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Controle D.04.48.01
Data da Elaboração 24/06/2016
Data da Revisão 01/03/2017
Elaborado por Educação Continuada
Aprovado por Equipe de Certificação Continuada
Sumário
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Os fundos ativos buscam ter rentabilidade superior à variação do índice de referência (benchmark).
...................................................................................................................................................... 50
3. Principais Modalidades de Fundo de Investimento ................................................................. 52
3.1. Classificação dos Fundos Quanto à Composição do Patrimônio ........................................... 52
3.2. Limites por Emissor e por Modalidade de Ativo Financeiro ................................................. 59
3.3. Classificação dos Fundos .................................................................................................... 62
3.4. Outros Fundos: Definição e Principais Características.......................................................... 64
4. Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os Fundos de Investimento ............... 73
4.1. Propósito e Abrangência .................................................................................................... 73
4.2. Princípios Gerais ................................................................................................................ 74
4.3. Informações Relevantes e Obrigatórias .............................................................................. 74
4.4. Publicidade e Divulgação de Material Técnico dos Fun- dos de Investimento ....................... 77
4.5. Marcação a Mercado – MaM.............................................................................................. 78
4.6. Serviços: Administração, Gestão e Distribuição de Fundos de Investimento ........................ 79
4.7. Adequação dos Investimentos Recomendados (Suitability) ................................................. 83
5. Taxas, Tipos e Formas de Cobrança ........................................................................................ 85
Referências .................................................................................................................................... 89
3
Aspectos Gerais
O mercado financeiro oferece uma série de ativos financeiros para os investidores aplicarem seus
recursos tais como títulos públicos e privados, ações de empresas, contratos futuros de
mercadorias e até ativos transacionados no mercado internacional.
Um investidor pode optar por investir diretamente nestes ativos ou confiar seus recursos a um
profissional da área de investimentos, delegando a este profissional o poder de investir em seu
nome, a partir de condições previamente estabelecidas e contratadas.
Os motivos que levam um investidor a procurar um profissional para gerir seus recursos
normalmente são:
Neste caso, a contratação de um profissional para realizar a gestão desses recursos pode se dar
por meio de um contrato particular com um gestor devidamente autorizado pela CVM ou por
meio de um Fundo de Investimento. Um Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos de
um ou mais investidores, delegando a um profissional ou empresa habilitada a gestão desses
recursos numa carteira de investimentos, segundo determinado objetivo e política de
investimento.
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Um Fundo de Investimento funciona como uma empresa: tem cadastro de Pessoa Jurídica,
registro, precisa apresentar e publicar, anualmente, o resultado contábil, inclusive com parecer de
auditoria independente.
É o fundo que se caracteriza por aplicar seus recursos em cotas de FI já constituídos. É o meio mais
comum de aplicação de recursos dos investidores, além de ser uma ótima opção para as
instituições financeiras, pois estas reduzem custos de registro e administração de carteiras,
porque se utilizam das que já estão constituídas nos FI. Sua carteira necessita obrigatoriamente
conter 95,00% de cotas de outros fundos, podendo os 5,00% restantes serem constituídos de
ativos financeiros disponíveis no mercado.
1.3. Tipos de Fundos: Abertos, Fechados, sem Carência, com Carência e Exclusivo
Fundos Abertos: São fundos que admitem, permanentemente, livre ingresso e saída de cotistas.
Nesse tipo de Fundo, as cotas não podem ser objeto de cessão ou transferência, exceto nos casos
amparados por lei vistos na definição de “cota”.
Fundos Fechados: São fundos com quantidade limitada de cotas oferecidas aos potenciais
investidores, durante um período predeterminado.
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Os Fundos fechados, em geral, vinculam-se a algum empreendimento como, por exemplo,
privatização de empresas públicas, aquisição de ações em ofertas públicas, construção e
implantação de shopping centers, hotéis, etc. Não são permitidos resgates antes que os seus
objetivos e metas, traçados em seu regulamento, sejam atingidos.
As cotas dos Fundos fechados podem ser transferidas por termo de cessão e transferência,
assinado pelo cedente e pelo cessionário e registrado em cartório de títulos e documentos. Podem
ser transferidos, também, por meio de negociação em Bolsa ou no mercado de Balcão Organizado.
Fundos sem carência: são fundos em que não há prazo mínimo para receber rendimentos. O
cotista pode pedir resgate a qualquer momento e terá direito à rentabilidade total proporcionada
no período. Estes fundos não impõem nenhuma restrição ao resgate. A maior parte dos fundos do
mercado é sem carência.
Fundos com carência: São fundos cujo regulamento define um prazo mínimo para resgate
(recebimento de rendimentos). A carência se constitui numa restrição ao resgate naquele período
para que o gestor possa melhor desempenhar sua estratégia de investimento. Podemos identificar
dois tipos de carência:
• Ciclo de resgate: Também conhecido como “aniversário” - este tipo de carência caracteriza-
se por permitir o resgate somente em determinadas datas, que se repetem periodicamente. Por
exemplo, o Fundo somente pode ser resgatado de 30 em 30 dias, ou de 60 em 60 dias;
• Pré-aviso: Neste caso, o gestor exige que qualquer resgate seja agendado previamente. Por
exemplo, 60 ou 90 dias antes da efetiva liquidação financeira do resgate. Normalmente, esse tipo
de carência é determinado para Fundos com estratégias menos líquidas, como os Fundos que
aplicam em títulos privados de baixa liquidez como, por exemplo, debêntures, ou derivativos que
não são negociados em Bolsa;
Fundo Exclusivo: É um fundo cujas cotas pertencem a um único cotista, destinado a atender
especialmente clientes de grande porte, classificados como investidores profissionais.
6
1.4. Condomínio
1.5. Cota
7
dividido pelo valor da cota no momento da aplicação. Estes recursos são transformados em ativos
que pertencem ao fundo (condomínio). Quando o investidor resolve vender suas cotas ele não
tem ingerência ou posse de qualquer ativo do fundo. Neste caso, o gestor vende os ativos que
entende serem os mais propícios, com o valor da venda paga ao investidor na razão do número de
cotas vendidas, multiplicado pelo valor da cota no dia da conversão, estipulada conforme definido
no regulamento do fundo.
Os fundos devem possuir escrituração contábil própria, para evitar o conflito de interesses e
assegurar a segregação entre a gestão dos recursos da instituição administradora e os recursos de
terceiros (PL do fundo). Esta determinação legal é conhecida como Chinese Wall, nome usado no
mercado financeiro internacional para se referir a essa política de segregação de atividades.
Observação
A expressão Barreira de Informação também é utilizada pelo mercado financeiro e substitui a
expressão Chinese Wall.
Por Barreira de Informação, entende-se o conjunto de procedimentos e políticas internas
adotadas por uma instituição financeira, ou conglomerado financeiro, com que objetivo de
impedir o fluxo de informações privilegiadas e sigilosas migrem para outros setores dessa
instituição ou para empresa do mesmo grupo, de forma a evitar situações de conflito de
interesses.
Compliance tem origem no verbo inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra,
uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” é estar em
conformidade com leis e regulamentos externos e internos.
A área de compliance de uma administradora de fundos, portanto, responsabiliza-se pelo
cumprimento, de todas as normas que regem a atividade de gestão de recursos, tanto as legais
quanto as que se referem à responsabilidade fiduciária do gestor. Por ser uma espécie de guardiã
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das boas práticas de gestão, a área de compliance deve ser independente, reportando-se
diretamente a alguém que tenha poder de decisão sobre todas as outras áreas da empresa.
Além de direitos, os cotistas têm também obrigações. Vejamos a seguir quais são:
Direitos dos Cotistas
• Ser informado sobre as características do fundo pelo administrador;
• Receber as informações sobre a composição da carteira ao mesmo tempo em que os outros
cotistas e interessados;
• Receber convocação para Assembleia Geral de Cotistas dentro do prazo regulamentar;
• Receber qualquer informação que, porventura, possa alterar sua decisão de investimento
(fato relevante).
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• Responder por eventual patrimônio líquido negativo do fundo, sem prejuízo da
responsabilidade do administrador e do gestor, se houver, em caso de inobservância da política de
investimento ou dos limites de concentração previstos no regulamento e na regulamentação
vigente;
• Assinar Termo de Adesão e Ciência de Risco ao aplicar no fundo, com exceção do Fundo de
Renda Fixa Simples que será apresentado no capítulo das principais modalidades dos Fundos de
Investimento.
Num Fundo de Investimento há vários intervenientes. Cada um possui uma função específica e as
devidas responsabilidades. Vejamos a seguir:
Administrador
É aquele que constitui o fundo sendo o responsável legal perante a CVM. Pessoa Jurídica
autorizada pela CVM para o exercício profissional de administração de carteiras de valores
mobiliários e responsável pela administração do fundo.
Gestor
Pessoa natural ou jurídica autorizada pela CVM para o
exercício profissional de administração de carteiras de
valores mobiliários, contratada pelo administrador em
nome do fundo para realizar a gestão profissional de sua
carteira. O gestor é o responsável pelas decisões de
investimento do fundo, sempre dentro dos parâmetros
definidos no seu regulamento, em especial dos objetivos, da
política de investimento e da gestão de risco e liquidez do
fundo.
Distribuidor
É o intermediário contratado pelo administrador em nome do fundo para realizar a distribuição de
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suas cotas. É o responsável por vender as cotas do fundo aos investidores. É o agente que tem o
contato direto com o cotista e, portanto, é o responsável por conhecer as necessidades e
características do investidor, além de fazer todo os procedimentos de suitability e de
conhecimento do cliente para evitar o envolvimento com a a lavagem de dinheiro.
Como as cotas dos Fundos de Investimento são consideradas valores mobiliários, o Distribuidor
deve fazer parte do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários. Este sistema de distribuição é
definido pela Lei nº 6.385, de 1976, que regulamenta o funcionamento do mercado de capitais,
inclusive com a criação da própria CVM. Deste sistema de distribuição fazem parte, entre outros,
as instituições financeiras, as corretoras e os agentes autônomos de investimento.
Custodiante
É a instituição contratada pelo administrador do
fundo que faz a guarda dos ativos que compõem a
carteira do fundo, além de executar as
movimentações financeiras e dos ativos do fundo
nas centrais depositárias como a SELIC e a B3
(antigas CETIP e a BM&FBovespa).
Auditor independente
As demonstrações contábeis dos fundos devem ser auditadas anualmente por auditoria
independente registrada na CVM, observadas as normas que disciplinam o exercício dessa
atividade. A despesa com a auditoria é encargo do Fundo de Investimento.
