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ÍNDICE

LÍNGUA PORTUGUESA
1. Leitura, compreensão e interpretação de diversos tipos de textos (literários e
não literários)..................................................................... 1
2. Sinônimos e antônimos............................................................ 14
3. Sentido próprio e figurado das palavras.......................................... 14
4. Pontuação........................................................................ 18
5. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
preposição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem.. 21
6. Concordância verbal e nominal.................................................... 38
7. Regência verbal e nominal........................................................ 40
8. Colocação pronominal............................................................. 41
9. Crase............................................................................ 43
TESTES.............................................................................. 44
GABARITO............................................................................ 47

MATEMÁTICA
1. Resolução de situações-problema, envolvendo: adição, subtração, multiplicação,
divisão, potenciação ou radiciação com números racionais, nas suas representações
fracionária ou decimal.............................................................. 1
2. Mínimo múltiplo comum............................................................ 3
3. Porcentagem...................................................................... 4
4. Razão e proporção................................................................ 5
5. Regra de três simples............................................................ 6
6. Equação do 1º grau............................................................... 7
7. Grandezas e medidas - quantidade, tempo, comprimento, superfície, capacidade e
massa............................................................................... 8
8. Relação entre grandezas - tabela ou gráfico...................................... 11
9. Noções de geometria plana - forma, área, perímetro e Teorema de Pitágoras........ 11
TESTES.............................................................................. 17
GABARITO............................................................................ 20

GUIA DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

CARO CANDIDATO,

“Durante a elaboração deste material, a Equipe Decisão empenhou-se em fazer chegar até Você um conteúdo da melhor
qualidade, obedecendo criteriosamente ao Programa constante do Edital deste Concurso. Vários profissionais estão
sempre envolvidos no processo de criação de nossas apostilas. Em virtude da urgência de finalização do material, tal
processo é extremamente delicado, e passa por muitas fases: elaboração, correção, digitação, diagramação, impressão e
encadernação. Durante esse processo todo, algumas falhas não intencionais podem ocorrer pelas quais nos desculpamos
antecipadamente. A Equipe Decisão coloca esses mesmos profissionais à sua disposição caso isso ocorra ou mesmo para
dirimir quaisquer dúvidas com relação ao conteúdo. Para isso, por favor, entre em contato conosco utilizando-se dos
nossos e-mails ou telefones que se encontram na capa desta apostila e no nosso site. Desejamos que alcance seus
objetivos e que façamos parte desse resultado.”

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Desejamos a Você sucesso na sua nova carreira!
Equipe Editora Decisão

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LÍNGUA PORTUGUESA
1. LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE DIVERSOS faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele"
TIPOS DE TEXTOS (LITERÁRIOS E NÃO se encontrava quando morreu.;
LITERÁRIOS)
19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas
Não só os alunos afirmam gratuitamente que a interpretação as idéias estão coordenadas entre si;
depende de cada um. Na realidade isto é para fugir a um
problema que não é de difícil solução por meio de sofisma 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior
(=argumento aparentemente válido, mas, na realidade, não clareza de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o
conclusivo, e que supõe má fé por parte de quem o apresenta). significado.
Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa
interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: Nota: Diante do que foi dito, espero que você mude o modo de
pensar, pois a interpretação não depende de cada um, mas, sim,
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; do que está escrito. "O que está escrito, escrito está."
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
leitura, vá até o fim, ininterruptamente; Lembre-se:
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo TEXTO: é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas
menos umas três vezes; entre si, formando um todo significativo capaz de produzir
interação comunicativa (capacidade interpretar e
04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; compreender o texto).

05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a
identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as
06. Não permitir que prevaleçam suas idéias sobre as do autor; idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou
explicações, que levam ao esclarecimento das questões
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato
compreensão; é convidado a:
08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do 1. Identificar: é reconhecer os elementos fundamentais
texto correspondente; de uma argumentação, de um processo, de uma época
(neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os
09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada quais definem o tempo).
questão;
2. Comparar: é descobrir as relações de semelhança
10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, ou de diferenças entre as situações do texto.
correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e
outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, 3. Comentar: é relacionar o conteúdo apresentado com
dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; uma realidade, opinando a respeito.
11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a 4. Resumir: é concentrar as idéias centrais e/ou
mais exata ou a mais completa; secundárias em um só parágrafo.
12. Quando o autor apenas sugerir idéia, procurar um 5. Parafrasear: é reescrever o texto com outras
fundamento de lógica objetiva; palavras.
13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
Erros de Interpretação
14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela
resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros
texto; de interpretação. Os mais freqüentes são:
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras a) Extrapolação (viagem): Ocorre quando se sai do
denuncia a resposta; contexto, acrescentando-se idéias que não estão no
texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela
16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo imaginação.
autor, definindo o tema e a mensagem;
b) Redução: É o oposto da extrapolação. Dá-se
17. O autor defende idéias e você deve percebê-las; atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um
texto é um conjunto de idéias, o que pode ser
18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são insuficiente para o total do entendimento do tema
importantíssimos na interpretação do texto. desenvolvido.
Ex.: Ele morreu de fome. c) Contradição: Não raro, o texto apresenta idéias
contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões
De fome: adjunto adverbial de causa, determina a equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão.
causa na realização do fato (= morte de "ele").

Observação: Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica


Ex.: Ele morreu faminto. do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso
qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o
autor diz e nada mais.
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objetos, permite a sua análise, caracterização e interligação com
outros conceitos, num sistema amplo de relações. Linguagem
Roteiro de Interpretação não verbal - na comunicação diária, utilizamo-nos de meios que
dispensam o uso da palavra. Nossos gestos e olhares são prova
Na hora de interpretar um texto, alguns cuidados são disso. A maneira como nos vestimos e até como os portamos
necessários: nos vários ambientes que freqüentamos também comunica, a
quem nos observa, preferências e modos de vida. A mímica, a
a) ler atentamente todo o texto, procurando focalizar pintura, a música e a dança são artes que, em sua expressão,
sua idéia central; prescindem da palavra. Hoje convivemos com freqüência cada
vez maior e mais intensamente com a linguagem visual. O
b) interpretar as palavras desconhecidas através do cinema, a televisão, os computadores, a fotografia, os veículos
contexto; publicitários (outdoors, revistas) têm encontrado, nesse tipo de
linguagem, um instrumento de comunicação extremamente
c) reconhecer os argumentos que dão sustentação a eficaz, devido sobretudo à velocidade com que transmite as
idéia central; mensagens. Apesar disso, a palavra continua sendo um meio
poderoso, capaz de traduzir, analisar e criticar qualquer outro
d) identificar as objeções à idéia central; tipo de linguagem. Como pudemos ver, a interpretação de textos
é de fundamental importância para o candidato.
e) sublinhar os exemplos que foram empregados como
ilustração da idéia central;
Você já se perguntou por quê?
f) antes de responder as questões, ler mais de uma vez
todo o texto, fazendo o mesmo com as questões e as Há alguns anos, as provas de Português, nos principais
alternativas; concursos do país, traziam uma frase, e dela faziam-se as
questões. Eram enunciados soltos, sem conexão, tão ridículos
g) a cada questão, voltar ao texto, não responder “de que lembravam muito aquelas frases das antigas cartilhas: "Ivo
cabeça”; viu a uva". Os tempos são outros, e, dentro das modernas
tendências do ensino de línguas, fica cada vez mais claro que o
h) se preferir, faça anotações à margem ou objetivo de ensinar as regras da gramática normativa é
esquematize o texto; simplesmente o texto. Aprendem-se as regras do português
culto, erudito, a fim de melhorar a qualidade do texto, seja oral,
i) se o enunciado pedir a idéia principal, ou tema, estará seja escrito. Nesse sentido, todas as questões são extraídas de
situada na introdução, na conclusão, ou no título; textos, escolhidos criteriosamente pelas bancas, em função da
mensagem/conteúdo, em função da estrutura gramatical.
j) se o enunciado pedir argumentação, esta estará Ocorrem casos de provas contextualizadas, em que todos os
localizada, normalmente, no corpo do texto. textos abordam o mesmo assunto, ou seja, provas
monotemáticas. Dessa maneira, fica clara a importância do texto
como objetivo último do aprendizado de língua.
Dicas para Interpretação de Textos

- Leia o texto mais de uma vez, minuciosamente, para Quais são os textos escolhidos?
encontrar a resposta correta.
Textos retirados de revistas e de jornais de circulação
- Na terceira ou quarta leitura do texto, pode-se nacional têm a preferência. Portanto, o romance, a poesia e o
destacar as palavras e expressões-chave. conto são quase que exclusividade das provas de Literatura (que
também trabalham interpretação, por evidente). Assim, seria
- É necessário limitar-se às informações contidas no interessante observar as características fundamentais desses
texto. produtos da imprensa.

- Tente compreender o texto, fragmentando-o em


parágrafos ou mesmo, em períodos; fica mais fácil Os Artigos
interpretar.
São os preferidos das bancas. Esses textos autorais trazem
- Sempre restam duas alternativas consideradas identificado o autor. Essas opiniões são de expressa
possíveis. Nesse caso, é necessária uma nova leitura. responsabilidade de quem as escreveu - chamado aqui de
articulista - e tratam de assunto da realidade objetiva, pautada
pela imprensa. Vejamos um exemplo: um dado conflito eclode
As mensagens que uma comunicação pretende transmitir nem em algum ponto do planeta (a todo o instante surge algum), e o
sempre estão contidas somente na linguagem verbal (texto) ou professor Décio Freitas, historiador, abordará, em seu artigo em
na linguagem não verbal (fotografias, gráficos, tabelas, ZH, os aspectos históricos do embate. Portanto, os temas são,
desenhos, esquemas). O conjunto dessas linguagens é que quase sempre, bem atuais. Trata-se, em verdade, de texto
estabelece, em sintonia, a comunicação entre quem a emite e argumentativo, no qual o autor/emissor terá como objetivo
seu destinatário. É o lingüístico e o imagético presentificando um convencer o leitor/receptor. Nessa medida, é idêntico à redação
só fato. A linguagem verbal é o instrumento mais eficaz na escolar, tendo a mesma estrutura: introdução, desenvolvimento
comunicação que estabelecemos um com o outro e com nós e conclusão.
mesmos. Ela organiza nosso pensamento, faz com que
possamos explicitá-los e nos acompanha em inúmeras
atividades que desenvolvemos ao longo de nossas vidas. A Exemplo de Artigo
humanidade tem veiculado, por intermédio da palavra, de
geração a geração, um volume enorme de conhecimentos, “Os nomes de quase todas as cidades que chegam ao fim deste
comportamentos e valores que constituem a cultura das várias milênio como centros culturais importantes seriam familiares às
comunidades existentes. A linguagem verbal apresenta uma pessoas que viveram durante o final do século passado. O peso
estrutura bastante complexa: além de representar todos os relativo de cada uma delas pode ter variado, mas as metrópoles
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que contam ainda são basicamente as mesmas: Paris, Nova cera a essas matérias empoladas, muito comuns nos tempos
Iorque, Berlim, Roma, Madri, São Petesburgo.” (Nelson Archer - heróicos do jornalismo. Sobre a crônica, há alguns dados
caderno Cidades, Folha de S. Paulo, 02/05/99) interessantes. Considerada por muito tempo como gênero menor
da Literatura, nunca teve status ou maiores reconhecimentos por
parte da crítica. Muitos autores famosos, romancistas, contistas
Os Editoriais ou poetas, produziram excelentes crônicas, mas não são
conhecidos por isso. Carlos Drummond de Andrade é um belo
Novamente, são opinativos, argumentativos e possuem exemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande cronista do
aquela mesma estrutura. Todos os jornais e revistas têm esses cotidiano do Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-se falar
editoriais. Os principais diários do país produzem três textos de Olavo Bilac, que, no início do século passado, passou a
desse gênero. Geralmente um deles tratará de política; outro, de produzir crônicas num jornal carioca, em substituição a outro
economia; um outro, de temas internacionais. A diferença em grande escritor, Machado de Assis. Essa divisão dos textos da
relação ao artigo é que o autor, o editorialista, não expressa sua imprensa é didática e objetiva esclarecer um pouco mais o
opinião, apenas serve de intermediário para revelar o ponto de vestibulando. No entanto, é importante assinalar que os autores
vista da instituição, da empresa, do órgão de comunicação. modernos fundem essa divisão, fazendo um trabalho misto. É o
Muitas vezes, esses editoriais são produzidos por mais de um caso de Luis Fernando Veríssimo, que ora trabalha uma crônica,
profissional. O editorialista é, quase sempre, antigo na casa e, com os personagens conversando em um bar, terminando por
obviamente, da confiança do dono da empresa de comunicação. um artigo, no qual faz críticas ao poder central, por exemplo.
Os temas, por evidente, são a pauta do momento, os assuntos Martha Medeiros, por seu turno, produz, muitas vezes, um artigo,
da semana. revelando a alma feminina. Em outros momentos, faz uma
crônica sobre o quotidiano.

As Notícias
Exemplo de Crônica
Aqui temos outro gênero, bem diverso. As notícias são
autorais, isto é, produzidas por um jornalista claramente “Quando Rubem Braga não tinha assunto, ele abria a janela e
identificado na matéria. Possuem uma estrutura bem fechada, na encontrava um. Quando não encontrava, dava no mesmo, ele
qual, no primeiro parágrafo (também chamado de lide), o autor abria a janela, olhava o mundo e comunicava que não havia
deve responder às cinco perguntinhas básicas do jornalismo: assunto. Fazia isso com tanto engenho e arte que também dava
Quem? Quando? Onde? Como? E por quê? Essa maneira de no mesmo: a crônica estava feita. Não tenho nem o engenho
fazer texto atende a uma regra do jornalismo moderno: facilitar a nem a arte de Rubem, mas tenho a varanda aberta sobre a
leitura. Se o leitor/receptor desejar mais informações sobre a Lagoa - posso não ver melhor, mas vejo mais. Otto Maria
notícia, que vá adiante no texto. Fato é que, lendo apenas o Carpeaux não gostava do gênero "crônica", nem adiantava
parágrafo inicial, terá as informações básicas do assunto. A argumentar contra, dizer, por exemplo, que os cronistas, uns
grande diferença em relação ao artigo e ao editorial está no pelos outros, escreviam bem. Carpeaux lembrava então que
objetivo. O autor quer apenas "passar" a informação, quer dizer, escrever é verbo transitivo, pede objeto direto: escrever o quê?
não busca convencer o leitor/receptor de nada. É aquele texto Maldade do Carpeaux. (...) Nelson Rodrigues não tinha
que os jornalistas chamam de objetivo ou isento, despido de problemas. Quando não havia assunto, ele inventava. Uma
subjetividade e de intencionalidade. tarde, estacionei ilegalmente o Sinca-Chambord na calçada do
jornal. Ele estava com o papel na máquina e provisoriamente
sem assunto. Inventou que eu descia de um reluzente Rolls
Exemplo de Notícia Royce com uma loura suspeita, mas equivalente à suntuosidade
do carro. Um guarda nos deteve, eu tentei subornar a autoridade
“O juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente com dinheiro, o guarda não aceitou o dinheiro, preferiu a loura.
do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, negou-se a Eu fiquei sem a multa e sem a mulher. Nelson não ficou sem
responder ontem à CPI do judiciário todas as perguntas sobre assunto.” (Carlos Heitor Cony, Folha de S. Paulo, 02/01/98).
sua evolução patrimonial. Ele invocou a Constituição para Nota-se que a variação é constitutiva das línguas humanas,
permanecer calado sempre que era questionado sobre seus ocorrendo em todos os níveis. A variação sempre existirá, no
bens ou sobre contas no exterior.” (Folha de S. Paulo, 05/05/99). Brasil há apenas uma língua nacional, e assim mesmo existe
diferenças de pronúncias, no emprego de palavras e outros
As Crônicas aspectos da língua. Hoje, ninguém escreve como fala, e nas
sociedades letradas, aquelas que usam intensamente a escrita,
Estamos diante da Literatura. Os cronistas não possuem estas pessoas tomam as regras estabelecidas para o sistema de
compromisso com a realidade objetiva. Eles retratam a realidade escrita como padrões de correção de todas as formas
subjetiva. Dessa maneira, Rubem Braga, cronista, jornalista, lingüísticas. No meio dessas letras que o homem espalha por
produziu, por exemplo, um texto abordando a flor que nasceu no todos os lugares, há algo em comum. Existem dois tipos de
seu jardim. Não importa o mundo com suas tragédias textos: o informativo e o ficcional.
constantes, mas sim o universo interior do cronista, que nada
mais é do que um fotógrafo de sua cidade. É interessante Informativo: quando se escreve sobre coisas que
verificar que essas características fundamentais da crônica vão acontecem, como nas notícias que aparecem em
desaparecendo com o tempo. Não há, por exemplo, um cronista jornais, revistas e na Internet, bem como nas leis e
de Porto Alegre (talvez o último deles tenha sido Sérgio da Costa bulas.
Franco). Se observarmos o jornal Folha de S. Paulo, teremos,
junto aos editoriais e a dois artigos sobre política ou economia, Ficcional: quando se escreve histórias inventadas,
uma crônica de Carlos Heitor Cony, descolada da realidade, se como nos livros e gibis.
assim lhe aprouver (Cony, muitas vezes, produz artigos,
discutindo algo da realidade objetiva). O jornal busca, dessa
maneira, arejar essa página tão sisuda. A crônica é isso: uma Observe os dois casos práticos abaixo.
janela aberta ao mar. Vale lembrar que o jornalismo, ao seu
início, era confundido com Literatura. Um texto sobre um 1. Você escreve um recado para o amigo que senta ao seu lado
assassinato, por exemplo, poderia começar assim:" Chovia na escola, inventando uma história:
muito, e raios luminosos atiravam-se à terra. Num desses "Estou namorando a Julieta".
clarões, uma faca surge das trevas..." Dá-se o nome de nariz de
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Que tipo de texto é esse? Ficcional. Tem gente que chama isso regra. Antes de discutirmos sua estrutura é preciso saber o que
de mentira. é um texto. Segundo Ingidore Koch, o conceito de texto depende
das concepções que se tenha de língua e de sujeito. Na
2. Por outro lado, vamos supor que o bilhete é verdadeiro. Isto é, concepção de língua como representação do pensa-mento e de
você pediu a Julieta em namoro e ela respondeu "sim, Romeu!". sujeito como senhor absoluto de suas ações e de seu dizer, o
E agora você está louco para contar vantagem para o amigo da texto é visto como um produto - lógico - do pensamento
carteira do lado. Se o bilhete diz "Estou namorando a Julieta", (representação mental) do autor, nada mais cabendo ao
neste caso é verdade, isso acontece mesmo. Então, esse bilhete leitor/ouvinte senão captar essa representação mental,
é um texto informativo. Isto quer dizer então que a história juntamente com as intenções (psicológicas) do produtor,
inventada é mentira? Digamos que é "de mentirinha". Alguém já exercendo, pois, um papel essencial-ente passivo. Na
disse que a literatura é "a mentira que encanta". As histórias concepção de língua como código - portanto, como mero
inventadas saem da cabeça do escritor. O Sítio do Pica-pau instrumento de comunicação - e de sujeito como
Amarelo, que Monteiro Lobato inventou, nunca existiu em lugar (pré)determinado pelo sistema, o texto é visto como simples
nenhum que nossos olhos pudessem ver. O Sítio foi criado pela produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo
imaginação de Lobato e existe na imaginação de quem lê a leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do
história. Ou seja, o Sítio existe em outro mundo, que a gente não código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito.
vê: é o mundo da imaginação. “Texto é um tecido verbal Já na concepção interacional (dialógica) da língua, afirma Koch,
estruturado de tal modo que as idéias formam um todo coeso, na qual os sujeitos são vistos como atores/construtores sociais,
uno, coerente. Todas as partes devem estar interligadas e o texto passa a ser considerado o próprio lugar da interação e os
manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento que interlocutores, como sujeitos ativos que - dialogicamente - nele
trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da se constroem e são construídos. Desta forma, há lugar, no texto
mesma forma, se lhe falta coerência, se as idéias são para toda gama de implícitos, dos mais variados tipos, somente
contraditórias, também não se constitui texto. Se os elementos detectáveis quando se tem, como pano de fundo, o contexto
da frase que possibilitam a transição de uma idéia para outra sociocognitivo dos participantes da interação. Ingidore adota
não estabelecem coesão entre as partes expostas, o fragmento ainda uma última concepção na qual a compreensão deixa de
não se configura um texto. Essas três qualidades - unidade, ser entendida como simples “captação” de uma representação
coerência e coesão - são essenciais par a existência de um mental ou como a decodificação de mensagem resultante de
texto”. Veja-se um exemplo apresentado por João Bosco uma codificação de um emissor. Ela é uma atividade interativa
Medeiros, em “Português Instrumental”.: “O carnaval altamente complexa de produção de sentidos, que se realiza,
carioca é uma beleza, mas mascara, com o seu luxo, a miséria evidentemente, com base nos elementos lingüísticos presentes
social, o caos político, o desequilíbrio que se estabelece entre o na superfície textual e na sua forma de organização, mas que
morro e a Sapucaí. Embora todos possam reconhecer os méritos requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes
de artistas plásticos que ali trabalham, o povo samba na avenida (enciclopédia) e sua reconstrução deste no interior do evento
como herói de uma grande jornada. E acrescente-se: há comunicativo. O sentido de um texto é construído na interação
manifestação em prol de processos judiciais contra costumes texto-sujeitos e não algo que preexista a essa interação.
que ofendem a moral e agridem a religiosidade popular. O Resumindo, texto é uma unidade lingüística concreta, percebida
carnaval carioca, porque se afasta de sua tradição, está pela audição (na fala) ou pela visão (na escrita), que tem
tornando-se desgracioso, disforme, feio.” O trecho anterior é um unidade de sentido e intencionalidade comunicativa. Entretanto é
fragmento que não se constitui texto. Falta-lhe coerência entre a possível notar que os enunciados (falas) não são o único
afirmativa inicial e a final. A oração subordinada que se inicia elemento responsável pelo sentido da interação lingüística. Além
com embora não apresenta coesão em relação à oração do texto, há na situação comunicativa, outros elementos que
principal; não é possível entender o que o autor quis dizer com também auxiliam na construção do sentido, como os papéis
aquelas palavras. Como o texto senta várias informações, várias sociais que os interlocutores desempenham, a intenção do
direções: moral, política, social, religiosa, estática, acaba por não locutor, o conhecimento de mundo do interlocutor, as
constituir um todo. Não há completude, inteireza, unidade. Os circunstâncias históricas ou sociais em que se dá a
elementos estruturais do texto são: o saber partilhado, a comunicação, etc. Um texto pode ser formado apenas pela
informação nova, as provas, a conclusão, o tema, a referência. linguagem verbal (por exemplo, um poema, um romance),
Por saber partilhado entende-se a informação antiga, do apenas pela linguagem visual (um desenho, uma pintura), como
conhecimento da comunidade. De modo geral, o saber também pelas linguagens verbal e visual (uma história em
partilhado aparece na introdução, um local privilegiado para a quadrinhos, um filme). Quando há o emprego dos dois tipos de
negociação com o leitor. Não é difícil admitir que a informação linguagens, o sentido global do texto só se faz com o
que vai de “não é fácil escrever sobre seu próprio pai” até cruzamento das duas linguagens. Podemos classificar os textos,
“sentimental” pertence ao saber partilhado. O emissor negocia quanto a sua estrutura, em narrativo, descritivo e dissertativo.
com o leitor, coloca-se num nível de entendimento, estabelece Vejamos aqui as características de um texto dissertativo e seu
um do, para, em seguida, expor informações novas. A conceito.
informação nova caracteriza-se como uma necessidade para a
existência do texto. Sem ela, não há razão para o emissor
escrever nada. Um texto só se configura texto quando veicula • O texto dissertativo, ou seja, a dissertação é uma explanação
uma informação que não era do conhecimento do leitor, ou que lógica de idéias. É um texto que analisa e interpreta dados da
não o era da forma como será exposta, o que implica, realidade por meio de conceitos abstratos.
naturalmente, matizes novos e, conseqüentemente, uma nova
maneira de ver os A informação nova não significa originalidade
total, absoluta. É análoga ao contrato que o leitor faz com o • O texto narrativo envolve uma dinamicidade que deter-mina
ficcionista. Ninguém, ao ler “Dom Casmurro”, estará interessado uma transformação nos fatos e nas personagens. Chamamos
em saber se os acontecimentos relatados são reais, se houve isto de progressão narrativa. Para que a progressão narrativa
tempo e naquele espaço uma pessoa que se identificava com a aconteça é preciso que se entabule um conflito entre as
personagem -do livro. O leitor entra em acordo com o narrador, personagens. Narração é a exposição escrita ou falada de um
admitindo como verossímeis os acontecimentos relatados. Da fato. É um relato de acontecimentos em determinada seqüência,
mesma forma, o leitor de “Memórias de Brás Cubas” não tendo como elementos integrantes:
contesta a possibilidade de um defunto ser narrador. Aceita o
fato e dá prosseguimento à leitura”. É sabido que, conforme a a) As personagens,
perspectiva teórica que se adote, o mesmo objeto pode ser
concebido de maneiras diversas. O conceito de texto não foge a b) Os fatos,
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• Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos
c) O tempo, interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações,
tentando dar ao leitor uma visualização das, suas
d) O espaço e particularidades, de seus traços distintivos e típicos.

e) O foco narrativo. • Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição


movimentada que se desenvolve progressivamente no
tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de
• O texto descritivo é a exposição minuciosa de um fato; a um naufrágio.
representação das características de uma pessoa, de uma cena,
de um objeto ou de um processo. Para fazer-se uma boa • Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das
descrição, dois recursos são necessários: a particularização do características gerais da literatura, com a distinção de
espaço, apresentando-se detalhada-mente as características do que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, se
ser ou objeto e a sensibilização dos sentidos, mobilizando as salientando com exatidão os pormenores. É
sensações olfativas, táteis, visuais, gustativas e auditivas. De predominantemente denotativa tendo como objetivo
acordo com sua finalidade, podemos falar em dois tipos de esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a
descrição: aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a
lugares, a eventos e etc.
a) técnica ou

b) literária. Narração

O Conteúdo Literário de um Texto Texto narrativo

Tem-se um conteúdo informativo quando se escreve sobre • As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes
coisas que acontecem, como nas notícias que aparecem em ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que
jornais, revistas e na Internet, bem como nas leis e bulas. desempenham papel no desenrolar dos fatos. Toda
narrativa tem um protagonista que é a figura central, o
herói ou heroína, personagem principal da história.O
Gêneros Textuais personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos
desígnios do protagonista, chama-se antagonista, e é
com ele que a personagem principal contracena em
Descrição
primeiro plano. As personagens secundárias, que são
chamadas também de comparsas, são os figurantes de
Texto Descritivo influencia menor, indireta, não decisiva na narração. O
narrador que está a contar a história também é uma
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos personagem, pode ser o protagonista ou uma das
mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, outras personagens de menor importância, ou ainda
ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto, é uma pessoa estranha à história. Podemos ainda, dizer
muito importante, tanto na descrição literária quanto na que existem dois tipos fundamentais de personagem:
descrição técnica. É esta atitude que vai determinar a ordem na as planas: que são definidas por um traço
enumeração dos traços característicos para que o leitor possa característico, elas não alteram seu comportamento
combinar suas impressões isoladas formando uma imagem durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à
unificada. Uma boa descrição vai apresentando o objeto caricatura; as redondas: são mais complexas tendo
progressivamente, variando as partes focalizadas e associando- uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica
as ou interligando-as pouco a pouco. Podemos encontrar surpreso com as suas reações perante os
distinções entre uma descrição literária e outra técnica. acontecimentos.
Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
• Seqüência dos fatos (enredo): Enredo é a seqüência
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos
literária é transmitir a impressão que a coisa vista personagens. No enredo podemos distinguir, com maior
desperta em nossa mente através do sentidos. Daí ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos:
decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o
reflete o estado de espírito do observador, suas clímax, o desenlace ou desfecho. Na exposição o
preferências, assim ele descreve o que quer e o que narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as
pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse
a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente
e dimensional. nos textos literários mais recentes, a história começa a
ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”),
• Descrição de Personagem: É utilizada para ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e
caracterização das personagens, pela acumulação de conflito, choque de interesses entre as personagens. O
traços físicos e psicológicos pela enumeração de seus clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio
hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a de maior tensão do conflito entre as personagens
finalidade de situar personagens no contexto cultural, centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a
social e econômico . conclusão da história com a resolução dos conflitos.
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, • Os fatos: São os acontecimentos de que as
geralmente o observador abrange de uma só vez a personagens participam. Da natureza dos
globalidade do panorama, para depois aos poucos, em acontecimentos apresentados decorre o gênero do
ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas texto. Por exemplo o relato de um acontecimento
desse todo. cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama
social é um romance social, e assim por diante. Em
Editora Decisão 5 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
toda narrativa há um fato central, que estabelece o pública. No carnaval a cidade é do povo e de ninguém
caráter do texto, e há os fatos secundários, mais”.
relacionados ao principal.
No discurso direto é freqüente o uso dos verbo de
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em locução ou descendi: dizer, falar, acrescentar,
diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
narrativo precisa conter informações sobre o espaço, travessões. Porém, quando as falas das personagens
onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente são curtas ou rápidas os verbos de locução podem ser
nos textos literários, essas informações são extensas, omitidos.
fazendo aparecer textos descritivos no interior dos
textos narrativo. • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir,
com suas próprias palavras, o pensamento ou a fala
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa das personagens.
desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste
na identificação do momento, dia, mês, ano ou época
em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as Exemplo:
relações passado/presente/futuro do texto, essas
relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e
cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o passados, os meus primeiros passos em liberdade, a
narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha
depois. literatura e os menos sombrios por vir”.

