando-se seriamente.
Para se proteger de tais perigos, o soldador deve usar o equipamento de pro- teção individual visto anteriormente.
Fig. 5
Em trabalho de soldagem como este, realizado em ambientes com elevado risco de acidente de natureza elétric
Também é necessário deixar a fonte de corrente sempre do lado de fora do ambiente.
Quadro 2
Alterações e reparos na rede elétrica só podem ser efetuados pelo eletricista.
Manutenção e reparos simples relativos à corrente de soldagem são efetuados apenas por soldadores autorizados.
Condutores elétricos precisam ser totalmente isolados.
Perigos de radiação
O arco elétrico emite radiações visíveis e invisíveis, como as radiações
infravermelhas e ultravioleta, que são perigosas para o homem. Todas elas podem causar
queimaduras na pele e danos para os olhos, com prejuízos para a visão, como você pode
ver neste esquema.
Escurecimento Lesão nos olhos, como queimaduras pelos raios do arco elétrico
Cegueira
Fig. 6
O soldador deve proteger-se dos perigos ocasionados pelas radiações emiti- das pelo arco elétrico usando equi
Os olhos devem ser cuidadosamente protegidos contra os efeitos danosos do arco elétrico,
com o uso de filtros de proteção, conforme estabelecido pela norma DIN 4647.
Os filtros de proteção utilizados na soldagem a arco elétrico têm os níveis de
caracterização de segurança determinados pela seguinte escala:
8 9 10 11 12
Claro Escuro
filtros de proteção para soldagem a arco elétrico são referidos por um conjunto de letras e números, cada qual indicando uma pro
a, por exemplo, o que indica cada um dos elementos que compõem a referência do filtro 10 A 1DIN.
1DIN
CORTE OXIACETILÊNICO
Quadro 4
m que seja muito escuro, para se ver a zona de solda. Em seguida, experimentar filtros mais claros, até que você consiga ver suficie
a de alta intensidade, sendo desejável usar filtros que absorvam este tipo de radiação.
Substâncias poluentes
As elevadas temperaturas na região do arco elétrico ocasionam a queima e a
volatilização de certa quantidade do consumível, fluxo e camadas protetoras do metal de
base, os quais podem conter substâncias poluentes, como mostra o esquema.
Gases
não tóxico enjoo e náuseas
Fumaças
tóxico enjoo e envenenamento
Vapores
Fig. 7
Tanque de óleo
Pano de limpeza
Fig. 8
Devido aos possíveis riscos destacados na figura, a realização da soldagem nesses
ambien- tes fechados necessita de uma série de cuidados especiais, como mostra esta outra
figura.
Local de soldagem
Tanque de óleo
Areia
Fig. 9
Soldagem e corte em
recipientes em ambientes
confinados
Observe a realização de uma atividade desse tipo.
Ventilação
Exaustor
Filtro
Fig. 10
Durante o trabalho
• Renovar o ar, procurando trabalhar sempre sob permanente atenção.
• Afastar o maçarico e a mangueira; acender o maçarico.
Após o trabalho
• Afastar os equipamentos de solda.
Gases técnicos
Você pode ver, no quadro que se segue, vários tipos de gases que são empregados nos
processos de soldagem e corte. Analise-o cuidadosamente, em especial nas linhas
referentes a consumo, emprego e riscos desses gases.
Tipo de gás Oxigênio Acetileno Mistura CO2 Argônio Mistura Propano
N2/H2
Cor de Preta Vermelha Marrom/ Marrom/ Marrom
identificação Amarela Cinza
Peso em Mais pesado Mais leve Mais leve Mais pesado Mais pesado Mais leve Mais pesado
relação ao ar
Danos em cilindros de
oxigênio e de acetileno
As causas dos danos, inclusive dos incêndios que ocorrem em cilindros de oxigênio e
aceti- leno, bem como o efeito que acarretam e os procedimentos a serem adotados nestas
situações, você pode conhecer agora, analisando o próximo quadro.
OXIGÊNIO ACETILENO
Óleo ou graxa; superaquecimento do Queima de acetileno na válvula ou no
cilindro; junta de vedação inadequada regulador
Causa (derivada de couro) em contato com Superaquecimento externo
pressão e oxigênio; retenção de calor
devido à abertura muito rápida do
cilindro
Fig. 11
Fixação dos cilindros e instalação dos reguladores
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 14
União das mangueiras
Fig. 15
Fig. 16
Verificação de vazamentos
Fig. 17
Proteção térmica para os cilindros
Fig. 18
Fig. 19
Fig. 20
Organização do posto de
soldagem
O posto de soldagem deve estar organizado de modo que as ferramentas fiquem
dispostas em locais seguros, para receber a peça a ser soldada.
