A ORIGEM DA VIDA
A origem da vida é um mistério. Como os seres vivos originam-se tem sido preocupação
do ser humano desde os primórdios da humanidade. Muitas estórias e mitos abordam essa
questão.
Na antiguidade, Aristóteles acreditava que os seres vivos podiam surgir espontaneamente
de matéria não-viva. Muitos trabalhos descreviam como peixes surgiam do lodo, ratos eram
gerados a partir de trapos sujos, pulgas nasciam de poças de lama e moscas surgiam de
alimentos em decomposição. Essa idéia, conhecida como geração espontânea, ou
abiogênese, foi aceita por muito tempo até que começou a ser contestada por F. Redi em
1668. Através de experimentos demonstrou que moscas só “surgiam” de alimentos em
decomposição quando mantidos em ambientes abertos onde moscas podiam depositar seus
ovos, enquanto pedaços de alimentos devidamente vedados em um recipiente não geravam
moscas.
As idéias propostas por François Redi de que matéria viva só surge
a partir de matéria viva não foram aceitas na época até que em 1862 os
experimentos de Louis Pasteur derrubaram a teoria da geração
espontânea. Pasteur observou que um caldo nutritivo pasteurizado
quando mantido em um frasco com o gargalo recurvado permanecia
dias praticamente inalterado. A pasteurização, elevação rápida da
temperatura seguido de rápido resfriamento, era responsável pela
morte de todos os microorganismos de dentro do frasco e o gargalo
recurvado diminuía o acesso do caldo aos microorganismos do ar.
Porém, quando o gargalo curvo era retirado o frasco era contaminado
por diversos fungos e bactérias em menos de 2 dias. Assim, a teoria da
geração espontânea dava lugar à teoria da biogênese, segundo a qual
“onde surge uma célula, existia uma célula prévia, exatamente como os
animais só surgem de animais e as plantas de plantas”. Isso significa
que todas as formas de vida que existem hoje surgiram de um primeiro
ser vivo que é ancestral de toda os seres vivos do nosso planeta. Entretanto a teoria da
biogênese não explica como a primeira forma de vida surgiu.
Há diversas teorias que tentam explicar esse evento único de origem da vida. Uma
dessas teorias é conhecida como criacionismo e tem como base a religião cristã, segundo a
qual todos os seres vivos foram criados por um deus. Porém a primeira teoria cientificamente
aceita foi proposta por Aleksandr Ivanovitch Oparin em 1936 no seu livro A origem da vida.
Segundo Oparin as primeiras moléculas orgânica teriam surgido da atmosfera primitiva
submetida a altas temperaturas, forte radiação ultravioleta e descargas elétricas de raios.
Essas moléculas teriam se aglomerado nos oceanos formando estruturas complexas chamadas
de coacervados que eram formados de substâncias orgânicas, principalmente proteínas, e
água.
Antes da teoria da coacervação de Oparin,
Friedrich Wöhler, em 1828, já havia demonstrado
que era possível produzir compostos orgânicos em
condições de laboratório. Antes de F. Wöhler obter
uréia a partir de cianeto de amônio acreditava-se
que os compostos orgânicos só podiam ser
produzidos pelos seres vivos. Em 1953, Stanley
Miller publicou um artigo intitulado “Produção de
aminoácidos nas possíveis condições da Terra
primitiva” demonstrando que poderiam estar
corretas as idéias de Oparin de que a atmosfera
primitiva composta de vapor d’água (H2O),
metano (CH4), amônia (NH3) e higrogênio (H2)
poderia ter sido precursora dos primeiras
substâncias orgânicas. O experimento de Miller
consistia de um sistema fechado que reproduzia as
condições da Terra primitiva. No primeiro
compartimento água era aquecida até vaporizar e
Uma das teorias mais estranhas sobre a origem da vida diz que ela, na verdade, seria
extraterrestre e organismos teriam chegado de carona ao nosso planeta por meteoros que
teriam caído aqui. Essa teoria recebe o nome de panspermia cósmica. A primeira vista
parece ser uma teoria ridícula, mas se a observarmos mais atentamente veremos que ela tem
fundamentos. Parece impossível que um ser vivo consiga sobreviver no espaço, onde não há
atmosfera e a temperatura e pressão são muito baixas e depois sobreviver ao calor gerado
pelo atrito dos meteoros com a atmosfera do nosso planeta. Entretanto conhecemos hoje
bactérias chamadas extremófilas que vivem em condições extremas que aparentemente
seriam impossíveis de suportar vida, como em vulcões e gêiseres. Também temos indícios de
que é possível que o nosso planeta vizinho, Marte, já tenha desenvolvido vida no seu passado.
