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Autoras
Aula
01
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g ) Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
Arte e Ilustração
Projeto Gráfico
Adauto Harley
Ivana Lima
Carolina Costa
Revisores de Estrutura e Linguagem Heinkel Hugenin
Janio Gustavo Barbosa Leonardo Feitoza
Eugenio Tavares Borges
Diagramadores
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Elizabeth da Silva Ferreira
Revisora das Normas da ABNT Ivana Lima
Verônica Pinheiro da Silva Johann Jean Evangelista de Melo
José Antonio Bezerra Junior
Revisores de Língua Portuguesa
Mariana Araújo de Brito
Flávia Angélica de Amorim Andrade
Janaina Tomaz Capistrano Adaptação para Módulo Matemático
Kaline Sampaio de Araújo Joacy Guilherme de A. F. Filho
Samuel Anderson de Oliveira Lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
Caro Estudante
A metodologia da pesquisa instrumentaliza o aluno/pesquisador na elaboração e
apresentação de suas intenções de estudo bem como na construção do conhecimento e
sistematização de seus relatórios de pesquisa.
As autoras
Objetivos
Pretende-se, ao término desta aula, que você sinta-se capaz de:
Atenção!
O Conhecimento
A busca do conhecimento é a busca eterna do Homem. Neste processo evolutivo,
o homem ousou questionar suas verdades e filosofou, ousou experimentar
e descobriu o conhecimento empírico, estabeleceu regras e fez ciência e
implementou tecnologias; e tudo isso movido pela curiosidade, pesquisou, e foi
através da pesquisa, experiências e experimentações que avançamos da barbárie
à compreensão do mundo que nos cerca. Assim, por isso é importante manter-se
sempre a chama da investigação, independente do domínio da necessidade, pois
ambas possuem um encontro perfeito quando produz no Homem a necessidade
de criar, produzir novos métodos e técnicas e por conseguinte: fazer ciência e
refletir seu estar no mundo (BOENTE; BRAGA, 2004)
O ato de Pesquisar
O
s seres humanos em todo e qualquer contexto histórico sempre buscam descobrir as
circunstâncias e as características do mundo em que estão inseridos. Assim, a procura
do conhecimento, da felicidade e da beleza é uma constante na vida da humanidade.
A investigação ou a procura de novos conhecimentos é próprio do ser humano, o homem é
um ser inquieto na procura pelo saber, embora os caminhos a percorrer para satisfazer essa
procura que é característico da inquietude humana, sejam como pontuava Hume no século 17,
suaves e pacíficos; as tarefas a desempenhar para conseguir avançar nesse caminho, exigem
compromisso e dedicação para se fazer história.
Reflita!!!
É na medida em que se vive num meio sobre o qual é possível agir, no qual
é possível, com o outros, discutir, decidir, realizar, avaliar. Que são criadas as
condições mais favoráveis ao aprendizado (LIBEWRT, 1994).
Da mesma forma,
Atividade 1
A partir dessa perspectiva elucidada sobre o ato de pesquisar, faça uma análise da
aventura histórica do homem na busca do conhecimento através da investigação, tendo como
fio condutor analítico a música da Caetano Veloso: Os Argonautas, sendo mais um deles a
navegar com ousadia no oceano da pesquisa.
Os Argonautas
(Caetano Veloso)
A Pesquisa Científica
A
pesquisa científica diz respeito à capacidade de produzir conhecimento adequado à
compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social. É o resultado
de um processo investigativo, cujo principal objetivo é resolver problemas e esclarecer
dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos. A investigação se caracteriza como
a composição do ato de estudar, observar, analisar e experimentar os fenômenos, deixando de
lado uma concepção estruturada a partir de visões superficiais, imediatas e subjetivas.
Assim, a pesquisa é definida “como uma forma de estudo de um objeto. Estudo sistemático
e realizado com a finalidade de incorporar os estudos obtidos em expressões comunicáveis e
comprovadas aos níveis do conhecimento obtido” (BARROS; LEHFELD, 1999, p.30).
Também, a pesquisa pode significar “[...] condição de consciência crítica e cabe como
componente necessário de toda proposta emancipatória. Não se trata de copiar a realidade,
mas reconstruí-la conforme os nossos interesses e esperanças” (DEMO, 2002, p.40).
Atividade 2
A partir da perspectiva do texto acima, faça uma análise da aventura do conhecimento
Um certo olhar através da educação, tendo como fio condutor fragmentos do poema: Um certo olhar sobre
sobre a pesquisa
a pesquisa, de Martin Gerard e interprete olhares que devemos ter acerca de pesquisa.
LAVILLE, C.; DIONNE, j.
A construção do saber.
Tradução de Heloísa Que alegria diz a Eternidade.
Monteiro e Francisco Ver o filho de minha esperança
Settineri.
Apaixonar-se pela pesquisa,
Porto Alegre: Artes Pois em sua mente
Médicas, 1999. Coloquei inúmeros de meus sonhos
E gostaria tanto que se tornasse realidade.
A pesquisa,
É ao mesmo tempo, trabalho e reflexão
Para que os homens
Achem todos um pouco de pão
E mais liberdade,
Também é o olhar para o passado
Para encontrar nos antigos
Alguns grãos de sabedoria
Capazes de germinar
No coração dos homens de amanhã.[...]
A pesquisa
Diz finalmente a Eternidade,
É o trabalho do jardineiro
Que quer se tornar
No jardim de minha criação
O parceiro de minhas esperanças
Atividade 3
Um turista fica admirado com a paisagem do Pico das Agulhas Negras ou um alpinista
que escala uma montanha e sente-se cansado, se questiona da altitude e diz somente que está
desgastado. Outro indivíduo observa um maciço constituído de certas categorias de rochas,
situado em determinado conjunto orográfico, submetido a certas condições climáticas, que
determinam certa distribuição de vegetação, originando certos modos de ocupação do solo
pelos homens e tornando possíveis certos produtos.
A pesquisa como
Descoberta e Criação
A
pesquisa caracteriza-se como uma descoberta do mundo, da realidade e do cotidiano,
uma criação e reelaboração de uma concepção de mundo, com sujeitos capazes de
apropriar-se do saber com autonomia e habilidade para manejar e produzir conhecimento
em sentido, ativo, produtivo e construtivo. Assim, Demo (2002, p.32), afirma que “[...] a
pesquisa é a arte de questionar de modo crítico e criativo, para melhor intervir na realidade”.
Desse modo:
Enquanto educador, como é possível superar a pedagogia da cópia, pensar que,
tendo lido os outros, ou tendo escutado aulas, copiando aulas copiadas, os
educandos são capazes de “aprender a aprender” adquirindo a instrumentalização
necessária e conteúdo científico? Reflita!
Atividade 4
Leia com atenção o texto abaixo:
Falta a essência: Ciência e educação. Professor, stricto sensu, é um formador de
formadores, por razão científica e educativa. A razão científica encontra-se na
construção da capacidade de produzir ciência com criatividade, ocupando postura
de sujeito do processo científico, não de objeto. A razão educativa aparece na
habilidade de motivar processo emancipatório, que viceja apenas em ambiente de
sujeitos críticos e criativos. A relação de autoridade – que sempre existe – precisa
existe – precisa ancorar, não na distinção falsa entre alguém que ensina e outro
que aprende, mas na competência superior, comprovada, visível do professor,
frente a um aluno que está começando a vida acadêmica (DEMO, 2002, p.140).
1.
sua resposta
2.
A pesquisa como
Princípio Educativo
Outro horizonte da pesquisa é princípio científico e educativo, através da geração de
ambiência para estratégia de geração de conhecimento e de emancipação do sujeito no diálogo
com a realidade e na formação da cidadania.
Assim, a escola que vivencia o princípio educativo pela pesquisa configura-se como um
espaço de formação de sujeitos capazes de questionar e promover uma revolução das mentes
que deverão abrir-se para uma realidade que buscar o saber, confia em si, gosta de si, com
consciência da riqueza de suas potencialidades, com razões para aprender de coração e de mente.
Atividade 5
A partir do enfoque abordado, analise o poema e faça uma relação com o princípio
educativo da pesquisa.
Mestre
Maria Luíza Silveira Teles
Mestre Mestre,
teu verbo deve ser revelação
TELES. L. S. Sociologia
e em teu ensinamento
para jovens: iniciação à
sociologia, Petrópolis, RJ :
deve viver o perfume de teu espírito.
Vozes, 1993. Se não podes dar a teu discípulo
tuas próprias asas,
dá-lhe o anseio de voar
e contenta-se em ser
a mais humilde pedra
Que sustentará a sua galgada.
Tu tens que caminhar com ele,
lado a lado,
na estrela do saber.
Se tens mensagem,
tuas palavras jamais se perderão no tempo
e as sementes do teu verbo
germinarão na terra dos corações
E tu serás eterno...
Mas, ah!
Se não conheces o sentido da vida
e se em ti não existe fé;
se não foste fermentado pela dor,
se te preocupas com coisas,
e estás cristalizado em “ tuas verdades”,
melhor seria que não tivesse nascido...
Pois, de que vale a flor que não dá seu néctar
e nem se torna fruto?
Guisa Reflexiva!!!
O que se impõe à pedagogia neste momento é a tarefa de desenvolver práticas
pedagógicas que projetadas, refletidas, desenvolvidas e avaliadas à luz do projeto
histórico da sociedade, permitam estabelecer as bases de uma teoria pedagógica
que dê sustentação a uma nova práxis educativa efetivamente transformadora
(SUELI MAZILLI).
