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Universidade de Brasília

Departamento de Matemática
Prof. Celius A. Magalhães

Cálculo II
Notas da Aula 06 ∗

Equações Exatas
Com a regra da cadeia em duas variáveis, as equações separáveis podem ser generalizadas de uma forma
bem natural, dando origem às equações exatas. Com essa generalização pode-se abordar problemas bem
interessantes, como o estudo de campos elétricos, por exemplo. Veja a seguir.
Primeiro Exemplo
Vale retomar um exemplo da aula passada, e descrever em detalhes como resolver uma equação exata.
 Exemplo 1 Para uma constante a ∈ R, calcule a solução geral da equação

tan(y(t)) + t 2 + (a + t sec2 (y(t))y′ (t) = 0 

Solução. Com a notação M(t, y) = tan(y) + t 2 e N(t, y) = a + t sec2 (y), a equação é da forma

M(t, y(t)) + N(t, y(t))y′ (t) = 0 (1)

Como visto na aula passada, essa equação seria separável se a função M(t, y) dependesse apenas
de t, o que não é verdade. Logo, ela não pode ser resolvida pelo método de separação de variáveis.
No entanto, a forma da equação lembra muito a regra da cadeia, como no Teorema 2 da aula passada,
e pode-se perguntar se existe uma função f (t, y) tal que M(t, y) = ft (t, y) e N(t, y) = fy (t, y). Nesse caso,
a equação (1) seria escrita na forma
d
f (t, y(t)) = ft (t, y(t)) + fy (t, y(t))y′ (t) = M(t, y(t)) + N(t, y(t))y′ (t) = 0
dt
e as soluções seriam dadas implicitamente pela equação f (t, y(t)) = k.
O problema fica então reduzido a se encontrar uma função f f
com essas propriedades. O fato relevante nesse sentido é que, con-
ft fy
forme o Teorema 1 também da aula passada, a continuidade das de-
rivadas parciais garante que as derivadas parciais mistas comutam. ftt fty = fyt fyy
Isso significa que as funções ( ft )y e ( fy )t são iguais.
Então, caso exista uma função f (t, y) tal que M(t, y) = ft (t, y) e N(t, y) = fy (t, y), deve-se ter que

My (t, y) = ( ft )y (t, y) = ( fy )t (t, y) = Nt (t, y)

Assim, uma condição necessária para que exista a função procurada é que

My (t, y) = Nt (t, y) (2)

e esses são os casos em que a equação pode ser resolvida usando a regra da cadeia.
No caso do exemplo, em que M(y,t) = tan(y) + t 2 e N(t, y) = a + t sec2 (y), tem-se que

My (t, y) = sec2 (y) e Nt (t, y) = sec2 (y)

e a condição (2) é satisfeita. O próximo passo é então obter a função f (t, y), o que não é difícil, pois se
conhecem as derivadas parciais. Por exemplo, como ft (t, y) = M(t, y) = tan(y) + t 2 , deve-se ter que
Z Z Z
t3
f (t, y) = ft (t, y) dt = M(t, y) dt = (tan(y) + t 2 ) dt = t tan(y) + + k(y)
3
∗ Texto digitado e diagramado por Neil Martins a partir de anotações de sala de Olaia Diniz
onde k(y) é a constante de integração em relação a t, mas pode depender do parâmetro y.
Resumindo, já se tem que a função é da forma f (t, y) = t tan(y) + t 3 /3 + k(y) para alguma função
k(y), e o problema está reduzido a se determinar essa última função. Até aqui foi usado apenas que
ft (t, y) = M(t, y). A outra derivada parcial fy (t, y) = N(t, y) é usada agora para se determinar a função
k(y). Para isso, derivando a expressão f (t, y) = t tan(y) + t 3 /3 + k(y) com respeito a y, obtem-se que
 
