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Introdução à Álgebra
ENEM
Livro Digital
Professor Marçal
Professor Marçal
Aula 00: ENEM
Sumário
Introdução ................................................................................................................................ 3
Metodologia do curso ......................................................................................................................... 4
Cronograma .......................................................................................................................................... 5
1. Conceitos iniciais ................................................................................................................. 6
1.1. Diferença entre Expressões, Igualdades, Equações, Inequações e Funções ......................... 6
2. Expressões.......................................................................................................................... 10
2.1. Expressões aritméticas .............................................................................................................. 10
2.2. Expressões algébricas ................................................................................................................ 12
3. Equações ............................................................................................................................ 17
3.1. Equações de primeiro grau ....................................................................................................... 17
3.2. Equações do segundo grau ....................................................................................................... 20
4. Inequações ......................................................................................................................... 26
4.1. Inequação do primeiro grau ..................................................................................................... 27
4.2. Inequação simultânea ............................................................................................................... 30
5. Noções intuitivas sobre Funções .................................................................................... 32
6. Conjuntos ........................................................................................................................... 35
6.1. Aplicação dos diagramas de Venn-Euler ................................................................................. 36
6.2. Conjuntos numéricos ................................................................................................................. 40
7. Questões de vestibulares anteriores ............................................................................. 49
8. Gabarito das questões de vestibulares anteriores...................................................... 62
9. Questões de vestibulares anteriores resolvidas e comentadas ................................ 62
10. Considerações finais......................................................................................................111
INTRODUÇÃO
Olá, pessoal!
Com satisfação começamos aqui nosso curso preparatório para o vestibular do ENEM.
Meu nome é Marçal, graduado em Matemática pela UFSJ, Universidade Federal de São João
del Rei, professor em cursos pré-vestibulares desde 1999. Como tutor, orientei dezenas de
estudantes ao longo do espinhoso caminho até a aprovação em exames vestibulares de alto
desempenho como Fuvest, Unicamp, ITA, AFA, entre outros. Ao longo da vida, com satisfação, elegi
a Matemática como ferramenta pessoal para construção do conhecimento.
Minha missão aqui é dar a você todos os recursos e condições de aprovação em um dos
vestibulares mais procurados do país.
Como costumo dizer aos meus alunos, aproveite ao máximo o conteúdo e tenha em mente
que nada se conquista sem esforço. Se por um lado estamos oferecendo a você um material de alta
qualidade, por outro você terá que se preparar para muitas e muitas horas de trabalho duro. Não
negligencie o seu desenvolvimento.
Ah, e se aparecer aquela dúvida enquanto estuda? É só entrar em contato, teremos prazer
em ajudar. Pergunte pelo fórum de dúvidas no site do Estratégia ou, se preferir, as alternativas:
METODOLOGIA DO CURSO
Nossas aulas abrangerão todo o conteúdo cobrado nas provas, de forma ampla, com centenas
de exercícios resolvidos detalhadamente para que você possa construir seu conhecimento a cada
passo, em cada detalhe.
E a Matemática é cheia deles, os detalhes, não é mesmo?
Nosso curso é composto por PDFs, com teoria e exercícios, e videoaulas.
A parte teórica é completa, porém objetiva, trazendo as informações necessárias à parte
subsequente, os exercícios direcionados. O conjunto de aulas traz os assuntos cobrados nos últimos
anos, além de outros, fundamentais para entender os tópicos oficiais de seu edital.
Nós passaremos, durante o curso, por todo o conteúdo programático do seu vestibular,
portanto, não será necessário que você procure materiais de diversas fontes como complemento,
economizando, além de dinheiro, um tempo precioso a ser utilizado efetivamente na sua
preparação.
Utilizaremos questões do vestibular do ENEM, na maior quantidade possível, questões
inéditas e questões de outras bancas, quando pertinentes ao momento de seu aprendizado.
Em geral, as provas de vestibular estão em constante mudança. No entanto, quando falamos
em matemática, a maior parte do conteúdo programático é universal. Assim, mesmo questões de
outras bancas, ou ainda questões mais antigas, cumprem muito bem o papel de suporte na sua
preparação. Não as negligencie.
Ao final do curso, com literalmente centenas de exercícios em sua experiência, você terá
todas as condições para fazer uma excelente prova e alcançar sua almejada aprovação.
Vamos começar?
CRONOGRAMA
1. CONCEITOS INICIAIS
Provavelmente você já deve ter estudado algo sobre a disciplina que começamos agora, mas
você sabe definir o que é a Matemática?
Para início de conversa, Matemática é uma ciência e seu foco de estudo é a relação entre
objetos abstratos, sobretudo pelo método dedutivo.
A Matemática tem muitas ramificações e estudaremos um pouco delas neste curso, com
ênfase dada à resolução de exercícios para o vestibular do ENEM.
Mas professor, já li muitos materiais sobre matemática e sempre tenho dificuldades. Como
me aconselha a estudar?
Essa é simples: teoria + exercícios. Não tem remédio, a prática é necessária para aprender
algo da Matemática.
O Professor Elon Lages Lima, em seu livro Curso de Análise, Vol. 1 diz: “Matemática não se
aprende passivamente”.
De início, vamos esclarecer alguns conceitos que serão importantíssimos para o bom
transcorrer de nosso curso.
Muito do que veremos agora você já viu nos anos finais do ensino fundamental ou no ensino
médio, mas a citação deles é vital para seguirmos de forma segura.
Vamos a eles.
Expressões
Aritméticas Algébricas
4.{25 – [ 50 –14÷(8-6).7]} 𝑥 2 − 2𝑥 + 1
Ao usar o sinal de igual entre expressões aritméticas, temos literalmente uma igualdade, que
pode admitir valores lógicos ou de Verdadeiro (V) ou de Falso (F) (mas não ambos). Acompanhe.
4 . 3 = 12 → (𝑉)
4 . 3 = 29 → (𝐹)
Já ao adicionarmos o sinal de igual na Expressão Algébrica
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
o que era uma expressão, passa a ser uma pergunta, uma equação.
A equação
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
é exatamente o mesmo que a pergunta: qual o número de cujo quadrado foi subtraído seu
dobro e, a essa diferença somado um, resultou em nove?
Perceba que a pergunta na forma escrita é um pouco indigesta. A notação matemática, apesar
dos pesares, vem para facilitar a comunicação e o entendimento.
Outro ponto a ser notado é que, enquanto a equação aritmética admite valores ou de
Verdadeiro (V) ou de Falso (F), não podemos dizer o mesmo sobre equações algébricas. Não se pode
olhar para uma equação do tipo
𝑥 2 − 2𝑥 + 1 = 9
e dizer se é verdadeira ou falsa. A esse tipo de informação matemática chamamos sentença
aberta; uma sentença que não admite valores de verdadeiro ou falso.
Muito bem. O exemplo acima trouxe uma Equação do segundo grau. Com equações do
primeiro grau, o pensamento é o idêntico. A equação
2𝑥 + 3 = 11
é equivalente a perguntar: qual é o número cujo dobro somado a três resulta em onze?
Perceba que, em ambos os casos, espera-se uma resposta, que pode conter de nenhum a
vários números, mas sempre uma resposta.
Ao fazer um exercício sobre expressões você também oferece uma resposta, mas é preciso
que você entenda: não foi a própria expressão que trouxe a pergunta e sim o enunciado do exercício
na forma de comando ou questão propriamente dita. “Simplifique as expressões” ou “Qual é o valor
da expressão?” são comandos muito comuns nas provas.
Falaremos sobre as técnicas de resolução para essas equações mais adiante, o importante
aqui é que fique absolutamente claro para você até aqui a diferença entre Expressão e Equação.
Vamos adiante?
Agora é a vez das Inequações:
Não faz pergunta Faz pergunta Faz pergunta Não faz pergunta
x=4 x>4
2. EXPRESSÕES
2.1. EXPRESSÕES ARITMÉTICAS
Como já deve estar claro para você, expressões podem ser manipuladas, fatoradas,
simplificadas, expandidas.
Estudemos com mais cuidado essas possiblidades.
Expressões algébricas marcam por demandarem conhecimentos básicos das quatro
operações. Para resolver à expressão exposta como exemplo, precisamos ter em mente alguns
conceitos do ensino fundamental.
Os elementos parênteses, colchetes e chaves devem ser resolvidos nessa ordem,
obrigatoriamente.
As operações também têm ordem certa para serem resolvidas. Multiplicações e divisões têm
precedência sobre somas e subtrações.
Ordem de resolução
Elementos () [] {}
Operações x÷ +-
Professor, não sei se entendi bem. Entendi que primeiro se resolve o que estiver entre
parênteses, depois entre colchetes e, finalmente, entre chaves. Mas como fica a prioridade entre
uma multiplicação e uma divisão, quem tem precedência? E entre soma e subtração?
Excelente pergunta.
Pois bem, se não houver operador algum para ditar a ordem, deve-se resolver a operação que
aparecer primeiro na ordem de escrita, ou seja, da esquerda para a direita. Isso vale tanto para
multiplicações e divisões quanto para somas e subtrações.
1. (ESPN/2018)
O valor numérico da expressão
𝑥3 − 𝑦3
𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2
Para 𝑥 = 0,8 e 𝑦 = 0,3 é igual a:
a) 0,325
b) 0,125
c) 0,415
d) 0,625
e) 0,275
Comentários
Muito bem. Perceba que o exercício informa uma expressão algébrica e os valores a serem
substituídos em 𝑥 e 𝑦. Não temos aqui que interpretar um problema, achar raízes de equações ou
descrever funções. Basta-nos transformar a expressão de algébrica para aritmética, ou seja,
reescrever a expressão, para chegar à resposta do exercício. Acompanhe.
𝑥3 − 𝑦3
𝑥 3 + 𝑥 2 𝑦 + 𝑥𝑦 2
Como precisamos dos valores 𝑥 = 0,8 e 𝑦 = 0,3, façamos a substituição direta:
0,8 3 − 0,33
0,83 + 0,82 . 0,3 + 0,8. 0,32
0,512 − 0,027
0,512 + 0,64.0,3 + 0,8.0,09
0,485
0,512 + 0,192 + 0,072
0,485
= 0,625
0,776
Nesse tipo de questão, onde precisamos substituir os valores diretamente, precisamos estar
cientes de que se trata de uma expressão cujo valor será calculado e, além disso, ter alguma
habilidade com as operações fundamentais: soma, subtração, multiplicação e divisão.
Gabarito: d)
A questão pediu exatamente para transformar uma expressão por meio de outra. Um caso
de substituição.
Poderíamos, alternativamente, ter os casos de fatoração ou de expansão, que veremos no
próximo tópico.
Do mesmo modo que podemos fatorar um número, que sozinho é uma expressão aritmética,
podemos também fatorar uma expressão algébrica. As técnicas para a fatoração são distintas, mas
ambas são fatorações.
Para isso, ambas as expressões devem, obviamente, ser equivalentes, uma seja escrita na
forma expandida e a outra, na forma fatorada.
Os produtos notáveis são excelentes exemplos disso, pois são produtos, resultado de
multiplicações.
4
Assim, o número binomial ( ) = 6, pois está na quarta linha e segunda coluna do Triângulo
2
de Pascal.
C0
L0 1 C1
L1 1 1 C2
L2 1 2 1 C3
L3 1 3 3 1 C4
L4 1 4 6 4 1 C5
L5 1 5 10 10 5 1 C6
L6 1 6 15 20 15 6 1
. . . . . . . .
. . . . . . . .
. . . . . . . .
Importante ressaltar que a fatoração transforma uma expressão expandida em uma fatorada,
enquanto os produtos notáveis se dão no sentido oposto: estão expandindo, desenvolvendo, uma
expressão algébrica. Em que pese, as fórmulas são exatamente as mesmas.
Fatoração
𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏2 = (𝒂 + 𝒃)𝟐
Desenvolvimento
2. (IFSC/2018)
Considere 𝑥 o resultado da operação 5252 − 5232 .
Assinale a alternativa CORRETA, que representa a soma dos algarismos de 𝑥.
a) 18
b) 13
c) 02
d) 17
e) 04
Comentários
Aqui temos dois caminhos interessantes a seguir. Um mais trabalhoso (fazer a conta
diretamente) e outro mais tranquilo (utilizar fatoração).
Resolvamos de ambas as formas para que você tenha amplitude de conhecimento e,
consequentemente, possa definir sua preferência na hora da prova.
Primeiro, façamos pelo método direto: fazer os cálculos diretamente.
5252 − 5232
275 625 − 273 529
2096
Mas professor, foram só três linhas para chegar ao resultado! Tem maneira mais fácil que
essa?
Pois é, tem sim. Na verdade, aqui não está a operação de multiplicação propriamente dita,
que foi necessária para calcular os quadrados. Essa é justamente a parte mais trabalhosa.
No intuito de evitarmos esse trabalho, podemos utilizar nossos conhecimentos sobre
fatoração.
Perceba que a questão traz, diretamente, a diferença entre dois quadrados.
Oras, diferença entre dois quadrados é um dos produtos notáveis, lembra?
𝑎2 − 𝑏2 = (𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃)
Reescrevendo com os dados do exercício, temos:
𝒂2 − 𝒃2 = (𝒂 + 𝒃)(𝒂 − 𝒃)
𝟓𝟐𝟓2 − 𝟓𝟐𝟑2 = (𝟓𝟐𝟓 + 𝟓𝟐𝟑)(𝟓𝟐𝟓 − 𝟓𝟐𝟑)
5252 − 5232 = 1048.2
5252 − 5232 = 2096
Mesmo que tenhamos escrito um pouquinho mais, usando o produto notável conseguimos
reduzir consideravelmente a complexidade dos cálculos, diminuindo bastante o tempo na resolução
da questão.
Mas professor, não há resposta com esse valor!
Calma, não acabamos ainda. É extremamente importante estarmos cientes do que estamos
calculando. Veja que o enunciado pede a SOMA dos algarismos e não o resultado diretamente.
Sendo assim, a soma solicitada é dada por:
2096 → 𝑆𝑜𝑚𝑎 = 2 + 0 + 9 + 6 = 17
Portanto, alternativa d) para essa questão.