Observe, na figura, como as ferramentas e os equipamentos foram organizados no
posto de soldagem.
Legenda
Fixador regulável
2 Exaustão
Bancada de solda
Paredes de proteção
Ferramentas (tenaz de ferreiro, escova de aço e picadeira)
Banco
Local de fixação do cabo-obra
4 Cortina
8
3
1
7
6
Fig. 21
Ferimentos
• Desinfetar e cobrir a ferida. No caso de sangramento forte, pressionar a atadura
contra o ferimento. Não remover os feridos.
Olhos
• No caso de cegueira momentânea, utilizar o colírio adequado.
• Nas lesões, deve-se cobrir ambos os olhos.
• Em situações de ataque por ácido, lavar com muita água e não utilizar água boricada.
Queimaduras
• Lavar a parte afetada com água fria até que a dor passe. Utilizar material esterilizado
para atar a ferida. Não utilizar cremes contra queimaduras.
Praticando
Em cada item que segue, assinale com um X a alternativa que responde corretamente
à pergunta.
( ) Exaustão.
( ) Oxigênio.
( ) Ar comprimido.
( ) Casaco de proteção. (
( ) Uniforme normal.
( ) Nº 5.
( ) Nº 4.
( ) Nº 12.
6. Por que o soldador a arco elétrico deve utilizar, durante a soldagem, luvas sem
partes metálicas?
( ) Para proteger a pele contra raios e respingos.
( ) Raios X.
( ) Raios luminosos.
( ) Infravermelho.
Aspectos introdutórios
à soldagem
Nesta seção...
Terminologia de soldagem
Simbologia de soldagem
2
Eletrodo Revestido – Aspectos introdutórios à soldagem
Principais processos de
soldagem por fusão
Apesar de este material destinar-se a cursos de formação de profissionais em
soldagem com eletrodo revestido, consideramos importante você ter uma visão dos
principais proces- sos de soldagem por fusão, como também conhecer a terminologia
básica empregada nesses processos.
Esses assuntos são fundamentais para você exercer as funções de soldador e,
certamente, irão ajudá-lo bastante no estudo dos demais conteúdos tratados nas seções
seguintes.
Nos processos de soldagem por fusão, são unidos materiais semelhantes ou, então,
ligas diferentes no estado líquido.
Veja quais são os principais processos de soldagem por fusão, analisando atentamente
cada figura.
Soldagem a gás
Efeito térmico
Fig. 1
SENAI-RJ 45
Eletrodo revestido
Eletrodo
Fig. 2
Fig. 3
Fig. 4
Soldagem a arco elétrico com
eletrodo revestido
Observe esta figura com bastante atenção, pois ela mostra, com mais detalhes, o pro-
cesso que vamos aprofundar neste material, ou seja, a soldagem a arco elétrico com
eletrodo revestido.
1
2
3 5
4
7 8
Legenda 10
Ligação da rede
Fonte de corrente
Cabo de solda (eletrodo) 4 Cabo-obra (peça)
11
Porta-eletrodo
Eletrodo
Grampo de cabo-obra 8 Peça 13 14 15
Arco elétrico 12
Alma do eletrodo
Revestimento do eletrodo
Transferência do metal de solda
Atmosfera protetora gasosa proveniente do revestimento do eletrodo
Escória líquida
Escória sólida
Zona de fusão no estado líquido 17 Zona de fusão solidificada
8
9 16 17
Fig. 5
•Campo de aplicação da soldagem a soldagem de juntas em todas as
arco elétrico com eletrodo revestido posições e revestimentos.
•Materiais
aços não ligados, de baixa e alta
liga, assim como ferros fundidos.
•Espessura do material a partir de cerca de 3mm.
Terminologia de soldagem
Nos itens que se seguem você vai encontrar a terminologia normalmente empregada
nos serviços de soldagem em relação aos tipos de juntas, aos tipos de chanfros para juntas
de topo e às posições de soldagem.
Conheça essa terminologia e analise a figura correspondente a cada uma delas.
Junta de topo
Fig. 6
Junta de ângulo em L
Fig. 7
Junta de ângulo em T
Fig. 8
Junta sobreposta
Fig. 9
Junta de aresta
0º – 30º
Fig. 10
Fig. 11
Com chanfro em V Com chanfro em X
(simétrico ou assimétrico)
Fig. 12 Fig. 13
Fig. 14 Fig. 15
Fig. 16 Fig. 17
Fig. 18 Fig. 19
Terminologia relativa às posições de soldagem
· Posição plana
1G
1F Fig. 21
Fig. 20
· Posição horizontal
2F 2G
Fig. 22 Fig. 23
· Posição vertical
3F 3G
Fig. 24 Fig. 25
· Posição sobrecabeça
4F
4G
Fig. 26
Fig. 27
5F 5G
Fig. 28 Fig. 29
6G
Fig. 30
Simbologia de soldagem
É uma forma de representar, no próprio desenho do equipamento, dados específicos
de soldagem.
