TER14ABR

Terça-feira
14 de Abril de 2020
Ano 44 • N.º 15960

Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao

SUSPENSÃO DA CERCA SANITÁRIA PROVINCIAL TERMINOU ONTEM

NESTA EDIÇÃO
ADRIANO MIXINGE
CFB leva ao Moxico 2.829
cidadãos retidos no Huambo
Da vida selvagem
às cidades inteligentes
OPINIÃO • 11

ESTUDO
Ao todo, 2.829 cidadãos que se encontravam retidos em Benguela,
Huambo e Bié, durante a primeira fase do Estado de Emergência,
regressaram, sábado e domingo, ao Moxico, em comboios do
Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), no quadro do levantamento
temporário, nos dias 11, 12 e 13, da cerca sanitária provincial criada
pelo Executivo para que as pessoas que se encontravam noutras
províncias pudessem regressar a casa. Uma equipa multissectorial,
destacada na estação do Luena, prestou assistência aos passageiros
durante o desembarque, no cumprimento das medidas preventivas
de higienização, rastreio e preenchimento de fichas para a sua
localização, devido à pandemia da Covid-19. Terminou ontem,
às 23h59, a suspensão da cerca sanitária provincial, devendo os
cidadãos ficar em quarentena até ao dia 25 de Abril, no quadro
da segunda fase do Estado de Emergência. DESTAQUE • 4 a 8

AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Telemóveis massificam
uso de Internet em Luanda
ECONOMIA • 13

CENTRALIDADES
Prazo de pagamento das
casas em renda resolúvel
pode ser alargado
ÚLTIMA • 32

CUANZA-NORTE
Construções anárquicas
são demolidas
em Ndalatando
REGIÕES • 22

CHIPINDO
Garimpeiro ilegal
morre soterrado
em mina de ouro
REGIÕES • 22

ALEMANHA
Popularidade de Angela
Merkel em alta
MUNDO • 15

BASQUETEBOL

BALANÇO ACTUALIZADO

País sem casos de Covid-19 há cinco dias DESTAQUE • 4

Maneda e Voigt DR

tiveram três meses VIÚVA DE MÁRIO PINTO DE ANDRADE RENDA DE CASA

para negociar dívida CYRIL RAMAPHOSA
DESPORTO • 30
BP do MPLA lamenta Parlamento
morte de Sarah Moldoror nega subsídio África
milionário
O Bureau Político do Co-
mité Central do MPLA la-
DR

