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MANIFESTO DA O.T.O.

TIFONIANA

© Kenneth Grant

Concernente ao Culto de
Lam

O Dikpala do Caminho do
Silêncio

Prefácio
O Retrato de Lam de Crowley é um curioso desenho o qual ele incluiu
no seu Dead Souls, exibição feita no Greenwich Village, New Yorke,
em 1919. Naquele mesmo ano foi publicado como frontispício para o
Comentário de Crowley sobre A Voz do Silêncio de Blavatsky. Aquela
foi uma conexão entre o retrato e o Comentário, sub-intitulado Líber
LXXI, que pode ser deduzido da inscrição acompanhado o frontispício,
o qual foi intitulado O Caminho:
Lam é a palavra tibetana para Caminho ou Trilha, e LAMA é Aquele
que vai, o específico título dos Deuses Egípcios, O que Trilha o
Caminho, em fraseologia Budista. Seu valos numérico é 71, o número
deste livro.
Crowley não se lembrou de como se originou este retrato, apesar dele
ter observado muitos anos mais tarde que aquilo foi tirado da vida.
Certamente, e de qualquer maneira, aquele desenho surgiu
no Amalantrah Working, uma série de visões mágickas e
comunicações recebidas em 1918 através da médium do The Camel,
Roddie Minor. Este foi, durante muitos anos, uma continuação
do Abuldiz Working de alguns anos prévios. Em ambos estes
trabalhos, o simbolismo do ovo apresentou-se proeminentemente.
Uma das visões antecipadas do Amalantrah Working terminou com a
sentença "Está tudo no ovo". Durante a última visão sobrevivente
desta Operação, em referência a questão sobre o ovo, Crowley disse
que "Tu há de seguir este Caminho".

Examinando o retrato podemos ver as conexões. A cabeça de Lam é


em forma de ovo e o desenho é chamado O Caminho. No whorlings
da face pode-se ver claramente um ankh estilizado, o símbolo Egípcio
para Ir; como matéria de interesse, ankh pode ser melhor transliterado
em Hebraico com kaph nun aleph, 71. O tema principal da Voz do
Silêncio, claramente trago a tona por Crowley, é que é necessário
estabelecer um contato com Silêncio Interno. As correspondências
para o Ser-Anão, a consciência fálica, Harpocrates, Hadit; e o tema é
muito difundido nos escritos de Crowley. É de importante nota neste
contexto que ALIL, ‘a imagem do Nada e do Silêncio’, enumera-se 71.

Crowley deu o desenho a Kenneth Grant em maio de 1945, seguindo


um trabalho astral no qual os dois estavam envolvidos. Desde então
tornou-se aparente que Lam de fato é uma entidade trans-mundana
ou extra-terrestre, com o qual alguns grupos de Magistas tinham
estabelecido contato, mais notoriamente Michel Bertiaux em 1960 e o
grupo da O.T.O. inicia em 1970. Muito ficou obscuro, de qualquer
maneira, conseqüentemente a necessidade de promover investigação
desta entidade.

A idéia de entidades extra-terrestres parece causar dificuldades em


algumas pessoas, associando isso com o que se faz no campo
selvagem da ficção científica. Entretanto, há uma boa riqueza de
material para sugestionar o antigo clichê de que a verdade é tão
estranha quanto a ficção. Veja, por exemplo, The Sirius Mystery de
Robert Temple. Quer estes seres, sejam considerados visitantes do
Espaço Exterior, ou brotando das profundezas de algum Espaço
Interior, não é uma coisa nem outra. A dicotomia de ‘interior’ e
‘exterior’ é puramente conceitual, erguendo-se da noção dualista de
um ser individual que de algum modo está separado do resto do
universo, o qual está de alguma maneira, ‘lá fora’. Há de fato, o nada
sem consciência como um continuum. Esta posição é explorada no
artigo Going Beyond que apareceu na primeira edição de Starfire.

Lam é discutido em vários lugares nos trabalhos de Kenneth Grant,


mais notavelmente em Cults of Shadows e Outside the Circles of
Time, e o interessado leitor é referido a eles. Um relato mais
prolongado de Lam está sendo planejado para uma futura edição de
Starfire. Entretanto, o seguinte documento emitido pela O.T.O. será de
interesse, dando o método de vizualização rapport com Lam pelo uso
do retrato como portal.

I
Preliminar
Considera-se advertido pelo Soberano Santuário regulamentar e
examinar resultados concluídos com êxito por membros individuais da
O.T.O. que estabeleceram contato com a Entidade Mágicka conhecida
como Lam. Nós, conseqüentemente, estamos fundado um Culto
interno deste dikpala para o propósito de avaliar relatos precisos de
tais contatos.

Gravações do rapport devem ser detalhadas da maneira sugerida


em Líber E vel Exerciturum e devem conter qualquer pesquisa dentro
das interpretações Qabalísticas do Nome e Número de Lam, e um
estudo de suas conexões com os conceitos padrões da Corrente
Dupla (93/696).

Também tem sido advertido regularizar o modo de rapport e construir


uma fórmula mágicka para estabelecer comunicação com Lam.

O retrato do dikpala, o qual foi reproduzido no The Magical


Revival pode ser usado como foco visual servindo de Yantra, sendo o
Nome Lam o Mantra; e o Tantra é a união com o dikpala pela entrada
no ovo pelo Espírito representado pela Cabeça. A entrada pode ser
feita projetando a consciência através dos olhos.

Será notado que a entidade é pintada sem orelhas, o que sugere que
Lam, em algum senso, está conectado com o Silencioso Æon sem
Palavras de Zain. O fato do retrato ter sido usado por Therion como
frontispício para A Voz do Silêncio (H.P. Blavatski) pode ter um
significado mágicko preciso. Ele foi originalmente reproduzido no The
Equinox III(1), após o quinto ano do "volume do silêncio’ durante o
qual nenhuma edição do The Equinox foi publicado. The Equinox era o
Órgão Oficial de divulgação da A\A\ (Argentum Astrum), a estrela de
Prata representada astronomicamente pela estrela Sirius, a Estrela de
Set.

II
O Procedimento Mágicko
O modo de entrada no Ovo procede como se segue. Cada votary é
encorajado a experimentar e envolver-se em seu próprio método
destes procedimentos básicos:

1. Sente-se em silêncio diante do retrato.


2. Invoque mentalmente pela repetição silenciosa do Nome.
3. Se a resposta for positiva, e não antes disso, entre no ovo,
funda-se com aquele que está no interior e olhe fora através dos
olhos da entidade que aparece agora ao votary em um mundo
alien. (Adumbrações de identidade com Lam podem ser
vivenciadas com um forte senso de
irrealidade, infamiliaridade do universo ‘objetivo’.)
4. Sele o ovo, i.e. feche os olhos de Lam e aguarde
desenvolvimentos.
5. Ao primeiro sinal de stress ou fadiga retorne para consciência
mundana abrindo os olhos e oozing fora do ovo na forma
determinada pela experiência interna.
6. Faça astralmente o Banimento do Ritual do Pentagrama da
Terra nos Oito Espaços, e grave todas as experiências em
detalhes dando atenção especial as fases lunares (celestiais, e
quando aplicáveis, terrestres) e qualquer fenômeno
psicofisiológico que acompanhe a experiência.

A invocação de Lam somente pode ser executada em um Círculo


completamente protegido, que envolve nas Oito Direções do Espaço o
Ritual Menor do Pentagrama da Terra Banindo, seguido pela
invocação do Ritual do Hexagrama da Terra. Em seguida faça uma
invocação silenciosa a Aiwass e tenha uma intensa aspiração a
Yuggoth e ao mais Antigo Um, antes de começar a meditação em
LAM.

É sugerido que os votaries que experimentem esta técnica submetam


suas anotações a membros do Soberano Santuário da O.T.O.
Sincronias que são consideradas significantes, isso, além de ajudar e
facilitar futuras Operações, podem ser incorporados com o objetivo de
estabelecer maior e mais profundo rapport.

Trabalhos em grupo são considerados inoportunos. Cada votary


trabalha isoladamente ou somente com seu ou sua parceira mágicka,
através dos Trabalhos do IX°. Mas Operações desta natureza são
consideradas extremamente perigosas nesta área, mesmo que ambas
as partes sejam oficialmente IX°. Uma observação similar se aplica as
Operações do VIII°, mais enfaticamente no que concerne Operações
Lunares, as quais são consideradas sem valor para serem efetuadas
neste contexto.

Cada votary trabalhará independentemente e não devem estar cientes


da identidade de outros Membros do Culto. Isso é importante se a
evidência objetiva ou tão chamada científica de Contato ainda está
para ser obtida.