A simbologia da soldagem tem por finalidade, dentre outras coisas, facilitar ao
inspetor de Ensaios Não Destrutivos (END) a localização, no equipamento, da região a ser
examinada e o conhecimento de alguns dados sobre a geometria da junta.
Observe os seguintes símbolos:
Vamos examinar, agora, as partes dos símbolos de soldagem que você necessita conhecer.
Exemplos:
Observações genéricas sobre a representação gráfica
dos tipos de chanfro
Representação gráfica localizada abaixo da linha de referência
Quando a representação gráfica está localizada abaixo da linha de referência, significa
que o chanfro está do lado da junta para o qual a seta aponta.
Examine as ilustrações a seguir.
Lado Lad
Lado B oA
B Lado
A
Lado Lado
B A
Lado Lad
B oA
Lado Lado
A A Lado Lado
B A
Representação gráfica localizada acima e abaixo da
linha de referência
Uma representação gráfica pode estar indicada, simultaneamente, acima e abaixo da
linha de referência. Quando isso acontece, significa que a junta possui chanfro duplo em
uma das partes ou nas duas.
Lado Lad
Lado B oA Lado
A A Lado Lado
B A
Lado Lad
Lado Lado
B oA
A A
Lado Lado
B A
Representação gráfica do tipo de chanfro da junta
O tipo de chanfro da junta é indicado por uma representação gráfica localizada junto à
linha de referência, na região média, acima ou abaixo da linha.
Observe, inicialmente, a posição onde deverá ser colocado o símbolo que identifica o
tipo de chanfro.
Solda desejadaSímbolo
Solda desejadaSímbolo
Solda desejadaSímbolo
Solda desejadaSímbolo
Solda desejadaSímbolo
Solda desejadaSímbolo
Chanfro em V e X
No caso de juntas com chanfros simples (V) ou chanfro duplo (X), a falta de
indicação da profundidade do chanfro significa que a solda deve ter penetração total.
Solda desejadaChanfro em X
Chanfro em meio V e K
Chanfro em U e duplo U
Chanfro em J e duplo J
Exemplo 1
Exemplo 2
Por esta representação, concluímos que o membro A do conjunto deverá ser, obrigatoria-
mente, chanfrado.
Exemplo 3
Neste exemplo não há obrigatoriedade de que o chanfro seja na parte B. Poderia ser na
parte A, pois a seta não é quebrada.
Exemplo 4
EPS 29 A
AR
No lugar onde aparece a letra R, deve ser colocado o número, em milímetros, que
indica a abertura da raiz. Então, R representa a abertura da raiz.
No lugar onde aparece a letra A, deve ser colocado o número, em graus, que indica o ân-
gulo do chanfro.
A indicação deve vir sempre dentro da representação gráfica do tipo de chanfro.
3
3
60º
Solda com ângulo
60º de 60º
60º
Solda com abertura
de raiz de
2mm e de ângulos
2 de 60º e 45º
60º
45º 2
2
45º
SE
5 (8)
Exemplo 2
10 8
Obs.: Para soldas com pernas desiguais, as dimensões devem ser indicadas do lado es-
querdo do símbolo e entre parênteses, conforme figura a seguir. A orientação da solda deve
ser mostrada no desenho, quando necessária.
(6x8)
6 (6x8)
Solda desejada
Representação gráfica da solda em ângulo comRepresentação
pernas de 6mmgráfica
e 8mmda solda em ângulo com pernas específicas
de 6mm e 8mm
Eletrotécnica básica
Nesta seção...
Introdução
Circuitos
Correntes elétricas
Curvas características
Praticando
3
Eletrodo Revestido – Eletrotécnica básica
Introdução
O profissional de soldagem não precisa ter conhecimentos profundos de eletrotécnica,
porém é fundamental que compreenda alguns conceitos básicos dessa área, a fim de poder
manusear os equipamentos de soldagem com eletrodo revestido de forma correta e com se-
gurança.
Esta seção apresenta os termos técnicos indispensáveis à compreensão da eletrotécnica
aplicada à soldagem manual a arco elétrico com eletrodo revestido e os tipos de corrente de
alimentação da rede, bem como as curvas características do arco elétrico.