A Assembleia Nacional
mobiliza
menta, em comunicado,
a morte, ontem, em Paris,
nega, em nota, que o seu
líder, Fernando da Pieda- apoio
económico
por doença, aos 91 anos, de Dias dos Santos, bene-
de Sarah Maldoror, viúva ficia de um subsídio mensal
de Mário Pinto de Andra- de renda de casa de 17 mi-
de, co-fundador e primeiro
presidente do partido no
poder em Angola.
lhões de kwanzas, por se
tratar de uma entidade com
direito a uma residência
externo ÁFRICA • 14
POLÍTICA • 2 | CULTURA • 29 oficial. A nota esclarece que
o que ocorreu foi uma gra-
DESAFIOS DO NOVO MINISTRO lha que resultou na inser-
ção deste montante como
Pedro Sebastião pede celeridade subsídio de renda de casa,
quando devia ser serviços COVID-19
no apoio aos veteranos da Pátria de manutenção e de con-
#FiqueEmCasa
POLÍTICA • 3 servação. POLÍTICA • 2
2 POLÍTICA
À TITULAR DA CULTURA, TURISMO E AMBIENTE
Adjany Costa disse que integração da vertente cultural é um dos valores a defender
Ministra de Estado pede
coesão e espírito de equipa
Carolina Cerqueira fez o apelo ontem na cerimónia de
passagem de pastas e apresentação da ministra Adjany Costa
A ministra de Estado para a
Área Social, Carolina Cer-
queira, destacou, ontem, em
Luanda, a necessidade da
conjugação de esforços, coesão
e espírito de equipa para a
concretização das acções do
Ministério da Cultura, Turismo
e Ambiente.
Carolina Cerqueira, que
falava na cerimónia de pas-
sagem de pastas e apresentação
da ministra Adjany Costa, fri-
sou que a coesão, inclusão,
multiplicidade de ideias e visão
inovadora devem ser as divisas
da equipa de trabalho do Minis-
tério da Cultura, Turismo e
Ambiente, tendo em conta o
novo paradigma nacional.
A cultura e o turismo, adian-
tou, são sectores que têm con-
dições para a geração de em-
pregos e recursos para alavan-
car a economia angolana.
De acordo com Carolina
Cerqueira, citada pela Angop,
deve haver uma conjugação
de esforços e articulação de
ideias para se proporcionar o
desenvolvimento sustentável
das artes e turismo, tendo sem-
pre em conta a protecção e
preservação do meio ambiente.
Turismo interno
Potenciar o turismo interno,
para se pensar no mercado
internacional, é, segundo a
ministra da Cultura, Turismo
e Ambiente, Adjany Costa,
uma das divisas que tem, sem
descurar, no entanto, os recur-
sos humanos, preservação e
promoção da identidade cul-
tural angolana.
Adjany Costa apontou como
primeiro desafio a integração
dos três sectores que antes
constituíam departamentos
ministeriais autónomos. A
ministra adiantou que o espírito
inovador, a protecção do ecos-
sistema e a integração da ver-
tente cultural são valores que
deverão fazer parte, doravante,
do léxico do Ministério.
De acordo com Adjany
Costa, o desenvolvimento em
simultâneo e equilibrado dos
três sectores passa, necessa-
riamente, pela criação de me-
canismos que contribuam
para a criação de uma indús-
tria cultural e turística robusta.
Fazer melhor
Depois de ser empossada pelo
Presidente da República, na
quarta-feira passada, a ministra
informou que o Presidente
pediu-lhe para fazer melhor.
“Tenho a possibilidade de dar
uma visão externa ao Executivo,
tendo experiência de campo e
experiência técnica, integrando
tanto a parte política quanto a
de aplicação”, sublinhou.
Adjany Costa
apontou como
primeiro desafio a
integração dos três
sectores que antes
constituíam
departamentos
ministeriais
autónomos
Para Adjany Costa, a prio-
ridade, no imediato, passa pela
integração das três áreas (Cultura,
Turismo e Ambiente), que con-
siderou “universos completa-
mente diversos”, mas com
linhas de pensamento que
podem ser integradas se as polí-
ticas e objectivos forem comuns.
Adjany Costa prometeu
integrar ao Projecto Okavango
Zambeze a componente da
cultura, temperando-o, assim,
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
a um foco ambiental muito
forte. “Está na hora de parar-
mos de olhar para o projecto
de conservação como pura-
mente ambiental e paisagístico.
Devemos também integrar as
comunidades locais como
uma grande componente do
turismo. É também uma das
formas de integrarmos os dife-
rentes sectores”, disse.
Relativamente aos proble-
mas ambientais nas zonas
urbanas, sempre marcadas
por poluição de vária ordem
e falta de arborização, a minis-
tra deixou claro que esta é
uma questão que consta, tam-
bém, das suas prioridades.
Adjany Costa entende que “é
preciso abandonar a velha
concepção de ver e pensar o
ambiente numa perspectiva
de fora.
“Está na hora de mostrar-
mos que o ambiente é tudo
aquilo que nos rodeia e é im-
portante trazermos o verde
de volta às nossas cidades e
ajudar a mudar a mentalidade
dos citadinos, ajudando-os
a ver a importância disso no
seu dia-a-dia, com mais arbo-
rização”, garantiu.
Adjany Costa, que disse estar
consciente dos desafios, lem-
brou ter o privilégio da expe-
riência de campo, evitando
que as políticas a serem desen-
volvidas não fiquem no papel.
“Estamos perante universos
distintos, mas muito ligados.
Temos de arranjar forma de
fazer acontecer”, disse a minis-
tra mais nova, 30 anos, do Exe-
cutivo de João Lourenço.
Um dos valores que pre-
tende preservar é a humildade,
lembrando que não tem medo
de continuar a ser humilde
nem sequer pensa mudar a
sua natureza.
VIÚVA DE MÁRIO COELHO PINTO DE ANDRADE
MPLA lamenta morte da
cineasta Sarah Maldoror
A viúva de Mário Coelho Pinto
de Andrade, co-fundador e
primeiro presidente do MPLA,
Sarah Maldoror, faleceu ontem,
em Paris, por doença, aos 91
anos de idade.
De acordo com um comu-
nicado do Bureau Político do
MPLA, que manifesta “pro-
fundo sentimento de cons-
ternação e tristeza”, Sarah
Maldoror, que considera
“insigne figura da intelectua-
lidade e da cultura afro-cari-
benha”, revelou-se uma pessoa
com enorme sentido de soli-
dariedade para com os povos
oprimidos, integrando, para
o efeito, ao lado do compa-
nheiro Mário Pinto de Andrade,
o grupo de pioneiros dos movi-
mentos da luta pela libertação
do continente africano.
“O percurso de vida da
Camarada Sarah Maldoror é
marcado, também, pelo desejo
de descobrir o que pode estar
por detrás das nuvens, carac-
terística que a habilitou a
aprender a trabalhar em equipa
e a ter um olhar permanen-
temente crítico ao serviço da
luta contra as intolerâncias e
as estigmatizações de todo o
tipo”, indica o comunicado,
que considera Moldoror uma
eminente cineasta e precursora
do cinema pan-africano.
Para o MPLA, a dimensão
política e o desejo de trans-
missão das outras culturas
constituem o pilar funda-
mental do percurso artístico
de Sarah Maldoror, segundo
o qual a Cultura é o único
meio de transformar as cons-
ciências e, consequente-
mente, para a conquista do
progresso da sociedade.
ASSEMBLEIA NACIONAL ESCLARECE
Presidente “não beneficia
de subsídio de renda de casa”
A Assembleia Nacional escla-
receu ontem, em nota, que o
presidente da Assembleia
Nacional, Fernando da Piedade
Dias dos Santos, “não beneficia
de um subsídio de renda de
casa, por se tratar de uma
entidade que tem direito a
uma residência oficial”.
A nota, assinada pelo direc-
tor do Gabinete de Comuni-
cação e Imagem, surgiu em
reacção à notícia do Jornal
Expansão, da semana passada,
segundo a qual o presidente
da Assembleia Nacional rece-
bia um subsídio de renda de
casa de 17 milhões de kwanzas
por mês.
“Quanto a um possível
subsídio atribuído ao presi-
dente da Assembleia Nacional,
o que ocorreu foi uma gralha
técnica que resultou na inser-
ção do montante ao qual está
referenciado como sendo
subsídio de renda de casa,
quando deveria ser serviços
de manutenção e de conser-
vação”, refere a nota.
A viúva de Mário Pinto de
Andrade fundou, em 1956, a
“Les Griots”, primeira com-
panhia de teatro composta
por actores africanos e afro-
caribenhos, norteada pelo
espírito de reabilitar a História
Negra e tornar conhecido,
pelo mundo, os artistas e escri-
tores negros e as suas obras.
Do vasto repertório que
confirma a sua reputação de
artista engajada, de acordo
com o comunicado, desta-
cam-se a curta-metragem
“Monangambee” (1959) e a
longa-metragem “Sambi-
zanga” (1972), adaptadas
nomeadamente do conto “O
Fato Completo de Lucas
Matesso” e da novela “A vida
verdadeira de Domingos
Sarah Moldoror juntou-se aos movimentos de libertação
O documento acrescenta
que, em termos de execução
orçamental, “nunca a Assem-
bleia Nacional procedeu ao
pagamento mensal de 17
milhões de kwanzas, con-
forme referenciado no Jornal
Expansão”. A nota refere,
também, que a mera previsão
orçamental não resulta, auto-
maticamente, na execução
orçamental, como sugere a
matéria do Jornal Expansão.
De acordo com a nota, o
valor da dotação global do orça-
mento do Parlamento integra
o Orçamento Geral do Estado,
mas o do Parlamento só é apro-
vado pelo plenário nos 30 dias
subsequentes à aprovação do
OGE, cujos exemplares são
enviados ao Ministério das
Finanças. Em matéria de gestão
administrativa, financeira e
patrimonial, acrescenta, o Par-
lamento tem um Conselho de
Administração, órgão de con-
sulta e gestão integrado por
deputados de todos os Grupos
Parlamentares.
Terça-feira
14 de Abril de 2020
Xavier”, ambas obras de José
Luandino Vieira, sendo o último
filme amplamente reconhe-
cido como uma das maiores
obras do cinema africano, para
além de uma série de docu-
mentários produzidos em
França, onde nasceu e passou
grande parte da sua vida.
“Nesta hora de profunda
comoção, o Bureau Político
do MPLA, em nome dos mili-
tantes, simpatizantes e amigos,
inclina-se perante a memória
da Camarada Sarah Maldoror
e endereça à família enlutada
os mais sentidos pêsames,
rogando para que descanse
em Paz e que a sua partida
possa ser compreendida com
a esperança do conforto de
Deus”, conclui.
DR
ACÓRDÃO
Tribunal “chumba”
novo partido de
Carlos Contreiras
O Tribunal Constitucional
rejeitou o pedido de inscrição
do partido União dos Reinos
de Angola - Partido Popular
Monárquico (URAPPM), de
Carlos Alberto Contreiras
Gouveia, antigo presidente
do extinto PREA (Partido
Republicano de Angola).
A decisão consta do acórdão
nº 601/2020, do Tribunal Cons-
titucional, que manteve o des-
pacho do juiz presidente a
rejeitar a inscrição do partido
e a cancelar o credenciamento
da Comissão Instaladora, por
não ter preenchido os requisitos
legais. Segundo o acórdão, a
Comissão Instaladora do par-
tido URAPPM não observou
os princípios da legalidade, da
representatividade, do âmbito
e carácter nacional, bem como
por não ter apresentado o
número mínimo de 7.500 assi-
naturas válidas. O Tribunal
diz, igualmente, ter constatado
a falsificação de documentos
por parte da coordenação da
Comissão Instaladora.
POLÍTICA Terça-feira
14 de Abril de 2020
CONFINAMENTO
UNITA
sensibiliza
populações
em Luanda
A UNITA está a trabalhar na
sensibilização das populações
sobre o cumprimento das
medidas impostas pelo Estado
de Emergência,entre as quais
o respeito ao distanciamento
social, uso de máscaras e lava-
gem das mãos, informou on-
tem o secretário provincial
em Luanda, Nelito Ekuikui.
“A UNITA vai fazer este
trabalho com as comunida-
des levando bens e sensibi-
lizando para o cumprimento
das restrições até ao fim do
Estado de Emergência”, disse
o político, em declarações
ao Jornal de Angola.
Ontem, os dirigentes da
UNITA em Luanda traba-
lharam no município de
Cacuaco, distrito urbano dos
Mulenvos. Nelito Ekuilui
afirmou que a UNITA cons-
tatou, no local, a desagre-
gação de famílias devido à
fome. “Quando chegámos
ao distrito urbano dos Mulen-
vos, encontrámos quatro
famílias a serem transpor-
tadas por uma ambulância
devido à fome”, afirmou o
também deputado.
Segundo o político, o distrito
urbano dos Mulenvos, que fica
ao lado do maior aterro sanitá-
rio de Luanda, as famílias estão
a recolher comida do aterro
sanitário para se alimentarem.
Como consequência, muitas
pessoas estão a ficar intoxi-
cadas, com contornos graves
para a saúde.
O deputado considerou
de grave o facto do Executivo
não estar a cumprir, até ao
momento, a promessa de
apoiar as famílias vulnerá-
veis. Nelito Ekuikui espera
que nos dias que faltam para
o cumprimento do Estado
de Emergência, o Executivo
conceda o apoio às famílias
vulneráveis.
Relativamente aos 8.500
anunciados para cada família
carenciada, o deputado con-
siderou o valor de ínfimo. “O
Executivo prometeu que nos
primeiros 15 dias do Estado
de Emergência cada família
carenciada receberia 8.500
kwanzas. Terminamos os pri-
meiros 15 dias, infelizmente
nenhuma família recebeu
este dinheiro. 8.500 kwanzas
é dinheiro para ser usado
apenas em um dia ou dois.
Como é que vão dar para ser
usado em 15 dias ou um mês
numa família que tem 5 a 10
membros”, questionou.
População de Belas
Na sexta-feira, a UNITA em
Luanda vai doar vários bens
de primeira necessidade às
populações carenciadas do
município de Belas e Cacuaco,
distrito urbano do Belo Monte,
no âmbito do combate e pre-
venção da Covid-19. Nelito
Ekuikui referiu que o partido
está a trabalhar com as comu-
nidades para identificar as
dificuldades pelas quais estão
a passar, na sequência do
Estado de Emergência.
Adelina Inácio
COMBATE À COVID-19
MINJUD exorta jovens
a colaborar na prevenção
A ministra da Juventude e
Desportos, Ana Paula da Silva
do Sacramento Neto, apelou,
ontem, aos jovens a contri-
buir nos esforços do Execu-
tivo, com vista à contenção
da propagação da pandemia
da Covid-19 no país.
Numa mensagem por oca-
sião do Dia Nacional da Juven-
tude, que se assinala hoje, a
ministra reconhece que a cele-
bração da data "ocorre num
contexto particularmente difí-
cil, em virtude da pandemia
da covid-19, que assola o país
e outras nações".
"Por esse motivo, os jovens
são chamados, mais uma vez,
a contribuir nos esforços do
Executivo angolano, com
vista à contenção da propa-
gação do vírus no país", refere
a mensagem.
Ana Paula da Silva do Sa-
cramento Neto exortou os
jovens a reflectir sobre o tema
"paz e tolerância", durante o
isolamento social, na sequência
das medidas para se conter a
propagação da covid-19. Como
se sabe, acrescenta a nota, a
Ministra da Juventude e Desportos Ana Paula do Sacramento
CESTA BÁSICA
MPLA doa bens para
famílias vulneráveis
Dezoito toneladas de pro-
dutos da cesta básica e meios
de higienização foram entre-
gues à administração muni-
cipal do Cazenga, em Luanda,
para serem distribuídos a 600
famílias desfavorecidas, no
âmbito do programa de pro-
tecção contra a Covid-19.
Consta da doação produtos
alimentares e de higienização
como sabão, álcool gel, bal-
des e banheiras plásticas.
A acção é uma iniciativa
do Comité Central do MPLA
e visa essencialmente apoiar
as famílias vulneráveis da
circunscrição, enquanto durar
a pandemia da Covid-19.
O acto de entrega dos bens
essenciais, realizado no
sábado, coube ao secretário
do Bureau Político do MPLA
para Administração e Finan-
ças, Diógenes de Oliveira,
que na ocasião disse não
estar a substituir as acções
do Executivo, mas “por ser
um partido que ama Angola
e os angolanos”.
pandemia ainda não tem cura
imediata, pelo que, apela-se
à população e aos jovens, em
especial, a observarem as medi-
das preventivas com o elevado
sentido de civismo, para que
seja possível mitigar o impacto
negativo da doença em Angola.
Na mensagem, o Ministério
da Juventude e Desportos feli-
cita a juventude angolana
pelo dia e solidariza-se com
aqueles que, por razões diver-
sas, enfrentam dificuldades
de vária ordem.
A ministra considera que
o Dia Nacional da Juventude
é um marco importante de
reafirmação e reconheci-
mento do papel da juventude
como factor e recurso indis-
pensável para o desenvol-
vimento do país.
JMPLA
O Secretariado Nacional da
JMPLA felicitou, igualmente,
os jovens do país pelo dia
nacional, e encoraja a pros-
seguirem firmes nos seus
ideais de contribuírem para
o desenvolvimento da Nação.
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
O MPLA, sublinhou, está
a fazer sua parte, levando a
solidariedade às populações
com géneros de primeira
necessidade e de higienização
para ajudar as famílias mais
carenciadas no município
do Cazenga.
Segundo a Angop, o político
disse estar certo que os bens
não vão resolver todo o pro-
blema, mas se todos derem
contribuições as populações
se sentirão bem, não só com
produtos da cesta básica, mas
também na observância das
medidas de prevenção contra
a Covid-19.
O administrador do Ca-
zenga, Albino da Conceição
José, adiantou que a muni-
cipalidade possui um cadas-
tramento de mais de três mil
famílias vulneráveis, daí que
os bens vão mitigar as difi-
culdades que as pessoas en-
frentam. Adiantou que os
bens serão distribuídos às
famílias vulneráveis nos seis
distritos urbanos.
MINISTRO DE ESTADO PEDE RAPIDEZ NAS SOLUÇÕES
João Ernesto dos Santos foi ontem apresentado aos quadros do sector da Defesa Nacional
Antigos combatentes vão
ter “tratamento especial”
Pedro Sebastião espera que a fusão do Ministério represente
também rapidez na resolução dos problemas dos veteranos
Adelina Inácio
O ministro de Estado e Chefe
da Casa de Segurança do Pre-
sidente da República, Pedro
Sebastião, defendeu ontem,
em Luanda, maior rapidez
na resolução dos problemas
que afectam uma parte dos
antigos combatentes.
“Esperamos que a fusão do
Ministério da Defesa com o
dos Veteranos da Pátria repre-
sente não só a poupança de re-
cursos, mas também de maior
conhecimento e rapidez na
resolução dos problemas por
que passam uma parte dos
antigos combatentes”, afirmou
o ministro de Estado.
Pedro Sebastião, que falava
na cerimónia de apresenta-
ção do novo ministro da De-
fesa, entende que esta franja
da sociedade merece toda a
atenção e respeito, por terem
emprestado toda a juventude
em prol da Independência
Nacional.
“É um imperativo moral
que aqueles que ontem em-
prestaram toda a sua juven-
tude em prol da Indepen-
dência Nacional ou da sua
consolidação, mereçam e
recebam hoje o devido res-
peito e atenção”, sublinhou
Pedro Sebastião.
Quanto ao novo ministro,
Pedro Sebastião destacou as
suas qualidades nas Forças
Armadas, na Academia Mili-
tar na antiga União Soviética
e no antigo regimento pre-
sidencial. Pedro Sebastião
destacou, igualmente, o con-
tributo e gestão do ex-minis-
tro da Defesa Nacional, Sal-
viano de Jesus Sequeira “Ki-
anda” no sector da Defesa.
O responsável pediu aos
comandantes dos ramos das
Forças Armadas, oficiais
generais e almirantes, ofi-
ciais, sargentos, praças e tra-
balhadores civis toda a en-
trega e colaboração à nova
equipa que entrou em fun-
ções ontem.
Tratamento especial
O novo ministro da Defesa
Nacional e Veteranos da Pá-
tria, João Ernesto dos Santos
“ Liberdade", garantiu que
vai dar um tratamento espe-
cial aos antigos combatentes
e Veteranos da Pátria. “É um
dever do Estado e uma obri-
gação moral da sociedade,
que pretendemos reflectidos
nas acções do Executivo em
dar solução compatível aos
problemas que afectam um
elevado número de cidadãos
que se baterem, com digni-
dade, pela conquista e sal-
vaguarda da Independência
Nacional”, sublinhou.
João Ernesto dos
Santos “ Liberdade"
elegeu como
prioridade a
consolidação do
processo de
reestruturação e
redimensionamento
em curso no sector
da Defesa Nacional
João Ernesto dos Santos “
Liberdade", que reconheceu
que muitos dos antigos com-
batentes vivem em situação
deplorável, elegeu como prio-
ridade a consolidação do pro-
cesso de reestruturação e
redimensionamento em curso
no sector da Defesa Nacional.
Lembrou que a reestrutura-
ção no sector visa a raciona-
lização dos recursos humanos,
financeiros e outros serviços,
sem a perda da operaciona-
lidade, eficiência e motiva-
ção profissional dos quadros
e efectivos.
Para a concretização destes
desafios, o ministro garantiu
que vai continuar a apostar
3
M.MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO
na formação e aperfeiçoa-
mento dos quadros a todos
os níveis. “Esta etapa de mu-
danças, cuja dinâmica pres-
supõe mentalidades abertas,
exige conhecimentos actua-
lizados e aconselha perma-
nente disponibilidade e espí-
rito de iniciativa, que permite
ultrapassar eficazmente os
obstáculos", frisou.
Combate à Covid-19
João Ernesto dos Santos “
Liberdade” anunciou que o
sector da Defesa Nacional vai
dedicar especial atenção à
pandemia da Covid-19, para
evitar o contágio comunitário
no território nacional.
No que diz respeito ainda
às acções do sector, João dos
Santos “Liberdade” disse
que vai criar as condições
de trabalho compatíveis com
as responsabilidades, dando
prioridade à componente
humana. O ministro defende
trabalho em equipa para se
assegurar o cumprimento
das missões no sistema de
Defesa Nacional.
O ministro cessante, Sal-
viano de Jesus Sequeira
"Kianda", afirmou que “não
foi fácil” dirigir o Ministério
da Defesa Nacional, princi-
palmente numa altura em que
o Executivo elegeu como prin-
cipal linha de acção o combate
à corrupção , à impunidade,
bajulação, nepotismo, tráfico
de influencias e outras práticas
lesivas ao Estado".
Salviano de Jesus Sequeira
lembrou que durante o man-
dato dedicou-se ao processo
de reestruturação, redimen-
sionamento e reequipamento
do sector da Defesa Nacional
e das Forças Armadas. A mo-
dernização da Marinha de
Guerra, implementação dos
planos estratégicos e de negó-
cios da Caixa de Segurança
Social das FAA estiveram igual-
mente nas prioridades.
4 DESTAQUE
País sem registo de casos
positivos há cinco dias
O Secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, afirmou
que mil pessoas estão em quarenta domiciliar e institucional
Mazarino Cunha*
Angola continua sem registo
de casos positivos da Covid-
19, pelo quinto dia consecutivo.
De acordo com o secretário
de Estado para a Saúde Pública,
o país mantém os 19 casos
positivos, com quatro recu-
perados e dois mortos.
Franco Mufinda, que falava
na habitual conferência de
imprensa de actualização dos
dados, informou que conti-
nuam em seguimento os 13
casos positivos. "O número
mantém-se inalterado: quatro
recuperados, dois óbitos e os
13 internados nas unidades
sanitárias", disse o secretário
de Estado para a Saúde Pública
Comunidade mauritaniana doa bens alimentares a pessoas necessitadas
José Chaves | Andulo
A comunidade mauritaniana
residente no município do
Andulo doou cinco toneladas
de bens alimentares à admi-
nistração municipal local
com vista a ajudar as famílias
mais necessitadas, no âmbito
da prevenção e combate à
Covid-19.
O donativo, composto de
diversos bens alimentares
e de higiene, visa satisfazer
as necessidades das pessoas
vulneráveis, essencialmente
idosos desta região do centro
do pais. Dos bens doados às
PROCESSADAS 1.182 AMOSTRAS
durante a habitual actuali-
zação de dados da pandemia.
Em relação ao Laboratório
do Instituto Nacional de Inves-
tigação em Saúde, frisou
Franco Mufinda, até ontem
processou 1.182 amostras.
Acrescentou que mil pessoas
estão em quarenta institu-
cional e domiciliar.
A publicação dos resultados
das amostras, frisou, tem a
validação da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e
do Laboratório CDC Atlanta
dos Estados Unidos.
De acordo com o secretário
d e E s ta d o p a ra a S aú d e
Pública, Luanda continua a
ser a única localidade do país
com casos confirmados pela
pessoas vulneráveis cons-
tam produtos como arroz,
água mineral, sal, deter-
gente, entre outros. No acto
de entrega o representante
da comunidade maurita-
niana no Andulo, Sidi
Mohamed, disse que a sua
comunidade vai apoiar as
camadas desfavorecidas
desta localidade e de outras
da região, especialmente as
pessoas idosas.
A administradora muni-
cipal do Andulo, Celeste
Adolfo, mostrou-se satisfeita
com o gesto da comunidade
mauritaniana, que vem mais
Covid-19. Informou que o
Centro Integrado de Segurança
Pública (CISP) não registou
chamadas por violações de
quarentena domiciliar.
Angola observa, desde às
zero horas de sábado, um
novo período de Estado de
Emergência, que deve vigorar
até às 23h59 do dia 25 de Abril.
Trata-se da prorrogação
dos primeiros 15 dias do regime
excepcional, decretado pelo
Presidente da República, a 27
de Março último, para conter
a proliferação da Covid-19.
A nova etapa do Estado de
Emergência foi decretada
quinta-feira, pelo Chefe de
Estado, após o parecer favo-
rável do plenário da Assem-
BIÉ
XAVIER CANDUMBA | EDIÇÕES NOVEMBRO
O donativo vai apoiar os idosos
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
bleia Nacional.
Na base dessa medida,
conforme as autoridades
nacionais, está o facto de ainda
se manterem os mesmos ris-
cos de propagação da pan-
demia no país.
Rectificação
Na sua edição de sábado, o
Jornal de Angola publicou,
erradamente, o nome da
embaixadora de Cuba no
nosso país, Esther Armen-
teros, aquando da chegada
dos especialistas daquele país
a Luanda, no quadro do com-
bate à Covid-19. À diplomata
cubana e aos nossos leitores,
as nossas sinceras desculpas.
*Com Angop
uma vez desafogar a pressão
que o governo tem em
socorrer as pessoas caren-
ciadas. Celeste Adolfo real-
çou que o gesto da
comunidade estrangeira
residente vai minimizar as
dificuldades das pessoas
mais desfavorecidas. Subli-
nhou que os bens chegaram
numa altura em que as pes-
soas desfavorecidas estão
assoladas pela falta de bens
alimentares de primeira
necessidade, porque não
podem sair de casa devido
ao estado de emergência
em vigor no no ss o paí s
MÉDICO BELMIRO ROSA ANUNCIA
Multiperfil já tem
centro de tratamento
Alexa Sonhi
A Clinica Multiperfil, em
Luanda, conta com um Cen-
tro de atendimento exclusivo
de pacientes que testarem
positivo ao Covid-19. A infor-
mação foi dada ontem, pelo
presidente do Conselho de
Administração daquela uni-
dade sanitária.
Em declarações à Rádio
Nacional de Angola, Belmiro
Rosa disse que o centro de
atendimentos de pacientes
com Covid-19 tem capaci-
dade para 25 doentes, mas
presentemente apenas cinco
camas estão preparadas com
respiradores e prontas para
receber eventuais casos posi-
tivos de coronavírus.
O Presidente do Conselho
de Administração da Mul-
tiperfil salientou que, mais
do que os respiradores, são
necessários os fatos de pro-
tecção individual, subli-
nhando que cada vez que
um profissional entrar para
uma sala ou enfermaria
d eve u t i l i za r u m fato e
quando sair o equipamento
é inutilizado.
“ No mínimo, por dia, o
profissional pode utilizar 10
fatos de protecção individual,
em três dias serão necessá-
rios 30 fatos por cada pro-
fissional”, explicou.
Segundo Belmiro Rosa,
os contactos com o Ministério
da Saúde estão bem avan-
çados no que concerne à
aquisição de mais equipa-
mentos. Acrescentou que
O centro tem a capacidade para atender diariamente 25 doentes
desde o final do passado
mês de Março.
“Temos tido muitas difi-
culdades em aguentar esta
franja da sociedade que
muito precisam, porque não
contamos com nenhum
apoio financeiro externo.
Tem sido apenas do Governo
”, disse Celeste Adolfo. A
responsável anunciou que
a administração vai conti-
nuar, nos próximos dias, a
apoiar as pessoas mais des-
favorecidas com bens de pri-
meira necessidade.
A administradora muni-
cipal do Andulo disse que,
Terça-feira
14 de Abril de 2020
dentro de alguns dias, a Mul-
tiperfirl vai receber outros
equipamentos para que o
centro de tratamento de
pacientes com Covid-19
possa funcionar em pleno.
Belmiro Rosa frisou que
a criação do centro permitiu
que fossem organizadas seis
equipas de 10 elementos para
fazerem face a todos os casos
positivos da Ccovid-19 que
derem entrada na Clínica
Multiperfil.
Formação de médicos
O Ministério da Saúde deu
início, ontem, à formação
de médicos não intensivistas
para poderem ajudar, de
forma eficiente, no combate
à pandemia da Covid-19.
Ao proceder a abertura
de primeiro ciclo de forma-
ção, a ministra da Saúde,
Sílvia Lutucta, disse que a
situação da pandemia da
Covid-19 no país implica a
mobilização de todos os
recursos humanos especia-
lizados, bem como a parti-
cipação activa de todos os
profissionais da área.
A coordenadora da for-
mação, Lídia Dembe, disse
que numa primeira fase estão
a ser formados 500 médicos
intensivistas, só para a pro-
víncia de Luanda.
Na província de Luanda
os médicos estão a preparados
no Centro de Formação da
Clinica Multiperfil, nas ins-
talações do INEMA e na Facul-
dade de Medicina da
Universidade Agostinho Neto.
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
desde que entrou em vigor
o estado de emergência no
país, já foram assistidas,
com bens alimentares da
cesta básica, mais de 1500
famílias desta circunscrição.
Os beneficiários receberam
igualmente produtos de
higiene como detergentes
e baldes. As acções huma-
nitárias decorreram na sede
municipal e nas comunas
de Calussinga, Chivaulo e
Cassumbe, respectivamente,
e vão continuar nos próxi-
mos dias para ajudar a miti-
gar o sofrimento das pessoas
vulneráveis.
DESTAQUE Terça-feira
14 de Abril de 2020
COMBOIOS DO CFB CUMPREM MISSÃO
Mais de duas mil pessoas
regressaram ao Moxico
José Rufino | Luena
Um total de 2.829 cidadãos
retidos nas províncias de
Benguela, Huambo e Bié
regressaram, entre sábado e
domingo, à província do
Moxico, por via do Caminho-
de-Ferro de Benguela, no
cumprimento do decreto que
permite o regresso de pessoas
às suas províncias de origem.
Uma equipa multissec-
torial destacada na estação
do Luena assistiu os pas-
sageiros durante o desem-
barque, no cumprimento
das medidas de higieniza-
ção, rastreio e preenchi-
mento de fichas para a sua
localização.
Macon cancela viagem por falta de passageiros
A Macon, principal empresa
transportadora rodoviária de
passageiros e cargas na pro-
víncia do Cunene, cancelou,
ontem, todas as viagens com
destino às províncias da Huíla,
Benguela e Luanda, por falta
de passageiros.
S egundo con statou a
Angop, não obstante se tratar
do último dia do levantamento
da cerca sanitária para a cir-
culação inter-provincial de
Apesar de ontem ter sido o último dia do levantamento da cerca sanitária o parque estava vazio
Uma equipa
multissectorial
destacada na estação
do Luena assistiu os
passageiros durante
o desembarque, no
cumprimento das
medidas de
higienização.
O chefe do departamento
de Saúde Pública no Moxico,
Balde Bernabé, disse que, em
conformidade com as regras
de segurança, todos os pas-
sageiros terão que cumprir a
quarentena domiciliar e aque-
les que apresentarem sintomas
associados à Covid-19, ficarão
NO CUNENE
pessoas devido ao Covid-19,
que foi até às 23h59 de ontem,
o parque dessa transportadora
estava “às moscas”.
Por força do Decreto Pre-
sidencial sobre a prorrogação
do Estado de Emergência, a
partir de hoje fica proibida a
movimentação inter-provin-
cial de pessoas, seja por via
aérea, marítima, ferroviária,
rodoviária ou fluvial, até ao
dia 25 deste mês de Abril.
em quarentena institucional.
“Temos uma equipa criada
para o devido acompanha-
mento destas pessoas, que
estão a chegar, estamos a fazer
o registo de todos eles para
facilitar a localização de cada
um dos passageiros que chegou
ao Luena, entre os dias 11 e 12
de Abril, no quadro de levan-
tamento da cerca sanitária".
O Jornal de Angola ouviu
alguns passageiros que enal-
teceram as medidas do Exe-
cutivo que permitiram o
regresso à casa e prometeram
cumprir a quarentena domi-
ciliar, orientada pelas auto-
ridades sanitárias. Maria Teresa,
uma das passageiras, afirmou
que o cumprimento da qua-
O levantamento da cerca
sanitária nacional entrou em
vigor no dia 11.
Em declaração ontem à
Angop, o gerente do terminal
inter-provincial da Macon
em Ondjiva, Fernando Miguel,
disse que no domingo (dia
12) e ontem, a empresa não
realizou qualquer viagem por
falta de passageiros, depois
de no sábado terem operado
com três autocarros.
EUNICE SUZANA | EDIÇÕES NOVEMBRO
DOMINGOS MUCUTA | EDIÇÕES NOVEMBRO
rentena é obrigatório, para
prevenir não só a vida da famí-
lia, mas também de todos os
habitantes, disse a cidadã, que
permaneceu mais de duas
semanas no Cuito, devido ao
Estado de Emergência.
António Domingos, que
esteve retido na província do
Huambo, disse que o decreto
do Estado de Emergência é
uma das medidas necessárias
que visa prevenir a vida e
evitar erros cometidos por
muitos países. “Angola regis-
tou até aqui poucos casos da
covid-19. Se cada cidadão
acatar as medidas de preven-
ção, seremos um dos poucos
países a não ter propagação
comunitária”, rematou.
De Ondjiva, explicou, saí-
ram três autocarros com 29
passageiros cada, com destino
às províncias da Huíla, Ben-
guela e Luanda, sem qualquer
concorrência, visto que a
transportadora Ango-Real
paralisou os seus serviços de
viagem inter-provincial em
finas de 2019.
Actualmente na província
do Cunene estão em qua-
rentena 193 cidadãos, sendo
95 institucional e 98 domi-
ciliar, tendo a província oito
centros de quarentena: três
na cidade de Ondjiva e um
em cada um dos seis muni-
cípios da província.
O Covid-19 é uma pneu-
monia que emergiu na cidade
c h i n e sa d e Wu h a n , e m
Dezembro, causada por um
novo Coronavírus. A pandemia
tem sido comparada à sín-
drome respiratória aguda
(SARS, na sigla em inglês) que
aconteceu em 2002 e 2003.
Angola regista, até ao
momento, 19 casos positivos
da doença, dos quais dois
mortos e quatro recuperados,
estando há quatro dias (96
horas) com esses números,
de acordo com a actualização
da Comissão Interministerial
para Resposta à Pandemia.
CIDADE DO CUITO
Fraca procura de rotas
inter-provinciais
A cidade do Cuito, capital
da província do Bié, estava
quase sem passageiros
para as rotas inter-pro-
vinciais no último dia da
prorrogação do levanta-
mento temporário da cerca
sanitária provincial.
Na manhã de ontem os
principais parques de auto-
carros de transporte inter-
provincial, tais como do
Chissindo, Macon (Cuito) e
Cunje, registaram um movi-
mento fraco de passageiros
para o Huambo, Luanda,
Moxico, entre outras.
Somente pelas 8 horas
da manhã 13 passageiros
seguiram para Luanda,
pela transportadora Macon,
ao passo que nos outros
parques verificou-se a
presença de apenas alguns
cidadãos que pretendiam
deslocar-se para o interior
do Bié.
O responsável do Par-
que do Chissindo, um dos
maiores da cidade do Cuito,
Domingos Jamba, afirmou
que a escassez de passa-
geiros para as rotas inter-
provinciais deveu-se ao
facto de muitos citadinos
terem aproveitado os dois
primeiros dias (sábado e
domingo) dados pelas
autoridades.
Sem adiantar o número
de passageiros que se des-
locaram para as diversas
localidades, via rodoviária,
nas últimas 48 horas,
Domingos Jamba admitiu
que desde a manhã de
ontem que nem sequer há
passageiros para a vizinha
província do Huambo,
tendo registado somente
cidadãos com destino aos
municípios do Chinguar
e Chitembo (Bié).
Cenário idêntico foi
constatado na Estação do
Caminho-de-Ferro de
Benguela (CFB), no Cunje
(cerca de sete quilómetros
do Cuito), de onde também
não embarcou nenhum
passageiro para as provín-
cias do Huambo, Benguela
e Moxico.
Sábado regressaram à
procedência 237 concida-
dão s da província do
Moxico que estavam reti-
Estação de comboio registou fraca afluência de passageiros
5
dos no Bié durante 15 dias,
na sequência do Estado de
Emergência, num comboio
dos Caminhos-de-Ferro
de Benguela.
Desse número, 125
cidadãos estavam sob
tutela do Governo local,
que havia encaminhado
oito crianças, seis idosos
e 38 mulheres ao Lar dos
Idosos Elavoko Lyomwe-
nho, arredores da cidade
do Cuito.
O regresso às áreas
de origem insere-se
num período de
excepção aberto
pelo Governo,
contemplando
apenas passageiros
que estavam retidos
fora das suas áreas
de residência. Essa
medida excepcional
não abrange os
passageiros que
estiverem em
quarentena
Setenta e três homens
estavam confinados numa
instalação junto à Estação
do CFB no Cunje e os demais
estavam em casas de fami-
liares, amigos ou outras
pessoas conhecidas.
Os concidadãos do
Moxico haviam se deslo-
cado ao Bié por diversas
razões (por trabalho, negó-
cios e problemas familia-
res), mas não puderam
regressar oportunamente
à procedência no último
comboio face a entrada em
vigor do Estado de Emer-
gência no dia 27 de Março.
O regresso às áreas de
origem insere-se num
período de excepção aberto
pelo Governo, contem-
plando apenas passageiros
que estavam retidos fora das
suas áreas de residência.
Essa medida excepcio-
nal não abrange os pas-
sageiros que estiverem em
quarentena, como expli-
cou, sexta-feira, a ministra
da Saúde, Sílvia Lutucuta.
O levantamento da
cerca sanitária terminou
às 00H00.
EDSON FABRÍZIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
6 DESTAQUE
Uma janela de oportunidade
para regressar ao convívio familiar
Utilizando os serviços de táxi, muitos regressaram às suas terras de origem aproveitando o
levantamento das restrições impostas pelo Estado de Emergência em vigor no país, devido
Manuel Fontoura | Ndalatando
Dezenas de passageiros retidos
entre as províncias de Luanda,
Cuanza-Norte e Malanje,
devido à entrada em vigor do
Estado de Emergência, no
país, e que impõe restrições
à circulação inter-provincial,
regressaram no último final
de semana às suas terras de
origem, utilizando os serviços
de táxi habituais naquelas
vias. O regresso dos mesmos
foi possível devido ao levan-
tamento da cerca sanitária,
decidida pelo Executivo para
permitir que cidadãos que se
encontram nas demais pro-
víncias possam regressar às
suas localidades de origem.
Sábado e domingo, na para-
gem da Macon, era grande o
número de cidadãos ansiosos
por comprar o bilhete de pas-
sagem para Malanje e Luanda.
Mas, infelizmente, poucos tive-
ram a sorte de conseguir obtê-
lo, porque os autocarros fizeram
linhas directas e, lotados com
passageiros de Malanje, pas-
saram sem parar em direcção
àquela província. De igual
modo os autocarros que ficaram
retidos em Malanje, devido à
situação que se vive no país,
passaram igualmente lotados
para Luanda. Segundo uma
fonte da transportadora, todos
estavam ávidos por comprar
bilhetes, tanto para Luanda
como para Malanje, e eram
mais de 100 os cidadãos que
aguardavam por um lugar
naquelas instalações.
Natércia Passos, de 32 anos,
Amaro Cassunda, de 44, e
Julieta Antunes, de 28, que
Terça-feira
14 de Abril 2020
NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO
MALANGE
Cresce a onda
de solidariedade
para com os mais
vulneráveis
Francisco Curihingana |
Malanje
O governo provincial de
Malanje vai retirar todas
as crianças que escolheram
a rua como seu habitat.
Esta revelação é do gover-
nador provincial, Norberto
d o s S a n t o s “ Kwa t a
Kanawa”, feita segunda-
feira, quando procedia à
recepção de donativos pro-
venientes da direcção local
do MPLA e da Angomart.
Kwata Kanawa precisou
que algumas crianças que
fugiram do convívio fami-
liar vão ser reintegradas e
para aquelas em condição
de órfãs ou abandonadas,
o governo vai procurar for-
LEVANTAMENTO DA CERCA SANITÁRIA mas de acolhê-las visando
a sua protecção.
Segunda-feira, na sua
habitual reunião, a Comis-
são Provincial do Combate
à Covid -19 levou para abor-
dagem “a situação das
crianças de e na rua” para
avaliar o seu impacto. O
governante, que agradeceu
o gesto quer do MPLA e da
Angomart, frisou que os
meios ora recebidos vão ser
distribuídos às populações
dos diferentes municípios
à pandemia do novo coronavírus da província, pelo que enco-
rajou os demais a seguir o
exemplo, doando o pouco
na paragem de táxis, junto ao tinha no interior 12 pessoas. ao seu alcance para acudir
Outros decidiram optar por viajar com os táxis largo Rainha Njinga, numa Não quiseram falar para a as dificuldades dos demais.
habituais que se encontravam a ser lotados em viatura de marca Toyota Hilux, nossa reportagem, apenas Sobre a adesão da classe