O Objetivo do fundo descreve aquilo a que o fundo se propõe, a sua meta. Por exemplo,
ultrapassar um determinado índice de referencia (benchmark). Já a Política de Investimento
descreverá como o gestor pretende atingir esse objetivo proposto, por exemplo, comprando ações
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que possuam um potencial de rentabilidade superior à média do mercado acionário, de acordo
com uma determinada metodologia. Fazendo uma comparação futebolística: o Objetivo do Fundo
é marcar o gol e a Política de Investimento é a tática adotada pelo técnico. Entender o Objetivo e
a Política de Investimento do Fundo é fundamental para que o investidor escolha um fundo
corretamente.
A Política de Investimento de um fundo tem por objetivo definir a linha de atuação quanto aos
instrumentos financeiros que podem compor a carteira, os riscos que o fundo pode correr e o que
o administrador e o gestor podem ou não fazer para que os objetivos constantes do regulamento
sejam alcançados. A política de investimentos diz respeito aos “meios” utilizados, devendo
responder à questão: “como o objetivo será atingido”?
Os Fundos de Investimento podem, como regra, investir nos seguintes ativos financeiros (sempre
respeitando as características de cada tipo de fundo):
• Títulos da dívida pública;
• Contratos derivativos;
• Ações, BDRs, notas promissórias, debêntures e quaisquer outros valores mobiliários
autorizados pela CVM;
• Cotas de outros Fundos de Investimento;
• Ouro, desde que negociado em padrão internacionalmente aceito;
• Quaisquer títulos, contratos e modalidades operacionais de obrigação ou coobrigação
de instituição financeira (por exemplo, CDBs);
• Warrants e contratos a termo.
Observação
Com exceção das cotas de Fundos de Investimento, somente poderão compor a carteira dos
Fundos ativos financeiros admitidos a negociação em Bolsa de Valores, de mercadorias e futuros,
ou registrados em sistema de registro, de Custódia ou de liquidação financeira devidamente
autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM, nas suas respectivas áreas de competência.
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1.12.1. Vantagens e Desvantagens de Fundo de Investimento Versus Ativos Individuais
Acessibilidade
Poucos recursos representam baixa atratividade em um mercado que movimenta cifras
expressivas. Os fundos, por agruparem reduzidos volumes de muitos aplicadores, acabam por
permitir que pequenos investidores tenham acesso a mercados que requerem grande volume de
recursos para serem acessados.
Diversificação
Os valores movimentados pelos fundos permitem maior diversificação dos ativos financeiros que
compõem as carteiras e, com isso, oferecem a seus cotistas a oportunidade de, em conjunto,
investirem em aplicações financeiras (ativos de renda fixa ou variável), com potencial redução do
risco.
Liquidez
Essa característica possibilita saques a qualquer momento. O resgate dos fundos pode ser feito em
qualquer data, sem perda de rendimentos. A maioria dos fundos tem liquidez diária, o que oferece
ao cliente uma tranquilidade maior na administração de eventuais necessidades de caixa.
A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa e simultânea para
todos os cotistas, inclusive, mas não limitadamente, por meio da disponibilização dos materiais
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relacionados a cada fundo (a seguir). Usará os canais eletrônicos e as páginas na rede mundial de
computadores do administrador, do distribuidor - enquanto a distribuição estiver em curso -, e da
entidade administradora do mercado organizado onde as cotas sejam admitidas à negociação:
Regulamento
Devem constar do regulamento a qualificação do administrador, do gestor e do custodiante, e
características do fundo (espécie; prazo; política de investimento; classe e tributação aplicável;
condições para aplicação e resgate de cotas; taxa de administração; de performance; de ingresso e
de saída; bem como demais despesas; público-alvo; política de divulgação de informações; política
relativa ao exercício do voto; distribuição de resultado; exercício social do fundo; forma de
comunicação que será utilizada pelo administrador e identificação dos riscos assumidos pelo
fundo).
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Observação
O regulamento pode ser alterado, independentemente da Assembleia Geral, sempre que tal
alteração decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a exigências expressas da
CVM, de adequação a normas legais ou regulamentares ou ainda em virtude da atualização dos
dados cadastrais do administrador, do gestor ou do custodiante do fundo, tais como alteração na
razão social, endereço e telefone.
As alterações acima devem ser comunicadas aos cotistas, por correspondência, no prazo de até 30
(trinta) dias, contados da data em que tiverem sido implementadas.
O administrador tem o prazo de até 30 (trinta) dias, salvo determinação em contrário, para
proceder às alterações determinadas pela CVM, contado do recebimento da correspondência que
formular as referidas exigências.
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Termo de Adesão e Ciência de Risco
Todo cotista ao ingressar no fundo deve atestar, mediante formalização de termo de adesão e
ciência de risco, que:
Tem ciência:
a) Dos fatores de risco relativos ao fundo;
b) De que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que possam ser
incorridas pelo fundo;
c) De que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por parte da
CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação do regulamento do
fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do fundo ou de seu administrador,
gestor e demais prestadores de serviços; e
d) Se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em perdas
superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais
a cobrir o prejuízo do fundo.
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• A divulgação de rentabilidade deve ser acompanhada de comparação, no mesmo período,
com índice de mercado compatível com a política de investimento do fundo, se houver.
• Sempre que o material de divulgação apresentar informações referentes à rentabilidade
ocorrida em períodos anteriores deve ser incluída advertência, com destaque, de que:
o A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de rentabilidade futura.
o Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por
qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito.
Taxa de Custódia
O serviço de custódia dos ativos também é taxado. Nesse caso, há dois tipos de cobrança. Existe
uma cobrança de manutenção de conta, mensal, variável dependendo de a conta estar com ou
sem movimentação e do tipo de ativo custodiado. E existe a cobrança sobre o valor em custódia,
que é uma taxa mensal e calculada regressiva e cumulativamente sobre o valor da carteira no
último dia útil do mês de forma pro rata, com isenção para até determinada faixa de valor. Essas
taxas são cobradas dos intermediários, que podem ou não repassá-las ao investidor.
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em ações, exercício de bônus de subscrição, negociação de ações vinculadas a acordo de
acionistas e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização;
VII.Utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de cotistas;
e
VIII. Praticar qualquer ato de liberalidade.
Observação
Os Fundos de Investimento podem utilizar seus ativos para prestação de garantias de operações
próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em empréstimo, desde que tais
operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por meio de serviço autorizado pelo
Banco Central do Brasil ou pela CVM.
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VII – Manter serviço de atendimento ao cotista, responsável pelo esclarecimento de dúvidas e
pelo recebimento de reclamações, conforme definido no regulamento do fundo;
VIII – Observar as disposições constantes do regulamento;
IX – Cumprir as deliberações da assembleia geral; e
X – Fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo fundo.
O serviço de atendimento ao cotista deve ser subordinado diretamente ao diretor responsável
perante a CVM pela administração do fundo ou a outro diretor especialmente indicado à CVM
para essa função. Também é possível, conforme o caso, ter um diretor indicado pela instituição
responsável pela distribuição ou gestão do fundo, contratada pelo fundo.
Tais políticas, procedimentos e controles internos citados acima devem levar em conta, no
mínimo:
I – A liquidez dos diferentes ativos financeiros do fundo;
II – As obrigações do fundo, incluindo depósitos de margem esperados e outras garantias;
III – Os valores de resgate esperados em condições ordinárias, calculados com critérios estatísticos
consistentes e verificáveis; e
IV – O grau de dispersão da propriedade das cotas.
O administrador deve submeter a carteira do fundo a testes de estresse periódicos com cenários
que levem em consideração, no mínimo, as movimentações do passivo, a liquidez dos ativos, as
obrigações e a cotização do fundo.
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utilizados na elaboração das políticas, procedimentos e controles internos de liquidez, inclusive
em cenários de estresse, devem ser consistentes e passíveis de verificação.
Importante
As disposições anteriores não se aplicam aos fundos fechados.
O administrador e o gestor, nas suas respectivas esferas de atuação, estão obrigados a adotar as
seguintes normas de conduta:
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I – Exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, empregando o
cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma dispensar à administração de seus
próprios negócios, atuando com lealdade em relação aos interesses dos cotistas e do fundo,
evitando práticas que possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, e respondendo por
quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração ou
gestão;
II – Exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do patrimônio e
das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser o regulamento sobre a política relativa ao
exercício de direito de voto do fundo; e
III – Empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias,
praticando todos os atos necessários para assegurá-los, e adotando as medidas judiciais cabíveis.
A vedação de que trata o parágrafo acima não incide sobre investimentos realizados por:
I – Fundo de Investimento em cotas de Fundo de Investimento que invista mais de 95,00% (no-
venta e cinco por cento) de seu patrimônio em um único Fundo de Investimento; ou
O administrador e o gestor da carteira do fundo devem ser substituídos nas hipóteses de:
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I – Descredenciamento para o exercício da atividade de administração de carteiras de valores
mobiliários, por decisão da CVM;
II – Renúncia; ou
III – Destituição, por deliberação da assembleia geral.
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que o material de divulgação apresentar informações referentes à rentabilidade ocorrida em
períodos anteriores, deve ser incluída advertência, com destaque, de que:
I – A rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros; e
II – Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador ou por
qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo fundo garantidor de crédito.
O fundo deve ter escrituração contábil própria, devendo as suas contas e demonstrações
contábeis serem segregadas das do administrador. O exercício do fundo deve ser encerrado a cada
12 (doze) meses, quando devem ser levantadas as demonstrações contábeis do fundo relativas ao
período findo. A data do encerramento do exercício do fundo deve coincidir com o fim de um dos
meses do calendário civil.
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1.14.3 Assembleias Gerais
A Assembleia Geral é a reunião dos cotistas para deliberarem sobre certos assuntos referentes ao
fundo. Perceba que não faz parte das atribuições da Assembleia Geral a tomada de decisões sobre
o que o fundo vai comprar ou vender a cada dia, tarefa esta atribuída ao gestor do fundo.
Vejamos, a seguir, as atribuições da Assembleia Geral:
O fundo pode, desde que expressamente previsto em seu regulamento, realizar a convocação de
Assembleia Geral mediante a publicação de edital de convocação em jornal de grande circulação
utilizado habitualmente pelo fundo. Da convocação devem constar, obrigatoriamente, dia, hora e
local em que será realizada a Assembleia Geral.
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Observação
A presença da totalidade dos cotistas supre a falta de convocação.
O administrador deve convocar uma Assembleia Geral pelo menos uma vez por ano, no máximo
120 dias após o término do exercício social, para deliberar sobre as demonstrações contábeis do
fundo. Esta Assembleia Geral somente pode ser realizada no mínimo 15 dias após estarem
disponíveis aos cotistas as demonstrações contábeis auditadas relativas ao exercício encerrado.