O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O • Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da
cronológico é o tempo material em que se desenrola à personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao
ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo fluxo normal da narração.
relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da
personagem, depende da sua percepção da realidade, Exemplo:
da duração de um dado acontecimento no seu espírito.
“Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
• Narrador: observador e personagem: O narrador,
alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
como já dissemos, é a personagem que está a contar a
lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez
história. A posição em que se coloca o narrador para
pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um
contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto
homem àquela hora , sem fazer nada de cabeça no tempo,
de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por :
um branco de pés no chão como eles? Só sendo doido
mesmo”.
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo
(José Lins do Rego)
o que diz respeito às personagens e à história,
tendo uma visão panorâmica dos
a
acontecimentos e a narração é feita em 3
pessoa. Dissertação

- visão “com”: o narrador é personagem e Texto Dissertativo


a
ocupa o centro da narrativa que é feito em 1
pessoa. Dissertar significa discutir, expor, interpretar idéias. A
dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra determinado assunto ou questão, e pressupõe um exame critico
apenas o que vê, aquilo que é observável do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência
exteriormente no comportamento da e objetividade. A dissertação pode ser argumentativa - na qual o
personagem, sem ter acesso a sua autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista,
interioridade, neste caso o narrador é um ou simplesmente, ter com finalidade dar a conhecer ou explicar
a
observador e a narrativa é feita em 3 pessoa. certo modo de ver qualquer questão. A linguagem usada é a
referencial, centrada, na mensagem, enfatizando o contexto.
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente Quanto à forma, ela pode ser tripartida em :
tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de
vista através do qual a história está sendo contada. • Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os
a a
Como já vimos, a narração é feita em 1 pessoa ou 3 dados fundamentais do assunto que está tratando. É a
pessoa. enunciação direta e objetiva da definição do ponto de
vista do autor.

Formas de apresentação da fala das personagens • Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as
idéias colocadas na introdução serão definidas com os
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e dados mais relevantes. Todo desenvolvimento deve
falam. Há três maneiras de comunicar as falas das estruturar-se em blocos de idéias articuladas entre si,
personagens. de forma que a sucessão deles resulte num conjunto
coerente e unitário que se encaixa na introdução e
• Discurso Direto: É a representação da fala das desencadeia a conclusão.
personagens através do diálogo.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela
Exemplo: síntese da idéia central. Na conclusão o autor reforça
sua opinião, retomando a introdução e os fatos
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver
da verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem maior entendimento dos procedimentos que podem
Editora Decisão 6 Editora Decisão
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ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção suscetibilidades individuais de quem quer que seja, por mínima
entre fatos, hipótese e opinião. que possa parecer esta ofensa.

- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e Informativo: É evidente que tudo depende das circunstâncias,
reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou. do briefing específico, mas não poderemos jamais relegar para
segundo plano o caráter informativo que o anúncio deve ter
- Hipótese: É a suposição feita a cerca de uma coisa possível sobre características e virtudes do produto. Se o produto tem
ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação algum ingrediente inédito, por exemplo, explique o que é e para
sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. que serve. Se houver espaço e oportunidade, mostre como este
ingrediente age. Se o produto ou serviço incorpora alguma nova
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação tecnologia, estude–a o suficiente para estar seguro de que seu
ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e texto é realmente esclarecedor. Algum benefício ou alguma
objetos descritos, é um parecer particular,um sentimento que se promessa muito facilmente identificáveis devem estar claramente
tem a respeito de algo. estampados lá no anúncio. Nada de rodeios, e nada de presumir
que o Sr. Target vai entender suas intenções geniais, porém
ocultas. Clareza e conteúdo na informação é metade do sucesso
Propaganda garantido!

Texto curto ou texto longo? E nada de preguiça: O publicitário, particularmente aquele que
trabalha em Criação, é sobretudo um artesão. Por isso, fazer um
Muita gente, por achar que as novas gerações de bom texto publicitário também é buscar a perfeição. Tá bom,
consumidores representam o que não se poderia chamar raras vezes isso é possível, porque o Atendimento e o cliente
exatamente de letradas, por seus níveis insuficientes de leitura e não saem mesmo do pé, ficam enchendo o saco, querem tudo
crescente apego à imagem – acredita que textos publicitários para ontem, etc. Mas, quando dá, é seu dever como redator
devam ser curtos ou, até, inexistentes. É o pessoal que advoga a brincar com o texto até a beira da exaustão. Pesquise, vá à
comunicação eminentemente conceitual, seja lá o que isso biblioteca mais próxima, vá à internet, procure literatura e
signifique. Por falar nisso, existe um conceito por aí que diz que referências sobre o tema. Escreva e reescreva o anúncio mil
a atual geração (nascidos nos anos oitenta e após) é vezes, troque palavras, experimente sonoridades, mude as
predominantemente formada por Xers (leia–se écsers), isto é, a abordagens, tente o humor, tente o sentimentalismo, tente o
turma do X, das opções por múltipla escolha, da linguagem de apelo à razão, tente idéias antagônicas, tente o escambau…
videogame, em suma, gente que não gosta de ler e quer receber pois sabe–se lá qual poderá ser o resultado. Tire a primeira
a informação já mastigada, prontinha para digestão. Esta frase, se não fizer diferença, é porque ela estava a mais;
rapaziada estaria em contraposição aos boomers, no caso eu, continue fazendo o mesmo com as demais frases. Faça isso
nascido no boom populacional da década de 1950, e meus também com algumas palavras, e preste muita atenção aos
contemporâneos, os quadradões que estudaram filosofia e latim vícios de linguagem, coisas como “vai estar fazendo” em lugar
no colégio e foram obrigados a ler na marra Machado de Assis e de um simples “fará”, ou “temos a certeza” em vez de “temos
demais expoentes da literatura em língua portuguesa (eu era um certeza”. E para matar a pau, enxugue ao máximo textos e
sortudo e não sabia). Se partimos deste princípio de Xers, idéias, porque a síntese na sua comunicação é o pulo do gato da
boomers, geração isso, geração aquilo, corremos apenas o risco Propaganda eficaz.
de alimentar preconceitos que, como já vimos, são puro veneno
para a boa comunicação. O que é indispensável é conhecer Invente: O bom texto publicitário deve, enfim, ser trabalhado
bastante bem o público–alvo para falar com ele de modo a mais como se trabalha na confecção de um mosaico, unindo peças
facilmente persuadi–lo para as virtudes do produto anunciado. (as palavras) as mais variadas para obter um resultado
Em outras palavras, faça seu texto publicitário do tamanho que surpreendente. Eis mais uma razão para se esforçar
você achar que deve fazer e em função do que o seu feeling continuamente no desenvolvimento de um bom vocabulário,
disser. coisa que se obtém, nunca é demais lembrar, pelo exercício
constante da leitura de todos os gêneros literários e de tudo que
Use palavras simples: Nada desse negócio de querer ganhar o possa estar ao seu alcance. Uma coisa eu garanto: o texto que
Prêmio Nobel de literatura com um anúncio. Embora devamos nascer depois de muita transpiração do redator será,
respeitar a inteligência do Sr. Target, temos a obrigação de certamente, um ótimo texto publicitário.
lembrar sempre que a simplicidade, no caso, é a mãe dos
resultados. Anúncios, embora valham–se de texto e arte, não
são obras artísticas a priori; são peças construídas em função de Cuidado com redundâncias.
uma expectativa de vendas! Daí, a necessidade da simplicidade,
o que não nos desobriga do bom gosto e dos argumentos As redundâncias de texto/imagem ocorrem, mais
inteligentes. O Sr. Target não é uma pessoa só, são milhões de freqüentemente, no filmes publicitários, e são um desperdício de
pessoas com bagagens culturais e vocabulários recursos.
necessariamente diferentes, então não podemos nos arriscar
com o uso de termos estranhos àquilo que consideramos o Exemplo: a imagem mostra uma maçã.
conhecimento do homem médio.
E o texto diz: maçã.
Coloquial é bom: Propaganda é, por definição, um ato de
persuasão. E ninguém melhor para nos persuadir do que um Agora vejamos de outra forma. A imagem mostra uma maçã e o
amigo próximo, certo? A linguagem coloquial representa texto diz: a tentação do sabor. Faz muita diferença, não? Evitar a
exatamente alguém próximo, em quem podemos confiar. O redundância significa ganho de tempo e de espaço que poderá
produto passa a ser esse alguém em quem podemos confiar! ser utilizado para o desenvolvimento de algo mais, como um
Claro que não se trata, principalmente no caso da mídia novo argumento, uma idéia acessória, etc. Se, num filme de
eletrônica, daquele locutor com voz de travesseiro sussurrando trinta segundos, por exemplo, tivermos redundância
no ouvido do Sr. Target. O coloquial, aqui, tem o sentido de texto/imagem, teremos aí os mesmíssimos trinta segundos de
proximidade, mas – atenção! – tenha sempre muito cuidado na informação. Mas se o texto ocupar trinta segundos com a
escolha das idéias, e das palavras que as expressarão, pois, por informação X, e a imagem ocupar trinta segundos com a
falarmos com grupos, não iremos nos arriscar a ofender as informação complementar Y, o filme continuará com trinta
segundos de tempo, mas com sessenta segundos de
Editora Decisão 7 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
informação. Pura malandragem para fazer o anúncio crescer; é encarregado de redigir os editoriais é chamado de editorialista.
fermento de publicitário! Um outro cuidado a se tomar é evitar o Na chamada "grande imprensa", os editoriais são apócrifos - isto
reaproveitamento do mesmo texto para diferentes mídias (muita é, nunca são assinados por ninguém em particular. A opinião de
gente apela para este recurso). Isto, porque diante de cada um veículo, entretanto, não é expressada exclusivamente nos
mídia o comportamento do Sr. Target poderá alterar–se, e um editoriais, mas também na forma como organiza os assuntos
texto que eventualmente funcione bem na TV talvez não repita o publicados, pela qualidade e quantidade que atribui a cada um
mesmo desempenho no rádio. Finalmente, se for o caso, (no processo de Edição jornalística). Em casos em que as
radicalize no combate à redundância: elimine o texto e veja se a próprias matérias do jornal são imbuídas de uma carga opinativa
imagem fala melhor sozinha! Não é incomum que isto aconteça. forte, mas não chegam a ser separados como editoriais, diz-se
Caso real. Antes, alerto que já no Volume 1 deste livro evitei a que é Jornalismo de Opinião.
todo custo a reprodução de anúncios pelas razões que lá expus
na Apresentação. Havia me proposto a fazer o mesmo neste
segundo volume, mas abro uma exceção para um anúncio Cartaz
maravilhoso que eu e o Newton Cesar criamos, certa vez, e que
foi um caso típico da eliminação pura e simples do texto. Era um Observe os seguintes critérios na produção de cartazes:
anúncio para um cliente de varejo – Lojas Camicado, de São
Paulo, SP – e Dia das Mães no calendário promocional. Note • Tamanho: o tamanho mínimo para um cartaz é o de uma
que outra imagem já havia sido produzida e o texto cartolina e deverá ter um espaçamento de 3 cm entre as
correspondente redigido, mas o sem–graça do Newton resolveu bordas e o conteúdo. Não é necessário fazer margem no
mudar a imagem de última hora. Quando vi o que ele tinha cartaz.
aprontado, decidi simplesmente eliminar o texto.
• Título: os títulos, normalmente, são escritos com letras
grandes e com cores fortes para chamar a atenção. Pode
Faça o Sr. Target sonhar!
ter um destaque com relação ao restante do texto do
cartaz.
Ninguém compra produtos, compram–se promessas,
compram–se benefícios. Compram–se, enfim, idealizações,
• Textos: os textos usados em cartazes são curtos ou em
projeções, sonhos. Faça, portanto, o Sr. Target sonhar. Charles
tópicos. Eles são divididos em blocos menores. A idéia é
Revson, fundador da indústria de cosméticos Revlon, dizia: “na
transmitir algumas informações de maneira rápida e
indústria fabricamos cosméticos, na loja vendemos esperança”.
objetiva.
Ou, como dizem alguns publicitários “ninguém compra uma
broca, compra buracos na parede!” Em suma, o que o
• Palavras Chaves: colocar em destaque as palavras
consumidor quer – e paga por isso – é a obtenção de resultados
chaves para chamar a atenção do assunto apresentado
(para entender melhor a extensão do significado de “o que o
no cartaz.
consumidor quer”, veja capítulo O marketing e as necessidades
humanas). Este princípio cabe perfeitamente em qualquer
• Desenhos, fotos ou imagens: esses recursos têm como
produto que você vá anunciar. Seu anúncio promete resultados?
Nada mais a dizer. objetivo ilustrar as informações, tornando o cartaz mais
atraente, estando sempre integrado ao conteúdo.

Editorial
Tenha bom senso na escolha das figuras (prefira imagens
grandes e visíveis ao espectador).
O editorial é um artigo que exprime a opinião do órgão
jornalístico. Geralmente, é escrito pelo redator-chefe , possuindo • Uso de cola: ao usar cola para fixar as imagens no
uma linguagem própria, e publicado com destaque na Segunda cartaz, lembre-se de limpar as bordas das figuras. Nunca
ou terceira página do jornal ou da revista. deixar pontas soltas e sem colar.
As características da linguagem são: ser formal, • Referência: pode aparecer em destaque menor, mas não
padrão, objetiva, conceitual; por ser impessoal, deve deixar de ser escrita no cartaz.
emprega-se a terceira pessoa; quanto ao conteúdo, sua
estrutura é dissertativa, organizada em tese
• Cores: usar no máximo três cores. Evitar cores claras,
(apresentação sucinta de uma questão a ser discutida);
como: amarelo, verde limão ou similares.
desenvolvimento ( possuir argumento e contra-
argumentos indispensáveis à discussão e à defesa do
• Linhas de Suporte: sempre que for necessário o uso de
ponto de vista do jornal) e conclusão (síntese das idéias
linhas como suporte para auxílio na hora de escrever o
anteriormente desenvolvidas) Além disso, deve-se usar
texto, lembre-se de riscá-las a lápis sem pressionar muito
exemplos que ilustram o assunto em questão. Possuir
para evitar marcas, apagando ao término da escrita.
coerência entre o título e o conteúdo, não ter assinatura
e expressa o ponto de vista do veículo ou da empresa
• Esboço: antes de colar ou escrever, faça um esboço ou
responsável pela publicação. Desta forma, o editorial é
um texto opinativo, cujas idéias expressas contêm a uma montagem prévia do seu cartaz para evitar rasuras
visão de seus responsáveis. ou borrões.

Os editoriais são textos de um jornal em que o conteúdo • Rasuras: não serão permitidos rasuras e borrões nos
expressa a opinião da empresa, da direção ou da equipe de cartazes.
redação, sem a obrigação de ter alguma imparcialidade ou
objetividade. Geralmente, grandes jornais reservam um espaço • Revisão: Sempre fazer uma revisão do texto.
predeterminado para os editoriais em duas ou mais colunas logo
nas primeiras páginas internas. Os boxes (quadros) dos
editoriais são normalmente demarcados com uma borda ou
tipografia diferente para marcar claramente que aquele texto é
opinativo, e não informativo. Editoriais maiores e mais analíticos
são chamados de artigos de fundo. O profissional da redação
Editora Decisão 8 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA

Bula

No texto de Bula deve conter detalhadamente as especificações


do medicamento em questão:

- Forma Farmacêutica e Apresentação

- Indicações

- Contra-Indicações

- Precauções e Advertências

- Reações Adversas

- Interações Medicamentosas

- Posologia

Exemplo:

Anúncio

Anúncio de jornal é uma informação publicada em um jornal,


que faz uma propaganda, um pedido, ou outros tipos de
comunicação que interesse ao público em geral, necessitando
ou não de uma resposta para o autor. Em jornais impressos e
revistas, além de websites, os anúncios podem ser publicados
junto ao conteúdo editorial ou em seções separadas,
denominadas Classificados. Já na televisão e no rádio, os
anúncios são normalmente veiculados durante os intervalos da
programação. Nas empresas jornalísticas, os anúncios são
gerenciados e negociados pelo Departamento Comercial, que
funciona à parte - porém em contato - da redação (os jornalistas
propriamente ditos). Nas sociedades capitalistas industralizadas,
a publicidade é a principal fonte de sustentação financeira das
empresas jornalísticas. Este modelo, teoricamente, garantiria a
independência da imprensa em relação aos governos e poderes
políticos locais, ainda que, por outro lado, crie uma dependência
dos interesses comerciais dos próprios anunciantes.
Artigo de Opinião
Exemplo:
É comum encontrarmos circulando no rádio, na TV, nas
revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma posição
por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso o autor
geralmente apresenta seu ponto de vista sobre o tema em
questão através do artigo de opinião. É importante estar
preparado para produzir este tipo de texto, pois em algum
momento e/ou circunstância poderá surgir oportunidades ou
necessidades de expor idéias pessoais através da escrita. Nos
gêneros argumentativos em geral, o autor tem a intenção de
convencer seus interlocutores e para isso precisa apresentar
bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões. O
artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do
autor do texto e, por isso, são fáceis de contestar. A partir da
leitura de diferentes textos, o escritor poderá conhecer vários
pontos de vista sobre um determinado assunto. Para produzir
um bom artigo de opinião é aconselhável seguir algumas
orientações.

Observe:

a) Após a leitura de vários pontos de vista, anote num


papel os argumentos que achou melhor, eles podem ser
úteis para fundamentar o ponto de vista que você irá
desenvolver.

b) Ao compor seu texto, leve em consideração o


interlocutor: quem irá ler sua produção. A linguagem
deve ser adequada ao gênero e ao perfil do público
leitor.
Editora Decisão 9 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
pode ser considerada texto, conforme Koch (1995), pois “... texto
c) Escolha os argumentos, entre os que anotou, que é resultado da atividade verbal de indivíduos socialmente
podem fundamentar a idéia principal do texto de modo atuantes, na qual estes coordenam suas ações no intuito de
mais consciente e desenvolva-os. alcançar um fim social, em conformidade com as condições sob
as quais a atividade verbal se realiza” e, ainda, “Um texto passa
d) Pense num enunciado capaz de expressar a idéia a existir no momento em que parceiros de uma atividade
principal que pretende defender. comunicativa global, diante de uma manifestação lingüística,
pela atuação conjunta de uma complexa rede de fatores de
e) Pense na melhor forma possível de concluir seu ordem situacional, cognitiva, sociocultural e interacional, são
texto: retome o que foi exposto, ou confirme a idéia capazes de construir, para ela, determinado sentido.” Essa
principal, ou faça uma citação de algum escritor ou abordagem inicial vai ao encontro da proposta de Orlandi (1998),
alguém importante na área relativa ao tema debatido. que vê a interpretação como uma das formas de ligar a língua e
a história na produção de sentidos, sem esquecer de situar a
f) Crie um título que desperte o interesse e a ideologia como parte do funcionamento da interpretação. No
curiosidade do leitor. caso da charge, esta foi escrita em determinado contexto
histórico-social e, possivelmente, pode revelar-se em sua
g) Formate seu texto em colunas e coloque entre elas discursividade. Vista deste ângulo, a análise da charge supõe a
uma chamada (um importante e pequeno trecho do seu leitura da imagem e da escrita. Partindo da visão de que texto é
texto) construção de sentidos, a charge pode ser considerada um
texto? Por ser o objeto que alia o verbal ao não-verbal, teremos
h) Após o término, releia seu texto observando se nele como ponto de partida o fato de ser o texto a unidade de
você se posiciona claramente sobre o tema; se a idéia é sentidos em construção e não aqueles que estão ali previamente
fundamentada em argumentos fortes e se estão bem automatizados, prontos e construídos. Não tomemos o texto
desenvolvidos; se a linguagem está adequada ao somente como o que está escrito no papel ou como o objeto de
gênero; se o texto apresenta título e se é convidativo e estudo gramatical, mas aquilo que se forma ao logo da leitura: a
por fim observe se o texto como um todo é persuasivo. “construção de sentidos”. No caso a charge seria o texto que
Reescreva-o se necessário. utiliza o verbal e o não-verbal na construção de sentidos.

Charge O Processo de Apreensão de Sentidos nas Charges

Uma Charge é um Texto? Nesta fase do trabalho, feita a sondagem da turma, o debate
e reflexão sobre o assunto das charges, serão observadas
Pode-se constatar que em provas de vestibulares, marcas textuais como coerência, coesão, ironia, intencionalidade
principalmente na área de redação, várias instituições de ensino e outros em sua relação. A partir da experiência leitora, a
utilizam os textos não-verbais como subsídio a mais para o abordagem de tais recursos textuais será relatada conforme a
debate de determinados temas, polêmicos ou não, funcionando experiência feita com os discentes do ensino médio
como um objeto concreto para a produção textual. Além disso, selecionados.
estes “pequenos grandes” textos são atração a parte em revistas
e jornais diariamente. Quem não abriu o jornal no final de
semana e se deteve, nem que por alguns momentos, na leitura A Coerência
de tiras, quadrinhos e/ou charges? A imagem visual da charge,
através de um processo interno de leitura e análise parece dizer A incoerência textual se dá quando o receptor não consegue
e exigir algo a mais ao/do leitor. Professores, historiadores, perceber qualquer continuidade no sentido e arrisca uma opinião
filósofos, psicólogos e outros estão, mais que em outros tempos, desfocada, ou mesmo não entende a quebra dos sentidos. No
preocupados em esclarecer os problemas e dar soluções para caso das charges estudadas (Figuras 2 e 3), podemos perceber
os possíveis motivos de não-criticidade na escola. O que durante pistas. Primeiramente percebe-se a presença de figuras
anos ficou restrito a pesquisadores e estudiosos das áreas da específicas e logo parte-se para a leitura de falas ou de outras
linguagem, hoje é de interesse geral. Muitos se habilitam a falar marcas presentes. Alguns destes textos apresentam somente as
que o problema da leitura está na precária condição sócio- ilustrações dispensando a parte verbal, mas, neste caso, as
econômica das pessoas; outros dizem haver falta de interesse charges em questão apresentam tanto uma parte verbal quanto
e/ou de preparo dos profissionais da área (professores) que, uma não-verbal complementares no sentido o que dá certa
sem salários dignos, não conseguem manter seu coerência ou deslizamento de sentidos. No caso, a figura mostra
aperfeiçoamento contínuo. Alguns acreditam que o hábito da concretamente ações, atitudes, expressões, gestos que auxiliam
leitura se dá desde o nascimento (leitura de mundo) e que um na produção de determinados sentidos. A parte escrita explica o
dos aspectos importantes a serem analisados em assíduos e que está ocorrendo e dá uma “pitada de pimenta” ao texto, pois
bons leitores é o fato de terem contato com os livros desde a além de ser um objeto de análise temporal, utiliza muito humor,
infância, sempre incentivados pelos pais. Existe uma infinidade sátira e/ou ironia. Portanto, existe coerência na charge se ela
de estudos que analisam livros, poesias, crônicas, contos e tiver os elementos que façam com que o leitor descubra sentidos
outros tipos de textos como objeto simbólico de pesquisa em possíveis em sua leitura, mas nem sempre eles apresentarão a
áreas diferentes da Lingüística. Particularmente, no caso da apreensão de sentidos mesmos ou na mesma ordem, isso
charge, não é freqüente o trato com esta tipologia textual, depende de experiências leitoras, de mundo e as próprias
embora ela contenha os elementos essenciais para ser vivências de cada um. Neste sentido o encaminhamento que o
considerada enquanto processo de comunicação (texto), leitor dá a interpretação do texto que não precisa ter
podendo ser verificada em suas formações discursivas, dentro necessariamente coerente, pois estamos diante de um processo
de um contexto sócio-histórico-ideológico. Na leitura de charges de antecipação de sentidos e estes podem sempre ser outros. O
pode-se aplicar, como diz Koch, a “metáfora do iceberg: como importante aqui é fazer com que os alunos percebam os
este todo texto possui apenas uma pequena superfície exposta e elementos constitutivos de uma charge na maioria dos casos
uma imensa área imersa subjacente”. Portanto, a partir disso, o (ilustrações e escrita) e que uma faz com que a outra tome
que interessará é desvendar “um jogo de linguagem”, ou seja, a corpo, que tenha significação. Ficaria fácil demonstrar esse
heterogeneidade da charge, tudo que ela suporta explícita ou fenômeno se o leitor apenas olhasse para as figuras e fizesse
implicitamente, o que ela fala ou deixa de falar. Inicialmente a sua leitura sem a parte escrita e vice-versa. Como seria sua
justificativa para a análise da charge é sustentada pelo fato de interpretação do texto desta forma? Talvez faltassem alguns
Editora Decisão 10 Editora Decisão
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dados essenciais para que o assunto fosse abordado da mesma que se construa a textualidade. O leitor é orientado para uma
forma, pois se testarmos com a figura 2, o aluno veria apenas a determinada conclusão. A intencionalidade na charge também
cena de um bandido apontando o dedo para um policial. Com a está relacionada a um fato social de determinada época ou
escrita inserida existe a constatação de que o bandido está tempo. É um texto temporal, que pode não ser compreendido de
repreendendo o policial pelo uso de arma de fogo. Por vezes a um ano para outro. Corre o risco de ser esquecido de uma hora
charge pode trazer o inesperado como a mudança de foco, um para outra. O que parece interessar é a crítica, é a oportunidade
gesto diferente que faz a interpretação tomar outro rumo, mas de fazer o leitor pensar e repensar a situação e, quem sabe, a
isso depende da intenção do chargista. sua vida.

Figura 2
A Coesão

Ao ler/analisar uma charge, verificamos que a escrita está


vinculada a imagem, em muitos casos. Uma é dependente da
outra. Pode-se dizer que a imagem não sobreviveria sem a
escrita e vice-versa. Isso depende do material, não é regra.
Talvez, para alguns leitores, os sentidos poderão estão ali e não
causam nenhuma surpresa. Para outro leitor que não tem as
mesmas experiências leitoras do primeiro pode ser mais
trabalhoso. A leitura de charges depende em muito do universo
em que o leitor está inserido, suas experiências de mundo,
leituras, pensamentos, sentimentos,... Nas charges das figuras 2
e 3, quem sabe, não existiria a mesma leitura se não estivesse
ali a escrita indicando parte da construção de sentidos. Se não
estivesse posta ali a figura, a leitura poderia se dirigir a outro
enfoque. Portanto, coesão é a relação de dependência entre as
imagens e a escrita em determinadas charges. É uma
dependência para o/os sentido(s), para que a interpretação se Figura 3
mantenha. É como se o chargista quisesse encaminhar o leitor.
São os mínimos detalhes que mantém o leitor ligado em
determinadas idéias e não em outras. São os detalhes do
desenho e da escrita que dão uniformidade ao texto. Ele
relaciona as partes e tem um todo organizado de sentido quando
da sua compreensão.

