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ESCOLA ESTADUAL MUNICIPALIZADA FAZENDAS REUNIDAS ATLÂNTICA

Aluno(a): _________________________ Ano: (8º ANO, ENSINO FUNDAMENTAL)


Professor(a): Eric Vidal

APOSTILA 11 de GEOGRAFIA

HABILIDADES: (EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países


da América no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos, políticos e
econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e as pressões sobre
a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração na produção e circulação),
o que resulta na espoliação desses povos.

O continente americano é o mais extenso do mundo em termos de latitude (de


Norte a Sul). Isso faz com que suas características naturais, climáticas e no que se
refere a sua natureza sejam muito variadas. Neste continente, que na verdade são
três – do norte, central e do sul -, temos regiões tropicais, temperadas e até polares.
Também podemos notar grandes diferenças nas questões socioeconômicas,
havendo nações ricas (desenvolvidas), como EUA e Canadá, e outras pobres
(subdesenvolvidas), como Honduras e Venezuela. Diante dessa enorme diversidade
em todos os aspectos, é necessário que se faça uma regionalização desse
continente, ou seja, uma divisão em grupos de países com características
semelhantes.
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REGIONALIZAÇÕES DAS AMÉRICAS

Podemos dividir as Américas de acordo com a


localização geográfica e quanto a história de
colonização e a origem linguística.

Quanto à localização geográfica:

- América do Norte: EUA, Canadá e México.

- América Central: Da Guatemala ao Panamá,


incluindo as ilhas (denominadas Antilhas ou caribe)

- América do Sul: Da Colômbia ao Chile.

Quanto à origem colonial e linguística:

- América Anglo Saxônica (Colônias de


povoamento, cuja metrópole principal era a
Inglaterra, sendo o inglês o idioma principal): EUA e
Canadá, que também fala Francês (em Québec).

-América Latina: (Colônias de exploração,


metrópoles principais: Portugal e Espanha),
idiomas principais: línguas neolatinas, como o
Português, Espanhol. Há países falantes do
Mapa político das Américas. Fonte: Pinterest.com inglês(Trinidad e Tobago), francês(Haiti) e
holandês(Suriname)

A América foi colonizada por diversos povos europeus: portugueses, espanhóis,


franceses, ingleses e holandeses. Os mesmos passaram a explorar o território
segundo seus interesses comerciais e a impor sua cultura de maneira forçada aos
povos nativos do continente, que foram escravizados e obrigados a seguirem um
modo de vida e a ter hábitos diferentes dos que conheciam, inclusive religiosos.
Povos nativos como os indígenas foram batizados com nomes que lhes eram
estranhos para que fossem aceitos como seres humanos civilizados para os
colonizadores.

As diferentes histórias de colonização – colônias de povoamento nos EUA e


Canadá, e de exploração no restante -, resultou em diferenças culturais e também
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nos graus de desenvolvimento dos países integrantes do continente americano. Os


Estados Unidos e o Canadá (América Anglo-Saxônica) se estabeleceram hoje como
países desenvolvidos, industrializados, resultando em altos níveis de qualidade de
vida de boa parte de suas populações. Já a América Latina é composta por países
subdesenvolvidos, com suas economias majoritariamente agroexportadora e de
países emergentes (Brasil, México e Argentina).

Economia agroexportadora: é baseada em bens primários, como minérios e produtos


agrícolas, que possuem menor valor agregado e baixa tecnologia, ou seja, são mais
baratos, em geral provocam desmatamento e geram menos receitas para esses países.
Além disso, esses produtos, conhecidos como commodities, têm forte oscilação nos
preços, o que torna as economias vulneráveis, podendo perder fontes de divisas em pouco
tempo.

Nas Américas tivemos dois tipos de colonização:

1. Colônias de exploração: América Latina e sul dos Estados Unidos. 


Portugal e Espanha foram as principais metrópoles. Portugal utilizava
principalmente o sistema de plantations, ou seja, extensas plantações de
monocultura com mão de obra escrava– notadamente de cana-de-açúcar –
para abastecer o mercado externo. Já a Espanha, utilizou-se basicamente do
extrativismo de metais preciosos - ouro e prata – em suas colônias. Nessas
colônias de exploração, havia o Pacto Colonial muito forte, ou seja, a
metrópole controlava toda a produção e praticamente tudo era destinado ao
mercado externo, não sendo permitido o comércio interno nem a produção de
manufaturas. No campo, predominava o latifúndio monocultor (grandes
propriedades com uma única produção plantada) com trabalho escravo.
2. Colônias de Povoamento: Canadá e norte dos Estados Unidos.  Não
tinham por objetivos a produção de mercadorias a serem comercializadas
pelas metrópoles. O pacto colonial era mais fraco, se permitia aos colonos
praticarem agricultura familiar em pequenas e médias propriedades
(policultura) destinada ao comércio interno e manufaturas. Além disso,
predominava o trabalho livre em vez do escravocrata.
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Esses diferentes tipos de colonização no passado dos países americanos deixou


heranças que perduram até hoje, na economia, cultura e na sociedade das
diferentes nações. O nível de desenvolvimento de cada país é influenciado
diretamente por essa história, residindo aí boa parte da explicação para problemas
como a enorme desigualdade social que podemos verificar na maior parte do
continente.