Podem levar anos para que evidências significativas se acumulem no


que concerne o contato com Lam e – se Lam é o Portal – com aqueles
que existem além. Pode ser que a comunicação com o dikpala resida
no congresso com os Padres escolhidos por Lam, ou com um dos
possessos, evidente característica peculiar a este trabalho. Em
qualquer caso novos procedimentos terão de ser inventados. No
presente momento, é aconselhável confinar os experimentos ao modo
de intercurso mental ou astral. Uma Ordem Interna do Culto pode – e
será se necessário – ser informada de outros modos de Trabalho.
III
Porque o Culto foi Fundado neste Momento
O Culto foi fundado devido a forte intimação recebida por Aossic
Aiwass, 718'.' para o efeito de que o retrato de Lam (o original
desenho o qual foi dado por 666'.' a 718'.' sob circunstâncias curiosas)
é o foco presente de uma energia extra-terrestre – e talvez trans-
plutônicas – a qual a O.T.O. esta requerida a comunicar neste
momento crítico, para que nós possamos agora introduzir-nos nos
Oitenta mencionados n’O Livro da Lei. É nosso objetivo obter alguma
introspecção não somente sobre a natureza de Lam, mas também
sobre as possibilidade de usar o ovo como um aspaço-capsula astral
para viajar aos domínios de Lam, ou explorar espaços extra-terrestres
no senso ao qual os Viajantes-Tantricos da O.T.O. estão explorando
os Túneis de Set em cápsulas intra-cósmicas e chthonianas.

Membros da O.T.O. que se sentem fortemente atraídos a este Culto a


Lam são convidados a solicitar participação deste. Está aberto
somente a membros da Ordem. Deve-se se contactar Frater Ani Asig,
375'.' do Soberano Santuário da O.T.O. e devem submeter-se a uma
aceitação das condições deste Trabalho delineados aqui, de forma
digitada, assinada e formal.

Deve ficar compreendido que proficiência na Fórmula Mágicka deste


Culto não comporta necessariamente elegibilidade para avanço na
O.T.O., isso é um parecer da Ordem.

© Kenneth Grant
O.H.O. da O.T.O.
Londres e Miame; Equinócio de Primavera, 1987

© Tradução de Jesus Aparecidos de Almeida Cid Gabriel Jr.


Original: Conerning the Cult of Lam
Russian translation: О КУЛЬТЕ ЛАМА

Ordo Templi Orientis Tifonia


LAM: O PORTAL

 
© Michael Staley

© Tradução Fernando Liguori

© Co-tradução Jesus Aparecido de Almeida

satvrnvspublishing@yahoo.com.br

Lam!

Tu Voz do Silêncio

Glifo de Hoor-paar-kraat:

O Ente-Anão, o Deus Escondido.

Portal para o Æon de Maat!

Eu evoco a Ti! Eu evoco a Ti!

Com o mantra Talam-Malat,

Talam-Malat,

Talam-Malat...

O retrato de Crowley de Lam, entitulado ‘O Caminho’, foi primeiramente publicado em 1919


como um frontispício para seu Comentário no The Voice of Silence. De qualquer modo em
nenhum outro lugar nos trabalhos de Crowley há referência dele até 1945, quando um diário
de entrada nos arquivos de Kenneth Grant o interessou. Está claro, de qualquer modo, que o
retrato ergueu-se em conexão com o Amalantrah Working. De 1918-19 quando Crowley
morava em New York. Desafortunadamente, o Arquivo do Trabalho que sobreviveu consiste
apenas dos seis primeiros meses. Todavia, fica claro de um estudo do material sobrevivente
que o Retrato do Lam personifica a quintessência do Trabalho.

A ausência de exegeses de Crowley no Lam nos dá um grande acordo de liberdade e


criatividade para descobrir as implicações por nós mesmos, e usá-las como ferramenta
mágicka e mística em nossa iniciação. O retrato foi republicado no livro de Grant The
Magical Revival[1] em 1972, e algumas vezes desde-visto, por exemplo, o Statement on
Lam publicado pela O.T.O. na Starfire volume I número 3 (Londres 1989). Há muito material
sobre Lam nos livros mais recentes de Grant; de qualquer modo, uma
interpretação definitiva ainda está para surgir. Isto porque nós estamos lidando com alguma
coisa que está vivendo e crescendo, mais propriamente do que um simples material de
estudo acadêmico.
 

Todavia, um amplo sumário está surgindo, o suficiente para tornar claro a função primária de
Lam como o Portal para as extensas e profundas extensões da consciência – nossos extra-
terrestres, Realidade pan-dimensional. De fato, qualquer coisa pode funcionar como o Portal
para estas dimensões. O glifo supremo de Esclarecimento é o lampejo-relâmpago, o acordar
veloz para a Realidade, a qual ilumina a paisagem previamente coberta em trevas.

O lampejo-relâmpago pode ser engatilhado a qualquer momento, e de qualquer modo,


quando as condições são propícias. A acumulação de glamour ao redor do Culto a Lam
torna-o preeminentemente acessível, de qualquer modo. A associação com o Voice of the
Silence torna claro que Lam é um glifo daquela Voz – O Bebê no Ovo, Harpócrates, o Deus
do Silêncio. Este é Hoor-paar-kraat, o ente-anão ou Deus Escondido o qual é o Sagrado Anjo
Guardião. Aqui está um profundo e poderoso elo; Hoor-paar-kraat é a cópula com o
inquebravel a sempre-vinda do substrato de consciência a qual é Maat ou o Tao, e do qual
nós somos terrestres refrações. Isto é por causa da profunda, intrínseca natureza desta
conexão de que cada Iniciado precisa forjar o próprio elo dele ou dela com o Lam, e deste
modo desenvolver um idiossincrático Culto a Lam. A evocação reproduzida no início deste
ensaio é um exemplo, sendo parte do presente Lam Sadhana do autor, encapsulando a
consciência de Lam delineada acima.

Crowley deu o retrato a Grant em 1945. Desde então, a importância de Lam se tornou mais
aparente. Esta importância pode ser percebida rapidamente no Amalantrah Working, mas
suas aplicações extendem-se bem além, isto não era o caso, então Lam seria nada mais do
que uma curiosidade exótica no museu da Crowleyosidade.

O emergente Culto de Lam é de central importância para a Starfire; por enquanto,


entretanto, este artigo examina algumas das sementes no Amalantrah Working e áreas
relatadas. Anexados estão dois relatos de Trabalhos com Lam o qual tem sido submetido a
nós (em linha está somente Um apêndice). A primeira destas tiragens em aproximação
Enochiana; a segunda faz uso de técnicas mágickas delineadas no Statement on
Lam publicada na terceira edição de Starfire.

Crowley foi para os Estados Unidos em 1914 na eclosão da Primeira Guerra Mundial, e lá
permaneceu até 1919. Este período cobre o peso de sua iniciação dentro do Grau de Magus
da A.’.A.’.. Estes anos foram marcados por um sempre-aprofundamento insight e afinidade
com o Taoísmo, como está feito plano no curso do prefácio para o seu Tao Teh Ching –
atualmente uma revisão da recente tradução de James Legge. Este insight saturou Líber
Aleph, O Livro da Sabedoria ou da Loucura, o manuscrito do qual foi quase completo pela
abertura do Amalantrah Working. Líber Aleph é um trabalho central de Crowley onde ele
torna claro a profunda afinidade entre o Taoísmo e Thelema; sem a apreciação desta
afinidade, Líber Aleph aparece pouco mais do que um espalhar de aforismos. O Amalantrah
Working precisa ser visto no contexto desta iniciação. De acordo com o relato de Crowley, o
Trabalho ergueu-se espontaneamente. Ele estava vivendo com uma amante na época,
Roddie Minor. Uma das indulgências dela foi o Ópio, as visões opulentas das quais ela
relatou em voz alta. Em uma particular ocasião a aparente caminhada dela atacou Crowley
como trazido no Abuldiz Working, de alguns anos prévios, e depois de algumas
investigações astrais ele decidiu que havia de fato fios do trabalho recente que foi sendo
selecionado; deste modo foi aberto o Amalantrah Working. Crowley inaugurou sessões
regulares, que tinham lugar aos fins de semana. Ele parecia estar interessado primariamente
no seu uso como oráculo para suas ocupações sobre a próxima semana. Apesar de haver
muitos semelhantes termos-curtos de proeminência oracular, havia também prosperidade de
mais material substancial.

Amalantrah é o nome da entidade com a qual Crowley traficou durante o curso do Trabalho.
Comunicações nunca foram diretas, mas via médium ou vidente, que foi excitada com
drogas, sexo e álcool em várias combinações. O porque dos efeitos destas preliminares, o
aterramento das comunicações eram muitas vezes pobre, a expressão caminhante e difusa
deles; o trigo precisa ser separado do joio, por esta razão, quando considerando o Arquivo. A
Vidente era usualmente Roddie MInor apesar de que em algumas ocasiões outra mulher
assumia o Ofício. As visões muitas vezes começavam em um Templo na mata a qual era
percebida pelo Vidente. Este Templo era povoado as vezes pela dupla aparência destes
participantes, e incluído em ocasiões ausentes colegas.