Circuitos
Com base na comparação entre as Figuras 1 e 2, bem como nas informações contidas
no quadro a seguir apresentado, é possível ter uma visão clara acerca do funcionamento
dos circuitos elétricos e hidráulicos. Vamos conferir?
Volume circulante
Resistência
Fig. 1 Fig. 2
SENAI-RJ 69
Grandeza
Símbolo Unidade
Hidráulica Elétrica
Quadro 1
Circuito elétrico
No circuito elétrico, a força motriz da corrente elétrica é obtida sob a forma de tensão
(V), por meio da fonte de corrente elétrica, em volt (V).
A corrente elétrica é obtida por movimento de elétrons no condutor elétrico. A
intensidade de corrente I, em ampere (A), é equivalente ao número de elétrons que passa
por um condutor em um dado intervalo de tempo. Ela cresce com o aumento de tensão.
A resistência elétrica (R), em ohm, é obtida por meio de um condutor elétrico com
baixo valor de condutividade elétrica, como é o caso do arco elétrico.
Todos os tipos de resistência elétrica provocam queda na intensidade de corrente.
Circuito de soldagem
O arco elétrico é a principal resistência nesse tipo de circuito, determinando os
valores da corrente de soldagem e da tensão do arco elétrico.
Nos cabos de solda encontram-se resistências de valores muito pequenos.
Circuito hidráulico
A força motriz do fluxo hidráulico pode ser obtida por meio de pressão da bomba. O
volume circulante é o fluxo no tubo condutor. Ele cresce com o aumento da pressão.
O estreitamento obtido por meio de um registro de água e todas as outras resistências
relativas à tubulação reduzem o fluxo de água, aumentando a pressão.
Correntes elétricas
Será que toda corrente elétrica flui no mesmo sentido e possui força igual?
Nos itens que seguem você vai encontrar informações que ajudam a esclarecer essa
per- gunta. Siga em frente!
Tipos de corrente
Agora, analise três tipos de correntes apresentados, para conhecer suas principais
carac- terísticas e uso mais frequente.
Princípio de funcionamento
CORRENTE ALTERNADA
Tensão em volt
Tempo
Gráfico 1
Ondulação grande
Tempo
Gráfico 2
Princípio da corrente alternada trifásica
Tensão em volt
Tempo
Gráfico 3
Tensão em volt
Ondulação pequena
Tempo
Gráfico 4
Quanto menor for a ondulação da corrente, melhores serão as condições durante a soldagem.
Curvas características
Tanto o arco elétrico como as fontes de corrente apresentam curvas características,
cujas propriedades serão explicadas através de exemplo e gráficos. Confira!
Arco elétrico
Observe a Lei de Ohm, ou seja:
V = R •I ou V
R I
Agora, vamos aplicá-la ao exemplo seguinte.
Ao atribuir um determinado valor para a resistência R (0,2, no caso), e variando a
inten- sidade da corrente (I), calcula-se a tensão (V). Portanto:
V = R •I
V = 0,2 . 100 = 20 volt
V = 0,2 . 200 = 40 volt
V = 0,2 . 300 = 60 volt
Esse mesmo exemplo pode ser também representado por um diagrama V • I, conforme o
gráfico a seguir.
V em volt
I em ampere
Gráfico 5
linha da resistência apresenta-se como uma linha reta. Considerando-se a resistência do arco elétrico, essa reta é a linha caracte-
Fontes de corrente
São de dois tipos: tombante e de tensão constante. Vejamos como se apresentam.
arco longo
V arco curto
I em ampere
I
Gráfico 6
tipo de curva apresenta a seguinte vantagem: tanto para arcos curtos quanto para longos, a variação da intensidade da corrente é p
V em volt
V arco curto
I em ampere
I
Gráfico 7
Curvas de tensão constante também apresentam vantagens, ou seja, a variação da intensidade da corrente para arc
No consumo público, a corrente contínua praticamente não é usada. Em seu lugar, usa-se a corrente alternada, sen
CIRCUITO ABERTO
CURTO-CIRCUITO
(momento de abertura do arco)
Fig. 4
DURANTE A SOLDAGEM
Fig. 5
Comprimento do arco elétrico
Agora, verifique nas figuras apresentadas a seguir como a variação do comprimento
do arco elétrico altera a tensão de trabalho.
Fig. 6
Fig. 7
Fig. 8
É importante destacar ainda que o comprimento a do arco elétrico, ou seja, a distância
entre o eletrodo e a peça, deve ser:
• no caso de eletrodos revestidos, com revestimento do tipo rutílico e celulósico = 1 x d; e
• no caso de eletrodos revestidos, com revestimento do tipo básico = 0,5 x d, onde d é o
diâmetro do eletrodo.
o muito longo induz à falta de penetração, intensifica o sopro magnético e pode provocar poros no cordão de solda, no caso de el
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
()I=R.V
( ) V= R
I
( ) I= V
R
()R=V I.