diferentes pontos da cidade. Por exemplo, na estavam cinco passageiros mostraram, com o acenar das empresarial local, Norberto
paragem de táxi na zona do mercado do 4 de que demonstravam ansiedade cabeças, que estavam bem e dos Santos não deixou de
Fevereiro, dezenas de cidadãos esperavam as no rosto pelo facto de poderem se sentiam muito felizes por enaltecer o princípio soli-
viaturas que vinham de Luanda e que regressar às suas casas depois puderem retornar a terra da dário demonstrado nesta
desembarcaram passageiros em Ndalatando, de algum tempo sem poder Palanca Negra, onde residem. fase, pelo que apelou a sua
dando espaço para quem quisesse seguir fazê-lo livremente. Madalena Por volta das 12 horas já alguns continuidade para dar res-
viagem de regresso a Malanje. Afonso, de 47 anos de idade, táxis de marcas e tamanhos posta aos problemas de
disse sentir-se feliz porque diferentes, como Toyota Land momento, consubstancia-
está há muitos dias sem ver Cruiser, vulgo 18 províncias, dos na gritante falta de meios
os seus cinco filhos que fica- Toyota Hilux (carrinha), assim alimentares, com realce
levava ao colo um bebé, foram dula. Sinto-me alegre por ram em Luanda. Para ela, o como os mais pequenos, Yun- para as famílias carentes.
os únicos que se predispu- agora poder ter a oportunidade Governo fez bem em abrir day Elantra, i10, Toyotas, O segundo secretário do
seram a falar para a reporta- de ir ao encontro da família. esta excepção para que pudes- conhecidos como olho de gato comité provincial de Malanje
gem do Jornal de Angola e Agradeço o Governo que nos sem voltar para casa e rever e rabo de pato, chegavam de do MPLA, Manuel Carvalho
pensam em regressar o mais deu essa possibilidade". a família. Luanda com passageiros de da Costa, que procedeu à
depressa possível para junto Julieta Antunes, a outra “Louvamos ao Senhor por Ndalatando e demais muni- entrega do donativo, disse
da família aonde saíram há viajante para Malanje, quase esta decisão do nosso Governo. cípios do Cuanza-Norte. que a ideia é contribuir para
mais de duas semanas. Natér- não conseguia falar de tanta Não é fácil. Esses dias todos Verónica Luís, de 23 anos, minimizar os vários pro-
cia vive em Luanda e não quer alegria. Com lágrimas no rosto, só falava com o meu marido disse que esteve em Luanda blemas que as comunidades
perder esta oportunidade para disse que regressar à casa e e com as crianças por telefone, durante todo este tempo e enfrentam neste momento
regressar a casa. "Se não viajar encontrar a mãe e os irmãos era difícil”, disse a senhora, agora sente-se feliz por regres- difícil. Realçou que vão con-
hoje, meus filhos correm o é o que mais deseja desde a visivelmente feliz. Um outro sar para junto dos seus pais tinuar a mobilizar recursos
risco de não me verem e nem entrada em vigor do Estado passageiro, Miranda Celestino e irmão s . “ Não há nada no sentido de ajudar a miti-
eu a eles por cerca de 30 dias. de Emergência. “Quando che- Vemba, de 53 anos, disse que melhor do que estar ao lado gar as dificuldades da popu-
Já não posso mais! Estou cheia gar, depois de lavar as mãos vive em Luanda há mais de da família. Embora estivesse lação necessitada.
de saudades deles. Vim buscar com água e sabão, vou ter 15 anos. Natural do município com um tio que também é Por seu turno, o respon-
alguns produtos do campo e mesmo que abraçar todos de Ambaca, conta que o como se fosse meu pai, mas sável da Angomart, Manuel
acabei por ficar mais do que eles, porque não sei se vou Decreto do Estado de Emer- a sensação agora é diferente”, Lourenço, que fez chegar
o tempo necessário. Agora só conseguir saudá-los à dis- gência o apanhou despreve- frisou. A maioria dos passa- 500 kits compostos de pro-
me resta tentar encontrar um tancia”, finalizou. Outros deci- nido quando se encontrava geiros disse ser necessário dutos da cesta básica,
lugar no autocarro de regresso diram optar por viajar com na sua fazenda na comuna do continuar a seguir os apelos nomeadamente, feijão, leite,
a Luanda”, conta. os táxis habituais que se Maua. No dia 13, já de regresso da sociedade para que a pan- massa alimentar, bolachas
Já o senhor Amaro Cas- encontravam a ser lotados em à sede comunal, foi-lhe infor- demia da Covid-19 não che- e óleo alimentar, disse que
sunda, com residência fixa diferentes pontos da cidade. mado pelos seus familiares gue a atingir maior número o momento é propício para
no município de Calandula, Por exemplo, na paragem de sobre o ocorrido, motivo que de pessoas no nosso país. os homens de boa vontade
em Malanje, disse que a táxi na zona do mercado do o levou a permanecer ali Questionados sobre as fazerem a sua intervenção,
medida sobre o Estado de 4 de Fevereiro, dezenas de durante todo este tempo. “Só medidas de segurança no na ajuda daquilo que é pos-
Emergência o encontrou em cidadãos esperavam as via- agora estou a regressar a interior das viaturas, a maioria sível. “Nós não vamos parar
Ndalatando onde "vim para turas que vinham de Luanda Luanda, minha esposa e filhos dos passageiros e motoristas por aqui. Essa é uma luta,
participar de um problema e que desembarcaram pas- me aguardam com saudades. disse à nossa reportagem que vamos continuar a ajudar
familiar, por isso tive de sageiros em Ndalatando, Mas eles sabem que eu estou quase ninguém respeitou o as famílias. Essa luta não é
aguentar todo este período dando espaço para quem qui- de saúde porque temos estado distanciamento social devido só do governo, temos de
nesta localidade. Estou em s e s s e s e g u i r v i ag e m d e a falar via telefónica”, disse. à azáfama e entusiasmo em unir as forças para acudir
casa do meu irmão menor, regresso a Malanje. Por volta A Land Cruiser carregada que se encontravam com o as dificuldades”, disse.
minha família está em Calan- das 11 horas e poucos minutos de passageiros para Malanje desejo de regressar à casa.
DESTAQUE Terça-feira
14 de Abril de 2020
Aviões em terra, tempestade
financeira no ar
Com o avanço da pandemia da Covid-19, várias companhias aéreas como a
British Airways, Air France, Lufthansa e KLM estão com centenas de aviões no
chão, o que tem causado enormes prejuízos
British Airways, Air France,
Lufthansa e KLM preparam
proposta concertada para pedir
ajuda ao Governo britânico,
francês, alemão e dos Países
Baixos. Com centenas de aviões
no chão, as principais com-
panhias aéreas do mundo estão
a despenhar-se.
Os países europeus foram
os primeiros a interditar voos
de dentro e para fora da Europa,
NO AEROPORTO DE TÓQUIO
Dormitório com camas
de cartão para viajantes
Camas de cartão são forne-
cidas a viajantes que não
tenham outro sítio para ficar
enquanto aguardam pelos tes-
tes à Covid-19 a que são sujeitos
quando chegam ao país.
A área de chegadas do Ae-
roporto Internacional de Narita,
em Tóquio [Japão], transfor-
mou-se numa espécie de dor-
mitório. Aqui, são disponi-
bilizadas dezenas de camas
de cartão aos que têm que
esperar pelos testes à Covid-
19. O espaço destina-se a todos
aqueles que não tenham pos-
sibilidade de aguardar pelos
resultados dos testes num dos
hotéis disponibilizados pelo
governo, escreve a CNN, e para
COMPANHIAS AÉREAS ESTÃO A DESPENHAR
pondo em causa centenas de
rotas e a viabilidade de inú-
meras companhias aéreas, em
particular as lowcost. O Go-
verno italiano ponderou sobre
a eventual nacionalização da
Alitalia, o mesmo aconteceu
com o Governo francês rela-
tivamente à Air France. Em
Portugal, a TAP, onde 50 por
cento do capital é detido pelo
Governo, entrou em layoff.
DR
aqueles cujos amigos ou fami-
liares não podem ir buscá-
los imediatamente num carro
particular.
A somar a isso, os funcio-
nários que usam equipamentos
de protecção são responsáveis
por fornecer lanches e água.
Saliente-se que no Japão
o recurso a camas feitas com
caixas de papelão acontece
frequentemente durante pe-
ríodos de desastre. No entanto,
desta vez, a utilização destas
camas num espaço partilhado
no aeroporto está a gerar bas-
tante controvérsia, com muitos
a defenderem que o espaço
pode promover a propagação
do vírus.
As principais companhias
aéreas procuram uma forma
de obter subsídios operacionais
dos governos para voltarem
às rotas que operavam antes
das restrições impostas pelo
novo coronavírus. A Reuters
teve acesso a um documento
que dá igualmente conta que
não são só as grandes com-
panhias que pretendem ter
acesso a alguma forma de
Distância social de 1,5 metros
é insuficiente para travar contágio
Um estudo alerta que a dis-
tância social de 1,5 metros
recomendada pelas autori-
dades de saúde é insuficiente
para impedir o contágio por
Covid-19 e que essa distância
deve ser de pelo menos qua-
tro metros.
Os valores aconselhados
no estudo realizado por inves-
tigadores e engenheiros espe-
cializados em dinâmica de
fluidos, das universidades
de Leuven, na Bélgica, e Eind-
hoven, na Holanda, assentam
em simulações da forma
como as partículas de saliva
se soltam quando as pessoas
estão paradas, a andar, a cor-
rer ou a andar de bicicleta.
“Se alguém exala, tosse
ou espirra enquanto cami-
nha, corre ou anda de bici-
cleta, a maioria das micro-
partículas permanece numa
corrente de ar atrás dessa
pessoa, o que faz com que
outra pessoa que venha atrás
dela se mova através dessa
nuvem de micropartículas”,
explica Bert Blocken, pro-
fessor de engenharia civil
nas duas universidades.
apoio, as lowcost também são
candidatas, sendo que essa
probabilidade é bem menor.
“As companhias aéreas
precisarão de apoio para
manter rotas fundamentais
à economia mundial”, pode
ler-se num documento de
12 páginas produzido por um
grupo de lobbyIng para a
International Air Transport
Association (IATA), em Gene-
ESTUDO ALERTA
O estudo constatou que a
distância recomendada de
1,5 metros é “muito eficaz”
para aqueles que ficam em
ambientes fechados ou ao ar
livre com bom tempo, mas
que é insuficiente para situa-
ções em que as pessoas estão
bra, que contém “mensa-
gens-chaves” para os exe-
cutivos das companhias aéreas
que conduzirão as nego-
ciações com os respectivos
governos. O porta-voz da
IATA, Chris Goater, confir-
mou a autenticidade do docu-
mento mas advertiu que “é
um documento restrito para
os nossos membros”.
De acordo com o docu-
mento, é suposto que as com-
panhias aéreas agremiadas
na IATA – 290 companhias
representando mais de 90 por
cento de todo o tráfego aéreo
– solicitem apoio financeiro,
que pode ser obtido de diversas
formas: através de descontos
nas taxas de aterragem por
voo ou de um subsídio directo
por passageiro/quilómetro até
à estabilização dos mercados.
Os subsídios operacionais pas-
sam também pelo aumento
de incentivos fiscais, diferi-
mentos de cobranças, garantias
de empréstimos e outras for-
mas de apoio dos governos
concedidas às companhias
aéreas prejudicadas por uma
paralisação quase total e sem
precedentes na história da
aviação comercial.
Nem todas as companhias
aéreas apoiam esta iniciativa,
e ainda de acordo com o
documento da IATA, porque
há riscos de discriminação
inerentes se os apoios forem
aplicados a determinados
mercados em detrimento de
outros. No entanto, o docu-
mento não revela quem são
as companhias que apoiam
e as que se mostram contra.
Apoio só para rotas
principais
Os subsídios existem há muito
tempo em rotas de baixo trá-
fego, mas a IATA pede agora
a caminhar ou a praticar des-
porto. O estudo revela ainda
que o risco é maior quando
uma pessoa está atrás da outra
e é reduzido se se estiver a
andar ou a correr lado a lado
ou em formação diagonal.
Ainda assim, os especialistas
7
ajuda para voltar a operar em
algumas das maiores rotas
internacionais durante uma
recuperação que se adivinha
lenta e difícil.
Mesmo após o fim das res-
trições provocadas pela pan-
demia, as companhias aéreas
podem enfrentar mais perdas,
devido à fraca procura, à intensa
concorrência tarifária e aos
limites ao número de passa-
geiros para manter o corona-
vírus à distância. Goater con-
sidera que os governos, muito
provavelmente, só irão apoiar
as principais rotas e que “não
vão olhar para rotas mais mar-
ginais como as do turismo”.
Esta ênfase nas ligações
economicamente mais rele-
vantes favorece as chamadas
companhias de bandeira, des-
favorecendo companhias
como a Ryanair, que operam
mais com passageiros em férias
e para aeroportos secundários.
A IATA prevê que no pós-
coronavírus haja inúmeros
voos financeiramente inviá-
veis, mesmo muito tempo
depois das companhias serem
de novo autorizadas a pôr os
aviões no ar. "Se um governo
deseja que uma rota específica
esteja a funcionar, porque é
estrategicamente importante,
tem de pensar que são neces-
sários fundos ou apoio tem-
porário”, disse Goater, admi-
tindo que isto mesmo “faz
parte do nosso pedido aos
governos, mas não é o nosso
pedido número um”.
A esta realidade global não
ficará alheia a TAAG, a com-
panhia de bandeira angolana,
que assim vê suspenso o seu
processo de reestruturação,
e que, muito provavelmente,
também precisará de apoio
do Governo no período pós-
coronavírus.
aconselham que, perante os
cálculos realizados, seja man-
tida uma distância de quatro
ou cinco metros ao andar atrás
de outra pessoa, dez metros
ao correr ou andar de bicicleta
devagar e de pelo menos vinte
metros ao andar rápido.
8 DESTAQUE
China rejeita acusações
de racismo e xenofobia
A China rejeitou as acusações
de racismo e xenofobia feitas
pela União Africana e pelos
Estados Unidos da América
(EUA), por alegados maus-
tratos a cidadãos africanos e
afro-americanos em Cantão.
“As autoridades em Cantão
atribuem uma grande impor-
tância às preocupações recen-
temente levantadas por alguns
dos nossos parceiros africanos”,
disse o porta-voz da diplomacia
chinesa, Zhao Lijian, citado
pela agência France-Press,
acrescentando que as autori-
dades “estabelecerão um
mecanismo de comunicação
eficaz com os consulados”
situados naquela província.
O porta-voz do Ministério
dos Negócios Estrangeiros da
China sublinhou que as auto-
ridades locais “opõem-se fir-
memente a qualquer racismo
e qualquer declaração dis-
criminatória”.
As autoridades africanas
confrontaram publicamente
a China por causa das alegações
de maus tratos aos cidadãos
africanos, na sequência da
pandemia da doença provo-
cada pelo novo coronavírus.
De acordo com a Associated
Press (AP), houve relatos de
africanos que dizem ter sido
afastados e discriminados
num centro comercial devido
ao medo da doença covid-19.
A agência refere também
um alerta de segurança da
embaixada dos EUA na China,
que dá nota de que “a polícia
África “compete”
com mundo desenvolvido
África tem 48 países com tes-
tes à Covid-19 e compete com
o “mundo desenvolvido” no
acesso a testes e material de
protecção, revelou o director
do Centro de Controlo e Pre-
venção de Doenças da União
Africana (África CDC).
John Nkengasong, que
falava durante um encontro
online com a comunicação
social a partir de Addis Abeba,
na Etiópia, sublinhou “o feito”
que a União Africana alcançou
ao conseguir que, em duas
semanas, o número de países
com capacidade de testar a
Covid-19 passasse de dois
para 43, situando-se actual-
mente nos 48.
“Se tivéssemos começado
em Janeiro, todos os países
já teriam esta capacidade de
diagnóstico”, disse.
O director do África CDC
sublinhou que, graças à exis-
tência destes testes de diag-
nóstico, é possível quantificar
o número de infectados no
continente. Aos jornalistas,
John Nkengasong referiu que
o continente está actualmente
TRATAMENTO A CIDADÃOS AFRICANOS
ordenou que bares e restau-
rantes não atendessem clien-
tes que pareçam ser de origem
africana” e que as autoridades
locais determinaram a rea-
lização de testes obrigatórios
e ‘auto quarentena’ para
“qualquer pessoa com con-
tactos africanos”.
A embaixada denunciava
ainda que algumas empresas
e hotéis se recusam a fazer
negócios com afro-america-
nos, em resposta ao aumento
das infecções na cidade chinesa
de Cantão, a norte de Macau
e Hong Kong.
A polícia e o departamento
de saúde pública de Cantão
A polícia e as autoridades de Cantão desmentiram as alegadas acusações de maus tratos aos negros
48 PAÍSES COM TESTES
É preciso que o número de países em África com testes da Covid-19 aumente nos próximos dias
a competir com “o mundo
desenvolvido” no acesso a
estes diagnósticos e também
a material de protecção como
máscaras e fatos.
E deixou um recado: “O
inimigo é o vírus e um vírus
perigoso. Não podemos poli-
tizar esta situação, pois tal
disseram aos jornalistas que
as autoridades haviam res-
pondido aos rumores, já des-
mentidos, de que “300.000
negros” naquela cidade do sul
da China “estavam a desen-
cadear uma segunda epide-
mia”, o que “causou pânico”.
Diplomatas africanos reu-
niram-se com responsáveis
dos serviços diplomáticos da
China para expressar “preo-
cupação e condenação das
experiências perturbadoras
e humilhantes” às quais os
seus “cidadãos foram sub-
metidos”, revelou a embaixada
da Serra Leoa em Pequim,
através de um comunicado.
seria devastador para nós”.
“O inimigo é o vírus e não
organizações como a Organi-
zação Mundial de Saúde (OMS)
ou a União Africana”, advertiu.
Virologista de profissão, John
Nkengasong assumiu que
nunca imaginou que iria viver
para um dia assistir a uma
Pelo menos 14 cidadãos de
Serra Leoa foram colocados
em quarentena obrigatória por
14 dias, segundo a mesma nota.
A situação motivou já críticas
do presidente da Câmara dos
Deputados da Nigéria, Femi
Gbajabiamila, e a intervenção
dochefedadiplomacianigeriana,
Geoffrey Onyeama, que disse
ter convocado o embaixador
chinês para expressar “extrema
preocupação” e pedir uma res-
posta imediata de Pequim. O
Quéniatambémjásemanifestou
através de uma declaração do
Ministério dos Negócios Estran-
geiros e da embaixada daquele
país em Pequim.
DR
DR
situação tão devastadora como
a pandemia de Covid-19.
“Quando estudamos viro-
logia, estudamos estes casos
nos livros, como a situação
de 1918”, disse, numa refe-
rência à “gripe espanhola”
que, entre 1918 e 1920, infec-
tou 500 milhões de pessoas.
PARA PAÍSES LUSÓFONOS
Plataforma portuguesa
vai fazer triagem gratuita
O sistema possibilita a triagem em massa de forma gratuita
Uma associação voluntários
e uma empresa tecnológica
portuguesa juntaram-se para
desenvolver uma plataforma
de triagem da covid-19, sob
supervisão da Organização
Mundial de Saúde (OMS), para
testar gratuitamente a popu-
lação dos países lusófonos.
O sistema de triagem foi
desenvolvido pela MACIV
Technologies Corp, através
da rede social de língua por-
tuguesa KIOXK, e “possibilita
a triagem em massa de forma
gratuita a toda a população”,
segundo um comunicado das
três organizações.
Todos as pessoas que façam
o teste e que a plataforma iden-
tifique como casos suspeitos
serão automaticamente enca-
minhados para o “call center”
da associação Nova Fénix, uma
organização angolana de volun-
tários, que informa sobre os
procedimentos de segurança
e ajuda a encaminhar o caso
para as autoridades nacionais.
A plataforma já está a fun-
cionar em Angola e disponível
para outros países africanos
EM ÁFRICA
Casos de Covid-19
aproximam-se dos 15 mil
O número de mortes provo-
cadas pela Covid-19 em África
subiu para 788 com mais de
14 mil casos registados em 52
países, de acordo com a mais
recente actualização dos dados
da pandemia no continente.
Segundo o boletim do Cen-
tro de Controlo e Prevenção
de Doenças da União Africana
(CDC África), nas últimas 24
horas, o número de mortes
registadas subiu de 744 para
788, enquanto as infecções
aumentaram de 13.686 para
14.528.
O CDC África registou tam-
bém 2.570 doentes recupe-
rados após a infecção.
O norte de África man-
tém-se como a região mais
afectada pela doença com
6.379 casos, 603 mortes e
1.138 doentes recuperados.
Na África Austral, são 2.325
os casos registados da doença,
que já provocou 35 mortes,
tendo 452 doentes recuperado
da infecção.
Na África Ocidental, há
registo de 3.361 infecções, 84
mortes e 664 doentes recu-
perados. A pandemia afecta
52 dos 55 países e territórios
de África, com quatro países
Terça-feira
14 de Abril 2020
DR
de língua portuguesa.“O soft-
ware só precisa da informação
dos serviços de emergência
e saúde desses países”, adian-
tou o responsável da Nova
Fénix, Manuel Castanho.
Segundo o comunicado, o
serviço de triagem permite
avaliar em minutos a proba-
bilidade de infecção, descartar
os casos improváveis, mapear
focos geográficos de contágio
e gerar estatísticas de apoio
instantaneamente.
O responsável da ONS em
Angola, Javier Aramburu, citado
no mesmo documento, subli-
nha que “em todos os territórios
nomeadamente onde os recur-
sos são mais escassos é impe-
rativo maximizar os recursos
e agir com extrema rapidez”,
pelo que iniciativas como esta
devem ser “acarinhadas”pelas
entidades oficiais.
“Com o pico da crise a apro-
ximar-se a passos largos de
África em geral e de Angola
em particular, é urgente que
se activem todos os recursos
disponíveis, para bem da popu-
lação”, reforçou.
— África do Sul, Argélia, Egipto
e Marrocos – a concentrarem
mais de metade das infecções
e mortes associadas ao novo
coronavírus.
Todos os países africanos
lusófonos registam casos da
doença, com a Guiné-Bissau
a ser o mais afectado, con-
tabilizando 39 pessoas infec-
tadas pelo novo coronavírus.
Angola soma 19 casos
confirmados de Covid-19 e
duas mortes.
Moçambique tem 20 casos
declarados de infecção pelo
novo coronavírus e Cabo
Verde totaliza oito casos de
infecção desde o início da
pandemia, entre os quais um
morto. As autoridades cabo-
verdianas anunciaram que
morreram 12 cidadãos de Cabo
Verde no estrangeiro vítimas
da doença.
São Tomé e Príncipe, o
último país africano de língua
portuguesa a detectar a doença
no seu território, tem quatro
casos confirmados.
Na Guiné Equatorial, que
integra a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa
(CPLP), estão confirmados 18
casos positivos de infecção.
Terça-feira
14 de Abril de 2020
Deloitte Consulting OverseasProjects LLC: EmbeddedAdvisor para a Empresa Nacional
de Distribuição de Electricidade (ENDE)
Posição: Embedded Advisor para a Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE)
Tipo de Recrutamento: Residentes em Angola (Sedeados em Luanda)
Projecto: Southern Africa Energy Program (SAEP)
Localização: Luanda, Angola
Tempo Previsto: Desde o dia 1 de Maio de 2020 até ao dia 15 de Dezembro de 2020.
Actividades:Y3.02.09.01.ANG – Apoiar a ENDE na criação e operacionalização da Project Implementation Unit
(PIU) para a implementação da Componente de Melhoria da Receita do AfFD referente ao Programa de Eficiência
e Expansão do Sector Energético
Estimativa de Esforço: Tempo inteiro e os termos específicos da contratação serão sujeitos à negociação
Requisitos de idioma: Fluente em Português e Inglês
Local: ENDE, Luanda, Angola
Data de limite da oportunidade: 17de Abril 2020, às 17h00 WAT
A Deloitte Consulting Overseas Projects LLC procura indivíduos que tenham paixão por fazer a diferença na vida
das pessoas na região do sul de África e demonstrem liderança, versatilidade e integridade no seu trabalho. Esta-
mos à procura de um Consultor Angolano excepcional para a USAID Southern Africa EnergyProgram (SAEP).
A USAID Southern Africa Energy Programtem, como objectivo avançar a política energética e a reforma regulatória
e acelerar os investimentos para aumentar a geração de energia e o acesso à electricidade em toda a região. De
acordo com dados do WorldBank, menos de 25% da população não sul-africana que vive na região do sul de África
tem acesso à energia eléctrica. O limitado poder de confiança afecta a competitividade da indústria, agricultura, a
oportunidade económica e as condições de saúde das populações rurais, mulheres e jovens da África do Sul. Atra-
vés do reforço do ambiente favorável e da facilitação das transacções públicas e privadas, a SAEP aproveita o im-
pulso do investimento privado para concentrar os seus recursos de forma a apoiar a reforma dos ecossistemas
energéticos nacionais e regionais. Ao mesmo tempo, a SAEP produz os resultados tangíveis necessários para
criar um ciclo sustentável de reformas adicionais, maior investimento e vontade política contínua.
Descrição da Posição, Objectivos e Síntese do Projecto:
O objectivo da USAID Southern Africa EnergyProgram (SAEP) é aumentar a disponibilidade e o acesso à electri-
cidade no sul de África. Isto deve ser feito facilitando as transacções e reforçando o ambiente favorável ao inves-
timento dos sectores público e privado no sector energético. A SAEP irá abordar cinco constrangimentos chave
para tal investimento: i) regulamentação, planeamento e aquisições ineficazes para projectos relacionados com a
energia; ii) baixa viabilidade comercial das empresas de serviços públicos; iii) harmonização regional limitada e
comércio transfronteiriço de electricidade; iv) falta de energia limpa e renovável de escala demonstrada, tecnologias
e práticas de eficiência energética, e v) fraca capacidade institucional e de recursos humanos para a gestão do
sector energético.
O Embedded Advisor da ENDE, a empresa de distribuição de electricidade em Angola, prestará assistência à
ENDE na gestão e operação da Project ImplementationUnit (PIU) para o Programa de Eficiência e Expansão do
Sector Energético do AfricanDevelopmentBank (AfDB) e outros programas de doadores como o programa de elec-
trificação do WorlBank (WB). O Embedded Advisor será o principal ponto de contacto da equipa ENDE do SAEP
em Angola e o ponto focal para as comunicações da SAEP, actividades técnicas e envolvimento com a ENDE. O
Advisor trabalhará sob a direcção do SAEPUtility lead.
Responsabilidades:
• Compreender totalmente os objectivos, estratégias e actividades planeadas da SAEP em Angola com o ENDE
e, em certa medida e quando necessário, com a Região, para permitir uma comunicação fluente e eficaz sobre o
projecto às partes interessadas
• Trabalhar em estreita colaboração com a equipa de liderança do SAEP, envolver-se e coordenar as actividades
e comunicações da SAEP com as partes interessadas do sector energético em Angola, com um foco particular
nas operações de distribuição de electricidade. Estas partes interessadas incluirão, mas não estarão necessaria-
mente limitadas, às contrapartes, nomeadamente a ENDE, agências do sector público como o Ministério da Energia
e Água, Ministério das Finanças, Ministério do Ambiente, as agências reguladoras, e todas as partes interessadas
aqui ou posteriormente identificadas, que tenham impacto no projecto. Incluirá também organizações do sector
privado, incluindo instituições financeiras,implementadores de projectos e instituições que fornecem formação re-
levante e apoio a actividades de electrificação em Angola.
• Trabalhar de perto com a equipa ENDE de gestão da electrificação, espera-se que o Advisor compreenda total-
mente o âmbito do programa do AfDB e dos programas do WorldBankno que diz respeito à ENDE. Além disso, o
Advisor apoiará o ENDE PIU Manager na gestão e operacionalização da PIU para alcançar os seus objectivos re-
lativos ao plano de aquisições do AfDB e aos requisitos de gestão, bem como aos produtos de trabalho técnicos
relacionados com as aquisições. Será prestado apoio semelhante ao abrigo do programa do WorldBank.
• Com base na experiência profissional, redes de contactos em Angola e no trabalho realizado até à data com a
ENDE, o Advisor terá de identificar e cultivar,de forma continua, relações com a ENDE PIU e outros intervenientes
chave da ENDE, incluindo os departamentos Comercial, de Engenharia e TI, bem como com os gestores de topo
para o sucesso do projecto.
• Servir como ponto de contacto da SAEP com o Governo dos EUA e outras organizações doadoras/parceiras em
Angola, ao mesmo tempo que transmite rápida e eficazmente as comunicações e pedidos de informação à liderança
do SAEP em Pretória
• Recolher e contribuir para a análise e relatório dos dados de Monitorização e Avaliação (M&A) no país e outros
relatórios de estado/progresso com um foco particular na recolha de dados de ligações para os programas apoiados
pela SAEP
• Em coordenação com a SAEP EnvironmentalComplianceOfficer, assegurar que o projecto ENDE entregue no
país está em conformidade com o Plano de Monitorização e Mitigação Ambiental do SAEP (EMMP).
• Assegurar o apoio adequado à formação entregue no país, incluindo o apoio administrativo e logístico, a partici-
pação de contrapartes locais e a facilitação de eventos de formação para a ENDE.
• Outras funções e projectos, conforme atribuídos
Competências Mínimas, Qualificações Educacionais e Experiência:
• Licenciatura em Engenharia e de preferência uma pós-graduação com um mínimo de 10 anos de experiência em
áreas relacionadas
• Idealmente, dois a cinco anos de experiência no sector energético angolano (transmissão e distribuição, política,
planeamento, experiência regulamentar favorável) com pelo menos 2 anos de experiência em gestão de projectos.
Se você não tem experiência em Angola, mas está actualmente em Angola ou tem a capacidade de trabalhar em
Angola e tem experiência relevante, por favor candidate-se
• Experiência prévia em projectos financiados pela USAID ou por doadores será considerada factor preferencial;
• Experiência em ambientes de países em desenvolvimento é necessária
• Experiência prévia em projectos financiados pela USAID ou por doadores é preferível;
• Capacidade comprovada de comunicação escrita e oral; forte pesquisa, trabalho em equipa e capacidades de
relacionamento interpessoal;
• Requerido domínio pleno das línguas portuguesa e inglesa – a nível oral e escrito;
• Competências sólidas em Microsoft Office (por exemplo, Excel, Project, PowerPoint, Word);
• Capacidade demonstrada para colaborar com outras pessoas, conduzindo resultados em múltiplos fluxos de
trabalho;
• Forte iniciativa individual, incluindo a capacidade assumir as suas responsabilidades e os resultados do trabalho,
motivar a equipa a apresentar resultados e a resolver problemas.
NOTA: Nenhum custo de realocação será coberto pela Deloitte Consulting OverseasProjects LLC ou pela
USAID Southern Africa EnergyProgram.
Instruções para a candidatura:
Por favor envie a carta de motivação e o CV (formato PDF ou Word), em inglês e português, que inclua informações
de contacto e três referências para o e-mail: info@southernafricaenergy.org até ao dia 17 de Abril de 2020, às
17h00 WAT. Por favor, inclua o título do cargo ao qual se está a candidatarno assunto do e-mail. Sem consultas
telefónicas. Apenas os candidatos pré-seleccionados serão contactados. A SAEP realizará entrevistas com os
candidatos pré-seleccionados, por telefone ou pessoalmente. A SAEP também pode solicitar provas de escrita
ou pedir aos candidatos que escrevam uma prova pessoalmente para que possam verificar a sua capacidade
de escrita.
A Deloitte Consulting OverseasProjects LLC é um empregador que garante a igualdade de oportunidade e não
discrimina nas suas práticas de selecção e emprego. Todos os candidatos qualificados serão considerados para
emprego sem considerar raça, cor, religião, sexo, origem nacional, afiliação política, orientação sexual, identidade
de género, estado civil, deficiência, ou status de veterano protegido, informação genética, idade, filiação a uma or-
ganização de funcionários, ou outros factores não meritórios.
(500.0484)
9
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Deloitte Consulting OverseasProjects LLC: EmbeddedAdvisor
para a Empresa Rede Nacional de Transporte (RNT)
Posição: Embedded Advisor para a Empresa Rede Nacional de Transporte (RNT)
Tipo de Recrutamento: Residentes em Angola (Sedeados em Luanda)
Projecto: Southern Africa Energy Program (SAEP)
Localização: Luanda, Angola
Tempo Previsto: Desde o dia 1 Maio 2020 até ao 15 Dezembro de 2020
Actividades:Y3.03.05.01.ANG -Apoiar a RNT a estabelecer um PMO e avançar o Projecto de Transmissão
Central–Southern de 400kV;
Estimativa de Esforço: Tempo inteiro e os termos específicos da contratação serão sujeitos a negocia-
ção
Requisitos de idioma: Fluente em Português e Inglês
Local: RNT PMO, Luanda, Angola
Data de limite da oportunidade: 17de Abril 2020 às 17h00 WAT
A Deloitte Consulting OverseasProjects LLC procura indivíduos que tenham paixão por fazer a diferença
na vida das pessoas na região do sul de África e demonstrem liderança, versatilidade e integridade no seu
trabalho. Estamos à procura de um Consultor Angolano excepcional para a USAID Southern Africa Ener-
gyProgram (SAEP).
A USAID Southern Africa EnergyProgram tem como objectivo avançar a política energética e a reforma re-
gulatória e acelerar os investimentos para aumentar a geração de energia e o acesso à electricidade em
toda a região. De acordo com dados do WorldBank, menos de 25% da população não sul-africana que
vive na região do sul de África, tem acesso a energia eléctrica. O limitado poder de confiança, afecta a
competitividade da indústria, agricultura, a oportunidade económica e as condições de saúde das popula-
ções rurais, mulheres e jovens da África do Sul. Através do reforço do ambiente favorável e da facilitação
das transacções públicas e privadas, a SAEP aproveita o impulso do investimento privado para concentrar
os seus recursos de forma a apoiar a reforma dos ecossistemas energéticos nacionais e regionais. Ao
mesmo tempo, a SAEP produz os resultados tangíveis necessários para criar um ciclo sustentável de re-
formas adicionais, maior investimento e vontade política contínua.
Descrição da Posição, Objectivos e Síntese do Projecto:
O objectivo da USAID Southern Africa EnergyProgram (SAEP) é aumentar a disponibilidade e o acesso à
electricidade no sul de África. Isto deve ser feito facilitando as transacções e reforçando o ambiente favo-
rável ao investimento dos sectores público e privado no sector energético. A SAEP irá abordar cinco cons-
trangimentos chave para tal investimento: i) regulamentação, planeamento e aquisições ineficazes para
projectos relacionados com a energia; ii) baixa viabilidade comercial das empresas de serviços públicos;
iii) harmonização regional limitada e comércio transfronteiriço de electricidade; iv) falta de energia limpa e
renovável de escala demonstrada, tecnologias e práticas de eficiência energética, e v) fraca capacidade
institucional e de recursos humanos para a gestão do sector energético.
O EmbeddedAdvisor da RNT em Luanda, Angola, fornecerá apoio à gestão do projecto, assistência técnica
e suporte consultivo contínuo para impulsionar o sucesso do Project ImplementationUnit (PIU) RNT para o
AfricanDevelopmentBank (AfDB), financiado pelo Projecto de Transmissão South-Central. O Embedde-
dAdvisor será responsável por assistir o Coordenador do Projecto RNT PIU na gestão de uma série de flu-
xos de trabalho de desenvolvimento da RNT PIU, incluindo a ligação com a equipa de engenharia do
proprietário da RNT, e vários consultores e assessores. O EmbeddedAdvisor servirá também como um elo
de ligação e comunicação directa entre a RNT e a equipa do SAEP Outcome 3 (OC3).
Responsabilidades:
• Apoiar o PIU com a RNT: O EmbeddedAdvisor assistirá o Coordenador do Projecto doPIU da RNT na
gestão de todos os aspectos do projecto de Transmissão South-Central da RNT. O PIU da RNT continuará
a servir como um nexo de actividades de gestão de projectos, comunicação e relatórios para o projecto de
transmissão da RNT, bem como estabelecer as bases para futuros PIUs para projectos de transmissão.
Isto incluirá a manutenção do plano de trabalho de operacionalização, coordenando a entrega das sub-
missões necessárias e servindo como o principal ponto de contacto da SAEP para o Coordenador de Pro-
jecto da PIU.
• Apoiar a finalização e implementação de estruturas e estratégias de aquisição e contratação para a PIU,
de acordo com os requisitos da instituição financiadora: Em estreita colaboração com a equipa técnica da
SAEP OC3, o EmbeddedAdvisor apoiará a RNT na finalização das estratégias de compras e contratação
do PIU da RNT.
• Fornecer assistência técnica para apoiar uma função de gestão de recursos humanos para o PIU: O Em-
beddedAdvisor continuará a fornecer assistência técnica e apoio consultivo para desenvolver uma função
de recursos humanos para oPIU da RNT.
• Estabelecer e Gerir a Data Roomdo Projecto PIU: O EmbeddedAdvisor continuará a avaliar e a supervi-
sionar a Data RoomdoPIU RNT. Isto incluirá manter registros auditáveis de comunicações, desenvolver e
manter um índice de todos os dados e informações, e assegurar a melhoria contínua da Data Room.
• Fornecer assistência técnica, aconselhamento e gestão dos fluxos de trabalho de desenvolvimento do
RNT PIU: O EmbeddedAdvisor servirá como coordenador da SAEP para a RNT PIU, sendo pró-activo,
coordenando, monitorizando e reportando o progresso dos fluxos de trabalho de desenvolvimento da RNT
PIU em linha com os planos de actividade, cronogramas e orçamentos aprovados.
• Coordenar a equipa da SAEP em Angola: O EmbeddedAdvisor coordenará a equipa do SAEP em Angola
no que diz respeito às actividades da RNT.
Competências Mínimas, Qualificações Educacionais e Experiência:
• Bacharelato com um mínimo de 10 anos de experiência em áreas relacionadas; com dois a cinco anos
de experiência no sector energético angolano (transmissão e distribuição, política, planeamento, experiência
regulamentar favorável);
• Experiência em ambientes de países em desenvolvimento e experiência no sul de África é necessária;
• Experiência prévia em projectos financiados pela USAID ou por doadores será considerada factor prefe-
rencial;
• Capacidade comprovada de comunicação escrita e oral; forte pesquisa, trabalho em equipa e capacidades
de relacionamento interpessoal;
• Requerido domínio pleno das línguas portuguesa e inglesa – a nível oral e escrito;
• Competências sólidas em Microsoft Office (por exemplo, Excel, Project, PowerPoint, Word);
• Capacidade demonstrada para colaborar com outras pessoas, conduzindo resultados em múltiplos fluxos
de trabalho;
• Forte iniciativa individual, incluindo a capacidade assumir as suas responsabilidades e os resultados do
trabalho, motivar a equipa a apresentar resultados e a resolver problemas.
NOTA: Nenhum custo de realocação será coberto pela Deloitte Consulting OverseasProjects LLC
ou pela USAID Southern Africa EnergyProgram.
Instruções para a candidatura:
Por favor envie a carta de motivação e o CV (formato PDF ou Word), em português e inglês, que inclua in-
formações de contacto e três referências para info@southernafricaenergy.org até ao 17 de Abril de 2020,
às 17h00 WAT. Por favor, inclua o título do cargo ao qual se está a candidatar no assunto do e-mail. Sem
consultas telefónicas. Apenas os candidatos pré-seleccionados serão contactados. A SAEP realizará en-
trevistas com os candidatos pré-seleccionados, por telefone ou pessoalmente. A SAEP também pode so-
licitar provas de escrita ou pedir aos candidatos que escrevam uma prova pessoalmente para que possam
verificar a sua capacidade de escrita.
A Deloitte Consulting OverseasProjects LLC é um empregador que garante a igualdade de oportunidade e
não discrimina nas suas práticas de selecção e emprego. Todos os candidatos qualificados serão conside-
rados para emprego sem considerar raça, cor, religião, sexo, origem nacional, afiliação política, orientação
sexual, identidade de género, estado civil, deficiência, ou status de veterano protegido, informação genética,
idade, filiação a uma organização de funcionários, ou outros factores não meritórios.
(500.0484a)
10 OPINIÃO Terça-feira
14 de Abril de 2020