t3
fy (t, y) = t tan(y) + + k(y) = t sec2 (y) + k′ (y)
3 y

Em seguida, usando que também fy (t, y) = N(t, y) = a +t sec2 (y), obtém-se que k′ (y) = a. Daí segue-
se que k(y) = ay + k0 , onde k0 é uma constante de verdade! Finalmente, obtém-se que
f (t, y) = t tan(y) + t 3 /3 + ay + k0 , e as soluções procuradas são dadas implicitamente por
3
f (t, y(t)) = t tan(y(t)) + t3 + ay(t) + k0 = b
k. Renomeando as constante, as solução são dadas por
t3
f (t, y(t)) = t tan(y(t)) +
+ ay(t) = k
π /2 3
Se a 6= 0, então a solução implícita é a melhor que se pode ter.
Mesmo sendo implícitas pode-se ter uma boa ideia do comporta-
k=1 k=3 mente das soluções usando um computador. Por exemplo, a figura
3
t ao lado ilustra algumas soluções no caso em que a = 1.
No caso em que a = 0 as soluções podem ser expressas explici-
2
tamento na forma y(t) = arctan( kt − t3 ). 

Esse exemplo motiva a definição a seguir.


Definição 1 Se M(t, y) e N(t, y) possuem derivadas parciais contínuas no retângulo
D = (a, b) × (c, d), então a equação

M(t, y(t)) + N(t, y(t))y′ (t) = 0 (3)

é exata se My (t, y) = Nt (t, y) para todo (t, y) ∈ D.

O exemplo indica também como demonstrar o teorema

Teorema 1 Se a equação (3) é exata, então existe uma função f : D → R tal que ft (t, y) = M(t, y) e
fy (t, y) = N(t, y), e as soluções de (3) são dadas implicitamente por f (t, y(t)) = k.

Um observação importante é que, se a equação é separável, então ela também é exata. Com efeito, em
uma equação separável tem-se que M(t, y) = M(t) e N(t, y) = N(y). Logo, nesse caso, My (t) = Nt (y) = 0,
e a equação é exata.

Curvas Ortogonais
Nessa seção a variável t será substituida pela variável x. Isso porque a variável t será usada em um
contexto mais específico na próxima seção.
Como outro exemplo de equação exata, considere o campo elé-
z
trico gerado por um condutor ao longo do eixo Oz com densidade
de carga constante δ > 0. De acordo com a figura ao lado, um ele-
E−
mento de carga situado em (0, 0, z) gera o campo elétrico E +(x, y)
E
no ponto (x, y) do plano Oxy. Neste mesmo ponto, um elemento de
carga em (0, 0, −z) gera o campo elétrico E − (x, y). As componente E+
verticais desses dois campos se anulam e as horizontais se somam,
−z
dando origem a um campo E(x, y) que é paralelo ao plano Oxy.

Usando a lei de Coulomb pode-se mostrar que o campo E(x, y) é dado por
 
2δ K x 2δ K y
E(x, y) = , = (M(x, y), N(x, y)) (4)
x2 + y2 x2 + y2

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onde K é a constante de Coulomb e M(x, y) e N(x, y) são as funções coordenadas do campo.
A figura ao lado ilustra alguns vetores do campo E, e de
y lá percebe-se que ele tem uma forma radial, com intensidade
(representada pelos comprimento dos vetores) que diminui à
medida que se afasta da origem.
Usando as expressões das coordenadas, é fácil verificar que
x
My (x, y) = Nx (x, y), e daí que

M(x, y(x)) + N(x, y(x))y′ (x) = 0 (5)

é uma equação exata!