3. Que tipo de curva característica de fonte de corrente tem a máquina para soldar com
eletrodo revestido?
( ) Curva ascendente
( ) Curva tombante
( ) Curva constante
( ) Curva plana
6. Na soldagem em posições difíceis, deve-se usar arco curto. Neste caso, qual a
conse- quência na tensão de arco?
( ) A tensão diminui.
( ) A tensão não se modifica.
( ) A tensão aumenta.
( ) A tensão é igual a zero.
Equipamentos para soldagem
Nesta seção...
Praticando
4
Eletrodo Revestido – Equipamentos para soldagem
SENAI-RJ 83
Agora, conheça as características gerais requeridas por uma fonte de corrente para
sol- dagem:
• Tensão de soldagem baixa (aproximadamente de 10V a 40V).
• Corrente de soldagem alta (aproximadamente de 30V a 450A).
• Corrente de soldagem regulável.
• Proteção contra curto-circuito.
• Pequena instabilidade da corrente elétrica e do arco durante a soldagem.
Nos itens a seguir você vai conhecer, de forma detalhada, cada um dos equipamentos
citados.
Transformador
Princípios de funcionamento
Veja, na figura a seguir, os componentes dessa fonte de corrente.
I1 I2
L1
V1 V2
(Circuito da rede) (Circuito de soldagem)
Bobina secundária
L2
Ferro
Bobina primária
Símbolo do equipamento: .
Regulagem
A regulagem da corrente de soldagem pode ser realizada tanto pelo interruptor gradual
quanto por meio do núcleo de dispersão, conforme você pode verificar através das figuras
apresentadas a seguir.
Interruptor gradual
É por meio desse interruptor que se altera o número de espiras no primário. Dessa
forma, a relação entre o primário e o secundário acaba se modificando também. Observe
na figura a seguir.
I1 Interruptor gradual I2
I
V2
(Circuito de soldagem)
V1
(Circuito da rede)
II
Ferro
Bobina secundária
Bobina primária
Campo magnético pulsante
Fig. 2
Núcleo de dispersão
Mediante o movimento desse núcleo, seja para dentro ou para fora, altera-se o fluxo
mag- nético no secundário para mais ou para menos. Confira a regulagem na figura seguinte.
I1 I2
V2
(Circuito de soldagem)
V1
(Circuito da rede)
Fig. 3
Eletricista Soldador
Ligação
Observe na figura ao lado as
Transformador de solda sem partes rotativas
indicações para efetuar a ligação cor-
reta do transformador de solda, sem
partes rotativas, tanto pelo eletricista
quanto pelo soldador.
Fig. 4
Em casos de maior risco elétrico, você deve utilizar transformadores com tensão em vazio de 42V, independenteme
Retificador
Princípio de funcionamento
Os componentes dos equipamentos são apresentados na Figura 5. Nela, você pode
obser- var que o elemento retificador (diodo) possibilita a passagem da corrente elétrica
somente em uma direção e pode ser compreendido como uma válvula elétrica de retenção.
L1 L2 L3
Bobina primária
Diodo
Bobina secundária
RETIFICADOR COM VENTILAÇÃO
TRANSFORMADOR
Fig. 5
Confira!
eletricista soldador
Fig. 6
Gerador
Princípio de funcionamento
Nesse equipamento, além de motor elétrico, podem ser utilizados motores a gasolina,
a diesel ou a álcool.
A figura a seguir mostra os componentes do gerador. Analise-a com atenção e observe
que, para pôr o gerador em funcionamento, a chave estrela-triângulo possui dois estágios:
• inicialmente, devemos ligar o primeiro estágio e esperar o motor estabilizar a rotação; e
• somente depois ligamos o segundo estágio.
Ligação estrela-triângulo
Rotor
Coletor
Estator
Escova de carvão
Motor Gerador
Induzido
Ventilador
Fig. 7
O gerador com motor elétrico, a gasolina, a diesel ou a álcool produz corrente contínua.
O símbolo do equipamento é MG .
Controle
Rede DC
Fig. 8
Observe o sentido de rotação.
Em caso de maior risco elétrico: tensão máxima de 100V em circuito aberto.
A essa altura, você deve ter observado que o uso das fontes de corrente implica riscos,
perigos, e deve ser feito com muita responsabilidade, para evitar acidentes.