EDITORIAL IMAGEM DO DIA

A crise económica mundial Muitos cidadãos têm de atravessar ruas para acarretar água longe das suas residências, mas isto
não os impede de circular pelas passadeiras, até para sua segurança

e as soluções possíveis
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO

A pandemia de Covid-19 está a provocar a paralisação em muitos países do

mundo de empresas de diferentes dimensões, estando os governos a mobilizar
recursos financeiros destinados a ajudar unidades produtivas a pagar, pelo
menos, salários, com vista a não penalizar demasiado as famílias.
Sabe-se que as empresas são indispensáveis para a promoção do crescimento
de qualquer economia, e faz sentido que os governos se preocupem em as-
segurar que as unidades produtivas, que criam empregos, vão resolvendo
alguns problemas durante a crise sanitária mundial.
A crise económica está instalada em todo o mundo, e enquanto a pandemia
de Covid não terminar. alguma coisa, na lógica dos governos, deve ser feita já,
no sentido de, por exemplo, se satisfazerem necessidades de tesouraria, para
se dar solução a problemas imediatos, como o pagamento de salários.
Mas nem todos os países têm capacidade para mobilizar recursos para
ajudar um universo por vezes enorme de empresas (grandes, médias e pequenas
unidades produtivas), situação que tem felizmente suscitado a preocupação
de instituições financeiras internacionais, que defendem o adiamento de pa-
gamento de dívidas soberanas de países pobres.
Em face da crise, cada governo tem feito aquilo que pode fazer, em função
da sua capacidade financeira para ajudar empresas e famílias, numa altura
em que a grande prioridade é o combate à Covid-19.
Como os recursos são escassos, e porque o combate à Covid-19 já consome
muito dinheiro, seria um grande alívio para os países pobres que os seus credores
não só adiassem o pagamento da dívida, mas perdoassem também parte dela.
Em tempo de crise, todo o mundo faz contas, sobretudo os governos que
têm a responsabilidade de gizar políticas públicas numa conjuntura de grandes
dificuldades económicas e financeiras, em que estamos a viver.
Os governos são hoje chamados a serem criativos nas suas decisões,
nada fáceis de tomar, quando são muitas as prioridades. Na verdade, não é
fácil lidar com duas crises, uma sanitária e outra económica, ambas geradoras
de problemas sociais de vária ordem.
O Governo angolano tomou medidas para aliviar o impacto da pandemia
de Covid-19 na economia, entre as quais se destaca o crédito fiscal a empresas,
de modo a desanuviar a pressão sobre as suas tesourarias.
Na actual conjuntura económica e financeira mundial, não há, como dizem
muitos especialistas, soluções ideais. Só há soluções possíveis, em função
das condições específicas de cada país.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE

Víctor Silva (presidente) Edições Novembro, E.P.
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS
Caetano Pedro da Conceição Júnior
José Alberto Domingos
Rui André Marques Upalavela
SEDE:
Rua Rainha Ginga, 12-26
CARTAS DOS LEITORES
Luena Kassonde Ross Guinapo Caixa Postal 1312 - Luanda
Redacção: 222 020 174
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Telefone geral (PBX): 222 333 344
Filomeno Jorge Manaças Fax: 222 336 073
Mateus Francisco João dos Santos Júnior Telegramas: Proangola
Propinas Mortes por Covid-19 Os pastores deviam dar o exem-
Não se diz nada acerca do paga- Tenho acompanhado as conse- plo, exortando as pessoas a fi-
mento das propinas nos estabele- quências da Covid-19 em todo carem em casa. A Covid mata.
cimentos de ensino privado durante o mundo, por via de canais de Que continuemos a seguir as re-
DIRECTOR: Edna Cauxeiro (subeditora), o estado de emergência, em que televisão angolanos e estrangei- gras relativas à prevenção da
Víctor Silva Ferraz Neto (subeditor) e Pereira Dinis
as pessoas têm obrigatoriamente ros. Está a morrer muita gente doença. Gostaria ainda de fazer
DIRECTOR-ADJUNTO:
Caetano Júnior
EDIÇÕES ESPECIAIS:
de ficar em casa e em que as aulas no mundo, por causa da pande- aqui um apelo: que se utilizem
DIRECTOR EXECUTIVO:
Guilhermino Alberto
Adalberto Ceita, André dos Anjos, Domingos dos Santos,
Leonel Kassana e Yara Simão
presenciais estão suspensas, não mia. Era bom que os angolanos cada vez mais as línguas nacio-
havendo condições para haver au- tomassem definitivamente cons- nais para que as pessoas se aper-
EDITOR EXECUTIVO: FOTOGRAFIA:
Diogo Paixão Kindala Manuel (editor-chefe), las à distância, com recurso a ciência de que a Covid-19 é uma cebam da gravidade da situação
José Cola (editor),
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa Dombele Bernardo, Domingos Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, novas tecnologias.. Eu, enquanto doença perigosíssima, pelo que que estamos a viver com a pan-
Maria Augusta, Miqueias Machangongo, Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro, Agostinho Narciso, Vigas da Purificação, Contreira Pipas encarregado de educação, gostaria devemos todos seguir as instru- demia de Covid-19.
GRANDE REPÓRTER: de ouvir das autoridades e das ins- ções das nossas autoridades sa- MARINA DA CONCEIÇÃO
Luísa Rogério CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
Adão Diogo (Lunda-Sul), tituições de ensino privado o que nitárias. O mundo está a enfren- Prenda
Alberto Coelho (Cabinda),
EDITORIAS:
POLÍTICA: João Mavinga (Zaire), pensam sobre o pagamento de pro- tar uma crise sanitária assusta-
Bernardino Manje (editor-chefe),
Fonseca Bengui (subeditor) e Santos Vilola (subeditor)
Vladimir Prata (Namibe),
Esídoro Natalício (Cuanza-Norte),
pinas neste período de excepção. dora. Não quero que aconteça
Adelina Inácio, João Dias, Edna Dala, Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Noé Jamba (Bengo),
Eu paguei as propinas dos meus no meu país, Angola, o que está Violência doméstica
Garrido Fragoso e Gabriel Bunga
Francisco Curinhingana (Malanje)
Fernando Cunha (Huambo),
filhos que estudam em escolas pri- a acontecer noutros países do Gostaria que as entidades com-
OPINIÃO:
Ambrósio Clemente (editor-chefe), Faustino Henrique (subeditor)
João Constantino (Bié),
José Chaves (Andulo),
vadas relativas ao mês de Abril, mundo, em que continuam a petentes estivessem, mesmo nes-
SOCIEDADE: Jaime Azulay (Benguela),
Jesus Silva (Lobito),
tendo me apercebido que as direc- morrer centenas de pessoas por te período de estado de emer-
Nhuca Júnior (editor),
Alberto Pegado (editor), Estanislau Costa (Huíla),
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte),
ções dessas escolas não têm ainda dia. Há pessoas em Angola que gência, muito atentas aos casos
José Meireles (editor),
Rodrigues Cambala, André da Costa, Kilssia Ferreira, Manuela Gomes, Silvino Paulo (Uíge),
Lourenço Manuel (Cuando Cubango),
uma posição em relação a este as- ainda pensam que a Covid não de violência doméstica. Era bom
Augusto Cuteta, Alexa Sonhi, César André, César Esteves, Edivaldo Cristóvão,
Carla Bumba e Mazarino da Cunha Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico),
sunto. Acho que as autoridades, existe ou que não vai causar no que essas entidades incentivas-
REGIÕES:
Sérgio Chivaca (editor-chefe),
nas actuais circunstâncias que vi- nosso país os problemas que está sem as vítimas de violência nos
PAGINAÇÃO E ARTE:
Béu Pombal (subeditor),
Filipe Eduardo Salvador Escórcio (Editor), Soares Neto, Eugénia Victor, Augusta Lucéu, Tomás Cruz,
vemos, devem tomar uma posição a causar noutras partes do mun- lares a denunciarem os seus
ECONOMIA: Noé Pungue, Evaristo Sacupalica, João Augusto, Josefa Abreu, Maria Messele,
Alberto Bumba, Inês Quingando, Margarida Zilungo, Maria da Silva, António Saldanha,
em relação a este assunto. Eu pago do. Todo o cuidado é pouco. Cus- agressores. É preciso continuar
Cristóvão Neto (editor-chefe),
Armando Estrela (subeditor), Henrique Faztudo, António Quipuna, Raúl Geremias, Ana Paula Dias , Isabel Fragão, as propinas nas escolas em que ta-me a acreditar que haja até a assegurar a protecção efectiva
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena José, Natacha Roberto e Victorino Joaquim Manuel Cassinda, Francisco da Silva, Rui Jacinto, Bruno Bernardo, Luquemba Pedro
MUNDO:
estudam os meus filhos para terem pastores de igrejas a violar as das pessoas que são vítimas de
CARTOON E ILUSTRAÇÃO:
Bernardino Fançony (editor-chefe), António Canepa Armando Pululo e Casemiro Pedro aulas presenciais. Não havendo medidas de prevenção da doença. violência neste período em que
DESPORTO:
Amândio Clemente (editor-chefe),
aulas presenciais nem outras al- há medidas de excepção. As pes-
COPY DESK:
Anaximandro Magalhães (subeditor), António Cristóvão, Rui Ramos, Arlindo Soares e Esperança Vieira Dias ternativas que garantam um ensino ESCREVA-NOS soas têm de estar confinadas
Armindo Pereira, Teresa Luís, Vivaldo Eduardo,
António de Brito, Honorato Silva, Job Franco de qualidade neste período excep- Cartas recebidas na em suas casas, mas podem estar
CULTURA: O Jornal de Angola Rua Rainha Ginga, 12-26
António Bequengue (editor-chefe), Adriano Melo (subeditor), utiliza os serviços da ANGOP, AFP, Reuters, EFE e Prensa Latina cional, por que razão tenho de pa- Caixa Postal 1312 - Luanda acontecer ilícitos criminais nos
Francisco Pedro (subeditor), Amilda dos Santos, Manuel Albano,
Mário Cohen e Roque Silva PUBLICIDADE: gar propinas? ou por e-mail: lares contra pessoas vulneráveis.
GENTE E FIM-DE-SEMANA:
António Cruz (editor-chefe),
(+244) 937 550 262 ARSÉNIO AFONSO EVA JOÃO
Isaquiel Cori (editor) (+244) 949 770 006 e-mail: publicidade@jornaldeangola.com Maculusso escrevaconnoscoJA@gmail.com Bairro Operário
OPINIÃO Terça-feira
14 de Abril de 2020 11
COMUNIDADE GLOBAL NA ALVA DAS IDEIAS

Tomas Ulicny |* Adriano Mixinge |*

CITAÇÕES

O caminho conjunto de Angola “Não cai no âmbito

e da União Europeia
A crise da Covid-19 é mundial, não colocou apenas Aliás, a União Europeia tem vindo a reafirmar em
a Europa ou África, e Angola, em Estado de Emer- diversos fóruns internacionais, a vontade política
gência, mas toda a comunidade global em alerta. de resolver esta crise em linha com os princípios
Neste momento, na Europa, o silêncio das ruas do multilateralismo efectivo, e em estreita coope-
contrasta com a realidade dolorosa de muitos ração com os nossos parceiros internacionais, por
dos seus hospitais. Penso que é evidente que a exemplo, o Banco Mundial, as Nações Unidas, o
pandemia irá remodelar o nosso mundo. Mas, Fundo Monetário Internacional, ou o Banco Africano
exactamente como o vai fazer, depende das para o Desenvolvimento e outros bancos de desen-
escolhas que fizermos hoje. volvimento regional.
A Covid-19 está gradualmente invadindo a De resto, na mesma linha, os ministros das
África Subsaariana, onde, até ao início de Março, Finanças dos países africanos consideram que
não se registavam casos positivos. O novo coro- África precisa de um estímulo de emergência de
navírus infectou um total de 10.086 pessoas do 100 mil milhões de dólares, um valor elevado
continente africano e ocorreram 487 mortes. Dos demais para ser suportado por um parceiro apenas,
52 Estados-membros que comunicaram casos, mas para o qual devemos contribuir.
41 têm transmissão local e 9 apenas importaram Nesse sentido, a União Europeia irá utilizar
casos, segundo o último balanço divulgado na todos os fundos remanescentes do Fundo Europeu
passada quinta-feira (07/04) pelo de Desenvolvimento (FED) para
Centro para a Prevenção e Con-
trolo de Doenças da União Africana No âmbito da parceria lutar contra a Covid-19. A União
Europeia vai ainda apoiar o pedido
(CDC África). “Caminho Conjunto” dos ministros das Finanças africanos
Os casos positivos da Covid-
19 na África Subsaariana foram
entre a União Europeia no sentido de aliviar a dívida bila-
teral, multilateral e comercial dos
inicialmente importados da e Angola, reafirmamos países africanos mais vulneráveis
Europa e do Médio Oriente. No para reduzir a sua pressão orça-
entanto, como é de conhecimento
a intenção de utilizar mental e fiscal.
comum, a transmissão comuni- os instrumentos ao Em Angola, o impacto das medi-
tária regista-se num número cres-
cente de países no subcontinente,
nosso alcance para das de restrição à liberdade de cir-
culação, associadas às repercussões
onde as capacidades limitadas garantir que tanto de uma recessão global, que se
para a realização de testes podem a União Europeia como avizinha, provocam ainda uma
diminuir a capacidade de moni- queda nas exportações e nas reser-
torização da situação, identifi- Angola tenham vas de moeda estrangeira. Enquan-
cando casos positivos precoce- a sua disposição as to país dependente do mercado
mente. A Organização Mundial de petróleo, espera-se que o im-
da Saúde (OMS) já alertou para ferramentas e o apoio pacto económico e orçamental
a possibilidade de um aumento necessário para sair seja grande em Angola. Por outro
exponencial do número de casos
da actual crise lado, o Governo de Angola reagiu
no continente africano e pediu rapidamente a esta crise e está já
aos governos para se prepararem com o mínimo a tomar as medidas necessárias
para o pior. para fazer face a esta nova conjun-
A pandemia da Covid-19 tem
de danos possível tura, desde já a revisão do Orça-
ainda outros efeitos colaterais: mento Geral do Estado.
sociais, económicos e políticos. Afectando, por No âmbito da parceria “Caminho Conjunto”
exemplo, a agenda das relações UE-África para entre a União Europeia e Angola, reafirmamos a
2020. A reunião ministerial entre a União Africana intenção de utilizar os instrumentos ao nosso
e a União Europeia, marcada para 5 de Maio em alcance para garantir que tanto a União Europeia
Kigali, foi já adiada. No entanto, a data da Cimeira como Angola tenham à sua disposição as ferramentas
UE-África não foi alterada, devendo ter lugar a e o apoio necessário para sair da actual crise com
28 e 29 de Outubro em Bruxelas. o mínimo de danos possíveis, tanto em termos
Os princípios de solidariedade mútua devem de vidas humanas quanto em termos económicos.
continuar a guiar-nos, dando um novo impulso As nossas áreas de cooperação com Angola
e visibilidade à cooperação entre a União Europeia vão-se manter: a luta contra a seca e as alterações
e África. Acredito que a Europa deve posicionar- climáticas, a educação técnica e superior, a boa
se como um parceiro de África nestes tempos de governação e a luta contra a corrupção continuarão
crise. Por isso mesmo, a União Europeia está a a ser sectores prioritários.
preparar um pacote abrangente de ajuda à África Para sair dessa crise, vamos ter que dar o má-
para responder às necessidades provocadas pela ximo da nossa parte. Acredito que a nossa parceria
disseminação da Covid-19. com Angola sairá reforçada deste momento preo-
Para nós, a parceria entre a União Europeia e cupante para o mundo mas, não tenho dúvida
África continua a ser uma prioridade política. A nenhuma, do qual sairemos mais fortes.
nossa resposta à crise deve ser coerente com as * Chefe da Delegação da União Europeia em
prioridades de longo prazo definidas pela parceria. Angola
DR
das competências do
plenário do Tribunal
Supremo, que é um
órgão essencialmente
jurisdicional (...)
deliberar sobre a
abertura do ano
judicial, pois,
tratando-se de
matéria sobre
organização e
funcionamento dos
tribunais de jurisdição
comum, o plenário do
Conselho Superior da
magistratura Judicial
é, sem sombra de
dúvida, o órgão que
deveria deliberar
sobre o assunto”
Carta da Associação de Juízes de
Angola (AJA) ,dirigida ao presidente
do Tribunal Supremo
“Não é tempo
de continuar a
fabricar e a traficar
armas, desperdiçando
avultados capitais que
deveriam ser
utilizados para tratar
as pessoas
e salvar vidas”
Papa Francisco , na sua mensagem
de Páscoa, referindo-se à pandemia
da Covid-19
“Que sejam
aligeiradas as sanções
internacionais que
impedem os países
que sofrem de
proporcionarem um
apoio conveniente
aos seus cidadãos”
Idem
“Não devemos ver esta
situação (da
pandemia da Covid-
19) apenas como um
problema da medicina.
Todas as forças têm
de estar mobilizadas
em orações e acções,
para que este mal
desapareça, tal como
Jesus Cristo venceu a
morte na cruz”
Charles Michel
Presidente do Conselho Europeu
“Para mim não é novo
estar em quarentena.
A criação precisa de
um espaço nosso
interior. Precisamos
de estar sós. Eu estou
habituada a estar só”
Deolinda Dorcas Teca
Secretária-geral do Conselho das
Igrejas Cristãs de Angola
Da vida selvagem
às cidades inteligentes
Com o Orçamento Geral do Estado de 2020 já aprovado e com
probabilidades de ser revisto em baixa, a meio do mandato
que decorre das eleições de 2017 e em pleno Estado de Emer-
gência, na última remodelação do Governo de Angola, a fusão
dos ministérios da Cultura, Turismo e Ambiente surpreendeu
os cidadãos: é com altas expectativas que a opinião pública re-
cebeu a bióloga e ambientalista Adjany Costa, nas vestes de
titular deste super-ministério.
Depois dos traumas do passado colonial em que a cultura, o
turismo e o ambiente serviram para consolidar a ideia do
exotismo, do indígena, do folclorismo e do bom selvagem, pas-
sadas décadas, já durante o período pós-independência, em
que passamos a pensá-las como três compartimentos estanques,
eis que, agora, quando a Organização Mundial do Turismo e a
Organização Mundial da Saúde já lançaram o alerta a propósito
do coronavírus e, concretamente, o turismo está a passar a sua
primeira grande crise deste século e o perigo de aquecimento
global faz parte da agenda global, o Governo faz uma fusão fora
das conexões a que estávamos acostumados.
Não se tendo podido consolidar a fusão plena e harmónica
dos ministérios da Cultura e da Educação, nas duas vezes em
que ambos os ministérios estiveram unidos, nem se optado por
uma fusão com o Ministério da Comunicação Social, como é
prática, por exemplo, em França, esta é uma daquelas mudanças
que chega com vinte anos de atraso, num contexto internacional
de medos e incertezas que obrigarão a repensar os processos
civilizacionais, os hábitos e os costumes, a ética e o trabalho, a
biopolítica e a ciência, entre outros, em todo o mundo e que, de
certa forma, no futuro, nos permitirão aferir se, mesmo tarde,
estas mudanças valerão ou não a pena.
A ideia de tratar num mesmo ministério questões tão díspares
como, por exemplo, as relacionadas com a wildlife (vida selvagem),
as relativas às ofertas de arte e cultura para o mercado do turismo,
incluindo o empoderamento das comunidades autóctones, e as
da filosofia da cultura, da reinvenção de identidades artísticas,
das especificidades do mercado de arte, da indústria do livro e
as políticas de incentivo à leitura, incluindo também questões re-
ferentes ao cinema e às indústrias criativas e ao património
cultural, entre outras, tudo isso unidas às relacionadas com a re-
ciclagem do lixo, as políticas sobre as energias renováveis e a pro-
blemática do urbanismo e das cidades inteligentes e sustentáveis
do século XXI, faz-nos tanto arrepiar como aguçar a imaginação.
Mas, o que é que pode ser decisivo e está em jogo com a
fusão destas três áreas? Em primeiro, o lugar que a cultura, o
turismo e o ambiente terão na economia de Angola e do mundo,
nos próximos anos; em segundo, para além da fusão política,
estrutural, funcional e humana, quais as reformas específicas
que estas áreas há muito precisam poderão ser, de facto, con-
cretizadas; em terceiro, a necessidade do novo ministério perder
algumas das suas áreas em benefício de outras e, em quarto, se
terá a coragem política de ao mais alto nível ir até às últimas
consequências, potenciando o carácter transversal destas áreas
em todas as políticas públicas dos diferentes ministérios do Go-
verno, o seu redesenho e a sua reformulação.
De acontecer, tal, na verdade, faria deste o primeiro “governo
verde e sustentável” da história da República que, por um lado,
tería que optar, também, por pensar a economia, os transportes,
a educação, a energia, as tecnologias, a arquitectura e o urba-
nismo, entre outros, de outra maneira e, por outro, alterar o
seu quadro de prioridades económicas e financeiras, outorgando
ao novo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente um pouco
mais do que o dobro dos treze mil milhões de kwanzas que tem
no Orçamento Geral do Estado aprovado, para além de outras
fontes de receitas e fundos nacionais ou internacionais que
possa mobilizar.
Dos anos 60 até ao ano de 2000, a cultura era entendida, so-
bretudo, como uma questão política e ideológica para sustentar
e consolidar a invenção da angolanidade, do nacionalismo e
de uma identidade supranacional. É particularmente por causa
deste aspecto, que aqueles que têm uma visão puritana da
cultura - ou, não a tendo, prefeririam um modelo de fusão em
que se potenciasse a cultura e a educação juntas – demonstram
o seu cepticismo.
Incredulidades à parte, se trabalharmos em conjunto e de ma-
neira decidida, uma mudança deste calibre – que, de certa forma,
por via da transição ecológica começou também a ser experimen-
tada em alguns países do mundo - poderá conduzir-nos à plataforma
que permitirá acelerar a estruturação de um modelo de governação
ousado e em sintonia com os novos interesses que se instalarão
após o fim dos estados de emergência, do controlo da pandemia
do coronavírus e da descoberta de um antídoto para a doença,
em Angola e em todo o mundo. A ver vamos!
12 ECONOMIA Terça-feira
14 de Abril de 2020