Foram encontrados rastros de rios em Marte e sua superfície é rica em óxido de ferro
(ferrugem, que dá a aparência de vermelho ao planeta). Para que ajam rastros de rios é
necessário que o planeta tivesse água em um passado geológico e o óxido de ferro indica que
o planeta já teve uma atmosfera rica em umidade e oxigênio (ambos necessários para
transformar ferro em ferrugem). Outras teorias dizem que a vida originou-se na Terra, mas que
a água e a matéria orgânica originou-se de outras partes do universo e que chegou ao nosso
planeta através de cometas. Sabe-se hoje que os compostos orgânicos, como aminoácidos,
encontram-se em todo o universo, principalmente no que chamamos de poeira cósmica.
Acredita-se que dos coacervados surgiram as primeiras formas de vida unicelulares nos
oceanos e mares. Essa forma de vida era heterotrófica anaeróbica. Essas células não eram
capazes de produzir seus próprios compostos orgânicos, então absorviam os compostos
existentes na água e deles obtinham a energia necessária através da fermentação. Essa
forma de obter energia é conhecida como metabolismo anaeróbico, que significa que a célula
não consome oxigênio para produzir energia. Comparado com a obtenção de energia através o
metabolismo aeróbico, no qual há utilização de oxigênio, o metabolismo anaeróbico produz
muito menos energia para a célula. O motivo da célula optar por esse tipo de forma de
obtenção de energia deve-se ao fato de que na atmosfera primitiva não havia o gás oxigênio. A
fermentação anaeróbica possui como produto final moléculas de gás carbônico, que até então
não faziam parte da atmosfera. Com o aparecimento desse gás na atmosfera, novos
organismos puderam se desenvolver.
Alguns organismos evoluíram sistemas que permitiram utilizar a energia solar e gás
carbônico (CO2) para sintetizarem substâncias orgânicas através de um processo chamado
fotossíntese. Esses organismos foram os primeiros autotróficos do planeta e através da
fotossíntese acumularam na atmosfera um gás extremamente tóxico para a os primeiros seres
vivos, o oxigênio (O2). A formação desse gás teve conseqüências negativas e positivas para a
vida no planeta Terra. A sua toxicidade causou a morte de muitos microorganismos e
sobreviveram apenas aqueles que de alguma forma conseguiram evitar essa toxicidade. Os
organismos evoluíram em duas direções para sobreviver a esse gás: ou evitaram o oxigênio ou
criaram defesas contra ele. Os organismos que vivem hoje em uma atmosfera com 21% de
Mas se por um lado o oxigênio causou uma grande crise ecológica que matou grande
parte dos organismos viventes da época, por outro ele favoreceu a vida no nosso planeta por
permitir que os sobreviventes a essa crise desenvolvessem mecanismos para aproveitarem
melhor a energia dos compostos orgânicos através do metabolismo aeróbico. A produção de
energia no metabolismo aeróbico é quase 20 vezes maior que a produção no metabolismo
anaeróbico. O oxigênio também permitiu que outro gás fosse formado, o ozônio. A camada
formada por esse gás diminui a passagem de raios ultravioletas pela atmosfera. Esses raios
são extremamente nocivos e podem causar muitas mutações. Como eles não penetram com
tanta facilidade na água, por muito tempo a vida desenvolveu-se apenas nos oceanos e mares
para evitar essa agente nocivo. Assim, a produção de oxigênio e, conseqüentemente, da
camada de ozônio permitiu que algumas formas de vida se desenvolvessem em terra firme,
gerando os primeiros seres vivos terrestres.
