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O COMPORTAMENTO EDOMITA E SUAS CONSEQUÊNCIAS

TEXTOS INICIAIS: [TELA 2] Ezequiel 25.12-14; 35.1-15; Isaías 34.5-10; Amós 1.11-12; Joel 3.19

A ORIGEM DOS EDOMITAS: A história dos edomitas (ou idumeus) começa no Gênesis, no relato da gravidez de Rebeca,
mulher de Isaque e nora de Abraão. Deus disse para Rebeca: [TELA 3] “Duas nações há no teu ventre, dois povos,
nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá o mais moço” (Gn 25.23). Esaú
foi o mais velho, e Jacó o mais novo dos gêmeos que nasceram.

[TELA 4] Edom significa vermelho, em uma alusão ao cozido vermelho (prato de lentilhas que foi trocado pelo direito
da primogenitura). Em troca desse cozido, Esaú vendeu a Jacó o seu direito de filho mais velho, porque não dava valor 1
a isto. Esta negociação, contudo, teve sérios desdobramentos históricos, resultando em inimizade e ódio dos
descendentes de Esaú para com os descendentes de Jacó. Embora tenha havido uma reconciliação pessoal de Jacó
para com Esaú, em Gn 33, os seus descendentes viviam em conflito. A linhagem de Jacó, Israel, foi a nação escolhida
por Deus para cumprir as promessas importantes feitas a Abraão. Deus cumpriu também a promessa de fazer uma
nação dos descendentes de Esaú, mas os edomitas nunca tiveram a mesma importância dos israelitas.

[TELAS 5 A 8 - Mapa e fotos]

Na caminhada do povo de Deus pelo deserto, saindo da escravidão do Egito, o povo de Edom recusou ajuda, não
permitindo que os israelitas encurtassem a viagem passando por dentro de suas cidades [TELA 9-11] (Nm 20.14-21).
Por esta falta de amor e solidariedade para com os seus irmãos, os edomitas foram amaldiçoados por Deus (promessa
a Abraão: amaldiçoarei os que te amaldiçoarem – Gn 12).

A RIVALIDADE ENTRE IRMÃOS: Este tema nos remete a uma questão muito séria e importante: a necessária
solidariedade entre os mais fracos diante de um opressor. Houve um tempo histórico em que os judeus estavam sendo
pilhados e destruídos pelos inimigos. Seus irmãos edomitas, ao invés de se solidarizarem com as necessidades dos
judeus, bandearam para o lado do mais forte, aliando-se aos inimigos. Não bastasse, os edomitas se regozijavam do
sofrimento de seus irmãos judeus: aproveitavam para tomar suas terras, participavam da pilhagem, matavam,
perseguiam e entregavam os que estavam escondidos e pediam proteção. A motivação dos edomitas: vingança.
Queriam se vingar das desavenças históricas (cf. 2Rs 8.20-22). Como disse o profeta Ezequiel: [TELA 12] “Edom
guardou um ódio eterno / inimizade perpétua” (Ez 35.5).

[TELA 13 - Definição de Oráculo]

OBADIAS 1 / JEREMIAS 49.7-27: A profecia de Obadias é muito similar ao oráculo de Deus contra os edomitas por
meio do profeta Jeremias. Ambos os profetas beberam da mesma fonte e bradaram uma mesma sentença da parte
de Deus contra a casa de Esaú, a exemplo do que já haviam feito Isaías, Joel, Ezequiel e Amós.

No oráculo de Obadias, os edomitas foram descritos como arrogantes, considerando-se invencíveis (v. 3) e orgulhosos
de sua sabedoria e da valentia de seus guerreiros. O profeta mostra que a sabedoria se torna insensatez e a valentia
se transforma em covardia, quando aliadas ao opressor contra um país-irmão desprotegido e atacado (vv. 5-9).
Obadias reconhece que Judá também não é inocente e, por isso, está sofrendo uma das situações mais trágicas de sua
história. No entanto, embora Judá esteja sofrendo um castigo de Deus por seus pecados, isso não dá a Edom o direito
de se aproveitar da fragilidade de seus irmãos judeus para subirem à plataforma da vingança.

[TELA 14] RESUMO DE OBADIAS: A mensagem de Obadias é definitiva e certa: o reino de Edom será destruído
completamente. Edom tem sido arrogante, alegrando-se pelos infortúnios e derrotas de Judá. Quando os exércitos
inimigos atacam os judeus e eles pedem por ajuda, os edomitas não apenas se recusam a ajudar seus irmãos como
ainda resolvem se aliar aos inimigos para lutar contra seus próprios irmãos. Esse pecado de Edom, fruto de seu orgulho,
não será ignorado por Deus. O livro termina com a promessa de realização e libertação de Sião nos últimos dias,
quando a terra será restaurada ao povo de Deus durante o Seu governo sobre eles.
[TELA 15] A mensagem de Obadias se divide em três partes principais:
 Versículos 1 a 9 falam do castigo que Deus traria sobre Edom.
 Versículos 10 a 16 explicam os motivos desta sentença divina.
 Versículos 17 a 21 contêm profecias da vitória do povo de Deus, e incluem linguagem messiânica.