Várias das visões recentes são muito sugestivas ao retrato do Lam. Considere por exemplo o
seguinte:

Eu comecei por perguntar por uma visão contendo uma mensagem. Primeiro eu ouvi uma
água murmurante e vi uma casa de fazenda no meio de árvores e verdes campos. A casa e as
outras coisas desapareceram e uma yoni negra apareceu bem onde a casa estava. Em
seguida eu perguntei de onde a mensagem virá? Imediatamente soldados com armas
apareceram vagando ociosamente sobre o lugar, e um rei num trono onde a casa estava.
Então eu perguntei novamente por uma mensagem e vi um ovo no qual estavam muitas
pequenas convoluções de algo igual carne, substância da qual formariam alguma coisa. O ovo
foi colocado numa figura oblonga como em um quadro. Ao redor dele estavam nuvens,
árvores, montanhas e água, chamado ‘os quatro elementos’. Um camelo apareceu na frente
da figura toda. Em seguida eu tentei descobrir quem era aquele rei. Ele se parecia mais com
Prof. Shotwell do que qualquer outro. Isto é, ele era ‘simples, democrático’ e muito estudado e
fino. Certamente ele não era um rei pertencente a nenhum reino limitado por fronteiras de
países, mas ele era um rei de homens ou um rei de um mundo. Eu perguntei seu nome e a
palavra “Ham” apareceu entre o ovo na figura oblonga e os soldados ao redor do rei.

O ovo é um glifo de normal-ocorrência através das visões do Amalantrah Working. Ele é,


claro, um glifo de nascimento – o ovo o qual contém o potencial de tudo que está para vir. Há
uma referência numa das visões de Geburah ‘adaptada para’ o ovo. Geburah é neste
contexto a espada a qual fere o ovo, ou o relâmpago que reluz e que o separa, dando
nascimento ao potencial interno secreto. Desde que os elementos desta visão particular são
a fundação para muito da subseqüente análise, um extrato do Arquivo seguinte. Neste
extrato, ‘T’ é Therion, e ‘A’ é Achitha, o mote da vidente, Roddie Minor. ‘O Bruxo’ é
Amalantrah. Arcteon é o mote que foi dado a Charles Stansfield Jones por Amalantrah. O
material agrupado no Arquivo indicam ambos lacunas e aparte de Crowley ou outros.

[Sábado] 27 de Abril de 1918 10:08 p.m.

O Bruxo muito sério e olha a Achitha em um modo muito contemplativo. Parece aprovar. A
Tartaruga é a coisa mais proeminente no Templo. Criança está lá, leão e Barzedon. Arcteon
tem um lugar muito proeminente; ele é um homem alto que sempre aparece no Templo.

T: ‘Qual é o trabalho deste fim de semana?’

A: ‘Geburah.’

T: ‘Geburah aplicada a que?’

A: ‘O ovo. O ovo está descansando no ponto dos topos das montanhas, muito afiado. Água ao
redor, flores de lótus nela.’

T: ‘Ovo é o símbolo de algum novo conhecimento, não é?’

A: ‘Gimel, Lamed’ (=primavera, fonte.)

T: ‘O que isto quer dizer?’

A: ‘Eu não sei; seguido do símbolo da montanha e da flor de lótus.’

T: ‘Como nós fazemos para quebrar e abrir o ovo?’

A: ‘Em plano de linguagem isto quer dizer que Tu hás de ir neste Caminho.’

T: ‘Isto não é um plano de linguagem. Como podemos ter este novo conhecimento?’

A: ‘Não faça perguntas tão depressa. Espalhe a aveia selvagem; vá dentro de (...) dentro da
Mãe... (T[herion]: Você está certo, você está certo.) (A[rcteon]: Eu acho que ambos vocês
estão saindo da rotina.) para nascer novamente.’

T: ‘E sobre a Missa do Espírito Santo?’

A: ‘Aquilo nada tem a ver com isso. Você foi despedaçado em todas as coisas. Eu terei que
estabilizar todas as conexões com tudo novamente. Adentrando a Mãe para nascer
novamente, você tem uma Nova Vida e então a Terra está coberta com flores maravilhosas, e
abelhas vem até as flores para pegar mel para estocar, e o mel é o elixir estocado. Eu vejo
uma colina muito íngreme. (Eu acho que (...) está jogado fora.) A Mãe ficando (...) em baixo
observando a criança. Eu não sei se ela está indo salvá-la ou vai depois disto ou o quê. Flores
de Lótus na água novamente.’

A referência à flor de lótus em associação com o ovo, e mais tarde a criança são
significantes. Eles sugerem que o bebê no ovo, Harpócrates, muitas vezes pintado como
sentado sobre uma flor de lótus. A montanha é um símbolo de iniciação, de comunhão com
os deuses; exemplos são o Monte Arunachala e o Monte Kailas, e a história de Moisés
ascendendo a montanha para receber a Palavra de Deus. As letras Hebraicas Gimel e
Lamed dão GL, que quer dizer ‘primavera, fonte’. O retrato de Lam mostra claramente uma
emanação mosqueada ou umbra do topo do ovo, como o efeito duplicado de uma fonte na
luz do Sol, ou a ‘fonte do orvalho’ que mostra-se do Chakra Sahasara quando a Serpente do
Fogo eleva-se no Sushumna. A publicação original do retrato em 1919 não mostra isso,
presumivelmente porque era muito sutil para as técnicas de reprodução que então
prevaleciam; publicações subseqüentes no The Magical Revival, Outside the Circles of
Time e Starfire Volume I número 3 (1989) de qualquer modo mostra-o claramente. Os
Arquivos das últimas sessões sobreviventes faz séria referência a Gimel e Lamed, como o
extrato seguinte mostra:

[Domingo] 16 de Junho de 1918.

O Bruxo muito natural – o povo de costume lá.

T: ‘Símbolo para a próxima semana?’

A: ‘245’: (homem perfeito; fel; RVCH AL (O Espírito de Deus).)

T: ‘Explique, por favor.’

A: ’83 explica um lado disto’. (83= orvalho, onda etc) ’74 explica o resto.’ (74= ??? etc). 83=
Gimel 74=Lamed

33. Primavera, fonte. Talvez queira dizer que o caminho está limpo.

Aqui Gimel e Lamed são novamente mencionados, desta vez como os dois lados da
Perfeição os quais estão integrados em Adam Qadmon, O Homem Perfeito. Esta referência a
Perfeição sugere o Tao; também sugere Maat como o Æon Perfeito. Gimel e Lamed quando
numeradas por extenso são 83 e 74 respectivamente, e se combinam como 157, o número o
qual Crowley assinou para a sua revisão de tradução do Tao Teh Ching do Legge.

Ele completou sua revisão durante o seu Retiro Mágicko em Oedipus Island no verão de
1918; e ele relatou no Prefácio publicado de como ele evocou Amalantrah para elucidar
certas passagens obscuras. A atribuição de 157 para o seu Tao Teh Ching, então, nos dá
séria confirmação do substrato Taoísta do Amalantrah Working, e reforça a identificação
com o Tao.

O retrato de Lam mostra um Chakra Ajna bem-desenvolvido, o qual pode ser visto como
um ankh estilizado. Junto com o modelo da umbra antes mencionada, a figura de uma xícara
ou cálice é claramente delineada. GL também quer dizer uma ‘tigela’ ou ‘cálice’. Isto sugere
que se Gimel e Lamed são os dois lados da Perfeição, então a Perfeição é o Supremo Cálice
ou Graal, a Taça de Babalon, o Útero da Mãe. Esta interpretação é sublinhada pela
passagem no Comentário para o Líber LXV (O Livro do Coração Cingido com a
Serpente).

 
Pe é a letra do Atu XVI, a ‘Casa de Deus’ ou ‘Torre Fulminada’. O hieróglifo representa a torre-
símbolo do ego em seu aspecto fálico, ainda calado, i.e. separado. Esta torre é golpeada
duramente por um flash-relâmpago de iluminação, o impacto de um S.A.G. e a Espada
Flamejante de Energia que vai de Kether a Malkuth. Dali são colocados em frente a duas
figuras representados por suas atitudes a letra Ayin; estes são os dois gêmeos (Hórus e
Harpócrates) nascido ao abrir do Útero da Mãe (o segundo aspecto da Torre como ‘uma
primavera calada, uma fonte selada’).

