A contra-subversão visa evitar e reprimir a subversão, por sua vez tem como objectivo final
a protecção e o fortalecimento de todas as estruturas da região em causa, de modo a impedir
que a subversão possa desencadear-se ou, se iniciada possa ter êxito [CITATION Alv99 \p 283 \l
1033 ], ou seja, evitar a subversão. Para a prossecução deste objectivo a manobra divide-se em
três objectivos intermédios (Couto, 1989, p. 306) & (Ceca, 1990; p. 95):
A contra-subversão também apoiar-se num programa político bem definido, realizável, que
vá ao encontro do pulsar das populações, realizada com determinação e “ comunicado,
esclarecido e valorizado através de uma eficiente e intensa acção psicológica ” [CITATION
Cou98 \p 298 \l 1033 ], tendo em consideração que o centro de gravidade a atingir é a
população, e que cada actuação afecta as percepções que quer a população quer a
comunidade internacional têm da situação, pelo que a conquista das suas adesões é
fundamental. Só depois de se conseguir estas conquistas se poderá actuar com operações
rendíveis a outro nível [CITATION Can04 \p 12 \l 1033 ]. Não se quer dizer que não haja, por
exemplo, uma intervenção directa sobre as forças subversivas e que as outras manobras não
se vão desenvolvendo em simultâneo, uma vez que elas se complementam.
A estratégia contra subversiva também tem um ritmo próprio, que abrange um período de
prevenção e outro de intervenção, sendo o primeiro contínuo e acompanhando o segundo
[CITATION Alv99 \p 284 \l 1033 ] . Tal como qualquer doença, a melhor forma é preveni-la para
evitar o desenvolvimento do ciclo evolutivo clássico.
E as forças de contra-subversão têm de adaptar processos idênticos aos da ameaça, tais como:
Apresentar e difundir uma ideia-base; justificar essa ideia, demonstrando que as ideias da
subversão são falsas; e estabelecer finalidades a atingir para o bem comum, tornando
visíveis realizações concretas e constantes (EME, 1963a: Cap II – Pág 4).
Uma das ironias e problema com a estratégia contra subversiva reside no frequente não
reconhecimento, ou negação, por parte do regime que a deve desencadear, da existência de
subversão no seu território, dando tempo a que o fenómeno se desenvolva, iniciando o
conflito com iniciativa e vantagem estratégica [CITATION Met04 \p 23 \l 1033 ], levando ainda a
um atraso na resposta. A resposta deve demonstrar a sua vontade, os meios e a capacidade
para derrotar a subversão e a sua credibilidade não pode ser afectada por uma constante
privação das liberdades e garantias das populações, nem pelo deixar andar e permitir a
instalação consolidada da subversão.
Para a contra-subversão é imperioso saber contra quem se combate, quais os seus móbiles,
dado que é distinto combater contra um adversário com ética e regras do que combater
alguém sem regras, disposto a tudo; no fundo, a diferença entre combater contra guerreiros ou
soldados na feliz expressão de, [CITATION Ham04 \p 41 \l 1033 ] . A contra-subversão deve,
pois, cingir-se às normas éticas da conduta das hostilidades.
Por sua vez, a contra-subversão deve fazer uso de diversas medidas, tais como:
As medidas de controlo das populações e dos recursos, para além de visarem proteger
fisicamente a população e destruir a estrutura subversiva, procuram isolar a população da
subversão, impedindo que as instituições e os serviços sejam afectados pela propaganda e
pelos agentes subversivos (Couto, 1989; p. 322)
A estratégia psicológica não pode actuar isoladamente, devendo ser coordenada e integrada,
de forma coerente, em todos os escalões com as restantes estratégias.
Bibliografia
Alves, L. (1999). Estratégia – Panorama geral da sua teoria . Lisboa : Don Quixote.
Canonico, P. (2004). An alternative military strategy for the war on terrorism. Montrey:
Naval Postgraduate School.
Hammes, T. (2004). The Sling and the stone – on war in the 21st Century. Zenith Press.
Manwarng, M. (2004). Shadows of things past and the images of the future: Lessons for the
insurgencies in our midst. Carlisle: US Army War College.
O´Nell, B. (1990). Insurgency and terrorism. Inside modern revolutionary war. Dulles:
Brassey´s.