Você está na página 1de 15

P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A.

Rosendo

Resinas Tanínicas anti- como, pela sua grande potencialidade


inscrustantes testatas para evitar o para estudos sobre bioinvasão e
fouling bentônico na região
estuarina de Santos-SP competição. O objetivo deste trabalho

Paula Garcia Barbosa¹. Dr. Fabio foi analisar a eficácia de diferentes

Giordano². Dra. Luciana Guimarães². tratamentos anti-fouling recobrindo

Mestre Antônio Rosendo³. placas cerâmicas de suporte,


comparando também dados referente
¹Graduanda de Ciências Biológicas da
ao trabalho piloto realizado no mês de
Universidade Santa Cecilia. Bolsista
CNPq –UNISANTA, Santos, SP, Novembro/Dezembro de 2016, com o
Brasil. hpaula715@hotmail.com revestimento de Rodophitas (algas
²Orientadores, Professores Doutores vermelhas), e comparamos com o
Universidade Santa Cecilia – atual, feito à base de Tanino e em
UNISANTA, Santos, SP, Brasil.
base a esse estudo acrescentamos
³Mestrando PPG-ECOMAR – mais um local de estudo. Nestes
Universidade Santa Cecilia –
revestimentos foram misturadas a fibra
UNISANTA, Santos, SP, Brasil.
de vidro e a resina, macerados de
Resumo
extratos vegetais contendo Taninos,
O termo fouling é dado à de casca da banana (Musa sp) e de
comunidade aquática incrustante na folhas de Chapéu de sol (Terminalia
superfície de substratos artificiais, cattapa), analisando-se o crescimento
onde se estabelecem e desenvolvem a dos organismos marinhos e
sucessão ecológica. Essas quantificando os tratamentos, dos
comunidades vêm da produção larval revestimento T. cattapa, Musa sp e
do plâncton, trazidas por correntes controle no período de três meses na
marítimas ou pela água de lastro de região de Vicente de Carvalho –
embarcações. O estudo sobre Guarujá e Japuí – São Vicente. Os
organismos bentônicos incrustantes organismos incrustantes nas placas
em substratos submarinos ganhou foram identificados - 16 grupos
grande relevância nos últimos anos animais na região do Guarujá e sete
devido aos danos econômicos grupos de animais na região de São
causado em diferentes construções Vicente, até o menor nível taxonômico
(portos, plataformas, cabos possível, já que alguns indivíduos
submarinos de Internet, etc.), bem eram muito jovens inviabilizando sua

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 54


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

identificação até espécie. constructions (ports, platforms,


Observamos também o submarine cables of Internet, etc.), as
desenvolvimento, o volume, o peso well as, for its great potential for
fresco, peso seco e das cinzas dos studies on bioinvasion and competition
organismos incrustantes em cada . The objective of this work was to
tratamento para a comparação desses analyze the efficacy of different anti-
descritores nos diferentes tratamentos fouling treatments by covering ceramic
através de ANOVA. Concluindo que o support plates, comparing data related
tratamento foi eficaz para combater a to the pilot work carried out in
incrustação apenas nos seus primeiros November / December 2016, with the
15 dias, mas, que após o prazo coating of Rodophites (red algae). The
quinzenal não garante efeito anti- current one, made based on Tanino
incrustantes, pois os seres após 45 and based on this study we added
dias começam a crescer sobre outros another place of study. In these
seres recém-incrustados e não sobre o coatings were mixed glass fiber and
substrato repelente. resin, macerated with Tannin-
containing plant extracts, banana bark
Palavras Chaves: Fouling,
(Musa sp) and Sun Hat leaves
Antifouling, Organismos
(Terminalia cattapa), analyzing the
Incrustantes, Estuário.
growth of marine organisms and
Abstract quantifying the Treatments, T. cattapa,

The term fouling is given to Musa sp and control over a three -

the fouling aquatic community on the month period in the region of Vicente

surface of artificial substrates, where de Carvalho - Guarujá and Japuí - São

ecological succession is established Vicente. The fouling organisms on the

and developed. These communities plaques were identified - 16 animal

come from the larval production of groups in the Guarujá region and

plankton, brought by sea currents or by seven groups of animals in the São

ballast water from vessels. The study Vicente region, to the lowest possible

of benthic organisms fouling submarine taxonomic level, since some

substrates has gained great relevance individuals were very young, making it

in recent years due to the economic impossible to identify species. We also

damages caused in different observed the development, volume,

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 55


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

fresh weight, dry weight and ash of the its first 15 days, but that after the
fouling organisms in each treatment for fortnightly period does not guarantee
the comparison of these descriptors in anti-fouling effect, because beings
the different treatments through after 45 days start to grow on other
ANOVA. Concluding that the treatment newly embedded beings and not on
was effective to combat fouling only in the Substrate repellent.
Key Words: Fouling, Antifouling, predação e competição (Menge &
Incubating Organisms, Estuary. Sutherland, 1976).