Ressalto que não há um jeito “mais certo” que outro. O melhor jeito mesmo é o que você
consegue enxergar na hora da prova e executar corretamente.
O que acontece é que, com experiência em resolução de exercícios e conhecimento teórico
adequado, você acabará por ter suas preferências de resolução, otimizando seus resultados.
Gabarito: d)
3. EQUAÇÕES
As equações, de forma geral, carregam uma pergunta: quais são os valores para uma certa
incógnita que satisfazem uma condição pré-determinada?
Como visto na introdução, consideraremos aqui equação como igualdade envolvendo
expressão algébrica.
A princípio, estudaremos as equações de primeiro grau, de segundo grau e modulares.
Existem muitos outros tipos de equações, como as equações logarítmicas, exponenciais e
trigonométricas, e estas serão estudados dentro de seus tópicos específicos.
Na verdade, é improvável que você faça uma prova de vestibular sem o auxílio de expressões,
equações ou funções. Esse conteúdo inicial é vital para seu entendimento de todos os outros tópicos
que veremos no curso, portanto, dedique-se a ele com carinho.
2𝑥 − 6 + 6 8
É evidente que essa adição desequilibraria a estrutura. O lado adicionado seria maior que o
lado não adicionado.
Então, o que podemos fazer para restaurar o equilíbrio sem ter que retirar o que somamos?
Isso mesmo, adicionamos quantidade igual ao outro lado também!
2𝑥 − 6 + 6 8+6
Se a equação
2𝑥 − 6 = 8
representava o equilíbrio original, podemos pensar nas operações que fizemos como:
2𝑥 − 6 + 6 = 8 + 6
Não é costume escrevermos dessa forma nas resoluções, normalmente suprimimos a
expressão
−6 + 6
e deixamos apenas
2𝑥 = 8 + 6
Isso dá a nítida impressão que o 6 “pulou” para o segundo membro da equação, o que não é
verdade. Quando fazemos essa operação, de mudar alguém de lado, estamos, na verdade,
realizando a mesma operação em ambos os lados da equação.
Dessa forma, acompanhemos o processo até o final para descobrirmos o valor da incógnita x.
2𝑥 − 6 = 8
2𝑥 = 8 + 6
2𝑥 = 14
Dividindo ambos os lados por 2:
2𝑥 14
=
2 2
𝑥=7
Assim, dizemos que a solução, ou conjunto solução, da equação
2𝑥 − 6 = 8
É
𝑆 = {7}
Toda operação aqui é feita em pares. Aplicou em um membro da equação, aplica no outro.
Não há exceções. Podemos usar uma gama imensa de operações: adição, subtração, multiplicação,
divisão, potenciação, radiciação, logaritmos, integrais, derivadas, para citar somente algumas.
Uma vez chegando no resultado, podemos testar sua validade, substituindo-o no lugar da
variável na equação que lhe deu origem, veja
2𝑥 − 6 = 8
𝑆 = {7}
2.7 − 6 = 8
14 − 6 = 8
8 = 8 → (𝑉)
Chegamos a uma igualdade válida, isso quer dizer que nossa solução está correta e que 7 é
realmente solução de 2𝑥 − 6 = 8.
Completa 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
Equação do
segundo grau Falta termo do 1º grau 𝑎𝑥 2 + 𝑐 = 0
Incompleta
Falta termo 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 = 0
independente
Para equações do segundo grau, podemos aplicar o mesmo método de resolução que
aplicamos para as equações do primeiro grau. No entanto, para que possamos aplicar a técnica
diretamente, equação do segundo grau deve estar incompleta.
Veja como é simples.
Para resolvê-la, basta aplicar os princípios que aprendemos para as equações de primeiro
grau:
3𝑥 2 + 4 = 79
3𝑥 2 + 4 − 4 = 79 − 4
3𝑥 2 = 75
3𝑥 2 75
=
3 3
2
𝑥 = 25
√𝑥 2 = √25
|𝑥| = 5
𝑥 = ±5
Professor, por que esse módulo apareceu ali?
Daremos mais ênfase nos módulos em capítulo específico. Por enquanto, basta saber que
√𝑥 2 não é 𝑥 e sim |𝑥|. Voltaremos nesse assinto com mais profundidade no decorrer do curso, ok?
√25 = 5
Não é ±5, não é +5 e −5, não é +5 ou −5.
É 5.
Ou +5 se quiser.
A raiz de um número é única e, para o caso de números positivos, a raiz é somente positiva.
É muito comum a confusão, pois, ao economizar alguns passos nas resoluções, acabamos por
escrever
𝑥 2 = 25
𝑥 = ±√25
𝑥 = ±5
E o pior: essa notação está correta!
Então, professor, por que raios a raiz de 25 não é ±5?
Calma. A notação está correta, mas são coisas diferentes. A a resposta apresentada não é
para a pergunta “Qual a raiz de 25?” e sim para “Qual número, elevado ao quadrado, resulta em
25?”.
Percebeu a diferença?
A equação
𝑥 2 = 25
como aprendemos no início da aula, é uma pergunta e
𝑥 = ±5
É a resposta para a pergunta dessa equação, “Qual número, elevado ao quadrado, resulta em
25?”, e não para “Qual a raiz de 25?”.
Somente avance quando essa informação estiver bem clara para você.
Agora é um bom momento para notarmos que as equações de primeiro grau apresentam
apenas uma resposta, enquanto as de segundo grau podem ter até duas respostas reais distintas.
Vejamos o caso das equações incompletas, mas com a ausência do termo independente, feito
em
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
Aqui também se aplica o método das equações de primeiro grau, mas há um passo
precedente importante: fatorar a expressão do primeiro membro colocando o x em evidência.
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑥 (2𝑥 − 10) = 0
Precisamos desse passo para fazer a seguinte análise: como há uma multiplicação de dois
fatores e o produto é zero, um dos fatores, obrigatoriamente, deve ser zero.
Assim podemos dividir nossos cálculos em duas partes
𝑥=0 (2𝑥 − 10) = 0
𝑥=0 2𝑥 = 10
𝑥=0 𝑥=5
Temos, então:
2𝑥 2 − 10𝑥 = 0
𝑆 = {0; 5}
Ou seja, se colocarmos tanto o zero quanto o cinco na equação de origem, chegaremos a uma
igualdade verdadeira. Vamos testar?
Teste para 𝑥 = 0 Teste para 𝑥 = 5
2. 02 − 10.0 = 0 2. 52 − 10.5 = 0
0+0=0 2.25 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉) 50 − 50 = 0
0 = 0 → (𝑉)
Como ambas as igualdades são verdadeiras, ambas as respostas satisfazem à equação
proposta e são válidas.
Você pode estar pensando: por que será que não podemos aplicar diretamente o método das
equações de primeiro grau nas de segundo?
A resposta é simples: podemos, mas não devemos se queremos ganhar tempo.
Ao aplicar o método em questão nas equações de segundo grau
𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐 = 0
concluímos que suas duas respostas possíveis 𝑥 ′ e 𝑥 ′′ , são dadas por
′
−𝑏 + √𝑏2 − 4𝑎𝑐
𝑥 =
−𝑏 ± √𝑏2 − 4𝑎𝑐 2𝑎
𝑥= =
2𝑎 −𝑏 − √𝑏2 − 4𝑎𝑐
′′
{𝑥 =
2𝑎
conhecida como fórmula de Bhaskara, apesar de não ter sido este seu criador.
Alguns livros didáticos trazem uma notação alternativa
∆= 𝑏2 − 4𝑎𝑐
−𝑏 + √∆
−𝑏 ± √∆ 𝑥′ =
𝑥= = 2𝑎
2𝑎 −𝑏 − √∆
𝑥 ′′ =
{ 2𝑎
As duas são idênticas em termos de significado, a segunda versão apenas isola o termo
argumento da raiz quadrada e o nomeia discriminante, representado pela letra grega delta. Anote-
a, pois usaremos essa separação para algumas análises futuras importantes.
Assim, a fórmula de Bhaskara é o resultado da aplicação prévia do método que utilizamos nas
equações de primeiro grau.
Outra opção para resolvermos equações do segundo grau se dá pelas Relações de Girard. No
entanto, veremos esse conteúdo e detalhes quando estudarmos polinômios.
Já sobre a fórmula de Bhaskara, a conversa é outra.
Vamos aplicá-la em uma resolução e verificar sua efetividade?
Dada a equação
𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0
Perceba que já não conseguimos fatorá-la como um trinômio quadrado perfeito, como
fizemos anteriormente. Sendo assim, a fórmula de Bhaskara ajuda bastante.
∆= (−5)2 − 4.1.6 = 25 − 24 = 1
5+1
−(−5) ± √1 5 ± 1 𝑥′ = → 𝑥′ = 3
𝑥= = ={ 2
2.1 2 5−1
𝑥 ′′ = → 𝑥 ′′ = 2
2
Nossa solução, então, é
𝑆 = {3; 2}
Você deve ter notado que, na fórmula de Bhaskara, há uma raiz quadrada.
Bem, para que raízes quadradas existam nos números reais, ela precisa ser não negativa, ou
seja, pode ser nula ou positiva.
E o que acontece se o discriminante (∆), que é o argumento da raiz quadrada, for negativo?
Pode isso?
Pode, mas, nesse caso, não existirão raízes reais para a equação. Mais à frente no curso você
verá que existirão raízes complexas, que vêm aos pares, mas isso é conversa para aula específica.
Por enquanto, dizemos apenas que não existem raízes reais que satisfaçam às condições da
equação, ou somente que não há raízes reais para a equação.
Vejamos na prática?
3. (Fuvest/2008)
A soma dos valores de 𝑚 para os quais 𝑥 = 1 é raiz da equação
𝑥 2 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )𝑥 + (𝑚2 + 1) = 0
é igual a
𝑎) 5⁄2
𝑏) 3⁄2
𝑐) 0
𝑑) − 3⁄2
𝑒) − 5⁄2
Comentários
Os pontos importantíssimos que não podemos deixar passar antes de iniciar a resolução:
1) Temos uma equação do segundo grau na incógnita 𝑥 com coeficientes:
𝑎=1
𝑏 = (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )
𝑐 = (𝑚 2 + 1)
2) O exercício já forneceu o valor para a incógnita 𝑥, não precisamos calculá-la!
3) O exercício colocou uma condição e, por meio dessa condição, calcularemos o valor de 𝑚.
Dessa forma, mesmo 𝑚 não sendo a incógnita da equação quadrática em 𝑥, ao substituirmos
o valor 𝑥 = 1 na equação, teremos uma nova equação cuja incógnita passará a ser 𝑚.
Sei que parece um pouco confuso no início, mas é importante que façamos essas observações
desde o início do nosso curso para que você fique cada vez mais ciente do que se passa nas
resoluções, caso contrário você se limitaria a memorizar processos e, na matemática, o
entendimento holístico do processo é primordial.
Para ficar mais claro, sigamos passo a passo as orientações do enunciado.
Comando: 𝑥 = 1 é raiz da equação
Desenvolvimento do comando:
𝑥 2 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 )𝑥 + (𝑚2 + 1) = 0
12 + (1 + 5𝑚 − 3𝑚2 ). 1 + (𝑚2 + 1) = 0
1 + 1 + 5𝑚 − 3𝑚2 + 𝑚2 + 1 = 0
Agrupando os termos semelhantes:
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
Perceba que, aqui, temos uma nova equação cuja incógnita é justamente 𝑚 e cujos
coeficientes não são iguais aos da equação original, fique de olho!
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Voltemos ao enunciado.
Comando: A soma dos valores de 𝑚.
Desenvolvimento do comando:
Aqui temos duas possibilidades: Podemos calcular os valores de 𝑚 e soma-los ou podemos
usar as relações de Girard. Essas relações serão demonstradas mais à frente nessa mesma aula,
então não se preocupe muito com isso agora. Em uma segunda leitura da aula você já terá condições
plenas de utilizá-las na resolução, ok?
Calculando os possíveis valores de 𝑚 com a fórmula de Bhaskara
∆= (5)2 − 4. (−2). 3 = 25 + 24 = 49
−5 + 7 2 1
−5 ± √49 −5 ± 7 𝑥′ =
= → 𝑥 ′
= −
𝑥= = ={ −4 −4 2
2. (−2) −4 −5 − 7 −12
𝑥 ′′ = = → 𝑥 ′′ = 3
−4 −4
Lembrando que estamos calculando a soma dos valores de 𝑚, então:
1
𝑆 =− +3
2
Para soma de Frações, MMC. Não se lembra disso? Sem problema, revisaremos esse
conteúdo mais à frente também. Por ora, concentremo-nos no problema.
1
𝑆 =− +3
2
−1 + 6
𝑆=
2
5
𝑆=
2
O que nos leva à alternativa a) como nosso gabarito.
Professor, e como seria a resolução usando as relações de Girard?
Simples, olhando para a equação
−2𝑚2 + 5𝑚 + 3 = 0
E definindo os coeficientes
𝑎 = −2
𝑏=5
𝑐=3
Uma das relações de Girard nos diz que a soma das raízes é dada por
−𝑏 −5 5
= 𝑆= =
𝑎 −2 2
Por enquanto, essa resolução usando as relações de Girard está figurando apenas como
curiosidade. Lá na aula sobre polinômios, veremos essas relações em detalhes, não fique assustado,
combinado?
Gabarito: a)
4. INEQUAÇÕES
Inequações, também chamadas de desigualdades, são informações acerca de duas
expressões que não são, necessariamente, iguais; podem trazer as relações de maior que, maior ou
igual a, menor que, menor ou igual a.
Vejamos a simbologia matemática usada para expressar essas informações:
−6𝑥 > 12
−6𝑥 12
<
−6 −6
𝑥 < −2
Professor, o que aconteceu ali com o sinal de > ? Por que ele virou < ?
Essa é uma peculiaridade das inequações e é muito importante.
Vejamos o motivo de isso acontecer.
Acompanhe o raciocino: quem está em situação mais favorável, ou menos desvantajosa
financeiramente; quem tem sobra de R$100,00 na conta poupança ou quem tem R$100 000,00?
Se o fator for somente o saldo, é óbvio que quem tem R$100 000,00 está em situação mais
favorável.