Não podem votar nas Assembleias Gerais do fundo, a não ser que sejam seus únicos cotistas:
• Seu administrador ou gestor;
• Os sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor;
• Empresas ligadas ao administrador ou ao gestor, seus sócios, diretores, funcionários; e
• Os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários, aqui inclusive en-
tendidos os distribuidores do fundo.
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O resumo das decisões da assembleia geral deverá ser enviado a cada cotista no prazo de até 30
dias após a data de sua realização podendo ser utilizado para tal finalidade o extrato de conta do
fundo.
A CVM estabelece limites de composição e diversificação para a carteira dos fundos, sempre com
o objetivo de proteger o investidor. Existem regras gerais, comuns a todos os fundos, e outras
regras particulares correspondentes a cada um dos tipos de fundos.
Observação
O gestor tem prazo de 60 dias, a partir da constituição do Fundo, para a adequação da carteira aos
limites estabelecidos na legislação; e 180 dias em caso de fundos fechados.
O fundo deve manter seu patrimônio aplicado em ativos financeiros nos termos estabelecidos em
seu regulamento, observados os limites de que trata a ICVM555.
Somente podem compor a carteira do fundo, ativos financeiros que sejam registrados em sistema
de registro, objeto de Custódia ou objeto de depósito central, em todos os casos junto a
instituições devidamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM para desempenhar
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referidas atividades, nas suas respectivas áreas de competência. As carteiras dos fundos devem
ser compostas respeitando as características de cada classe, conforme classificação CVM, além das
particularidades e eventuais restrições previstas no regulamento do fundo.
É vedado ao fundo a aplicação em cotas de fundos que nele invistam. O regulamento pode reduzir,
mas não pode aumentar os limites máximos estabelecidos para emissor e/ou ativo financeiro
conforme previstos na ICVM555.
Observações Importantes
Caso o fundo realize a cobrança da taxa de performance, o administrador deve divulgar o valor da
cota antes de descontada a provisão para o pagamento da taxa de performance, com o mesmo
destaque do valor da cota.
Caso o fundo possua posições ou operações em curso que possam vir a ser prejudicadas pela sua
divulgação, o demonstrativo da composição da carteira pode omitir sua identificação e
quantidade, registrando somente o valor e a percentagem sobre o total da carteira. As operações
omitidas devem ser divulgadas no prazo máximo de:
- 30 (trinta) dias, improrrogáveis, nos fundos da classe “Renda Fixa” ou
- 90 (noventa) dias após o encerramento do mês, podendo esse prazo ser prorrogado
uma única vez, em caráter excepcional, e com base em solicitação fundamentada
submetida à aprovação da CVM, até o prazo máximo de 180 (cento e oitenta dias).
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As demonstrações de desempenho devem ser preparadas para todos os fundos abertos em
operação há, no mínimo, um ano na data base a que se refere tais demonstrações de
desempenho; e serem produzidas conforme o modelo constante na ICVM555. Podem ser ainda
formatadas livremente pelo administrador desde que sejam mantidas a ordem das informações e
o conteúdo definido pela CVM, e que os logotipos e a formatação não dificultem o entendimento
das informações.
O administrador deve remeter, por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página
da CVM na rede mundial de computadores, os seguintes documentos:
• Informe diário, no prazo de 1 (um) dia útil;
• Mensalmente, até 10 (dez) dias após o encerramento do mês a que se referirem:
• Balancete;
• Demonstrativo da composição e diversificação de carteira;
• Perfil mensal; e
• Lâmina de informações essenciais, se houver;
• Formulário de informações complementares, sempre que houver alteração do seu
conteúdo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis de sua ocorrência; e
• Anualmente, no prazo de 90 (noventa) dias contado a partir do encerramento do exercício a
que se referirem as demonstrações contábeis acompanhadas do parecer do auditor
independente.
Além das informações periódicas existem também as informações eventuais (fatos relevantes).
Considera-se relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo ponderável no valor das
cotas ou na decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do fundo ou aos ativos
financeiros integrantes de sua carteira deve ser:
• Divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM;
e
• Mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do
distribuidor do respectivo fundo.
Risco de mercado: Trata-se do grau de imprevisibilidade do preço futuro dos ativos que compõem
a carteira do fundo. Certos ativos, como os de Renda Fixa, possuem um preço futuro mais
previsível que outros, como as ações, por exemplo. Esta imprevisibilidade é geralmente medida
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através de uma estimativa estatística, chamada desvio padrão. O desvio padrão, ou volatilidade, é
a dispersão (para cima ou para baixo) da rentabilidade diária em relação à média da rentabilidade
em determinado período. Na verdade, todos os riscos que veremos a seguir (crédito, liquidez,
derivativos) podem gerar volatilidade.
Risco de liquidez: É o risco de não conseguir vender determinado ativo no momento em que se
quer vendê-lo, pelo seu preço justo. A falta de liquidez é, na maior parte dos casos, o grande
responsável pelas rupturas e grandes perdas nos Fundos de Investimento.
Risco proveniente do uso de derivativos: O uso de derivativos pode magnificar o risco de mercado
visto acima, aumentando a volatilidade dos retornos do fundo. Além disso, se forem utilizados
para alavancagem, os derivativos podem levar o fundo a perder mais que todo o seu Patrimônio
Líquido, fazendo com que os cotistas tenham que aportar recursos adicionais para cobrir o déficit.
Além dos riscos acima, há também o risco de não obtenção do tratamento tributário perseguido
pelo gestor, o que pode onerar o valor da cota, em razão de tratamento tributário mais oneroso.
Para fundos com essa possibilidade de o gestor não assumir a garantia do tratamento tributário, o
administrador deve mencionar em todos os instrumentos de divulgação e no regulamento, tal
possibilidade.
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Para gerir os fundos os administradores cobram taxas, porém, somente podem ser cobradas,
aquelas previstas no regulamento do fundo. Existem, basicamente, cinco tipos de taxas:
Taxa de performance: É um percentual cobrado pelo gestor sempre que a rentabilidade do fundo
ultrapassa o índice de referência especificado no regulamento.
A taxa de performance não pode ser cobrada quando o valor da cota do fundo for inferior ao seu
valor por ocasião da última cobrança efetuada
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I – Com base no resultado do fundo (método do ativo);
II – Com base no resultado de cada aplicação efetuada por cada cotista (método do passivo); ou
III – Com base no resultado do fundo, acrescida de ajustes individuais (método do ajuste),
exclusivamente nas aplicações efetuadas posteriormente à data da última cobrança de taxa de
performance, até o primeiro pagamento de taxa de performance como despesa do fundo,
promovendo a correta individualização dessa despesa entre os cotistas.
Taxa de saída: É uma taxa cobrada nos resgates totais ou parciais de alguns fundos.
Taxa de ingresso: É uma taxa cobrada pela entrada do investidor no fundo e se repete a cada vez
que este adquirir novas cotas.
Taxa de Custódia: É uma taxa cobrada mensalmente pelas corretoras para armazenar os títulos ou
ações, de um determinado investidor. Esta taxa pode ser um valor fixo, ou um percentual sobre o
valor dos papéis guardados.
A Marcação a Mercado (MaM) consiste em registrar todos os ativos componentes da carteira dos
Fundos de investimento pelos preços negociados no mercado em caso de ativos líquidos ou, por
estimativa adequada de preço, quando não há negociações visíveis no mercado e tem por
finalidade:
• Evitar a transferência de riqueza entre cotistas dentro do mesmo fundo;
• Dar maior transparência aos riscos sofridos pelos fundos, visto que as oscilações de mercado
que interferem nos preços dos ativos estarão refletidas nas cotas.
1.16.1. Efeito da Não Marcação a Mercado no Carregamento dos Ativos até o Vencimento
No entanto, o gestor pode não marcar a mercado um ou mais ativos da carteira do fundo. Para
isso, deve registrar o título como “mantido até o vencimento” e deve, obrigatoriamente, se tratar
de fundo exclusivo (de um único cotista) ou um fundo destinado a empresas de um mesmo
conglomerado e o(s) cotista(s) deve(m) assinar um termo dizendo que tem capacidade financeira
para manter o título até o vencimento. Neste caso, se um título de Renda Fixa for mantido até o
vencimento, a sua não Marcação a Mercado não causa problemas para o único cotista do fundo. É
fácil entender o motivo: a Marcação a Mercado altera o valor do título durante a sua vida, mas no
vencimento o valor é sempre o mesmo, já predeterminado na emissão do título,
independentemente do que aconteceu com as taxas no meio do caminho. Por isso, se o cotista
único não precisar resgatar até o vencimento do título, tanto faz marcá-lo ou não a mercado.
• Os títulos das carteiras devem ser classificados como “títulos para negociação” ou “títulos
mantidos até o vencimento”. Somente os primeiros devem ser Marcados a Mercado.
• Para que um título seja considerado como “mantido até o vencimento”, e não precise ser
mar- cado a mercado, deve pertencer a um fundo exclusivo ou a um fundo destinado a empresas
de um mesmo conglomerado e o(s) cotista(s) deve(m) assinar um termo dizendo que tem
capacidade financeira para manter o título até o vencimento.
• Também podem ser classificados como “mantido até o vencimento” títulos com prazo de
vencimento a decorrer de, no máximo, 365 dias, e que sejam indexados ao CDI/Selic, mesmo que
por meio de derivativos. O administrador do FI deve provar capacidade para manter estes títulos
até o vencimento.
35
Os derivativos também devem ser marcados a mercado.
Para as ações, a legislação (Instrução CVM nº 465) determina que o valor a ser considerado para
contabilização deve ser a cotação de fechamento do dia, do mercado em que o ativo apresentar
maior liquidez, desde que tenha sido negociado pelo menos uma vez, nos últimos 90 dias.
A CVM determina que a conversão de cotas deva se dar pelo valor da cota do dia na data de
conversão, observada, se for o caso, a forma de cálculo da cota, em conformidade com o que
dispõe o regulamento do fundo. Esta informação deve constar do regulamento e dos demais
instrumentos de divulgação.
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Prazo de Liquidação Financeira
Nem sempre a data da liquidação financeira – data em que o pagamento do resgate é processado
– é o mesmo da data de conversão. A CVM admite que o prazo de pagamento do resgate seja
processado em até cinco dias úteis, contados da data de conversão de cotas, e de acordo com o
previsto no regulamento do fundo.
No caso dos Fundos de Ações, por exemplo, a conversão de cota é, normalmente, no dia (D+0) ou
no dia seguinte a solicitação (D+1) e o pagamento do resgate ocorre três dias após a conversão das
cotas.
Alguns fundos determinam em seu regulamento prazo de carência para resgates. Normalmente,
são fundos com ativos com menos liquidez e o gestor depende deste prazo para realizar as
operações no mercado. Em razão disso, estes fundos buscam oferecer maiores rentabilidades.