PASSAGEM DE TESTEMUNHO

Ex-ministra entrega pasta

Joana Nunes dos Reis* das Pescas à Agricultura
O novo Departamento Ministerial conta com três secretários
Seis meses de IVA: aposta ganha? de Estado, sendo um para Agricultura e Pecuária, outro para
Florestas e o terceiro para Pescas
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Ao longo das últimas semanas temos recebido várias questões pertinentes dos leitores
sobre as mais diversas temáticas de índole fiscal. A aproximação temporal aos seis meses
de introdução do IVA em Angola leva a destacar a seguinte: qual o balanço que a Deloitte
faz da implementação do IVA após seis meses da sua entrada em vigor?
Vai longe o tempo em que a descrença sobre a introdução do IVA em Angola dominava
o tecido empresarial. Apesar de ser o único país da SADC que não tinha IVA, os
empresários não estavam confiantes relativamente à preparação de Angola para
receber um imposto deste tipo: assente na formalidade das transacções, na robustez
dos contribuintes e na preparação das autoridades fiscais para concretizarem a sua
implementação e fiscalização.
Ainda em 2018, nas primeiras abordagens que efectuámos sobre o IVA junto de
empresas e representações sectoriais, havia uma descrença generalizada sobre a
introdução deste imposto. Na altura, o sentimento era que, para além do Executivo e
da AGT, poucos acreditavam na necessidade do IVA em Angola.
Apesar de inicialmente previsto para Janeiro de 2019, a sua entrada em vigor deu-
se apenas a 1 de Outubro, após dois adiamentos. Este segundo adiamento foi essencial
porque permitiu que as empresas, mesmo as mais cépticas, priorizassem definitivamente
a implementação do IVA e se preparassem para receber um imposto cuja introdução
iria ser acompanhada por uma mudança estrutural na formalização das transacções,
com regras apertadas na facturação e com obrigatoriedade de comunicação de
operações à AGT, factos que impunham alterações relevantes no seio das empresas
(e também da AGT).
Definida e (muito bem) formada a equipa de técnicos que, na AGT, foi o verdadeiro
ponta de lança deste desafio, estava dado o pontapé de saída para que hoje, seis meses
volvidos, possamos inquestionavelmente afirmar que foi o jogo decisivo no paradigma
fiscal angolano. Para o tornar o que é hoje, trabalhou-se muito, dormiu-se pouco, uni-
ram-se esforços colectivos em prol de um objectivo nacional e comum: o IVA tornou-se
real em Angola. Racionalização de recursos levou o Titular do Poder Executivo a fundir ministérios
Inicialmente previsto para pouco mais de 400 empresas (Grandes Contribuintes, obri-
gatoriamente no Regime Geral), rapidamente muitas outras perceberam que a não
entrada neste regime de IVA de forma plena (mas apenas em Regime Transitório) lhes Ana Paulo as suas actividades. namental, que reduziu a orgâ-
traria desvantagens significativas, uma vez que para elas este imposto não seria neutro Na situação em que o país nica do Governo de 28 para
mas, à semelhança de outros tributos, mais um custo da actividade. O Ministério da Agricultura atravessa, ressaltou, as verbas 21 ministérios.
Por esta razão, no tecido económico angolano são hoje quase três mil as empresas e Pescas vai reforçar os apoios disponíveis devem ser cana- A ex-ministra das Pescas
que, por adesão voluntária e de vários sectores de actividade, estão em pleno no Regime à produção de bens de primeira lizadas, preferencialmente, e do Mar, Maria Antonieta
Geral do IVA. Este Regime integra, actualmente, um total de cerca de 3.400 empresas, necessidade, contribuindo, para o sector produtivo. Baptista disse, na ocasião,
com tendência crescente a cada mês que passa, e que funcionam elas próprias como deste modo, para a redução António Francisco de Assis “estar à disposição da nova
garante da fiscalização da formalidade de Angola. das importações e, conse- disse que o Ministério da Agri- direcção para os próximos
Daqui a menos de um ano, em Janeiro de 2021, e à excepção de pequenos contribuintes quentemente, a poupança de cultura e Pescas vai dar sequên- desafios”, frisou.
que continuarão sem lidar com o IVA nas suas operações (abrangidos pelo Regime de divisas, assegurou ontem, em cia à política de redução do peso Com a junção dos dois
Não Sujeição), o tecido empresarial irá integrar de forma plena o sistema do IVA. Luanda, o titular da pasta. do Estado no sector produtivo, departamentos ministeriais
A velocidade com que tantas empresas aderem ao Regime Geral é, por si só, sinal de António Francisco de Assis, alargando o espaço de inter- ressurge o Ministério da Agri-
que o IVA passou de um horizonte no qual poucos acreditavam para se tornar uma que falava à imprensa na ceri- venção do sector privado. cultura e Pescas extinto em
realidade robusta, o novo normal da tributação do consumo aqui em Angola, cujos mónia em que recebeu a pasta “Somos chamados a sim- legislaturas anteriores. O novo
méritos já praticamente ninguém questiona. das Pescas, na sequência da plificar processos, ouvir opi- Departamento conta com três
Como em qualquer processo de transformação desta natureza, ainda há muito por junção daquele Ministério ao niões, tomar decisões e secretários de Estado, sendo
fazer, quer pelos contribuintes, quer pela AGT, nomeadamente com mais instrutivos da Agricultura, disse que a estru- contribuir para um ambiente um para Agricultura e Pecuá-
(muitos já proferidos e que resultam da capacidade crítica da AGT em aceitar que o IVA tura criada pelo Titular do Poder saudável, onde os diferentes ria, outro para Florestas e o
é um processo vivo e adaptável). Executivo, no quadro das refor- operadores possam actuar de terceiro para Pescas.
Por ora, e respondendo aos leitores, terminamos com a conclusão que, para nós, é mas governamentais, tem a forma livre, transparente, séria Pela secretaria das pescas
evidente sobre os últimos seis meses em Angola: o IVA chegou, viu e venceu! respon- sabilidade de criar um e responsável”, frisou. responde Esperança Costa,
*Associate Partner da Deloitte ambiente politico, institucional António Francisco de Assis pela Agricultura e Pecuária,
e normativo que permita aos foi reconduzido ao cargo na José Bettencourt e pela Flo-
operadores privados exercerem recente remodelação gover- resta, André Moda.

MEDIDAS DA OPEP MEXEM COM O MERCADO PETROLÍFERO | EDIÇÕES NOVEMBRO

Cortes na produção forçam subida do preço

O preço do barril de petróleo
subiu ontem nos mercados
asiáticos, na sequência do
acordo da OPEP e parceiros
de um corte histórico da pro-
dução devido à pandemia da
covid-19.
Ontem de manhã, o preço
do barril de petróleo norte-
americano subiu 7,03 por
cento para 24,36 dólares e o
do Brent do mar do Norte
apreciou-se 4,6.
No domingo, a Organização
dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) e parceiros
chegaram a acordo para subir
os preços e cortar a produção
em 9,7 milhões de barris diá-
rios a partir de 1 de Maio.
Devido às consequências
da propagação do vírus covid-
19, com o impacto na eco-
nomia e a diminuição do
consumo, o Comité Técnico
Conjunto da OPEP tem vindo
a recomendar cortes na pro-
dução de petróleo.
Putin, Trump e rei saudita
saúdam acordo
O presidente da Rússia, Vla-
dimir Putin, o dos Estados Uni-
dos, Donald Trump, e o rei
saudita Salman bin Abdulaziz,
manifestaram apoio ao acordo
dos produtores de petróleo de
reduzir a produção em 9,7
milhões de barris por dia.
De acordo com o Kremlin,
os três chefes de Estado tive-
ram uma conversa telefónica
sobre o acordo alcançado pelo
cartel da OPEP, que deverá
estabilizar o mercado, na
sequência da forte quebra do
consumo devido à pandemia
covid-19.
“Os líderes apoiaram o
acordo alcançado dentro da
OPEP sobre a limitação volun-
tária e gradual da produção
de petróleo para estabilizar
os mercados mundiais e
garantir a sustentabilidade
da economia global”, anun-
ciou o Kremlin após a cha-
mada telefónica.
Donald Trump também
comentou o resultado do
acordo na rede social Twitter:
“Vai salvar centenas de milha-
res de empregos no setor da
energia nos Estados Unidos”.
“Quero agradecer e con-
gratular o presidente Putin e
o rei Salman, da Arábia Saudita.
Acabei de falar com eles a partir
da Casa branca. Bom acordo
para todos!”, acrescentou.
Ainda segundo o Kremlin,
Putin e Trump também man-
tiveram uma conversa tele-
fónica em separado, na qual
trocaram opiniões sobre a
situação do mercado petro-
lífero e destacaram a “grande
importância” da cooperação
no seio da OPEP para reduzir
a produção do petróleo. Crise levou à saturação de reservatórios em algumas paragens
ECONOMIA Terça-feira
14 de Abril de 2020 13
ESTUDO INDICA QUE 96,5 POR CENTO DOS INTERNAUTAS NAVEGA POR TELEFONE
PAGAMENTOS

Telemóveis popularizaram nimento e à informação, o

uso da Internet em Luanda
André dos Anjos
A percentagem da população
de Luanda com acesso à
Internet subiu em 2019,
tendo passado de 60,1 para
62,7, revela um estudo, a
que o Jornal de Angola teve
acesso ontem, da Marktest
Angola, empresa vocacio-
nada à pesquisa e análise
dos mercados de media e
publicidade no país.
77,4 por cento dos entrevistados, segundo o estudo, investe mais tempo no Facebook
Inserido na terceira edição
do Anuário de Media & Publi-
cidade, que brevemente será
colocado à disposição do
público, o estudo mostra que,
para acederem à Internet, 96,5
por cento dos entrevistados
utilizam o telemóvel, 20,8 o
computador e 3,2 o tablet.
As ligações à Internet,
segundo o estudo, são asse-
guradas, quase em 100 por
cento, pelas duas empresas
de telefonia móvel que ope-
ram no país, com a Unitel a
responder por uma quota
de 82,1 por cento e a Movicel
de 30,7.
O documento não fala da
frequência com que os luan-
denses entram na Internet,
limitando -se a afirmar que
62 por cento fê-lo na véspera
da entrevista e que 77,4 por
cento mostrou ter preferên-
cia pelo Facebook, 13,7 o
Whatsapp e 12,1 o Google.
No que toca ao entrete-
EDIÇÕES NOVEMBRO
documento mostra que o
Cinema quase que rivaliza,
pela negativa, com a Rádio,
com níveis de adesão muito
próximos de 20 por cento
dos entrevistados.
Do exíguo número de
pessoas que disse frequentar
Salas de Cinema, em Luanda,
pelo menos 3,0 por cento
fá-lo uma vez por semana
e 27,2 uma vez por mês, o
que revela baixa atractivi-
dade de um nicho de mer-
cado que já foi competitivo
na capital angolana.
A liderar as audiências
radiofónicas na capital ango-
lana, segundo o Anuário de
Media & Publicidade, estão
a Rádio-Luanda, com 5,3 por
cento da preferência dos en-
trevistados, Rádio 5, com 4,3,
Rádio MFM com 1,8 e Rádio
Mais com 1,7.
Estações como LAC e Rádio
Ecclesia, que anteriormente
disputavam a audiência, apa-
recem agora a meio da tabela.
Entre os programas radiofó-
nicos preferidos, aparecem,
em primeiro lugar, o Banda-
lho, mais conhecido por "Pro-
grama do Jojó", em segundo,
o Na via - De volta a Casa, ou
simplesmente "Programa do
Mangomito" e, por fim, o
Kiandandu.
No top 10 dos melhores
apresentadores de Rádio, em
Luanda, aparecem, por ordem
decrescente, Jojó, Jorge Go-
mes, Paulo Miranda, Afonso
Quintas, Vaz Quinguri, Patrícia
Faria, José Quissanga, Bismark
José, Salú Gonçalves e Agnelo
Bernardo.
Na Televisão, as prefe-
rências dos entrevistados,
na eleição do top 10 dos apre-
sentadores, recaíram, por
ordem de importância, para
Salú Gonçalves, Ernesto Bar-
tolomeu, Stela Carvalho,
Igor Benza, Zuleica Wilson,
Patrícia Pacheco, Daniel
Nascimento, Rodrigo Faro,
Dina Simão e Benvindo
Magalhães.
Entre os programas tele-
visivos de maior audiência
aparecem, em primeiro lugar,
o Fala Angola, em segundo,
A Tarde é Nossa e, em terceiro,
o Vivà Tarde. O Telejornal surge
em quarto lugar, a Zap News
em quinto, o Cubico dos Tune-
zas em sexto, o Grandes Ma-
nhãs em sétimo e o Jornal da
Zimbo em oitavo lugar.
Economia e Finanças dividem
preferências com Grandes
Notícias
No capítulo da imprensa,
entre os semanários, O País
e o Folha 8 disputam as pre-
ferências dos leitores, com
o universo dos entrevistados
a mostrar-se mais inclinado
para um, na primeira leva,
e para o outro na segunda.
A pleitear pelo terceiro
lugar aparecem o semanário
Economia e Finanças e o
Grandes Notícias, com o pri-
meiro a superar o segundo,
em termos de preferências
dos leitores, na primeira vaga
de auscultação, que acontece
em Abril.
BNA reitera
orientações
Os pagamentos ao estran-
geiro, ao abrigo dos Contratos
de Prestação de Serviços de
Assistência Técnica Estran-
geira ou de Gestão, abran-
gidos pelo Decreto Presiden-
cial n.º 98/20, de 9 de Abril,
não carecem de licencia-
mento prévio, lembra o Banco
Nacional de Angola (BNA).
Em nota divulgada na
sua página oficial na Inter-
net, o BNA reafirma que
esse tipo de pagamentos
os pagamentos, que ante-
riormente passava pelos
seus balcões, devem ser
tratados junto dos bancos
comerciais, de acordo com
os procedimentos estabe-
lecidos no Aviso n.º 2/2020,
de 17 de Janeiro, que esta-
belece as Regras e Proce-
dimentos para a Realização
de Operações Cambiais de
Invisíveis Correntes por
Pessoas Colectivas.
Assim sendo, prossegue,
o documento, fica dispen-
sado de qualquer procedi-
mento de licenciamento
prévio, quer pelo Ministério
da Economia e Planeamento,
quer pelo Banco Nacional
de Angola, o pagamento de
serviços ao estrangeiro, nos
termos de contratos abran-
gidos pela legislação acima
mencionada.

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(500.0493a)
14 ÁFRICA
PARA ENFRENTAR AS CONSEQUÊNCIAS ECONÓMICAS DA COVID-19
O Chefe de Estado sul-africano liderou o grupo que criou a comitiva de enviados especiais da UA
UA cria “task force” para
mobilizar apoios externos
O Presidente da União Africana (UA) quer que o G20,
a União Europeia (UE) e instituições financeiras
internacionais cumpram com a promessa de ajuda
Santos Vilola*
O presidente da União Afri-
cana, Cyril Ramaphosa,
anunciou a criação de uma
equipa de trabalho cuja mis-
são é mobilizar apoio inter-
nacional aos esforços do
continente para enfrentar
os desafios económicos que
os Estados-membros vão
enfrentar em consequência
da pandemia da Covid-19.
A equipa continental deve
ser integrada pelo ex-minis-
tro sul-africano das Finanças,
Trevor Manuel, o ex-gestor
do Banco Crédit Suisse Tid-
jane Thiam, o antigo ministro
das Finanças da Nigéria Ngozi
Okonjo-Iweala e Donald
Kaberuka, que já foi presi-
dente do Banco Africano de
Desenvolvimento e ministro
das Finanças do Rwanda.
A equipa deve deslocar-se
nos próximos dias à sede da
União Africana, em Addis
Abeba (Etiópia), com a mis-
são de solicitar “apoio rápido
e concreto”, prometido pelo
G20 (as 20 maiores econo-
mias do mundo), União Euro-
peia e instituições financeiras
internacionais, segundo o
Chefe de Estado sul-africano,
em comunicado, citado pela
imprensa daquele país.
“À luz do devastador impacto
socioeconómico e político
da pandemia nos países afri-
canos, essas instituições pre-
cisam de apoiar as economias
africanas que estão a enfren-
tar sérios desafios económi-
cos, com um pacote abran-
gente de estímulos para
África, incluindo dívidas
diferidas e pagamentos de
juros”, considera o líder da
organização continental.
Cyril Ramaphosa disse que
“o impacto da pandemia do
novo coronavírus é à escala
global e isso exige acções
internacionais coordenadas
para capacitar todos os países
a responderem de maneira
eficaz, mas principalmente
os países em desenvolvi-
mento, que continuam a
suportar um fardo histórico
de pobreza, desigualdade e
subdesenvolvimento.”
Subida vertiginosa
de casos de Covid-19
A África do Sul passou, num
só dia (domingo), de 145 a
2.173 casos confirmados de
infecção pelo novo corona-
vírus, anunciou o ministro
da Saúde. O número de mor-
tes continua 24 e foram feitos
80.085 testes.
No país onde há cidadãos
angolanos a aguardarem pelo
apoio do Estado para regres-
sar, a cidade de Joanesburgo
(província de Gauteng) é a
que regista mais casos de
infecção pela Covid-19. São
400 casos na capital econó-
mica do país, ao passo que
noutra cidade da mesma pro-
víncia, Pretória, estão regis-
tados 90 casos confirmados
de infecção pela pandemia.
O ministro de Estado e chefe
da Casa de Segurança do Pre-
sidente da República, Pedro
Sebastião, admitiu a possi-
bilidade do Estado resgatar
os cidadãos angolanos retidos
naquele país.
A África do Sul lidera as esta-
tísticas de infecção da Covid-
19 na Comunidade de De-
senvolvimento da África Aus-
tral (SADC) e, a nível do con-
tinente, é o terceiro país mais
afectado pela pandemia,
DR
depois da Argélia (segundo)
e Egipto (primeiro).
A “Nação Arco-íris” tem 2.173
casos confirmados, 25 mortes
associadas à Covid-19, recu-
perados estão 410. O tipo de
transmissão é comunitária
e não importada. Há 3,6 casos
num raio de 100 quilómetros
e 0,4 mortes na mesma dis-
tância. O país tem uma popu-
lação de 59,3 milhões de
habitantes.
Dados estatísticos do Centro
para a Prevenção e Controlo
de Doenças da União Afri-
cana indicam que até ontem,
13 de Abril, os 52 países do
continente afectados pela
pandemia tinham o registo
de 14.524 casos confirmados,
788 mortes e 2.570 recupe-
rados. Com 2.065 infectados,
o Egipto lidera a lista dos
países africanos com mais
casos e a Argélia com mais
mortes (293).
China pode adiar a cobrança
O responsável por uma Orga-
nização Não-Governamental
que defende o perdão da
dívida africana disse, ontem,
acreditar que a China vai
adiar os pagamentos, mas
defendeu alterações na forma
como os recursos naturais
servem de colateral nos
empréstimos de Pequim.
Tim Jones, chefe de Política
da Organização Não-Gover-
namental Comité para o Jubi-
leu da Dívida, em declarações
à Efe, lembrou que “não fica-
ria surpreso se, em breve,
a China anunciar uma sus-
pensão da moratória no
pagamento da dívida para
determinados países” em
vias de desenvolvimento.
* Com agências
SITUAÇÃO MILITAR NA LÍBIA
Grupo armado exige
libertação de presos
O grupo armado que há uma
semana invadiu a central de
Shwrif, impedindo o forne-
cimento de água à região
Oeste da Líbia, exigiu, ontem,
a libertação de vários pri-
sioneiros para abandonar
esta estação de abasteci-
mento de água.
Num comunicado, divul-
gado pelos media locais, a
milícia garante que está pronta
para permitir o abastecimento
de água temporariamente,
mas exige que as autoridades
acelerem a libertação dos seus
membros que estão presos.
O encerramento da central,
que ocorreu há uma semana,
deixou sem água a maior parte
de Tripoli, Tarhouna, Bani
Wali e as cidades das mon-
tanhas de Nafusa, no Oeste
da Líbia, informaram as auto-
ridades responsáveis pelo
abastecimento de água.
No sábado, as Nações Uni-
das haviam alertado sobre os
mais de dois milhões de líbios
que estão a sofrer cortes de
água e electricidade na capital,
Tripoli e arredores.
Com o país em conflito
CÔTE D’IVOIRE
Ministro
da Defesa
tem o teste
do vírus positivo
O ministro ivoiriense da De-
fesa, Hamed Bakayoko, foi
testado positivo ao coronavírus
(Covid-19), apurou, ontem,
a PANA de fontes oficiais em
Abidjan.
De acordo com um comu-
nicado do Gabinete Civil e
Militar do Ministério da De-
fesa, Bakayoko está infectado
pela Covid-19, segundo os
resultados de uma recolha
feita domingo, no rinofaringe.
Ele é a primeira personalidade
ivoiriense, cujo estatuto foi
tornado público.
Os moradores de um bairro
de Abidjan destruíram vio-
lentamente um centro em
construção para a luta contra
a pandemia do novo corona-
vírus, indicaram fontes da
Polícia e o Ministério da Saúde,
segundo a AFP.
Em vídeos que circulam
pelas redes sociais, dezenas
de pessoas aparecem a des-
montar uma barraca em obras.
Alguns gritavam, “não que-
remos!” Os factos ocorreram
numa grande praça de Yopou-
gon, em Abidjan, capital eco-
nómica do país, com uma
população de cinco milhões
de habitantes.
“A população manifes-
tou-se contra a instalação de
um centro de combate ao
coronavírus porque avalia
que está perto demais de uma
área residencial”, explicou à
Agên cia France Press um
agente da Polícia que pediu
o anonimato.
armado, a Líbia tem de com-
bater a pandemia da Covid-
19, pelo que “o acesso à água
e à electricidade é mais vital
do que nunca”, disse, no
sábado, o coordenador huma-
nitário da ONU na Líbia,
Yakoub El Hillo, denunciando
os cortes de energia.
A Líbia registou 25 casos
da Covid-19 e uma morte,
segundo dados da Organiza-
ção Mundial da Saúde (OMS).
"Mais de dois milhões de
pessoas, incluindo 600 mil
crianças, que vivem em Tri-
poli, nos subúrbios da capital
e cidades vizinhas, sofrem o
corte de água há quase uma
semana”, declarou, ainda,
no sábado, Yakoub El Hillo.
A capital da Líbia está a
passar desde o fim- de-
semana pela fase mais severa
e desumana do cerco a que
está sujeita pelas forças do
marechal Khalifa Haftar, líder
do Governo não reconhecido
no Leste do país, estando sem
água, mas também sem gás
e electricidade, com combates
diários e o risco de contágio
da Covid-19.
COMBATE À COVID-19 NA GUINÉ EQUATORIAL
Oposição pede apoio
e mais transparência
As OrganizaçõesNão-Gover-
namentais críticas do Governo
da Guiné Equatorial conside-
raram, ontem, que a pandemia
da Covid-19 é “uma ameaça
existencial para todos” e o Exe-
cutivo deve aumentar o apoio
aos cidadãos mais vulneráveis.
“A gravidade do momento
exige que o Governo da Guiné
Equatorial seja comedido e
completamente transparente,
que as autoridades tomem
todas as medidas para garantir
que todos os equato-guineen-
ses, os pobres, vulneráveis,
prisioneiros e desempregados
tenham acesso à alimentação
e cuidados médicos gratuitos”,
lê-se num comunicado assi-
nado pela Comissão de Juristas
Equato-guineenses e pelo
Centro de Iniciativas de Estudos
e Desenvolvimento, cujo título
é “Covid-19, uma ameaça
existencial para todos nós” ao
qual a Efe teve acesso.
“É crítico que a garantia
da obrigação de cumprimento
dos direitos económicos e
sociais aconteça simultanea-
mente com a obrigação de
respeitar as liberdades políticas
e civis que incluem os detidos
ainda não processados”,
alerta-se no comunicado.
Os hospitais públicos e pri-
vados e as clínicas devem ser
equipados adequadamente
e os cidadãos têm de ter acesso
à água limpa para lavarem as
mãos, pede-se, ainda, no
comunicado.
O comunicado pede, ainda,
que o Governo seja transpa-
Terça-feira
14 de Abril de 2020
Haftar, que tem o apoio da
Rússia, Arábia Saudita, Jor-
dânia, Egipto e Emirados Ára-
bes Unidos, lançou a ofensiva
em 4 de Abril do ano passado.
Nesse momento, o Secre-
tário-Geral da ONU, António
Guterres, estava a visitar Tri-
poli, para tentar revitalizar o
processo de paz.
Mergulhado no caos desde
a queda de Muammar Kad-
hafi em 2011, o país está divi-
dido por uma luta de poder
entre o Governo de União
Nacional (GNA), com sede
em Tripoli, e o marechal
Khalifa Haftar.
O GNA, reconhecido pela
ONU, controla o Oeste do país,
incluindo Tripoli. Em Abril
de 2019, o marechal Khalifa
Haftar lançou uma ofensiva
para invadir Tripoli e os com-
bates ainda estão presentes
junto às portas da capital.
Neste âmbito, o GNA acu-
sou os apoiantes de Haftar de
estarem por trás dos cortes
de electricidade e água.
Nos últimos anos, grupos
armados liderados por senho-
res da guerra locais, também
interromperam o fornecimento
de petróleo no país, para tentar
pressionar o Governo apoiado
pela ONU em Tripoli. O conflito
causou já quase 1.700 mortes
- mais de 150 delas nesta
semana -, cerca de 17mil feri-
dos e mais de 150 mil deslo-
cados internos.
rente na apresentação dos
números, lembrando que no
dia 21 de Março aprovou um
decreto presidencial contem-
plando 8,2 milhões de dólares
para um fundo de combate à
Covid-19.
Para o director executivo
da ONG EG Justice, Tutu Ali-
cante, “o Presidente Obiang
esbanjou a riqueza da nação
em projectos de elefante
branco em vez de construir
clínicas de saúde, escolas e
projectos sociais, que permi-
tiriam água potável para lavar
as mãos e teriam um impacto
positivo e melhorar as con-
dições de vida da população”.
DR
Presidente da Guiné Equatorial
MUNDO Terça-feira
14 de Abril de 2020
MYANMAR
Governo é acusado
de perseguir activistas
O Governo da Nobel da Paz,
Aung San Suu Kyi, em Myan-
mar (antiga Birmânia), con-
tinua a perseguir, intimidar
e deter activistas e defensores
dos direitos humanos, quatro
anos depois de chegar ao
poder, denunciou, ontem, a
Amnistia Internacional.
“Após ter feito campanhas
pelos direitos humanos e pago
um alto preço pelo seu próprio
activismo, é chocante que
Aung San Suu Kyi e colegas
tenham feito tão pouco para
mudar as leis da ditadura mili-
tar, que continuam a ser usa-
das para reprimir e punir as
vozes críticas”, assinalou Clare
Algar, directora de Investi-
gação, Promoção e Política
da Amnistia Internacional
(AI), citado pela Lusa.
A organização de defesa
dos direitos humanos divul-
gou, ontem, um relatório sobre
os casos de 16 pessoas pro-
cessadas e presas nos últimos
18 meses em todo o país,
incluindo estudantes, jorna-
listas, elementos de um grupo
de teatro satírico, um activista
ambiental, sindicalistas e um
monge budista.
A AI indica que em muitos
daqueles casos as acusações
foram feitas por oficiais do
Exército birmanês, que uti-
lizam leis repressivas para
apresentar queixa contra pes-
soas que criticam membros
das Forças Armadas, assina-
lando que, segundo a orga-
nização local Athan, pelo
EM FIM DE CARREIRA POLÍTICA
Popularidade de Merkel
em alta na Alemanha
A popularidade da chanceler
alemã e do seu partido, a União
Democrata-Cristã (CDU), têm
subido resultado de como
Angela Merkel tem lidado com
a pandemia da Covid-19, mas
não a levará a recandidatar-
se em 2021, consideram vários
politólogos.
No final de Outubro de 2018,
depois de resultados desas-
trosos nas eleições regionais
de Hesse, a chanceler alemã,
no cargo desde 2005, anunciou
que não se recandidataria à
liderança nem do partido nem
do Governo em 2021.
Nessa altura, Merkel deixou
de comentar a política interna
mas a crise provocada pelo
novo coronavírus volta a dar
destaque à chefe do Executivo.
“Foi surpreendente para
a maioria dos observadores
da vida política alemã a forma
como a coligação que governa,
preocupada, principalmente,
com conflitos internos desde
2018, reagiu de forma rápida
e eficiente a este desafio”,
sublinhou, em declarações à
agência Lusa, o politólogo e
sociólogo Oscar Gabriel.
Para o professor emérito
da Universidade de Estugarda,
Merkel, que tem feito nas últi-
menos, 331 pessoas foram
processadas em casos rela-
cionados com a liberdade de
expressão em 2019.
Após cinco décadas de dita-
dura militar, Myanmar iniciou,
em 2011, uma transição para
o que os generais denomina-
ram de “democracia disci-
plinada” e que culminou com
a vitória do partido de Suu
Kyi, a Liga Nacional para a
Democracia (LND), nas elei-
ções de 2015, conduzindo ao
poder a icónica líder da opo-
sição democrática no país.
A Constituição, redigida
pelos generais e aprovada em
2008, determina que as Forças
Armadas mantêm o controlo
dos três ministérios ligados à
segurança e nomeiam 25 por
cento dos deputados, mas a AI
assinala que a LND conta com
a maioria no Parlamento e não
alterou ou aboliu leis repressivas
herdadas da ditadura.
“Após meio século de
regime militar, muitos espe-
ravam que as eleições de 2015
na Birmânia fossem uma
oportunidade histórica para
reformar antigas leis repres-
sivas, mas, até ao momento,
o Governo não cumpriu as
suas promessas de mudança”,
assinalou Algar.
Entre os casos referidos
pela AI estão os de dois jor-
nalistas detidos à semana
passada por terem entrevis-
tado membros do Exército de
Salvação Rohingya de Arakan
(ARSA), no Oeste do país.
mas semanas várias comu-
nicações ao país, ora através
de mensagens gravadas e emi-
tidas na televisão, ora em
“podcast”, teve “um retorno
notável à política desde o início
da crise”.
Para este politólogo, a pri-
meira aparição de Merkel na
televisão foi mesmo a mais
forte desde a crise dos refu-
giados, em 2015. Ainda assim,
antevê que Merkel não deverá
voltar atrás com a sua palavra
de não se recandidatar.
“Não acho que ela concorra
novamente à chancelaria em
2021. As suas declarações
sobre esse assunto foram abso-
lutamente claras e ela não
recua nas decisões”, sustentou
nas declarações à Lusa.
Também o politólogo Ulrich
von Alemann reconhece que
Angela Merkel voltou a estar
positivamente presente nos
assuntos internos e interna-
cionais, mas considera que
isso não vai fazer diferença
na resolução que tomou. “Ela
é séria, as medidas tomadas
pela Alemanha são equilibra-
das e bem-sucedidas, os ale-
mães sentem-se seguros sob
a sua orientação. No entanto,
ela tomou a decisão de não se
RÚSSIA
Presumível espião
norte-americano
em julgamento
à porta fechada
O Tribunal de Moscovo ini-
ciou, ontem, o julgamento à
porta fechada do cidadão
norte-americano Paul Whe-
lan, um ex-fuzileiro acusado
de espionagem, crime que na
Rússia é passível de 20 anos
de prisão.
“Na audiência foi lida a acu-
sação” e depois a sessão “foi
adiada para 20 de Abril”, disse
Vladimir Zherebenkov, advo-
gado de Whelan, à agência
Interfax.
Adiantou que o seu cliente
pediu para ser atendido por
médicos da Embaixada dos
Estados Unidos em Moscovo,
solicitação a que os juízes
responderão na próxima
audiência. Segundo o advo-
gado, Whelan, 50 anos, sofre
de uma hérnia inguinal, que
piorou. "Custa-lhe levantar-
se", explicou. Os Estados Uni-
dos pediram um julgamento
justo e transparente para
Whelan, que é, igualmente,
cidadão canadiano, irlandês
e britânico.
“Vim para Moscovo com
a tarefa do Presidente dos
EUA, Donald Trump, de mel-
horar as relações entre os Esta-
dos Unidos e a Rússia, e
trabalho com todas as minhas
forças. Isto é um problema
para as nossas relações, é hor-
rível o modo como tratam o
Paul”, disse à imprensa o
embaixador norte-americano
John Sullivan.
candidatar novamente e vai
mantê-la”, afirmou.
De acordo com uma son-
dagem levada a cabo pela
Infratest Dimap para a ARD,
há cerca de uma semana,
quase três quartos dos alemães
aptos a votar (72 por cento)
estão satisfeitas com a forma
como o Governo alemão tem
lidado com a crise, e apenas
30 por cento criticam as medi-
das de contenção.
E se há um mês, os três par-
tidos que formam a “grande
coligação”, CDU, Partido Social
Democrata (SPD) e União
Social-Cristã (CSU) tinham
avaliação negativa, agora o
Executivo alcançou o maior
índice de popularidade desde
que este estudo.
DR
Chefe do Executivo alemão
OIM DENUNCIA CONDIÇÕES PRECÁRIAS NOS CENTROS
Refugiados na Grécia
vão ser reinstalados
Milhares de migrantes permanecem, ainda, em campos
sobrelotados nas ilhas gregas. Mas, de acordo com o
representante da OIM na Grécia, Gianluca Roco, muitos
refugiados pretendem regressar voluntariamente aos
países de origem
A Grécia acolhe milhares de migrantes provenientes da Síria e outros países em conflito
A Organização Internacional
para as Migrações (OIM)
anunciou, ontem, a reinsta-
lação, nos próximos meses,
de cerca de cinco mil refu-
giados que vivem actualmente
em campos sobrelotados nas
ilhas gregas, mas reconhece
que este número fica aquém
das necessidades.
Numa videoconferência
ontem realizada, o responsável
pela missão da OIM na Grécia,
Gianluca Rocco, explicou que
a organização internacional
está a preparar instalações
no território continental grego
que vão permitir transferir e
acomodar estes milhares de
refugiados.
Segundo o representante,
a OIM vai instalar pequenas
casas pré-fabricadas em cam-
pos de refugiados que admi-
nistra na Grécia continental,
mas também está a planear
alugar hotéis e edifícios públi-
cos que possam ser utilizados
para acomodar pessoas.
Gianluca Rocco afirmou
esperar que estas medidas
estejam concluídas nos “pró-
ximos meses”.
Uma das situações que está
a suscitar preocupação na Gré-
cia, tanto a nível interno como
também a nível internacional,
é a potencial propagação da
Covid-19 nos vários campos
de refugiados erguidos no ter-
ritório continental grego e nas
ilhas gregas no Mar Egeu, locais
maioritariamente marcados
por condições de vida muito
precárias e condições sanitárias
muito débeis.
A sobrelotação dos campos
de processamento e de aco-
lhimento para migrantes nas
ilhas gregas no Mar Egeu (Les-
bos, Chios, Samos, Kos e
Leros) é um grande factor de
preocupação, uma vez que
estes espaços acolhem, actual-
mente, cerca de 40 mil pessoas
em instalações com capaci-
dade total para apenas cerca
de seis mil pessoas.
Na videoconferência, o
representante da OIM informou
que no campo de Ritsona, loca-
lizado perto da capital grega
(Atenas), a organização está
a distribuir cestas alimentares
a refugiados, enquanto tenta
resolver o problema do abas-
tecimento de alimentos.
“A sobrelotação
dos campos
de processamento
e de acolhimento
para migrantes nas
ilhas gregas no Mar
Egeu (Lesbos,
Chios, Samos, Kos e
Leros) é um grande
factor de
preocupação”
Este campo, administrado
pela OIM, foi colocado em
quarentena após o diagnóstico
de cerca de 20 casos de infec-
ção pelo novo coronavírus.
A situação é diferente no
campo de refugiados de Moria
(na ilha de Lesbos), consi-
derado o maior da Europa.
Este campo de acolhi-
mento, que não é gerido pela
OIM, alberga, actualmente,
cerca de 20 mil pessoas.
Desde o confinamento
decretado pelo Governo grego,
em Março, os movimentos das
pessoas que vivem no campo
de Moria estão restringidos ao
local, estando estas impossi-
bilitadas, por exemplo, de ir
fazer compras de alimentos à
localidade mais próxima.
O Executivo prometeu ins-
talar postos de compras e caixas
de multibanco (para possibilitar
o acesso à ajuda económica
atribuída pelo Estado grego)
15
DR
nas imediações do campo.
Mas, segundo Gianluca
Rocco, essas medidas ainda
não avançaram e o Alto
Comissariado da ONU para
os Refugiados (ACNUR), que
é a organização que está a gerir
este assunto, ainda está em
negociações com os bancos.
O representante da OIM
reconheceu que não sabe
como se alimentam neste mo-
mento as pessoas que vivem
no campo de Moria.
Sobre o programa de reco-
locação de refugiados menores
não acompanhados em outros
países da União Europeia (UE),
que arranca esta semana com
a transferência de 12 menores
para o Luxemburgo e de outros
50 para a Alemanha, o repre-
sentante da OIM admitiu que
alguns aspectos do programa
devem ser clarificados.
Gianluca Rocco defendeu
ser necessário que “menores
de todas as nacionalidades e
não apenas sírios" beneficiem
deste programa, que também
deve abranger aqueles que
têm mais de 14 anos de idade,
que “são a maioria dos meno-
res não acompanhados”.
“Se apenas pessoas de uma
nacionalidade podem ser aco-
lhidas, então é difícil alcançar
o objectivo”, enfatizou.
O Governo da Grécia pediu
aos parceiros europeus que
recebessem 1.600 dos cerca
de 5.200 refugiados menores
não acompanhados que vivem
actualmente naquele país.
A par da Alemanha e do
Luxemburgo, outros países
da UE ofereceram-se para
acolher os menores. Foi o caso
de Portugal, Bélgica, Bulgária,
Croácia, Finlândia, França,
Irlanda e Lituânia.
Fora da UE, a Suíça aceitou
acolher, numa primeira fase,
20 menores, enquanto a Sér-
via vai receber 50.
16 Terça-feira
14 de Abril de 2020