Por fim, muitos desses organismos unicelulares começaram a viver em colônias,
agregados de organismos de uma mesma espécie. As células de muitas colônias tornaram-se
dependentes umas das outras gerando os primeiros organismos pluricelulares. A
pluricelularidade permitiu que evoluíssem organismos maiores e mais complexos. Acredita-se
que os primeiros animais, por exemplo, evoluíram de colônias de protozoários conhecidos
como coanoflagelados. Esses organismos eram muito semelhantes as células chamadas
coanócitos dos poríferos.
É estranho pensar no oxigênio como um gás tóxico. Ele tem um papel tão importante na
respiração e produção de energia que sem ele não viveríamos mais de 5 minutos. Mas a
realidade é muito mais cruel: vivemos porque respiramos oxigênio e morremos porque
respiramos oxigênio. Ele é um dos fatores responsáveis pelo nosso envelhecimento. Animais
com deficiência em enzimas que diminuem a toxicidade do oxigênio tornam-se velhos muito
rapidamente.
A sua toxicidade deve-se ao fato de que no organismo 2% do oxigênio acaba escapando
do seu destino final, que é reagir com hidrogênios para formar água. Quando isso ocorre ele
gera uma das espécies reativas do oxigênio (O2-, H2O2, -OH), que são radicais livres. Essas
substâncias podem gerar mutações no DNA celular, destruir os lipídios das membranas ou
danificar proteínas. Isso pode levar a célula a morte, ou pior, induzi-la a tornar-se uma célula
cancerosa.
Para evitar isso, o nosso organismo está adaptado para minimizar os danos causados
pelos radicais livres. Possuímos dentro de nossas células substâncias chamadas defesas
antioxidantes. Quando elas encontram um radical livre, transformam ele em uma molécula
que cause menos dano ao organismo. Essas defesas podem ser diversos tipos de substâncais
como enzimas, compostos produzidos pelo organismo ou moléculas ingeridas na alimentação.
Selênio, vitamina C, vitamina E são obrigatórios na alimentação para impedir os danos dos
radicais livres. Enzimas como a superóxido dismutase e a catalase degradam os radicais livres.
A catalase é produzida na organela chamada peroxossomo e transforma a água oxigenada
em água.
Além do envelhecimento, muitas doenças estão relacionadas aos radicais livre derivados
do oxigênio. O mal de Parkinson, por exemplo, resulta da morte das células nervosas que
produzem o neurotransmissor dopamina. As pessoas que desenvolvem essa doença possuem
deficiência nas defesas antioxidantes dessas células nervosas. Sem defesas essas células
morrem e a produção de dopamina diminui.
Muitas bactérias não possuem defesas antioxidantes, por isso morrem quando expostas a
grande quantidade de oxigênio. É o caso de muitas bactérias que vivem na placa dentária. As
pastas de dente possuem substâncias chamadas peróxidos que liberam oxigênio quando
escovamos os dentes, matando essas bactérias. Outra bactéria sensível ao oxigênio é o bacilo
causadora do tétano, Clostridium tetani. Para matar ela utilizamos água oxigenada nos
ferimentos.
PROTEÍNAS
FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS
Depois da água, as proteínas são o componente mais abundante nos seres vivos. Elas são
de vital importância, pois desempenham diversas funções no nosso organismo. Veja só
algumas delas:
Esses são poucos dos muitos exemplos de funções das proteínas que podem ser citados.
Muitas doenças estão relacionadas com a falta ou pouca quantidade de uma proteína. A
insuficiência de insulina, por exemplo, caracteriza um tipo de diabetes, em que a glicose não é
retirada do sangue e transformada em glicogênio. A falta da vitamina C na alimentação causa
o escorbuto porque essa vitamina é necessária para a formação de uma proteína importante
chamada colágeno. Na hemofilia ocorre a falta de alguma proteína importante para a
coagulação do sangue, sendo assim, o sangue do hemofílico coagula com dificuldade após
sofrer um corte.