Por isso, você precisa estar sempre alerta e tomar os cuidados necessários no que se refere:
• à tensão da rede;
• aos fusíveis, em caso de altas amperagens; e
• ao acoplamento das tomadas.
oldador, lembre-se de que trabalhos em ligação na rede, tais como aparafusar e apertar, só devem ser realizados pelo eletricista.
270
Arco aberto
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 min
Fig. 9
Ciclo de trabalho em 60%
Esse ciclo significa que, no total de cinco minutos, podemos soldar durante três minutos
apenas. A corrente de soldagem pode ser maior do que no caso em que se trabalha com
100%.
Vejamos como ocorre esse ciclo, por meio da formulação e da figura que se seguem.
Fator operacional: arco aberto x 100% = 3 x 100 = 60%.
ciclo 5
A
350
Pausa
Pausa
Pausa
Arco aberto
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 min
ciclo ciclo
Fig. 10
425
Arco aberto
Pausa
Pausa
Pausa
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 min
ciclo ciclo
Fig. 11
Exigências para acessórios
de soldagem
As próximas figuras vão ajudá-lo a compreender melhor o significado e a importância
des- sas exigências para a realização da soldagem. Por isso, vale a pena observá-las com
atenção.
Fig. 12
Fig. 13
Fig. 14
Fig. 15
Porta-eletrodo totalmente isolado
Fig. 16
Fig. 17
Fig. 18
Agora, analise a figura seguinte, que trata da seção transversal em cobre e diâmetro
externo de um cabo de solda.
Fig. 19
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
1. Em qual dos ciclos de trabalho de soldagem a seguir relacionados devem ser usadas
menores correntes de soldagem?
( ) 15%.
( ) 35%.
( ) 60%.
( ) 100%.
2. Como se obtém uma contínua regulagem de corrente em um
transformador? ( ) Mudando-se os plugues da bobina.
( ) Movimentando-se os coletores.
( ) Com hidrogênio.
( ) Com acetileno.
soldagem.
7. Como é formada a bobina secundária do transformador de
solda? ( ) Muitas espiras de arame fino.
( ) Transformador.
( ) Regulador magnético.
( ) Coletor.
Metais de base e
consumíveis
Nesta seção...
Introdução
Eletrodos revestidos
Praticando
5
Eletrodo Revestido – Metais de base e consumíveis
Introdução
O carbono é um dos elementos de liga mais significativos. Ele é capaz de propiciar
vários efeitos no processo de soldagem, tais como dureza, sensibilidade às trincas sob
cordão e outros igualmente importantes. Por essa razão, você necessita conhecer muito
bem a respeito tanto da soldabilidade dos aços-carbono comuns e de baixa liga quanto das
funções do revestimento nos eletrodos.
São esses os principais assuntos que vamos tratar nesta seção. Portanto, siga em frente.
Considerações sobre a
soldabilidade dos aços-carbono
No gráfico a seguir, você pode observar a relação entre o teor de carbono e a dureza
máxima dos aços, expressa em porcentagem.
SENAI-RJ 103
70
60
50
40
30
20
10
Gráfico 1
Carbono equivalente
Embora o carbono, no aço, seja o elemento de liga mais significativo em relação à sol-
dabilidade, os efeitos de outros elementos de liga podem ser estimados por meio do valor
de carbono equivalente (CE), onde o efeito da quantidade total de elementos de liga pode
ser expressado por meio do seguinte cálculo:
%Mn +
CE = %C +
%Si 4
Eletrodos revestidos
Neste item você vai conhecer como são classificados, por meio de normas, os
eletrodos revestidos para soldagem de aços-carbono comuns e de baixa liga, bem como as
principais funções do revestimento, os efeitos decorrentes de sua espessura e como
calcular o rendimento em porcentagem.
Classificação
Aços-carbono comuns
Nesse caso, os eletrodos revestidos devem atender à Norma AWS A5.1-91, conforme
de- monstra a Figura 1 que explica a nomenclatura do eletrodo E 7018.
Processo de soldagem
E
18
70
Fig. 1
Essa mesma norma classifica os eletrodos de acordo com o quadro a seguir. Analise-o
com atenção.
Legenda:
• As abreviações indicam as seguintes posições de
soldagem: F (Flat) = Plana
H (Horizontal) = Horizontal
H - Fillet = Horizontal de filete
I (Vertical) = Vertical
OH (Over head) = Sobrecabeça
Processo de soldagem
E 80 18 B1
Elemento de liga
Fig. 2
Agora, conheça os elementos de liga apresentados por essa mesma norma, no quadro
a seguir.
Quadro 2
Funções do revestimento
Compare as figuras apresentadas (eletrodos nu e revestido) para compreender, mais fa-
cilmente, as funções do revestimento relacionadas a seguir.