Invertamos as coisas agora. Quem está em situação mais favorável, ou menos desvantajosa
financeiramente; quem tem deve R$100,00 no cheque especial ou quem deve R$100 000,00?
Imagino que você tenha respondido: quem deve R$100 000,00.
Essa relação de maior e menor é graças à reta dos números reais que ordena os números da
esquerda para a direita e nos diz, diretamente, que quem está à esquerda é sempre menor do que
quem está à direita. É por isso que colocamos uma setinha na ponta da reta. Não, não se deve colocar
a setinha em ambas as pontas!
Veja.
É por isso que podemos dizer, entre tantas outras possibilidades de comparação, que
100 000 é maior que 100 100 000 está à direita de 100
0 é maior que -100 0 está à direita de -100
-100 é maior que -100 000 -100 está à direita de -100 000
Quando falamos que
−6𝑥 > 12
Estamos informando que −6𝑥 é maior que ou igual a 12, ou seja, está em cima ou à direita
de 12.
Do mesmo modo que a comparação entre 100 e 100 000 é invertida quando falamos em
ambos negativos, ao trocarmos os sinais de −6𝑥 e de 12, precisamos inverter a relação de
desigualdade.
E onde foi que invertemos isso? Você pode se perguntar.
Foi quando dividimos ambos os lados por −6. À parte da relação numérica, quando dividimos
ou multiplicamos por um número negativo, alteramos o sinal do resultado de forma a inverter a
desigualdade.
Foi o que aconteceu.
Há uma alternativa para o caso, que é não se utilizar de multiplicações ou divisões por
negativos.
−5𝑥 > 12 + 𝑥
−5𝑥 − 𝑥 > 12
−6𝑥 + 6𝑥 − 12 > 12 + 6𝑥 − 12
−12 > 6𝑥
−12 6𝑥
>
6 6
−2 > 𝑥
Não precisamos inverter o sinal e chegamos à uma desigualdade equivalente, pois
𝑥 < −2
e
−2 > 𝑥
São equivalentes, informando que x está à esquerda ou em cima de −2 na primeira ou que
−2 está à direita ou em cima de 𝑥 na segunda.
Em todo caso, a informação é
Perceba que qualquer número maior que 3 já está incluso, por exemplo, 3,000000000001. No
entanto, o próprio 3 não está.
Assim, o menor inteiro que satisfaz a condição solicitada pelo exercício é, naturalmente, 4.
Gabarito: c)
2 < 𝑥 ≤ 10
ou graficamente
3𝑥 − 1
𝑓 (𝑥 ) =
9
𝑔 (𝑥 ) = 2 + 𝑥
𝑥+1
ℎ (𝑥 ) =
3
Dessa forma, a desigualdade se torna
3𝑥 − 1 𝑥+1
≤2+𝑥 <
9 3
𝑓 (𝑥 ) ≤ 𝑔 (𝑥 ) < ℎ (𝑥 )
E podemos interpretar essa pergunta como: quando a altura do gráfico de 𝑔(𝑥) está entre
𝑓(𝑥) e ℎ(𝑥)?
Se fizermos os gráficos das três funções no mesmo plano cartesiano, veremos claramente que
estes valores são exatamente os da nossa resposta algébrica.
Nesse caso, resolver a inequação de forma algébrica seria mais prático que desenhar os três
gráficos. No entanto, há casos em que um esboço do gráfico ajuda muito na resolução. Isso acontece
frequentemente com as inequações do segundo grau, que veremos na próxima aula.
variável x y
6. CONJUNTOS
Um conjunto, também chamado de coleção, é uma reunião de elementos que apresentam
determinada propriedade em comum.
Entre um elemento e um conjunto, existe a relação de pertinência, onde o elemento 𝑥 pode
ou não pertencer ao conjunto 𝐴. As notações usadas para a relação de pertinência são:
𝑥 ∈ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝒑𝒆𝒓𝒕𝒆𝒏𝒄𝒆 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴
𝑥 ∉ 𝐴 ⇒ 𝑥 𝑛ã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑡𝑒𝑛𝑐𝑒 𝑎𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑛𝑡𝑜 𝐴
Para definir um conjunto qualquer, precisamos determinar uma regra que permita julgar se
um elemento pertence ou não à coleção.
Segunda-feira é um elemento que não pertence ao conjunto dos meses do ano, enquanto o
retângulo é um elemento que pertence ao conjunto dos quadriláteros.
Podemos simbolizar os conjuntos de várias maneiras, vejamos algumas possibilidades.
Pensemos no conjunto de todos os números inteiros positivos e menores que 4, denominado
conjunto A. Seus elementos são, conforme descrição: 1, 2 e 3.
Podemos simbolizar essa mesma informação usando uma linguagem mais visual, onde uma
linha fechada delimita os elementos do conjunto:
Essa notação é chamada de Diagrama de Venn-Euler e é muito útil para trabalhar visualmente
com vários conjuntos simultaneamente, veremos isso logo adiante.
A priori, somente com as informações dadas, não conseguimos colocar com exatidão os
valores fornecidos, ficando em aberto a posição das pessoas no diagrama.
Como a questão não solicita alocar as pessoas no diagrama e sim julgar as alternativas e
assinalar a correta (única), analisaremos alternativa a alternativa, sempre procurando encontrar um
meio para prová-la falsa. A que não for possível provar falsa, será nosso gabarito. Sigamos.
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.
Obedecendo ao enunciado, é possível dispormos as pessoas da seguinte forma:
Atenção: essa não é a única maneira de dispor as pessoas nos conjuntos, mas é, certamente,
uma maneira possível, visto que não infringe nenhuma regra do enunciado.
Dessa forma, teríamos total concordância com o enunciado e não teríamos pessoa alguma na
intersecção, ou seja, não podemos afirmar com certeza que há alguém na região de leitura dos dois
livros, A e B, simultaneamente.
Alternativa falsa, passemos à próxima.
b) nenhuma pessoa leu os dois livros.
Novamente, tentemos provar a alternativa como falsa.
Todos os dados do enunciado satisfeitos e, ainda assim, há a possibilidade de alguém ter lido
os dois livros, portanto, alternativa falsa.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
Analisando os dois primeiros diagramas, percebemos que, quanto mais pessoas lerem os dois
livros, também mais pessoas ficariam sem ler livro algum, veja o que acontece com os números
quando aumentamos sistematicamente o número de pessoas na intersecção:
Essa alternativa diz exatamente o contrário da anterior, se é verdadeiro que há alguém que
não leu pelo menos um dos livros (conclusão da alternativa anterior), não podemos ter todas as
pessoas lendo pelo menos um livro.
Gabarito: c)
Pensando historicamente, é muito mais provável que as primeiras contagens tenham sido
feitas usando números inteiros e positivos. Sem esse conceito, é improvável que ideias como a de
frações ou a de números negativos pudessem ser formuladas de forma prática.
Desse modo, é didaticamente interessante começarmos nossos estudos sobre conjuntos
numéricos com esse tipo de conjunto, os números inteiros e positivos.
Para escrever na forma de conjuntos, os inteiros positivos são números do tipo
{1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.
Não poderíamos escrever todos os números nessa condição, exatamente por isso a definição
dos elementos de um conjunto é importante e as reticências ao final são o sinal de que o conjunto
se estende com elementos dessa condição indefinidamente.
Você deve ter percebido que não incluímos, nesse conjunto, o zero. Oras, a ideia era colocar
os números inteiros positivos. O zero é um número inteiro, mas não é positivo (nem negativo na
verdade), por isso não foi incluído.
Aliás, demorou um tempo até que a humanidade formalizasse como número o zero. Ele só
apareceu séculos após a ideia de contagem.
Com o advento do zero, podemos inserir um conjunto novo, com uma nova característica: Os
números inteiros e não negativos, o que incluiria o zero no conjunto anterior, resultando
{0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }.
Chamamos a esse conjunto de Números naturais, simbolizado pela letra ℕ.
Assim, definimos nosso primeiro conjunto na matemática, o conjunto dos números naturais:
ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, … }
Uma observação interessante. Para nós, o início do estudo dos números é justamente o
conjunto dos naturais e, caso queiramos nos referir somente aos números positivos, ditos
estritamente positivos, basta-nos colocar um asterisco para simbolizar essa exclusão:
ℕ∗ = {1, 2, 3, 4, 5, 6, … }
Após a consolidação dos números naturais, veio o advento do oposto de um número, ou seja,
os números negativos.
Dessa forma, o oposto de 5 é −5, o oposto de 10 é −10 e assim por diante.
Professor, e o oposto de zero?
Excelente pergunta, o oposto de zero é ele mesmo, por isso não é comum escrevermos −0,
apesar de não ser um erro.
Se quisermos expressar um conjunto que contenha todos os números naturais e seus opostos,
teremos o conjunto dos inteiros, representado por ℤ:
ℤ = {… − 3, −2, −1, 0, 1, 2, 3 … }
Perceba que o conjunto ℤ tem reticências em ambas as extremidades, significando que ele
segue indefinidamente tanto para o lado negativo quanto para o lado positivo. Isso decorre
diretamente do fato de que cada número natural, exceto o zero, tem um oposto diferente dele
mesmo. Se há infinitos números naturais positivos, é de se esperar que haja, também, infinitos
números negativos.
Após a utilização dos números inteiros se tornar rotineira, começaram a aparecer problemas
que esses números não podiam resolver, por exemplo:
Se uma família de 4 membros possui 6 galinhas, quantas galinhas correspondem a cada
membro da família?
Perceba que a ideia de fração ainda não existe e aí surge uma necessidade numérica
diferente.
Eis o nascimento dos números “quebrados”!
Números fracionários simbolizam exatamente uma divisão que não é necessariamente exata
e sua simbologia moderna é:
𝑎
𝑜𝑢 𝑎⁄𝑏 𝑜𝑢 𝑎 ÷ 𝑏
𝑏
Essa fração, também chamada de quociente ou razão, conta com um número natural no
numerador (a parte de cima da fração, 𝑎) e outro número natural no denominador (a parte de baixo
da fração, 𝑏).
Todos os números, sejam positivos ou negativos, que podem ser representados dessa forma
são chamados de números racionais (de razão, divisão), ainda que o denominador 𝒃 seja 1.
Simbolizamos o conjunto dos racionais por ℚ, de quociente, assim:
7 3 2
ℚ = {… − 5, −
, − , 0, , 6, … }
3 2 5
Mas professor, estou vendo alguns números inteiros ali, ó!
Calma, eles também podem ser escritos na forma de fração, por isso estão ali. Um número
racional, quando o seu denominador é 1, também é inteiro, veja:
10
= 10
1
Aliás, podemos também incluir a notação decimal, não é necessário que tenhamos apenas a
expressão do número na forma fracionária.
13
̅̅̅̅
= 0, 13
99
3
= 0,75
4
2
= 0,4
5
7
− = −2, 3̅
3
Assim, os números racionais incluem, também, todos os inteiros e, por consequência, todos
os naturais.
Note que, aqui, alguns números têm um número de casas decimais limitado, enquanto outros
apresentam dízimas periódicas. Quando a dízima é periódica, ela resulta de uma fração, guarde isso!
Avançando mais um pouco no tempo, surgiram alguns problemas que mesmo os números
fracionários não resolviam, como a razão entre o raio de uma circunferência e seu comprimento, a
diagonal de um quadrado e seu lado, entre tantos outros.
Surgiram números especiais cujos valores não se deixavam exprimir por meio de frações. Com
certeza você já deve ter visto alguns deles: √2, 𝜋, Φ, e, entre tantos outros. Essa classificação de
números passou a ser conhecida como os números irracionais, visto que não são expressos por
razões (quocientes).
Professor, mas quanto valem esses números na forma decimal?
Tecnicamente seria impossível escrever seus valores de forma completa, visto que eles
apresentam um número de casas decimais infinitos e não sequenciais, exatamente por isso não
conseguimos expressá-los na forma de fração.
No entanto, podemos apresentar uma aproximação de seus valores:
√2 = 1,4142135623 …
𝜋 = 3,14159265359 …
Φ = 1,61803398875 …
e = 2,81828182846 …
Perceba que esse novo conjunto, o dos números irracionais, não engloba o anterior. Quando
um número pertence aos racionais, não pode pertencer aos irracionais e vice versa.
O conjunto dos irracionais é simbolizado por 𝕀:
𝕀 = {… − √2, Φ, e, 𝜋, √10 … }
Não se preocupe com esses números caso não os tenha visto antes, daremos ênfase a cada
um deles no decorrer do curso. Por ora, basta saber que esses números não têm seus valores
expressos por meio de frações e suas dízimas não são periódicas.
Todos os números vistos aqui têm uma característica, expressam diretamente quantidades
do mundo real, uma diagonal, um tamanho, uma circunferência, etc.
Até por esse motivo, podemos definir um conjunto que seja a soma de todos esses conjuntos
citados, o conjunto dos números reais, simbolizado por ℝ. Assim:
ℝ = {ℚ + 𝕀}
Há, também, um conjunto que não exprime exatamente uma quantidade no mundo real, mas
que é muito útil ao resolver problemas mais complexos nas ciências. Trata-se dos números
imaginários, cujo conjunto numérico que os contém é chamado conjunto dos complexos e é
simbolizado pela letra ℂ.
A base dos números imaginários é a raiz quadrada da unidade negativa, o que é impossível
de ser calculada dentro dos números reais.
Essa base imaginária é dada por 𝑖 = √−1.
Um número complexo é formado de duas partes, uma real e uma imaginária e é comum
vermos representações desses números como (2; 5) 𝑜𝑢 (2 + 5𝑖).
Teremos aulas específicas sobre esse conjunto, então deixarei os detalhes para esse
momento, ok?
Para ficar mais claro, veja como se relacionam esses conjuntos em um diagrama de Venn-
Euler que estudamos anteriormente.
Utilizaremos muitas vezes esses conceitos, portanto, não siga sem os compreender,
combinado?
Como já conhecemos os múltiplos de um número, podemos ampliar essa análise para quando
temos dois ou mais números.
Quais seriam os múltiplos dos números, digamos, 6, 8 e 12?