Muitas das espécies


Introdução
encontradas nesses substratos vem de
O estudo do comportamento uma produção larval de plânctons,
dos organismos incrustantes, chamado trazidos por correntes marítimas ou
de “fouling”, vem ganhado grande embarcações. No momento de seu
relevância nos últimos anos devido ao recrutamento, essas larvas se dispõe
seu potencial econômico e ecológico. de superfícies rígidas como costões
Devido tal avanço nesses estudos rochosos, substratos naturais, ou se
descritivos de sucessão primária e fixam em embarcações, boias
dinâmica temporal da comunidade são sinalizadoras, píer, entre outros
baseados no monitoramento substratos artificiais. A partir da
frequentemente em curto prazo, e fixação, começam a crescer por meio
mais raramente a médio ou longo de estágios sucessionais, formando
prazo, da composição específica e suas comunidades. Além de ser usado
abundâncias das espécies. para minuciar a fauna que vive direta e
(GIORDANO,2001). O termo “fouling” indiretamente no substrato, também
é dado à produção natural do são designados alguns meios para
ambiente marinho em substratos em distinguir as associações de animais e
superfícies, onde podem ser plantas que crescem em estruturas
colonizados em processos que artificiais, daquelas que ocorrem em
denominamos de sucessão ecológica. rochas, pedras e outros substratos
Na maioria desses casos evidencia-se naturais. (WHOI,1952)
que a diversidade é afetada por
De acordo com Sutherland &
interações biológicas, principalmente
Karlson (1977) o engajamento das
larvas é o fator inicial ao
UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 56
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

desenvolvimento de uma comunidade dispersos da flora e fauna marítima


em um substratos desocupados, incrustante (SILVA, et al. 2002). No
portanto, o método de estabelecimento entanto, a partir da década de 80 o
de organismos bentônicos vem sendo uso passou a ser controlado devido ao
muito observado devido sua seu potencial risco ao ecossistema
implicação em questões ecológicas aquático (Felizzola, 2005). E em
básicas como competição e sucessão. Outubro de 2001 a Organização
(JACOBI & LANGEVINO, 1996). Mundial Marítima (IMO) decidiu banir o
uso de tintas biocidas devido a
Segundo Migotto (2000), os
toxicidade que as substâncias do
impactos que os organismos
“antifouling” dispersam na água.
incrustantes ocasionam em substratos
Desde então, a busca por substâncias
artificiais atribuídos à uma atividade de
com potencial “antifouling” menos
espécies componentes do “fouling”,
nocivas para o meio ambiente vem
são causadoras de erosão em
crescendo muito.
estruturas de concreto.
Com o objetivo de banir esses
Em virtude do uso de tintas
materiais maléficos ao meio ambiente
chamadas antivegetativas ou anti-
marinho, foram realizados em
incrustantes conhecida mais como
dezembro de 2016 um produto a base
TBT (tributilestanho) e TPT
de Tanino extraídos de Terminalia
(trifenilestanho), o uso dessas tintas
cattapa e Musa sp, para teste de
anti-incrustantes nos cascos das
substancias antifouling e identificação
embarcações ajuda a evitar o
das espécies encontradas no “fouling”
estabelecimento e crescimento de
na região de Vicente de Carvalho –
algas, mexilhões e outros organismos
Guarujá e Japuí – São Vicente e
marinhos. Por muitos anos, tintas à
iniciamos os experimentos em decks
base desses compostos orgânicos de
com placas de cerâmicas durante três
estanho, eram amplamente utilizadas
meses, comparamos também com o
para este fim da proliferação dos
estudo piloto realizado no período de
organismos devido ao impacto que
Novembro/Dezembro de 2016.
esses organismos causam às
Contribuímos na busca de
embarcações, e, o risco ecológico que
conhecimento desses organismos
esses navios desempenham por
nessas regiões, para auxiliar futuros
serem considerados grandes e
UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 57
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

trabalhos de manejo e controle dos essencial para essa pesquisa o


organismos do fouling. Tanino.

