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Nas providências cautelares, o que o autor pretende é acautelar o efeito útil de uma acção,
evitando a realização do dano temido pelo perigo da demora.
Nas acções declarativas o que o autor pede é que o tribunal profira uma decisão final do
direito, isto é, uma sentença que ponha fim ao dia conflito ou litígios.
Ex: que o tribunal se pronuncie sobre quem é o titular do direito em causa, ou que a partir
de hoje o casamento esta dissolvido, que este deve pagar.
Nas acções executivas o credor pretende que o tribunal realize providências adequadas
para a reparação coerciva do direito violado (artigo 4 nº 3 cpc).
Aqui, não se pretende discutir se eles tem ou não direito, o credor já sabe que tem
direito, tem como mostrar, o que ele quer é que o Tribunal obrigue a outra parte a reparar
o direito violado/pagar a divida, etc., dependendo do fim,
Mas para mostrar ao tribunal que ele tem um ceto direito, e que o tribunal quer não é que
o tribunal reconheça ou declare se tem ou não direito e sim que o tribunal realize aquele
direito.
Assim:
FIM – o fim da acção executiva é algum dos indicados no artigo 45/2º, ou seja,
exigir uma prestação.
OBJECTO – a acção executiva ter por objecto o património (do devedor ou de
terceiros, nas situações previstas por lei) – cfr. art. 821º;
BASE – a execução tem sempre por base um título (arts. 45º/1 + 46º).
A circunstância de sempre se fundar num título, isto é, em prova documental,
constitui a particularidade mais saliente da acção executiva.
Em resumo:
A acção executiva:
- tem por base = um título;
- tem por fim = exigir uma prestação;
- tem por objecto = um património.
Como dissemos a acção executiva visa a reparação coerciva de um direito, porem visa
fazer valer direitos que envolvem o poder de exigir de outrem uma certa conduta. Se fala
aqui de situações em que o réu não cumpre voluntariamente, deve se realizar o direito
violado mesmo se for necessário o uso da força (art. 840 e 850). Ex: a pessoa deve e não
paga, foi condenado pelo tribunal a pagar mas não paga.
Por isso, não se pode falar de acção executiva para situações em que não há o que exigir.
Ex: uma sentença do tribunal que decreta o divórcio não é susceptível de ser executada
por qualquer forma. Isto porque a sentença de divórcio se limita a decretar a dissolução
do casamento e não precisa do réu uma conduta para aquele divórcio ser válido.
Para tanto,
Apreendidos pelo tribunal os bens do executado que forem considerados suficientes para
cobrir a importância da divida e das custas, tem lugar, normalmente, a venda desses bens
a fim de, com o preço obtido, se proceder ao pagamento.
O exequente obtém assim o mesmo resultado que obteria com a realização voluntária da
prestação que de acordo com o título executivo lhe era devida.
Nem sempre é através da venda dos bens do executado, pode ser através da adjudicação
onde leva-se o bem apreendido, entrega-se ao devedor e com essa entrega, considera-se
paga a dívida (art. 872 conjugado com o art. 875/1).
Portanto,
Neste tipo de processo o exequente pode obter um resultado idêntico ao da realização da
própria prestação (recebimento da coisa) ou um valor equivalente.
Facto fungível – é quando o devedor pode se fazer substituir por outra pessoa no
cumprimento da obrigação assumida (art. 207 CC).
E quando o facto seja “fungível” o exequente pode requerer que ele seja prestado por
outrem a custa do devedor (art. 933º), sendo então apreendidos e vendidos os bens deste
que forem necessários ao pagamento do custo da prestação. Isto é, o executado pode
indicar uma outra pessoa para cumprir com a obrigação, mas quem vai custear as
despesas será o devedor.
Se recusar, então vai se penhorar os bens do executado, vender para custear as despesas
do facto prestado por terceiro.
Facto Fungível – é aquele em que o devedor não pode se fazer substituir por outrem sob
pena de não se realizar o interesse do credor de forma satisfatória (art. 828 cc).
Pode também requerer que o devedor seja condenado por cada dia de atraso no
cumprimento da obrigação (art. 829 cc).