Simples, sigamos como fizemos anteriormente:
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 6 = {6, 12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, 54, 60, 66, 72, 78, … }
𝑀ú𝑙𝑡𝑖𝑝𝑙𝑜𝑠 𝑑𝑒 8 = {8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, 72, 80, 88, 96 … }
6 8 12 2
3 4 6 2
3 2 3 2
3 1 3 3
1 1 1 2³. 3 = 24
Para os divisores de um número, pensamos em quantas partes podemos dividi-lo sem que
obtenhamos um resultado não inteiro. Vejamos alguns exemplos.
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 6 ⇒ {1, 2, 3, 6}
O conjunto dos divisores de um número não é infinito, como o conjunto dos múltiplos.
Números primos só têm dois números em seu conjunto de divisores, eles mesmos e o número
1.
Para calcular o Máximo Divisor Comum – MDC entre dois ou mais números, podemos pensar,
inicialmente, no método da listagem, abordado anteriormente.
Vamos calcular, digamos, o MDC entre 20 e 30, ou seja, 𝑀𝐷𝐶(20,30).
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}
Quais seriam os divisores comuns entre 20 e 30?
Simples, basta olhar nas listagens de seus divisores.
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 20 ⇒ {1, 2, 4, 5, 10, 20}
𝐷𝑖𝑣𝑖𝑠𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 30 ⇒ {1, 2, 3, 5, 6,10, 15, 30}
Assim, podemos dizer que o maior divisor comum a 20 e 30, é 10, ou 𝑀𝐷𝐶 (20,30) = 10.
Alternativamente, podemos trabalhar com a fatoração para encontrar o 𝑀𝐷𝐶 entre números.
Veja.
20 2 30 2
10 2 15 3
5 5 5 5
1 2².5 1 2.3.5
Para encontrar o 𝑀𝐷𝐶 (20,30), basta multiplicarmos os primos que se repetem em todas as
fatorações, com seus menores expoentes:
𝑀𝐷𝐶 (20,30) = 2.5 = 10
O 𝑀𝐷𝐶 é uma ferramenta muito útil em certos tipos de problemas de divisão e voltaremos a
esse assunto em breve.
d) 48
e) 49
8. (Unicamp/2018)
Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre esses três
números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 0 ou 1.
b) 1 ou 2.
c) 2 ou 3.
d) 1 ou 3.
9. (Mackenzie/2018)
Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
8 assistem aos três noticiários
a)
b)
c)
d)
e)
12. (Unicamp/2017)
Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 5 pessoas e o livro B foi
lido por 4 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,
a) pelo menos uma pessoa leu os dois livros.
b) nenhuma pessoa leu os dois livros.
c) pelo menos uma pessoa não leu nenhum dos dois livros.
d) todas as pessoas leram pelo menos um dos dois livros.
13. (Unesp/2017)
(𝑥 2 −13𝑥+40)(𝑥 2 −13𝑥+42)
No universo dos números reais, a equação = 0 é satisfeita
√𝑥 2 −12𝑥+35
por apenas
a) três números.
b) dois números.
c) um número.
d) quatro números.
e) cinco números.
14. (Fuvest/2017)
Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são equivalentes se a soma
dos divisores positivos de a coincide com a soma dos divisores positivos de b.
Constituem dois inteiros positivos equivalentes:
a) 8 e 9.
b) 9 e 11.
c) 10 e 12.
d) 15 e 20.
e) 16 e 25.
15. (Unesp/2016)
Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao final do primeiro
mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de aluguel. Rafael alugou um
imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑅$ 900,00 ao final do primeiro mês. No período de um ano
de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos totais de 𝑅𝑆 6.950,00 com a locação do imóvel.
Na situação descrita, a taxa paga foi de
a) 𝑅$450,00.
b) 𝑅$250,00.
c) 𝑅$ 300,00.
d) 𝑅$350,00.
e) 𝑅$550,00.
16. (Fuvest/2016)
A igualdade correta para quaisquer 𝑎 e 𝑏, números reais maiores do que zero, é
3
𝑎) √𝑎3 + 𝑏3 = 𝑎 + 𝑏
1 1
𝑏) =−
𝑎√𝑎2 + 𝑏2 𝑏
2
𝑐) (√𝑎 − √𝑏) = 𝑎 − 𝑏
1 1 1
𝑑) = +
𝑎+𝑏 𝑎 𝑏
𝑎3 − 𝑏3
𝑒) 2 =𝑎−𝑏
𝑎 + 𝑎𝑏 + 𝑏2
17. (Unicamp/2015)
Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos refrigerantes.
Recentemente, um grande fabricante nacional anunciou que havia reduzido em 13 mil
toneladas o uso de açúcar na fabricação de seus refrigerantes, mas não informou em quanto
tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus refrigerantes informa que 200 𝑚𝑙 do produto
contêm 21 𝑔 de açúcar. Utilizando apenas o açúcar "economizado" pelo referido fabricante
seria possível fabricar, aproximadamente.
a) 124 milhões de litros de refrigerante.
b) 2,60 bilhões de litros de refrigerante.
c) 1.365 milhões de litros de refrigerante.
d) 273 milhões de litros de refrigerante.
18. (Unicamp/2015)
Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por ripas de madeira.
As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como os detalhes das ligações
entre as ripas, nos quais os parafusos são representados por círculos brancos. Note que cada
ripa está presa á cerca por dois parafusos em cada extremidade.
26. (Fuvest/2007)
Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145 blocos de tipo Y. Esses
blocos têm as seguintes características: todos são cilindros retos, o bloco X tem 120 cm de
altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.
A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada coluna
deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem ter a mesma
altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem ser construídas é
de
a) 55 b) 56 c) 57 d) 58 e) 59
27. (Fuvest/2005)
O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que a soma seja o
quadrado de um número inteiro positivo é
a) 37
b) 36
c) 35
d) 34
e) 33
28. (Unesp/2004)
Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de 𝑅$ 100,00, mais 𝑅$ 20,00
por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função, cobra uma taxa fixa de RS 55,00,
mais 𝑅$ 35,00 por hora. O tempo máximo de duração de uma festa, para que a contratação
de Daniel não fique mais cara que a de Carlos, é:
a) 6 horas.
b) 5 horas.
c) 4 horas.
d) 3 horas.
e) 2 horas.
29. (Fuvest/2003)
Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e
dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que cada um recebeu, em reais,
foi:
a) 3.009.006,00
b) 3.090.006,50
c) 3.090.006,00
d) 3.090.006,50
e) 3.900.060,50
30. (Fuvest/2003)
As soluções da equação
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2 (𝑎 4 + 1)
+ =
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 2 (𝑥 2 − 𝑎 2 )
onde 𝑎 ≠ 0, são:
𝑎 𝑎
𝑎) − 𝑒
2 4
𝑎 𝑎
𝑏) − 𝑒
4 4
1 1
𝑐) − 𝑒
2𝑎 2𝑎
1 1
𝑑) − 𝑒
𝑎 2𝑎
1 1
𝑒) − 𝑒
𝑎 𝑎
31. (Unesp/2003)
Por hipótese, considere
𝑎 = 𝑏
Multiplique ambos os membros por 𝑎
𝑎² = 𝑎𝑏
Subtraia de ambos os membros 𝑏²
𝑎² − 𝑏² = 𝑎𝑏 − 𝑏²
Fatore os termos de ambos os membros
(𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 𝑏(𝑎 − 𝑏)
Simplifique os fatores comuns
(𝑎 + 𝑏) = 𝑏
Use a hipótese que 𝑎 = 𝑏
2𝑏 = 𝑏
Simplifique a equação e obtenha
2 = 1
A explicação para isto é:
a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 2 = 1, 𝑎 deveria ser (𝑏 + 1).
c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −2𝑎𝑏 no membro esquerdo.
e) na fatoração, faltou um termo igual a +2𝑎𝑏 no membro esquerdo.
32. (Fuvest/2002)
Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com lado de mesma
medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5 m. Os lados das lajotas
devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas somente lajotas inteiras. Quais
são os possíveis valores do lado das lajotas?
33. (Fuvest/2000)
Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e consecutivos, qual dos
números abaixo é necessariamente um inteiro ímpar?
a) 2𝑥 + 3𝑦
b) 3𝑥 + 2𝑦
c) 𝑥𝑦 + 1
d) 2𝑥𝑦 + 2
e) 𝑥 + 𝑦 + 1
34. (Fuvest/1999)
Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades 1 ≤ 𝑎 ≤ 2 e 3 ≤ 𝑏 ≤
5, pode-se afirmar que
𝑎 2
𝑎) ≤
𝑏 5
𝑎 2
𝑏) ≥
𝑏 3
1 𝑎 2
𝑐) ≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 1
𝑑) ≤ ≤
5 𝑏 2
3 𝑎
𝑒) ≤ ≤ 5
2 𝑏
35. (Fuvest/1999)
Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou os primeiros
300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a mesma velocidade média
os últimos 100 metros, completará a prova em
a) 4 minutos e 51 segundos.
b) 5 minutos e 8 segundos.
c) 5 minutos e 28 segundos.
d) 5 minutos e 49 segundos.
e) 6 minutos e 3 segundos.
36. (Fuvest/1999)
Se a equação 8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0 tem raízes reais 𝑎 e −𝑎, então o valor de 𝑘 é:
9
𝑎)
4
𝑏) 2
9
𝑐)
8
𝑑) − 2
𝑒) − 4
37. (Fuvest/1997)
O menor número natural 𝑛, diferente de zero, que torna o produto de 3888 por 𝑛 um
cubo perfeito é
a) 6
b) 12
c) 15
d) 18
e) 24
𝑌 = 1000 + (𝑋 − 1) ⋅ 80 ⋅ 2
𝑌 = 1000 + (𝑋 − 1) ⋅ 160
𝑌 = 1000 + 160𝑋 − 160
𝑌 = 160𝑋 + 840
Gabarito: d)
2. (ENEM/2019)
A gripe é uma infecção respiratória aguda de curta duração causada pelo vírus influenza.
Ao entrar no nosso organismo pelo nariz, esse vírus multiplica-se, disseminando-se para a
garganta e demais partes das vias respiratórias, incluindo os pulmões.
O vírus influenza é uma partícula esférica que tem um diâmetro interno de
0,00011 𝑚𝑚.
Disponível em: www.gripenet.pt. Acesso em: 2 nov. 2013 (adaptado).
Em notação científica, o diâmetro interno do vírus influenza, em mm, é
a) 1,1 × 10−1
b) 1,1 × 10−2
c) 1,1 × 10−3
d) 1,1 × 10−4
e) 1,1 × 10−5
Comentários:
0,00011 104 1,1
0,00011 = ⋅ 4 = 4 = 1,1 ⋅ 10−4
1 10 10
Gabarito: d)
3. (ENEM/2018)
Uma empresa de comunicação tem a tarefa de elaborar um material publicitário de um
estaleiro para divulgar um novo navio, equipado com um guindaste de 15 𝑚 de altura e uma
esteira de 90 𝑚 de comprimento. No desenho desse navio, a representação do guindaste deve
ter sua altura entre 0,5 𝑐𝑚 e 1 𝑐𝑚, enquanto a esteira deve apresentar comprimento superior
a 4 𝑐𝑚. Todo o desenho deverá ser feito em uma escala 1: 𝑋
Os valores possíveis para 𝑿 são, apenas.
a) X > 1.500.
b) X < 3.000.
c) 1.500 < X < 2.250.
d) 1.500 < X < 3.000.
e) 2.250 < X < 3.000.
Comentários:
Para evitar inconsistências nas unidades, vamos expressar todas as distâncias em
centímetros.
𝑔𝑢𝑖𝑛𝑑𝑎𝑠𝑡𝑒 → 15 𝑚 = 15 ⋅ 100 𝑐𝑚 = 1500 𝑐𝑚
𝑒𝑠𝑡𝑒𝑖𝑟𝑎 → 90 𝑚 = 90 ⋅ 100 𝑐𝑚 = 9000 𝑐𝑚
A representação do guindaste deve ter sua altura entre 0,5 𝑐𝑚 e 1 𝑐𝑚, então:
1
0,5 < ⋅ 1500 < 1
𝑋
1 1500
< <1
2 𝑋
𝑋
2> >1
1500
𝑋
2 ⋅ 1500 > ⋅ 1500 > 1 ⋅ 1500
1500
3000 > 𝑋 > 1500
1500 < 𝑋 < 3000
Já a esteira deve apresentar comprimento superior a 4 cm:
1
⋅ 9000 > 4
𝑋
9000
>4
𝑋
9000 > 4𝑋
9000 4𝑋
>
4 4
2250 > 𝑋
𝑋 < 2250
Como x deve estar de acordo com ambas as restrições, temos:
1500 < 𝑋 < 2250
Gabarito: c)
4. (ENEM/2017)
Em uma cantina, o sucesso de venda no verão são sucos preparados à base de polpa de
2
frutas. Um dos sucos mais vendidos é o de morango com acerola, que é preparado com de
3
1
polpa de morango e de polpa de acerola.
3
Para o comerciante, as polpas são vendidas em embalagens de igual volume.
Atualmente, a embalagem da polpa de morango custa 𝑅$18,00 e a de acerola, 𝑅$ 14,70.
Porém, está prevista uma alta no preço da embalagem da polpa de acerola no próximo mês,
passando a custar 𝑅$ 15,30. Para não aumentar o preço do suco, o comerciante negociou com
o fornecedor uma redução no preço da embalagem da polpa de morango.
A redução, em real. no preço da embalagem da polpa de morango deverá ser de
a) R$1,20.
b) R$0,90.
c) R$0,60.
d) R$0,40.
e) R$0,30.
Comentários:
Seguindo as orientações do enuncido, temos:
2 1
...preparado com de polpa de morango e de polpa de acerola.
3 3
2 1
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 =
⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜 + ⋅ 𝑎𝑐𝑒𝑟𝑜𝑙𝑎
3 3
...a embalagem da polpa de morango custa 𝑅$18,00 e a de acerola, 𝑅$ 14,70.