A Intencionalidade

Kleiman (2000, p.92) reflete em torno da interação em um


texto como sendo a atribuição de intencionalidade: “Processar
um texto é perceber o exterior, as diferenças individuais
superficiais, perceber a intenção, ou seja, atribuir uma intenção
ao autor é chegar ao íntimo, à personalidade através da
interação. É uma abstração que se fundamenta nas outras”.
Com isso percebe-se que, em uma charge, esse processo se dá
desde a escolha dos personagens ou elementos até a Crônica
verbalização de determinados pontos de expressão. Na charge a
intencionalidade certamente é alvo do chargista e do leitor.
Crônica é um gênero literário produzido essencialmente para ser
Sempre que nos deparamos com esse tipo de texto nos
veiculado na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja
perguntamos “O que ele quis dizer com isso?”. Isso significa
nas páginas de um jornal. Quer dizer, ela é feita com uma
dizer que esse texto não é neutro e não se preocupa com a
finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro
censura. Koch (2003, p. 20) comenta que A pretensa
de um espaço sempre igual e com a mesma localização,
neutralidade de alguns discursos (o científico, o didático, entre
criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma
outros) é apenas uma máscara, uma forma de representação
familiaridade entre o escritor e aqueles que o lêem.
(teatral): o locutor se representa no texto “como se” fosse neutro,
“como se” não tivesse engajado, comprometido, “como se” não
estivesse tentando orientar o outro para determinadas
Características
conclusões, no sentido de obter dele determinados
comportamentos e reações. Entretanto, essa carga de sutilizas é
A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser
percebida através da competência do leitor. Em alguns instantes
publicado no jornal. Assim o facto de ser publicada no jornal já
pode ficar clara a intenção não só do chargista, mas do
lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se
personagem da charge. Eis aqui o poder da linguagem. O
muitas outras nas próximas edições. Há semelhanças entre a
homem cria formas de se comunicar com os semelhantes seja
crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o
apelando para a visão, tato, gustação ou audição. Depende em
repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que
muito do que o leitor vai entender da charge, que sentidos vai
constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que
construir, onde ou até onde ele vai chegar? Se por um lado
distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses
existe a intencionalidade, na sua contraparte existe a
acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio,
aceitabilidade. Ou seja, quando duas pessoas se comunicam
incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e
existe um esforço de ambas para se fazer entender, portanto,
criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não
procuram “calcular” os sentidos do texto, partindo de pistas que
contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se
ativem seu conhecimento de mundo, de situação. Assim, mesmo
entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser
que um texto se apresente incoerente, aos poucos os elementos
considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica,
de coesão vão auxiliando para uma interpretação cabível para
na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira
Editora Decisão 11 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. diante de um fato de uma pessoa ou fenômeno.No geral
Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente as emoções do escritor.
pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao
desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em Crônica Poética: Apresenta versos poéticos em forma
seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de de crônica.
mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de
compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as Crônica Jornalistica: Apresentação de aspectos
crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada particulares de noticias ou fatos. Pode ser policial,
entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para esportiva ou política.
que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando
o porta-voz daquele que lê. Em resumo, podemos determinar Crônica Histórica: Baseada em facto reais, ou factos
cinco pontos: históricos

• Narração histórica pela ordem do tempo em que se deram Conto


os fatos.
Foi dessa forma que esse tipo de texto surgiu. Não sendo por
• Seção ou artigo especial sobre literatura, assuntos acaso seu nome, o conto teve início junto com a civilização
científicos, esporte etc., em jornal ou outro periódico. humana. As pessoas sempre contaram histórias, reais ou
fabulosas, oralmente ou através da escrita. O conceito de conto,
• Pequeno conto baseado em algo do cotidiano. hoje em dia, foi ampliado em relação a este citado acima. Isto se
dá porque escritores passaram a adotar esse tipo de texto como
• Normalmente possuiu uma crítica indireta. uma forma de escrever, e essa tentativa tem sido promissora.
Além de utilizar uma linguagem simples, direta, acessível e
• Muitas vezes a crônica vem escrita em tom humorístico. dinâmica o conto é a narração de um fato inusitado, mas
Exemplos de autores deste tipo de crônica são Fernando possível, que pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja
Sabino, Helyda Rezende, Leon Eliachar. tão comum. Essa praticidade tem atraído leitores de todas as
idades e níveis intelectuais. Inclusive aqueles que não têm o
costume de ler ou que ainda estão começando a adquirir este
Origem hábito. Não é um texto denso, que exija grande esforço
intelectual para ser compreendido, e por isso mesmo é tão bem
A palavra crônica deriva do Latim chronica que significava, no aceito em diversos tipos de meios de comunicação, não somente
início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem através dos livros. Como narrativa oral o conto surge no Brasil
cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que se trazido pelos portugueses, e até hoje é fortemente propagado,
sucedem no tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos. em diversas regiões do país. São as chamadas “estórias de
No século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica Trancoso”. Como narrativa escrita o conto surge na literatura
passou a fazer parte dos jornais. Ela apareceu pela primeira vez Brasileira durante o início do Romantismo, mas os autores
em 1799, no Journal de Débats, publicado em Paris. românticos não conseguiram se destacar através desse tipo de
texto. O primeiro grande contista brasileiro, Machado de Assis,
iria surgir no início do Realismo, e seu nome se tornaria
Tipos de Crônica consagrado pelo brilhantismo com que dominava as palavras.
Há algumas características que podem nos ajudar a identificar
Crônica Descritiva: Ocorre quando uma crônica ou até mesmo a produzir um conto:
explora a caracterização de seres animados e
inanimados num espaço, viva como uma pintura, - É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão
precisa como uma fotografia ou dinâmica como um quanto no tempo em que se passa.
filme publicado.
- A linguagem é simples e direta, não se utiliza de
Crônica Narrativa: Tem por eixo uma história, o que a muitas figuras de linguagem ou de expressões com
aproxima do conto. Pode ser narrado tanto na 1ª quanto pluralidade de sentidos.
na 3ª pessoa do singular. Texto lírico (poético, mesmo
em prosa). Comprometido com fatos cotidianos - Todas as ações se encaminham diretamente para o
(“banais”, comuns). desfecho.

Crônica Dissertativa: Opinião explícita, com - Envolve poucas personagens, e as que existem se
argumentos mais “sentimentalistas” do que “racionais” movimentam em torno de uma única ação.
(em vez de “segundo o IBGE a mortalidade infantil
aumenta no Brasil”, seria “vejo mais uma vez esses - As ações se passam em um só espaço, constituem
pequenos seres não alimentarem sequer o corpo”). um só eixo temático e um só conflito.
Exposto tanto na 1ª pessoa do singular quanto na do
plural. - A habilidade com as palavras é muito importante,
principalmente para se utilizar de alusões ou sugestões,
Crônica Narrativo-Descritiva: É quando uma crônica frequentemente presentes nesse tipo de texto.
explora a caracterização de seres, descrevendo-os. E,
ao mesmo tempo mostra fatos cotidianos ("banais", Além de fecundo na diversidade temática, os contos brasileiros
comuns) no qual pode ser narrado em 1ª ou na 3ª são fecundos na produção. Talvez isso aconteça porque os
pessoa do singular. contos produzidos no Brasil, principalmente a partir do
modernismo, tem adquirido identidade própria e se manifestado
Crônica Humorística: Apresenta uma visão irônica ou das mais diversas maneiras, de modo que dificilmente são fiéis
cômica dos fatos. às características acima citadas. Podemos até arriscar falar
sobre alguns tipos de contos, como os contos alegóricos, os
Crônica Lírica: Linguagem poética e metafórica. contos fantásticos, os contos satíricos, os contos de fadas, entre
Expressa o estado do espírito, as emoções do cronista outros, mas não podemos traçar características fixas para eles,
Editora Decisão 12 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
justamente devido a essa liberdade que os autores têm de Autor de vários livros, Paul Caro tem um traduzido em
imprimir novas características a cada conto que produzem. português: "A Roda das Ciências - Do Cientista à Sociedade, os
Itinerários do Conhecimento". Hoje, na Fundação Calouste
Gulbenkian, em Lisboa, fala sobre as últimas avaliações à
Reportagem e Notícia cultura científicas dos europeus, sem esquecer os portugueses.

A reportagem pode ser televisionada ou impressa! A reportagem


é um gênero de texto jornalístico que transmite uma informação É difícil, ou não, comunicar a ciência?
por meio da televisão, rádio, revista. O objetivo da reportagem é
levar os fatos ao leitor ou telespectador de maneira abrangente. É difícil, porque a linguagem da ciência é bastante diferente
Isso implica em um fator essencial a um jornalista: falar bem e da comum. A linguagem da ciência é construída por palavras
escrever bem. Se televisionada, a reportagem deve ser difíceis, símbolos, fórmulas, imagens e números, muito
transmitida por um repórter que possui dicção pausada e clara e diferentes das coisas normais. Mesmo para os cientistas, é difícil
linguagem direta, precisa e sem incoerências. Além de saber compreender as palavras de outros colegas longe da sua
utilizar a entonação que dá vida às palavras, uma vez que especialidade. O que significa que a ciência, na sua própria
representa na fala os sinais de pontuação! Se impressa, a linguagem, só pode ser comunicada a um pequeno grupo de
reportagem deve demonstrar capacidade intelectual, criatividade, pessoas que conseguem compreendê-la. Para falar de ciência
sensibilidade quanto aos fatos e uma escrita coerente, que num jornal não se pode usar a linguagem da ciência. O que se
dinamiza a leitura e a torna fluente! Por estas questões, a faz não é a simplificação da linguagem - o que não é muito
subjetividade está mais presente neste tipo de reportagem do possível -, mas construir uma história, que tem de ser
que no outro, apontado acima! Atualmente, com o suficientemente atrativa. Mas depende muito do tema. É muito
desenvolvimento dos softwares, os repórteres têm mais recursos difícil de traduzir numa história um tema que envolva muita
visuais e gráficos disponíveis, o que chama a atenção para a matemática e símbolos, como a química.
notícia. Em meio aos fatos presenciados e que deverão ser
transmitidos, cada repórter tem seu estilo próprio de conduzir ou
de narrar os acontecimentos. Por isso, a reportagem pode ser a Ou a física quântica?
mesma, mas a maneira como é comunicada é diferente de um
profissional para outro! Para o leitor ou telespectador é ótimo, A física quântica é um bom exemplo. Para compreendê-la, é
pois ele poderá optar, por exemplo, por um jornal falado no qual preciso formação em matemática. Mas a maioria da divulgação
se identifique com o tipo de linguagem! científica não é sobre áreas difíceis, mas sobre coisas que
apelam à imaginação e transmitem imagens e histórias. Uma
das áreas mais fáceis de divulgar é a astrofísica, porque tem
Qual a diferença entre notícia e reportagem? belas imagens do céu e a origem da Universo é muito
interessante. A história da criação é uma história clássica de
A primeira informa fatos de maneira mais objetiva e aponta as qualquer religião ou conto de fadas. Por exemplo, a criação das
razões e efeitos. A segunda vai mais a fundo, faz investigações, estrelas, num processo que envolve química nuclear, é uma
tece comentários, levanta questões, discute, argumenta. A história atraente e as pessoas aprendem-na. Se fosse uma
reportagem escrita é dividida em três partes: palestra sobre a química nuclear, não ouviriam.

1. Manchete
Portanto, uma boa maneira de divulgar a ciência é contar
2. Lead uma história?

3. Corpo. Quase todos os bons artigos de divulgação científica nos


jornais e nas revistas são peças literárias. É certo que é uma
1. Manchete: compreende o título da reportagem que tem como literatura popular, mas de fato é um trabalho literário que os
objetivo resumir o que será dito. Além disso, deve despertar o jornais e revistas fazem a partir de artigos científicos. Pegam
interesse do leitor. nesses artigos e constroem uma história para a tornar dramática,
atraente e fascinante, usando todos os truques do trabalho
2. Lead: Pequeno resumo que aparece depois do título, a fim de literário - pessoas, lugares, tempos, circunstâncias e grandes
chamar mais ainda a atenção do leitor. imagens dos contos de fadas clássicos, como a metamorfose e
as catástrofes. Os monstros e os dinossauros são um bom
3. Corpo: desenvolvimento do assunto abordado com linguagem exemplo de como se usa a espetacularidade para familiarizar as
direcionada ao público-alvo! pessoas com o trabalho do paleontólogo, que é alguém que
descobre o passado. Às vezes, esse passado é extraordinário,
como no caso dos dinossauros. As pessoas ouvem isso. Se o
Artigo de Divulgação Científica jornal é bom, explica o trabalho do paleontólogo e dá uma lição
de ciência. E depois disto, temos uma espécie de ressurreição
do monstro.
"Os Bons Artigos de Divulgação Científica São Peças
Literárias"
Por vezes, não é fácil para os cientistas divulgarem o que
Aos 69 anos, o químico francês Paul Caro continua a dedicar- fazem. Como poderão aprender a comunicar melhor?
se à divulgação científica e a pensar nas melhores maneiras de
transmitir a ciência ao grande público. Começou a fazê-lo por Alguns cientistas trabalham em áreas espetaculares, como a
acaso, depois de ter encontrado na rua um amigo jornalista, que astrofísica ou os dinossauros, que é fácil de divulgar. Mas a
lhe perguntou se não gostava de escrever no jornal "Le Monde". maioria não trabalha nesses campos. É muito difícil. Mas há a
Foi assim que se fez jornalista de ciências. Mais tarde, foi comunicação com os jornalistas, que depois dizem o que os
convidado para diretor de assuntos científicos da Cidade das cientistas estão a fazer. Os cientistas também podem comunicar
Ciências e da Indústria de La Villette, em Paris, um dos grandes diretamente com as pessoas. Em França, há os Cafés des
museus de ciência, de onde se reformou em 2000. Em Portugal, Sciences, onde as pessoas interessadas em assuntos como os
faz parte do conselho científico da Agência Nacional para a transgênicos se encontram à noite. Estão lá os especialistas, as
Cultura Científica e Tecnológica - Ciência Viva, um programa de pessoas vão lá e há uma discussão livre. Claro que os cientistas
divulgação da ciência junto de todos, em particular das escolas.
Editora Decisão 13 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
também têm a possibilidade de escrever artigos e livros, e há 2. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS
muitos livros de cientistas que são "best-sellers".

Quais são as ciências mais divulgadas? A medicina e a Sinônimos


saúde?
As palavras que possuem significados próximos são chamadas
Tudo o que diz respeito ao corpo - comida, medicina, sinônimos.
cosmética - é o primeiro tópico de interesse. O segundo é o
ambiente e o terceiro as novas tecnologias. No fim da lista está a Exemplos:
física e a química. As pessoas não se interessam pelas
disciplinas acadêmicas. casa - lar - moradia - residência

longe - distante
E onde inclui a astronomia?
delicioso - saboroso
Está em sexto ou sétimo lugar. Como fornece belas imagens,
é popular em revistas sobre ciência. Outro tópico divulgado é o carro - automóvel
que diz respeito à Terra como um lugar terrível, como os
vulcões, os sismos. Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas não
são exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um
sinônimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a
O que concluíram as últimas avaliações sobre a cultura mesma coisa que outra. Há uma pequena diferença de
científica na Europa e em Portugal? significado entre palavras sinônimas. Veja que, embora casa e
lar sejam sinônimos, ficaria estranho se falássemos a seguinte
O Eurobarómetro indica o nível de conhecimentos e de frase:
interesse pela ciência dos cidadãos. Em geral, o nível de
conhecimentos é maior nos países do Norte. Mas o interesse é - Comprei um novo lar.
maior no Sul - não tanto em Portugal, onde não é muito, mas por
exemplo na Grécia. A Alemanha tem um nível mau de interesse, Obs.: O uso de palavras sinônimas pode ser de grande utilidade
porque a imagem da ciência é má, mas o conhecimento é muito nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam
bom. Mas as perguntas do Eurobarómetro são um pouco as partes dos textos.
estranhas. Não mudam há dez anos, porque querem manter as
mesmas perguntas, mas assim não se faz uma avaliação real.
Mas há muitos inquéritos nacionais à cultura científica. Sabe-se Antônimos
que apenas 20 por cento das pessoas têm algum interesse pela
ciência. São palavras que possuem significados opostos, contrários.

Exemplos:
E qual é a opinião que o público tem dos cientistas?
mal / bem
É bastante boa. Há uma série de dados sobre em quem se
confia. Os cientistas aparecem logo depois dos médicos. No ausência / presença
último lugar, vêm os políticos e, logo acima, os jornalistas.
fraco / forte
Exemplo:
claro / escuro

subir / descer

cheio / vazio

possível / impossível

3. SENTIDO PRÓPRIO E
FIGURADO DAS PALAVRAS

Parônimos

São palavras de significação diferente, mas de forma parecida,


semelhante.

retificar e ratificar;
emergir e imergir.

Eis uma lista com alguns homônimos e parônimos:

acender = atear fogo


ascender = subir
acerca de = a respeito de, sobre
cerca de = aproximadamente

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LÍNGUA PORTUGUESA
há cerca de = faz aproximadamente, existe aproximadamente, intimorato = destemido, valente, corajoso
acontece aproximadamente intercessão = súplica, rogo
afim = semelhante, com afinidade interse(c)ção = ponto de encontro de duas linhas
a fim de = com a finalidade de laço = laçada
amoral = indiferente à moral lasso = cansado, frouxo
imoral = contra a moral, libertino, devasso ratificar = confirmar
apreçar = marcar o preço retificar = corrigir
apressar = acelerar soar = produzir som
arrear = pôr arreios suar = transpirar
arriar = abaixar sortir = abastecer
bucho = estômago de ruminantes surtir = originar
buxo = arbusto ornamental sustar = suspender
caçar = abater a caça suster = sustentar
cassar = anular tacha = brocha, pequeno prego
cela = aposento taxa = tributo
sela = arreio tachar = censurar, notar defeito em
censo = recenseamento taxar = estabelecer o preço
senso = juízo vultoso = volumoso
cessão = ato de doar vultuoso = atacado de vultuosidade (congestão na face)
seção ou secção = corte, divisão
sessão = reunião
chá = bebida Emprego de algumas palavras e expressões semelhantes:
xá = título de soberano no Oriente
chalé = casa campestre 1. Que e Quê:
xale = cobertura para os ombros *Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva.
cheque = ordem de pagamento
xeque = lance do jogo de xadrez, contratempo *Quê é um substantivo (com o sentido de "alguma coisa"),
comprimento = extensão interjeição (indicando surpresa, espanto) ou pronome em final de
cumprimento = saudação frase (imediatamente antes de ponto final, de interrogação ou de
concertar = harmonizar, combinar exclamação)
consertar = remendar, reparar
conjetura = suposição, hipótese Ex. Que você pretende, tratando-me dessa maneira?
conjuntura = situação, circunstância
coser = costurar Você pretende o quê?
cozer = cozinhar
deferir = conceder Quê!? Quase me esqueço do nosso encontro.
diferir = adiar
descrição = representação
discrição = ato de ser discreto 2. Mas e Mais:
descriminar = inocentar * Mas é uma conjunção adversativa, de mesmo valor que
discriminar = diferençar, distinguir "porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto".
despensa = compartimento
dispensa = desobrigação * Mais é um advérbio de intensidade, mas também pode dar
despercebido = sem atenção, desatento idéia de adição, acréscimo; tem sentido oposto a menos.
desapercebido = desprevenido
discente = relativo a alunos Ex. Eu iria ao cinema, mas(porém) não tenho dinheiro.
docente = relativo a professores
emergir = vir à tona Ela é a mais (menos) bonita da escola.
imergir = mergulhar
emigrante = o que sai
imigrante = o que entra 3. Onde, Aonde e Donde:
eminente = nobre, alto, excelente * Onde significa "em que lugar".
iminente = prestes a acontecer
esperto = ativo, inteligente, vivo * Aonde significa "a que lugar".
experto = perito, entendido
espiar = olhar sorrateiramente * Donde significa "de que lugar".
expiar = sofrer pena ou castigo
estada = permanência de pessoa Ex. Onde (em que lugar) você colocou minha carteira?
estadia = permanência de veículo
flagrante = evidente Aonde (a que lugar) você vai, menina?
fragrante = aromático
fúsil = que se pode fundir Donde (de que lugar) tu vieste?
fuzil = carabina
fusível = resistência de fusibilidade calibrada
incerto = duvidoso 4. Mal e Mau
inserto = inserido, incluso * Mal é advérbio, antônimo de "bem".
incipiente = iniciante
insipiente = ignorante * Mau é adjetivo, antônimo de "bom"
indefesso = incansável
indefeso = sem defesa Ex. Ele é um homem mau (não é bom); só pratica o
infligir = aplicar pena ou castigo mal (e não o bem).
infringir = transgredir, violar, desrespeitar
intemerato = puro, íntegro, incorrupto
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LÍNGUA PORTUGUESA
* Mal também é substantivo, podendo significar "doença, * A fim de é locução prepositiva que indica finalidade.
moléstia, aquilo que é prejudicial ou nocivo"
Ex. Nós temos vontades afins.
Ex. O mal da sociedade moderna é a violência urbana.
Ela veio a fim de estudar seriamente.

5. A par e Ao par:
* A par é usado, no sentido de "estar bem informado", ter 10. Senão e Se não:
conhecimento". * Senão significa "caso contrário, a não ser".

* Ao par só é usado para indicar equivalência entre valores * Se não ocorre em orações subordinadas adverbiais
cambiais. condicionais; equivale a "caso não".

Ex. Estou a par de todos os acontecimentos. Ex. Nada fazia senão reclamar.

O real está ao par do dólar. Estude bastante, senão não sairá sábado à noite.

Se não estudar, não sairá sábado à noite.


6. Ao encontro de e De encontro a:
* Ao encontro de indica "ser favorável a", "ter posição
convergente" ou "aproximar-se de". 11. Nós viemos e Nós vimos:
* Nós viemos é o verbo vir no pretérito perfeito do indicativo, ou
* De encontro a indica oposição, choque, colisão. seja, no passado.

Ex. Suas idéias vêm ao encontro das minhas, mas * Nós vimos é o verbo vir no presente do indicativo.
suas ações vão de encontro ao nosso acordo. (Suas
idéias são tais quais as minhas, mas suas ações são Ex. Ontem, nós viemos procurá-lo, mas você não
contrárias ao nosso acordo) estava.

Nós vimos aqui, agora, para conversar sobre nossos


7. Há e A na expressão de tempo: problemas.
* Há é usado para indicar tempo decorrido.

* A é usado para indicar tempo futuro. 12. Torcer por e Torcer para:
* Torcer por, pois o verbo torcer exige esta preposição.
Ex. Ele partiu há duas semanas.
* Torcer para é usado, quando houver indicação de finalidade,
Estamos a dois dias das eleições. equivalente a "para que", "a fim de que".

Ex. Torço pelo Santos.


8. Acerca de, A cerca de e Há cerca de:
* Acerca de é locução prepositiva equivalente a "sobre, a Torço para que o Santos seja o campeão.
respeito de".

* A cerca de indica aproximação. 13. Desencargo e Descargo:


* Desencargo significa "desobrigação de um encargo, de um
* Há cerca de indica tempo decorrido. trabalho, de uma responsabilidade".

Ex. Estávamos falando acerca de política. * Descargo significa "alívio".

Moro a cerca de 2 Km daqui. Ex. Filho que se forma é mais um desencargo de


família para o pai.
Estamos rompidos há cerca de dois meses.
Devolvi o dinheiro por descargo de consciência.

9. Afim e A fim de:


* Afim é adjetivo equivalente a "igual, semelhante". 14. Sentar-se na mesa e Sentar-se à mesa:

* Sentar-se na mesa significa sentar-se sobre a mesa. * Tiritar significa "tremer de frio ou de medo".

* Sentar-se à mesa significa sentar-se defronte à mesa. O Ex. A campainha tilintava sem parar.
mesmo ocorre com "estar ao computador, ao telefone, ao
portão, à janela ... O rapaz tiritava de frio.

Ex. Sentei-me ao computador para trabalhar.


16. Ao invés de e Em vez de:
Sentei-me na mesa, pois não encontrei cadeira * Ao invés de indica "oposição, situação contrária".
alguma.
* Em vez de indica "substituição, simples troca".

15. Tilintar e tiritar Ex. Em vez de ir ao cinema, fui ao teatro.


* Tilintar significa "soar".
Editora Decisão 16 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
Descemos, ao invés de subir. Ex. Quando olhou para o lado, nada viu, pois ele saíra
de lá.

17. Estadia e Estada:


* Estadia é usado para veículos em geral. 24. Haja vista e Hajam vista
* Haja vista pode-se usar, havendo ou não a preposição a à
* Estada é usado para pessoas. frente, estando o substantivo posterior no singular ou no plural.

Ex. Foi curta minha estada na cidade. * Hajam vista pode-se usar, quando não houver a preposição a
à frente e quando o substantivo posterior estiver no plural.
Paguei a estadia de meu automóvel.
Ex. Haja vista aos problemas.
Haja vista os problemas.
18. A domicílio e Em domicílio:
* A domicílio só se usa quando dá idéia de movimento. Hajam vista os problemas.

* Em domicílio se usa sem idéia de movimento.


Homônimos
Ex. Enviarei a domicílio seus documentos.
São palavras iguais na forma e diferentes na significação. Há
Fazemos entregas em domicílio três tipos de homônimos:
Levaram a domicílio as compras.
Homônimos Perfeitos:
Damos aulas particulares em domicílio.
Têm a mesma grafia e o mesmo som.
cedo (advérbio) e cedo (verbo ceder);
19. Estágio e Estádio meio (numeral), meio (adjetivo) e meio (substantivo).
* Estágio é preparação (profissional, escolar ..).

* Estádio significa "época, fase, período". Homônimos Homófonos:


Ex. Estou no primeiro ano de estágio na empresa. Têm o mesmo som e grafias diferentes.
sessão (reunião), seção (repartição) e cessão (ato de
Naquela época o país passava por um estádio de ceder);
euforia. concerto (harmonia) e conserto (remendo).

20. Perca e Perda: Homônimos Homógrafos:


* Perca é verbo.
Têm a mesma grafia e sons diferentes.
* Perda é substantivo. almoço (refeição) e almoço (verbo almoçar);
sede (vontade de beber) e sede (residência).
Ex. _ Não perca a paciência, pois essa perda de gols
não se repetirá, disse o jogador ao técnico.
Polissemia
21. Despercebido e Desapercebido:
* Despercebido significa "sem atenção". É o fato de uma palavra ter mais de uma significação.

* Desapercebido significa "desprovido, desprevenido". Exemplo:

Ex. O fato passou-me totalmente despercebido. - Estou com uma dor terrível na minha cabeça. (parte
do corpo).
Ele estava desapercebido de dinheiro.
- Ele é o cabeça do projeto. (chefe).

22. Escutar e Ouvir: - Graves razões fizeram-me contratar esse advogado.


* Escutar significa "estar atento para ouvir". (importante).

* Ouvir significa "perceber pelo sentido da audição". - O piloto sofreu um grave acidente (trágico).

Ex. Escutou, a tarde toda, as reclamações da esposa. - Ele comprou uma nova linha telefônica. (contato ou
conexão telefônica).
Ao ouvir aquele som estranho, saiu em disparada.
- Nós conseguimos traçar a linha corretamente. (traço
contínuo duma só dimensão).
23. Olhar e Ver:
* Olhar significa "estar atento para ver".
Conotação e Denotação
* Ver significa "perceber pela visão".
Em diversos textos, nem sempre a linguagem apresenta um
único sentido. Em alguns contextos as frases podem ganhar

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LÍNGUA PORTUGUESA
novos sentidos ou não. Para se entender qualquer tipo de texto, marido com um tiro na cabeça na Vila Maria, zona oeste de São
se faz necessário o estudo das linguagens denotativa (do Paulo. A Secretaria da Segurança informou que Michele
dicionário) e conotativa (sentido figurado). Estes dois conceitos permaneceu no local do crime e disse aos policiais que matou
são muito fáceis de entender. Vamos começar entendendo as Joaquim de Moraes Barros, 40anos, seu marido porque ele
duas partes de um signo lingüístico (a palavra): mantinha um relacionamento extra-conjugal com uma
adolescente.
1. O Significante: Parte concreta da palavra é constituída de
sons e da forma escrita. O texto jornalístico traz as palavras com significados primitivos.
O texto é denotativo.
Cobra - O significante é a própria palavra.

Veja agora: Michele descobriu que seu marido tinha uma


2. O Significado: Parte que a gente entende, ou seja, o amante, certamente uma franguinha bem mais nova que ela…
conceito. Michele resolveu dar o troco e matou o marido de ciúmes, saindo
toda noite com um antigo amigo de faculdade.
Cobra - O significado é aquilo que a palavra representa.
O significado nos remete a uma idéia mental ou uma O texto é pessoal, apresenta palavras com significado
imagem. secundário, portanto, trata-se de um texto conotativo.

Exemplo 1: A cobra picou o homem! (cobra = tipo de réptil 4. PONTUAÇÃO


peçonhento)
A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à língua
falada. Na fala, podemos contar com uma série de recursos para
Exemplo 2: Este homem é uma cobra! (cobra = pessoa falsa) dar eficácia à mensagem, tais como gestos, tom da voz,
expressão facial, entoação, etc. Enfim, quando falamos, a nossa
mensagem é reforçada por inúmeros recursos que não temos
Perceba que Um mesmo significante (parte concreta) pode ter quando escrevemos. Há certos recursos da linguagem - pausa,
vários significados (conceitos)! melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão
presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais
recursos, usamos os sinais de pontuação. Estes são também
Podemos concluir que: usados para destacar palavras, expressões ou orações e
esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de
a) Um signo lingüístico (palavra) apresenta duas partes: ambigüidade. Para tentar reproduzir na escrita os inúmeros
significante e significado! recursos de que dispomos na fala, contamos com uma série de
sinais gráficos denominados sinais de pontuação. Observe como
b) O significado varia de acordo com o contexto! as reticências são utilizadas para criar o clima de mistério: “era
sexta-feira...” Os sinais de pontuação servem para marcar
c) Um significante pode ter vários significados! pausas (a vírgula, o ponto-e-vírgula, o ponto), ou a melodia da
frase (o ponto de exclamação, o ponto de interrogação, etc.).
Vamos agora entender os significados! Os significados
apresentam duas formas:
Divisão e Emprego dos Sinais de Pontuação
a) A forma primitiva e original - A cobra picou o homem.
1. Vírgula
b) Uma forma secundária, uma alegoria - Este homem é
uma cobra.
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
A partir destas noções, podemos entender o que são Denotação
e Conotação. a) para separar os elementos mencionados numa relação:

Denotação: Usamos o significado primitivo e original, com o - A nossa empresa está contratando engenheiros,
sentido do dicionário; usado de mo-do automatizado; linguagem economistas, analistas de sistemas e secretárias.
comum.
- O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala
Ex: O cão está latindo! de jantar, área de serviço e dois banheiros.

Contação: Usamos o significado secundário, com o sentido Nota: Mesmo que o e venha repetido antes de cada um dos
amplo; usado de modo criativo, numa linguagem rica e elementos da enumeração, a vírgula deve ser empregada:
expressiva. Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e
falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.
Ex: Esta menina é um cão!
b) para isolar o vocativo:
Vamos Revisar:
- Cristina, desligue já esse telefone!
Denotação: sentido comum! (Macete: “D” de Dicionário - sentido
do dicionário) - Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

Conotação: sentido figurado! Simples.


c) para isolar o aposto:
Observe o texto: A autônoma Michele M. F, 20 anos, foi presa
na tarde de quinta-feira, sob suspeita de ter assassinado o
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- Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, l) após a saudação em correspondência (social e comercial):
ficou presa no elevador.
- Com muito amor,
- Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
- Respeitosamente,

d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por


exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.): m) para isolar as orações adjetivas explicativas:

- Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do aparta-mento, - Marina, que é uma criatura maldosa, “puxou o tapete”
isto é, tudo o que tínhamos economizado durante anos. de Juliana lá no trabalho.

- Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o - Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi
Canadá. escrito por Graciliano Ramos.

e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: n) para isolar orações intercaladas:

- Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. - Não lhe posso garantir nada, respondi seca-mente.