CONCEITO DE PROTEÍNA
AMINOÁCIDOS
AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS
LIGAÇÃO PEPTÍDICA
ESTRUTURA PROTÉICA
Estrutura primária. Cada uma das proteínas se caracteriza pela sua seqüência de
aminoácidos. Essa seqüência vai definir as propriedades da proteína e caracterizá-la como uma
proteína específica. A insulina, por exemplo, possui 51 aminoácidos, sendo o primeiro uma
glicina, o segundo uma isoleucina, o terceiro uma valina e assim por diante até chegar o 51o
aminoácido. Essa seqüência específica define essa molécula como insulina, e não como
hemoglobina, por exemplo. A seqüência de aminoácidos em uma ordem definida é chamada
de estrutura primária da proteína. Para sintetizar uma proteína é necessário que os seus
aminoácidos sejam ligados uns aos outros nessa ordem correta. Como eles são organizados e
ligados na ordem certa será discutido no capítulo sobre síntese protéica.
Estrutura quaternária. Por fim, algumas proteínas possuem uma estrutura quaternária.
Uma proteína pode ser formada por apenas uma cadeia de aminoácidos, tendo então apenas
estrutura primária, secundária e terciária. Porém, quando uma proteína é formada por mais de
uma cadeia então ela possui também a chamada estrutura quaternária. A hemoglobina por
exemplo é formada por quatro cadeias de aminoácido e cada uma delas tem uma estrutura
terciária (enovelada). Na estrutura quaternária os quatro “novelos” encontram-se juntos,
atraídos uns pelos outros.
DESNATURAÇÂO
Como já vimos, as proteínas desempenham diversas funções. Para que uma proteína
funcione bem é necessário que ela esteja em uma temperatura certa. Cada proteína tem sua
temperatura certa para que seu funcionamento seja o melhor possível chamada de
temperatura ótima. Fora dessa temperatura a proteína sofre modificações que podem alterar
sua eficácia ou modifica-la completamente. Se a proteína estiver em uma temperatura próxima
da ótima, ela funciona com um rendimento menor do que se estivesse na temperatura ótima.
Quanto mais distante dessa temperatura, ela torna-se cada vez menos eficiente. Porém, após
estar em uma temperatura muito distante da temperatura ótima ela desnatura, ou seja, perde
totalmente a sua capacidade de funcionar. É o que ocorre com a clara do ovo depois de ser
aquecida. Quando cozinhamos um ovo a proteína da clara, chamada albumina, modifica-se
tanto que faz a clara, que normalmente é translúcida e fluída, tornar-se branca e resistente.
A mesma coisa acontece com o pH. Existe um pH ótimo para cada proteína, e quanto
maior a distância desse pH menor a eficiência da proteína até que ela desnatura com um pH
distante do pH ótimo. No estômago, onde é muito ácido, a enzima pepsina digere as proteínas.
Já no intestino, onde o pH é básico, a pepsina tem sua funcionalidade anulada, ou seja,
desnatura.
ENZIMAS
As enzimas são proteínas que atuam como catalizadores biológicos. Como todo
catalizador, as enzimas não são consumidas na reação. Seu papel é facilitar as reações
diminuindo a sua energia de ativação. Sem as enzimas, reações que ocorrem em minutos no
organismo como a quebra dos nutrientes na digestão demorariam anos para ocorrerem. Muitas
reações catalizadas por enzimas que ocorrem nas nossas células como a produção de uréia
podem ser reproduzidas em laboratório, mas a energia de ativação é tão alta que só é possível
obter uréia em temperaturas e pressão extremamente altas. A enzima diminuindo a energia de
ativação torna as reações mais rápidas e permite que elas ocorram em condições fisiológicas
(baixa pressão e temperatura).