2 1
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 = ⋅ 18 + ⋅ 14,70
3 3
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 = 12 + 4,90
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 = 16,90
O custo não deve ser alterado, então:
2 1
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 = ⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜 + ⋅ 𝑎𝑐𝑒𝑟𝑜𝑙𝑎
3 3
2 1
16,90 = ⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜 + ⋅ 15,30
3 3
2
16,90 = ⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜 + 5,10
3
2
16,90 − 5,10 = ⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜
3
2
11,80 = ⋅ 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜
3
3
11,80 ⋅ = 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜
2
17,70 = 𝑚𝑜𝑟𝑎𝑛𝑔𝑜
Desse modo, a redução é dada por:
18 − 17,70 = 0,30
Gabarito: e)
5. (Unicamp/2019)
A representação decimal de certo número inteiro positivo tem dois algarismos. Se o
triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número, então o produto dos algarismos é
igual a
a) 10.
b) 12.
c) 14.
d) 16.
Comentários
Tomemos o número inteiro positivo como 𝑛 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏, onde 𝑎 representa o algarismo das
dezenas e 𝑏, o das unidades.
Reescrevendo parte do enunciado como equação, temos:
“... o triplo da soma desses algarismos é igual ao próprio número...”
3(𝑎 + 𝑏) = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
3𝑎 + 3𝑏 = 10 ⋅ 𝑎 + 𝑏
2𝑏 = 7𝑎
2𝑏
=𝑎
7
Como 𝑎 e 𝑏 são, necessariamente, inteiros e positivos, temos que 𝑏 deve ser múltiplo de 7,
pois 𝑎 é inteiro.
Como 0 < 𝑏 < 9, afinal, estamos falando de dígitos de um número, o único valor possível
para 𝑏 é 7, o que retorna 𝑎 = 2. Assim, temos 𝑎 ⋅ 𝑏 = 2 ⋅ 7 = 14.
Gabarito: c)
6. (Fepar/2019)
O Papiro de Ahmés (ou Papiro Rhind) é uma das mais antigas obras matemáticas de que
se tem registro. Consiste em 84 problemas matemáticos resolvidos pelos métodos adotados
no Egito Antigo, época em que foi escrito. Acredita-se que esse papiro foi usado como material
didático na época. São 5,36 metros de comprimento por 0,32 de largura, dispostos em 14
folhas, escrito em cor preta, com partes importantes destacadas em vermelho.
Os problemas buscavam resolver situações do cotidiano da época, como preço do pão,
armazenamento do trigo, alimentação do gado, além de problemas mais abstratos e
algébricos, que podem ser comparados atualmente à resolução de equações. O que hoje
tratamos como a incógnita "x", na época, era nomeado por um termo sinônimo da palavra
montão".
Por exemplo, o problema 26 do Papiro de Ahmés diz o seguinte: um montão e sua quarta
parte, todos juntos são 15. Diga-me quanto é esse montão?
𝑥
= 15 𝑥+
4
𝑥 + 4𝑥 60
=
4 4
Multiplicando ambos os termos da equação por 4,
𝑥 + 4𝑥 = 60
5𝑥 = 60
Dividindo ambos os termos por 5,
5𝑥 = 60
5𝑥 60
=
5 5
𝑥 = 12
Agora sim, podemos julgar as alternativas.
(V) Equação é toda sentença matemática aberta que expressa uma igualdade.
Correto, de acordo com a definição vista nessa mesma aula.
(F) O problema descrito pode ser expresso por uma equação do segundo grau.
A equação correspondente é do primeiro grau, não do segundo.
(V) A equação que descreve o problema do papiro é
𝒙
𝒙 + = 𝟏𝟓
𝟒
Absolutamente correto, a resolução traz exatamente a mesma equação.
(V) Uma equação equivalente a situação é
𝒙 + 𝟒𝒙 𝟔𝟎
=
𝟒 𝟒
Correto novamente, vide resolução.
(V) Um "montão" é 12.
Também correto, nossa resolução trouxe 𝒙 = 𝟏𝟐 como solução da equação.
Gabarito: V-F-V-V-V
7. (Fuvest/2018)
Dentre os candidatos que fizeram provas de matemática, português e inglês num
concurso, 20 obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas. Além disso, sabe-se
que:
I. 14 não obtiveram nota mínima em matemática;
II. 16 não obtiveram nota mínima em português;
III. 12 não obtiveram nota mínima em inglês;
Nesse contexto, consideraremos o conjunto “Matemática” como o conjunto dos alunos que
não obtiveram nota mínima em Matemática, aplicando o mesmo raciocínio para Português e para
Inglês.
Sendo assim, a região em cinza a seguir representa os alunos que não obtiveram nota mínima
nas três disciplinas simultaneamente, ou seja, em Matemática, em Português e em Inglês.
Nosso próximo passo é extremamente importante e dele depende todo o decorrer de nossa
resolução.
A região hachurada na próxima figura representa as pessoas que não obtiveram nota mínima
em Português e em Inglês, veja:
Agora que você já pegou o jeito, vamos completar as informações faltantes em sequência,
sempre com o mesmo raciocínio:
V. 3 não obtiveram nota mínima em matemática e em inglês;
Muita calma agora. Apesar de termos inserido todas as informações de I a VII no diagrama,
há uma informação crucial no enunciado e que ainda não foi inserida, veja:
“Dentre os candidatos que fizeram proas de matemática, português e inglês num concurso,
20 obtiveram nota mínima para aprovação nas três disciplinas.”
Mas professor, em qual desses conjuntos colocaremos esses 20 alunos?
Veja bem, no início do nosso exercício definimos que entrariam nesses conjuntos
(Matemática, Português e Inglês) os alunos que não conseguiram nota mínima para aprovação.
Se o enunciado nos informa que 20 alunos conseguiram a nota mínima, eles não podem ser
inseridos em nenhum desses 3 conjuntos, então ficarão de fora mesmo.
Agora sim, temos todos os dados para resolvermos praticamente qualquer questão acerca
dessas informações.
Voltando ao enunciado, retomemos:
“A quantidade de candidatos que participaram do concurso foi”
Aqui a questão está solicitando o que chamamos de “conjunto universo”, ou seja, a soma de
todos os elementos de dentro e de fora de nossa delimitação.
Alguns livros didáticos fazem essa representação gráfica com uma delimitação maior
contendo os 3 conjuntos, veja:
Essa delimitação do conjunto universo não nos é crucial para a resolução, bastando entender
que há apenas dois tipos de pessoas que participaram do concurso: as que não conseguiram nota
mínima (dentro das delimitações Matemática, Português e Inglês) e as que conseguiram (as 20
pessoas fora desses 3 conjuntos).
Agora conseguimos nossa resposta. O número N de pessoas que participaram do concurso é
dado por:
𝑁 = 8 + 3 + 6 + 1 + 2 + 5 + 4 + 20 = 49
Ou seja, nossa alternativa e).
Aprofundando um pouco mais. Com o diagrama feito, poderíamos pensar em muitos tipos de
perguntas e gostaria de explorar algumas delas com você.
Olhando nosso último diagrama, responda:
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em apenas uma disciplina?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em exatamente duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima em uma ou duas disciplinas?
Quantas pessoas não conseguiram nota mínima?
Vejamos as respostas:
8. (Unicamp/2018)
Considere três números inteiros cuja soma é um número ímpar. Entre esses três
números, a quantidade de números ímpares é igual a
a) 0 ou 1. b) 1 ou 2. c) 2 ou 3. d) 1 ou 3.
Comentários
Chamando 𝑝 um número par e 𝑖 um número ímpar, temos as seguintes possibilidades:
Como o enunciado disse que o resultado é um número ímpar, temos apenas duas
possibilidades: ou apenas uma parcela da soma é formada por número ímpar ou as três parcelas da
soma são números ímpares.
Gabarito: d)
9. (Mackenzie/2018)
Em uma pesquisa com 120 pessoas, verificou-se que
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
8 assistem aos três noticiários
a) 7 b) 8 c) 14 d) 28 e) 56
Comentários
Para esses exercícios de conjuntos, lembre-se do diagrama de Venn-Euler e de seu
preenchimento preferencial a partir da intersecção dos 3 conjuntos.
A informação a ser preenchida inicialmente é a de que 8 assistem aos três noticiários e deve
ser colocada logo na intersecção do diagrama.
As informações em sequência são as intersecções de dois em dois dos conjuntos, e são
20 assistem ao noticiário A e ao noticiário B
25 assistem ao noticiário A e ao noticiário C
15 assistem ao noticiário B e ao noticiário C
É vital aqui que você lembre que esses números não vão escritos diretamente, pois dentro
deles estão contados os 8 que já assistem aos 3 noticiários e é preciso subtraí-los de cada um destes.
E, finalmente, as informações restantes, de cada conjunto individualmente:
65 assistem ao noticiário A
45 assistem ao noticiário B
42 assistem ao noticiário C
Também, lembrando de fazer as devidas subtrações.
Seguindo as orientações dadas em aula, o diagrama de Venn-Euler para o problema proposto
é:
Agora estamos aptos a responder o que for necessário acerca desses dados.
10. (Mackenzie/2018)
O número inteiro positivo, cujo produto de seu antecessor com seu sucessor é igual a 8,
é
a) 5
b) 4
c) −3
d) 3
e) 2
Comentários
Para chegar à solução, precisamos, antes, escrever a equação que representa o problema.
Podemos representar o antecessor de um número por 𝒙 − 𝟏 e o sucessor por 𝒙 + 𝟏. O
problema afirma que o produto do antecessor pelo sucessor é 8, então:
(𝒙 − 𝟏)(𝒙 + 𝟏) = 𝟖
O que é a equação correspondente ao problema.
Vamos, então, à sua resolução.
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
Ao invés de distribuir o produto, podemos pensar nos produtos notáveis, especificamente no
produto da soma pela diferença, assim:
(𝑥 − 1)(𝑥 + 1) = 8
𝑥 2 − 12 = 8
𝑥2 = 8 + 1
𝑥2 = 9
𝑥 = ±√9
𝑥 = ±3
Como o enunciado pede apenas a solução inteira e positiva, nossa resposta é 3.
Gabarito: d)
11. (Unesp/2018)
Renata escolhe aleatoriamente um número real de −4 a 2 e diferente de zero,
denotando-o por 𝑥. Na reta real, o intervalo numérico que necessariamente contém o número
2−𝑥
é
𝑥
a)
b)
c)
d)
e)
Comentários
Do enunciado, escolhemos o número 𝑥 entre 4 e 2, ou seja: −4 < 𝑥 < 2
2−𝑥
Para conseguir induzir a expressão , dada no enunciado, façamos o inverso de cada termo
𝑥
multiplicado por 2. Mas cuidado, ao invertermos a inequação, precisamos inverter os sinais de
desigualdade.
2 2
− >
4 𝑥
2 2 2 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑒𝑥𝑡𝑟𝑒𝑚𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
− > >+ → 𝑑𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑎𝑖𝑠 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 →
4 𝑥 2 𝑠𝑒𝑝𝑎𝑟𝑎çã𝑜 𝑜𝑏𝑟𝑖𝑔𝑎𝑡ó𝑟𝑖𝑎 2 2
{ 𝑥 > +
2
2 2 2 2
− > >+
4 𝑥 𝑥 2
2 2
−0,5 > >1
𝑥 𝑥
2 2
−0,5 − 1 > −1 −1>1−1
𝑥 𝑥
2 2
−1,5 > −1 −1>0
𝑥 𝑥
2−𝑥 2−𝑥
−1,5 > >0
𝑥 𝑥
Gabarito: a)
12. (Unicamp/2017)
Sabe-se que, em um grupo de 10 pessoas, o livro A foi lido por 5 pessoas e o livro B foi
lido por 4 pessoas. Podemos afirmar corretamente que, nesse grupo,
13. (Unesp/2017)
(𝑥 2 −13𝑥+40)(𝑥 2 −13𝑥+42)
No universo dos números reais, a equação = 0 é satisfeita
√𝑥 2 −12𝑥+35
por apenas
a) três números. b) dois números. c) um número.
d) quatro números. e) cinco números.
Comentários
Fatoremos os três trinômios para a forma 𝑎(𝑥 − 𝑥 ′ )(𝑥 − 𝑥′′)
13 ± √9 13 ± 3 13 ± √1 13 ± 1 12 ± √4 12 ± 2
𝑥= = 𝑥= = 𝑥= =
2⋅1 2 2⋅1 2 2⋅1 2
13 + 3 13 + 1 12 + 2
𝑥′ = =8 𝑥′ = =7 𝑥′ = =7
2 2 2
𝑥= 𝑥= 𝑥=
13 − 3 13 − 1 12 − 2
𝑥′′ = =5 𝑥′′ = =6 𝑥′′ = =5
{ 2 { 2 { 2
Reescrevendo a equação.
(𝑥 2 − 13𝑥 + 40)(𝑥 2 − 13𝑥 + 42)
=0
√𝑥 2 − 12𝑥 + 35
1 ⋅ (𝑥 − 8)(𝑥 − 5) ⋅ 1 ⋅ (𝑥 − 7)(𝑥 − 6)
=0
√1 ⋅ (𝑥 − 7)(𝑥 − 5)
Condição de existência (CE).
(𝒙 − 𝟕) ≠ 𝟎 (𝒙 − 𝟓) ≠ 𝟎 𝒙𝟐 − 𝟏𝟐𝒙 + 𝟑𝟓 ≥ 𝟎
𝑥≠7 𝑥≠5 𝑥 ≤ 5 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 7
𝑥 < 5 𝑜𝑢 𝑥 > 7
(𝒙 − 𝟖) = 𝟎 (𝒙 − 𝟓) = 𝟎 (𝒙 − 𝟕) = 𝟎 (𝒙 − 𝟔) = 𝟎
Gabarito: c)
14. (Fuvest/2017)
Sejam a e b dois números inteiros positivos. Diz-se que a e b são equivalentes se a soma
dos divisores positivos de a coincide com a soma dos divisores positivos de b.
Constituem dois inteiros positivos equivalentes:
a) 8 e 9. b) 9 e 11. c) 10 e 12. d) 15 e 20. e) 16 e 25.
Comentários
Muito bem. Antes de analisarmos as alternativas, faz-se necessário entender o que o
enunciado diz.