Deve ser determinado no regulamento do fundo para que o cotista faça jus aos rendimentos e/ou
para que ele possa realizar o resgate.
Na emissão das cotas do fundo deve ser utilizado o valor da cota do dia ou do dia seguinte ao da
data da aplicação, segundo o disposto no regulamento.
O regulamento do fundo pode estabelecer que o valor da cota do dia será calculado a partir do
patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por 1 (um) dia, quando se tratar dos
Fundos de investimento classificado como “Renda Fixa”, registrado como “Exclusivos” ou
“Previdenciários”.
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1.17.3. Fechamento dos Fundos para Resgates e Aplicações
Caso o administrador declare o fechamento do fundo para a realização de resgates nos termos
citados no parágrafo anterior, deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por
ocasião do fechamento, quanto da reabertura do fundo.
Caso o fundo seja fechado para resgate, o fato deve ser comunicado imediatamente à CVM. Caso
o fundo permaneça fechado por período superior a 5 (cinco) dias consecutivos, o administrador
deve obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento,
convocar no prazo máximo de 1 (um) dia, para realização em até 15 (quinze), Assembleia Geral
extraordinária para deliberar sobre as seguintes possibilidades:
I – Substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
II – Reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate; III – Possibilidade do
pagamento de resgate em ativos financeiros;
IV – Cisão do Fundo; e
V – Liquidação do Fundo.
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Observação
O fundo deve permanecer fechado para aplicações enquanto perdurar o período de suspensão de
resgates.
Para a adoção do procedimento de que trata esta seção, o administrador e o distribuidor devem
estabelecer, por escrito, a obrigação deste último de criar registro complementar de cotistas,
específico para cada fundo em que ocorra tal modalidade de subscrição de cotas, de forma que:
• O distribuidor inscreva no registro complementar de cotistas a titularidade das cotas em
nome dos investidores, atribuindo a cada cotista um código de cliente e informando tal código ao
administrador do fundo;
• O administrador, ou instituição contratada, escriture as cotas de forma especial no registro
de cotistas do fundo, adotando, na identificação do titular, o nome do distribuidor, acrescido do
código de cliente fornecido pelo distribuidor, e que identifica o cotista no registro complementar.
As aplicações ou resgates realizados nos Fundos de investimento por meio de distribuidores que
estejam atuando por conta e ordem de clientes devem ser efetuadas de forma segregada, de
modo que os bens e direitos integrantes do patrimônio de cada um dos clientes, bem como seus
frutos e rendimentos, não se comuniquem com o patrimônio do distribuidor.
Os bens e direitos de clientes dos distribuidores não respondem direta ou indiretamente por
qualquer obrigação contraída por tais distribuidores, sendo-lhes vedada a constituição, em
proveito próprio, de ônus reais ou de direitos reais de garantia em favor de terceiros sobre as
cotas dos fundos.
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1.18.1. Responsabilidades da instituição intermediária (distribuidor) e os Direitos dos
cotistas
O distribuidor é o agente que tem o contato direto com o cotista e, portanto, é o responsável por
conhecer as necessidades e características do investidor, além de fazer todo o procedimento anti-
lavagem de dinheiro. Como as cotas dos Fundos de Investimento são consideradas valores
mobiliários, o Distribuidor deve fazer parte do Sistema de Distribuição de Valores Mobiliários. Este
sistema de distribuição é definido pela Lei nº 6.385, de 1976, que regulamenta o funcionamento
do mercado de capitais, inclusive com a criação da própria CVM. Deste sistema de distribuição
fazem parte, entre outros, as instituições financeiras, as corretoras e os agentes autônomos de
investimento.
Os distribuidores que estejam atuando por conta e ordem de clientes assumem todos os ônus e
responsabilidades relacionadas aos clientes, inclusive quanto a seu cadastramento, identificação e
demais procedimentos que caberiam originalmente ao administrador, em especial no que se
refere:
I – Ao fornecimento aos clientes de lâminas, se houver, regulamentos, termos de adesão e ciência
de riscos, notas de investimento e extratos a serem obrigatoriamente encaminhados pelos
administradores aos distribuidores, para tal finalidade;
II – A responsabilidade de dar ciência ao cotista de que a distribuição é feita por conta e ordem;
40
III – A obrigação de dar ciência aos clientes de quaisquer exigências formuladas pela CVM;
IV – Ao controle e à manutenção de registros internos referentes à compatibilidade entre as
movimentações dos recursos dos clientes, e sua capacidade financeira e atividades econômicas,
nos termos das normas de proteção e combate à lavagem de dinheiro ou ocultação de bens,
direitos e valores;
V – À regularidade e guarda da documentação cadastral dos clientes, nos estritos termos da
regulamentação em vigor, bem como pelo cumprimento de todas as exigências legais quanto à
referida documentação cadastral;
VI – Á prestação de informação diretamente à CVM sobre os dados cadastrais dos clientes que
aplicarem nos fundos, quando esta informação for solicitada;
VII – Á comunicação aos clientes sobre a convocação de assembleias gerais de cotistas e sobre
suas deliberações, de acordo com as instruções e informações que, com antecedência suficiente e
tempestivamente, receberem dos administradores dos Fundos de investimento;
VIII – Á manutenção de serviço de atendimento aos seus clientes, para esclarecimento de dúvidas
e pelo recebimento de reclamações;
IX – Ao zelo para que o investidor final tenha pleno acesso a todos os documentos e informações
previstos nesta Instrução, em igualdade de condições com os demais cotistas do Fundo de
Investimento objeto da aplicação;
X – Á manutenção de informações atualizadas que permitam a identificação, a qualquer tempo, de
cada um dos investidores finais, bem como do registro atualizado de todas as aplicações e
resgates realizados em nome de cada um dos investidores finais; e
XI – À obrigação de efetuar a retenção e o recolhimento dos tributos incidentes nas aplicações ou
resgates em Fundos de investimento, conforme determinar a legislação tributária.
O administrador deve disponibilizar ao distribuidor que estiver atuando por conta e ordem de
clientes, por meio eletrônico, os seguintes documentos:
• Nota de investimento que ateste a efetiva realização do investimento a cada nova aplicação
realizada por clientes do distribuidor, em até 5 (cinco) dias da data de sua realização;
• Mensalmente, extratos individualizados dos clientes do distribuidor, em até 10 (dez) dias
após o final do mês anterior.
41
1.18.1.2. Possibilidade de Manutenção das Aplicações em Caso de Finalização da Distribuição
O contrato firmado entre o fundo e o distribuidor pode prever, dentre outras matérias, que na
hipótese de sua rescisão, os clientes que sejam cotistas do fundo até a data da rescisão manterão
o seu investimento por conta e ordem até que os próprios clientes decidam pelo resgate de suas
cotas, desde que o administrador do fundo e o distribuidor mantenham, em relação a tais clientes,
todos os direitos e obrigações definidos nesta norma, pelo período em que tais clientes
mantiverem o investimento.
Os fundos devem possuir escrituração contábil própria, para evitar o conflito de interesses e as-
segurar a segregação entre a gestão dos recursos da instituição administradora e os recursos de
terceiros (PL do fundo). Esta determinação legal é conhecida como “Chinese Wall”, nome usado
no mercado financeiro internacional para se referir a essa política de segregação de atividades.
Outro conceito utilizado pelo mercado é “Barreira de Informação”.
A divulgação de informações sobre o fundo deve ser abrangente, equitativa e simultânea para
todos os cotistas, inclusive, mas não limitadamente, por meio da disponibilização dos seguintes
1
Insider Trading - negociação com títulos ou valores mobiliários mediante utilização de informação privilegiada, ou seja, informação que ainda não
é de domínio público.
42
materiais relacionados a cada fundo nos canais eletrônicos e nas páginas na rede mundial de
computadores do administrador, do distribuidor, enquanto a distribuição estiver em curso, e da
entidade administradora do mercado organizado onde as cotas sejam admitidas à negociação:
I – Regulamento atualizado;
II – Lâmina de informações essenciais atualizada, se houver;
III – Demonstração de desempenho;
IV – Formulário de informações complementares.
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 (dez) de cada mês com os dados relativos
ao mês imediatamente anterior.
Regulamento
Devem constar do regulamento a qualificação do administrador, do gestor e do custodiante,
características do fundo (espécie, prazo, política de investimento, classe e tributação aplicável;
condições para aplicação e resgate de cotas; taxa de administração, de performance, de ingresso e
de saída, bem como demais despesas; público-alvo; política de divulgação de informações; política
relativa ao exercício do voto; distribuição de resultado; exercício social do fundo, forma de
comunicação que será utilizada pelo administrador e identificação dos riscos assumidos pelo
fundo).
Observação
O regulamento pode ser alterado, independentemente da assembleia geral, sempre que tal
alteração decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a exigências expressas da
CVM, de adequação a normas legais ou regulamentares ou ainda em virtude da atualização dos
dados cadastrais do administrador, do gestor ou do custodiante do fundo, tais como alteração na
razão social, endereço e telefone.
45
As alterações acima devem ser comunicadas aos cotistas, por correspondência, no prazo de até 30
(trinta) dias, contados da data em que tiverem sido implementadas.
O administrador tem o prazo de até 30 (trinta) dias, salvo determinação em contrário, para
proceder às alterações determinadas pela CVM, contados do recebimento da correspondência
que formular as referidas exigências.
II – Tem ciência:
a) Dos fatores de risco relativos ao fundo;
b) De que não há qualquer garantia contra eventuais perdas patrimoniais que
possam ser incorridas pelo fundo;
c) De que a concessão de registro para a venda de cotas do fundo não implica, por
parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou de adequação do
regulamento do fundo à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do fundo
ou de seu administrador, gestor e demais prestadores de serviços; e
d) Se for o caso, de que as estratégias de investimento do fundo podem resultar em
perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar
recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.
46
1.18.2. Exercício de Direito de Voto nas Assembleias dos Fundos
As deliberações das Assembleias Gerais são tomadas por maioria de votos e cabe a cada cota um
voto. O regulamento pode dispor sobre a possibilidade de as deliberações da Assembleia serem
adotadas mediante processo de consulta formal, sem necessidade de reunião dos cotistas.
Somente podem votar na Assembleia Geral os cotistas do fundo inscritos no registro de cotistas na
data da convocação da Assembleia, seus representantes legais ou procuradores legalmente
constituídos há menos de um ano. Os cotistas também podem votar por meio de comunicação
escrita ou eletrônica, desde que recebida pelo administrador antes do início da Assembleia, se
previsto no regulamento do fundo.