A Economia latino-americana

A grande maioria dos países da América Latina possui uma economia baseada na
exportação de produtos primários, agrícolas ou minerais. Até mesmo os países mais
industrializados do continente, considerados emergentes, como Brasil, México e
Argentina, ainda dependem em grande medida de seus setores agroexportadores.
Isso decorre da herança histórica colonial, pois mesmo com os processos de
independência, esses países não foram capazes de diversificar suas economias, já
que não era do interesse das elites locais modificar a estrutura econômica que
ajudava a mantê-las no poder. Isso ajuda a explicar até hoje a falta de investimentos
em educação, pesquisa e tecnologia, permanecendo esses países dependentes das
indústrias estrangeiras.

Na América Latina tivemos um processo de industrialização tardia, que foi bem


diferente daquela dos países desenvolvidos, que é mais antiga e chamamos de
industrialização clássica. Aqui ela aconteceu um século em relação aos países
pioneiros da Revolução Industrial. Além disso, não se teve uma evolução gradual do
artesanato (produção manual sem divisão do trabalho) para a manufatura (inicia com
ferramentas e instrumentos rudimentares, já com alguma divisão em etapas) até
chegar a indústria (rígida divisão das etapas e uso de máquinas pesadas), pois a
manufatura não era permitida por Portugal e Espanha em suas colônias, visando
impedir o desenvolvimento de um mercado interno e mantê-las dependentes.
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Foi uma industrialização que se deu por meio de um programa de substituição de


importações, ou seja, a partir da 1ª Guerra Mundial, em virtude das dificuldades de
fornecimento de produtos industriais pelos países europeus, os governos locais
incentivaram uma substituição progressiva desses produtos importados por similares
fabricados nos próprios países. Soma-se a isso as políticas protecionistas que
foram aqui implantadas, que protegiam a indústria nacional por meio de isenções
(quando o governo deixa de cobrar impostos) e sobretaxas (aumento de impostos de
produtos importados) contra a concorrência estrangeira. Outro aspecto fundamental
portanto foi a ação dos governos. Sobretudo a partir das décadas de 1930 e 1940,
os governos no Brasil, Argentina e México criaram empresas estatais e investiram na
infraestrutura necessária para a instalação de fábricas. No Brasil, por exemplo,
durante o governo de Getúlio Vargas, foram criadas importantes empresas estatais
que alavancaram a industrialização nacional, como a Companhia Siderúrgica
Nacional (1941), a Companhia Vale do Rio Doce (1942) e a Petrobras (1953) que
forneciam insumos para outras indústrias.

Como dito, a indústria da América Latina foi e ainda é dependente do capital e


tecnologia estrangeiros. Desde a década de 1950, passaram a ingressar aqui
diversas empresas multinacionais, incentivadas pelos governos locais, sobretudo de
segmentos mais modernos a época, tais como o automobilístico e eletrodomésticos.
Até hoje, as tecnologias mais avançadas e as máquinas mais modernas são de
empresas estrangeiras, o que gera grande custo para os países latino americanos
com o pagamento de royalties (direitos de propriedade intelectual) e não há o
necessário investimento local para mudar esse jogo.
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Urbanização latinoamericana

A taxa de urbanização mede a porcentagem da


população de um território que vive em cidades. As
taxas da América latina, como se pode ver na
figura ao lado são altíssimas, o que se deu em
virtude do processo de urbanização acelerada que
aqui ocorreu.

Esse processo dialoga com o fato de em quase


todos os países subdesenvolvidos, as condições
de vida no meio rural serem péssimas, além da
falta de incentivo para a produção agrícola familiar.
A enorme concentração de terras, os baixos
salários e o desemprego, provocado pela
modernização da agricultura, foram determinantes
como fatores de repulsão, ou seja, expulsão do
homem do campo. Isso fez com que, sem
alternativas em seus locais de origem, muitos se
vissem obrigados a tentar a vida nas grandes
cidades, que concentravam a maior parte das
oportunidades de emprego, em função da
industrialização que ali ocorria. No entanto, elas
não foram capazes de absorver essas pessoas de
forma adequada, isto é, esses novos locais de
moradia não tinham oportunidades de emprego e
moradia suficientes para todas essas pessoas que
vinham do campo muitas vezes sem as habilidades
e o grau de instrução exigidos. Com isso, a única
alternativa para essas pessoas foram ocupar
periferias e favelas, sem condições adequadas, o
subemprego, que, somados ao baixo investimento
Infográfico com taxas de urbanização,
dos governos nessas áreas, gera um quadro de
expectativa de vida e crescimento crise nos transportes, violência, falta de
saneamento básico, com enchentes e
populacional da América latina.
deslizamentos, problemas recorrentes das grandes
Fonte: Folha de são Paulo, 21/08/2012. cidades latino-americanas até os dias de hoje.
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Mapa da América segundo os níveis de desenvolvimento. Fonte: pnld.moderna.com.br