Ótima notícia, pois já se sabe que as solução de (5) são dadas implicitamente por f (x, y(x)) = k, onde
f é uma função tal que fx = M e fy = N. A função f é dita uma função potencial para o campo E, e as
curvas de nível f (x, y(x)) = k são ditas curvas equipotenciais.
Resta determinar a função f , o que não é difícil. De fato, como fx (x, y) = M(x, y) = 2δ Kx/(x2 + y2 ),
usando a substituição u = x2 + y2 , com du = 2x dx, obtém-se que
Z Z Z
2δ Kx du
f (x, y) = fx (x, y) dx = dx = δ K = δ K ln(u) + c(y) = δ K ln(x2 + y2 ) + c(y)
x2 + y2 u
onde c(y) é a constante de integração em relação a x, mas pode depender de y. Derivando essa expressão
com respeito a y e usando que fy = N obtém-se que c′ (y) = 0, e, portanto, c(y) = c0 é constante. Assim,
pode-se escolher f (x, y) = δ K ln(x2 + y2 ), e as soluções de (5) são dadas implicitamente por

f (x, y(x)) = δ K ln(x2 + y2 (x)) = k (6) y

Equivalentemente, as soluções são dadas por x2 +y2 (t) = ek/δ K , de onde


segue-se que são arcos de círculos de centros na origem do plano Oty. A
figura ao lado ilustra esses círculos. x
Do ponto de vista físico, o problema é estudar o campo elétrico no plano
Oxy gerado por um condutor ao longo de Oz. Em razão da simetria, é de
se esperar que a energia p potencial de uma partícula situada no ponto (x, y)
só dependa da distância x2 + y2 da partícula à origem do plano Oxy.
Esse é o significado físico de (6), onde as curvas de nível de f resultam em círculos de centros na origem.
Muito bem, já se conhece melhor o campo E, mas ainda resta uma pergunta importante. Qual a
trajetória descrita por uma partícula de prova sujeita à influência do campo? Essas trajetórias são ditas
as linha de fluxo do campo, e é claro que é importante conhecer essas linhas.
Nesse sentido, pode-se mostrar que as linhas de fluxo e as cur-
y w
vas equipotenciais são famílias de curvas ortogonais. Isso significa
que, nos pontos onde elas se cruzam, as tangentes são ortogonais.
y(x) = w(x) Para explorar melhor esse fato, indique por y(x) uma curva
equipotencial, por w(x) uma linha de fluxo e suponha que elas
se cruzam em algum ponto. Então, de acordo com a figura ao
lado, y(x) = w(x) para algum x, e as tangentes nesse ponto têm
x inclinações y′ (x) e w′ (x).
Ora! A condição para que as tangentes sejam ortogonais é que y′ (x)w′ (x) = −1. Além disso, a
inclinação y′ (x) pode ser obtida a partir de (5), e é dada por y′ (x) = −M(x, y(x))/N(x, y(x)). Como
y(x) = w(x), obtém-se então que
−1 N(x, y(x)) N(x, w(x))
w′ (x) = = = (7)
y′ (x) M(x, y(x)) M(x, w(x))
Equivalentemente, w(x) é solução da equação
− N(x, w(x)) + M(x, w(x))w′ (x) = 0 (8)

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Veja que argumento interessante, e fácil de entender. Como as trajetórias y(x) e w(x) são ortogonais,
deve-se ter y′ (x)w′ (x) = −1. Além disso, como y(x) é solução de (5), é fácil obter a expressão de y′ (x).
Daí que a expressão de w′ (x) é também fácil de obter, como em (7). Finalmente, com uma manipulação
simples, segue-se que w(x) é solução de (8). Muito bom.
b w) = −N(x, w)
Mas, o melhor da história, é que (8) é também exata! Com efeito, indicando por M(x,
b b b w(x))w′ (x) = 0,
e N(x, w)=M(x, w), é claro que a equação (8) escreve-se na forma padrão M(x, w(x))+ N(x,
onde, das expressões de M e N em (4), tem-se

b w) = −N(x, w) = − 2δ Kw
M(x, e b w) = M(x, w) = 2δ Kx
N(x,
x2 + w2 x2 + w2
Agora é fácil verificar que
 
bw (x, w) = 2δ K w2 − x2 bx (x, w)
M =N
(x2 + w2 )2

e, portanto, (8) é mesmo exata. Sendo exata, as soluções são dadas implicitamente na forma g(x, w(x)) = k,
b w) e gw (x, w) = N(x,
onde g(x, w) é uma função tal que gx (x, w) = M(x, b w).
b
Para se determinar a função g(x, w) deve-se integrar M(x, w) na variável x, e vale lembrar que
d
ds arctan(s) = 1/(s2 + 1). Isso porque M(x,
b w) escreve-se como

b w) = − 2δ Kw = −2δ K
M(x,
w
= −2δ K
1
2
x +w 2 2 2
w ((x/w) + 1) w((x/w)2 + 1)