A título de esclarecimento, peguemos dois números, digamos 6 e 10. Para saber se eles são
equivalentes, façamos o proposto pelo enunciado, somemos seus divisores. Acompanhe:
6 1, 2, 3 𝑒 6 1 + 2 + 3 + 6 = 12
10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18
8 1, 2, 4 𝑒 8 1 + 2 + 4 + 8 = 15
9 1, 3 𝑒 9 1 + 3 + 9 = 13
10 1, 2, 5 𝑒 10 1 + 2 + 5 + 10 = 18
11 1 𝑒 11 1 + 11 = 12
12 1, 2, 3, 4, 6 𝑒 12 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 12 = 28
15 1, 3, 5 𝑒 15 1 + 3 + 5 + 15 = 24
16 1, 2, 4, 8 𝑒 16 1 + 2 + 4 + 8 + 16 = 31
20 1, 2, 4, 5, 10 𝑒 20 1 + 2 + 4 + 5 + 10 + 20 = 42
25 1, 5 𝑒 25 1 + 5 + 25 = 31
15. (Unesp/2016)
Uma imobiliária exige dos novos locatários de imóveis o pagamento, ao final do primeiro
mês no imóvel, de uma taxa, junto com a primeira mensalidade de aluguel. Rafael alugou um
imóvel nessa imobiliária e pagou 𝑅$ 900,00 ao final do primeiro mês. No período de um ano
de ocupação do imóvel, ele contabilizou gastos totais de 𝑅𝑆 6.950,00 com a locação do imóvel.
Na situação descrita, a taxa paga foi de
a) 𝑅$450,00. b) 𝑅$250,00. c) 𝑅$ 300,00.
d) 𝑅$350,00. e) 𝑅$550,00.
Comentários
Chamando a taxa de 𝑥, uma equação que descreve a situação proposta é:
1 ⋅ 900 + 11 ⋅ (900 − 𝑥) = 6.950
900 + 9900 − 11𝑥 = 6.950
900 + 9900 − 6.950 = 11𝑥
16. (Fuvest/2016)
A igualdade correta para quaisquer 𝑎 e 𝑏, números reais maiores do que zero, é
3
𝑎) √𝑎3 + 𝑏3 = 𝑎 + 𝑏
1 1
𝑏) =−
𝑎√𝑎2 + 𝑏2 𝑏
2
𝑐) (√𝑎 − √𝑏) = 𝑎 − 𝑏
1 1 1
𝑑) = +
𝑎+𝑏 𝑎 𝑏
𝑎3 − 𝑏3
𝑒) 2 =𝑎−𝑏
𝑎 + 𝑎𝑏 + 𝑏2
Comentários
Mais uma questão que, para resolvê-la, precisamos analisar alternativa a alternativa.
Podemos perceber que teremos que “provar” certas propriedades por meio de equações e
há, basicamente, três meios para se provar uma igualdade 𝐴 = 𝐵: podemos sair de 𝐴 e chegar em
𝐵, sair de 𝐵 e chegar em 𝐴 ou ainda sair da própria igualdade 𝐴 = 𝐵 e chegar a uma igualdade
irrefutavelmente verdadeira (ou falsa, para provar que a igualdade não é válida).
Mãos à obra!
3
𝑎) √𝑎3 + 𝑏3 = 𝑎 + 𝑏
Nessa igualdade, optaremos pela terceira das possibilidades apresentadas, saindo da
igualdade original e tentando chegar a uma igualdade irrefutavelmente válida ou inválida.
3
√𝑎 3 + 𝑏 3 = 𝑎 + 𝑏
3 3
( √ 𝑎 3 + 𝑏 3 ) = (𝑎 + 𝑏 ) 3
𝑎 3 + 𝑏 3 = (𝑎 + 𝑏 )3
Se você se lembra dos produtos notáveis apresentados no início da aula, já deve ter percebido
que a igualdade não é válida, pois o desenvolvimento do cubo da soma não é a soma dos cubos,
veja:
𝑎3 + 𝑏3 ≠ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3. 𝑎2 𝑏 + 3. 𝑎𝑏2 + 𝑏3
Portanto a alternativa a) é falsa, vamos para a próxima.
1 1
𝑏) =−
𝑎√𝑎2 + 𝑏2 𝑏
Como vimos nos produtos notáveis apresentados no início, podemos fatorar a expressão 𝑎3 −
𝑏3 .
𝑎3 − 𝑏3 (𝑎 − 𝑏)(𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏2 )
= = (𝑎 − 𝑏 )
𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏2 (𝑎2 + 𝑎𝑏 + 𝑏2 )
Exatamente o que nossa alternativa afirmou.
Gabarito: e)
17. (Unicamp/2015)
Prazeres, benefícios, malefícios, lucros cercam o mundo dos refrigerantes.
Recentemente, um grande fabricante nacional anunciou que havia reduzido em 13 mil
toneladas o uso de açúcar na fabricação de seus refrigerantes, mas não informou em quanto
tempo isso ocorreu. O rótulo atual de um de seus refrigerantes informa que 200 𝑚𝑙 do produto
contêm 21 𝑔 de açúcar. Utilizando apenas o açúcar "economizado" pelo referido fabricante
seria possível fabricar, aproximadamente.
a) 124 milhões de litros de refrigerante.
b) 2,60 bilhões de litros de refrigerante.
c) 1.365 milhões de litros de refrigerante.
d) 273 milhões de litros de refrigerante.
Comentários
O número 𝑛 de refrigerantes de 200 𝑚𝑙, contendo 21 𝑔 de açúcar por unidade, é:
200 𝑚𝑙
13.000.000 𝑘𝑔 13.000.000.000 𝑔 ⋅ ( 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 ) 13.000.000.000 ⋅ 200 𝑚𝑙
= = =
21 𝑔 21 𝑔 21
( ) ( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
200 𝑚𝑙
( )
𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
= 123.809.523.810 𝑚𝑙 = 123.809.523,810 𝑙 ≅ 124 𝑚𝑖𝑙ℎõ𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠
Gabarito: a)
18. (Unicamp/2015)
Um carpinteiro foi contratado para construir uma cerca formada por ripas de madeira.
As figuras abaixo apresentam uma vista parcial da cerca, bem como os detalhes das ligações
entre as ripas, nos quais os parafusos são representados por círculos brancos. Note que cada
ripa está presa á cerca por dois parafusos em cada extremidade.
19. (Fuvest/2015)
Na cidade de São Paulo, as tarifas de transporte urbano podem ser pagas usando o
bilhete único. A tarifa é de R$3,00 para uma viagem simples (ônibus ou metrô/trem) e de
R$4,65 para uma viagem de integração (ônibus e metrô/trem). Um usuário vai recarregar seu
bilhete único, que está com um saldo de R$12,50. O menor valor de recarga para o qual seria
possível zerar o saldo do bilhete após algumas utilizações é
a) R$0,85 b) R$1,15 c) R$1,45 d) R$2,50 e) R$2,80
Comentários
Para essa análise, podemos trabalhar com a proposta de exaustão, pois são poucas
possibilidades.
Imaginemos, inicialmente, que a pessoa utilize apenas bilhetes para viagens simples, ou seja,
de R$3,00 cada. Assim, para que o valor seja superior aos R$12,50 já presentes no bilhete único,
teríamos o mínimo de 5 viagens:
3 + 3 + 3 + 3 + 3 = 15 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,50
Caso a pessoa utilize apenas uma viagem de integração, teríamos:
3 + 3 + 3 + 4,65 = 13,65 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,15
Caso a pessoa utilize duas viagens de integração:
3 + 3 + 4,65 + 4,65 = 15,30 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$2,80
Caso a pessoa utilize três viagens de integração:
4,65 + 4,65 + 4,65 = 13,95 → 𝑎 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑎𝑟 𝑅$1,45
Caso a pessoa utilize mais viagens do que as citadas, o valor seria sempre mais do que os
depósitos excedentes calculados.
Dentre as opções, o menor valor a ser depositado deve ser de R$1,15, ou seja, alternativa b).
Mas professor, não tem uma fórmula para resolver esse tipo de exercício?
Pois é, não tem. E isso é muito comum nas provas.
Como no exercício anterior, devemos utilizar os conhecimentos básicos adquiridos nos
ensinos fundamental e médio para resolver as situações-problema propostas.
Com a prática adquirida nos exercícios das aulas você será mais do que capaz de escapar
dessas armadilhas. Por isto nossas aulas contam com tantos exercícios resolvidos detalhadamente:
para proporcionar a você a experiência necessária para fazer uma excelente prova!
Não negligencie a parte de prática, ok? É aqui que você consolida seu conhecimento!
Vamos adiante.
Gabarito: b)
20. (Unicamp/2014)
Um investidor dispõe de 𝑅$ 200,00 por mês para adquirir o maior número possível de
ações de certa empresa. No primeiro mês, o preço de cada ação era 𝑅$ 9,00. No segundo mês
houve uma desvalorização e esse preço caiu para 𝑅$ 7,00. No terceiro mês, com o preço
unitário das ações a 𝑅$ 8,00, o investidor resolveu vender o total de ações que possuía.
Sabendo que só é permitida a negociação de um número inteiro de ações, podemos concluir
que com a compra e venda de ações o investidor teve
a) lucro de 𝑅$ 6,00. b) nem lucro nem prejuízo.
c) prejuízo de 𝑅$ 6.00. d) lucro de 𝑅𝑆 6,50.
Comentários
200
1º mês: Compra de = 22 ações ao custo 𝐶1 de 22 ⋅ 𝑅$ 9 = 𝑅$ 198
9
200
2º mês: Compra de = 28 ações ao custo 𝐶2 de 28 ⋅ 𝑅$ 7 = 𝑅$ 196
7
3º mês: Venda de 22 + 28 = 50 ações ao valor 𝑉 de 50 ⋅ 𝑅$ 8 = 𝑅$ 400
Assim, o lucro 𝐿 é dado por 𝐿 = 𝑅$ 400 − 𝑅$ 198 − 𝑅$ 196 = 𝑅$ 6.
Gabarito: a)
21. (Fuvest/2014)
O número real x, que satisfaz 3 < x < 4, tem uma expansão decimal na qual os 999.999
primeiros dígitos à direita da vírgula são iguais a 3. Os 1.000.001 dígitos seguintes são iguais a
2 e os restantes são iguais a zero.
Considere as seguintes afirmações:
I. 𝑥 é irracional.
10
II. 𝑥 ≥
3
2.000.000
III. 𝑥. 10 é um inteiro par
Então,
a) nenhuma das três afirmações é verdadeira
b) apenas as afirmações I e II são verdadeiras
c) apenas a afirmação I é verdadeira
d) apenas a afirmação II é verdadeira
e) apenas a afirmação III é verdadeira
Comentários
Muito bem. Antes de julgar as afirmações, vamos explicitar nosso número x:
𝑥 = 3,3333 … 33 2222 … 22 0000 …
Obviamente, respeitados os números de casas decimais fornecidos de 999.999 casas decimais
com o algarismo 3, de 1.000.001 casas decimais com o algarismo 2 e de todas as seguintes com o
algarismo 0.
Assim, vejamos as afirmações.
I. x é irracional.
Como 𝑥 tem um número finito de casas decimais diferentes de zero, nesse caso 999.999 +
1.000.001 = 2.000.000, 𝑥 é racional, tornando a afirmativa falsa.
10
II. 𝑥 ≥
3
10
𝑥≥
3
10
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥
3
3,3333 … 33 2222 … 22 0000 … ≥ 3,3333 … 33 3333 … 33 3333 …
O que é falso.
III. 𝑥. 102.000.000 é um inteiro par
Quando multiplicamos um número por uma potência positiva de dez, acabamos por transpor
a vírgula para a direita um número de casas decimais igual à potência de dez multiplicada.
Sendo assim, nesse caso, ao multiplicarmos um número por 102.000.000 , levamos a vírgula
para a direita dois milhões de casas.
Se o nosso número 𝑥 tem exatamente dois milhões de casas diferentes de zero após a vírgula,
ao multiplicarmos esse número por 102.000.000 , ele se tornará um inteiro, pois todas as casas
restantes após a vírgula serão iguais a zero.
Desse modo, afirmativa verdadeira.
Gabarito: e)
22. (Fuvest/2013)
As propriedades aritméticas e as relativas à noção de ordem desempenham um
importante papel no estudo dos números reais. Nesse contexto, qual das afirmações abaixo é
correta?
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝑎 + 𝑏 =
√𝑎 + √𝑏.
b) Quaisquer que sejam os números reais a e b tais que 𝑎2 − 𝑏2 = 0, é verdadeiro que
𝑎 = 𝑏.
c) Qualquer que seja o número real a é verdadeiro que √𝑎2 = 𝑎.
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝑎 < 𝑏, é verdadeiro
que ⁄𝑏 < 1⁄𝑎.
1
e) Qualquer que seja o número real a, com 0 < 𝑎 < 1, é verdadeiro que 𝑎2 ≤ √𝑎.
Comentários
a) Quaisquer que sejam os números reais positivos a e b, é verdadeiro que √𝑎 + 𝑏 =
√𝑎 + √𝑏.
Como comentado anteriormente, nem a potenciação nem a radiciação podem ser
desmembradas em somas ou subtrações. Para provar a afirmação como falsa, basta apresentarmos
um contraexemplo:
√1 + 1 = √1 + √1
√2 = 1 + 1
√2 = 2
d) Quaisquer que sejam os números reais a e b não nulos tais que 𝑎 < 𝑏, é verdadeiro
que 1⁄𝑏 < 1⁄𝑎.
Vamos para mais um contraexemplo. Assumamos 𝑎 = −1 e 𝑏 = 1. Para esses valores, tem-
se como verdadeira a primeira parte 𝑎 < 𝑏, pois −1 < 1.
Vejamos se a segunda parte se sustenta:
1 1
<
𝑏 𝑎
1 1
<
1 −1
1 < −1
Outro absurdo.
e) Qualquer que seja o número real a, com 0 < 𝑎 < 1, é verdadeiro que 𝑎2 ≤ √𝑎.
Analisemos com calma.
Sabemos que, para todo 0 < 𝑎 < 1, 𝑎2 < 𝑎.
Se você não tomou isso como automático, pense no exemplo da pizza. Se alguém come
metade da metade de uma pizza, come menos que a metade, veja:
1 1 1
. <
2 2 2
1 2 1
( ) <
2 2
1 1
<
4 2
Desse modo, e como 0 < 𝑎 < 1, podemos dizer:
0<𝑎<1
Multiplicando todos os termos por 𝑎:
0 < 𝑎2 < 𝑎
Extraindo a raiz quadrada de todos os termos:
23. (Unicamp/2011)
Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel.