Objetivo Foram produzidos os tais


repelentes ecologicamente correto no
O objetivo da realização deste
mês de Novembro de 2016 e imersas
experimento foi levantar dados do
no mês de Dezembro de 2016, no total
piloto experimental no final do ano de
de 50 placas cerâmicas, para serem
2016 para o estabelecimento do
imersas no estuário do bairro de
experimento definitivo que acontece no
Vicente de Carvalho localizado no
ano de 2017 dos organismos “fouling”
município de Guarujá e Japuí no
em placas de cerâmica com
município de São Vicente, contendo a
substancias de Tanino da Terminalia
substância de Tanino, contendo
Cattappa e Musa sp, destacando e
nessas placas a solução de resina em
observando comportamento e
um filtro de vidro, substância A e B
evolução da população e observando
somente de resina, cinco placas são
também seu desenvolvimento, o
revestidas com a mistura resina e
volume, o peso fresco, peso seco e
extrato de T.cattapa, cinco com Musa
das cinzas dos organismos
sp, cinco placas controles, cinco
incrustantes em cada tratamento para
placas revestidas somente com resina
a comparação desses descritores nos
e por fim cinco placas de granito que
diferentes tratamentos através de
se assemelham com um substrato
ANOVA.
natural, totalizando 25 placas em cada
estuário.

Metodologia Após realizarmos os processos

A realização do de montar as placas, distribuímos em

desenvolvimento dessa pesquisa foi seus respectivos lugares.

de modo campo experimental, através Tais placas ficaram imersas


de montagem de substratos artificiais durante três meses, determinamos a
de cerâmica, por meio de placas de verificação do crescimento da
“fouling”, contendo no revestimento, comunidade incrustante em períodos
fibra de vidro, resina e o composto quinzenais e pesando todas para
quantificar seu crescimento ao longo

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 58


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

do tempo. Usamos por meio da da água, coletamos dados, onde nos


tecnologia, câmeras fotográficas, onde mostrou o crescimento dos
colhemos dados para que ao fim do organismos “fouling” e sistematizando
experimento campo, possamos a cada coleta. Lembrando que,
observar e identificar no meio teórico coletamos somente as colônias que
as informações consagradas na crescerem em volta das placas, não
pesquisa. podendo remover do substrato
continha a resina com o tanino.
Dentro das observações
quinzenais onde retiramos as placas
Passados os três respectivos Tabela 01, identificação das placas.
meses, retiramos das marinas as
placas, onde pesamos uma a uma, e
raspamos uma porção de um
quadrado respectivamente 10x10 em
cada placa e identificando em potes
por PLACA 1, PLACA 2, PLACA 3,
PLACA 4 e PLACA 5, onde Lembrando que em cada local
diferenciam as cinco placas revestidas colocamos 25 placas de cada conjunto
com seus respectivos tratamentos. citado acima na tabela, caso houvesse
(Tabela 1)
perca ou desplacamento. incrustação foi satisfatória com o
repelente produzido, e também foi
Coletamos os dados das
observado, que determinadas
comunidades que cresceram em cada
espécies competiram entre si e fizeram
substrato, e triamos no laboratório
suas sucessões, mesmo num período
localizado na Universidade Santa
curto do tempo.
Cecília – Santos/SP, Brasil, onde
quantificamos todos os organismos, Seguinte a triagem dos
pesando e identificando ao nível organismos incrustantes como volume,
taxonômico possível. Observamos os peso fresco, peso seco, suas
resultados significativos tanto como o identificações, foram retiramos 10g de
dados recolhidos a campo quanto os cada placa já com os organismos
dados obtidos no laboratório e pesados secos, e adicionados em
observando se a quantidade de cadinhos com peso respectivo de 60g,
UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 59
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

porem ao pesar os cadinhos taramos a (família ou gênero), uma vez que as


balança e adicionamos as 10g dos espécies em alguns casos estavam
organismos secos em seguida ainda muito jovens para que todos
colocados na Mufla a 600ºC para fossem identificados ao nível de
enfim finalizar o peso livre de cinzas e espécie. Posteriormente foram
chegar nos resultados finais. analisados os pesos percentuais em
cada grupo taxonômico. Os dados
A comunidade foi identificada ao
tabelados foram também plotados
menor nível taxonômico possível
graficamente.