- Ontem à noite, fomos todos jantar fora. - O filme, disse ele, é fantástico.

f) para isolar elementos repetidos: 2. Ponto

- O palácio, o palácio está destruído. Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de um
frase declarativa de um período simples ou composto.
- Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- Desejo-lhe uma feliz viagem.
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: - A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada,
no entanto tudo no seu interior era conservado com
- São Paulo, 22 de maio de 1995. primor.
- Roma, 13 de dezembro de 1995.
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por
exemplo:
h) para isolar os adjuntos adverbiais:
fev. = fevereiro,
- A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio.
hab. = habitante,
- Os candidatos serão atendidos, das sete às onze, pelo
próprio gerente. rod. = rodovia.

i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe
pela conjunção e: o nome de ponto final.
- Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de
confiança. 3. Ponto-e-vírgula
- Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado
ao dirigir. Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do
que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o
- Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula
para:

j) para indicar a elipse de um elemento da oração: a) separar orações coordenadas que tenham um certo sentido
ou aquelas que já apresentam separação por vírgula:
- Foi um grande escândalo. Às vezes gritava; outras,
estrebuchava como um animal. - Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente
e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma
- Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a doidivanas.
irmã, que foi um acidente.
b) separar vários itens de uma enumeração:
k) para separar o paralelismo de provérbios:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos
- Ladrão de tostão, ladrão de milhão. seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e
- Ouvir cantar o galo, sem saber onde. permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar
o pensamento, a arte e o saber;

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III - pluralismo de idéias e de concepções, e - Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um
coexistência de instituições públicas e privadas de comedouro muito compreensível e muito repousante,
ensino; Jacinto!
IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;
........ - Então janta, homem!
(Constituição da República Federativa do Brasil) (Eça de Queiroz)

4. Dois-pontos Nota: O ponto de exclamação é também usado com interjeições


e locuções interjetivas:
Os dois-pontos são empregados para:
- Oh!
a) uma enumeração:
- Valha-me Deus!
- ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do
Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao
próprio ato. 7. Reticências

- Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o As reticências são empregadas para:


carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um
ímpeto irresistível... (Machado de Assis) a) assinalar interrupção do pensamento:

- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a


b) uma citação: consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo
saberá...
Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: (Júlio Dinis)
- Afinal, o que houve?

b) indicar passos que são suprimidos de um texto:


c) um esclarecimento:
- O primeiro e crucial problema de lingüística geral que
- Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: Saussure focalizou dizia respeito à natureza da
seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar linguagem. Encarava-a como um sistema de signos...
Lucila.
- Considerava a lingüística, portanto, com um aspecto
- Observe que os dois-pontos são também usados na de uma ciência mais geral, a ciência dos signos...
introdução de exemplos, notas ou observações. (Mattoso Camara Jr.)

Nota: A invocação em correspondência (social ou comercial) c) marcar aumento de emoção:


pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula:
- As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela
- Querida amiga: carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas:
“Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino...
- Prezados senhores, Perdi-te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e
morro, porque não posso, nem poderei jamais resgatar-
te. (Camilo Castelo Branco)
5. Ponto de Interrogação

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta 8. Aspas


direta, ainda que esta não exija resposta:
As aspas são empregadas:
O criado pediu licença para entrar:
- O senhor não precisa de mim? a) antes e depois de citações textuais:
- Não obrigado. A que horas janta-se?
- As cinco, se o senhor não der outra ordem. - Roulet afirma que “o gramático deveria descrever a
- Bem. língua em uso em nossa época, pois é dela que os
- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a alunos necessitam para a comunicação quotidiana”.
cavalo?
- Não.
(José de Alencar) b) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e
expressões populares ou vulgares:

6. Ponto de Exclamação - O “lobby” para que se mantenha a autorização de


importação de pneus usados no Brasil está cada vez
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de mais descarado. (Veja)
qualquer enunciado com entonação exclamativa, que
normalmente exprime admiração, surpresa, assombro, - Na semana passada, o senador republicano Charles
indignação etc. Grassley apresentou um projeto de lei que pretende
“deletar” para sempre dos monitores de crianças e
adolescentes as cenas consideradas obscenas. (Veja)

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- Popularidade no “xilindró” Preso há dois anos, o (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da
prefeito de Rio Claro tem apoio da população e quer gramática e os registros dos dicionários são discutíveis:
uma delegada para primeira-dama. (Veja) consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam
o que poderia, de preferência, ser posto de lado.
- Com a chegada da polícia, os três suspeitos “puxaram
o carro” rapidamente.
c) indicar marcações cênicas numa peça de teatro:

c) para realçar uma palavra ou expressão: Abelardo I - Que fim levou o americano?
João - Decerto caiu no copo de uísque!
- Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um “não” sonoro. Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita)
- Aquela “vertigem súbita” na vida financeira de Ricardo (Oswald de Andrade)
afastou-lhe os amigos dissimulados.

d) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em


9. Travessão substituição à vírgula e aos travessões:

Emprega-se o travessão para: - Afirma-se (não se prova) que é muito comum o


recebimento de propina para que os carros apreendidos
a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo: sejam liberados sem o recolhimento das multas.

- Que gente é aquela, seu Alberto?


- São japoneses. 11. Asterisco
- Japoneses? E... é gente como nós?
- É. O Japão é um grande país. A única diferença é que O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso
eles são amarelos. empregado para:
- Mas, então não são índios?
(Ferreira de Castro) a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um
capítulo de um livro:

b) colocar em relevo certas palavras ou expressões: - Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria,


confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o
- Maria José sempre muito generosa - sem ser artificial morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à
ou piegas - a perdoou sem restrições. conclusão de que este afixo está ligado a
estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode
- Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria
ruidosos - invadiu o saguão do hotel no qual estávamos etc.
hospedados.
- * É o morfema que não possui significação autônoma
e sempre aparece ligado a outras palavras.
c) substituir a vírgula ou os dois pontos:

- Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente b) substituição de um nome próprio que não se deseja
selvagem, a arte é a superioridade humana - acima dos mencionar:
preceitos que se combatem, acima das religiões que
passam, acima da ciência que se corrige; embriaga - O Dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na
como a orgia e como o êxtase.(Raul Pompéia) Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de
produtos adequados para assepsia.

d) ligar palavras ou grupos de palavras que formam um


“conjunto” no enunciado: 5. CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO,
ADJETIVO, NUMERAL, ARTIGO, PRONOME,
- A ponte Rio-Niterói está sendo reformada.
VERBO, ADVÉRBIO, PREPOSIÇÃO E CONJUN-
- O triângulo Paris-Milão-Nova York está sendo ÇÃO: EMPREGO E SENTIDO QUE IMPRIMEM
ameaçado, no mundo da moda, pela ascensão dos ÀS RELAÇÕES QUE ESTABELECEM
estilistas do Japão.
As classes gramáticas apresentam 10 classes de palavras:
Substantivo, Artigo, Adjetivo, Pronome, Numeral, Verbo,
10. Parênteses Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição. Elas podem ser
variáveis ou invariáveis.
Os parênteses são empregados para:

a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário: Variáveis

- Todo signo lingüístico é formado de duas partes As seis classes que são do grupo das variáveis são:
associadas e inseparáveis, isto é, o significante
(unidade formada pela sucessão de fonemas) e o 1. Substantivo: Palavra que dá nome aos seres em geral.
significado (conceito ou idéia).
- Casa, sapato, carro, mesa...
b) incluir dados informativos sobre bibliografia (autor,
ano de publicação, página etc.): Mattoso Câmara
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- Casarão,casebre, sapatos, sapatinho, carros, carrinho, 2. Preposição: Palavra que liga dois termos entre si:
mesas..
- Falou sobre suas viagens.
Os substantivos aceitam flexão, portanto são variáveis.
- Lutarei contra todos.

2. Artigo: Palavra que acompanha o substantivo determinando-


o: 3. Conjunção: palavra que liga:

- Uma casa, os sapatos, o carro, uma mesa Termos: Brigavam como cão e gato.

- Umas casas, o sapato, os carros, umas mesas... Orações: Vibramos com a divulgação do resultado.
Os artigos podem sofrer modificação e são usados no
plural ou singular, portanto, também pertencem ao
grupo das variáveis. 4. Interjeição: palavra que exprime sentimento ou emoção:

- Oba! Hoje é feriado nacional!


3. Adjetivo: palavra que expressa a qualidade ou característica
do substantivo:
OBS: Preposição, interjeição, conjunção e advérbio
- Casa bonita, sapato grande, carro novo, mesa pertencem a classe das palavras invariáveis, pois, não podem
pequena... sofrer flexão alguma.

- Casas bonitas, sapatos grandes, carros novos, mesas


pequenas...
Substantivo

4. Numeral: palavra que quando flexionada pode indicar: Aspectos Morfológicos: Substantivo é todo nome com que
designamos os seres. Ӄ a palavra com que designamos ou
Quantidade: Aqui trabalham três ajudan-tes. nomeamos os seres em geral“. (Celso Cunha)
Ordem: Passei na USP em terceiro lugar. São, portanto, substantivos:
Múltiplo: Aquela casa tem o triplo do ta-manho da 1. Os nomes de pessoas, animais, legumes, verduras, frutas,
minha. lugares, coisas.
Fração: Um terço dos deputados votou contra o Pedro, Mário, boi, cavalo, chuchu, beterraba, repolho,
projeto. couve, laranja, manga, Vitória,

Argentina, Brasil, caderno, mesa, livro, lápis etc.


5. Pronome: Palavra que acompanha ou substitui o substantivo,
para indicar a pessoa do discurso:
NOTA: Qualquer palavra precedida de artigo é um
- Nossa casa, meu sapato, o carro dele, sua mesa... substantivo, ou seja, pode ser uma palavra substantivada.
- Nossas casas, meus sapatos, o carro deles, suas O sim, o não, o porquê, o ser, o amar, o querer, o triste, o
mesas... alegre, etc., são palavras subs-tantivadas.

Ex.: O não é uma palavra amarga.


6. Verbo: Palavra que indica ação:

IR: irei, irá, iria, etc... 2. Os nomes tomados como seres, indicando ação, estado ou
qualidade:
CASAR: casarei, casaremos, casarão
Tristeza, bondade, patriotismo, velhice, colheita, limpeza,
GOSTAR: gostou, gostei, gostará, gostaria, etc... firmeza, inteligência, etc.

Invariáveis Classificação do Substantivo

O grupo das invariáveis é composto por: O substantivo pode ser:

1. Advérbio: Palavra que modifica o sentido: Comum: quando se refere a todos os seres de uma mesma
espécie.
Do verbo: Suas palavras nos sensibiliza-ram
profundamente. Revista (esse nome se refere a toda a espécie de
revista)
Do Adjetivo: Ela estava maravilhosa-mente bela.
Cidade (identifica toda a espécie de cidade)
Do próprio advérbio: Você sabe muito bem minha
opinião.
Próprio: quando se refere a um só ser de uma mesma espécie.

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A Gazeta ( refere-se a um só ser da espécie jornal), Árvore arvoredo

Recife; (identifica um ser da espécie cidade) Casa casario

Corda cordame
Simples: quando o substantivo é formado por um só radical.
Sapo sapataria
Árvore, flor, repolho, menino, pé, mão...
Taquara taquaral

Composto: quando o substantivo for formado por mais de um


radical. b) A lista de coletivos não é completa, mas não existem coletivos
para todo e qualquer substantivo.
Salário-família
c) Se você estiver procurando coletivos que indiquem o número
Azul-marinho certo dos elementos da coleção, isto é, o conjunto de dois, de
três, de quatro, ..., estes devem ser procurados na lista ou
Pé- de- moleque dicionário.

d) Às vezes, ao usar um coletivo - miríade, por exemplo - não


Primitivo: dá origem a outro substantivo. basta escrever miríade, é necessário acrescentar o
especificativo, “de estrelas”, um “cardume de peixes”, “um
Carro, terra... enxame de abelhas” e não basta simplesmente - “um cardume”,
“um enxame”, a menos que o contexto já esclareça o coletivo.

Derivado: quando se origina de outro substantivo, primitivo. Eis alguns coletivos:

Carroça, carroceiro, carretel, carruagem, Abelhas - colméia, cortiço, enxame


Amigo - quando em assembléia - tertúlia
Terreiro, terreno, terremoto... Anedota - anedotário, repertório
Apetrecho - apeiragem
Aplaudidor - quando pagos - claque
Concreto: quando indica um ser de existência independente, Argumento - carrada
real ou não. Asneira - chorrilho, acervo
Assassino - choldra, choldraboldra
Menino, Deus, alma, terreiro, couve-flor... Ator - elenco
Ave - quando em grande quantidade bando, nuvem
Bêbedo - corja, súcia, farândula
Abstrato: quando indica um ser de existência dependente, isto Borboleta - panapaná
é, ser que não existe no mundo exterior, mas apenas em nossa Botão - abotoadura
consciência. Burro - manada, tropa, récua
Cabelo - cacho, trança, madeixa
Amor, saudade, inveja, entrada, dor... Cobra - fato
Cálice - baixela
Camelo - cáfila
Formação do Substantivo Cão - matilha, canzoada, chusma
Capim - feixe, paveia
O substantivo pode ser primitivo ou derivado. Carta - correspondência, carta geográfica, Atlas
Cem anos - século
Primitivos: são os que não derivam de outra palavra. Chave - molho
Cigano - bando, cabildo
pedra, ferro, dente, trovão... Cinco anos - qüinqüênio, lustro
Cobra - quando instaladas em lugar - serpentário
Coluna - colunata, renque
Derivados: são os que derivam de outra palavra. Corda - cordoalha
Credor - junta
pedrada, pedraria, pedregal, pedregoso, pedregulho, Dez - dezena
ferroada, ferrolho, ferroso, ferrovia, ferraria, ferreiro, Dez anos - década
dentada, trovoada Disco - discoteca
Dois animais - casal, par
Duas pessoas - casal, par
Substantivos Coletivos Doze - dúzia
Égua - piara
São os substantivos comuns que, no singular, designam um Erro - barba
conjunto de seres ou coisas da mesma espécie. É assim Escravo - na mesma morada - senzala
chamado o substantivo comum que, embora na forma Estrela - constelação
singular, exprime, quanto à idéia, diversos seres ou coisas da Feiticeiro - conciliábulo
mesma espécie. Alguns esclarecimentos:

a) Não estão relacionados nesta lista coletivos formados do a) Plural dos Substantivos
próprio radical da palavra acrescidos de sufixos designativos de
coleção. Forma-se o plural dos substantivos, acrescentando-se um “s“ ao
singular quando terminados em vogal ou ditongo.
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Terrapleno terraplenos
Cadeira cadeiras
Livro livros Cantochão cantochãos
Baú baús
Boi bois
Pai pais - Nos compostos formados por verbo ou palavras invariáveis
Rapé rapés mais substantivo ou adjetivo, só o 2º termo varia.
Caderno cadernos
Chapéu chapéus Beija-flor beija-flores
Vaca vacas
Cavalo cavalos Guarda-roupa guarda-roupas
Boné bonés
Boneca bonecas Abaixo-assinado abaixo-assinados

Observação: Podemos incluir nesta relação os substantivos Vice-rei vice-reis


terminados em “m”, havendo simplesmente a troca do “m” por “n”
e o acréscimo do “s”. Salva-vida salva-vidas

Álbum álbuns Mata-borrão mata-borrões

Bem bens Ante-sala ante-salas

Som sons Bate-papo bate-papos

Flautim flautins Pára-choque pára-choques

Boletim boletins
- Nos compostos cujos elementos denotam sons de coisas só o
Plural dos nomes terminados em ZINHO, ZITO. 2º elemento varia.

Regra: Põe-se, no plural, os dois elementos e suprime-se o ‘’s’’ reco-reco reco-recos


do primeiro :
tique-taque tique-taques
Flor+zinha = flores+zinha = florezinhas

Papel = zinho = papéis+zinho = papeizinhos Só o 1º elemento (termo) varia:

Colar+zito = colares+zitos = colarezitos a) Nos substantivos compostos cujos elementos são ligados por
preposição.
Réptil+zito = répteis+zitos = repteizitos
Pé-de-moleque pés-de-moleque
Coração+zito = corações+zito = coraçõe-zitos
Pão-de-ló pães-de-ló

b) Plural dos Substantivos Compostos Chefe-de-seção chefes-de-seção

Substantivos Compostos estão ligados sem hífen, for-mam o Rabo-de-galo rabos-de-galo


plural normalmente.
Estrada-de-ferro estradas-de-ferro
Pontapé pontapés
Chapéu-de-sol chapéus-de-sol
Aguardente aguardentes
Peroba-do-campo perobas-do-campo
Clarabóia clarabóias
João-de-barro joões-de-barro
Madrepérola madrepérolas
Mula-sem-cabeça mulas-sem-cabeças
Planalto planaltos

Fidalgo fidalgos b) Quando o 2º elemento exprime idéias de finalidade ou


semelhança, só o 1º varia.
Girassol girassóis
Salário-família salários-família
Pernalta pernaltas
Navio-escola navios-escola
Madressilva madressilvas
Saia-balão saias-balão
Lobisomem lobisomens
Manga-rosa mangas-rosa
Varapau varapaus
Peixe-boi peixes-boi
Montepio montepios
Escola-modelo escolas-modelo
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O cola-tudo Os cola-tudo.
Caneta-tinteiro canetas-tinteiro
O bota-fora Os bota-fora
Café-concerto cafés-concerto

Laranja-pêra laranjas-pêra c) Nos compostos de verbo de sentido oposto

Banana-maçã bananas-maçã O leva-e-traz os leva-e-traz

O vai-e-volta os vai-e-volta
Ambos os elementos (termos) variam.

Nos compostos de palavras variáveis (substantivos, adje-tivos, Algumas Variações Independentes:


numerais).
1. Nos termos que indicam nomes de preces, só o se-gundo
Cirurgião-dentista cirurgiões-dentistas termo varia.

Gentil-homem gentis-homens Ave-Maria Ave-Marias

Carta-bilhete cartas-bilhetes Padre-Nosso Padre-Nossos

Obra-prima obras-primas Glória-patri Glória-patris

Parede-mestra paredes-mestras Pai-nosso Pai-nossos

Rico-homem ricos-homens
2. Nos compostos com as combinações do qualificativo “BEL” -
Água-marinha águas-marinhas “GRÃO” - “GRÔ com substantivo, só o 2º termo varia.

Vitória-regia vitórias-regias Grão-prior grão-priores

Amor-perfeito amores-perfeitos Grão-duque grão-duques

Tenente-coronel tenetes-coronéis Grão-mestre grão-mestres

Couve-rébano couves-rebanos Grão-ducado grão-ducados

Salvo-conduto salvos-condutos Grã-cruz grã-cruzes

Chave-mestra chaves-mestras Bel-prazer bel-prazeres

Pronto-socorro prontos-socorros Grão-ducal grão-ducais

Cobra-cega cobras-cegas Grão-lama grão-lamas

Guarada-mor guardas-mores
3. Nos compostos de palavras repetidas, só o segundo termo
Quarta-feira guartas-feiras varia.

Guarda-civil guardas-civis Luze-luze luze-luzes

Porco-espinho porcos-espinhos Ruge-ruge ruge-ruges

Redator-chefe redatores-chefes Corre-rorre corre-corres

Lufa-lufa lufa-lufas
Ambos os elementos (teRmos) SÃO invariáveis
Lenga-lenga lenga-lengas
a) Nas formas substantivas:
Zumzum zunzuns
A estou-fraca as estou-fraca

O disse-me-disse os disse-me-disse 4. Nos compostos que têm como último termo um verbo,
antepondo-lhe um pronome, só o 2º termo varia.
O bumba-meu-boi os bumba-meu-boi
Bem-te-vi bem-te-vis

b) Nos compostos de verbo e palavra invariável: Bem-me-quer bem-me-queres

O ganha-pouco Os ganha-pouco.
Observações:
O pisa-mansinho Os pisa-mansinho.
1. O composto MAPA-MUNDI, faz o plural MAPAS-MUNDI.
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4. Aos substantivos terminados em “r” ou “z” acrescenta-se a
2. Os compostos que têm o segundo termo no plural, sendo o terminação “es”
primeiro termo invariável, serão assim flexio-nados:
Altar altares
Um quebra-nozes dois quebra-nozes
Açúcar açúcares
Um saca-rolhas dois saca-rolhas
Rapaz rapazes

c) Plural de Substantivos com outras Terminações Exemplar exemplares

1. Os terminados em “ÃO” fazem o plural: Cartaz cartazes

a) em “AES” Éter éteres

Alemão alemães
5. Aos substantivos terminados em “s”, sendo monos-sílabos,
Capitão capitães acrescentam-se-lhes “es”.

Catalão catalães mês meses

Escrivão escrivães camponês camponeses

Pão pães francês franceses

Tabelião tabeliães português portugueses

inglês ingleses
b) em “ÕES”
chinês chineses
Canção canções
holandês holandeses
Mamão mamões

Limão limões Sendo os substantivos paroxítonos, ficam invariáveis, e o


adjunto adnominal indicar-lhe-á o número:
Eleição eleições
O lápis os lápis

2. Quando os substantivos terminarem am “al”, “el”, “il”, “ol” e O cais os cais


“ul”, regra geral, troca-se o “l” por “is”.
O xis os xis
Coronel coronéis

Nível níveis Observação 2: O mesmo acontece com as palavras que só se


usam no plural. São chamadas “pluralia tantum”
Jornal jornais
O Estados Unidos os Estados Unidos
Papel papéis
O lápis os lápis
Lençol lençóis
O pires os pires
Paul pauis

6. Os substantivos terminados em “x”, ficam invariáveis


3. Nos substantivos terminados em “il”, sendo o vocábulo
oxítono, muda-se “il” por “is” O ônix-os ônix

Barril barris O fênix-os fênix

Canil canis O tórax-os tórax

Covil covis
Plural Metafônico
Fuzil fuzis
O plural de alguns substantivos troca o “o” fechado tônico pelo
“o” tônico aberto.
Observação 1:
singular (ô) plural (ó)
a) Réptil e projétil, como paroxítonas, fazem plural répteis e fogo fogos
projéteis e como oxítonos, fazem o plural: reptis e pro-jetis. corpo corpos
olho olhos
miolo miolos
Editora Decisão 26 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
forno fornos
tijolo tijolos anão anã
corno cornos
caroço caroços irmão irmã
esforço esforços
coro coros folião foliã

leão leoa
Gênero do Substantivo
valentão valentona
Os substantivos podem ser dos gêneros masculino ou feminino
anfitrião anfitrioa ou anfitriã
Os masculinos são: Homem, menino, rapaz, boi, etc.
cidadão cidadã
Os femininos são: Mulher, menina, moça, vaca, etc.
ermitão ermitoa

Formação do Feminino chorão chorona

Forma-se o feminino: hortelão horteloa

Regra geral, mudando a terminação “o” em “a” valentão valentona

boneco boneca
Existem, ainda, substantivos que têm uma só forma para os dois
menino menina sexos. São os chamados COMUM DE DOIS. Distingue-se o
sexo, quando se lhe antepõe o “o” para o masculino e o “a” para
macaco macaca o feminino:

filho filha o camarada a camarada

aluno aluna o estudante a estudante

gato gata o mártir a mártir

o capitalista a capitalista
As palavras terminadas em “e”, têm a terminação femi-nina “a”
nos seguintes casos: o doente a doente

mestre mestra
Em muitos substantivos - como os nomes de animais -
parente parenta empregamos as palavras: MACHO e FÊMEA para distinção do
sexo:
alfaiate alfaiata
cobra macho cobra fêmea
elefante elefanta
jacaré macho jacaré fêmea
infante infanta

monge monja Observação: Estes nomes de animais são chamados


EPICENOS.

Apenas acrescentamos “a” em: São SOBRECOMUNS os nomes de um só gênero gramatical


que se aplicam, indiferentemente, a homens e a mulheres:
leitor leitora
- o cônjuge
professor professora
- o ser
eleitor eleitora
- o algoz
bacharel bacharela
- o carrasco
zagal zagala
- a testemunha
oficial oficiala
- a vítima.
juiz juíza

doutor doutora Certos nomes de animais:

bode cabra
As palavras terminadas em “ão”, são trocadas por “ã”, “ão” ou
“ona”: boi vaca
Editora Decisão 27 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA

cão cadela maestro maestrina

carneiro ovelha pierrô pierrete

cavalo égua rei rainha

sandeu sandia
Certos nomes de pessoas:
embaixador embaixatriz
cavaleiro amazona
europeu européia
cavalheiro dama
frade freira
compadre comadre
guri guria
genro nora
ilhéu ilhoa
marido mulher
marajá marani
padrasto madrasta
pigmeu pigméia
padrinho madrinha
rapaz rapariga
pai mãe
réu ré

Certos nomes formam o feminino com as terminações “esa”, tabaréu tabaroa


“essa”, “isa”:
herói heroína
abade abadessa
Atenção: a mulher do embaixador é embaixadora
duque duquesa

etíope etiopisa Grau do Substantivo

papa papisa Grau é o acidente que exprime:

barão baronesa a) O aumento ou diminuição de um ser relativa-mente


ao seu tamanho normal (dimensivo).
bispo episcopisa
b) A intensidade maior ou menor de uma qua-lidade
píton pitonisa (intensivo).

poeta poetisa
O primeiro tipo de gradação é próprio dos substantivos e o
profeta profetisa segundo é próprio dos adjetivos. Os substantivos apre-sentam-
se com a sua significação aumentada ou dimi-nuída:
sacerdote sacerdotisa
Homem - homenzarrão - homenzinho
visconde viscondessa

diácono diaconisa Há dois graus de significação do substantivo:

cônsul consulesa a) Aumentativo = homenzarrão

b) Diminutivo = homenzinho
Certos substantivos são irregulares na formação do feminino, e
não se enquadram em nenhum dos casos precedentes:
A flexão do grau do substantivo realiza-se por dois processos:
avô avó
1. Sintético: acréscimo de um final especial chamado sufixo
capiau capioa aumentativo ou diminutivo:

confrade confreira Meninão menininho

czar czarina Homenzarrão homenzinho

dom dona
2. Analítico: emprego de uma palavra de aumento ou de
grou grua diminuição (grande, enorme, pequeno etc.) junto ao substantivo.

judeu judia Homem grande homem pequeno


Editora Decisão 28 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
O moral coragem, estado de espírito
Menino grande menino pequeno
A moral ética, conclusão

Observação: Fora da idéia de tamanho, as formas aumentativas O nascente lado onde nasce o sol
e diminutivas podem traduzir o nosso desprezo, a nossa crítica,
o nosso pouco caso para certos objetos e pessoas: A nascente fonte

Coisinha, livreco, padreco, poetastro O rádio aparelho receptor

A rádio estação emissora


Dizemos, então, que os substantivos estão em sentido
pejorativo. A idéia da pequenez se associa facilmente à de
carinho que transparece nas formas diminutivas: Atenção: Os substantivos que vêm após palavras de idéia
coletiva devem ficar sempre no plural.
Paizinho, irmãozinho, mãezinha, avovozinha, queridinha
Caixa de fósforos
Existem SUBSTANTIVOS que mudam de gênero e mudam de
significado: são femininos ou masculinos conforme o significado Maço de velas
que possuem na frase.
Dúzia de ovos
O águia esperto, velhaco, vigarista...
Grupo de estudantes
A águia ave, perspicácia
Par de chinelos
O banana palerma, imbecil
Porção de batatas
A banana fruta da bananeira
Boa parte de mulheres
O cabeça chefe, líder

A cabeça parte co corpo Cuidado: De modo nenhum se aceita, na norma culta, uso de:
um bules, um chopes, um clipes, um chicletes, um ciúmes, um
O cabra homem valente dropes, um parênteses, um pastéis. Mas se emprega: um bule,
um chope, um clipe, um chiclete, um ciúme, um drope, um
A cabra animal parêntese, um pastel.

O caixa funcionário(a) Alguns substantivos mudando de número, mudam de significado.

A caixa objeto O amor-afeto


Os amores-namoro
O capital dinheiro
A ânsia-aflição
A capital cidade sede do governo As ânsias-nauseas

O cisma separação religiosa O ar-vento


Os ares-clima, aparência
A cisma receio, desconfiança
A arte-ofício
O coma sono mórbido As artes-astúcia

A coma cabeleira, juba A costa-litoral, região à beira-mar


As costas -dorso
O foca jornalista principiante
A féria-renda diária
A foca animal As férias-repouso, descanso

O grama peso, medida de massa O fogo-lume


Os fogos-pirotecnia
A grama capim
A honra-dignidade
O guarda soldado As honras-distinção

A guarda vigilância, corporação A letra-símbolo gráfico


As letras-literatura
O guia cicerone
A liberdade-livre arbítrio
A guia documento As liberdades-atrevimento

O lente professor A meia-metade


As meias-peça do vestuário
A lente vidro de aumento
O meio-metade
Editora Decisão 29 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
Os meios-recursos
O corpo o corpúsculo
O sapinho-animal
Os sapinhos-doença O eixo axículo

O sentimento-sensibilidade O feixe o fascículo


Os sentimentos-condolências
A folha a folícula
O vencimento-fim
Os vencimentos-salário O globo o glóbulo

A vontade-desejo A gota a gotícula


As vontades-caprichos
O grão o grânulo

Existem certos diminutivos irregulares como: O homem o homúnculo

A artéria a arteríola O nó o nódulo

A árvore a arvoreta, o arbusto A obra o opúsculo

O astro o asteróide A orelha a aurícula

A barba a barbicha O ovo o óvulo

O beijo o beijota A parte a partícula

A câmara o camarim, o camarote A pele a película

O caminhão caminhonete, caminhoneta A porção a porciúncula

A casa o casebre A questão a questiúncula

O corpo o corpete O verso o versículo

A cruz a cruzeta
Adjetivo
O diabo o diabrete
Adjetivo é a palavra variável que serve para caracterizar seres e
A espada o espadim objetos exprimindo aparência, modo de ser, estado, qualidade.
A estátua a estatueta Inteligência lúcida Homem perverso
O farol o farolete Pessoa descontraída Céu azul
A fazenda a fazendola Mulher bonita Jovem sentimental
O galo o galispo Homem mortal Água morna
A laje a lajota Mata verde Menino estudioso
O palácio o palacete Praia limpa Laranjeiras floridas
A pedra o pedrisco Terras secas Animais lindos
A perdiz o perdigoto Roupa suja Papel branco
A porta a portinhola Água mole Gelo pequeno
O rabo o rabicho
Classificação dos Adjetivos
O rio o riacho
O adjetivo pode ser:
A rua a ruela
a) Uniforme: quando tem uma só forma para os dois gêneros:
A via a viela
Feliz, alegre
O verão o veranico
Menina feliz Menino feliz
Eis uma relação dos principais diminutivos eruditos: Menina alegre Menino alegre
A cela a célula
Editora Decisão 30 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Biforme: quando tem uma forma para cada gênero. Exemplos: copo ocupado / casa ocupada.