Não podem votar nas Assembleias Gerais do fundo, a não ser que sejam seus únicos cotistas:
• Seu administrador ou gestor;
• Os sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor;
• Empresas ligadas ao administrador ou ao gestor, seus sócios, diretores, funcionários; e
• Os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários, aqui inclusive
entendidos os distribuidores do fundo.
O resumo das decisões da Assembleia Geral deverá ser enviado a cada cotista no prazo de até 30
dias após a data de sua realização podendo ser utilizado para tal finalidade o extrato de conta do
Fundo.
Previamente à realização das Assembleias Gerais de cotistas, o distribuidor que esteja atuando por
conta e ordem de clientes deve fornecer aos clientes que assim desejarem declaração da
quantidade de cotas por eles detidas, indicando o fundo, nome ou denominação social do cliente,
o código do cliente e o número da sua inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, ambos do Ministério da Fazenda, conforme o caso,
47
constituindo tal documento prova hábil da titularidade das cotas, para o fim de exercício do direito
de voto.
Além disso, pode comparecer e votar nas Assembleias Gerais de cotistas dos fundos,
representando os interesses de seus clientes, desde que munido de procuração com poderes
específicos, discriminando inclusive o dia, hora e local da referida Assembleia.
Os fundos passivos buscam acompanhar um índice previamente definido, de forma que o retorno
da carteira fique próximo à performance desse índice.
São fundos com carteira contendo ativos que acompanhem diretamente o seu benchmark, seja
através de um índice ou objetivo. Por exemplo, quando um fundo busca atingir como
48
rentabilidade um determinado índice, o gestor adquire para a carteira do fundo, ativos que tem
como rentabilidade aquele próprio índice.
O fundo passivo de renda variável tem sua carteira composta por ações que fazem referência ao
seu benchmark. Por exemplo, um Fundo de Ações Gerdau que busca a rentabilidade das ações
Gerdau deve ser composto apenas por ações dessa empresa.
2.1.3. Estratégias para Manter Aderência aos Índices de Re- ferência e as Respectivas Limitações
Uma grande parte da indústria de fundos está na categoria fundos referenciados, onde busca
replicar um índice de referência, chamado pelo mercado de “benchmark”. Todos estes fundos
buscam alcançar o objetivo de investimento representado pelo benchmark, por meio de sua
estratégia de investimentos.
Por exemplo, um Fundo de Ações referenciado ao IBOVESPA poderia montar sua carteira
exatamente igual e na mesma proporção do índice da Bolsa?
Não. É extremamente complicado montar uma carteira exatamente igual ao da Ibovespa e por
vários motivos. Um exemplo é que para cada saque ou aplicação o gestor teria que
comprar/vender ativos na mesma proporção que o índice que muda quadrimestralmente. Ou seja,
supondo que o IBOVESPA tenha hoje 55 ações em sua carteira, para cada saque ou aplicação o
gestor teria que executar 55 ordens de compra/venda para igualar o índice. Em alguns casos,
poderia ser obrigado a operar no mercado fracionário, dada a pequena representatividade das
ações menos negociadas na composição do índice.
49
contabilizados a preços de mercado, definido no fechamento do pregão; que este dificilmente será
igual ao preço de aquisição, ao longo do dia.
São fundos em que o gestor procura, com os diversos ativos de renda fixa, dar uma rentabilidade à
carteira maior que o benchmark, ainda que os ativos não sejam diretamente atrelados ao índice
deste benchmark. Como exemplo temos um fundo que busca rentabilizar 100,00% do CDI e o
gestor utiliza ativos de renda fixa atrelados a índice de preços, acreditando que estes
rentabilizarão acima do CDI.
São fundos em que o gestor usa ações que não obrigatoriamente estejam atreladas ao benchmark,
buscando com isso atingir um resultado superior ao benchmark. Como exemplo, vamos pensar em
um Fundo de Ações em que o benchmark seja o IBOVESPA. O gestor pode utilizar ações em sua
carteira que não sejam necessariamente as que compõem este índice, seja na sua classificação ou
em seu percentual.
Posicionamento
Na estratégia de posicionamento a posição de risco é igual ou menor do que o patrimônio da
carteira. Na estratégia de alavancagem a posição de risco é superior ao patrimônio da carteira ou
fundo.
50
Hedge
Hedge é o mesmo que proteção. O hedge reduz a exposição ao risco de preços, transferindo-o
para a contraparte que tenha posição contrária à sua ou para quem deseje aceitá-lo em troca de
uma oportunidade de lucro – o chamado especulador.
Ao mesmo tempo em que o hedge com derivativos elimina o risco de oscilação nos preços, ele
impede a realização de lucros potencialmente maiores que possam advir de mudanças favoráveis.
O hedge funciona como um tipo de “seguro de preço”. Por exemplo, para não correr o risco de
comprar o ativo objeto do contrato por um preço muito alto, o hedger abre mão do direito de
comprar mais barato, caso haja uma situação de queda de preço.
Alavancagem
Alavancagem é uma estratégia de utilização dos recursos para ampliar as possibilidades de lucro.
No mercado financeiro, é possível comprar posições no mercado futuro (como por exemplo, os
contratos padronizados de dólar, taxa de juros e de ações), onde não se faz necessário o
pagamento imediato (o que se exige são ajustes diários das variações).
A alavancagem é uma estratégia de investimento que utiliza esta prerrogativa para maximizar o
uso dos recursos de terceiros, aumentando o potencial de retorno de aplicações financeiras,
mesmo que isto signifique considerável elevação do risco (o regulamento do fundo determina qual
o limite de alavancagem a ser assumido, normalmente dentro de parâmetros aceitáveis pela sua
política de investimento).
Se o fundo estiver alavancado em 100,00% significa que aplicou no mercado futuro o dobro de
recursos que o fundo possuía, isto é, aplicou o mesmo valor dos ativos que compõem a carteira.
Nesse caso, não havendo sucesso na gestão do Fundo, o investidor poderá perder todo o
patrimônio investido.
51
Se o fundo estiver alavancado em mais de 100,00% e não tenha sucesso na gestão, o investidor,
além de perder o patrimônio investido, poderá ser chamado a fazer o aporte dos recursos
complementares. Se, de um lado, a alavancagem aumenta as possibilidades de lucro, de outro,
aumenta também os riscos. Quanto mais alavancado estiver o fundo, maior será sua exposição ao
risco.
Os fundos podem ser classificados em relação à sua estrutura, ao seu patrimônio ou à sua
condição tributária.
Para entender melhor, vamos pegar um exemplo: Um carro de passeio compacto não pode ser
comparado com um superesportivo ou um utilitário. Eles possuem diversas características
diferentes, pois, foram criados com objetivos diferentes. Assim é com o fundo. Ele possui
características próprias, principalmente em relação aos ativos que compõem a sua carteira,
fazendo com que sejam classificados em categorias diferentes em relação aos demais.
De acordo com essa classificação CVM, quanto à composição de sua carteira, os Fundos de
investimento e os Fundos de investimento em cotas, classificam-se em:
I – Fundo de Renda Fixa;
II – Fundo de Ações;
III – Fundo Multimercado; e
IV – Fundo Cambial.
O fundo que dispuser em seu regulamento, que tem o compromisso de obter o tratamento fiscal
52
destinado aos fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente, estará obrigado a:
I – Incluir a expressão “Longo Prazo” na denominação do fundo; e
II – Itender às condições previstas na regulamentação de forma a obter o referido tratamento
fiscal.
Admite-se a utilização cumulativa dos sufixos descritos na ICVM 555, de acordo com as
características específicas de cada um dos Fundos de investimento, sempre em conjunto com as
denominações das respectivas categorias.
Os fundos classificados como “Renda Fixa”, devem ter como principal fator de risco de sua carteira
a variação da taxa de juros, de índice de preços, ou ambos. Deve-se, também, observar o seguinte:
• Na emissão ou conversão de cota, pode ser utilizado o valor da cota do dia em que os
recursos são disponibilizados na conta do fundo;
• É vedada a cobrança de taxa de performance, salvo quando se tratar de fundo destinado a
investidor qualificado.
O fundo classificado como “Renda Fixa” deve possuir, no mínimo, 80,00% (oitenta por cento) da
carteira em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator de risco que
dá nome à classe.
Por suas características esse fundo é recomendado para investidores com perfil conservador, ou
seja, que deseja correr o menor risco possível e que precise da disponibilidade dos recursos
investidos no curto prazo.
Fundo Renda Fixa Longo Prazo – Diferencia-se do Renda Fixa Curto Prazo pois dispõe em seu
regulamento que tem o compromisso de obter o tratamento fiscal destinado a fundos de longo
prazo previsto na regulamentação fiscal vigente e atende às condições previstas na referida
regulamentação
Fundo Renda Fixa Referenciado – O fundo classificado como “Renda Fixa” cuja política de
investimento assegure que ao menos 95,00% (noventa e cinco por cento) do seu patrimônio
líquido esteja investido em ativos que acompanham, direta ou indiretamente, determinado índice
de referência deve:
I – Incluir, à sua denominação, o sufixo “Referenciado” seguido da denominação de tal índice;
II – Ter 80,00% (oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou
cumulativamente, por:
a) Títulos da dívida pública federal;
b) Ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo
gestor; ou
c) Cotas de Fundos de índice que invistam preponderantemente nos ativos acima
III – Restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos à realização de operações com o
objetivo de proteger posições detidas à vista (hedge), até o limite destas.
Por suas características esse fundo é recomendado para investidores que busquem acompanhar o
desempenho do índice de referência do fundo, ou seu benchmark.
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Fundo Renda Fixa Simples - O fundo classificado como “Renda Fixa” que atenda às condições
abaixo deve incluir, à sua denominação, o sufixo “Simples”:
I – Tenha 95,00% (noventa e cinco por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado,
isolada ou cumulativamente, por:
a) Títulos da dívida pública federal;
b) Títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que
possuam classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles
atribuídos aos títulos da dívida pública federal;
c) Operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em
títulos de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de lastro em títulos de
responsabilidade de pessoas de direito privado, a instituição financeira contraparte do fundo
na operação possua classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente
àquela atribuída aos títulos da dívida pública federal;
II – Realize operações com derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge);
III – Se constitua sob a forma de condomínio aberto; e
IV – Preveja, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a eles relacionados
sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.
Observações
A lâmina de informações essenciais do Fundo Renda Fixa Simples, deve comparar a performance
do fundo com a performance da taxa SELIC.
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Fica dispensado a assinatura do termo de adesão e a verificação da adequação do investimento no
fundo ao perfil do cliente. Normalmente são fundos constituídos com política de investimentos
em taxas de juros (CDI/SELIC) para investidores conservadores que não querem correr riscos.