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COMUNICADO
HORÁRIO DE ATENDIMENTO
A Direcção de Marketing e Comercialização da Edições Novembro E.P., em pleno respeito por um comportamento social responsável, alinhado às
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde de Angola (MINSA), com vista a combater a propagação do surto
do Coronavírus – COVID-19, excepcionalmente, durante a vigência do período de Estado de Emergência, o atendimento presencial ao público passa
a ter o seguinte horário de funcionamento:

De segunda-Feira a Domingo, das 9:00 horas às 14:00 horas.

Após o horário de atendimento presencial, estamos à sua disposição nos seguintes Canais Alternativos:

WhatsApp / SMS

925134301 | 937550262 | 949770006 | 924445541 | 917269650 | 924290850

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domingos.ingles@jornaldeangola.com | vanusa.cabimba@jornaldeangola.com
luena.guinapo@jornaldeangola.com

Luanda, 27 de Março de 2020.

A Direcção
(700.036)
Terça-feira
14 de Abril de 2020 17
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CAMPANHA SOLIDÁRIA
COVID-2019
O nosso país e o mundo estão a viver dos tempos mais difíceis da História recente da Humanidade.

Tempos difíceis mas de grande coragem.

Nós, angolanos, sempre enfrentámos com determinação e inteligência as diferentes adversidades por
que já vivemos.

Hoje apelamos à solidariedade de todos para ajudar com donativos que nos permitam mitigar a situação
social das nossas populações mais necessitadas.

As consequências do COVID-19 podem vir a ser muito difíceis.

Vamos todos contribuir para ajudar uma causa que é de todos.

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas,

IBAN N.º AO 06 0005 0000 5197 1631 1019 7; CONTA: 51971631-10-001;

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas convertíveis em DÓLARES,

IBAN N.º AO 06 0005 0000 5197 1631 1514 4; CONTA: 51971631-15-001

Conta do Tesouro Nacional no BCI, para ajudas em Kwanzas convertíveis em Euros,

IBAN Nº AO 06 0005 0000 5197 1631 1524 1; CONTA: 51971631-15-002

Uma vez mais e sempre estaremos todos Juntos por Angola

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18 NECROLOGIA Terça-feira
14 de Abril de 2020

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CONDOLÊNCIAS RECORDAÇÃO

REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DO ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E HABITAÇÃO
INSTITUTO GEOGRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA
SERVIÇOS PROVINCIAIS DO ZAIRE

AGOSTINHO DE CARVALHO RODRIGUES (Tininho) FÁTIMA JUNGUEIRA

DE CARVALHO
É com profunda dor que, a Fundação Uanhenga Xitu, comunica o falecimento de Querida FÁTIMA, 14/4/1968 -
AGOSTINHO DE CARVALHO RODRIGUES, (Tininho), por doença, ocorrido no dia 14/4/2020, estaríamos hoje a come-
13/4/2020. Até à sua partida, Tininho foi uma referência de empatia humana, destacado morar 52 anos desde o dia que nos
pelo profissionalismo no exercício das suas tarefas. Pelo infortúnio, inclinamo-nos conhecemos, mas o destino cruel
perante a memória desta nossa estrela, em nome da Fundação Uanhenga Xitu e todos não permitiu. Que a tua alma des-
os seus membros, aos pais do nosso querido Tininho endereçamos as nossas mais canse em paz entre o Esplendor da
sentidas condolências, extensivas a todos os familiares, amigos e colegas ou outros Luz Perpétua. Recordação de Pedro
que tiveram o privilégio de partilhar momentos com o mesmo. Comunicaremos a data de Carvalho (esposo).
dos eventos fúnebres em tempo oportuno. (3939) (3932)
FALECEU FALECEU FALECEU
EDITAL N.º 26/20
PROCESSO N.º 1756-ZA/19
Tendo, o senhor Carlos Alexandre Octávio Rocha, requerido a
concessão de uma Parcela de Terreno rural, em direito de super-
fície, situada a Este da Povoação de Loge pequeno, do lado di-
reito à picada Loge pequeno/Mussera, a aproximadamente 511m,
com uma área de150 ha (cento e cinquenta hectares), localizada
na Zona do Loge pequeno, Comuna da Mussera, Município do
Nzeto, Província do Zaire. Feita a Demarcação Provisória, a
mesma ficou com as seguintes confrontações:
A NORTE- Com as lagoas Quingombo e Tuginge.
A SUL- Com o Rio Loge.
A ESTE- Com a parcela de Terreno de terceiros cadastrada.
A OESTE- Com a parcela de terreno de terceiros não cadas-
trada.

São, por este meio, chamadas todas as pessoas singulares ou

FRANCISCO DIAS
DOS SANTOS NETO
Antónia Caetano da Silva Dias dos Santos
(esposa), António, Adriano, Salomé, Marito,
Natália, José Carlos "Calú" (filhos) e demais
familiares, comunicam o falecimento de
seu ente querido, FRANCISCO DIAS DOS
SANTOS NETO, ocorrido dia 13 de Abril
de 2020, por doença. O funeral realizar-
se amanhã, quarta-feira, dia 15 de Abril
no cemitério da Sant'Ana, em hora a
indicar. Paz a sua alma. (3933a)
JEREMIAS HILOTOCA
O Comando da Unidade de Segurança
Presidencial, em nome dos seus Oficiais
Generais, Oficiais Superiores, Capitães,
Subalternos, Sargentos, Praças, Agentes
e Trabalhadores Civis, comunica o fale-
cimento do Sr. Tenente JEREMIAS HILO-
TOCA, ocorrido no dia 8/4/2020, na
Namíbia, por doença. O funeral realizar-
se-á em data a anunciar oportunamente.
À família enlutada, o Comando endereça
sentimentos de pesar (3933)
DELFINA ARAÚJO
Joaquim Manuel Branco Leitão e
família cumprem o doloroso dever
de comunicar o falecimento da sua
querida DELFINA ARAÚJO, ocor-
rido no dia 13 de Abril de 2020, na
Clínica Sagrada Esperança. O funeral
realizar-se-á em data a anunciar
oportunamente.
(3949)
colectivas que se julgarem com direitos à parte ou totalidade
sobre o mesmo terreno, a virem comprová-lo nestes Serviços Pro-
vinciais do Instituto Geográfico e Cadastral de Angola, no prazo
de 30 dias a contar da data da publicação deste EDITAL.
SERVIÇOS PROVINCIAIS DO ZAIRE DO INSTITUTO GEO-
GRÁFICO E CADASTRAL DE ANGOLA, EM MBANZA-
KONGO, AOS 26 DE MARÇO DE 2020.
O CHEFE DOS SERVIÇOS
ISAAC JOSÉ PAZ DA CRUZ
(3941)

Gulkis Comércio e Indústria Lda

Rua S/N Bairro Viana
Km 28, Zona Económica
Luanda, Angola
NIF 5417677515
info@gulkis.com
www.gulkis.com RECRUTAMENTO
A empresa GULKIS COMÉRCIO E INDÚSTRIA, LDA., localizada na Rua S/N, Bairro Viana, Km 28 Luanda- Angola.
Com o Contribuinte Fiscal N.º 541767751 pretente recrutar:

1 Engenheiro Mecânico de Lacticínios

1 Engenheiro de Processamento de Alimento
1 Gerente de Processamento de Lacticínios
1 Gerente de Produção de Biscoitos
1 Técnico Químico de Laboratório de Biscoitos
1 Técnico de Controle de Qualidade
1 Formador Técnico de Manuseio de Máquinas Industriais

Experiência comprovada na área:

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- Operar instrumentos destinados e equipamentos destinados à produção, acondicionamento de alimentos
- Forte senso de responsabilidade e capaz de demostrar capacidade de trabalhar em um ambiente de ritmo acelerado.
- Capaz de executar ensaios físicos, químicos, metalográficos e biológicos
- Garantir a calibração dos equipamentos e realização de amostra de materiais
- Velar pelas normas de segurança, saúde e meio ambiente
- Contribuir para criar e gerenciar uma cultura positiva na Gulkis, fornecendo liderança em segurança e defendendo
os comportamentos de segurança da empresa
- Excelentes habilidades de comunicação e liderança.
- Experiência mínina comprovada de 5 anos.

Os interessados deverão enviar num prazo de 5 dias a contar com a data de publicação, a carta de apresentação,
CV. para: hr@gulkis.com
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Luanda, aos 7 de Abril de 2020
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SERVIÇO NECROLÓGICO: DIAS ÚTEIS DAS 9H ÀS 14H, SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 9H ÀS 14H
Terça-feira
14 de Abril de 2020 19
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20 Terça-feira
14 de Abril de 2020

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(700.004)
Terça-feira
14 de Abril de 2020 21

(700.091)
22 REGIÕES Terça-feira
14 de Abril de 2020

ADMINISTRAÇÃO DO CAZENGO NO CUANZA-NORTE não sei como recomeçar, por
isso peço ao Estado que me dê
EDIÇÕES NOVEMBRO | MALANJE mais alguns meses para que
possa me organizar e encontrar
outro espaço condigno, onde
possa viver com dignidade
com os meus três filhos, esposa
e sobrinho”, disse.
Em relação ao realojamento
das mais de 200 famílias sinis-
tradas pelas chuvas do dia 5,
o administrador Malundo
Catessamo garantiu que o pro-
cesso começou sexta-feira,
com a integração de 31 famílias
no condomínio contentori-
zado, situado na zona sul do
Sambizanga, junto ao Hospital
Municipal do Cazengo.
Frisou que o fornecimento
de água potável está assegurado,
através de um reservatório de
10.000 litros, que vai ser rea-
bastecido segundo a necessi-
dade da população. Fez saber
que neste momento o local já
tem energia eléctrica.
Malundo Catessamo acres-
centou que na zona do Qui-
rima do meio a energia que
vai beneficiar as vítimas das
chuvas vem da sede do bairro,
que fica a cerca de 700 metros,
através de um ramal da linha
de baixa tensão, enquanto a
água vai ser fornecida por
Continuam a ser criadas as condições para que as famílias em zonas de risco sejam realojadas dois furos hertzianos.
O administrador do Cazengo
garantiu que até amanhã todas
as condições vão estar criadas
MINA DE OURO NO CHIPINDO
Deslizamento de terras
provoca morte na Huíla
Arão Martins | Huíla
Henriques Tchikuambi, 28
anos, morreu na madrugada
de domingo, na sequência
do deslizamento de terras
numa mina artesanal de ouro,
na localidade de Tchiliva,
município de Chipindo (456
quilómetros da cidade do
Lubango), província da Huíla.
O administrador municipal
de Chipindo, Hélder Lou-
renço, que prestou a infor-
mação ao Jornal de Angola,
disse que a vítima integrava
um grupo de três indivíduos,
oriundos da aldeia de Tchim-
bueue, comuna de Samboto,
província do Huambo.
Explicou que tudo acon-
teceu à 1h00 da madrugada
de domingo, quando o grupo
tentava explorar ouro de
forma ilegal. O deslizamento
de terras provocou a morte
imediata da vítima, devido
ao traumatismo craniano e
fractura do braço direito.
e Huíla. Hélder Lourenço asse-
gurou que a Administração
Municipal, Polícia Nacional e
Forças Armadas Angolanas
(FAA) estão a apertar o cerco
para inibir qualquer cidadão
que tente aliciar os nativos,
com bens materiais e finan-
ceiros, em troca de ouro.
Reconheceu que em alguns
casos os garimpeiros apro-
veitam-se do período noc-
turno, em que os agentes da
Polícia se ausentam das zonas
mineiras, para tentar explorar
o ouro.
O administrador municipal
de Chipindo denunciou a envol-
vência de alguns regedores em
tais práticas. “Onde há coni-
vência, as autoridades com-
petentes têm tomado medidas
adequadas”, garantiu, acres-
centando que a Administração
Municipal está a retirar, junto
das comunidades locais e enti-
dades tradicionais, autoridade
aos regedores que enveredam
por práticas indecorosas.
No ano passado, 13 pessoas

Casas em zonas de risco

para albergar mais 48 famílias
em Canaulo, no Golungo-Alto,
onde estão disponíveis perto
de 180 casas.
Os garimpeiros, sublinhou,
aproveitaram-se do Estado
de Emergência, devido à pan-
demia da Covid-19, para recor-
rer ao garimpo ilegal.
morreram na localidade de
Tchikuele, no Chipindo, devido
ao deslizamento de terras,
numa mina de ouro.

estão a ser destruídas Assegurou que o Governo

Provincial do Cuanza-Norte
assinou um acordo com as
operadoras de transportes
públicos locais, no sentido
Objectivo das autoridades administrativas é garantir integridade de criarem rotas de circulação
física às famílias e evitar construções anárquicas na região para as referidas zonas, por
Hélder Lourenço informou
que os garimpeiros que sobre-
viveram deram a conhecer
o incidente a um dos mora-
O município de Chipindo
tem 3.898 quilómetros qua-
drados e mais de 64 mil habi-
tantes, segundo o Censo Geral
dores da aldeia próxima e de 2014.
meteram-se em fuga. As
investigações, acrescentou,
DR

forma a assegurar a movi- estão em curso para melhor

Marcelo Manuel | Ndalatando
Pelo menos 230 casas, cons-
truídas em zonas de risco, em
bairros periféricos de Ndala-
tando, no Cuanza-Norte, estão
a ser destruídas desde sexta-
feira, por iniciativa da Admi-
nistração Municipal do Cazengo.
Segundo o administrador
do Cazengo, Malundo Cates-
samo, o objectivo é assegurar
a integridade física das famílias
e desencorajar a construção
de moradias em zonas inade-
quadas. A decisão da Admi-
nistração Municipal do Cazengo,
acrescentou, surge na sequência
do desalojamento e perda de
bens de mais de oito mil pes-
soas, devido as fortes chuvas
do dia 5 do corrente mês.
O administrador do Cazengo
disse que o processo abrange
os bairros Posse, Sambizanga,
11 de Novembro e outros onde
existam casas em zonas con-
sideradas de risco. Malundo
Catessamo fez saber que nas
zonas ribeirinhas ao rio Muem-
beje estão a ser demolidas
todas as casas construídas a
cerca de quarenta metros da
água. Nelson Felizardo, mora-
dor do bairro Sambizanga,
que construiu a sua casa de
blocos, de três quartos, sala,
cozinha e casa de banho, a
três metros do leito do rio
Muembeje, afirma que é com
profunda tristeza que se aper-
cebeu que a sua moradia está
cadastrada para demolição.
“Sou taxista, meu carro está
avariado há mais de um mês,
mentação dos trabalhadores,
comerciantes e camponeses,
que, devido às chuvas, foram
realojados.
O administrador do Cazengo
revelou que, desde o passado
dia 11, qualquer cidadão na
condição de sinistrado pode
deslocar-se ao Quilómetro
Onze, para receber a sua parcela
para a autoconstrução diri-
gida.”Cada cidadão tem direito
a um espaço com 12 metros
de largura e 20 de compri-
mento, para a construção da
casa própria”, concluiu.
esclarecimento.
Segundo o administrador,
Chipindo tem ouro em várias
localidades e as autoridades
competentes continuam a efec-
tuar trabalhos de sensibilização
para desencorajar o garimpo
e para que a população denun-
cie os que tentam enveredar
por tais práticas, nas comunas
de Bunjei, Bambi e nos arre-
dores da sede municipal.
O garimpo de ouro, escla-
receu, continua a atrair popu-
lares provenientes de Luanda,
Bié, Huambo, Cuando Cubango