A enzima pode quebrar uma molécula em moléculas menores, como as enzimas
digestivas, juntar moléculas para formar uma molécula maior, como a enzima que liga
moléculas de glicose para formar o glicogênio, ou transformar a molécula em outra molécula,
como as moléculas do ciclo de Krebs. Porém o mecanismo de ação da enzima é sempre
semelhante. Ela possui uma região chamada sítio ativo, onde se liga o(s) substrato(s). Depois
ela cataliza a reação e o(s) produto(s) é liberado do sítio ativo. Depois de uma reação a enzima
está pronta para a próxima reação.
Cada reação que ocorre no organismo é catalizada por uma enzima diferente, pois a
enzima é específica para um único substrato. O encaixe do substrato no sítio ativo da enzima é
do tipo Chave-Fechadura. Em outras palavras no sítio ativo da enzima que quebra proteína
em aminoácidos, por exemplo, só irão encaixar proteína, e não lipídeos ou carboidratos, logo
ela não irá quebrar esses dois últimos nutrientes. Essa propriedade da enzima chama-se
especificidade.
A atividade de uma enzima pode ser afetada por 4 fatores. Como toda proteína, a enzima
também é sensível a temperatura e pH. Cada enzima tem sua temperatura e pH ótimos,
nesses valores a velocidade da reação é a maior possível e acima ou abaixo desses valores a
velocidade da reação diminui. A concentração de substrato também afeta a velocidade da
reação. A princípio, quanto maior concentração de substrato, maior a velocidade da reação.
Porém as enzimas possuem um limite de velocidade e haverá uma quantidade específica de
substrato em que elas não conseguem mais aumentar a velocidade de da reação. Isso ocorre
porque todas as enzimas estão saturadas de substratos, então aumentar a quantidade de
substrato não poderá aumentas a velocidade da reação, a menos que a quantidade de enzima
também seja aumentada. A presença de inibidores também podem afetar a enzima.
Inibidores diminuem muito a velocidade de reação das enzimas porque ligam-se no sítio ativo
da enzima. Com um inibidor ligado no sítio ativo da enzima o substrato não tem como ligar-se
na enzima e reagir.
CARBOIDRATOS
COMPOSIÇÃO
MONOSSACARÍDEOS
LIGAÇÃO GLICOSÍDICA
OLIGOSSACARÍDEOS
POLISSACARÍDEOS
FUNÇÕES
A principal função dos glicídios é servir de fonte de energia para as células. A glicose é
a principal fonte de energia e é obtida de diversos alimentos. Outros monossacarídeos são
convertidos em glicose por enzimas para que também possam atuar como fontes energética.
Quando nos alimentamos o nível de glicose no sangue aumenta, e o nosso fígado e os
músculos armazenam o excesso de glicose em forma de um polissacarídeo chamado
glicogênio que tem função de reserva. O glicogênio não é uma substância exclusiva dos
animais, os fungos também o sintetizam. O amido também é uma substância de reserva
semelhante ao glicogênio, porém é exclusivo das plantas e é formado quando a taxa de
fotossíntese é alta. Alguns polissacarídeos como a quitina e a celulose possuem função
estrutural, formando estruturas das células e dos organismos. A ribose e desoxirribose
também possuem uma função estrutural, formando o esqueleto da cadeia dos ácidos
nucléicos. O esqueleto dos ácidos nucléicos é uma cadeia linear formada de fosfatos e
pentoses alternados.
LIPÍDIOS
COMPOSIÇÃO
REAÇÃO DE ESTERIFICAÇÃO
Para formar um lipídeo o ácido graxo precisa reagir com o álcool. Essa reação é chamada
de reação de esterificação. O grupo hidroxila (Al-OH) do álcool reage com o grupo ácido
carboxílico do ácido graxo (HOOC-AG). Na reação, uma molécula de água é formada pela união
da hidroxila do álcool com o hidrogênio do ácido carboxílico. A união do álcool com o ácido
graxo resulta em um éster (Al-OOC-AG), por isso a reação é chamada de esterificação.