Logo, usando a mudança de variável s = x/w, com ds = dx/w, obtém-se


Z Z Z
b w) dx = −2δ K dx ds
g(x, w) = M(x, = −2δ K
w((x/w)2 + 1) (s2 + 1)

= −2δ K arctan(s) + c(w) = −2δ K arctan(x/w) + c(w)

onde c(w) é a constante com respeito a x, mas pode depender de w. No entanto, argumentando como nos
b obtém-se que c(w) = c0 é constante.
casos anteriores (calculando gw e usando a igualdade gw = N),
Finalmente, pode-se escolher g(x, w) = −2δ K arctan(x/w) e concluir que as soluções de (8) são
dadas implicitamente por
g(x, w(x)) = −2δ K arctan(x/w(x)) = k

Equivalentemente, denotando k̂ = tan(−k/2δ K), as solu- y


ções são dadas por x/w(x) = k̂, ou, ainda, por w(x) = x/k̂.
Isso mostra que o gráfico de w(x) está contido em uma reta que
passa pela origem!
A conclusão final é que as curvas equipotenciais são cír- t
culos centrados na origem, pois são as curvas de nível de
f (x, y) = δ K ln(x2 +y2 ). Já as linhas de fluxo, que são as curvas de
nível de g(x, w) = −2δ K arctan(x/w), são retas que passam pela
origem. Veja a figura ao lado.
No exemplo em estudo o campo elétrico é bem simples. O resultado a que se chegou, de que as
curvas equipotenciais são círculo e as linhas de fluxo são retas, poderia ter sido obtido apenas com um
pouco de intuição física. Afinal, a forma radial do campo já indicava nesse sentido. O importante, então,
não é propriamento o resultado, mas o método que foi usado para obtê-lo. O método sim, é bastante
geral, e pode ser aplicado a uma variedade de outras situações, e mesmo àquelas em que a intuição não
é suficiente para explicar o problema.

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Conservação da Energia
Vale salientar uma relação interessante entre as equações exatas, a regra da cadeia, as funções potenciais,
as leis de Newton e . . . a conservação da energia! É mesmo interessante, veja a seguir.

Indique por P(t) = (x(t), y(t)) a trajetória de uma partícula


de massa m e carga unitária que se desloca sujeita apenas ao
campo elétrico estudado acima, cujas coordenadas são
 
y(t) 2δ K x 2δ K y
P(t) E(x, y) = , = (M(x, y), N(x, y)) (9)
x2 + y2 x2 + y2

Pelo que se viu na seção anterior, o ponto P(t) se desloca


ao longo de uma reta que passa pela orígem, mas pode fazer
x(t) esse percurso com velocidade variada.
Aliás, a velocidade da partícula
p é dada pelo vetor P′ (t) = (x′ (t), y′ (t)), enquanto que a velocidade
escalar é o número kP (t)k = x (t) + y′ (t)2 . Em particular, a energia cinética da partícula é dada por
′ ′ 2

1 1 
EC (t) = mkP′ (t)k2 = m x′ (t)2 + y′ (t)2 (10)
2 2
E a energia potencial, como seria? Nesse sentido, vale uma primeira observação, muito simples.
Indicando por g a constante de gravitação, o trabalho W realizado pela força gravitacional para se levar
um corpo de massa m do solo até uma altura h é W = −mgh, onde o sinal de menos é devido ao fato
de que o trabalho está sendo realizado em sentido contrário ao da força. Já a energia potencial EP , que
corresponde à energia armazenada pelo corpo em razão do trabalho realizado, é EP = −W = mgh.
Da mesma forma para o campo elétrico em estudo. Foi visto na seção anterior que a função
f (x, y) = δ K ln(x2 + y2 ) tem a propriedade de que E(x, y) = ( fx (x, y), fy (x, y)). Por esse motivo, f é
dita uma função potencial, e está relacionada ao trabalho realizado pelo campo ao longo da trajetória da
partícula. Como a energia potencial da partíclua EP (t) tem sinal contrário ao do trabalho, segue-se que