Esta passagem sublinha a menção recente de Geburah aplicada ao ovo, o flash-relâmpago


sendo neste caso, um tipo de Geburah. Temos, então, uma identidade entre o Tao e a Taça
de Babalon, ambos sendo Perfeição; e, é claro, “O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não
dois; não, são nenhum!” (AL I:45). A referência a ‘primavera calada, uma fonte selada’ é
da Canção de Salomão:

Um Jardim obstruído é minha irmã, minha noiva, uma primavera calada, uma fonte selada.

Isto indica um útero grávido, antes da celebração de virgindade; calar ou selar é obstruir
alguma coisa que tinha fluído anteriormente. Isto é, então, uma frase apta usada por Crowley
no contexto da citação acima deste seu Comentário para Líber LXV. Além do mais, recorda a
passagem do The Magical Revival de Kenneth Grant:

Crowley usou a estrela sétupla como base para o selo que ele formulou para a Grande
Fraternidade Branca. O maior emblema da Estrela de Prata é, assim, o selo sétuplo sobre a
Yoni da Deusa das Estrelas. Nas yonis ou triângulos, aparecem as sete letras do nome
B.A.B.A.L.O.N. No centro, uma vesica é mostrada bloqueada ou barrada, indicando a
presença da semente secreta; o ponto tornou-se a linha, o diâmetro tornou-se a circunferência.
Esta semente é o ‘eremita’, a oculta, mascarada, anônima essência masculina no processo de
gerar sua imagem como o filho-sol na deusa Mãe. Este é portanto o Selo de Set que abre o
útero de sua mãe, assim como a estrela Sótis abre o Círculo do Ano.

 
(Grant, The Magical Revival, p.48)

Set é Hoor-paar-kraat, a ‘semente secreta’, o Deus Escondido, liberado do ovo pela força
despedaçante do flash-relâmpago de iluminação. Em Olla, Crowley define Silêncio como o
Caminho do Flash-Relâmpago. Silêncio neste contexto não é simplesmente ausência de
barulho ou movimento: é a ‘voz ainda menor’ da qual manifestações desdobraram-se, o
potencial o qual ergueu-se para o atual, o nome na o qual realça o fenômeno. O Ovo do
Silêncio é tipificado por Lam; embarcar no culto a Lam é por esta razão evocar o Deus
Escondido, o Sagrado Anjo Guardião. Isto é iniciação, a viagem interna que é
simultaneamente externa, pois o microcosmos e o macrocosmos não são dois, mas um. Lam
é o Portal para o lado-exterior – estes transes de consciência que jaz além das fronteiras do
que consideramos nós mesmos.

Este Portal, e esses transes não são nada novos. A meta de toda tradição mágicka e mística
é Gnosis – O acordar para a Realidade. A nominalisação desta meta é legião, pois todos os
caminhos levam a Roma. Similarmente, cada Iniciado terá sua ou seu próprio Portal, mas
cada Portal se abrirá para a  mesma Realidade.

Vamos analisar resumidamente a evocação que foi reproduzida nesta edição.

Lam!

Tu Voz do Silêncio...

A associação de Crowley do retrato de Lam com o The Voice of Silence indentifica-o como


um glifo daquela Voz. A associação está sublinhada com a atribuição de 71 para ambos o
retrato e o Comentário, como fica claro pela inscrição que acompanhava o retrato como
publicado originalmente:

Lam é a palavra Tibetana para Caminho ou Trilha, e LAMA é aquele que Vai, o título
específico dos Deuses do Egito, o que trilha o Caminho, em fraseologia Budista. Seu valor
numérico é 71, o número deste livro.

A metátese de LAM é ALM, também 71, uma palavra Hebréia que quer dizer ‘silêncio,
silencioso’. O Silêncio é o noumenon que realça e impregna o fenômeno, o continuum do
qual todas as coisas são simultaneamente facetas e o todo. O Silêncio é a tranqüilidade no
coração do barulho, a calma no coração da atividade, o estar no coração do ir, e o vazio no
coração da matéria. Estas justaposições podem parecer meramente revelando em paradoxo;
o fato é, ainda que, aquela razão é uma ferramenta de aplicação limitada, e o paradoxo é um
meio termo do ponto além dos contrários aparentes. O ‘Caminho’ ou ‘Trilha’ é uma referência
ao Tao. O ‘Caminhador da Trilha’ é o iniciado, trilhando o caminho da iniciação. Isto traz à
mente as linhas finais de ‘Papo de Peregrino’ no Livro das Mentiras de Crowley:

Oh, Tu que corres rumo ao Fim do Caminho, esforço não existe mais. Rápido e rápido Tu cais;
tua fadiga é transformada no Descanso Inefável. Pois não há Tu neste Caminho: tu te
transformaste n’O Caminho.

 
Iniciação é a realização de que todos nós somos jivanmukta, libertado enquanto ainda vivo;
além disso – que a única coisa para ser liberada é a idéia de que nós ainda não estamos
libertados.

Glifo de Hoor-paar-kraat:

O Ente-Anão, o Deus Escondido.

Hoor-paar-kraat é o gêmeo não-manifesto de Ra-Hoor-Khuit, manifestação. A distinção entre


estes gêmeos é somente figurativa; eles são aspectos de um com o outro, nem separado
deste outro. O termo ‘Ente-Anão’ é muitas vezes usado: ‘anão’ no senso de ainda esta por
manifestar-se, adolescente, puberdade, ainda por florescer. Este é o Deus Escondido, um
termo usado em toda parte no Livro dos Mortos do Egito para representar o Sol no Mundo
Inferior ou Amenti, o potencial que está no coração do floresces. Yoga é União; não união
dos opostos, mas a desvelação da união que sempre existiu, velada pela ilusão da limitação.
Hoor-paar-kraat é um termo usado muitas vezes como sinônimo para o Sagrado Anjo
Guardião.

Hoor-paar-kraat pode ser visto em termos do Tetragrammaton, o He final, Horus ou Ra-Hoor-


Khuit sendo o Vau. Isto identifica Hoor-paar-kraat com o Æon de Maat, o continuum ou
realidade extra-terrestre, uma Comunhão na qual nós somos Celebrantes e aquela que é
celebrada. Como Trilhadores do Caminho, nós não somos algo separado que meramente
atravessa de um ponto a outro: Nós somos o Caminho.

Portal para o Aeon de Maat!

Eu evoco a Ti! Eu evoco a Ti!

Com o mantra Talam-Malat...

Aceitando as idéias acima unidas, podemos ver, conseqüentemente, em que senso Lam é o
Portal. O Retrato de Lam ergueu-se do Amalantrah Working, e é um glifo daquele Trabalho.
Lam é a Voz do Silêncio, o silêncio que é o continuum de consciência extra-terrestre da qual
a manifestação é uma faceta. O Æon de Maat não é um período de tempo, nem uma
iniciação para que nós pudéssemos alcançar pela virtude de intensas e prolongadas
contorções da mente e do corpo, mas está aqui e agora-o Um-que Sempre Vem.

O mantra ‘Talam-Malat’ celebra o Portal, e esta preferido várias vezes antes deste lapso
dentro da vibração silenciosa: ‘Talam’ é o mel-sêmen oferecido na Missa de Maat; a palavra
é uma fusão de Lam e Maat. Seu número é 81, KSA, a lua cheia que é ambas o desabrochar
do ciclo lunar e o ponto de retorno para a Lua Nova; similarmente, Maat é ambas o
florescimento do Ciclo Æônico e o ponto para retorno para o Pralaya ou dissolução. A
segunda metade do mantra, ‘Malat’, uma imagem de espelho da primeira metade, enfatiza
este senso de Volta-Atrás.

O uso deste mantra diminui da lua culminante de um Trabalho, baseado no Líber Samekh de
Crowley, o qual eu experimentei algumas vezes anos atrás depois de entender um chamado
para o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião. O número 81 emergiu de
dentro da consciência, e ele parecia ser uma perichoresis de vários elementos - meu
crescente interesse em Lam, os mistérios de Maat dentro dos quais eu ainda estava
progredindo numa introspecção, e meu Anjo. O mantra ‘Talam-Malat’, então concentra e
celebra a natureza comum e de fato identidade do Anjo, o Æon de Maat, o Tao, e extra-
terrestrialismo. Esta introspecção era, e é, um material de experiência; uma vez testado, o
néctar não é somente nunca esquecível, mas também sempre-presente. Isto nos conduz a
consideração primordial do Culto a Lam, a qual é que apesar de Lam ser o Portal para
nossas realidades extra-terrestres, aquele Portal é intrínseco para o Iniciado individual.
Similarmente, a chave que destranca o Portal é necessariamente de um padrão único, e deve
ser descoberto pelo iniciado no curso de experiência direta mística e mágicka. O Culto de
Lam focaliza-se sobre técnicas para o descobrimento do padrão.