Os extratos de Tanino lugares necessários à existência


juntamente com a resina foram obtidos humana sem interferência direta no
a partir da extração e secagem do ecossistema.
material realizada pela Profa. Dra.
Resultados
Luciana Guimarães² (Co-orientadora
deste trabalho) e com a colaboração A tabela 2 apresenta os dados

no campo e no laboratório do referentes ao volume e ao peso nos 7

mestrando do PPG-ECOMAR Antônio tratamentos do experimento piloto

Rosendo³. realizado em Outubro/Novembro de


2016, nesta podemos perceber o
O resultado mais esperado foi
maior volume e maior biomassa na
em que nenhum organismo incruste
placa II controle, evidenciando-se que
nas placas onde continha o reagente
comparativamente os demais
Tanino, com isso, poderíamos até
tratamentos foram efetivos no controle
estar finalizando as observações, pois,
da incrustação da fauna do fouling. A
caso não houvessem nenhuma
Figura 1 apresenta os dados do
colônia, ou nenhum aumento da
descritor de volume de fauna
comunidade incrustante “fouling”,
incrustante sob a forma gráfica e a
estaríamos diante de um ótimo
Figura 2 os dados dos descritores
resultado satisfatório em beneficio não
peso seco livre de cinzas dos
só da natureza, mas, também, no
diferentes tratamentos sob a forma
sentido de proteção ecologicamente
gráfica.
correto das marinas, e de outros
Tabela 2 – Volume e peso dos tratamentos

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 60


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Placa I só resina Placa II cont. Placa III 3% Met. Placa IV 0,3% Aq. Placa V 3% Aq. Placa VI COM.B Placa VII 0,3% Met.

VOLUME 82 115 50 49 49 79 69

% Total 0,1663286 0,23326572 0,101419878 0,099391481 0,099391481 0,160243408 0,139959432

PESO FRESCO 93 140,5 64 59 56 94 83,5


PESO SECO 25,2 59,2 17,1 16,8 15,2 20,3 23,6
PESO LIVRE DE CINZAS 7,7 17,5 6,7 6,4 3,1 3,9 6,9
CADINHO + MO. SECA (10g) 51,3 50,3 46,9 49,2 62,4 60,2 60,7
PORCENTAGEM 0,305 0,295 0,39 0,38 0,2 0,19 0,38
% Total 0,14758385 0,222654106 0,112318539 0,10956649 0,113823436 0,148485957 0,145567621

Figura 1 - dados do descritor de


volume de biomassa de fauna incrustante
(ml) para os diferentes tratamentos.

identificados e a figura 3 a distribuição


Figura 2 - Dados do descritor de gráfica dos mesmos.
peso da biomassa (g) para os diferentes
tratamentos.
Tabela 2 - percentual de peso seco
livre de cinzas da biomassa dos principais
grupos taxonômicos identificados nos
A tabela 2 apresenta os diferentes tratamentos.

principais grupos taxonômicos


UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 61
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Figura 3 - percentual de peso seco grupos taxonômicos identificados nos


livre de cinzas da biomassa dos principais diferentes tratamentos.

anti fouling estudo, tabela 3:

Tabela 3 - Peso das placas na cidade de


Guarujá após 15 dias de imersão em água;
RES= placa revestida por tratamento de
Resina; TER= placa revestida com
Terminalia catappa; MUSA= placa revestida
com tratamento de Musa sp.

Verifica-se que a placa que teve


a maior variação foi a com tratamento
de Resina com 40,47% a mais em
Os dados de biomassa por peso com relação a placa antes da
grupos são apenas preliminares, mas imersão e a menor variação foi a placa
já apontaram como sendo “as cracas” com tratamento de Terminalia catappa
Balanuns balanus, o grupo mais com 31,52 %. A placa com tratamento
representativo com relação ao % de de Musa sp também teve um
peso seco livre de cinzas. acréscimo no peso em relação a placa
antes da imersão de 27,52 %.

Após os 15 dias o repelente já


não havia mais relevância aos
Resultados Finais
organismos, devido a placa já estar
Experimento T.cattapa e Musa sp.
totalmente recoberta.
Com o monitoriamento
Com a realização da triagem,
quinzenal das placas pesadas no
realizamos a quantificação de cada
estuario do Guarujá foi constatado que
placa, lembrando que foi retirado 10%
após o período de 15 dias, as placas
dela para análise.
passaram a incorporar o peso do
material incrustado apresentando Nela pesamos a resina que foi

então uma significancia do material revestida retirando os organismos


como vemos nas Figura 4, em forma
TRATAMENTO PESO PESO APÓS INCRUSTAMENTO INCRUSTAMENTO
INICIAL (g) 15 DIAS (g) (g) % de gráfico, o peso fresco, peso seco,
RES 1292 1815 523 40,47 peso livre de cinzas além do
TER 1361 1790 429 31,52 biovolume dos organismos

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 62


MUSA 1324 1839 515 38,89
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

incrustantes em cada tratamento para


a comparação desses descritores nos Tabela 6- Peso Seco Guarujá, sem resina.

diferentes tratamentos através de


ANOVA vemos nas seguintes Figuras
5, 6,7,8.