Bom boa
Adjetivos Uniformes
mau má
São adjetivos que têm uma só forma para indicar tanto o
masculino quanto o feminino.
c)Simples: têm um só radical
Exemplo: macaco selvagem / macaca selvagem
Verde azul
Flexão de Número

d) Composto: tem mais de um radical. - formação do plural. (Adjetivos simples / Adje-tivos


Compostos)
Azul-claro Amarelo-ouro

Flexão de Grau:
Formação do Adjetivo
- normal / comparativo / superlativo
Quanto à formação o adjetivo pode ser:

a) Primitivo: O que não deriva de outra palavra: Grau do Adjetivo

Bom forte O Grau do Adjetivo exprime a intensidade das qualidades dos


seres. Dois são os Graus do Adjetivo: Comparativo e Superla-
baixo veloz tivo, cada um deles compreendendo tipos:

Grau Comparativo Grau Superlativo


b) Derivado: O que deriva de outro substantivo ou verbo:
De Superioridade Analítico Absoluto Sintético
Altaneiro (de alto)
De Superioridade Sintético Absoluto Analítico
Aceitável (de aceito)
De Igualdade Relativo de Superioridade
Brioso (de brio)
De Inferioridade Relativo de Inferioridade

c) Simples: O que tem uma só palavra.


Artigo
Marinha brasileira
Dá-se o nome de artigo à palavra que, anteposta ao
Menina prodigiosa substantivo, serve para determina-lo ou indetermina-lo. Observe
a frase: “O menino entrou na sala”. Nesse caso, a palavra
Noite escura
grifada é artigo definido, pois determina o substantivo,
individualizando. Nesta outra frase: “Um menino entrou na sala”,
a palavra grifada é artigo indefinido, pois o substantivo a que ele
d) Composto: O que tem mais de uma palavra;
se refere passa a ter um sentido indeterminado. O artigo pode
ser, então:
Comissão luso-brasileira
- definido – o, a, os, as
Mata verde-escuro
- indefinidos – um, uma, uns, umas
O adjetivo pode variar em:
Numeral
- Gênero

- Número Dá-se o nome de numeral à palavra que quantifica os seres ou


indica a posição que podem ocupar numa série. Os numerais
- Grau dividem-se em:

Cardinais: designam quantidades determinadas de seres ou


Flexão de Gênero quantidades em si mesmas.

- Quanto ao gênero, os adjetivos classificam-se em uni-formes e Ex: Dois meninos acabaram de chegar.
biformes. Três e dois são cinco.

Adjetivos Biformes Ordinais: designam a rdem em que um substantivo se coloca no


interior de uma série.
São adjetivos que têm duas formas diferentes: uma para o
masculino e outra para o feminino. Ex: Pedro é o segundo da fila.

Editora Decisão 31 Editora Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
Multiplicativos: referem-se à multiplicação de quantidades. 1. -lo, la, los, las, quando associados a verbos terminados em r,
s ou z.
Ex: Ele tem o dobro de minha idade.
Ex.: encontrá-lo, fê-las...

Fracionários: referem-se à divisão das quantidades.


2. no, na, nos, nas, quando associados a verbos terminados em
Ex: Ela tem um terço da minha idade. som nazal.

Ex.: encontraram-no, põe-nas.


Pronome

Pronome é a palavra que substitui ou acompanha um Pronomes pessoais de Tratamento


substantivo, relacionando-o à pessoa do discurso. As pessoas
do discurso são três: Os pronomes pessoais de tratamento representam a forma de se
tratar as pessoas: trato cortês ou informal. Os mais usados são:
- Primeira pessoa: a pessoa que fala

- Segunda pessoa: a pessoa com quem se fala PRONOME ABREVIATURA USADO PARA
Você V. Tratamento familiar
- Terceira pessoa: a pessoa de quem se fala
No tratamento respeitoso
às pessoas que se
Senhor (a) Sr. Sra.
Classificação dos Pronomes mantém um certo
distanciamento.
Há seis tipos de pronomes: Pessoas de cerimônia,
Vossa principalmente em
- Pessoais V.S.ª
Senhoria correspondências
comerciais.
- Demonstrativos
Altas autoridades:
Vossa
V.Ex.ª presidentes da República,
- Possessivos Excelência
senadores, deputados.
- Indefinidos Vossa
V.Em.ª Cardeais
Eminência
- Relativos Vossa
V.A. Príncipes e duques
Alteza
- Interrogativos Vossa
V.S O Papa
Santidade
Pronomes pessoais Vossa
V.M. Reis e rainhas
Majestade
Os pronomes pessoais substituem os substantivos, indicando as
pessoas do discurso. São eles:
Pronomes Possessivos
- retos
Pronomes Possessivos são palavras que, ao indicarem a pessoa
- oblíquos e gramatical (possuidor), acrescentam a ela a idéia de posse de
algo (coisa possuída). São eles:
- de tratamento
1º Pessoa do
Singular
Pronomes pessoais Retos e Oblíquos: Meu, minha, meus, minhas
2º Pessoa do
Teu, tua, teus, tuas
Singular
Pronome Seu, sua, seus, suas
Pessoas do 3º Pessoa do
s Pronomes Oblíquos Singular
Discurso
Retos Nosso, nossa, nossos,
1º Pessoa do 1º Pessoa do Plural nossas
Singular 2º Pessoa do Plural Vosso, vossa, vossos,
Eu Me, mim, comigo
2º Pessoa do 3º Pessoa do Plural vossas
Tu Te, ti, contigo
Singular Seu, sua, seus, suas
Ele/Ela Se,si,o,a,lhe,consigo
3º Pessoa do
Singular O pronome possessivo concorda em pessoa com o possuidor e
Nos, conosco em gênero e número com a coisa possuída.
1º Pessoa do Plural Nós
Vos, convosco
2º Pessoa do Plural Vós
Se,si,os,as,lhes,consi
3º Pessoa do Plural Eles/Elas
go Pronomes Demonstrativos

Pronomes Demonstrativos são palavras que indicam, no espaço


Formas Pronominais ou no tempo, a posição de um ser em relação às pessoas do
discurso.
Os pronomes o, a, os, as, adquirem as seguintes formas:
Editora Decisão 32 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
São eles:
O Uso do Pronome Relativo "Onde"
Invariávei
Variáveis
s Essa palavra deve ser utilizada, quando o antecedente for um
Este, esta, estes, estas termo que indique lugar.
Isto
Esse, essa, esses, essas
Isso Exemplo:
Aquele,aquela, aqueles,
Aquilo
aquelas
Os regimes democráticos onde todos têm direitos iguais
deve vigorar em todas as nações. (ERRADO)

Pronomes Indefinidos As nações onde os regimes democráticos vigoram têm


mais condições de desenvolverem-se. (CERTO)
Pronomes Indefinidos são palavras que se referem à terceira
pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando
quantidade indeterminada. O Uso de Sua e Vossa

São eles: Os pronomes de tratamento são de 3º pessoa. Por esse motivo,


a concordância deve ser feita em 3º pessoa:
Variáveis Invariáveis
Algo, alguém Exemplo:
Algum, nenhum, todo, muito Nada, ninguém
Pouco, certo, outro, quanto Tudo, cada Vossa Senhoria deve comparecer com seus convidados
Tanto, vários, diversos Outrem, quem à festa.
Um, qual, bastante mais
Menos, demais Sua Majestade partirá com sua comitiva amanhã de
manhã.

Pronomes Interrogativos Usa-se vossa quando estamos falando diretamente com a


pessoa e sua quando falamos da pessoa.
Pronomes Interrogativos são aqueles usados na formulação de
perguntas diretas ou indiretas. Assim como os indefinidos,
referem-se a Terceira Pessoa do Discurso. Exemplo:

São eles: que, quem, qual, quanto... Lembrem-se dos pedidos que Sua Excelência fez entes
de partir.

Pronomes Relativos Vossa Excelência, conte-nos as novidades.

São pronomes relativos aqueles que representam nomes já


mencionados anteriormente e com os quais se relacionam. Verbo

Ex.: Eu estou lendo um livro. Verbo é a palavra que expressa processos, ação, estado,
mudança de estado, fenômeno da natureza, conveniência,
O livro que estou lendo é muito bom. desejo e existência. Desse modo, enquanto os nomes
(substantivo, adjetivo) indicam propriedades estáticas dos seres,
Podemos, então, utilizarmo-nos de um pronome relativo, o verbo denota os seus movimentos, por isso sua característica
para nos referirmos à palavra livro que se repete. de dinamicidade.

Assim: O livro que estou lendo é muito bom. Exemplos:

Os Pronomes Relativos são: 1. Um homem já escorregou neste chão molhado.


...[escorregar: verbo = ação que expressa a dinamicidade de
Variáveis Invariáveis "homem"]
O qual, cujo, quanto Que, quem, onde
2. Por enquanto as matas continuam indefesas.
...[continuar: verbo = estado que expressa a dinamicidade de
Flexão dos Pronomes "matas"]

Quanto à forma, o pronome varia em gênero, número e pessoa: 3. Anoitecia rapidamente!


...[anoitecer: verbo = fenômeno dinâmico da natureza]
• Gênero (masculino/feminino)
4. Convém aguardar mais alguns minutos.
Ele saiu/Ela saiu ...[convir: verbo = conveniência que expressa a dinamicidade de
"aguardar..."]
Meu carro/Minha casa
5. Nossos estudantes anseiam um bom emprego.
• Pessoa (1ª/2ª/3ª) ...[ansiar: verbo = desejo que expressa a dinamicidade de
"nossos estudantes"]
Eu saí/Tu saíste/Ele saiu
6. Houve tumulto no momento da votação.
Meu carro/Teu carro/Seu carro ...[haver: verbo = existência que expressa a dinamicidade de
"tumulto..."]
Editora Decisão 33 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA

- Aos domingos não saio de casa.


Modo Verbal

O falante, ao enunciar o processo verbal, pode tomar várias c) para dar atualidade a fatos ocorridos no passado:
atitudes em relação ao que enuncia: de certeza, de dúvida, de
ordem, etc. O modo verbal revela a atitude do falante ao - Cabral chega ao Brasil em 1500.
enunciar o processo. Pode ser:

a) Indicativo: revela o fato de modo certo, preciso, seja ele d) para indicar fato futuro bastante próximo, quando se tem
passado, presente ou futuro. certeza de que ele ocorrerá:

Ele deitou na rede - Amanhã faço os exercícios.

b) Subjetivo: revela o fato de modo incerto, duvidoso. 2. Pretérito Perfeito do Indicativo: exprime um fato já
concluído anteriormente ao momento em que se fala.
Se todos estudassem, a aprovação seria maior.
- Ontem eu reguei as plantas do jardim.

c) Imperativo: exprime uma atitude de mando, ordem ou


solicitação. 3. Pretérito Imperfeito do Indicativo: exprime um fato anterior
ao momento em que se fala, mas não o toma como concluído,
Fique quieto. acabado. Revela, pois, o fato em seu curso, em sua duração.

- Ele falava muito durante as aulas.


Emprego dos Tempos Verbais

Há em Português, basicamente, três tempos verbais: 4. Pretérito Mais-que-Perfeito do Indicativo: indica um fato
passado que já foi concluído, em relação a outro fato também
a) Presente: revela um fato que ocorre no momento em que se passado.
fala.
- Quando você resolveu o problema, eu já o resolvera.
Neste instante ele olha para mim.
Obs.: Na linguagem atual tem-se usado com mais fre-qüência o
pretérito mais-que-perfeito composto.
b) Passado: revela um fato que ocorreu anteriormente ao
momento em que se fala. - Quando você resolveu o problema, eu já o tinha
resolvido.
Ele saiu com os amigos.
O mais-que-perfeito é, em alguns casos, usado no lugar do
futuro do pretérito ou do imperfeito do subjuntivo.
c) Futuro: revela um fato que deverá ocorrer posterior-mente ao
momento em que se fala. - "…mais servira, se não fora Para tão longo amor tão
curta a vida!"(Camões) servira = serviria; fora = fosse)
Amanhã terei aula de Português.
5. Futuro do Presente: exprime um fato, posterior ao momento
em que se fala, tido com certo.
Essa divisão dos tempos verbais em passado, presente e futuro
não esgota todas as variações que o verbo pode assumir em - Amanhã chegarão os meus pais.
relação à categoria tempo, já que esses tempos verbais se
subdividem e, muitas vezes, assumem outros matizes, alterando - As aulas começarão segunda-feira.
de maneira bastante sensível a significação inicial. Sem
pretender esgotar o assunto, vejamos alguns empregos O futuro do presente pode ser empregado para exprimir idéia de
significativos dos tempos verbais. incerteza, de dúvida. Serei eu o único culpado?

1. Presente do Indicativo: exprime um fato que ocorre no


momento em que se fala. 6. Futuro do Pretérito: exprime um gato futuro tomado em
relação a um fato passado.
- Vejo um pássaro na janela
- Ontem você me disse que viria à escola.

O presente do indicativo também é usado para:


O futuro do pretérito também pode ser usado para indicar
a) exprimir uma verdade científica, um axioma: incerteza, dúvida.

- A Terra é redonda. - Seriam mais ou menos dez horas quando ele chegou.

- Por um ponto passam infinitas retas.


Usa-se ainda o futuro do pretérito, em vez do presente do
indicativo ou do imperativo, como forma de cortesia, de boa
b) para exprimir uma ação habitual: educação.

Editora Decisão 34 Editora Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
- Você me faria um favor? - O macaco comeu a banana.

- O aluno leu o livro.


Emprego do Infinitivo

Não é fácil sistematizar o emprego do infinitivo em Português, já 2. Voz Passiva: quando o sujeito é o paciente, isto é, o receptor
que, além do infinitivo impessoal, nossa língua apresenta da ação expressa pelo verbo. Há dois tipos de voz passiva:
também o infinitivo pessoal (ou flexionado). Emprega-se o
infinitivo impessoal: a) Voz Passiva Analítica: formada por verbo auxiliar mais
particípio. A banana foi comida pelo macaco.
1. quando ele não estiver se referindo a nenhum sujeito:
- O livro foi lido pelo aluno.
- É preciso sair.

b) Voz Passiva Sintética (ou Pronominal): quando é formada


2. na função de complemento nominal (virá regido de pelo verbo na terceira pessoa mais a partícula apassivadora se.
preposição):
- Comeu-se a banana.
- Esses exercícios eram fáceis de resolver.
- Leu-se o livro.

3. quando ele faz parte de uma locução verbal:


3. Voz Reflexiva: quando o sujeito é ao mesmo tempo agente e
- Eles deviam ir ao cinema. paciente, isto é, executor e receptor da ação expressa pelo
verbo.

4. quando, dependente dos verbos deixar, fazer, ouvir, sentir, - O macaco cortou-se.
mandar, ele tiver por sujeito um pronome oblíquo:
- O aluno feriu-se
- Mandei-os sair. Deixei-os falar.

Verbos Regulares: é aquele que não sofre alteração em seu


5. com valor de imperativo: radical e cujas desinências são as mesmas do verbo paradigma
ou modelo de conjugação.
- Fazer silêncio, por favor.
Ex: Conjugação do verbo regular "mandar" no presente do
indicativo
Emprega-se o Infinitivo Pessoal: quando ele tiver sujeito
próprio (expresso ou implícito) diferente do sujeito da oração Eu mandei comprar purgante.
principal:
Tu mandas comprarem laxante
- O remédio era ficarmos em casa.
Ele manda-a comprar purgante
- O costume é os jovens falarem e os velhos ou-virem.
Nós mandamos comprar laxante.
Além dos casos mencionados, em que é obrigatório o uso de
uma ou de outra forma, quando o infinitivo for regido de Vós mandais compraes laxante
preposição (com exceção de a), admite-se indiferen-temente o
uso das duas formas. Eles mandam - te comprar purgante

- Viemos aqui para cumprimentar (ou cumpri-


mentarmos) os vencedores. Verbos Irregulares: são verbos que sofrem alterações em seu
radical ou em suas desinências, afastando-se do modelo a que
pertencem.
Tempos Derivados do Presente do Indicativo
1. para verificar se um verbo sofre alterações, basta con-jugá-lo
O presente do indicativo é um tempo primitivo. Da prime-ira no presente e no pretérito perfeito do indicativo.
pessoa do singular do presente do indicativo obtêm-se: o
presente do subjuntivo; o imperativo negativo. Ex:

Obs.: Evidentemente, se o verbo não possui a primeira pessoa faço - fiz


do singular do presente do indicativo, não pos-suirá também o
presente do subjuntivo e o imperativo negativo. O imperativo trago - trouxe
afirmativo provém em parte do presente do indicativo (as
segundas pessoas) e em parte do presente do subjuntivo (as posso - pude
demais pessoas).

2. Não é considerada irregularidade a alteração gráfica do


As vozes verbais são três: radical de certos verbos para conservação da regulari-dade
fônica.
1. Voz Ativa: quando o sujeito é o agente, isto é, aquele que
executa a ação expressa pelo verbo. Ex:

Editora Decisão 35 Editora Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
embarcar - embarquei exemplo, se você escreve “finalmente re-solvi mudar”, não se
sabe qual o sentido: “mudar o quê?”; portanto, se for
fingir - finjo “deslocamento de um lugar para outro”, escreva “finalmente
resolvi me mudar”. Depois vem a so-noridade da frase - muitas
vezes “nos mudamos” soa me-lhor do que “mudamos”. Isso
Exemplo de Conjugação do verbo "dar" significa que não é preciso haver uniformidade, isto é, empregar
o pronome todas as vezes ou suprimi-lo sempre. Pode-se variar
Modo Indicativo - Presente no caso dos verbos casar, sentar e mudar. No mais, é
recomendável usar os pronomes reflexivos sempre que a
Eu dou situação o exija. É melhor e mais culto falar “ele se formou na
USP” do que “ele formou na USP”, só para dar outro exemplo.
Tu das Ainda sobre o uso dos pronomes oblíquos (reflexivos e não-
reflexivos), temos duas consultas:
Ele dá
Aqueles dois se batem e se opõem“ está certo? Ou o
Nós damos correto seria “Aqueles dois se batem e o-põem“

Vós dais Se puderes me ajudar eu ficarei muito grato. Há algum


erro gramatical na seguinte frase: “Há de se saber
Eles dão comunicar-se”?

Percebe-se que há alteração do radical, afastando-se do original Quando se empregam em seqüência dois verbos usados com
"dar" durante a conjugação, sendo considerado verbo irregular. pronome proclítico, as duas formas ou modelos são corretos: se
batem e se opõem / se batem e opõem. O mais estilístico,
Verbos Pronominais (Casar, sentar, mudar, divorciar): porém, é não repetir o pronome oblíquo quando este vem
Ao pesquisar em dicionários (comuns e de regência), descobre- anteposto ao primeiro verbo:
se que há possibilidades diversas; já existe um aval para a
eliminação, mesmo no nível culto, do prono-me reflexivo junto - Há de se saber comunicar!
com os verbos citados (salvo ‘divorciar’, que sempre é
apresentado como pronominal: divorciar-se). Isso quer dizer
que é facultativo o uso do pronome nestes casos: Verbos Defectivos: Os verbos defectivos são aqueles que não
possuem a conjugação completa.
Casar:

Jucira anunciou que vai (se) casar. Precaver

Casei (-me) cedo Modo Indicativo


Pretérito Pretérito
Li que Mara vai (se) casar com Mauro. Presente
Imperfeito Perfeito
Não tem Precavia Precavi
Pedro e eu vamos (nos) casar brevemente. Não tem Precavias Precaveste
Não tem Precavia Precaveu
Precavemos Precavíamos Precavemos
Sentar: Precaveis Precavíeis Precavestes
Não tem Precaviam Precaveram
Jucira preferiu sentar (-se) no sofá.
Modo Indicativo
Sentei (-me) e descansei um minuto.
Pretérito Mais- Futuro do Futuro do
que-Perfeito Presente Pretérito
Chegamos cedo e (nos) sentamos à mesa princi-pal.
Precavera Precaverei Precaveria
Precaveras Precaverás Precaverias
Mudar: Precavera Precaverá Precaveria
Precavêramos Precaveremos Precaveríamos
Jucira vai mudar (-se) para outra casa. Precavêreis Precavereis Precaveríeis
Precaveram Precaverão Precaveriam
Resolvi (me) mudar para Timbó.
Modo Subjuntivo
Decidimos que (nos) mudaríamos daqui tão logo saísse Pretérito
Presente Futuro
a aposentadoria. Imperfeito
Precavesse Precaver
Precavesses Precaveres
Mesmo no caso do verbo “divorciar-se” há uma tendência - por Precavesse Precaver
contaminação sintática, pois as construções lingüís-ticas se Não Existe
Precavêssemos Precavermos
cruzam, se mesclam, se interinfluenciam - a su-primir o Precavêsseis Precaverdes
pronome, de que é prova a declaração à revista Istoé, em maio Precavessem Precaverem
de 2005, da nossa grande escritora Lygia Fagundes Telles:
No modo imperativo o verbo PRECAVER só possui a 2ª pessoa
“Divorciei, casei outra vez, com o Paulo Emílio Salles do plural do imperativo afirmativo: precavei.
Gomes”.

O cuidado que se deve ter, para que o texto seja con-siderado Formas Nominais
bom e agradável de ler, é com a clareza em pri-meiro lugar. Por
Editora Decisão 36 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
Infinitivo Impessoal
Exemplos: Trabalhas excessivamente.
Precaver
Quão educada és, menina.

Infinitivo Pessoal
4. Lugar: abaixo, acima, acolá, adentro, adiante, afora, aí, além,
Precaver algures (=em algum lugar), alhures (=em outra parte), ali,
aquém, aqui, cá, debaixo, defronte, dentro, detrás, diante,
Precaveres embaixo, em cima, fora, lá, longe, nenhures (=em nenhuma
parte), perto.
Precaver
Exemplos: Caminha acima e abaixo.
Precavermos
Além cintilam estrelas.
Precaverdes
5. Modo: alerta, assim, bem, debalde (=inutilmente), depressa,
Precaverem devagar, mal, melhor, pior.

Exemplos: Implorava debalde a proteção do amigo.


Gerúndio
A criança fala bem.
Precavendo

6. Negação: não, nem (=não).


Particípio
Exemplo: Não fui à praia.
Precavido

7. Tempo: afinal, agora, ainda, amanhã, anteontem, antes,


Advérbio breve, cedo, depois, enfim, hoje, já, jamais, logo, nunca, ontem,
ora (=nesta ocasião), outrora, primeiramente, sempre, súbito,
Aspectos Morfológicos: Advérbio é a palavra que modifica o tarde.
verbo, o adjetivo e o advérbio, denotando circunstância.
Exemplos: Rui Barbosa é o gênio que ora exaltamos.
Exemplos: Procedeste lealmente (verbo).
Jamais te contrariarei, disse-me ela.
És muito corajoso e pouco prudente (adjetivos).

Cheguei muito tarde (advérbio). 8. Interrogativo: são certas palavras empregadas nas
interrogações diretas ou indiretas.
O advérbio pode modificar uma oração inteira.
Classificam-se em:
Exemplo: Lamentavelmente todos saíram.
a) Causa - por que.

Observação: Quando o advérbio modifica o adjetivo ou outro Exemplos: Por que sorriste?
advérbio, indica apenas intensidade.
Indagaram-me por que sorriste.

Classificação dos Advérbios


b) Modo - como.
Os advérbios classificam-se de acordo com a circunstância que
expressam, podendo ser de: Exemplos: Como vai você?

1. Afirmação: certamente, certo, decididamente, efetivamente, Quero saber como vai você.
positivamente, sim.

Exemplos: Certamente ele fará a prova. Interjeição

Sim, farei o que for preciso. Dá-se o nome de interjeição às palavras invariáveis que
exprimem emoções e sentimentos ou que procuram imitar
ruídos.
2. Dúvida: acaso, possivelmente, provavelmente, porventura,
quiçá, talvez. Ex: "De repente, no melhor da festa, plaft!, uma
jabuticaba cai do galho e lhe acerta em cheio o nariz"
Exemplos: Ver-nos-emos acaso outra vez? (M. Lobato)

Provavelmente iremos lá. "Ai, que meus olhos choram!" (C. Meireles)

3. Intensidade: algo, assaz, bastante, bem, demais, A idéia expressa pela interjeição dependa da entonação com
excessivamente, mais, meio, menos, mui, muito, pouco, quanto, que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que uma interjeição
quão, quase, que, sobremaneira, sobremodo, tanto, tão, todo. tenha mais de um sentido.
Editora Decisão 37 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
(1) livro e caderno encapado (ou encapados);
Ex: Oh! Que surpresa desagradável!
(2) livro e caderneta encapada (ou encapados);
(contrariedade)
(3) livros e caderno encapados (ou encapado);
"Oh! Que bom encontra-lo novamente! (alegria)
(4) livros e cadernetas encapadas (ou encapados).
Comumente, as interjeições expressam sentido de:

a) Advertência - cuidado!, devagar! Predicativo.


As normas de concordância do predicativo com o sujeito
b) Afugentamento - fora!, passa!
composto são idênticas às que se aplicam ao adjunto adnominal,
com as seguintes ressalvas:
c) Alegria ou satisfação - oh!, ah!
(1) Sendo do mesmo gênero os termos que compõem o sujeito,
d) Alívio - arre!, ufa! o predicativo conserva esse gênero e, de preferência, vai para o
plural (O livro e o caderno estão encapados);
e) Animação ou estímulo - vamos! Força!
(2) se os gêneros dos termos que compõem o sujeito forem
f) Aplauso ou aprovação - bravo! Bis! diversos, o predicativo vai, normalmente, para o masculino plural
(O livro e a caderneta estão encapados).
g) Repulsa ou desaprovação - credo!, irra!

h) Desejo ou intenção - tomara! Oxalá! A concordância do predicativo do objeto segue, em geral, as


mesmas normas que se aplicam à concordância do predicativo
i) Desculpa - Perdão! do sujeito. Se o sujeito for uma oração, o predicativo fica no
masculino singular (É vantajoso saber-se uma língua
estrangeira = É vantajoso que se saiba uma língua estrangeira).
Preposição Concordância dos pronomes pessoais o, a, os, as. Os pronomes
o (lo) e a (la) substituem, respectivamente, um nome masculino
singular ou um nome feminino singular (Encontrei João =
Preposição é a palavra ou expressão (locução prepositiva) que
Encontrei-o. Vou encontrar João = Vou encontrá-lo. Encontrei
serve para ligar duas palavras, estabelecendo relação entre elas.
Maria = Encontrei-a. Vou encontrar Maria = Vou encontrá-la); o
As principais preposições são:
pronome os (los) substitui um nome masculino plural ou mais de
um nome de gêneros diferentes (Encontrei meus amigos, ou
- A, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
meu amigo e minha amiga = Encontrei-os. Vou encontrar meus
para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
amigos, ou meus amigos e minhas amigas = Vou encontrá-los);
o pronome as (las) substitui um nome feminino plural ou mais de
um nome feminino (Encontrei minhas amigas, ou encontrei Maria
Conjunção e Júlia = Encontrei-as. Vou encontrar minhas amigas, ou vou
encontrar Maria e Júlia = Vou encontrá-las). Concordância dos
Dá-se o nome de conjunção à palavra ou locução invariável que pronomes possessivos. Os pronomes possessivos concordam
liga orações ou termos semelhantes da mesma oração. em gênero e número com o substantivo designativo do objeto
possuído, e em pessoa com o possuidor desse objeto: João
Ex: O inverno passou e eles não voltaram. vendeu sua casa (sua = dele, João, 3a pessoa; sua = feminino
singular, concordando com casa). Referindo-se a mais de um
Encontrei meu pai e minha irmã no cinema. substantivo, o possessivo concorda com o que estiver mais
próximo: Teu juízo e serenidade...
As conjunções se dividem em: corrdenativas (que ligam orações
de sentido completo e independente) e subordinativas (que
ligam orações quando uma delas depende da outra).
Concordância Verbal

O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa: Eu sei


6. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL (sei: 1a pessoa do singular, concordando com o sujeito eu).
Havendo mais de um sujeito, o verbo vai para o plural:
Concordância Nominal (1) na 1a pessoa (nós), se entre os sujeitos houver um da 1a
O adjetivo concorda em gênero e número com o termo a que pessoa (Eu, tu e ele saímos);
se refere (substantivo ou pronome), quer exerça a função de (2) na 2a pessoa (vós), se, não existindo sujeito da 1a pessoa,
adjunto adnominal (Comprei um bom livro), quer a de predicativo houver um da 2a (Tu e ele saístes);
(O livro é bom). Adjunto adnominal. Referindo-se a mais de um
substantivo ou pronome, o adjunto adnominal a estes antepostos (3) na 3a pessoa (eles ou elas), se os sujeitos forem todos da 3a
concorda em gênero e número com o mais próximo (O professor pessoa (João, Carlos e seus irmãos saíram). A concordância do
exigiu completo silêncio e disciplina. Galoparam por estreitas verbo na 2a pessoa do plural (vós), na linguagem corrente do
estradas e caminhos); sendo nomes próprios ou de parentesco Brasil, é de uso raro, não sendo poucos os exemplos literários
os termos modificados pelo adjunto, este vai para o plural (os em que o verbo com sujeito tu e ele aparece na 3a pessoa do
dedicados Pedro e Paulo; os estudiosos João e Maria). Se o plural.
adjunto adnominal está posposto a mais de um substantivo ou
pronome, pode concordar em gênero com o termo mais próximo
a que se refira, ou adotar a flexão masculina, se os termos Casos particulares (com um só sujeito). Havendo um só
modificados tiverem gêneros diferentes; e pode concordar em sujeito, ocorrem, entre outros, os seguintes casos particulares de
número com o termo mais próximo a que se refira, ou ir para o concordância verbal:
plural. Exemplos (a concordância mais rara está entre
parênteses):

Editora Decisão 38 Editora Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
1. Verbo no singular: a) Que são três dias? Quem és tu? (oração iniciada pelos
interrogativos que? e quem?;
a) Mais de um aluno não resolveu essa questão (sujeito =
mais de um + substantivo); b) Eram quatro horas (orações impessoais);
b) Qualquer de nós (ou de vós) se apresentará? (sujeito = c) Tudo (isto, isso, aquilo, o = aquilo, o resto, o mais) são
pronome interrogativo singular, seguido de de nós, de mentiras (sujeito um dos pronomes tudo, isto, isso, aquilo,
vós, dentre nós ou dentre vós); o = aquilo, ou expressão de sentido coletivo, como o
resto, o mais);
c) Algum (nenhum, qualquer) de nós (ou de vós) se
apresentará (sujeito = pronome indefinido singular, d) Minha vida são eles, os meus filhos (substantivo como
seguido de de nós, de vós, dentre nós, dentre vós). primeiro termo da oração; pronome pessoal como
segundo).