Resumo
Nessa aula buscamos apresentar ao estudante, uma proposta metodológica
para o desenvolvimento da pesquisa científica, que não deve ser vista como
um amontoado de dados ou uma simples transmissão de informações, mais
um instrumento exeqüível com capacidade de produzir conhecimento adequado
à compreensão de determinada realidade, fato, fenômeno ou relação social.
É o resultado de um processo investigativo, cujo principal objetivo é resolver
problemas e esclarecer dúvidas, mediante a utilização de procedimentos
científicos,conduzindo o estudante a um diálogo criativo com dúvidas e
interrogações, condição necessária para a formação cidadã. Contribuindo
sobremaneira para a reflexão, debate e o enriquecimento da linguagem e
pensamento, pois os dois processos estão interligados. Também para conhecer,
saber, criar e pesquisar... E assim, encontrar prazer na criatividade, na sua
engenhosidade e a alegria de descobrir e aprender. Navegar é preciso...
Autoavaliação
A partir das discussões dos textos apresentados esperamos que você tenha
assimilado as mensagens emitidas. Agora construa seu próprio texto, a partir
das idéias sobre a temática pesquisa a partir dos eixos discutidos:
Sugestões de Leitura
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
Referências
BARROS, A. J. da S.; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia científica: um guia
para a iniciação científica. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2000.
______. Desafios modernos da educação. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
LUCKESI, C. C. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 12. ed. São Paulo:
Cortez, 2001.
MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
Anotações
A trajetória da
ciência e seus paradigmas
Autoras
Aula
02
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Arte e Ilustração
Projeto Gráfico
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Janio Gustavo Barbosa Leonardo Feitoza
Eugenio Tavares Borges
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Elizabeth da Silva Ferreira
Revisora das Normas da ABNT Ivana Lima
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VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
Prezado(a) Aluno(a)!
N
Esta aula discutiremos o conceito de ciência e a sua trajetória, com base em alguns
autores, como Thomas Kuhn. Neste sentido, destacaremos aspectos da história
científica da antiguidade à atualidade, tendo em vista a presente crise de paradigma e
as perspectivas antropológicas hoje.
Caminhos a percorrer...
Objetivos
Pretende-se, ao final desta aula que você tenha compreendido:
Os objetivos da Ciência
como resultado da Relação Sujeito e Objeto
A
era do conhecimento em que vivemos tem como objeto a ciência, a qual tem a pesquisa
científica como atividade propulsora. Os objetivos da ciência consistem em afirmar que
é possível o alcance do conhecimento dos objetos reais situados no tempo e no espaço.
Estes objetivos são determinados pela necessidade que o homem possui de compreender e
controlar a natureza e as coisas do universo.
Os fatos que podem ser conhecidos fazem parte do nosso cotidiano, os produzimos na
rotina de cada dia. Por vezes, podemos criá-los com a finalidade de estudá-los, como ocorre em
situações experimentais de laboratórios. “Entretanto uma grande parte dos esforços, realizados
pela ciência, destina-se ao conhecimento de fatos que já existem, produzidos pela natureza, e
que o homem ainda desconhece ou, pelo menos, não sabe todo o alcance de suas implicações.”
(RUDIO, 1999, p. 10, grifo do autor).
O papel do sujeito e a relação com o objeto é discutido pela epistemologia, para fazer
referência a estes dois pólos envolvidos na produção do conhecimento. Epistemologia,
no sentido etimológico da palavra, significa: discurso ou estudo (logos) sobre a ciência
(episteme). Assim, a epistemologia procura estudar a origem do conhecimento científico
e sua validade. Como disciplina filosófica faz permanente reflexão sobre a problemática do
conhecimento, das relações entre sujeito e objeto na busca do conhecimento, especialmente
do conhecimento científico.
As ciências elaboram suas teorias que, além de apresentar uma explicação científica dos
fatos, também, podem nos levar a novas inquietações na busca do conhecimento de fatos
que ainda não foram suficientemente explicados. Tal orientação leva o estudante a focalizar
sua atenção sobre determinado enfoque teórico específico durante a trajetória acadêmica,
passando a constituir tema importante para futura pesquisa.
Assim, podemos definir ciência como o saber sobre um objeto determinado construído
pela pesquisa. Resulta da utilização adequada de métodos capazes de descrever, analisar,
controlar, prever fatos e buscar soluções para os objetos detectados pelo homem nas diversas
realidades que o cerca.
Atividade 1
Elabore um esquema do texto acima.
Atenção!!!
Realidade Empírica
Significa tudo que existe e que pode ser conhecido através da experiência.
Universo material, físico, naturalmente perceptível pelos órgãos dos sentidos,
ou mediante a ajuda de instrumentos de investigação, verificável na prática por
demonstração, observação ou experimentação.
Sujeito Objeto
Pesquisa científica
Conhecimento científico
Atividade 2
Interprete a figura acima.
Paradigmas da Ciência
A trajetória da ciência alcança seu apogeu no século XIX, com o domínio das ciências
da natureza, o ritmo e o número das descobertas. Tais descobertas e suas aplicações práticas
modificaram profundamente a fisionomia do século.
Para alcançar este patamar, podemos pensar a trajetória da ciência com base em três
paradigmas: o paradigma teocêntrico, o paradigma antropocêntrico e o paradigma ecocêntrico.
Nesses paradigmas norteadores da trajetória da ciência poderemos identificar as revoluções
científicas.
Quando a teoria se impõe como adequada, torna-se modelo a partir do qual novas
descobertas são realizadas. O conhecimento é, então, acumulado, à medida que os novos
resultados são produzidos não se contrapõem aos princípios básicos que constituem
o paradigma. Durante muito tempo, por exemplo, pesquisadores da área da física
trabalharam a partir do modelo newtoniano, ampliando-o, sem, no entanto, colocá-lo em
questão. [...] fase normal da ciência.
Quando resultados diferentes dos esperados – as anomalias – começam a aparecer, o
paradigma vigente começa a entrar em crise. [...] o conjunto de anomalias acaba por
produzir uma revolução científica. A teoria copernicana, que substituiu a explicação
geocêntrica pela heliocêntrica, assim como a de Einstein, que rompeu com o modelo
newtoniano de física, são exemplos de revoluções científicas, pois apontaram a
insuficiência dos paradigmas ou modelos explicativos anteriores e estabeleceram novos
critérios para elaboração de procedimentos de pesquisa da realidade.
Mais ainda, elas mostram que os resultados científicos não são definitivos e que os
cientistas não param de pensar e discutir consigo mesmo e com seus pares; ou de buscar,
ainda, outros modos de formular os conceitos ou interpretações. Isso se aplica para toda a
pesquisa, tanto nas ciências da vida quanto nas ciências da terra.
Curiosidades!!!
As ciências da Terra, da qual faz parte a geomorfologia, tratam da reconstrução,
valendo-se das evidências disponíveis, da sequencia de eventos que ocorreram
na superfície da terra, ou debaixo dela, deram origem às formas e materiais que
fazem parte dela. Para isso, a Geomorfologia recorre a evidências disponíveis
e a partir delas, enuncia sequencia de fatos que os geomorfólos acreditam
verdadeiros. Na realidade, não há como provar, de forma conclusiva, que os
eventos aconteceram ou se aconteceram à ordem suposta. Desde a época em
que a crença na criação divina da Terra foi destruída, nunca mais houve consenso;
houve e há discussão, controvérsia e substituição regular de paradigmas ou
modelos. Prova disso são os modelos descartados nos últimos trezentos anos,
entre eles o catastrofismo e teorias sobre a formação das montanhas, ciclo de
erosão ou a divisão de períodos do pleistoceno (COLTRINARI, 2002, p.116).
Atenção!!!
Paradigmas são “[...] as realizações científicas reconhecidas que, durante algum
tempo, fornecem problemas e soluções modelares para a comunidade” (KUHN,
1998, p.13).
Atividade 3
A revolução científica é um fenômeno semelhante a uma espiral. Enumere, no desenho
abaixo em forma de espiral, as fases que podem ocorrer em um paradigma, segundo Kuhn.
Paradigmas da
Trajetória da Ciência
Paradigma Teocêntrico
O paradigma teocêntrico foi o primeiro modelo de ciência dominante entre a Antiguidade
e Idade Média. Esse paradigma supõe que a verdade tem como centro o mundo de Deus (Teo),
enquanto o conceito de universo era o geocêntrico (Terra).
Este paradigma foi predominante até o final da Idade Média. A concepção da ciência e dos
métodos de constituição do saber, no decorrer dos séculos que seguem à Antiguidade Grega,
pouco progresso é digno de nota O conhecimento adotado era o meio termo entre religião e
ciência que correspondeu à interpretação de Santo Tomás de Aquino, dos preceitos filosóficos
de Aristóteles, enquanto que as interpretações apresentavam uma conciliação entre razão e fé
subordinadas aos dogmas do cristianismo (CARDOSO, 1995).
GIORDANO BRUNO
O filme relata os últimos dias da vida de Giordano Bruno, quando foi perseguido, preso
e condenado pela Santa Inquisição, por ter escrito livros contra o dogmatismo da Igreja.