O Culto de Lam, então, é a quintessência da Tradição Tifoniana, que é preocupada com o


tráfego com aqueles que repousam Fora do veículo terrestre, e conseqüentemente unindo o
terrestre e o extra-terrestre. A chave prática que facilita esta alquimia serão exploradas em
futuros artigos.

APÊNDICE

Lam e a Arte de Manejar o Arco

‘Há um Deus de viver em um cão? Não! Mas os mais elevados são de nós.’

‘O Tao do Paraíso é como uma flecha, ainda que não fira.’

‘Felizes são eles que conheceram-me por quem eu sou. E glória e ele que fez uma galeria de
minha garganta para a flecha de sua verdade, e a lua por sua pureza.’

O material seguinte foi tirado de explorações do Sistema Enochiano, e pode ser usado para
se contactar com Lam. Parece haver vários Æthyrs particularmente apropriados para o
contato com o Lam e as energias do Æon de Hórus e Maat. Há também algumas esferas
elementares dentro das torres de observação que parecem apropriadas para contactar LAM.
O primeiro relato é de uma viagem ao Æthyr VTI, o Æthyr da Mudança. Sua numeração em
termos de letras Enochianas é ou 133 ou 139, a redução anterior como 7 x 19. Este é o
Æthyr onde o Iniciado descobre a natureza da “Convenant com Deus” dele ou dela. O
Covenant é LAM, e reflete a direção particular da flecha de Vontade do Iniciado dentro do
continuum de Maat. Antes de movermo-nos para a visão do Æthyr, uma breve sinopse é
apropriada.

BAG, o Æthyr da Dúvida = 19;

BABALON (Babelon) = 114 = 6 x 19;

SHAITAN = 133/139;

ABRAHADABRA = 418 = 22 x 19.

Viagem a VTI: O Æthyr da Mudança

Depois de preparar a chama apropriada, eu comecei a observar o interior de uma grande calcita de
cristal sobre uma mesa que servia como altar. Eu podia ver estrelas no espaço, e depois de repetir a
palavra OVOF algumas vezes, eu me senti puxado no espaço. Havia uma grande estrela em direção a
qual eu estava sendo puxado. Eu passei pela coronasphers do sol, mas não senti desconforto. Eu me
encontrei em um brilhante mas nebuloso vácuo dentro da estrela. Uma praia apareceu na névoa e eu
andei sobre suas areias. Na beira da praia estava uma floresta com grandes carvalhos na qual eu
entrei rapidamente. Eu me movi cada vez mais para dentro da floresta, e a luz da estrela lançava
longas estranhas sombras que pareciam apontar o caminho para o coração da floresta. Um bosque
apareceu; e dentro daquela clareira estava uma linda cachoeira, que borbulhava dentro de um curso
d’água e corria em direção da praia, desaparecendo da visão. Eu me banhei na cachoeira. Eu descobri
repentinamente que estava sendo lavado, e informado que havia uma caverna atrás da cachoeira. No
crepúsculo eu podia ver a imagem radiante de uma mulher; ela permanecia de perfil, meio-vestida de
sombras, me acenando para entrar lá dentro. Eu penetrei no véu da cachoeira e peguei a mão dela.
Ela me conduziu para baixo em um longo túnel que parecia ir muito distante do subsolo. Finalmente
nós chegamos a duas grandes portas com um selo elaborado sobre elas. Meu guia desapareceu
dentro das sombras, e um impressionante anjo como guerreiro vestido como samurai apareceu diante
a porta, bloqueando meu caminho. Ele tinha olhos ferozes como relâmpago, e 106 flechas perfuradas
em seu tórax como uma almofada de agulhas. As barbas espichadas de suas costas, e seu tórax era
uma massa de plumas, as plumas de MAAT. Em um clarão exótico, fluindo num movimento sem
qualquer quebra, ele fixou seus olhos paralisantes como um gato, enquanto suas mãos selecionavam
uma flecha para mim e colocava-a sobre seu arco, e ele tirou e incendiou meu coração. Assim que a
flecha entrou em meu coração eu fui sacudido com dor e prazer; eu descobri numa gnosis escondida
que aquelas flechas tinham sido banhadas no Santo Graal da Mulher Escarlate, e este era o veneno
de Babalon o qual me guiaria ao GRAAL e ao Abismo em busca da Pedra Filosofal (O Antídoto, se
preferir). O Veneno eventualmente me conduziria a morte de minha personalidade no Abismo, mas
também me conectando com a linhagem daqueles que procuram o Caminho que chegam a LIT; e
além para LIL-LIL-LIT (H). Eu vi então que o Elixir do Venenno da flecha (MAL é ‘uma flecha’ em
Enochiano) é LAM. Eu descobri mais tarde que seu ataque oculto veio do Governador chamado
Ranglam. Mas eu esqueci da flecha por agora, assim, o selo foi quebrado e as portas para as câmaras
do submundo se abriram. Eu as adentrei; a atmosfera era muito negra e mortalmente tranqüila. No fim
do quarto ficava um trono de Pedra, e uma presença sentada sobre ele. Eu observei para perceber
que era, mas assim que eu comecei a focalizar a face ela começou a distorcer. Eu pude ver dois olhos
vermelhos observando-me, e senti que este era eu mesmo num futuro ainda não formado, ainda não-
nascido, não-visto e não-ouvido; mas eu estava marcado e podia retornar. Neste ponto eu me retirei
da visão, descobrindo que eu podia ir mais além a qualquer hora. Eu acredito que a presença aqui
encontrada era LAM, a face da mônada que se torna realmente aparente apenas neste Æthyr de LIT.

O que se segue é informação a qual foi recebida como resultado de expedição aos Æthyrs,
em duplas, sozinho e em grupos, sobre alguns poucos meses passados. A Meta era realizar
profundo conhecimento da função e operação de LAM em relação à Grande Obra e nossas
respectivas verdades individuais. Estes são os resultados.

 
Corrente de Egrégora número 1: LAM (104) + AIWASS (156) + OLUM (158) = 418.

LAM é a dualidade da criação, QAA (52), a flecha e o alvo. Aiwass nesta base é o aspecto
triplo da criação, o preenchimento e síntese da aspiração da flecha em direção ao paraíso.
AIWASS + OLUM = 314 = KAL (manifestar, precipitar). KAL é derivado de KALZ que quer
dizer ‘o Firmamento’ e é por si só um fator de dúvida. KALZ= 323 = 17 x 19.
Conseqüentemente podemos derivar disto a fórmula:

KAL LAM = 418 KAL MAL = (Sigilo da Terra da Água, Tabuleta da Água)

LAM manifesto = 418: Manifesto da Flecha.

OLUN: OL = (fazer = 2 x 19) + UM (título da primeira letra Enochiana) 120 = OM,


Entendimento, e GRAA a Lua. Conseqüentemente OLUN pode ser definido como fazer o
conhecimento da Lua, ou fazer um buraco que é receptivo ao entendimento.

OLUN parece muito ser TIAMAT ou LILITH.

KAL = 314 = BUTMONI (As colinas deles) 2 x 157. ZORGE (amor): 151/157.

Conseqüentemente podemos ver que o casamento de AIWASS e OLUN cria manifestação e


expressa a dualidade do Amor e sua divisão. De suas bocas derrama a dualidade da palavra
que é dividida, mas que se torna reconciliada através do Amor do LAM: a flecha os une. A
flecha da verdade é de Eros, a flecha de LIT – O Æthyr sem um Ser supremo. OLUN é o ato
de puxar o Arco, LAM é a face por trás da flecha, e AIWASS é o ato de mirar e fixar o alvo
que depende da luz.

Corrente de Egrégora número 2: MAAT (111) + AIWASS (156) + BEAST (BESTA, 37) +
BABALON (114) = 418

MAAT (111) + AIWASS (156) = YRPOIL, 267, ‘divisão’; BEAST (37) BABALON (114) = 151,
ZORGE/SALOME, ‘amor’; YRPOIL (Divisão) + ZORGE (amor) = 418.

 
Conseqüentemente ‘Eu estou dividida pela graça do amor, para a chance de união’. Mas
como esta união pode ser executada? Como pode a dualidade se reconciliar? A resposta
está através de uma terceira variável, a qual é Amor, O Amor da Besta por Babalon, e de
Maat por Aiwass, é interessante ver como Aiwass aparece em ambos esses mapas. Ele
parece representar em uma mão no primeiro mapa O Mago, e Logos do Æon; enquanto na
segunda está o Demiurgo, com o caminho do Hierofante (Homem da Terra) conectando
estes dois mapas juntamente.