2. Verbo no plural:
7. Outros casos de concordância do verbo "ser":
a) Aproximaram-se cerca de vinte pessoas (sujeito =
cerca de + substantivo plural); a) Três semanas é pouco (sujeito = expressão numérica
considerada como um todo;
b) Ele era um dos que sabiam a resposta (sujeito = um
dos que, um daqueles que); b) da Vinci era muitos artistas num só gênio (sujeito nome
de pessoa singular; o verbo deixa de concordar com o
c) Quais (quantos) de vós sabeis a resposta? Quais
predicativo plural;
(quantos) de nós teremos tempo para isso? (sujeito =
quais? quantos? + de nós ou de vós; c) Ele era todo ouvidos (sujeito pronome pessoal; o verbo
deixa de concordar com o predicativo plural;
d) Alguns (muitos, vários, poucos, quaisquer) de nós
sabemos o que ocorreu. Quaisquer de vós sabeis (sujeito d) Nós é que decidimos partir (frases construídas com a
= indefinido plural + de nós, ou de vós); locução invariável de realce é que; o verbo concorda
normalmente com o sujeito).
e) Os Estados Unidos se empenharam na solução desse
problema (sujeito = nomes de lugar com forma plural,
precedidos de artigo);
Casos particulares (com sujeito composto). Com sujeito
f) As Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, são de composto, o verbo pode concordar com o sujeito mais próximo,
publicação póstuma (sujeito = títulos de obras com forma em casos como os que se seguem:
plural, com artigo);
(1) Imperava a violência, o crime, o desrespeito à pessoa
g) Deram (bateram, soaram) sete horas (verbos dar, humana (sujeitos pospostos);
bater, soar e sinônimos, empregados com referência às
(2) Minha casa, minha pátria é aqui (sujeitos sinônimos ou quase
horas do dia: concordam com o número que indica as
horas); sinônimos;

h) Disseram que você não viria (sujeito indeterminado, (3) Um grito, uma palavra, um olhar bastava (sujeito com
sem a partícula se). enumeração gradativa);
(4) Castigos, conselhos, nada o corrigia (sujeito resumido por um
pronome indefinido: nada, tudo, ninguém);
3. Verbo no singular ou no plural:
(5) Nem luz de vela, nem luz de lampião lhe iluminavam o
a) Parte (o grosso, o resto, a metade) dos espectadores quarto. Jamais um grito ou uma palavra áspera lhe saíram dos
protestaram ou protestou (a concordância no plural lábios (substantivos no singular ligados por nem ou ou, podendo
evidencia os elementos componentes do todo; o verbo no o fato expresso pelo verbo ser atribuído a todos os sujeitos);
singular realça o conjunto como unidade);
(6) Nem Pedro nem Antônio conseguirá eleger-se. Fui devagar,
b) João foi um dos competidores que mais se destacaram mas ou o pé ou o espelho traiu-me (composição do sujeito
ou que mais se destacou (o singular põe em realce o idêntica à anterior, só se podendo, todavia, atribuir o fato
sujeito dentro do grupo em relação ao qual está sendo expresso pelo verbo a um dos sujeitos);
referido).
(7) Ou eu ou ela iremos à festa. Nem eu nem ela iremos à festa
(sujeitos de pessoas gramaticais diferentes, ligados por ou ou
nem: o verbo concorda, no plural, com a pessoa que tiver
4. Sujeito pronome relativo "que":
precedência na ordem das pessoas gramaticais);
a) Sou eu que quero; (8) Um ou outro (um ou outro aluno) haverá de acertar. Nem um
b) Fomos nós os que resolvemos; nem outro (nem um nem outro aluno) haverá de acertar (sujeito
um ou outro, nem um nem outro, como pronomes substantivos
c) Sereis vós aqueles que tereis de resolver (o verbo ou como pronomes adjetivos: verbo no singular);
concorda em número e pessoa com o pronome pessoal
antecedente imediato ou mediato do relativo). (9) Um e outro são competentes (ou é competente) para isso
(locução um e outro: admite verbo no plural ou no singular;
(10) O menino com seu amigo brincavam à beira do lago. César,
5. Sujeito pronome relativo "quem": O verbo com sujeito com suas legiões, levou o inimigo de vencida (sujeitos unidos
pronome relativo "quem", vai para a 3a pessoa do singular (Sou pela partícula com: verbo no plural, quando não houver realce de
eu quem tem de resolver) ou concorda com o pronome pessoal nenhum dos sujeitos; no singular, quando o primeiro sujeito
sujeito da oração anterior (Sou eu quem tenho de resolver). estiver sendo realçado);
(11) Você, como eu, parece ter jeito para música. Você como eu
6. Verbo "ser" com o predicativo plural: temos jeito para música (sujeitos ligados pelas conjunções
comparativas como, assim como, bem como etc.; verbo no

Editora Decisão 39 Editora Decisão


LÍNGUA PORTUGUESA
singular, quando se quer dar destaque ao primeiro sujeito; no 1. Chegar/ ir – deve ser introduzido pela preposição a e não
plural, sem esse destaque). pela preposição em.
Ex.: Vou ao dentista./ Cheguei a Belo Horizonte.
Concordância figurada (silepse): Concordância que se faz 2. Morar/ residir – normalmente vêm introduzidos pela
com o sentido ou idéia que as palavras exprimem, não com sua preposição em.
forma gramatical. A silepse pode ser: Ex.: Ele mora em São Paulo./ Maria reside em Santa Catarina.
a) de número (Era uma gente [coletivo] difícil de lidar: 3. Namorar – não se usa com preposição.
não sabiam o que queriam. Vós [referindo-se a uma Ex.: Joana namora Antônio.
única pessoa] fostes injusto;
4. Obedecer/desobedecer – exigem a preposição a.
b) de gênero (Vossa Senhoria [referindo-se a pessoa do Ex.: As criaCRnças obedecem aos pais./ O aluno desobedeceu
sexo masculino] foi bem tratado?); ao professor.
c) de pessoa (Estávamos presentes [incluída a pessoa 5. Simpatizar/ antipatizar – exigem a preposição com.
que fala, ou 1a pessoa] uns dez Ex.: Simpatizo com Lúcio./ Antipatizo com meu professor de
interessados).©Encyclopédia Britannica do Brasil História.
Publicações Ltda.

Estes verbos não são pronominais, portanto, são considerados


7. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL construções erradas quando os mesmos aparecem
acompanhados de pronome oblíquo: Simpatizo-me com Lúcio./
Regência Nominal Antipatizo-me com meu professor de História.

Alguns nomes também exigem complementos preposicionados. 6. Preferir - este verbo exige dois complementos sendo que um
Conheça alguns: usa-se sem preposição e o outro com a preposição a.
Ex.: Prefiro dançar a fazer ginástica.
1- acessível a 34- digno de 67- natural de
2- acostumado a, 35- entendido em 68- necessário a Segundo a linguagem formal, é errado usar este verbo reforçado
com 36- equivalente a 69- negligente em pelas expressões ou palavras: antes, mais, muito mais, mil
3- adaptado a, para 37- erudito em 70- nocivo a vezes mais, etc.
4- afável com, para 38- escasso de 71- ojeriza a, por Ex.: Prefiro mil vezes dançar a fazer ginástica.
com 39- essencial para 72- paralelo a
5- aflito com, em, 40- estranho a 73- parco em, de
para, por 41- fácil de 74- passível de Verbos que apresentam mais de uma regência
6- agradável a 42- favorável a 75- perito em
7- alheio a, de 43- fiel a 76- permissivo a 1 – Aspirar
8- alienado a, de 44- firme em 77- perpendicular a a) no sentido de cheirar, sorver: usa-se sem preposição. Ex.:
9- alusão a 45- generoso com 78- pertinaz em Aspirou o ar puro da manhã.
10- amante de 46- grato a 79- possível de
11- análogo a 47- hábil em 80- possuído de b) no sentido de almejar, pretender: exige a preposição a. Ex.:
12- ansioso de, para, 48- habituado a 81- posterior a Esta era a vida a que aspirava.
por 49- horror a 82- preferível a
13- apto a, para 50- hostil a 83- prejudicial a 2 – Assistir
14- atento a, em 51- idêntico a 84- prestes a a) no sentido de prestar assistência, ajudar, socorrer: usa-se
15- aversão a, para, 52- impossível de 85- propenso a, sem preposição.
por 53- impróprio para para Ex.: O técnico assistia os jogadores novatos.
16- ávido de, por 54- imune a 86- propício a
17- benéfico a 55- incompatível 87- próximo a, de b) no sentido de ver, presenciar: exige a preposição a.
18- capaz de, para com 88- relacionado Ex.: Não assistimos ao show.
19- certo de 56- inconseqüente com
20- compatível com com 89- residente em c) no sentido de caber, pertencer: exige a preposição a.
21- compreensível a 57- indeciso em 90- responsável Ex.: Assiste ao homem tal direito.
22- comum a, de 58- independente por
23- constante em de, em 91- rico de, em d) no sentido de morar, residir: é intransitivo e exige a
24- contemporâneo 59- indiferente a 92- seguro de, em preposição em.
a, de 60- indigno de 93- semelhante a Ex.: Assistiu em Maceió por muito tempo.
25- contrário a 61- inerente a 94- sensível a
26- curioso de, para, 62- insaciável de 95- sito em 3 - Esquecer/lembrar
por 63- leal a 96- suspeito de a) Quando não forem pronominais: são usados sem
27- desatento a 64- lento em 97- útil a, para preposição.
28- descontente com 65- liberal com 98- versado em Ex.: Esqueci o nome dela.
29- desejoso de 66- medo a, de
30- desfavorável a b) Quando forem pronominais: são regidos pela preposição de.
31- devoto a, de Ex.: Lembrei-me do nome de todos.
32- diferente de
33- difícil de 4 – Visar
a) no sentido de mirar: usa-se sem preposição.
Ex.: Disparou o tiro visando o alvo.
Regência Verbal b) no sentido de dar visto: usa-se sem preposição.
Ex.: Visaram os documentos.
Editora Decisão 40 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA

c) no sentido de ter em vista, objetivar: é regido pela preposição Colocação


a.
Ex.: Viso a uma situação melhor. Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se,
nos, vos) costumam apresentar problemas de colocação, uma
5 – Querer vez que podem ocupar três posições:
a) no sentido de desejar: usa-se sem preposição.
Ex.: Quero viajar hoje. 1. antes do verbo (próclise ou pronome proclítico):

b) no sentido de estimar, ter afeto: usa-se com a preposição a. Nunca me revelaram os verdadeiros motivos.
Ex.: Quero muito aos meus amigos.

6 – Proceder 2. no meio do verbo (mesóclise ou pronome mesoclítico):


a) no sentido de ter fundamento: usa-se sem preposição.
Ex.: Suas queixas não procedem. Revelar-me-iam os verdadeiros motivos.

b) no sentido de originar-se, vir de algum lugar: exige a


preposição de. 3. depois do verbo (ênclise ou pronome enclítico):
Ex.: Muitos males da humanidade procedem da falta de
respeito ao próximo. Revelaram-me os verdadeiros motivos.

c) no sentido de dar início, executar: usa-se a preposição a.


Ex.: Os detetives procederam a uma investigação criteriosa. Convém lembrar que os pronomes oblíquos átonos nunca
podem vir no início da frase, embora na linguagem popular isso
7 - Pagar/ perdoar ocorra com freqüência. Assim, não são aceitas pelas norma culta
a) se tem por complemento palavra que denote coisa: não construções como:
exigem preposição.
Ex.: Ela pagou a conta do restaurante. Me convidaram para a festa.

b) se tem por complemento palavra que denote pessoa: são Nos revelaram os verdadeiros motivos.
regidos pela preposição a.
Ex.: Perdoou a todos, Devemos dizer:

8 – Informar Convidaram-me para a festa.


a) no sentido de comunicar, avisar, dar informação: admite duas
construções: Revelaram-no os verdadeiros motivos.

1) objeto direto de pessoa e indireto de coisa (regido pelas


preposições de ou sobre). Uso da Próclise: É obrigatória quando houver palavra que
Ex.: Informou todos do ocorrido. atraia o pronome para antes do verbo. As palavras que atraem o
pronome são as seguintes:

2) objeto indireto de pessoa ( regido pela preposição a) e direto a) palavras ou expressões negativas:
de coisa.
Ex.: Informou a todos o ocorrido. Nunca me informavam os verdadeiros motivos.

9 – Implicar
a) no sentido de causar, acarretar: usa-se sem preposição. b) advérbios:
Ex.: Esta decisão implicará sérias conseqüências.
Sempre me informavam os verdadeiros motivos.
b) no sentido de envolver, comprometer: usa-se com dois
complementos, um direto e um indireto com a preposição
em. Obs.: Se houver vírgula depois do advérbio, ele deixa de atrair o
Ex.: Implicou o negociante no crime. pronome.

c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição com. Aqui se trabalha.


Ex.: Implica com ela todo o tempo.
Aqui, trabalha-se.
10- Custar
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela
preposição a. c) pronomes indefinidos e pronomes demonstrativos neutros:
Ex.: Custou ao aluno entender o problema.
Alguém me informou os verdadeiros motivos.
b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de: usa-se
sem preposição. Isto me pertence.
Ex.: O carro custou-me todas as economias.

c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem d) conjunções subordinativas:
preposição.
Ex.: Imóveis custam caro. Embora me informassem os verdadeiros motivos, não
acreditei.

8. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
Editora Decisão 41 Editora Decisão
LÍNGUA PORTUGUESA
e) pronomes relativos:

A pessoa que me informou os verdadeiros motivos não b) com o verbo no imperativo afirmativo:
compareceu.
Alunos, comportem-se

Obs.: Se houver duas palavras atraindo um mesmo pronome,


pode-se colocar o pronome oblíquo entre as duas palavras c) com o verbo no gerúndio:
atrativas.
Saiu, deixando-nos por instantes.
É difícil entender quando se não ama.

Obs.: Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra


Ou, como é mais freqüente: atrativa, ocorrerá próclise. Em se tratando de cinema, prefiro as
comédias.
É difícil entender quando não se ama.
Saiu da sala, não nos revelando os motivos

A palavra que atrai o pronome, mesmo que venha subentendida.


d) com o verbo no infinitivo impessoal:
Desejo me compreendam. (Desejo que me
compreendam.) Era necessário ajudar-te.

A próclise é obrigatória também nas orações: Obs.: Se o infinitivo impessoal vier precedido de palavra
negativa, é indiferente o uso da ênclise ou da próclise.
a) interrogativas diretas:
Era necessário não te ajudar.
Quem nos revelou os verdadeiros motivos?
Era necessário não ajudar-te.

b) exclamativas:
Se o infinitivo impessoal vier precedido de preposição, é
Quanto nos custou tal procedimentos! indiferente o uso da ênclise ou da próclise.

Estou apto a te ajudar.


c) optativas (orações que exprimem um desejo):
Estou apto a ajudar-te.
Deus te abençoe.

Com o infinitivo pessoal precedido de preposição ocorre próclise.


Uso da Mesóclise:
Foram censurados por se comportarem mal.
A mesóclise é obrigatória com o verbo no futuro do presente ou
no futuro do pretérito. Desde que não haja antes palavra atrativa.
Colocação dos Pronomes nas Locuções Verbais
Convidar-me-ão para a cerimonia.
a) Locução verbal com verbo principal no particípio. Nas
Convidar-me-iam para a cerimônia. locuções verbais cujo verbo principal é um particípio, o pronome
deve ficar depois do verbo auxiliar. Se houver palavra atrativa,
deverá ficar antes do verbo auxiliar.
No caso de haver uma palavra atrativa, a próclise será
obrigatória. Havia-lhe contado a verdade.

Não me convidarão para a cerimônia. Não lhe havia contado a verdade.

Nunca me convidariam para a cerimônia. Obs.: Se o auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do
pretérito, ocorrerá a mesóclise, desde que não haja atração.

Obs.: É sempre errado o uso do pronome oblíquo depois de Ter-me-iam falado a verdade, se a soubessem.
verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

Veja que é sempre errada a colocação do pronome depois de


Uso da Ênclise: um particípio.

A ênclise é obrigatória:
b) Locução verbal com o verbo principal no infinitivo ou no
a) com o verbo no início da frase: gerúndio. Se não houver palavra atrativa, coloca-se o pronome
oblíquo depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal.
Entregaram-me as mercadorias.
Quero-lhe dizer a verdade. OU Quero dizer-lhe a
Obs.: Lembre-se de que é sempre errado o pronome oblíquo verdade.
átono no início da frase.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Ia-lhe dizendo a verdade. OU Ia dizendo-lhe a verdade. Ex.:Farei para o jantar uma bacalhoada (à moda de
Portugal) à portuguesa.
Caso haja palavra atrativa, coloca-se pronome antes do verbo
auxiliar ou depois do verbo principal.
Emprego Facultativo da Crase
Não lhe quero dizer a verdade. OU Não quero dizer-lhe
a verdade. 1) Diante de pronomes possessivos femininos.
Vou a sua casa./ Vou à sua casa.
Não lhe ia dizendo a verdade. OU Não ia dizendo-lhe a
verdade. 2) Diante de nomes próprios femininos.
Não me referia a Eliana./ Não me referia à Eliana.

9. CRASE 3) Depois da preposição até.


Foi até a porta./ Foi até à porta.
Casos em que Nunca ocorre a Crase
Crase
1) Diante de palavras masculinas.
Crase é a fusão da preposição a com o artigo a ou com o a
inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, Ex.:Saiu a cavalo e sofreu uma queda.
aquilo...etc. Na escrita é indicada por meio do acento grave ( `
).Para que ela ocorra, é necessário que haja: 2) Diante de verbos.
a) um termo regente que exija a preposição a; Ex.:Ele está apto a concorrer ao cargo.
b) um termo regido que seja modificado pelo artigo a ou
por um dos pronomes demonstrativos de 3.ª pessoa 3) Diante de nome de cidade (topônimo) que repudie o artigo.
mencionados acima.
Ex.:Turistas vão freqüentemente a Tiradentes.
Regra Geral
DICAS: Descubra se o nome da cidade aceita artigo: use o
A crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a preposição verbo VOLTAR . Se houver contração de preposição e artigo,
a e o termo posterior admitir o artigo a ou as. existirá crase.
Vou a a praia.= Vou à praia. Ex.: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha.
Voltei de Tiradentes./ Fui a Tiradentes.
Para se certificar, substitua o termo feminino por um masculino,
se a contração ao for necessária, a crase será necessária. Se o nome da cidade estiver determinado, a crase será
obrigatória.
Ex.: Vou à praia./ Vou ao clube.
Ex.: Fui à histórica Tiradentes.
Emprego Obrigatório da Crase
4) Em expressões formadas por palavras repetidas ( uma a uma,
Sempre ocorrerá crase: frente a frente, etc.)
1) Nos casos em que a regra geral puder ser aplicada. Ex.: Olhamo-nos cara a cara.
Ex.: Dirigiu-se à professora.
5) Quando o a estiver no singular diante de uma palavra no
plural.
2) Nas locuções conjuntivas, adverbiais e prepositivas
(formadas por a + palavra feminina). Ex.: Como posso resistir a pessoas tão encantadoras?
- À medida que passa tempo a violência aumenta.
6) Diante do artigo indefinido uma.
- O povo brasileiro vive à mercê de políticos muitas das
vezes corruptos. Ex.: Isto me levou a uma decisão drástica.
- Gosto muito de sair à noite.
7) Diante de Nossa Senhora e de nomes de santos.
3) Na indicação do número de horas, quando ao trocar o Ex.: Entregarei a Nossa Senhora da Conceição minha
número de horas pela palavra meio-dia, obtivermos a oferenda.
expressão ao meio-dia.

- Retornou às oito horas em ponto./( Retornou ao meio-dia 8) Diante da palavra terra, quando esta significar terra firme,
em ponto.) tomada em oposição a mar ou ar.

Ex.: Os pilotos já voltaram a terra.


4) Nas expressões à moda de, à maneira de mesmo quando
essas estiverem implícitas.

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LÍNGUA PORTUGUESA

9) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) quando 2. Analise, com atenção, as afirmações abaixo:
esta não estiver determinada por adjunto adnominal. Os jovens das camadas sociais mais favorecidas
I – costumam ser mais altos do que seus pais e avós
Ex.: Não voltarei a casa esta semana. II – têm padrões de alimentação e saúde iguais aos do
Primeiro Mundo
Caso a palavra casa venha determinada por adjunto adnominal, III – são mais obesos do que os jovens das camadas mais
ocorrerá a crase. pobres
A(s) afirmação (ões) correta(s) é (são):
Ex.: Não voltarei à casa de meus pais esta semana. a) I
b) II
III
10) Diante de pronomes que não admitem artigo: relativos, c) I e II
indefinidos, pessoais, tratamento e demonstrativos. d) I, II e III

Ex.: Dei a ela oportunidade de se redimir./ Solicito a 3. Analise, com atenção, as afirmações abaixo:
V.Sª a confirmação do pedido./ Convidei a várias Hoje, no Brasil:
pessoas para a reunião. I – o número de desnutridos é maior do que o número de
obesos
II – aumentou a miscigenação entre raças
11) Diante de numerais cardinais quando estes se referem a III – os jovens têm arcada dentária menor do que os dos
substantivos não determinados pelo artigo.Ex.: Daqui a duas jovens de 15 anos atrás
semanas retornarei ao trabalho. IV – os jovens têm pés e mãos menores do que os dos
jovens de 15 anos atrás
As afirmações corretas são:
Crase da Preposição “A” com s Pronomes Demonstrativos a) I e II
b) II e III
Preposição a + pronomes = à, àquilo, àquele(s), àquela (s) c) III e IV
d) I, II e III
Ex.: Assistimos àquela peça teatral. e) I, II, III e IV

A crase da preposição a com o pronome demonstrativo a 4. Ainda segundo o texto, as mutações estão acontecendo:
ocorrerá sempre antes do pronome relativo que (à que) ou da a) somente no corpo dos adolescentes
preposição de (à de). b) também na formação do rosto
c) somente nos adultos
Ex.: Esta não é a pessoa à que me referia. d) nas pessoas que estão gerando filhos
e) nos recém nascidos

5. Nesse texto é utilizado o discurso:


TESTES a) direto
b) indireto
c) direto e indireto
O texto abaixo é base para as questões de 1 a 5.
d) formal
e) metalingüístico
Geração Mutante
(Revista Veja, 17 de julho de 1996)
6. Indique o único item que serve como argumento
favorável à defesa da legalização da pena de morte no
O brasileiro está mudando a olhos vistos. Em quinze anos, a
Brasil:
estatura média da população do Brasil aumentou 4
a) A incapacidade de um ser humano julgar o outro com a
centímetros – 2,5 centímetros acima do esperado pelos
isenção de ânimo.
especialistas em crescimento. Ao menos nas camadas
b) O sistema carcerário encontra-se privado das condições
sociais mais favorecidas, os adolescentes de hoje parecem
necessárias capazes de promover a reabilitação para a plena
gigantes desengonçados perto de seus avós e mesmo dos
convivência social.
pais, quase sempre mais baixos. Esses jovens, com padrões
c) A irreparabilidade do erro jurídico.
de alimentação e saúde iguais aos do Primeiro Mundo, estão
d) O sensacionalismo da mídia ao expor o sentimento dos
crescendo mais do que a média dos brasileiros, que já é
familiares e amigos do réu diante da consumação da pena.
elevadíssima. Os pés e as mãos, maiores a cada geração,
e) Os estados americanos que legalizaram a pena de morte
acompanham essa tendência. Também estamos
apresentaram um recrudescimento no número de crimes
engordando: o número de obesos é o dobro do total de
violentos.
desnutridos no país. As mudanças não se limitam ao corpo.
O rosto está mais afilado, pois o tamanho da arcada dentária
7. Leia o seguinte texto adaptado de "A Folha de São
diminuiu. Sem espaço para a acomodação de todos os
Paulo" de 24/04/94:
dentes, o aparelho ortodôntico virou ferramenta necessária
"A arte brasileira dos anos 60 começa com um movi-mento
na boca de Jovens e adultos. A metamorfose se completa
aparentemente conservador, a volta à figura depois do
com a mudança do perfil racial na segunda metade deste
domínio dos abstratos na década de 50. Mas estava ali a
século, devido à miscigenação e ao conseqüente aumento
senha para uma revolução. A pop arte não incorpora só os
da população de pele escura.
símbolos do consumo, tira-dos das propagandas, dos
quadrinhos e das placas de trânsito. Tenta incorporar os
1. O artigo afirma que, em quinze anos:
objetos do mundo. E o mundo não se reduz a quadros,
a) os brasileiros, em média, estão 4 centímetros mais altos
esculturas e gravuras – suporte tradicional da arte."
b) os brasileiros, em média, estão 2,5 centímetros mais altos
Interprete com F (Falsa) ou V (Verdadeira) as seguintes afir-
c) cada brasileiro cresceu 4 centímetros
mações a respeito do texto. A seguir, assina a alternativa
d) cada brasileiro cresceu 2,5 centímetros
que contém a seqüência correta:
e) os brasileiros só crescem até 4 centímetros
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( ) A pop arte dos anos 60 rompeu com o suporte d) Dois meses depois que o governo federal liberou os preços
tradicional da arte. das mensalidades escolares, a Justiça de São Paulo decidiu que
( ) Os abstratos da década de 50 cederam lugar às figuras os reajustes voltam a ser controlados, não podendo exceder os
na década de 60. índices mensais de inflação.
( ) Os anos 60 revelaram-se conservadores em relação à e) O Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro realizou
arte dos anos 50. levantamento segundo o qual esta é a escola que melhor
1. VVV remunera os professores.
2. VVF
3. VFF 11.Quem .......... seu amigo, jamais ..........., mas sim lhe dá
4. FVV bons ...........
5. FVF a) preza, o dilata, conselhos
b) preza, o delata, conselhos
8. Leia com atenção o segmento abaixo para respon-der á c) presa, delata-o, conselhos
questão: d) preza, dilata-o, conselhos
"As relações dos cidadãos com os dirigentes se pau-taram, e) presa, o dilata, concelhos
ao longo dos séculos, pelo assistencialismo e a
subserviência. Os indivíduos nunca participaram de nada. E 12.Eles ................. ajudar e ............... as ................... no
isso faz com que nosso espírito de mobi-lização seja arquivo.
mínimo e o de organização, caótico. Mais difícil mesmo que a) quiseram, puzeram, fixas.
reunir as pessoas é conseguir or-denar, sistematizar a sua b) quizeram, puseram, fixas.
participação. A verborragia dissipa a capacidade de ação. E c) quiseram, puzeram, fichas.
é crítica a nossa ca-pacidade crítica; não fomos formados d) quiseram, puseram, fichas.
para a análise desapaixonada de fatos ou situações; por e) quizeram, puseram, fichas.
isso mês-mo, nossas opiniões são tão fluidas e nossas
posi-ções, tão personalistas." Marque o item que não com- 13. Assinale a alternativa em que todas as palavras são
pleta corretamente a sentença abaixo, de acordo com o que escritas com “g”:
se depreende do trecho lido: a) _ibóia, _eca, pa_em;
A dificuldade de arregimentação e de organização b) ferru_em, estran_eiro, verti_inoso;
participativa dos cidadões deve-se ao fato de: c) ma_estade, _lo, vare_ista;
a) nas reuniões, as pessoas falarem coisas sem relevância para d) _irau, pa_é, ri_eza;
o que se está discutindo e) _enipapo, _erico, tra_etória.
b) ao longo dos séculos, o povo ter sido excluído das decisões
dos dirigentes 14. Assinale a alternativa onde não ocorre erro de grafia:
c) no momento da ação, à vontade dos indivíduos sobrepor-se a) pobreza, através, fertilisar, maisena;
o interesse coletivo b) taxa, indigesto, paisano, enchoval;
d) historicamente, a classe dirigente ter-se colocado como c) defesa, obesidade, profetizar, anestesia;
provedora dos seus subordinados d) expatriar, babaçu, camursa;
e) a eles, faltar a capacidade de análise crítica e objetiva e) n.d.a.