Paradigma Antropocêntrico
Neste paradigma a verdade está, mais especificamente, com o homem (Antropos). Em
outras palavras, o homem preterido na Idade Média por Deus, passa a ser o centro das atenções
dos pensadores e homens da ciência.
Na Idade Moderna conduz a encarar novos pontos de vista que irão florescer no século
XVII: O homem acumulador de conhecimento oriundo das inquietações do cotidiano se coloca
como capaz de descobrir o modo de funcionamento da natureza, como já vinha descobrindo
outros povos, continentes e terras.
EMPIRISMO
Relaciona-se ao Conhecimento obtido por meio dos sentidos, pela experiência sensível.
Curiosidades
Galileu Galilei (1564 – 1642) - Considerado o pai da ciência moderna, sofreu
hostilidade dos sábios de sua época, por acreditar que o cientista deve provar na
prática tudo o que afirma. Para refutar a teoria geocêntrica (aterra como centro do
universo) desenvolveu argumentos que encontrou nas obras de Nicolau Copérnico
(1473 – 1543). Valendo-se de um telescópio (que inventou ou redescobriu) com
a capacidade para aumentar até mil vezes a imagem observada, conseguiu ver
as fases de Vênus: isto veio confirmar a teoria de Copérnico de que esse planeta
girava em torno do sol e que a terra não era o centro do universo (concepção
heliocêntrica do universo).
A observação da queda da maçã, que teria inspirado Isaac Newton, ao que denominou “lei da A observação da
queda da maçã
gravidade universal”. No lugar das “leis divinas” surgem a noção de leis da natureza e a idéia
de que a ciência tem por objetivo definir suas leis. Figura do livro de Laville
e Dionne citado nas
referências.
Atividade 4
O que mudou na ciência com a transformação do Paradigma teocêntrico para o
antropocêntrico?
N
esse paradigma, o homem passa a ser um fio na grande teia da vida. Novos conceitos
da relação homem e meio ambiente passam a ser considerados para “o fazer” ciência
no final do século XIX e início de século XX. A concepção de mundo está fundamentada
no conceito que se tem de universo (ECO).
As mudanças e os melhoramentos são notáveis a vida humana. Por outro lado, vivemos
numa sociedade sem limites para o progresso científico em que convivemos com “perigos
cada vez mais verossímeis da catástrofe ecológica ou da guerra nuclear” (SANTOS, 2003, p. 6).
Soluções são procuradas para a grave crise ecológica que aparece até em nosso cotidiano.
Os resultados científicos tem demonstrado uma prática ecológica associada a atividades
utilitárias e pragmáticas, com finalidade econômica e, consequentemente, ao particular
interesse das classes dominantes.
Ponto de Mutação
Filme em que enfoca três personagens: um cientista, um político e um poeta, que
discutem sobre a crise atual da ciência com base no livro de Fritjof Capra que dá
nome ao filme (ver resenha apresentada no final da aula). Estabelecem-se novas
concepções defendidas pela visão holística.
E
stamos diante de uma crise do paradigma atual da ciência: emerge um novo tempo de
reflexão e de questionamentos; um tempo de revisão sobre o rigor científico; de uma nova
orientação do pensar científico, em outras bases conceituais teóricas e epistemológicas
e a noção humanista ética de responsabilidade.
Os resultados das pesquisas científicas que beneficiam o homem não devem ser
restritos à academia, mas a todos que não puderam chegar à universidade. O que nos leva ao
entendimento de que o mais sofisticado dos produtos de laboratório deve ser explicado ao mais
humilde dos cidadãos. Estamos tratando, agora, da biosfera, da sobrevivência da humanidade.
O maior desafio é entender como contribuir para a construção de uma consciência ecológica.
Que possa sustentar uma evolução sem desconsiderar os outros seres, reconhecidamente vivos
ou não. Uma educação fundamentada nestes princípios, que incorpore a atitude crítica para uma
atividade consciente do todo, na formação de uma identidade harmonizada.
A perspectiva da ciência hoje depende da luta em dois níveis: primeiro, o desafio de uma
política no sentido de levar o conhecimento científico a todos os cidadãos e não só para alguns
e, segundo, a reeducação do homem voltada para atos pequenos e cotidianos, fundamentada
na consciência sobre seu mundo. Desse modo, estaremos contribuindo para uma produção
de cientistas que recupere o sentido do cotidiano, edifique uma ciência ética e socialmente
comprometida com o impacto das descobertas e o caminho de suas aplicações.
Ângela Maria
Cavalcanti Ramalho
Para maior compreensão sobre a crise do paradigma atual, Leia a resenha abaixo:
A obra de Capra A Teia da Vida faz uma reflexão sobre as perspectivas intelectual
e espiritual que emerge no mundo na contemporaneidade, delineando a necessidade de
se buscar uma nova maneira de pensar mais sensível e significativa; um novo paradigma
com uma visão de mundo ecológica. Essa nova concepção de mundo busca superar
o paradigma dominante que preside a ciência moderna que se constituiu a partir da
Revolução Científica do século XVI e desenvolveu-se nos séculos seguintes basicamente
á luz das ciências naturais, com total separação entre a natureza e o ser humano.
Portanto, essa perspectiva paradigmática deve ser coerente com uma mudança
fundamental na compreensão humana quanto à natureza do conhecimento científico.
A esfera das ciências físicas, ciências biológicas, sociais e humanas contribuirá para
significativa mudança sistêmica e transformação cultural. Com uma visão diferente de
mundo e da vida, os protagonistas do novo paradigma conduzem uma luta apaixonada
contra todas as formas de autoritarismo e dogmatismo, fazendo-nos crer no limiar de uma
sociedade interativa com uma organização social liberta das carências sociais.
O novo paradigma que emerge atualmente pode ser descrito de várias maneiras:
visão de mundo holística, que enfatiza mais o todo que as suas partes. Também
denominado de visão de mundo ecológica - a expressão ecologia tem um sentido
mais amplo e profundo do que aquele em que é usualmente empregado. A consciência
ecológica, no sentido profundo, reconhece a interdependência essencial de todos os
fenômenos e o diálogo profícuo entre os indivíduos e as sociedades nos processos
cíclicos da natureza. Essa percepção profundamente ecológica está agora emergindo em
vários segmentos da sociedade.
Sendo assim, à luz dos pressupostos teóricos e da obra em foco que preconiza a
importância de um novo paradigma: traduzindo-se em uma compreensão, sabedoria de
vida, em harmonia e comunhão com tudo que nos rodeia e que é o mais íntimo de cada
um de nós.
Atividade 6
Faça algumas considerações sobre a resenha acima.
Concluindo a aula!
Ao término desta aula desejamos que você tenha compreendido: a importância de
conhecer fenômenos do mundo e da teoria científica que dá suporte à sua área de saber;
a preocupação epistemológica correspondente a relação sujeito e objeto; aspectos que
determinaram o surgimento da ciência moderna e o que se questiona sobre a ciência hoje.
Sugestões de leitura
Propomos como leituras complementares às discussões apresentadas nesta aula:
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.
Resumo
Nesta aula foi destacado que os objetivos da ciência são determinados pela
necessidade que o homem possui de conhecer. Na descrição da relação sujeito e
objeto na produção do conhecimento científico, necessário a compreensão sobre
o que está sendo conhecido e o papel de quem conhece mediado pela pesquisa
científica. O enfoque sobre a trajetória da ciência teve por base três paradigmas:
teocêntrico, antropocêntrico e ecocêntrico, em que se identificam revoluções
científicas. O questionamento e reflexão sobre as realizações científicas tem como
meta a educação para a construção da ciência, fundamental à concepção de
ciência com consciência face a crise do paradigma atual.
Autoavaliação
Nesta aula, foi apresentada a trajetória da ciência. Elabore um texto contendo uma
síntese dos três paradigmas: teocêntrico, antropocêntrico e ecocêntrico. Situe a
pesquisa neste contexto e o significado de ciência com consciência.
Referências
CARDOSO, Clodoaldo M. A canção da inteireza. São Paulo: Summus, 1995.
KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1998.
MORAIS, F. R. de. Ciência e perspectivas antropológicas hoje. In: CARVALHO, Maria Cecília
M. de (Org.). Construindo o saber – Metodologia científica: fundamentos e técnicas. 15. ed.
Campinas, SP: Papirus, 2003.
Critérios de cientificidade
na construção da pesquisa
Autoras
Aula
03
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VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
N
esta aula, apresentaremos alguns procedimentos a serem observados durante
o planejamento e execução da pesquisa. A prática dessas posturas volta-se
para conseguir do aluno uma visão crítica da realidade, uma atitude ética e
um compromisso com a cientificidade. Tais cuidados são considerados um exercício
metodológico fundamental ao direcionamento da pesquisa científica.
Caminhos a percorrer...
Objetivos
Ao final desta aula, esperamos que você tenha compreendido
e interpretado:
1 diante do conhecimento;
2 pesquisa científica;
Uma reflexão
sobre Pesquisa e Cientificidade
A
pesquisa é uma atividade voltada para a busca de um determinado conhecimento.
Resulta de uma indagação da realidade com o objetivo de conhecer. Com a pesquisa
conhecemos para comunicar, para utilizar, para criticar, para viver na sociedade
do conhecimento.
Você já deve ter compreendido que a pesquisa antecede a atividade de transmitir e usar
conhecimento. Há, portanto, um momento em que sentimos necessidade de pesquisar. Quando
descobrimos que o que conhecemos era pouco, sempre. Não sabemos quando isso ocorre.