Fig. 3
Escória
Atmosfera protetora
Fig. 4
porém <=1,55 • d
Fig. 5
Fig. 6
Fig. 7
• Aparência do cordão
Fig. 8
• Penetração
Fig. 9
Fig. 10
Fig. 11
Escolha dos eletrodos revestidos
Para a soldagem de diferentes materiais utilizam-se diversos tipos de eletrodos
revestidos, que só podem ser determinados por técnico especializado em solda, a quem
compete elaborar e qualificar os procedimentos de soldagem. A não observação desse fato
poderá gerar descon- tinuidades na solda.
As recomendações dos fabricantes devem sempre ser seguidas. Para tal existe literatura
abundante e disponível.
Os formulários para o controle dos consumíveis devem ser elaborados e devem fazer
parte do manual de fabricação do equipamento.
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta em cada uma das questões apresentadas a seguir.
1. Qual o valor limite do teor de carbono para uma boa soldabilidade do aço-carbono?
( )
0,11%.
( )
0,22%.
( ) 0,6%.
( ) 2,6%.
( ) Preaquecimento da peça.
( ) 22.
( ) 12.
( ) 60.
( ) Resistência
mecânica.
( ) Grau de deformação.
5. Qual o dígito que representa a resistência mecânica na classificação do eletrodo AWS
E 7018? ( ) E - 7.
( ) 70.
( ) 01.
( ) 18.
6. Qual o tipo de revestimento que proporciona ao eletrodo uma alta taxa de rendimento?
( ) Revestimento contendo pó de ferro.
( ) Revestimento celulósico.
( ) Revestimento rutílico.
( ) Revestimento básico-celulósico.
( ) Grau de penetração.
( ) Elementos de liga.
( ) Processo de soldagem.
Descontinuidade
na soldagem
Nesta seção...
Problemas na soldagem
Sopro magnético
Praticando
6
Eletrodo Revestido – Descontinuidade na soldagem
Problemas na soldagem
Vários fatores costumam ocasionar descontinuidades na soldagem. Alguns deles você
já conhece, como limpeza inadequada da superfície da peça, uso de materiais de má
soldabilidade etc. Mas é preciso saber ainda mais sobre o assunto, pois somente assim será
possível evitar problemas dessa natureza no seu dia a dia de trabalho.
Agora, siga em frente e reflita, com o auxílio das figuras, sobre as condições de
abertura e manutenção do arco elétrico e, depois, analise as causas propriamente ditas de
descontinui- dades na soldagem.
Abertura e manutenção do
arco elétrico
Para evitar problemas na soldagem, você deve observar as etapas e os pontos
indicados a seguir.
Fig. 1
SENAI-RJ 117
Tensão de curto-circuito Tensão de trabalho
Fig. 2 Fig. 3
ocal de abertura do arco deve ser fundido e preenchido pelo cordão de solda, para que não se torne suscetível à ocorrência de trin
monstrado nas figuras que se seguem.
ERRADO
CERTO
Fig. 4 Fig. 5
Sopro magnético
O arco elétrico está, como todo condutor de corrente elétrica, submetido a um campo
magnético. Nos casos em que a distribuição homogênea do campo magnético é impedida,
há um desvio do arco elétrico.
Vejamos, a seguir, as causas mais frequentes do sopro magnético, especialmente no
caso de corrente contínua, bem como as medidas indicadas para evitá-lo.
Campo magnético
Fig. 7
Fig. 8
Soldagem na proximidade do grampo
Fig. 9
Medidas de prevenção
Para evitar o sopro magnético, você deve adotar as seguintes medidas:
• alterar a inclinação do eletrodo para a direção do sopro magnético.
• ligar o cabo-obra à extremidade da peça, ou trocar a ligação do cabo-obra para outra posição.
• pontear em diversos pontos.
• aquecer a peça, quando existir um membro da junta mais espesso do que o outro.
• utilizar corrente alternada, no lugar de corrente contínua.
Descontinuidades na soldagem
Para evitar problema dessa natureza, é preciso estar atento às causas a seguir relacionadas.
Possíveis causas
Mordeduras
Fig. 10
Inclusão de escória
Fig. 11
Poros
Observe nas figuras a seguir como os poros se apresentam ora alinhados, ora agrupados.
Alinhados Fig. 12
Agrupados
Fig. 13
Trincas de cratera
Costumam ocorrer em virtude de:
• retirada brusca do eletrodo da poça de fusão ao terminar a soldagem;
• troca do eletrodo, especialmente com alta amperagem e voltagem.
Fig. 14
Trincas na raiz
Em geral, as trincas na raiz surgem em consequência de:
• material de má soldabilidade;
• resfriamento muito rápido, após a soldagem.