Fundo Renda Fixa Dívida Externa - O fundo classificado como “Renda Fixa” que tenha 80,00%
(oitenta por cento), no mínimo, de seu patrimônio líquido representado por títulos
representativos da dívida externa de responsabilidade da União, deve incluir, à sua denominação,
o sufixo “Dívida Externa”.
O fundo acima não está sujeito à incidência dos limites de concentração por emissor.
O Fundo Renda Fixa Dívida Externa pode aplicar recursos porventura remanescentes:
I – Na realização de operações em mercados organizados de derivativos no exterior,
exclusivamente para fins de proteção (hedge) dos títulos integrantes da carteira. Poderá mantê-los
em conta de depósito em nome do fundo, no exterior, atendendo o limite de 10,00% (dez por
cento) do patrimônio líquido respectivo;
II – Na realização de operações em mercados organizados de derivativos no país,
exclusivamente para fins de proteção (hedge) dos títulos integrantes da carteira, desde que
referenciadas em títulos representativos de dívida externa de responsabilidade da União, ou
mantê-los em conta de depósito à vista em nome do Fundo, no país, observado no conjunto, o
limite de 10,00% (dez por cento) do patrimônio líquido respectivo.
Estes fundos não são normalmente distribuídos no varejo.
Fundo Renda Fixa Crédito Privado - Realiza aplicações em quaisquer ativos ou modalidades
operacionais de responsabilidade de Pessoas Físicas ou Jurídicas de direito privado ou de
emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, exceda o percentual de
50,00% de seu PL.
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3.1.2. Fundo de Ações
Fundo de ações - Devem possuir, no mínimo, 67,00% da carteira em ações admitidas à negociação
em mercado organizado, bônus e recibo de subscrição, certificado de depósito de ações, cota de
Fundos de ações, cotas de Fundos de índices de ações e BDRs com nível II e III. O principal fator de
risco da carteira é a variação dos preços das ações. Os Fundos de ações mais comuns são:
Fundos Índices: que buscam acompanhar a variação de um índice de ações (Ibovespa,
IBRX)
Fundos Ativos: que buscam superar determinados benchmarks
Fundos Setoriais: que concentram investimentos em ações de empresas de um setor da
economia em particular.
Em relação aos ativos que compõem a carteira, não há limites de concentração por emissor desde
que previsto no regulamento do fundo.
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Observação
Quando estes fundos forem constituídos sob a forma de condomínio fechado e investirem em
ações, debêntures, bônus de subscrição ou outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou
permutáveis em ações de companhias fechadas, devem participar do processo decisório da
companhia investida, com influência em sua política estratégica e sua gestão, inclusive indicando
membros para o Conselho de Administração da empresa.
Fundo de Ações BDR – Nível I - Mínimo 67,00% do PL composto pelos mesmos ativos do Fundo de
Ações incluindo os BDRs Nível I.
São recomendados para investidores de perfil agressivo disposto a correr riscos em busca de
maior retorno.
Fundo Multimercado - Deve possuir políticas de investimento que envolva vários fatores de risco
sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das
demais classes.
Fundo Cambial - Deve possuir um mínimo de 80,00% de sua carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados via derivativos, com o seu principal fator de risco, que é a variação de
preços de moeda estrangeira ou a variação do cupom cambial.
É recomendado para investidores moderados que buscam preservar o poder de compra de seu
patrimônio em moeda estrangeira ao longo do tempo.
Indicado também para empresas que necessitam fazer hedge (proteção) no caso de possuírem
dívidas em moeda estrangeira.
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Observações
• O fundo não pode deter mais de 20,00% (vinte por cento) de seu patrimônio líquido em
títulos ou valores mobiliários de emissão do administrador, do gestor ou de empresas a eles
ligadas.
• É vedada a aquisição de ações de emissão do administrador, exceto no caso do fundo cuja
Política de Investimento consista em buscar reproduzir índice de mercado do qual as ações do
administrador ou de companhias a ele ligadas façam parte, caso em que tais ações podem ser
adquiridas na mesma proporção de sua participação no respectivo índice.
60
• Dentro do limite acima (20,00%), até 5,00% em cotas de FIDC e FIC-FIDC não padronizados-
NP, cotas de FI/FIC destinados a investidores profissionais com base na ICVM 555.
Os fundos podem comprar ativos no exterior de acordo com os seguintes limites máximos:
• Até 100,00% do patrimônio para os Fundos Renda Fixa Dívida Externa (sendo no mínimo
80,00% aplicados no exterior em títulos da dívida externa da União);
• Até 100,00% do patrimônio para os fundos destinados a investidores qualificados que
apliquem mais de 67% de seu patrimônio líquido no exterior;
• Até 40,00% do patrimônio para fundos destinados exclusivamente a investidores
qualificados que apliquem a maior parcela de seu patrimônio líquido no Brasil;
• Até 20,00% (vinte por cento) de seu patrimônio líquido para os fundos destinados ao público
em geral.
Observação
Os BDR classificados como nível I e as cotas dos fundos da classe Ações – BDR Nível I equiparam-se
aos ativos financeiros no exterior, exceto quando o fundo investidor for classificado como Fundo
de Ações BDR – Nível I. São equiparados a ativos locais os ativos financeiros negociados em países
signatários do Tratado de Assunção.
61
Para os ativos negociados no exterior, é necessário que:
• Sua aquisição esteja expressamente prevista em regulamento; e
• Sejam admitidos à negociação em Bolsas de Valores, de mercadorias e futuros, ou
registrados em sistema de registro, Custódia ou de liquidação financeira, devidamente autorizados
em seus países de origem e supervisionados por autoridade local reconhecida, ou cuja existência
tenha sido assegurada por entidade custodiante contratada pelo administrador do fundo, que seja
devidamente autorizada para o exercício desta atividade em seu país de origem e supervisionada
por autoridade local reconhecida.
Por autoridade local reconhecida, entende-se a autoridade com a qual a CVM tenha celebrado
acordo de cooperação mútua que permita o intercâmbio de informações sobre operações
cursadas nos mercados por ela supervisionados, ou que seja signatária do memorando multilateral
de entendimentos da Organização Internacional das Comissões de Valores – OICV/Iosco.
3.3.1. Quanto ao Prazo Médio da Carteira: Fundos de Curto e Longo Prazo (Conforme Instrução
Normativa RFB nº 1585, de 31 de agosto de 2015)
Os fundos são classificados pela regulamentação fiscal como Fundos de curto prazo e Fundos de
longo prazo (exceto os Fundos de Ações que tem uma classificação própria):
Curto Prazo
Os fundos de curto prazo são os que possuem ativos em que o prazo médio dos vencimentos da
carteira é de até 365 dias.
Longo Prazo
Já os fundos com prazo médio de carteira superior a 365 são enquadrados pela legislação fiscal
como fundos de longo prazo. Esta classificação é importante, pois os fundos de curto prazo e
longo prazo tem tributação diferenciada.
62
Os fundos classificados na ICVM 555 (exceto os Fundos de ações), que tem o compromisso de
obter o tratamento fiscal destinado a Fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal
vigente estará obrigado a:
• Incluir a expressão “longo prazo” na denominação do fundo;
• Atender às condições previstas na referida regulamentação de forma a obter o referido
trata- mento fiscal.
3.3.2. Quanto ao Limite de Alocação em Títulos com Médio e Alto Risco de Crédito
Além dos limites de concentração por emissor, a CVM define regras para a aplicação em títulos
de crédito privado, independentemente do emissor.
63
condicionado à assinatura de termo de ciência dos riscos inerentes à composição da carteira do
fundo, vedada a utilização de sistemas eletrônicos para este fim.
Caso o fundo aplique em outros fundos, o administrador deverá assegurar-se de que estas regras
serão observadas quando, na consolidação das aplicações do fundo investidor com as dos fundos
investidos, for excedido 50,00% do patrimônio em exposição a títulos privados.
São definidos pela CVM como “créditos privados”, para fins de Fundos de investimento:
• Debêntures, • CPR,
• Notas promissórias, • WA,
• Commercial paper, • NCA,
• Export note, • CDA e
• CCB, • CDCA.
Também conhecidos como Fundos de Recebíveis, estes fundos foram autorizados a serem
constituídos por meio da Resolução nº 2.907, de 29.11.01, do BC e da Instrução CVM nº 356, de
17.12.01, e modificada pelas Instruções CVM nºs 393, de 22.07.03, e 435 de 05.07.06.
Os ativos desses fundos são constituídos por títulos de crédito originários de operações realiza-
das nas instituições financeiras, na indústria, arrendamento mercantil, hipotecas, prestação de
serviços e outros títulos que possam ser admitidos como direito de crédito pela CVM.
64
Desta forma, as operações de crédito originalmente feitas por uma instituição podem ser cedidas
(vendidas) aos fundos que assumem estes direitos creditórios. Esta operação permite aos bancos,
por exemplo, que cedam (vendam) seus empréstimos aos FIDCs, liberando espaço para novas
operações e aumentando a liquidez deste mercado.
Os FIDCs somente podem ser administrados por banco múltiplo, banco comercial, banco de
investimento, sociedade de crédito financiamento e investimento, por sociedade corretora de
títulos e valores mobiliários ou por sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários. Estes
fundos só podem funcionar com a aprovação prévia da CVM. Esta aprovação prévia será
dispensada, em alguns casos, mediante o protocolo dos documentos exigidos pela CVM para tal.
65
• Máximo de 10,00% de concentração em um mesmo emissor - Pessoa Jurídica (tanto para
direitos creditórios quanto para os outros ativos da carteira). Este limite pode ser ultrapassado se
estiver previsto no regulamento e em destaque no material de divulgação do Fundo;
• Máximo de 20,00% de concentração em um mesmo emissor - instituição financeira (tanto
para direitos creditórios quanto para os outros ativos da carteira). Este limite pode ser
ultrapassado se estiver previsto no regulamento e em destaque no material de divulgação;
• Os FIDCs podem operar no mercado de derivativos (Bolsas e Balcão com sistema de registro)
somente para proteger suas posições a vista;
• Todos os direitos creditórios e ativos destes fundos devem ser custodiados e registrados em
nome do fundo, em contas específicas abertas nas empresas de liquidação e Custódia, autorizadas
à prestação desses serviços.
Cota sênior: que não se subordina às demais para efeito de amortização e resgate, ou seja, que
tem preferência no momento do resgate. No caso de fundos fechados pode ocorrer mais de uma
série de cotas seniores, com valores e prazos diferenciados entre si. Normalmente, os investidores
do fundo compram cotas seniores.
