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Um dos mais importantes

objectivos da ascensão de
Angola à independência, é a
revalorização e reafirmação da
identidade cultural dos
angolanos, pois o privilégio de
desfrutar e contemplar os
elementos mais significativos,
da sua cultura foi-lhe negado
durante décadas e tidos como
"profanos", "primitivos e
cònsequentemente
subalternizados".

Afim de ajudar o povo a


conquistar a sua personalidade
cultural, revalorizá-la e
retransrnití-la às gerações
vindouras, foi criado o Museu
Nacional de Antropologia a 13
de Novembro de 1976, primeira
instituição museal do período
pós colonial, por força do
Decreto 80/76 do então
Conselho de Revolução.

As suas colecções comportam


maioritariamente objectos
etnográficos com uma
abrangênáa nacional, Isto é de
todos os grupos etno-
línguisticos de Angola: Kíkonçv,
Kimbumdu, Umbundu, Lunda
Côkwe, Mbunda (outros
chamam-no de Nqangcla, que
significa oriente], Ny-aneka-
Humbi, Helelo, Ociwambo e
Khoisan; bem como um número
significativo de pecas
originárias de alguns países
africanos.

As temáticas das suas


exposições descrevem as
principais actividades do povo
angolano, sobretudo das comu-
nidades étnicas rurais:
pastorícia, agricultura,
metalurgia, pesca e caça,
cerâmica, instrumentos
musicais, crenças religiosas, es
ritos da mulher o poder
tradicional entre outras.
Com mais de 6 mil objectos do
seu acervo, o Museu Nacional
de An tropologia, desde a sua
fundação, é visitado em média
por 30 mil pessoas ano.

Para a gestão da instituição


passaram sucessivamente os
seguintes Directores: Henrique
Abranches, Manzambi Vuvu
Fernando, Carda
Lumaninsakyo, Lisboa Santos,
Manue! Kyangala, Ana Maria de
Oliveira, Manuel Cadete
"Sonça" e Manzambi Vuvu
Fernando.
Actualmente é dirigido pelo Sr.
Américo Kwononoka, com 20
anos na instituição.

O Museu Nacional de
Antropologia, está
estruturado em:
Departamento de. Museobgía
Departamento de
Coordenação Científica
Departamento de Educação e
Ani mação Cultural
Repartição de Administração
e finanças.
Uma Biblioteca especializada.
O OBJECTIVO
Esta instituição de caracter científico, cultural e
educativo está vocacionada em recolher, investigar,
conservar, revalorizar e divulgar o património cultural
sob sua custódia, preservando-o para as gerações
vindouras, pois constitui a alavanca da nossa
identidade, força e dignidade como povo com raízes
históricas e culturais.

O QUE
É
ANTR
OPOL
OGIA
Etimobgicamente, Antropologia é a
ciência que estuda o homem. Do grego
"Anthropos" Homem; e "Logs" estudo ou
tratado.

Há 2 séculos para cá este termo tem


tornado sentidos diferentes e aplicado a
realidades diversas. Com a evolução do
conteúdo e da amplitude do sentido, o
termo Antropologia é hoje utilizado para
designar uma ciência humana
caracterizada por um domínio especifico
de estudo: O homem de todos os tempos,
de todo tipo, de todos as épocas, isto é, o
homem genérico.

Conforme as escolas e por vezes os


autores, a Antropologia pode ser física,
social, económica ou cultural. Hoje em
dia aumentam especializações em muitos
ramos a ela ligadas.

A Antropologia cultural ou Etnologia, que


é a disciplina deste Museu Nacional, não
é, senão o estudo comparativo das
sociedades, e da cultura material dos
povos e grupos étnicos no mundo. As
suas investigações cobrem todos os
aspectos da vida, incluindo a
alimentação, vestuário, arte, e as técnicas
de fabricação, etc.

O seu método consiste em "a partir do


objecto cultural feito pelo homem, chega-se
às atitudes e aos comportamentos do
mesmo." A Antropologia cultural, como
ciência, reduz o homem à cultura, isto é aos
objectos, artefactos, ás coisas ou às obras
produzidas pelo porprio homem.

Portanto, a Antropologia cultural objectiva e


concretiza as condutas e comportamentos, a
partir dos artefactos produzidos pelo homem.
Ela consubstancia-se numa visão do homem
no seu aspecto universalista e fatalista.
A Antropologia é a ciência que estuda o Homem e as relações
culturais e sociais que se estabelecem entre indivíduos e ou
grupos. Procura perceber a realidade humana analisando os
mecanismos de relacionamento humano (ex.: a amizade) e as
formas de organização social (ex.: a família).

Dado que a realidade social se apresenta como um vasto campo


de estudo, a antropologia acaba geralmente por abordar um
ramo particular ou especialidade, nomeadamente: cultural,
social, política, do simbólico, do desenvolvimento entre outros.

Dentro de cada domínio de especialização, a antropologia pode


desenvolver estudos sobre temas tão diversos como o a
integração social das minorias étnicas e culturais, os movimentos
migratórios, o aparecimento de novos movimentos religiosos, os
fenómenos ligados à pobreza e à exclusão social, o surgimento
de novos modelos familiares, a imagem das instituições políticas
junto da opinião pública e muitos outros. 

Os estudos antropológicos caracterizam-se pela observação


directa, quando os investigadores contactam pessoalmente com
os indivíduos que pretendem estudar e conversam com eles,
mas vai mais além utilizando a observação participante, quando
se integram durante algum tempo na vida da comunidade ou
grupo em estudo. 