Fig. 15
Trincas longitudinais
Na figura, procure identificar os fatores a seguir relacionados:
• tensões transversais;
{
zona de ligação;
• localização zona fundida;
zona afetada termicamente;
metal de base.
Fig. 16
Trincas transversais
Observe, na figura, como as trincas transversais se apresentam, em função das causas
listadas a seguir:
• tensões longitudinais;
• localização
{ zona fundida;
zona afetada termicamente;
metal de base.
Fig. 17
Falta de penetração
Sua ocorrência se deve a:
• amperagem muito baixa;
• penetração da escória entre os dois
mem- bros da junta na região da raiz,
impedin- do uma fusão completa do
material.
Fig. 18
Falta de fusão
Em geral, decorre de:
• velocidade excessiva de soldagem;
• amperagem muito baixa;
• preparação inadequada da junta.
Fig. 21
Deposição insuficiente
Pode ser ocasionada por:
• ângulo de trabalho inadequado;
• velocidade excessiva de soldagem.
Fig. 22
Desalinhamento
O erro de montagem é, provavelmente, o responsável pelo desalinhamento que provoca
descontinuidade na soldagem.
Fig. 23
Embicamento
Ocorre em função de:
• falta de restrição;
• sequência errada de soldagem;
• número excessivo de passe.
Fig. 24
Reforço de solda
Compare as duas figuras a seguir para compreender melhor os fatores que ocasionam o
problema.
Fig. 25 Fig. 26
Agora, você pode concluir que o reforço de solda ocorre devido:
• ao número excessivo de passes;
• à velocidade de soldagem muito lenta.
Sobreposição
A velocidade de soldagem muito lenta, na posição horizontal, traz como consequência
a sobreposição, conforme você pode observar na figura a seguir.
Fig. 27
Praticando
Assinale com um X a alternativa correta, em cada uma das questões apresentadas a seguir.
( ) Inclusão de escória.
( ) Poros.
3. Qual das causas a seguir pode provocar falta de penetração na junta
soldada? ( ) Tensões transversais na soldagem.
( ) Material de má soldabilidade.
4. Qual das alternativas a seguir explica a elevação dos valores de dureza nas regiões
ad- jacentes ao cordão de solda?
( ) Teor de carbono do metal de base inferior a
( ) Preaquecimento na peça.
( ) Arco longo.
Eletrodo Revestido – Referências
Referências
1. WAINER, Emilio et.
al. Soldagem;
Processos e
Metalurgia. São
Paulo: Edgard Blucher
Ltda., 2004. 494 p. : il.,
graf., tab.
2. MARQUES, Paulo
Villani (Coord.).
Tecnologia da
Soldagem. Belo
Horizonte: ESAB,
1991. 352 p.: il., graf.,
fot., tab. Inclui
bibliografia.
3. ALCANTARA,
Nelson Guedes de.
Tecnologia da
soldagem. São
Carlos: UFSCAR,
1988. 192 p.: il. Inclui
bibliografia.
4. MACHADO, Ivan
Guerra. Soldagem &
Técnicas Conexas:
Processos. Porto
Alegre: Ivan Guerra
Machado, 1996. 477 p.
: il., tab. Inclui índice e
anexos.
5. QUITES, Almir
Monteiro. Introdução
à Soldagem a Arco
Voltaico.
Florianópolis:
Soldasoft, 2002. 352
p. : il., tab., graf.
Inclui bibliografia.
6. CENNI, Mario
SENAI-RJ 127
Agostino. Soldagem trabalho na
com Eletrodos soldagem
Revestidos. São oxiacetilênica. 2.
Paulo: ABS, [S. d.]. ed., São Paulo:
92 p. : il., tab., graf. FUNDACENTRO,
Programa de cursos 1999. 70 p. : il., tab.,
modulares em graf. Inclui
tecnologia da bibliografia.
soldagem.
12. PARANHOS,
7. AGA. Gases e Ronaldo. Segurança
equipamentos para em Operação de
solda e corte Soldagem e Corte.
oxiacetilênicos. Rio Rio de Janeiro:
de Janeiro: AGA, [S. SENAI-RJ/CETEC
d.]. 64 p. : il., fot., tab. Solda, 1998. 54 p. : il.
(Coleção Soldagem
8. BARROS, Paulo
2000). Inclui
Mesquita de.
bibliografia.
Metalurgia da
Soldagem. São 13. SENAI-RJ. Processos
Paulo: Associação de Soldagem;
Brasileira de Segurança e
Soldagem, [S.d.]. 177 Higiene no
p. : il., tab., graf. Trabalho. Rio