9. Indique o único segmento que serve como argumento 15. “Uma _____deliciosa tomou conta dos que se apertavam
contrário à defesa da manutenção do ensino superior de encontro às cordas, em toda a _____do percurso”.
gratuito no Brasil: a) espectativa, espectadores, extensão;
a) Há um princípio de justiça social segundo o qual o b) espectativa, expectadores, extenção;
pagamento por bens e serviços deve ser feito desigualmente c) expectativa, expectadores, extenção;
conforme as desigualdades de ganho. d) expectativa, espectadores, extensão;
b) A Europa considera investimento a formação de quadros de e) expectativa, expectadores, extensão.
nível superior.
c) Nos EUA, a maior parte do orçamento das melhores 16. Assinale a alternativa em que há uma palavra escrita
universidades é composta por doações, convênios com incorretamente:
empresas ou órgãos federais, fundos privados, cursos de a) quisermos, marquesa, surgir;
atualização profissional. b) sujeito, mochila, chícara;
d) Nos EUA, o montante arrecadado pelas universidades de c) flecha, granjeiro, exceção;
seus estudantes, a título de taxas escolares, não chega ao d) ojeriza, perquisar, girassol;
percentual de 20% de seu orçamento global. e) n.d.a.
e) No Brasil, país com renda per capita de aproximadamente
US$ 2 mil, uma raxa escolar de US$ 13 mil/ano por aluno, 17. Escreve-se com CH a palavra:
conforma estimativa do Banco Mundial, é quantia astronômica. a) _inqar;
b) pu_ar;
10. "Um dos mais respeitados colégios particulares da c) en_oval;
cidade do Rio de Janeiro está fechando as portas por causa d) me_er;
da briga crônica entre pais de alunos e donos de escolas em e) en_ente.
torno das mensalidades esco-lares"
Assinale a alternativa que contém uma conseqüência do 18. Marque a alternativa em que estão grafados
fato relatado: corretamente os substantivos derivados de: limpo,
a) Duas escolas se prontificaram a admitir os alunos da escola defender, barão, surdo.
extinta. Uma delas está contratando boa parte de seu corpo a) limpeza, defeza, baroneza, surdeza
docente. b) limpeza, defesa, baronesa, surdez
b) A interferência do governo na fixação dos índices de reajuste c) limpesa, defeza, baronesa, surdesa
das mensalidades escolares é conseqüência do "lobby" bem d) limpeza, defeza, baronesa, surdez
sucedido dos proprietários de escolas privadas junto ao MEC. e) limpeza, defesa, baroneza, surdez
c) O triste desfecho desse fato emblemático da situação da
educação brasileira. 19. Indique a alternativa em que todas as palavras seriam
completadas com a mesma letra:
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a) bu_ina, bu_linar, ca_ar;
b) fu_ilar, a_ilar, ga_olina; 28.É objeto indireto:
c) introdu_ir, reali_ar, desli_ar; a) Fomos e voltamos a cavalo.
d) ca_ebre, anali_ar, gentile_a; b) Precisamos de auxílio
e) n.d.a. c) Leitura é útil a todos.
d) Vivemos para aprender
20. Em que alternativa usaríamos somente “X”? e) Aprendemos através do estudo.
a) _ícara, pi_e, be_iga;
b) en_endo, en_erto, _epa; 29.Vende tudo, Henrique! Os termos grifados são,
c) ta_ativo, sinta_e, bro_e; respectivamente:
d) bre_a, ni_o, en_ova; a) complemento verbal e sujeito
e) n.d.a. b) adjunto adverbial e vocativo
c) adjunto adverbial e sujeito
21. Na oração “A partir daquele dia, começaram a maltratá-lo d) complemento verbal e vocativo
na escola”, o sujeito é: e) complemento verbal e aposto
a) naquele dia
b) oculto – “eles” 30.O rapaz de emocionou e todos o respeitaram. A palavra
c) na escola destacada é:
d) indeterminado a) pronome pessoal: sujeito
e) posposto b) artigo: objeto direto
c) artigo: adjunto adnominal
22. Em qual das orações abaixo o sujeito é inexis-tente? d) pronome pessoal: objeto indireto
a) Tristonha, escondia o rosto com as mãos. e) pronome pessoal: objeto direto
b) Durante o dia, caminhamos sob um sol terrível.
c) Nesta terra faz muito frio. 31. Eu fui para casa, eles não.
d) Precisa-se de operários nesta obra. 1. Período com duas orações
e) Ela estava logo ali na esquina. 2. Eu e Ele são pronomes
3. Para é preposição
23. Em: “Um peixe resvalou à flor da água; do céu baixou a) apenas a primeira alternativa é correta
um raio de sol”. Os termos grifados são: b) apenas a segunda alternativa é correta
a) adjunto adnominal – adjunto adnominal c) apenas a terceira alternativa é correta
b) adjunto adverbial – adjunto adnominal d) todas são corretas
c) objeto indireto – objeto direto e) apenas a primeira é incorreta
d) adjunto adverbial – objeto indireto
e) objeto direto – adjunto adnominal 32. Sou favorável a que você não desista da luta. Essa
oração é uma oração:
24. Em “O Brasil foi descoberto pelos portugueses”, o termo a)coordenada sindética
grifado é: b)subordinada adjetiva explicativa
a) adjunto adverbial de modo c)a principal do período
b) sujeito d)subordinada substantiva completiva nominal
c) objeto indireto e)subordinada adverbial concessiva
d) agente da passiva
e) aposto 33. À medida em que o tempo passa, as nossas ilusões
desaparecem. Essa oração é:
25. Considere os termos grifados nas frases: a)subordinada adverbial proporcional
1. O ar campestre é muito saudável. b)oração principal
2. Ela anda meio triste ultimamente. c)subordinada adverbial concessiva
3. Brevemente chegará o carnaval. d)coordenada assindética
Pela ordem, eles se classificam como: e)subordinada substantiva
a) adjunto adnominal – predicativo do sujeito – sujeito
b) predicativo do sujeito – adjunto adverbial de modo – sujeito 34. Assinale a alternativa que contém um período formado
c) adjunto adnominal – adjunto adverbial de modo – objeto direto por três orações:
d) predicativo do sujeito – predicativo do objeto – objeto direto a)Dona Glória prometera a Deus que Bentinho seria padre.
e) adjunto adverbial – complemento nominal – predicativo do b)Depois de formado, Bentinho casa-se com Capitu.
sujeito c)O livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração
cadavérica.
26. No verso: "Ouviram do Ipiranga as margens plácidas", o d)Nas noites de verão, ou todas as noites, o pai abandona a
sujeito é: mesa.
a) Ipiranga e)Poucos são os livros didáticos favoráveis aos investimentos.
b) Inexistente
c) As margens plácidas 35. No período: Se ele foi aprovado, não sei. A oração "Se
d) Oculto ele foi aprovado" é:
e) Indeterminado a)principal
b)coordenada assindética
27.Os velhos lembraram-se do passado, os moços c)subordinada substantiva subjetiva
aproveitaram o presente, ninguém cuidou do futuro. Os d)subordinada substantiva objetiva direta
termos grifados no período acima exercem a função e)subordinada adverbial causal
sintática, respectivamente de:
a) sujeito e objeto direto 36. No período: "São tais as injustiças econômicas, que
b) adjunto adnominal e objeto indireto suas conseqüências se refletem nas transações
c) objeto direto e objeto direto especulativas", há uma oração subordinada:
d) predicativo do sujeito e sujeito a)adjetiva restritiva
e) adjunto adverbial e sujeito b)adverbial condicional
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LÍNGUA PORTUGUESA
c)adverbial causal 45. Assinale a alternativa correta:
d)adverbial consecutiva a) Seria vinte e sete de março, quando a esquadra partiu da
e)objetiva direta Europa.
b) Há muito tempo: poderiam fazer uns vinte anos.
37. Há oração subordinada substantiva subjetiva no período: c) Há de existir alguns moços corajosos para isso.
a) Decidiu-se que a microinformática seria implantada naquele d) Há de haver algumas coisas que mereçam atenção.
Município.
b) Um sistema tributário obsoleto não permite que haja 46. Assinale a alternativa em que a concordância está
conscientização dos contribuintes. errada:
c)A prefeitura necessitava de que os computadores fossem a) A gramática francesa e a língua inglesa é ensinada nesta
instalados com urgência. escola.
d)Ninguém tem dúvida de que a microinformática racionaliza o b) Os Alpes é a maior cordilheira da Europa.
sistema tributário. c) Eu mesmo irei buscar o livro, disse a moça.
e)Alguns prefeitos temiam que a utilização do computador d) Admiramos as magníficas selvas e rios brasileiros.
gerassem emprego.
47. Os .................. anunciaram que as relações ................
38. Só compramos frutas que estão maduras. A oração estavam ....................
grifada é: a) alto-falantes – luso-brasileiras – melhor
a)a principal do período b) altos-falantes – lusos-brasileiros – melhor
b)subordinada adjetiva restritiva c) altos-falantes – lusas-brasileiras – melhores
c)subordinada adverbial temporal d) alto-falantes – luso-brasileiras – melhores
d)subordinada substantiva objetiva direta
e)coordenada sindética 48.Indique a alternativa correta:
a) Filmes, novelas, boas conversas, nada o tiravam da apatia.
39. Preparem-se bem: logo terão sucesso. A oração b) A pátria não é ninguém: são todos.
destacada é: c) Se não vier as chuvas, como faremos?
a) coordenada assindética d) É precaríssima as condições do prédio.
b)coordenada sindética adversativa
c)coordenada sindética conclusiva 49.Assinale a alternativa correta:
d)subordinada adverbial temporal a) Mais de um avião caíram no mar.
e)subordinada adverbial condicional b) A geada foi uma das coisas que destruíram a lavoura.
c) É vedada entrada de estranhos.
40. Assinale a alternativa que contém a classificação do d) Fazem três anos que me preparo para o vestibular.
seguinte período:
A Lei Afonso Arinos é a única norma legal que proíbe a 50.Aponte a alternativa correta:
discriminação racial no país. a) Considerou perigoso o argumento e a decisão.
a) principal e subordinada adjetiva b) É um relógio que torna inesquecível todas as horas.
b) coordenadas assindética e sindética c) Já faziam meses que ele não a via.
c) subordinada adjetiva e adverbial d) Os atentados que houveram deixaram perplexa a po-pulação.
d) principal e subordinada adverbial
e) principal e subordinada substantiva
GABARITO
41. Assinale a alternativa incorreta quanto à com-cordância
verbal:
1. A 11. B 21. D 31. E 41. A
a) As crianças parecem gostarem do filme.
2. D 12. D 22. C 32. D 42. D
b) Já tinha havido muitas brigas na família.
c) Dava dez horas o relógio da sala. 3. B 13. B 23. B 33. A 43. C
d) Já tinha feito dois anos que ele não ia lá. 4. B 14. C 24. D 34. C 44. B
5. B 15. D 25. A 35. D 45. D
42. Assinale a alternativa que completa corretamente a 6. B 16. B 26. C 36. D 46. A
frase: 7. B 17. E 27. A 37. A 47. D
“Não se ________ mais esses móveis. Antigamente 8. E 18. B 28. B 38. B 48. B
________ muitas fábricas que os ____________. “ 9. A 19. C 29. D 39. C 49. A
a) encontram – haviam – fabricava 10. A 20. B 30. E 40. A 50. A
b) encontra – havia – fabricavam
c) encontram – havia – fabricava
d) encontram – havia – fabricavam

43. Igual à anterior: ANOTAÇÕES


“Já ________ dez anos que ele morreu. Nunca mais ______ __________________________________________
pessoas com sensibilidade como a dele.”
a) vai fazer – vão haver __________________________________________
b) vão fazer – vão existir
c) vai fazer – vão existir __________________________________________
d) vão fazerem – vai haver
__________________________________________
44. Indique a alternativa correta quanto à concor-dância: __________________________________________
a) Comumente se vê ruas bem floridas.
b) Com os novos computadores, obtêm-se resultados __________________________________________
excelentes.
c) Quais dentre vós fará esse trabalho? __________________________________________
d) Nunca tantos devera a tão poucos.
__________________________________________
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MATEMÁTICA
1. RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA,
ENVOLVENDO: ADIÇÃO, SUBTRAÇÃO, MULTI- Na multiplicação de números racionais, devemos multiplicar
numerador por numerador, e denominador por denominador,
PLICAÇÃO, DIVISÃO, POTENCIAÇÃO OU RADI- assim como é mostrado nos exemplos abaixo:
CIAÇÃO COM NÚMEROS RACIONAIS, NAS SU-
AS REPRESENTAÇÕES FRACIONÁRIA OU
DECIMAL

Conjunto dos Números Racionais

O conjunto dos números racionais é representado pela letra Q


maiúscula.

Q = {x = , com a Z e b Z*}

Na divisão de números racionais, devemos multiplicar a primeira


Outros subconjuntos de Q: fração pelo inverso da segunda, como é mostrado no exemplo
abaixo:
Além de N e Z, existem outros subconjuntos de Q.

É o conjunto dos números racionais


Q*
diferentes de zero.
É o conjunto dos números racionais
Q+
positivos e o zero.
É o conjunto dos números racionais
Q-
negativos e o zero.
É o conjunto dos números racionais
Q*+
positivos.
É o conjunto dos números racionais
Q*-
negativos. Potenciação e radiciação

Representação Geométrica Na potenciação, quando elevamos um número racional a um


determinado expoente, estamos elevando o numerador e o
denominador a esse expoente, conforme os exemplos abaixo:

Operações com Números Racionais

Adição e Subtração

Para simplificar a escrita, transformamos a adição e subtração


em somas algébricas. Eliminamos os parenteses e escrevemos
os números um ao lado do outro, da mesma forma como
fazemos com os números inteiros.

Exemplo 1: Qual é a soma:


Na radiciação, quando aplicamos a raiz quadrada a um número
racional, estamos aplicando essa raiz ao numerador e ao
denominador, conforme o exemplo abaixo:

Exemplo 2: Calcule o valor da expressão

Números Decimais

A figura nos mostra um paralelepípedo com suas princi-pais


dimensões em centímetros.

Multiplicação e divisão
Editora Decisão 1 Editora Decisão
MATEMÁTICA
Números
Fração Decimal =
Decimais

= 0,5

= 0,05

= 0,005

= 0,0005

Essas dimensões são apresentadas sob a forma de notação


decimal, que corresponde a uma outra forma de representação
dos números racionais fracionários. A representação dos Números
Fração Decimal =
números fracionária já era conhecida há quase 3.000 anos, Decimais
enquanto a forma decimal surgiu no século XVI com o
matemático francês François Viète. O uso dos números decimais = 11,7
é bem superior ao dos números fracionários. Observe que nos
computadores e nas máquinas calculadoras utilizamos
unicamente a forma decimal. = 1,17

Frações Decimais
= 0,117
Observe as frações:

= 0,0117

Os números 0,1, 0,01, 0,001; 11,7, por exemplo, são números


decimais. Nessa representação, verificamos que a vírgula
separa a parte inteira da parte decimal.

Os denominadores são potências de 10.

Assim: Denominam-se frações decimais, todas as frações que


apresentam potências de 10 no denominador.

Números Decimais

O francês Viète (1540 - 1603) desenvolveu um método para


escrever as frações decimais; no lugar de frações, Viète
escreveria números com vírgula. Esse método, modernizado, é
utilizado até hoje. Observe no quando a representação de
frações decimais através de números decimais:

Números Leitura
Fração Decimal =
Decimais
Lemos a parte inteira, seguida da parte decimal, acompanhada
das palavras:
= 0,1
Décimos: quando houver uma casa decimal;

= 0,01 Centésimos: quando houver duas casas decimais;

Milésimos: quando houver três casas decimais;


= 0,001
Décimos Milésimos: quando houver quatro casas
decimais;
= 0,0001 Centésimos Milésimos: quando houver cinco casas
decimais e, assim sucessivamente.

Exemplos:
Editora Decisão 2 Editora Decisão
MATEMÁTICA
A prática das diferentes maneiras de decompor um número é um
1,2: um inteiro e dois décimos; óptimo exercício para desenvolver o cálculo mental e os
professores utilizam essas técnicas com alguma frequência.
2,34: dois inteiros e trinta e quatro centésimos Qualquer número inteiro pode ser decomposto de acordo com as
suas ordens: unidades, dezenas, centenas. Mas também se
sabe, embora ainda não tenha sido demonstrado, que qualquer
Quando a parte inteira do número decimal é zero, lemos apenas número par maior que 4 é a soma de pelo menos dois números
a parte decimal. primos

Exemplos: Exemplo: 28 = 17 + 11 ou 28 = 23 + 5

0,1: um décimo;
Todo número natural, maior que 1, pode ser decomposto num
0,79: setenta e nove centésimos produto de dois ou mais fatores. Decomposição do número 24
num produto:

Observação: 24 = 4 x 6

1. Existem outras formas de efetuar a leitura de um número 24 = 2 x 2 x 6


decimal. Observe a leitura do número 5,53:
3
24 = 2 x 2 x 2 x 3 = 2 x 3
Leitura Convencional: cinco inteiros e cinquenta e três
centésimos;
No produto 2 x 2 x 2 x 3 todos os fatores são primos. Chamamos
de fatoração de 24 a decomposição de 24 num produto de
3
Outras Formas: fatores primos. Então a fatoração de 24 é 2 x 3.

- quinhentos e cinquenta e três centésimos;


Regra Prática para a Fatoração
- cinco inteiros, cinco décimos e três centésimos.
Existe um dispositivo prático para fatorar um número.
Acompanhe, no exemplo, os passos para montar esse
2. Todo números natural pode ser escrito na forma deci-mal, dispositivo:
bastando colocar a vírgula após o último algarismo e acrescentar
zero(s). 1. Dividimos o número pelo seu menor divisor primo;

Exemplos: 2. a seguir, dividimos o quociente obtido pelo menor


divisor primo desse quociente e assim sucessivamente
4 = 4,0 = 4,00 até obter o quociente 1.

75 = 75,0 = 75,00
Exemplo:

Composição e Decomposição A figura abaixo mostra a fatoração do número 630

A decomposição de números em somas é uma das primeiras


capacidades/competências da Matemática que os alunos
desenvolvem na escola. Começam por apren-der a decompor
números até 10. Curiosamente, se tem-tarmos a decomposição
dos números em somas a partir de 1 encontraremos uma
regularidade interes-sante. Por exemplo, o número 5 pode
obter-se através de um conjunto significativo de maneiras
diferentes:

5=1+1+1+1+1

5=2+2+1
Então 630 = 2 x 3 x 3 x 5 x 7.
5=3+1+1
2
630 = 2 x 3 x 5 x 7.
5=3+2

5=4+1
2. MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM

Há outros tipos de decomposição de números. Aliás, o teorema Mínimo Múltiplo Comum


fundamental da aritmética afirma que qualquer número natural
maior que 1 e não primo pode decompor-se num produto de Dois ou mais números sempre têm múltiplos comuns a eles.
números primos. Vamos achar os múltiplos comuns de 4 e 6:
3
Exemplo: 45 = 3 x 3 x 5 ou 56 = 2 x 7 Múltiplos de 6: 0, 6, 12, 18, 24, 30,...

Múltiplos de 4: 0, 4, 8, 12, 16, 20, 24,...


Editora Decisão 3 Editora Decisão
MATEMÁTICA

Múltiplos comuns de 4 e 6: 0, 12, 24,...

Dentre estes múltiplos, diferentes de zero, 12 é o menor deles.


Chamamos o 12 de mínimo múltiplo comum de 4 e 6. O menor
múltiplo comum de dois ou mais números, diferente de zero, é
chamado de mínimo múltiplo comum desses números. Usamos
a abreviação m.m.c.
m.m.c.(3,6,30) = 2 x 3 x 5 = 30
Cálculo do M.M.C.
Dados dois ou mais números, se um deles é múltiplo de todos os
Podemos calcular o m.m.c. de dois ou mais números utilizando a outros, então ele é o m.m.c. dos números dados. Considerando
fatoração. Acompanhe o cálculo do m.m.c. de 12 e 30: os números 4 e 15, ques são primos entre si. O m.m.c.(4,15) é
igual a 60, que é o produto de 4 por 15. Observe:
1. decompomos os números em fatores primos

2. o m.m.c. é o produto dos fatores primos comuns e não-


comuns:

12 = 2 x 2 x 3

30 = 2 x 3 x 5

m.m.c (12,30) = 2 x 2 x 3 x 5

m.m.c.(4,15) = 2 x 2 x 3 x 5 = 60
Escrevendo a fatoração dos números na forma de potência,
temos: Dados dois números primos entre si, o m.m.c. deles é o
produto desses números.
2
12 = 2 x 3

30 = 2 x 3 x 5 3. PORCENTAGEM
2
m.m.c (12,30) = 2 x 3 x 5 É frequente o uso de expressões que refletem acréscimos ou
reduções em preços, números ou quantidades, sempre tomando
por base 100 unidades. Alguns exemplos:
O m.m.c. de dois ou mais números, quando fatorados, é o
produto dos fatores. comuns e não-comuns a eles, cada um - A gasolina teve um aumento de 15%
elevado ao maior expoente. Significa que em cada R$100 houve um acréscimo de
R$15,00
Processo da Decomposição Simultânea - O cliente recebeu um desconto de 10% em todas as
mercadorias. Significa que em cada R$100 foi dado um
Neste processo decompomos todos os números ao mesmo desconto de R$10,00
tempo, num dispositivo como mostra a figura ao lado. O produto
dos fatores primos que obtemos nessa decomposição é o m.m.c. - Dos jogadores que jogam no Grêmio, 90% são
desses números. Ao lado vemos o cálculo do m.m.c. craques.
Significa que em cada 100 jogadores que jogam no
(15,24,60) Grêmio, 90 são craques.

Portanto, m.m.c.(15,24,60) = 2 x 2 x 2 x 3 x 5 = 120 Razão Centesimal

Toda a razão que tem para consequente o número 100


denomina-se razão centesimal. Alguns exemplos:

Podemos representar uma razão centesimal de outras formas:

Propriedades do M.M.C.

Entre os números 3, 6 e 30, o número 30 é múltiplo dos outros


dois. Neste caso, 30 é o m.m.c.(3,6,30). Observe:

Editora Decisão 4 Editora Decisão


MATEMÁTICA
4. RAZÃO E PROPORÇÃO
As expressões 7%, 16% e 125% são chamadas taxas
centesimais ou taxas percentuais. Considere o seguinte
Razão
problema: João vendeu 50% dos seus 50 cavalos. Quantos
cavalos ele vendeu? Para solucionar esse problema devemos
aplicar a taxa percentual (50%) sobre o total de cavalos. Denomina-se razão de dois números, diferentes de zero, o
cociente formado por eles. Assim sendo, suponhamos que numa
sala de aula haja 35 estudantes, sendo 28 destes homens.
Observe o cálculo da razão entre número de estudantes homens
e o total de estudantes da sala:

Logo, ele vendeu 25 cavalos, que representa a porcentagem Total de estudantes: 35


procurada. Número de estudantes homens: 28
Número de mulheres: 7
Portanto, chegamos a seguinte definição: Porcentagem é o
valor obtido ao aplicarmos uma taxa percentual a um Razão: 28 = 4 (lê-se: 4 para 5)
determinado valor. 35 5

Exemplos: Se quisermos saber a razão entre o número de estudantes


mulheres e o total de estudantes, temos:
a) Calcular 10% de 300.
Razão: 7 = 1 (lê-se: 1 para 5)
35 5

De modo análogo, podemos determinar a razão entre duas


grandezas. Veja as questões:
b) Calcular 25% de 200kg.
a) Hamilton possui 1,80 m de altura e seu cachorro 40
cm. Qual a razão entre a altura do cachorro e a de
Hamilton?

Logo, 50kg é o valor correspondente à porcentagem procurada. Altura do cachorro: 40 cm


Altura de Hamilton: 1,80 m = 180 centímetros (medida
equivalente)
Uma Dica Importante: O Fator de Multiplicação
Razão: 40 = 2
Se, por exemplo, há um acréscimo de 10% a um determinado 180 9
valor, podemos calcular o novo valor apenas multiplicando esse
valor por 1,10, que é o fator de multiplicação. Se o acréscimo for
de 20%, multiplicamos por 1,20, e assim por diante. Veja a b) Sabendo que a velocidade média é a razão entre o
tabela abaixo: trajeto percorrido e o tempo do percurso, calcule a
velocidade média de um automóvel que percorre 100
Acréscimo ou km num tempo de 2 horas.
Fator de Multiplicação
Lucro
Velocidade média (Vm) = espaço percorrido = 100 km
10% 1,10
= 50 km/h
15% 1,15 tempo 2h
20% 1,20
47% 1,47
67% 1,67 Dica: Perceba que quando duas grandezas diferentes (no caso
acima, espaço e tempo) estabelecem uma razão, esta vem
Exemplo: Aumentando 10% no valor de R$10,00 temos: acompanhada de uma unidade de medida (no caso acima,
km/h).
10 * 1,10 = R$ 11,00
Proporção

No caso de haver um decréscimo, o fator de multiplicação será: Denomina-se proporção a igualdade entre duas razões.
Fator de Multiplicação = 1 - taxa de desconto (na forma decimal) Considerando a, b, c e d, diferentes de zero, podemos afirmar
Veja a tabela abaixo: que eles constituem respectivamente uma proporção se a/b =
c/d. Nesse caso, a, b, c e d são chamados de termos da
Desconto Fator de Multiplicação proporção, sendo a e d os extremos e b e c os meios. Nas
10% 0,90 proporções, é valida a seguinte propriedade:
25% 0,75
34% 0,66
60% 0,40
90% 0,10

Exemplo: Descontando 10% no valor de R$10,00 temos:

10 * 0,90 = R$ 9,00

Editora Decisão 5 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Confira as questões abaixo: Solução: montando a tabela

a) Calcular o valor de x na proporção abaixo: Área (m )


2
Energia (Wh)
5x + 2 = 3 1,2 400
2x – 2 2 1,5 x

(5x + 2) . 2 = (2x – 2) . 3
10x + 4 = 6x – 6 Identificação do tipo de relação:
10x – 6x = -10
4x = - 10
x = -10 = -5
4 2

b) Uma secretária recebe R$ 200,00 pela construção de


16 relatórios. Se ela construiu no fim do mês 42
relatórios, quanto dinheiro ela recebeu?

Há duas maneiras de solucionar essa questão: a


primeira consiste em, de forma proporcional, organizar Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que
contém o x (2ª coluna). Observe que: Aumentando a área de
os dados:
absorção, a energia solar aumenta. Como as palavras
200 = x . correspondem (aumentando - aumenta), podemos afirmar que
as grandezas são diretamente proporcionais. Assim sendo,
16 42
colocamos uma outra seta no mesmo sentido (para baixo) na 1ª
8400 = 16x coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos:

x = 8400 = 525 (reais)


16

A segunda é calcular a razão entre o dinheiro recebido


e o número de relatórios e, em seguida, multiplicar pela
quantidade de relatórios no fim do mês:

Razão = 200 = 25
16 2

Razão x quantidade relatórios construídos = 25 . 42 =


525 (reais)

5. REGRA DE TRÊS SIMPLES

Regra de Três Simples

Regra de três simples é um processo prático para resolver Logo, a energia produzida será de 500 watts por hora.
problemas que envolvam quatro valores dos quais conhecemos
três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos
três já conhecidos. 2. Um trem, deslocando-se a uma velocidade média de
400Km/h, faz um determinado percurso em 3 horas. Em quanto
tempo faria esse mesmo percurso, se a velocidade utilizada
Passos Utilizados numa Regra de Três Simples: fosse de 480km/h?

1. Construir uma tabela, agrupando as grandezas da Solução: montando a tabela:


mesma espécie em colunas e mantendo na mesma
linha as grandezas de espécies diferentes em
Velocidade Tempo
correspondência.
(Km/h) (h)
2. Identificar se as grandezas são diretamente ou 400 3
inversamente proporcionais. 480 x

3. Montar a proporção e resolver a equação.


Identificação do tipo de relação:
Exemplos:
2
1. Com uma área de absorção de raios solares de 1,2m , uma
lancha com motor movido a energia solar consegue produzir 400
watts por hora de energia. Aumentando-se essa área para
2
1,5m , qual será a energia produzida?