CLASSIFICAÇÃO
A principal função dos lipídeos é servir de fonte energética para o organismo. Enquanto
proteínas e carboidratos rendem 4 calorias por grama, os lipídeos rendem 9 calorias. Eles são a
forma que o organismo dos animais possuem para estocar energia. As células do tecido
adiposo são especializadas em estocar essas moléculas. Elas podem vir da alimentação ou
serem produzidas pelo nosso próprio organismo. Quando comemos muitos carboidratos, parte
do açúcar é transformado em lipídeos por uma série de reações que ocorrem no fígado. Essa
gordura é então mandada para o tecido adiposo.
A gordura também tem função isolante. O tecido adiposo encontra-se abaixo da pele, na
camada conhecida como hipoderme. Essa camada tem a função de isolar o organismo
evitando a perda de calor do corpo. Animais que vivem em ambientes frios possuem uma
camada de hipoderme mais espessa para evitar a perda de calor do organismo. Ela também
tem função amortecedora, atuando como um colchão que diminui a força do impacto.
Vitaminas e sais minerais são nutrientes que precisamos ingerir em pequena quantidade
e que são vitais para o bom funcionamento do organismo. Eles não são utilizados como fonte
energética, mas desempenham papéis regulatórios no organismo. As vitaminas são
substâncias orgânicas que atuam como coenzima, ou seja, substâncias que auxiliam na função
das proteínas. Já os sais minerais são importantes para regular muitos processos que ocorrem
na célula como a contração da célula muscular, o impulso elétrico do neurônio e a duplicação
do material genético na divisão celular.
VITAMINAS
SAIS MINERAIS
Os sais minerais são compostos iônicos inorgânicos que quando dissolvidos em água
dissociam-se em íons. Muitos íons desempenham funções importantes no organismo, sendo
que 0,7% do número de átomos do corpo humano é composto de cálcio, fósforo, potássio,
enxofre, sódio, cloro, magnésio, iodo e ferro.
O cálcio (Ca2+)é um elemento muito importante na regulação de muitos processos.
Dentro do citoplasma da célula não há praticamente nenhuma quantidade de cálcio. Isso
porque a célula possui bombas que tiram o cálcio do citoplasma para fora da célula ou o
acumulam dentro do retículo endoplasmático. Quando o músculo recebe o sinal para contrair o
cálcio sai do retículo para o citoplasma onde entra em contato com as proteínas da contração
muscular, fazendo-as deslizarem uma sobre a outra, contraindo a célula. Já no neurônio,
quando o impulso elétrico chega no final do axônio, permite que o cálcio de fora da célula
entre para o citoplasma e o neurotransmissor é liberado na sinapse. Outro processo mediado
pelo cálcio é a coagulação do sangue. Para que a trombina, proteína importante na
coagulação, se torne capaz de coagular o sangue ela precisa de cálcio. Esse íon também se
associa com fosfato para formar a porção inorgânica dos ossos e dentes, que dá rigidez a eles.
O fósforo participa da molécula de fosfato (PO3-), que além de participar da estrutura
óssea e dentária, forma a estrutura de outras moléculas. A molécula de ATP possui três
moléculas de fosfatos ligadas a uma adenosina. As ligações de fosfatos são altamente
energéticas e por isso o ATP é a molécula que carrega a energia obtida na cadeia
transportadora de elétrons. Quando um dos três fosfatos é liberado da molécula, a energia
liberada pode ser utilizada para realizar outras reações. Também encontramos esse íon nos
ácidos nucléicos (DNA e RNA). Em ambos ácidos a cadeia é formada por açúcares e fosfatos
alternados.
ÁGUA
PROPRIEDADES DA ÁGUA
A água é a molécula mais abundante dos seres vivos, podendo chegar a 98% do peso de
um organismo. Ela possui propriedades físicas e químicas especiais que permitem a
sobrevivência dos seres vivos. Essas propriedades devem-se a estrutura da sua molécula de
água que é composta de um átomo de oxigênio ligado a dois átomos de hidrogênio por
ligações covalentes simples. Essas ligações não são lineares, mas formam um ângulo de
aproximadamente 108o. Isso permite que ela seja polarizada, em um lado temos o oxigênio
altamente eletronegativo e do outro os dois átomos de hidrogênio. Como o oxigênio é muito
mais eletronegativo que o hidrogênio os elétrons compartilhados na ligação covalente
permanecem mais próximos do oxigênio, tornando esse lado da molécula parcialmente
negativo. Eletronegatividade é a propriedade que um átomo possui de atrair elétrons, quanto
mais eletronegativo um átomo, mais próximo dele os elétrons permaneceram. Assim, a água é
uma molécula polar, com um pólo negativo (oxigênio) e um pólo positivo (hidrogênios).
