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INSTITUTO SUPERIOR MUTASA

DELEGAÇÃO DE MANICA

SECTOR ACADÉMICO/PEDAGÓGICO

CADEIRA: HISTÓRIA SOCIAL E CULTURAL

Nome: Anita Gustavo

RESUMO: FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

1. Conceitos

Ciências Sociais é um ramo das ciências, que estuda os aspectos sociais do mundo
humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui antropologia,
sociologia, ciência política, estudos da comunicação, marketing, administração,
arqueologia, geografia humana, história, ciência da religião, contabilidade, economia,
direito, psicologia social, filosofia social, e serviço social.

As Ciências Sociais nos ajudam a “limpar a lente” para enxergarmos melhor as


diferentes realidades com que convivemos. Elas têm como objeto de estudo tudo o que
diz respeito às culturas humanas, sua história, suas realizações, seus modos de vida e
seus comportamentos individuais e sociais. Elas ajudam a identificar e compreender os
diferentes grupos sociais, contextualizando seus hábitos e costumes na estrutura de
valores que rege cada um deles.

As áreas constitutivas das ciências sociais:

1. Sociologia;
2. Antropologia e;
3. Ciência Política.
i. A Sociologia estuda o homem e o universo sociocultural, analisando as inter-
relações entre os diversos fenômenos sociais.
ii. Na Antropologia privilegiam-se os aspectos culturais do comportamento de
grupos e comunidades.

2. Na Ciência Política analisam-se as questões ligadas às instituições políticas.


Conceitos de poder, autoridade, dominação, autoridade são estudados por essa
ciência.

2. Comparação entre os enfoques das Ciências Naturais e das Ciências Sociais

Ao contrário das Ciências Naturais, as Ciências Sociais lidam não apenas com o que se
chama de realidade, com fatos exteriores aos homens, mas igualmente com as
interpretações que são feitas sobre a realidade. Neste sentido, no que se refere ao objeto
de estudo e, consequentemente ao método de investigação, as ciências sociais diferem
bastante das ciências naturais.

Tal diferença, aliás, suscita intensos debates quanto à validade e o rigor científico do
conhecimento produzido pelas ciências sociais. Os argumentos utilizados têm como
princípio epistemológico a dificuldade de reconhecê-las como verdadeiras ciências, à
medida que elas tratam com eventos complexos, de difícil determinação, uma vez que
envolvem valores e significados socialmente dados.

3. A importância do estudo socioantropológico na compreensão da realidade

O conhecimento científico da vida social não se baseia apenas no fato, mas na


concepção do fato e na relação entre a concepção e o fato. Por estudar a ação dos
homens em sociedade, de seus símbolos, sua linguagem, seus valores e cultura, das
aspirações que os animam e das alterações que sofrem, as Ciências Sociais constituem
ferramenta importante para o desenvolvimento de compreensão crítico-reflexivo da
realidade.

Por essa razão, cada vez mais as Ciências Sociais são utilizadas em diversos campos da
atividade humana. Campanhas publicitárias, campanhas eleitorais, elaboração de
políticas públicas, até mesmo a programação de redes de rádio e televisão levam cada
vez mais em conta resultados de investigações sócio-antropológicas, à medida que estas
buscam entender as pessoas envolvidas em cada uma dessas atividades, suas crenças,
valores e ideias.

4. Problemas Sociais e Problemas sociológicos

Sabem que vários problemas que nos afetam individualmente são compartilhados por
outros tantos indivíduos, constituindo-se, por assim dizer, problemas sociais. Entretanto,
existe uma diferença entre problemas sociais e problemas sociológicos. O “problema
social” designa comumente algo que atinge um grupo, ou uma categoria de indivíduos,
as drogas, por exemplo.

Já os problemas sociológicos são o objeto de estudo da Sociologia enquanto ciência, a


qual se debruça sobre esses para compreender suas características gerais. O problema
sociológico é uma questão de conhecimento científico que se suscita e resolve no
âmbito da sociologia.

Só são problemas científicos as questões formuladas de tal modo que as respostas a elas
confirmem, ampliem ou modifiquem o que se tinha por conhecido anteriormente. Isto
significa dizer que apenas os cientistas estão em condições de enunciá-las e resolvê-las;
que a sua formulação como a sua solução pressupõem um esforço metódico de
pesquisa. Podemos concluir, portanto, que todo problema social pode ser um problema
sociológico, mas nem todo problema sociológico é um problema social.

5. O papel do indivíduo na sociedade

A perspectiva socioantropológica aponta para uma relação dialógica entre indivíduo e


sociedade. Não existem sociedades sem indivíduos e os indivíduos só se tornam
verdadeiramente humanos por meio da socialização, processo pelo qual um indivíduo se
torna um membro ativo da sociedade em que nasceu, isto é, comporta-se de acordo com
determinados atributos pré-concebidos.

O indivíduo, assim, desempenha na realidade um papel duplo em relação à cultura.


Segundo Ralph Linton (O indivíduo, a cultura e a sociedade), em circunstâncias
normais, quanto mais perfeito seu condicionamento e conseqüente integração na
estrutura social, tanto mais efetiva sua contribuição para o funcionamento uniforme do
todo e mais segura sua recompensa. Entretanto, as sociedades existem e funcionam num
mundo em perpétua mudança.

6. O conceito de cultura

O conceito de cultura é uma preocupação intensa atualmente em diversas áreas do


pensamento humano, no entanto a Antropologia é a área por excelência de debate sobre
esta questão.

7. Relativismo cultural

É a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar compreender a


lógica da vida do outro.

8. Diversidade cultural e globalização

Conforme estudado no capítulo anterior, em todas as sociedades humana percebemos a


existência de diversos hábitos, costumes, linguagem, estilos de vida. Essa
multiplicidade de formas de ver, sentir e se inserir no mundo denomina-se diversidade
cultural.. Como consequência das grandes transformações verificadas com a expansão
do processo de globalização nas últimas décadas, o mundo tornou-se, cada vez mais,
marcado pela diversidade cultural e a convivência de diferentes formas de agir, de
padrões culturais, de estilos de vida.

9. O espírito humano, em seu esforço para explicar o universo, passa


sucessivamente por três estados:

i) teológico ou religioso: explica os fatos por meio de vontades análogas à nossa


vontade (a tempestade. p.e., será explicada por um capricho do Deus dos ventos, Êolo):
Este estado evolui ao fetichismo, politeísmo e ao monoteísmo.

ii) metafísico: substitui os deuses por princípios abstratos como “o horror do vazio” por
longo tempo atribuído à natureza. A tempestade, p.e., será explicada pela virtude
dinâmica do ar. São igualmente metafísicas as tentativas de explicação dos fatos
biológicos que partem do “princípio vital”, assim como as explicações das condutas
humanas que partem da noção de “alma”. O homem projeta espontaneamente sua
própria psicologia sobre a natureza.
iii) positivo: é aquele em que o espírito renuncia a procurar os fins últimos e procura
responder aos últimos “porquês”. Contentar-no-emos em descrever como os fatos se
passam, em descobrir as leis (exprimíveis em linguagem matemática) segundo as quais
os fenômenos se encadeiam uns aos outros.

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