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Parcerias Globais

para o
desenvolvimento
sustentável
E suas implementações no
Brasil
sumário

01 Introdução

02 Efeito Covid

03 Parcerias no Brasil

04 Governo Bolsonaro x
Desenvolvimento
Sustentável
Foto: United Nations

Em setembro de 2015, a Organização das


Nações Unidas (ONU), em conjunto com 193 estados
membros formularam a Agenda para o
Desenvolvimento Sustentável. Esses países se
comprometeram pelos próximos 15 anos a trabalhar
em parceria pelo desenvolvimento, sobretudo pela
erradicação da pobreza. Inspirada pelo Rio +20,
esses objetivos tiveram a participação da sociedade
civil, cientistas e das Nações Unidas.
No total foram 70 países envolvidos na
construção desse plano, o que resultou em 17
objetivos com 169 metas. Esses estabelecem um
roteiro rumo à sustentabilidade, e estão inter
relacionados e envolvem: social, econômico e
ambiental.
Dentro desses objetivos, o 17
Parceiras e Meios de
Implementação refere-se às
parcerias em níveis globais que
possibilitam a implementação das
outras 16 açoes. Por acreditar que
é só possível atingir essas metas

estabelecidas pela ONU por meio de uma


colaboração entre países desenvolvidos, em
desenvolvimento e subdesenvolvidos. O que envolve
cinco eixos, o da finanças, comércio, tecnologia,
capacitação e questões sistêmicas.
Na meta 17.2, estabelece que países da
Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD)
forneçam no mínimo 0,7% de sua renda nacional
bruta aos países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos. Os dados de 2018 fornecidos
pelo Comitê de Assistência ao Desenvolvimento
(CAD) mostra os maiores colaboradores da AOD.
Conforme ilustra no gráfico abaixo:

Adicionar um título

Foto: United Nations

Infografico: United Nations

A Suécia foi o que mais contribuiu com o índice


de 1,04%, em segundo a Noruega com 0,94% e em
seguida a Dinamarca, Alemanha e Holanda. Já os
países menos ativos em 2018 foram a Grécia,
Eslováquia e Polônia que ajudaram com 0,13%.
Essa porcentagem é afetada pela economia do
país, por exemplo a Grécia possui o PIB (Produto
Interno Bruto) de 218 bilhões de dólares, um dos
mais baixos da europa. Já a Suécia possui o PIB de
556,1 bilhões e é o país que mais ajudou ao fundo de
desenvolvimento.
A contribuição de um país não é relacionada
apenas com a questão econômica, mas também
política. O Estados Unidos, por exemplo, possui o
PIB de 20,54 trilhões, apesar disso está na escala
de países que menos contribui a AOD, com o índice
de 0,16%, mesmo número que a Eslovênia que têm o
PIB de 54,1 bilhões.
Já os dados de 2019 disponibilizados pela ONU,
mostram que a contribuição da AOD totalizou 147,4
bilhões de dólares, e não teve aumento
significativo comparado com 2018. Porém, a ajuda
aos países do continente Africanos subiram 1,3% e a
ajuda a países menos desenvolvidos cresceu 2,6%.

Ajuda para
ODA países em
desenvolvimento
Totalizou cresceu em:
Ajuda para o
147$ continente
Africano
Bilhões cresceu em:
Em 2019

Quase
o mesmo de 1.3% 2.6%
2018 2018
2018
Infografico: United Nations

O Brasil é um dos países em desenvolvimento que


coopera com a ODA, em 2018 recebeu cerca de 687
milhões de dólares. O dinheiro vem por meio de
empréstimos e de órgãos oficiais dos membros da
CAD.
Essa ajuda é essencial para os países que têm
recursos escassos e não conseguem se inserir no
mercado internacional. Assim, o AOD acaba se
tornando a principal fonte de financiamento para o
desenvolvimento desses países. A alta dependência
da AOD é problemática, visto que esses países
ficam dependentes da ajuda financeira e
vulneráveis a da sua flutuação. Em alguns casos,
pode ser que o país não seja dependente dessa
colaboração, mas algum setor estratégico sim.
Efeito
covid 19

Foto: United Nations

A dependência financeira da AOD de alguns países


subdesenvolvidos vai ser mais visível pós-efeito
pandemia, visto que segundo as projeções da ONU, os
investimentos em desenvolvimento sustentável deve cair
em 40%. Os países que mais receberam contribuição da
ODA em 2018 foram a Etiópia com 4,12 bilhões,
Afeganistão 4,06 bilhões e Turquia 3,61.

Etiópia

Afeganistão

Turquia
0

00
0

0
0

0
.