Ela é considerada um solvente universal porque praticamente todas as substâncias
polares são capazes de se dissolver nela. As substâncias dissolvidas em um líquido são
chamadas de solutos e o líquido que as dissolve é chamado de solvente. Essa propriedade de
solvente universal deve-se ao fato de que a água é extremamente polarizada. Quando em
contato com o sal (NaCl), por exemplo, os átomos de oxigênio da água são atraídos pelo sódio
do sal e formam uma capa de moléculas de água em torno do sódio. O mesmo ocorre com o
cloreto, porém ele atrai a porção positiva da molécula de água. Por ser capaz de dissolver e
envolver muitas substâncias a água é o líquido utilizado para transportar os nutrientes, íons e
hormônios no sangue.
A polaridade da água também permite que ela forme pontes de hidrogênio que são
interações dos seus hidrogênios com átomos de flúor, oxigênio e nitrogênio de outras
moléculas. Porém a maioria das moléculas de água interagem com outras moléculas de água
de forma que os hidrogênio de uma molécula interaja com o oxigênio de outra. Isso permite
que as moléculas de água sejam muito coesas. Essa coesão é responsável por outras duas
propriedades da água. A união das moléculas permite que elas resistam a mudança de
temperatura. Em outras palavras a água tem um alto calor específico. Essa propriedade
permite que os animais não variem de temperatura rapidamente quando submetidos a uma
temperatura muito alta, por exemplo. A coesão também permite a capilaridade, a
propriedade que a água possui de subir em vasos finos como aqueles dos vasos que levam
água das raízes para as folhas das plantas.
A) ambas fazem parte das moléculas dos ácidos 15) Considere as afirmações abaixo, relativas a
nucléicos. enzimas.
B) ambas são carboidratos.
C) ambas são polissacarídeos. I – São proteínas com função catalisadora.
D) ambas fazem parte do componente esquelético II – Cada enzima pode atuar quimicamente em
da parede das células vegetais. diferentes substratos.
E) nenhuma das citadas. III – Continuam quimicamente intactas após a
reação.
11) Os óleos comestíveis, como o de soja, o de IV – Não se alteram com as modificações de
milho, o de arroz e o de girassol, são considerados: temperatura e pH do meio.
Após algum tempo, só se observou a existência de A) compostos orgânicos puderam se formar a partir
microorganismos no frasco A. Assinale a alternativa de moléculas simples.
INCORRETA sobre esse experimento. B) compostos inorgânicos puderam se formar a
partir de moléculas orgânicas.
A) Como a rolha do frasco B impede a entrada de C) compostos inorgânicos e orgânicos puderam
oxigênio, não é possível o surgimento de seres originar os primeiros seres vivos.
vivos. D) macromoléculas puderam se formar a partir de
B) Os microorganismos presentes no frasco A são moléculas orgânicas simples.
provenientes de outros existentes no ar. E) coacervados puderam se formar a partir de
C) A fervura dos frascos tem como objetivo a moléculas inorgânicas.
destruição de microorganismos presentes no caldo
de carne. 20) Considere as quatro frases seguintes.
D) A curva existente no tubo do frasco C retém os
microorganismos, impedindo que eles alcancem o I – Enzimas são proteínas que atuam como
caldo. catalisadores de reações químicas.
E) Um experimento semelhante a esse foi II – Cada reação química que ocorre em um ser
idealizado por Pasteur, que conseguiu comprovar a vivo, geralmente, é catalisada por um tipo de
teoria da Biogênese. enzima.