EP (t) = − f (P(t)) = − f (x(t), y(t)) = −δ K ln(x(t)2 + y(t)2 ) (11)

Finalmente, a energia total é a soma das energias cinética e potencial, e sua expressão é

1 
E (t) = EC (t) + EP (t) = m x′ (t)2 + y′ (t)2 − δ K ln(x(t)2 + y(t)2 ) (12)
2
A conservação da energia corresponde a mostrar que E (t) = E0 é constante, que não depende do
parâmetro t. Bem, isso não parece nada claro a partir da expressão acima!
No entanto, existem dois fatos importantes aqui. O primeiro é a lei de Newton, segundo a qual a
força é igual à massa vezes a aceleração. Como o campo é a força por unidade de carga, e a partícula
tem carga unitária, a força que age sobre a partícula é exatamente o campo E(P(t)). Além disso, como a
velocidade é P′ (t) = (x′ (t), y′ (t)), a aceleração da partícula é o vetor P′′ (t) = (x′′ (t), y′′ (t)). Logo,

( M(P(t)), N(P(t)) ) = E(P(t)) = mP′′ (t) = (m x′′ (t), m y′′ (t)) (13)

O segundo fato é a regra da cadeia. Com efeito, dessa regra, de que fx = M, fy = N e (11), obtém-se

d d
EP (t) = − f (P(t)) = −( fx (P(t))x′ (t) + fy (P(t))y′ (t)) (14)
dt dt
= −(M(P(t))x′ (t) + N(P(t))y′ (t))

Já se tem quase tudo para estudar a conservaçao da energia. Está faltando apenas uma observação
em relação à derivada da energia cinética. De (10), e da regra da cadeia em uma variável, segue-se que
 
d d 1 2 2
EC (t) = m(x (t) + y (t) ) = m(x′ (t)x′′ (t) + y′ (t)y′′ (t))
′ ′
(15)
dt dt 2

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Pronto! Agora sim, para a conservação da energia E (t), basta mostrar que a derivada é identicamente
nula, pois daí segue-se que a função é constante. E, com efeito, usando (14) e (15), obtém-se que

d d d
E (t) = EC (t) + EP (t) (16)
dt dt dt
= m(x′ (t)x′′ (t) + y′ (t)y′′ (t)) − (M(P(t))x′ (t) + N(P(t))y′ (t))
= (m x′′ (t) − M(P(t)))x′ (t) + (m y′′ (t) − N(P(t)))y′ (t)

Ora! De acordo com a lei de Newton em (13), tem-se que m x′′ (t) = M(P(t)) e m y′′ (t) = N(P(t)), e
daí segue-se que dtd E (t) = 0, o que mostra que a energia total é mesmo conservada.
O argumento para se chegar até aqui é bastante elaborado, e fez uso de vários elementos. As equações
exatas, a regra da cadeia, as funções potenciais e, finalmente, as leis de Newton. Tudo isso muito bem
orquestrado para se obter uma das leis mais fundamentais da Natureza, que é a conservação da energia.
Como uma última observação, não há nada de particular em relação ao campo elétrico. Em geral, se
as coordenadas da força F(x, y) = (M(x, y), N(x, y)) possuem derivadas parciais contínuas e são tais que

My (x, y) = Nx (x, y)

então a força é dita conservativa. Isso porque, nesse caso, existe uma função f com a propriedade de que
fx = M e fy = N, e f é dita uma função potencial. Nesse caso, o mesmo argumento acima mostra que a
energia total de uma partícula que se desloca sujeita à força F é conservada.

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