Cota subordinada: que se subordina às cotas seniores para efeito de amortização e resgate, e
podem ser resgatadas, geralmente, somente após o resgate das cotas seniores. As cotas
subordinadas destinam-se normalmente aos cedentes dos créditos que fazem parte da carteira. As
cotas subordinadas podem ser resgatadas antes das cotas seniores se os titulares das cotas
subordinadas informarem o administrador do fundo de sua intenção com 60 dias de antecedência.
O administrador, então, informa os titulares das cotas seniores desta intenção de resgate, e estes
têm o direito, neste período, de decidirem também resgatar suas cotas, se assim lhes convier. Os
investidores do FIDC precisam ser investidores qualificados, e terão valor mínimo para realização
de aplicações de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
66
3.4.2. Fundos de Investimento Imobiliário – FII
Estes fundos somente podem ser geridos por instituição autorizada pela CVM, que deverá ser,
exclusivamente, banco múltiplo com carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário,
banco de investimento, sociedade corretora ou sociedade distribuidora de valores mobiliários,
sociedade de crédito imobiliário, caixas econômicas e associações de poupança e empréstimo.
O administrador é apenas o proprietário fiduciário dos bens imóveis adquiridos com os recursos
do fundo, ou seja, administra e dispõe dos bens, de acordo com a legislação e o regulamento do
fundo. No entanto, estes bens não integram o ativo do administrador. Os cotistas tampouco são
proprietários dos imóveis e sim de cotas que rendem a valorização do imóvel. Os cotistas podem
receber remuneração que tenha como base o aluguel do imóvel vinculado ao fundo.
Distribuição do lucro
Estes fundos devem distribuir, no mínimo, 95,00% do lucro auferido, apurados segundo o regime
de caixa.
Constituição
O processo básico para a constituição de uma carteira imobiliária passa normalmente por cinco
etapas:
• O empreendedor identifica oportunidades, define o produto e aprova o projeto pelas vias
normais do mercado imobiliário;
• Uma instituição financeira qualificada aprova o projeto e encarrega-se dos trâmites legais;
• Um consultor técnico ligado ao setor a que se destina o projeto dá seu parecer;
67
• A CVM recebe o pedido de constituição do fundo, a partir do qual o fundo autoriza emitir as
cotas;
• A instituição financeira faz a colocação primária das cotas, e, uma vez encerrada, solicita
autorização da CVM para o início do funcionamento do fundo e dá sinal verde para o
empreendedor iniciar a obra.
Investidores
Estes fundos destinam-se a investidores que procuram imóveis como uma maneira de
diversificação de sua carteira de investimentos e esperam ganho de capital moderado e
rendimentos em forma de aluguel.
Os FII podem ser constituídos exclusivamente a investidores qualificados. Para isso, o regulamento
do fundo (destinado exclusivamente a investidores qualificados) deve ser explícito no que se
refere à exclusiva participação desse tipo de investidores.
Riscos
Os Fundos de Investimento Imobiliário incorrem também em alguns riscos. Vejamos alguns
exemplos possíveis:
• Procura abaixo do que a projetada para compra ou aluguel dos imóveis pertencentes ao
fundo;
• Valorização das unidades ou rendimentos com alugueis abaixo do previsto;
• Inadimplência de compradores ou locatários dos imóveis;
• Crises na conjuntura política ou econômica, tanto no plano nacional como internacional, que
contaminem o ambiente de negócios;
• Dificuldade de o emissor de um título de crédito honrar os compromissos de pagamento de
juros.
Risco de gestão
Execução das obras, andamento do cronograma etc.
Aplicações
Os Fundos imobiliários podem aplicar nos seguintes ativos:
68
• Quaisquer direitos reais sobre bens imóveis;
• Ações, debêntures e quaisquer outros valores mobiliários, desde que se trate de emissores
cujas atividades preponderantes sejam permitidas aos FII;
• Cotas de Fundos de Investimento em ações que sejam setoriais e que invistam
exclusivamente em construção civil ou no mercado imobiliário;
• Letras hipotecárias e letras de crédito imobiliário;
• Todos os limites de concentração por emissor e por tipo de ativo financeiro que se aplicam
aos Fundos de Investimento comuns aplicam-se também aos Fundos imobiliários;
• O Fundo pode operar nos mercados de derivativos apenas para fins de proteção de seu
patrimônio;
• A remuneração pelos serviços prestados pelo administrador deve constar expressamente do
regulamento do fundo e pode incluir taxa de performance, calculada em função do desempenho
do fundo ou de indicador relevante para o mercado imobiliário que, com o fundo, possa ser
razoavelmente comparado.
Os Fundos de Índice possuem cotas que são negociáveis em Bolsa de Valores ou mercado de
Balcão Organizado, também conhecido como ETFs – Exchange Traded Funds. São regulamentados
pela Instrução CVM 359, de 22/01/2002 e são constituídos na forma de um condomínio aberto.
Seus recursos são destinados à aplicação em carteira de títulos e valores mobiliários que visam
refletir as variações e rentabilidade de um índice de referência, ou seja, um índice de mercado
específico reconhecido pela CVM, ao qual a política de investimento do fundo esteja associada. O
fundo deve manter, no mínimo, 95,00% de seu patrimônio aplicado em valores mobiliários ou
outros ativos de renda variável autorizados pela CVM, na proporção em que estes integrem o
índice de referência, ou em posições compradas no mercado futuro ou índice de referência de
forma a refletir a variação e a rentabilidade de tal índice.
Como exemplo, temos o PIBB (Papéis índice Brasil Bovespa), que replica a carteira teórica do IBrX-
50, um indicador de desempenho utilizado no mercado de ações brasileiro: sua carteira teórica é
69
constituída pelas 50 ações mais negociadas na Bolsa, de emissão de 43 companhias abertas
listadas na BOVESPA, que se dedicam a atividades em 8 diferentes setores da economia.
Por ter suas cotas negociadas em Bolsa, o Fundo de Índice é um valor mobiliário, sendo sua
negociação e liquidação idênticas às das ações negociadas na Bovespa.
A administração do fundo pode ser feita por Pessoa Jurídica autorizada pela CVM para exercer a
atividade de administração de carteira de valores mobiliários. As funções de administrador e de
gestor poderão ser exercidas pela mesma Pessoa Jurídica legalmente habilitada, podendo o
administrador contratar terceira pessoa igualmente habilitada para o exercício profissional de
administração de carteira, para gerir a carteira do fundo.
70
Ao aderir ao Fundo, o investidor deve assinar o Instrumento Particular de Compromisso de
Investimento junto com o administrador e duas testemunhas. Do instrumento de compromisso de
investimento deverá constar que, no decorrer da vigência do fundo haverá chamadas de capital,
às quais o investidor estará obrigado, de acordo com regras constantes do referido instrumento e
sob as penas nele expressamente previstas.
71
Entende-se por empresa emergente a companhia que apresente faturamento líquido anual, ou
faturamento líquido anual consolidado, inferiores a R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões
de Reais), apurados no balanço de encerramento do exercício anterior à aquisição dos valores
mobiliários de sua emissão.
É vedado ao fundo investir em sociedade cujo controle acionário seja detido por grupo de
sociedades, de fato ou de direito, cujo patrimônio líquido consolidado seja superior a R$
300.000.000,00 (trezentos milhões de Reais).
O fundo terá prazo máximo de duração de 10 (dez) anos, contados a partir da data da autorização
para funcionamento pela Comissão de Valores Mobiliários.
Emissão de cotas
Somente será permitida a emissão de cotas de valor igual ou superior a R$ 20.000,00 (vinte mil
Reais).
Uma vez constituído e autorizado o seu funcionamento, o fundo deverá manter, no mínimo,
75,00% (setenta e cinco por cento) de suas aplicações em ações, debêntures conversíveis em
ações, ou bônus de subscrição de ações de emissão de empresas emergentes.
A parcela de suas aplicações que não estiver aplicada em valores mobiliários de empresas
emergentes deverá, obrigatoriamente, estar investida em cotas de Fundos de Renda Fixa, e/ou em
títulos de Renda Fixa de livre escolha do administrador, ou valores mobiliários de companhias
abertas adquiridas em Bolsa de Valores ou mercado de Balcão Organizado.
É vedado ao fundo realizar operações com derivativos, exceto quando tais operações sejam
realizadas exclusivamente para fins de proteção patrimonial.
72
4. Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os Fundos de Investimento
O objetivo do Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para Fundos de Investi- mentos é
estabelecer parâmetros pelos quais as atividades das Instituições Participantes, relacionadas à
constituição e funcionamento de Fundos de Investimento, devem se orientar, visando,
principalmente, a estabelecer:
I. A concorrência leal;
II. A padronização de seus procedimentos;
III. A maior qualidade e disponibilidade de informações sobre Fundos de Investimento, especial-
mente por meio do envio de dados pelas Instituições Participantes à ANBIMA; e
IV. A elevação dos padrões fiduciários e a promoção das melhores práticas do mercado.
73
4.2. Princípios Gerais
II. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua atividade, o
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus próprios
negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas
durante o período em que prestarem algum dos serviços previstos no código;
III. Evitar práticas que possam ferir a relação fiduciária mantida com os cotistas dos Fundos de
Investimento; e
IV. Evitar práticas que possam vir a prejudicar a indústria de Fundos de Investimento e seus
participantes, especialmente no que tange aos deveres e direitos relacionados às atribuições
específicas de cada uma das Instituições Participantes, estabelecidas em contratos, regulamentos
e na legislação vigente.
Entende-se por relação fiduciária a relação de confiança e lealdade que se estabelece entre os
cotistas dos Fundos de Investimento e a Instituição Participante, no momento em que é confiada à
mesma a prestação de serviço para a qual foi contratada.
74
As Instituições Participantes devem tomar providências para que sejam disponibilizados aos
investidores, quando de seu ingresso nos Fundos de Investimento, lâminas atualizadas e
compatíveis com o Regulamento dos Fundos de Investimento.
Observação
A lâmina será facultativa nos casos previstos pela regulamentação. Deve conter as principais
características do Fundo de Investimento, dentre as quais as informações relevantes ao investidor
sobre políticas de investimento, riscos envolvidos, bem como direitos e responsabilidades dos
cotistas. Deve conter, no mínimo, os dizeres obrigatórios constantes do artigo seguinte, bem como
as exigências específicas para cada tipo de fundo.
Na capa das lâminas dos Fundos de Investimento administrados pelas Instituições Participantes
que sejam elaboradas em conformidade com todos os requisitos estabelecidos no Código
ANBIMA, devem ser impressas a logomarca da ANBIMA, acompanhada de texto obrigatório,
utilizada para demonstração do compromisso das Instituições Participantes com o cumprimento e
observância das disposições do Código (“Selo ANBIMA”) e a data do documento.