III – A velocidade de uma reação enzimática
18) A respeito de uma determinada substância independe de fatores como temperatura e pH do
orgânica, presente nos seres vivos, são feitas as meio.
seguintes afirmações. IV – As enzimas sofrem um enorme processo de
desgaste durante a reação química da qual
I – Tem como função regular o funcionamento do participam.
organismo.
II – É necessária em pequena quantidade. São verdadeiras as frases
III – Alguns tipos são solúveis em água e outros são
solúveis em lipídios. A) I e III, apenas.
B) III e IV, apenas.
As afirmações referem-se: C) I e II, apenas.
D) I, II e IV, apenas.
A) às proteínas. E) I, II, III e IV.
B) aos ácidos nucléicos.
C) aos glicerídeos. 21) O sábio Aristóteles, entre muitos estudos que
D) às vitaminas. fez da natureza, dedicou-se a observar a maneira
E) aos carboidratos. pela qual os peixes se reproduziam. Concluiu que a
maioria desses animais se originava a partir de
19) Na figura abaixo, temos representado um ovos, embora houvesse certas formas que
aparelho projetado por Stanley Miller, no início da apareciam em águas lodosas, originadas de
década de 1950. Por esse aparelho circulavam matéria morta.
metano, amônia, vapor de água e hidrogênio e, O texto acima expressa, em seu final, a idéia
através de energia fornecida por descarga elétrica, chamada:
produtos de reações químicas como aminoácidos,
carboidratos e ácidos graxos eram coletados no A) geração saprofítica.
alçapão. B) metagênese isomórfica.
C) geração espontânea.
D) metagênese heteromófica.
E) geração holofítica.
A) A.
B) B.
C) C.
D) E.
E) K.
A) As bactérias e fungos do ar foram capazes de 39) “Como esses primeiros procariontes [...], eram
passar ao longo do gargalo e atingir o caldo incapazes de sintetizar compostos ricos em energia
nutritivo. [...], a vida poderia ter desaparecido da Terra após
B) O aquecimento matou as bactérias e fungos a utilização dos compostos de carbono, formados
primeiramente existente no caldo. pelo processo abiótico na massa líquida onde eles
C) As bactérias e os fungos que apareceram no viviam.”
caldo eram diferentes daquelas que ocorrem no ar.
D) O aquecimento inativou, temporariamente, as Nas condições acima descritas, a manutenção da
substâncias do caldo capazes de originar bactérias vida em nosso planeta dependeu do aparecimento
e fungos. de organismos
E) Bactérias e fungos são autótrofos.
A) aeróbicos.
35) Relacione as colunas: B) autótrofos.
C) heterótrofos.
1. ácido ascórbico ( ) raquitismo D) eucariontes.
2. tiamina ( ) escorbuto E) fermentativos.
3. nicotinamina ( ) beribéri
4. calciferol ( ) pelagra 40) Observe as afirmativas abaixo:
A seqüência correta, de cima para baixo, é I. A teoria da biogênese afirma que todo ser vivo
nasce, cresce, reproduz-se e morre.
A) 4 – 1 – 2 – 3 II. De acordo com a teoria da biogênese, a vida só
B) 4 – 3 – 2 – 1 pode ser originada de outra, preexistente e
C) 1 – 2 – 3 – 4 semelhante.
D) 4 – 2 – 1 – 3 III. A teoria da geração espontânea afirma que
E) 3 – 4 – 1 – 2 seres vivos podem nascer da matéria morta.
A) fermentação, fotossíntese, respiração aeróbica. 58) Suponhamos que um dos planetas do Sistema
B) fermentação, respiração aeróbica, fotossíntese. Solar tenha, atualmente, as mesmas condições que
C) fotossíntese, respiração aeróbica, fermentação. a Terra primitiva deve ter apresentado antes do
D) fotossíntese, fermentação, respiração aeróbica. aparecimento do primeiro ser vivo. Essas condições
E) respiração aeróbica, fotossíntese, fermentação. podem ser:
A) V – F – V – F – V.
Gabarito
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