DR
SOLIDARIEDADE NO BIÉ

Vítimas das chuvas na vila do Andulo

estão a receber material de construção
José Chaves /Andulo
Ao todo, nove famílias afec-
tadas pelas chuvas que se
abateram sexta-feira sobre a
sede municipal do Andulo,
na província do Bié, benefi-
ciaram de chapas de zinco,
bens alimentares e vários
utensílios domésticos.
Os bens foram entregues
pela administradora muni-
cipal, Celeste Adolfo, que
apelou aos beneficiários para
construírem em zonas segu-
ras, indicadas pela Adminis-
tração Municipal.
A administradora Celeste
Além de chapas de zinco foram entregues bens alimentares Adolfo disse que as chuvas
provocaram a destruição de
nove casas, no bairro Silva II
e outras infra-estruturas de
impacto social. A responsável
municipal afirmou que acção
do género será realizada em
outras localidades, onde foram
destruídas residências.
“Continuamos a apelar às
diferentes entidades no sentido
de colaborarem com o Estado,
prestando a sua solidariedade
e ajudando as famílias sinis-
tradas, que perderam os seus
haveres", frisou Celeste Adolfo.
Por outro lado, a adminis-
tradora do município do
Andulo apelou à população
das comunas de Calussinga
e de Chivaulo a acatarem as
medidas de prevenção contra
o coronavírus.
Celeste Adolfo, que falava
aos habitantes da povoação
de Chindombe, na fronteira
limite entre o Andulo e o
município do Mungo, na pro-
víncia do Huambo, disse que
a doença é de fácil contágio,
daí ser necessário passar mais
informações para se evitar a
sua propagação.
A responsável da circuns-
crição disse que o trabalho
de sensibilização vai permitir
identificar e implementar as
medidas de controlo sanitário,
para reduzir os riscos de
entrada do vírus, garantir a
informação antecipada às
populações e fortalecer a vigi-
lância epidemiológica humana
e animal.
Durante a sua visita às co-
munas de Calussinga e de
Chivaulo foram ainda entre-
gues bens de primeira neces-
sidade às pessoas vulneráveis,
com destaque para idosos.
“Apesar de não se registar
ainda nenhum caso da doença
no Bié, temos que levar em
consideração que estamos
numa zona que está situada no
centro do país, com várias fron-
teiras com diversas províncias”,
sublinhou a administradora.
Terça-feira
14 de Abril de 2020 23

(700.023)
24 Terça-feira
14 de Abril de 2020

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REPÚBLICA DE ANGOLA
COMISSÃO INTERMINISTERIAL

(700.038a)
Terça-feira
14 de Abril de 2020 25
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26 Terça-feira
14 de Abril de 2020

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SOCIEDADE
DESABAMENTO DE PONTE
Via entre Huambo e Huíla
continua intransitável
Miguel Ângelo | Huambo
A ligação rodoviária entre
as províncias da Huíla e do
Huambo continua suspensa,
devido ao desabamento da
ponte sobre o rio Eiumbe,
no município da Caconda
(Huíla), no passado sábado,
em consequência das chuvas
que se abatem sobre a região.
A interdição do troço está
a fazer com que muitas pes-
soas não consigam chegar
às áreas de origem, aprovei-
tando o levantamento do
cerco sanitário, em virtude
do Estado de Emergência.
A cidadã Celma Branco,
residente no município da
Caála, disse ontem que aguar-
dava por uma encomenda de
galinhas e o portador infor-
mou-a que estava retido nas
imediações da ponte sobre o
rio Eiumbe, sem qualquer via
alternativa para chegar à pro-
víncia do Huambo.
A ponte desabou pouco
menos de dois meses depois
CAMAMA RECEBE ENTRE 13 E 20 CORPOS DIARIAMENTE
Média de funerais está inalterada
mas com pouco afluxo de pessoas
Roque Silva
O cemitério da Camama, em
Luanda, continua a receber
entre 13 a 20 funerais por dia,
apesar de estar aberto, há
mais de 10 dias, até às 13 horas,
devido ao Estado de Emer-
gência, para impedir a pro-
pagação do novo coronavírus
em Angola.
A média diária de funerais
varia, mas os dias com maior
registo de enterros são segunda,
quarta-feira e aos finais de
semana, informou, ao Jornal
de Angola, um funcionário
administrativo do Cemitério
da Camama, o segundo maior
da província de Luanda, depois
do Cemitério do Benfica.
“Na terça-feira passada,
houve 16 funerais”, adiantou
o funcionário, que disse, a
título de exemplo, terem sido
realizados oito funerais, no
dia seguinte, até às 11h00,
momento em que falava ao
Jornal de Angola.
Mais dois corpos aguar-
davam à porta do Cemitério
da Camama pelos procedi-
mentos administrativos para
a realização dos funerais.
No local, a equipa de repor-
tagem do Jornal de Angola
constatou um ambiente calmo,
com funerais a serem acom-
panhados por um número
inferior a 50 pessoas, algumas
das quais protegidas com más-
caras, em cumprimento das
restrições impostas pelo Estado
de Emergência.
As pessoas entravam e
seguiam a caminhada afas-
tadas umas das outras, por
um metro e meio de distância,
conduta que era observada
Terça-feira
14 de Abril de 2020
de ter sido reerguida. Em
Dezembro de 2019 o desaba-
mento de uma ponte, no
mesmo local, já tinha condi-
cionado a circulação .
No Huambo, o Jornal de An-
gola efectuou, sem sucesso,
diversas diligências para
ouvir autoridades ligadas ao
sector dos Transportes, bem
como da direcção de Servi-
ços Técnicos e Infra-estru-
turas para mais pormenores
sobre o desabamento da ponte
e sobre o que está a ser feito
para se arranjar uma alter-
nativa para repor a circulação
rodoviária.
O director do Gabinete
Provincial dos Transportes,
Tráfego e Mobilidade Urbana,
Joaquim Salinga, disse que
para mais esclarecimentos
dever-se-ia contactar os Ser-
viços Técnicos e Infra-estru-
turas, na pessoa do arquitecto
Francisco Neto, que, por sua
vez, disse que “desconhece
o assunto”, pelo que deve-
ríamos entrar em contacto
com o seu homólogo da Huíla.
por agentes da Polícia Nacio-
nal destacados no Cemitério
da Camama, onde foram
criadas à entrada condições
para a lavagem das mãos.
No exterior do cemitério
estavam, também em número
reduzido, vendedores de água
e refrigerantes e jovens engra-
xadores. Nenhum sinal de flo-
ristas, que, em situação normal,
têm estado em número con-
siderável, de manhã e à tarde,
junto à entrada do Cemitério
da Camama.
Material de trabalho
O Cemitério da Camama,
erguido nos anos 90 do século
XX, não tem batas nem botas
para os coveiros fazerem em
segurança o seu trabalho. A
administração do cemitério
tem colocado à disposição
dos coveiros coletes de iden-
tificação, máscaras, luvas e
álcool gel, para a prevenção
de doenças contagiosas.
Mas, por incrível que pare-
ça, nem todos os coveiros res-
peitam os procedimentos de
higiene e segurança no tra-
balho, prescindindo do uso
de máscaras e luvas, de acordo
com o funcionário adminis-
CABINDA
Autoridades
tradicionais
clamam por
mais escolas
As autoridades tradicionais
do Alto Sunde, município de
Belize, a cerca de 280 quiló-
metros a nordeste de Cabinda,
clamam por infra-estruturas
de ensino primário.
O soba da aldeia de Kilu-
amba, Abel Zau Vundo, disse
que são várias as crianças da
pré a 3ª classe que são obri-
gadas a estudar nas aldeias
vizinhas da República De-
mocrática do Congo, por falta
de escolas.
A autoridade tradicional
apresentou as preocupações
durante a visita do governador
de Cabinda, Marcos Nhunga,
que visou constatar o grau de
execução das obras da ponte
sobre rio Lombe, para a nor-
malização da circulação rodo-
viária naquela zona.
O governador da província
de Cabinda disse ser uma
preocupação que constará
no Programa Integrado de
Intervenção nos Municípios
(PIIM) como prioridade.
trativo, abordado depois de o
repórter ter observado, num
grupo de três coveiros, apenas
um com máscara e luvas.
O funcionário confirmou
que, por causa da necessi-
dade de aumento do nível
de protecção, vai haver maior
rigor no cumprimento das
m e d i d a s d e s e g u ra n ç a ,
podendo a administração do
cemitério propor ao Depar-
tamento de Cemitérios e
Morgues do Governo Pro-
vincial de Luanda medidas
d i s c i p l i n a re s c o nt ra o s
incumpridores.
O Cemitério da Camama
tem 42 coveiros em actividade
e é protegido, diariamente,
por oito agentes da Polícia
Nacional e de uma empresa
de segurança privada.
O Cemitério da Camama
foi construído para desafogar
o Cemitério da Sant’Ana,
que, nos anos 90, era o campo
santo que mais recebia fune-
rais na província de Luanda.
A província de Luanda tem
nove cemitérios: Santa’Ana,
Alto das Cruzes, Mulemba
(também conhecido por 14),
Viana, Benfica, Camama,
Funda, Quiçama e Icolo e Bengo
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
CONSERVADOR ASSASSINADO EM LUANDA
População garante que elementos do SIC são chamados várias vezes para dirimir conflitos
Família de Josemar Caluaco
exige pena máxima de prisão
O homicídio ocorreu na sequência de uma disputa de terrenos
e o Serviço de Investigação Criminal está no encalço dos assassinos
André da Costa
Familiares do conservador
Josemar Caluaco, 39 anos,
assassinado com golpes de
martelo na passada quarta-
feira, por um grupo de mais
de 15 indivíduos, supostos inva-
sores de terra na zona do Zango
4, exigem que se faça justiça,
com pena máxima de prisão.
O sentimento de revolta
pela morte cruel e prema-
tura do conservador Josemar
Caluaco foi manifestada on-
tem, ao Jornal de Angola ,
pelo tio Lúcio dos Santos,
quando falava sobre o anda-
mento do processo-crime,
junto do Serviço de Investi-
gação Criminal.
O crime, que deixou mora-
dores do Zango em estado de
choque, devido à forma bár-
bara como aconteceu, resul-
tou já na detenção de dois
indivíduos por parte do Ser-
viço de Investigação Criminal.
O funeral de Josemar
Caluaco foi realizado sábado,
no Cemitério do Benfica, sob
forte comoção e com limitado
número de familiares, devido
às medidas de prevenção
contra o coronavírus, que
restringem para menos de
50 pessoas em cerimónias
fúnebres.
O conservador Josemar
Caluaco perdeu a vida por
volta das 11h30 minutos,
depois de receber um tele-
fonema de um senhor iden-
t i fi c a d o p o r B e n to , q u e
tomava conta de um terreno
de 200 metros quadrados,
cedido pelo falecido pai, José
Caluaco, em 1994, dando
conta que o espaço estava a
ser ocupado por mais de 15
indivíduos.
Lúcio dos Santos, o tio de
Josemar, explicou que o
sobrinho mobilizou mais dois
irmãos, Fernando Caluaco e
Gizela Caluaco, que também
detinham parcelas no mesmo
terreno, que, às pressas, se
dirigiram ao Zango.
Acrescentou que não en-
contraram o senhor Bento,
controlador do espaço, que
efectuou o telefonema, mas
sim os supostos invasores,
dos quais um identificado por
Caenche, que colocou os três
irmãos no meio dos compar-
sas, que começaram a agredi-
los com paus, cabos e outros
objectos contundentes.
Gizela e Fernando Caluaco,
explicou o tio, conseguiram
fugir dos agressores e levaram
a mensagem aos demais
familiares, ao passo que Jose-
mar Caluaco foi brutalmente
espancado, com vários golpes
de martelo, em várias partes
do corpo, inclusive na cabeça,
acabando por morrer no local.
Os familiares, informados
por Gizela e Fernando Caluaco,
dirigiram-se às pressas ao
Zango, tendo encontrado Jose-
mar Caluaco já morto, com o
crânio desfeito, devido à vio-
lência dos golpes de martelo.
Lúcio dos Santos afirmou
que a autópsia determinou
traumatismo craniano como
causa da morte de Josemar
Caluco, devido aos fortes
golpes de martelo sofridos
na cabeça.
Lúcio dos Santos acredita
que a morte do sobrinho resul-
tou de uma emboscada mon-
tada pelo indivíduo que to-
mava conta do espaço, iden-
tificado por Bento. A convicção
do tio resulta do facto de Bento
não ter estado no terreno, de-
pois de ter ligado a Josemar
Caluco, dando conta que o
terreno estava a ser invadido
27
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
e que ele lá estava a tentar tra-
var os invasores.
Lamentações incessantes
Porquê que mataram o Jose-
mar Caluco daquela forma?
Que mal fez para merecer
uma morte tão brutal, cruel,
ao ponto de desfazerem o
crânio dele com martelo?,
questionou-se Lúcio dos
Santos, aos prantos.
Lúcio dos Santos subli-
nhou que casos de disputa
de terrenos no Zango têm
custado a vida de muitos
cidadãos, acção protagoni-
zada por grupos organizados
de invasores, que depois de
conseguirem as parcelas
negoceiam com empresários
que constroem residências,
das quais beneficiam.
"É uma prática reiterada
aqui no Zango", disse Lúcio
dos Santos, acrescentando
que há duas semanas um
senhor foi espancado e per-
deu o terreno.
Lúcio dos Santos contou
também o caso de um senhor
que perdeu a vida no Bairro
do Mundial, no Benfica, quando
invasores pretendiam, à força,
se apoderar do seu terreno.
O tio lamenta o que acon-
teceu ao sobrinho e ques-
tiona-se sobre a sustentabi-
lidade dos dois filhos de Jose-
mar Caluaco e da mulher, que
se encontra doente.
Josemar Caluaco foi fun-
cionário do Ministério da
Justiça há sete anos, tendo
desempenhado funções de
conservador na Conserva-
tória da província do Huambo
e foi transferido para Luanda
há menos de 20 dias.
Segundo o tio, em Luanda
já tinha colocação e não che-
gou a trabalhar devido ao sur-
gimento do coronavírus.
28 Terça-feira
14 de Abril de 2020