SEÇÃO 1 – O castigo de Deus para Edom

[TELA 16] v.1: “Visão de Obadias”: O profeta recebe de Deus uma revelação. Não é uma conclusão pessoal de Obadias;
é Deus quem lhe mostra o que haverá de fazer para com os edomitas. “Assim diz o Senhor Jeová a respeito de Edom”:
Obadias deixa claro quem é o autor do oráculo. “Temos ouvido a pregação do Senhor”: Temos ouvido novidades, 2
notícias, rumores da parte do Senhor. “Foi enviado às nações um embaixador, dizendo: Levantai-vos, e levantemos-
nos contra ela para a guerra”: Deus haveria de suscitar inimigos para destruírem os edomitas.

[TELA 17] v.2: “Eis que te fiz pequeno entre as nações; tú és mui desprezado”: Os edomitas se vangloriavam de seu
território, das características geográficas privilegiadas, de suas montanhas rochosas que lhes serviam de abrigo contra
os inimigos. Os edomitas se consideravam uma civilização mais evoluída do que as demais. Em seu oráculo, Deus faz
questão de afrontar o orgulho idumeu, com palavras de menosprezo à sua aparente importância.

[TELA 18] v.3,4: “A soberba do teu coração te enganou, como o que habita nas fendas das rochas, na sua alta
morada, que diz no seu coração: Quem me derribará em terra? 4Se te elevares como águia e puseres o teu ninho
entre as estrelas, dali te derribarei, diz o SENHOR”. Eles habitavam nas fendas das rochas mais altas, em localidades
jamais alcançadas por qualquer exército inimigo. Isto lhes dava vantagem na guerra e, consequentemente, fizeram
deles um povo orgulhoso e obstinado. Sentiam-se completamente seguros. Criaram em si mesmos uma imagem de
grandeza e imaginavam que até mesmo as nações inimigas reconheciam esse seu poderio. Se autocaracterizavam
valentes e inteligentes; se sentiam respeitados entre os povos.

[TELA 19] v.5,6: “Se viessem a ti ladrões ou roubadores de noite (como estás destruído!), não furtariam o que lhes
bastasse? Se a ti viessem os vindimadores, não deixariam alguns cachos? 6Como foram buscados os bens de Esaú!
Como foram esquadrinhados os seus esconderijos”. O povo de Edom ajuntou muitos tesouros, confiados na segurança
de seu território e na idéia que jamais poderiam ser abatidos. Entretanto, a severa sentença de Deus contra eles aponta
para uma total destruição; algo muito pior do que um saque de ladrões. Deus haveria de entregar tudo e todos nas
mãos do inimigo.

[TELA 20] v.7: “Todos os teus confederados te levaram para fora dos teus limites; os que gozam da tua paz te
enganaram, prevaleceram contra ti; os que comem o teu pão puseram debaixo de ti uma armadilha; não há em
Edom entendimento”. Nações que foram aliadas enganarão os edomitas (amonitas, moabitas, assírios, etc). Povos
que foram amigos íntimos, que comeram de sua comida, usarão esta falsa amizade para conspirar contra eles. Os
edomitas, há muito eminentes por sua sabedoria e prudência (Jó 4.1 Elifaz aconselha a Jó; Jr 49.7), apegaram-se
tolamente à segurança de sua posição geográfica, com vastos compartimentos de riquezas e sua situação política.
Com toda sabedoria que arrogavam ter, não foram capazes de perceber que os amigos estavam se organizando para
saqueá-los e exterminá-los. Estes mesmos amigos e aliados haveriam de expulsá-los de suas terras e lançá-los para
“fora dos seus limites”.

[TELA 21] v. 8,9: “E não acontecerá, naquele dia, diz o SENHOR, que farei perecer os sábios de Edom e o entendimento
na montanha de Esaú? 9E os teus valentes, ó Temã, estarão atemorizados, para que da montanha de Esaú seja cada
um exterminado pela matança”. Deus sentencia o juízo contra a casa de Esaú, destronando-os de sua arrogância e
orgulho. O profeta Jeremias chega a dizer que os valentes de Edom se sentirão com mulher com dores de parto,
totalmente indefesos. Serão todos mortos, varridos totalmente da terra.