Como consideramos o tempo da vida do conhecimento anterior à pesquisa? Talvez possamos
considerar como “tempo de apenas comunicar e utilizar o que se sabe”.
No entanto, algo acontece quando descobrimos que não sabemos ainda, ou que
precisamos de mais conhecimento. Então se pesquisa, se investiga. A insatisfação com o
conhecimento é o que leva a pesquisar. Podemos dar um nome a esse tempo. Poderia ser: “o
tempo da ciência”. A diferença está na busca, na procura do saber que não possuímos através
da pesquisa em alguma ciência, talvez seja também a diferença entre utilizar o que se sabe e
utilizar o que se veio a saber.
Atividade 1
Para você, o que significa: pesquisar para conhecer?
A crítica na
Construção da Pesquisa
A
humanidade atingiu conhecimentos sobre a natureza e sociedade. Quando o homem
faz conhecimento apresenta sua dimensão histórica e ao usá-lo sua condição social.
Cada ser humano se apropria do acervo dessas informações conforme sua vivência
e experiência pessoal, bem como, as condições dadas. Nessas circunstâncias, torna-se
importante a conscientização da necessidade de posicionar-se diante do conhecimento, prática
definidora do fazer e do usar.
Assim, pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das possibilidades
de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como um saber aparente que
necessita ser criticado (HÜHNE, 1995, p 40).
Atenção!!!
Quando você se posiciona diante de algum assunto, implica o ato de pensar, de
colocar-se reflexivamente diante do conhecimento adquirido.
As tomadas de posição de nossa vida não podem ser assumidas aleatoriamente, mas
consideradas como um trabalho do pensamento, por requerer a busca de sentido.
Portanto, para você: o que significa violência? O que pensa acerca de Greve? De Família?
Qual seu discurso sobre meio ambiente? Sobre amizade? Qual o seu conhecimento a respeito
dessas questões? Como você conheceu esses assuntos? Como você se posiciona acerca
dessas questões? E de outras?
Atividade 2
Pense e escreva um texto sobre um conceito de seu campo de estudo. Pode ser:
desmatamento, resíduos sólidos, mata atlântica ou outro de seu interesse.
Atenção!!!
Lembre-se que o ato de criticar exige o pensar.
O sentido científico e filosófico de Criticar não significa: criticar por criticar, sem conhecer
a matéria que está sendo analisada. Quando não se conhece o assunto a critica é um ato
proveniente de interesses pessoais, de tabus emocionais, ou seja, decorre da subjetividade
do sujeito, sem fundamento lógico por falta de exame.
Atividade 3
O Que você entendeu do texto acima?
Reflita!!!
Se a sua cabeça posiciona-se diante do conhecimento, você está criticamente
no mundo.
A ética no
processo do conhecimento
A
educação assume o papel de tecer e incorporar no aluno o sentido de se viver eticamente
neste mundo global. Neste contexto, a prática da pesquisa envolve ações voltadas para
exemplos e vivências concretas – na reflexão do que poderemos deixar para as gerações
futuras – alunos conscientes e comprometidos consigo mesmo e com o próximo.
Uma reflexão que deve começar bem cedo sobre as ações realizadas no exercício de
nossa profissão. Podemos perguntar a nós mesmos: estou sendo um bom profissional? Estou
agindo adequadamente? Realizo corretamente minha atividade? Algumas perguntas podem
guiar a reflexão, para que possamos fazer uma avaliação das nossas ações, até ela se tornar um
hábito incorporado no dia a dia. Defrontamos com a necessidade de pautar o comportamento
por normas que julgamos apropriadas ou mais dignas de serem cumpridas.
Na vida real, enfrentamos vários problemas práticos que ninguém pode fugir. Para resolvê-
los recorremos a normas que servem para justificar a decisão tomada ou os passos dados.
Toda sociedade apresenta um conjunto de valores e regras destinadas a regular as ações dos
indivíduos que chamamos de Moral – que significa costume, no sentido de conjunto de normas
ou regras adquiridas por hábito.
No cotidiano, a palavra Ética ganhou o status de coisa séria, entendida sobre o bom ou mau,
correto ou incorreto, adequado ou inadequado, com a missão de refletir sobre as ações humanas.
Atividade 4
a) Atualmente, sobre que assunto gostaria de obter maior conhecimento?
Critérios de cientificidade
O
s critérios de cientificidade referem-se aos cuidados metodológicos que norteiam a
elaboração do trabalho de pesquisa. “Há, assim, um rol de cuidados específicos, que
uma vez seguidos, parecem produzir o resultado imaginado, o saber, a ciência” (DEMO,
2008, p. 34, grifo do autor).
Embora esses critérios também não se esgotem, é ponto de partida e de chegada para a
elaboração do trabalho científico. Com este raciocínio, procuramos responder seguinte questão:
quais cuidados metodológicos o aluno pesquisador deve levar em consideração para qualificar
seu trabalho como científico? Como resposta, seguimos o pensamento e classificação de Pedro A Construção
Demo (2008), apresentados no texto A Construção Científica, categorizando estes “cuidados” Científica
em critérios internos e externos de cientificidade. Os primeiros estão relacionados à própria Estes critérios encontram-
obra científica, ou seja, giram em torno da qualidade das características intrínsecas do trabalho. se explicitados no capítulo
Os segundos dizem respeito à opinião sobre ele, ou seja, o julgamento da qualidade de suas 2 do livro Introdução
à Metodologia da
características atribuídas de fora. Ciência, páginas 34 a
42 e apresentado como
sugestão de leitura.
Critérios internos de cientificidade:
Formais (quanto à forma) → coerência e consistência
Para o atendimento deste critério o aluno deverá cumprir algumas tarefas básicas: a)
definir com precisão os conceitos trabalhados; b) escrever o texto de modo simples e
compreensível; c) não confundir uma coisa com outra; d) observar a ordenação do texto:
introdução, desenvolvimento e conclusão.
Atividade 5
Vamos organizar nosso estudo analisando a noção de coerência textual. Fica mais fácil
começar pela leitura de um fragmento do texto de Pedro Demo (2008, p.50), no qual demos
um título:
Em primeiro lugar, vamos à biblioteca ler sobre o tema. Não é bom expediente adiantar, de
mão beijada, literatura específica, e muito menos certas páginas, cuja leitura dá uma resposta
à questão procurada. Pesquisador é aquele que descobre por si, que inventa sua saída. Em
segundo lugar vamos levantar informação em torno do assunto, seja de ordem factual ou
teórica. Em terceiro lugar, é preciso colocar a imaginação para funcionar, ou seja, apelar para
a criatividade.
a) Você deve lembrar que o produtor de um texto comunica suas idéias tendo em vista a
imagem que faz do leitor. Para quem este texto foi escrito? Justifique.
Atenção!!!
Quando lemos, atribuímos sentido ao texto porque temos idéias a respeito do que
se desenvolve nesse texto. Quando escrevemos, levamos para o leitor sentidos
que vão ser partilhados com ele, porque ele tem também idéias a respeito do
tema tratado no texto.
c) O texto traz aquilo que esse leitor esperava encontrar quando leu o título e início do
assunto? Justifique.
Atenção!!!
Você deve ter considerado que é possível atribuir significado ao texto porque
está organizado de modo que a fazer o leitor acompanhar a sequência dos
acontecimentos.
Consistência: este critério pode ser alcançado pelo aluno pesquisador com o estudo
permanente do tema da pesquisa. O propósito é a aquisição de conhecimento suficiente
para apresentar a característica de profundidade que toda obra científica deve ter. A
meta é a de apresentar explicações sobre o tema com a necessária profundidade, com
explicações mais adequadas. Considerando que consistência: De certa maneira podemos
defini-la como capacidade de resistir a contra-argumentos. É consistente aquilo que não
rui, que é compacto, resistente.
Originalidade: ligada ao conteúdo, significa a atenção para não cair apenas na cópia
e repetição; a necessidade de recuperar a criatividade, sem deturpar a realidade;
relação intrínseca com a produtividade, da capacidade de construir com os processos
e instrumentos de pesquisa. Portanto, não parece contradição afirmar que o espírito
científico deve ser criativo. Mas, é contradição imaginar que o aluno pesquisador criativo
é aquele que sabe sem estudar.
A pesquisa científica pode ser destacada como trabalho diferente dos exercícios
acadêmicos, geralmente solicitados. Significa a necessidade de levar a ciência para frente,
de a renovar constantemente, de recuperar interminavelmente a criatividade, de explorar
todas as potencialidades imagináveis, de inventar alternativas onde menos se espera. De
caminhar pelo caminho do saber científico.
≠
Com a objetividade – o conhecimento resulta do esforço da mente em adequar o pensamento
ao que existe, implica na apreensão da realidade como ela é, e não como gostaríamos que fosse.
Atenção!!!
O que acontece na realidade é um esforço de objetivação constante na atividade
do cientista. Há um grande esforço para recortar o objeto e tratá-lo de forma mais
objetiva possível, num trabalho contínuo, paciente e cuidadoso. Nesse processo, o
cientista deve ter a plena consciência de que todos os seus esforços só conseguem
produzir conhecimento provisório, mutável e falível. Um conhecimento que está
sempre à espera de uma melhor construção, ou seja, da elaboração de uma teoria
que possa explicar melhor o real (GUEDES, 2000, p. 178).