Mas o que é exatamente uma corrente de egrégoras, e como ela funciona? Isto pode ser
definido com o grupo de espíritos (super-consciência) de todos os membros de uma Ordem
particular. A F.S. (Fraternitas Saturni) usa esta noção bem efetivamente; membros não
precisam estar presentes nos trabalhos ou rituais de membros de outra Ordem ou ordem de
obter acesso ao egrégora. E análogo à corrida de programas magickos de computador
através de uma rede de adeptos ou membros, em ordem de acessar a gnosis necessária e
guia dos Chefes Secretos. Isto pode ser feito usando estes mapas de egrégoras porque eles
expressam as leis da Criação e a Queda através dos simbolismos deles. Eles permitem as
pessoas a se libertarem da luxúria do resultado pela externalização do Sagrado Anjo
Guardião dentro da egrégora; deste modo, no processo de tentar comunicar-se com os
Chefes Secretos, a natureza do Anjo é encontrada neste processo. Também ajuda alinhar
grupos para a Grande Obra mais efetivamente, diminuindo o grupo de Babel que nos impede
de nossa união com Babalon. Babel é construção negativa da energia Shaitan que restringe
o fluir da Vontade. Esta é a divisão que deve ser sobrepujada com Amor. Quando
trabalhando sozinho, a tríade parece ser uma forma mais natural paternal para assumir. Por
exemplo, eu assumo a forma de Aiwass através de assunção atavávica e através de OLUN
meu anima manifesta a Criança que é Lam, o fruto de minha vontade, o Deus Escondido. Em
pares, OLUN+AIWASS forma afinidade, com o Lam sendo o unificador invisível da cópula
entre eles.

O arco é formado de um galho da Arvore do Conhecimento do Bem e do Mal. A corda é o fio


de ouro, o Sutrat-homem que nos conecta de encarnação em encarnação, do passado ao
futuro; é o conhecimento que nós recuperamos de Choronzon através do processo
ABRAHADABRA. A Corda é a Serpente do Tempo, Apep, que deve ser sobrepujada. A
freqüência da Corda assim ressonante é o som da própria verdade, e é todavia parte da
música das esferas. A tensão do Arco é a força de Shaitan que prova a resistência do
Iniciado puxando-o de volta e vendo a origem dele ou dela. Shaitan faz isto pela criação de
um sétuplo véu de dúvida que deve ser transcendido. O Arco pode agora ser aberto o qual
por si mesmo cria divisão, uma janela para o vácuo o qual nós podemos encontrar o
caminho. Isto leva a força do Leão ou Dragão (OLUN). Abrir o arco é tecer um vórtice, um
devorador voraz de caos e cosmos. A Filha da Espada Flamejante é mostrada pintada
abraçando a boca de um leão, como se controlasse-o, para pará-la sendo consumido. Mas a
abertura do arco é a estrutura da boca do Dragão, pelo qual o um é consumido com fogo
(espírito). O Arco está agora completamente estendido e se torna um Círculo, com o coração
do Iniciado no centro: Hadit se une à Nuit. (Nuit aparece pintada abraçando duas flechas nos
recentes ícones Egípcios, uma das quais aponta para cima e a outra para baixo). Agora que
nós alcançamos sem alcançar; esquecer a flecha (NAL) é lembrar do LAM: o Alvo é a nossa
intenção. Nós lilace a flecha, símbolo de nossa vontade (AIWASS) e seu preenchimento
ultimal, sobre a corda; e nos dissolvendo em Samadhi sobre uma dúvida sétupla, nós
soltamos a flecha num momento de pura loucura. As plumas da flecha são arrancadas do
ornamento da cabeça de MAAT; estas plumas formam uma cruz modelo, enquanto se
resolvem num círculo o qual se torna a Marca da Besta. Uma dessas plumas de MAAT é
usada para pesar o Coração do Iniciado no 17º Æthyr TAN, o Aethyr da Balança.

Uma Visualização de Lam Sugerida

Imagine que você podia se lembrar de todas as suas encarnações passadas completamente,
através de diferentes raças, sexos, culturas, planetas e mesmo sistemas solares. Imagine-se
voltando-se ao redor para olhar por trás de um momento de paranóia-crítica, e vendo todas
aquelas encarnações. O medo e o desgosto de atos passados, dor e morte devem ser
transcendidos em dúvidas e exaltações, então que o convenante se torne manifesto. Tente
sintetizar todas essas formas; apesar de elas estarem divididas, este é o mistério de Babalon
que você deve sobrepujar com Amor. Então, através de um processo de esquecimento
mágicko, esqueça a flecha e dê nascimento ao LAM: uma entidade humanóide bissexual que
brilha com energia de luz orgone e é a soma do seu passado e a raiz do seu futuro. Esta
imagem não tem nome, o Não-Nascido; conseqüentemente, é atribuído ao Quinto Æthyr que
é desprovido de um Ser supremo; mas é também um servo da Flecha, Verdade.

Jonathon Blakeley.

STARFIRE  I,5, 1994
BCM Starfire
London WC1N 3XX
England

Tifoniana Ordo Templi Orientis


Lam Workshop
e o Sadhana da Serpente Lam
© Por Michael Staley
Esse workshop foi mantido para explorar um ritual que
eu tinha recentemente desenvolvido no curso do meu
trabalho com Lam. O Sadhana da Serpente Lam foi
inspirado por alguns interessantes paralelos com a
Cobra de Fogo que eu cheguei a cruzar no Trabalho de
Amalantrah, e que pareceu condizer com minhas
experiências anteriores. O Sadhana, então, dirigiu Lam
como a Cobra de Fogo ou Kundalini.

Existiam vinte ou trinta pessoas atendendo esse


workshop. Depois de algumas observações preparativas
preliminares de segundo plano para o desenvolvimento
dessa aproximação, e explicação do próprio sadhana,
nós executamos a prática. O modo que escolhemos foi
para eu guiar o ritual; agradavelmente os outros
participantes usaram as visualizações e outras
evocações sensoriais como apropriado, e vibraram os
bijas mantras durante as invocações do chakras.
Considerando a falta de preparação que seria
usualmente apropriada para um grupo trabalhando
dessa complexidade, isso foi muito bem.

O sadhana tem recentemente sido publicado como um


artigo no Volume Dois, Número Um da Starfire, junto
com um notável desenho por Robert Taylor da Serpente
Lam. Desde do workshop de Oxford, ouço de tempos
em tempos pessoas que continuaram a trabalhar esse
sadhana, com bons resultados. Está em suma,
adaptado como um trabalho de grupo. O sadhana como
apresentado aqui está em forma de esboço. Isso é o
bastante para seu uso imediato, mas existe grandeza de
escopo para o aumento e a prática. Isso é como deve
ser; a chave para iniciação é imaginação criativa. O
iniciado ergue seu Templo de forma material das
experiências mágicas e místicas; pouco é para ser
ganho da repetição árdua dos rituais criados por outra
pessoa, não importa quão nobre o outro poderia ser
considerado. Adicionalmente, um ritual se desenvolve
quando ele é usado; a experiência leva-nos a amplificar
certas avenidas com o tempo, talvez, reduzindo outras.
Perspectivas alteram no crescimento da luz.

O que se segue é o sadhana da Serpente Lam como


existiu no tempo do workshop.
1. O Sadhana da Serpente Lam
Esse é o segundo de uma série de ensaios surgindo do
desenvolvimento de Lam como um Caminho de
Iniciação. Os leitores podem relembrar a conclusão do
artigo ‘Lam: O Portal’ na quinta edição da Starfire, que
Lam não é simplesmente uma entidade, mas um Portal
para experiência direta da Gnose. Essa Experiência
Direta é a meta do trabalho mágico e místico.

A prova do pudim está no comer. Se Lam tem um


potencial semelhante, então este potencial será
prontamente extraído. Portanto, novos modos de
trabalho com Lam viriam à frente. É nesse espírito que o
presente sadhana tem sido desenvolvido, e é oferecido
a qualquer um que deseja tenta-lo. Não esperem um
brilhante, produto acabado, mas um melhor esboço
aproximado que deve ser saciado pelo próprio Iniciado.
Como um assunto de interesse, a necessidade pelo
hábito e elaboração é o estado com todos rituais e
práticas. Mesmo uma prática aparentemente tão simples
como o Ritual Menor do Pentagrama é trabalhado
diferentemente por cada Iniciado, não importa quão
secretamente ele tentará guardar o texto. Isso é porque,
aparte das diferenças no gesto e pronunciação, o fulcro
repousa nas evocações imaginativas, e essas diferirão
consideravelmente de pessoa para pessoa. Mais do que
isso: a prática é diferente de um trabalho ao outro. Se
essas considerações são verdadeiras para o mais
simples ritual, quão mais será assim em casos de outros
mais complexos, semelhante ao Reguli e Samekh.