75
ESTE DOCUMENTO FOI PREPARADO COM AS INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS AO ATENDIMENTO DAS
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO ANBIMA DE REGULAÇÃO E MELHORES PRÁTICAS PARA OS FUNDOS DE
INVESTIMENTO, BEM COMO DAS NORMAS EMANADAS DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS.
A AUTORIZAÇÃO PARA FUNCIONAMENTO E/OU VENDA DAS COTAS DESTE FUNDO NÃO IMPLICA,
POR PARTE DA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS OU DA ANBIMA, GARANTIA DE VERACIDADE
DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS, OU JULGAMENTO SOBRE A QUALIDADE DO FUNDO, DE SEU
ADMINISTRADOR OU DAS DEMAIS INSTITUIÇÕES PRESTADORAS DE SERVIÇOS.
Quando for o caso, e de acordo com o nível de exposição a risco de cada Fundo de Investimento,
devem ser ainda impressos, obrigatoriamente, com destaque, na capa, na contracapa ou na
primeira página do Formulário, um dos seguintes avisos ou avisos semelhantes que expressem o
mesmo teor:
Devem ainda constar, com destaque na capa, na contracapa ou na primeira página do Formulário
de Informações Complementares, os seguintes avisos ou a visos semelhantes com o mesmo teor:
76
O INVESTIMENTO DO FUNDO DE QUE TRATA ESTE FORMULÁRIO APRESENTA RISCOS PARA O
INVESTIDOR. AINDA QUE O GESTOR DA CARTEIRA MANTENHA SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE
RISCOS, NÃO HÁ GARANTIA DE COMPLETA ELIMINAÇÃO DA POSSIBILIDADE DE PERDAS PARA O
FUNDO E PARA O INVESTIDOR; ESTE FUNDO NÃO CONTA COM GARANTIA DO ADMINISTRADOR,
DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE SEGURO OU, AINDA, DO FUNDO GARANTIDOR DE
CRÉDITOS – FGC; A RENTABILIDADE OBTIDA NO PASSADO NÃO REPRESENTA GARANTIA DE
RENTABILIDADE FUTURA;
77
antes da divulgação, aprovação expressa do administrador do Fundo de Investimento.
As Instituições Participantes devem adotar a Marcação a Mercado (“MaM”) no registro dos ativos
financeiros, conforme definidos pela regulamentação da CVM em vigor, componentes das
carteiras dos Fundos de Investimento que administrem.
A MaM consiste em registrar todos os ativos, para efeito de valorização e cálculo de cotas dos
Fundos de Investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em casos de ativos
líquidos ou, quando este preço não é observável, por uma estimativa adequada de preço que o
ativo teria em uma eventual negociação feita no mercado.
A MaM tem como principal objetivo evitar a transferência de riqueza entre os cotistas dos Fundos
de Investimento, além de dar maior transparência aos riscos embutidos nas posições, uma vez que
as oscilações de mercado dos preços dos ativos, ou dos fatores determinantes destes, estarão
refletidas nas cotas, melhorando assim a comparabilidade entre suas performances.
Caberá ao Conselho de Regulação e Melhores Práticas expedir diretrizes que deverão ser
observadas pelas Instituições Participantes no que se refere à MaM para cada tipo de fundo
disciplinado pelo Código.
78
4.6. Serviços: Administração, Gestão e Distribuição de Fundos de Investimento
Administração
A administração do Fundo de Investimento compreende o conjunto de serviços relacionados
direta ou indiretamente ao funcionamento e manutenção do fundo.
Não esqueça
A Instituição Participante administradora de Fundo de Investimento que, representando o fundo,
contratar prestadores de serviço deve manter política interna para seleção desses prestadores de
serviço (due diligence).
79
Gestão
A gestão compreende o conjunto de decisões que, executadas com observância dos termos do
Regulamento e do Formulário de Informações Complementares (quando houver), determinam a
performance do Fundo de Investimento.
A gestão dos Fundos de Investimento deve ser exercida por gestor que esteja devidamente
autorizado pela CVM para o exercício da atividade de administração de carteira de valores
mobiliários.
Os profissionais da área de gestão que possuem alçada de decisão sobre as aplicações dos
recursos dos Fundos de Investimento deverão estar devidamente certificados, nos termos do
Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para o Programa de Certificação Continuada. A
Instituição Participante gestora do Fundo de Investimento é responsável:
Os gestores devem adotar os seguintes procedimentos mínimos para as aquisições dos ativos
financeiros representativos de dívidas ou obrigações não soberanas (“Crédito Privado”) para os
fundos que estão sob sua gestão:
80
• Somente adquirir Crédito Privado caso tenha sido garantido o acesso às informações que o
gestor julgar necessárias à devida análise de crédito para compra e acompanhamento do ativo.
• Dispor em sua estrutura, ou contratar de terceiros, equipe ou profissionais especializados
nas análises jurídicas, de crédito, de compliance e de riscos de operações com Crédito Privado,
que possibilitem a avaliação do negócio e o acompanhamento do título após sua aquisição.
• Exigir o acesso aos documentos integrantes da operação ou a ela acessórios e, nas
operações com garantia real ou fidejussória, a descrição das condições aplicáveis ao seu acesso e
execução.
• Monitorar o risco de crédito envolvido na operação, bem como a qualidade e capacidade de
execução das garantias, enquanto o ativo permanecer na carteira do fundo.
• Em operações envolvendo empresas controladoras, controladas, ligadas e/ou sob controle
comum da Instituição Participante gestora e/ou administradora do fundo, observar os mesmos
critérios que utiliza em operações com terceiros, mantendo documentação de forma a comprovar
a realização das operações em bases equitativas.
• Adquirir apenas Crédito Privado de emissores pessoas jurídicas, e que tenham suas
demonstrações financeiras auditadas anualmente por auditor independente autorizado pela CVM.
Distribuição
Caracteriza-se como distribuição de Fundos de Investimento a oferta de cotas de Fundo de
Investimento a investidor ou potencial investidor, de forma individual ou coletiva, resultando ou
não em captação de recursos para o Fundo de Investimento.
81
A publicidade e o envio de informações sobre o Fundo de Investimento, de forma esporádica ou
continuada, devem incluir informações de como o investidor, ou potencial investidor pode
contatar o(s) distribuidor(es) autorizado(s).
A distribuição de cotas de Fundos de Investimento deve ser exercida por distribuidor habilitado e
autorizado pela CVM para o exercício de tal atividade.
82
• Diretor responsável por assegurar a estrita observância e aplicação das regras,
procedimentos e políticas internas pertinentes à essa atividade, observada a regulamentação
vigente quanto à cumulação de funções pelo mesmo diretor.
A Instituição Participante pode, sob sua exclusiva responsabilidade, contratar agentes autônomos
de investimentos, devidamente credenciados nos termos da regulamentação da CVM, para
atuarem como seus prepostos na distribuição de cotas de Fundos de Investimento.
Caso seja verificada divergência entre o perfil identificado e a efetiva composição da carteira
83
pretendida/detida pelo cliente, deverão ser estabelecidos procedimentos, junto ao cliente, para
tratamento de tal divergência.
Quando se tratar de Fundos de Investimento distribuídos via agências, no varejo, deverão ser
adotados os procedimentos previstos no Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para
Atividade de Distribuição de Produtos de Investimento no Varejo.
Observação
Visite a página: http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/inst/anexos/500/inst-
539consolid.pdf que fala sobre o dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e
operações ao perfil do cliente; além de classificar investidor qualificado e investidor profissional.
84
5. Taxas, Tipos e Formas de Cobrança
Para gerir os fundos os administradores cobram taxas, porém, somente podem ser cobradas,
aquelas previstas no regulamento do fundo. Existem, basicamente, cinco tipos de taxas: taxa de
administração, taxa de performance, taxa de ingresso, taxa de saída e taxa de Custódia.
É a remuneração cobrada pelo gestor para administrar os recursos do fundo, para prestar
consultoria de investimentos e demais atividades de tesouraria, controle e processamento dos
títulos e a classificação de risco por agência de rating constituída no País. Englobam ainda a
distribuição de cotas e escrituração da emissão e resgate de cotas do fundo.
A taxa de administração incide sobre o PL do fundo e é cobrada diariamente com uma taxa
expressa em % ao ano e independe do desempenho do fundo (negativo ou positivo).
É um percentual cobrado pelo gestor sempre que a rentabilidade do fundo ultrapassa o índice de
referência especificado no regulamento.
A taxa de performance não pode ser cobrada quando o valor da cota do fundo for inferior ao seu
valor por ocasião da última cobrança efetuada.
85
• Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100,00% do
parâmetro de referência. Por exemplo, não pode haver cobrança de taxa de performance sobre o
que exceder a 90,00% do CDI.
• Cobrança por período, no mínimo, semestral.
• Cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração fixa.
• É vedada a cobrança de taxa de performance quando o valor da cota do fundo for inferior ao
seu valor por ocasião da última cobrança efetuada (linha d’água).
• Para os fundos destinados exclusivamente a Investidores Qualificados, não é preciso seguir
as regras descritas acima.
Taxa de ingresso é uma taxa cobrada pela entrada do investidor no fundo e se repete a cada vez
que este adquirir novas cotas. No Brasil não é comum à cobrança dessa taxa na maioria dos
fundos de varejo. A cobrança desta taxa deve ser prevista no regulamento do fundo.
Taxa de saída é uma taxa cobrada nos resgates totais ou parciais de alguns fundos quando
previstos no regulamento do fundo quando de sua constituição.
É uma taxa cobrada mensalmente pelas corretoras para armazenar os títulos ou ações, de um
determinado investidor. Esta taxa pode ser um valor fixo, ou um percentual sobre o valor dos
papéis guardados.
86
5.6. Regras de Alteração
Além das taxas de administração e performance outras despesas são de responsabilidade dos
Fundos de Investimentos. Constituem encargos do fundo as seguintes despesas, que lhe podem
ser debitadas diretamente. Vejamos:
88
Referências
ASSAF N., Alexandre. Mercado Financeiro – 9. Ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
FORTUNA, E. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 17ª Ed. - Rio de Janeiro: Qualitymark, 2014
GALVÃO, Alexandre...[et al.]. Mercado Financeiro; uma abordagem prática dos principais produ-
tos e serviços. Rio de janeiro:Campus, 2006.
LIMA, Ivan S.;GALARDI, Ney; NEUBAUER, Ingrid. Mercado de Investimentos Financeiros. São Paulo:
Atlas, 2008
PINHEIRO, J.L. Mercado de Capitais - Fundamentos e Técnicas. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
89
Copyright © 2015
Controle D.04.48.01
Data da Elaboração 24/06/2016
Data da Revisão 01/03/2017
Elaborado por Educação Continuada
Aprovado por Equipe de Certificação Continuada
Redação
Marcelo de Souza Pinto
Superintendência de Educação
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