Atividade 6
Consideramos que a maioria dos cuidados metodológicos visa à objetividade. Por que
esse critério é importante na pesquisa científica?
Embora na avaliação devêssemos adotar somente a crítica interna, baseada nos critérios
internos, alicerçada pela qualidade interna, a opinião dominante tenta evitar fenômeno do
argumento de autoridade.
O enunciado não pode ser considerado científico por causa de seu produtor. Para Cervo
e Bervian (1996, p. 20), “O argumento de autoridade consiste em admitir uma verdade ou
doutrina com base no valor intelectual ou moral daquele que propõe ou professa.”
Os resultados científicos obtidos por especialistas poderão, certamente servir para guiar
trabalhos de investigação. O estudo de fontes bibliográficas, presente em todo tipo de pesquisa,
se expressa na fundamentação teórica obtida com o desenvolvimento de citações.
Atenção!!!
A citação não é autoridade, porquanto é somente instrumental.
Atividade 7
Após o texto acima escrito, verificamos duas citações seguidas. As citações merecem
ser contextualizadas: seja, concluindo um argumento, seja situada no texto e, em seguida,
interpretada. Qual sua sugestão nesse sentido?
Atenção!!!
Um trabalho sem citações é pobre em referência, mas abarrotado delas indica
que o autor do texto esconde-se atrás de citações.
Atividade 8
A banca examinadora, de um trabalho de conclusão de curso, pode ser considerada um
critério externo de cientificidade habitualmente praticado na Universidade. Por quê?
Concluindo a aula!!!
Ao final da aula, esperamos que você tenha compreendido a importância do senso crítico
e da postura ética na construção do conhecimento, bem como, em sua vida. Do mesmo modo,
a apreensão dos cuidados metodológicos requeridos no processo de pesquisa, na produção
de resultados científicos.
Resumo
Nesta aula, foi estudado o significado da crítica e da reflexão sobre as ações
humana por uma ética do conhecimento. A descrição dos cuidados metodológicos,
classificados em critérios internos e critérios externos, que o pesquisador deve
seguir para a obtenção de cientificidade nos resultados da pesquisa.
Autoavaliação
a) Leia sobre os critérios internos e externos de cientificidade e escreva o que entendeu.
Sugestão de leitura
DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Referências
BRANDÃO, C. R. A pergunta a várias mãos: a experiência da partilha através da pesquisa em
educação. São Paulo: Cortez, 2003
CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Makron Books, 1996.
RUIZ, J. A. Metodologia científica:guia para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 1998.
Anotações
Anotações
Pontos fundamentais
de um projeto de pesquisa
Autoras
Aula
04
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g ) Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
Arte e Ilustração
Projeto Gráfico
Adauto Harley
Ivana Lima
Carolina Costa
Revisores de Estrutura e Linguagem Heinkel Hugenin
Janio Gustavo Barbosa Leonardo Feitoza
Eugenio Tavares Borges
Diagramadores
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Elizabeth da Silva Ferreira
Revisora das Normas da ABNT Ivana Lima
Verônica Pinheiro da Silva Johann Jean Evangelista de Melo
José Antonio Bezerra Junior
Revisores de Língua Portuguesa
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Flávia Angélica de Amorim Andrade
Janaina Tomaz Capistrano Adaptação para Módulo Matemático
Kaline Sampaio de Araújo Joacy Guilherme de A. F. Filho
Samuel Anderson de Oliveira Lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
A
universidade deve ser um centro que forme profissionais capazes de pensar e criticar
com independência e que saibam transmitir à sociedade o conhecimento. A capacidade
de reflexão, de busca e de crítica, onde a verdade é procurada cotidianamente, segundo
suas próprias vias, em todas as direções possíveis.
Para alcançar esses objetivos, é preciso habilitar os alunos com noções básicas em
pesquisa e terminologia específica a fim de que estes possam desenvolver investigações
sistemáticas e aplicar conteúdos éticos, resultantes de trabalhos científicos.
As autoras
Caminhos a percorrer...
Objetivos
Pretende-se, ao final desta aula, que você sinta-se capaz de:
Reflita!!!
Não é no espaço que devo buscar minha dignidade, mas na ordenação de meu
pensamento. Não terei mais, possuindo terras; pelo espaço, o universo me abarca
e traga como um ponto, pelo pensamento, eu os abarco (PASCAL, 1973, p.128).
O Projeto de Pesquisa:
primeiras questões
Todo trabalho científico deve ser construído a partir da elaboração de um projeto de
pesquisa. O projeto de pesquisa vai possibilitar o delineamento das idéias inicias sobre o
problema e sobre a metodologia que será usada no desenvolvimento.
Para que o projeto seja eficiente necessita ser bem pensado como também redigido,
considerando que o mesmo é um documento escrito, é a materialização de um planejamento.
Construindo o pré-projeto
P
ara Lakatos e Marconi (2001) antes de redigir um projeto de pesquisa, alguns passos
necessitam ser dados. Em primeiro lugar, exigem-se estudos preliminares que permitirão
verificar o estado da questão que se pretende desenvolver sob o aspecto teórico e de
outros estudos e pesquisas já sistematizadas.
a) Escolha do Tema
Com a escolha do tema, você inicia a sua caminhada científica, cujo conteúdo e sucesso
dependem bastante deste momento. Além disso, diante da vastidão das possibilidades de
temas sugeridos pela atividade humana, sabe-se, por experiência, da dificuldade diante da
escolha de um tema.
Definido o tema, vamos dar o segundo passo à delimitação do tema, sair da perspectiva
temática geral para a específica. O que estudar especificamente?
b) Delimitação do Tema
Delimitar um tema significa focalizar as partes específicas que interessam, considerando-o
por período de tempo, situação geográfica, social, política, cultural ou histórica.
Exemplo: Tema: Desertificação. O tema é bem abrangente, logo, necessita de ser delimitado.
Ou:
A desertificação como resultado dos efeitos climáticos e da ação antrópica no Cariri paraibano.
Resumindo:
Processo inicial: a) encontrar um interesse em uma área definindo uma temática;
b) restringir o interesse para um tópico possível; c) questionar esse tópico sob
diversos pontos de vista; d) definir um fundamento lógico para o projeto.
O Pré-Projeto de pesquisa também pode ser iniciado por uma situação problema.
Portanto, vamos construí-la exercitando.
Atividade 1
a) A partir do que lemos ao longo do semestre, do que estamos aprendendo nas várias
disciplinas, do que temos trabalhado em nossa prática estamos interessados em pesquisar
sobre qual problema?
d) Fundamento Lógico
Estamos interessados nessa situação problema e queremos encontrar resposta às
perguntas formuladas a fim de:
Observe!!!
Assim, se as perguntas estão direcionadas aos autores, ou seja, se o desejo é
formular e encontra respostas em fontes bibliográficas, a Pesquisa é Bibliográfica.
Se as perguntas estão direcionadas aos atores da educação, ou seja, se o desejo é
encontrar respostas em fontes orais nos múltiplos contextos educacionais então
a Pesquisa será uma Pesquisa de Campo.
O Projeto de Pesquisa:
estrutura básica
Realizada a construção do Pré-projeto de pesquisa e feita à revisão da bibliografia, análise
do estado da arte e definido o quadro teórico e os aspectos metodológicos, sistematiza-se o
projeto de pesquisa, mais detalhado e apresentado rigor e precisão metodológicos.
SITUAÇÃO PROBLEMA: a situação que está causando o interesse pela pesquisa. Exemplos:
uma ausência, uma falta/carência, dificuldades sentidas/observadas, uma mudança, uma
descontinuidade, uma crise, uma contradição, dúvidas. O que você detectou como problemático
na escola e deseja estudar para desvendar, compreender e transformar.
Exemplo:
É nesta etapa que você responde a um por quê? Refere-se aos motivos que impulsionaram você
a pesquisar sobre determinado tema. Para tanto, ela deve abordar os seguintes elementos: a
delimitação, a relevância e a viabilidade além do caráter de cientificidade.
Não existem regras fixas na elaboração de hipóteses. Sua formulação exige habilidade,
criatividade e conhecimento do tema estudado. Um mesmo problema pode apresentar várias
hipóteses que são soluções possíveis para a sua resolução.
OBJETIVO GERAL: é a síntese do que se pretende alcançar/ atingir com a pesquisa realizada,
oferecendo uma resposta ao problema, testando a veracidade da hipótese de trabalho.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: o que será feito ao longo de estudo para responder às perguntas,
ocupam-se dos detalhes e serão desdobramentos do objetivo geral.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: autores que serão referência para o estudo; teorias que
serão utilizadas etc. Os aspectos definidores do tema, suas características, peculiaridades,
modalidades etc.
b) Método de procedimento
c) Seleção das técnicas de coleta de dados: demonstrando-os por quais instrumentos será
feita a coleta de dados, como será feita a tabulação, a análise dos dados
e) Para efeito de pesquisa, “população” não significa apenas pessoas ou habitantes, mas
sim, a totalidade de elementos de um determinado universo.