Existe uma outra razão para a aproximação da


aplicação de esboços perante a respeitosa presença de
nossos leitores – pois não somos gratuitamente
necrófilos. Leitores ou propriamente, aqueles que são
suficientemente interessados não somente em ler, mas
praticar com que eles têm lido – ganharão o máximo
benefício de uma prática não por meramente seguir algo
delineado, mas pela experimentação e sobre a base de
suas experiências adaptando o ritual para servi-los.
Essa aproximação é sadia. Contudo Lam surge
do Trabalho de Amalantrah, Crowley nunca elaborou o
tema. Cabe a nós, portanto, desenvolve-lo por nós
mesmos se isto for utilizável para nós.

2. Desenvolvimento desse sadhana


No curso do artigo na quinta edição de Starfire, isso me
impressionou de que existia uma possível conexão com
a Cobra de Fogo através do nome Lam. Isso é porque
‘LAM’ é o bija-mantra ou som-raíz do Muladhara Chakra,
que é a casa da Cobra de Fogo. Na cabeça de Lam,
como desenhado por Crowley, existe claramente visível
uma estilização do Ajna Chakra. Surgindo da cabeça de
Lam está também apresentando uma sombra, uma
nascente ou fonte; um dos símbolos associados com o
Manipura Chakra é a ‘Fonte de Orvalho’. Embora o
contexto não seja precisamente o mesmo, o termo
impressionou-me como sendo especialmente encaixado
para descrever a sombra.

Muitos meses atrás eu li uma narração de um sonho a


qual sugeriu que a cabeça de Lam estava montada
sobre o corpo de uma serpente. Imediatamente as
conexões delineadas acima se arranjaram. Com a base
da minha própria experiência com Lam até agora, existe
uma forte conexão com o Sagrado Anjo Guardião tanto
quanto com o Æon de Maat. Essas conexões são
exploradas no artigo mencionado acima, tanto quanto
em uma palestra sobre Lam que conferi em Oxford em
Outubro de 1994, e assim eu não a repetirei novamente
aqui. A Cobra de Fogo é da mesma ordem de
fundamental importância, embora, no retrospecto a
conexão da Cobra de Fogo não seja surpreendente.

O próximo passo era desenvolver uma prática baseada


sobre uma aproximação com a Cobra de Fogo. Eu evitei
exercícios de hatha-yoga que são utilizados na direção,
do despertar físico da Cobra de Fogo, e optei em vez
disso em uma aproximação que é baseada sobre
visualização. Algumas pessoas podem considerar isso
uma aproximação diluída e menos poderosa. Contudo,
nós queremos que as energias nasçam da Cobra de
Fogo em porção para que possamos utiliza-la em
nossas Operações, mais do que desatar sua nova
energia de uma maneira possivelmente cataclísmica.
Muitos de nós são completamente felizes usando o
poder da eletricidade em apenas de uma maneira
controlada, mais do que conectando-nos diretamente
para abastecer – não importando, como ‘sabedoria’, de
que podemos conjecturar qual será o resultado. As
técnicas do despertar físico, qualificadas no interior da
Kundalini Yoga, são melhores aplicadas sob a guia de
um instrutor qualificado daquele método.

Para aqueles não familiares com o sistema dos chakras


e nadis, existe a afirmativa da existência de um número
de chakras e nadis no ‘corpo sutil’ do ser humano.
Existe um largo número, mais os mais importantes são
os seis chakras listados abaixo, que estão localizados
em vários pontos ao longo da coluna vertebral. O
Muladhara está na região do períneo, um pouco abaixo
da área genital. O Svadhistana está um pouco acima da
área genital, o Manipura está entretido na região do
umbigo. O Anahata está na região do coração, e o
Visuddha está na área da garganta. Finalmente, o Ajna
está localizado entre as sobrancelhas, mais ou menos
na cabeça da coluna vertebral.

O nadi central é o Sushuma, que está no interior da


coluna vertebral. Existem suposições de haver diversos
nadis no interior do Sushuma; esses não nos interessa
aqui, ainda que os hatha puristas gostem de construir
uma percepção desses no sadhana. Dois outros nadis,
ida e pingala, são ambos classificados ao lado do
Sushuma, cruzando sobre diversos pontos.

Existe um sétimo chakra principal, o Sahashara – a lótus


de Mil Pétalas, além do topo da cabeça. Contudo, este
não faz parte da anatomia do indivíduo, mas onde a
consciência individualizada mergulha na imensidão
cósmica, Fora, o Além, ou qualquer que seja a
denominação de transcendência que poderíamos
cuidadosamente usar. Dentro da hatha-yoga, é aqui que
o despertar da Kundalini é fundido na união feliz com
Brahma, produzindo o néctar ou décimo sexto digito da
lua a fluir. Em outras palavras, essa é a experiência de
Samadhi, onde despertamos uma vez novamente para
nossa realidade cósmica, pã-dimensional e
extraterrestre. Essa Gnose é a meta de todas as
disciplinas mágicas e místicas.

A presente passagem, portanto, combina visualização,


invocação e mantra. Lam é dirigido como a Cobra de
Fogo com a cabeça de Lam, enroscada três-voltas-e-
meia dormindo envolta do Shivalingam, no Muladhara
Chakra na base do Sushuma, o nadi que está localizado
dentro da coluna vertebral. A visualização fundamental é
aquela da Serpente Lam, a Serpente com a cabeça de
Lam. A Serpente Lam é levada para o alto ao longo do
Sushuma, pausando em cada Chakra para invocação e
reverberação do bija-mantra apropriado para aquele
Chakra. Finalmente, o topo do Sushuma é obtido no
Ajna Chakra, e a Serpente Lam surge através do
Sahashara Chakra e além, na imensidão cósmica.

As invocações de cada Chakra têm sido breves, embora


indicados por via de correspondências etc. para cada
específico Chakra. Por exemplo, o sentido do olfato é
atribuído ao Muladhara por via do Tattwa da Terra; o
paladar para o Svadhistana através da lua crescente
branca, etc. A Serpente Lam sobe ao longo do Sushuma
através dos chakras alternativamente, cada um dos
quais é vivificado no processo, se tornando mais claro e
mais forte em sua visualização – cores, número de
pétalas, etc. A Serpente Lam deve ser claramente
sentida em seu progresso ao longo do Sushuma,
usando todos os sentidos para auxiliar essa evocação.
Sensações e imagens de ondulação, desdobramento,
serpenteando adiante, etc., são de grande ajuda aqui.
Os bija-mantras devem ser vibrados no chakra
apropriado. Isto é, apesar de vocalizado, seus centros
de atividade devem ser focados firmemente no chakra,
de onde o mantra reverbera para fora. Suas funções são
para assistir no despertar daquele chakra particular.
Quanto mais ressonante e rica for à vibração do bija-
mantra, mais poderoso será o efeito.

Desse modo, a Serpente Lam estende-se adiante,


desdobrando-se no seu comprimento ondulante do
Muladhara ao Ajna. Nesse ponto ela pausa sobre a
margem; o Iniciado deve usar essa pausa para
fortalecer a percepção de sua presença. O Sahashara
não é muito um chakra individual, como os outros seis,
mas o portal para imensidão cósmica ou Além. A
Serpente Lam ondula adiante através desse portal e
encapela na imensidão cósmica; a fonte de orvalho
superabunda, chovendo através de todo espaço, todo
tempo, toda dimensão, toda existência – onipresente,
pã-dimensional. Esse é o momento da Gnose, da
eternidade, do samadhi; a consciência não é mais
individual, mas universal. No processo, o ‘momento’ é
‘eterno’; o ponto está em todo lugar.

Então, existe um retorno a individualidade. A


consciência novamente se coagula, centrando em volta
do Sahashara, se condensado. Quando ela novamente
entra no corpo, a sua jornada desce pelo Sushuma até a
base da espinha, em cada chakra o bija-mantra é
vibrado cada vez que ela passa, para selar sua descida.
Então, quando o Muladhara juntou-se a ela, o bija-
mantra ‘LAM’ é entoado juntamente com o bater das
mãos, para assinalar a aterrisagem. Esse retorno pode
ser bem elaborado pelo Iniciado no inverso da subida.

3. A Estrutura do sadhana da Serpente


Lam
O Iniciado abre com o Ritual Menor do Pentagrama.
Isso é seguido pela Invocação do Ritual Menor do
Hexagrama, usando o hexagrama da Terra em cada
quadrante. Essa seção pode ser é claro substituída por
qualquer outro estilo de banimento que o Iniciado possa
preferir.

Então se segue uma declamação celebrando Lam, para


abrir o Trabalho apropriado:

Lam! Tu que és a Voz do Silêncio!


Glifo de Hoo-paar-Kraat!
O ente-anão, o Deus Oculto!
O Portal para o Æon de Maat!
Eu evoco a Ti! Eu evoco a Ti!
Com o mantra Talam Malat, Talam Malat...

