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06/09/2019 Revista Proteção

Entrevistas

RENÉ MENDES - Dicionário reúne 521 autores e será referência para a


área de Saúde e Segurança
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O ano está começando e o setor de


Saúde e Segurança do Trabalho recebe
sua primeira boa notícia. Será lançada em
março a primeira edição do Dicionário de
Saúde e Segurança do Trabalhador, obra
que se tornará rapidamente referência
técnica para os que atuam na área no
Brasil. O organizador deste arrojado
projeto, que reúne 521 autores e os mais
importantes verbetes distribuídos em
1.280 páginas é o professor René
Mendes, médico reconhecido como um
expoente na prevenção brasileira.

René Mendes é médico especialista em


Saúde Pública e em Medicina do
Trabalho, mestre, doutor e livre-docente
em Saúde Pública pela USP. Foi
professor-doutor da Unicamp, por 15
anos, e, a partir de 1991, professor titular
da Faculdade de Medicina da UFMG,
onde se aposentou. Ao longo de sua
carreira profissional, exerceu cargos de direção na Fundacentro, Ministério da Saúde, Ministério do
Trabalho, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em Washington, e na Organização
Internacional do Trabalho (OIT). Também presidiu a Anamt (Associação Nacional de Medicina do
Trabalho) e é o atual editor chefe da Revista Brasileira de Medicina do Trabalho.

O projeto do Dicionário será lançado em março pela Proteção Publicações em duas versões, uma
impressa e uma digital. Os 1.237 verbetes estão em ordem alfabética, permitindo uma pesquisa mais
rápida e eficiente. O livro ajudará a dirimir dúvidas e a resgatar importantes informações da evolução da
SST no Brasil. Nele, além dos conceitos e definições, há também informações sobre a história de
instituições e profissionais destacados. Proteção ouviu o professor René Mendes em São Paulo que
falou sobre o Dicionário e sua importância para a prevenção no Brasil.

Como foi este desafio de reunir grandes nomes da área de SST e de outras áreas para falar de
saúde e segurança do trabalhador?
Desde 1980 que me preocupo com a produção de textos voltados para a área de Saúde e Segurança.
Medicina do Trabalho e Doenças Profissionais foi o primeiro livro e em 1995 ele foi transformado em
Patologia do Trabalho e agora já a caminho de uma possível quarta edição. Minha preocupação
sempre foi e continua sendo ampliar as oportunidades aos profissionais que necessitam e utilizam este
tipo de livro para esclarecer suas dúvidas. Originalmente minha preocupação era para com os médicos
do Trabalho; mas já há muito tempo evoluí para a visão de saúde do trabalhador agregando a
Segurança do Trabalho. Então, este novo livro partiu da percepção de que há uma carência muito
grande de textos relacionados à área para um público muito além dos médicos do Trabalho. Eu não sou
suficiente para dar conta desta tarefa e imaginei que o perfil dos usuários tinha que estar retratado no
perfil dos autores. Portanto, já se deu um salto muito grande na visão da pluralidade, da
multidisciplinaridade e de certa forma da interdisciplinaridade no campo da saúde e segurança do
trabalhador. Este salto veio acompanhado da capitalização de uma grande rede de relacionamentos
pessoais e profissionais que fui construindo ao longo de 45 anos de contatos no Brasil e no exterior. A
questão central foi mobilizar esta rede e de alguma forma conquistá-los para um projeto coletivo; são
mais de 520 autores perfeitamente engajados. O grande desafio a esta altura da minha vida, com 72
anos e 45 dedicados a esta área profissional, é justamente a mobilização coletiva dos vários olhares,
experiências, percepções e das várias formas de ver. Tenho horror a algo que seja doutrinário,
monocrático, com uma visão única e dogmática. Tenho compromisso com a diversidade, com a
pluralidade, com a riqueza que é formada por múltiplos olhares e formas de ver, eventualmente,
opostas.

FOTO: Alexandre Gusmão

Entrevista ao jornalista Alexandre Gusmão

Confira a entrevista completa na edição de janeiro da Revista Proteção.

www.protecao.com.br/site/inc/structure/printMateria.php?id=AQjyA5 1/1

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