Resumindo
(A) Tipo de estudo: suas características, razões da escolha B) Local/Contexto:
onde será feito o estudo. Aspectos definidores. C) Fontes de Informação: o que
será consultado (fontes orais, documentais etc., quem irá fornecer os dados,
critérios de escolha, suas características. D) Técnicas de Coleta e Análise de
Dados: questionário, formulário, entrevista, análise de documentos, história de
vida/oral, observação, observação participante, fotografia, filmagem, etc. referir
quais técnicas para quais sujeitos, etapas que pretende desenvolver e as técnicas
de análise dos dados que pretende adotar. (E) Aspectos Éticos: como será obtido
consentimento esclarecido dos informantes.
(3) Para quê? Objetivos gerais da pesquisa é a definição clara do que se deseja
conseguir com o estudo, exposto de maneira bem geral e abrangente, mas sem
ser muito extensiva. Para quem? Refere-se aos objetivos específicos e deve
conter as situações particulares dos objetivos.
(4) Onde? Como? Com quê? Quando? Nesta parte está considerado o trabalho
em si, ou seja, o plano experimento. Onde e como, referem-se ao campo de
observação e variáveis que sejam importantes para o estudo, características
da população. Com quê? Instrumentos a serem usado devem ser descritos e
relacionados às informações que se deseja colher, quais serão os procedimentos
e que resultados se pretende obter com os dados coletados.
(6) Com quanto fazer? Toda e qualquer pesquisa, para ser feita, envolve gastos e
esta pergunta se refere ao orçamento ou plano de custos. Nele devem ser incluídos
os gastos com recursos materiais e humanos de maneira bem discriminada.
Assim, da mesma forma que a estrutura do projeto tem um núcleo básico, o percurso da
investigação científica também possui alguns elementos comuns. Goldenberg (1999) compara
este momento com uma relação amorosa. Vamos Observá-la:
“A fase inicial, que pode ser chamada de exploratória, lembra uma paquera de dois adolescentes.
É o momento em que se tenta descobrir algo sobre o objeto de desejo, quem mais escreveu (ou
“Em seguida, vem a fase do “namoro”, uma fase de maior e compromisso que exige um
conhecimento mais profundo, uma dedicação quase que exclusiva ao objeto de paixão.”
(GOLDENBERG, 1999, p.72). Aqui o pesquisador acaba por envolver-se com seu objeto de
estudo de forma profunda.
Finalmente, a última fase que para a autora é um momento de “separação” feliz: “[...] a fase da
separação, em que o pesquisador precisa se distanciar do seu objeto para escrever o relatório
final da pesquisa. É o momento em que é necessário olhar o mais criticamente possível o objeto
estudado. É o momento de ver os defeitos e qualidades do objeto amado.” (GOLDENBERG,
1999, p.72).
Atividade 2
Agora vamos exercitar o aprender fazendo, sistematizando um Pré-Projeto de pesquisa:
TEMA
DELIMITAÇÂO DO TEMA
PROBLEMA
HIPÓTESE
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
GERAL
ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
CRONOGRAMA:
ATIVIDADES / PERÍODOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
1 Pesquisa bibliográfica X
2 Elaboração do Projeto X X
3 Coleta de dados X X X
4 Análise dos dados X X X X
5 Elaboração do Relatório Final X X X
6 Revisão da ABNT/ Ortográfica X
7 Entrega/ Defesa da Monografia X
Atividade 3
Vejamos agora se realmente você entendeu o que um projeto de quais seus objetivos.
Portanto, descreva:
Atividade 4
Ao término da unidade nosso desafio agora é “aprender a aprender”. Portanto, iniciemos
fazendo uma analisar da proposta abaixo:
Reflita!!!
Em questões de ciência, a autoridade de mil pessoas não tem o mesmo valor que
o raciocínio de um só indivíduo (GALILEU).
Autoavaliação
A partir de uma observação sistemática do meio ambiente no qual você está
inserido e o da figura apresentada abaixo. Formule uma questão que mereça ser
investigada.
Meio Ambiente
Leituras complementares
GONSALVES, E. L. Iniciação à pesquisa científica. 2. ed. Campinas, SP: Alínes, 2001.
SANTOS, I. E. dos. Métodos e técnicas da pesquisa científica. 2. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2000.
Resumo
Discutimos nesta aula, que o ato de pesquisar significa ir além da mera aparência,
por isso é relevante perceber a importância dos desafios e incertezas de nosso
tempo. Abordamos a pesquisa científica como processo que capacita o educando/
pesquisador a produzir conhecimento adequado à compreensão de determinada
realidade, fato, fenômeno ou relação social. Vislumbrando a pesquisa como
descoberta e criação que se caracteriza como uma descoberta do mundo,
criação e reelaboração de uma concepção de mundo, com sujeitos capazes de
apropriar-se do saber com autonomia. Nesse sentido, é preciso compreender
a pesquisa como princípio educativo, considerando que a educação necessita
gerar ambiência para estratégia de geração de conhecimento e de emancipação
do sujeito no diálogo com a realidade e na formação da cidadania.
Referências
ANDRADE, M. M. de. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2000.
Anotações
Anotações
Anotações
Anotações
Autoras
Aula
05
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g ) Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
Caro(a) Aluno(a)
N
esta aula enfocaremos a importância da pesquisa para o professor. A intenção é
incentivá-lo a pensar em pesquisa como base de seu próprio desenvolvimento
profissional. Pois, além do contato permanente do professor com a pesquisa – por
meio de conhecimentos adquiridos ou produzidos no estudo das diversas áreas do currículo,
novas metodologias de ensino ou opções pedagógicas -, o trabalho pedagógico do professor,
cada vez mais, se constrói mediante conhecimentos gerados de pesquisa de sua própria
prática pedagógica.
Com esse objetivo, apresentaremos as tipologias das pesquisas, tendo como base
os seguintes critérios: quanto à definição de objetivos; quanto ao local de obtenção das
informações e; quanto aos procedimentos técnicos utilizados pelo pesquisador.
Além das definições e exemplos, você vai encontrar solicitações de atividades que podem
levá-lo (a) a maior reflexão do conceito de pesquisa e sua relação com a prática docente na
área de conhecimento Geografia.
Assim, poderá realizar nova leitura sobre o projeto de pesquisa, para a descrição mais
aprofundada e consciente do tipo de pesquisa em função das atividades desenvolvidas na
investigação.
Objetivos
Esperamos que, ao final desta aula, você saiba:
A Pesquisa:
Atividade Básica do Ensino
O professor é necessariamente, pesquisador, pois, a docência implica permanente busca
do conhecimento, tanto como princípio para a aprendizagem, tanto no horizonte da pesquisa
como princípio para o ensino.
Conhecimento de Ponta
Resulta dos conhecimentos obtidos de pesquisadores que já incorporaram à
rotina de uma ciência ou profissão, parte em busca do novo, do ignorado, com
intenção e método. O profissional de nível superior, convidado para integrar-se em
pesquisas, usa procedimentos e equipamentos dos mais complexos na busca de
descobertas consideradas relevantes para a humanidade. A pesquisa de “ponta”
é a tentativa de negação/superação científica e existencial (SANTOS A. R., 2002).
Professor é o eterno aprendiz que faz da aprendizagem sua profissão e tem a pesquisa
como hábito de estudo para as atividades de ensino realizadas. A pesquisa se torna pano de
fundo para a aprendizagem e ensino, considerando-se que: o professor que realiza pesquisa
para aprender tende a ressaltar a idéia de “educar pela pesquisa” como caminho dos mais
Atividade 1
Ciência
Método Pesquisa
ENSINO
Lembre-se:
O professor precisa compreender e utilizar os caminhos da ciência...
b) Para você, o que significa a afirmativa: a pesquisa é a atividade básica para o ensino.
As pesquisas geomorfológicas envolvem: o estudo do gelo, das rochas e dos solos; estudo
das alterações das rochas e análise com raios x. Estas pesquisas demandam laboratórios e
equipamentos com tecnologia de ponta. Outras, como: os estudos de bacias e vertentes podem
ser feitas através de pesquisas mais simples, com observações de campo.
Classificação da Pesquisa
A pesquisa, mais usualmente, pode ser classificada ou dividida de três maneiras: a primeira
com base nos objetivos pretendidos, a segunda com base na obtenção das informações e a
terceira se baseia nos procedimentos utilizados pelo pesquisador.
A classificação da pesquisa
com base em seus objetivos
Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser exploratória, descritiva e explicativa.
Explorar é tipicamente a primeira aproximação com o tema e visa criar maior familiaridade
em relação a um fato ou fenômeno. Quase sempre busca-se essa familiaridade pela
prospecção de materiais que possam informar ao pesquisador a real importância do
problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis à respeito do
assunto, e até mesmo, revelar ao pesquisador novas fontes de informações (SANTOS,
A. R., 2007, p. 26).
Atividade 2
A classificação da pesquisa quanto aos objetivos está relacionada ao nível de investigação
- mais superficial ou menos superficial? Comente.
A pesquisa quanto ao local de obtenção das informações pode ser classificada em:
bibliográfica, de campo e de laboratório.
Leia!!!
Como você deve ter percebido não se concebe a docência sem pesquisa bibliográfica.
Porque o(a) professor(a) não tem nada a ensinar se não dispõe de material de discussão, sem
ser retirado de outros autores, através de pesquisas.
Atenção!!!
O confronto crítico do professor pesquisador durante a leitura é condição fundamental
para se superar de níveis apenas repetitivos. Portanto, a disposição de dialogar com teóricos,
não como mero aprendiz, mas como alguém capaz de relacionar a aprendizagem ao contexto
em que vive e marcar a trajetória do aprendizado com contribuições originais.