Somados, os homens despendem 𝑅$ 2.400,00. O grupo de mulheres gasta a mesma
quantia, embora cada uma tenha pago 𝑅𝑆 64,00 a menos que cada homem.
Denotando por 𝑥 o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse
problema e permite encontrar tal valor é
a) 2400𝑥 = (2400 + 64𝑥)(40 − 𝑥).
b) 2400(40 − 𝑥) = (2400 − 64𝑥)𝑥.
c) 2400𝑥 = (2400 − 64𝑥) (40 − 𝑥).
d) 2400(40 − 𝑥) = (2400 + 64𝑥)𝑥.
Comentários
2400 2400
40 𝑥 40 − 𝑥 − 64
𝑥 𝑥
24. (Fuvest/2010)
Leia a charge e responda.
Uma observação é necessária antes de darmos nossa resposta. É razoável imaginar que todas
as garrafas sejam iguais e que não se possa pegar 0, 6̅ garrafas. Dessa forma, uma resposta mais
razoável é utilizarmos 291 garrafas.
Essa situação é muito comum em vestibulares. Fique atento ao perguntarem sobre leitos de
hospitais, lugares no cinema ou teatro, quantidade de caixas e embalagens... Não podemos contar
com frações desses itens, então é necessário adequar a resposta numérica obtida na resolução da
equação à situação particular de cada exercício. Fique de olho.
Gabarito: 291
25. (Fuvest/2008)
Sabendo que os anos bissextos são os múltiplos de 4 e que o primeiro dia de 2007 foi
segunda-feira, o próximo ano a começar também em uma segunda-feira será
a) 2012 b) 2014 c) 2016 d) 2018 e) 2020
Comentários
Mais um exemplo de exercício sem referência a uma fórmula pronta. Vejamos o que sabemos
acerca do assunto.
Você já deve ter percebido que seu aniversário, a cada ano que passa, “adianta” um dia na
semana a cada ano comum e dois dias a cada ano bissexto.
Não percebeu?
Então vamos verificar esse fato matematicamente. Acompanhe.
Uma semana tem 7 dias, um ano comum tem 365 dias e um ano bissexto tem 366 dias.
Vamos tentar relacionar esses números.
Qual é o número múltiplo de 7 mais próximo de 365?
Se você fizer a conta manualmente, verá que, a divisão de 365 por 7 deixa resto 1, o que
significa que 364 é o múltiplo de 7 mais próximo de 365.
Exatamente por isso, por 365 ser uma unidade à frente de um múltiplo de 7, que seu
aniversário “anda” um dia da semana por ano.
Perceba que no ano bissexto, seu aniversário (ou qualquer dia de referência), andará dois dias
ao invés de um, pois 366 está 2 unidades à frente de um múltiplo de 7.
Além disso, precisamos saber quais são os anos bissextos para conseguir uma dedução válida
no exercício.
A divisão de 2007 por 4 deixa resto 3, ou seja, 2007 está 3 anos à frente de um ano
bissexto, ou um ano antes de outro, se preferir.
Vamos fazer uma relação dos anos bissextos, sequencialmente, e dos dias da semana que
cada um “avança” na semana quando de sua passagem.
26. (Fuvest/2007)
Uma empresa de construção dispõe de 117 blocos de tipo X e 145 blocos de tipo Y. Esses
blocos têm as seguintes características: todos são cilindros retos, o bloco X tem 120 cm de
altura e o bloco Y tem 150 cm de altura.
A empresa foi contratada para edificar colunas, sob as seguintes condições: cada coluna
deve ser construída sobrepondo blocos de um mesmo tipo e todas elas devem ter a mesma
altura. Com o material disponível, o número máximo de colunas que podem ser construídas é
de
a) 55 b) 56 c) 57 d) 58 e) 59
Comentários
O enunciado apresenta várias informações. Para maior clareza, vamos dispor essas
informações de forma mais clara.
Tipo de Bloco X Y
Como temos que fazer sempre colunas de mesma altura, independentemente de serem feitas
com os blocos X ou Y, precisamos achar a altura que encaixe um número inteiro de blocos, tanto X
quanto Y.
A ferramenta para esse cálculo é o Mínimo Múltiplo Comum, nesse caso entre 120 e 150 que
são as alturas dos dois tipos de bloco. Fatorando 120 e 150 simultaneamente, chegamos a
𝑀𝑀𝐶 (120; 150) = 600, que representa a altura.
De posse do valor da altura, precisamos saber quantos blocos vão em cada coluna e quantas
colunas de cada tipo conseguimos fazer. Para facilitar o entendimento, ampliemos nossa tabela
inicial com esses dados.
Tipo de Bloco X Y
600 600
Blocos por coluna =5 =4
120 150
117 145
Quantidade de colunas ≅ 23 ≅ 36
5 4
Perceba que as divisões 117⁄5 e 145⁄4 não são exatas. Diferentemente dos exercícios
anteriores, aqui a aproximação foi para baixo. A pergunta se refere a quantas colunas conseguimos
fazer e, ao sobrar blocos insuficientes para fazer uma coluna, não podemos considerar uma coluna
feita, portanto, desconsideramos o resto das divisões e consideramos apenas as colunas inteiras.
Esse discernimento é muito importante ao interpretar o exercício e fornecer a resposta
correta.
Voltando ao cálculo, percebemos, pela tabela, que conseguimos 23 colunas com os blocos do
tipo X e 36 colunas com os blocos do tipo Y, totalizando 59 colunas completas.
Gabarito: e)
27. (Fuvest/2005)
O menor número inteiro positivo que devemos adicionar a 987 para que a soma seja o
quadrado de um número inteiro positivo é
a) 37
b) 36
c) 35
d) 34
e) 33
Comentários
Excelente enunciado para praticar a tradução do Português para o “matematiquês”.
Chamando o número solicitado de 𝑥 e o quadrado de um número inteiro positivo de 𝑦 2 com
𝑦 ∈ ℕ (total falta de criatividade, eu sei... pode-se usar quaisquer letras para incógnitas no lugar dos
tradicionais 𝑥 e 𝑦, ok?), temos:
987 + 𝑥 = 𝑦 2
Analise comigo quais são os números quadrados de inteiros positivos:
1, 4, 9, 16, 25, 36, 49, … , 900, 961, 1024, 1089, 1156 …
Como queremos um número que somado a 987 dê um quadrado perfeito, o quadrado deve,
obrigatoriamente, ser superior a 987, assim nossas opções são resumidas a:
1024, 1089, 1156 …
Mas o exercício pediu o menor 𝑥 possível, então nossa escolha deve ser o menor quadrado
perfeito maior que 987, ou seja, 1024.
Perceba que 𝑦 2 = 1024, pois 𝑦 2 está simbolizando nosso quadrado de um número inteiro
positivo, ok?
Agora podemos, finalmente, escrever a equação referente ao problema:
987 + 𝑥 = 1024
Subtraindo 987 de ambos os termos da equação, temos:
𝑥 = 1024 − 987
𝑥 = 37
Gabarito: a)
28. (Unesp/2004)
Carlos trabalha como disc-jóquei (dj) e cobra uma taxa fixa de 𝑅$ 100,00, mais 𝑅$ 20,00
por hora, para animar uma festa. Daniel, na mesma função, cobra uma taxa fixa de RS 55,00,
mais 𝑅$ 35,00 por hora. O tempo máximo de duração de uma festa, para que a contratação
de Daniel não fique mais cara que a de Carlos, é:
a) 6 horas.
b) 5 horas.
c) 4 horas.
d) 3 horas.
e) 2 horas.
Comentários
Chamando 𝐶 o custo total de animação de Carlos para uma festa de ℎ horas e 𝐷 o custo total
de Daniel para uma festa de mesma duração, temos:
𝐷<𝐶
55 + 35ℎ < 100 + 20ℎ
15ℎ < 45
ℎ<3
Gabarito: d)
29. (Fuvest/2003)
Num bolão, sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e
dois reais. O prêmio foi dividido em sete partes iguais. Logo, o que cada um recebeu, em reais,
foi:
a) 3.009.006,00
b) 3.090.006,50
c) 3.090.006,00
d) 3.090.006,50
e) 3.900.060,50
Comentários
Aqui temos uma rara pergunta direta. Basta dividir o prêmio pelo número de amigos.
Além da possibilidade de fazer a divisão manualmente, você pode fazer o cálculo mental, caso
queira.
Acompanhe uma sugestão para o cálculo mental.
Os sete amigos ganharam vinte e um milhões, sessenta e três mil e quarenta e dois reais.
Vamos, então, dividir por partes:
Vinte e um milhões divididos em partes iguais para sete amigos resultam em sete milhões.
Sessenta e três mil divididos em partes iguais para sete amigos resultam em nove mil.
Quarenta e dois reais divididos em partes iguais para sete amigos resultam e seis reais.
Assim, nosso resultado deve ser: sete milhões, nove mil e seis reais; R$3.009.006,00.
Aqui a opção foi pela escrita e não pela notação simbólica justamente por simbolizar o
pensamento. Tome muito cuidado com os cálculos mentais, pois podem levar a armadilhas. Essa
questão foi bem direta, com números múltiplos de sete em uma divisão por sete; isso não acontece
sempre.
Gabarito: a)
30. (Fuvest/2003)
As soluções da equação
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2 (𝑎 4 + 1)
+ =
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 2 (𝑥 2 − 𝑎 2 )
onde 𝑎 ≠ 0, são:
𝑎 𝑎
𝑎) − 𝑒
2 4
𝑎 𝑎
𝑏) − 𝑒
4 4
1 1
𝑐) − 𝑒
2𝑎 2𝑎
1 1
𝑑) − 𝑒
𝑎 2𝑎
1 1
𝑒) − 𝑒
𝑎 𝑎
Comentários
Uma questão um pouco mais técnica.
Perceba que a questão trata 𝑥 como variável e 𝑎 como constante, o que fica evidenciado ao
analisarmos as respostas contendo o termo 𝑎.
Assim, vamos resolver a equação em termos de 𝑥 e consideraremos o termo 𝑎 como
constante.
Dessa forma, temos:
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2 (𝑎 4 + 1)
+ =
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 2 (𝑥 2 − 𝑎 2 )
Como temos uma soma de frações, a primeira coisa é fazer o MMC entre os denominadores.
Podemos fazer o MMC entre todos os termos da equação ou apenas dos termos do primeiro
membro. Optaremos aqui pela segunda opção.
𝑥−𝑎 𝑥+𝑎 2 (𝑎 4 + 1)
+ = 2 2
𝑥 + 𝑎 𝑥 − 𝑎 𝑎 (𝑥 − 𝑎 2 )
(𝑥 − 𝑎 )2 + (𝑥 + 𝑎 )2 2(𝑎 4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎 2 )
Vamos desenvolver e simplificar o numerador da primeira fração.
(𝑥 − 𝑎 )2 + (𝑥 + 𝑎 )2 2(𝑎 4 + 1)
= 2 2
(𝑥 + 𝑎)(𝑥 − 𝑎) 𝑎 (𝑥 − 𝑎 2 )
1
√𝑥 2 = √
𝑎2
1
𝑥 = ±√
𝑎2
1
𝑥=±
𝑎
Criando um pouco de suspense: analisaremos com mais detalhes na próxima aula o que
acontece com √𝑥 2 .
É de extrema importância que você perceba o que foi feito aqui. Como a parte algébrica foi
um pouco extensa, é fácil se perder.
O exercício nos pediu para resolver uma equação, o que, você sabe, gera a necessidade de
uma resposta, ou seja, quais são os valores que satisfazem a condição inicial dada.
O exercício deixou claro, por meio das alternativas, que 𝑥 é a variável a ser descoberta e que
𝑎 é um termo fixo, que, inclusive, pode aparecer em nossa resposta como se um número fosse. E de
fato apareceu.
Sendo assim, nossa resposta para os possíveis valores de 𝑥 é:
1
𝑥=±
𝑎
Nota: ± não quer dizer, em matemática, “mais ou menos” no sentido popular de
“aproximadamente”. Aqui esse símbolo comunica exatamente a possibilidade dupla do sinal, ou
seja, ambas as possibilidades estão ali.
Uma forma mais explícita de escrevermos nosso resultado é:
1 1
𝑥=− 𝑜𝑢 𝑥 = +
𝑎 𝑎
Gabarito: e)
31. (Unesp/2003)
Por hipótese, considere
𝑎 = 𝑏
Multiplique ambos os membros por 𝑎
𝑎² = 𝑎𝑏
Subtraia de ambos os membros 𝑏²
𝑎² − 𝑏² = 𝑎𝑏 − 𝑏²
Fatore os termos de ambos os membros
(𝑎 + 𝑏)(𝑎 − 𝑏) = 𝑏(𝑎 − 𝑏)
Simplifique os fatores comuns
(𝑎 + 𝑏) = 𝑏
Use a hipótese que 𝑎 = 𝑏
2𝑏 = 𝑏
Simplifique a equação e obtenha
2 = 1
A explicação para isto é:
a) a álgebra moderna quando aplicada à teoria dos conjuntos prevê tal resultado.
b) a hipótese não pode ser feita, pois como 2 = 1, 𝑎 deveria ser (𝑏 + 1).
c) na simplificação dos fatores comuns ocorreu divisão por zero, gerando o absurdo.
d) na fatoração, faltou um termo igual a −2𝑎𝑏 no membro esquerdo.
e) na fatoração, faltou um termo igual a +2𝑎𝑏 no membro esquerdo.
Comentários
O erro está na simplificação dos fatores comuns. Como 𝑎 é igual a 𝑏 (equação inicial), temos
que 𝑎 − 𝑏) = 0 e, ao dividir ambos os termos da equação por (𝑎 − 𝑏), o autor acabou por dividir
(
por zero, o que não é possível.
Gabarito: c)
32. (Fuvest/2002)
Maria quer cobrir o piso de sua sala com lajotas quadradas, todas com lado de mesma
medida inteira, em centímetros. A sala é retangular, de lados 2 m e 5 m. Os lados das lajotas
devem ser paralelos aos lados da sala, devendo ser utilizadas somente lajotas inteiras. Quais
são os possíveis valores do lado das lajotas?