Tabela 4- 10% do Peso das Resinas Figura 6- Peso Seco Guarujá, sem resina.
retiradas das placas Guarujá –SP.

PLACA 1 PLACA 2 PLACA 3 PLACA 4 PLACA 5

Figura 4 – Peso das resinas revestidas nas RESINA 12,9 17,6 - 21,4 16,7
Placas do estuário do Guarujá.
TERMINALIA 41,5 44,4 55,3 40,3 49,3

MUSA 26,5 24,5 28,6 24,5 33,3

Tabela 5- Peso fresco Guarujá, foi retirado


a resina ao pesar os organismos.

PLACA 1 PLACA 2 PLACA 3 PLACA 4 PLACA 5

RESINA 78,3 25,2 - 138 118


Tabela 7 – Peso Seco Livre de Cinzas
TERMINALIA 88,2 119,2 108,9 142,2 120,9 Guarujá.
MUSA 42,7 52,8 182,3 143,1 42,1

CONTROLE 38 136 76,4 50,6 69,4

GRANITO 54,1 173,5 74,5 105,6 97,9

Figura 7 – Peso seco livre de cinzas.

Figura 5 – Peso Fresco Guarujá, sem


resina.

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 63


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Tabela 8 – Biovolume dos tratamentos após os 15 dias 468kg de incrustação,


junto o revestimento de resina.
ou seja obteve 34,38% de incrustação
no tratamento.(Tabela 7) .O material
incrustado apresentou então uma
significancia do material anti fouling.

Tabela 7 - Peso das placas na


cidade de São Vicente após 15 dias de
Figura 8 – Biovolume dos tratamentos junto imersão em água; RES= placa revestida por
tratamento de Resina; TER= placa revestida
com Terminalia catappa; MUSA= placa
revestida com tratamento de Musa sp.

o revestimento de resina.
Verifica-se que a placa que teve
a maior variação foi a com tratamento

Nota-se que na placa 03 o de Resina com 40,09% a mais em

tratamento de Musa sp apresentou um peso com relação a placa antes da

nível elevado de organismos imersão e a menor variação foi a placa

incrustados, comparado ao controle com tratamento de T. cattapa com

que houve menos incrustações. 34,38 %. A placa com tratamento de


Musa sp também teve um acréscimo
Com o monitoriamento
no peso em relação a placa antes da
quinzenal das placas pesadas no
imersão de 37,38%.
estuario do canal do Japuí – São
Vicente, foi constatado que após o Após os 15 dias o repelente já

período de 15 dias, diferenciando as não havia mais relevância aos

placas com os tratamentos, organismos, devido a placa já estar

verificamos que a placa com o totalmente recoberta.

tratamento de T.cattapa foi a que mais Após a da triagem do Guarujá,


obteve um resultado satisfatorio com o realizamos a quantificação de cada
peso inicial de 1361kg aumentando placa que foi imersa no estuário de

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 64


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

São Vicente, nota-se que quando foi


retirada as placas por conta da
quantidade de organismo nela
incrustada não foi possível a retirada
dos 10% da resina com o tratamento
passado na cerâmica, pois a
dificuldade de retirar foi extrema,
portanto, retiramos apenas os
organismos não medindo conforme Figura 12 – Peso Seco Livre de Cinzas São
Vicente.
feito no Guarujá.

No tratamento de São Vicente


pesamos os organismos como vemos
em, peso fresco, peso seco, peso livre
de cinzas dos organismos incrustantes
em cada tratamento e retirando
também o biovolume, para a
comparação desses descritores nos
diferentes tratamentos através de
Figura 13 – Biovolume São Vicente.
ANOVA vemos nas seguintes Figuras
10,11,12,13.

Figura 10 - Peso Fresco São Vicente.