Atenção!!!
O(a) professor(a) realiza o trabalho de campo com o objetivo de compreender os grupos
de relação com a escola para construir sua própria resposta em função desta intenção.
Leia!!!
A pesquisa de laboratório pode ser caracterizada por duas situações: a interferência
artificial na produção do fato/fenômeno ou artificialização de sua leitura, geralmente melhorando
as capacidades humanas naturais de percepção. [...] os fatos/fenômenos que acontecem na
realidade, no campo, muitas vezes escapam ao padrão desejável de observação. Por isso,
são reproduzidos de forma artificial e controlada, e permitem assim captação adequada para
descrição e análise (SANTOS, A. R., 2002, p. 30 – 31).
Atenção!!!
O professor pode fazer da sala de aula seu laboratório. Para isto, deve apresentar um plano
experimental, definindo o experimento e como será testado. Algumas pesquisas aproximam-se
ao máximo do planejamento da pesquisa experimental e, por isso, serem consideradas quase
experimentais.
Atividade 3
Como se distinguem os locais em que podem ser obtidas informações de pesquisa?
Pesquisa bibliográfica
Inicialmente, o aluno pesquisador precisa estar a par de uma bibliografia,
instrumentalizando-se na manipulação de referências bibliográficas dos diversos tipos de
publicações com que irá lidar no momento da pesquisa bibliográfica.
A pesquisa terá sempre uma parte de fundamentação teórica sobre o assunto. Nessa parte
deve apresentar os conhecimentos adquiridos das leituras realizadas na bibliografia selecionada
para estudo. Importante lembrar que a pesquisa bibliográfica é base para a pesquisa de campo
ou de laboratório, pois, a fundamentação teórica é essencial a qualquer tipo de pesquisa. Por
vezes, é realizada independentemente, percorrendo todos os passos do trabalho científico.
Assim, como os demais tipos de pesquisa, a pesquisa bibliográfica exige do pesquisador
procedimento crítico diante dos textos consultados e incluídos na pesquisa.
Atividade 4
A Educação Ambiental tem sido motivo de preocupação no âmbito da educação há,
pelo menos, três décadas. Na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o
Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, reconheceu-se o desenvolvimento
da EA como elemento crítico para o combate à crise ambiental no mundo e enfatizou-se a
urgência da necessidade do homem reordenar suas prioridades. Além disso, recomendou-se
o treinamento de professores e o desenvolvimento de novos recursos institucionais e métodos
para trabalhar a EA, sendo reconhecida a importância em trazer assuntos ambientais para o
público em geral (DIAS, 1998)
a) Formule uma pergunta de pesquisa sobre Meio Ambiente que permita a obtenção da
resposta, através de uma pesquisa bibliográfica, ou seja, a atividade a ser desenvolvida
requer procedimentos da leitura de material já elaborado, constituído de livros, artigos,
monografias, dissertações, teses etc.
b) Com o objetivo de obter conhecimento sobre o tema referido, cite duas referências
bibliográficas que você considera possíveis fontes de pesquisa.
Pesquisa documental
A pesquisa documental embora se assemelhe à pesquisa bibliográfica, diferencia-se, seja
quanto: à natureza das fontes de pesquisa; ou quanto aos documentos que podem ser escritos
ou não, ou ainda, que não receberam tratamento analítico.
Atividade 5
Formule uma pergunta de pesquisa cujos dados possam ser obtidos, a partir de
1 documentos.
Analise em que medida o lixo da praça e textos dos alunos podem ser utilizados
2 como fonte de dados em pesquisa.
Refere-se aos estudos interrogando-se, de forma clara e direta, indivíduos dos quais
se objetiva saber o comportamento. Exemplos são os censos realizados pelo governo e
buscam informações de todos os componentes de um determinado universo pesquisado,
através de amostras (SANTOS, I. E., 2000, p. 162).
De modo geral, para Gil (2002, p.86) as fases da pesquisa levantamento podem ser
definidas na seguinte sequência: a) apresentação dos objetivos; b) definição dos conceitos
e variáveis; c) realização de um estudo piloto; d) seleção da amostra; e) elaboração do
instrumento e coleta de dados; e f) análise e apresentação dos resultados.
Exemplo de uma pergunta de pesquisa: Quais são os grupos culturais e étnicos que
compõem a população de alunos da comunidade x atualmente?
A pesquisa procura respostas para descrever a situação como ela existe, podendo ser
qualitativa ou quantitativa. Geralmente, os resultados são apresentados em forma de narrativas
com apresentação de tabelas e gráficos.
Atividade 6
a) Formule uma pergunta de pesquisa, cujos dados possam ser obtidos a partir de
levantamento.
Para Gil (2002, p. 121), nos estudos de casos se distinguem quatro fases: a) delimitação
da unidade caso; b) coleta de dados; c) análise e interpretação dos dados coletados; e d)
redação do relatório.
Atividade 7
Apresente uma pergunta de pesquisa para a qual seja indicada a utilização do
estudo de caso.
Sua resposta
Pesquisa ação
A pesquisa ação diz respeito à intervenção planejada e envolvimento do pesquisador
em relação ao grupo envolvido no problema, com o objetivo de examinar os efeitos dessa
intervenção.
Moreira e Caleffe (2008, p.92, grifo nosso), afirmam que a pesquisa ação na escola e na
sala de aula é um meio:
Moreira e Caleffe (2008, p. 93) ainda apresentam ocasiões em que a pesquisa ação é
apropriada:
Condição anterior
(Indisciplina)
Pesquisa Implementada
(Nova Proposta Disciplinar)
Condição Subsequente
(Melhor Comportamento)
Atividade 8
Uma pesquisa ação concretiza-se com o planejamento de uma ação destinada a enfrentar
o problema que foi diagnosticado. Isto implica a elaboração de um plano de ação que indique:
Sugestões de leitura
MOREIRA, H. CALEFFE, L. G. Metodologia da pesquisa para professor pesquisador. São
Paulo: DP&A; Lamparina, 2006.
Este livro destaca a importância da pesquisa com base no seu próprio desenvolvimento.
Consiste em relevante auxílio para o professor pesquisador, dando suporte para alunos de
graduação e especialização que necessitam elaborar suas monografias. Destacamos o capítulo
3 que trata das tipologias das pesquisas inerentes aos paradigmas: positivista e interpretativo.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
Resumo
Nesta aula, tratamos de esclarecer a importância da pesquisa na prática
pedagógica do professor. Abordamos a classificação da pesquisa
quanto aos objetivos, na perspectiva de complexidade da investigação.
Apresentamos a classificação da pesquisa quanto ao local de obtenção das
informações coletadas e com base nos procedimentos técnicos utilizados,
ou seja, as pesquisas definidas segundo a natureza das perguntas que
estimulam a investigação científica.
Autoavaliação
Elabore um resumo esquemático do texto desta aula.
Referências
BARROS, A. J. P. de; LEHFELD, N. A. de S. Fundamentos de metodologia: um guia para a
iniciação científica. 2. ed. ampl. São Paulo: Makron Books, 2000.
DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 5. ed. São Paulo: Gaia, 1998.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006.
Anotações
EMENTA
Métodos e técnicas de ensino em geografia e sua relação com a pesquisa. O papel da pesquisa na formação
docente. As fontes de pesquisa e o ensino de Geografia. Atividades práticas envolvendo a pesquisa e o ensino de
Geografia.
AUTORES
AULAS
06 Os métodos de pesquisa
Os métodos de pesquisa
Autoras
Aula
06
Material APROVADO ((conteúdo e imagens)
g ) Data: ___/___/___
Nome:______________________________________
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor Reitora
José Ivonildo do Rêgo Marlene Alves Sousa Luna
Vice-Reitora Vice-Reitor
Ângela Maria Paiva Cruz Aldo Bezerra Maciel
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
VERSÃO DO PROFESSOR
Apresentação
Caro Estudante
E
sta coletânea sobre métodos de pesquisa foi organizada com o intuito de iluminar a
compreensão da significação do termo método à medida que o primeiro esforço foi
tentar entendê-lo como caminhos para atingir um fim, investigação, maneira de agir,
percurso pelo qual se chega a um determinado resultado e discernimento de direção. Como
também, a constituição e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos
do método científico, para em seguida, iniciar um diálogo intelectual sobre os procedimentos
dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científica.
Nesta caminhada, será inevitável não enfrentar dificuldades, mas aceitar o desafio da
superação pode ser altamente estimulante. Vale a pena atravessar esses momentos, apoiados
na clorosa recomendação Marcel Proust (1989, p.35): “[...] ler uma bela página antes de se
pôr a trabalhar [...] a leitura é para nós iniciadora, cujas chaves mágicas abrem no fundo de
nós mesmos a porta das moradas onde não saberíamos penetrar”.
Objetivos
Ao término desta aula, esperamos que você seja capaz de:
Construção e
Politização do Método
O
método científico foi constituído no âmbito de um movimento cuja origem remonta aos
séculos XVI e XVIII e que valorizava a capacidade do pensamento racional. Acreditava-se
que, pelo uso da razão, seria possível aos homens não só conhecer o mundo, mas, além
disso, transformá-lo. Esse discernimento que associava a razão dos homens à possibilidade
de provocar mudanças na vida social já significava o questionamento do saber diletante e
contemplativo. Representava, também, um questionamento da supremacia das interpretações
teocêntricas (Deus como centro do universo), propondo a desvinculação da produção do
saber da ordem eclesial para que ela pudesse se constituir na interior do universo secular. O
surgimento das academias laicas (leigas) trazia, portanto, outra possibilidade interpretativa,
buscando explicações para os dramas sociais na própria dimensão humana de existência, sem
interferência dos componentes extraterrenos.