Comentários
Muito bem. É mais comum nesse tipo de exercício a pergunta sobre o maior tamanho
possível, o que seria dado pelo Máximo Divisor Comum entre 200 cm e 500 cm 𝑀𝐷𝐶(200,500) (o
exercício informou em metros, mas pediu que fossem calculados os lados da lajota quadrada em
centímetros).
Nesse problema a pergunta se referiu aos possíveis valores para o lado das lajotas. Muita
atenção, quando se pergunta quais são os “possíveis” valores, não se está perguntando sobre
“alguns” valores e sim sobre “todos” os valores!
Comecemos com a análise dos divisores comuns entre 200 e 500.
Número Divisores
Como queremos todos os possíveis valores para uma lajota quadrada, perceba que
precisamos de um valor para o lado da lajota que permita um número inteiro de lajotas tanto no
lado de 5 metros quanto no de 2 metros da sala. Dessa forma, qualquer número que seja divisor de
ambos os números (5 m = 500 cm e 2 m = 200 cm) simultaneamente, representa uma possibilidade.
Assim, todos os possíveis valores inteiros para os lados das lajotas, em centímetros, são: 1, 2,
4, 5, 10, 20, 25, 50 e 100.
Gabarito: 1, 2, 4, 5, 10, 20, 25, 50, 100.
33. (Fuvest/2000)
Se x e y são dois números inteiros, estritamente positivos e consecutivos, qual dos
números abaixo é necessariamente um inteiro ímpar?
a) 2𝑥 + 3𝑦 b) 3𝑥 + 2𝑦 c) 𝑥𝑦 + 1
d) 2𝑥𝑦 + 2 e) 𝑥 + 𝑦 + 1
Comentários
Antes de iniciarmos a análise das alternativas, é importante notar que se temos dois números
consecutivos e estritamente positivos, um deles é par e o outro, ímpar. Além disso, a expressão
“estritamente positivos” exclui o zero das possibilidades.
Atenção: de 𝑥 e 𝑦, não sabemos quem é par e quem é ímpar.
Considerações feitas, vamos às análises
a) 2𝑥 + 3𝑦
Dessa soma, a parcela 2𝑥 é, com certeza, par, independente de 𝑥, pois o dobro de algo é
sempre par. Já não temos tanta certeza sobre a parcela 3𝑦, que pode ser tanto par (caso 𝑦 seja par)
quanto ímpar (caso 𝑦 seja ímpar).
Assim, não se pode ter certeza de que a soma seja par ou ímpar como quer o enunciado.
b) 3𝑥 + 2𝑦
Exatamente o mesmo caso da alternativa a), a parcela 3𝑥 pode ser tanto par quanto ímpar, a
depender do valor de 𝑥 ser par ou ímpar.
c) 𝑥𝑦 + 1
O produto 𝑥𝑦 é, com certeza, par, pois temos a multiplicação de um número par e outro
ímpar, independente de qual é qual (são dois números consecutivos, lembra? Com certeza um par
e outro ímpar).
Sendo assim, o produto 𝑥𝑦 par somado a 1 resulta em um número ímpar e esse é nosso
gabarito!
d) 2𝑥𝑦 + 2
O produto 𝑥𝑦 é, como já vimos na alternativa anterior, par. O dobro desse produto, 2𝑥𝑦,
continua a ser par e, a soma de um número par a 2, resulta, novamente, em um número par.
O exercício pede a expressão que resulta em um número ímpar, então essa alternativa não
obedece ao critério solicitado.
e) 𝑥 + 𝑦 + 1
Essa é sutil. Perceba que temos, obrigatoriamente, um número par e um número ímpar entre
𝑥 e 𝑦.
Se somarmos 1 ao número ímpar, seja 𝑥 ou 𝑦, teremos um número par que, somado ao outro
par, soma par novamente, não atendendo à solicitação do enunciado de resultar em um número
ímpar.
Gabarito: c)
34. (Fuvest/1999)
Dados dois números reais a e b que satisfazem as desigualdades 1 ≤ 𝑎 ≤ 2 e 3 ≤ 𝑏 ≤
5, pode-se afirmar que
𝑎 2
𝑎) ≤
𝑏 5
𝑎 2
𝑏) ≥
𝑏 3
1 𝑎 2
𝑐) ≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 1
𝑑) ≤ ≤
5 𝑏 2
3 𝑎
𝑒) ≤ ≤ 5
2 𝑏
Comentários
Analisemos cada uma das alternativas.
𝑎 2
𝑎) ≤
𝑏 5
Para que essa desigualdade seja sempre verdadeira, analisaremos o pior caso possível, ou
seja, quando a fração 𝑎⁄𝑏 é a maior possível. Se mesmo com a maior fração possível ela ainda for
menor ou igual a 2⁄5, a desigualdade será verdadeira para quaisquer outros valores nos intervalos
dados.
Para que a fração 𝑎⁄𝑏 seja a maior possível, queremos o maior denominador possível, ou seja,
o maior 𝑎 possível, e o menor denominador, o menor valor de 𝑏.
Dos intervalos dados no enunciado, vemos que o maior valor para 𝑎 é 𝑎 = 2 e o menor valor
para 𝑏 é 𝑏 = 3. Assim, a desigualdade, em sua condição extrema, é dada ppor:
𝑎 2
≤
𝑏 5
2 2
≤
3 5
0, 6̅ ≤ 0,4
O que, claramente, é falso.
𝑎 2
𝑏) ≥
𝑏 3
Aqui o raciocínio é similar, porém invertido.
Se queremos a fração 𝑎⁄𝑏 maior que algo, a pior situação possível é a menor dessas frações
e esse caso se dá com o menor 𝑎 e o maior 𝑏 possíveis, ou seja, 𝑎 = 1 e 𝑏 = 5.
𝑎 2
≥
𝑏 3
1 2
≥
5 3
3 10
≥
15 15
0,2 ≥ 0, 6̅
Qualquer que seja sua notação favorita, percebe-se claramente a falsidade da inequação.
1 𝑎 2
𝑐) ≤ ≤
5 𝑏 3
Nessa alternativa, faremos duas comparações, uma para 1⁄5 ≤ 𝑎⁄𝑏 e outra para 𝑎⁄𝑏 ≤ 2⁄3.
Apenas para o caso de ambas serem verdadeiras, a alternativa será aceitável.
Lembre-se: para 𝑎⁄𝑏 maior que algo, usaremos a menor fração possível, ou seja, 𝑎⁄𝑏 = 1⁄5;
enquanto para 𝑎⁄𝑏 menor que algo, usaremos a maior fração possível, 𝑎⁄𝑏 = 2⁄3.
1 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 3
1 𝑎 𝑎 2
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 3
1 1 2 2
≤ ≤
5 5 3 3
𝑉 𝑉
Como, em ambas, temos ≤, ambas são verdadeiras, ou seja, a alternativa c) é o nosso
gabarito!
Vejamos o motivo de as restantes serem falsas...
1 𝑎 1
𝑑) ≤ ≤
5 𝑏 2
Mesmo raciocínio e condições anteriores:
1 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 2
1 𝑎 𝑎 1
≤ ≤
5 𝑏 𝑏 2
1 1 2 1
≤ ≤
5 5 3 2
𝑉 𝐹
Como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
3 𝑎
𝑒) ≤ ≤5
2 𝑏
3 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏
3 𝑎 𝑎
≤ ≤5
2 𝑏 𝑏
3 1 2
≤ ≤5
2 5 3
𝐹 𝑉
Novamente, como só uma parte é verdadeira, a alternativa é falsa.
Gabarito: c)
35. (Fuvest/1999)
Um nadador, disputando a prova dos 400 metros, nado livre, completou os primeiros
300 metros em 3 minutos e 51 segundos. Se este nadador mantiver a mesma velocidade média
os últimos 100 metros, completará a prova em
a) 4 minutos e 51 segundos. b) 5 minutos e 8 segundos.
c) 5 minutos e 28 segundos. d) 5 minutos e 49 segundos.
e) 6 minutos e 3 segundos.
Comentários
Novamente, aqui temos uma situação-problema que pode ser resolvida de diversas maneiras,
inclusive com a fórmula a posição do Movimento Uniforme MU que você já deve ter estudado nas
aulas de Física.
Daremos ênfase aqui em uma resolução dedutiva, sem a utilização da fórmula do MU. Caso
seja de seu interesse, resolva-a também pela fórmula, assim você aproveita para revisar o conteúdo!
Vamos lá.
Pelo enunciado, o nadador deverá chegar à marca dos 400 metros, mas ainda está na marca
dos 300 metros com um tempo de 3 minutos e 51 segundos.
Muito bem.
Se ele já nadou 300 metros, faltam 100 metros.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos, deve nadar 100 metros em um terço
desse tempo, ou seja, 1 minuto e 17 segundos, já que a suposição do exercício é a de que ele
mantenha a mesma velocidade média.
Se ele nadou 300 metros em 3 minutos e 51 segundos e ainda faltam 100 metros, nos quais
ele deve gastar mais 1 minuto e 17 segundos, seu tempo total será igual à soma de 3 minutos e 51
segundos a 1 minuto e 17 segundos.
Façamos essa soma com cuidado:
Minutos Segundos
3 51
+
1 17
4 68
Tome cuidado: nossa resposta seria, se em uma base decimal, 4 minutos e 68 segundos. No
entanto, sabemos que não contamos os segundos de um minuto de 100 em 100 e sim de 60 em 60.
Professor, como faço então?
Simples.
Os 68 segundos indicados na soma são, na verdade, 1 minuto e 8 segundos; esse minuto extra
é somado à resposta já obtida de 4 minutos, totalizando 5 minutos e 8 segundos.
Gabarito: b)
36. (Fuvest/1999)
Se a equação 8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0 tem raízes reais 𝑎 e −𝑎, então o valor de 𝑘 é:
9
𝑎)
4
𝑏) 2
9
𝑐)
8
𝑑) − 2
𝑒) − 4
Comentários
Muito bem. Nessa equação, sabemos que tanto 𝑎 quanto −𝑎 são raízes. Sejamos obedientes
e façamos as duas substituições de maneira separada:
Substituindo 𝑥 por 𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8𝑎3 + 𝑘𝑎2 − 18𝑎 + 9 = 0
Substituindo 𝑥 por −𝑎:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8(−𝑎)3 + 𝑘 (−𝑎)2 − 18(−𝑎) + 9 = 0
𝑎 = ±√9⁄4
𝑎 = ± 3⁄2
Perceba que, aqui, conseguimos 3 possibilidades para o valor de 𝑎, mas a questão nos
solicitou o valor de 𝑘, não de 𝑎.
Apesar de o valor de 𝑎 nos ajudar a alcançar o valor solicitado, de 𝑘, ainda não chegamos à
resposta.
Para conseguir o valor de 𝑘, como já conseguimos os valores de 𝑎, que são, na verdade, raízes
da equação, vamos fazer uma nova substituição para calcular o valor solicitado. Acompanhe.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 0:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
8. 03 + 𝑘. 02 − 18.0 + 9 = 0
9=0
𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑠í𝑣𝑒𝑙
Não sendo suficiente para calcular o valor de 𝑘 com essa substituição, avancemos para a
próxima substituição possível.
Substituindo 𝑥 por 𝑎 = 3⁄2:
8𝑥 3 + 𝑘𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 0
3 3 3 2 3
8. ( ) + 𝑘. ( ) − 18. ( ) + 9 = 0
2 2 2
27 9 3
𝟖. + 𝑘. − 𝟏𝟖. + 9 = 0
𝟖 4 𝟐
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
27 + 𝑘. − 27 + 9 = 0
4
9
𝑘. + 9 = 0
4
9
𝑘. = −9
4
𝟗. 4
𝑘=−
𝟗
𝑘 = −4
Gabarito: e)
37. (Fuvest/1997)
O menor número natural 𝑛, diferente de zero, que torna o produto de 3888 por 𝑛 um
cubo perfeito é
a) 6 b) 12 c) 15 d) 18 e) 24
Comentários
Novamente, traduzamos o texto em linguagem matemática:
Produto de 3888 por 𝑛 → 3888. 𝑛
Um cubo perfeito → 𝑦 3 , com 𝑦 ∈ ℕ.
Agora a equação completa:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
Aqui temos uma proposta ligeiramente diferente do que fizemos no exercício 04, apesar da
proximidade dos enunciados.
Nesse caso, fatoremos o 3888=24 . 35 = 23 . 21 . 33 . 32 .
Mas professor, por que você separou em mais de um fator de 2 e mais de um fator de 3?
Simples, jovem padawan, separamos assim para explicitar a potência de três, já que estamos
procurando justamente um cubo perfeito, lembra?
Voltemos à nossa equação principal:
3888. 𝑛 = 𝑦 3
24 . 35 . 𝑛 = 𝑦 3
23 . 21 . 33 . 32 . 𝑛 = 𝑦 3
Percebe que há termos cuja potência não são múltiplas de 3?
Para que tenhamos um cubo perfeito, seria interessante que todas as potências fossem
múltiplas de 3 e como o enunciado pede o menor 𝑛 possível, faremos com os menores fatores
possíveis.
23 . 21 . 22 . 33 . 32 . 31 = 𝑦 3
Perceba que substituímos o fator 𝑛 por 22 . 31 , deixando, assim, as potências todas múltiplas
de 3 e com as menores inserções possíveis, veja:
23 . 23 . 3 3 . 33 = 𝑦 3
O exercício solicitou o menor 𝑛 a ser multiplicado por 3888. Percebemos no desenvolvimento
que a menor inserção foi possível quando 𝑛 = 22 . 31 , ou seja, 𝑛 = 4.3 = 12, o que nos faz escolher
a alternativa b) como correta.
Perceba que, com a mesma situação, poderíamos ter muitas outras questões, como:
Qual é o cubo formado? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656)
O cubo formado tem qual base? (𝑦 3 = 3888.12 = 46656 → 𝑦 = 36)
Ressalto a importância de, após os cálculos, retornar ao enunciado e responder exatamente
o que foi perguntado, sobretudo em questões abertas. Fique de olho!
Gabarito: b)