Por motivos do acaso, houve


percas de dados, não obtendo um
resultado 100% concreto da triagem,
tais percas foram em Peso Fresco
T.cattapa, Peso Seco placas 4 e 5 e
Peso seco livre de cinzas Resina.
Figura 11 - Peso Seco São Vicente, no peso
seco da RES.

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 65


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Porém, mesmo com a perca, encontrados nas placas.

pudermos constatar que a variação


dos organismos juntamente aos
No estuário do Guarujá,
tratamentos foi bem diferenciada,
encontrou –se uma diversidade de
mostrando que a musa teve um
organismos incrustados sendo a
aumento de organismos na placa 5.
Styella plicatta com maior incrustação
Após o levantamento de massa Figura 14.
e volume de cada tratamento e
Figura 14 – Tabela com o peso fresco de
organismos, identificamos cada um em
cada organismo triado.
seus respectivos grupos e família,
como podemos ver nas na tabela com
os outros seguintes organismos:

Logo no estuário de São


Vicente, encontrou apenas dois
organismos em relevância, Balanus
Tabela 3 – Identificação dos organismos
balanus e Mytella falcata Figura 15.

Figura 15 – Tabela com peso fresco de


cada organismo triado.

Agradecimentos

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 66


P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Ao meu orientador Dr. Fabio resistência dos materiais e a avaliação


Giordano pelo imenso prazer de poder preliminar da ordem de grandeza das
obter conhecimentos e me incrustações tanto no que diz respeito
proporcionar oportunidades que jamais ao volume quanto ao peso.
imaginei obter ao longo da minha
Concluindo que o tratamento foi
carreira acadêmica, além de ser meu
eficaz para combater a incrustação
grande exemplo de professor e
apenas nos seus primeiros 15 dias,
pesquisador e por ter paciência. A
mas, que após o prazo quinzenal não
minha co-orientadora Dra. Luciana
garante efeito anti-incrustantes, pois
Guimaraes por ter auxiliado nos
os seres após 45 dias começam a
experimentos da retirada das algas, ao
crescer sobre outros seres recém-
Mestrando Antônio Rosendo por estar
incrustados e não sobre o substrato
trabalhando comigo nessa pesquisa,
repelente.
sem a colaboração dele perante as
placas e outros meios, não iriamos Referências Bibliográficas

obter resultados, ao Laboratório DA GAMA, B.A.P., PEREIRA, R.C. &


Central de Biologia – UNISANTA, por COUTINHO, R. Bioincrustação
ter deixado com que realizasse todo os marinha. Biologia Marinha. 2ª
procedimentos acima citados, ao edição, editora Interciência, Rio de
CNPq por ter dado em minhas mãos Janeiro, pp. 299-318. 2009.
essa oportunidade que ampliou meus
GIORDANO, F.; BORGES, R.P.;
conhecimentos como uma futura
SANTOS, J.A.P.; ROSSO, S.
pesquisadora na área da biologia
Recrutamento e colonização de
marinha e pôr fim a todos que me
cirripédios Balanus trigonus em
inspiraram para e me motivaram para
painéis artificiais em águas
que essa pesquisa e outras futuras
estuarinas de Santos-SP, Brasil: um
deem certo.
estudo de 45 meses. UNISANTA
Considerações finais sobre o BioScience – p. 35 - 41; Vol. 2 nº 1,
experimento final anti fouling 2013.

Por tratar-se de um trabalho MIGOTTO, A.E. Avaliação do estado


experimental foi aplicado formulas de do conhecimento da diversidade de
estatística neste relatório uma vez que invertebrados marinhos no Brasil.
se tratava de um teste para observar a
UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 67
P.G. Barbosa, F. Giordano, L.Guimarães, A. Rosendo

Avaliação do Estado do Conhecimento


da Diversidade Biológica do Brasil.
MMA – GTB/CNPq –
NEPAM/Unicamp. 65p. 2000.

SUTHERLAND, J.P. & KARLSON,


R.H. Development and Stability of
the Fouling Community at Beaufort,
North Carolina. Ecological
Monographs. 47: 425-446. 1977.

SILVA, J.S.V.; Fernandes, F.C.et.al.


Água de Lastro. Ciência Hoje.
V.32.n.188.p.38-43. Nov.2002.

WOODS HOLE OCEANOGRAPHY


INSTITUTE (WHOI). Marine Fouling
and its Prevention. Annapolis,
Maryland. U.S. Naval Institute. 1952

UNISANTA Bioscience Vol. 9 nº 1 (2020) p. 54 - 68 Página 68

Você também pode gostar