Vejamos o desenvolvimento
histórico do método científico
Bacon propõe quanto à observação dos fenômenos, o uso de três tábuas: de presença,
de ausência e de graus. A Tábua de presença indica todos os casos em que aparece um
determinado fenômeno. Por exemplo, estudando o calor, serão observadas as circunstâncias
Depois dessa observação, realizada por meio das tábuas, será preciso formular uma
hipótese que pode explicar a causa do fenômeno. Quando a hipótese concordar com todos os
casos que aparecem nas tábuas, será válida e tornar-se-á uma verdadeira lei.
Galileu Galilei (1564-1642) afirma a necessidade, para o cientista que queira estudar a
natureza, de libertar-se completamente do peso da autoridade do passado, seja no campo
filosófico, seja no religioso.
Sustenta que a pesquisa científica acontece por dois momentos: um analítico – consiste
na observação do fenômeno e proposição das hipóteses. O outro o sintético – consiste na
experimentação e se a hipótese for confirmada, transforma-se em lei.
Renê Descartes (1596-1650) – sustenta o método matemático dedutivo. (do geral par
o particular), dando início, assim, ao pensamento racionalista moderno.
Preposições:
Regra da evidência: Não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça
evidentemente como tal, isto é, evitar a precipitação
Regra da análise: Dividir cada uma das dificuldades em tantas partes necessárias para
melhor resolvê-las.
Regra da enumeração – Realizar sempre enumerações tão cuidadas e revisões gerais que
se possa ter certeza de nada haver omitido.
Atividade 1
Faça a diferença da perspectiva metodológica de Bacon, Galileu Galilei e Descartes:
Sua resposta
Significação e
Fundamentos do método
A
pesquisa em todas as áreas do conhecimento científico, de modo geral, exige a aplicação
de metodologias apropriadas, bem como uma teoria base e de ampla bibliografia, além
de um método científico específico. Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar
cada vez mais da metodologia, lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem
perder de vista a ideia de totalidade que recobre as ciências humanas.
Todavia, isso, não impediu que conservasse sua validade com o significado de
“caminho para chegar a um fim”, precisamente a acepção que nos interessa. Assim, método
é conceituado como:
Nas palavras de Marilena Chauí (1994, p.354) “methodos significa uma investigação
que segue um modo ou uma maneira planejada e determinada para conhecer alguma coisa;
procedimento racional para o conhecimento seguindo um percurso fixado”.
Assim, o método não representa tão somente um caminho qualquer entre outros, mas um
caminho seguro, uma via de acesso que permita interpretar com a maior coerência e correção
possíveis às questões sociais propostas num dado estudo, dentro da perspectiva abraçada
pelo pesquisador.
Numa perspectiva ampla, é isso que se concebe por método entre os filósofos, como
mostra Marilena Chauí (1994, p.77), ressaltando que, “o bom método é aquele que permite
conhecer verdadeiramente o maior número de coisas com o menor número de regras”, também
Atividade 2
A partir das reflexões estabelecidas sobre o método científico analise as questões:
Métodos de Abordagem
Trata-se de um fundamento do plano geral de trabalho; fala de seus pressupostos lógicos,
do processo de raciocínio escolhido. Enfim, discutir o método de abordagem é debater um
conjunto de procedimento essencialmente racional, caracterizado basicamente por “uma
abordagem mais ampla, em nível de abstração mais elevado, dos fenômenos da natureza e da
sociedade” (LAKATOS, 2001, p.106). Em outras palavras, os métodos de abordagens podem
ser entendidos como um conjunto de procedimentos gerais.
Antes de passarmos para uma discussão sobre esses quatro tipos principais, ressalta-
se ainda que é possível que tais métodos sobre esses quatro tipos principais de abordagens
apareçam tanto de uma forma exclusiva em algumas pesquisas como de forma simultânea em
a) Método Dedutivo: trata-se de um método que promove uma conexão ascedente, ou seja,
tal raciocínio parte de premissas particulares em direção às premissas gerais. Pode ser
delineado a partir das seguintes etapas:
a) Método histórico
b) Método Comparativo:
c) Método estatístico:
d) Método Funcionalista:
Parte do princípio de que qualquer caso que se discuta além da superfície dos fatos e
com sistematização pode ser significativo para a compreensão de muitos outros. Isto sem
contar que o referido caso, a despeito de considerar-se uma possível margem de erro, pode
ser representativo de muitos outros casos semelhantes.
Atividade 3
A partir das leituras sobre os métodos de abordagem e procedimentos, analise:
Processos do Método
P
ara oferecer demonstrar de que não existe um método único de “fazer” ciência, diferentes
fontes descrevem as etapas do método científico de maneiras diversas. Algumas delas
mencionam três etapas, outras apenas duas. Em termos fundamentais, porém, elas
incorporam os mesmos conceitos e princípios.
Para os nossos propósitos, diremos que existem cinco etapas fundamentais no método.
Etapa 1: Observação
Quase todas as investigações científicas começam por uma observação que desperta
a curiosidade ou suscita uma questão. Por exemplo, quando Charles Darwin (1809-1882)
visitou as Ilhas Galápagos (localizadas no Oceano Pacífico, a 950 km a oeste do Equador), ele
observou diversas espécies de tentilhões, cada qual adaptado de maneira única a um habitat
específico. Os bicos dos tentilhões, em especial, apresentavam largas variações e pareciam
desempenhar papel importante na maneira pela qual o animal obtinha alimento. Os pássaros
O que faz com que as raízes de uma planta cresçam para baixo e o seu caule cresça
para cima?
Encontrar perguntas científicas não é difícil e não requer treinamento científico. Se você
já se sentiu curioso sobre algo, se já quis saber o que causou algum acontecimento, então
provavelmente já formulou uma pergunta que poderia servir de base a uma investigação
científica.
Em termos gerais, uma hipótese é expressa na forma de uma declaração “se... então”.
Ao fazer uma declaração como essa, os cientistas estão praticando o raciocínio dedutivo,
que é o oposto do raciocínio indutivo. A dedução, na lógica, requer movimento do geral para
o específico. Eis um exemplo: se o perfil da carroceria de um carro se relaciona à resistência
do ar que ele encontra - declaração geral - então um carro em forma de pássaro será mais
aerodinâmico do que um carro em forma de caixa - declaração específica.
Atividade 4
Qualquer pessoa que tente resolver um problema pode realizar observações e usar
1 o método científico. Assim, observe alguns problemas do meio ambiente na região
onde você vive e formule perguntas e hipótese que conduza a uma experiência
de pesquisa:
d) Supor que vemos a Lua de noite porque nosso satélite reflete a luz solar.
a)
b)
c)
d)
e)
Definição do
problema a estudar
Medida e análise
dos dados
Observação
do fenômeno
Concluindo a aula!!!
A
o término da aula com as leituras e atividades desenvolvidas esperamos que você tenha
encontrado pistas suficientes que possa lhe permitir trabalhar o conteúdo aprendido,
ou seja, com as diferentes propostas metodológicas esboçadas. Fundamentando-se
na leitura, intelecção, discussão e elaboração de associações possíveis, dialogando com os
teóricos clássicos dos métodos, ler é o passo inicial.
Sugestões de leitura
Recomendamos como leitura complementar as discussões apresentadas nesta aula:
Esta obra permite um diálogo com o leitor, no sentido de que ele opere as páginas lidas
e faça combinações diversas, dando-lhes uma ordem em função de seu interesse, gerando no
leitor uma ação criadora e transformadora de auto operador do texto em questão.
OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001.
Resumo
Nesta aula, foi trabalhada a significação do termo método como caminhos para
atingir um fim, investigação, maneira de agir, percurso pelo qual se chega a um
determinado resultado, discernimento de direção. Como também a constituição
e politização do método, além das múltiplas acepções dos fundamentos do
método científico, para em seguida, iniciar um diálogo sobre os procedimentos
dos métodos e sua importância no processo da pesquisa científica. A pesquisa
em todas as áreas do conhecimento científico exige a aplicação de metodologias
apropriadas, bem como uma teoria base, além de um método científico específico.
Assim, os pesquisadores necessitam se aproximar cada vez mais da metodologia,
lapidando artesanalmente a construção dos seus estudos, sem perder de vista a
ideia de totalidade que recobre as ciências humanas.
Referências
ANDRADE, M. M. Introdução à metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993.
OLIVEIRA, P. de S.(Org.) Metodologia das ciências humanas. São Paulo: HUCITEC, 2001.
PROUST, Marcel. Sobre leitura. Tradução de C. Vogt. Campinas, SP: Pontes, 1989.
EMENTA
Métodos e técnicas de ensino em geografia e sua relação com a pesquisa. O papel da pesquisa na formação
docente. As fontes de pesquisa e o ensino de Geografia. Atividades práticas envolvendo a pesquisa e o ensino de
Geografia.
AUTORES
AULAS
06 Os métodos de pesquisa
Impresso por: Gráfica
2º Semestre de 2009