.
Além disso, estima-se que cerca de 71 milhões de
pessoas voltem a pobreza extrema este ano, isso não
acontecia desde 1998, de acordo com o relatório da
ONU. O do Subsecretário-Geral para Assuntos
Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin afirma que a COVID
19 é um lembrete da importância das corporações
globais e que a pandemia traz ensinamento “Nossa
resposta coletiva à pandemia pode servir como um
“aquecimento” para nossa preparação na prevenção de
uma crise ainda maior - isto é, a mudança climática
global, cujos efeitos já estão se tornando muito
familiares".
Nos dias 19 e 21 de outubro de 2020, 5 mil pessoas
de 100 países se reuniram de forma virtual no Fórum
Mundial de Dados da ONU para discutir medidas de
resposta a COVID 19. A importância das cooperações
globais foram novamente reafirmadas com destaque
para o Plano de Ação Global da Cidade do Cabo para
Dados de Desenvolvimento Sustentável (CTGAP).

Parcerias no Brasil
Alguns projetos de parcerias globais foram
implementados justo por causa dos efeitos da COVID 19.
Esse é o caso do projeto Dom Távora financiado pelo
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, que
fornecem assessoria e capacitação para agricultores
familiares de 15 municípios no estado do Sergipe, que
tiveram sua renda prejudicada pela pandemia. O
principal desafio enfrentado por agricultores era
converter seus produtos em negócio, por isso o projeto
conta com especialistas em marketing que ajudou as
vendas a crescerem 50%. A ação também oferece para
os jovens filhos de agricultores uma capacitação em
sustentabilidade e tecnologia para que esses consigam
ajudar a família.
Foto: Dom Tavora

Pequi e sustentabilidade
Os povos indígenas Kisêdjê depois de muita luta
conseguiram retornar às suas terras, na bacia do rio
Pacas, no município de Querência, Mato Grosso. Porém,
eles tiveram que reconstruir a floresta do zero, uma vez
que ela estava devastada pela invasão de fazendeiros.
E o pequi, teve papel fundamental nisso, esse fruto
típico do cerrado brasileiro foi plantado para recuperar
o solo empobrecido da floresta, e ao mesmo tempo gerar
renda sustentável e alimento para a comunidade, no
total foram mais 3,000 árvores de pequizal plantados.
Em 2011, os Kisêdjê criaram o projeto de extração o
projeto de extração do óleo do pequi, com o suporte
técnico do Instituto Socioambiental (ISA) e apoio
financeiro do Grupo Rezek e Instituto Bacuri. Foi
instalado na aldeia Ngôjhwêrê uma miniusina, mas o
processo de extração do óleo não é todo industrial e
conta também com métodos tradicionais.
Rogério Assis-ISA

A sua comercialização acontece em importantes redes


como para o supermercado Pão de Açúcar, empresa de
cosmético New Harmony e ao restaurante Dalva&Dito
em São Paulo. E também exportado para Culinary
Culture Conections, nos Estados Unidos. O pequi é rico
em vitamina A e ômega 9, e seu óleo pode ser usado
como tempero em conserva e até mesmo em cosméticos.
A renda integral do produto é destinada para a
Associação Indígena Kisêdjê (AIK)
ASI-sissA oirégoR

Em 2019, a AIK venceu o Prêmio Equatorial realizado


pela ONU, a associação foi reconhecida por sua ação de
combate às mudanças climáticas e desenvolvimento
sustentável. “Quando a gente falava que ia plantar
pequi, muitas pessoas disseram que ia demorar muito
para dar resultado. E eu respondia: não estou plantando
para mim, mas para o futuro” disse Yaiku Suyá,
coordenador de alternativas econômicas da Associação
Indígena Kisêdjê, no discurso da premiação.
Governo Bolsonaro X
Desenvolvimento
Sustentável
O Fundo Amazônia era o exemplo mais bem sucedido
no Brasil de parcerias globais para o desenvolvimento
sustentável, tendo a Noruega e Alemanha como
principais colaboradores. Foram mais de 3,1 bilhões de
dólares recebidos, até o governo do presidente Jair
Bolsonaro e seu ministro Meio Ambiente Ricardo Salles
tentar mudar o modo de gerir os recursos, o que
provocou a paralisação nas doações. O Fundo serve
para captar doações para serem usadas para
monitoramento e combate ao desmatamento e uso
sustentável da floresta.
O valor doado é equivalente a diminuição do
desmatamento, antes da suspensão da doação 95
projetos eram beneficiados pelo Fundo. Essa interrupção
da ajuda do Fundo Amazônia, prejudica financeiramente
a gestão do Ibama, de bombeiros, polícia para
fiscalização da flores e ONGs que trabalham com
comunidades locais. Como o Centro de Trabalho
Indigenista, formada por antropólogos e indigenistas,
que atuam no controle territorial, gestão ambiental e
afirmações étnicas.
As políticas ambientais no Brasil têm sofrido
retrocesso, desde das eleições presidenciais, Jair
Bolsonaro têm agido em desacordo com a Agenda para o
Desenvolvimento Sustentável da ONU, e inclusive se
mostrou contrário ao Acordo de Paris. Portanto, os
projetos progressistas em pró de um sociedade mais
justa são emancipados do âmbito governamental, e fica
a cargo de indivíduos e ONGS.
Fonte
Organização das Nações Unidas.
Disponível:
https://www.un.org/

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