De acordo com o mapa acima, podemos dividir os países do continente em três


grupos, segundo o nível de desenvolvimento econômico:
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Níveis de desenvolvimento econômico de cada país da América. Fonte: moderna.com.br

A presença de recursos naturais como minérios e petróleo, além da grande


produção agropecuária da América latina, faz com que a maioria dos países de
insira na divisão internacional do trabalho como fornecedora desses bens primários,
sobretudo para a China, que teve grande crescimento econômico nos últimos anos e
precisou desses recursos para construir cidades e expandir a sua indústria. No
entanto, além de serem mais baratos do que os produtos industrializados devido a
baixa tecnologia empregada neles, essa economia agroexportadora gera grandes
impactos ambientais e causa o deslocamento de uma serie de populações
tradicionais que vivem nos territórios alvo da exploração. Por exemplo, para se
extrair minérios é necessário desmatar grandes áreas, até chegar no subsolo onde
se encontram os metais preciosos. Além disso, é preciso construir estruturas para
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transportar os materiais, cidades para abrigar os trabalhadores do processo de


extração, toda uma rede que acaba incentivando a ida de levas de trabalhadores em
busca de oportunidades nem sempre correspondidas. O resultado é uma
transformação completa desses locais, que passam a lidar com os problemas típicos
das grandes cidades, impactando inclusive na cultura e nos modos de vida de
populações indígenas, que veem suas terras serem fortemente modificadas devido a
essas novas atividades econômicas, sobretudo com a poluição ou a redução das
fontes de água usadas por esses povos, já que tanto a mineração como a
agropecuária necessita de muita água para se produzir. Tudo isso para gerar lucro
para as empresas multinacionais que muitas vezes não respeitam as legislações
trabalhistas e ambientais desses países. Acontecem uma série de disputas judiciais
e nos territórios, com as populações locais tendo dificuldades em serem ouvidas
diante desses poderosos interesses corporativos. Os governos muitas vezes
acabam não fiscalizando com a devida atenção ou até incentivam a instalação
dessas empresas, aceitando os impactos em prol de um suposto desenvolvimento e
da geração de empregos. A pergunta que fica é quem se beneficia de fato com esse
tipo de economia? Já que muitas vezes rios são contaminados, povos nativos
perdem suas terras, florestas são desmatadas e a vida das populações não é
melhorada, pois não há empregos para todos, muitas vezes a infraestrutura das
cidades não é melhorada e o lucro dessas atividades é enviado para o exterior.

Em 2015 nesta mina de ouro na Argentina,


explorada por uma empresa canadense,
ocorreu um grande derramamento de
milhões de litros de cianureto e metais
pesados num rio, contaminando outros
quatro. A população ficou sem água e
houve protestos, sendo a empresa obrigada
a investir em monitoramento para evitar
vazamentos. Casos como esse ocorreram no
Brasil, em Mariana e Brumadinho, em
Minas Gerais, em 2015 e 2019
respectivamente.
Mina de ouro em Valadero, província argentina de San Juan
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BIBLIOGRAFIA

Expedições geográficas: Manual do Professor. Melhem Adas, Sergio Adas. – 3ª Ed.


– São Paulo: Moderna: 2018.

EXERCÍCIOS
1) Cite um impacto ambiental da mineração

2) Mencione um motivo para a economia da América latina ainda ser


majoritariamente agrário-exportadora

3) Quais são os países considerados emergentes na América e por quê?

4) Escreva com suas palavras o que você entende por urbanização acelerada

5) Apresente um aspecto da industrialização tardia na América Latina

6) Marque a opção correta:

a. Toda a América é composta por países desenvolvidos


b. A maior parte da América é composta por países subdesenvolvidos,
com economias agrário-exportadoras
c. A herança colonial em nada explica a situação atual da América latina
d. Os países da América Anglo-saxônica foram colônias de exploração.

GABARITO DA APOSTILA 10
1) Resposta pessoal
2) Preservação da mata ciliar, manutenção das áreas verdes (não construídas),
destinação adequada do lixo e do esgoto, educação ambiental, preservação
das APPs (Áreas de preservação permanente), não artificialização de canais,
rios e córregos etc
3) Porque elas favorecem a infiltração da água no solo, contribuem para a vazão
de água dos rios, retém sedimentos, enviam vapor d’água para a atmosfera
favorecendo a ocorrência de chuvas etc
4) Mineração e agropecuária
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5) Má distribuição no território, redução do volume dos rios devido as mudanças


climáticas, contaminação por esgotos domésticos e industriais e pela
mineração, desperdício
6) Resposta pessoal
7) d

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