A antropologia pode também utilizar conjuntos de perguntas


sistematizadas que serão colocados a grupos maiores ou
menores de pessoas, segundo uma amostra da população que
se pretende estudar, podendo ainda realizar entrevistas mais
aprofundadas a determinados indivíduos, assim como à análise
documental que consiste na consulta de documentos e fontes de
natureza diversa (dados estatísticos, revistas, jornais, livros,
etc.).

A antropologia também pesquisa e reúne o conjunto de teorias


que dentro da sua área de estudo permitem saber o tipo de
informação pertinente, e o modo como deve analisar e interpretar
essa informação. 

O trabalho em equipa está cada vez mais presente no


desenvolvimento da actividade da antropologia que associada a
outras ciências tanto sociais como técnicas, tal como a
arquitectura, a engenharia, o direito, a história a economia e
gestão, psicologia e sociologia, fornece indispensáveis
conhecimentos sobre o homem na sua totalidade, isto é sobre a
sua Cultura em projectos de combate à pobreza, de
desenvolvimento, na gestão de recursos humanos e de pessoas,
no reordenamento habitacional, na gestão comunitária e
ambiental, etc. O campo de estudo e de trabalho da antropologia
é muito vasto e confere aos seus profissionais e estudantes uma
visão global do Homem e da Sociedade.

Por mais outras actividades que exerça, o povo


angolano é tipicamente agricultor; pelo que a sua
vida está intrinsecamente libada á terra. Objectos
como: Enxadas de cabo duplo que facilitam a mulher
trabalhar com a criança nas costas, silos e diferentes
cestos e talhas para o transporte dos produtos, á
cabeça, dorso, ás costas, ao ombro, machados e
almofarizes de pedra com respectivos rebolos e pilão
de madeira; Constituem os instrumentos apropriados
para o derrube das árvores, cultivo, conservação,
transportação e transformação de produtos agrícolas
como o milho, a mandioca, o massango e a
massambála.
Caça

 
   

É urna das actividades


generalizadas em todas as
populações de Angola,
empregando para o efeito
flechas, zagaias e o cão (no
leste, Centro e Norte,) porrinhos
e lanças no Sudoeste. Como
exemplo de exímios caçadores
temos os Kungi do grupo
Khoisan que empregam ás
vezes o veneno extraído de
plantas colocado-o,nas pontas
de flechas para facilitar a morte
lápida do animal. Nesta sala
destacamos os seguintes meios
para a caça.

O quadro dos sinais técnicos de


caça dos 'Khoísan, flechas c
zagaias com amuletos,
Kanyangulu e cartuchos ou
pastas para a conservação da
pólvora, pedra para fazer o fogo
e munições de fabrico local
;Porrínhos e lanças; Armadilhas
Para a caca miúda c Sandálias
dos caçadores Khoisan
adaptadas ao deserto árido e
quente.

 CERÂMICA  
   

A cerâmica "fala" dos


homens que a fabricam e
dos seus utilizadores.
Por isso, da é uma fonte
histórica de muito valor,
se bem estudada.

As técnicas da sua
fabricação são variadas
e estendem-se quase por
todo o país. São técnicas
empregues para a
coloração e
impermeabilização dos
vasos, a decoração em
diferentes linhas
paralelas, zigue- zague,
triangulares e
semicirculares, etc.
Para além dos elementos
geométricos, encontram-
se esquemas figurativos
antropomórficos e
zoomórficos que.
retraíam o quotidiano das
populações. Entre outros
objectos desta exposição
destaca-se:
Vaso antropomórfico
com cabeça e chapéu;
Vaso encimado por um
animai; Sanga para
fermentação de bebidas
e conservação de agua;
Tigelas e o Con-junto de
instrumentos de trabalho
do oleiro.

   

CRENÇA RELIGIOSA  
   

É um facto evidente que a


consciência social é
marcada pela religião,
pois esta aparece em
todas as instituições,
reflectindo na vida social
económica, política e
sobretudo espiritual A
existência de um mundo
povoado por uma
multidão de espíritos, de
mortos e a personificação
das forças naturais,
caracterizam as crenças
religiosas sobretudo
africanas.

Para a prática de
diferentes ritos religiosos
eis alguns objectos de
culto, utilizados entre as
etnias de Angola:

Hamba wa Zambi ( ídolo


ou objecto de culto
côkwe), Mahamba (ídolos
para evocação dos
espíritos dos
antepassados côkwe).

Hamba wa Kawa:
(Amuleto de caça
côkwe);Nsiso (protector
Klkongo) Nkis Konde
(Feiticeiro supremo com
poderes de detectar todos
os causadores do mal na
cultura Kíkongo), deus da
ciência e arte Yaka;
Máscara cikunza (patrono
da circuncisão côkwe e da
virilidade mas-culina),
Máscara ndemba
(Intermediário entre o
mundo visível e o invisível
kíkon-go) e as Esteiras
funerárias que descrevem
a vida dos defuntos.

   

Constituem um processo para a mulher passar de um  


estatuto social relativamente Inferior a outro. São
cerimónias dedicadas a diferentes fases de integração da
mulher na sociedade. O seu quotidiano esta expresso em
alguns objectos, tais como:

Kikondi (Boneca mumuila para fecundidade) estatueta


humana com pilão sobre a cabeça, exprimindo a acção
doméstica das mulheres; 

Mwana Pwo (Máscara côkwe simbolizando a beleza e o


encanto feminino côkwe, numa sociedade tipicamente
matrilinear);

Conjunto de figurinhas representando mulheres viúvas


kimbundu;

Omakipa (Cinto usado por mulheres Kwanyama cujos


maridos são abastados em gado. Serve para exibir as
riquezas e a posição social do marido);

Cabaça para a conservação do óleo mupheke, próprio


para adornos dos corpos femininos nyaneka-humbi;

Cenas de parto c figurinhas humanas, vestidas e


adornadas ao estilo nyaneka-humbi.

   

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