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(700.123)
CULTURA
14 de Abril de 2020
PROJECÇÃO APÓS PANDEMIA
Mesmo sem uma data
Muzonguê retém tradição
Bonga foi o cartaz da última edição do projecto realizado no Centro Recreativo Kilamba
Manuel Albano
A preparação de uma agenda
artística capaz de responder
aos anseios da maioria dos
farristas da capital, actual-
mente em confinamento resi-
dencial, devido ao surto da
Covid-19, é das apostas da
direcção do Centro Cultural
e Recreativo Kilamba, que já
está a perspectivar edições
especiais do Muzongué da
Tradição, de forma a preservar
a essência do projecto.
O gestor do espaço, Estévão
Costa, disse, ontem, ao Jornal
de Angola, que embora no
momento estejam preocupados
com a disseminação do surto
e em ajudar a cumprir as medi-
das para evitar a propagação
da pandemia pelo país, também
estão a se preparar para o “dia
seguinte” após o fim da Covid-
19. “Actualmente, muitas pes-
soas estão a se sentir restringidas.
Por isso, queremos estar pron-
tos, e à altura dos anseios destes
quando terminar o Estado de
Emergência”, disse.
Assim que o país regressar
à normalidade das actividades
artístico-culturais, o Centro
Recreativo Kilamba quer estar
pronto para atender os milha-
res de fãs de “farras de quintal”,
com projectos como o Muzon-
gué da Tradição, “que vai ser
reprogramado, para cumprir
com as expectativas”.
“Queremos aparecer em
grande, uma vez que a pan-
demia impediu a abertura da
temporada de espectáculos
do Centro Recreativo, marcada
inicialmente para os meses
de Fevereiro e Março”, jus-
tificou, acrescentando que
neste momento “a máquina
organizativa do Kilamba con-
tinua a trabalhar no sentido
de criar uma agenda atractiva
e dinâmica”.
O objectivo da organização
é realizar um mega espectá-
culo na primeira edição do
projecto Muzongué da Tra-
Terça-feira
dição, tão logo seja decretado
o fim do Estado de Emergên-
cia, para satisfazer admira-
dores e abrir o ano do Centro
Recreativo em grande.
“Claro que também sabe-
mos ser necessário alguma
ponderação, afinal estamos
nos primeiros meses do ano
e muita coisa ainda pode acon-
tecer”, adiantou Estévão Costa,
para quem tudo depende da
evolução dos casos desta pan-
demia que tem vitimado
milhares de pessoas em todo
o mundo.
Porém, apesar das incer-
tezas quanto ao combate da
pandemia, o gestor tem certeza
que “a tradição do Muzongué
vai voltar a ser uma realidade
em breve e terá capacidade
de suprir o tempo de ausência.
Por isso, o responsável preferiu
não adiantar muitos porme-
nores sobre os espectáculos.
“Ainda é muito prematuro”.
Defesa das raízes
Para Estévão Costa, o semba
tem um papel fundamental
na defesa, valorização e divul-
gação da música angolana de
raiz e os centros culturais e
recreativos devem ter um
papel mais activo na protecção
deste género, “principalmente
numa altura em que se pro-
cura pelo reconhecimento a
nível mundial, como Patri-
mónio da Humanidade”.
Embora o Centro Recreativo
Kilamba dê espaço, também,
a outros géneros musicais, é
no semba que reside a essência
do antigo “Maria das Escre-
quenhas”. “Sempre fomos
um abrigo para a música
genuína e queremos continuar
assim por muitos anos, de
forma a que as futuras gerações
tenham uma noção mais
ampla do papel do centro na
preservação da identidade
nacional e dos artistas”, disse.
Ao longo dos anos, conti-
nuou, o Centro tem sido um
local de eleição na divulgação
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
da música angolana, em especial
a de raiz, com o semba como
a grande referência. “O Kilamba
tem uma história, que vem
mesmo antes da Independência
e está o reconhecimento de
mérito”, explicou, agradecendo,
também, o contributo e a pre-
sença dos milhares de fãs que
por anos acompanham a pro-
gramação cultural da casa.
Outro aspecto de realce na
valorização da música de raiz
que o Kilamba tem realizado,
contou, é a entrega, em algumas
edições especiais do Muzongué
da Tradição, de diplomas de
mérito a artistas cujo contributo
marcou uma geração. “É uma
forma de lembrar o nome destes
e deixar presente na memória
das novas gerações. Decidimos
realizar o acto enquanto estes
estão vivos e podem mostrar,
nos espectáculos, o porquê de
terem sido escolhidos”, justi-
ficou, além de considerar o
centro como “um espaço de
resgate, oportunidades e inte-
racção geracional entre cantores
e farristas”.
Estévão Costa chamou
ainda atenção para a recém
inaugurada Galeria do Semba,
neste processo de valorização
da música de raiz e na trans-
missão de um legado para as
gerações futuras.
Última edição
A última edição do Muzonguê
da Tradição, realizada em
Dezembro do ano passado,
teve como artista de cartaz o
Bonga e serviu para celebrar
o 18º aniversário da reabertura
do espaço.
No espectáculo, o músico,
que já foi distinguido com um
diploma de mérito pela direc-
ção do Centro Recreativo, fez
uma viagem pelos principais
sucessos. Considerado como
o “super muzonguê”, a última
edição contou com as parti-
cipações de Massano Júnior,
Lulas da Paixão, Jivago e da
Banda Maravilha.
CINEMA
Atrás da nuvem: Sarah Maldoror
As vozes dos perseguidos e
dos rebeldes, na pessoa da
cineasta Sarah Maldoror, pio-
neira do cinema pan-africano,
deixou de estar entre nós, dia
13 de Abril. A sua obra cine-
matográfica radiosa é o reflexo
de uma valente combatente,
curiosa relativamente a tudo,
generosa, irreverente, preo-
cupada com os outros, levan-
do a poesia para além de todas
as fronteiras.
Sarah Maldoror nasceu
em 1929, filha de pai de Gua-
dalupe e mãe do sudoeste
da França (Gers). Mais tarde
escolheu o nome do artista
Maldoror em homenagem ao
poeta surrealista Lautréamont.
Toda a sua vida, os seus gestos
e as suas escolhas não serão
mais do que um eco dessa
primeira decisão.
Depois de se iniciar no
teatro, funda em 1956 Les
Griots, que foi a primeira
companhia composta por
actores africanos e afro-cari-
benhos “para pôr fim aos
papéis de serva”, disse ela,
e “para tornar conhecidos
artistas e escritores negros”.
O cartaz da sua primeira
encenação, Huis clos, é da
autoria do artista cubano
Wifredo Lam. Seguem-se
peças de Aimé Césaire A tra-
gédia do rei Christophe ou
Jean Genet Les nègres, dirigida
por Roger Blain. Essa dimen-
são teatral e o seu desejo de
transmissão de outras culturas
constituirão o foco da sua
concepção da criação.
Em 1961 vai para Moscovo
estudar cinema, sob a direc-
ção de Mark Donskoi. É aí
que ela aprende a concepção
do quadro, do trabalho em
equipa e da constante dis-
ponibilidade perante o impre-
visto: «Estar sempre pronta
a descobrir o que pode estar
atrás da nuvem», dizia ela.
Depois desta estadia so-
viética junta-se aos pioneiros
dos movimentos de liberta-
ção africanos, na Guiné, Argé-
lia e Guiné Bissau, ao lado do
seu companheiro Mário Pinto
de Andrade, poeta e político
angolano e fundador do Mo-
vimento Popular pela Liber-
EVITAR A PANDEMIA
IndieLisboa é adiado para Agosto
O Festival Internacional de
CinemadeLisboa,“IndieLisboa”,
foi adiado para o mês de Agosto,
devido ao Covid-19, que está a
assolar o mundo, informou
ontem à Lusa a organização.
Em Março, a direcção do
“IndieLisboa” já pretendia
adiar a XVII edição do festival
de Agosto a 5 de Setembro,
por causa da pandemia. “A
possibilidade de realizar o
festival no formato digital não
corresponde às expectativas
da organização, nem às do
público, que espera ter con-
tacto directo com os filmes,
cineastas e restantes profis-
sionais”, defende a organi-
zação em comunicado.
tação de Angola (MPLA) e o
seu primeiro presidente. Desta
união, duas filhas nasceram:
Annouchka em Moscovo e
Henda em Rabat. Esta dimen-
são política ocupa um lugar
central na sua obra. Assim
se referia «Para muitos cine-
astas africanos, o cinema é
um utensílio da revolução,
uma educação política para
transformar as consciências.
Ela situava-se na emergência
de um cinema do Terceiro
Mundo procurando desco-
lonizar o pensamento para
favorecer as mudanças radi-
cais na sociedade».
Faz a sua iniciação cine-
matográfica em Alger, ao
lado de Gilo Pontecorvo com
A batalha de Alger (1965),
seguindo-se William Lein
para o Festival panafricano
de Alger (1969).
O seu primeiro filme
Monangambé (1969), adap-
tado da novela de Luandino
Vieira, trata da incompreensão
entre o colonizador e o colo-
nizado. Sublimado pela música
do Chicago Art Ensemble, esta
obra prima vai alcançar vários
prémios, entre os quais o de
melhor realizador no Festival
de Cartago.
Em Sambizanga (1972) –
cenário de Maurice Pons e de
Mário Pinto de Andrade, ela
apropria-se , através do trajecto
político de uma mulher cujo
marido morre por tortura polí-
tica na prisão, da luta do movi-
mento de libertação angolano.
Este filme, amplamente
reconhecido, constitui uma
das maiores obras do cinema
africano e reconfirma a sua
reputação de artista engajada.
Instalada em Paris, dedica-
se ao formato de documen-
tário que lhe permitem definir
através de retratos de artistas
(Ana Mercedes Hoyos), poe-
tas (Aimé Césaire; Leon G
Damas), de percursores (Toto
Bissainthe), o horizonte ne-
cessário para a reabilitação
da História Negra e das suas
figuras mais marcantes, entre
outras. Os retratos de Miro,
Louis Aragon ou Emmanuel
Ungaro testemunham o seu
ecletismo.
O festival e a programação
completa vão ser revelados
no dia 30 Abril, data em que
estava agendado o início desta
edição. A organização já tinha
anunciado algumas novidades
da programação, bem como
a retrospectiva de toda a obra
do realizador senegalês Ous-
mane Sembène, o homena-
geado, pelos seus 50 anos,
assim como a secção Fórum
da Berlinale e a realização de
um ciclo dedicado à realizadora
franco-senegalesa Mati Diop.
Nas últimas semanas outros
festivais de cinema anuncia-
ram alterações nas datas pre-
vistas, por causa das medidas
restritivas para conter a pan-
29
DR
Autora de “Sambizanga”
foi muito homenageada
Sarah Maldoror dedicou a
acuidadedoseuolharaoserviço
da luta contra as intolerâncias
e as estigmatizações de todo o
tipo, (Un dessert pour Cons-
tance, a partir de uma novela
deDanielBoulanger)ressaltando
a importância fundamental
relativamente à solidariedade
entre os oprimidos, à repressão
política, e à Cultura, como único
meiodeprogressodeumasocie-
dade. Quando da sua última
intervenção no Museu Rainha
Sofia (Madrid Maio de 2019),
repetiuqueascriançasdeveriam
ir ao cinema, ler poesia desde
jovens, para construir um
mundo mais justo.
Sarah Maldoror celebrou
o compromisso do artista e
da arte como um acto de liber-
tação. O seu amigo, o poeta
Aimé Cesaire, dedicou-lhe
estas palavras:
A Sarah Maldoror...
qui,
caméra au poing,
combat l’oppression,
l’aliénation
et défie
la connerie humaine
Nous resterons toujours
attentifs au nuage, promis !
Vamos ficar atentos para
a nuvem, prometo!
demia de Covid-19. Entre
estas constam as Curtas de
Vila do Conde, adiado de Julho
para Outubro, o Festival de
Animação de Lisboa “Mons-
tra” e do Festival Internacional
de Cinema e Literatura de
Olhão, anteriormente mar-
cados para Março.
O Festival de Cinema Iti-
nerante da Língua Portuguesa
(FESTin) e a Festa do Cinema
Italiano, que deveriam acon-
tecer este mês, também fo-
ram suspensos.
O novo Coronavírus, res-
ponsável pela pandemia da
Covid-19, infectou mais de
1,3 milhões de pessoas em
todo o mundo.
30 DESPORTO
SELECCIONADOR DE BASQUETEBOL
“Tiveram três
meses para
negociar”
Anaximandro Magalhães
Chegou a Luanda em Novem-
bro de 2017, para substituir
na Selecção Nacional, o ango-
lano Manuel Silva “Gi”, demi-
tido por falhar, naquele ano,
a reconquista do título do
Campeonato Africano das
Nações, Afrobasket, dispu-
tado pela primeira vez, em
55 anos de história da com-
petição, em dois países, Tuní-
sia e Senegal.
William Bryant Voigt, de
nacionalidade norte-ame-
ricana, natural de Cabot-
Vermont, foi o escolhido do
presidente da Federação An-
golana de Basquetebol (FAB)
ora demissionário, Hélder
Martins da Cruz “Maneda”,
para reconduzir Angola ao
trilho dourado que teve como
precursores Victorino Cu-
nha, Wlademiro Romero e
Mário Palma.
Voigt não chegou com rótulo
de milagreiro, mas de cam-
peão ao comando da Nigéria,
em 2015, após vitória sobre
Angola, por 74-65, equipa
diante da qual tinha perdido
duas finais, em 1999, em
Luanda, e 2003, em Alexan-
dria, Egipto.
Em conversa mantida com o
Jornal de Angola, via rede social
WhatsApp, a partir dos Estados
Unidos, onde reside, o técnico
de 43 anos falou, dentre vários
aspectos, dos motivos que o
levaram a se queixar da FAB
junto do Tribunal Arbitral do
Desporto (TAS), a reclamar de
dívidas monetárias, cujo valor
não referiu.
O coordenador da Comissão
de Gestão da Federação, Gus-
tavo da Conceição, condiciona
a negociação consigo à retirada
da queixa. Está disposto a
fazê-lo?
Eles tiveram três meses para
negociar comigo e optaram
por não responder sequer
às minhas mensagens. Ten-
támos um entendimento e
não conseguimos. Portanto,
os advogados foram contac-
Norte-americano William Bryant Voigt chegou a Selecção Nacional sénior de masculina, em Novembro de 2017
tados e a queixa foi registada
há muito tempo.
Diante da condição imposta,
seria capaz de retirar a queixa?
Não posso retirar, quando
eles não propuseram nenhu-
ma solução. Optaram por
não responder sobre as mo-
dalidades de liquidação do
montante proposto por mim,
que era estender os paga-
AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO
mentos em tranches, a serem
amortizadas em cinco anos.
E caso seja contactado?
Iremos conversar e ver como
as coisas evoluem.
Já pensou vir a Luanda para
resolver esta situação?
Adoraria ir para Luanda.
Confirma que o valor em
dívida é de um milhão e qui-
nhentos mil dólares?
Fui aconselhado a não falar
sobre esta questão.
Sente-se traído por Hélder
Martins da Cruz “Maneda”?
Pergunto por ter sido ele,
enquanto presidente daquela
instituição, que apostou em
si para o projecto.
Hélder deu-me a oportuni-
dade de treinar esta equipa.
Por isso sou-lhe grato.
Têm falado?
Sim, algumas vezes.
O seu contrato termina em
Agosto de 2021, após os Jogos
Olímpicos. Caso as coisas se
resolvam estaria em condições
de continuar a orientar a Selec-
ção Nacional, isso em função
do clima criado?
Sim, estou. Posso trabalhar
com qualquer pessoa. Para
mim, o importante é res-
peitarem as necessidades
dos jogadores e de quem lhes
dá suporte. De resto não há
problemas.
A má campanha no Campeo-
nato do Mundo, China’2019,
onde Angola foi 27ª classifi-
cada na primeira prova FIBA
com 32 selecções, não lhe
deixa reticente quanto ao
futuro?
Não. Assumimos uma equipa
que terminou o Afrobas-
ket’2017 na oitava posição.
Nem sequer qualificada para
o Mundial estava. Trabalhámos
muito e assegurámos o apu-
ramento. E fizemo-lo con-
vocando novos jogadores. Não
foi fácil. Continuamos vivos
para jogar o Pré-Olímpico.
Quanto à disputa do Torneio
Pré-Olímpico, com palco na
cidade de Kaunas, Lituânia,
que possibilidade tem Angola
no Grupo B, ao lado da Poló-
nia e da Eslovénia, de mate-
rializar o propósito de chegar
aos Jogos de Tóquio’2020,
no Japão?
Temos algumas. A nossa série
é bastante desafiante e temos
quase um ano para nos pre-
parar, atendendo à alteração
MIQUÉIAS MACHANGONGO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Terça-feira
14 de Abril de 2020
das datas, pois os nossos
atletas vão poder desenvolver
melhor a qualidade técnica
individual.
Chegou a elaborar um plano
de preparação para esta fase?
Escrevi para a Federação em
Dezembro, a perguntar sobre
os preparativos do Pré-Olím-
pico. Infelizmente nunca res-
ponderam. Antes disso orga-
nizei sempre todos os nossos
jogos de preparação.
Desportivamente qual é a sua
opinião sobre a qualidade dos
jogadores angolanos?
É boa. Estou empolgado com
alguns jovens atletas que vão
despontando.
Quais são?
Refiro-me ao Bruno Fer-
nando, Sílvio Sousa, Selton
Miguel e Sadraque Nganga.
Alguma imprensa internacional
chegou a dizer que o senhor
estava comprometido com uma
equipa francesa. Confirma?
Esta informação não corres-
ponde à verdade. Nunca re-
cebi qualquer convite para
o efeito. Por agora estou nos
Estados Unidos, à espera que
a Covid-19 se acalme.
E no seu país tem recebido
convites para trabalhar?
Tenho sim. Mas não tomei
qualquer providência, por
que até hoje nunca tive “notí-
cias” da Federação.
O que lhe apraz dizer sobre a
pandemia da Covid-19 que
assola o Mundo?
Espero que se leve a sério
essa pandemia. Especial-
mente em África, uma vez
que está alguns números
atrás do resto do Mundo, isso
em termos positivos. Por
favor, aprendam com os erros
dos Estados Unidos e fiquem
em casa! Mantenham a dis-
tância social. O meu pensa-
mento e orações têm sido
por todos os angolanos.
PERFIL
William Bryant Voigt
Profissão: Treinador
Data de nascimento:
18 de Agosto de 1976
Cidade: Cabot-
Vermont
Nacionalidade: Norte-
americana
Histórico da Carreira
1998 – 1999 Los
Angeles Clippers
(Treinador assistente)
1999 – 2001 San
Antonio Spurs
(Coordenador
de vídeo)
2001 – 2002 Texas
(Treinador assistente)
2002 – 2003 Metro
State (Treinador
assistente)
2003 – 2006 Ulriken
Elite
2006 – 2009
Vermont Frost Heaves
2009 – 2014
Bakersfield Jam
2014 – 2015 Shanxi
Brave Dragons
(Treinador assistente)
2015 – 2016 Nigéria
2017 – Angola
DESPORTO Terça-feira
14 de Abril de 2020
PARA DECIDIR TÍTULO
Ingleses pensam
em jogos à porta
fechada na Premier
A época da Premier League
foi suspensa a 13 de Março
devido à pandemia do novo
coronavírus e ainda não há
data prevista para o regresso.
A paragem está a ter um
grande impacto financeiro
nos clubes, que estão privados
de receber as milionárias
receitas televisivas neste
período e podem mesmo ter
de indemnizar as operadoras,
sendo esta uma das grandes
razões para que todos tenham
interesse em terminar a prova.
Este domingo, o 'The
Times' avançou uma possível
solução para o problema e
em cima da mesa está a hipó-
tese de as restantes nove jor-
nadas - 10 para algumas
equipas - se disputarem inte-
gralmente no estádio de
Wembley, em Londres, com
todos os encontros a serem
jogados à porta fechada e a
terem transmissão televisiva.
“Até Junho ou Julho eles
estarão a jogar apenas como
eventos de televisão. Se tive-
rem de jogar quatro jogos
por dia em Wembley, vão
fazê-lo”, revelou ao ‘The
Times’ uma fonte que tem
estado em contacto com os
donos e presidentes dos 20
emblemas que disputam a
Premier League.
Refira-se que Wembley
é o palco dos jogos da selec-
ção inglesa e recebe todos
os anos as finais da Taça de
Inglaterra e da Taça da Liga,
bem como os jogos decisivos
dos 'playoff' de acesso à Pre-
mier League e ao 'Cham-
pionship'. Contudo, o recinto
já teve vários jogos do cam-
peonato, entre Agosto de
2017 e Março de 2019, quando
foi a 'casa' do Tottenham
durante a construção do está-
dio dos spurs.
EDIÇÕES NOVEMBRO
Breve
MALDINI ASSUME ESTAR
RECUPERADO DA COVID
Paolo Maldini assumiu
estar recuperado do
coronavírus mas levou
cerca de 17 dias a
conseguir garantir que
estava livre. A lenda do AC
Milan, de 51 anos, explicou
que tentou voltar a praticar
exercício físico mas foi um
caso fracassado.
“É duro voltar a começar.
Hoje tentei fazer algo no
ginásio e após 10 minutos
estava morto. E não é por
ter 51 anos. Percebi logo
que é algo diferente do que
estava habituado”, garantiu
o antigo defesa, vencedor
de cinco Ligas dos
Campeões, em declarações
à Sky Sport italiana.
CAMPEONATO NACIONAL DE FUTEBOL DA I DIVISÃO
Girabola regista 338 golos Drogba cede hospital
antes da suspensão da prova para combater a Covid
Maior competição desportiva do país está paralisada a mais
de 16 dias devido à pandemia da Covid-19 que assola o Mundo
Petro de Luanda lidera a classificação da prova com 54 pontos contra 51 do 1º de Agosto
Job Franco
A presente edição do Cam-
peonato Nacional de Futebol
da I Divisão, Girabola´2019/20,
conta, até ao momento da
paralisação devido ao Covid-
19, 338 golos, oito dos quais
de auto-golo, isso em 24 de
30 jornadas previstas para a
conclusão da prova.
Depois de quase quatro
semanas de paralisação das
actividades desportivas,
devido à pandemia que assola
o Mundo, o 1º de Agosto, com
51 pontos, ocupa a segunda
posição da tabela classificava
e soma 42 golos, sendo a
equipa que mais marca.
O líder do campeonato, Petro
de Luanda, 54 pontos, vem na
segunda posição com 41 tentos,
seguido do Bravos do Maquis
FUTEBOL DE PRAIA
Gira Tigra vai capacitar
treinadores e árbitros
Armindo Pereira
A quarta edição do campeo-
nato de futebol de praia,
denominado “Gira Tigra”,
prevista para o próximo ano,
vai contar com o suporte de
técnicos brasileiros que vão
ministrar cursos de capaci-
tação aos mais directos inter-
venientes, revelou ontem o
coordenador do evento, Edi-
valdo Tavares.
Em declarações ao Jornal
de Angola , o responsável
disse que a ideia é tornar a
competição mais profissio-
nal de modo a suprir algu-
mas lacunas detectadas ao
do Moxico (40 pontos, 26 golos).
Na sétima posição da prova, o
Recreativo do Libolo (32 pontos),
é a quarta formação com maior
pendor ofensivo (25 golos),
enquanto o Desportivo da Huíla,
quarto, com 37 pontos, e Inter-
clube oitavo, 31, aparecem na
quinta e sexta posições, com
menos um tento marcado.
O Sagrada Esp erança
(quinto, 34 pontos) e Acadé-
mica do Lobito (sexto, 33 pon-
tos) surgem no sétimo e oitava
lugares com 21 golos apon-
tados respectivamente.
Estreante na competição,
o Williete de Benguela (nono,
28 pontos), e o Sporting de
Cabinda (13º, 21), destacam-
se com 20 tentos cada um,
na nona e 10ª posições.
O Cuando Cubango, (14º,
20 pontos) está em 11º e fac-
longo dos últimos três anos,
com realizações em Luanda
e Benguela.
“O Brasil é um país onde
o futebol de praia tem tra-
dição reconhecida a nível
mundial. Temos mantido
contactos com promotores
de campeonatos internacio-
nais, quer a nível de clubes
quer a nível de selecções e
mostraram-se interessados
em vir a Angola para dar for-
mação sobre as novas regras
aos nossos treinadores, joga-
dores e árbitros”, revelou.
Segundo ainda Tavares,
face as inúmeras reclamações
no decorrer na última edição,
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
turou 17 vezes. Com 16 golos
rubricados estão as formações
do Recreativo da Caála (10º,
27 pontos), Progresso Sam-
bizanga (11º, 22 pontos) e
Santa Rita do Uíge (16º, 16
pontos), ocupam o 12º, 13º e
14º lugares da artilharia.
Já o Ferroviário do Huambo
é último colocado com nove
golos, estando no 15º posto,
com 20 pontos. No que toca
aos marcadores, Toni (avan-
çado do Petro de Luanda)
lidera com 15 golos.
O Campeonato Nacional de
Futebol da I Divisão, “Girabola”,
já conta com 40 artilheiros,
durante quatro décadas, com
realce para Carlos Alves, na
altura ao serviço do 1º de Agosto,
que detém desde 1980, o
recorde de golos marcados
numa só época, 29 tentos.
que decorreu de 28 de Feve-
reiro a 15 de Março do cor-
rente ano, no BAI Arena, na
contra costa da IIha do Cabo,
a organização pretende elu-
cidar os participantes sobre
todas as questões relacio-
nadas com esta vertente do
futebol com tradição naquela
distrito da capital.
A formação do Corin-
thians FC destronou o Marí-
timo ao sagrar-se campeã
da terceira edição, ao bater
a similar do Tottenham , por
4-3, na marcação de grandes
penalidades, após o empate
a três bolas persistir até ao
fim do tempo regulamentar.
Para a atribuição do terceiro
lugar, o então campeão, Marí-
timo FC, bateu o Manchester
United, por 6-4. Na final da
Taça Palanquinhas Super Kuia,
em juvenis, o Sacunda derrotou
a Macovi, por 3-1, aos penaltis,
após igualdade a 2 golos no
tempo regulamentar.
EX-AVANÇADO DO CHELSEA
António Cristóvão
O ivoriense Didier Drogba,
antigo avançado do Chelsea
da Inglaterra, disponibilizou,
na semana passada, às auto-
ridades do seu país, o hospital
Laurent Pokou da sua fun-
dação, para acolher e cuidar
das pessoas infectadas com
à pandemia da Covid-19.
A informação foi apurada
ontem pelo Jornal de Angola,
no Tweeter do jornal RHDP
da Costa do Marfim. No último
sábado, a estrela do futebol
da Costa do Marfim efectuou
uma visita à unidade sanitária
em presença do perfeito de
Abidjan, Vicent Toh Bi.
Drogba, que tem partici-
pado activamente no combate
contra o novo Coronavírus
no seu país, fez também uma
doação alimentar para cinco
mil famílias em Abidjan. O
estabelecimento de saúde,
situado em Attécoubé, acolhe
um centro para a triagem à
Covid-19.
O Hospital Laurent Pokou
da Fundação Didier Drogba
está localizado num subúrbio,
situado a noroeste da comuna
central do Platô, na cidade
de Abidjan. O nosso jornal
apurou que o craque investiu
181 milhões e 844 mil (equi-
valente a 327 mil e 937 dólares)
na construção de cinco hos-
pitais na Costa do Marfim,
sendo o maior projecto desde
que a fundação com o seu
nome foi criada, em 2007.
A Fundação Didier Drogba
tem cinco centros hospitalares
para mulheres e crianças em
Yamoussoukro, a capital, e
nas cidades de Abidjan, San
Pedro, Man e Korhogo. O hos-
ATLETISMO
Associação provincial
adia data das eleições
Pedro Futa
A Associação Provincial de
Atletismo de Luanda(APAL),
adiou “sine-die” a realização
das eleições do mandato 2020
- 2024, devido à pandemia
da Covid-19 que assola o país
e o Mundo.
Em declarações ao Jornal
de Angola o secretário geral
da Associação Provincial de
Atletismo de Luanda, Pascoal
Chitumba, disse que a comis-
são eleitoral vai marcar uma
nova data após o Estado de
Emergência prorrogado por
mais 15 dias, há 11 de Abril.
“As eleições estavam mar-
cadas para a segunda quinzena
de Abril, mas devido à pandemia
da Covid-19, fomos forçados a
adiar e tão logo termine o Estado
de Emergência, a comissão elei-
toral vai se pronunciar sobre a
nova data”,revelou.
Pascoal Chitumba propôs
em assembleia-geral realizada
no passado mês de Março,
31
pital em Attécoubé, que foi
aberto no início de 2014, está
na cidade mais populosa e na
capital comercial da Costa do
Marfim, Abidjan.
Actualmente com 42 anos,
Drogba é um dos futebolistas
mais conhecidos da Costa do
Marfim. Na carreira tem como
ponto alto a conquista de uma
Liga dos Clubes Campeões,
em 2012, ao serviço do Chelsea.
Nos escalões de formação,
o ivoriense iniciou nas for-
mações de Abdeville em
1989/91, Vannes (1991/93),
Levallois (1993/97) e Le Mans
(1997/98).
Como profissional, jogou
pelo Le Mans (1998/2002),
Guingamp (2002/03), Olym-
pique de Marselha (2003/04),
Chelsea (2004/2012), Shang-
hai Shenhua (2012/2013),
Galatasaray (2013/14), Chelsea
(2014/15), Montreal Impact
(2015/16) e Phoenix Rising
(2017/18).
Na selecção dos Elefantes
de 2002 a 2014, o antigo avan-
çado disputou 105 jogos e
marcou 65 golos.
DR
Gesto de louvar do craque
para a comissão eleitoral, o
director da Academia Olím-
pica, Adriano Nunes, o jor-
nalista Silva Cacuti e o juiz
cronometrista Raúl Mangueira.
O jornalista do Jornal dos
Desportos, Silva Cacuti, espera
pela convocatória da Asso-
ciação Provincial de Atletismo
de Luanda, para fazer parte
da comissão eleitoral
Em declarações ao Jornal
de Angola, Silva Cacuti disse
que está à espera de uma con-
vocatória formal. “Fui con-
tactado por telefone, e agora
falta a formalização junto da
Associação, mas será uma
honra fazer parte da comissão
eleitoral”, disse.
A Associação paralisou tam-
bém o campeonato provincial
de pista em todas as categorias
na segunda jornada, devido à
Covid-19, e vai retomar tão
logo termine o Estado de Emer-
gência, mas vão dar aos atletas
tempo de recuperação física,
segundo Pascoal Chitumba.

TER14ABR
ALTO
Saúde
Médicos em formação
Quinhentos médicos iniciaram
ontem, segunda-feira, na Clínica
Multiperfil, em Luanda, um cur-
so de medicina intensiva. O ob-
jectivo passa por reforçar as
unidades hospitalares no qua-
dro da prevenção e do combate
à Covid-19. Talvez comece tarde,
mesmo assim, mais vale tarde
do que nunca. O pessoal médico
é o grupo social com maior risco
de exposição ao novo corona-
vírus. Ao mesmo tempo, são
das pessoas mais procuradas
nesta fase, sobretudo para cui-
dar dos infectados e de quem
sofre de outras doenças. É bom
não esquecer este pormenor:
a Covid-19 não travou outros
quadros igualmente preocu-
pantes ao nível da saúde públi-
ca. Desejamos também que a
dinâmica no sector se estenda
para lá da pandemia.
BAIXO
Covid-19
Desobediência
A desobediência ao Estado de
Emergência no país é de bradar
os céus. Nos bairros periféricos,
muitos jovens aproveitam a
ocasião para “bares abertos”,
pondo em risco não só a saúde
individual, como das comuni-
dades. Nas ruas, o movimento
rodoviário parece não ter mu-
dado, principalmente no perío-
do da manhã, apesar dos ape-
los das autoridades. A aplicação
de multas pesadas para quem
não apresentasse razões plau-
síveis para circular, talvez aju-
daria a inibir automobilistas.
PRAGA DE GAFANHOTOS
Um milhão de etíopes
em emergência alimentar
Mais de 200 mil hectares de
plantações agrícolas foram
destruídas pela praga de gafa-
nhotos que afecta a Etiópia,
deixando mais de um milhão
de pessoas em situação de
emergência alimentar, segun-
do as Nações Unidas.
Os dados, divulgados
numa altura em que se prevê
a chegada àquela região de
África de novos enxames de
CENTRALIDADES
Prazo de pagamento das
casas pode ser alargado
Edivaldo Cristóvão
O administrador do Fundo
de Fomento Habitacional,
Adilson Silva, disse estar
em curso a implementação
de um processo de unifor-
mização das modalidades
de pagamento em proprie-
dade resolúvel para as cen-
tralidades do país.
Em declarações ao Jornal
de Angola, o administrador
afirmou que as centralidades,
pelas diferenças estruturais,
têm preços diferentes. "Deste
modo, o que se vai fazer é uni-
formizar o período de paga-
mento, passando de 15 a 20
anos, para 30 anos".
Adislson Silva esclareceu
que, com base no novo pro-
cesso, as pessoas vão se sentir
mais aliviadas no pagamento
das rendas. “Não houve alte-
ração dos preços das casas,
os prazos de pagamento é
que foram alargados. O Estado
fez questão de não prejudicar
o cidadão, partindo do prin-
cípio de que as mudanças
económicas não são da sua
responsabilidade”, explicou.
Acrescentou que o Exe-
cutivo está a trabalhar com
os Cartórios Notariais no sen-
tido de passar a Escritura às
pessoas que fizerem o paga-
mento na totalidade.
Adilson Silva sublinhou
que o Fundo está a fazer um
trabalha para identificar os
moradores que não pagam as
rendas.“As pessoas vão ser
sensibilizadas para a regula-
rização dos créditos. Depois
deste período, os cidadãos que
não pagarem poderão perder
o imóvel”, alertou.
Apelou aos beneficiários
com dificuldades de paga-
mento para se dirigirem a um
posto de atendimento, “expli-
gafanhotos com um potencial
ainda mais devastador, cons-
tam de um estudo conjunto
da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação
e Agricultura (FAO) e do Go-
verno da Etiópia.
De acordo com a FAO, um
“aumento massivo” do nú-
mero de gafanhotos na região
representaria “uma ameaça
sem precedentes para a segu-
Moradores das centralidades terão várias opções de pagamento
car a situação e negociar com
o Fundo uma modalidade
adequada”.
O Fundo de Fomento Habi-
tacional não exige que seja o
proprietário a fazer o paga-
mento da renda da casa. Este
procedimento pode ser feito
por um familiar próximo.
“Essas facilidades surgem
em função das contrarieda-
des da vida. A pessoa pode ter
perdido o emprego ao longo
desse tempo. Então, é dado aos
beneficiários várias opções,
que podem passar pela inclu-
são de um novo responsável
financeiro. A intenção é não
partir para a cobrança coerciva,
nem fazer despejos”, garantiu
o administrador.
Adilson Silva referiu que,
independentemente da idade,
o cidadão pode concorrer a
uma residência resolúvel numa
das centralidades do país. "A
idade já não é um impasse",
explicou, sublinhando que
em caso de falecimento do
proprietário, os herdeiros
podem accionar o Fundo de
Fomento Habitacional para
um deles ser o responsável
pela habitação. “Se a pessoa
quiser fazer o pagamento na
íntegra pode fazê-lo e é reco-
rança alimentar.
Nos últimos meses, milha-
res de gafanhotos invadiram
a Região Oriental de África,
causando danos significativos
na Etiópia, Somália, Quénia,
Djibuti, Eritreia, Tanzânia,
Sudão, Sudão do Sul e Uganda.
Segundo a FAO, na Etiópia,
os insectos devastaram as
plantações de sorgo, milho e
trigo e limitaram as áreas de
pastagem disponíveis.
De acordo com a mesma
organização, 75 por cento dos
etíopes precisam agora de ajuda
alimentar de emergência sobre-
tudo nas regiões de Somali
(Leste) e Oromia (Centro e Sul).
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO
mendável, porque não sente
o efeito dos juros e acaba por
pagar menos”. O Fundo tem
trabalhado para que os paga-
mentos sejam efectuados por
via do crédito bancário.
Adilson Silva aconselha os
beneficiários que têm feito
pagamentos a irem regular-
mente ao Fundo de Fomento
Habitacional para acompa-
nharem o histórico dos paga-
mentos, “porque existem pes-
soas que são descontadas men-
salmente, mas os comprova-
tivos não são reconhecidos”.
Justificou esta situação com o
facto de o processo ter tido várias
instituições que tratavam da
comercialização das residên-
cias, nomeadamente, Delta,
Sonip e Imogestin.
Quer dizer, alguns paga-
mentos foram migrados e
podem não estar confirmados,
por isso, é aconselhável ir a um
posto regularizar a situação,
pelo menos uma vez por ano”,
alertou o administrador.
Relativamente aos casos
de trespasse, Adilson Silva
disse que as resistências foram
postas à disponibilidade dos
cidadãos a um preço reduzido
e o Fundo não reconhece a fi-
gura do novo comprador.
Segundo a representante
da FAO na Etiópia, Fatouma
Seid, os esforços para conter
a catástrofe, incluindo o envio
de alimentos ou dinheiro para
os agricultores e pastores,
estão agora também a ser
complicados pelas medidas
de luta contra a pandemia da
Covid-19.
“Enquanto nos esforçamos
por controlar os gafanhotos,
é vital proteger os meios de
subsistência das populações
afectadas, especialmente
agora que a situação está a
ser exacerbada pela crise da
Covid-19”, afirmou.
A Etiópia registou, oficial-
BENEFÍCIOS FISCAIS
Imposto Predial Urbano
é pago até final de Outubro
Isaque Lourenço
O prazo de pagamento do
Imposto Predial Urbano (IPU)
foi alargado para Outubro.
Uma nota da Administra-
ção Geral Tributária (AGT)
dá conta que os contribuintes
podem parcelar o pagamento
em quatro prestações a liqui-
dar nos meses de Abril, Junho,
Agosto e Outubro.
Contudo, é livre o contri-
buinte decidir pagar, no pe-
ríodo de Abril a Outubro, o
valor da prestação devida nu-
ma só vez. Aos que já liqui-
daram esta obrigação em Ja-
neiro, estão isentos de todas
medidas tomadas.
Na prática, e como refe-
rência, os contribuintes das
centralidades, que por um
apartamento T3 pagam 10 mil
kwanzas em IPU, podem divi-
dir em valores até 2.500
kwanzas por parcelas ou até
cinco mil kwanzas, se decidir
pagar em duas prestações,
em função do acordo feito
com a AGT, através da Central
de Apoio ou pelo Portal do
Contribuinte.
De acordo com a nota, as
decisões da AGT estão alinha-
das às medidas transitórias
de resposta ao impacto da
Covid-19 sobre o OGE e às de
alívio do impacto económico
provocado pela pandemia
sobre as empresas, famílias e
o sector informal da economia
tomadas pelo Governo há dias.
O documento refere que
ficou também decidida a isen-
ção do pagamento do IVA e
dos direitos aduaneiros em
mercadorias importadas para
fins de ajuda humanitária e
doações. Esta posição inclui
as produzidas localmente, os
serviços e fundos monetários
disponibilizados para o mesmo
fim, consideradas como custo
mente, 74 casos de infecções
pelo coronavírus, mas o país
realizou ainda muito poucos
testes e os especialistas receiam
PUBLICIDADE
fiscalmente dedutíveis em
sede de imposto industrial.
Quanto aos bens alimen-
tares nacionalizados, está
suspensa a exportação, in-
cluindo-se nesta lista os medi-
camentos e equipamentos
médicos, além dos transpor-
tados pelos habitantes em
zonas fronteiriças.
Já as empresas do grupo B
(genericamente considerados
contribuintes sem a conta-
bilidade organizada ou com
negócios de prazos inferiores
a 180 dias) que pagam o Im-
posto Industrial, inicialmente
previsto para 30 de Abril, ficam
com as datas alargadas para
29 de Maio. As do grupo A
(com tributação incidente nos
lucros efectivamente obtidos
pelos contribuintes e deter-
minados através da sua con-
tabilidade), que pagam até 31
de Maio, podem fazê-lo até
30 de Junho.
A Administração Geral Tri-
butária (AGT) decidiu atribuir
um crédito fiscal de 12 meses
do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA) aos con-
tribuintes que efectuarem o
pagamento do mesmo na
importação de bens de capital
e de matéria-prima que sejam
utilizados para a produção de
bens da cesta básica.
Esta medida abrange ape-
nas os contribuintes do Regime
Geral e a operacionalização
deve ser ainda divulgada nos
próximos dias.
Nos dois primeiros meses
deste ano, as cobranças do
IVA renderam aos cofres do
Estado 114 mil milhões de
kwanzas (pouco mais de 200
milhões de dólares), de acordo
com dados da AGT. Em reem-
bolso, conforme previstos,
os contribuintes beneficiaram
de 2,6 mil milhões de kwanzas
(4,6 milhões de dólares).
que o sistema de saúde não
tenha capacidade de resposta
se houver um afluxo de pes-
soas doentes.
DR