SEÇÃO 2 – A causa da sentença divina contra Edom

[TELA 22] v. 10: “Por causa da violência feita a teu irmão Jacó, cobrir-te-á a confusão, e serás exterminado para
sempre”. A violência edomita contra os judeus começou no êxodo, quando os hebreus peregrinavam do Egito à Terra
Prometida e foram impedidos de passarem pelo território de Edom, impondo-lhes tremendo sacrifício.
[TELA 23] v. 11: “No dia em que estiveste em frente dele, no dia em que os forasteiros levavam cativo o seu exército,
e os estranhos entravam pelas suas portas, e lançavam sortes sobre Jerusalém, tu mesmo eras um deles”.
[TELAS 24 E 25] Aconteceram cinco invasões importantes a Jerusalém no AT:
- a de Sisaque, rei do Egito, em 926 a.C., durante o reinado de Roboão (1Rs 14.25, 26);
- a dos filisteus e árabes no reinado de Jorão, entre 848 e 841 a.C. (ver 2Cr 21.16, 17);
- a do rei Jeoás de Israel no reinado de Amasias, em 790 a.C. (2Rs 14.13, 14);
- a de Senaqueribe, rei da Assíria, no reinado de Ezequias, em 701 a.C. (2Rs 18.13);
- a dos babilônicos entre 605 e 586 a.C. (2Rs 24;25).
Não se sabe com exatidão em qual delas a profecia de Obadias se encaixa, mas é mais provável que tenha sido na
segunda ou na quinta invasão (filisteus e árabes ou a dos babilônios). O fato é que os edomitas se aliaram aos inimigos 3
que invadiam Jerusalém, ao invés de darem suporte aos seus irmãos.

[TELA 26] v. 12-14: “Mas tu não devias olhar para o dia de teu irmão, no dia do seu desterro; nem alegrar-te sobre
os filhos de Judá, no dia da sua ruína; nem alargar a tua boca, no dia da angústia; 13nem entrar pela porta do meu
povo, no dia da sua calamidade; sim, tu não devias olhar, satisfeito, para o seu mal, no dia da sua calamidade; nem
estenderas tuas mãos contra o seu exército, no dia da sua calamidade; 14nem parar nas encruzilhadas, para
exterminares os que escapassem, nem entregar os que lhe restassem, no dia da angústia”. Os edomitas fortaleceram
os inimigos em sua invasão a Jerusalém. Foram cúmplices na morte de seus próprios irmãos. Riram-se do choro e do
sofrimento dos judeus. Invadiram as casas dos irmãos judeus e os trouxeram para as ruas, para serem mortos. Se
posicionaram nas rotas de fuga dos judeus para não permitir que alguns deles escapassem. Apontaram os esconderijos
dos judeus. Fizeram festa da desgraça alheia; alegraram-se na tristeza dos próprios irmãos. Saquearam como despojo
de guerra os bens e tesouros dos judeus.

O Salmo 137 revela o comportamento dos edomitas na última invasão de Jerusalém, quando Nabucodonosor e o
exército babilônio destruiu completamente a cidade. [TELA 27] Sl 137.7-9: “Lembra-te, SENHOR, dos filhos de Edom no
dia de Jerusalém, porque diziam: Arrasai-a, arrasai-a, até aos seus alicerces. 8Ah! Filha da Babilônia, que vais
ser assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós! 9Feliz aquele que pegar em teus filhos e der com
eles nas pedras”. Crianças de colo judias estavam sendo cruelmente assassinadas pelos babilônios, sob os aplausos e
risos dos edomitas.

[TELA 28] v. 15,16: “Porque o dia do SENHOR está perto, sobre todas as nações; como tu fizeste, assim se fará contigo;
a tua maldade cairá sobre a tua cabeça. 16Porque, como vós bebestes no monte da minha santidade, assim beberão
de contínuo todas as nações; beberão, e engolirão, e serão como se nunca tivessem sido”. O Deus de graça também
é justiça. Nenhuma maldade ficará impune. A destruição de Jerusalém foi comemorada pelos edomitas com
bebedeiras e orgias sexuais, no monte santo do Senhor. Como punição, Deus sentenciou que quando chegasse a hora
do seu juízo contra os edomitas, os povos beberiam em suas terras, comemorando sua ruína. A promessa é que os
edomitas serão varridos da terra, como se nunca tivessem existido.

SEÇÃO 3 – O triunfo final dos judeus e a revelação messiânica

[TELAS 29 E 30] v. 17-21: “Mas, no monte Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão
as suas herdades. 18E a casa de Jacó será fogo; e a casa de José, chama; e a casa de Esaú, palha; e se acenderão
contra eles e os consumirão; e ninguém mais restará da casa de Esaú, porque o SENHOR o disse. 19E os do Sul
possuirão a montanha de Esaú; e os das planícies, os filisteus; possuirão também os campos de Efraim e os campos
de Samaria; e Benjamim, Gileade. 20E os cativos desse exército dos filhos de Israel, que estão entre
os cananeus, possuirão até Zarefate; e os cativos de Jerusalém, que estão em Sefarade, possuirão as cidades do
Sul. 21E levantar-se-ão salvadores no monte Sião, para julgarem a montanha de Esaú; e o reino será do SENHOR”. O
Senhor revela em seus oráculos contra os edomitas que, ao tempo em que executar sua condenação contra eles,
também restaurará o povo judeu, reconduzindo-o a Jerusalém e reestabelecendo sua promessa messiânica. Isto
aponta para o fim do cativeiro babilônico e para a repatriação dos judeus, a reconstrução de Jerusalém e, finalmente,
para a chegada do Salvador Jesus. O livro de Obadias se encerra com uma profecia a respeito do Reino Milenar de
Cristo, com sede em Jerusalém.

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