Agora visualize Lam como Kundalini-Shakti, enroscada


na base da coluna. A visualização é de uma Serpente
com a cabeça de Lam. Despenda alguns minutos nessa
visualização da Serpente Lam, proceda para despertá-la
pela vibração do bija-mantra LAM por alguns minutos,
até a Cobra se mexer. Então entoe a invocação desse
chakra:

LAM!
Que habitas no Muladhara Chakra,
Que estás enroscada três voltas e meia;
Tu que és como a Kundalini-Shakti,
Criadora e Sustentadora de mundos;
Que és iluminada adiante nas brumas amarelas,
Que és o continuum dos perfumes,
Eu adoro a Ti!
Desperte! Suba! Ondule adiante ao longo do
Sushuma!
LAM! LAM! LAM! LAM!

A Serpente Lam ascende o sushuma lentamente,


vértebra por vértebra, até ela chegar ao Svadhistana
Chakra. O bija-mantra VAM é vibrado; então uma
invocação é entoada:

VAM!
Tu levantas-te para o Svadhistana Chakra,
Que evocas os alvos filamentos da sensação,
Que impregnas o paladar com delicado sabor,
Que estás sombreado adiante no crescente.
Bela Serpente Lam.
Cujo cintilante e ondulante comprimento da onda
que segue adiante!
Eu adoro a Ti!
VAM! VAM! VAM! VAM!
A Serpente Lam ascendendo lentamente, como antes,
para a região do Manipura Chakra – o plexo solar. O
bija-mantra RAM é vibrado, e a invocação entoada:

RAM!
Em silêncioTu subis-te, para o Manipura,
Serpente vermelha que desliza ao longo do
Sushuma,
Cujas escalas brilham e
Vibrante e cintilante;
Que confere o aumento das visões,
Que estás glifado no triângulo,
Eu adoro a Ti!
RAM! RAM! RAM! RAM!

A Serpente Lam agora ascende à região do Anahata


Chakra, o coração. O bija-mantra YAM é vibrado, e a
invocação entoada:

YAM!
Tu penetras-te o Anahata,
Um penetrante arco-íris de contato,
Enfumaçado com a qualidade sensual do
palpável,
Que és os seis lados do hexágono,
Eu adoro a Ti!
Gloriosa Serpente,
Cujo veneno confere Iluminação,
YAM! YAM! YAM! YAM!

A Serpente Lam continua sua ascensão, atingindo o


Visuddha Chakra, a região da garganta. O bija-mantra
HAM é vibrado; a invocação:

HAM!
Tu sobes ao Visuddha,
Um caleidoscópio de sons ecoando através dos
nadis,
O brilho do clarão de iluminação,
Que és o círculo,
Eu adoro a Ti!
Sempre mais forte é tua ondulante vaga,
Sempre mais intoxica com seus rápidos golpes
laterais.
HAM! HAM! HAM! HAM!

A Serpente Lam ascende ao Ajna Chakra, a região entre


os olhos na raiz do nariz. O bija-mantra OM é vibrado; a
invocação:

OM!
O Ajna Chakra é alcançado,
Tu cujo vôo para o alto está além da cor e da
forma,
Que estás na sutileza e claridade do manas,
Que és a congruência dos sentidos,
E a transcendência deles,
Eu adoro a Ti!
OM! OM! OM! OM!

A Serpente Lam agora parte para o alto, e ondula para a


imensidão cósmica, pã-dimensional, todo-espaço, todo-
tempo.

Tu, que ondulas adiante para o Sahashara


Chakra,
Que jorra como uma cascata por todo Espaço e
Tempo,
A Fonte de Orvalho que é Sat-Chit-Ananda,
Ser-Consciência-Felicidade,
Eternamente e infinitamente reverberante,
Cujo mantra é o continuum da existência,
A pericorese do indivíduo com o universo.
A Fonte de orvalho explode adiante,
transbordando,
Derramando através de todo o espaço, todo o
tempo, toda a dimensão,
Em um convulsivo orgasmo de Felicidade,
Infundindo o oceano.
OLALAM IMAL TUTULU!

4. Consolidação
O que tem sido munido no decorrer desse artigo é o
esqueleto do sadhana da Serpente Lam. A carne tem de
ser desenvolvida pelo Iniciado na luz de sua própria
iniciação. Antes de continuarmos a considerar esse
ponto em maiores detalhes, deixe-nos considerar
primeiro todo tempero que esse sadhana concede, que
é o sistema de chakras.

O sadhana utiliza as correspondências básicas


associadas com cada chakra. Essas correspondências
podem ser recolhidas de, por exemplo, The Serpent
Power, por Sir John Woodroffe. Uma das mais básicas
correspondências são as seguintes:

Cor Pétalas Tattva


Chakra
Muladhara Vermelho  4 Quadrado
Amarelo
Svadhistana Vermelhão  6 Crescente Branca
Manipura Matizado com 10 Triangulo
Chuviscos Vermelho
Anahata Vermelhão 12 Hexagrama
Esfumaçado
Visuddha Púrpura 16 Círculo Branco
Esfumaçado
Ajna --  2 --
Cada chakra tem seu próprio sentido, cor forma, etc.
assinalando-o. A idéia das invocações é, portanto,
intensificar a experiência pela utilização de uma
variedade de correspondências. No Muladhara Chakra,
por exemplo, poderíamos visualizar o chakra com quatro
pétalas vermelhas, dentro do qual está o quadrado
amarelo. No interior dele visualizamos a Serpente Lam,
enroscada três voltas e meia em torno do shivalingan ou
base da coluna. Poderíamos estimular o sentido do
olfato imaginando ricos perfumes. Usamos as
correspondências no Svadisthana e nos chakras
subseqüentes em forma similar. Existem outras
correspondências, em adição os tópicos citados acima,
que podem ser usados; esses podem ser encontrados
dos textos como The Serpent Power ou The Garland of
Letters de Woodroffe. Essas correspondências podem
também ser construídas na invocação, para reforçar a
evocação em vários sentidos. Essa é a melhor deixa
para a criatividade e imaginação do Iniciado.

Tal imaginação não deve ser restrita aos chakras.


Quando a Serpente Lam desperta e percorre ao longo
do sushuma, qual o impacto que ela tem sobre o
complexo corpo-mente? Existem muitas mudanças na
consciência? Sinta suas poderosas ondulantes vagas;
ouça seu sibilo quando ela sobe; veja suas escalas
tremulas e cintilante; cheire e tateie o divino néctar a
qual seu progresso em direção ao Sahashara incita.
Muitos magistas têm uma inclinação em direção à
visualização em seus trabalhos de imaginação;
aperfeiçoando a experiência pelo envolvimento
de todos os sentidos nos quais desse modo se tornará
uma gloriosa, intoxicante sinestesia [1].

A repetição tem uma positiva regra no jogo aqui. As


invocações não pretendem ser elegantes, partes
literárias – embora para o Iniciado que tenha uma
disposição literária isso poderia talvez ser útil – mais
peças para fazer um trabalho específico. Este trabalho é
uma amplificação para um incremento da evocação da
serpente Lam. A repetição, por exemplo, a elevação,
ondulante sensação da Serpente Lam quando ela
percorre ao longo do sushuma aperfeiçoará a
experiência e reforçará o impacto. Quanto mais forte e
mais vívida a evocação da Serpente Lam é, melhor será
a prática.

Quando o Ajna Chakra for alcançado, o iniciado pausará


por um momento, fortalecendo e consolidando a
presença da Serpente Lam. Então, ao final deve se
chocar no Sahashara e Além. Nesse estágio a
chamada ‘OLALAMIMAL TUTULU’ é lançada. Essa
chamada aparece no sétimo capítulo do Liber VII de
Crowley, recebido em 1907. Em parte alguma Crowley
comenta sobre essa chamada, assim conferindo
liberdade para seu uso. Notamos a presença de LAM e
LAMA nas primeiras duas palavras, se bem que
invertido; como a terceira palavra sugere Cthulhu. Existe
paralelo entre Cthulhu e Kundalini-shakti: ambas são
mascaras para as energias dinâmicas da consciência, a
função do qual destrói a desilusão da consciência
individual. ‘Cthulhu repousa sonhando...’, e assim faz a
shakti. Em seu sonho que eleva ao lila, o jogo da
manifestação. Em seu despertar e ascensão ao
Sahashara que é o relembrar da realidade, a dissolução
da separação. A consciência percorre o universo, livre,
solta; não mais restrita e individual; mas cósmica.

O iniciado não deve esperar um instante de iluminação


desse sadhana, ainda que esperamos que exista. É,
entretanto, um passo a mais no caminho, e um passo
que tem provado ser útil para o autor desse artigo. É
apresentado aqui para favorecer o refinamento e
adaptação; isso poderia sugerir outras avenidas de
acesso. O iniciado deve forjar suas próprias armas. Em
conclusão, o autor estaria extremamente interessado
em ouvir das experiências de outros em trabalho com
Lam.

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