Editora Decisão 6 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Inicialmente colocamos uma seta para baixo na coluna que Horas por Prazo para término
contém o x (2ª coluna). Observe que: Aumentando a dia (dias)
velocidade, o tempo do percurso diminui. Como as palavras são
contrárias (aumentando - diminui), podemos afirmar que as 8 20
grandezas são inversamente proporcionais. Assim sendo, 5 x
colocamos uma outra seta no sentido contrário (para cima) na 1ª
coluna. Montando a proporção e resolvendo a equação temos: Observe que: Diminuindo o número de horas trabalhadas por
dia, o prazo para término aumenta. Como as palavras são
contrárias (diminuindo - aumenta), podemos afirmar que as
grandezas são inversamente proporcionais. Montando a
proporção e resolvendo a equação temos:

6. EQUAÇÃO DO 1º GRAU
Logo, o tempo desse percurso seria de 2,5 horas ou 2 horas e
30 minutos. Equações do 1º Grau

Para resolver uma equação de 1º grau, uma técnica útil é


3. Bianca comprou 3 camisetas e pagou R$120,00. Quanto ela imaginar uma balança. Entenda o conceito e aprenda a resolver
pagaria se comprasse 5 camisetas do mesmo tipo e preço? esse tipo de equação. Em uma balança de pratos, como a que
você vê abaixo, há equilíbrio apenas se os dois pratos
Solução: montando a tabela: possuírem a mesma massa. Imagine que alguém colocou quatro
objetos iguais em um dos pratos da balança e dois pesinhos
Camisetas Preço (R$) (que você sabe quanto pesam!). Se os pratos ficarem
equilibrados, quer dizer que os objetos de um lado têm a mesma
3 120 massa das do outro.
5 x

Observe que: Aumentando o número de camisetas, o preço


aumenta. Como as palavras correspondem (aumentando -
aumenta), podemos afirmar que as grandezas são diretamente
proporcionais. Montando a proporção e resolvendo a equação
temos:

Como você não sabe quanto pesam os cubinhos, você vai dizer
que eles pesam "x":

Logo, a Bianca pagaria R$200,00 pelas 5 camisetas.

4. Uma equipe de operários, trabalhando 8 horas por dia,


realizou determinada obra em 20 dias. Se o número de horas de
serviço for reduzido para 5 horas, em que prazo essa equipe fará
o mesmo trabalho?
Se for colocado um objeto x de cada lado, a balança continua
Solução: montando a tabela: em equilíbrio, já que é a mesma massa que foi adicionada a
cada lado.

Editora Decisão 7 Editora Decisão


MATEMÁTICA
7. GRANDEZAS E MEDIDAS - QUANTIDADE,
TEMPO, COMPRIMENTO, SUPERFÍCIE,
CAPACIDADE E MASSA

Medidas de Quantidade

Para medir quantidades, pode-se usar várias unidades de


medidas, dependendo da quantidade de que você queira
descobrir:

1. Quantidade de Água em um Recipiente.

Agora imagine outra situação. Em uma dessas balanças de 2. Quantidade de Massa ou Kilo de um Objeto.
pratinho, você tem, de um lado, 5 pesinhos de valor
desconhecido e um pesinho de 31 gramas. Do outro, um pesinho 3. Quantidade de Calor.
de 86 gramas. E os dois lados estão em equilíbrio. Quanto
pesará, então, cada um dos pesinhos? Abaixo as Unidades Utilizadas na Sequência:

Medidas de Comprimento

Leitura das Medidas de Comprimento

A leitura das medidas de comprimentos pode ser efetuada


com o auxílio do quadro de unidades. Exemplos: Leia a seguinte
medida: 15,048 m.

Seqüência prática
1. Escrever o quadro de unidades:

Podemos começar retirando 31 gramas de cada lado da km hm dam m dm cm mm


balança. De um lado, você terá apenas os pesinhos de massa x
gramas. Do outro, 86 - 31 gramas:
2. Colocar o número no quadro de unidades, localizando o
último algarismo da parte inteira sob a sua respectiva.

km hm dam m dm cm mm

1 5, 0 4 8

3. Ler a parte inteira acompanhada da unidade de medida


do seu último algarismo e a parte decimal acompanhada da
unidade de medida do último algarismo da mesma.
15 metros e 48 milímetros
Outros exemplos:

Como você tem 5 pesinhos, e quer saber quanto pesaria um lê-se "seis quilômetros e sete
6,07 km
deles sozinho, divida, os dois lados, por 5! decâmetros"
82,107 lê-se "oitenta e dois decâmetros e
dam cento e sete centímetros".
0,003 m lê-se "três milímetros".

Transformação de Unidades

Observe as seguintes transformações:

Sua equação está resolvida! • Transforme 16,584hm em m.

km hm dam m dm cm mm

Editora Decisão 8 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Para transformar hm em m (duas posições à direita) devemos Unidade
Múltiplos
multiplicar por 100 (10 x 10). Fundamental
quilolitro hectolitro decalitro litro
16,584 x 100 = 1.658,4 kl hl dal L
Ou seja: 1000l 100l 10l 1l

16,584hm = 1.658,4m Submúltiplos


decilitro centilitro mililitro
dl cl ml
• Transforme 1,463 dam em cm. 0,1l 0,01l 0,001l

Cada unidade é 10 vezes maior que a unidade imediatamente


km hm dam m dm cm mm inferior.

Para transformar dam em cm (três posições à direita) Relações


devemos multiplicar por 1.000 (10 x 10 x 10).
3
1l = 1dm
1,463 x 1.000 = 1,463
3
1ml = 1cm
Ou seja:
3
1kl = 1m
1,463dam = 1.463cm.

• Transforme 176,9m em dam. Leitura das medidas de capacidade

• Exemplo: leia a seguinte medida: 2,478 dal


km hm dam m dm cm mm
kl hl dal l dl cl ml
2, 4 7 8
Para transformar m em dam (uma posição à esquerda)
devemos dividir por 10. Lê-se "2 decalitros e 478 centilitros".

176,9 : 10 = 17,69
Ou seja: Medidas de Tempo
176,9m = 17,69dam É comum em nosso dia-a-dia pergunta do tipo:
Qual a duração dessa partida de futebol?
• Transforme 978m em km.
Qual o tempo dessa viagem?

km hm dam m dm cm mm Qual a duração desse curso?


Qual o melhor tempo obtido por esse corredor?
Para transformar m em km (três posições à esquerda) Todas essas perguntas serão respondidas tomando por base
devemos dividir por 1.000.
uma unidade padrão de medida de tempo. A unidade de tempo
978 : 1.000 = 0,978 escolhida como padrão no Sistema Internacional (SI) é o
segundo.
Ou seja:
978m = 0,978km.
Segundo
Observação:
O Sol foi o primeiro relógio do homem: o intervalo de tempo
Para resolver uma expressão formada por termos com natural decorrido entre as sucessivas passagens do Sol sobre
diferentes unidades, devemos inicialmente transformar todos um dado meridiano dá origem ao dia solar.
eles numa mesma unidade, para a seguir efetuar as operações.

Medidas de Capacidade O segundo (s) é o tempo equivalente a do dia solar


médio.
A quantidade de líquido é igual ao volume interno de um
recipiente, afinal quando enchemos este recipiente, o líquido
assume a forma do mesmo. Capacidade é o volume interno de
As medidas de tempo não pertencem ao Sistema Métrico
um recipiente. A unidade fundamental de capacidade chama-se
Decimal.
litro.
Litro é a capacidade de um cubo que tem 1dm de aresta.
3 Múltiplos e Submúltiplos do Segundo
1l = 1dm
Quadro de unidades

Múltiplos e submúltiplos do litro

Editora Decisão 9 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Submúltiplos
Múltiplos decímetro centímetro
milímetro quadrado
quadrado quadrado
minutos hora dia dm
2
cm
2
mm
2
2 2 2
min h d 0,01m 0,0001m 0,000001m
60 s 60 min = 3.600 s 24 h = 1.440 min = 86.400s
2 2 2
O dam , o hm e km sào utilizados para medir grandes
2 2 2
superfícies, enquanto o dm , o cm e o mm são utilizados para
São submúltiplos do segundo: pequenas superfícies.
• décimo de segundo
Exemplos:
• centésimo de segundo
2
• milésimo de segundo 1. Leia a seguinte medida: 12,56m
2 2 2 2 2 2 2
km hm dam m dm cm mm
12, 56
Cuidado: Nunca escreva 2,40h como forma de representar 2 h
40 min. Pois o sistema de medidas de tempo não é decimal.
Lê-se “12 metros quadrados e 56 decímetros quadrados”. Cada
Observe: coluna dessa tabela corresponde a uma unidade de área.

2
2. Leia a seguinte medida: 178,3 m
2 2 2 2 2 2 2
km hm dam m dm cm mm
1 78, 30

Lê-se “178 metros quadrados e 30 decímetros quadrados”

2
3. Leia a seguinte medida: 0,917 dam
2 2 2 2 2 2 2
km hm dam m dm cm mm
Medidas de Superfície
0, 91 70
As medidas de superficie fazem parte de nosso dia a dia e
respondem a nossas perguntas mais corriqueiras do cotidiano: Lê-se 9.170 decímetros quadrados.

- Qual a area desta sala?


Medidas de Massa
- Qual a area desse apartamento?
Observe a distinção entre os conceitos de corpo e massa:
- Quantos metros quadrados de azulejos são
• Massa é a quantidade de matéria que um corpo possui,
necessarios para revestir essa piscina?
sendo, portanto, constante em qualquer lugar da terra ou
fora dela.
- Qual a area dessa quadra de futebol de salão?
• Peso de um corpo é a força com que esse corpo é atraído
- Qual a area pintada dessa parede? (gravidade) para o centro da terra. Varia de acordo com o
local em que o corpo se encontra. Por exemplo:
Superfície e Área

Superficie é uma grandeza com duas dimensòes, enquanto área A massa do homem na Terra ou na Lua tem o mesmo valor. O
é a medida dessa grandeza, portanto, um número. peso, no entanto, é seis vezes maior na terra do que na lua.
Explica-se esse fenômeno pelo fato da gravidade terrestre ser 6
vezes superior à gravidade lunar.
Metro Quadrado
Obs: A palavra grama, empregada no sentido de "unidade de
medida de massa de um corpo", é um substantivo masculino.
A unidade fundamental de superfície chama-se metro quadrado. Assim 200g, lê-se "duzentos gramas".
2
O metro quadrado (m ) é a medida correspondente à superfície
de um quadrado com 1 metro de lado.

Unidade Quilograma
Múltiplos
Fundamental
A unidade fundamental de massa chama-se quilograma. O
quilômetros hectômetro decâmetro 3
quilograma (kg) é a massa de 1dm de água destilada à
metro quadrado
quadrado quadrado quadrado temperatura de 4ºC. Apesar de o quilograma ser a unidade
2 2 2 2
km hm dam m fundamental de massa, utilizamos na prática o grama como
2 2 2 2
1.000.000m 10.000m 100m 1m unidade principal de massa.

Editora Decisão 10 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Múltiplos e Submúltiplos do Grama 5 min ----> 100Kg

15 min ----> 300Kg


Unidade
Múltiplos
principal
Assim: Duas grandezas variáveis dependentes são diretamente
quilograma hectograma decagrama grama proporcionais quando a razão entre os valores da 1ª grandeza é
kg hg dag g igual a razão entre os valores correspondentes da 2ª. Verifique
na tabela que a razão entre dois valores de uma grandeza é
1.000g 100g 10g 1g igual a razão entre os dois valores correspondentes da outra
grandeza.

Submúltiplos

decigrama centigrama miligrama


dg cg mg
0,1g 0,01g 0,001g

Observe que cada unidade de volume é dez vezes maior que a


unidade imediatamente inferior. Exemplos:
1 dag = 10 g Grandezas inversamente proporcionais
1 g = 10 dg Um ciclista faz um treino para a prova de "1000 metros contra o
relógio", mantendo em cada volta uma velocidade constante e
obtendo, assim, um tempo correspondente, conforme a tabela
8. RELAÇÃO ENTRE GRANDEZAS: abaixo:
TABELA OU GRÁFICO
Velocidade
Entendemos por grandeza tudo aquilo que pode ser medido, Tempo (s)
(m/s)
contado. As grandezas podem ter suas medidas aumentadas ou
diminuídas. Alguns exemplos de grandeza: o volume, a massa, a 5 200
superfície, o comprimento, a capacidade, a velocidade, o tempo, 8 125
o custo e a produção. É comum ao nosso dia-a-dia situações em 10 100
que relacionamos duas ou mais grandezas.
16 62,5
Por exemplo: Em uma corrida de "quilômetros contra o 20 50
relógio", quanto maior for a velocidade, menor será o
tempo gasto nessa prova. Aqui as grandezas são a Observe que uma grandeza varia de acordo com a outra. Essas
velocidade e o tempo. Num forno utilizado para a grandezas são variáveis dependentes. Observe que:
produção de ferro fundido comum, quanto maior for o
tempo de uso, maior será a produção de ferro. Nesse Quando duplicamos a velocidade, o tempo fica reduzido à
caso, as grandezas são o tempo e a produção. metade.

5 m/s ----> 200s


Grandezas diretamente proporcionais
10 m/s ----> 100s
Um forno tem sua produção de ferro fundido de acordo com a
tabela abaixo:
Quando quadriplicamos a velocidade, o tempo fica reduzido à
Tempo Produção quarta parte.
(minutos) (Kg)
5 100 5 m/s ----> 200s
10 200 20 m/s ----> 50s
15 300
20 400
Assim: Duas grandezas variáveis dependentes são
inversamente proporcionais quando a razão entre os valores da
Observe que uma grandeza varia de acordo com a outra. Essas 1ª grandeza é igual ao inverso da razão entre os valores
grandezas são variáveis dependentes.
correspondentes da 2ª. Verifique na tabela que a razão entre
dois valores de uma grandeza é igual ao inverso da razão entre
Observe que: os dois valores correspondentes da outra grandeza.
Quando duplicamos o tempo, a produção também duplica.

5 min ----> 100Kg 9. NOÇÕES DE GEOMETRIA PLANA - FORMA,


ÁREA, PERÍMETRO E TEOREMA DE
10 min ----> 200Kg PITÁGORAS

Reta
Quando triplicamos o tempo, a produção também triplica.

Editora Decisão 11 Editora Decisão


MATEMÁTICA
A linha reta é a mais simples de todas as linhas Um fio esticado Segmento quer dizer parte, pedaço. A palavra vem do latim
representa bem a sua imagem. Ela pode ser traçada com o "segmentum", que significa "corte". Segmento de reta é a parte
auxílio de uma régua. da reta compreendida entre dois de seus pontos, que são
chamados extremos. Na linguagem comum costuma-se dizer
que segmento é uma parte da reta que tem começo e fim. No
segmento AB representado abaixo, os pontos A e B são os
extremos.
Imagine agora uma linha reta infinita, sem começo, sem fim, sem
espessura. É assim que se concebe uma reta em matemática.

A representação de uma linha reta em Desenho Geométrico é Reta no Plano


feita através de setas nas extremidades e nomeada por uma
letra minúscula. A reta r pertence ao plano quando todos os seus pontos
pertencem ao plano.

Um ponto define uma Reta?

Por um ponto podem passar infinitas retas.

Reta no Espaço

Mas para se obter uma linha reta são necessários dois pontos. Para saber a posição de uma reta no espaço basta obter a
posição de dois de seus pontos.

Semi-Reta

Na figura abaixo a linha reta cheia que se prolonga infinitamente


para a direita, é uma semi-reta de origem :

A linha tracejada é outra semi-reta de origem A. Portanto, um


ponto de uma reta separada em duas partes, e cada uma dessas
partes, mais o próprio ponto, é uma semi-reta. O ponto que
divide a reta é a origem da semi-reta. Na linguagem comum, diz-
se que a semi-reta é a parte da reta que tem início em um ponto Reta Mediatriz
mas não tem final. As semi-retas são usadas, por exemplo, na
noção de ângulo. Em Desenho Geométrico, costuma-se Do latim - mediatrice;
representar uma semi-reta por uma reta que começa em um
ponto e nomeá-la por uma letra minúscula. 1. é o lugar geométrico dos pontos de um plano,
eqüidistante das extremidades de um segmento;

2. reta perpendicular a um segmento, passando por seu


ponto médio.

Segmento de Reta

Editora Decisão 12 Editora Decisão


MATEMÁTICA
No bloco retangular representado abaixo, as retas AB e HG são
paralelas.

Reta Bissetriz
Uma reta é paralela a um plano quando ambos não se
e biz + sectriz = Bissetriz;1 - é a semi-reta que partindo do interceptam. Nafigura, a reta AB é paralela ao plano da base
vértice de um ângulo divide-o em dois ângulos congruentes; 2 - EFGH.
linha que divide um ângulo ou uma superfície em duas partes Curvas
iguais.
Numa definição mais detalhada, em geometria, uma curva
plana é uma curva que está inteiramente concida num único
plano Euclidiano, monodimensional e uma variedade
diferenciável, e que é identificável a uma função contínua:

ou I é um intervalo do conjunto dos números reais.

A imagem de uma curva é assim também chamado suporte (ou


apoio) da curva. Às vezes, utiliza-se também a expressão curva
para indicar o suporte de uma curva. Uma curva em um espaço
Reta Perpendicular euclidiano de dimensão superior a 2 é dita plana se seu suporte
está contido sobre um plano ele mesmo contido no espaço
Do latim - perpendiculare;1 - é a que se dirige sobre uma linha euclidiano no qual é definida. Uma curva plana é dita simples se
ou sobre um plano, formando ângulo reto; 2 - diz-se de qualquer não se "recorta", em outros termos, se
configuração geométrica cuja interseção com outra forma ângulo
reto.
.

Equivalentemente, uma curva plana diferenciável pode ser dada


localmente por uma equação f(x,y) = 0, onde f é uma função
suave de duas variáveis, e as derivadas parciais fx e fy não são
simultaneamente iguais a 0. Em outras palavras, uma curva
plana suave é uma curva plana curva na qual "localmente vemos
uma linha" com respeito a suave mudança de coordenadas.

Quadriláteros

Quadrilátero é um polígono com 4 lados. São as propriedades


dos quadriláteros - relação entre os lados e os ângulos - que nos
permitem reconhecê-los. Os quadriláteros mais comuns são:

Retas Paralelas

Do grego - parallelos; diz-se de duas ou mais linhas ou 4 lados iguais e 4


Quadrado
superfícies eqüidistantes em toda a extensão. r e s são retas ângulos rectos
paralelas entre si. Então, duas retas são paralelas quando
mantêm sempre a mesma distância entre si. Assim duas retas
paralelas estão em um mesmo plano e não se interceptam.

lados iguais 2 a 2 e 4
Rectângulo
ângulos rectos

4 lados iguais e ângulos


Losango
iguais 2 a 2

Editora Decisão 13 Editora Decisão


MATEMÁTICA

Quadrado
lados iguais 2 a 2 e
Paralelogramo
ângulos iguais 2 a 2

Trapézio
2 lados paralelos
escaleno

2 lados paralelos e 2
Trapézio
lados não paralelos P = l + l + l+ l
isósceles
iguais
P=4·l

Pentágono
Trapézio 2 lados paralelos e 2
rectângulo ângulos rectos

2 pares de lados não


Papagaio
opostos iguais

Perímetro
P=l+l+l+l+l
Perímetro de um polígono é a soma das medidas dos seus
P=5·
lados.

Hexágono
Perímetro do Retângulo

b - base ou comprimento

h - altura ou largura
P=l+l+l+l+l+l
Perímetro = 2b + 2h = 2(b + h)
P=6·l

Perímetro dos Polígonos Regulares


l - medida do lado do polígono regular
Triângulo Eqüilátero
P - perímetro do polígono regular

Para um polígono de n lados, temos:

P=n·l

Área

Triângulo Qualquer
P = l+ l + l

P=3·l
Editora Decisão 14 Editora Decisão
MATEMÁTICA

Quadrado

A=

P = Semi – Perímetro

P=a+b+c/2
A = l²
Triângulo Eqüilátero
Retângulo

A=l² A= a . b

Losango
Triângulo Retângulo

A = (cateto) . (cateto) / 2

A = b.c / 2
A=D.d/2

Triângulo Qualquer
Paralelogramo

A=a.h
A = ½ . a . b .Sen a

Editora Decisão 15 Editora Decisão


MATEMÁTICA
Teorema de Pitágoras
Trapézio
Os estudos trigonométricos possuem uma relação muito
importante com o Teorema de Pitágoras, pois através de sua
aplicação determinamos valores de medidas desconhecidas. O
teorema de Pitágoras é uma expressão que pode ser aplicada
em qualquer triângulo retângulo (triângulo que tem um ângulo de
90°).

A=(B+b).h/2

Circulo

a = hipotenusa

b = cateto

c = cateto

O teorema de Pitágoras diz que o quadrado da hipotenusa é


igual à soma dos quadrados dos catetos.
2 2 2
a =b +c

A = ¶r² Podemos utilizar esse teorema para facilitar o cálculo da


diagonal de um quadrado e altura de um triângulo equilátero
(triângulo com os lados iguais).
Setor Circular
Diagonal do quadrado

O quadrado ABCD é uma figura que possui lados iguais e


ângulos com medidas iguais a 90º graus.

A = ¶ r² . a / 360º
O cálculo da sua diagonal (reta que parte do ponto B ao C ou do
A ao D) será feito da seguinte forma:
Segmento Circular

Como não conhecemos o valor dos lados iremos chamá-los de l.


A diagonal forma no quadrado um triângulo retângulo ACD e é a
A = ¶ r² . a / 360º - 1 / 2 . r . r sen a
partir daí que iremos calcular o valor da diagonal.
Editora Decisão 16 Editora Decisão
MATEMÁTICA

Aplicando o teorema de Pitágoras (d é a hipotenusa e l são os


catetos), teremos:

Portanto, a altura do triângulo equilátero será calculada por:

Portanto, a diagonal do quadrado pode ser calculada por:

d = l √2

Altura do triângulo equilátero

Dado um triângulo equilátero ABC, com lados e ângulos iguais. TESTES

01 - O produto de a • b = 1. Se a = – ¾, então b é igual a:


a) 3/4
b) –3/4
c) 1
d) –4/3

02 - Calcular (– 4/3) : (+ 8/3) – (+2) • (–5/8)


a) 1
b) 1/2
c) 3/4
d) 4/7
Traçando uma reta que parte de A e é perpendicular ao
segmento BC teremos a altura desse triângulo (h). Os lados 03 - Calcular o valor de 2a – 3b, para
serão chamados de l. Como todos os lados são iguais, a reta AH a = –1/3 e b = –1/4.
irá dividir a base BC em duas partes iguais. a) 1/6
b) 2/3
c) 1/12
d) 1

04 -Determine o valor da expressão 1–(–2/3) (+3/4)


a) 3/2
b) 2/11
c) 1/2
d) 3/10

05 - Calcule o valor da expressão –0,3 – 1/4 + 3/5


a) 1/10
b) 1/20
Traçando a altura no triângulo equilátero formaremos um c) 2/5
triângulo retângulo AHC. d) 3/7
A partir daí encontraremos o valor da altura do triângulo 06- Qualovalordea+b–cpara a=–2,b=+1/3ec=–0,5?
equilátero que coincide com o cateto do triângulo retângulo. a) 1/2
b) 3/4
c) –2/5
d) –7/6

Editora Decisão 17 Editora Decisão


MATEMÁTICA
18 - 16 é o M.D.C. de:
07 - O valor da expressão 2a – 3b, sendo a) 160 e 140
a = 3/2 e b = 2/3, é: b) 160 e 144
a) 1 c) 150 e 144
b) 5 d) 96 e 108
c) 12/5
d) 1/5 19 - Um terreno de forma retangular tem as seguintes
08 - O valor da expressão –3 + ( –2/3 ) é: dimensões: 24m de frente e 56m de fundo. Qual deve
a) –7/3 ser o comprimento do maior cordel que sirva
b) –11/3 exatamente para medir as duas dimensões.
c) +5/3 a) 10m
d) –2/5 b) 5m
c) 8m
09 - A fração 1/5 pode ser escrita na forma: d) 13m
a) –5
b) +5 20 - Indicar o M.D.C. de 770, 630 e 1155.
c) 5 –1 a) 35
b) 18
d) –1–5 c) 36
d) 24
10 - Indique a sentença verdadeira:
a) – 5 – 3 = +8 21 - O M.M.C. entre 7, 5 e 3 é:
b) (–5) • (–3) = –15 a) 7
c) 5 > 2 b) 5
d) (–2)3 = (–3)2 c) 3
d) 105
11 - Indique a afirmativa verdadeira:
a) o produto de dois números inteiros negativos é um 22 - O M.M.C. de 12, 18 e 36 é:
número negativo. a) 12
b) o quociente de dois números negativos é um número b) 18
negativo. c) 36
c) a soma de dois números negativos é um nº. negativo. d) 24
d) a soma de dois números inteiros opostos é um
número positivo. 23 - A extração da parte inteira da fração é:
a) 17
12 - Determine os produtos b) 81
( –1 ) • ( –1 ) • ( +2 ) • ( –2 ) • ( –1 ) • ( –2 ) = c) 72
a) 10 d) 71
b) –8
c) –12 24 - Paulo e Ailton compram uma máquina em sociedade.
d) –6 Paulo entrou com $ 40.000,00 e Ailton com
$60.000,00. A máquina foi vendida com um prejuízo
13 - Resolvendo a expressão de $10.000,00. Qual o prejuízo de Paulo?
20 – {–10 – [ –8 +( 5 – 12 )] –20 } encontraremos: a) $2.000,00
a) 35 b) $4.000,00
b) 23 c) $6.000,00
c) –152 d) $8.000,00
d) 32
25 - Um avião percorre 1.800km em 2 horas. Quantos
14 - Efetuando (–206) – (–48) encontramos: quilômetros percorrerá em 3 horas e meia de vôo?
a) –354 a) 2.700km
b) +345 b) 3.000km
c) –158 c) 3.150km
d) +58 d) 4.500km

15 - Efetuando (+16 ) – (–132) encontramos: 26 - Um fazendeiro comprou certo número de mudas de


a) +116 cafeeiro, forneceram–lhe 975 mudas, tendo sido dada a
b) +148 mais uma muda em cada dúzia. Quantas dúzias deve
c) –152 pagar?
d) –116 a) 55 dúzias
b) 65 dúzias
16 - Efetuando –8 + ( 3 –2 ) – ( –3 +5 +1 ) en-contramos: c) 75 dúzias
a) –16 d) 85 dúzias
b) +16
c) +10 27 - Se 2.531 sacas de arroz custam $139.205,00, quanto
d) –10 custarão 4.500 sacas?
a) $320.200,00
17 - O M.D.C. de 964 e 1248 é: b) $380.400,00
a) 6 c) $238.300,00
b) 4 d) $247.500,00
c) 12
d) 8 28 - A expressão 1/3 / 2/5 + 2/3 / 8/3 vale:
a) 1
Editora Decisão 18 Editora Decisão
MATEMÁTICA
b) 12 b) –7/16
c) 13/12 c) +16/7
d) 4/3 d) –16/7

29 - A expressão 4 – 5/7 + 1 / 4 – 1/2 vale: 40 - 1/7 – 1/29 + 4/11 – 1/4


a) 10/7 a) + 1983/8932
b) 3 b) –323/1540
c) 29/7 c) + 1540/323
d) 19/7 d) –1540/323

30 - Efetuando: 41 - 7/9 – 2 + 13/15


(–2 +5 –7) – (–4 +1 +9) + (2 – 3) a) +15/14
encontramos: b) –15/14
a) –10 c) +14/15
b) +11 d) –6/45
c) +10
d) –11 42 - 3/5 + (1 – 2/5)
a) –5/6
31 - Efetuamos: b) + 6/5
–12 – (–2 + 1) – [– (–2 + 7)] c) –6/5
encontramos: d) +5/6
a) –5
b) +6 43 - 3 1/4 – (2 1/2 – 1/4)
c) –6 a) +2
d) +5 b) 0
c) +1
32 - Efetuando: (+6) x (+4) d) –1
encontramos:
a) + 44 44 - –1/3 – (2 + 1/5)
b) + 24 a) –15/38
c) – 24 b) –38/15
d) + 34 c) +38/15
d) +15/38
33 - Efetuando: (+5) x (–35)
encontramos: 45 - –1/2 +(0,8 – 2/5)
a) – 155 a) –10
b) –175 b) +10
c) –185 c) +1/10
d) – 145 d) –1/10

34 - Efetuando: (–32) x (–11) x (+4), 46 - Qual o nº que adicionado ao seu sucessor dá o triplo
encontramos: de 21?
a) –1508 a) 29
b) +1508 b) 30
c) –1408 c) 31
d) +1408 d) 32

35 - Efetue: 1/7 + 3 1/7 47 - 11/12 + (–2 + 1/4)


a) 23/7 a) –6/5
b) 5/14 b) +6/5
c) 5/26 c) –5/6
d) 14/8 d) +5/6

36 - –1/2 + 1/4 48 - 1/3 x (– 2/5) x (– 2/3)


a) –4 a) –11,25
b) +6 b) +45/4
c) –1/4 c) +4/45
d) + 1/4 d) –4/45

37 - –2/3 – 1/3 49 - – 4 x (–1/4) x (2/3)


a) +3/6 a) –3/2
b) –3/6 b) +2/3
c) +1 c) –2/3
d) –1 d) –3/2

38 - 1/2 + 1/5 – 7/6


a) –5/13 50 - 2/3 x (– 1/2) x (+ 1/4) x 5
b) –7/15 a) +7/9
c) +7/15 b) –7/9
d) +5/13 c) –5/12
d) +5/12
39 - –13/16 + 5/4 –7/8
a) +7/16
Editora Decisão 19 Editora Decisão
MATEMÁTICA
GABARITO __________________________________________
1. D 26. C __________________________________________
2. C 27. D
3. C 28. C
__________________________________________
4. A 29. C __________________________________________
5. B 30. D
6. D 31. C __________________________________________
7. A 32. B
8. B 33. B __________________________________________
9. C 34. D
10. C 35. A
__________________________________________
11. C 36. C __________________________________________
12. B 37. D
13. A 38. B __________________________________________
14. C 39. B
15. B 40. A __________________________________________
16. D 41. D
17. B 42. B
__________________________________________
18. B 43. C __________________________________________
19. C 44. B
20. A 45. D __________________________________________
21. D 46. C
22. C 47. C __________________________________________
23. - 48. C
__________________________________________
24. B 49. B
25. C 50. C __________________________________________
__________________________________________
__________________________________________
ANOTAÇÕES
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Editora Decisão 20 Editora Decisão

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